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CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO LATU SENSO EM TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL Telma Pessoa de Oliveira COMPARATIVO SOBRE A EFICÁCIA DO TRATAMENTO EM PACIENTES COM TRANSTORNO DE PERSONALIDADE BORDERLINE SUBMETIDOS À TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL E TERAPIA DO ESQUEMA SÃO PAULO 2018

COMPARATIVO SOBRE A EFICÁCIA DO TRATAMENTO EM … · personalidade, transtorno da personalidade borderline, tratamento do transtorno da personalidade borderline, terapia cognitivo

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CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO LATU SENSO EM TERAPIA COGNITIVOCOMPORTAMENTAL

Telma Pessoa de Oliveira

COMPARATIVO SOBRE A EFICÁCIA DO TRATAMENTO EM PACIENTES COMTRANSTORNO DE PERSONALIDADE BORDERLINE SUBMETIDOS À TERAPIA

COGNITIVO COMPORTAMENTAL E TERAPIA DO ESQUEMA

SÃO PAULO2018

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Telma Pessoa de Oliveira

COMPARATIVO SOBRE A EFICÁCIA DO TRATAMENTO EM PACIENTES COMTRANSTORNO DE PERSONALIDADE BORDERLINE SUBMETIDOS À TERAPIA

COGNITIVO COMPORTAMENTAL E TERAPIA DO ESQUEMA

Trabalho de conclusão do curso Latu SensuÁrea de Concentração: Terapia CognitivoComportamental

Orientador: Profº Drº Luiz Ricardo VieiraGonzaga

SÃO PAULO2018

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Fica autorizada a reprodução e divulgação deste trabalho, desde que citada a

fonte

OLIVEIRA, Telma Pessoa de

COMPARATIVO SOBRE A EFICÁCIA DO TRATAMENTO EM PACIENTES

COM TRANSTORNO DA PERSONALIDADE BORDERLINE SUBMETIDOS

À TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL E TERAPIA DO ESQUEMA

Telma Pessoa de Oliveira, Ricardo

142 fls + CD-ROOM

Trabalho de conclusão de curso (especialização) - Centro de Estudos em

Terapia Cognitivo-Comportamental (CETCC).

Orientador: Profº Drº Luiz Ricardo Vieira Gonzaga

1. Terapia Cognitivo Comportamental, 2. Terapia do Esquema, 3. Transtorno

da Personalidade Borderline, I. Oliveira, Telma Pessoa de, II. Gonzaga, Luiz

Ricardo Vieira

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TELMA PESSOA DE OLIVEIRA

COMPARATIVO SOBRE A EFICÁCIA DO TRATAMENTO EM PACIENTES COM

TRANSTORNO DA PERSONALIDADE BORDERLINE SUBMETIDOS À TERAPIA

COGNITIVO COMPORTAMENTAL E TERAPIA DO ESQUEMA

BANCA EXAMINADORA

Parecer: ____________________________________________________________

Professor: ___________________________________________________________

Parecer: ____________________________________________________________

Professor: ___________________________________________________________

São Paulo, ____ de ________________ de 2018

Monografia apresentada ao Centro de Estudos

em Terapia Cognitivo Comportamental como

parte das exigências para a obtenção do título

de Especialista em Terapia Cognitivo

Comportamental.

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Dedico este trabalho a todos aqueles de certa forma contribuíram nesta trajetó-ria e especialmente a meus filhos pela compreensão que tiveram por todas as horasque estive ausente.

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Agradecimentos

Agradeço a Deus pela capacitação e discernimento que me proporcionouao longo desta trajetória.

“Até aqui me ajudou o Senhor“

I Sam: 7;12

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“Fogo e Gelo”Assim caracterizam alguns autores sobreo estilo Borderline da Personalidade.

(CABALLO, 2014)

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Resumo

O transtorno da personalidade borderline é caracterizado pela instabilidade emo-cional e impulsividade, acompanhado de comportamentos incoerentes, autoderrotistaou auto lesivos. As flutuações comportamentais e afetivas inerentes ao transtorno difi-cultam o diagnóstico e tornam o tratamento psicoterápico um processo de difícil manejo.Estudos relatam que a psicoterapia é o tratamento padrão ouro no transtorno da perso-nalidade borderline, entretanto quando existe um envolvimento mais ativo do terapeuta,bem como o manejo de técnicas de intervenção mais diretivas, o resultado psicoterá-pico torna-se mais efetivo. Considerando esse contexto, o objetivo deste trabalho éestabelecer um comparativo sobre a eficácia do tratamento em pacientes portadoresdeste transtorno, submetidos à terapia cognitivo comportamental e terapia do esquema.Utilizou-se o método da pesquisa exploratória bibliográfica. Para o desenvolvimentodeste trabalho, foi realizada pesquisa de artigos científicos nas plataformas de dadosScientific Eletronic Library Online (SciELO), Rede Psicologia (Rede Psi), BIREME, Pe-riódicos Capes e Google Acadêmico com os descritores Transtorno da PersonalidadeBorderline, Terapia Cognitivo Comportamental e Terapia do Esquema. Utilizou-setambém livros técnicos de autores de referência na área pesquisada. Através da pes-quisa eletrônica foi examinado um total de aproximadamente 400 artigos científicos,que após considerados os critérios de inclusão acima descritos foram aproveitados17 artigos demonstrados. Conclui-se que a terapia cognitivo-comportamental de umamaneira geral, é um tratamento eficaz no transtorno da personalidade borderline, no en-tanto, os resultados obtidos no decorrer do tratamento não se sustentam com o decorrerdo tempo. Quando comparada à terapia do esquema tem sua eficácia diminuída.

Palavras-chave: Transtorno da Personalidade Borderline; Terapia CognitivoComportamental; Terapia do Esquema

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Abstract

Borderline personality disorder is characterized by emotional instability andimpulsivity, accompanied by incoherent, self-defeating or self-injurious behaviors. Thebehavioral and affective fluctuations inherent in the disorder make diagnosis difficult andmake psychotherapeutic treatment a difficult process. Studies report that psychotherapyis the gold standard treatment in borderline personality disorder, however when thereis a more active involvement of the therapist, as well as the management of moredirective intervention techniques, the psychotherapeutic result becomes more effective.Considering this context, the objective of this work is to establish a comparative study onthe efficacy of treatment in patients with this disorder, submitted to cognitive behavioraltherapy and therapy of the scheme. The method of exploratory bibliographic researchwas used. For the development of this work, research was carried out on scientificarticles in the Scientific Eletronic Library Online (SciELO), Psychology Network (PsiNetwork), BIREME, Capes Periodical and Google Scholar platforms with the descriptorsBorderline Personality Disorder, Behavioral and Cognitive Therapy Scheme Therapy.We also used technical books of reference authors in the researched area. Throughthe electronic research, a total of approximately 400 scientific articles were examined,which after considering the inclusion criteria described above, were used 17 articlesdemonstrated. It is concluded that cognitive-behavioral therapy is generally an effectivetreatment for borderline personality disorder, however, the results obtained duringtreatment do not sustain over time. When compared to the therapy of the scheme hasits effectiveness diminished.

Keywords: Borderline Personality Disorder; Cognitive behavioral therapy; SchemeTherapy

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Lista de tabelas

Tabela 1 – Diferenças Básicas entre a TCC tradicional e TE . . . . . . . . . . . 31Tabela 2 – Domínios esquemáticos, tarefas evolutivas e esquemas iniciais desa-

daptativos de cada domínio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34Tabela 3 – Tipos de famílias geradoras de problemas para cada domínio esque-

mático . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39Tabela 4 – Modos Esquemáticos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42Tabela 5 – Distribuição das Bases de Dados e Artigos selecionados . . . . . . 53Tabela 6 – Pressupostos da terapia cognitivo comportamental tradicional des-

cumpridos por pacientes caracterológicos . . . . . . . . . . . . . . . 61Tabela 7 – Critérios diagnósticos DSM-IV para TPB e modos . . . . . . . . . . 62

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Sumário

1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 132.1 Transtorno da Personalidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 132.2 Transtorno da Personalidade Borderline . . . . . . . . . . . . . . 142.3 Tratamentos do Transtorno da Personalidade Borderline . . . . . 182.4 Terapia Cognitivo Comportamental . . . . . . . . . . . . . . . . . . 212.5 Terapia do Esquema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29

3 OBJETIVO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 513.1 Objetivos Específicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51

4 MÉTODO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52

5 RESULTADOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53

6 DISCUSSÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67

Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68

ANEXOS 73

ANEXO A – Aspectos comportamentais característicos do trans-torno da personalidade Borderline . . . . . . . . . . 74

ANEXO B – Aspectos cognitivos característicos do transtornoda personalidade Borderline . . . . . . . . . . . . . . 75

ANEXO C – Aspectos emocionais característicos do transtornoda personalidade Borderline . . . . . . . . . . . . . . 77

ANEXO D – Diagrama de conceitualização cognitiva . . . . . . . 78

ANEXO E – LISTA DAS DISTORÇÕES COGNITIVAS . . . . . . . . 79

ANEXO F – Exemplos de respostas de enfrentamento desadap-tativas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80

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ANEXO G – Formulário de conceitualização de caso na terapiafocada no esquema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84

ANEXO H – Inventário de esquemas de Young - YSQ (forma longa) 88

ANEXO I – Inventário de esquemas de Young - YSQ-S3 (formaabreviada) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101

ANEXO J – Inventário de evitação de Young - RYGH (YRAI-1) . 110

ANEXO K – Inventário de estilos parentais . . . . . . . . . . . . . 113

ANEXO L – Inventário de compensação de Young - YCI-1 . . . . 119

ANEXO M – Inventário de modos de esquemas . . . . . . . . . . 123

ANEXO N – Cartão Lembrete para terapia do Esquema . . . . . 137

ANEXO O – Diário de Esquemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 139

ANEXO P – Roteiro para aplicação da técnica de imagens mentais140

ANEXO Q – Termo de responsabilidade autoral . . . . . . . . . . 142

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1 INTRODUÇÃO

Os pacientes portadores do transtorno da personalidade borderline são tãonumerosos que a maioria dos profissionais tratará ao menos um ao longo de suaprática clínica. Em geral, apresentam problemas graves e sofrimentos extremamenteintensos, sendo o tratamento bem difícil e complexo (LINEHAN, 2010).

As pessoas com este padrão de comportamento vivem todas as situações deuma forma intensa. A instabilidade de suas emoções e a intensidade das mesmasestão muito presentes à personalidade borderline. Suas reações explosivas não sereportam apenas a estímulos ambientais desencadeadores. Muitas coisas consideradastriviais para eles, provocam grandes explosões de ira que a pessoa é incapaz decontrolar (CABALLO, 2014).

Para a sociedade, principalmente àqueles indivíduos portadores deste trans-torno, este tema torna-se importante pelo fato de ser um transtorno com muita comple-xidade em seu tratamento e segundo Mazer, Macedo e Juruena (2017) , a psicoterapiaé considerada um tratamento de primeira linha. O interesse da autora por esse temadeu-se pelo fato de que entre os transtornos da personalidade, o borderline apresentauma grande demanda no tratamento e que não há medicamentos específicos ao trata-mento deste transtorno e que, quando administrados, em geral, são medicações paracontrole das comorbidades frequentemente presentes.

Sendo assim, objetiva-se investigar a eficácia das terapias cognitivo comporta-mental e terapia do esquema no tratamento de pacientes com transtorno da personali-dade borderline, objeto deste trabalho, bem como identificar a eficácia de cada uma notratamento terapêutico diante da complexidade desse transtorno.

A pesquisa se deu através do método da pesquisa exploratória bibliográfica,usando como recursos artigos científicos através das bases de dados e livros especiali-zados das terapias cognitivo comportamental e do esquema. Diante da dificuldade notratamento de pacientes com transtorno da personalidade borderline, foi realizada aleitura exaustiva do material acerca dos melhores resultados baseando-se nos pressu-postos das duas teorias estudadas, comparando a sua eficácia.

Ainda nesta introdução estão descritos os seguintes conceitos: transtorno dapersonalidade, transtorno da personalidade borderline, tratamento do transtorno dapersonalidade borderline, terapia cognitivo comportamental e terapia do esquema.Assim, na sessão de resultados apresentamos a análise da eficácia do tratamento àluz da terapia cognitivo comportamental e da terapia do esquema seguido da sessãode discussões, finalizou-se o trabalho com as considerações finais e referências.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Transtorno da Personalidade

Personalidade pode ser definida como a mistura de fatores temperamentaisdeterminados geneticamente e caracterológicos determinados pelo ambiente. O tem-peramento refere-se às influências inatas, genéticas e constitucionais e de caráter. Sãocaracterísticos a fatores psicossociais e aprendidos, formado, em grande parte, aolongo da experiência e do processo de socialização (CABALLO, 2014).

Apesar de inúmeras definições para o conceito da personalidade, existe um certoconsenso entre elas de que a personalidade pode ser, sucintamente, considerada umpadrão de pensamentos, sentimentos e comportamentos característicos que distingueas pessoas entre si e que persiste ao longo do tempo, mediante às situações (PHARES,1988 apud CABALLO, 2014).

Considerando a dificuldade de estabelecer diferenças claras quanto a perso-nalidade normal e patológica alguns autores assinalam que indivíduos consideradosportadores de uma personalidade sã, são capazes de enfrentar o ambiente de ummodo flexível e quando suas percepções e comportamentos estimulam um aumento dasatisfação pessoal, contrariamente àquelas pessoas que respondem as responsabilida-des diárias de uma maneira inflexível ou quando suas percepções e comportamentostem como consequência um mal-estar pessoal ou redução das oportunidades paracrescer e aprender, podemos considerar um padrão desadaptativo ou patológico.

No que lhe concerne Cloninger (1999) ressalta que traços de personalidade sãocaracterísticas que distinguem uma pessoa de outra e que a leva a se comportar demaneira mais ou menos coerente. Não obstante, o DSM-V (2014) considera que ostraços de personalidade são padrões persistentes de percepção, de relacionamentocom e de pensamento sobre o ambiente e si mesmo que são exibidos em uma amplagama de contextos sociais e pessoais. Os traços de personalidade constituem trans-tornos da personalidade quando são inflexíveis e mal adaptativos causando prejuízofuncional ou sofrimento subjetivo significativos.

Sendo assim, o DSM-V (2014) define o transtorno da personalidade como umpadrão persistente de experiência interna e comportamento que se desvia acentua-damente das expectativas da cultura do indivíduo, manifestando-se em duas ou maisdas seguintes áreas: cognição, afetividade, funcionamento interpessoal e controle dosimpulsos (critério A).

Ainda considerando os critérios diagnósticos dos transtornos da personalidade oDSM-V (2014) define que o padrão persistente é inflexível e abrange uma faixa amplade situações pessoais e sociais (critério B), o padrão persistente provoca sofrimento

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Capítulo 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 14

clinicamente significativo e prejuízos nas áreas pessoal, profissional, social ou demaisáreas importantes da vida do indivíduo (critério C), o padrão é estável e de longaduração, seu surgimento ocorre pelo menos a partir da adolescência ou no início dafase adulta (critério D), o padrão é mais bem explicado como uma manifestação ouconsequência de outro transtorno mental (critério E). E, o padrão persistente não éatribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância como, por exemplo, droga de abusoou medicamento ou a outra condição médica (critério F).

Segundo Caballo (2014), o diagnóstico dos transtornos da personalidade nãoconstitui uma tarefa fácil, pois, raramente o transtorno constitui o diagnóstico principalou é o objetivo central do tratamento. Raramente os problemas de personalidadesão a principal queixa de um paciente que busca tratamento. Fatores como depressão,ansiedade ou situações externas são prioritários na busca de tratamento por partedos pacientes. Os pacientes com transtorno da personalidade veem suas dificuldadesem lidar com outras pessoas como independente do seu próprio comportamento,consideram-se vitimados pelos outros, ou mais globalmente, pelo sistema (BECK;FREEMAN; DAVIS, 2005).

Clinicamente falando, pacientes com um transtorno da personalidade apresen-tam um dos problemas mais complexos e desafiadores, pois, causam problemas aosdemais e são custosos para a sociedade (CABALLO, 2014).

Beck, segundo Salkovskis (2004) interessou-se pelos transtornos da persona-lidade quando percebeu que pacientes recuperados de uma depressão maior aindaapresentavam sofrimento reduzido, porém, persistente e intermitente e continuavama apresentar padrões de comportamentos falhos e disfuncionais , entretanto, Young,Klosko e Weishaar (2008) afirmam que muitas vezes pacientes com transtorno dapersonalidade e problemas caracterológicos não respondem totalmente a tratamentoscognitivos comportamentais tradicionais, problemas caracterológicos podem reduzir aeficácia desta terapia.

2.2 Transtorno da Personalidade Borderline

O transtorno da personalidade borderline (TPB) pode ser caracterizado pelaefetiva instabilidade que permeia grande parte dos aspectos do funcionamento da per-sonalidade, incluindo relacionamentos, autoimagem, afeto e comportamento (ARNTZ,2017 apud BECK; DAVIS; FREEMAN, 2017).

A instabilidade e a intensidade de suas emoções descrevem a grandes traçoso estilo borderline, sendo assim quanto maior for o traço, mais frequente serão asmudanças de humor que pacientes portadores deste transtorno experimentam

O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM -V) é, mun-

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Capítulo 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 15

dialmente, a principal fonte de referência dos critérios diagnósticos deste transtorno.Segundo sua mais recente edição (DSM-V, 2014) o transtorno da personalidadeborderline, classificado como 301.83 (F60-3) é descrito como um padrão difuso de ins-tabilidade das relações interpessoais, da autoimagem e dos afetos e de impulsividadeacentuada que surge no início da vida adulta e está presente em vários contextos. Oscritérios diagnósticos fundamentais encontrados em um paciente borderline são osseguintes:

1) “Esforço desesperado para evitar o abandono real ou imaginado” (DSM-V).

2) “Um padrão de relacionamentos interpessoais instáveis e intensos caracteriza-dos pela alternância de extremos de idealização e desvalorização” (DSM-V).

3) “Perturbação da identidade: instabilidade acentuada e persistente de autoima-gem ou da percepção de si mesmo” (DSM-V).

4) “Impulsividade em pelo menos duas áreas potencialmente autodestrutivas (p.ex.,gastos, sexo, abuso de substâncias, direção irresponsável, compulsão alimen-tar)” (DSM-V).

5) “Recorrência de comportamento, gestos ou ameaças suicidas ou de comporta-mento auto-mutilante” (DSM-V).

6) “Instabilidade afetiva devida a uma acentuada reatividade de humor (p. ex.,disforias episódicas, irritabilidade ou ansiedade intensa com duração geralmentede poucas horas e apenas raramente de mais alguns dias)“ (DSM-V).

7) “Sentimentos crônicos de vazio” (DSM-V).

8) “Raiva intensa e inapropriada ou dificuldade em controlá-la (p. ex., mostrasfrequentes de irritação, ataques de raiva constante, recorrentes brigas físi-cas)” (DSM-V).

9) “Ideação paranoide transitória associada a estresse ou sintomas dissociativosintensos” (DSM-V).

No CID-10 (1993), encontramos, em F60.3 o “Transtorno de PersonalidadeEmocionalmente Instável”, no qual há uma tendência marcante a agir impulsivamentesem consideração das consequências, junto com instabilidade afetiva. Mínima capaci-dade em planejar e intensos acessos de raiva. Duas variantes desse transtorno sãoespecificadas nesta classificação:

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Capítulo 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 16

1) “F60.30 Tipo impulsivo: As características predominantes são instabilidade emo-cional e falta de controle de impulsos. Acessos de violência ou comportamentoameaçador são comuns, particularmente em resposta a críticas de outros;

2) “F60.31 Tipo Borderline (limítrofe): Várias das características de instabilidadeemocional ão presentes; em adição, a autoimagem, objetivos e preferênciasinternas (incluindo a sexual) do paciente são com frequência pouco clara ouperturbadas. Há, em geral, sentimentos crônicos de vazio. Tendem a se envolverem relacionamentos intensos e instáveis, causando repetidas crises emocionaise pode estar associada com esforços excessivos para evitar abandono e umasérie de ameaças de suicídios ou atos de autolesão.

Segundo DSM-V (2014) a prevalência média do transtorno da personalidadeborderline na população é estimada em 1,6% embora possa chegar a 5,9%. Essa pre-valência em contextos de atenção primária, é de cerca de 6%, 10% entre pacientes deambulatório de saúde mental e 20% entre pacientes psiquiátricos internados, podendoser menor nas faixas etárias mais altas. A predominância do transtorno gira em tornode 75% em indivíduos do sexo feminino. O padrão familiar observado no transtornoda personalidade borderline é cinco vezes mais comum em parentes biológicos deprimeiro grau.

A fase mais instável do transtorno ocorre no início da vida adulta, seguida deepisódio de grave descontrole afetivo e impulsivo. O prejuízo causado pelo transtornoe o risco de suicídio são maiores nos primeiros anos da idade adulta desparecendogradualmente com o passar do tempo, entretanto, o prognóstico é favorável a longoprazo, já que durante a quarta ou quinta década da vida estes pacientes conseguemuma maior estabilidade em suas relações e atividades profissionais. Pacientes portado-res deste transtorno, manifestam uma variedade não-usual ampla de sintomas clínicos,Caballo (2014)enumera as principais características e mais comuns inerentes a estetranstorno, agrupadas em três dimensões: comportamental, cognitiva e emocional,sintomas estes descritos nos Anexos A, B e C respectivamente.

Comportamentos instáveis, acentuados por ataques de ira e impulsividade,chegando até mesmo a autolesões, segundo Caballo (2014) provocam a rejeição dooutro e alimentam a sensação de vazio. Em especial, o medo do abandono, faz comque estes pacientes utilizem e articulem uma variedade de artimanhas manipuladoraspara reter as pessoas próximas de si.

Os aspectos cognitivos do Transtorno da Personalidade Borderline, refletem deuma maneira muito clara o turbilhão emocional que é seu mundo interno. Chegam asofrer estados paranoides quando se deparam com situações estressantes. A sensação

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Capítulo 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 17

de falta de identidade estável os faz passar por momentos realmente angustiantes deansiedade (CABALLO, 2014).

Ainda sobre características clínicas, referente a aspectos emocionais, podemosdizer que o transtorno da personalidade borderline mostra características emocio-nais muito polarizadas. O mundo emocional deste paciente pode transbordar muitofacilmente, sua instabilidade afetiva o leva a experimentar reações constantes de irainapropriada e de falta de controle de impulsos, por um lado, e profundos sentimentosde abatimento, apatia, vergonha e culpa, por outro (CABALLO, 2014).

Caballo (2014) ressalta ainda que devemos considerar, para uma análise clínicaprecisa do transtorno, os seguintes aspectos fisiológicos e médicos derivados do com-portamento borderline: incapacidades físicas por autolesões e tentativas de suicídiosfrustradas, instabilidade nos padrões de sono/vigília, reações fisiológicas reativas aoestado de humor, problemas psicossomáticos em situações de estresse, às vezes,história de transtornos neurológicos. A seriedade dessas situações dependerá do nívelde gravidade do transtorno.

Finalmente, Caballo (2014) salienta o modo de como os pacientes portadoresdo transtorno da personalidade borderline veem a si mesmos, a visão que tem dosoutros e as estratégias que frequentemente utilizam em suas relações:

• Visão de si mesmo: Instável, desvalido, dependente e vazio; a autoestimadepende da emoção no momento em que a sentem.

• Visão dos demais: Fortes, protetores, suspeitos, cruéis e perseguidores (ou todoo contrário).

• Estratégia Principal: Adota o papel oposto, manipula, discute, se fere. Ataquesde ira, move-se por impulsos.

Pastore e Lisboa (2014) ressaltam a importância que devemos reportar àstentativas de suicídio, que em sua grande maioria constituem-se em uma forma dechamar atenção para o sofrimento emocional que vivenciam, não constituindo riscoreal para óbito.

Quanto a etiologia, o transtorno da personalidade borderline inclui um conjuntode fatores que para O’Donohue e Cucciare (2007) os principais são: a biologia/genética,experiências de separação e perda, abuso infantil e ambiente familiar conturbado ecaótico.

Outras questões importantes acerca de sua etiologia referem-se a casos deabuso sexual na infância, separação precoce de figuras parentais, relacionamentos com

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Capítulo 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 18

vinculações problemáticas, abuso emocional e negligência por parte dos cuidadoressão exaustivamente apontados na literatura (PASTORE; LISBOA, 2014).

Caballo (2014) descreve o desenvolvimento do transtorno da personalidadeborderline considerando os seguintes fatores: separação ou perda parental, envolvi-mento parental alterado, abusos na infância (físicos e/ou emocionais), história familiarde transtornos psiquiátricos, aspectos temperamentais e disfunções neurobiológicase/ou neuroquímicas.

Finalmente, diante da inconstância de comportamento, Caballo (2014) apontaalgumas possíveis consequências que pacientes com transtorno da personalidadeborderline causam habitualmente sobre seu ambiente, causando grande impacto nasrelações familiares, amigáveis, de parceria e de trabalho:

• Conflitos frequentes de casal.

• Problemas na escola ou no trabalho por crises emocionais.

• Frequentes perdas de emprego, abandono dos estudos e rupturas matrimoniais.

• Internação por suas automutilações e tentativa de suicídio.

• Relações interpessoais agitadas.

2.3 Tratamentos do Transtorno da Personalidade Borderline

O tratamento do TPB, constitui-se num dos mais difíceis no campo da saúdemental, e, geralmente, frustrante, sendo abordada com certa apreensão por partedos clínicos. O prognóstico é bastante decepcionante e, inclusive, pode-se esperarcomplicações médicas e sociais ao longo do tratamento (CABALLO, 2014).

A primeira pergunta a ser feita para um tratamento de intervenção nos pacientesportadores do transtorno da personalidade borderline é a que grupo pertence, quais sãoas características particulares que este indivíduo apresenta especificamente. Porém,as particularidades de cada indivíduo, existe uma espécie de consenso de que otratamento psicoterápico deve conseguir, pelo menos, conter a impulsividade e regularas emoções (CABALLO, 2014).

Stone (2006), num estudo sobre tratamentos psicológicos com pacientes porta-dores do transtorno da personalidade borderline ressalta três linhas psicoterapêuticaspara o manejo de tal transtorno: psicodinâmica, cognitivo-comportamental e suportiva.Apesar de diferentes em suas características terapêuticas, todas buscam melhorar ossintomas e as dificuldades destes pacientes. Reconhece que no início do tratamento oterapeuta deve lidar com seis sérios problemas: suicídio e automutilações, ameaças de

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Capítulo 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 19

interrupção precoce do tratamento, depressão, abuso de substâncias, manifestação deansiedade e pânico e dissociação.

Stone (2006) refere-se ainda a outras questões que possam surgir após asuperação destes problemas iniciais: raiva injustificada, mordacidade, manipulação,reivindicação, ciúme, pensamento do tipo tudo ou nada, atitudes extremas comoidealização e desvalorização, e traços masoquistas.

