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Como Fazer Acampamentos

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Uma infinidade de orientações que o auxiliarão em todas as etapas do evento!Dinâmico!Inventivo!Testado e aprovado.Autor: Marcos Paulo Ferreira, Antônio César Camargo Miranda, Eloísa Scheffer Silvado, Jessyca Laís Cleto Machado e Rafael Henschel. Formato: 14x21.Número de páginas: 168. ISBN: 85.7459-134-6

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INTRODUÇÃO

Até pouco tempo atrás, os acampamentos e retiros eram vis-tos, por alguns grupos, como eventos para crianças, adolescentes ejovens, que aconteciam somente no carnaval, como uma estraté-gia para se retirar da cidade. Porém, nos últimos anos, as liderançasdas igrejas, principalmente da área de Educação Cristã, têm perce-bido a importância dessa ferramenta na edificação de várias faixasetárias e em diversas áreas da vida. Hoje, encontramos retiros eacampamentos para casais, mulheres, homens, terceira idade,empresários, crianças, e a continuidade dos tradicionais encontrosfocados nos jovens e adolescentes. Com o uso dessa ferramentapelos educadores cristãos e uma abrangência focada nessa área,têm sido frequentes, ainda, encontros visando às áreas de finanças,educação de filhos, cura e libertação, liderança, casamento, noi-vado, evangelismo e treinamentos diversos. Além desses, nos últi-mos anos tivemos um novo movimento dos retiros de dois dias,chamados de “Renasce”, “Quebrando correntes”, “Celebrando aVida”, “Restauração” e os famosos “Encontro com Deus”, todosbem focados em cura interior, libertação e contemplação.

Para tanto, esse material apresentará uma estrutura macrode acampamentos e retiros a qual pode ser aplicada, em maior oumenor escala, para qualquer faixa etária e para qualquer tipo degrupo. A maioria das pessoas, ao lançar-se nesse ministério, cen-traliza todos seus esforços nas atividades a serem desenvolvidas,quando, na verdade, o programa é apenas e tão somente a expres-são prática dos objetivos que se quer alcançar. Por isso esse mate-

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rial, antes de mostrar várias formas práticas para realizar um retiroou um acampamento, irá encaminhar o leitor a montar um plane-jamento com objetivos e conhecimento de causa bem definidos.

É importante lembrar que, embora retiros e acampamentospossam alcançar bons resultados, o retiro e o acampamento sãosomente mais uma estratégia, entre tantas outras como congres-sos, workshops, conferências, etc. Realizar um acampamento ouum retiro não é uma tarefa fácil e o seu sucesso está muitas vezesligado a alguns pequenos pontos que facilmente passam desperce-bidos. Embora esse livro não tenha o objetivo de esgotar o assunto,cremos que através da nossa experiência lhe proporcionaremosorientações seguras que, associadas a sua criatividade e imagina-ção, o ajudarão a realizar grandes eventos e a se prevenir de surpre-sas negativas durante e após a realização deles.

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PREPARANDO O EVENTO

PROPÓSITOS

Antes de montarmos um planejamento ou sairmos à procurade um lugar para realizar um acampamento ou retiro, é necessáriosaber o que queremos, quais resultados esperamos alcançar. Den-tre os propósitos que podem ser alcançados com esse tipo deevento estão:

a) Comunhão: Levar as pessoas a fortalecerem seus relacio-namentos, pois estarão um tempo maior juntas.

b) Evangelismo: Levar as pessoas a um lugar onde elas pos-sam se desligar das pressões do dia a dia e aceitar a Jesuscomo seu Salvador pessoal.

