Este site foi referência no jornal O Estado de São Paulo em 21/11/2004:

ETAPA Nº 1

PLANEJAMENTO DA OBRA

ETAPA Nº 2

LIMPEZA DO TERRENO

ETAPA Nº 2-A

TERRENO LIMPO

ETAPA Nº 3

ESCAVAÇÃO

ETAPA Nº 3-A

ALICERCE SOBRE ATERRO

ETAPA Nº 4

LOCAÇÃO DA OBRA

ETAPA Nº 4-A

CAVALETES

ETAPA Nº 4-B

ESQUADRO DE BARBANTE

ETAPA Nº 5

PLANEJAMENTO DO ALICERCE

ETAPA Nº 6

LARGURA DO ALICERCE

ETAPA 1 - PLANEJAMENTO

Nesta Etapa de Planejamento é importante tentar visualizar a obra pronta.

Nunca comece a execução de uma fundação no período de chuvas, que na maior parte do Brasil ocorre entre os meses de novembro e abril. Planeje sempre começar a construir no mês de abril, isto é, depois que passou o período das chuvas e procure chegar ao telhado antes do mês de novembro, quando começam de novo as chuvas.

Visualize bem a obra que você pretende construir e imagine como você poderá harmonizar a obra com o terreno natural e vice-versa.

Em outras palavras, o terreno natural está lá há milhões de anos e agora, de repente, você pretende produzir uma agressão ao terreno colocando uma obra pesada que vai obrigar o terreno a passar por um processo de acomodação para equilibrar o novo peso que ele vai ter que agüentar.

NOTA: Esta site é mantido pela equipe do engenheiro Roberto Massaru Watanabe que procura melhorar o conhecimento geral das pessoas sobre os fenômenos que envolvem as fundações de casas, sobrados e prédios. Não pode ser utilizado como fonte única de informações para a construção de fundações. Por envolver questões de segurança, a construção das fundações de uma edificação deve ser acompanhada por técnico habilitado e com registro na Prefeitura Municipal.

ETAPA 2 - LIMPEZA DO TERRENO

Remova toda e qualquer vegetação da área que será ocupada pela casa.

Não basta tirar apenas o mato que está em cima do terreno. É necessário tirar as raizes e , conforme o caso, tirar também a terra vegetal que tenha muitas folhas, galhos e raizes.

Havendo árvores, só remova após conseguir autorização por escrito da Prefeitura Municipal.

Além da parte que fica para fora da terra, devem ser removidas as raízes pois as raizes irão apodrecer com o tempo, criar um ôco e o terreno vai ceder.

 

Veja como ficou o terreno após a limpeza.

ETAPA 3 - ESCAVAÇÃO DAS VALAS

Realize a escavação do terreno abaixando o nível do terreno até a cota em que vai ficar a casa.

Não use essa terra escavada para aterro pois é uma terra ruim, cheia de lixo, entulho, galhos e folhas, portanto, uma terra péssima para fazer aterros.

Não faça o aterro ainda, pois o alicerce precisa ser apoiado em terreno firme.

Quando o alicerce fica apoiado sobre aterro a casa sofre recalques e aparece muitas trincas colocando a vida das pessoas em risco. Veja na próxima página o que NÃO DEVE SER FEITO.

ETAPA 3-A - ALICERCE SOBRE ATERRO

Nunca apoie o alicerce de uma casa sobre um aterro.

Todo e qualquer terreno precisa de um tempo muito longo (pelo menos 4 anos) para adensar totalmente. Uma casa construída sobre aterro vai ficar toda trincada e essas trincas (que decorrem de recalques) não tem solução.

Município de São Papulo - Lei Municipal Nº 7.805 de 1º de novembro de 1972.

Art. 3º - §2º - Nenhum parcelamento do solo será permitido em terrenos baixos, alagadiços e sujeitos a inundações, antes de tomadas as providências para assegurar-lhes o escoamento das águas; as obras necessárias para tal fim poderão ser projetadas, quando for o caso, juntamente com as das vias de circulação a serem abertas.

