Como Utilizar a Educação à Distância Na Prática Do Docente Do Ensino Superior

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  • FACULDADE DO MEIO NORTE

    PS-GRADUAO LATO SENSU

    DOCNCIA NO ENSINO SUPERIOR

    Jocimar Gomes Duarte Junior

    COMO UTILIZAR A EDUCAO DISTNCIA NA PRTICA DO DOCENTE DO

    ENSINO SUPERIOR?

    Belm/PA

    2015

  • Jocimar Gomes Duarte Junior

    COMO UTILIZAR A EDUCAO DISTNCIA NA PRTICA DO DOCENTE DO

    ENSINO SUPERIOR?

    Trabalho apresentado como requisito avaliativo da disciplina

    Introduo a Educao Distncia, ministrado pela professora

    Msc. Dbora Ribeiro da Silva Folha, no curso de

    Ps-graduao Lato Sensu em Docncia no Ensino Superior da

    Faculdade do Meio Norte FAEME.

    Belm/PA

    2015

  • 1. Introduo

    Muito se tem discutido acerca de novas prticas pedaggicas, no processo de ensino e

    aprendizagem do aluno. Ferramentas alternativas, que visam o melhor aproveitamento do aluno

    em sala de aula, vem sido debatidas e questionadas, elevando seu grau de participao no

    processo educacional e permeando novas teorias. Dentre as mais diversas prticas, neste texto

    destacaremos a modalidade de Educao a Distncia, onde buscaremos conceituar o que a

    EAD e apontar algumas formas de utilizao do mtodo no ensino superior. Teceremos

    abordagens breves no que se refere ao contexto histrico, pontos positivos e negativos.

    Para incio de conversa, vamos a uma definio de o que seria a Educao Distncia. A

    partir de 1996, na legislao brasileira, se includo esta modalidade nas Lei de Diretrizes e

    Bases da Educao LDB, Segundo o Decreto n. 2.494, de 10 de fevereiro de 1998

    regulamentando o Art. 80 (Lei n. 9.394/96), em seu primeiro artigo, onde fomenta que

    Educao a distncia uma forma de ensino que possibilita a

    autoaprendizagem, com a mediao de recursos didticos sistematicamente

    organizados, apresentados em diferentes suportes de informao, utilizados

    isoladamente ou combinados, e veiculados pelos diversos meios de

    comunicao.

    A partir da introduo da modalidade na LDB, dar-se a criao de diversos rgos,

    associaes e afins, para tratar desse, ento, novo seguimento. o caso da SEEd Secretaria de

    Educao a Distncia, a qual no existe mais; da UAB Universidade Aberta do Brasil, onde

    dentre vrios outros cursos, oferece a formao de professores atravs da educao a distncia;

    dentre vrias organizaes como a ABED Associao Brasileira de Educao a Distncia.

    A educao a distncia vem como um modo de a educao buscar auxilio nas tecnologias

    de informao e comunicao, as famosas TICs. Assim, busca-se a autoaprendizagem do aluno,

    por mediao dos recursos pr-estipulados, associados a ajuda de uma pessoa instruda a auxiliar

    o aluno no que for preciso, seja ele um professor ou um tutor1.

    1 Do Latim Tutor, o protetor. Para S (1998), o tutor recebe o significado de orientador de aprendizagem do

    aluno solitrio e isolado" que, frequentemente, necessita do docente ou de um orientador para indicar o que mais

    lhe convm em cada circunstncia. Presta auxilio ao aluno, direcionando-o, avaliando-o e posicionando-o ao

    caminho que se previsto, no processo de ensino-aprendizagem.

  • 2. Consideraes Histricas

    Historicamente, podemos dividir esta modalidade em trs momentos ou geraes. O

    primeiro momento aquele ao qual se d atravs do ensino por correspondncia, que surgiu no

    incio do sculo XIX, onde o material era enviado ao aluno por mdia impressa, como livros

    didticos, revistas ilustrativas. J no segundo momento temos o ensino atravs de novas mdias,

    como televiso (um exemplo seria o Telecurso 2000), rdio, fitas de vdeo e udio, entre outras, e

    tambm pelas Universidades abertas. Com o surgimento da Internet, se introduz a educao

    on-line que usa, alm das ferramentas predominantes na segunda gerao, ambientes virtuais,

    chat, videoconferncias, blogs entre outros, e o momento ao qual nos deparamos hoje em dia.

    Para Keegan (1996, p. 8) o avano da EAD no seria possvel sem o desenvolvimento da

    tecnologia, principalmente nas reas do transporte e comunicao, associadas a Revoluo

    Industrial. De fato, diante a essas trs geraes, podemos perceber que estes se do de maneira

    evolutiva, no que se diz respeito s TICs, que por sua vez, acelerou seu desenvolvimento por

    conta, tambm e no somente, da revoluo industrial.

