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  Comparativo da fiscalização do CRC-MS junto aos contabilistas em Dourados-MS, no período de 2005-2010 Souza, Kauê Felipe Ramos de ( UFGD)  [email protected]  Nogueira, Maria Aparecida Farias de So uza (UFGD)  [email protected]  Oliveira, Leticia (UFGD)  [email protected] Juarez Marques Alves (UFGD)   [email protected]  Resumo: Assim como em outros ramos da sociedade as regras e normas, também estão presentes na vida  profissional; desde o nascimento, os indivíduos utilizam-se dessas para balizar o convívio tornando-o harmonioso. Os profissionais contábeis têm um importante papel social no desenvolvimento do seu trabalho, mensurando, conservando e avaliando o patrimônio dos indivíduos, sendo imprescindível a confiança das informações apresentadas por eles. O Código de Ética do Profissional Contador baliza a conduta desses profissionais, orientando a respeito dos direitos e deveres, bem como das infrações e normas, pertinentes à profissão contábil. Através da abordagem m etodológica das autuações realizadas pelo CRC-MS na Cidade de Dourados-MS, realizou-se uma pesquisa exploratória,  bibliográfica e documental, conduzida por avaliações quali-quantitativas e descritivas, com o objetivo de efetuar um comparativo das da fiscalização do CRC   MS na cidade de Dourados-MS, no período de 2005-2010. Diante dos dados obtidos, a pesquisa apontou que apesar de existir um código de ética, onde se normatiza a conduta dos profissionais dessa área, há uma transgressão a essas regras, e sobre essas foram aplicadas as medidas cabíveis de acordo com o disposto em Lei.  Palavras-Chave: Ética, Infrações, Contabilistas . Comparative review of the CRC-MS with the accountants in Golden, MS, in the period 2005-2010 Abstract Like other branches of the company rules and standards, are also present in professional life, since the  birth of these individuals are used to mark the living making it harmonious. The accounting  professionals have an important social role in the development of their work, measuring, maintaining and evaluating the worth of individuals, it is imperative to trust the information provided by them. The Code of Ethics for Professional Accountant target the conduct of professionals, advising on the rights and duties, as well as infractions and standards relevant to the accounting profession. Through the methodological approach of the assessments conducted by the CRC-MS-MS Golden City, held an exploratory research, literature and documents, evaluations conducted by qualitative and quantitative,

Comparativo da fiscalização do CRC-MS junto aos contabilistas em Dourados-MS, no período de 2005-2010

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Artigo científico apresentado no ADM 2012 - UEPG = PR

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  • Comparativo da fiscalizao do CRC-MS junto aos contabilistas em

    Dourados-MS, no perodo de 2005-2010

    Souza, Kau Felipe Ramos de (UFGD) [email protected]

    Nogueira, Maria Aparecida Farias de Souza (UFGD) [email protected]

    Oliveira, Leticia (UFGD) [email protected]

    Juarez Marques Alves (UFGD) [email protected]

    Resumo: Assim como em outros ramos da sociedade as regras e normas, tambm esto presentes na vida

    profissional; desde o nascimento, os indivduos utilizam-se dessas para balizar o convvio tornando-o

    harmonioso. Os profissionais contbeis tm um importante papel social no desenvolvimento do seu

    trabalho, mensurando, conservando e avaliando o patrimnio dos indivduos, sendo imprescindvel a

    confiana das informaes apresentadas por eles. O Cdigo de tica do Profissional Contador baliza a

    conduta desses profissionais, orientando a respeito dos direitos e deveres, bem como das infraes e

    normas, pertinentes profisso contbil. Atravs da abordagem metodolgica das autuaes

    realizadas pelo CRC-MS na Cidade de Dourados-MS, realizou-se uma pesquisa exploratria,

    bibliogrfica e documental, conduzida por avaliaes quali-quantitativas e descritivas, com o objetivo

    de efetuar um comparativo das da fiscalizao do CRC MS na cidade de Dourados-MS, no perodo

    de 2005-2010. Diante dos dados obtidos, a pesquisa apontou que apesar de existir um cdigo de tica,

    onde se normatiza a conduta dos profissionais dessa rea, h uma transgresso a essas regras, e sobre

    essas foram aplicadas as medidas cabveis de acordo com o disposto em Lei.

    Palavras-Chave: tica, Infraes, Contabilistas.

    Comparative review of the CRC-MS with the accountants in Golden,

    MS, in the period 2005-2010

    Abstract Like other branches of the company rules and standards, are also present in professional life, since the

    birth of these individuals are used to mark the living making it harmonious. The accounting

    professionals have an important social role in the development of their work, measuring, maintaining

    and evaluating the worth of individuals, it is imperative to trust the information provided by them. The

    Code of Ethics for Professional Accountant target the conduct of professionals, advising on the rights

    and duties, as well as infractions and standards relevant to the accounting profession. Through the

    methodological approach of the assessments conducted by the CRC-MS-MS Golden City, held an

    exploratory research, literature and documents, evaluations conducted by qualitative and quantitative,

    mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]

  • descriptive, aiming to make a comparison of CRC surveillance - MS in the town of Golden, MS, in the

    period 2005-2010. From the data obtained, the survey indicated that while there is a code of ethics,

    which regulates the conduct of professionals in this area, there is a transgression of these rules, and

    these were applied on appropriate action in accordance with the provisions of Law. Key-words: Ethics, Violations, Accountants.