Da mesma forma não serão permitido o parcelamento de terrenos que tenham sido aterrados com materiais nocivos à saúde pública, sem que sejam previamente saneados.

Do memso modo, não serão permitido o parcelamento de terrenos com declividade igual ou superior a 30% (trinca por cento).

IMPORTANTE: Eu tive o cuidado de reproduzir parte da Lei Municipal, não é para dizer que toda obra só pode ser construída em loteamente regularizado. Isso seria chover no molhado. Eu coloquei parte da lei nesta página para que vocês possam ver que existe preocupação da Prefeitura Municipal em fornecer orientações técnicas aos moradores em geral que existem áreas que podem ser consideradas ÁREA DE RISCO justamente por contrariar parâmetros técnicos de uso e ocupação do solo.

É PERIGOSO MORAR NESTAS ÁREAS:

Áreas baixas são as áreas que são invadidas pelas enchentes e inundações. A Prefeitura sabe muito bem onde elas estão. Por isso é importante ouvir a Prefeitura para saber se determinado local enche ou não. Existem enchentes que só acontecem a cada 10 anos. Então não é todo mundo que sabe disso. Um morador que tenha se mudado para aquela região há menos de 10 anos vai dizer "Eu nunca vi enchente por aqui".

Áreas aterradas demoram muito tempo para se adensarem. Se além de aterradas essas áreas receberem descargas de lixo, pode acontecer desse lixo venha a emanar gases tóxicos e outras substâncias que pode produzir câncer e outras doenças. A Prefeitura tem a obrigação de manter o mapeamento de todo o território da cidade e saber onde há despejo de lixo e se esse lixo vai fazer

mal ou não para a população. Mesmo que o aterro não contenha materiais nocivos, deve se evitar a construção no local pois um aterro, mesmo quando compactado seguindo as normas técnicas, leva pelo menos 4 anos para ficar totalmente adensado. Qualquer casa construída sobre aterro vai apresentar muitas trincas e com grande risco de desabamento.

Áreas com declividade ou inclinação maior que 30% é considerada TALUDE e como tal deve ser feito um Tratamento do Talude para evitar desbarrancamentos e escorregamentos. Se não tiver uma OBRA DE CONTENÇÃO, então o barranco tem a chance de desbarrancar. Muita gente pensa que quem derruba um barranco é a terra encostada no barranco mas, na verdade, quem derruba o barranco é a água que percola no terreno. Muitas vezes a água que derruba um barranco vem percolando (caminhando por dento da terra) de muito longe e não adianta colocar lona plástica por cima do terreno pensando que estaria evitando a infiltração da água. Veja mais detalhes sobre isso no site www.ebanataw.com.br/percolacao.htm

ETAPA 4 - LOCAÇAO DA OBRA

Locação da obra é quando "locamos", isto é, localizamos a posição exata onde vai ficar as partes da casa, isto é, o alicerce, as paredes, as portas, etc.

A gente faz a locação usando cavaletes:

Cavaletes são sarrafos largos que pregamos sobre 2 pontaletes bem fincados no terreno.

Veja na próxima página para que servem e como são utilizados.

ETAPA 4-A - USO DO CAVALETE

O cavalete é composto de um sarrafo largo que é pregado sobre 2 pontaletes ou caibros firmemente fincados no chão.

O sarrafo deve ser pregado bem na horizontal (para isso use um nível de bolha) para que as medidas da casa possam ser marcdas no cavalete.

Você deve confeccionar um cavalete em cada extremidade dos alinhamentos da casa.

Deixar uma boa distância entre o cavalete e a valeta que vai ser aberta para o alicerce. Esse espaço é necessário para a movimentação da terra que será retirada de dentro da valeta.

Usando uma trena de boa qualidade marque com um lápis de carpinteiro todos os alinhamentos (do alicerce, das paredes, janelas, portas, etc.) Em cada marca enfiar um prego.

O prego é onde você irá esticar o barbante (ou fio de nylon).

NÃO SEJA PREGUIÇOSO pois os preguiçosos irão pagar um preço alto na hora de colocar os azulejos e pisos cerâmicos pois medidas fora do padrão vai te obrigar a cortar a placa, seja do azulejo ou da cerãmica, em tiras bem fininhas difíceis de cortar. De preferência, escolha como medida da largura dos ambientes um número que seja múltipolo da largura da placa de cerâmica.

Outro cuidado importante: Faça os cantos em ÂNGULO RETO. Use o ESQUADRO. Veja na próxima página uma dica para fazer um esquadro muito simples e muito bom.

ETAPA 5 - PLANEJAMENTO DO ALICERCE

Visualize bem todas as etapas e os componentes da fundação do tipo alicerce.

ETAPA 6 - LARGURA DOS ALICERCES

As paredes externas da casa devem ter a largura de 1 Tijolo. As internas podem ser de 1/2 Tijolo.

Os alicerces devem ser sempre mais largos que a parede que fica em cima dele.

Então o alicerce das paredes internas deverá ser de 1 Tijolo. O alicerce das paredes externas deve ser de 1 e 1/2 Tijolo se o terreno for firme e seco. Para terrenos firmes e úmidos deve ser usado o alicerce de 2 Tijolos.

ETAPA 7 - ABERTURA DAS VALAS

As camadas superficiais do terreno contém muitos materiais nocivos para as fundações como folhas, galhos e raizes.

Vá escavando até encontrar terra homogênea, firme, sem raizes, sem caminhos de formigas, sem formigueiro. Esta será a cota de assentamento do alicerce.

As laterais da vala devem ficar ligeiramente inclinadas para facilitar o trabalho posterior de reaterro e para que esse reaterro fique bem compactado.

Se o reaterro não ficar bem compactados, com o tempo, irão se formar espaços ôcos por debaixo do piso.

ETAPA 8 - APILOAMENTO

Apiloar é bater com o soquete como se fazia antigamente com o pilão.

Como auxílio de um SOQUETE apiloe bem o fundo da vala.

Confeccione vários soquetes e chame o cunhado (preguiçoso), o compadre (sempre solicito) e o vizinho (interesseiro) para ajudar. Dê um soquete para cada um e fale para bater forte no fundo da vala.

Veja como construir um soquete bom e bem barato.

Pegue uma lata velha de tinta tipo galão. Arranje um pedaço de cano de 1 polegada. Faça uma montagem conforme a figura acima e preencha com concreto. Um soquete desses deve pesar uns 8 kilos. Se você achar que o cunhado deve sofrer um pouco, então monte um soquete colocando 2 latas de tinta uma em cima da outra.

ETAPA 9 - LASTRO DE CONCRETO MAGRO

O alicerce não pode ficar em contato direto com a terra do fundo da vala.

Prepare um Concreto Magro no traço 1:5:10

Cimento Portland 1 saco (50 kg)

Areia Média 10 latas (de 20 litros)

Brita Nº 2 14 latasEspalhe o concreto no fundo da vala deixando uma espessura média de 4 centímetros.

Esse será o lastro de concreto magro.

ETAPA 10 - ALVENARIA DO ALICERCE

Levante a alvenaria do alicerce.

Suba até a cota da fundação.

ETAPA 10-A - CAMISAS

As instalações subterrâneas (que ficam debaixo da terra) como esgoto, águas pluviais (da chuva) e, conforme o caso, até telefonia e eletricidade que passam pelo alicerce devem ter um independência entre o alicerce a a tubulação. Em outras palavras, não deve haver contato rígido entre qualquer tipo de tubulação e o alicerce.

Um tudo, por exemplo de esgoto, não pode ficar fixo na alvenaria do alicerce pois podem ocorrer seccionamentos do tubo surgindo trincas e consequentemente vazamentos.

EVITAR A TODO CUSTO:

Nunca chumbar tubos, principalmente de plástico, diretamente na alvenaria:

Eles não se entendem e um dia o tubo vai trincar e começar a vazar.

FAÇA O CORRETO:

O correto é passar o tubo de esgoto por dentro de uma camisa.

O que é uma CAMISA?

É um outro tubo, de maior diâmetro que vai deixar o tubo de esgoto passar solto por dentro, sem tocar na alvenaria.

A camisa é que deve ficar chumbada na alvenaria.

Então, durante a confecção da alvenaria do alicerce, devemos deixar a camisa colocada no lugar. Lá na frente, quando formos fazer a instalação do esgoto não vai precisar quebrar nem furar o alicerce.

ETAPA 10-B - FINAL DO ALICERCE

Veja como vai ficar os alicerces depois de porntos.

Lembre-se sempre que os alicerces devem ficam assentados (apoiados) sempre em terreno firme, nunca sobre aterros.

ETAPA 10-B - FINAL DO ALICERCE

Veja como vai ficar os alicerces depois de porntos.

Lembre-se sempre que os alicerces devem ficam assentados (apoiados) sempre em terreno firme, nunca sobre aterros.

ETAPA 11-A - TÉRMINO DO REATERRO

Veja como vai ficar depois que terminar o reaterro das valas e o aterro da parte interna da casa.

ETAPA 12 - IMPERMEABILIZAÇÃO 

Esta é uma etapa IMPORTANTÍSSIMA da obra. Faça com calma. Se estiver chovendo não faça, espere passar a chuva.

Se você se descuidar nessa etapa vai ter uma casa doentia, úmida e abafada por causa da umidade que irá subir do subsolo por dentro das paredes e depois de pronto não há como consertar.

Então, se você quer uma casa sêca, saudável e gostosa de morar, capriche na confecção da impermeabilização do alicerce.

Aplique em cima e também nas laterais (dentro e fora) uma argamassa preparada com adição de aditivo impermeabilizante:

Argamassa Impermeabilizante 1:3

Cimento Portland 9 kg

Areia Média 21 litros

Impermeabilizante 270 gramas*

*NOTA: A medida do impermeabilizante (quantidade) no quadro acima é meramente ilustrativa pois os aditivos impermeabilizantes fornecidos pelos diversos fabricantes possuem propriedades próprias e deve-se seguir, RIGOROSAMENTE, a dosagem indicada na embalagem do produto.

Aplicar uma camada de no mínimo 3 centímetros.

IMPORTANTE: Não basta revestir somente a parte de cima do alicerce. É necessário revestir as 2 laterais descendo com o revestimento até cobrir pelo menos 2 fiadas de tijolos.

ESPERE SECAR BEM.

Depois de totalmente sêco, aplicar 3 demãos de um impermeabilizante líquido à base de betume (pixe).

ETAPA 13 - ALVENARIA

Além de impermeabilizar o topo do alicerce é necessário impermeabilizar ao menos as 2 primeiras fiadas da alvenaria das paredes.

ETAPA 14 - CONTRA-PISO

Espere o revestimento impermeabilizando do alicerce ficar totalmente seco.

Depois disso já se pode realizar o aterro interno.

Apiloe bem o aterro interno para que no futuro não venha a se formar ôcos sob (debaixo) do piso.

Depios disso confeccionar o contra-piso.

Para o contra-piso pode se usar a mesma argamassa que foi usada para o lastro do alicerce.

ETAPA 14 - CONTRA-PISO

Espere o revestimento impermeabilizando do alicerce ficar totalmente seco.

Depois disso já se pode realizar o aterro interno.

Apiloe bem o aterro interno para que no futuro não venha a se formar ôcos sob (debaixo) do piso.

Depios disso confeccionar o contra-piso.

Para o contra-piso pode se usar a mesma argamassa que foi usada para o lastro do alicerce.

ETAPA 14-A - CONTRA-PISO PRONTO

Veja como ficou a obra com os reaterros e o contra-piso pronto.

Com isso, podemos dar por encerrada a confecção das fundações.