36
Nº 53 :: DEZEMBRO 2012 Sérgio Moreira Dias, secretário municipal de Urbanismo do Rio de Janeiro Como a REVITALIZAÇÃO do porto saiu do papel O andamento das OBRAS do Parque Olímpico Novas vias expressas VALORIZAM o subúrbio Como a REVITALIZAÇÃO do porto saiu do papel O andamento das OBRAS do Parque Olímpico Novas vias expressas VALORIZAM o subúrbio

Como a REVITALIZAÇÃO O andamento das OBRAS do Parque ...portal.aeerj.com.br/file/construir/construir53.pdf · livro “Cartas a um jovem engenheiro” para Francis Bogossian, na

Embed Size (px)

Citation preview

N º 5 3 : : D E Z E M B R O 2 0 12

Sérgio Moreira Dias, secretário municipal de Urbanismodo Rio de Janeiro

Como a REVITALIZAÇÃO do porto saiu do papel

O andamento das OBRAS do Parque Olímpico

Novas vias expressas VALORIZAM o subúrbio

Como a REVITALIZAÇÃO do porto saiu do papel

O andamento das OBRAS do Parque Olímpico

Novas vias expressas VALORIZAM o subúrbio

A Andrade Gutierrez está construindo o futuro É impossível separar os caminhos da Andrade Gutierrez

e do Rio de Janeiro. Afi nal, são mais de 30 anos de uma parceria que já rendeu rodovias, metrôs, ferrovias, túneis, refi narias, hidrelétricas e muito mais. Hoje, esta relação segue mais forte do que nunca, em projetos marcantes como o Corredor Transcarioca BRT, um complexo de 28 km que promete desafogar o trânsito da capital. Ou como a reforma do Maracanã, que vai preparar o estádio mais famoso do mundo para um momento importante do futebol mundial, e a Usina Nuclear de Angra III, com inovações tecnológicas aplaudidas e reverenciadas internacionalmente. A Andrade Gutierrez fortalece ainda mais a sua história com o Rio. E ajuda o Estado a fazer história.

Reforma do Complexo Maracanã

Projeto do Corredor Transcarioca BRT

Usina Nuclear de Angra III

Angu

lar

Foto

grafi

as

FSB

Des

ign

01 Construir | Dezembro 2012

editorial

Francis Bogossian,

presidente

Foto

Ann

a F

isch

er

SÉRGIO DIAS COMANDA O URBANISMO DO RIOO Rio de Janeiro decadente está ficando para trás,

uma nova cidade se apresenta. Não é apenas a Zona

Sul, região turística e a mais visada, que está sendo

beneficiada. Estamos vendo uma transformação urba-

nística em todo o Rio.

Por trás dessas mudanças está o engenheiro Sérgio

Moreira Dias, secretário municipal de Urbanismo.

“Carioca da gema”, não é de hoje que Sérgio vem

mudando a cidade. Na década de 1990, seu projeto Rio

Orla transformou 33 quilômetros de praias, do Leme ao

Pontal, com a construção de quiosques, calçadas largas,

as primeiras ciclovias da cidade e uma nova iluminação.

O Rio Orla, premiado na Itália como o melhor projeto

de orla marítima, ampliou o conceito de lazer nas praias

da Zona Sul e da Barra da Tijuca, incorporando o banho

de mar noturno e o ciclismo na vida dos cariocas.

Em 2001, quando o prefeito Eduardo Paes era

secretário municipal de Meio Ambiente, contratou Sérgio

Dias para urbanizar a praia do Recreio. O projeto Eco-

Orla e o Pontal do Tim Maia recuperaram a região,

impedindo sua degradação.

Ao ser eleito prefeito em 2008, Paes não teve dúvida

sobre quem seria capaz de modernizar toda a cidade, não

apenas criando projetos, mas, principalmente, fazendo

com que se tornassem realidade: Sérgio Moreira Dias.

À frente da Secretaria Municipal de Urbanismo,

teve êxito em seu primeiro grande desafio: recuperar

a abandonada Zona Portuária. Em menos de um ano o

projeto Porto Maravilha se tornava realidade.

O passo seguinte foi a elaboração do Plano Diretor

da cidade, que estabelece as diretrizes para as ações

urbanísticas e de meio ambiente. Em 2011, depois de

mais de uma década de atraso, o Plano foi aprovado na

Câmara Municipal.

Em paralelo, a Secretaria Municipal de Urbanismo

está revisando os Projetos de Estruturação Urbana

(PEUs) de várias regiões, entre elas a Avenida Brasil e os

bairros de Madureira e da Penha, com o objetivo de atrair

novos investimentos para essas áreas.

Somam-se a isso também a construção dos novos

corredores de ônibus (BRTs) e do Parque de Madureira,

além da reurbanização nos entornos do Maracanã, do

Engenhão e do Sambódromo. Ao mesmo tempo, os prazos

para os processos de licenciamento foram encurtados,

contribuindo para a expansão da construção imobiliária.

Outra missão a que Sérgio está se dedicando é à

regularização do uso e da ocupação do solo nas Áreas

de Especial Interesse Social, atendendo ao programa

de governo do prefeito Eduardo Paes de acabar com o

crescimento desordenado das favelas.

Estamos, sem dúvida, vendo renascer a “Cidade

Maravilhosa”.

02 Construir | Dezembro 2012

índice

expediente

04 |06 |

10 |15 |20 |

22 |

24 |

25 |

26 |

28 |30 |31 |32 |

Palestras e eventos da AEERJ

Entrevista com o secretário Sérgio Dias

Um mar de oportunidades

O Parque Madureira é divino

Nova legislação aquece o setor hoteleiro

O coração esportivo de 2016

Por uma cidade mais verde

Caminhos para a transformação

O novo Plano Diretor do Rio

Mecanismos urbanos para aquecer o setor imobiliário

A história dos planos urbanos da cidade

Nota de falecimento

Crônica

Diretoria 2011-2014: Presidente Francis Bogossian (Geomecânica); Vice-Presidente Eduardo Backheuser (Carioca); Diretor Administrativo-Financeiro Carlos Alberto Brizzi Benevides (Dimensional); Diretoria Alberto Quintaes (Andrade Gutierrez); Antonio Machado Evangelho (Vile Romi); Gustavo Souza (Queiroz Galvão); Jefferson Paes de Figueiredo Filho (Darwin); José Ary Lacombe Moreira (FW); Moysés Spilberg (Spil); Reginaldo Assunção Silva (OAS); Ricardo Araujo Farah (Sanedraga) Conselho Fiscal Eduardo Impellizieri Versiani (Enimont); João de Deus Vaz da Silva Neto (Arkhe); Leandro Azevedo (Odebrecht); Luiz Carlos de Carvalho (Medeiros); Maciste Granha de Mello Filho (Macadame)AEERJ - Associação das Empresas de Engenharia do Rio de Janeiro | Av. Rio Branco, 124 - 7º andar | Rio de Janeiro - RJCEP 20040-001 | Tel.: 55 21 3970.3339 Fax: 55 21 3970.3375 | [email protected] | www.aeerj.com.br

A Revista Construir é uma publicação da AEERJ – Associação das Empresas de Engenharia do Rio de Janeiro, produzida pela Banjo Editora e Cria Caso Publicações Customizadas. Os artigos, fotografias e matérias assinadas são de responsabilidade dos respectivos autores e não refletem necessariamente a opinião da AEERJ.

Editora Antonia Leite Barbosa | Diretora de Criação Mariana Nahoum | Repórter Rafael Sento Sé | Copidesque Kathia FerreiraFotos AEERJ Isabel Acosta e Anna Fischer | Foto Capa Eliane Carvalho

04 Construir | Dezembro 2012

eventos aeerj

LANçAMENTO REVISTA Nº 52

O presidente do DER-RJ, Henrique Ribeiro, acompanhado dos diretores Carla Mechoullam, Aécio Castro

da Rocha e Carlos Alberto Sanches, comemorou com os associados da AEERJ o lançamento da revista

Construir dedicada ao seu trabalho à frente do órgão. Henrique agradeceu a homenagem dizendo: “Entendo

que qualquer negócio só é bom para os dois lados. Reconheço o trabalho das empresas e temos trabalhado

juntos com harmonia.”

2 3 4

5

1

6

1- Brizzi, Francis e Eduardo atentos às palavras de Henrique Ribeiro. 2- Gabriel e Jorginho (Silo). 3- Divaldi (DAS) e Stélio (Premag). 4- Vinicius e Rodrigo (MJRE) e Vinicius (Dimensional). 5- Construir número 52. 6- Guilherme (Geomecânica), Rizzo (Queiroz Galvão) e João Américo.

PALESTRA TÉCNICAA Fábio Bruno promoveu, no dia 12 de setembro, no auditório da AEERJ, a palestra “Introdução à análise

avançada de edificações e pontes”, ministrada pelo dr. Ahmed Khalil, que utilizou o software Extreme Loading.

05 Construir | Dezembro 2012

eventos aeerj

INVESTE RIO

MEDALHA DO PACIFICADOR

ELEIÇÕES 2012

ENCONTRO GEOTÉCNICO DA PETROBRAS

Convidado pelo governador Sérgio Cabral para presidir e dinamizar a Investe Rio, Domingos Vargas, ex-superin-tendente da Caixa Econômica Federal, esteve na AEERJ no dia 5 de setembro para anunciar as vantagens das linhas de financiamento que a instituição oferece para as empresas fluminenses.

