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567 Orthodontic Science and Practice. 2009; 2(6). Artigo de Revisão (Review Articles) Comparação dos sistemas de montagem dos bráquetes linguais para colagem indireta Comparison of the systems of assembly of the lingual brackets for indirect bond Correspondência com autor: [email protected] Recebido para publicação: 12/08/2009 Aceito para publicação: 31/08/2009 Rossana de Paula Vieira - Especialista em Ortodontia pela Universidade do Vale do Rio Doce (Univale-MG) Juliana Tito Salla - Aluna de especialização em Ortodontia pela Universidade de Itaúna (UIT) Luiz Fernando Eto - Mestre em Ortodontia pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG). Resumo A Ortodontia Lingual, existente desde a década de 1970, está atualmente ganhando maior visibilidade no meio ortodôntico. Uma das etapas mais importantes para o sucesso da técnica lingual é o posicionamento laboratorial dos bráquetes no modelo, já que a colagem é realizada quase que exclusivamente de maneira indireta. Apesar das inúmeras técnicas de colagem dis- poníveis, outras se encontram em estudo. Este trabalho descreve cinco sistemas de colagem in- direta: C.L.A.S.S. System, Hiro System, M.B.P., T.A.R.G. System e INCOGNITO. Nos C.L.A.S.S. System, Hiro System e M.B.P. são necessárias confecções de modelos de set-up; já no T.A.R.G. não há tal necessidade e no INCOGNITO faz-se um set-up virtual. Os sistemas serão descritos passo a passo, suas vantagens e desvantagens detalhadas, o que dá ao profissional a escolha da opção que melhor lhe aprouver. Descritores: Ortodontia corretiva, aparelhos ortodônticos, colagem dentária, bráquetes or- todônticos Abstract Lingual Orthodontics has existed since 1970. Although it has now been consolidated inside the Orthodontics. One of the most important steps for its success is the position of the brackets in the laboratory, since the lingual technique demands almost exclusively an indirect bond. Today there are several available techniques and then are some being developed. This research des- cribes five systems: C.L.A.S.S. System, Hiro System, M.B.P., T.A.R.G. System and INCOGNITO. It’s necessary to make a set-up model on C.L.A.S.S. System, Hiro System and M.B.P; there’s no need to do that on T.A.R.G. System, and on INCOGNITO you make a virtual set-up model. Each system has advantages and disadvantages and this permit to the professional to use the best option for him. Descriptors: orthodontics,corrective; orthodontic appliances; dental bonding; orthodontic brackets

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567Orthodontic Science and Practice. 2009; 2(6). Artigo de Revisão (Review Articles)

Comparação dos sistemas de montagem dos bráquetes linguais para colagem indiretaComparison of the systems of assembly of the lingual

brackets for indirect bond

Correspondência com autor: [email protected]

Recebido para publicação: 12/08/2009Aceito para publicação: 31/08/2009

Rossana de Paula Vieira - Especialista em Ortodontia pela Universidade do Vale do Rio Doce (Univale-MG)Juliana Tito Salla - Aluna de especialização em Ortodontia pela Universidade de Itaúna (UIT)Luiz Fernando Eto - Mestre em Ortodontia pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG).

ResumoA Ortodontia Lingual, existente desde a década de 1970, está atualmente ganhando maior

visibilidade no meio ortodôntico. Uma das etapas mais importantes para o sucesso da técnica lingual é o posicionamento laboratorial dos bráquetes no modelo, já que a colagem é realizada quase que exclusivamente de maneira indireta. Apesar das inúmeras técnicas de colagem dis-poníveis, outras se encontram em estudo. Este trabalho descreve cinco sistemas de colagem in-direta: C.L.A.S.S. System, Hiro System, M.B.P., T.A.R.G. System e INCOGNITO. Nos C.L.A.S.S. System, Hiro System e M.B.P. são necessárias confecções de modelos de set-up; já no T.A.R.G. não há tal necessidade e no INCOGNITO faz-se um set-up virtual. Os sistemas serão descritos passo a passo, suas vantagens e desvantagens detalhadas, o que dá ao profissional a escolha da opção que melhor lhe aprouver.

Descritores: Ortodontia corretiva, aparelhos ortodônticos, colagem dentária, bráquetes or-todônticos

AbstractLingual Orthodontics has existed since 1970. Although it has now been consolidated inside

the Orthodontics. One of the most important steps for its success is the position of the brackets in the laboratory, since the lingual technique demands almost exclusively an indirect bond. Today there are several available techniques and then are some being developed. This research des-cribes five systems: C.L.A.S.S. System, Hiro System, M.B.P., T.A.R.G. System and INCOGNITO. It’s necessary to make a set-up model on C.L.A.S.S. System, Hiro System and M.B.P; there’s no need to do that on T.A.R.G. System, and on INCOGNITO you make a virtual set-up model. Each system has advantages and disadvantages and this permit to the professional to use the best option for him.