Considerando que os pacientes com transtorno da personalidade borderlineapresentam sérios déficits cognitivos, junto com um inadequado controle de suasemoções, alguns teóricos propõem a terapia cognitiva de Beck como escolha de inter-venção, tendo como objetivo central o questionamento dos padrões de pensamentosdisfuncionais atendendo aos erros básicos de pensamento (CABALLO, 2014).

Beck, Freeman e Davis (1990 apud CABALLO, 2014) propõem um plano detratamento que favoreça a aliança terapêutica, diminua a falta de adesão ao tratamentobem como os pensamentos dicotômicos, aborde as suposições básicas, aumente ocontrole das emoções, melhore o domínio dos impulsos e fortaleça a identidade dopaciente.

Entretanto, em relação aos fatores etiológicos relacionados a experiências trau-máticas da infância, a terapia do Esquema de Young (YOUNG; KLOSKO; WEISHAAR,2008). O autor tenta identificar e mudar os esquemas precoces não-adaptados for-mados durante a infância, como o medo ao abandono, falta de amor, desconfiança,etc.

Com relação ao tratamento farmacológico, Caballo (2014) descreve que emboraos psicotrópicos sejam prescritos com frequência, não existe uma eficácia nos resulta-dos. Mesmo quando acompanhados de tratamento psicossocial, o uso de medicaçãopsicotrópica é complicado, seja por seus efeitos colaterais, seja pela capacidade emcumprir o prescrito ou pela alta porcentagem de suicídios devido a superdosagem.

Ainda no que se refere ao tratamento farmacológico, Leite e Campos (2016) res-saltam que são utilizados diferentes categorias de medicamentos com efeitos inconsis-tentes. Sendo assim, evidencia-se a necessidade de investimentos em pesquisas deaprimoramento destes medicamentos, pois, apesar de algumas vezes apresentaremresultados, estes são modestos e não devemos desconsiderar a probabilidade deabusos e os efeitos colaterais. Portanto, enquanto não se considerar um psicofármacoeficiente e confiável, sua prescrição deve ser feita com cautela e seus efeitos colateraisobservados com muita atenção.

Com relação à hospitalização, existem controvérsias em se tratando do trans-torno da personalidade borderline Hull et al. (1996 apud CABALLO, 2014), constataramque pacientes borderline são internados pelas seguintes razões: episódios psicóticos,

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Capítulo 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 20

tentativas sérias de suicídio, ameaça de suicídio e automutilação. Paris (1998 apudCABALLO, 2014), ressalta aver lógica quanto a internação apenas nas duas primeirasrazões, mas não tem sentido às duas últimas.

Paris (1998 apud CABALLO, 2014), salienta que quando da tentativa de suicídiopor via oral, a hospitalização se faz necessária para que seja realizada lavagemestomacal e, no caso de uma crise aguda a hospitalização se fará necessária natentativa de vincular o paciente ao tratamento mediante um contrato terapêutico queobrigue o paciente permanecer internado por um período de aproximadamente doismeses.

Lopes (2017) salienta a necessidade de uma abordagem multidisciplinar, nocaso de tratamento em pacientes com transtorno da personalidade borderline, pois, sãoindivíduos que necessitam de acompanhamento médico, psiquiátrico, psicológico, nutri-cional, e qualquer outro profissional que possa vir a colaborar para o desenvolvimentode um bom prognóstico.

Não obstante, a necessidade e a complexidade do tratamento do transtornoda personalidade borderline, vale salientar a dificuldade de alguns pacientes a aderiràs intervenções terapêuticas necessárias. Segundo Blackwell (2000 apud CABALLO,2014), a não adesão ao tratamento implica em diversos fatores comportamentaisdentre eles, relutância em procurar ajuda, rejeição a procedimentos laboratoriais,sessões terapêuticas irregulares, interrupções prematuras ao acompanhamento, nãocumprimento das orientações e uso inadequado de medicação.

Entretanto, Gunderson et al. (1989 apud CABALLO, 2014), relata que as razõesconscientes comuns referidas pelos pacientes para não aderirem ao tratamento sãoas frustrações com os mesmos, falta de suporte social e dificuldade de locomoção(logística) para comparecer às consultas.

Concluindo Caballo (2014) salienta que, embora não haja pesquisas suficien-tes que comparem a psicoterapia com a farmacologia, também não há estudos quecompare os efeitos da combinação de medicação e psicoterapia, muitos teóricos estãode acordo em combinar o tratamento farmacológico com outro tipo de intervençãocognitivo comportamental.

Entretanto, o fato é que, na prática, clínica costumam ser utilizados em conjunto,embora não seja a escolha mais eficaz. Deve-se observar ainda que os efeitos provo-cados pela medicação psicotrópica não são específicos, manifestando muitos efeitoscolaterais, sem contar com o perigo letal que representam por si só, caso administradosde forma incorreta e abusiva (CABALLO, 2014).

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Capítulo 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 21

2.4 Terapia Cognitivo Comportamental

A Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) surgiu no começo da década de 60,tendo como precursor Aaron T. Beck, na época professor assistente de psiquiatria naUniversity of Pennsylvania. As primeiras formulações de Beck centravam-se no papeldo processamento de informações desadaptativo em transtornos de depressão e ansie-dade. A partir de então ele descreveu uma conceitualização cognitiva da depressão naqual os sintomas estavam relacionados ao que ele denominou tríade cognitiva: a visãode si mesmo, a visão do outro e a visão do mundo (BASCO; WRIGHT; THASE, 2008).

Todas as terapias cognitivas comportamentais derivam do modelo cognitivo ecompartilham três proposições fundamentais (DOBSON, 2001 apud KNAPP, 2004):

1) A cognição influência o comportamento.

2) A cognição pode ser monitorada e alterada.

3) O comportamento desejado pode ser influenciado mediante a mudança cogni-tiva.

Uma das premissas básicas da terapia cognitiva é a de que os indivíduos nãosofrem pelos eventos em si, mas sim pela interpretação que fazem desses eventos,atribui a importância à percepção fenomenológica das relações entre os eventos emcontrapartida a teoria cognitiva clínica se preocupa em identificar e prever relaçõescomplexas entre os eventos e possibilitar a modificação e adaptação a ambientes compossibilidades de mudança (BECK; ALFORD, 2000).

Beck e Alford (2000) elencaram critérios úteis para se entender a dinâmicaque envolvem as cognições em contextos específicos e as representações individuaisatravés da atribuição de significados e interpretações os quais denominaram axiomasformais da teoria cognitiva, a saber:

1) A principal via do funcionamento ou da adaptação psicológica baseia-se nasestruturas de cognição com significado, chamadas esquemas, que significam ainterpretação que a pessoa faz sobre um determinado contexto e a relação domesmo com o self.

2) Os significados têm como função primordial o controle dos sistemas psicológicos.Sendo assim, os significados ativam estratégias de adaptação.

3) As influências entre o sistema cognitivo e outros são interativas.

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Capítulo 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 22

4) Cada categoria de significado tem implicações que são traduzidas em conteúdoespecíficos de atenção, emoção, memoria e comportamento, que é denominadacomo a especificidade do conteúdo cognitivo.

5) Significados não são componentes da realidade, estes são construídos pelaspessoas, entretanto, podem ser corretos ou incorretos em relação a um deter-minado contexto ou objetivo. Quando incorretos, ou seja, quando há distorçãocognitiva ou da percepção, os significados são disfuncionais ou mal adaptati-vos. Distorções cognitivas são erros no significado (conteúdo cognitivo) e naelaboração do significado (processamento cognitivo), ou em ambos.

6) Todo indivíduo está predisposto a criar construções cognitivas falhas, tambémconhecidas como distorções cognitivas, distorções estas denominadas vulnera-bilidades cognitivas. Tais vulnerabilidades podem levar o indivíduo a desenvolversíndromes específicas. Estas síndromes específicas e a vulnerabilidade cogni-tiva são inter-relacionadas.

7) A atribuição errônea de significados em relação ao self, ao contexto ambiental(experiencias) e ao futuro (objetivo) resultam na evolução de uma psicopatologia.O self, o ambiente e o futuro, juntos, são denominados tríade cognitiva, que dãoum significado peculiar a cada síndrome adquirida.

8) Existem dois níveis de significados, o público de uma situação podendo termaior ou menor relevância e objetivo e o significado pessoal ou privado, este,diferentemente do significado público pode acarretar implicações para a vida doindivíduo.

9) A cognição é dividida em três níveis: Pré-consciente, não informal ou automático(pensamentos automáticos); Consciente; Metacognitivo, que inclui respostasrealistas ou racionais (adaptativas). Embora todas as funções sejam uteis, oconsciente é o de maior interesse para a melhora clínica em psicoterapia.

10) As estruturas da cognição, também conhecidas como esquemas, evoluem parafacilitar a adaptação do individuo ao ambiente. Sendo assim, são denominadasestruturas telemônicas. Portanto, um determinado estado psicológico não énem adaptativo nem mal adaptativo entre si, apenas em relação ao contexto,ambiente social e físico mais amplo no qual a pessoa faz parte.

Estes dez axiomas são úteis para entender a dinâmica que envolve as cogniçõesem determinados contextos e as representações de cada individuo através da atribuiçãode significado, uma vez que a maneira como o individuo interpreta o mundo determinaráo modo no seu comportamento (BECK; ALFORD, 2000).

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Capítulo 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 23

A TCC é uma abordagem estruturada, ativa, diretiva, de prazo limitado utilizadano tratamento de diversos transtornos psiquiátricos. Está fundamentada na raciona-lidade teórica subjacente de que o afeto e o comportamento de um indivíduo sãodeterminados pelo modo como ele estrutura o mundo e suas cognições baseiam-seem atitudes ou suposições desenvolvidas a partir de experiências anteriores (BECK,1997).

Marques, Barrocas e Rijo (2017)denomina a TCC como uma intervenção es-truturada com os seguintes objetivos: identificar pensamentos automáticos negativos,bem como as distorções negativas, modificar crenças disfuncionais e desenvolvercrenças adaptativas e promover estratégias comportamentais que melhorem os níveisde funcionamento.

Embora esta terapia deva se adequar às necessidades individuais e particularesde cada pessoa, Beck (2013), elenca dez princípios básicos pertinentes a todos ospacientes, são eles:

1) Está baseada em formulação dos problemas dos pacientes em contínuo desen-volvimento e na conceituação individual do paciente em termos cognitivos.

2) Requer aliança terapêutica.

3) Enfatiza a colaboração e participação ativa.

4) É orientada para objetivos e focada nos problemas.

5) Enfatiza o momento presente (inicialmente).

6) É educativa, tem o objetivo de psicoeducar o paciente para que o mesmo venhaser o seu próprio terapeuta e enfatiza a prevenção de recaídas.

7) Visa ser limitada no tempo.

8) Possuem sessões estruturadas.

9) Ensina os pacientes a identificar, avaliar e responder a suas crenças e pensa-mentos disfuncionais.

10) Dispõe de uma variedade de técnicas para modificar o pensamento, comporta-mento e humor.

Trata-se de uma terapia focal, baseada no modelo cognitivo que pressupõe que,em transtornos mentais, o pensamento disfuncional é um elemento importante, a suamodificação leva a melhora significativa nos sintomas dos transtornos. Basicamenteo trabalho da TCC é a identificação e reestruturação de três níveis da cognição:

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pensamentos automáticos, crenças intermediárias e crenças nucleares (PEREIRA;RANGÉ, 2011 apud RANGÉ, 2011) .

Pensamentos automáticos são aqueles milhares que ocorrem diariamente eque, em sua grande maioria não são percebidos conscientemente, pois, fazendo jus aonome, acontecem de forma rápida, involuntária e automática. Podem ser exagerados,distorcidos, equivocados, disfuncionais ou irregulares, porém, são importantes notratamento das patologias, porque eles são termômetros das emoções e ações doindivíduo. A identificação e modificação dos pensamentos automáticos melhoramsignificativamente o humor do paciente e as crenças nucleares, aquando modificadasmelhoram o transtorno (KNAPP, 2004).

Estes pensamentos podem ser ativados por eventos internos ou externos. Sãocognições fáceis de ser acessadas e modificadas, porém além de ocorrer em formade pensamentos podem se apresentar em formas de imagens. A validade e utilidadedos pensamentos automáticos podem ocorrer de três maneiras: distorcidos, ocorrendoapenas em específica em contrário, acurados, mas com a conclusão distorcida eacurados, porém totalmente disfuncionais (KNAPP, 2004).

Quanto às suas características, Knapp (2004) ressalta as seguintes:

• Coexistem com o fluxo de pensamentos manifestos.

• Aparecem espontaneamente, sem resultado de reflexão ou vontade.

• Normalmente aceitos como verdadeiros, sem avaliação crítica.

• Passam desapercebidos e não são monitorados; a emoção associada ao pen-samento normalmente é reconhecida.

• Se associam às emoções específicas, independente de conteúdo e significado.

• Acontecem de forma rápida e fugaz e são pensamentos breves.

• Podem ocorrer de forma verbal ou como imagens.

• É possível aprender acerca destes pensamentos, e, identifica-los.

• Podem ser avaliados quanto a sua utilidade e/ou validade.

As crenças intermediárias, também conhecidas como, pressupostos interme-diários são regras condicionais, apresentadas com a forma condicional se/então, queinterferem na autoestima e regulação emocional (BASCO; WRIGHT; THASE, 2008).

São também denominadas como construções cognitivas disfuncionais, subja-centes aos pensamentos automáticos. Apresentam-se como regras, padrões, normas

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Capítulo 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 25

e atitudes que determinam o nosso padrão de conduta, são ainda transicionais eencontram-se presentes em todas as situações existenciais (KNAPP, 2004).

Na tentativa de lidar com essas crenças, os indivíduos se utilizam de estraté-gias compensatórias, que são os comportamentos que eles utilizam para lidar comsuas crenças. São comportamentos de enfrentamento que se correlacionam, direta-mente, às regras e pressupostos disfuncionais e, acabam por reforçar mais ainda ascrenças (KNAPP, 2004).

As crenças nucleares são, segundo Basco, Wright e Thase (2008), regrasglobais e absolutas com finalidade de interpretar as informações ambientais referentesa autoestima. Knapp (2004) denomina como crenças nucleares as ideias e conceitosmais enraizados e fundamentados acerca de nós mesmos, dos outros e do mundo.São crenças incondicionais, se apresentam independentemente da situação em queo individuo se encontra. Ele irá pensar do mesmo modo como se estruturam suascrenças.

As crenças nucleares vão se constituindo e se fortalecendo ao longo da vida,desde as mais tenras experiencias cognitivas. Moldam a percepção e a interpretaçãodos eventos e, finalmente, modelam nosso jeito psicológico de ser. Não havendocorreções destas crenças nucleares disfuncionais, as mesmas tomam-se cristalizadascomo verdades absolutas e imutáveis. Mudanças duradouras na psicopatologia doindivíduo são alcançadas com a modificação das crenças nucleares (KNAPP, 2004).

A identificação das crenças nucleares é o objetivo final da terapia cognitiva. Opaciente será conduzido a identificá-las e ser capaz de reconstruir sua cognição, avaliaros pilares de sustentação das suas crenças nucleares distorcidas e o quanto elas sãoverdadeiras ou não. Possibilitando ao indivíduo a construção de crenças nucleares eintermediárias alternativas levando-o a colocar suas regras num continuum, não maispolarizadas em positivo e negativo (PEREIRA; RANGÉ, 2011 apud RANGÉ, 2011).

As crenças nucleares estão basicamente agrupadas em três categorias: desam-paro, crença acerca de ser necessitado, desamparado; desamor, crença sobre não seramado; desvalor, crença esta sobre ser incapaz, incompetente (KNAPP, 2004).

Crenças nucleares são absolutistas, generalizadas e cristalizadas, podendo per-manecer latente o tempo todo e sendo ativadas nos transtornos emocionais. Quandoda sua ativação o processamento das informações torna-se tendencioso no sentido deextrair da realidade apenas aquelas informações que confirmem as crenças disfuncio-nais, negligenciando ou minimizando informações que possam vir a não confirmar asevidências contrárias (KNAPP, 2004).

A correção das crenças disfuncionais e a supressão dos fatores precipitanteslevam o indivíduo ao seu equilíbrio emocional, com isso, as crenças podem voltar

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Capítulo 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 26

ao estado de latência e somente ressurgir quando aparecerem situações críticasao indivíduo. Finalmente, as crenças disfuncionais passam a maior parte do tempoativadas nos casos de traços e transtornos da personalidade (KNAPP, 2004).

Segundo Knapp (2008), através destas interpretações distorcidas, se encontramos pensamentos disfuncionais mais profundos são considerados estruturas da crençae a crença propriamente dita, são o conteúdo dos esquemas. Sendo assim, esquemassão estruturas internas e crenças são o conteúdo dos esquemas.

Os esquemas, estes princípios cristalizados de pensamentos que começama se formar no início da infância, são influenciados por inúmeras experiencias devida, incluindo ensinamento através do modelo dos pais, atividades educativas formaisou informais, experiencias sociais e de seus pares, traumas e sucessos (BASCO;WRIGHT; THASE, 2008).

No que diz respeito à aplicação de técnicas Basco, Wright e Thase (2008) cha-mam a atenção para que antes de tal aplicação é necessário a realização de umaconceituação de caso individualizada que conecte diretamente as teorias cognitivo-comportamentais à estrutura psicológica do paciente juntamente com sua gama deproblemas atuais.

A conceitualização de caso deve ser elaborada, de preferência de uma formacolaborativa, desde o início do tratamento. A conceitualização de caso é um trabalhorecorrente, à medida que novos dados clínicos surgem ao longo da terapia devem serincorporados à conceitualização cognitiva do paciente, sendo, com isso, atualizada ealterada conforme o necessário e enquanto o tratamento durar. A conceitualização decaso é uma ferramenta indispensável para a elaboração de um plano de tratamento,uma vez que guia as intervenções terapêuticas necessárias (KNAPP; BECK, 2008).

O objetivo principal da conceitualização é maximizar o resultado de tratamento,servindo de auxilio ao terapeuta e ao paciente na obtenção de uma concepção amplae profunda dos mecanismos cognitivos e comportamentais do paciente, descartando,com isso, a possibilidade de classificar seus problemas como uma coleção de sintomase diagnostico psiquiátrico (PERSONS, 1989 apud KNAPP, 2004).

A conceitualização incluirá a maneira como o indivíduo vê, sente e reage àssuas crenças disfuncionais, vulnerabilidades específicas individuais e estratégias com-portamentais apresentadas pelos pacientes ao lidar com suas crenças nucleares. Umaamostra do Diagrama de Conceitualização, conforme Beck (2013) está apresentada noAnexo D.

A partir da conceitualização cognitiva, dependendo do perfil do transtorno e dafase da terapia existem diversas técnicas que podem auxiliar nas mudanças cognitivase comportamentais. As técnicas comportamentais são mais indicadas nos casos de

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Capítulo 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 27

depressão crônica, quando existe a necessidade em promover no individuo a ativa-ção comportamental, entretanto quando não necessariamente precisa de ativaçãocomportamental, podem ser aplicadas técnicas e procedimentos mais indicados àcognição (KNAPP, 2008).

As técnicas de intervenção são separadas em cognitivas e comportamentais,apenas para propósitos didáticos, tendo em vista que muitas delas afetam tanto ocognitivo quanto o comportamento do indivíduo, haja vista que a mudança cognitivagera mudança comportamental. Inúmeras técnicas cognitivas são usadas na TCC, comoidentificação, questionamento e correção de pensamentos automáticos, flexibilizaçãoe reestruturação cognitiva, ensaios cognitivos e diversos procedimentos terapêuticosutilizando-se de imagens mentais (KNAPP, 2008).

Embora a TCC seja fortemente identificada como uma teoria que possui inter-venções de pensamento, se as emoções não forem trabalhadas concomitantemente, otratamento cognitivo pode resultar, apenas, em uma troca intelectual, sem fins terapêu-ticos. Não há reestruturação cognitiva sem a presença do afeto, além disso, os padrõesde comportamento retroalimentam as disfunções emocionais e cognitivas, tendo queserem trabalhados (KNAPP, 2004).

No que concerne à psicopatologia a TCC, inclui o modelo de interações entrecognição, humor e comportamento, sugerindo uma vasta variedade de pontos possíveisà intervenção. Técnicas direcionadas à modificação do afeto, para alcançar mudançascomportamentais e cognitivas (KNAPP, 2004).

São inúmeras as técnicas cognitivas usadas na TCC, como por exemplo, iden-tificação, questionamento e correção de pensamentos automáticos, reatribuição ereestruturação cognitiva, ensaios cognitivos e tantas outras que envolvem, inclusive, aevocação de imagens mentais (KNAPP, 2008).

Entre as técnicas comportamentais, podemos citar, agendamento de atividades,respiração diafragmática, relaxamento muscular progressivo, avaliação de prazer ehabilidade, role-plays, treinamento de habilidades sociais, entre outras. Apresentaremos,primeiramente, uma amostra pequena das técnicas mais comumente utilizadas naTCC (KNAPP, 2008).

• Identificação de pensamentos automáticos: é uma estratégia vital utilizada pelosterapeutas com o objetivo de ajudar o paciente a mudar, ou seja, chegar aconclusões mais lógicas sobre as evidências na presença de um forte afetonegativo e demonstrar que chegar a estas conclusões têm um efeito positivoem relação ao seu humor e comportamento. Resumidamente a técnica usada éperguntar ao paciente o que passava pela sua cabeça no exato momento deuma situação difícil ou quando da mudança de seu humor. Após, juntamente com

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Capítulo 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 28

o paciente, são avaliadas através de exame evidências, a precisão e a validadede determinado pensamento, ocasionando, com isso, sua flexibilização (SUDAK,2008).

• Exame de evidências: a técnica consiste em elaborar uma lista de evidênciascontra e a favor sobre a validade de um determinado pensamento automático ououtra cognição, avaliar tais evidências e trabalhar na modificação do pensamentoou cognição apresentada (BASCO; WRIGHT; THASE, 2008).

• Categorização das distorções cognitivas: Também denominados erros cogniti-vos, significa que os pensamentos são distorcidos da mesma maneira. Emoçõesdesagradáveis estão diretamente ligadas a essas distorções no pensamento. Ospensamentos automáticos disfuncionais parecem verdadeiros ao paciente, entre-tanto, podem ser verdadeiros ou falsos e ter graus variados de validade. Sensoassim, podem existir várias distorções em apenas um pensamento. Existeminúmeras distorções cognitivas que podem ser observadas no Anexo E (LEAHY,2006).

• Seta descendente: Pensamentos negativos, após avaliados podem se relevarcomo verdadeiros. Nesta técnica o terapeuta inicia com perguntas acerca deum pensamento disfuncional inicial e continua o questionamento através deperguntas relacionadas à sua resposta. A seta descendente é uma maneirabastante eficaz para se chegar aos medos subjacentes dos quais os pacientesnão têm consciência (LEAHY, 2006).

• Análise de custo/benefício: O objetivo desta técnica é, após examinar o pensa-mento disfuncional, levar o paciente a avaliar as consequências, tanto positivas,quanto negativas de determinada crença. Após a elucidação das consequências,o paciente poderá escolher manter ou substituir a crença por outra diferente (LE-AHY, 2006).

• Cartões de enfrentamento: São cartões elaborados em terapia, onde os pa-cientes escrevem qual a estratégia será utilizada para enfrentar questões esituações que o incomodam. Trata-se de uma maneira produtiva de fazer comque os pacientes se apropriem das intervenções aprendidas na terapia (BASCO;WRIGHT; THASE, 2008).

• Solução de problemas: Esta técnica consiste em incentivar o paciente a imaginarsoluções para seus problemas, baseando em resoluções passadas ou em comoaconselharia um amigo na solução do mesmo tipo de problema. Se necessário,o terapeuta poderá oferecer soluções potenciais (BECK, 2013).

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Capítulo 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 29

• Treinamento de habilidades sociais: Esta técnica se faz necessária, quando opaciente teme as situações sociais e apresente baixo desempenho social. Nestecaso o terapeuta se utiliza de role-plays da situação temida, juntamente como paciente com o intuito de construir habilidades sociais inibidas e superar oproblema (KNAPP, 2008).

Apesar do modelo cognitivo apresentar uma ampla gama de intervenções, aTCC não é uma abordagem eclética tampouco aquela que lança mão de uma varie-dade de técnicas, usando-as aleatoriamente. O processo terapêutico se apropria dealguns princípios fundamentais para uma eficaz abordagem cínica, como o empirismocolaborativo onde paciente e terapeuta assumem, conjuntamente, a responsabilidadepelo desenvolvimento do tratamento (KNAPP, 2008).

Ainda são processos terapêuticos o questionamento socrático, psicoeducaçãoacerca de toda e qualquer necessidade apresentada pelo paciente, bem como domodelo cognitivo e, finalmente prevenção de recaída, que consiste em ajudar o pacientea reconhecer situações de risco que possam vir a acontecer e desenvolver estratégiaspara lidar com elas (KNAPP, 2004).

A TCC tem como objetivo final ensinar o paciente a ser capaz de identificarsuas distorções cognitivas, pensamentos automáticos, se apropriar da flexibilizaçãocognitiva, identificar os pilares que sustentam suas crenças nucleares negativas eavaliar o quanto são verdadeiras ou não (RANGÉ, 2011).

2.5 Terapia do Esquema

A terapia do esquema foi desenvolvida para tratar pacientes caracterológicoscrônicos, que não estavam sendo resolvidos de forma adequada pela terapia cognitivacomportamental. O autor desenvolveu esta terapia como uma abordagem sistemáticaque amplia a terapia anteriormente utilizada.

A Terapia do Esquema tem como fundador Jeffrey Young, que posteriormente àcriação desta terapia ampliou-a para a concepção de modos. Esta abordagem trouxecontribuições às Terapias Cognitivas no que se refere ao estudo e à compreensão dasexperiências precoces relativas à formação das crenças, esquemas e significados (FAL-CONE; VENTURA, 2008). O modelo proposto por Young, trata-se de uma ampliaçãoinovadora e integrativa das terapias cognitivo comportamentais, que reúne elementosprovenientes das teorias Cognitivo Comportamental, Gestalt, Apego, Relações Obje-tais, Construtivista e Psicanálise, integrando-os para a construção de uma teoria detratamento rico e unificador (YOUNG; KLOSKO; WEISHAAR, 2008).

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Capítulo 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 30

Em sua prática clínica Young percebeu que, para muitos pacientes, a TCC faziasentido racionalmente, porém, não. Eram pacientes inteligentes que se apropriavam dosconceitos, registravam pensamentos, entendiam as distorções, entretanto, não atingiammudança. Daí a necessidade de incluir ao tratamento algo a mais que o propostona terapia cognitivo comportamental, algo além dela, não ao invés dela (FALCONE;VENTURA, 2008).