    1 Introduo

    Cada indivduo, desde seu nascimento trs consigo experincias que vo determinar a

    sua conduta na vida adulta. As aes e reaes aos diversos estmulos que recebem, faz com

    que adotem atitudes especficas em cada situao, formando assim suas crenas e valores.

    Lisboa (2007, p. 22) explica que uma vez que cada pessoa apresenta seu prprio

    conjunto de crenas e valores, com comportamento e objetivos diferenciados, surgem

    conflitos nos relacionamentos existentes no seio de cada sociedade. Assim para que se possa

    obter um convvio harmonioso, deve-se adequar e normatizar o comportamento desse

    indivduo, em nveis aceitveis para a convivncia em sociedade.

    S (2007, p.127) relata que parece ser uma tendncia do ser humano, [...]defender em

    primeiro lugar, seus interesses prprios, quando, entretanto esses so de natureza pouco

    recomendvel. Isso pode ser um reflexo do pensamento capitalista, onde o acmulo do

    capital, o consumo de bens e o poder, so o que movem a sociedade; esse pensamento

    aplicvel no s aos indivduos.

    Passos (2008, p. 83) afirma que muitas organizaes vm se baseando em uma

    Concepo positivista, em que os fins justificam os meios, e individualista, em que cada

    grupo, cada organizao preocupa-se apenas com seu bem estar em detrimento dos outros e

    explica que esses tipos de conduta no satisfaz nem os indivduos, nem a sociedade, nem ao

    prprio mercado.

    A recente crise americana dimensiona o quo importante a exatido das informaes

    contbeis, sendo imprescindvel a conduta tica dos profissionais na apresentao destas. A

    utilizao do Cdigo de tica dos Profissionais Contadores CEPC, baliza os profissionais

    contbeis, para que seguindo as doutrinas ali apresentadas, esses profissionais possam

    desenvolver seu trabalho, seguindo os preceitos morais.

    Diante do exposto, pretendeu-se identificar as autuaes realizadas pelo Conselho

    Regional de Contabilidade do Mato Grosso do Sul na cidade de Dourados-MS, analisando-se

    dados das infraes cometidas pelos profissionais dessa rea, e as penalidades aplicadas a

    elas, listando-as, atravs por meio dos processos e das diligncias efetuadas pelos fiscais.

    2 Filosofia

    Surgida na Grcia Antiga, a filosofia, que provm das palavras grega phlos e sophia

    tem como significado amizade pela sabedoria, amor e respeito pelo saber. Mattar (2004, p. 2)

    ainda explica que os mitos eram a explicao para a realidade que os gregos possuam e

    acrescenta que o processo de alfabetizao foi quem contribuiu para a disseminao do

    pensamento racional dos fatos. Mattar (2004) ao citar Marshall McLuhan (1997) explica que

    antes da existncia dos registros escritos tudo o que se proferia era momentneo, assim com a

    escrita pode-se compartilhar o pensamento sem que fosse necessria a presena do

    interlocutor.

    2.1 tica e moral

  • Arruda et al (2007, p.42) explica que a tica parte da filosofia que estuda a

    moralidade do agir humano; quer dizer, considera os atos humanos enquanto so bons ou

    maus. Apesar do vnculo etimolgico, e da semelhana que este nos traz, moral e tica,

    muitas vezes utilizadas como sinnimos possuem significados diferenciados.

    Portanto, tica engloba os princpios morais que norteiam as aes dos indivduos

    considerando o juzo do bem e do mal, enquanto moral est ligada regras e normas que

    determinam a conduta desses indivduos em determinado grupo social.

    Ainda definindo moral tica, Passos (2008, p. 23), reafirma estes conceitos

    explicando que a moral normatiza e direciona a prtica das pessoas, e tica teoriza as

    condutas, estudando concepes que do suporte moral.

    Assim como Passos (2008) Frankena (1969) aponta tica como um ramo da Filosofia;

    a Filosofia moral, ou pensamento filosfico acerca da moralidade, dos problemas morais e

    dos juzos morais (Frankena, 1969, P.16), enquanto Lisboa (2007) afirma que ... a moral,

    como um sinnimo da tica, pode ser conceituada como conjunto de normas que, em

    determinado meio, granjeiam a aprovao para o comportamento humano, expressa em

    princpios vlidos para o comportamento dos homens (LISBOA, 1969, p. 24).

    2.1.1 Comportamento tico Profissional

    imprescindvel no convvio em sociedade a existncia de algumas regras para

    normatizar o comportamento de seus membros; assim sendo nas empresas tambm h

    necessidade de normas para balizar a vida profissional. Lisboa (2007, p. 47) explica que

    ...nenhuma sociedade pode abdicar de um conjunto de regas de convivncia, conjunto esse

    que induza ao respeito entre seus participantes e assegure o direito dos mesmos.

    S (2007) traz que a expresso profisso provm do latim profissione, do substantivo

    professio, que teve diversas acepes naquele idioma, mas foi empregado por Ccero(1992)

    como ao de fazer profisso de (2007, p.143), ele salienta tambm que [..]a quase

    totalidade das profisses liberais possui grande valor social.[..] (2007, p. 145).

    Ainda sobre a profisso S (2007) explica que o valor profissional deve acompanhar-

    se de um valor tico para que exista uma integral imagem de qualidade (2007, p.152), e

    acrescenta que a profisso, pois pode enobrecer pela ao correta e competente, pode

    tambm ensejar a desmoralizao, atravs da conduta inconveniente, com a quebra de

    princpios ticos.