Descriptors: orthodontics,corrective; orthodontic appliances; dental bonding; orthodontic brackets

568 Orthodontic Science and Practice. 2009; 2(6).Rossana de Paula Vieira; Juliana Tito Salla; Luiz Fernando Eto

IntroduçãoA ortodontia lingual veio para resolver o grande

entrave dos pacientes mais exigentes em relação ao tra-tamento ortodôntico: a estética. Segundo Kyung et al..(1), 41,7% das pessoas não se submetem ao tratamento ortodôntico devido à timidez ao mostrar o aparelho.

A técnica lingual iniciada em 1975, com Craven Kurz, vem sendo aprimorada até os dias de hoje, ten-do atingido o apogeu tecnológico nos anos noventa. A grande demanda faz da especialidade um desafio a ser alcançado pelos profissionais.

Conforme Gorman Júnior(2), Kurz teve a ideia do aparelho colando no arco inferior os bráquetes vestibu-lares pela superfície lingual dos dentes, obtendo bons resultados. Em 1976, ele se juntou à Ormco Corpora-tion (Orange, CA) para desenvolver e produzir um pro-tótipo de aparelho edgewise para a superfície lingual. Em 1979, esse protótipo foi fabricado. Em dezembro de 1980, com o propósito de estudar o aparelho a fim de melhorar o protótipo original fabricado, completar o tra-tamento de quantos casos fossem possíveis e produzir uma filosofia e sequência de tratamento a ser compar-tilhada com demais especialistas, a Ormco formou um grupo de ortodontistas denominado Task Force, cujos membros eram os Drs. Moody Alexander, Wick Ale-xander, Jack Gorman, Jim Hilgers, Craven Kurz, Bob Scholz, Mike Schwartz, Bob Smith e Mr. Ernie Strauch.

Como toda técnica lingual, os sistemas de cola-gem indireta têm sido estudados e vários deles estão ainda em desenvolvimento. O objetivo deste trabalho é enfatizar a etapa considerada como mais difícil e impor-tante do tratamento através da ortodontia lingual: a fase de montagem dos bráquetes em laboratório, o que en-volve os inúmeros sistemas de colagem indireta.

Revisão de literaturaCLASS System (Custom Labial /Lingual Applian-

ces Set-up Service)O Serviço de Montagem Individualizada de Brá-

quetes Linguais e Vestibulares foi criado pela Task For-ce a partir de uma ideia dos Drs. Roy Thomas e Scott Newheart, em 1984(3).

Segundo Romano(4), as etapas são as seguintes:1. Obtenção de modelos de boa qualidade das ar-

cadas em que serão montados aparelhos linguais. 2. Análise dos modelos e determinação do plano

de tratamento, objetivando a obtenção de metas gnato-lógicas oclusais e princípios de Andrews(3). As prescri-ções devem ser repassadas ao laboratório, solicitando ao protético as sobrecorreções necessárias(4).

3. Duplicação dos modelos das maloclusões para a confecção do set-up.

4. Confecção do set-up conforme prescrições dos ortodontistas. O técnico laboratorial procederá à coor-denação dos arcos, considerando dimensões do plano oclusal, inclinação e torques anteriores, espaço nas ar-cadas, trespasses horizontal e vertical, alinhamento e rotações individuais dentárias.

5. Aplicação do selante, após concluído o set-up. 6. Posicionamento do modelo de set-up num posicio-

nador com o plano oclusal paralelo ao solo, usado como referência horizontal. O objetivo é estabelecer um plano vertical ideal onde cada bráquete será colado. (fig. 01)

7. Posicionamento dos bráquetes no modelo de set-up através de uma lâmina de aço inoxidável de cali-bre 0.018 ou 0.022``, que simula o arco ideal. O posicio-namento inicia-se na região anterior, seguido da região posterior. Os bráquetes são centralizados em cada den-te, usando lâminas retas que mantêm o plano vertical uniforme.

8. Após o correto posicionamento, proceder-se-á à colagem dos bráquetes no modelo de set-up, usando uma resina que dê ao técnico tempo de trabalho sufi-ciente.

9. Remoção cuidadosa do excesso de resina.10. Realização de fotocópias oclusais dos mode-

los de set-up superior e inferior, que servirão de guia para a fabricação dos arcos ideais.

11. Transferência dos bráquetes dos modelos de set-up para os modelos das maloclusões duplicados, por meio de moldeiras individuais de acrílico fotopolime-rizável.

12. Colagem dos bráquetes no modelo da malo-clusão, usando adesivo solúvel em água para facilitar posterior remoção.

13. Aquecimento dos modelos em forno, por apro-ximadamente 1 hora, a fim de assegurar que o adesivo esteja totalmente aderido neles, facilitando a remoção das moldeiras no momento da transferência. Ao retirar os modelos do forno, remover também as moldeiras da transferência dos bráquetes.

14. Realização de fotocópias oclusais dos mode-los das maloclusões, objetivando auxiliar o ortodontista na fabricação da primeira série de arcos linguais.