Presidente da AEERJ e do Clube de Engenharia, Francis Bogossian recebeu no dia 24 de agosto a Medalha do Pacificador, conferida pelo Comando Militar do Leste a civis e militares que prestaram importantes serviços ao Exército.

A AEERJ juntou-se ao Clube de Engenharia, Instituto Ethos, Atletas pela Cidadania e Rede Nossa São Paulo para receber os então candidatos à Prefeitura do Rio. O evento “Copa, Olimpíadas e eleições: qual o legado para sua cidade?” contou com a presença dos candidatos Aspásia Camargo (PV), Cyro Garcia (PSTU), Fernando Siqueira (PPL), Marcelo Freixo (PSOL), Otávio Leite (PSDB) e Rodrigo Maia (DEM), que se comprometeram com as propostas de transparência, legado esportivo e sustentabilidade apresentadas pelos organizadores do evento.

A Petrobras utilizou em outubro o auditório da AEERJ para promover o seminário “Encontro geotécnico da Petrobras: práticas atuais, inovações e tendências”, organizado pelo diretor de Engenharia, Tecnologia e Materiais José Antônio de Figueiredo. Francis Bogossian abriu o evento com a palestra “Importância da engenharia geotécnica na indústria brasileira do petróleo”.

1

21

1- Domingos Vargas (Investe Rio). 2- Plateia assiste à palestra.

LIVRO DE WAGNER VICTER

Wagner Victer, presiden-

te da Cedae, autografa o

livro “Cartas a um jovem

engenheiro” para Francis

Bogossian, na Livraria da

Travessa.

06 Construir | Dezembro 2012

Foto

Agê

ncia

O G

lobo

Sérgio Moreira Dias

“O PODER PÚBLICO PRECISA SER PARCEIRO DA INICIATIVA PRIVADA”

capa

SECRETÁRIO MUNICIPAL DE URBANISMO DO RIO DE JANEIRO, SÉRGIO MOREIR A DIAS INAUGUROU UMA GESTÃO DE DIÁLOGO E TORNOU OS PROCEDIMENTOS BUROCR ÁTICOS MAIS EFICIENTES, ALGO FUNDAMENTAL PAR A O SUCESSO DA REVITALIZAÇÃO DA ZONA PORTUÁRIA E DA REALIZAÇÃO DA COPA DO MUNDO E

DAS OLIMPÍADAS NA CIDADE

07 Construir | Dezembro 2012

capa

De que forma as Olimpíadas e a Copa do Mundo impactam

o trabalho da Secretaria de Urbanismo?

No caso desses dois eventos, a Secretaria funciona muito

como apoio ao trabalho da Empresa Olímpica Municipal e às

ações da Prefeitura. Precisamos agilizar os licenciamentos

relacionados aos eventos e, para isso, criamos uma gerência

especializada. Todos os projetos e intervenções, públicos ou

privados, recebem um selo de prioridade e são analisados

por essa comissão especial, que coordena todos os órgãos

licenciadores ou analisadores do processo. Esse comitê

comandado pelo Urbanismo tem o prazo máximo de dez

dias para fazer as análises, o que dá uma agilidade muito

grande para a legalização e a regularização, e isso acabou

se tornando uma rotina dentro da Secretaria.

A experiência e a capacidade de realização do engenheiro civil Sérgio Moreira Dias, 65 anos, tanto na

iniciativa privada quanto na elaboração de projetos públicos, foram determinantes para que o prefeito

Eduardo Paes o escolhesse, em 2009, para comandar a Secretaria Municipal de Urbanismo do Rio de

Janeiro. Paes idealizava alguém que pudesse estreitar o diálogo com as empresas de engenharia e, dessa

forma, firmar parcerias capazes de fazer com que os projetos saíssem do papel com rapidez. Com medidas

simples, como a centralização dos órgãos de planejamento urbano, a elaboração de novos parâmetros de

construção tornou-se bem mais eficiente, o que é essencial em uma cidade que está passando por tantas

transformações em tão pouco tempo.

A sonhada revitalização da Zona Portuária, a criação do Parque Madureira e a aprovação do Plano Diretor

depois de 20 anos de espera são os maiores orgulhos da gestão de Sérgio Dias. Responsável pelo cumprimento

da legislação e pela elaboração de regras urbanísticas, a Secretaria tem um papel importantíssimo no sucesso

da realização da Copa do Mundo, em 2014, e das Olimpíadas, em 2016, na capital fluminense. Os técnicos

comandados por Sérgio Dias se ocupam não tanto da elaboração de projetos, mas do apoio à Empresa

Olímpica Municipal, cuja função é coordenar a execução de atividades e projetos municipais relacionados a

esses megaeventos esportivos. Com isso foi possível, por exemplo, dar início às obras que renovarão a Zona

Portuária e aumentar o número de hotéis licenciados para que o Rio pudesse se adequar à quantidade de

quartos exigida pelo Comitê Olímpico Internacional.

A Secretaria está promovendo uma revolução nos bairros que serão cortados pelas vias expressas

Transcarioca, Transolímpica, Transoeste e Transbrasil, como Penha, Madureira e Deodoro. Apesar de

apresentarem boa infraestrutura urbana, tais localidades permaneciam estagnadas devido a circunstâncias

diversas, mas, por conta da melhoria na mobilidade urbana, estão se valorizando. O papel da Secretaria de

Urbanismo, nesse caso, é estimular novas construções para revitalizar essas regiões.

Qual o papel da Secretaria na adequação da rede hoteleira

com vistas às Olimpíadas?

Somos responsáveis pelo comitê de acomodações, cujo,

objetivo é incentivar e acelerar o processo de construção

de novos hotéis. Com a criação do pacote olímpico, foram

desenvolvidos incentivos tanto para a construção de novos

hotéis quanto para a reforma e a ampliação da rede existente.

A concepção da lei e o acompanhamento desse trâmite até a

Câmara dos Vereadores foram feitos pela Secretaria.

A Secretaria vê com bons olhos as parcerias com a iniciativa

privada. Que benefícios elas trazem?

É uma orientação do prefeito ter um diálogo com as empresas

privadas, pois a cidade prospera com esses investimentos. O

08 Construir | Dezembro 2012

poder público precisa ser parceiro, entender as demandas,

otimizar os processos. Essa é uma das missões da

Secretaria: produzir diálogos e entendimentos, que trazem

resultados para a Prefeitura, o poder público e a cidade. Um

exemplo disso aconteceu no Sambódromo. O proprietário do

terreno, a Ambev, tinha um poder construtivo muito bom,

mas as regras urbanísticas para a região só permitiam uma

construção que ocupasse 100% do terreno e que tivesse, no

máximo, três andares, como se fosse um caixote. Foi esse bom

diálogo com a iniciativa privada que permitiu a adequação

ao projeto olímpico sem a necessidade de desapropriar um

centímetro quadrado sequer, com custo praticamente zero

para os cofres públicos. Qual foi a contrapartida oferecida

pela Ambev? Para fazer essa mudança, cobramos da

empresa a execução do projeto original do Sambódromo,

que se adequava às exigências do COI. O terreno foi cedido

para a Prefeitura e a construção da nova arquibancada foi

toda paga pela Ambev. Na sua construção, o projeto original

do Oscar Niemeyer não pôde ser executado porque a fábrica

da Brahma ainda estava ativa e não podia ser desapropriada.

Foi tudo desviado, ficando meio capenga. Com o projeto

olímpico, necessitava-se de uma capacidade maior e um

projeto simétrico para abrigar as provas de maratona e de

tiro com arco.

Que outras parcerias estão sendo firmadas para as

Olimpíadas?

É a primeira cidade sede que utiliza parcerias público-

privadas na construção do Parque Olímpico. Não tivemos de

desapropriar o terreno, já era nosso. Mas tivemos de fazer

uma proposta de modificação do projeto do Parque Olímpico

para que pudesse se tornar um legado mais interessante

para a cidade e, dessa forma, mais atrativo para a iniciativa

privada. O que fizemos foi concentrar num canto as

instalações definitivas e, no outro, as temporárias.

Depois de 20 anos, o novo Plano Diretor finalmente foi

aprovado. Qual o papel da Secretaria de Urbanismo nesse

processo?

A Secretaria foi responsável pela condução da aprovação e

negociação do Plano Diretor, que é constituinte da cidade. O

Plano estabelece todas as diretrizes, propostas e condições

do planejamento da cidade, no que diz respeito à questão

urbanística e à questão ambiental. Estava atrasado há dez

capa

anos por questões políticas e ideológicas. O prefeito prometeu

que aprovaria o Plano Diretor e a Secretaria entrou no papel

de construção do Plano com a Câmara de Vereadores.

Eram 1,3 mil emendas a serem analisadas. Com a Câmara,

a Secretaria compatibilizou as emendas. Chegou-se a um

consenso de que algumas não eram matérias e outras eram

repetitivas. Finalmente foi aprovado, representando uma

grande conquista para a cidade, pois traz instrumentos de

práticas modernas de planejamento urbano, como a outorga

onerosa, o IPTU progressivo, a possibilidade de transmissão

de potencial construtivo. Também abrange zoneamento

urbano, criando incentivos para algumas regiões e maior

controle para outras.

Na sua gestão, a quantidade de Projetos de Restruturação

Urbana (PEU) cresceu muito. Qual sua importância para a

cidade?

