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  Como produzir uma exposição? Definição Uma exposição é apresentação/manifestação pública ou privada de objectos, artísticos ou outros que estimulam a criatividade, a produção, o comércio ou a cultura. Objectivos Objectivo geral  Instruir e educar, de forma a fomentar no visitante um processo de aprendizagem e reflexão intelectualmente estimulante. Objectivos específicos Que mensagens ou intenções se procuram associar à exposição? Quem é público-alvo? Estratégias Qual a melhor forma, de acordo com critérios criativos, educativos, artísticos, científicos, históricos ou outros, de dar a conhecer os objectos expostos? De que modo se pode dar a conhecer/publicitar ao público-alvo a exposição?    P    l   a   n   e   a   m   e   n    t   o Recursos Quais os recursos materiais, tecnológicos e humanos disponíveis e necessários à criação de um discurso actual e inovador da exposição?

Como Produzir Uma Exposio

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Como produzi r um a ex pos ição?

Definição Uma exposição é apresentação/manifestação pública ou privada deobjectos, artísticos ou outros que estimulam a criatividade, a produção, o comércioou a cultura.

Objectivos Objectivo geral Instruir e educar, de forma a fomentar no visitante um processo deaprendizagem e reflexão intelectualmente estimulante.

Objectivos específicos

Que mensagens ou intenções se procuram associar à exposição?

Quem é público-alvo?

Estratégias Qual a melhor forma, de acordo com critérios criativos, educativos, artísticos,científicos, históricos ou outros, de dar a conhecer os objectos expostos?

De que modo se pode dar a conhecer/publicitar ao público-alvo a exposição?

   P   l  a  n

  e  a  m

  e  n   t  o 

Recursos Quais os recursos materiais, tecnológicos e humanos disponíveis e necessários àcriação de um discurso actual e inovador da exposição?

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Cr i t é r ios de c lass i f i caç ão das expos iç ões

Tempo Permanentes;

Temporárias;

Itinerantes;

Especiais: no âmbito de um momento comemorativo ou institucional ou com umcarácter pontual e excepcional (ex: uma visita de Estado que se faz acompanharpor uma exposição).

Participação dopúblico

Passivas: procura leituras convergentes com o programa da exposição;

Interactivas: permite leituras diversificadas por partes dos espectadores.

Conteúdo Temáticas: com base em objectivos programáticos e num guião;

Emotivas e estéticas;

Retrospectivas;

Didácticas.

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  In te rven ien tes

Artista/Autor Criador das obras a expor.

Produtor/Organizador Muitas vezes acumula a conceptualização, organização e produção de tudo oque diga respeito à exposição em si; é o gestor das equipas, o gestor financeiro,o conservador e o responsável pela divulgação.

Curador/Conservador Organiza a exposição, escolhendo as obras de arte que devem integrar umaexposição, bem como o local onde as mesmas devem ser colocadas em cadasala do museu ou galeria.

Principais responsabilidades Promover a educação das crianças e adultossobre arte, através de workshops , visitas guiadas leituras e outras actividades;Procura manter as colecções em perfeito estado de conservação, sendo apoiadopor técnicos competentes para restauro; Defende políticas públicas de apoio àscolecções, envolvendo-se na pesquisa de financiamentos e outros apoios para aconcretização das suas exposições e conservação das suas colecções.

Galerista/Instituição Dono de um espaço cultural/comercial. responsável pela sua gestão, pelaselecção dos artistas ou programa de exposições.

No caso do galerista, procura vender o maior número possível de obras de arteexpostas.

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Caract er izaç ão dos espaços de ex pos ição

Espaços museológicos Museus, palácios, espaços históricos com pesada carga histórica, etc.

Galerias Galerias de centros culturais, galerias comerciais, galerias de bancos ou deoutro tipo de instituições que promovam a função de exposição quer das suascolecções, quer de exposições de artistas convidados.

Características principais São espaços abertos, de linhas direitas, lógicasarquitectónicas próximas do white cube  e que permitem que a obra sedestaque sem cenografia acessória.