15. Fabricação das moldeiras de transferência dos bráquetes dos modelos das maloculsões para a cavida-de oral do paciente.

Procede-se a confecção das moldeiras a partir dos modelos das maloclusões. Romano(4) descreve uma técnica em que duas moldeiras são processadas na má-quina “BIOSTAR” (Fig. 02): a moldeira interna é de “BIO-PLAST”, cuja espessura de 1,5 mm é mais flexível do que aquela externa de “BIOCRYL”, cuja espessura 2,0 mm oferece maior resistência ao material.

As retenções dos bráquetes, como ganchos, de-vem ser recobertas aplicando silicona fluida no contorno

Fig. 1 - O modelo de set-up no seu posicionador, fixado com o plano oclusal paralelo ao solo para a obtenção de uma referência horizontal. Fonte: Lingual Orthodontics(4).

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dos bráquetes e nas faces interproximais dos dentes, promovendo melhor ajuste do modelo à “BIOSTAR” e evitando que os bráquetes se desprendam quando da retirada das moldeiras de transferência.

O modelo é removido da “BIOSTAR” e também o excesso de “BIOPLAST”. Aplica-se uma fina camada de silicona fluida sobre o “BIOPLAST” para que essa ca-mada não se desprenda da camada seguinte, externa, a “BIOCRYL”.

As moldeiras são removidas após mergulhadas em água quente por 30 minutos, o que ajuda no des-prendimento dos bráquetes do modelo, já que o adesivo usado é solúvel em água. As moldeiras são secciona-das, como mostra a Fig. 03, utilizando-se um cortador de mão de alta velocidade com ponta diamantada para o “BIOCRYL” e faca aquecida para o “BIOPLAST”.

um arco ideal da fotocópia do set-up; o arco é então comparado à posição dos bráquetes no modelo da ma-loclusão que irá mostrar a posição exata dos “in-sets” e “off-sets” que serão necessários.

O arco final pesado deve se aproximar do arco ideal do “template” do modelo de set-up, pois essa fo-tocópia reflete o posicionamento dos bráquetes no seu alinhamento final ideal.

Hiro SystemEsse sistema foi criado pelo Dr. Toshiaki Hiro e

aperfeiçoado pelos Dr. Kyoto Takemoto e Dr. Giuseppe Scuzzo.(5).

O Hiro System usa um set-up com o auxílio de uma máquina denominada Ray Set, cujo objetivo é faci-litar a fase laboratorial, buscando aproximação do ver-dadeiro Straight-Wire.

A máquina Ray SetConforme Scuzzo e Takemoto(6), o papel dessa

máquina é individualizar os dentes e virtualmente isolá-los do arco, posicionando-os no centro de um sistema de controle em 3ª dimensão onde são determinadas do-bras de 1ª, 2ª e 3ª ordem. Ela possui um “Goniômetro”, evidenciado na figura 04, que consiste numa base posi-cionadora de rotação, inclinação e torque (RTT-Rotation Tip and Torque), e um template (PRC-Plane Rotation Control) que controla o plano de rotação essencial para a análise preliminar das posições de 1ª ordem dos den-tes. A avaliação dos valores pré e pós set-up permite ao clínico predizer os efeitos das prescrições dos bráque-tes e fazer os ajustes necessários. Em outras palavras, a Ray Set avalia a quantidade de movimento ortodôntico no modelo de set-up, conferindo a angulação do longo eixo coroa-raiz comparado ao modelo inicial.

Fig. 2 - Máquina Biostar. Fonte: Lingual Orthodontics(4).

Fig. 3 - As moldeiras são seccionadas em duas ou três partes por arco. Fonte: Lingual Orthodontics(4).

16. Após a remoção das moldeiras do modelo, proceder-se-á à limpeza delas num ultrassom com água quente e sabão.

17. Jateamento dos bráquetes com jato de óxido de alumínio.

18. Fabricação dos arcos linguais utilizando os “templates” fabricados sobre as fotocópias do modelo de set-up e da maloclusão. É colocada uma placa de acetato sobre esses “templates” e desenhado primeiro

Fig. 4 - Ray Set: Goniômetro 3D em detalhe: Rotação, Inclinação e Torque (RTT- Rotation, Tip and Torque). Fonte: Invisible Orthodontics(6).

Rossana de Paula Vieira; Juliana Tito Salla; Luiz Fernando Eto

Preparação do modelo de set-up1. Obtenção de modelos de boa qualidade ten-

do em vista que a precisão da colagem não depende somente da acurácia dos modelos, mas eles exercem influência direta no número de dobras de compensação requeridas(6).

2. Duplicação dos modelos da maloclusão que ser-virão de referência durante o procedimento do set-up.

3. Redução dos modelos a uma altura de 8 mm da

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base da gengiva marginal. As partes inferiores dos mode-los são isoladas e uma base complementar é produzida para posterior montagem em articulador, com o auxílio de um arco facial. Caso haja uma acentuada discrepância da Relação Cêntrica para a Oclusão Cêntrica (maior que 1mm), os modelos devem ser montados em Cêntrica.