O Plano Diretor estabelece os Projetos de Estruturação

Urbana, que definem novas regras urbanísticas, tanto para

o tipo de uso – comercial, industrial ou residencial – quanto

para o tipo de construção. Os PEUs se aplicam a uma região

bem definida por características ambientais, urbanísticas,

sociais, paisagísticas e geográficas, e são importantes para

incentivar o seu desenvolvimento. Em apenas dois anos

elaboramos 22 PEUs. O primeiro que fizemos foi para a

região da Penha, que se valorizou muito depois das UPPs

e vai se tornar ainda mais valorizada com a Transolímpica.

Outros bairros terão a legislação revista?

Sim. Estamos elaborando novos PEUs para bairros que

seguem os projetos estruturantes de transportes. Vamos

O PLANO DIRETOR REPRESENTA UMA GRANDE CONQUISTA PARA A CIDADE, POIS TRAZ INSTRUMENTOS

DE PRÁTICAS MODERNAS DE PLANEJAMENTO URBANO

09 Construir | Dezembro 2012

capa

mexer nos bairros que ficam ao longo da Transcarioca, da

Transolímpica e da Transoeste. Tais intervenções geram

investimentos e mexem com a mobilidade e a acessibilidade.

Dessa forma, torna-se até interessante adensar um pouco

mais a região ao longo dessas vias, já que esses bairros têm

boa infraestrutra urbana, mas encontravam-se estagnados

há muito tempo. O PEU de Madureira já foi encaminhado à

Câmara de Vereadores, o de Deodoro está encaminhado e

também vamos olhar para o Grande Meier, Irajá e Ilha do

Governador. Todas as regiões no entorno das trans estão

sendo estudadas.

Por que demorou tanto para a revitalização do Porto sair

do papel?

Há 30 anos o Porto não tinha viabilidade porque não se

encontrava um projeto adequado nem um modelo de negócio.

Usamos apenas instrumentos que estão previstos por lei,

do estatuto da cidade de 1975 e do primeiro Plano Diretor,

e conseguimos tornar a revitalização viável. Através de

uma operação financeira, os empreendedores que querem

construir acima do potencial construtivo básico adquirem

esse direito através da compra de um título chamado Cepac

(Certificado de Potencial Adicional de Construção). Não

estou falando em mudança de gabarito. É um mecanismo da

legislação que permite o aumento do potencial construtivo

desde que se pague uma contrapartida. Quanto melhor as

obras no Porto caminham, melhor o rendimento do papel. É

uma operação belíssima, não é a primeira do Brasil (existem

outras duas em São Paulo), mas é a maior, e conseguimos

negociar os papéis de uma só vez. O Porto Maravilha é um

caso de sucesso, apenas por ele já valeu a pena ter passado

por aqui para deixar esse legado para a cidade.

Que outro projeto é motivo de orgulho em sua gestão?

O Parque Madureira. É um legado urbanístico que cria uma

área verde gigantesca, a terceira maior da cidade, atrás

apenas do Aterro do Flamengo e da Quinta da Boa Vista,

numa região que nunca contou com muitos investimentos

em lazer. Normalmente se faziam tais investimentos

na Zona Sul, para a elite. O subúrbio é carente de áreas

verdes. O local onde o parque foi construído pertencia à

Light, era por onde passavam as torres de transmissão. A

solução é genial porque a Light tinha um investimento a

ser feito em modernização, que geraria uma compactação

da rede de transmissão. Em vez de ocupar os 100 metros

de largura, o sistema passaria a ocupar 40 metros

apenas. E a companhia elétrica queria vender para a

Prefeitura essa área, que tem uma extensão gigantesca.

Em outras gestões, a intenção era repassar isso para a

iniciativa privada construir novos prédios, o que pioraria o

adensamento. O prefeito Eduardo Paes encomendou um

projeto e a Secretaria fez a proposta de criar essa área de

lazer, de excelente infraestrutura urbanística. Isso se torna

um exemplo de projeto público a ser implantado na cidade.

O prefeito já falou que pretende criar outros parques que

estão sendo analisados e estudados. O primeiro deles é a

ampliação do Parque Madureira, que já é considerado “a

praia do subúrbio carioca”.

O PORTO MARAVILHA É UM CASO DE SUCESSO,

APENAS POR ELE JÁ VALEU A PENA TER PASSADO POR

AQUI E DEIXADO ESSE LEGADO PARA A CIDADE.

Foto

Cec

ilia

Lore

nzo

10 Construir | Dezembro 2012

Depois de quase 30 anos desde a primeira vez que

foi anunciada, a revitalização da Zona Portuária do Rio

de Janeiro deixou de ser um sonho. Impulsionado por

uma quantidade recorde de investimentos na cidade, o

projeto Porto Maravilha começou a se tornar realidade

com a reurbanização de um trecho das avenidas Barão de

Tefé e Venezuela. Mas muitas outras intervenções estão

previstas até a realização das Olimpíadas na cidade, em

agosto de 2016, data limite para a conclusão das obras.

A revolução na Zona Portuária finalmente pareceu

possível com a edição da Lei Complementar nº 101, de

2009, que modificou o Plano Diretor local e instituiu a

Operação Urbana Consorciada (OUC) da Região do Porto

do Rio de Janeiro. A OUC compreende um conjunto de

intervenções coordenadas pelo município e demais

entidades da administração pública municipal, com a

participação de proprietários, moradores, usuários e

investidores, tendo em vista transformações urbanísticas

estruturais e melhorias sociais no Porto, além da

valorização ambiental do entorno.

A lei aumentou o potencial construtivo nos quase 5

milhões de metros quadrados da região, autorizando

Foto

de

divu

lgaç

ão

Vista marinha do Museu do Amanhã

urbanismo

UM MAR DE OPORTUNIDADESMUDANÇAS NA LEGISL AÇÃO DA ZONA PORTUÁRIA VIABILIZAR AM O INÍCIO DA REVITALIZAÇÃO NA REGIÃO, QUE PODE GANHAR PRÉDIOS DE ATÉ 50 ANDARES

11 Construir | Dezembro 2012

Foto

de

divu

lgaç

ão

Simulação ilustrativa do Porto Olímpico e seu entorno

ainda, entre outras providências, a construção de edifícios

além dos limites atuais – dependendo da área, eles

poderão ter até 50 andares. Já nas áreas de preservação

do patrimônio cultural e arquitetônico, as restrições para

a construção continuam rigorosas.

Para explorar esse novo potencial construtivo,

os interessados precisam adquirir um Certificado de

Potencial Adicional Construtivo (Cepac). A Prefeitura

emitiu quase 6,5 milhões de Cepacs no valor unitário

de R$ 545,00, todos comprados pela Caixa Econômica

Federal (CEF), que, dessa forma, estruturou o maior fundo

de investimento imobiliário do país. A venda viabilizou o

início das obras no Porto.

A verba obtida pelo município com a alienação de

Cepac deve ser utilizada obrigatoriamente na área. Dessa

forma, tem-se os recursos necessários para financiar

as intervenções sem aumentar o endividamento. Além

disso, oferece-se ao mercado imobiliário a oportunidade

de adquirir direitos urbanísticos adicionais para o

atendimento de suas demandas, antes das intervenções

ou durante sua execução, as quais, em tese, deverão

gerar uma valorização dos imóveis no local.

“A Operação Urbana, mecanismo inovador que está

sendo usado pela primeira vez no Estado do Rio de Janeiro,

foi o que permitiu que o Porto Maravilha saísse do papel”,

explica o secretário municipal de Urbanismo, Sérgio Dias.

Um dos objetivos da Operação é tornar a histórica Zona

Portuária carioca uma referência de planejamento urbano, a

exemplo de cidades como Buenos Aires (Argentina), Roterdã

(Países Baixos), Nova York e Baltimore (EUA).

Já estão prontas as obras da primeira fase, que

incluem a construção de novas redes de água, esgoto e

drenagem nas avenidas Barão de Tefé e Venezuela e a

urbanização do Morro da Conceição, além da restauração

do Jardim Suspenso do Valongo. O consórcio Saúde

Gamboa, formado pelas empresas Construtora OAS, EIT

- Empresa Industrial Técnica e Odebrecht Serviços de

Engenharia e Construção, venceu a licitação para tocar

essa parte da obra, entregue este ano.

Orçada em R$ 120 milhões, a intervenção renovou

o calçamento, a iluminação pública, a drenagem e a

arborização de alguns trechos das avenidas Barão de Tefé,

Venezuela e Rodrigues Alves e das ruas Camerino e Sacadura

Cabral. O Píer e a Praça Mauá foram reurbanizados e outras

seis vias foram beneficiadas. A parte mais vistosa dessa fase

são o Jardim Suspenso do Valongo, construído em 1906 pelo

prefeito Pereira Passos, e o Cais do Valongo, descoberto

durante o trabalho de arqueologia na Praça Jornal do

Comércio e hoje parcialmente à mostra para o público.

12 Construir | Dezembro 2012

urbanismoJá a segunda fase está a cargo do consórcio Porto

Novo S.A., integrado pelas construtoras OAS Construtora,

Norberto Odebrecht Brasil e Carioca Christiani-Nielsen

Engenharia, que firmaram uma parceria público-privada

para prestar os serviços públicos e executar as obras

estruturais e de urbanismo. A intervenção de maior impacto

prevista nessa fase é a demolição do Elevado da Perimetral,

que liga o Caju até a região da Praça XV, no Centro.

Para que a demolição se torne viável, serão

construídas novas vias, além de um túnel de quase dois

quilômetros entre a Praça Mauá e a Avenida Rodrigues

Alves. Um túnel já existente sob o Morro da Providência

será ampliado e duas rampas ligando o viaduto do

Gasômetro ao Santo Cristo serão erguidas. Outra grande

obra de responsabilidade do consórcio Porto Novo S.A. é o

Museu do Amanhã, ousado projeto do renomado arquiteto

espanhol Santiago Calatrava que ocupará o Píer Mauá.

