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Comparação entre a revolução francesa e a norte americana Através de sua história, a Revolução norte-americana avançou para um objetivo fixo e definido. A Revolução Francesa nunca teve um objetivo definido e em vez de avançar numa direção, dirigindo-se para o objetivo estabelecido, precipitou-se tumultuosamente em milhares de direções. Desde o início, os líderes da Revolução norte-americana sabiam exatamente até onde queriam ir e onde desejavam parar. Já estavam estabelecidas as constituições das diversas colônias e até a organização do governo federal, pelo menos em seus princípios. Sua finalidade não era criar a partir do nada, mas conservar o melhor do passado, não construir um novo edifício, mas livrar do antigo uma estrutura opressiva, construída por todos. Nunca lhes ocorreu reformar sequer o seu país, quanto mais o resto do mundo. Salvaram-lhe, portanto, do mas perigoso dos perigos, que em nosso tempo ameaça os criadores de qualquer revolução. É verdade que a introdução da Declaração da Independência, publicada pelo Congresso em nome das colônias, contém uma referência aos direitos naturais e inalienáveis da humanidade, como fundamento de todo governo e que o direito do povo a mudar essa forma de governo provém, logicamente, desses direitos. Também é verdade que a maioria das Constituições Estaduais são precedidas por essas ociosas declarações de direitos, tão perigosas quando aplicadas e a partir das quais tanta infelicidade caiu sobre a França e sobre o resto do mundo civilizado. Mas aqueles que estudaram a Revolução Norte-americana concordam firmemente que os norte-americanos admitiam que idéias especulativas sobre os direitos naturais não tivessem uma conseqüência visível nas medidas práticas e nas revoluções. Faziam estas declarações apenas para justificar seus primeiros passos, mas depois destes, as idéias especulativas não tinham sobre eles uma influência marcante. Nunca, em todo decorrer da Revolução Norte-americana, apelou-se para os direitos do homem, de maneira a colocar em perigo os direitos do cidadãos. Nunca a soberania do povo foi empregada como uma desculpa para solapar o respeito devido às leis ou ao fundamento da estabilidade social. Em caso de algum indivíduo, uma classe social ou os representantes de um estado apelaram para uma declaração de direitos , como justificação para esquivar-se de uma obrigação , ou repudiar a obediência de um administrador comum . Finalmente, Nenhum legislador ou estadista na América tentou solapar a legalidade de constituições estrangeiras , o estabelecer a relação norte-americana como precursora de uma nova era para a sociedade em todo o mundo. O contraste entre os objetivos da revolução francesa e da norte- americana caracterizou-se pela extrema precisão de objetivos e portanto, de princípios e meios através de sua duração. Enquanto a

Comparação Entre a Revolução Francesa e a Norte Americana

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Comparação Entre a Revolução Francesa e a Norte Americana

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Comparao entre a revoluo francesa e a norte americanaAtravs de sua histria, a Revoluo norte-americana avanou para um objetivo fixo e definido. A Revoluo Francesa nunca teve um objetivo definido e em vez de avanar numa direo, dirigindo-se para o objetivo estabelecido, precipitou-se tumultuosamente em milhares de direes.Desde o incio, os lderes da Revoluo norte-americana sabiam exatamente at onde queriam ir e onde desejavam parar. J estavam estabelecidas as constituies das diversas colnias e at a organizao do governo federal, pelo menos em seus princpios. Sua finalidade no era criar a partir do nada, mas conservar o melhor do passado, no construir um novo edifcio, mas livrar do antigo uma estrutura opressiva, construda por todos. Nunca lhes ocorreu reformar sequer o seu pas, quanto mais o resto do mundo. Salvaram-lhe, portanto, do mas perigoso dos perigos, que em nosso tempo ameaa os criadores de qualquer revoluo. verdade que a introduo da Declarao da Independncia, publicada pelo Congresso em nome das colnias, contm uma referncia aos direitos naturais e inalienveis da humanidade, como fundamento de todo governo e que o direito do povo a mudar essa forma de governo provm, logicamente, desses direitos. Tambm verdade que a maioria das Constituies Estaduais so precedidas por essas ociosas declaraes de direitos, to perigosas quando aplicadas e a partir das quais tanta infelicidade caiu sobre a Frana e sobre o resto do mundo civilizado. Mas aqueles que estudaram a Revoluo Norte-americana concordam firmemente que os norte-americanos admitiam que idias especulativas sobre os direitos naturais no tivessem uma conseqncia visvel nas medidas prticas e nas revolues. Faziam estas declaraes apenas para justificar seus primeiros passos, mas depois destes, as idias especulativas no tinham sobre eles uma influncia marcante. Nunca, em todo decorrer da Revoluo Norte-americana, apelou-se para os direitos do homem, de maneira a colocar em perigo os direitos do cidados. Nunca a soberania do povo foi empregada como uma desculpa para solapar o respeito devido s leis ou ao fundamento da estabilidade social. Em caso de algum indivduo, uma classe social ou os representantes de um estado apelaram para uma declarao de direitos , como justificao para esquivar-se de uma obrigao , ou repudiar a obedincia de um administrador comum . Finalmente, Nenhum legislador ou estadista na Amrica tentou solapar a legalidade de constituies estrangeiras , o estabelecer a relao norte-americana como precursora de uma nova era para a sociedade em todo o mundo.O contraste entre os objetivos da revoluo francesa e da norte-americana caracterizou-se pela extrema preciso de objetivos e portanto, de princpios e meios atravs de sua durao. Enquanto a revoluo francesa tinha objetivos estabelecido imprecisamente e, portanto , meios de atingir estes objetivos , mudavam constantemente os princpios utilizados para justificar a ao . Mais de uma vez , a Historia da revoluo prova isso , mas este desenvolvimento no deve surpreender algum que tenha pensado a respeito da origem e da natureza da revoluo. Pois assim que se d um passo totalmente fora das fronteiras dos direitos definidos e reconhecidos , e tudo o que a imaginao , a necessidade ou a paixo inspiraram declarado legal , a sociedade se abre para exercer a autoridade arbitraria . Uma revoluo que no tem outro principio alem de atacar a constituio existente, ter seus limites estabelecidos apenas pela imaginao e pelo sentimento de culpa de seus participantes.