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c) Avivamento: Levar as pessoas a uma imersão na palavra ena oração para viverem uma vida de santificação e aviva-mento.

d) Cura interior e libertação: Levar as pessoas a uma imersãona palavra, na oração e no ouvir da voz de Deus para,nesse tempo a sós com Ele, trabalharem perdão, cura inte-rior e libertação espiritual.

e) Mordomia: Levar as pessoas a observarem a natureza cri-ada por Deus e a entender em sua responsabilidade comomordomos das coisas criadas.

f) Ensino: Levar as pessoas a conhecerem mais a palavra efocarem em um assunto específico como finanças, mordo-mia do corpo, mordomia da natureza, casamento, namoroou até mesmo aprofundamento em conhecimento teoló-gico.

Entenda porquê um evento de longo prazo (três ou mais dias)e retirado pode alcançar esses propósitos:

a) Maior tempo de exposição a relacionamentos saudáveis.

b) Maior tempo de exposição à palavra, à oração e à reflexãoem grupo e individual.

c) Desintoxicação das pressões de grupo, da mídia e do ini-migo.

d) Quebra da rotina.

e) Maior disposição para ouvir a voz de Deus.

f) Impossibilidade de agenda paralela ao foco do evento,como interrupções por outras pessoas, celulares tocando eetc.

Por esses motivos é consenso entre a maioria dos líderes, pas-tores e educadores cristãos que os acampamentos ou retiros são

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uma grande contribuição para a edificação e restauração dos cris-tãos.

TIPOS DE ENCONTRO

Primeiramente, é importante colocar que existem váriostipos de encontros que deverão ser realizados conforme o propó-sito desejado. Assim, podemos diferenciar conceitualmente acam-pamento, acantonamentos e acampadentros.

Acampamento: proposta de evento que objetiva o aprofun-damento em temas específicos, relacionamentos e o lazer e suasmanisfestacões, abrangendo o âmbito físico (através de esportes,por exemplo), intelectual (desenvolvimento de alguma área deconhecimento específica), vivencial (dinâmicas de vivência emgrupos) e social (promoção de relacionamento com o próximo).Stoppa (1999) afirma que o acampamento deve ser desenvolvidocom base em um alvo principal de promoção de tempo hábil dedescanso, de divertimento e de desenvolvimento. No acampa-mento tem-se um contato mais direto com a natureza, haja vistaque o acampamento sempre é realizado com barracas. No caso deacampamentos cristãos, o acampamento facilita uma abordagem

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espiritual mais integral, mais completa da espiritualidade (relacio-namento com Deus, consigo mesmo, com o próximo e com a natu-reza). Dependendo do local facilitará o trabalho com o tema mor-domia da criação e da natureza.

Acantonamento: a proposta do acantonamento é a mesmado acampamento, o que os diferencia é o local onde se dorme.Nos acantonamentos se opta por dormir em algum alojamento ouquartos existente no local onde está se realizando a atividade aoinvés das barracas. A abrangência do trabalho como um todo é amesma, apenas o local onde se passa a noite é que diferencia essasduas propostas. Muitas vezes, devido a uma estrutura muito sofis-ticada (hotéis, hotéis fazenda, navios, etc.), perde-se a oportuni-dade de trabalhar temas que alcancem a integralidade do serhumano como serviço (limpeza do local, pois sempre existe umaequipe do local para execução dessas tarefas) e natureza (por serum local mais artificial e menos rústico).

Acampadentro: é usualmente limitado a um período maiscurto de duração, já que a instalação, na maioria dos casos, é feitana própria igreja a fim de que o encontro seja mais “informal”.O acampadentro pode visar às mesmas abordagens do acantona-

mento. Porém, tende-se a enfatizar um único objetivo como, porexemplo, a comunhão.

Levando todas essas informações em conta, percebemos queo termo “acampamento” é popularmente utilizado de forma errô-nea. O que a maior parte das igrejas e organizações promove é naverdade “acantonamentos”, haja vista que o fazemos na maioriadas vezes em alojamentos, edifícios específicos e até mesmo emhotéis. Porém, visto que o termo “acampamento” é mais comu-mente utilizado e a forma como é entendido não prejudica a pro-posta e a abordagem deste livro, continuaremos a utilizá-lo em seuconceito no senso comum, para nos referirmos a acampamentos,acantonamentos e ou acampadentros.

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RETIROS

O retiro, como o próprio nome já diz, busca retirar as pessoas,geográfica e emocionalmente, de suas vidas habituais, a fim de quereflitam e aprendam de forma profunda e especial sobre um deter-minado assunto e que estejam sensiveis à voz de Deus. A medita-ção e o retiro prolongados são as coisas mais antigas da humani-dade. Há grandes exemplos de homens, de diversos tempos elugares, que faziam retiros de 30 a 40 dias, como Moisés no alto doSinai, Elias e o Senhor Jesus no deserto. Todos eles dedicavamtempo, em silêncio absoluto, para ouvirem a voz de Deus.

Diferente de um acampamento, no retiro temos um focomuito bem definido e todas as atividades, lúdicas ou não, estãointeiramente ligadas ao objetivo. Se existir algum tempo de lazerserá sempre focado no propósito principal. Oduvaldo Pereira, emseu livro “acampamento & retiro”, afirma que os retiros surgiramnas igrejas evangélicas como uma forma de manter os jovens eadolescentes afastados das festividades carnavalescas. Temosacompanhado igrejas que têm realizado pelo menos um retiro acada dois meses focado em algum tema específico.

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É comum durante o retiro existirem vários períodos de medi-tação, análise e esclarecimento. O objetivo exclusivo é se colocarsensível a escutar a voz de Deus falando ao seu ser. Cremos queuma vez que você se coloca à disposição Deus, Ele vai falar.Uma prática que tem sido comum em retiros, para que seja possí-vel se desligar da correria do dia a dia e escutar a voz de Deus, é aprática do silêncio. Em algumas igrejas essa prática tem sido de 6horas, em outras de 24 até 48 horas. Independente do tempo deduração, a prática do silêncio tem sido utilizada como forma dedesligamento da correria do dia a dia, das conversas fora de foco epara concentração na oração e nos objetivos propostos.

Percebe-se, portanto, que o que diferencia acampamento deretiro não é o local onde é feito, mas seu propósito. Um acampa-mento terá mais tempo livre, esportes e recreações, já o retiro serábem mais focado e enfatizará mais a palavra, os testemunhos, asorações, as dinâmicas e os jogos de representação, com menos ouquase nenhum momento em que contenham esportes e/ou brinca-deiras. Sempre o acampamento terá elementos de um retiro, masnem sempre um retiro terá elementos de um acampamento.

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PLANEJANDO O EVENTO

Cremos que diferenciar corretamente acampamento deretiro é fundamental, uma vez que temos esses dois tipos de even-tos acontecendo nas igrejas atualmente. Agora vamos para algoessencial depois da definição dos propósitos e do tipo de encontroa ser realizado: o planejamento do evento. Geralmente as pessoasquerem saber como fazer o programa do evento, mas o programa étão somente a consequência de um bom planejamento. Antes detudo, precisamos saber com quem vamos trabalhar, quais são asnossas metas, quais são os nossos alvos, o que queremos com ogrupo que iremos trabalhar, para a partir daí definirmos o pro-grama. O programa nada mais é do que uma metodologia usadapara alcançarmos nossos objetivos.

Vamos começar por alguns passos importantes para defini-ção dos objetivos e depois chegaremos no programa propriamentedito.

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PÚBLICO ALVO – PERFIL

O primeiro passo a ser tomado antes da realização de umencontro é a definição do público alvo, de quem serão as pessoasque estarão no encontro. Muitas das orientações que lhes serãopassadas podem variar, em alguns detalhes, dependendo do perfilde pessoa que se pretende atingir. Por isso, é necessário conhecer arealidade das pessoas que estarão no encontro.