As obras do projeto Porto Maravilha incluem a

reurbanização de aproximadamente 70 quilômetros de

vias (pavimentação, drenagem, sinalização, iluminação,

arborização de calçadas e canteiros) e a implantação de um

circuito cicloviário com pistas exclusivas e compartilhadas,

interligando a área ao bairro de São Cristóvão e à Zona Sul.

Incluem ainda a melhoria da qualidade das águas do Canal

do Mangue e a criação de novas redes de esgotamento

sanitário, de abastecimento de água, de energia elétrica,

de telefonia e de gás encanado. As ações foram projetadas

para garantir o atendimento às demandas do adensamento

populacional esperado na região.

A questão habitacional é uma preocupação do projeto,

que prevê o remanejamento gradual de moradores em áreas

de risco no Morro da Providência para novas residências,

localizadas no entorno. E para priorizar o transporte

coletivo, além das propostas viárias serão criadas calhas

ajardinadas destinadas a receber futuramente um circuito

de veículo leve sobre trilho (VLT), que terá dois trajetos

interligando o sistema a outros meios de transportes já

existentes. O VLT será objeto de licitação específica.

A região portuária, tal como a conhecemos hoje,

expandiu-se durante o governo do presidente Rodrigues

Alves (1902-1906), que nomeou Pereira Passos prefeito

do Rio. Na época, a linha da costa foi aterrada para

viabilizar a modernização do Porto. Porém, com a evolução

das técnicas das operações portuárias e, principalmente,

devido à necessidade de se ter um espaço cada vez maior

de armazenamento, os galpões entre a Praça Mauá e a

Avenida Francisco Bicalho foram se tornando obsoletos.

Foto

de

divu

lgaç

ão

Vista de como vai ficar a Av. Rodrigues Alves sem a Perimetral

COBA

ww

w.c

oba.p

t

C O N S U L T O R E S P A R A O B R A S , B A R R A G E N S E P L A N E J A M E N T O , L T D A

FortalezaAv. Senador Virgílio Távora 1701, Sala 403Aldeota - Fortaleza CEP 60170 - 251Tel.: (55) 85 3244-3285, Fax: (55) 85 3244-3285E-mail: [email protected]

RIO DE JANEIRO ESCRITÓRIOSRua Buenos Aires 68, 25º, Centro.Rio de Janeiro, RJ-CEP 20070 - 022Tel.: (55) 21 3553 6739 Fax: (55) 21 2580-1026E-mail: [email protected]

|

C O N S U L T O R E S D E E N G E N H A R I A E A M B I E N T E

RIO DE JANEIRO | SEDERua Bela 1128, São CristóvãoRio de Janeiro, RJ-CEP 20930-380Tel.: (55) 21 3515-0101 Fax: (55) 21 2580-1026E-mail: [email protected]

Cartografia e Cadastro Controle de Segurança e Reabilitação de Obras Gerenciamento e

Sistemas de Abastecimento de Água e de Águas Residuais e Pluviais Agricultura e Desenvolvimento Rural

Planejamento de Recursos Hídricos Aproveitamentos Hidráulicos Produção e Transporte de Energia Elétrica

Infraestruturas Rodoviárias, Ferroviárias e Aeroportuárias Ambiente Edificações Estruturas Geotécnicas

Supervisão de Empreendimentos

14 Construir | Dezembro 2012

urbanismoFo

to d

e di

vulg

ação

O passeio público arborizado irá da Praça Mauá ao Armazém 6

A revitalização da Zona Portuária está apenas no começo. Até 2016, museus e prédios corporativos de alto

padrão vão transformar o perfil da região por completo. Todos os prédios serão interligados por uma nova

linha de bondes modernos, os chamados veículos leves sobre trilhos. As primeiras mudanças já podem ser

percebidas em alguns pontos.

NOVOS CARTÕES-POSTAIS NO PORTO

JARDIM SUSPENSO DO VALONGO: Construído em 1906,

na gestão do prefeito Pereira Passos, o jardim segue

o estilo romântico inglês. Foi a solução encontrada

para transpor um pedaço do Morro da Conceição na

ocasião do alargamento da ruela que deu origem à

Rua Camerino. Seu principal tesouro é o conjunto de

estátuas de mármore representando as quatro estações,

recolocadas no local após uma temporada no Palácio da

Cidade, em Botafogo.CAIS DO VALONGO E DA IMPERATRIZ: As obras de

reurbanização da Avenida Barão de Tefé revelaram um pedaço

importante da história do Rio: o Cais do Valongo, ponto de

desembarque de quase 1 milhão de escravos entre os séculos

XVIII e XIX. Em 1843, um novo atracadouro foi construído sobre

o cais dos escravos, para receber a imperatriz Teresa Cristina,

que chegava ao Brasil vindo de Nápoles, na Itália. Com as

obras de ampliação do antigo porto, no início do século XX, o

cais foi aterrado. Apenas agora, mais de cem anos depois, os

cariocas puderam conhecer os dois cais, cujas pedras estão à

mostra na Praça Jornal do Comércio.

TELEFÉRICO DA PROVIDÊNCIA: Previsto para começar a

funcionar em janeiro, o teleférico vai ligar a Central do

Brasil à Cidade do Samba, passando pelo alto do Morro

da Providência, a favela mais antiga da cidade. A distância

de quase 700 metros será percorrida em menos de cinco

minutos. O principal atrativo do passeio será a paisagem,

que exibe um ângulo pouco conhecido do Rio de Janeiro.

MUSEU DE ARTE DO RIO: Antes do arrojado Museu do

Amanhã, que está sendo construído no Píer Mauá, a cidade

ganhará um outro equipamento cultural importante. Trata-

se do Museu de Arte do Rio, que abrigará obras de estilos

variados e que teve a inauguração adiada para março. O

museu agrega duas construções de estilos arquitetônicos

diferentes: o palacete neoclássico D. João VI, de 1916, e um

prédio modernista, dos anos 1940. Uma estrutura em forma

de onda com 1,5 mil metros quadrados interligará os dois.

15 Construir | Dezembro 2012

O PARQUE MADUREIRA É DIVINOTERCEIR A M AIOR REGIÃO V ERDE DA CIDADE, A ÁRE A DE L AZER

FOI PROJETADA PEL A SECRETARIA DE URBANISMO EM TERRENO ANTES OCUPADO POR TORRES DA LIGHT

lazer

Cinco jatos d’água e lagos que ocupam 1.600m² ajudam a reduzir a temperatura na região

Foto

Ale

xand

re M

acie

ira

| R

iotu

r

16 Construir | Dezembro 2012

lazerQuem visita Madureira, na Zona Norte do Rio, depois

da inauguração do Parque Madureira Rio+20, mal

acredita que havia uma área vazia tão grande no coração

do bairro. Com as novas tecnologias de transmissão

de energia, as torres de alta tensão da Light que

atravessam Madureira passaram a ocupar um espaço

80% menor, liberando o precioso e vasto terreno para a

construção do parque. Com 103 mil metros quadrados

(o equivalente a 12 campos de futebol), ele foi aberto à

população em junho de 2012, durante a Conferência da

ONU sobre Desenvolvimento Sustentável na cidade.

O projeto do parque, que existia há mais de dez

anos mas não havia saído do papel, foi desenvolvido

pela equipe de arquitetos e urbanistas da Secretaria

Municipal de Urbanismo (SMU), conta o secretário

Sérgio Dias. “O prefeito Eduardo Paes preferiu criar

uma área verde numa região que já era densamente

povoada a construir novas moradias, como se chegou a

cogitar em outras gestões”, elogia Dias. Segundo ele, a

decisão foi mais do que acertada – o efeito positivo que

o Parque Madureira trouxe para a vida dos moradores é

visível. Com palco para shows, pista de skate, quadras e

fontes para banho, o espaço lota nos fins de semana e,

por isso, é considerado “a praia do subúrbio”.

Apenas seis meses após a inauguração, já existe um

projeto de ampliação que pode transformar o Parque

Madureira na segunda maior área verde da cidade,

superando a Quinta da Boa Vista, em São Cristovão, e

ficando atrás apenas do Aterro do Flamengo. Se todo o

terreno que pertencia à Light for ocupado, a área pode

ficar mais do que quatro vezes maior: chegará a 450

mil metros quadrados, passando pelos bairros de Bento

Ribeiro, Oswaldo Cruz, Marechal Hermes, Deodoro e

Guadalupe. A ampliação custaria R$ 200 milhões, o

dobro do que custou a parte já pronta.

Projetado para ser um modelo de sustentabilidade,

o parque conta com sistema de irrigação para consumo

controlado de água, equipamentos com teto e paredes

verdes (controle térmico), controle de resíduos sólidos,

reuso de água, poços artesianos, pisos permeáveis,

iluminação de baixo consumo (LED) e tratamento de esgoto.

Por todos esses cuidados, a área de lazer foi a primeira

da cidade a receber a certificação de sustentabilidade

Aqua (Alta Qualidade Ambiental), da Fundação Vanzolini,

ligada à Universidade de São Paulo (USP). “O parque é

um exemplo para outros, e a Secretaria está trabalhando

nesse sentido”, afirma Sérgio Dias.