Segundo Young, Klosko e Weishaar (2008) a terapia cognitivo comportamentalapresenta excelentes resultados para o tratamento psicológicos de diversos transtornosmentais, incluindo diversos transtornos de humor, de ansiedade, etc. Transtornos estesque respondem satisfatoriamente ao tratamento de curto prazo, proposto pela TCC,concentrando-se, exclusivamente, na redução de sintomas, na formação de habilidadese na resolução de problemas atuais dos pacientes.

Entretanto, este tratamento deixa diversa lacunas no que se refere a pacientescaracterológicos crônicos e portadores de transtornos da personalidade. Nesse sentido,a terapia do esquema, contempla a investigação das origens infantis e adolescentes dosproblemas psicológicos, técnicas emotivas, relação terapeuta-paciente e aos estilosdesadaptativo de enfrentamento, ampliando os protocolos provenientes da terapiacognitivo comportamental (YOUNG; KLOSKO; WEISHAAR, 2008).

Ghisio, Lüdtke e Seixas (2016),apresentaram um estudo onde promovem umaanálise comparativa entre as abordagens cognitivo comportamental e esquema, nosentido de clarificar suas semelhanças e diferenças, desde conceitos de esquema, rela-ção terapêutica, psicoeducação, metas e estratégias, que muitas vezes se confundempor terem como sustentação a mediação cognitiva.

Tal análise tem como principais diferenças os aspectos demostrados na tabela1.

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Capítulo 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 31

Tabela 1 – Diferenças Básicas entre a TCC tradicional e TE

Terapia Cognitivo Comportamental - TCC Terapia do Esquema - TE

Racional; Emotiva;

Curso do tratamento mais curto; Curso do tratamento longo;

Início do tratamento com foco em problemasatuais;

Início do tratamento com foco em comportamentosmais problemáticos que o paciente acredita tercondições de enfrentar;

Personalidade como herança filogenética. Importância do temperamento na formação dapersonalidade;

Aliança terapêutica empática; Relação terapeuta-paciente como modelo àmudança;

Empirismo colaborativo facilitador; Engajamento do paciente mais resistente;

Experiências de aprendizagem ao longo da vida; Necessidades básicas emocionais atendidas peloscuidadores na infância e adolescência;

Modificação de pensamentos automáticos,emoções e comportamentos; Mudança de esquemas;

Apoia-se na descoberta guiada; Apoia-se na confrontação dos padrões cognitivos ecomportamentais.

GHISIO; LÜDTKE; SEIXAS (2016)

A palavra esquema é utilizada em diversas áreas do conhecimento, em termosgerais um esquema significa uma estrutura, uma armação ou uma conformação, en-tretanto para a psicologia um esquema significa um padrão imposto à realidade oua experiência no sentido de ajudar os indivíduos a explicá-la, mediar percepções eguiar suas respostas. Para a psicologia cognitiva, um esquema é caracterizado comoum plano cognitivo abstrato com a função de interpretar informações e resolver pro-blemas. Na teoria cognitivo comportamental, Beck (2008 apud YOUNG; KLOSKO;

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Capítulo 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 32

WEISHAAR, 2008), denominou como esquema qualquer princípio cognitivo que opaciente desenvolva para entender suas experiências vivencias (YOUNG; KLOSKO;WEISHAAR, 2008).

Os conceitos teóricos que mais se destacam na terapia do esquema são osEsquemas Iniciais Desadaptativos (EIDs), Domínios Esquemáticos (Des). ProcessosEsquemáticos (PEs) e Modos Esquemáticos (MEs) (WAINER et al., 2016).

No início de suas pesquisas, Young formulou a hipótese de que os transtor-nos de personalidade e problemas caracterológicos, podem ter, em seu núcleo osesquemas, sobretudo os resultantes de experiências nocivas da infância. Para exploraresta ideia, definiu um subconjunto de esquemas, ao qual nomeou esquemas iniciaisdesadaptativos (YOUNG; KLOSKO; WEISHAAR, 2008).

Os esquemas iniciais desadaptativos são caracterizados por padrões cognitivose emocionais disfuncionais e em sua grande maioria autoderrotista que desde o iníciose mostram presentes na vida do indivíduo e que são repetidos ao longo da vida.Não se inclui a esta definição o comportamento. Para Young, comportamentos nãopertencem ao esquema, eles são comportamentos desadaptativos que se desenvolvemcomo respostas a um esquema. Resumidamente, comportamentos são provocadospelos esquemas, porém, não são parte deles (YOUNG; KLOSKO; WEISHAAR, 2008).

Nem todos os esquemas têm como origem traumas e maus tratos, porém,são igualmente destrutivos. Experiências nocivas recorrentes durante a infância e aadolescência, levam ao aparecimento de um esquema pleno que lutam para sobreviver.Estes esquemas são confortáveis ao indivíduo, embora causem sofrimento, é o queele conhece, e faz com que ele se sinta bem. Os esquemas são difíceis de mudarporque as pessoas sentem-se familiarizadas com eles e, geralmente, são atraídas porsituações que os ativam (YOUNG; KLOSKO; WEISHAAR, 2008).

Os esquemas, refletem o ambiente e as experiências recorrentes, entretantotornam-se disfuncionais quando os pacientes continuam a perpetuar os esquemas queconstruíram nas interações com outras pessoas, ainda que não sejam mais adequa-dos a determinada situação ou percepção. Esquemas possuem diferentes níveis degravidade e penetração, quanto mais grave, maior o numero de situações capaz deativá-los (YOUNG; KLOSKO; WEISHAAR, 2008).

A terapia do esquema, atualmente apresenta 18 esquemas iniciais desadaptati-vos, constituídos, de acordo com Wainer e Rijo (2016 apud WAINER et al., 2016) pelainteração de três fatores a saber:

• Temperamento emocional (geneticamente herdado).

• Experiencias sistemáticas com as figuras de afeto da infância.

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Capítulo 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 33

• Grau de satisfação das necessidades emocionais básicas de cada período dodesenvolvimento.

Vínculos seguros, autonomia, competência e sentimento de identidade, liber-dade de expressão, necessidades e emoções válidas, espontaneidade e lazer, limitesrealistas e autocontrole compõem o rol das necessidades emocionais fundamentaispara os seres humanos, são universais e particular a cada indivíduo, alguns apresentamnecessidades mais fortes e outros não. São considerados mentalmente saudáveis, osindivíduos que conseguem satisfação de forma adaptativa às necessidades emocionaisfundamentais (YOUNG; KLOSKO; WEISHAAR, 2008).

Os EIDs estão agrupados em cinco grandes categorias de necessidades emoci-onais não satisfeitas, denominadas “domínio de esquema” (DEs). Estes domínios sãointervalos temporais que se iniciam na infância até o início da adolescência, nos quaisse esperam que as demandas psicológicas sejam supridas pelo ambiente e cuidadores,para a constituição de EIDs saudáveis (WAINER et al., 2016).

Os domínios esquemáticos se referem a cinco tarefas evolutivas específicasnas quais os EIDs poderão se desenvolver, conforme pode-se observar na tabela2 (WAINER et al., 2016).

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Capítulo 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 34

Tabela 2 – Domínios esquemáticos, tarefas evolutivas e esquemas iniciais desadaptativos decada domínio

DEs Classificação Tarefa Evolutiva EIDs Associados

I Desconexão e Rejeição Aceitação epertencimento

Abandono, privação emocional,defeito/vergonha,abuso/desconfiança, isolamentosocial/alienação eindesejabilidade social

II Autonomia e desempenhoprejudicados

Senso de autonomia ecompetência adequada

Fracasso, vulnerabilidade,dependência/ incompetência eemaranhamento

III Limites Prejudicados Limites realistasAutocontrole e autodisciplinainsuficientes egrandiosidade/merecimento

IV Direcionamento para ooutro

Respeito aos seusdesejos e aspirações

Subjugação, autossacrificio ebusca eaprovação/reconhecimento

V Supervigilância e inibição Expressão emocionallegítima

Inibição emocional, padrõesinflexíveis/ hipercriticidade,negativismo/pessimismo ecaráter punitivo

Adaptado de WAINER, 2016, pág. 19

Os domínios de esquemas, juntamente com os esquemas iniciais desadaptativosde acordo com Young, Klosko e Weishaar (2008), estão descritos da seguinte maneira:

Domínio I: Desconexão e Rejeição

Neste domínio prevalecem as pessoas que incapazes de se vincular de ma-neira segura e satisfatória com outras pessoas. Acreditam que suas necessidades deproteção, segurança, estabilidade, cuidado, amor e pertencimento não serão satisfei-tas. Pacientes com esquemas deste domínio sofrem os maiores danos. Comumentetiveram uma infância traumática e como adultos não conseguem estabelecer um relaci-onamento construtivo e tendem a evitar completamente relacionamentos íntimos. Osesquemas relacionados a este domínio são:

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Capítulo 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 35

1) Abandono/Instabilidade: Percepção da instabilidade no vínculo com pessoasimportantes. Estes pacientes acreditam que pessoas queridas que participamde suas vidas os abandonarão por se tratar de pessoas emocionalmente impre-visíveis, e que, estariam presentes apenas de forma errática ou os deixariampor alguém melhor.

2) Desconfiança/abuso: Pacientes que estão convictos que, existindo uma opor-tunidade, outras pessoas os usarão com fins egoísticos. Eles têm a sensaçãode que serão magoados, manipulados, abusados ou humilhados a qualquermomento.

3) Privação emocional: Expectativa de que o desejo emocional do paciente nãoserá suprido de maneira satisfatória.

a) Privação de cuidados: Ausência de atenção, afeto, carinho;

b) Provação de empatia: Ausência de compreensão, escuta;

c) Privação de proteção: Ausência de força ou orientação por parte dosoutros.

4) Defectividade/vergonha: Sentimento de menos valia, de que é defectivo, falhoe sem importância. Não merecedor de amor por parte do outro, quando emsituação de exposição. Envolve também hipersensibilidade à críticas, rejeiçãoe postura acusatória; comparações e inseguranças quando da companhia deoutras pessoas, ou vergonha dos defeitos percebidos, defeitos estes que po-dem ser privados (egoísmo, impulso de raiva) ou públicos (aparência físicaindesejável, inadequação social).

5) Isolamento social/alienação: Sentimento de ser diferente ou não adequadoao mundo externo, mais amplo, fora da família. Geralmente pessoas com esteesquema sentem-se não tem a percepção de pertencer a qualquer grupo oucomunidade.

Domínio II: Autonomia e desempenho prejudicados.

Denomina-se autonomia, a capacidade de separar-se da própria família e funci-onar independentemente, de acordo com a respectiva idade. Pacientes com esquemaneste domínio tem expectativas sobre si e sobre o mundo que interferem em suacapacidade de se diferenciar das figuras paternas ou materna bem como funcionar demaneira independente. Indivíduos que receberam superproteção ou contrariamente, ra-ramente se responsabilizavam por eles, desenvolvem uma incapacidade de moldar suaprópria identidade tampouco estabelecer objetivos pessoais e dominar as habilidadesnecessárias. Os EIDs relacionados a este domínio são:

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Capítulo 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 36

6) Dependência/incompetência: Pacientes com este esquema não tem capaci-dade de arcar com todas as suas responsabilidades de maneira competente semajuda de outros. Com frequência esta crença apresenta-se como desamparo,passividade ou impotência generalizada.

7) Vulnerabilidade ao dano ou a doença: Medo exagerado de que acontecerá,a qualquer momento, alguma catástrofe iminente e de que não existe maneirade impedir. O medo relaciona-se a:

a) Catástrofe referente a saúde;

b) Catástrofes emocionais (enlouquecer, por exemplo);

c) Catástrofes externas (quedas de elevadores, catástrofes naturais, ata-ques criminosos, etc);

8) Emaranhamento/self subdesenvolvido: São os pacientes que desenvolvemintimidade em excesso e envolvimento emocional com uma ou mais pessoas dafamília, geralmente os pais. Intimidade esta que dificulta a individuação integrale o desenvolvimento social normal. Geralmente acreditam que que um nãosobreviverá sem o apoio do outro. Este comportamento gera sentimento desufocamento ou fusão com o outro e de falta de identidade. Normalmente sãoinvadidos por um sentimento de vazio, de fracasso, e questionam a própriaexistência.

9) Fracasso: Pacientes com este esquema desenvolvem a crença de que fracassoou inadequação em relação aos amigos. Esta crença geralmente envolve asáreas acadêmicas, esportiva, profissional etc. Geralmente a crença é de nãoser inteligente, não possuir talentos, inferior, etc.

Domínio III: Limites Prejudicados

São pacientes que não desenvolveram limites internos adequados em relação areciprocidade ou autodisciplina. Sentem dificuldade em respeitar os direitos de terceiros,cooperar, manter compromissos ou cumprir objetivos a longo prazo. Geralmente semostram egoístas, mimados, irresponsáveis ou narcisistas.

10) Arrogo/Grandiosidade: Pacientes que se sentem superior aos demais e por-tanto, merecedores de direitos e privilégios especiais. Não se submetem aregras de reciprocidade que orientam a conduta social, normalmente fazem oque bem querem independente do custo aos demais. Mantem o foco exage-rado na superioridade e costumam ser exigentes ou dominadores e não sãoempáticos.

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Capítulo 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 37

11) Autocontrole/Autodisciplina insuficientes: São pacientes que, frente à frus-tração em relação ao alcance de seus objetivos, não conseguem manter ocontrole e a tolerância. São indivíduos que não controlam suas emoções eimpulsos. Na forma mais leve desse esquema são pacientes que apresentamênfase exagerada na evitação do desconforto.

Domínio IV: Direcionamento para o outro

Pacientes nesse domínio tem excesso no atendimento às necessidades dooutro em detrimento de das suas próprias necessidades e raiva, por vezes não temconsciência de suas próprias necessidades. Geralmente adotam este comportamentopara obter aprovação, manter conexão emocional de evitar retaliações.

12) Subjugação: Entrega excessiva de controle aos outros indivíduos pelo senti-mento de coação. Sua função é evitar raiva, abandono e retaliação. O esquemaenvolve a percepção de que as próprias necessidades e sentimentos não sãosuficientemente válidos ou importantes. Apresentam-se de duas maneiras:

a) Subjugação de emoções: supressão de emoções, principalmente a raiva;

b) Subjugação de necessidades: supressão das próprias preferências e desejos;

13) Auto sacrifício: Pacientes com este esquema sentem necessidade de gra-tificação, sendo assim cumprem as necessidades alheias com intenção depoupar os outros de sofrimentos, culpas ou manter uma relação com alguémque consideram carentes. Desenvolvem uma relação de co-dependência.

14) Busca de aprovação/busca de reconhecimento: Estes pacientes desejamaprovação ou reconhecimento face a outras pessoas à custa do desenvolvimentode um self seguro e verdadeiro. Sua autoestima depende da aprovação alheia,desenvolvem uma ênfase exagerada em status, aparência ou sucesso comoforma de reconhecimento. Geralmente suas decisões não são autênticas ousatisfatórias.

Domínio V: Supervigilância e Inibição

Os pacientes, com esquema nesse domínio, possuem regras rígidas em relaçãoao próprio desempenho e suprimem seus sentimentos e impulsos espontâneos, à custada felicidade, auto expressão, relaxamento, relacionamentos íntimos e boa saúde. Sãopacientes que temem que suas vidas podem ruir a qualquer momento e transmitem asensação de estarem sempre preocupados e pessimistas.

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Capítulo 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 38

15) Negativismo/pessimismo: Foco permanente nos aspectos negativos da vidaem detrimento dos positivos. Expectativa exagerada que algo dará errado emqualquer área seja financeira, profissional ou interpessoal.

16) Inibição emocional: Inibem constantemente suas ações, sentimentos e comu-nicação, na intenção de não serem criticados ou de não perder o controle deseus impulsos. As áreas comuns deste esquema são:

a) Inibição da raiva;

b) Inibição de impulsos positivos (alegria, afeto, lazer)

c) Dificuldade em se mostrar vulnerável;

d) Ênfase na racionalidade, ao mesmo tempo que desconsidera as emoções.

17) Padrões inflexíveis/postura crítica exagerada: São pacientes de elevados pa-drões internalizados e que, para atingi-los deve dispender um grande esforço, nointuito de evitar desaprovação ou vergonha, resultando sentimentos de pressãoconstante e atitude crítica exagerada em relação a si e aos outros. Considera-seum esquema desadaptativo quando causa prejuízo a saúde, relacionamentosou experiência de prazer. Tipicamente se apresenta como:

a) Perfeccionismo: necessidade de fazer as coisas corretamente, atenção exage-rada aos detalhes ou subestimação do próprio nível de desempenho.

b) Regras rígidas: ideia fixa acerca do que é certo em várias páreas da vida,incluindo morais, culturais ou religiosos elevados ou fora da realidade.

c) Preocupação com tempo e eficiência.

18) Postura punitiva: Os pacientes que possuem este esquema possuem a crençaque que devem ser severamente punidos pelos seus erros. Geralmente sentemraiva e são intolerantes com as pessoas, incluindo a si mesmo, que não atingemos padrões almejados. Sentem ainda, dificuldade em perdoar os erros poisresistem em considerar as situações atenuantes, permitir a imperfeição humanaou considerar as intenções alheias.

Vale considerar ainda que as experiências infantis, por si, têm papel fundamentalna gênese da personalidade normal ou patológica, já que preencherão ou não as neces-sidades básicas emocionais da criança. A falta de relacionamento afetivos adequadosàs necessidades básicas acarretara a geração dos esquemas iniciais desadaptativos

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Capítulo 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 39

respectivos aos domínios esquemáticos em questão. Sendo assim para justificar ahostilidade ou carência do meio ambiente em que está inserida, a criança desenvolve,ainda, crenças disfuncionais (WAINER et al., 2016).

A terapia do esquema enfatiza o quanto a relação entre o suprimento dasnecessidades emocionais básicas do ser humano e o papel dos pais (especialmentedas mães) na vida inicial de seus filhos e da cultura é de extrema importância, quantomaiores os cuidados amorosos dos pais e o reconhecimento do ambiente pela criança,melhores serão as habilidades de conexão e autocuidado do indivíduo ao enfrentarestresses da vida adulta. Pais ou cuidadores que forneçam adequadamente carinho,cuidado, segurança, apego, e capacidade de acalmar as ansiedades e impulsividadesda criança representam uma significativa diferença na estabilidade emocional e acriança levara essa base segura para toda vida. A tipologia de famílias que tendem agerar problemas em cada um dos esquemas iniciais desadaptativos está representadana tabela 3 (WAINER et al., 2016).

Tabela 3 – Tipos de famílias geradoras de problemas para cada domínio esquemático

Domínio Esquemático Desadaptativo Famílias Típicas

I – Desconexão e Rejeição Geralmente fria, rejeitadora, isoladora, imprevisível e/ouabusadora.

II – Autonomia e despenhoprejudicados

Costuma ser superprotetora, emaranhada e destruidora daconfiança da criança.

III – Limites prejudicados Caracterizada pela permissividade e falta de orientação àcriança quanto ao que é certo ou errado.

IV – Orientação para o outro

A família tem relacionamento com a criança e/ou adolescentebaseado na aceitação condicional, de modo que devemsuprimir aspectos importantes de si próprios para obter amor,aceitação social ou status.

V – Supervigilância e inibição

A família geralmente é punitiva, perfeccionista e tende aevitar os “erros” decorrentes de atividades prazerosas.

Há uma preocupação de que as coisas darão errado sehouver falha na vigilância.

WAINER (2016)

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Capítulo 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 40

Desde muito cedo em suas vidas, os pacientes desenvolvem estilos e respostasde esquemas iniciais desadaptativos, porém vale salientar que embora os estilos deenfrentamento auxiliam o paciente a evitar um esquema, porem não o curam. O es-quema é um sistema complexo onde estão contidas as memórias, emoções sensaçõescorporais e cognição, não fazem parte de sua estrutura os comportamentos. O com-portamento não faz do esquema e sim parte da resposta de enfrentamento (YOUNG;KLOSKO; WEISHAAR, 2008).

O esquema provoca o comportamento, embora os pacientes enfrentam osesquemas através de estratégias cognitivas e emotivas. Independentemente da ma-nifestação do estilo de enfrentamento, comportamental, cognição ou sentimento, nãofazem parte do esquema em si (YOUNG; KLOSKO; WEISHAAR, 2008).

Young, Klosko e Weishaar (2008) salientam que um esquema, quando ativadosignifica que existe uma frustração de necessidade emocional, sendo assim torna-seuma ameaça ao indivíduo, que responde com um estilo de enfrentamento. Via de regra,estes estilos são adaptativos na infância, entretanto tornam-se desadaptativos à medidaque a criança cresce, pois, os estilos de enfrentamento permanecem os mesmos,perpetuando os esquemas ainda que as condições mudam e o indivíduo dispõe deopções mais adequadas, mantendo o paciente aprisionado em seus esquemas. Sãotrês os estilos de enfrentamento:

1) Resignação aos esquemas: Significa que o paciente aceita o esquema comoverdadeiro. Não tentam evitá-lo nem lutam contra ele, apesar de sentir direta-mente o sofrimento emocional do esquema.

2) Evitação de esquemas: Quando utilizam a evitação como forma de enfren-tamento, os pacientes organizam suas vidas de forma que o esquema nuncavenha a ser ativado. Tentam viver sem a consciência do mesmo, como se oesquema não existisse.

3) Hipercompensação de esquemas: Os pacientes hipercompensam, quandolutam contra o esquema, comportando-se como se o oposto do esquema fosseverdadeiro. diante do esquema contra-atacam. Superficialmente mostram-seautoconfiantes e seguros, mas no íntimo sentem a pressão do esquema amea-çando uma erupção. Lutar contra um esquema é salutar, desde que o compor-tamento seja proporcional à situação e que os sentimentos de outras pessoassejam levados em consideração, mas os hipercompensadores costumam contra-atacar com um comportamento insensível, excessivo e improdutivo.

As respostas de enfrentamento são os comportamentos que através dos quaissão expressados os três tipos de enfrentamento dos esquemas. A cada ameaça

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Capítulo 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 41

que o paciente venha a experimentar, são enfrentadas através comportamentos deevitação, resignação ou hipercompensação, que a cada vez que emitidas as respostaspelo paciente, elas são associadas para formar “estilos de enfrentamento”. Estilode enfrentamento é um traço, assim como uma resposta de enfrentamento é umestado (YOUNG; KLOSKO; WEISHAAR, 2008).

Um estilo de enfrentamento está relacionado a um conjunto de respostas deenfrentamento e uma resposta de enfrentamento está relacionada a um comportamentoespecífico que o paciente exibe em um determinado momento, podemos observar, noAnexo F exemplos de respostas de enfrentamento desadaptativas inerentes a cadaesquema (YOUNG; KLOSKO; WEISHAAR, 2008).

Considerando os esquemas iniciais desadaptativos é processos esquemáticos, otratamento psicoterápico tem como objetivo a psicoeducação dos mesmos, com o obje-tivo de alcançar mudanças nos estilos de enfrentamento, gerando maior adaptabilidadeà vida atual, bem como nos novos relacionamentos (WAINER et al., 2016).

Entretanto, quando se trata de casos graves, onde o paciente apresenta diversosEIDs e PEs muito enraizados, a terapia do esquema esbarra em algumas dificuldades.Para essas situações específicas, foi desenvolvido o trabalho com modos dos esque-mas, uma forma avançada da terapia do esquema, na qual casos de perturbações maisseveras da personalidade tem apresentado resultados bastante positivos por conta deseu caráter objetivo e didático (WAINER et al., 2016).

Os modos dos esquemas (MEs), também conhecidos como modos esquemáti-cos, são conjuntos de esquemas adaptativos ou desadaptativos, bem como as respos-tas de enfrentamento vivenciadas num determinado momento. Um modo de esquemadisfuncional é ativado quando esquemas desadaptativos ou respostas de enfrenta-mento específicas aparecem em forma de emoções desconhecidas e desagradáveis.Geralmente se manifestam como respostas de evitação ou comportamentos autoder-rotista que assumem o controle do funcionamento do paciente. Quando diferentesesquemas ou respostas antes latentes, são ativadas, o indivíduo pode transitar em dife-rentes modos disfuncionais em um intervalo de tempo relativamente pequeno (YOUNG;KLOSKO; WEISHAAR, 2008).

São dez os modos atualmente identificados, e agrupados em quatro categorias:modos criança, modos enfrentamentos disfuncionais, modos pais disfuncionais e modosadulto saudável, alguns considerados saudáveis e outros totalmente desadaptativos aosindivíduos. A classificação dos modos bem como suas subdivisões estão discriminadose representeados na tabela 4 (YOUNG; KLOSKO; WEISHAAR, 2008).

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Capítulo 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 42

Tabela 4 – Modos Esquemáticos

MODO CRIANÇA

Modo Descrição EIDs relacionado

Criança vulnerável

Vivencia sentimentos disfóricos ouansiosos, em especial medo,tristeza e desamparo, quando emcontato com os esquemasassociados.

Abandono, desconfiança/abuso, privaçãoemocional, defectividade, isolamentosocial, dependência/incompetência,vulnerabilidade, emaranhamento,negatividade/pessimismo.

Criança Zangada

Libera raiva diretamente emresposta a necessidadesfundamentais não satisfeitas outratamento injusto relacionado aesquema nuclear.

Abandono, desconfiança/abuso, privaçãoemocional, subjugação.

Criança impulsiva/

indisciplinada

Age impulsivamente, segundodesejos imediatos de prazer, semconsiderar limites nem asnecessidades e os sentimentosdos outros.

Arrogo, autocontrole insuficientes.

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Capítulo 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 43

MODO CRIANÇA

Criança feliz Sente-se amada, conectada,contente e satisfeita.

Nenhum.

MODO PAIS DESADAPTATIVOS INTERNALIZADOS

Modo Descrição EIDs relacionados

Pai/Mãe punitivo-críticoRestringe, critica ou pune a si eaos outros.

Subjugação, postura punitiva,defectividade, desconfiança/abuso (comoabusador).

Pai/Mãe exigente

Estabelece expectativas e níveisde responsabilidade altos emrelação aos outros e pressiona-separa cumpri-los.

Padrões inflexíveis, autos sacrifício.

MODOS DE ENFRENTAMENTO DESADAPTATIVOS

Modo Descrição

CapituladorComplacente

Adota enfrentamento baseado em obediência e dependência,

Tem o proposito de evitar maus tratos reais.

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Capítulo 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 44

MODO CRIANÇA

Protetor desligadoAdota estilo de retraimento emocional, desconexão, isolamento e evitaçãocomportamental, podendo agir de modo robótico.

HipercompensadorEstilo de enfrentamento caracterizado por contra-ataque e controle; podehipercompensar por meios indiretos, como trabalho excessivo.

MODO ADULTO

Modo Descrição

Adulto Saudável Identifica suas necessidades e vulnerabilidades e busca supri-lasconsiderando o contexto social, podendo retardar a gratificação, senecessário.