    Assim como em qualquer outra situao, no ambiente profissional o individuo

    experimenta situaes diferenciadas e provocadoras, que poro em prova seus valores ticos

    exigindo dele slida formao moral e preparo psicolgico (PASSOS, 2008, p. 59).

    Sobre os deveres profissionais, S (2007, p.162) explica que Todas as capacidades

    necessrios ou exigveis para o desempenho eficaz da profisso so deveres ticos e traz

    ainda que se a profisso eleva o nvel moral do indivduo, por sua vez, tambm exige dele

    uma prtica valorosa, como escolha, pelas vias da virtude (S, 2007, p. 167).

    Ainda sobre as regras e a conduta do indivduo, Lisboa (2007) ressalta que:

    [...] toda vez que algum, desrespeita uma regra est agindo em benefcio prprio,

    colocando seus interesses frente dos interesses de seus pares e da prpria

    sociedade, essa pessoa deve considerar em sua deciso, tambm, a penalidade

    imposta pela quebra da regra (LISBOA, 2007, p. 50).

    E complementa afirmando que quando algum dispe a quebrar uma regra, mesmo

    tendo conscincia de que pode sofrer uma penalidade, provavelmente esse algum julga que o

  • risco de ser apanhado no significativo e, ainda que seja, o beneficio obtido em virtude da

    quebra da regra maior que o nus da penalidade (LISBOA, 2007, p.50).

    2.1.2 Cdigo de tica profissional

    Toda profisso possui um Cdigo de tica Profissional para regrarem as atitudes do

    indivduo, coibindo procedimentos antiticos em determinadas situaes.

    Arruda et al (2007, p. 66) explica que o cdigo de tica, alem de possibilitar um

    trabalho harmonioso, deve servir tambm como proteo dos interesses pblicos e dos

    profissionais que contribuem de alguma forma para a organizao

    Assim como em outras profisses a contabilidade possui o cdigo de tica que baliza

    as condutas dos profissionais da contabilidade no exerccio da profisso.

    Explicando o objetivo do Cdigo de tica Profissional, Lisboa (2007) relata que:

    Apesar do cdigo de tica profissional servir para coibir procedimentos antiticos, este no

    seu principal objetivo. Seu objetivo primordial expressar e encorajar o sentido de justia e

    decncia em cada membro do grupo organizado (LISBOA, 2007, p. 59).

    O art. 2 da Resoluo CFC (Conselho Federal de Contabilidade) n 1.307 de

    Dezembro de 2010, altera o art. 1 da Resoluo CFC n 803/1996 trazendo que:

    Art. 2 O Art. 1 da Resoluo CFC n 803/1996 passa a vigorar com a seguinte

    redao:

    "Artigo 1 Este Cdigo de tica Profissional tem por objetivo fixar a forma pela qual

    se devem conduzir os Profissionais da Contabilidade, quando no exerccio

    profissional e nos assuntos relacionados profisso e classe." (CFC, 2010, p. 01)

    Para os profissionais contbeis essa conduta est normatizada no art. 2 da Resoluo

    n. 803/96 alterado pela Resoluo CFC n 1307/10, donde citam os deveres da profisso, tais

    como o zelo, diligncia, honestidade, sigilo, competncia, renncia das funes, substituio,

    impedimentos, solidariedade com a dignidade humana, educao continuada, auxiliar a

    fiscalizao, entre outros.

    3 Profisso contbil

    Sobre a profisso contbil o Decreto-Lei n 9.295/46 alterado pela Lei n 12.249/10,

    trata, tambm, sobre a normatizao da profisso bem como, das punies cabveis s

    infraes praticadas, onde estabelece que os profissionais que exercem a profisso contbil

    so os entendidos como contadores e tcnicos em contabilidade e a fiscalizao ser exercida

    pelo Conselho Federal de Contabilidade e pelos Conselhos Regionais. Ainda regula os

    princpios contbeis, do Exame de Suficincia, do cadastro de qualificao tcnica e dos

    programas de educao continuada; e editar Normas Brasileiras de Contabilidade de natureza

    tcnica e profissional. Tambm estabelece no Art. 12 que os profissionais a que se refere este

    Decreto-Lei somente podero exercer a profisso aps a regular concluso do curso de

    Bacharelado em Cincias Contbeis, reconhecido pelo Ministrio da Educao, aprovao em

    Exame de Suficincia e registro no Conselho Regional de Contabilidade a que estiverem

    sujeitos. Ainda estipula o prazo de at 1 de junho de 2015, para que os tcnicos em contabilidade, j registrados em Conselho Regional de Contabilidade e os que venham a faz-

    lo, tenham assegurado o seu direito ao exerccio da profisso. Tambm estabelece o

    pagamento de anuidade por parte dos seus registrados e prestadores de servios contbeis.