Pontuado por 800 árvores nativas, 450 palmeiras e

cinco lagos com fontes iluminadas, o projeto contou

com o plantio de 52 mil mudas e 31.500 metros

quadrados de grama. As árvores ainda estão pequenas

e pouco frondosas, mas, quando crescerem, trarão

uma diminuição de cinco graus na temperatura do

Foto

Ale

xand

re M

acie

ira

| R

iotu

r

Foto

Ale

xand

re M

acie

ira

| R

iotu

r

Centro de educação ambiental

Pista de skate

PARQUE É COMPARADO À PRAIA E DEVE PASSAR POR

AMPLIAÇÃO

17 Construir | Dezembro 2012

entorno. Há ainda um pequeno jardim botânico com

espécies nativas e exóticas, feito especialmente para os

deficientes visuais, que podem tocar e identificar cada

planta pela textura e pelo cheiro das folhas.

O Parque Madureira terá um Centro de Educação

Ambiental com parede verde, teto solar e uma estação

meteorológica para o controle de irrigação local. A ideia

é que o parque seja um polo de educação ambiental,

incentivando o envolvimento da comunidade e a

participação de estudantes em sua preservação.

Entre os equipamentos culturais, estão a Praça do

Samba, próxima à quadra da Portela e com capacidade

para abrigar 360 pessoas sentadas ou 3 mil em pé,

e as recém-inauguradas Nave do Conhecimento e

Arena Carioca. Com 415 metros quadrados, a Nave do

Conhecimento tem biblioteca virtual e acesso à internet,

podendo ser usada para atividades interativas e

pequenos cursos. Já a Arena Carioca, espaço reservado

para apresentações culturais, terá 1.350 metros

quadrados e capacidade para 400 pessoas sentadas. O

palco será reversível para o lado de fora da estrutura,

onde há espaço para 1.500 pessoas em pé.

O parque tem quadras de vôlei, vôlei de areia e

basquete e campo de grama sintética para partidas

de futebol. Crianças, adultos e idosos ganharam

equipamentos especiais, como playgrounds, academia

ao ar livre e academia para a terceira idade, além de

uma ciclovia e uma área para a prática de bocha e tênis

de mesa. Tem ainda oito conjuntos de banheiros com

fraldários, oito quiosques comerciais, um de bicicletas

e um de esportes.

lazer

ATERRO DO FLAMENGO

Tamanho: 1,2 milhão m2

Ano de inauguração: 1965.

Paisagista: Roberto Burle Marx.

Características: Uma ode ao

modernismo no desenho das

calçadas, no mobiliário urbano

e nas passarelas. Reúne 11.600

árvores de 190 espécies, nativas

e exóticas. Paixão de Burle Marx,

as palmeiras, de 50 espécies

diferentes, representam mais de um

terço do total de árvores do parque.

QUINTA DA BOA VISTA

Tamanho: 155 m2

Ano de inauguração: 1869.

Paisagista: Auguste Glaziou.

Características: Segue o estilo

romântico inglês, com mobiliário

decorativo imitando a natureza,

além de grutas e agrupamentos

rochosos artificiais. Exemplares da

flora e da fauna brasileiras estão

organizados de acordo com as

zonas climáticas a que pertencem.

Destaque para a Alameda das

Sapucaias, posicionada em frente

ao Palácio Imperial.

PARQUE MADUREIRA RIO+20

Tamanho: 103 mil m2

Ano de inauguração: 2012.

Paisagista: Fernando Chacel.

Características: Além de 800

árvores nativas e 450 palmeiras,

foram plantadas mais de 50 mil

mudas de árvores e colocados 31,5

mil metros quadrados de grama.

OS TRÊS MAIORES PARQUES DA CIDADE

18 Construir | Dezembro 2012

20 Construir | Dezembro 2012

NOVA LEGISLAÇÃO AQUECE O SETOR HOTELEIROINCENTIVOS CRIADOS PELA SMU FIZERAM COM QUE A CIDADE ATINGISSE

A QUANTIDADE DE QUARTOS RECOMENDADA PARA AS OLIMPÍADAS

turismo

Uma das principais preocupações do Comitê Olímpico

Internacional (COI) quando o Rio de Janeiro foi eleito sede das

Olimpíadas de 2016 era com a rede hoteleira. Na ocasião, a

cidade tinha apenas 20 mil quartos disponíveis, metade do

que era exigido pelo comitê.

O problema foi contornado graças a um pacote de

incentivos apresentado pela Secretaria Municipal de

Urbanismo (SMU) no escopo da Lei Complementar

nº 108, de novembro de 2010, que, entre outras providências,

estabeleceu incentivos para a ampliação da capacidade de

hospedagem no Rio devido à realização na cidade da Copa

do Mundo, em 2014, e dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos,

em 2016. Com os projetos em construção, em licenciamento

e análise, é possível chegar a 17,5 mil novas unidades até

2015. As 2,5 mil unidades que faltarão para fechar a conta

serão atingidas com a acomodação em albergues e navios.

“Essa questão da acomodação não é mais motivo para

dor de cabeça”, comemora o secretário de Urbanismo,

Sérgio Dias. E com razão. Após a aprovação da lei, a

construção de hotéis no município cresceu num ritmo

recorde. Até a abertura dos Jogos, 110 estabelecimentos

serão inaugurados. Para se ter uma ideia da magnitude

desse número, nos últimos 20 anos a média de licenças

emitidas pela SMU para hotelaria era de 1,8 por ano. Os

efeitos positivos do pacote olímpico já podem ser sentidos

em 2012, quando a cidade ganhou quase mil novos quartos

para hospedagem.

Assim, o Rio se tornou mais atraente ainda para as

grandes redes hoteleiras. A francesa Accor, por exemplo,

vai investir mais de R$ 400 milhões em sete unidades novas

na capital fluminense. Outro grupo que aposta pesado nos

encantos cariocas é o Windsor, que deve ampliar a oferta de

Windsor Atlântica dá nova cara ao antigo Le Méridien

Foto

de

divu

lgaç

ão

21 Construir | Dezembro 2012

Ibis Copacabana é o centésimo hotel da rede em operação na América Latina

Foto

de

divu

lgaç

ão

quartos em quase 50%. Grupos estrangeiros que ainda não

tinham fincado suas bandeiras por aqui – como Hyatt, Four

Seasons e Txai – devem chegar em breve.

Além de autorizar a construção de hotéis em novas áreas,

a Lei Complementar nº 108 oferece benefícios como isenção

de ITBI (Imposto sobre a Transferência de Bens Imóveis) na

aquisição do terreno, isenção de IPTU (Imposto Predial e

Territorial Urbano) durante a construção e redução da alíquota

de ISS (Imposto Sobre Serviços) para serviços voltados para

essas obras. Outro incentivo é a exclusão das áreas de serviço,

apoio, administração e circulação interna do cálculo da área

total edificada. “Num empreendimento hoteleiro, apenas as

áreas comuns costumam representar 30% do total. Com isso,

a construção de novas unidades se torna mais atraente”,

explica o secretário.

Em troca dos benefícios, os grupos hoteleiros precisam

cumprir uma lista de exigências no que diz respeito à

sustentabilidade e à acessibilidade. Deverão ter rampas

de acesso e instalações adequadas para receber pessoas

com necessidades especiais e observar alguns fatores,

como aproveitamento dos recursos naturais disponíveis

para ventilação e iluminação, aquecimento solar, gestão

e economia de água, uso racional dos materiais e uso de

tecnologias e produtos que não agridam o meio ambiente.

A maior parte dos novos investimentos se concentra na

Barra da Tijuca, região que, de acordo com a lei de 2010,

ganhou regras específicas. Foi autorizada a construção

de hotéis em áreas até então proibidas, como à beira das

avenidas das Américas, Ayrton Senna e Evandro Lins e

Silva (no lado par). O bairro e as adjacências abrigarão 38

novos estabelecimentos e duas expansões, que totalizarão

quase 4 mil apartamentos. De acordo com o relatório das

obras, cerca de 300 ficarão prontos este ano. Em 2013,

outros 729 devem entrar em operação, chegando a 2.901

em 2014. Outras 1.038 unidades ficarão para 2015.

A Prefeitura dividiu os hotéis em quatro regiões de

influência dos Jogos Olímpicos: Barra, Copacabana,

Maracanã e Deodoro. Depois da Barra, a região que mais

receberá investimentos é Copacabana (que abrange

toda a Zona Sul), com 33 novos hotéis e três expansões;

Maracanã (que compreende o Centro, a Zona Portuária

e Del Castilho), com 12 novos hotéis e duas ampliações;

e Deodoro, que inclui dois novos lançamentos na Ilha do

Governador. A previsão é que os hotéis do pacote olímpico

tenham sua licença emitida pela SMU até dezembro de

2013 e sejam inaugurados até dezembro de 2015.

22 Construir | Dezembro 2012

Foto

de

divu

lgaç

ão

Odebrecht e Andrade Gutierrez e a Carvalho Hosken, por

meio do consórcio Rio Mais. Serão investidos mais de R$ 1,35

bilhão para a construção dos equipamentos e a manutenção

do local pelo prazo de 15 anos.