Espaços não convencionais Antigas estruturas fabris, armazéns, casas, escritórios, bancos, lojas, barcos,autocarros, etc.

Estes espaços são essencialmente utilizados para instalações que sepropõem a artistas e que estes conceptualizam e coordenam.

Espaços públicos Praças, ruas, paragens de autocarro, estádios, passeios, váriosequipamentos urbanos, jardins, etc.

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PRODUÇÃO DE UMA EXPOSIÇÃO  

1. Concepção e estruturação do projecto

2. Constituição da equipa

3. Design e construção do espaço expositivo

4. Transporte e montagem da exposição

5. Divulgação

6. Inauguração

7. Funcionamento e manutenção

8. Itinerância

9. Desmontagem

10. Pós-produção

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  1. Concepç ão e est ru tu raç ão do pro jec t o

A Reconhecimento da necessidade da exposição Surge da vontade/necessidade de comunicação dainstituição e da sua política cultural para o exterior.

B Valorização da vontade Através do estabelecimento de objectivos que se pretendem atingir com aexposição.

Fase em que se discutem a ideia conceptual, o tipo de exposição, que comissário(s) e que equipastécnicas, que tema(s), que prazos, que data de inauguração e que públicos atingir.

CApreciação da viabilidade financeira e técnica Analisam-se em pormenor os custos inerentes a todoo processo e que equipas são necessárias.

Fase em que surge o convite ao comissário e um pré-guião do projecto para se dar início a todo oprocesso de produção que terá várias fases a decorrer em simultâneo.

A criação das equipas científicas e técnicas e a distribuição de tarefas, atribuição de responsabilidadese calendarização das várias fases é agora fundamental.

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D Guião e projecto definitivo Elaboração do guião com base na ideia central e objectivos anteriormenteestabelecidos. Refere também os aspectos educativos, pedagógicos, promocionais e/ou de divulgaçãode um artista ou colecção, políticos, prestigiantes, para melhor se entender que tipo de exposição

vamos apresentar e para quem.

Fase em que se tem em conta os seguintes aspectos fundamentais durante o decurso da exposição:

A que públicos se destina a exposição, a sua idade, a sua formação e exigência, nível deconhecimento e a sua procedência.

Nº de visitantes estimado para prever circuitos de passagem, de segurança das obras e o nº devigilantes necessários, zonas de atendimento, tiragem de exemplares de folhetos, jornais de sala eoutros materiais mais acessíveis e/ou gratuitos.

Questões de segurança e de conservação que exigem plantas mais ou menos pré-estabelecidas

para muitas exposições: espaços abertos e sem obstáculos ou impedimentos no espaço físico quepermitam uma eficaz leitura de vigilância do espaço.

Articulação entre o projecto expositivo e o projecto gráfico (catálogo, folhetos, elementos decomunicação da exposição – tabelas, textos, faixas de divulgação). Ao fim e ao cabo, é a imagemque se quer dar de todo o conjunto.

Devem ser ponderados e previstos diferentes aspectos do projecto; desenho, circuitos, cores,materiais, luz, som e o ambiente criado, etc. Em suma, todos os componentes fundamentais paraque o resultado final seja eficaz e cumpra os objectivos a que se propôs.

2. Const i t u iç ão da equipa

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  Deve, sempre que possível, ser dada preferência a profissionais com experiência para liderar o projectoe que poderão formar e dar oportunidade de aprendizagem técnica a equipas de assistentes.

Se se trata de uma exposição produzida por um museu, galeria, ou outro espaço expositivo comexperiência, as equipas que existem normalmente são suficientes, mas se o projecto tem umacomponente exterior e se é produzido por um produtor exterior à instituição, a equipa a criar é um mistodas duas estruturas.

Falar da constituição de uma equipa técnica de uma exposição é falar de um grupo de profissionais que

deverão trabalhar de forma sintonizada e sincronizada para que, desde a ideia até à inauguração, nadapossa falhar.

Cruzam-se então visões diferentes, métodos de trabalho tantas vezes incompatíveis, e ritmos muitodiferentes. aí que o produtor/comissário técnico tem um papel muito importante de coordenação, querdas equipas quer de todas as componentes do projecto.