    3.1 CONSELHOS FEDERAL E REGIONAIS DE CONTABILIDADE

    Convm reproduzir um trecho do Decreto-Lei n 9.295/46 posteriormente alterado

    pela Lei n 12.249/10, que institui o Conselho Federal de Contabilidade, rgo que visa a

    normatizao e fiscalizao da profisso contbil:

  • Art. 1 Ficam criados o Conselho Federal de Contabilidade e os Conselhos

    Regionais de Contabilidade, de acordo com o que preceitua o presente Decreto-Lei;

    Art. 2 A fiscalizao do exerccio da profisso contbil, assim entendendo-se os

    profissionais habilitados como contadores e tcnicos em contabilidade, ser exercida

    pelo Conselho Federal de Contabilidade e pelos Conselhos Regionais de

    Contabilidade a que se refere o art. 1. (BRASIL, 1946, P. 01)

    De acordo com o art. 6 do Decreto-Lei n. 9.295/46 com alteraes da Lei n

    12.249/10, a qual inclui mais uma atribuio ao Conselho Federal de Contabilidade, compete

    a este a organizao do seu Regimento Interno, a aprovao dos Regimentos Internos dos

    Conselhos Regionais, decidir, em ltima instncia, os recursos de penalidade imposta pelos

    Conselhos Regionais, a publicao do relatrio anual de seus trabalhos, regular acerca dos

    princpios contbeis, do Exame de Suficincia, do Cadastro de qualificao tcnica e dos

    programas de educao continuada e a editao de Normas Brasileiras de Contabilidade de

    natureza tcnica e profissional, entre outras.

    As atribuies dos Conselhos Regionais de Contabilidade so descritas no art. 10 do

    Decreto-Lei n. 9.295/46, as quais foram alteradas. Este traz no Art. 10 que a expedio e o

    registro da carteira profissional prevista no artigo 17, o exame das reclamaes a

    representaes escritas acerca dos servios de registro e das infraes dos dispositivos legais

    vigentes, relativos ao exerccio da profisso de contabilista, a fiscalizao do exerccio das

    profisses de contador e guarda-livros, impedindo e punindo as infraes, a publicao do

    relatrio anual de seus trabalhos e a relao dos profissionais registrados, a elaborao de

    proposta de seu regimento interno, submetendo-o aprovao do Conselho Federal de

    Contabilidade, a representao do Conselho Federal Contabilidade para regularidade do

    servio e para fiscalizao do exerccio das profisses, etc.

    3.2 Proibies previstas aos profissionais contbeis pelo CEPC (Cdigo de tica

    Profissional do contador)

    Sobre as Proibies pertinentes aos profissionais contbeis, o artigo 3 da Resoluo

    CFC 1307/10, que revogou a Resoluo 803/96 do CEPC, relaciona algumas como a

    diminuio do colega, da Organizao Contbil ou da classe, em detrimento aos demais; a

    auferio de qualquer provento em funo do exerccio profissional que no decorra

    exclusivamente de sua prtica lcita; a assinatura de documentos ou peas contbeis

    elaborados por outrem; o exerccio da profisso de no habilitados ou impedidos;

    valer-se de agenciador de servios, mediante participao desses nos honorrios a receber; a

    concorrncia para a realizao de ato contrrio legislao ou destinado a fraud-la ou

    praticar, no exerccio da profisso, ato definido como crime ou contraveno;

    a reteno abusiva de livros, papis ou documentos, comprovadamente confiados sua

    guarda; o aconselhamento de cliente ou o empregador contra disposies expressas em lei ou

    contra os Princpios de Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade editadas pelo

    Conselho Federal de Contabilidade; a quebra de sigilo profissional; iludir ou tentar iludir a

    boa-f de cliente, empregador ou de terceiros, etc.

    Cabe salientar que o artigo 1 da Resoluo CFC n 1.307 de Dezembro de 2010,

    altera o nome do Cdigo de tica do Profissional Contbil, para Cdigo de tica do

    Profissional Contador. (CFC, 2010, p. 03-05)

    3.2.1 Penalidades aplicveis aos Profissionais Contbeis

    Aos contabilistas que infringirem as regras de conduta ticas, cabe a aplicao do Art.

    12 da Resoluo CFC n 803/96, alterado pelo Art. 24 da Resoluo n 1307/10.

  • 3.2.2 Infraes aplicveis aos Profissionais Contbeis

    Sobre as infraes referente a m conduta dos profissionais no exerccio da profisso

    contbil, o CFC (2003), aponta as seguintes prticas como ilcitas por descumprir as normas

    constantes no Cdigo de tica pelos Profissionais Contadores, como angariar clientes por

    meio de agenciador; inexecuo de servios contbeis para os quais foi expressamente

    contratado; inexecuo de servios contbeis obrigatrios; adulterao ou manipulao

    fraudulenta na escrita ou em documentos, com o fim de favorecer a si mesmo ou a clientes;

    apropriao indbita; incapacidade tcnica em virtude de erros reiterados (precedida de

    processos de sindicncia); aviltamento de honorrios; concorrncia desleal; anncio que

    resulte na diminuio de colega ou de organizao contbil e reteno abusiva, danificao ou

    extravios de livros ou documentos contbeis, comprovadamente, entregues aos cuidados dos

    contabilistas.

    Como j explanado, a alnea b do art. 10 do Decreto-Lei n 9.295/46, traz que cabe

    ao Conselho Regional de Contabilidade CRC examinar reclamaes a representaes

    escritas acerca dos servios de registro e das infraes dos dispositivos legais vigentes,

    relativos ao exerccio da profisso de contabilista, decidindo a respeito.