WAINER, 2016 - Adaptado de Young e colaboradores (2008)

A terapia do esquema tem como objetivo primordial ensinar o paciente a identifi-car seus modos desadaptativos no sentido de lidar, cuidar e neutralizá-los, bem comofortalecer seu modo adulto saudável (YOUNG; KLOSKO; WEISHAAR, 2008).

Ainda no que se refere aos objetivos da terapia do esquema no que tange amodos esquemáticos, o terapeuta tem a missão de levar o paciente à compreensão dafunção que cada um teve na infância e/ou adolescência no sentido de uma reavaliaçãose, atualmente esses enfrentamentos apresentam o mesmo desfecho positivo deoutrora, trabalho este realizado a partir de uma postura não critica e de validação dasemoções do paciente (WAINER et al., 2016).

A terapia do esquema é constituída de suas fases específicas de tratamento:fase de avaliação e educação que consiste na obtenção de informações, ativação dosesquemas relevantes, bem como a educação do paciente quanto aos seus esquemasiniciais desadaptativos e a fase de mudança que está relacionada à modificação dasestruturas disfuncionais identificados na primeira fase (WAINER et al., 2016).

A primeira fase, avaliação, tem como objetivos principais, a identificação e aeducação dos esquemas centrais da vida do paciente, relacionar os esquemas iniciais

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Capítulo 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 45

desadaptativos, história de vida e dificuldades atuais, proporcionar incentivo ao pacientepara que entre em contato com as emoções ligadas aos EIDs e ainda identificação dasestratégias de enfrentamento disfuncionais (WAINER et al., 2016).

Para que estes objetivos sejam alcançados, a terapia do esquema propõequatro estágios de intervenção, interdependentes e não necessariamente sequenciais:identificação dos EIDs, ativação dos esquemas, conceitualização dos esquemas eeducação sobre os esquemas iniciais desadaptativos (WAINER et al., 2016).

A conceituação de caso, de acordo com Young, Klosko e Weishaar (2008) éuma avaliação abrangente que fornece uma estrutura integradora que inclui padrõesde vida autoderrotista, processos remotos de desenvolvimento, estilos de enfrenta-mento e ainda os esquemas. Ao final da avaliação, o formulário de conceituação nosproporciona uma visão abrangente acerca dos esquemas do paciente, conexões comos problemas atuais, gatilhos ativadores de esquemas, hipóteses sobre os fatorestemperamentais, modos, efeito dos esquemas sobre a relação terapêutica e estratégiasde mudança (Anexo G).

Entretanto, para uma melhor e significativa precisão na identificação dos esque-mas iniciais desadaptativos, Paim e Copetti (2016 apud WAINER et al., 2016) ressaltama importância da aliança terapêutica. O paciente sente-se mais confortável no acessoaos seus EIDSs quando percebe que existe segurança, aceitação e compreensãoempática por parte do terapeuta. Em contrapartida, diante de uma postura críticadesconectada por parte do terapeuta, estratégias defensivas de evitação ou hipercom-pensação são desenvolvidas por parte do paciente, impedindo o acesso seguro aosseus EIDs.

Através do estabelecimento de uma boa aliança terapêutica e apropriaçãoracional dos EIDs e suas origens, os mesmos podem ser acessados ainda atravésde exercícios vivencias de imagens mentais. O acesso emocional a sensações doesquema complemente a compreensão intelectual por ambas as partes, terapeuta epaciente. A técnica tem como objetivo permitir ao paciente vivenciar a sensação de seumodo criança, compreendendo emocionalmente a origem dos seus EIDs, o impacto eas emoções a eles associada (PAIM; COPETTI, 2016 apud WAINER et al., 2016).

Os EIDs podem ainda ser detectados através de inventários, a terapia doesquema dispõe de uma variedade instrumentos de avaliação que nos possibilitamidentificar informações clínicas importantes sobre o funcionamento esquemático dopaciente. São materiais que servem de auxilio para a confirmação e/ou formulação dehipóteses ou de alternativa para o terapeuta explorar os EIDs e suas origens (PAIM;COPETTI, 2016 apud WAINER et al., 2016).

Todos os inventários são autoavaliativos, e o paciente pontua em uma escala

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Capítulo 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 46

likert (até seis pontos) o quanto se identificam com cada questão. Alguns pacientesutilizam estratégias evitativas, outros, menos evitativos podem apresentar sensaçõesesquemáticas desconfortáveis. Para que o paciente responda as questões de umamaneira mais fidedigna possível, é importante o terapeuta orientá-lo que: as questõespodem gerar desconforto emocional significativo, as respostas devem ser dadas demaneira emocioal a racional o preenchimento deve acontecer em ambiente silenciosoe com poucos estímulos de distração e que caso apareçam dúvidas, questionamentosou considerações, as mesmas devem ser anotadas para posterior conversa com oterapeuta. Os inventários dispostos na TE são os seguintes (PAIM; COPETTI, 2016apud WAINER; RIJO, 2016):

a) Inventário de Esquemas de Young: Trata-se de uma medida para auto avaliaçãode esquemas. Pacientes se auto avaliam em relação ao quão bem cada itemos descreve, itens estes que estão agrupados por esquemas. Existem duasversões deste questionário longo (YSQ), composto por 205 questões e avaliam16 esquemas e o abreviado (YSQ-03), composto por 90 questões e avaliamos 18 esquemas atualizados, que podem ser observados nos Anexos H e I,respectivamente.

b) Inventário de Evitação de Young (RYGH): Questionário de 41 itens que avalia aevitação de esquemas, entretanto o inventário não se refere especificamentea algum esquema, o estilo de enfrentamento evitativo pode ser generalizadopodendo ser utilizado a qualquer EID. (Anexo J)

c) Inventário de estilos parentais (IPI): Trata-se de um instrumento destinado à iden-tificação da origem dos esquemas na infância. Composto por 72 itens nos quaiso paciente classifica pai e mãe de acordo com uma série de comportamentosque contribuem para o desenvolvimento de EIDs (Anexo K).

d) Inventário de compensação de Young (YCI-1): Questionário composto por 48itens que avalia a hipercompensação dos esquemas. (Anexo L)

e) Inventário de modos esquemáticos de Young (YAMI): Investiga, através de 186questões, os modos desenvolvidos pelo paciente através de seu funcionamentoesquemático (Anexo M).

A segunda fase da terapia do esquema, a fase da mudança, inicia-se a partirda identificação dos esquemas iniciais desadaptativos, fase na qual as modificaçõesesquemáticas de fato serão buscadas. Nessa etapa do tratamento, a reparentalizaçãolimitada e a confrontação empática são considerados princípios fundamentais para amelhora do caso (PAIM; COPETTI, 2016 apud WAINER et al., 2016).

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Capítulo 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 47

Segundo Andriola (2016 apud WAINER et al., 2016), ambas as técnicas sãoessências na transformação, pois, exigem uma capacidade diferenciada do profissional,pois, apesar de objetivarem mudanças, não invalidam os sentimentos atuais dospacientes. Geralmente são sentimentos e emoções intensas, positivas ou negativas,vividos pelos pacientes durante a sessão. O terapeuta ao apropriar-se se ambas astécnicas, estará apto para lidar com estas emoções intensas e usá-las a favor daterapia.

A reparentalização limitada (RL) tem como objetivo principal enfraquecer osEIDS desenvolvidos a partir das vinculações disfuncionais com figuras paternas, nasquais as necessidades emocionais básicas da criança não foram adequadamentesatisfeitas. Uma relação terapêutica bem estabelecida é primordial para a reparentali-zação limitada obter êxito na mudança. Reparentalizar é proporcionar ao paciente umaexperiência diferente daquela que ele obteve com seus cuidadores primários, tornandosignificativa a relação terapêutica através do preenchimento de suas necessidadesemergentes (ANDRIOLA, 2016 apud WAINER et al., 2016).

A confrontação empática diz respeito à postura terapêutica na terapia do es-quema, postura essa assumida pelo terapeuta durante a fase de mudança a fim depromover crescimento psicológico em seu paciente. Entretanto, é uma postura queexige do terapeuta um bom vínculo emocional, bem como uma preocupação genuínacom o paciente para que a abordagem funcione (YOUNG; KLOSKO; WEISHAAR,2008).

Através da confrontação empática, o terapeuta enfatiza e confronta os EIDs,entretanto manifesta compreensão sobre as razões pelas quais o paciente mantem osEIDs na dificuldade de mudança, ao mesmo tempo em que reconhece a necessidadede tal mudança, esforçando-se pelo equilíbrio ideal entre empatia e confronto quepossibilitará a mudança do paciente (YOUNG; KLOSKO; WEISHAAR, 2008).

Esta fase ainda incorpora estratégias cognitivas, vivenciais, comportamentaise interpessoais para modificação dos EIDs identificados na fase anterior. Geralmenteinicia-se pelas técnicas cognitivas que são muito utilizadas para sistematizar o processode mudança de esquema, logo depois são enfatizadas as técnicas vivenciais para tornaros esquemas flexíveis à mudança (YOUNG, 2003).

Após o trabalho cognitivo e vivencial, a terapia tem como objetivo a mudançacomportamental. Normalmente a etapa que demanda mais tempo da terapia, pois,envolve mudanças de padrões comportamentais duradouros. Muitas vezes é maisfácil alterar emoções e crenças do que mudar comportamentos mantidos pelo paci-ente (YOUNG, 2003).

As técnicas cognitivas são aquelas que contestam as distorções cognitivas

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Capítulo 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 48

contidas nos esquemas. Essas técnicas auxiliam o paciente na percepção de maneirasalternativas de determinadas situações. Por meio destas técnicas o paciente reconheceque o esquema não é correto, e sim falso e, em muitas vezes, exagerado (YOUNG;KLOSKO; WEISHAAR, 2008).

Segundo Young, Klosko e Weishaar (2008), as técnicas cognitivas emterapia do esquema são:

a) Testar a validade de um esquema: Por meio de exame de evidências, o terapeutaauxilia o paciente na validação ou não dos EIDs.

b) Relativizar as evidências que sustentam o esquema: A técnica consiste em gerarexplicações alternativas para as evidências que sustentam os EIDs apresenta-das pelo paciente, tendo como principal objetivo a invalidação das mesmas.

c) Avaliar as vantagens e desvantagens dos estilos de enfrentamento do paciente:Os EIDs e as respostas de enfrentamento são estudadas individualmente, e emconjunto com o paciente no sentido de verificar as vantagens e desvantagens namanutenção dos mesmos. O principal objetivo desta técnica é levar o pacientea reconhecer a natureza autoderrotista de seus estilos de enfrentamento econsigam perceber que ao substituir estes estilos de enfrentamento poderãoaumentar as chances de bem-estar.

d) Conduzir diálogos entre o “polo do esquema” e o “polo saudável”: O objetivodesta técnica é levar o paciente a reconhecer o seu lado saudável, conduzindo-os a diálogos entre o polo do esquema e seu polo saudável. Para tanto, pode-seadaptar a técnica da cadeira vazia, muito utilizada em Gestalt-terapia.

e) Elaborar cartões-lembrete sobre o esquema: São cartões onde os pacientes sin-tetizam seus esquemas reestruturados. Os cartões devem conter as respostassaudáveis e os gatilhos específicos do esquema. (Anexo N)

f) Preencher diário do esquema: Mais avançada que o cartão lembrete, estatécnica consiste em registrar respostas saudáveis antecipadas para um determi-nado fator ativador, e o paciente lê segundo sua necessidade antes e durante asituação. Neste diário o paciente registra suas próprias respostas saudáveis àmedida que seus EIDs são ativados. (Anexo O)

São dois os objetivos das técnicas vivenciais: ativar as emoções conectadas aesquemas desadaptativos remotos e realizar a reparação parental com o paciente, afim de tratar de suas emoções e suprir parcialmente suas necessidades não atendidasna infância. Por meio das técnicas vivenciais, os pacientes conseguem fazer a transição

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Capítulo 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 49

em saber intelectualmente que seus esquemas são falsos até acreditar em termosemocionais que realmente são (YOUNG; KLOSKO; WEISHAAR, 2008).

São técnicas que apresentam certa dramaticidade, pois sua força está no re-sultado de algumas vivencias emocionais e corretivas profundamente convincentes.As técnicas vivencias proporciona ao individuo a capacidade de processar informa-ções com mais efetividade e emoção. Existem as técnicas especificas para a fase deavaliação e para a fase de mudança, a saber (YOUNG; KLOSKO; WEISHAAR, 2008):

a) Imagens mentais: Primeira técnica de avaliação, que se constitui de uma pode-rosa ferramenta para dar continuidade à testagem de hipóteses previamentedeterminadas sobre os esquemas. Basicamente o paciente acessa seus esque-mas de domínio intelectual e o vivencia no domínio emocional. Esta técnica ésustentada por uma base tripla de argumentação: 1. Identificar os esquemasmais fundamentais no caso do paciente; 2. Possibilitar que o paciente vivencieos esquemas em nível afetivo; 3. Ajudar o paciente a relacionar emocionalmenteas origens de seus esquemas na infância e na adolescência com os problemasatuais. A aplicação da técnica segue um roteiro das etapas a serem seguidas,garantindo assim a segurança e bem-estar do paciente (AnexoP).

b) Estratégias vivenciais para a mudança: As estratégias vivencias para a mudançasão introduzidas tão logo o paciente tenha consciência de seus esquemas eestes tenham sido acessados emocionalmente. Para a eficácia desta fase demudança, segue-se as etapas do roteiro de aplicação das imagens mentais,enfatizando aspectos afetivos dos esquemas apresentados. Para tanto, podemosutilizar os seguintes recursos: 1. Diálogos nas imagens mentais; 2. Trabalho comimagens mentais para reparação parental; 3. Memórias traumáticas; 4. Cartaaos pais: 5. Trabalho com imagens mentais para romper padrões.

As técnicas comportamentais são aquelas utilizadas para auxiliar o paciente amudar antigos padrões comportamentais, onde os comportamentos de manutenção doesquema são extinguidos, dando ligar ao reforço de respostas sadias. Finalmente, astécnicas interpessoais enfatizam a relação do paciente com outras pessoas, de modoque o papel dos esquemas possa ser exposto. São técnicas eficazes para mudançade esquemas e uma boa relação terapêutica é excelente base para a efetivação destamudança (YOUNG, 2003).

No que diz respeito a modos esquemáticos, existem etapas a serem seguidaspara um tratamento eficaz. Tais etapas contemplam desde a identificação dos modosaté a ressignificação das memórias e a revivência das emoções reprimidas de situaçõesnegativas ocorridas na infância (YOUNG; KLOSKO; WEISHAAR, 2008).

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Capítulo 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 50

Segundo Wainer et al. (2016), o progresso no trabalho com modos torna-se signi-ficativo quando se ultrapassam os modos de enfrentamento desadaptativos, acessandoa criança vulnerável e fazendo sua reparetalização limitada. Para que este processoaconteça, existe uma sequência de passos que consiste em:

1) Identificar e dar nome aos modos do paciente.

2) Explorar a origem e o valor adaptativo dos modos esquemáticos na infância ouna adolescência.

3) Relacionar os modos desadaptativos a problemas e sintomas atuais.

4) Demostrar as vantagens de modificar ou abrir mão de um modo, caso hajainterferência no acesso a outro modo.

5) Acessar a criança vulnerável através de imagens mentais.

6) Realizar diálogos entre os modos.

7) Ajudar o paciente a generalizar o trabalho com modos a situações vividas foradas sessões de terapia.

Finalmente, a clínica da terapia do esquema, ajuda os pacientes e terapeutas aentender e organizar compreensivelmente os problemas crônicos e difusos. O modeloidentifica a trajetória destes esquemas desde a infância até o presente com ênfase nosrelacionamentos interpessoais, e através de uma aliança terapêutica bem estabelecida,o terapeuta ajuda o paciente a lutar contra estes esquemas através das estratégiascognitivas, vivencias, comportamentais e interpessoais acima descritas.

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3 OBJETIVO

Estabelecer um comparativo acerca da eficácia do tratamento em pacientescom o transtorno da personalidade borderline, submetidos às terapias cognitivo com-portamental do esquema.

3.1 Objetivos Específicos

Contextualizar o transtorno da personalidade borderline, bem como sua comple-xidade acerca do seu tratamento terapêutico.

Levantar as particularidades destas terapias no tratamento do transtorno dapersonalidade borderline, bem como identificar a eficácia de cada uma no decorrer dotratamento, considerando as dificuldades e a complexidade deste transtorno.

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4 MÉTODO

Utilizou-se o método da pesquisa exploratória bibliográfica. Para o desenvol-vimento deste trabalho, foi realizada pesquisa de artigos científicos nas plataformasde dados Scientific Eletronic Library Online (SciELO), Rede Psicologia (Rede Psi),BIREME, Periódicos Capes e Google Acadêmico com os descritores Transtorno daPersonalidade Borderline, Terapia Cognitivo Comportamental e Terapia do Es-quema. Utilizou-se também livros técnicos de autores de referência na área pesqui-sada.

Os critérios de inclusão estabelecidos para a seleção dos artigos científicosencontrados foram: ser artigo original, ter disponibilidade de texto completo nas baseseletrônicas, compreender o período de janeiro de 2006 a dezembro de 2017 e queestivessem relacionados com os descritores determinados. Já os critérios de exclusãodo estudo foram: artigos cuja temática não contribuíam para o desenvolvimento dapesquisa e que não contemplavam o período estabelecido nos critérios de inclusão.

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5 RESULTADOS

Através da pesquisa eletrônica foi examinado um total de aproximadamente400 artigos científicos, que após considerados os critérios de inclusão acima descritosforam aproveitados 17 artigos demonstrados na tabela 5.

Tabela 5 – Distribuição das Bases de Dados e Artigos selecionados

Bases deDados

Total de artigos

encontrados

Total de artigos

Selecionados

Autor/Ano

SciELO 146 4

Gasparina Louredo de Bessa Braga;Luc Vandenberghe, 2006

Milton José Cazassa; Margareth daSilva Oliveira, 2008

Paulo Knapp; Aaron T. Beck, 2008

Milton José Cazassa; Margareth daSilva Oliveira, 2012

Bireme +80 2

Edilson Pastore; Carolina Saraiva deMacedo Lisboa, 2014

Elisio Rosa; Cassio Adriano Zatti,Rúbia Baldissera, 2015

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Capítulo 5. RESULTADOS 54

Bases deDados

Total deartigos

encontrados

Total deartigos

Selecionados

Autor/Ano

Periódico Capes 75 1 Yan de Jesus Lopes, 2017

Rede Psi +100 2

Lucas de Holanda Leite; Eugenio deMoura Campos, 2016

Sofia Marques; Daniel Barrocas;Daniel Rijo, 2017

Google (artigose livros em PDF)

+100 8

Marcelo Niel Teixeira; Mauro Aranhade Lima; Marsal Sanches, 2008

Catarina Portela; Diana Almeida;Joana Seabra; Patrícia Nunes, 2008

Juliana da Rosa Pureza; Margareth daSilva Oliveira; Ilana Andretta, 2013

Adriane Aires Cruvinel Machado; LucVandenberghe, 2014

Catarina Nívea Bezerra de Menezes;Brisa Burgos Dias Macedo; CinthyaKaryne Sampaio Viana, 2014

Olívia Rodrigues da Cunha

Luc Vandenberghe, 2015

Márcia Studer Ghisio; Lucas Lüdtke;Carlos Eduardo Seixas, 2016

Angela K. Mazer; Brisa Burgos D.Macedo; Mário Fransciso Juruena,2017

Os 17 artigos elegíveis segundo os critérios de inclusão estabelecidos para esseestudo, bem como os livros técnicos de autores referência, tiveram seus resultadosapresentados e analisados a seguir.

O transtorno da personalidade borderline é considerado um desafio extrema-mente difícil no campo da saúde mental, trata-se de um transtorno que, na maioria

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Capítulo 5. RESULTADOS 55

das vezes, causa apreensão e traz inúmeras frustrações aos clínicos. O prognósticoé decepcionante e podem esperar-se até complicações médicas e sociais advindosdeste transtorno, no decorrer do tratamento (CABALLO, 2014).

Para Arntz (2017 apud BECK; FREEMAN; DAVIS, 1990), o transtorno da per-sonalidade borderline pode ser caracterizado pela instabilidade de muitos ou quasetodos os aspectos de funcionamento da personalidade, incluindo autoimagem, afeto,comportamento e relacionamentos.

O tratamento torna-se difícil, por causa do comportamento autodestrutivo queesses pacientes apresentam, considerando-se ainda, a possibilidade de que algumsujeito se suicide durante o mesmo. Apesar disso, o consenso dentro das terapiascognitivas é de que o tratamento deve conseguir, pelo menos conter a impulsividade eregular a emoção (CABALLO, 2014).

Entretanto, se o sujeito com transtorno da personalidade borderline apresentatentativas de suicídio, o tratamento mais indicado seria a Terapia Dialética Comporta-mental (DBT), desenvolvida por Linehan, através de um grupo de pesquisa no qualestudaram exaustivamente pacientes com estas características diagnósticas. A pes-quisa teve como objetivo: reduzir os comportamentos suicidas e de alto risco pata asobrevivência; diminuir comportamentos que impedem o processo terapêutico; reduzircomportamentos que interferem diretamente na qualidade de vida do paciente (CA-BALLO, 2014).

O estudo de Pastore e Lisboa (2014), apresentou uma revisão crítica da literaturasobre o transtorno da personalidade borderline, suicídio e funções cognitivas, apesardos autores não identificarem uma abordagem teórica mais específica, salientam anecessidade da avaliação dos aspectos cognitivos, impulsividade e risco de suicídioem pacientes com TPB. A avaliação destes aspectos possibilita a identificação desubsídios para melhorar formas de intervenção, evitar comportamento suicida e o graverisco de morte que ele provoca.

Conhecidos por seus ataques de raiva, os pacientes com transtorno da perso-nalidade borderline não são bem vistos no sistema de saúde e causam muito receionos terapeutas, emergindo, com isso a crença de que são pacientes que não podemser ajudados. Contudo, formas especializadas das terapias cognitivas estão entre asopções de tratamentos mais promissoras disponíveis a estes pacientes, ainda que nãosejam nada simples as intervenções com estes pacientes (ARNTZ, 2017 apud BECK;DAVIS; FREEMAN, 2017).

Dentro das terapias cognitivo comportamentais, vale ressaltar que Turner et al.(1994 apud CABALLO, 2014), concentra-se na impulsividade e ira. Integra métodose estratégias diversas para esclarecer e modificar os esquemas, incluindo técnicas

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Capítulo 5. RESULTADOS 56

comportamentais como treinamento em solução de problemas não se esquecendo dasrelações interpessoais. Entretanto apesar de alguns estudos comprovarem a eficácia desua intervenção, não demonstram ser dados confiáveis e comprobatórios, necessitandoainda mais pesquisas.

Turkat (1990 apud CABALLO, 2014), sugere intervenções pautadas na soluçãode problemas do transtorno da personalidade borderline que incluem: treinamento nasolução de problemas; treinamento em formação de conceitos, manipulação da catego-rização; manipulação no sentido de aumentar a velocidade processamento (CABALLO,2014).

Partindo do pressuposto que pacientes com transtorno da personalidade bor-derline apresentam sérios déficits cognitivos juntamente com inadequado controledas emoções, alguns autores propõe a terapia cognitivo comportamental, de Beck,como intervenção. O objetivo central do tratamento consiste em questionar padrõesde pensamentos disfuncionais. O plano básico de tratamento proposto por Beck, incluiuma forte aliança terapêutica que minimize a falta de adesão ao tratamento, diminui-ção de pensamentos dicotômicos, considerável melhora no domínio dos impulsos efortalecimento da identidade dos pacientes (CABALLO, 2014).

Ainda com relação a aliança terapêutica, (MACHADO; VANDENBERGHE,2014) afirmam que um tratamento do transtorno da personalidade borderline, baseadona terapia cognitivo comportamental, não se limita apenas à restruturação cognitiva eaplicação de técnicas racionais, qualidade da aliança terapêutica influência de maneirasignificativa na melhora do paciente.

Entretanto, é sabido que na terapia cognitiva a aliança nem sempre se estruturade uma maneira serena, o que dificulta o acesso ao paciente e ainda a evolução dotratamento (BECK et al., 1997 apud MACHADO; VANDENBERGHE, 2014).

Este estudo ainda descreve as principais dificuldades enfrentadas por um tera-peuta no tratamento de uma paciente com transtorno da personalidade borderline, combase na terapia cognitivo comportamental. Diante das críticas e falta de colaboraçãoda paciente, a aliança terapêutica não se estabeleceu de maneira satisfatória, levandoo terapeuta a procurar recursos na terapia comportamental dialética.

O estudo de Cunha e Vandenberghe (2015), trata do relacionamento paciente-terapeuta e o transtorno de personalidade borderline. Embasados na terapia comporta-mental dialética, desenvolvida por Linehan (1993 apud CUNHA; VANDENBERGHE,2015), descrevem este relacionamento como um processo interpessoal no qual tera-peuta e paciente trocam experiencias carregadas de sentido, promovendo mudançaem ambos. Independentemente das técnicas utilizadas, trata-se de um relacionamentopessoal que contribui para a evolução do tratamento, bem como vida pessoal.

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Capítulo 5. RESULTADOS 57

A relação terapêutica é tão relevante no tratamento do transtorno da personali-dade borderline que foi mencionada ainda em mais dois estudos: Braga e Vandenberghe(2006)no que diz respeito à relação terapêutica em si, mostram uma pequena amostrade como se deu a evolução desta relação.

Segundo os autores, a primeira onda da terapia comportamental manifestouindiferença ao subjetivismo e com isso a ineficácia da psicoterapia. A segunda onda,representadas pelas terapias cognitivo-comportamentais, valorizou o ser humano racio-nal enfatizando uma relação terapêutica de natureza colaborativa. Finalmente a terceiraonda, tenta resgatar a subjetividade do cliente e terapeuta no contexto de uma relaçãointerpessoal na constituição do processo terapêutico. No que se refere a transtorno dapersonalidade borderline, nesta classificação, destacam-se as terapias do esquema ecomportamental dialética.

Finalmente, o estudo de Portela et al. (2008) reforça o pressuposto da eficáciada relação terapêutica, bem com a possibilidade da maximização do potencial desta re-lação concluindo que esta relação primeiramente é um vinculo facilitador de mudançase crescimento psicológicos, em segundo lugar é caracterizada pela empatia, aceitaçãoe congruência, fatores essenciais para que os pacientes se sintam suficientementeseguros para elaborarem sentimentos inadequados e memorias dolorosas. Uma vezconstituída, favoravelmente, esta relação, o terapeuta consegue conduzir o pacientecom mais facilidade a novos modos de processar a emoção, no sentido de refletir,regular e transformar a mesma.

O estudo de Pureza, Oliveira e Andreatta (2013), sobre abandono terapêuticona terapia cognitivo comportamental, sugere que quando não estabelecida uma relaçãoterapêutica consistente, torna-se iminente a possibilidade de abandono do processoterapêutico.