Escolhido num concurso internacional que contou com

mais de 60 participantes de 18 países, o projeto do Parque

Olímpico é de autoria do escritório de arquitetura inglês

Aecom, o mesmo que fez o Parque Olímpico de Londres

As obras do Parque Olímpico, considerado o coração

esportivo dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de

2016, começaram em julho, com a desmontagem das

arquibancadas tubulares do antigo Autódromo Internacional

Nelson Piquet, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de

Janeiro, onde será construído. O parque, que terá o tamanho

do Leme e concentrará a disputa de 14 modalidades

olímpicas e nove paraolímpicas, será erguido às margens

da Lagoa de Jacarepaguá pelas empresas associadas

Simulação do Parque Olímpico nos Jogos Rio 2016

olimpíada

O CORAÇÃO ESPORTIVO DE 2016 JÁ ESTÁ BATENDO

COM PARTICIPAÇÃO DE ASSOCIADAS DA AEERJ, OBR AS NA REGIÃO QUE VAI ABRIGAR O PARQUE OLÍMPICO ESTÃO A PLENO VAPOR

23 Construir | Dezembro 2012

em 2012. O principal critério para a seleção da proposta

dizia respeito ao legado. Ou seja, os Jogos devem servir,

antes de tudo, à cidade. Por isso, o projeto vencedor foi o

que melhor aliou os requisitos para as Olimpíadas com o

estabelecimento dos princípios fundamentais do bairro que

surgirá ali depois do evento.

Segundo o secretário Sérgio Dias, a Secretaria Municipal

de Urbanismo teve uma atuação muito próxima da Empresa

Olímpica Municipal, cuja função é coordenar a execução

de atividades e projetos municipais relacionados aos

megaeventos esportivos que ocorrerão no Rio nos próximos

anos. “Sugerimos algumas mudanças no projeto que

constava do documento de candidatura com o objetivo de

concentrar as estruturas temporárias numa só área, para

futuramente evitar espaços vazios”, contou Dias. “Essa foi

uma das maiores críticas às Olimpíadas de 2012. Londres

ficou com alguns elefantes brancos”, justificou.

O consórcio Rio Mais realizará a infraestrutura do Parque

Olímpico e de duas outras instalações situadas na região: a

Vila dos Atletas, onde os esportistas ficarão hospedados, e o

Parque Carioca. Também será responsabilidade do consórcio

Rio Mais construir três pavilhões esportivos que, depois dos

Jogos, formarão um Centro Olímpico de Treinamento para

atletas de alto rendimento, equipamento inédito no Brasil e o

mais moderno da América Latina. Ainda serão construídos um

hotel com 400 quartos e o Centro Principal de Imprensa, que

abrigará posteriormente um empreendimento comercial. Tudo

isso será servido por duas linhas de BRT: o Transoeste, que liga

Barra e Santa Cruz, e o Transcarioca, ainda em construção, até

o Aeroporto Internacional Antonio Carlos Jobim.

Outra característica que chama a atenção é a forma

inovadora de financiamento da construção de um Parque

Olímpico, conjugando parcerias do município com o setor

privado, nessa primeira etapa; e com o governo federal, na

segunda, que terá início em meados de 2013. A Prefeitura

construirá o velódromo e três equipamentos temporários: a

arena de handebol, o centro de tênis e o parque aquático.

Sempre que possível, essas instalações serão projetadas

para serem transformadas em escolas ou bibliotecas

públicas, dentro do conceito de arquitetura nômade

inaugurado em Londres: aquela cujos equipamentos podem

ser desmontados, transformados e mudados de lugar.

O Parque Olímpico deve ficar pronto em meados de 2015.

O cronograma da obra segue o que foi determinado pelo

Comitê Olímpico Internacional e o que foi acordado com a

Confederação Brasileira de Automobilismo.

DOIS PROJETOS AINDA EM GESTAÇÃO

BAIRRO CARIOCA OLÍMPICO: A poucos quilômetros

do Parque Olímpico, no Anil, Zona Oeste, a cidade vai

ganhar outro empreendimento do projeto Bairro Carioca,

projeto habitacional da Prefeitura para a construção de

moradias populares. O novo conjunto de prédios com

cerca de 2 mil apartamentos, segundo estimativas, vai

servir para abrigar os profissionais da mídia durante as

Olimpíadas. Depois, será vendido, prioritariamente, para

servidores da Prefeitura. Como em todas as intervenções

urbanas previstas para os Jogos, estas também terão o

acompanhamento da Secretaria de Urbanismo.

IBC: A Secretaria de Urbanismo sugeriu a transferência

do Centro Internacional de Retransmissão (IBC, na sigla

em inglês), que reunirá 20 mil técnicos e profissionais

de TV de todo o mundo para a cobertura dos Jogos, do

Parque Olímpico para a Avenida Abelardo Bueno, na

Barra da Tijuca. Com a transferência, o imóvel, orçado em

R$ 400 milhões, ganha valor de mercado, pois tem grande

potencial para abrigar empreendimentos corporativos.

A intenção é não repetir o erro cometido pelo comitê

organizador dos Jogos em Londres, onde o equipamento

ficou sem utilidade depois de encerrada a competição.

SECRETARIA SUGERIU MUDANÇAS QUE

VIABILIZARAM O PROJETO

24 Construir | Dezembro 2012

POR UMA CIDADE MAIS VERDECRIADA PEL A SECRETARIA DE URBANISMO, CERTIFICAÇÃO

ESTIMUL A O SURGIMENTO DE EDIFÍCIOS SUSTENTÁV EIS

Meio Ambiente

Com a finalidade de incentivar ações de susten-

tabilidade, a Prefeitura do Rio elaborou um decreto criando

a certificação Qualiverde. Para obter essa certificação, o

empreendimento, comercial ou residencial, deve atender a

uma lista de requisitos, entre os quais o uso de teto verde,

de aquecimento solar na água e de iluminação artificial

e eficiente. Cada uma dessas ações tem uma pontuação

específica e o empreendimento pode receber dois tipos de

certificação: o Qualiverde, para os que atenderem a 70%

do total da pontuação, e o Qualiverde 100, caso todos os

requisitos sejam contemplados.

A iniciativa poderá ser aplicada aos empreendimentos

imobiliários que estão sendo licenciados na capital

fluminense. Com a certificação, as construções

sustentáveis podem obter descontos de até 50% ou mesmo

isenção do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) e

do ITBI (Imposto de Transmissão de Bens Imóveis), além

da redução do ISS (Imposto Sobre Serviços).

Comparado com outras cidades, o número de

construções sustentáveis no Rio ainda é baixo. A

perspectiva, no entanto, é positiva. Antes mesmo da

aprovação do decreto, em junho, a expectativa era de

expansão dessa opção de construção. Um estudo realizado

pela consultoria imobiliária Cushman & Wakefield, em

2011, já apontava que 40% dos novos estabelecimentos

comerciais eram sustentáveis e que até 2013 haveria um

acréscimo de quase 380 mil metros quadrados verdes.

“Além de ser benéfica para a cidade”, explica Sérgio

Dias, secretário de Urbanismo, “a certificação cria um

estímulo vantajoso para o mercado imobiliário. Com os

descontos, as construções verdes passam a ter um custo

equivalente ao de uma construção tradicional.” E a ideia,

acrescenta Dias, é que essas ações de sustentabilidade

se estendam ao maior número possível de construções

novas, “beneficiando também edificações que sofram

grandes reformas ou algum retrofit”.

Foto

de

iSto

ck

25 Construir | Dezembro 2012

novos empreendimentosFo

tos

de d

ivul

gaçã

o

MECANISMOS URBANOS PARA AQUECER O MERCADO IMOBILIÁRIO

PROJETO DE ESTRUTUR AÇ ÃO URBA NA (PEU) E Á RE A DE ESPECI A L INTERESSE URBA NO ( A EIU) TR AZEM NOVAS REGR AS PA R A

REGIÕES QUE ESTÃO SE DESEN VOLV ENDO

As torres do Porto Atlântico Business Square

Com a realização das Olimpíadas e da Copa do

Mundo no Rio de Janeiro, áreas que se encontravam

estagnadas vêm se valorizando. É o caso da Zona

Portuária, de Madureira e da Penha, que estão passando

e continuarão a passar por mudanças profundas nos

próximos anos. Para que seja possível acompanhar tais

transformações, o Plano Diretor da cidade, cujo texto só

pode ser atualizado a cada dez anos, prevê mecanismos

que visam estimular novas construções e a diversificação

dos tipos de uso. Os principais mecanismos, que

funcionam como uma espécie de complemento ao Plano

Diretor, são o Projeto de Estruturação Urbana (PEU) e a

Área de Especial Interesse Urbanístico (AEIU). Por meio

deles é possível criar novas regras urbanísticas para

determinadas áreas da cidade.

Foram esses estímulos que ajudaram a tornar viáveis

projetos como o da revitalização do Porto, que ganhou

uma nova legislação com a criação da AEIU da região.

Assim, construções como a do edifício corporativo

Terra Brasilis, na Praça Mauá, já saíram do papel, e

outras, como a do Porto Atlântico Business Square, da

Odebrecht, no Santo Cristo, estão a caminho. O PEU de

São Cristóvão, elaborado pela Secretaria Municipal de

Urbanismo e transformado em lei pelo Projeto de Lei

nº 73, permitiu o ressurgimento de empreendimentos no

bairro, até então estritamente industrial.

Entre 1992 e 2008, foram aprovados apenas

três PEUs. Na gestão do secretário Sérgio Dias, a

elaboração de PEUs deu um salto. Agora são 22 novos

PEUs, mas nem todos já foram transformados em lei.

A centralização das Coordenadorias de Planejamento

e a contratação de geógrafos contribuíram para essa

verdadeira explosão de PEUs.

Entre as áreas que devem ser contempladas com novas

legislações urbanas estão Deodoro – que, ao lado da Barra,

da Zona Sul e do Centro, receberá provas olímpicas – e os

bairros ao longo da Avenida Brasil. Em Deodoro, a ideia é

que o PEU estimule a construção de residências na área

que será servida pelo corredor expresso da Tansolímpica.