    A Resoluo n 1309/10 em seu Art. 40 explica que Auto de infrao o documento

    hbil para a autuao e a descrio de prtica infracional cujos indcios de autoria,

    materialidade e tipicidade estejam caracterizados, originando-se de ofcio ou ps-denncia

    de interessado, regularmente apurada, devendo ser numerado seqencialmente, ser lavrado

    com clareza, mencionar local, dia e hora da lavratura, indicar o nome, a qualificao e o

    endereo do autuado, narrar circunstancialmente a infrao, indicar o tipo de infrao, bem

    como a capitulao da infrao e da penalidade prevista, combinando, quando cabvel, os

    dispositivos disciplinares com os ticos, mencionar prazo de 15 (quinze) dias, a contar do

    recebimento do auto, para apresentao de defesa e/ou regularizao, ser emitido em 3 (trs)

    vias, no mnimo, destinando-se a primeira ao autuado, a segunda ao processo e a terceira ao

    arquivo do setor competente.

    Quanto instruo dos processos de infrao, sejam eles por denncia ou por

    fiscalizao do CRC, esses trabalhos precisam ser executados respeitando o disposto no

    Artigo 47 da mesma resoluo, onde so apontados a necessidade de provas que levaram

    lavratura do auto de infrao, informaes cadastrais, defesa e documentos que a

    acompanham, relatrio do setor de fiscalizao, inclusive com dados sobre os antecedentes do

    autuado, parecer do Conselheiro Relator de primeira instncia, deliberao da Cmara

    Julgadora de primeira instncia, ato de homologao do Plenrio do CRC. Alm destas peas

    podero ser juntados pareceres, provas e informaes, quando couber.

    Para os processos em que forem procedentes as infraes, as penas tm sua descrio

    no Art. 58 da Resoluo n 1309/10. Elas consistem em:

    I multa;

    II advertncia reservada;

    III censura reservada;

    IV censura pblica;

    V suspenso do exerccio profissional;

    VI cassao do exerccio profissional.

    4 MTODOS E PROCEDIMENTOS

    A pesquisa teve o objetivo de analisar as autuaes, realizadas pelo CRC-MS e

    previstas no Cdigo de tica do Profissional do Contador, junto aos contabilistas na Cidade

    de Dourados-MS, analisando-se as Diligncias Efetuadas, Notificaes, Auto de Infraes,

  • Processos Abertos e Julgados na Cmara, efetuadas no perodo de 2005 a 2010. Os resultados

    da pesquisa esto apresentados por meio de tabelas, obtidos sob a forma de pesquisa,

    bibliogrfica, exploratria, emprica e documental, utilizadas como abordagem metodolgica.

    As pesquisas exploratrias visam formulao de questes ou de um problema com

    o objetivo de desenvolver hipteses ou modificar e clarificar conceitos (BARUFFI, 2004,

    p.61). A Utilizao da pesquisa exploratria tem por objetivo o conhecimento aprofundado

    sobre a realidade que se deseja conhecer, aplicando-se, para este feito, as pesquisas

    qualitativas e quantitativas.

    Para Baruffi (2004, p.59) a pesquisa bibliogrfica aquela que procura explicar um

    problema a partir de referncias tericas publicadas em documentos e acrescenta que a

    finalidade da pesquisa bibliogrfica a de colocar o pesquisador em contato direto com tudo

    aquilo que foi escrito sobre determinado assunto.

    Richardson (1999, p. 80) apud Beuren (2010, p. 91) explica que ... os estudos que

    empregam uma metodologia qualitativa podem descrever a complexidade de determinado

    problema, analisar a interao de certas variveis, compreender e classificar processos

    dinmicos vividos por grupos sociais. A autora ainda acrescenta que a abordagem

    qualitativa visa destacar caractersticas no observadas por meio de um estudo quantitativo,

    haja vista a superficialidade deste ltimo (BEUREN, 2010, p. 92)

    Beuren (2010, p.92) explica que ...na pesquisa qualitativa concebem-se anlises mais

    profundas em relao ao fenmeno que est sendo estudado e acrescenta que ...a abordagem

    quantitativa caracteriza-se pelo emprego de instrumentos estatsticos, tanto na coleta quanto

    no tratamento dos dados (BEUREN, 2010, p.92).

    Foi efetuada uma anlise quantitativa em percentual de autuaes efetuadas pelo CRC-

    MS junto aos contabilistas na cidade de Dourados-MS no perodo de 2005 a 2010, referente

    ao quantitativo de todos os processos autuados nos exerccios pesquisados.

    5. APRESENTAO E ANLISE DOS DADOS

    O art. 13 da Resoluo CFC 950/2002, que altera a Resoluo CFC 803/96, traz que:

    O julgamento das questes relacionadas transgresso de preceitos do Cdigo de tica

    incumbe, originalmente, aos Conselhos Regionais de Contabilidade, que funcionaro como

    Tribunais Regionais de tica e Disciplina (CFC, 2002, p.01)

    O CFC (2003) explica que estas so analisadas e julgadas pela Cmara de tica e

    Disciplina do Conselho Regional de Contabilidade, sendo os processos relatados por um

    conselheiro, que submete seu parecer e voto para uma Cmara que analisar a proposta do

    relator. Logo que a deciso for realizada pela Cmara de tica e Disciplina, esta ser

    encaminhada ao Tribunal de tica e Disciplina (TRED) onde ser homologada, mantendo ou

    reformulando a deciso da Cmara (CFC, 2003).