FAIXA ETÁRIA E GRUPO

Alguns exemplos de públicos alvos definidos são: crianças,juniores ou pré-adolescentes (9 a 12 anos), adolescentes (13 a 17),jovens (18 a 23), jovens profissionais (24 a 30), adultos solteiros(30 para cima), homens, mulheres, casais, casais sem filhos, casaiscom filhos, terceira idade (acima dos 60) e por aí vai. Essa categori-zação por idades, contudo, varia de igreja para igreja, tendo emvista que existem igrejas em que os jovens têm entre 16 e 30 anos,por exemplo. A definição do grupo promoverá diferenças na estru-tura da programação, na abordagem dos cultos e até mesmo na for-mação da equipe.

CRENÇAS

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É importante ter a percepção das crenças do grupo. Se ogrupo é composto por pessoas somente da sua igreja isso será fácil,porém, se você tiver pessoas convidadas aleatoriamente essa per-cepção ficará mais difícil. Se for um encontro evangelístico éimportante saber qual a religião dos acampantes. Isso terá granderelevância, por exemplo, na programação do encontro, na elabo-ração das devocionais e na formação da equipe de conselheirosque, no caso de um evento evangelístico, por exemplo, devemestar preparados para receber esses visitantes, conhecê-los e apre-sentá-los a Salvação e vida no Senhor Jesus Cristo através de cadaatividade que ocorrer naquele tempo de encontro.

É importante destacar que os acampamentos em sua maioriacontarão com o público misto. Sendo assim, é muito importantedesenvolver um foco abrangente em todos os eventos para que sealcance e atinja a cada acampante, independentemente do quecausou a sua vinda.

SÓCIO-CULTURAL

Outro ponto que deve ser relevante na análise do perfil dogrupo para o qual se organiza o evento é a condição social e cultu-ral. É importante ter em mente essa realidade principalmente paraestabelecer o conteúdo das atividades, preleções, ilustrações e for-mas de abordagem dos acampantes. Se não tenho percepção darealidade social e cultural, posso, por exemplo, reunir um grupo deadolescentes de 14 a 18 anos que já está envolvido no mercado detrabalho ou que vive uma realidade de necessidade de trabalhocedo e, erroneamente, me comunicar com eles usando linguagem,ilustrações e exemplos para adolescentes de classe média alta quesomente começam a trabalhar após os 19 anos de idade. Outroexemplo é reunir adultos não casados, em que a maioria é divorciada,e focar a mensagem como se todos ali nunca tivessem sido casados.

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Errar na forma de se comunicar com o grupo pode compro-meter o objetivo que se quer alcançar. Isso pode acontecer comhomens, mulheres, casais e etc. Por isso ter uma percepção melhorda realidade social e cultural vai ajudar a focar melhor a programa-ção e o conteúdo das atividades. É importante também ter a per-cepção do nível de escolaridade, dos hábitos de leitura e hábitos delazer.

Por isso, quando o evento abranger pessoas desconhecidasou que sejam de outras igrejas, a elaboração de um questionáriopara levantamento do perfil do grupo é essencial.

Os conhecimentos das condições sócio-culturais do grupotambém é imprescindível para a escolha do local. A não ser queseja através de doação, obviamente não é viável propor umaestada numa estância para um grupo de adolescentes de umacomunidade mais carente, por exemplo. Deve-se sempre levar emconsideração a média da situação econômica daquele grupo e,dentro desse padrão, oferecer o que há de melhor. Outro ponto deextrema valia e que cabe muito bem a uma equipe que já está acos-tumada a promover acampamentos é realizar um acampamentopara crianças de casas-lares, por exemplo, ou para jovens de umainstituição de reabilitação, mediante obtenção de doação dos ali-mentos e materiais necessários. É claro que isso vai depender daexperiência dessa equipe, mas a capacitação vem com o realizar deum projeto como esse. Muitas vezes pensamos que são necessáriosuma grande estrutura ou muito dinheiro para realizar um acampa-mento para um grupo sem condições financeiras para contribuir,mas a verdade é que a essência do melhor que um acampamentotem a oferecer não está nos recursos ou entretenimento, mas namotivação e intenção na promoção daquele evento.

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