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  A equ ipa permanente numa expos iç ão  

• comissário científico

• produtor/coordenador (técnico-executivo)

• designer/cenógrafo/arquitecto

• editor (que pode ser o produtor)

• secretariado executivo e equipa técnica

• responsável de imprensa e divulgação (relações públicas)

Todos os outros participantes na organização da exposição poderão ser requisitados exteriormente àorganização ou solicitados os serviços em outsourcing, por exemplo: designer do projecto gráfico, autor

do projecto luminotécnico, empresa de construção, serviços de embalagem e transportes, empresa demontagem técnica, serviços de segurança e limpeza, serviços educativos, etc.

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  Comissár io c ien t í f ico

Principais responsabilidades

Investigar previamente e entregar anteprojecto - ideia;

Seleccionar e indicar as peças ou materiais a expor;

Pré-contactar os emprestadores;

Entregar o pré-guião e o guião definitivo ao produtor/coordenador;

Definir os conteúdos e indicar os colaboradores do catálogo e dados para outras publicações;

Acompanhar todo o processo de montagem das peças;

Orientar a equipa de serviços educativos;

Assistir à inauguração e fazer visita guiada às personalidades e convidados;

Prestar assistência aos meios de comunicação social e conferências de imprensa necessárias.

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  Produtor/Coordenador

Principais responsabilidades

Representar o promotor da exposição;

Orçamentação do projecto e pedido de orçamentos;

Calendarização das actividades e seu faseamento;

Gestão das equipas;

Delegar e coordenar as tarefas da equipe técnica de produção;

Contactar os emprestadores e oficializa os empréstimos.

Na fase de Pós-produção o produtor e Comissário trabalham em articulação na avaliação do projecto.

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  Designer/Arqui tecto

Principais competências

Articular o desenho do espaço, desde o primeiro momento, com o comissário e o produtor; participar

nas reuniões gerais do projecto;

Desenhar a exposição e todos os suportes expositivos;

Orientar propostas de circuitos e de comunicação expositiva; Propor alterações aos circuitos expositivos sempre que, por razões estéticas ou de segurança, o

entender;

Gerir os prazos de desenho, obra e montagem;

Dirigir a obra e a montagem da exposição; Acompanhar os vários projectos de especialidade: luz, audiovisuais, alarmes, vigilância, etc.

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  3. Des ign e const rução do espaço ex pos i t i vo

Na realização do projecto e desenho expositivo são considerados e definidos os pormenores técnicos: tipo de discurso (conceito expositivo);

modelo de circulação;

projecto de segurança;

projecto de luminotecnia; tipos de estruturas expositivas.

Conceitos expositivos de design e montagem de uma exposição

Histórico Obedece a circuitos lineares, cenográficos, numa sequência espacial em salas ou percursos,cores escuras que marcam alguma presença do espaço.

Experimental Procura a anulação do espaço físico e de destaque da obra artística;

Emotivo Tira partido da utilização de meios audiovisuais que se sobrepõem muitas vezes ao objectoartístico;

Instalação Procura o diálogo do espaço com a obra final. Habitualmente, uma instalação é pensada emfunção de um determinado espaço e vive nele.

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Após a apreciação e aceitação do design e percurso expositivo dá-se início à fase de produção maiscomplexa.

após um prévio contacto, fazem-se os contratos de empréstimo com os museus ou proprietários das

obras;

realizam-se fichas pormenorizadas das obras;

executam-se os necessários restauros;

fotografam-se as obras;

procede-se à realização de seguros;

asseguram-se as reuniões de todas as equipas técnicas;

realizam-se todos os materiais gráficos e de divulgação;

calendarizam-se as recolhas e os transportes;

asseguram-se escoltas e chegadas das peças e seus acompanhantes e o processo de montagem.