    Em caso de recurso esse, caber ao Tribunal Superior de tica e Disciplina (TSED) do

    Conselho Federal de Contabilidade, onde, em plenrio do TSED, a deciso do CRC e o

    Recurso apresentado pelo contabilista sero novamente apreciados, sendo mantida a deciso

    ou reformulada. Sempre que a punio ao contabilista por infrao ao Cdigo de tica no for

    de Censura Pblica, a penalidade ser sigilosa, no podendo ser informada a terceiros, mas

    somente ao infrator (CFC, 2003).

    A tica profissional tem como premissa maior o relacionamento do profissional com

    seus clientes e com os outros profissionais, levando em conta valores como a dignidade

    humana, auto-realizao e sociabilidade. Um profissional, no desempenho de suas funes,

  • deve ter muitas qualidades e tributos alguns indispensveis para desenvolver o seu trabalho

    com eficincia e eficcia (CFC, 2003).

    Segundo dados do CRC-MS (2011), a Cidade de Dourados possui apenas um (01)

    Fiscal Contador, e esse nmero tem sido o mesmo no perodo de 2005 a 2010. A respeito das

    autuaes realizadas pela fiscalizao do CRC junto aos contabilistas da cidade de Dourados,

    a tabela 1 mostra as diligncias efetuadas na cidade, no perodo de 2005 a 2010 e suas

    respectivas variaes percentuais em relao ao ano imediatamente anterior.

    Fiscalizao CRC-MS Diligncias Efetuadas Variao do perodo % Percentual em relao ao

    total

    2005 377 - 15,25%

    2006 549 45,62% 22,21%

    2007 623 13,47% 25,20%

    2008 270 -56,66% 10,92%

    2009 433 60,37% 17,52%

    2010 220 -49,19% 8,90%

    Total 2472 100%

    Fonte: Do autor, com dados do CRC/MS

    Tabela 1: Dados Estatsticos de Diligncias 2005-2010 - Dourados - CRC/MS

    Observam-se aumentos nos perodos de 2005 a 2006, e de 2008 a 2009, sendo o ano

    de 2006 o que apresenta o maior nmero de diligncias, representando 25,2% do total de

    diligncias do perodo. Houve tambm uma reduo no perodo de 2007 a 2008, passando de

    623 para 270 diligncias.

    Em todo o Mato Grosso do Sul o total de diligncias nesse perodo foi de 31.011,

    conforme tabela 2.

    Fiscalizao CRC-MS Diligncias Efetuadas Variao do perodo % Percentual em relao ao

    total

    2005 5182 16,71%

    2006 6277 21,13% 20,24%

    2007 4981 -20,65% 16,06%

    2008 3023 -39,30% 9,75%

    2009 5605 85,41% 18,07%

    2010 5942 6,01% 19,16%

    Total 31.010 100,00%

    Fonte: Do autor, com dados do CRC/MS

    Tabela 2: Dados Estatsticos de Diligncias 2005-2010 - CRC/MS

    Nota-se que as variaes no nmero de diligncias na cidade de Dourados no

    acompanham a variao do Estado. Isso porque o nmero de fiscais no Estado foi menor no

    perodo de 2006 a 2007, passando de 5 para 3 ficais, o que possivelmente ocasionou a reduo

    de diligncias em todo estado no perodo. Houve tambm um aumento de diligncia no

    perodo de 2008 a 2009 quando o numero de 5 fiscais foi restabelecido, conforme tabela 3.

    Fiscalizao CRC-MS 2005 2006 2007 2008 2009 2010

    Fiscais Contadores 5 5 3 3 5 5

    Fiscais tcnico em Contabilidade 0 0 0 0 0 0

    Total de Fiscais Contadores(inclusive Chefia de setor) 5 5 3 3 5 5

    Fonte: Do autor, com dados do CRC/MS

    Tabela 3: Dados Estatsticos de Fiscais 2005-2010 - CRC/MS

  • A tabela 4 apresenta as notificaes originadas das diligncias efetuadas no perodo de

    2005 a 2010.

    Fiscalizao CRC-MS Notificaes Variao do perodo % Percentual em relao ao total

    2005 123 - 17,37%

    2006 132 7,32% 18,64%

    2007 147 11,36% 20,76%

    2008 152 3,40% 21,47%

    2009 43 -71,71% 6,07%

    2010 111 158,14% 15,68%

    Total 708 100%

    Fonte: Do autor, com dados do CRC/MS

    Tabela 4: Dados Estatsticos de Notificaes 2005-2010 -Dourados - CRC/MS

    Observa-se que houve um crescimento no nmero de notificaes no perodo de 2005

    a 2008, sendo interrompido por uma reduo no ano de 2009, de 71,71% em relao ao ano

    de 2008. Se for comparado o nmero de diligncias efetuadas no ano de 2009, com o nmero

    de notificaes, percebe-se que estas representaram apenas 10% do total de diligncias. O

    crescimento no nmero de notificaes no acompanha o nmero de diligncias, pois apesar

    do crescimento de ambas no perodo de 2005 a 2007, o ano de 2008 apresenta o segundo

    menor nmero de diligncias no perodo e o maior em nmero de notificaes.

    A tabela 5 apresenta os processos abertos contra os contabilistas na Cidade de

    Dourados no perodo de 2005 a 2009, referente s irregularidades profissionais encontradas

    pelo CRC/MS em Dourados.