4. Marcação do longo eixo dos dentes na face vestibular com extensão até a base. Essa marca das posições iniciais dos dentes no modelo facilita o monito-ramento de mudanças feitas no set-up. Raios X panorâ-micos também são úteis para estabelecer as posições das raízes dentárias.

5. Cada dente a ser cortado é numerado com um lápis para que o ortodontista possa conferir a viabilidade

do movimento. Marcação correta das linhas médias, su-periores e inferiores, para servir de referência ao técnico.

6. Avaliação da Rotação, Angulação e Torque (RTT-Rotation, Tip and Torque). O modelo cortado é co-locado na base da Ray Set, alinhado com a marca de referência posterior e preso ao braço lingual. O Templa-te da Ray Set é usado para ler o grau dos movimentos necessários (1ª, 2ª e 3ª ordens).

7. Montagem do modelo de set-up, levando em consideração a função, guias protrusiva e canina, con-ceito de mútua proteção, como ilustrado na figura 05. Quando a oclusão e a desoclusão dos modelos estive-rem satisfatórias, pode-se prosseguir com a montagem do aparelho.

Fig. 5 - Set-up completo numa vista lateral, frontal e por trás. Fonte: Invisible Orthodontics(6).

Fig. 6 - Confecção de moldeiras individuais com o Ionômero de Vidro fotopolimerizável. Fonte: Invisible Orthodontics(6).

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8. Confecção de um arco ideal de aço de alto ca-libre (0.018 x 0.025). Deve-se ajustar o fio com uma curva leve no segmento anterior e fazer dobras de “in-sets” entre os caninos e pré-molares, mas as bases do bráquetes têm de tocar na superfície do dente. Não fa-zer dobras de ajustes como “step-up” ou “step-down” e fazer o arco o mais simples possível, para que não haja dobras no final do tratamento.

9. Uma vez que os arcos ideais superiores e infe-

riores tenham sido preparados, os fios são coordenados e as posições pré-determinadas dos bráquetes são con-feridas no set-up. Cada bráquete deve estar adequa-damente centralizado no seu dente, com o mínimo de espaço possível até a superfície lingual.

10. Aplicação de um isolante no modelo de set up.11. Confecção das moldeiras individuais com o

Ionômero de Vidro (IV) fotopolimerizável, conforme ob-servado na figura 06.

12. Depois da separação do arco com os bráque-tes do modelo de set-up, corta-se a ligadura elástica de cada bráquete e recolocam-se as moldeiras nos respec-tivos dentes no modelo.

13. Aplicação de uma pequena quantidade de resina nas superfícies de adesão de todos bráquetes, para pre-

encher os espaços que ficaram entre a base do bráquete e o dente, devido à morfologia lingual desses. O excesso de resina deve ser removido antes da polimerização.

14. Remoção dos bráquetes do modelo.15. Corte do excesso de resina ao redor de cada

base de bráquete,

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16. Marcação da linha média vertical de cada den-te em cada moldeira, para facilitar o reposicionamento do bráquete ao dente. Essas bases são reproduções exatas da anatomia dental, sendo então perfeitamente encaixadas nos dentes, úteis para recolagens precisas — aspecto delicado na ortodontia lingual.

M.B.P. (Mushroom Bracket Positioner)Em 1986, Kyung desenvolveu o I.I.B.T. (Individual

Indirect Bonding Technique – Ténica de Colagem Indireta Individual) que usava um modelo de set-up para a mon-tagem do aparelho lingual, mas que ainda requeria uma modificação na base do bráquete lingual para torná-lo individual e adaptar-se precisamente à superfície lingual do dente. Em 2002, ele desenvolveu o M.B.P. (Mushroom Bracket Positioner – Posicionador de Bráquetes “em for-ma de Cogumelo”) que permite determinar exatamente a inclinação, altura e a angulação dos bráquetes.

De acordo com Kyung et al.(1), o M.B.P. consiste num posicionador de modelo de set-up, ilustrado na fi-gura 07. Os posicionadores de bráquetes anteriores são curvos para que eles sejam colados simultaneamente. Os caninos são colocados com posicionadores unitários e os dentes posteriores são colocados através de posi-cionadores retos.

O principal conceito do M.B.P. é usar o modelo set-up para determinar a posição precisa dos bráquetes para cada paciente. Naturalmente, quando se usa um set-up, é necessária a confecção de moldeiras indivi-

Fig. 7 - O MBP; Posicionador de modelo de set-up; Plano horizontal com os posicionadores de bráquetes anteriores e posteriores

Fig. 9 - Moldeiras individuais recortadas e prontas para a colagem indireta.

Fig. 8 - Posicionamento dos bráquetes superiores no modelo.

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2. Aplicação da resina fotopolimerizável no brá-quete, cuja base foi previamente limpa com acetona.