    3. EAD: Algumas concepes positivas e certas dificuldades

    A utilizao da modalidade de ensino distncia vem crescendo no mundo todo. Diante disso, o

    professor passa a assumir um novo papel na educao, diferente do que se tradicional em sala

    de aula, onde

    Ocorre uma separao fsica e temporal, que, portanto, determina, na realidade, a

    necessidade do professor conceber, planejar e trabalhar contedos que

    desempenham um grau de interatividade e interao capaz de ir alm de suprir a

    ausncia do professor, mas que desempenhe significativamente um papel vital

    de condutor, instigador, orientador, simulador e construtor no processo de

    aprendizagem do aluno, de modo significativamente diferente daquele do

    ambiente presencial (MOORE; KEARSLEY, 2007).

    Dentre esse contexto, cabe ao professor se adaptar ao tipo de atividade que uma determinada

    turma ir possuir. Possuem duas atividades distintas, que permeiam a EAD: Atividades

    assncronas e atividades Sncronas.

  • As atividades assncronas so aquelas que independem de tempo e lugar e podem

    revolucionar o processo de interao entre professores e estudantes (LINS, MOITA, 2009).

    Nelas o professor age como mediador do processo de ensino-aprendizagem, atravs de e-mails,

    chats, grupos de discusso, fruns, grupos de Whatsapp, entre outros. No atua necessariamente

    em tempo real, podendo responder aos alunos, em um tempo que lhe for oportuno.

    As atividades sncronas aparenta ser mais proveitosa, tanto para o aluno quanto para o

    professor. Nela, as atividades se do por meio, por exemplo, de videoconferncias com horrio

    marcado, onde h uma interao em tempo real do professor com os alunos. Para Lins e Moita

    (2009) o desenvolvimento da agilidade na comunicao acontece de forma harmoniosa no

    processo da aprendizagem, pela facilidade da relao entre professores-alunos,

    alunos-professores e alunos-alunos, onde todos so envolvidos pela interao e a interatividade.

    Diante disso, surge a figura do aluno auto aprendiz. Ir partir do aluno a ao principal

    que rege a mediao do conhecimento. Assim, White (2005) designa como marco importante da

    EAD a contribuio para o desenvolvimento de aprendizes autnomos, independentemente de

    suas circunstancias de vida. significativo o mtodo de educao a distncia, desde que haja um

    maior investimento na educao, um compromisso maior com o aluno, visando a sua autonomia

    de ensino. Deste modo, para White (2005):

    Deve haver maiores contribuies no acesso educao, no ajuste a

    novos ambientes de aprendizagem e no desenvolvimento do indivduo, tanto em

    termos econmicos quanto em termos de experincias de aprendizagem, uma

    vez que possibilita ao aprendiz exercer maior autonomia, auto regulao e

    controle (WHITE, 2005a, p. 165).

    Mas ser que o aluno est apto a ser autnomo? eminente o fato de que existe um despreparo

    diante nova ferramenta educacional, o que ocasiona a desistncia do aluno da educao

    distncia. Gibson (1997) e Lowe (2005) afirmam que

    Os aprendizes geralmente se deparam com a necessidade de habilidades de

    gerenciamento do tempo e do nvel de estresse, o aumento da autodireo no

    estabelecimento de metas e adoo de estratgias para assumirem novos papeis e

    responsabilidades de ensino e aprendizagem, alm da instigao de estratgias

    cognitivas e metacognitivas, entre outras. Mais frequentemente, esses alunos

    foram educados a serem recipientes passivos de informao, a competirem por

    notas em provas que requerem regurgitao de informao factual. Eles

  • simplesmente no esto preparados para o sucesso (GIBSON, 1997 apud

    LOWE, 2005, p 80).

    Partindo dessa premissa, far-se- necessrio o cumprimento de novos mtodos educacionais,

    dentro da educao a distncia. Um desses o mtodo de aprendizagem significativa. De acordo com

    Argyle (1991 apud CAMPOS et al, 2003, p. 25) Cooperar atuar junto, de forma coordenada, no

    trabalho ou relaes sociais para atingir metas comuns. As pessoas cooperam pelo prazer de repartir

    atividades ou para obter benefcios mtuos. Deste modo, entre outras coisas, o mtodo prioriza a

    interao e cooperao dos alunos e professor, para assim construir o conhecimento sobre um assunto

    pr-definido.

    4. O papel do docente do ensino superior, na Educao Distncia

    Fugir do tradicional, sem dvida, uma das tarefas mais difceis para o professor de hoje

    e carregar consigo a tarefa rdua de distribuir conhecimento um peso elevado que o mesmo leva

    sobre os ombros. Como se foi mencionado no texto, o desafio do professor tomar um novo

    papel dentro ao mundo globalizado. A LDB 9.394/96 prope que a educao superior deve

    suscitar o desejo permanente de aperfeioamento cultural e profissional. Deste modo,

    juntamente com a universidade, faculdade ou outras instituies de ensino, o professor necessita

    de novas ferramentas que possibilitem o trabalho deste profissional com o aluno da EAD.

    Em suma, e entre outros aspectos, o professor precisa instigar, fomentar no aluno a

    vontade do aprendizado significativo atravs da prtica autnoma de busca pelo conhecimento.

    O professor da EaD necessitar estar atento ao aluno desde o planejamento, compreendendo-o e

    aceitando sua realidade, porm propondo momentos de reflexo e aes (Ferreira e Lobo, 2005,

    p.6). Por sua vez, o aluno precisa ultrapassar a linha que norteia a frvola base de absoro de

    diversos conhecimentos, e chegar a linha que tange a criticidade analtica de cada componente

    terico e suas respectivas linhas de pesquisa.

    Assim um meio de o professor se capacitar, seria por meio de cursos de formao

    continuada2 (que se d tambm por da EAD, como o caso do programa e-proinfo que, como

    explica o MEC3 , trata-se um ambiente virtual colaborativo de aprendizagem que permite a

    2 Processo permanente de aperfeioamento dos saberes necessrios atividade profissional, realizado aps a

    formao inicial, com o objetivo de assegurar um ensino de melhor qualidade aos educandos. (CHIMENTO, 2009)

    3 MEC sigla para Ministrio da Educao.

  • concepo, administrao e desenvolvimento de diversos tipos de aes, como cursos a distncia,

    complemento a cursos presenciais, projetos de pesquisa, projetos colaborativos e diversas outras

    formas de apoio a distncia e ao processo ensino-aprendizagem) que se d tambm, e no

    somente, por ambientes virtuais, de interao com as TICs. Assim, o professor passa a se tornar

    aluno de EAD, e vivenciar no so o aperfeioamento do aprendizado, mas tambm a realidade

    do discente da modalidade, o que auxilia na assimilao de novas tcnicas de liderana para com

    a nova ferramenta de ensino e aprendizagem.

    5. Consideraes Finais

    Visando as novas interaes do processo educacional com o meio globalizado, a

    educao distncia prope uma nova abordagem de ensino. De modo peculiar, ela prope

    novos formatos e solicita um acompanhamento significativos de todos os atores sociais

    envolvidos, em especial alunos e professores. Implantar algo nesse sentido difcil e, por

    vezes barreiras so impostas, sejam naturais ou forjadas pelo meio. Pelo servio rduo, de

    vital importncia a parceria entre professor, aluno e instituio, haja vista que essa

    modalidade possui resultado significativo a partir da cooperao dos indivduos que

    permeiam o processo.

    Deste modo, Aes como estas, so de fundamental importncia para o

    desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem de todos ser social. As prticas

    pedaggicas no podem ser vistas como algo absurdo de se concretizar e sim como aes

    plausveis de serem postas em discusso para, assim, se tornar aes reais dentro e fora de

    sala de aula.

  • REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    [1] BRASIL. LEIS E DIRETRIZES E BASES DA EDUCAO NACIONAL. Decreto n.

    5.622, de 19 de dezembro de 2005. Regulamenta o art. 80 da Lei 9.394/96, 20 dez. 1996.

    Estabelece as diretrizes e bases da educao nacional. Dirio Oficial da Unio, Braslia, ano 134,

    n. 248, p. 27833-27841, dez. 2005. Disponvel em:

    . Acesso em: 10 jun. 2015.

    [2] CHIMENTO. L. K. O SIGNIFICADO DA FORMAO CONTINUADA DOCENTE.

    In: 4 CONGRESSO NORTE PARANAENSE DE EDUCAO FSICA ESCOLAR, 2009,

    Paran. Anais. Londrina: UEL, 2009. Disponvel em:

    http://www.uel.br/eventos/conpef/conpef4/trabalhos/comunicacaooralartigo/artigocomoral2.pdf.

    Acesso em 11 jun. 2015.

    [3] FERREIRA, S. L.; LOBO, V.T. DE TUTOR A PROFESSOR ON-LINE: QUE SUJEITO

    ESSE? In: CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE COMPUTAO, XXV,

    2005, Rio Grande do Sul. Anais. So Leopoldo: UNISINOS, 2005. p. 1-9 Disponvel em:

    http://www.br-ie.org/pub/index.php/wie/article/view/840/826. Acesso em 11 jun. 2015.

    [4] KEEGAN, D. FUNDATIONS OF DISTANCE EDUCATION. 3rd ed. London: Routledge,

    1996.

    [5] LOWE, Stephan D. RESPONDING TO LEARNER NEEDS IN DISTANCE

    EDUCATION: PROVIDING ACADEMIC SUPPORT AND RELATIONAL SUPPORT

    (PARS). In: LEVINE, S. Joseph. (Ed.) Making distance education work: understanding learning

    and learners at a distance. Michigan: Learner Associates.net, 2005. p. 73-87

    [6] MOORE, Michael G.; KEARSLEY, Greg. EDUCAO A DISTNCIA: UMA VISO

    INTEGRADA Edio especial ABED Associao Brasileira de Educao a Distncia. So Paulo: Thomson Learning, 2007.

    [7] S, I. M. A. A EDUCAO A DISTNCIA: PROCESSO CONTNUO DE INCLUSO

    SOCIAL. Fortaleza: CEC, 1998.

    [8] WHITE, Cynthia J. CONTRIBUTION OF DISTANCE EDUCATION TO THE

    DEVELOPMENT OF INDIVIDUAL LEARNERS. In: Distance education, Routledge, v. 26,

    n. 2, p. 165-81, ago. 2005(a).