    Fiscalizao CRC-

    MS

    Processos Abertos

    (Disciplinares D.L. 9295/46) e

    ticos (Res CFC 803/96)

    Variao do perodo % Percentual em relao ao

    total

    2005 25 - 10,12%

    2006 17 -32% 6,88%

    2007 78 358,82% 31,58%

    2008 29 -62,82% 11,74%

    2009 54 86,21% 21,86%

    2010 44 -18,52% 17,81%

    Total 247 100%

    Fonte: Do autor, com dados do CRC/MS

    Tabela 5: Dados Estatsticos de Processos Abertos 2005-2010 - Dourados - CRC/MS

    As irregularidades profissionais que ferem o Cdigo de tica, diligenciadas e

    posteriormente notificadas pelo CRC-MS resultaram em 247 processos no perodo, conforme

    a tabela 5. O maior crescimento no nmero de processos encontra-se no perodo de 2006 a

    2007, onde o registro de aumento foi de 358,82% passando de 17 para 78 processos. O ano de

    2007 foi o que registrou o maior nmero de processos abertos, representando 53% do total de

    notificaes. O perodo de 2007 a 2008 registrou a maior queda no nmero de processos

    passando de 78 a 29, porm o ano que registrou o menor nmero de processos foi o ano de

    2006, com apenas 17 processos. Em 2009 foram abertos 54 processos, mesmo possuindo

    apenas 43 notificaes, isso se deve a demora na tramitao dos processos na Cmara de tica

    e Disciplina do Conselho Regional de Contabilidade, onde o profissional julgado pode entrar

    com recursos, o que resulta em um novo parecer da Cmara de tica e Disciplina,

    extrapolando o ano calendrio, passando esses a serem abertos no ano subsequente.

  • A tabela 6 mostra os autos de infraes realizados pela fiscalizao do CRC na cidade

    de Dourados contra os profissionais contbeis (organizaes, empresas, rgos pblicos,

    profissionais e leigos) totalizando nos 6 anos 246 autos de infrao.

    Fiscalizao CRC-MS Dourados 2005 2006 2007 2008 2009 2010

    -Organizaes Contbeis 02 00 00 00 00 03

    -Empresa Comrcio e Ind./Prest. de Servios 00 00 02 01 00 00

    -rgos Pblicos 00 00 00 00 00 00

    - Profissionais 19 14 75 28 54 36

    - Leigos 04 03 01 00 00 05

    Autos de Infrao 25 17 78 29 54 43

    Fonte: Do autor, com dados do CRC/MS

    Tabela 6: Dados Estatsticos de Autos de Infrao 2005-2010 Dourados-MS

    Observa-se que, no grupo dos profissionais est o maior numero de autos de infrao

    em todos os anos, com 76% no primeiro ano analisado e chegando a 100% no ano de 2009,

    seguidos pelos leigos com a mdia de 2 autos de infrao por ano. Em contrapartida temos os

    rgos pblicos que no apresentaram nenhum auto de infrao nos anos analisados na

    pesquisa. As organizaes contbeis apresentaram somente 5 autos nos 6 anos analisados,

    nmero considerado baixo se compararmos com o total de 246 autos de infraes.

    Com relao aos processos julgados, estes so encaminhados Cmara de tica; de

    acordo com os dados obtidos no se pode identificar quais eram oriundos da cidade de

    Dourados, mas a seguir apresentam-se os processos julgados no Mato Grosso do Sul no

    perodo de 2005 a 2010.

    Fiscaliza

    o CRC-

    MS

    Processos

    Julgados

    na Cmara

    Multa Arquivamento Suspenso Advertncias

    Reservadas

    Censuras

    Reservadas

    Censura

    Pblica

    2005 359 183 216 11 48 08 10

    Variao -12% -32,8% -16,7% -72,7% 6,25% 25% -60%

    2006 316 123 180 03 51 10 04

    Variao 11,70% 14,6% 5% 266,7% 31,4% 10% 0,00

    2007 353 141 189 11 67 11 04

    Variao 79,9% 177,3% 13,8% 45,5% 34,3% 145,5% 150%

    2008 635 391 215 16 90 27 10

    Variao -28,3% 15,1% -56,7% -31,3% 7,8% 0,00 -10%

    2009 455 332 93 11 83 27 09

    Variao 69,7% 68,1% 39,8% -27,3% 33,73% 0,00 -33,33

    2010 772 558 130 08 111 21 06

    Total 2890 1728 1023 60 450 104 43

    Fonte: Do autor, com dados do CRC/MS

    Tabela 7: Dados Estatsticos de Processos Julgados na Cmara 2005-2010 Dourados-MS

    Conforme a tabela 7, o total de processos encaminhados Cmara de tica, em

    Campo Grande-MS, totalizam 2.890 no perodo de 2005 a 2010; desses 1.728 resultaram em

    multa e 450 em Advertncias reservadas. Com relao s multas, estas apresentaram o maior

    aumento no perodo de 2006 a 2007, com 177,3% e foi em 2010 que houve o maior nmero

    de multas: 558. O nmero de arquivamento tambm bem expressivo com 216

    arquivamentos no ano inicial da pesquisa, e chagando ao total de 1.023 arquivamentos nos

    anos analisados.

    6. CONSIDERAES FINAIS

  • Objetivou-se com esse trabalho analisar as autuaes, realizadas pelo CRC-MS e

    previstas no Cdigo de tica do Profissional do Contador, junto aos contabilistas na Cidade

    de Dourados-MS no perodo de 2005 a 2010, a fim de verificar o cumprimento das normas

    estabelecidas no Cdigo de tica do Profissional Contador.