3. Aplicação de vaselina no modelo para que os bráquetes não fiquem totalmente aderidos.

4. Posicionamento dos bráquetes no modelo de set-up, removendo os excessos de resina cuidadosa-mente. A resina é polimerizada, resultando numa base individualizada para cada dente.

5. Confecção de moldeira de transferência de si-licona densa e fluida ou uma resina fotopolimerizável, que permite reutilização quando a recolagem for neces-sária.

6. A moldeira é removida do modelo e cortada em moldeiras individuais para cada dente, conforme ilustra-do na figura 09.

duais para a transferência dos bráquetes, uma vez que a posição do dente no set-up se difere de sua posição original na maloclusão.

Procedimento:As etapas que antecedem a realização do set-up

são comuns à técnica anterior (moldagem, obtenção de modelos de boa qualidade):

1. Posicionamento dos bráquetes no plano hori-zontal comum a todos os bráquetes linguais. O slot hori-zontal de cada bráquete é amarrado à lâmina posiciona-dora de bráquetes, como mostra a figura 08.

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7. Os bráquetes são colados no modelo de set-up, um por um, de posterior para anterior. Após a colagem, as moldeiras podem ser estocadas até o final do trata-mento, caso seja necessário rebond de algum bráquete.

8. Após todos os bráquetes serem colados no mo-delo de set-up, insere-se um fio ideal, 014, redondo, de aço inoxidável. Então é feita uma fotocópia da superfície oclusal para ser usada como um arco ideal individual.

Uma modificação do M.B.P.: P.W. – M.B.P. (Plain Wire – M.B.P.)

Com o objetivo de aproximar a Ortodontia Lingual a uma técnica de arco reto, foram realizados estudos com formas de arcos linguais ideais sem dobras. A partir daí, foram feitas melhorias no sistema original, que re-sultaram no desenvolvimento do Plain Wire Mushroom Bracket Positioner (P.W. – M.B.P.). Com o uso do P.W. – M.B.P., a Ortodontia lingual passa a ter a oportunidade de trabalhar com o uso de arcos parabólicos contínuos(7).

O P.W. - M.B.P. é o mesmo M.B.P. descrito an-teriormente, estando suas alterações nas lâminas po-sicionadoras de bráquetes, de formato parabólico e tamanhos diferentes destinadas às arcadas superior e inferior(8). A escolha da lâmina mais adequada é feita no modelo de set-up e então se amarram os bráquetes na lâmina com ligadura elástica. Em seguida, são posicio-nados os bráquetes nas superfícies linguais dos dentes do modelo de set-up e colados com uma resina fotopoli-

merizável. A fabricação das moldeiras individuais é feita após a montagem com o PW – MBP e depois tranferidas para arcada dentária do paciente.

Uma das grandes vantagens proporcionadas por esse novo posicionador se refere à confecção dos arcos (8). Após a escolha da lâmina, basta a elaboração de uma carta de formato idêntico a essa para que, ao longo do tratamento, possam ser confeccionados os arcos.

T.A.R.G. Unit System (Torque Angulation Referen-ce Guide)

O Sistema de Guia de Referência de Torque e An-gulação foi desenvolvido pela Task Force e a Ormco, em 1981. É um instrumento de precisão para o posi-cionamento de bráquetes linguais diretamente sobre o modelo original. Ele permite posicionar os bráquetes la-boratorialmente a uma distância exata da borda oclusal de cada dente em relação ao plano oclusal horizontal e o dente é orientado de acordo com um calibrador ou lâmina de torque(9).

O aparelho possui uma base na qual é colocado o modelo e este é inclinado até que o longo eixo da face vestibular do dente se alinhe com a curvatura do calibrador no terço médio dos dentes. Essa orientação permite pré-programar o torque e a angulação antes de começar o tratamento, conforme evidenciado nas figuras 10, 11 e 12.

Fig. 12 - Medição da altura do bráquete.Fig. 10 - A máquina T.A.R.G. Fig. 11 - Posicionamento da lâmina no 2º pré-molar superior.

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Fig 10 Fig 11 Fig 12

O T.A.R.G. permite realizar um “set-up” virtual, sem a necessidade de cortar os dentes e montá-los em cera, usando apenas um modelo de maloclusão. O técnico laboratorial registra as medidas de torque, angulação e altura. A distância entre o fundo do slot do bráquete até a superfície vestibular varia de acordo com a altura de colagem do bráquete e com o tipo de dente; e como o T.A.R.G não leva em conta a espessura vestíbulolingual dos dentes, um grande número de dobras de primeira ordem é necessário para um correto alinhamento.

Procedimento Laboratorial1. Obtenção do modelo original da maloclusão,

seco e recortado. Marcação dos eixos axiais das super-fícies linguais e vestibulares dos dentes.

2. Fixação do posicionador dental na torre vesti-bular. Tal posicionador tem a informação da altura, do torque e da inclinação dentária. Adaptação do modelo no seu suporte, seguindo a orientação da sua devida lâmina.