O tratamento do transtorno da personalidade borderline, através de técnicascognitivas comportamentais, foi descrito por Teixeira, Lima e Sanches (2008). O artigopropõe relatar uma experiência de manejo de uma paciente com TPB durante suainternação em uma enfermaria psiquiátrica. Como estratégia de manejo a equipemultidisciplinar adotou as seguintes condutas: não supervalorizar condutas errôneasdo paciente, estimular sua autonomia e valorizar os aspectos positivos e saudáveis deseu comportamento.

As técnicas empregadas no manejo do caso foram: monitorização e planeja-mento de atividades; desenvolvimento de atividades prazerosas; ensaio comporta-mental, modelagem, treino de assertividade e dramatização; treino de relaxamentoe técnicas de distração comportamental e exposição in vivo. O resultado do manejodestas técnicas foi muito satisfatório, proporcionando ao paciente redução da medica-ção, diminuição da frequência e duração das atuações, aprimoramento na expressão

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Capítulo 5. RESULTADOS 58

verbal das emoções, dificuldades e angústias. O caso foi considerado de difícil controle,porém foram adotadas estratégias não medicamentosas (TEIXEIRA; LIMA; SANCHES,2008).

O estudo de Menezes, Macedo e Viana (2014) apresenta uma revisão bibli-ográfica a fim de conhecer melhor as possíveis intervenções para o transtorno dapersonalidade borderline. O artigo traz ainda, importantes aspectos neurobiológicos aser considerado no tratamento de tal transtorno. O estudo teve efetivação com base naterapia comportamental dialética, proposta por Linehan, terapia esta apresentada nopresente estudo, como o tratamento psicoterápico mais eficaz no TPB.

Ainda com relação à psicoterapia, os autores ressaltam a importância de se levarem consideração que em razão da dificuldade quanto aos processos inconscientes eàs relações projetivas, recomenda-se um pla de tratamento centrado na realidade dopaciente (MENEZES; MACEDO; VIANA, 2014).

A terapia comportamental dialética, pode ser considerada muito eficiente indi-vidualmente, bem como no contexto grupal e concentra possui maior efetividade demelhora no que se refere às atitudes impulsivas e à desregulação comportamental ca-racterísticas dos pacientes com TPB, a essas atitudes de comportamentos destacamosa automutilação e suicídio (MENEZES; MACEDO; VIANA, 2014).

O trabalho de Leite e Campos (2016), nos traz uma revisão bibliográfica integra-tiva acerca do transtorno da personalidade borderline. Tal estudo não revelou a terapiacognitivo-comportamental mais eficaz, entretanto reforça a ideia de que um modelocom técnicas mais diretivas e conduta ativa do terapeuta conseguem um resultadomais efetivo. Além de equipe multidisciplinar os autores concluíram que para se obterêxito na intervenção psicoterápica em pacientes com TPB, se faz necessária valori-zação e o incentivo. da participação familiar. A presença de familiares saudáveis noacompanhamento terapêutico contribui significativamente na adesão do mesmo aotratamento.

Contrapondo-se a este estudo, Marques, Barrocas e Rijo (2017) nos apre-senta, através de uma revisão bibliográfica sobre as terapias de base cognitivo-comportamental, dados empíricos relevantes no que se refere a intervenções psicológi-cas na perturbação borderline. acerca da eficácia da terapia cognitivo comportamentale terapia do esquema. No que se refere a terapia cognitivo comportamental, os autoresencontraram as primeiras evidências científicas quanto a sua eficácia registrada emcasos clínicos isolados (DAVIDSON; TYRER, 1996 apud MARQUES; BARROCAS;RIJO, 2017).

Dez anos após, surge o primeiro ensaio clínico, conhecido como estudo doBOSCOT (DAVIDSON; TYRER, 1996 apud MARQUES; BARROCAS; RIJO, 2017) a

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Capítulo 5. RESULTADOS 59

avaliar a eficácia da TCC no transtorno da personalidade borderline. Neste estudoforam avaliados 106 pacientes com TPB distribuídos em dois grupos de intervenção:um grupo submetido ao tratamento habitual e o outro além do tratamento habitual,efetuaram 30 sessões de 60 minutos cada em terapia cognitivo comportamental.

Os resultados deste estudo demostraram, nos dois grupos, uma significativaredução nas tentativas de suicídio, quanto a redução de dias de internação psiquiátricae idas as urgências, não apresentaram diferenças significativas. No que se refere àscomorbidades, problemas interpessoais, relacionamento pessoal e qualidade de vida,houve melhoria, porém sem diferenças significativas entre os grupos. O estou revelouainda, a dificuldade em manter adesão à terapia nestes doentes, que compareceramem média em 16 sessões de TCC (MARQUES; BARROCAS; RIJO, 2017).

Marques, Barrocas e Rijo (2017) relataram ainda que a primeira evidência daterapia do esquema no tratamento do TPB surgiu da análise a uma série de casosclínicos (NORDAHL; NYSAETER, 2005 apud MARQUES; BARROCAS; RIJO, 2017).Neste trabalho, um único terapeuta realizou sessões semanais de 60 minutos, porum período de 18 a 36 meses com os pacientes com portadores do transtorno dapersonalidade borderline. Observou-se uma considerável melhoria clínica em cincodos seis pacientes, com redução da psicopatologia geral, depressão, ansiedade eesquemas iniciais desadaptativos e três dos seis pacientes deixaram de cumprir oscritérios o TPB com 12 meses de tratamento.

Outro estudo avaliou a vantagem em adicionar oito meses de terapia do esquemaao tratamento habitual. Com uma amostra de 32 mulheres com TPB, formaram doisgrupos: tratamento habitual (psicoterapia individual semanal, fundamentalmente desuporte) e tratamento habitual com 30 sessões de TE em grupo. Ao final da intervenção,observou-se que o grupo submetido à TE apresentou uma diferença significativa naredução da gravidade dos sintomas psiquiátricos globais, dos sintomas específicos doTPB e do funcionamento global, bem como, 94% dos pacientes submetidos à TE jánão preenchiam os critérios diagnósticos do TPB contra 16% do grupo habitual. Essesresultados sugerem a eficácia da terapia do esquema no tratamento do TPB, e quepode ser aplicada com sucesso no tratamento em grupo (MARQUES; BARROCAS;RIJO, 2017).

Concluindo este estudo, o trabalho de Dickhaut e Arntz (2014 apud MARQUES;BARROCAS; RIJO, 2017), procurou validar a terapia do esquema em grupo. Um grupocom 28 mulheres com TPB, foi avaliado ao longo de dois anos através de terapiaindividual e em grupo. Os resultados foram: redução dos sintomas associados ao TPB,psicopatologia geral e esquemas iniciais desadaptativos, bem como a melhoria daqualidade de vida e do índice de felicidade. Com trinta meses de tratamento, 77% dasdoentes encontravam-se em recuperação clínica. Assim como no estudo anterior, estes

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Capítulo 5. RESULTADOS 60

resultados sugerem que as mudanças terapêuticas com a TE podem ser catalisadas emgrupo. Os autores apresentam ainda, neste estudo, a terapia comportamental dialéticacomo uma terapia extremante eficaz no tratamento do transtorno da personalidadeborderline (MARQUES; BARROCAS; RIJO, 2017).

No que diz respeito às terapias cognitivas, Knapp e Beck (2008) nos apresentaum estudo sobre os fundamentos históricos e filosóficos das abordagens cognitivos-comportamentais contemporâneas, bem como similaridades e diferenças entre elas.O estudo trata ainda do modelo cognitivo delineado por Aaron Beck, procedimentos etécnicas cognitivas comportamentais utilizadas em transtornos mentais. Finalizando, oartigo, os autores apresentam resultados obtidos através de pesquisas e metanálisesem relação à eficácia da terapia cognitivo comportamental em vários distúrbios médi-cos e transtornos psiquiátricos. Neste estudo, os autores concluíram que as terapiascognitivo-comportamentais, em especial a terapia beckiana, apresentam fundamen-tação teórica e um arcabouço de técnicas com eficácia baseada em evidências foiconstatada em diversos transtornos mentais e físicos, inclusive esquizofrenia.

Mazer, Macedo e Juruena (2017) através de uma revisão descritiva buscaelucidar a definição de transtorno da personalidade, com ênfase no transtorno dapersonalidade borderline. Os autores, consideram a psicoterapia a base do tratamento,e que sua eficácia se dá através de uma boa aliança terapêutica e participação ativa deterapeuta e paciente de forma colaborativa. Salientam ainda que a forma de tratamentoatravés de equipe multidisciplinar é ideal ao desenvolvimento do paciente. Com relaçãoà indicação de uma intervenção multidisciplinar para transtornos da personalidade Bor-derline, Lopes (2017), chegou à mesma conclusão quando de sua pesquisa descritivasobre TBP e suas características diagnósticas.

No que se refere a fatores etiológicos ligados a experiencias traumáticas dainfância, a terapia do esquema, proposta por Young seria a intervenção mais propicia.O autor tenta identificar e mudar esquemas iniciais desadaptativos formados durante ainfância das pessoas, como medo, falta de amor, desconfiança, etc (CABALLO, 2014).

A terapia do esquema é uma proposta inovadora desenvolvida por Young ecolegas, no sentido de ampliar os tratamentos e conceitos cognitivos comportamentaistradicionais. Esta terapia proporciona novo sistema de intervenção àqueles pacientescom transtornos psicológicos crônicos arraigados, difíceis de tratar (YOUNG; KLOSKO;WEISHAAR, 2008).

Problemas caracterológicos reduzem a eficácia da terapia cognitivo comporta-mental tradicional tendo em vista que esta terapia parte de diversos pressupostos sub-jacentes, em sua grande maioria não se mostram verdadeiros em casos de pacientescaracterológicos. Tais pressupostos estão relacionados na tabela 6 a seguir (YOUNG;KLOSKO; WEISHAAR, 2008):

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Capítulo 5. RESULTADOS 61

Tabela 6 – Pressupostos da terapia cognitivo comportamental tradicional descumpridos porpacientes caracterológicos

Pressupostos da TCC Postura de pacientes caracterológicos

Cumprimento do protocolo de tratamento pelospacientes.

A TCC pressupõe que os pacientes estejammotivados a reduzir sintomas, desenvolverhabilidades e resolver seus problemas atuais, compouco estimulo e reforço positivo, entretantopacientes caracterológicos tem pouca ou quasenada de motivação. Geralmente não conseguemcumprir os procedimentos da TCC, nãoconseguem realizar tarefas e relutam em aprenderestratégias de autocontrole.

Com pouco de treinamento, pacientes tem acessoàs suas emoções e cognições, informando-as aoterapeuta.

A TCC espera que no início da terapia ospacientes estejam aptos a registrar seuspensamentos automáticos, mas pacientescaracterológicos não conseguem, com frequência,acessar suas cognições e emoções. Muitos delesdesenvolvem a evitação cognitiva e afetiva.

Pressupõe que os pacientes sejam capazes demudar seus comportamentos e cogniçõesproblemáticos por meio de práticas como análiseempírica, discurso lógico, experimentação,exposição gradual e repetição.

Os pensamentos distorcidos e os comportamentosde auto sabotagem destes pacientes sãoextremamente resistentes a mudanças apenas pormeio de técnicas cognitivo comportamentais.Geralmente carecem de flexibilidade psicológicaque impossibilitam estes pacientes a responderadequadamente em curto prazo de tempo astécnicas cognitivos comportamentais.

Pressupõe que os pacientes possam estabelecer,com poucas sessões, uma boa relação decolaboração com o terapeuta,

Na TCC as dificuldades na relação terapêuticageralmente são vistas como um obstáculo a sersuperado para que o paciente cumpra o propostono tratamento. Entretanto pacientescaracterológicos, normalmente tem dificuldade emestabelecer aliança terapêutica, refletindo assim,dificuldades de relacionamentos interpessoais.Como a questão interpessoal é uma dificuldadeiminente nestes pacientes, esta se constitui umaárea a ser trabalhada, um ponto na maioria dasvezes descuidado na TCC tradicional.

Supõe que o paciente tenha problemas a seremtratados, prontamente discernidos.

No caso de pacientes caracterológicos, não raroesse pressuposto não se cumpre. São pacientesque costumam apresentar problemas vagos,crônicos e difusos.

Conteúdo adaptado de YOUNG; KLOSKO; WEISHAAR, 2008

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Capítulo 5. RESULTADOS 62

A terapia do esquema tem como base os esquemas iniciais desadaptativose o trabalho com modos. No caso de pacientes com transtorno da personalidadeborderline, a dificuldade em trabalhar com EIDs se deu pelo fato de serem pacientescaracterológicos que apresentavam quase todos os 18 esquemas contidos na teoria,bem como a facilidade destes pacientes transitarem de um estado para outro em termosde afeto com muita facilidade, sendo que para captar estes estados afetivos variáveis, otrabalho com modos garante eficácia e efetividade do tratamento (YOUNG; KLOSKO;WEISHAAR, 2008).

Para um melhor entendimento do funcionamento dos pacientes com transtornoda personalidade borderline acerca desta tramitação de um modo a outro Young corre-lacionou os critérios diagnósticos DSM-IV aos modos apresentados por estes pacientes.Foram considerados 4 modos: criança abandonada; criança zangada; pai/mãe punitivose protetor desligado (tabela 7) (YOUNG; KLOSKO; WEISHAAR, 2008).

Tabela 7 – Critérios diagnósticos DSM-IV para TPB e modos

Critérios Diagnósticos do DSM-IV Modos

1. Esforços frenéticos para evitar o abandono realou imaginado.

Modo criança abandonada.

2. Um padrão de relacionamentos pessoaisinstáveis e intensos, caracterizados pelaalternância entre extremos de idealização edesvalorização.

Todos os modos. (é o câmbio rápido de um modoa outro que cria a instabilidade e a intensidade.Por exemplo, a criança abandonada idealizacuidadores carinhosos e a criança zangada osdesvaloriza e repreende).

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Capítulo 5. RESULTADOS 63

Critérios Diagnósticos do DSM-IV Modos

3. Distúrbio de identidade: autoimagem ou sentidode self marcada e persistentemente instáveis.

a. Modo protetor desligado. (Como essespacientes devem agradar os outros, e não se lhespermite que sejam eles mesmos, não conseguemdesenvolver uma identidade segura).

b. Mudança constante de um modo não integradoa outro, cada um com sua própria visão do self,também leva a uma autoimagem instável.

4. Impulsividade (por exemplo, gastar dinheiro, terrelações sexuais promiscuas, usar droga e álcool,dirigir de forma irresponsável, comer em excesso).

a. Modo criança zangada e impulsiva (paraexpressar raiva e fazer com que suasnecessidades sejam atendidas).

b. Modo protetor desligado (para se tranquilizarou romper a indiferença).

5. Comportamentos, gestos, ameaças de suicídioou comportamento automutilante recorrentes.

Todos os quatro modos.

6. Instabilidade emocional devido a umareatividade acentuada no humor (por exemplo,disforia episódica, irritabilidade ou ansiedadeintensas).

a. Hipótese de temperamento biológico intenso eestável.

b. Mudança rápida de modos, cada um com suasemoções específicas.

7. Sentimentos crônicos de vazio.Modo protetor desligado. (o desligamento dasemoções e a desconexão de outras pessoaslevam a sentimento de vazio).

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Capítulo 5. RESULTADOS 64

Critérios Diagnósticos do DSM-IV Modos

8. Raiva intensa e inadequada ou dificuldade decontrolá-la.

Modo criança zangada.

9. Ideação paranoide relacionada ao estresse etemporária, ou sintomas dissociativos graves.

Qualquer dos quatro modos (quando as emoçõesse tornam insuportáveis ou sufocantes).

YOUNG; KLOSKO; WEISHAAR; 2008

O estudo de Cazassa e Oliveira (2012) nos apresenta um estudo empíricosobre o inventário de esquemas de Young forma reduzida, o trabalho buscou verificara aplicabilidade desse instrumento na realidade brasileira para a identificação dosesquemas iniciais desadaptativos. De modo geral, os autores concluíram, para aamostra estudada, a existência da validade de tal instrumento.

Anterior a este trabalho, os autores supracitados realizaram uma pesquisa ondemapearam as pesquisas acerca da terapia do esquema sobre o inventário de esque-mas de Young, forma original, tendo como resultado a relevante importância desteinstrumento disponível ao profissional de saúde na utilização clínica e/ou cientifica (CA-ZASSA; OLIVEIRA, 2008).

Cazassa e Oliveira (2008) concluem ainda que o adequado mapeamento depadrões cristalizados na estrutura mental, denominados por Young como EsquemasIniciais Desadaptativos, configura-se como aspecto dominante na adoção de estratégiasadequadas de tratamento e da superação do sofrimento humano, mapeamento esteque pode estar intimamente ligado ao sucesso ou ao fracasso do processo terapêutico,especialmente no que se refere a pacientes com transtorno da personalidade.

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6 DISCUSSÃO

Os pacientes portadores deste transtorno, possuem inflexibilidade cognitiva, ins-tabilidade emocional, relações interpessoais tumultuosas, dentre outras característicasque dificultam o seu diagnóstico.

Os autores afirmam que o tratamento mais eficaz para este transtorno é opsicoterapêutico com abordagem das terapias cognitivas, dentre elas a terapia cognitivocomportamental e a terapia do esquema, considerando, inclusive a eficiência dastécnicas cognitivas e comportamentais. Entretanto, o estudo mostrou que a terapiacognitivo comportamental apresenta bons resultados no tratamento do transtorno,porém, em comparação à terapia do esquema, a eficácia pertence a esta última.

Constatou-se ainda que, entre diversos autores, existe um consenso sobrea importância de uma relação terapêutica fortemente estabelecida e prioritária notratamento do TPB e, não menos importante o acompanhamento com uma equipe mul-tidisciplinar. No que se refere a relação terapêutica, Young, Klosko e Weishaar (2008) aconsidera componente vital para avaliação e mudança de esquemas, resumidamentebaseada na empatia e acolhimento e na reparação parental.

Alguns estudos empíricos, analisaram o tratamento de pacientes submetidos àsterapias objeto deste estudo e concluíram que embora a TCC apresente algum resul-tado significativo na melhora do paciente, a Terapia do Esquema apresenta resultadosextremamente significativos levando o paciente com o transtorno da personalidadeborderline a reduzir os critérios diagnósticos e ter uma melhor qualidade de vida.

Considerando o resultado da eficácia atribuído à terapia do esquema, valeressaltar a importância que seu idealizador, Jeffrey Young, dispensou ao estudo destespacientes no que se refere a instabilidade emocional principalmente aos problemascaracterológicos deste transtorno.

No que se refere a instabilidade, Young, Klosko e Weishaar (2008) constatouque se trata de pacientes que possuem basicamente todos os esquemas propostosem sua teoria, sendo assim, considera que o trabalho com modos proporciona maistranquilidade e segurança para o tratamento. Para tanto, estabeleceu uma relação demodos com os critérios diagnósticos do DSM-IV, onde se verifica que estes pacientesabordam quase, senão todos os modos estabelecidos nesta teoria.

Com relação aos problemas caracterológicos, para comprovar sua eficácia sobrea terapia cognitivo comportamental, Young comprovou que alguns pressupostos destateoria não conseguiam ser atingidos por pacientes caracterológicos. Estudos acercada validade do questionário de esquemas de Young, mostram sua efetividade desteinstrumento na determinação de esquemas desadaptativos, confirmando, mais uma

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Capítulo 6. DISCUSSÃO 66

vez, a eficácia da terapia do esquema no tratamento do transtorno da personalidadeborderline.

Finalmente, apesar de não ser objeto de estudo desta pesquisa, a terapia com-portamental dialética (DBT), de Marsha Linehan, destacou-se em alguns instrumentosde pesquisa deste trabalho, como a terapia mais utilizada no tratamento deste trans-torno, com resultados efetivos e eficazes, considerada o “padrão-ouro” de tratamentoda atualidade.

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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho teve como objetivo estabelecer um comparativo acerca da eficáciado tratamento em pacientes com o transtorno da personalidade borderline, submetidosàs terapias cognitivo comportamental do esquema. Nesta revisão bibliográfica observa-se que a terapia cognitivo-comportamental de uma maneira geral, é um tratamentoeficaz no transtorno da personalidade borderline, no entanto, os resultados obtidos nodecorrer do tratamento não se sustentam com o decorrer do tempo. Quando comparadaà terapia do esquema tem sua eficácia diminuída.

A Terapia do esquema surgiu como uma terapia complementar à terapia cogni-tivo comportamental, no sentido de tratar pacientes, críticos, difíceis e caracterológicos,em especial os portadores do transtorno da personalidade borderline. Através de recur-sos como a empatia, reparação parental e um arcabouço de técnicas comportamentaise principalmente vivenciais, apresenta resultados extremamente eficazes e efetivos notratamento deste transtorno.

Não obstante estas considerações, sugere-se avanço nas pesquisas quanto aotratamento deste transtorno, no sentido de proporcionar a estes pacientes significativamelhora na qualidade de vida.

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Anexos

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ANEXO A – Aspectos comportamentais característicos dotranstorno da personalidade Borderline

• Níveis elevados de inconsistência e irregularidade bastante imprevisíveis.

• Padrões de aparência mutante e vacilante.

• Níveis de energia não-usuais provocados por explosões inesperadas de impulsi-vidade.

• Provocam brigas e conflitos com frequência.

• Comportamentos recorrentes de automutilação ou suicídio.

• Comportamento paradoxal em suas relações interpessoais (apesar de buscara atenção e o afeto, o fazem de modo contrário e manipulador, suscitando arejeição).

• Relações interpessoais intensas e caóticas.

• Excessivamente dependentes dos outros.

• Adaptação social em nível superficial.

• Predisposição a dar passeios solitários para “refletir”.

• Comportamentos frequentes para proteger-se da separação.

• Frequentes chantagens emocionais e atos de irresponsabilidade (suicídio, jogopatológico, abuso de substâncias psicoativas, grandes ataques de gula)

(CABALLO, 2014)

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75

ANEXO B – Aspectos cognitivos característicos do transtornoda personalidade Borderline

• Pensamentos flutuantes e atitudes ambivalentes e relação aos demais e até a simesmo.

• Falta de propósito para estabilizar suas atitudes ou emoções.

• Incapacidade para manter estável seus processos de pensamento.

• Dificuldades para aprender com experiencias passadas.

• Carecem de um senso estável de quem são.

• Auto-imagem instáveis e extremas.

• Sensações crônicas de vazio.

• Pensamentos antecipatórios de abandono.

• Valores, escolha de carreira e objetivos em longo prazo instáveis.

• Temor excessivo de ser desprezado.

• Sentimento aterrador acerca da solidão, não suportam estar sozinhos.

• Pensamentos dicotômicos em suas relações interpessoais: ou é muito bom ou émuito mau.

• Percepção das pessoas importantes do ambiente que flutuam com rapidez,desde a idealização até a desvalorização.

• Menor capacidade para processar as informações devido a seus problemaspara centrar a atenção e perda consequente de dados relevantes.

• Locus de controle externo, culpando os outros quando as coisas vão mal.

• Frequentes auto-reprovações, castigo e autocríticas.

• Pensamento rígido, inflexível e impulsivo.

• Baixa tolerância à frustração.

• Aborrecem-se facilmente.

• Constante previsão do abandono por parte de alguém querido, levando-os amanifestar ansiedade, culpa, depressão e hostilidade.

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ANEXO B. Aspectos cognitivos característicos do transtorno da personalidade Borderline 76

• Costumam regressar a etapas anteriores do desenvolvimento quando se vêem emsituações estressantes (os níveis de tolerância a ansiedade, o controle de impul-sos e a adaptação social tonam-se imaturos).

• Podem ter episódios micropsicóticos quando estão em situação de grandeestresse.

• Presença de ideias paranoides transitórias, despersonalização, perda do sensode realidade ou sintomas dissociativos em situação de estresse.

(CABALLO, 2014)

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77

ANEXO C – Aspectos emocionais característicos do transtornoda personalidade Borderline

• Podem experimentar uma ativação emocional elevada, sendo muito sensíveisaos estímulos emocionais negativos.

• Instabilidade afetiva devido a uma notável reatividade do estado de humor.

• Emoções contraditórias.

• Os estados de humor contrários e seu equilíbrio emocional encontram-se cons-tantemente oscilando em extremos.

• Ira intensa, inapropriada e facilmente desencadeada que implica uma perda decontrole emocional especialmente quando se sentem frustrados ou decepciona-dos.

• Quando perdem o controle, mostram excitação e agitação física.

• Seu estado de humor não concorda com a realidade.

• Sentimentos de vazio ou tédio.

• Intenso sentimento de vergonha, ódio e ira dirigidos a si mesmos.

• Tendencia a inibir respostas emocionais negativas, especialmente as associa-das com dor e perdas, incluindo tristeza, culpa, vergonha, ansiedade ou pânico.

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78

ANEXO D – Diagrama de conceitualização cognitiva

JUDITH BECK, 2013

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79

ANEXO E – LISTA DAS DISTORÇÕES COGNITIVAS

KNAPP, 2004

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80

ANEXO F – Exemplos de respostas de enfrentamentodesadaptativas

Esquemasdesadaptativos remotos

Exemplos de resignaçãoExemplos de

evitaçãoExemplos de

Hipercompensação

Abandono/instabilidade

Escolhe parceiros com osquais não consegueestabelecer compromisso ese mantem norelacionamento

Evitarelacionamentosíntimos

‘Agarra-se” ao parceiro e o“sufoca” a ponto deafastá-lo. Ataca veementeo parceiro até mesmo porpequenas separações.

Desconfiança/abusoEscolhe parceiros abusivose permite o abuso.

Evita se tornarvulnerável e acreditarem qualquer pessoa;mantém segredos.

Usa e abusa de outros –“pegue-os antes que eleslhe peguem”

Privação Emocional

Escolhe parceiros que lheprivam emocionalmente enão lhes pede que atendamsuas necessidades

Evita totalmenterelacionamentosíntimos.

Age de formaemocionalmente exigentecom os parceiros.

Defectividade/VergonhaEscolhe amigos que ocriticam e rejeitam; diminuia si próprio.

Evita expressar osverdadeirospensamentos esentimentos e deixarque os outros seaproximem.

Critica e rejeita os outrosenquanto aparenta serperfeito.

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ANEXO F. Exemplos de respostas de enfrentamento desadaptativas 81

Esquemasdesadaptativos remotos

Exemplos de resignaçãoExemplos de

evitaçãoExemplos de

Hipercompensação

IsolamentoSocial/Alienação

Em reuniões sociais,concentra-seexclusivamente nasdiferenças em relação aoutros, em vez de nasemelhança.

Evita situaçõessociais e grupos.

Torna-se um camaleãopara justar-se a grupos.

Dependência/incompetência

Pede a pessoasimportantes (pais, cônjuges)que tomem todas as suasdecisões financeiras.

Evita assumir novosdesafios, comoaprender a dirigir.

Torna-se tãoautossuficiente que nãopede nada a ninguém.(“contradependente”)

Vulnerabilidade ao danoou a doença

Lê obsessivamente sobrecatástrofes em jornais e asprevê em situaçõescotidianas

Evitam ir a lugaresque não pareçamtotalmente “seguros”.