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Paralelamente, sob a coordenação do produtor e do designer/arquitecto decorre o processo deconstrução do espaço expositivo, que implica:

construção das estruturas: paredes, vitrinas, plintos/suportes, chão, percursos cenográficos, etc.;

pintura e arranjo de envolventes;

instalação dos projectos de especialidade: iluminação, condições ambientais, alarmes, montagem deletterings e textos explicativos, audiovisuais;

e por fim, são colocadas as obras originais , já sem as outras equipas de trabalho.

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  4. Transpor t e e m ontagem da expos ição

Embalagem

O correcto acondicionamento das peças impede alterações de vária ordem nos objectos artísticos, peloque a sua embalagem deve proporcionar boas condições:

ambientais (não permitindo variações de temperatura ou humidade para além das recomendadas)

imobilidade (protecção contra choques e vibrações)

segurança (protecção contra a violação não autorizada da embalagem)

Assim, uma embalagem, para ser correcta, deve antes de mais ser feita a pensar em todos estes danose perigos e deverá ter em conta todas as dimensões e características especiais de cada obra a

embalar.

Embalar uma jóia, uma escultura em pedra ou uma pintura não é a mesma coisa. As exigências decondições ambientais, de imobilização necessária e de segurança não são as mesmas para todas aspeças.

O embalador é técnico especializado e com experiência para criar uma embalagem à medida esemelhança de cada peça.

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  Transpor tes

Depois de correctamente embaladas, as obras estão preparadas para viajar: em transporte terrestre,

aéreo ou marítimo. Para cada um deles há cuidados específicos a ter e que hoje são, na sua maioria,legislados e que obrigam ao respeito de normas nacionais e internacionais de circulação de obras dearte.

Algumas normas de transporte das obras de arte:

• Para alguns transportes de obras de arte são exigidas escoltas de policiamento em todo opercurso terrestre, mesmo viajando em camiões climatizados e altamente seguros. Estas escoltasdeverão ser solicitadas pela instituição organizadora com a antecedência mínima de pelo menosdois meses antes do transporte.

• O transporte de objectos com materiais que são proibidas pela UE (marfim, tartaruga, etc.),

devem ser alvo de uma autorização prévia.• Obtenção de licenças de importação e/ou exportação de obras de arte, para protecção dos

bens nacionais e evitar comércio ilegal de obras de arte. 

• As obras de arte em viagem deverão sempre fazer-se acompanhar por correios (pessoas quezelam pelo cumprimento das regras de segurança das obras) e por dossiês de projecto com

listagens e fotografias de todas as peças embaladas. As autorizações de saída do país ou dainstituição a que pertencem e as apólices de seguro são obrigatórias. 

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  Manuseament o e Montagem

Com a chegada das obras ao local da exposição, segue-se a sua desembalagem e verificação do estado deconservação e dá-se início ao processo de montagemexpositiva.

Nesta fase, a coordenação técnica, o acompanhamento

e assistência da empresa de transportes é fundamentalpara o correcto manuseamento das obras e suacolocação na exposição. Muitas vezes são necessáriosvários homens e algumas máquinas para montaralgumas obras que exigem não só muita força, mastambém muitos cuidados acrescidos.

Não é nos transportes que a maioria dos acidentesacontece, mas sim nos processos de montagem edesmontagem. Por isso é necessário haver um perfeito erigoroso conhecimento das fragilidades de cada peça,das várias etapas da montagem, do faseamento dastarefas e nomeação de responsáveis de equipastécnicas para cada momento.Cada equipa deverá saber qual a sua tarefa duranteuma montagem, para que não haja duplicação deserviços nem técnicos em demasia para cada um dos

serviços. 

Marcel Duchamp – Grand verre: Mariée mise à nu par ses célibataire, même. 1915-23 

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5. Divulg aç ão

A campanha de divulgação deverá, conforme o orçamento disponível, prever anúncios deimprensa, dossiês para jornalistas, cartazes, muppies e/ou outdoors e convites personalizados acríticos ou opinion makers especializados.

O c atá logo

Deveremos pensar sempre que o catálogo será a melhor e maisduradoura memória da exposição e, por isso, não deve ser vistocomo um produto meramente comercial. Ele deve ser rigoroso,agradável e de boa qualidade.