Já na Avenida Brasil, a AEIU pretende estimular, além

de moradias, novos pontos comerciais, tendo em vista

o desenvolvimento de uma região em que a presença de

indústrias vem perdendo importância.

26 Construir | Dezembro 2012

legislação

O NOVO PLANO DIRETOR DO RIODOCUMENTO QUE NORTEI A O DESEN VOLV IMENTO URBA NO NA

CIDA DE TR AZ MODERNOS MEC A NISMOS DE PL A NEJA MENTO

Sancionada no ano passado, a Lei Complementar nº 111,

que promoveu a revisão do Plano Diretor da cidade do Rio

de Janeiro, representou o fim de uma espera de 20 anos.

Uma das leis mais importantes do município, por tratar

das regras de ocupação do solo e do ordenamento urbano,

o documento estabelece mudanças que dinamizarão o

processo de desenvolvimento. “Em quase três anos de

trabalho, a Secretaria analisou mais de mil emendas

encaminhadas pela Câmara de Vereadores, até chegar à

redação final da proposta”, conta Sérgio Dias, secretário de

Urbanismo. “Trata-se de uma antiga demanda do município

que foi atendida por conta da vontade política do prefeito e do

trabalho da Secretaria”, resume.

Além de apontar mecanismos modernos para pensar

o desenvolvimento, o novo Plano Diretor inova a legislação

urbana no Brasil, ao abordar a sustentabilidade de forma

eficiente e com privilégio da paisagem. “Esse aspecto

subjetivo torna-se uma diretriz objetiva e precisa ser levado

em conta em toda e qualquer decisão de planejamento, o

que, de certa forma, antecipou o tombamento do Rio como

Patrimônio Mundial da Humanidade, conforme determinação

da Unesco meses depois”, lembra Dias.

A meta do Plano Diretor é garantir o crescimento

sustentável da cidade através de políticas que articulem os

diferentes setores de atuação do poder público. Desse modo,

meio ambiente, saneamento ambiental, patrimônio cultural,

transporte e habitação apresentam propostas específicas

para suas respectivas áreas, porém, tomando por base a

linha mestra da política urbana desenhada no Plano Diretor.

Para pensar o ordenamento territorial, o documento

estabeleceu quatro macrozonas na cidade, divididas de

Macrozoneamento e áreas de planejamento

Foto

de

divu

lgaç

ão

acordo com a densidade demográfica de cada uma. A

Macrozona de Ocupação Controlada, que abrange a Zona Sul

e parte do Centro, restringe a ocupação nessas áreas, que

estão próximas da saturação. Já a Macrozona de Ocupação

Incentivada, na Zona Norte, no subúrbio e em parte do

Centro, prevê estímulo à ocupação, pois essas são áreas

já dotadas de infraestrutura mas que, nos últimos anos,

estavam estagnadas.

As outras duas macrozonas são a de Ocupação

Condicionada, correspondente à Baixada de Jacarepaguá,

aos bairros da Barra da Tijuca e ao Recreio dos Bandeirantes,

e a de Ocupação Assistida, para o restante da Zona Oeste.

Enquanto no primeiro caso a ocupação só pode se dar na

medida em que haja investimentos públicos ou privados em

infraestrutura, no segundo o poder público é o responsável

por incentivar sua ocupação e as atividades econômicas,

dotando o local de infraestrutura, serviços urbanos e

moradias, além de zelar pela proteção ambiental.

Em todas as macrozonas delimitam-se locais de

restrição à ocupação e de preservação de áreas frágeis,

como encostas de morro e regiões de baixada. Outras

restrições também podem ser estabelecidas em áreas que

podem vir a ser alvo de reestruturação, de grandes obras

viárias ou de instalação de equipamentos previstos para a

Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos.

Os principais mecanismos criados pela nova legislação

são o direito de preempção, que concede ao poder público

a preferência na aquisição de imóveis em determinadas

localidades, e a outorga onerosa do direito de construção e

de alteração de uso, que libera a altura da edificação acima

do permitido desde que seja pago um determinado valor ao

poder público.

Previstos no Plano Diretor anterior, alguns instrumentos

foram valorizados por constituírem mecanismos eficientes

para o desenvolvimento da cidade, estimulando o diálogo

entre o poder público e a iniciativa privada. São eles a

transferência do direito de construir, que possibilita a

ampliação do potencial construtivo em determinadas áreas,

e a operação urbana consorciada, que admite a concessão

de determinados serviços públicos à iniciativa em troca de

melhorias de infraestrutura urbana e da manutenção dessas

melhorias por um determinado período de tempo.

ESCRITÓRIORua México 111 sala 1503Centro – Rio de Janeiro (RJ)TELEFONE: (21) 3173- 2212

USINA DE ASFALTOAvenida do Contorno 3500Barreto – Niterói (RJ)TELEFONE: (21) 2717-1212

Hospital Anchieta Mais uma obra entregue ao Governo do Estado do Rio de Janeiro Fiscalização: EMOP

Usina de asfalto da EngebioProduz asfalto para pavimentação urbana e rodoviária no Estado do Rio de Janeiro

A Engebio contribui para o desenvolvimento do Estado do Rio de Janeiro

28 Construir | Dezembro 2012

CAMINHOS PARA A TRANSFORMAÇÃOCORREDORES EXPRESSOS DE ÔNIBUS LEVA M A MUDA NÇ AS NA

LEGISL AÇ ÃO PA R A A RENOVAÇ ÃO DO SUBÚRBIO

Ainda que não participe diretamente da implantação

dos novos corredores expressos de transporte, a

Secretaria Municipal de Urbanismo procura se antecipar

às mudanças que as novas ligações trarão para a cidade.

A tendência é que os bairros localizados ao longo da

Transolímpica, Transcarioca, Transoeste e Transbrasil

se valorizem e voltem a ser lugares atrativos para novos

investimentos, tanto provenientes da iniciativa privada

quanto do poder público.

Enquanto a Transolímpica será uma via expressa para

todos os tipos de veículos, os outros três corredores são

destinados exclusivamente aos coletivos.

Dos quatro corredores, o único que já foi parcialmente

inaugurado foi o Transoeste, no trecho entre Santa Cruz

e Barra, em obra realizada pela Norberto Odebrecht

Brasil. A ligação até Campo Grande está a cargo da

Sanerio Construções.

Com 41 quilômetros de extensão, a Transcarioca,

que está sendo construída por consórcios que incluem

A implantação do sistema de BRT, uma mudança de paradigma na cidade

Foto

de

divu

lgaç

ão

transporte

29 Construir | Dezembro 2012

transporte

Bairro localizado ao longo da Transcarioca passará por grandes transformações

Andrade Gutierrez, Carioca, OAS e Contern, cruzará

bairros como Madureira, Vicente de Carvalho e Penha,

depois de cortar toda a região de Jacarepaguá. Apenas

nessas áreas já se computa uma valorização imobiliária

de mais de 20%.

Quando a via expressa estiver pronta, o trajeto entre

o bairro e o aeroporto, numa ponta, e a Barra, na outra,

será percorrido em menos de meia hora. Para estimular

o desenvolvimento da região com boa infraestrutura

urbana, a Secretaria desenvolveu os PEUs de Madureira

e da Penha, que renovarão tanto a parte do comércio

quanto de residências.

Outro bairro que a Secretaria analisa com atenção

é Deodoro, que será uma das pontas da Transolímpica.

Tradicional reduto de moradia de militares, o bairro deve

passar por uma revolução, com a ligação expressa entre

a região e a Barra. Diferentemente dos outros corredores,

este servirá de via expressa também para carros, sem

cruzamentos ou sinais.

A Secretaria está em fase de elaboração do PEU

de Deodoro para dinamizar sua renovação. O bairro,

além de receber o novo autódromo da cidade, abrigará

as competições olímpicas de tiro esportivo, hipismo,

pentatlo moderno, esgrima, hóquei sobre a grama, tiro

com arco e esportes radicais.

O terceiro corredor expresso que ainda está

para ser implantado é o Transbrasil, que trará

mudanças significativas para a Avenida Brasil e os

bairros cortados por ela. Com muitos terrenos e

galpões ociosos ao longo de suas margens, a via

tem grande potencial de transformação identificado

pela Coordenadoria de Planejamento da Secretaria

de Urbanismo. O antigo uso, predominantemente

industrial, deve aos poucos perder espaço para novas

habitações e empreendimentos comerciais.

CORREDORES EXPRESSOS VÃO VALORIZAR BAIRROS

DO SUBÚRBIO

30 Construir | Dezembro 2012

A HISTÓRIA DOS PLANOS URBANOS DA CIDADE

história

O primeiro plano urbanístico para a cidade do

Rio de Janeiro data de 1875. Criado 14 anos antes da

proclamação da República, visava remodelar, embelezar

e melhorar as condições de saneamento da então

capital do Império, incluindo a vacinação obrigatória da

população contra a febre amarela. Desde o fim do período

colonial, a intenção era ingressar na rota da economia

internacional, atraindo investimentos externos.

Dada a largada do processo de industrialização no

país a partir dos anos 1920, o Rio de Janeiro passou a

sofrer grandes transformações. A atividade industrial

concentrou-se nos centros urbanos, estimulando o

deslocamento massivo das populações rurais para a

cidade. É dessa década o segundo plano urbano do Rio, o

Plano Agache, que, além de buscar embelezar a cidade,

estabeleceu regras para as edificações e a ocupação

ordenada dos espaços, separando áreas para moradia,

comércio ou indústrias.