Age de forma negligentesem consideração peloperigo (“contrafóbico”)

FracassoFaz as coisas com poucadedicação ou de formadescuidada.

Evita completamentedesafios profissionais.Posterga as tarefas.

Torna-se uma pessoamuito bem-sucedidaestimulando-seininterruptamente.

Arrogo/Grandiosidade

Pressiona as outraspessoas para que tudoaconteça à sua maneira.Orgulha-se de suaspróprias realizações.

Evita situações nasquais é médio, e nãosuperior.

Presta atenção excessivaàs necessidades alheias.

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ANEXO F. Exemplos de respostas de enfrentamento desadaptativas 82

Esquemasdesadaptativos remotos

Exemplos de resignaçãoExemplos de

evitaçãoExemplos de

Hipercompensação

Autocontrole/autodisciplinainsuficientes

Desiste rapidamente detarefas de rotina.

Evita empregos e nãoaceitaresponsabilidades.

Torna-se exageradamenteautocontrolado ouautodisciplinado.

Subjugação

Deixa que os outrosindivíduos controlemsituações e tomemdecisões.

Evita situações quepossam envolverconflitos com outrosindivíduos.

Rebela-se contraautoridade.

Busca de aprovação/buscade reconhecimento

Age para impressionaroutras pessoas.

Evita interagir comaqueles cuja aprofissão é cobiçada.

Faz o que pode paraconseguir a desaprovaçãode outros. Mantém-se emsegundo plano.

Negativismo/pessimismo

Concentra-se no negativo.Ignora o positivo.Preocupa-seconstantemente. Faz muitosesforços para evitarqualquer resultado negativopossível.

Bebe para dissiparsentimentospessimistas einfelicidade.

É e exageradamenteotimista. Nega realidadesdesagradáveis.

Inibição emocionalMantém uma condutacalma, sem intimidadeemocional.

Evita situações nasquais pessoasdiscutem ouexpressamsentimentos.

Tenta de formadesajeitada, ser “aanimação da festa”, aindaque pareça pouco natural.

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ANEXO F. Exemplos de respostas de enfrentamento desadaptativas 83

Esquemasdesadaptativos remotos

Exemplos de resignaçãoExemplos de

evitaçãoExemplos de

Hipercompensação

Padrões inflexíveis/posturacrítica exagerada

Gasta muito tempo tentadoser perfeito.

Evita ou postergasituações ou tarefasem que odesempenho serájulgado.

Não se importa nenhumpouco com os padrões –cumpre tarefas de maneiraapressada e descuidada.

Postura PunitivaTrata a si mesmo e a outrosde maneira dura e punitiva.

Evita outros por meiode punição.

Comporta-se de maneiraexageradamente clemente.

Fonte: YOUNG; KOSKLO; WEISHAAR, 2008

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84

ANEXO G – Formulário de conceitualização de caso na terapiafocada no esquema

Formulário de Conceituação de caso na Terapia Facada nos Esquemas

Revisado em Janeiro de 2007

Jeffrey Young, Ph.D.

Informações Gerais

Nome do Terapeuta:

Nome do Paciente:

Idade

Estado Civil:

Filhos (Idades):

Ocupação:

Etnia /país de Origem:

Escolaridade:

Esquemas Relevantes:

1) __________________________________________________________

2) __________________________________________________________

3) __________________________________________________________

4) __________________________________________________________

5) __________________________________________________________

6) __________________________________________________________

7) __________________________________________________________

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ANEXO G. Formulário de conceitualização de caso na terapia focada no esquema 85

Problemas Atuais

Problema 1:______________________________________________________

Relação com o esquema:___________________________________________

Problema 2:______________________________________________________

Relação com o esquema:___________________________________________

Problema 3:______________________________________________________

Relação com o esquema:___________________________________________

Problema 4:______________________________________________________

Relação com o esquema:___________________________________________

Problema 5:______________________________________________________

Relação com o esquema:___________________________________________

Ativadores do Esquema: (especificar M ou F, se estiver se referindo a homensou mulheres)

1. ______________________________________________________________

2. ______________________________________________________________

3. ______________________________________________________________

4.______________________________________________________________

5. ______________________________________________________________

Gravidade dos problemas, respostas de enfrentamento e modos; risco dedescompensação:

______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Fatores temperamentais/biológicos possíveis:

______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Origens no Desenvolvimento (Mãe, Pai, irmãos, colegas)

1.______________________________________________________________

2.______________________________________________________________

3._____________________________________________________________

4. _____________________________________________________________

5.______________________________________________________________

6. _____________________________________________________________

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ANEXO G. Formulário de conceitualização de caso na terapia focada no esquema 86

Memórias ou imagens importantes da Infância

1.______________________________________________________________

2.______________________________________________________________

3.______________________________________________________________

4.______________________________________________________________

5._____________________________________________________________

6.______________________________________________________________

Necessidades Centrais Não Atendidas

1.______________________________________________________________

2.______________________________________________________________

3.______________________________________________________________

4.______________________________________________________________

5.______________________________________________________________

6.______________________________________________________________

Distorções Cognitivas Importantes:.

1. _____________________________________________________________

2.______________________________________________________________

3.______________________________________________________________

4.______________________________________________________________

5.______________________________________________________________

6.______________________________________________________________

Comportamentos de Resignação:

1.______________________________________________________________

2.______________________________________________________________

3.______________________________________________________________

Comportamentos de Evitação:

1.______________________________________________________________

2.______________________________________________________________

3.______________________________________________________________

Comportamentos de Compensação:

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ANEXO G. Formulário de conceitualização de caso na terapia focada no esquema 87

1.______________________________________________________________

2.______________________________________________________________

3.______________________________________________________________

Modos Relevantes dos Esquemas (além do Adulto Saudável)

1.______________________________________________________________

2.______________________________________________________________

3.______________________________________________________________

4.______________________________________________________________

5.______________________________________________________________

Relação terapêutica (Impacto em esquemas e modos no comportamentodurante sessões; reações pessoais e/ou contratransferência)

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88

ANEXO H – Inventário de esquemas de Young - YSQ (formalonga)

INVENTÁRIO DE ESQUEMAS DE YOUNG - ISQ

(Forma longa, segunda edição)

Desenvolvido por Jeffrey E. Young, PhD., 1990.

Nome: _____________________________________________ Data: ________________

Instruções:

São listadas abaixo afirmações que uma pessoa poderia usar para se descre-ver. Por favor, leia cada afirmação e decida quão bem ela descreve você. Quandonão tiver certeza, baseie sua resposta no que você sente emocionalmente, não no quepensa ser verdade.

Se desejar, reescreva a afirmação para torná-la ainda mais verdadeira a seurespeito. Então, escolha a avaliação de 1 a 6 que melhor a/o descreve (incluindo suasrevisões) e escreva este número no espaço que antecede a afirmação.

Escala de Avaliação:

1 = Inteiramente falsa

2 = Em grande parte falsa

3 = Levemente mais verdadeira do que falsa

4 = Moderadamente verdadeira

5 = Em grande parte verdadeira

6 = Descreve perfeitamente

Exemplo:

A) ____4____ Eu me preocupo muito (e me importo) com a possibilidade de aspessoas não gostarem de mim.

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ANEXO H. Inventário de esquemas de Young - YSQ (forma longa) 89

1) ______ As pessoas não conseguiram satisfazer minhas necessidades emocio-nais.

2) ______ Eu não recebi amor e atenção.

3) ______ De um modo geral, não tenho ninguém para me dar conselhos e apoioemocional.

4) ______ A maior parte do tempo, não tenho ninguém para me dar carinho,compartilhar comigo e se importar profundamente com o que me acontece.

5) ______ Eu não tive ninguém que quisesse se aproximar e passar bastantetempo comigo em grande parte da minha vida.

6) ______ Em geral, não havia pessoas para me dar carinho, segurança e afeição.

7) ______ Eu não senti que era especial para alguém, em grande parte da minhavida.

8) ______ Em geral, não tenho ninguém que realmente me escute, me compreendaou esteja sintonizado com minhas verdadeiras necessidades e sentimentos.

9) ______ Eu raramente tenho alguma pessoa forte para me dar bons conselhosou orientação quando não tenho certeza do que fazer . (*pe)

10) ______ Eu me preocupo com a possibilidade de as pessoas que eu amomorrerem, mesmo que haja poucas razões médicas para confirmar minhaspreocupações.

11) ______ Percebo que me agarro às pessoas com as quais tenho intimidade, porter medo de que elas me deixem.

12) ______ Eu me preocupo com a possibilidade de as pessoas de quem eu gostome deixarem ou me abandonarem.

13) ______ Sinto que me falta uma base estável de apoio emocional.

14) ______ Não espero que os relacionamentos importantes durem; acredito queeles vão terminar.

15) ______ Sinto que me apego a parceiro/as que não são capazes de se compro-meterem comigo.

16) ______ No final, acabarei só.

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ANEXO H. Inventário de esquemas de Young - YSQ (forma longa) 90

17) ______ Quando sinto que alguém com quem eu me importo está se afastando,fico desesperada/o.

18) ______ Às vezes, tenho tanto medo de que as pessoas me deixem, que acabofazendo com que se afastem.

19) ______ Fico incomodado quando alguém me deixa sozinha/o, mesmo que porpouco tempo.

20) ______ Não posso esperar que as pessoas que me apoiam estejam sempredisponíveis.

21) ______ Não devo ficar realmente íntimo das pessoas, porque não posso tercerteza de que poderei contar sempre com elas.

22) ______ Parece que as pessoas importantes da minha vida estão sempre indo evindo.

23) ______Tenho muito medo de que as pessoas que eu amo encontrem alguémque vão preferir e me deixem.

24) ______ As pessoas que me são próximas têm sido muito imprevisíveis; ora sãolegais e disponíveis, ora são zangadas, chateadas, absorvidas em si mesmas,brigando, e assim por diante.

25) ______ Preciso tanto das pessoas que tenho medo de perdê-las.

26) ______ Eu me sinto indefeso/a se não tiver pessoas para me proteger, as quaiseu me preocupo muito em perdê-las.

27) ______ Não posso ser eu mesma/o ou expressar o que realmente sinto, pois aspessoas me deixariam. (*ab)

28) ______ Sinto que as pessoas querem tirar vantagem de mim.

29) ______ Frequentemente, sinto que tenho de me proteger dos outros.

30) ______ Sinto que não posso baixar a guarda na presença dos outros, pois elesme prejudicariam intencionalmente.

31) ______ Se uma pessoa é legal comigo, fico imaginando que ela está querendoalguma coisa.

32) ______ É só uma questão de tempo antes que as pessoas me traiam.

33) ______ A maioria das pessoas só pensa em si mesma.

34) ______ Tenho grande dificuldade em confiar nas pessoas.

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ANEXO H. Inventário de esquemas de Young - YSQ (forma longa) 91

35) ______ Desconfio muito dos motivos dos outros.

36) ______ As outras pessoas raramente são honestas; elas geralmente não são oque parecem.

37) ______ Eu geralmente fico procurando os motivos escondidos das pessoas.

38) ______ Se acho que alguém quer me prejudicar, tento prejudicá-lo/a primeiro.

39) ______ As pessoas têm de provar coisas para mim antes que eu confie nelas.

40) ______ Invento “testes” para as pessoas para ver se elas estão me dizendo averdade e se estão bem-intencionadas.

41) ______ Acredito no ditado: “Quem não controla é controlado”.

42) ______ Fico com raiva quando penso como fui maltratada/o pelas pessoasdurante toda a minha vida.

43) ______ Por toda a minha vida, pessoas que me eram próximas tiraram vantagemde mim ou me usaram para seus propósitos.

44) ______ Fui abusada/o fisicamente, emocionalmente ou sexualmente por pes-soas importantes na minha vida. (*da)

45) ______ Eu não me encaixo.

46) ______ Sou fundamentalmente diferente das outras pessoas.

47) ______ Eu não pertenço a ninguém; sou um/a solitário/a.

48) ______ Sinto-me alienada/o das outras pessoas.

49) ______ Eu me sinto isolada/o e sozinha/o.

50) ______ Sempre me sinto excluída/o dos grupos.

51) ______ Ninguém me entende realmente.

52) ______ A minha família sempre foi diferente das famílias que nos cercavam.

53) ______ Às vezes, eu me sinto um/a alienígena.

54) ______ Se eu desaparecesse amanhã, ninguém perceberia. (*ia)

55) ______ Nenhum/a homem/mulher que eu desejar vai me amar depois de saberdos meus defeitos.

56) ______ Ninguém que eu desejar vai querer ficar perto de mim depois queconhecer meu verdadeiro eu.

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ANEXO H. Inventário de esquemas de Young - YSQ (forma longa) 92

57) ______ Sou inerentemente defeituosa/o e cheia/o de falhas.

58) ______ Por mais que eu tente, sinto que não conseguirei que um/a homem/mulhersignificativo/a me respeite ou sinta que eu tenho valor.

59) ______ Não sou digna/o do amor, da atenção e do respeito dos outros.

60) ______ Sinto que não mereço ser amada/o.

61) ______ Sou inaceitável demais, de todas as maneiras possíveis, para me revelaraos outros.

62) ______ Se as pessoas descobrissem meus defeitos básicos, eu não conseguiriaencará-las.

63) ______ Quando as pessoas gostam de mim, sinto que as estou enganando.

64) ______ Frequentemente, sou atraída/o por pessoas que são muito críticas oume rejeitam.

65) ______ Tenho segredos que não quero que as pessoas próximas a mim descu-bram.

66) ______ Foi por minha culpa que meus pais não conseguiram me amar o sufici-ente.

67) ______ Não deixo que as pessoas conheçam meu verdadeiro eu.

68) ______ Um dos meus maiores medos é que meus defeitos sejam expostos.

69) ______ Não posso compreender como ninguém conseguiu me amar. (*dv)

70) ______ Não sou sexualmente atraente.

71) ______ Sou gorda/o demais.

72) ______ Sou feia/o.

73) ______ Sou incapaz de manter uma conversa decente.

74) ______ Sou chata/o e desinteressante em situações sociais.

75) ______ As pessoas que valorizo não iriam querer se associar a mim devido aomeu status social (por exemplo, renda, nível de instrução, profissão).

76) ______ Nunca sei o que dizer socialmente.

77) ______ As pessoas não querem me incluir em seus grupos.

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ANEXO H. Inventário de esquemas de Young - YSQ (forma longa) 93

78) ______ Fico muito inibida/o perto das outras pessoas. (*is)

79) ______ Quase nada do que eu faço no meu trabalho (ou na escola) é tão bomquanto o que os outros fazem.

80) ______ Sou incompetente no que se refere a realizações

81) ______ A maioria das pessoas é mais capaz do que eu no trabalho e em suasrealizações.

82) ______ Eu sou um fracasso.

83) ______ Não tenho tanto talento quanto a maioria das pessoas tem em suaprofissão.

84) ______ Não sou tão inteligente quanto a maioria das pessoas no que se referea trabalho (ou estudo).

85) ______ Sinto-me humilhada/o por meus fracassos e inadequações na esfera dotrabalho.

86) ______ Frequentemente me sinto embaraçada/o perto das pessoas porque nãoestou à altura delas em termos de realizações.

87) ______ Muitas vezes comparo minhas realizações com as dos outros e achoque eles são muito mais bem-sucedidos. ( *fr)

88) ______ Não me sinto capaz de me arranjar sozinha/o no dia-a-dia.

89) ______ Preciso que as outras pessoas me ajudem a fazer as coisas.

90) ______ Não me sinto capaz de manejar bem as situações sem ajuda.

91) ______ Acredito que as pessoas podem cuidar de mim melhor do que eumesmo/a.

92) ______ Tenho dificuldade em lidar com tarefas novas fora do trabalho, a menosque tenha alguém para me orientar.

93) ______ Penso em mim como uma pessoa dependente, no que se refere aofuncionamento cotidiano.

94) ______ Acabo estragando tudo o que tento fazer, mesmo fora do trabalho (ouda escola).

95) ______ Sou incapaz em quase todas as áreas da vida.

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ANEXO H. Inventário de esquemas de Young - YSQ (forma longa) 94

96) ______ Se eu confiar no meu próprio julgamento nas situações do dia-a-dia,tomarei a decisão errada.

97) ______ Falta-me bom senso.

98) ______ Não se pode confiar em meu julgamento nas situações do dia-a-dia.

99) ______ Não confio em minha capacidade de resolver os problemas que surgemno cotidiano.

100) ______ Sinto que preciso de alguém em quem eu possa confiar para me darconselhos sobre questões práticas.

101) ______ Sinto-me mais como uma criança do que como um adulto quando épreciso assumir responsabilidades do cotidiano.

102) ______ Acho as responsabilidades do dia-a-dia esmagadoras. ( *di)

103) ______ Não consigo deixar de sentir que algo de ruim vai acontecer.

104) ______ Sinto que algum desastre (natural, criminal, financeiro ou médico) vaiacontecer a qualquer momento.

105) ______ Tenho medo de me tornar um/a sem-teto ou um/a vadio/a.

106) ______ Tenho medo de ser atacada/o.

107) _____ Sinto que devo ter muito cuidado com dinheiro ou acabarei sem nada.

108) ______ Tomo muitas precauções para não adoecer e não me machucar.

109) ______ Tenho medo de perder todo o meu dinheiro e ficar pobre.

110) ______ Tenho medo de pegar uma doença séria, mesmo que nada de sériotenha sido diagnosticado pelos médicos.

111) ______ Sou uma pessoa medrosa.

112) ______ Eu me preocupo muito com todas as coisas horríveis que acontecem nomundo: crime, poluição, e assim por diante.

113) ______ Muitas vezes, acho que posso enlouquecer.

114) ______ Sinto, frequentemente, que vou ter um ataque de ansiedade

115) ______ Tenho muito medo de ter um ataque cardíaco, embora haja poucasrazões médicas que justifiquem minha preocupação.

116) ______ Acho que o mundo é um lugar perigoso. ( *vd )

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ANEXO H. Inventário de esquemas de Young - YSQ (forma longa) 95

117) ______ Não consegui me separar de meu pai/minha mãe, ou de ambos, assimcomo outras pessoas da minha idade parecem conseguir.

118) _______ Meu pai/minha mãe, ou ambos, e eu tendemos a nos envolver excessi-vamente com a vida e com os problemas uns dos outros.

119) _______ É muito difícil para meu pai/minha mãe, ou ambos, e eu esconder-mos detalhes íntimos uns dos outros sem nos sentirmos traídos ou culpados.

120) ______ Meu pai/minha mãe, ou ambos, e eu temos que nos falar quase todosos dias, ou um de nós se sente culpado, magoado, desapontado ou sozinho.

121) ______ Muitas vezes, sinto que não tenho uma identidade separada da de meuspais ou parceiro/a.

122) _______ Muitas vezes me parece que meus pais estão vivendo por intermédiode mim – eu não tenho uma vida própria.

123) _______ É muito difícil para mim manter alguma distância das pessoas de quemsou íntimo/a; não é fácil para mim ter um senso separado de mim mesmo/a.

124) _______ Estou tão envolvida/o com meu/minha parceiro/a ou com meus paisque não sei realmente quem sou, ou o que quero.

125) ______ Tenho dificuldade em separar meu ponto de visto, ou opinião, do demeus pais ou parceiro/a.

126) ______ Sinto que não tenho nenhuma privacidade no que se refere aos meuspais ou parceiro/a.

127) _______ Sinto que meus pais estão, ou ficariam, muito magoados por eu morarsozinha/o, longe deles. ( *em)

128) _______ Deixo as pessoas fazerem o que querem porque tenho medo dasconsequências.

129) _______ Acho que se eu fizer o que quero, só vou arranjar problemas.

130) _______ Sinto que não tenho escolha além de ceder ao desejo das pessoas, ouelas vão me rejeitar ou me retaliar de alguma maneira.

131) _______ Nos meus relacionamentos, deixo a outra pessoa ter o controle.

132) _______ Sempre deixei os outros escolherem por mim, de modo que não seirealmente o que quero.

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ANEXO H. Inventário de esquemas de Young - YSQ (forma longa) 96

133) _______ Sinto que as maiores decisões da minha vida não foram realmenteminhas.

134) _______ Eu me preocupo muito em agradar aos outros para que eles não merejeitem.

135) _______Tenho grande dificuldade em exigir que meus direitos sejam respeitadose que meus sentimentos sejam levados em conta.

136) _______ Eu me vingo das pessoas de maneira sutil, em vez de demonstrarminha raiva.

137) _______Vou muito além do que a maioria das pessoas para evitar confronta-ções. ( *sb)

138) _______ Coloco as necessidades dos outros antes das minhas, ou me sintoculpado/a.

139) _______ Sinto culpa quando desaponto as pessoas.

140) _______ Dou mais às pessoas do que recebo delas.

141) _______ Sou aquela/e que geralmente acaba cuidando das pessoas de quemsou próximo/a.

142) _______ Não há praticamente nada que eu não possa aceitar quando amoalguém.

143) _______ Sou uma boa pessoa, pois penso nos outros mais do que em mimmesma/o.

144) _______ No trabalho, normalmente sou aquela/e que se apresenta como volun-tária/o para fazer tarefas extras, ou trabalhar mais tempo.

145) _______ Por mais ocupada/o que esteja, eu sempre arranjo tempo para osoutros.

146) _______ Consigo me virar com muito pouco, porque as minha necessidadessão mínimas.

147) _______ Só me sinto feliz quando aqueles que me cercam estão felizes.

148) _______ Fico tão ocupada/o fazendo coisas para as pessoas de quem gostoque tenho muito pouco tempo para mim.

149) _______ Sempre fui aquela/e que escuta os problemas de todo o mundo.

150) _______ Fico mais à vontade dando um presente do que recebendo.

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ANEXO H. Inventário de esquemas de Young - YSQ (forma longa) 97

151) _______ As pessoas me veem fazendo demais pelos outros e pouco por mim.

152) _______ Por mais que eu dê, nunca é suficiente.

153) _______ Se faço o que quero, me sinto muito mal.

154) _______ É muito difícil para mim pedir aos outros que atendam às minhasnecessidades. ( *as)

155) _______ Tenho medo de perder o controle das minhas ações.

156) _______ Tenho medo de machucar muito as pessoas, física ou emocionalmente,caso perca o controle da minha raiva.

157) _______ Sinto que preciso controlar as minhas emoções e impulsos, ou algo deruim pode acontecer.

158) _______ Dentro de mim há muita raiva e ressentimento que eu não expresso.

159) _______ Tenho muita vergonha de demonstrar sentimentos positivos em relaçãoaos outros (por exemplo, afeição, sinais de cuidado).

160) _______ Acho embaraçoso expressar meus sentimentos para os outros.

161) _______ Tenho dificuldade em ser carinhosa/o e espontânea/o.

162) _______ Eu me controlo tanto que as pessoas acham que não sou emotiva/o.

163) _______ As pessoas me veem como emocionalmente contida/o. (*ie)

164) _______ Preciso ser a/o melhor em tudo o que faço; não consigo aceitar vir emsegundo lugar.

165) _______ Tento manter quase tudo em perfeita ordem.

166) _______ Preciso causar a melhor impressão, praticamente, o tempo todo.

167) _______ Tento fazer o melhor; não consigo aceitar o “suficientemente bom”.

168) _______ Tenho tantas coisas para fazer que quase não me sobra tempo pararelaxar de verdade.

169) _______ Quase nada é bom o bastante; sempre posso fazer melhor.

170) _______ Preciso cumprir todas as minhas responsabilidades.

171) _______ Sinto que existe uma pressão constante sobre mim para conquistar efazer coisas.

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ANEXO H. Inventário de esquemas de Young - YSQ (forma longa) 98

172) _______ Meus relacionamentos são prejudicados porque exijo demais de mim.

173) _______ Minha saúde sofre porque me pressiono demais para me sair bem.

174) _______ Muitas vezes eu sacrifico prazer e felicidade para estar à altura dosmeus padrões.

175) _______ Se cometo um erro, mereço ser criticado.

176) _______ Não consigo me soltar ou me desculpar por meus erros com facilidade.

177) _______ Sou uma pessoa muito competitiva.

178) _______ Dou muito valor a dinheiro e status.

179) _______ Tenho que ser sempre o/a “Número 1” em termos de desempe-nho. ( *pi)

180) _______ Tenho muita dificuldade em aceitar um “não” como resposta quandoquero alguma coisa de alguém.

181) _______ Geralmente me zango, ou me irrito, quando não consigo aquilo quequero.

182) _______ Sou especial e não deveria ter que aceitar muitas das restriçõesimpostas às outras pessoas.

183) _______ Detesto ser obrigada/o a fazer alguma coisa, ou impedida/o de fazer oque quero.

184) _______ Acho que não deveria ter que obedecer às regras e convençõesnormais assim como os outros.

185) _______ Sinto que aquilo que tenho a oferecer é muito mais valioso do que ascontribuições dos outros.

186) _______ Geralmente coloca as minhas necessidades acima das necessidadesdos outros.

187) _______ Muitas vezes sinto que estou tão envolvida/o com as minhas priorida-des que não tenho tempo para os amigos ou a família.

188) _______ As pessoas frequentemente me dizem que sou muito controlador/a emrelação a como as coisas devem ser feitas.

189) _______ Fico muito irritada/o quando as pessoas não fazem o que eu lhes peço.

190) _______ Não tolero que as pessoas me digam o que fazer. ( *me)

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ANEXO H. Inventário de esquemas de Young - YSQ (forma longa) 99

191) _______ Tenho grande dificuldade para deixar de beber, fumar, comer demais emodificar outros comportamentos problemáticos.

192) _______ Parece que não consigo me disciplinar e levar até o fim tarefas rotineirasou chatas.

193) _______ Muitas vezes, me permito obedecer a impulsos e expressar emoçõesque me trazem problemas ou machucam as pessoas.

194) _______ Quando não consigo atingir algum objetivo, fico facilmente frustrada/oe desisto.

195) _______ Para mim, é muito difícil sacrificar uma gratificação imediata para atingirum objetivo a longo prazo.

196) _______ Depois que começo a sentir raiva, é comum não conseguir controlá-la.

197) _______ Tendo a fazer muitas coisas em excesso, mesmo sabendo que issonão é bom para mim.

198) _______ Eu me aborreço muito facilmente.

199) _______ Quando as tarefas ficam difíceis, geralmente não consigo perseverar econcluí-las.

200) _______ Não consigo me concentrar em nada por muito tempo.

201) _______ Não consigo me obrigar a fazer coisas de que não gosto, mesmosabendo que é para o meu próprio bem.

202) _______ Perco a calma diante da ofensa mais insignificante.

203) _______ Raramente consigo cumprir minhas resoluções.

204) _______ Quase nunca deixo de mostrar às pessoas o que realmente sinto, sejaqual for o custo disso.