O catálogo deve compilar estudos artísticos e científicos que justificam a exposição e que emanam das obras expostas.Sempre que possível deve conter textos e abordagens inéditassobre o tema e reunir informação, que muitas vezes está muitodispersa, sobre determinado tema ou artista.

É da responsabilidade do comissário da exposição a tarefa decompilar ou redigir os textos e ensaios do catálogo.

Catálogo da exposição The last picture show: Artisis using photography, 1960-1982 . Walker  Art Centre, 2003. 

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  6. Inauguraç ão

A inauguração é um momento importante para o sucesso de uma exposição, pelo que devemestar reunidas todas as condições de modo a proporcionar aos convidados um acontecimentoagradável. A presença do galerista, comissário, produtor ou artista(s) é essencial, para a troca deimpressões e esclarecimento junto dos jornalistas, críticos ou potenciais compradores. Acontratação de um serviço de catering é também aconselhada.

A exposição deverá estar assinalada no exterior do edifício com faixas/ banners sugestivos e quedeverão repetir a imagem gráfica do convite e dos cartazes que entretanto já foram enviados eafixados nos devidos circuitos de distribuição.

Quando possível, a inauguração deverá ter duas apresentações, uma na véspera ou na tarde da

inauguração oficial, para que os órgãos de comunicação social façam uma visita - press vue - nacompanhia do comissário e/ou artista(s) representado(s) e outra a inauguração oficial para osconvidados, no dia seguinte ou no mesmo dia mais tarde.

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  O c onv i te

Criação de uma mailing list e/ou e-mailing list alargada, especializada ou não, dirigida apotenciais públicos interessados para que sejam enviados os convites para a inauguração.

O número de convites deve ser muito elevado, pois funcionam como uma das melhores formasde divulgação de um evento e que entra directamente, via correio ou email , no circuito domésticoe profissional dos públicos.

O convite deve ser sempre pensado como sendo a primeira imagem da exposição junto dopúblico. Por isso, deve ser graficamente sugestivo e agradável, claro e minimamente explicativo. 

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  7. Func ionam ento e manut enção

Acom panhamento e v ig il ânc ia

Recursos humanos envolvidos no funcionamento de uma exposição:

• Equipas de manutenção técnica

Equipas de limpeza• Equipas de acompanhamento pedagógico (serviços educativos)

• Equipas de vigilantes (guias)

Todos deverão ser alvo de uma formação e de informação específica relativamente às tarefasque se lhes pedem, pois poderão ter de entrar em acção a qualquer momento. As equipas devemser conhecedoras de todas as exigências e riscos das várias componentes da exposição.

Recursos técnicos envolvidos numa exposição podem implicar:

• Instalação de câmaras de vídeo que cubram toda a área de exposição, controladasremotamente e com possibilidade de gravação; 

• Contratação de elementos de segurança para o caso de ser accionada uma emergência. 

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  Duração

Habitualmente, o período de tempo de uma exposição aberta ao público é calculado pelo custoque a exposição implica e que deverá assim ser rentabilizado em termos de visitantes.

É muito vulgar falar-se de exposições com duração máxima de três meses, prazo que ascondições de segurança e ambientais permitem para objectos de grande desgaste, e prazos deum mês e meio quando os locais de exposição são muito solicitados e com grande afluência de

público.

Ilya Kabakov – Incident at the Museum , 1991 

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  Horár io

Os horários de abertura ao público deverão ser pensados com muita atenção e não limitá-los aoshorários normais de funcionamento das instituições. Deveremos pensar que as exposições sãopara ser vistas e muitas vezes em horário pós-laboral.

Sempre que possível prever, pelo menos um dia na semana, prolongamento da abertura aopúblico até às 20 horas. Muitas vezes, o impedimento da visita está sem dúvida nos curtos

horários de abertura.

Francis Alÿs – The nightwatch , 2004

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  Públ ico

O número de visitantes é ainda hoje o factor de maior e melhor apreciação do sucesso de umaexposição para quem organiza ou recebe, mas nem sempre é o factor mais importante paraquem pensou a exposição. A qualidade dos projectos ou os objectivos culturais propostos sãooutros factores de sucesso.