Datam dessa época os primeiros regulamentos para a

construção de prédios (os arranha-céus), erguidos agora

com uma tecnologia inovadora: o concreto armado. O

primeiro grande Código de Obras do Rio, que reunia

todas as regras para as construções e a ocupação da

cidade, foi editado a partir desse plano, em 1937, e, ainda

hoje, influencia a legislação urbanística.

Em 1960, o Rio de Janeiro perdeu o status de capital da

República, transferida para Brasília. Com isso, sua máquina

administrativa perdeu muitas de suas funções. Para que

a cidade pudesse se adaptar à nova condição e receber

mais recursos financeiros, foi transformada em Estado da

Guanabara. Nesse período, a indústria automobilística teve

vigoroso impulso e o carro passou a ser um bem acessível

a uma parte da classe média. O resultado é que, em pouco

tempo, suas vias ficaram saturadas.

A paisagem urbana também foi radicalmente

alterada, com a construção desenfreada de edifícios

residenciais e comerciais, concentrando a população

em áreas específicas. Para planejar o crescimento da

cidade dentro dessa nova realidade, foi criado o Plano

Doxiadis, que já não focava tanto o embelezamento, e

sim o funcionamento e as necessidades futuras.

Com a fusão administrativa dos estados da

Guanabara e do Rio de Janeiro, em 1975, a cidade foi

elevada à condição de capital do novo estado. Em 1977,

foi gestado então o Plano Urbanístico Básico (PUB-

Rio), que dividiu o território municipal em cinco Áreas

de Planejamento, instituiu os Projetos de Estruturação

Urbana (PEU) para o planejamento local, respeitando as

características de cada bairro, e criou políticas setoriais

para o desenvolvimento econômico e social.

Garantido pela Constituição Federal de 1988 e em

clima de abertura democrática e participação popular,

foi elaborado o Plano Diretor Decenal do Rio de Janeiro

– Lei Complementar nº 16/92, atualmente em vigor. Mais

do que diretrizes para o desenvolvimento da cidade,

o Plano estabeleceu instrumentos e regras para o

planejamento, visando distribuir com maior justiça os

recursos aplicados na cidade.

Em 1995, em complementação ao Plano Diretor, foi

realizado o Plano Estratégico da Cidade do Rio de Janeiro,

que visava consolidar o município como uma metrópole

empreendedora e competitiva, com capacidade para se

transformar em polo de negócios para o país e o exterior.

A EVOLUÇ ÃO DO DESEN VOLV IMENTO URBA NO NO RIO DE JA NEIRO

31 Construir | Dezembro 2012

nota de falecimento

JOÃO AMÉRICO

Empreiteiro. Era o que ele era e se orgulhava de

ser. Foi voto vencido quando a AEERJ decidiu alterar a

razão social substituindo a palavra “Empreiteiro” por

“Empresas de Engenharia”. Ele se orgulhava das obras

que administrou, principalmente as do Sambódromo.

Durante os seus mais de 40 anos de vida profissional,

trabalhou em apenas três grandes empreiteiras do

Rio (Cobe-Companhia Brasileira de Estruturas, Esusa

Engenharia e Construções e Carioca Engenharia) e uma

paulista (Passarelli). Extremamente fiel às empresas em

que trabalhava, era um empreiteiro nato, conhecia tudo

e todos. Sabia quem eram os sérios. Gostava de contar

histórias e o fazia muito bem. Mas, em primeiro lugar,

vinha a família. A Vera, as filhas e os netos eram o que

mais amava.

O bom humor era a sua marca registrada, mesmo nos

últimos anos, depois da descoberta da doença. Sempre

alegre e brincalhão e, ao mesmo tempo, sério e firme em

suas opiniões.

Conhecia a AEERJ desde a sua fundação, porém foi na

segunda gestão de Ivan da Costa Pinto, entre 1989 e 1992,

que teve uma atuação efetiva, como vice-presidente da

Associação. Seu envolvimento maior, no entanto, se deu

a partir de 1996, quando fui eleito presidente da AEERJ

e trouxe João Américo, de quem era amigo a vida toda,

para ser o diretor administrativo-financeiro.

Com ele na administração financeira da AEERJ, eu

sabia que não precisaria me preocupar e poderia ficar

livre para trabalhar, a fim de fortalecer a entidade e

torná-la mais respeitada frente ao poder público e às

outras entidades de classe do setor.

João Américo deixou-nos em um momento

excepcional para o Rio. Na posse da última diretoria, em

2011, já doente, festejava: “Nunca vivi momento similar.

O desenvolvimento do estado está sendo bom para as

empresas de maneira geral e isso se reflete no número

A revista Construir informa o falecimento do estimado colega e diretor executivo da AEERJ João Américo Gentille

de Carvalho Mello, no dia 12 de setembro último, no Rio de Janeiro. Manifestamos nossos pêsames e nossa

solidariedade aos familiares. Também gostaríamos de compartilhar com você, leitor, um trecho do texto lido por

Francis Bogossian na ocasião da missa de 30º dia, realizada no auditório da AEERJ em 11 de outubro.

de associados da AEERJ: perto de 200.” Quando ele

assumiu a diretoria executiva da AEERJ, em 2004, eram

90 empresas.

Mas mesmo com o caixa da AEERJ folgado, não abria

a guarda. Gastar dinheiro era inadmissível. Conseguir

que ele aprovasse alguma despesa era uma áfrica. Na

última entrevista que deu à revista Construir, deixou um

recado: “A prudência é uma importante característica

dos vencedores. Este é um dos segredos da Carioca

Engenharia, que foi uma grande escola para mim. É

preciso estar sempre atento para os custos das obras

(insumos e mão de obra). E, além disso, é necessário

se associar à AEERJ e manter atuante a entidade que

defende os interesses da categoria.”

Ele ficará sempre na memória de todos nós.

32 Construir | Dezembro 2012

fim

A inteligência internacional já reconhece o Brasil

no contexto das nações, depois de acertos importantes

nas políticas econômica e social. Mas o que realmente

consolidará o progresso e nos redimirá de atrasos seculares

são, sem dúvida, três chutes certeiros: redução do custo

Brasil, investimentos internacionais e uma educação pública

de qualidade.

No século passado, clichês como “país do futuro” e

“potência emergente”, cá entre nós, confortáveis, por não

incluírem metas e datas, foram gradativamente ficando

mais e mais cansativos e desgastados. Tornaram-se até

motivo de galhofa quando políticos ultrapassados ainda

insistiam nessas expressões. Nosso promissor futuro,

coitado, era sempre remoto e sem compromisso. Pobreza,

carências educacionais e desigualdade social cresciam a

olhos vistos. Emergência significava apenas um status de

não submergência, sem conotação de pressa, de correr

atrás. Vivíamos claudicantes, atrelados a sucessivos planos

capengas que fracassavam. E juntamente com a ordem,

velha companheira no lema, a bandeira do progresso

tremulava sem vigor diante dos desmesurados abusos de

poder típicos das ditaduras e das democracias movidas a

combustível pobreza. Nosso sacrificado povo, à exceção das

poucas glórias do futebol, se acomodava relaxadamente no

crônico complexo de vira-lata.

Os anos dourados de JK e, mais adiante, o extenso

período da ditadura militar propalaram milagres brasileiros

que não sobreviveram aos sérios danos provocados pelas

escaladas inflacionárias. Apenas na última década dos

anos 90, o Plano Real e uma política econômica salutar

corrigiram os rumos do país ao promoverem crescimento

com moeda estável. Altas doses de fermento no PIB

e projetos de redução da pobreza provaram que o tão

desacreditado emergir era finalmente viável. Os incrédulos

de plantão duvidaram, mas, finalmente, chegava a nossa

hora. Nos primeiros anos deste século, nos mantivemos

crescendo e fomos muito bem até 2008. Com o espocar das

crises internacionais, os BRICs passaram a ser vistos como

alavancadores econômicos do planeta, livres das velhas

imagens de excluídos e improdutivos crônicos. A China,

então, despontou de forma surpreendente até se tornar a

segunda maior economia do planeta.

O sucesso do Brasil, mesmo abalado pelos ventos do

hemisfério Norte, parece fidedigno e demonstra ainda ter

fôlego para resistir bravamente ao susto, mas até quando?

O momento agora é de evitar que uma política jurássica

de falso nacionalismo nos prejudique o crescimento e

macule as nossas soberanas diretrizes, barrando medidas

de incentivo a capitais estrangeiros. Precisamos que se

continue a investir no Brasil e torcer para que a educação seja

mesmo encarada como prioridade. E que nossas próprias

lideranças democráticas evitem o uso da verde e amarela

“lei de Gerson” em prol de benefícios partidários de poder,

contra o povo que os elegeu. De esperteza entendemos

a fundo e a pujante iniciativa privada tupiniquim sabe se

defender da ganância estrangeira. Adaptando Camões,

crescer é preciso, perpetuar-se não é preciso!

EDUCAÇÃO E PROGRESSO: VIGOR E CRESCIMENTO

paulo cesar corrêa lopes,

engenheiro

C

M

Y

CM

MY

CY

CMY

K

ANUNCIO RIO_ddu_v03.pdf 1 11/21/12 6:39 PM

A Carioca Christiani Nielsen Engenharia,

desde sua fundação em 1947, realiza projetos

que beneficiam milhões de pessoas e deixa

sua assinatura em marcos de engenharia por

todo o Brasil.

OBRAS DO PROJETO PORTO MARAVILHA - RJ