205) _______ Frequentemente faço, por impulso, coisas que mais tarde lamento.(*ai)

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ANEXO H. Inventário de esquemas de Young - YSQ (forma longa) 100

INTERPRETANDO O INVENTÁRIO DE ESQUEMA DE YOUNG (Forma longa,segunda edição)

Os itens do questionário estão agrupados segundo esquemas específicos. Essesagrupamentos de itens são separados por um asterisco e um código de duas letras queé uma abreviação do esquema. Por exemplo, os itens 1-9 são seguidos pela abreviação*pe, indicando que esses itens específicos avaliam o esquema de Privação Emocional.As abreviações dos 16 esquemas são:

pe – Privação Emocional

ab – Abandono

da – Desconfiança/Abuso

ia – Isolamento Social/Alienação

dv – Defectividade/Vergonha

is – Indesejabilidade Social

fr – Fracasso

di – Dependência/Incompetência

vd – Vulnerabilidade a Danos e Doenças

em – Emaranhamento

sb – Subjugação

as – Auto sacrifício

ie – Inibição Emocional

pi – Padrões Inflexíveis

me – Merecimento

ai – Autocontrole/Autodisciplina Insuficientes

__________________________________

* Desde a publicação desse inventário, o número e os nomes de algunsesquemas mudaram. Eventualmente, uma nova versão do YSQ refletirá essasmudanças.

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101

ANEXO I – Inventário de esquemas de Young - YSQ-S3 (formaabreviada)

INVENTÁRIO DE ESQUEMAS DE YOUNG — YSQ – S3

Jeffrey Young, Ph.D.

(Tradução e Adaptação de J. Pinto Gouveia, D. Rijo e M.C. Salvador, 2005, revista)

Nome___________________________________ Idade _____ Data ___________

Estado Civil __________ Grau de Instrução _______________

Profissão __________________

INSTRUÇÕES: Estão indicadas a seguir algumas afirmações que podemosutilizar quando nós queremos descrever. Por favor, leia cada uma das afirmaçõese decida até que ponto ela se aplica a si, ao longo do último ano. Quando tiverdúvidas, responda baseando-se no que sente emocionalmente e não no que pensaser verdade. Algumas das afirmações referem-se à sua relação com os seus paisou companheiro(a). Se alguma destas pessoas faleceu, por favor responda a estasquestões com base na relação que tinha anteriormente com elas. Se, atualmente, nãotem um(a) companheiro(a) mas teve relacionamentos amorosos no passado, por favorresponda com base no seu relacionamento amoroso significativo mais recente. Pararesponder até que ponto a afirmação o(a) descreve, utilize a escala de resposta abaixoindicada, escolhendo, de entre as seis respostas possíveis, aquela que melhor se ajustaao seu caso. Escreva o número da resposta no respectivo espaço em branco.

ESCALA DE RESPOSTA

1 = Completamente falso, isto é, não tem absolutamente nada a ver com o queacontece comigo

2 = Falso na maioria das vezes, isto é, não tem quase nada a ver com o queacontece comigo

3 = Ligeiramente mais verdadeiro do que falso, isto é, tem ligeiramente a ver como que acontece comigo 4 = Moderadamente verdadeiro, isto é, tem moderadamente aver com o que acontece comigo

5 = Verdadeiro a maioria das vezes, isto é, tem muito a ver com o que acontececomigo

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ANEXO I. Inventário de esquemas de Young - YSQ-S3 (forma abreviada) 102

6 = Descreve-me perfeitamente, isto é, tem tudo a ver com o que acontececomigo

1. ____Não tenho tido ninguém que cuide de mim, que partilhe comigo a suavida ou que se preocupe realmente com tudo o que me acontece.

2. ____Costumo apegar-me demasiado às pessoas que me são mais próximasporque tenho medo que elas me abandonem.

3. ____Sinto que as pessoas se vão aproveitar de mim.

4. ____Sou um(a) desajustado(a).

5. ____Nenhum homem/mulher de quem eu goste pode gostar de mim depoisde conhecer os meus defeitos ou fraquezas.

6 . ____Quase nada do que faço no trabalho (ou na escola) é tão bom como oque os outros são capazes de fazer.

7. ____Não me sinto capaz de me desenvencilhar sozinho(a) no dia-a-dia.

8. ____Não consigo deixar de sentir que alguma coisa de mal está para aconte-cer.

9. ____Não tenho sido capaz de me separar dos meus pais, tal como fazem asoutras pessoas da minha idade.

10. ____Sinto que, se fizer o que quero, só vou arranjar sarilhos.

11. ____Sou sempre eu que acabo por tomar conta das pessoas que me sãomais chegadas.

12. ____Sou demasiado controlado(a) para revelar os meus sentimentos positi-vos aos outros (por ex., afeto, mostrar que me preocupo).

13. ____Tenho que ser o(a) melhor em quase tudo o que faço; não aceito ficarem segundo lugar.

14. ____Tenho muita dificuldade em aceitar um “não” por resposta quando queroalguma coisa dos outros.

15. ____Não sou capaz de me forçar a ter disciplina suficiente para cumprirtarefas rotineiras ou aborrecidas.

16. ____Ter dinheiro e conhecer pessoas importantes faz-me sentir uma pessoacom valor.

17. ____Mesmo quando as coisas parecem estar a correr bem, sinto que isso éapenas temporário.

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ANEXO I. Inventário de esquemas de Young - YSQ-S3 (forma abreviada) 103

18. ____Se cometer um erro, mereço ser castigado.

19. ____Não tenho pessoas que me deem carinho, apoio e afeto.

20. ____Preciso tanto dos outros que me preocupo com o facto de os poderperder.

21. ____Sinto que tenho sempre que me defender na presença dos outros,senão eles magoar-me-ão intencionalmente.

22. ____Sou fundamentalmente diferente dos outros.

23. ____Ninguém que me agrade gostaria de ficar comigo depois de me conhe-cer tal como eu sou na realidade.

24. ____Sou um(a) incompetente quando se trata de atingir objetivos ou de levara cabo uma tarefa no trabalho (ou na escola).

25. ____Considero-me uma pessoa dependente relativamente ao que tenhoque fazer no dia-a-dia.

26. ____Sinto que uma desgraça (natural, criminal, financeira ou médica) podeatingir-me a qualquer momento.

27. ____Eu e os meus pais temos tendência a envolvermo-nos demasiado navida e nos problemas uns dos outros.

28. ____Sinto que não tenho outro remédio senão ceder à vontade dos outros,caso contrário, eles irão retaliar, zangar-se ou rejeitar-me de alguma maneira.

29. ____Sou uma boa pessoa porque penso mais nos outros do que em mim.

30. ____Considero embaraçoso exprimir os meus sentimentos aos outros.

31. ____Esforço-me por fazer o melhor; não me contento com ser suficiente-mente bom.

32. ____Sou especial e não devia ser obrigado(a) a aceitar muitas das restriçõesou limitações que são impostas aos outros.

33. ____Se não consigo atingir um objetivo, fico facilmente frustrado(a) e desisto.

34. ____Aquilo que consigo alcançar tem mais valor para mim se for algo emque os outros reparem.

35. ____Se algo de bom acontecer, preocupa-me que esteja para aconteceralgo de mau a seguir.

36. ____Se não me esforçar ao máximo, é de esperar que as coisas corram mal.

37. ____Tenho sentido que não sou uma pessoa especial para ninguém.

38. ____Preocupa-me que as pessoas a que estou ligado(a) me deixem ou me

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ANEXO I. Inventário de esquemas de Young - YSQ-S3 (forma abreviada) 104

abandonem.

39. ____Mais tarde ou mais cedo, acabarei por ser traído(a) por alguém.

40. ____Sinto que não pertenço a grupo nenhum; sou um solitário.

41. ____Não tenho valor suficiente para merecer o amor, a atenção e o respeitodos outros.

42. ____A maioria das pessoas tem mais capacidades do que eu no que dizrespeito ao trabalho (ou à escola).

43. ____Tenho falta de bom senso.

44. ____Preocupa-me poder ser fisicamente agredido por alguém.

45. ____É muito difícil, para mim e para os meus pais, termos segredos íntimosque não contamos uns aos outros, sem nos sentirmos traídos ou culpados por isso.

46. ____Nas minhas relações com os outros deixo que eles me dominem.

47. ____Estou tão ocupado(a) a fazer coisas para as pessoas de quem gostoque tenho pouco tempo para mim.

48. ____Para mim é difícil ser caloroso(a) e espontâneo(a) com os outros.

49. ____Devo de estar à altura de todas as minhas responsabilidades e funções.

50. ____Detesto ser reprimido(a) ou impedido(a) de fazer o que quero.

51. ____Tenho muita dificuldade em abdicar de uma recompensa ou prazerimediato, a favor de um objetivo a longo prazo.

52. ____Sinto-me pouco importante, a não ser que receba muita atenção dosoutros.

53. ____Todo o cuidado é pouco; quase sempre alguma coisa corre mal.

54. ____Se não fizer bem o que me compete, mereço sofrer as consequências.

55.____Não tenho tido ninguém que me ouça atentamente, que me compreendaou que perceba os meus verdadeiros sentimentos e necessidades.

56. ____Quando sinto que alguém de quem eu gosto se está a afastar de mim,sinto-me desesperado.

57. ____Sou bastante desconfiado quanto às intenções das outras pessoas.

58. ____Sinto-me afastado(a) ou desligado dos outros.

59. ____Sinto que nunca poderei ser amado por alguém.

60. ____Não sou tão talentoso(a) no trabalho como a maioria das pessoas.

61. ____Não se pode confiar no meu julgamento em situações do dia-a-dia.

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ANEXO I. Inventário de esquemas de Young - YSQ-S3 (forma abreviada) 105

62. ____Preocupa-me poder perder todo o dinheiro que tenho e ficar muitopobre ou na miséria.

63. ____Sinto frequentemente que é como se os meus pais vivessem atravésde mim — não tenho uma vida própria.

64. ____Sempre deixei que os outros escolhessem por mim; por isso, não seirealmente aquilo que quero para mim.

65. ____Tenho sido sempre eu quem ouve os problemas dos outros.

66. ____Controlo-me tanto que as pessoas pensam que não tenho sentimentosou que tenho um coração de pedra.

67. ____Sinto sobre mim uma pressão constante para fazer coisas e atingirobjetivos.

68. ____Sinto que não devia ter que seguir as regras e convenções habituaisque as outras pessoas têm que seguir.

69. ____Não me consigo obrigar a fazer coisas de que não gosto, mesmoquando sei que é para o meu bem.

70. ____Quando faço uma intervenção numa reunião ou quando sou apresen-tado a alguém num grupo, é importante para mim obter reconhecimento e admiração.

71. ____Por muito que trabalhe, preocupa-me poder ficar na miséria e perderquase tudo o que possuo.

72. ____Não interessa porque é que cometi um erro; quando faço algo errado,há que pagar as consequências.

73. ____Não tenho tido uma pessoa forte ou sensata para me dar bons conse-lhos e me dizer o que fazer quando não tenho a certeza da atitude que devo tomar.

74. ____Por vezes, a preocupação que tenho com o facto de as pessoas mepoderem deixar é tão grande, que acabo por as afastar.

75. ____Estou habitualmente à procura de segundas intenções ou do verdadeiromotivo por detrás do comportamento dos outros.

76. ____Em grupo, sinto sempre que estou de fora.

77. ____ Sou demasiado inaceitável para me poder mostrar tal como sou àsoutras pessoas ou para deixar que me conheçam bem.

78. ____No que diz respeito ao trabalho (ou à escola) não sou tão inteligentecomo a maior parte das pessoas.

79. ____Não tenho confiança nas minhas capacidades para resolver problemasque surjam no dia-a-dia.

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ANEXO I. Inventário de esquemas de Young - YSQ-S3 (forma abreviada) 106

80. ____Preocupa-me poder estar a desenvolver uma doença grave, ainda quenão tenha sido diagnosticado nada de grave pelo médico.

81. ____ Sinto frequentemente que não tenho uma identidade separada da dosmeus pais ou companheiro(a).

82. ____Tenho imenso trabalho para conseguir que os meus sentimentos sejamtidos em consideração e os meus direitos sejam respeitados.

83. ____ As outras pessoas consideram que faço muito pelos outros e não façoo suficiente por mim.

84. ____ As pessoas acham que tenho dificuldade em exprimir o que sinto.

85. ____ Não posso descuidar as minhas obrigações de forma leviana, nemdesculpar-me pelos meus erros

86. ____ Sinto que o que tenho para oferecer tem mais valor do que aquilo queos outros têm para dar.

87. ____ Raramente tenho sido capaz de levar as minhas decisões até ao fim.

88. ____ Receber muitos elogios dos outros faz-me sentir uma pessoa que temvalor.

89. ____ Preocupa-me que uma decisão errada possa provocar uma catástrofe.

90. ____ Sou uma pessoa má que merece ser castigada.

© 2005 Jeffrey Young, Ph. D. Special thanks to Gary Brown, Ph.D., Scott Kellogg,Ph.D., Glenn Waller

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ANEXO I. Inventário de esquemas de Young - YSQ-S3 (forma abreviada) 107

YSQ-S3

Grade de pontuação

Jeffrey Young, Ph.D.

(Versão portuguesa de D. Rijo. 2006)

Nome ____________________________________ Data _____________

Privação Emocional

1___ 19___ 37___ 55___ 73___ Total___ Média___

Abandono

2___ 20___ 38___ 56___ 74___ Total___ Média___

Desconfiança! Abuso

3___ 21___ 39___ 57___ 75___ Total___ Média___

Isolamento Social! Alienação

4___ 22___ 40___ 58___ 76___ Total___ Média___

Defeito/Impossibilidade de ser amado

5___ 23___ 41___ 59___ 77___ Total___ Média___

Fracasso

6___ 24___ 42___ 60___ 78___ Total___ Média___

Dependência/Incompetência funcional

7___ 25___ 43___ 61___ 79___ Total___ Média____

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ANEXO I. Inventário de esquemas de Young - YSQ-S3 (forma abreviada) 108

Vulnerabilidade ao Mal e à Doença

8___ 26___ 44___ 62___ 80___ Total___ Média____

Emaranhamento

9___ 27___ 45___ 63___ 81___ Total___ Média___

Subjugação

10___ 28___ 46___ 64___ 82___ Total___ Média___

Auto-Sacrifício

11___ 29___ 47___ 65___ 83___ Total___ Média___

Inibição Emocional

12___ 30___ 48___ 66___ 84___ Total___ Média___

Padrões excessivos/rígidos de realização

13___ 31___ 49___ 67___ 85___ Total___ Média___

Grandiosidade/Superioridade

14___ 32___ 50___ 68___ 86___ Total___ Média___

Autocontrole e autodisciplina insuficientes

15___ 33___ 51___ 69___ 87___ Total___ Média___

Busca de Aprovação/Reconhecimento

16___ 34___ 52___ 70___ 88___ Total___ Média___

Negativismo/Pessimismo

17___ 35___ 53___ 71___ 89___ Total___ Média___

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ANEXO I. Inventário de esquemas de Young - YSQ-S3 (forma abreviada) 109

Autopunição

18___ 36___ 54___ 72___ 90___ Total___ Média___

Pontuação total do YSQ:_________________________________

©2005 Jeffrey Young, Ph.D. Agradeço especialmente a Gary Brown, Ph.D., ScottKellogg, Ph.D., Glenn Waller, Ph.D., e os muitos outros terapeutas e pesquisadoresque contribuíram com temas e feedback para o desenvolvimento do YSQ. É proibidaa reprodução não autorizada sem a permissão por escrito do autor. Para maioresinformações, escreva para: Schema Therapy Institute, 36 West 44th St., Ste. 1007 -New York, NY. 10036.

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110

ANEXO J – Inventário de evitação de Young - RYGH (YRAI-1)

INVENTÁRIO DE EVITAÇÃO DE YOUNG – RYGH (YRAI – 1)

(J. Young & J. Rygh, 1994)

(Tradução e Adaptação de J. Pinto Gouveia, L. Fonseca & M.C. Salvador, 1996, 2003)

CINEICC - Centro de Investigação do Núcleo de Estudos e IntervençãoCognitivo-Comportamental; Universidade de Coimbra

Nome____________________________________ Idade _________

Data __________________ Estado Civil ________________

Grau de Instrução ________________ Profissão _________________________

INSTRUÇÕES: Estão indicadas a seguir algumas afirmações que podemosutilizar quando nós queremos descrever. Por favor, leia cada uma das afirmações edecida até que ponto ela o/a descreve a si. Para responder até que ponto a afirmaçãoo descreve, utilize a escala de resposta abaixo indicada, escolhendo, de entre as seisrespostas possíveis, aquela que melhor se ajusta ao seu caso, colocando depois onúmero dessa resposta no respectivo espaço em branco.

ESCALA DE RESPOSTA

1 = Completamente falso, isto é, não tem absolutamente nada a ver com o queacontece comigo

2 = Falso na maioria das vezes, isto é, não tem quase nada a ver com o queacontece comigo

3 = Ligeiramente mais verdadeiro do que falso, isto é, tem ligeiramente a vercom o que acontece comigo

4 = Moderadamente verdadeiro, isto é, tem moderadamente a ver com o queacontece comigo

5 = Verdadeiro a maioria das vezes, isto é, tem muito a ver com o que acontececomigo

6 = Descreve-me perfeitamente, isto é, tem tudo a ver com o que acontececomigo

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ANEXO J. Inventário de evitação de Young - RYGH (YRAI-1) 111

EXEMPLO:

A: 4 Tento não pensar em coisas que me aborrecem.

1.____ Tento não pensar em coisas que me perturbam.

2.____ Bebo álcool para me acalmar.

3.____ Sinto-me feliz a maior parte do tempo.

4.___ Raramente me sinto triste ou neura.

5.____ Valorizo mais as razões do que as emoções (guio-me mais pela cabeçaque pelo coração).

6.____ Acredito que não devo ficar zangado(a), mesmo com pessoas de quemnão gosto.

7.____ Uso drogas para me sentir melhor.

8.____ Não sinto grande coisa quando recordo a minha infância.

9.____ Fumo quando estou aborrecido(a).

10.____ Sofro de problemas gastrointestinais (p. ex. indigestão, úlcera, colite,etc).

11.____ Sinto-me entorpecido(a).

12.____ Tenho muitas vezes dores de cabeça.

13.____Isolo-me quando estou zangado(a).

14.____Não tenho tanta energia como a maioria das pessoas da minha idade.

15.____Sofro de dores musculares.

16.____Vejo muita TV quando estou sozinho(a).

17.____ Acredito que se deve usar a cabeça para controlar as emoções.

18.____Não consigo antipatizar fortemente com ninguém.

19.____ A minha filosofia quando alguma coisa corre mal é pô-la o mais rapida-mente para trás das costas e seguir em frente.

20.____Afasto-me das pessoas quando me sinto magoado(a).

21.____Não me lembro de grande coisa acerca da minha infância.

22.____Faço sestas ou durmo bastante durante o dia.

23.____Sinto-me melhor quando ando de um lado par o outro; não gosto deestar muito tempo parado(a).

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ANEXO J. Inventário de evitação de Young - RYGH (YRAI-1) 112

24.____Procuro estar sempre ocupado(a) para não me sentir aborrecido(a).

25.____Passo a maior parte do tempo a sonhar acordado(a).

26.____Quando estou aborrecido(a), como para me sentir melhor.

27.____Tento não pensar acerca de memórias dolorosas do meu passado.

28.____Sinto-me melhor se me mantiver constantemente ocupado(a), sem termuito tempo para pensar.

29.____Tive uma infância muito feliz.

30.____Isolo-me quando estou triste.

31.____As pessoas dizem que pareço uma avestruz com a cabeça debaixo daareia (por outras palavras, tento não pensar em coisas que me desagradam)

32.____Tenho tendência a não pensar sobre as minhas perdas ou desaponta-mentos.

33.____ Mesmo quando a situação parece justificar emoções fortes, muitasvezes não sinto nada.

34.____Sou uma pessoa com sorte por ter tido uns pais tão bons.

35.____A maior parte do tempo, procuro viver a minha vida sem grandes emo-ções.

36.____Muitas vezes compro coisas que não preciso, para levantar o ânimo.

37.____Tento não me meter em situações difíceis ou que me fazem sentirdesconfortável.

38.____Sinto-me fisicamente doente quando as coisas não me correm bem.

39.____Quando as pessoas me abandonam ou morrem, não me perturbo muito.

40.____Não me preocupo com o que os outros pensam de mim.

COPYRIGHT 1994 Jeffrey Young, Ph. D., and Jayne Rygh, Ph. D. Unautho-rized reproduction without written consent of the authors is prohibited. For moreinformation, write: Schema Therapy Institute, 120 East 56th St., Ste. 530, NewYork, NY 10022

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113

ANEXO K – Inventário de estilos parentais

INVENTÁRIO DE ESTILOS PARENTAIS

Desenvolvido pôr Jeffrey Young (Traduzido e adaptado pôr M. C. Salvador. D. Rijo e J.Pinto Gouveia)

Nome___________________________________________________

Data_______________________

INSTRUÇÕES: Estão indicadas a seguir algumas afirmações que pode utilizarpara descrever os seus pais. Pôr favor, leia cada uma das afirmações e decida até queponto ela os descreve. Escolha, entre as seis respostas possíveis, aquela que melhordescreve a sua mãe e o seu pai, quando você era criança, colocando o respectivonúmero no espaço em branco. Caso um dos seus pais tenha sido substituído pôr outrapessoa, responda tendo em conta essa pessoa. Se não teve pai ou mãe, deixe a colunacorrespondente em branco.

ESCALA DE RESPOSTA

1= Completamente falso/ Não tem absolutamente nada a ver com o que aconte-cia comigo

2= Falso na maioria das vezes/ Não tem quase nada a ver com o que aconteciacomigo

3= Ligeiramente mais verdadeiro do que falso/Tem ligeiramente a ver com o queacontecia comigo

4= Moderadamente verdadeiro/ Tem moderadamente a ver com o que aconteciacomigo

5= Verdadeiro a maioria das vezes/ Tem muito a ver com o que aconteceucomigo

6= Descreve-a (o) perfeitamente/ Tem tudo a ver com o que acontecia comigo

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ANEXO K. Inventário de estilos parentais 114

MÃE PAI DESCRIÇÃO

_____ _____ 1. Gostava de mim e tratava-me como uma pessoa especial.

_____ _____ 2. Prestava-me atenção, passando bastante tempo comigo.

_____ _____ 3. Dava-me conselhos e orientações úteis.

_____ _____ 4. Ouvia-me, compreendia-me e partilhava sentimentos comigo.

_____ _____ 5. Era calorosa(o) e fisicamente afetuosa(o).

*pe

_____ _____ 6. Morreu ou abandonou a casa permanentemente quando euera criança.

_____ _____ 7. Tinha mau humor, era imprevisível ou era alcoólica(o).

_____ _____ 8. Preferia os meus irmãos a mim.

_____ _____ 9. Isolava-se ou deixava-me sozinho(a) pôr longos períodos detempo.

*ab

_____ _____ 10. Mentia-me, enganava-me ou traía-me.

_____ _____ 11. Abusava física, emocional ou sexualmente de mim.

_____ _____ 12. Usava-me para satisfazer as suas necessidades emocio-nais.

_____ _____ 13. Parecia ter prazer em magoar os outros.

*da

_____ _____ 14. Preocupava-se excessivamente com o fato de eu poderme magoar.

_____ _____ 15. Preocupava-se excessivamente com o fato de eu poderficar doente.

_____ _____ 16. Era uma pessoa medrosa ou fóbica.

_____ _____ 17. Era superprotetor(a).

*vu

______ _____ 18. Fazia-me sentir que eu não podia confiar nas minhasdecisões nem opiniões.

_____ _____ 19. Fazia as coisas pôr mim em vez de me deixar tentar faze-lassozinho (a).

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ANEXO K. Inventário de estilos parentais 115

_____ _____ 20. Tratava-me como se eu fosse mais novo(a) do que realmenteera.

*di

_____ _____ 21. Criticava-me bastante.

_____ _____ 22. Não me fazia sentir amado(a) ou fazia-me sentir rejeitado(a).

_____ _____ 23. Tratava-me como se houvesse algo errado comigo

_____ _____ 24. Fazia-me ter vergonha de mim próprio(a) em aspectosimportantes.

*dv

_____ _____ 25. Nunca me ensinou a ter disciplina suficiente para serbem-sucedido(a) na escola.

_____ _____ 26. Tratava-me como se eu fosse estúpido(a) ou não tivessejeito para nada.

_____ _____ 27. No fundo não queria que eu fosse bem sucedido(a).

_____ _____ 28. Esperava que eu fosse um fracasso na vida.

*fr

_____ _____ 29. Tratava-me como se as minhas opiniões ou desejos nãocontassem.

_____ _____ 30. Fazia o que queria, independentemente das minhasnecessidades.

_____ _____ 31. Controlava tanto minha vida que eu tinha pouca liberdadede escolha.

_____ _____ 32. Tudo tinha que ser como ela(e) queria.

*sb

_____ _____ 33. Sacrificava as suas necessidades para o bem da família.

_____ _____ 34. Era incapaz de lidar com a maior parte das responsabilidadesdiárias, de maneira que eu tinha que fazer mais que a minha parte.

_____ _____ 35. Era bastante infeliz e apoiava-se em mim para a (o) confortare compreender.

_____ _____ 36. Fazia-me sentir que eu era forte e que devia cuidar dosoutros.

*as

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ANEXO K. Inventário de estilos parentais 116

_____ _____ 37. Tinha expectativas muito elevadas em relação a si própria(o).

_____ _____ 38. Esperava que eu fizesse sempre o meu melhor.

_____ _____ 39. Era perfeccionista em muitas áreas; as coisas tinham queser daquela maneira e não doutra.

_____ _____ 40. Fazia-me sentir que quase nada do que eu fazia era suficien-temente bom.

_____ _____ 41. Tinha regras rígidas e estritas acerca do que era correto edo que era errado.

_____ _____ 42. Ficava impaciente se as coisas não fossem feitas da formaadequada ou suficientemente rápida.

_____ _____ 43. Dava mais importância ao fazer as coisas bem do que aodivertir-se ou relaxar.

*pr

______ _____ 44. Estragou-me com mimos ou era demasiado indulgente emmuitos aspectos.

_____ _____ 45. Fazia-me sentir que eu era especial, melhor que a maioriadas outras pessoas.

_____ _____ 46. Era exigente, esperava que as coisas corressem à suamaneira.

_____ ______47. Não me ensinou que eu tinha responsabilidades para comos outros.

*gr

_____ _____ 48. Forneceu-me muito pouca disciplina ou limites.

_____ _____ 49. Estabeleceu-me poucas regras ou responsabilidades.

_____ _____ 50. Permitia-me ficar muito zangado(a) ou perder o controle.

_____ _____ 51. Era uma pessoa indisciplinada.

*ai

_____ _____ 52. Éramos tão chegados que nos compreendíamos um ao outrode uma maneira quase perfeita.

_____ _____ 53. Eu sentia que não tinha individualidade suficiente, não mesentindo eu próprio separado dela(e).

_____ _____ 54. Ao longo do meu crescimento, tinha a sensação que não

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ANEXO K. Inventário de estilos parentais 117

tinha o meu próprio sentido de orientação e tal forma estava ligado a ela (e).