Sempre que possível, para avaliar os públicos, deve fazer-se inquéritos no local e tentar saber

qual a opinião do visitante. A recolha pode, no entanto, ser realizada de outras formas: em livrosespalhados nas salas da exposição, nos locais de venda de catálogos ou distribuindo um folhetogratuito com a indicação de morada e endereço electrónico para o envio de opiniões ou desugestões de melhoria da efectividade da mensagem.

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  8. I t inerânc ia

Vantagens

A exposição itinerante, desenhada e pensada para ser exposta em diferentes lugares, tem muitasvantagens:

a) Pode ser vista por um maior número de pessoas em diferentes lugares ou países;

b) Os custos de investigação, preparação e produção serão distribuídos e rentabilizados;

c) A itinerância confirmada a priori  justifica o investimento inicial, que pode ser mais alargado e

com melhor produto final;

d) Divulgação em grande escala dos promotores da exposição e reforço da sua reputação;

e) Partilha de responsabilidades.

As desvantagens de um projecto destas características também deverão ser tidas em conta,pois a segurança dos objectos e processos de empréstimo, os transportes e seguros são uma

preocupação e exigem um controlo constante.

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  Organização

Para cada uma das itinerâncias da exposição deverá o organizador prever um dossiê que incluaas seguintes informações:

a) Nome da instituição ou produtor

responsável;b) Proposta: com títulos, tema, conteúdos,

equipas, objectivos, exigências gerais deapresentação; dimensões, fichas de peça,etc.;

c) Requisitos ideais do espaço: planta, cortes,condições de acesso e reservas;

d) Condições técnicas: electricidade,elevadores/monta-cargas;

e) Requisitos de conservação e segurança;f) Cumprimento das normas museológicas, se

aplicáveis;

g) Manutenção e responsabilidades em caso

de atteração do acordo;h) Seguros contra todos os riscos e

respectivos certificados;

i) Minuta de contrato ou termos do acordo;

 j) Condições de embalagem e transporte;k) Equipa de montagem e desmontagem;

l) Manutenção e funcionamento assegurados;

m) Direitos de autor e divulgação;

n) Custos e alugueres.

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  9. Desm ont agem

Realização de uma reportagem fotográfica e/ou vídeo para memória futura.O processo de desmontagem é uma etapa complexa que exige um grande esforço decoordenação e de controlo técnico:

1º. Retirar das obras de arte ou dos conteúdos museográficos;

2º. Desmontagem das estruturas de suporte.

Reembalagem e transporte de regresso das obras, que são acompanhadas pela equipatécnica, tal como à chegada das obras.

Realização dos conditions reports (relatórios) sobre o estado de conservação das peças, nofinal da exposição. Estes relatórios podem ser úteis para possíveis reclamações dos proprietários

das obras.

Observações

Quando as obras pertencem à instituição organizadora, ao processo de desmontagem e

embalagem final segue-se o armazenamento das obras, que será feito em reservas preparadaspara o efeito e com controlo de temperatura, humidade e luz.

Quando as obras não pertencem à instituição organizadora, o rigor na devolução, deverá ser tidoem conta e acompanhado até ao destino final.

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  11. Pós-Prod uç ão

Após o encerramento da exposição e sua desmontagem seguem-se as seguintes fases:• Realização de um relatório final que deverá conter:

a) Balanço final - avaliação de todas as fases de execução do projecto e também dasequipas envolvidas;

b) Avaliação dos objectivos traçados no início;

c) Avaliação das campanhas promocionais.

• Arquivamento dos dossiês do projecto e dos relatórios segundo regras claras, que se possam

consultar no futuro e facilmente para quaisquer dados de apoio a outros projectos.• Envio de cartas de agradecimento aos colaboradores e instituições envolvidas.

• Verificação de que todos os pagamentos foram realizadas e que não há nenhuma situaçãopendente ou reclamação a ser resolvida.