3. Medição da altura do bráquete levando o seu posicionador até que encoste perfeitamente na superfí-cie vestibular do dente.

4. Aplicação de um material isolante ao modelo, para facilitar a remoção dos bráquetes.

5. Colagem do bráquete: inicia-se pelo canino de maior espessura vestíbulo-lingual para determinar qual é a maior distância slot-dente e confeccionar uma base adaptada de resina.

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6. Orientação de cada dente com seu posiciona-dor correspondente e colagem dos bráquetes de pré-molares com a mesma distância slot-dente. Procede-se da mesma forma com os dentes anteriores e molares, lembrando-se que os pré-molares e molares existe uma distância slot-dente aumentada, o que condiciona o uso de arcos “Mushroom”, em forma de cogumelo. Se os molares e pré-molares não podem ser colados com a mesma distância slot-dente, confecciona-se um arco “Christmas”, em forma de árvore de Natal.

7. Confecção da moldeira de transferência com silicona fluida e densa. Após confeccionada, a moldeira é seccionada em duas partes. Fillion (9) recomenda o uso de moldeira de silicone transparente, que permite a utilização de adesivos fotopolimerizáveis.

B.E.S.T. System (Bond Equal Specific Thickness)O sistema T.A.R.G foi modificado pelo Dr. Didier

Fillion entre 1989-1991, com a inclusão do A.M.E. (Appa-reil de Mesure Del Epaisseurs ou Medidor de Espessuras Dentais), constituindo o chamado T.A.R.G. Unit 2(3).

O A.M.E. é um calibrador modificado para susten-tar o bráquete; pode ser também chamado de T.M.A. (Thickness Measure Appliance). Fillion também inven-tou um programa informatizado para o desenho dos arcos linguais chamado D.A.L.I. (Dissaigne de Arch Linguale Informatizè). A união do T.A.R.G. Unit 2 e o programa D.A.L.I. é denominada B.E.S.T. System, que significa Bond Equal Specific Thickness (Colagem com Medidores de Espessura Específicos Iguais).

O programa D.A.L.I. permite desenhar o arco ide-al para o paciente a partir de uma fotocópia do modelo com os bráquetes colados, os dados obtidos do A.M.E. e a medição dos diâmetros mésiodistais dos dentes. Ele confecciona um diagrama das posições dos dentes com a linha média e o arco ideal vestibular para esse caso. Confecciona-se a correção virtual da posição dos den-tes e o desenho do arco “Mushroom” e “Christmas”. A impressão da cópia individualizada do arco se realiza numa escala de 1:1.

Fillion também incluiu um medidor de altura ao braço vertical da máquina e passou a chamá-la T.A.R.G. PRO ou T.A.R.G. Professional. Esse calibrador foi adap-tado ao T.A.R.G., juntamente com outra lâmina horizon-tal. Uma encaixa-se no slot do bráquete e a outra na superfície vestibular do dente. O nível da altura da cola-gem é selecionado e, então, o sistema de mensuração de espessura registra a largura dos seis dentes ante-riores com os bráquetes, sendo que a espessura maior é escolhida como padrão. Para a colagem, uma resina de micropartículas é aplicada à base do bráquete; ele é colocado na lâmina, que se move em direção ao modelo de gesso, até que a medida da espessura selecionada apareça na tela. Todo o excesso de resina deve ser re-movido antes da polimerização.

INCOGNITO Bracket SystemConforme Wiechmann(10) desenvolveu um sistema

de bráquetes individualizados para cada caso e fabri-cados por um método computadorizado. Baseou-se em três princípios:

1º A base do bráquete grande para melhorar a adesão.

2º Os bráquetes pequenos para induzir menor efeito de alavanca durante a mastigação.

3º A qualidade do modelo e da colagem indireta.

TécnicaAs etapas são as seguintes:1. Impressão de silicona para obtenção do modelo

de gesso2. Reprodução do modelo num escanner óptico

3D (GOM, Braunscweig, Alemanha). As superfícies es-caneadas são compostas de diferentes tamanhos de triângulos (“Standard Triangulation Language” - S.T.L. superfícies). As mais homogêneas são representadas por triângulos maiores e aquelas menos homogêneas, pelos triângulos menores.

3. Confecção de um modelo de set-up virtual para a construção de uma base de bráquete individualizada, mostrado na figura 13. Devido à alta resolução do scan-ner, as bases dos bráquetes podem ser posicionadas junto ao dente, não necessária grande espessura de re-sina entre o bráquete e o dente. O corpo do bráquete é menor do que o convencional. O slot do bráquete é verti-cal. O autor tem preferência por esse tipo de slot porque acredita existir menor fricção entre o fio e o bráquete e, nesta versão, ele pode ser amarrado com um elastic modular simples. O posicionador computadorizado per-mite um ótimo posicionamento do gancho.