    O Cdigo de tica norteia os profissionais contbeis, para que, seguindo-o possam

    desenvolver o seu trabalho de maneira honesta e digna, sem prejudicar a sociedade que

    depende deste na mensurao do patrimnio de pessoas fsica e entidades, trazendo assim

    credibilidade aos profissionais dessa rea.

    A pesquisa apresenta os dados referentes s autuaes realizadas pelos fiscais do

    CRC-MS na cidade de Dourados. Notou-se uma possvel inobservncia das regras

    estabelecidas no Cdigo de tica dos Profissionais Contbeis, onde no perodo de 6 anos

    obteve-se 2.472 diligncias, que resultaram em 246 autos de infraes e 247 processos

    abertos.

    Observa-se que embora alguns profissionais possuam uma conduta que fere o Cdigo

    de tica, essas condutas so identificadas e sob elas aplicadas as devidas penalidades

    previstas no CEPC. O CRC, assim desempenha um papel primordial, onde ao exercer seu

    trabalho, procura coibir uma conduta no recomendada desses profissionais.

    A tica importante em todas as relaes em sociedade, na profisso no poderia se

    diferente, preciso lealdade com os clientes, colegas de classe, com a sociedade, e com a

    prpria profisso, o respeito s regras e a honestidade com todos os que dependem da

    informao contbil dever do profissional, para que assim possa se obter a confiabilidade a

    imparcialidade na apresentao dessas informaes.

    O mercado exige cada vez mais a confiabilidade nas informaes contbeis. Toda a

    economia baseada nas informaes apresentadas pelas pessoas fsicas e entidades, e com

    base nessas informaes que os governantes tomaram decises, estimularam certos setores da

    economia em detrimento a outros, criando empregos, e trazendo assim prosperidade ao pas.

    As tabelas 01,05,07, retratam alguns casos de desateno dos profissionais com o

    exerccio da profisso e a falta de comprometimento a relevncia de seu trabalho na

    sociedade. O profissional atento a sua profisso e ciente de seu papel na sociedade, agir

    conforme as premissas do seu Cdigo de tica, coibindo procedimentos antiticos e mantendo

    sua conduta guiada pela justia, honestidade e decncia.

    O trabalho do CRC-MS, no que diz respeito fiscalizao, tambm de suma

    importncia, pois so os fiscais que atravs das diligncias, notificam as irregularidades

    encontradas. tambm no CRC que so julgados os processos, tomadas as decises cabveis

    a cada caso, mostrando assim a aplicabilidade da lei, coibindo a ao deturpada dos outros

    profissionais. pela ao tica deles, que as irregularidades so identificadas, e punidas,

    fazendo com que a sociedade no sofra as consequncias da m conduta de profissionais, e

    fazendo com que os profissionais julgados, exemplifiquem a aplicao da lei, e busquem agir

    de acordo com as normas discriminadas no Cdigo de tica Profissional Contador.

    Cabe assim ao profissional contbil o cumprimento do Cdigo de tica, no apenas

    para que no seja autuado e penalizado pelos fiscais competentes, mas tambm por zelo a sua

    profisso.

    Com a apresentao e explanao dos dados, considera-se atingido o objetivo da

    pesquisa, quanto identificao das autuaes realizadas pelo CRC-MS e previstas no Cdigo

    de tica do Profissional Contador, na cidade de Dourados.

  • A ausncia de dados referente aos processos julgados da cidade de Dourados-MS foi

    uma limitao da pesquisa, os detalhes sobre os processos e consequentemente as infraes

    cometidas, no puderam ser cedidas pelo CRC-MS para a elaborao dessa pesquisa, pois

    muitos desses so sigilosos.

    Acrescenta-se mais uma pesquisa no campo da tica profissional na rea contbil, j

    que so poucos os trabalhos que tratam da tica profissional, e menos ainda pesquisas no

    campo da tica na Cidade de Dourados-MS. Assim a pesquisa vem acrescentar informaes a

    essa rea e servir tambm como referncia a futuros trabalhos.

    Referncias

    ALONSO, Flix R.; LOPEZ, Francisco G.; CASTRUCCI, Plnio L. Curso de tica em Administrao. So

    Paulo: Atlas, 2008.

    ALVES, Francisco J. S. Adeso do Contabilista ao Cdigo de tica da sua Profisso: Um Estudo Emprico

    sobre Percepes. So Paulo: 2005.

    ARRUDA, Maria C. C.; WHITAKER, Maria C.; RAMOS, Jos M. R. Fundamentos de tica Empresarial e

    Econmica. 3. ed. So Paulo: Atlas, 2007.

    BARUFFI, Helder. Metodologia de Pesquisa- Orientaes Metodolgicas para a Elaborao da

    Monografia. 4. ed. Dourados: HBedit, 2004.

    BEUREN, I.M. Como Elaborar Trabalhos Monogrficos em Contabilidade: Teoria e Prtica. So Paulo:

    Atlas, 2010.

    BRASIL. Lei n 12.249. Altera o Decreto-Lei n 9295/46. Disponvel em:

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12249.htm Acesso em: 22.06.2011

    CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Abordagens ticas para o profissional contbil. Braslia:

    CFC, 2003. Disponvel em: