Como Escrever Um Best-Seller - Albert Zuckerman

Embed Size (px)

Citation preview

COMO ESCREVER UM BEST-SELLER Albert Zuckerman

Writing the Blockbuster Novel

"Bem poucas pessoas podem oferecer esse tipo de conselho, e ningum to bem quanto Al Zuckerman... Aproveite... Aprenda com ele. o melhor." Da introduo de Ken Follett

www.estantedolivro.blogspot.com

Traduo de A.B. Pinheiro de Lemos

1

SOBRE O AUTOR Albert Zuckerman foi agente literrio e mdico de livro para cerca de duas dzias de romances de grande sucesso. Em Writers House, ele preside uma firma que representa centenas de escritores eminentes, em todas as categorias. Autor de dois romances publicados, vencedor do Stanley Drama Award em 1964, ex-escritor de trs sries de televiso, ele tambm ensinou a escrever peas de teatro na Escola de Arte Dramtica de Yale. Vive em Nova York com a esposa, a escritora Eileen Goudge. Quatro roteiros inditos e dois esboos iniciais de cenas inditos de O Homem de So Petersburgo usados com permisso de Ken Follett.

2

AGRADECIMENTOS Os escritores, de um modo geral, no se mostram dispostos a revelar seus equvocos, incios frustrados, qualquer coisa menos que a obra final, j polida. O fato de Ken Follett me permitir publicar uma boa quantidade de seus primeiros esboos um pouco espantoso e mais do que generoso. O que este livro espera alcanar e o que lhe proporciona um grande valor potencial para voc, o leitor, no existiria sem sua extraordinria coragem e gentileza, ao me permitir o uso desse material. Minha talentosa esposa, Eileen Goudge, leu todo o manuscrito em seu primeiro esboo, e fez sugestes editoriais sagazes e perceptivas, pelas quais lhe agradeo, assim como por seu apoio moral ilimitado. Como autora, Eileen Goudge tambm merece minha gratido. Sem seu excelente trabalho em Jardim das Mentiras , este seria um livro muito mais pobre. E reconheo tambm minha grande dvida com Mario Puzo por me proporcionar tantos exemplos maravilhosos de O Poderoso Chefo , a Colleen McCullough por fazer a mesma coisa com The Thorn Birds , e por ltimo, mas nem por isso menos importante, memria de Margaret Mitchell, por nos oferecer com tanto brilho uma demonstrao da habilidade de romancista em E o Vento Levou . Alm disso, seis editores de Dan Weiss Associates fizeram comentrios sobre o primeiro esboo, alguns contundentes, que na verdade foram bem teis, e sou grato a eles e a Dan por terem organizado este esforo crtico. Simon Lipskar merece uma palavra especial de reconhecimento por montar os captulos iniciais, e em particular pela tarefa laboriosa de repassar todos os quatro esboos do esquema de O Homem de So Petersburgo , eliminando o material repetitivo de esboo para esboo, alm de resumir sees para criar continuidade. Ele tambm leu o primeiro esboo completo, e fez algumas sugestes extremamente perceptivas, pelas quais tambm lhe agradeo. Meu atual assistente, Todd Wiggins, fez um trabalho de escriba, decifrando meus garranchos e datilografando a maior parte do manuscrito. Finalmente, quero agradecer a Jack Heffron, meu editor em Writer's Digest Books, por sua cuidadosa leitura do texto e por sua ponderada contribuio editorial.

3

Dedicatria

Dedico este livro a todos os autores que escreveram romances extraordinrios, mas que, por um motivo ou outro, nunca alcanaram o vasto reconhecimento que mereciam. Entre meus amigos e clientes nessa situao esto Michael Peterson, com A Time of War , Robert Shea, com Shike , William Cobb, com A Walk Through Fire , Ridley Pearson, com The Angel Maker , e F. Paul Wilson, com The Keep .

4

Sumrio

Introduo de Ken Follett Um Dois Trs Quatro Cinco Seis Sete Oito Nove Dez Onze Doze Treze Quatorze O COMEO O GRANDE LIVRO: O QUE ? O CENRIO DE SEU ROMANCE O PROCESSO DE SINOPSE PERSONAGENS MEMORVEIS PONTO DE VISTA FORTALECENDO AS RELAES ENTRE PERSONAGENS MONTAGEM DAS CENAS GRANDES CENAS TECENDO AS TEIAS DA TRAMA RITMO NA TRAMA PONTOS DA HISTRIA REVISO PUBLICAO E INCLUSO NAS LISTAS DE BEST-SELLERS

5

INTRODUO: POR KEN FOLLETT H trs qualidades de que um contador de histrias precisa acima de todas as outras. Ele ou ela deve ser (a) imaginativo, (b) instrudo e (c) obstinado. Mas voc pode ter todas as trs, e ainda assim escrever um livro ruim. Falo com conhecimento de causa. Escrevi vrios. Desde que posso me lembrar, sempre tive sonhos elaborados, sobre o que faria se naufragasse numa ilha deserta, ou me tornasse milionrio, ou tivesse de lutar numa guerra. Quando eu era pequeno, minha me me contava histrias durante todo o tempo. No sei se isso alimentou minha imaginao, ou se apenas herdei sua capacidade. Seja como for, ao entrar na escola eu podia inventar histrias com a mesma facilidade com que chutava uma bola de futebol. Quando meus prprios filhos eram pequenos, eu lhes fantsticas histrias improvisadas. Parados num ponto de nibus, meu filho me perguntava por que alguns nibus eram vermelhos e outros verdes. (Naquele tempo os nibus de Londres eram todos de um vermelho brilhante, enquanto os nibus rurais eram verdes.) Eu dizia: "O nibus que se deve pegar o azul. Leva voc a qualquer lugar que quiser ir, num piscar de olhos, mas s passa uma vez na vida. Se o pegarmos, quero ir para o Velho Oeste e conhecer Billy the Kid. Para onde voc gostaria de ir?" Se voc o tipo de pessoa que pode fazer isso, ento imaginativo. Mas no fique presunoso. Agradea sua me. Os escritores tambm precisam ser mais instrudos do que a mdia. A maioria das pessoas descobre ser bastante difcil pr seus pensamentos por escrito. Podem escrever uma carta para um amigo, ou um memorando para um colega, mas ficam nervosas quando lhes pedem para escrever um relatrio de quatro pginas, ou um artigo para o jornal local. Sinto a mesma coisa se algum me pede para ajudar a consertar um carro que no quer pegar: mais ou menos sei o que necessrio, mas levaria o dia inteiro para fazer o que outra pessoa conseguiria em cinco minutos. No fui criado numa famlia que sabia dar jeito em carros, mas sim numa famlia que gostava de ler. A nica maneira para voc se tornar bastante culto atravs de anos de leitura, de anos a escrever. A maioria dos escritores que conheo se interessa por obscuras questes de ortografia e gramtica. Por exemplo, h uma diferena de significado entre "each other" e "one another" ? Algumas pessoas dizem que