Fig. 13 - Modelo de set-up virtual.

Rossana de Paula Vieira; Juliana Tito Salla; Luiz Fernando Eto

4. Usando o método computadorizado, os corpos dos bráquetes são adicionados nas “pad surfaces”— su-perfícies dos dentes onde serão construídas as bases dos bráquetes.

5. Os corpos dos bráquetes são tirados de um ar-quivo e juntados às bases individuais. Depois, os slots são alinhados no plano virtual. A altura vertical, a angulação e o torque já estão presentes. Somente as dobras de primeira ordem (espessura) são confeccionadas manualmente.

6. Uma máquina é usada para converter as séries de bráquetes individuais em modelos de cera análo-gos, evidenciados na figura 14, e depois fabricar um produto final feito de uma mistura de alloy com alta por-centagem de ouro.

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7. A colagem dos bráquetes pode ser direta, já que suas bases são perfeitamente adaptadas aos dentes, como observado na figura 15, e a sua área é extensa, o que é extremamente útil em caso de recolagens, sem a necessidade de moldeiras. Se a opção for a colagem indi-reta, passar uma camada de silano na base do bráquete e cobrir o modelo de gesso da maloclusão com um filme microscópico; em seguida, fazer a moldagem com silico-na densa e fluida e a colagem propriamente dita com re-sina quimicamente ativada ou ionômero de vidro.

Fig. 15 - Bráquetes posicionados no modelo.

Rossana de Paula Vieira; Juliana Tito Salla; Luiz Fernando Eto

Fig. 14 - Bráquetes linguais em cera prontos para inclusão.

8. A geometria do arco pelo sistema 3D é constru-ída com o conceito do Straigth Wire. Sua posição exata é conhecida por meio da fabricação do bráquete des-crita no design 3D e transmitida a um robô que produz dobras através do sistema de coordenação dos bráque-tes. Esse robô é desenvolvido pelo sistema “Orthomate” (Orametrix,Dalbas,TX,USA), opera com dois instrumen-tos de preensão e é capaz de dobrar precisamente os arcos em geometrias altamente complexas.

DiscussãoAs vantagens do CLASS System são (3): 1)

Utilização como diagnóstico dos modelos de set-up comprovando, o plano de tratamento e a discrepân-cia de Bolton. Pode ajudar na decisão de extração do primeiro ou segundo molar. 2) Permite comprovar no articulador as fases excursivas e incluir sua correção no plano de tratamento. 3) Comprovação do diastema remanescente: espaço residual da extração desde que os incisivos e caninos estejam alinhados e nivelados, depois de corrigido o overjet. 4) Desenho direto da forma do arco ideal da técnica lingual. 5) Instrumen-to direto de apoio para informação ao paciente. 6) O modelo corrigido pode ser utilizado para a confecção da placa de contenção. 7) Não necessita de máquinas ou instrumentos especiais de laboratório nem mate-riais de custo elevado. 8) Serve para qualquer tipo de bráquete, inclusive para os bráquetes vestibulares. 9) Individualiza-se a prescrição do bráquete.

Desvantagens: 1) É necessário realizar as trans-ferências dos bráquetes do modelo de set-up para o modelo da maloclusão e deste para a boca do paciente, aumentando assim a possibilidade de variações. 2) O processo é trabalhoso. 3) Não é possível fazer modifica-ções na prescrição dos bráquetes como nas realizadas em outras técnicas. 4) Mais caro devido às horas técni-cas necessárias para sua realização. 5) A informática possui métodos suficientes e mais sofisticados para a educação e explicação aos pacientes.

Segundo comparação de Scuzzo e Takemoto(6), o C.L.A.S.S. é o sistema mais complicado, seguido do Hiro System e depois do T.A.R.G. O Hiro System exi-ge menor tempo de cadeira e possui maior dificuldade na colagem, enquanto que, nessas duas categorias, o T.A.R.G. e o C.L.A.S.S. são iguais. O Hiro System é o que fornece maior precisão na colagem.

Scuzzo e Takemoto(6) consideram o Hiro System um sistema simples e não muito caro por não usar mui-tos artifícios eletrônicos, somente a máquina Ray Set para a construção do set-up.

Vantagens do Hiro System(6): 1) A modeira indivi-dual é pequena e rígida, o que a torna mais precisa. Isso elimina deformações e adesões pobres, devido ao excesso de flexibilidade. 2) Nos casos de apinhamento severo, a colagem sequencial é mais fácil do que em outros procedimentos de colagem indireta lingual. 3) A recolagem é mais rápida e segura com o modelo de set-up e arco 3D. 4) Possibilita uma boa visualização das potenciais dificuldades de cada caso. 5) Torna o proce-dimento laboratorial mais simples, evitando a necessi-dade de aparelhos e instrumentos eletrônicos, e muito se aproxima do Sistema Straight Wire.

De acordo com Kyung(1), a vantagem do MBP é

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que ele alinha todos os bráquetes num plano horizontal no modelo set-up, tornando possível determinar a posi-ção dos bráquetes nos três planos do espaço simulta-neamente. Ele dá uma exata angulação, torque e altura de bráquetes, mas o ideal é evitar of sets, aproximando o sistema de um verdadeiro Straight Wire.

As vantagens do T.A.R.G. System(3): 1) elimina a necessidade de confeccionar um set-up, sendo a co-lagem feita diretamente no modelo de maloclusão, 2) evita dobras de 1ª ordem, com exceção daquelas en-tre caninos e pré-molares e entre pré-molares e mola-res, reduzindo o tempo de cadeira durante a confecção dos arcos, 3) permite fazer uma cópia da forma do arco após colados os bráquetes no modelo da maloclusão, ajudando o profissional a contornar os primeiros arcos metálicos do tratamento; 4) permite obter bráquetes sob medida, corretamente posicionados nas três dimensões do espaço.

A máquina TARG Unit também é utilizada por mui-tos laboratórios para posicionar os bráquetes no modelo set-up do sistema CLASS(4). Todos os autores concor-dam que a maior vantagem do T.A.R.G. System é que o profissional consegue economizar considerável tempo por meio da adaptação dos bráquetes linguais direta-mente sobre o modelo de maloclusão.

Uma desvantagem da máquina TARG original é que ela não permite uma pré-programação das dobras de 1ª ordem para os dentes individualmente, problema resolvido por Filliòn que aprimorou este sistema através do B.E.S.T. System. Essa modificação reduziu a neces-sidade de dobras de 1ª ordem no fio para compensar as diferenças na espessura dos dentes, tornando uniforme a distância do slot à superfície vestibular. Esse procedi-mento permitiu a utilização de um arco reto, exceto na região entre o canino e o pré-molar, em que a diferença de espessura é muito grande.

Wiechmann(10) enumera as seguintes vantagens do sistema INCOGNITO: 1) Causa menores distúrbios da fala e irritações na língua devido à pequena espessu-ra do bráquete. 2) Os bite-planes são menos frequentes, já que a confecção do bráquete é individual. 3) Um robô faz as dobras no fio e a coordenação dos arcos, padro-nizando a geometria do arco. 4) Cada bráquete pode ser recolado sem nenhum suporte adicional, pois cada base adere perfeitamente ao seu dente correspondente. 5- Devido ao método computadorizado CAD-CAM, os slots dos bráquetes são altamente precisos, facilitando a finalização do tratamento.

ConclusãoA Ortodontia Lingual vem sendo aprimorada a

cada dia, buscando excelência a fim de aperfeiçoar o tratamento dos casos, principalmente no que diz res-peito às técnicas laboratoriais para a montagem dos bráquetes, o que consideramos uma das etapas mais importantes para se obter sucesso.

Todos os cinco sistemas de colagem indireta des-critos são viáveis. Diferem entre si em precisão, dificul-dade e preço, cabendo ao profissional escolher qual de-les se aproxima dos seus objetivos e condições.

A grande dificuldade de registros nessa área foi um desafio para a confecção dessa proposta. A elabo-ração deste documento contribuirá, sem dúvidas, como

Rossana de Paula Vieira; Juliana Tito Salla; Luiz Fernando Eto

fonte de pesquisa para todo o grupo de profissionais vol-tados para a área de Ortodontia Lingual.

Referências Bibliográficas01. Kyung HM, Park HS, Sung JH. The Mushroom Bracket Positio-ner for Lingual Orthodontics. J Clin Orthod, 2002; 36 (6): 320-328.02. Gorman Júnior CJ. Lingual Orthodontics. Dental Clinics of North America, 1997; 41 (1): 111-126.03. Echarri P. Ortodoncia Lingual: Técnica completa paso a paso. Barcelona: Nexus; 2002. 04. Romano R. Lingual Orthodontics. Hamilton-London: B. C. Decker; 1998. 05. Hiro T, Takemoto K. The Hiro System. J Japan Orthod Soc 1998; 57: 83-91.06. Scuzzo G, Takemoto K. Invisible Orthodontics: Current concepts and solutions in lingual orthodontics. Milano: Quintessenz Verlag; 2001.07. Kyung HM, Park HS, Sung JH, Bae SM, Kim IB. The Lingual Plain-Wire System with Micro-Implant Anchorage. J Clin Orthod 2004; 38 (7): 388-395.08. Cal-Neto JP, Mattos AM, Moreira PM, Ribeiro D. A técnica do arco reto em Ortodontia Lingual com o uso do PW-MBP. R Dental Press Ortodon Ortop Facial 2005; 4 (3): 73-77.09. Fillion D. The Tickness Measurement System With Dali Pro-gram. London: B.C.Decker; 1998. 10. Wiechmann, D. A New Bracket System for Lingual Orthodontic Treatment – Part 2: First Clinical Experiences and Further Develop-ment. J Orofac Orthop 2003; 64 (5): 372-388.