_____ _____ 55. Eu sentia que nos magoaríamos um ao outro se algum denós se afastasse do outro.

*ei

_____ _____ 56. Preocupava-me muito com os problemas financeiros dafamília.

_____ _____ 57. Fazia-me sentir que se eu cometesse um erro, mesmo quepequeno, algo de mal poderia acontecer.

_____ _____ 58. Tinha uma perspectiva pessimista, esperava frequentementeo pior resultado.

_____ _____ 59. Focava-se nos aspectos negativos da vida ou nas coisas queestavam a correr mal.

*n/ve

_____ _____ 60. Tinha que ter tudo sob controle.

_____ _____ 61. Sentia-se desconfortável ao exprimir afeto ou vulnerabili-dade.

_____ _____ 62. Era estruturada(o) e organizada(o), preferia o que era habituala mudança.

_____ _____ 63. Raramente expressava raiva.

_____ _____ 64. Era reservada(o), raramente discutia os seus sentimen-tos.

*ie

_____ _____ 65. Zangar-se-ia ou seria bastante crítica(o) se eu fizesse algoerrado.

_____ _____ 66. Punir-me-ia se eu fizesse algo errado.

_____ _____ 67. Chamar-me-ia nomes (como pôr exemplo “estúpido” ou“idiota”) se eu cometesse algum erro.

_____ _____68. Culpava as pessoas quando as coisas corriam mal.

*pu

_____ _____ 69. Preocupava-se com as aparências e o status social.

_____ _____ 70. Dava muita importância ao sucesso e a competição.

_____ _____ 71. Preocupava-se com o que os outros pensariam dela(e) pôrcausa do meu comportamento.

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ANEXO K. Inventário de estilos parentais 118

_____ _____ 72. Parecia dar-me mais atenção quando eu sobressaía.

*par

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Legenda das Siglas dos Esquemas Iniciais Desadaptativos do Inventá-rio de Estilos Parentais

*pe: Privação Emocional (nesses itens, os resultados mais baixos são maissignificativos)

*ab: Abandono

*da: Desconfiança/abuso

*vu: Vulnerabilidade

*di: Dependência/incompetência

*dv: Defectividade/vergonha

*fr: Fracasso

*sb: Subjugação

*pr: Padrões inflexíveis

*gr: Grandiosidade/arrogo

*ai: Autodisciplina e autocontrole insuficientes

*ei: Emaranhamento

*n/ve: Negativismo

*ie: Inibição emocional

*pu: postura punitiva

*par: Busca de Aprovação

Observação importante: Os itens referentes ao esquema de provação emocionalsão os únicos em que os escores mais baixos devem ser considerados como maissignificativos.

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119

ANEXO L – Inventário de compensação de Young - YCI-1

INVENTÁRIO DE COMPENSAÇÃO - YCI - 1

(J. Young & J. Rygh)

(Tradução e Adaptação de J. Pinto Gouveia, L. Fonseca & M.C. Salvador, 1996, 2003)CINEICC - Centro de Investigação do Núcleo de Estudos e Intervenção

Cognitivo-Comportamental; Universidade de Coimbra

Nome________________________________________ Idade ____________

Data ___________________ Estado Civil ___________________________

Grau de Instrução ________________ Profissão ______________________

INSTRUÇÕES: Estão indicadas a seguir algumas afirmações que podemosutilizar quando nós queremos descrever. Por favor, leia cada uma das afirmações edecida até que ponto ela o/a descreve a si. Para responder até que ponto a afirmaçãoo descreve, utilize a escala de resposta abaixo indicada, escolhendo, de entre as seisrespostas possíveis, aquela que melhor se ajusta ao seu caso, colocando depois onúmero dessa resposta no respectivo espaço em branco.

ESCALA DE RESPOSTA:

1 = Completamente falso, isto é, não tem absolutamente nada a ver com o queacontece comigo

2 = Falso na maioria das vezes, isto é, não tem quase nada a ver com o queacontece comigo

3 = Ligeiramente mais verdadeiro do que falso, isto é, tem ligeiramente a vercom o que acontece comigo

4 = Moderadamente verdadeiro, isto é, tem moderadamente a ver com o queacontece comigo

5 = Verdadeiro a maioria das vezes, isto é, tem muito a ver com o que acontececomigo

6 = Descreve-me perfeitamente, isto é, tem tudo a ver com o que acontececomigo

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ANEXO L. Inventário de compensação de Young - YCI-1 120

EXEMPLO:

(de quem eu gosto)

A) __ 4__ Preocupo-me com o facto de as pessoas poderem não gostar de mim.

1.____Descarrego as minhas frustrações nas pessoas que me rodeiam.

2.____Muitas vezes culpo os outros quando as coisas correm mal.

3.____Mostro-me muito zangado(a) quando as pessoas me desiludem ou metraem.

4.____Quando fico ofendido, não descanso enquanto não me vingar.

5.____Quando alguém me critica ponho-me logo à defesa.

6.____É importante que os outros admirem aquilo que eu faço.

7.____Os sinais visíveis de sucesso (p. ex., carros caros, roupas, casa) sãoimportantes para mim.

8.____Trabalho muito para estar entre os melhores ou os mais bem-sucedidos.

9.____É importante para mim ser popular.

10.____Muitas vezes tenho fantasias de sucesso, fama, riqueza, poder oupopularidade.

11.____Gosto de ser o centro das atenções.

12.____Sou mais sedutor do que a média das pessoas.

13.____Esforço-me muito para ter a minha vida em ordem (p. ex., organização,estrutura, planificação, rotina).

14.____Esforço-me muito para que as coisas não corram mal.

15.____Quando tenho que tomar decisões, torturo-me com medo de errar.

16.____Sou muito controlador sobre as pessoas que me rodeiam.

17.____Gosto de estar numa posição em que tenha controle ou autoridadesobre as pessoas que me rodeiam.

18.____Não gosto que me digam o que tenho que fazer.

19.____Custa-me muito aceitar soluções de compromisso ou ceder.

20.____Não gosto de depender de ninguém.

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ANEXO L. Inventário de compensação de Young - YCI-1 121

21.____Para mim, é crucial que eu tome as minhas próprias decisões e sejaindependente.

22.____Tenho dificuldade em “assentar” ou em comprometer-me com uma sópessoa.

23.____Gosto de trabalhar por conta própria, para ter liberdade de fazer o queeu quero.

24.____Não gosto de me sentir preso(a) a um único emprego ou carreira; gostode manter as minhas opções em aberto.

25.____Habitualmente coloco as minhas necessidades à frente das dos outros.

26.____ Sou muitas vezes exigente com os outros porque gosto que tudo esteja“muito certinho”.

27.____Tenho que fazer como os outros e pensar primeiro em mim.

28.____Para mim, é muito importante que o meu ambiente seja confortável (p.ex: temperatura, luz, mobiliário).

29.____Considero-me um(a) rebelde/revoltado(a); muitas vezes vou contra aautoridade estabelecida.

30.____Não gosto de regras e obtenho satisfação quebrando-as.

31.____Gosto de não ser convencional, mesmo que isso seja pouco popular ouque faça com que seja posto de parte.

32.____Não procuro ter sucesso de acordo com as normas sociais (p. ex.,riqueza, realização, popularidade).

33.____Sempre me destaquei pela diferença; nunca fui atrás dos outros.

34.____Sou uma pessoa muito reservada; não gosto que as pessoas saibammuito acerca da minha vida privada ou sentimentos.

35.____Tento sempre parecer forte, mesmo quando me sinto vulnerável ouinseguro(a).

36.____Às vezes sou muito possessivo(a) ou agarrado(a) às pessoas queestimo.

37.____Sou frequentemente manipulativo(a) para conseguir os meus objetivos.

38.____Muitas vezes prefiro formas indiretas de obter o que quero, em vez depedir diretamente.

39.____ Mantenho os outros à distância, só os deixando conhecer de mim oque eu quero.

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ANEXO L. Inventário de compensação de Young - YCI-1 122

40.____Sou uma pessoa extremamente crítica.

41.____Sinto uma grande pressão para atingir os padrões ou responsabilidadesque me imponho.

42.____Muitas vezes não tenho tacto ou sensibilidade ao expressar-me.

43.____Tento ser sempre optimista; não me deixo “ir abaixo”.

44.____Acredito que é importante mostrar “uma cara feliz”, independentementedo que eu sinto interiormente.

45.____Muitas vezes sinto inveja ou frustração quando os outros têm maissucesso ou obtêm mais atenção do que eu.

46.____Esforço-me para ter a certeza que recebo o que me é devido e que nãome enganam.

47.____Procuro ser mais esperto do que os outros para que eles não se apro-veitem de mim ou não me magoem.

48.____Sei exatamente o que hei de dizer ou fazer para que os outros gostemde mim (p. ex., lisonjear, dizer o que elas querem ouvir).

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123

ANEXO M – Inventário de modos de esquemas

INVENTÁRIO DE MODOS DE ESQUEMAS - YAMI-PM 2

Jeffrey Young, Ph.D., et.al.

INSTRUÇÕES: Abaixo estão listadas frases que as pessoas podem usar parade descrever. Para cada item, por favor, classifique com que frequência você acreditouou sentiu cada uma das frases durante o último mês, usando a escala de 6 pontosabaixo.

Com que frequência você sentiu isso no último mês?

1 = Nunca ou Quase Nunca

2 = Raramente

3 = Às Vezes

4 = Muitas Vezes

5 = Grande Parte do Tempo

6 = Quase o tempo todo

Com quefrequencia

No último mês. . .

1. Eu me sinto entendiado(a).

2. Eu me sinto vazio(a).

3. Eu me sinto anestesiado(a).

4. Eu me sinto desinteressado(a).

5. Eu me sinto insosso(a).

6. Eu me sinto “no ar”.

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ANEXO M. Inventário de modos de esquemas 124

Com quefrequen-

ciaNo último mês. . .

7. Não ligo para nada: nada importa para mim.

8. Eu me sinto indiferente.

9. Não sinto nada.

10. Eu me sinto fora de mim mesmo(a) ou arrancado(a) de mimmesmo(a).

11. Não me sinto conectado(a) a outras pessoas.

12. Não quero me envolver com pessoas.

13. Eu me sinto distante das outras pessoas.

14. Eu me sinto frio(a) em relação às outras pessoas.

15. Quero ficar sozinho(a).

16. É melhor não me aproximar ou me sentir apegado(a) a outraspessoas.

17. Não sei o que eu quero ou preciso.

18. Não quero sentir nada.

19. Se eu me permitir sentir minhas emoções posso perder ocontrole.

20. Melhor não expressar minhas necessidades, sentimentos ouopiniões para os outros.

21. Tenho impulsos de me ferir (por ex., me cortar) assim não vousentir emoções perturbadoras.

22. Estou com vontade de usar dogas ou álccol para anestesiarmeus sentimentos.

23. Queria fazer alguma coisa excitante ou relaxante para evitarmeus sentimentos (ex., trabalhar, jogar cartas, comer, fazer compras,atividades sexuais, assistir TV).

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ANEXO M. Inventário de modos de esquemas 125

Com quefrequen-

ciaNo último mês. . .

24. Não quero pensar nos meus problemas porque eles meaborrecem.

25. Quero me distrair dos pensamentos e sentimentosperturbadores.

ProtDes

26. Eu me sinto solitário(a).

27. Sinto que ninguém me ama.

28. Sinto que não sou digno(a) de ser amado(a).

29. Eu me sinto fundamentalmente inadequado(a), inútil ou cheio(a)de defeitos.

30. Eu me sinto fraco(a) e desamparado(a).

31. Eu me sinto triste.

32. Eu me sinto perdido(a).

33. Eu me sinto carente.

34. Eu me sinto desesperado(a).

35. Eu me sinto deixado(a) de fora ou excluído.

36. Eu me sinto sem esperanças.

37. Eu me sinto amedrontado(a), assustando(a) ou ansioso(a).

38. Fico preocupado(a) que as pessoas me abandonem ou morram.

39. Fico preocupado(a) que as pessoas me magoem, abusem demim ou me castiguem.

40. Tenho medo das pessoas.

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ANEXO M. Inventário de modos de esquemas 126

Com quefrequen-

ciaNo último mês. . .

41. Queria ter alguém para me abraçar ou estar perto de mim.

42. Queria ter alguém com quem me sentisse conectado(a).

43. Não tem ninguém que realmente me escute ou me entenda.

44. Fico preocupado(a) que alguma coisa ruim me aconteça.

45. Fico preocupado(a) que pessoas riam de mim ou me humilhem.

46. Preciso que outras pessoas restaurem minha confiança muitasvezes.

47. Queria ter alguém que me sustentasse e me protegesse.

48. Eu me sinto envergonhado.

CrVul

49. Estou com raiva de mim mesmo(a).

50. Eu sou uma pessoa ruim.

51. Não consigo me perdoar.

52. Estou com raiva de mim mesmo(a) por ser fraco(a).

53. Tenho um impulso de me castigar me ferindo (por ex., mecortando).

54. Eu mereço ser castigado(a).

55. Estou com vontaade de castigar alguém por ter feito algo errado.

56. Estou com raiva de mim mesmo(a) por se sentir carente.

57. Nego qualquer prazer em mim mesmo(a), pois não mereço terprazer.

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ANEXO M. Inventário de modos de esquemas 127

Com quefrequen-

ciaNo último mês. . .

58. Serei mau se expressar minhas necessidades, sentimentos ouopiniões para outras pessoas.

59. Serei mau se ficar bravo(a) com outras pessoas.

60. É minha culpa quando algo ruim acontece.

61. Minhas necessidades ou sentimentos são errados.

62. Não mereço solidariedade quando algo de ruim acontececomigo.

63. Eu me sinto culpado(a).

64. Eu me odeio ou me desprezo.

65. Não me permito fazer coisas prazerosos que outras pessoasfazem, pois sou mau(a).

66. Sou egoísta.

67. Sou preguiçoso(a).

68. Sou burro (a).

69. Estou pensando nos erros que cometi e estou com raiva de mimmesmo(a).

70. Existem pessoas que me magoaram, mas não consigo “perdoare esquecer”.

71. Não importa por que cometi um erro; quando faço algo errado,tenho que pagar o preço.

72. Fico aborrecido(a) quando acho que alguém “livrou a cara” muitofacilmente.

73. Fico com raiva quando as pessoas ficam procurando desculpasou culpam outras pessoas por seus prolemas.

Ppun

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ANEXO M. Inventário de modos de esquemas 128

Com quefrequen-

ciaNo último mês. . .

74. Estou furioso(a) com alguém.

75. Estou com raiva de alguém por me deixar sozinho(a) ou meaborrecer.

76. Estou com vontade de bater em alguém ou ferí-la pelo que fezcomigo.

77. Fui traído(a) ou tratado(a) de maneira injusta.

78. Tenho muita raiva dentro de mim e tenho que liberar.

79. Fui traído(a) ou tratado(a) de maneira injusta.

80. Fico com raiva quando alguém me diz como devo me sentir oume comportar.

81. Estou com raiva porque as pessoas estão tentando tirar minhaliberdade ou independência.

82. Eu me sinto frustrado(a) por outras pessoas.

83. Estou com vontade de repreender pessoas por causa do jeitoque me tratam.

84. Minha raiva parece fora de controle.

85. Sinto impulsos violentos contra outras pessoas que memagoaram.

CrZan

86. Consigo expressar meus sentimentos espontaneamentequando isso é apropriado.

87. Eu me permito sentir o prazer da vida e das coisas boas paramim mesmo(a).

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ANEXO M. Inventário de modos de esquemas 129

Com quefrequen-

ciaNo último mês. . .

88. Eu mereço coisas boas tanto quanto as outras pessoas.

89. Eu aceito minhas próprias limitações de outras pessoas semsentir raiva ou ficar frustrado(a).

90. Eu consigo resolver problemas de maneira racional sem deixarque minhas emoções me dominem.

91. Tenho bom controle das minhas emoções, inclusive raiva.

92. Eu enfrento os meus problemas em vez de evitá-los.

93. Eu consigo pedir a outras pessoas para satisfazer masminhas necessidades.

94. Tenho o direito de expressar minhas opiniões.

95. Sou capaz de cuidar de mim mesmo(a).

96. Eu consigo discutir meus sentimentos com outras pessoas.

97.Eu aceito ajuda quando não consigo resolver um problema.

98. Tenho relacionamentos saudáveis com amigos e outras pessoasque conheço.

99. Faço as coisas que gosto de fazer, e não apenas as que tenhoque fazer.

100. Quando há problemas, tento muito resolvê-los.

101. Sei quando expressar ou não minhas emoções.

102. Eu reivindico o que preciso sem passar dos limites.

103. Na maior parte gosto de mim e me aceito como sou.

104. Tenho uma boa noção de quem eu sou e do que preciso paraser feliz.

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ANEXO M. Inventário de modos de esquemas 130

Com quefrequen-

ciaNo último mês. . .

105. Eu consigo me defender quando me sinto criticado(a)injustamente ou quando abusam ou se aproveitam de mim.

106. Eu me certifico de que tanto as minhas necessidades comoas necessidades das outras pessoas sejam levadas emconta quando tomo alguma decisão.

107. Tenho um bom equilíbrio entre cuidar das outras pessoas e terminhas próprias necessidades satisfeitas.

108. Quando cometo erros consigo me perdoar.

109. Não sinto uma necessidade forte deimpressionar outras pessoas ou me esforçar para outras pessoasgostarem de mim.

110. Eu me sinto confortável expressando minhas emoções (porex., chorar, sentir raiva, alegria) na medida em que é adequado paraa situação.

111. Gosto de fazer as coisas bem, mas exijo tanto de mim quenão consigo relaxar ou me divertir.

112. Quando necessário, conduzo tarefas chatas e rotineiras a fimde realizar coisas que valorizo.

Adufe

113. Eu deixo as outras pessoas fazerem do jeito delas ao invés deexpressar minhas próprias necessidades.

114. Nos relacionamentos, deixo a outra pessoa ter o controle.

115. Eu tento muito agradar as outras pessoas para evitar conflitos,confronto ou rejeição.

116. Eu dou mais aos outros do que recebo em troca.

117. Eu ajo de modo passivo, mesmo quando não gosto das coisascomo elas são.

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ANEXO M. Inventário de modos de esquemas 131

Com quefrequen-

ciaNo último mês. . .

118. Eu fico tempo demais em situações que nãosão saudáveis para mim ou nas quais minhas necessidadesnão estão sendo satisfeitas.

119. Eu mudo dependendo das pessoas com quem estou assimelas vão gostar de mim ou me aprovar.

120. Eu procuro outras pessoas para me ajudarem porque nãoconfio em meu próprio julgamento ou decisões.

121. Permito que outras pessoas me critiquem ou me coloquem parabaixo.

122. Permaneço em relacionamentos com pessoas quesão instáveis ou não assumem compromisso comigo.

123. Acho difícil sair de relacionamentos nos quais estou sofrendoabuso ou sendo maltratado(a).

124. Em muitos dos meus relacionamentos importantes, não tenhomuito amor, atenção, apoio ou empatia.

125. Faço muitas coisas com desleixo ou sem entusiasmo porqueespero que elas deem errado ou que ficarei decepcionado(a).

126. Estou tão ocupado(a) fazendo coisas para outras pessoas quenão tenho tempo para mim mesmo.

127. Deixo outras pessoas cuidarem de mim porque não mesinto capaz de enfrentar bem sozinho(a).

VenSub

128. Desconto minhas frustrações nas pessoas que estão ao meuredor.

129. Tenho a tendência de culpar os outros quando as coisas dãoerrado.

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ANEXO M. Inventário de modos de esquemas 132

Com quefrequen-

ciaNo último mês. . .

130. Eu me esforço para que as outras pessoas me admirem porminhas realizações e conquistas.

131. Eu compro coisas para que os outros vejam que sou bemsucedido(a) (por ex., carros caros, roupa de marca, uma bela casa).

132. É importante para mim ser o/a número UM. (por ex., o/a maispopular, o/a mais bem sucedido(a), o/a mais rico, o/a maispoderoso).

133. Eu faço coisas para ser o centro das atenções.

134. Eu tento mais do que a maioria das outras pessoas terordem em minha vida (por ex., organização, estrutura, planejamento,rotina).

135. Eu sou bastante controlador(a) em relação às pessoas ao meuredor.

136. Eu não me deixo ser dependente de ninguém.

137. Eu normalmente coloco minhas próprias necessidades antesdos outros.

138. Sou exigente com outras pessoas.

139. Sou “rebelde” de muitas maneiras e vou contra a autoridadeestabelecida.

140. Sinto que não deveria seguir as mesmas regras que as outraspessoas.

141. Sou muito possessivo(a) ou ligado(a) às pessoas que valorizo.

142. Eu manipulo para atingir meus objetivos.

143. Procuro maneiras de ser mais esperto(a) que as pessoas paraque elas não se aproveitem de mim.

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ANEXO M. Inventário de modos de esquemas 133

Com quefrequen-

ciaNo último mês. . .

144. Faço o que quero independentemente das necessidades esentimentos de outras pessoas.

145. Critico bastante as outras pessoas.

146. Fico irritado(a) quando as pessoas não fazem o que peço aelas fazerem.

147. Eu me sinto especial - melhor do que a maioria das pessoas.

148. Eu afasto as pessoas se elas tentam se aproximar demais demim ou se intrometer em minha vida.

Hcomp

149. Eu não me forço a concluir tarefas chatas ou rotineiras.

150. Eu ajo impulsivamente ou expresso emoçõesque criam problemas para mim ou magoam outras pessoas.

151. Se não consigo atingir um objetivo, fico facilmente frustrado(a) edesisto.

152. Depois que começo a ficar com raiva, muitas vezes não mecontrolo e perco a cabeça.

153. Eu faço repetidamente coisas que são prazerosas,mesmo quando sei que não me fazem bem (por ex., beber, fumar,usar drogas, comer demais, sexo, jogar).

154. Eu fico facilmente entediado e perco interesse nas coisas.

155. Para mim, é difícil me controlar.

156. Eu digo o que sinto ou faço coisas impulsivamentesem pensar nas consequências.

157. Eu quebro as regras e acabo me arrependendo.

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ANEXO M. Inventário de modos de esquemas 134

Com quefrequen-

ciaNo último mês. . .

158. Eu entro em encrencas mais do que outras pessoas.

Impu

159. Eu me forço a ser mais responsável que a maioria das outraspessoas.

160. Não estou me permitindo relaxar ou me divertir atéque termine de fazer tudo o que tenho que fazer.

161. Estou tentando dar o melhor de mim em tudo o queexperimento.

162. Estou tentando não cometer erros senão vou me decepcionarcomigo mesmo(a).

163. Estou sacrificando prazer, saúde ou felicidade para satisfazermeus próprios padrões.

164. Meus relacionamentos estão sofrendo porque estou mepressionando muito.

165. Estou em constante pressão para conquistar e ter as coisasfeitas.

166. Sou duro(a) comigo mesmo(a).

167. Sei que existe um jeito “certo” e um jeito “errado” de fazer ascoisas; estou tentando muito fazer as coisas do jeito “certo” ou entãovou começar a me criticar.

168. Tenho um rígido código de ética e moral que estou dando duropara seguir.

169. Minha vida neste momento se resume a fazer ascoisas acontecerem e fazê-las do jeito “certo”.

170. Eu me sinto levado(a) a realizar coisas.

SCont

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ANEXO M. Inventário de modos de esquemas 135

Com quefrequen-

ciaNo último mês. . .

171. Eu me sinto amado(a) aceito(a).

172. Eu me sinto satisfeito(a) e em paz.

173. Eu me sinto conectado(a) a outras pessoas.

174. Sinto que sou ouvido(a), compreendido(a) e validado(a).

175. Eu me sinto espontâneo(a) e divertido(a).

176. Eu me sinto otimista.

177. Sinto que sou basicamente uma boa pessoa.

178. Sinto que normalmente tenho sucesso naquilo quetentoalcançar.

179. Tenho uma boa noção de quem sou, do que preciso e do quesinto.

180. Sinto que tenho bastante estabilidade e segurança em minhavida.

181. Sinto que me encaixo com outras pessoas.

182. Eu me sinto confiante de que consigo ter a maioria das minhasnecessidades importantes satisfeitas.

183. Eu me sinto seguro(a).

184. Sinto que normalmente não tenho atenção suficiente das outraspessoas.

185. Confio na maioria das outras pessoas.

186. Sinto que consigo tomar boas decisões eexercitar com discernimento.

© 2005 Jeffrey Young, Travis Atkinson, Arnoud Amtz, Engels & Marjorie Weishaar.É proibida a reprodução não autorizada sem a permissão por escrito do autor. Paramaiores informações escrever para: Schema Therapy Institute. 36 Wes 44”” Street, Ste.1007, New York, NY 10036.

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ANEXO M. Inventário de modos de esquemas 136

RESULTADO

ESCORES dos MODOS

Considere relevantes as respostas com escores 4, 5 e 6. Some-as de acordocom o número total de respostas equivalentes ao modo evidenciado:

PROTETOR DESLIGADO: ____/25 = _____%

CRIANÇA VULNERÁVEL: ____/23 = _____%

PAI PUNITIVO: ____/25 = _____%

CRIANÇA ZANGADA: ____/12 = _____%

ADULTO FELIZ: ____/27 = _____%

VENCIDO SUBMISSO: ____/15 = _____%

HIPERCOMPENSADOR: ____/21 = _____%

CRIANÇA IMPULSIVA: ____/10 = _____%

SUPERCONTROLADOR: ____/12 = _____%

CRIANÇA SATISFEITA: ____/16 = _____%

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137

ANEXO N – Cartão Lembrete para terapia do Esquema

LEMBRETE PARA TERAPIA FOCADA NOS ESQUEMAS

1. Conhecimento dos Sentimentos Atuais

No presente momento, me sinto _______________________________ porque

(emoções)

_______________________________________________________________

(situação desencadeadora)

2. Identificação do(s) Esquema(s)

No entanto, sei que isso provavelmente é o meu esquema(s) de ____________

_______________________________________________________________

que aprendi através _______________________________________________

(origem)

_______________________________________________________________

Estes esquemas levam-me a exagerar o grau em que ____________________

_______________________________________________________________

3. Teste da Realidade

Apesar de eu acreditar _____________________________________________

(pensamento negativo)

_______________________________________________________________

A realidade é que _________________________________________________

(explicação alternativa)

_______________________________________________________________

As evidências em minha vida que apóiam uma visão mais saudável incluem:

_______________________________________________________________

4. Orientação Comportamental

Assim, ainda que eu sinta vontade de fazer isso _________________________

(comportamento negativo)

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ANEXO N. Cartão Lembrete para terapia do Esquema 138

_______________________________________________________________

posso antes _____________________________________________________

(comportamento alternativo)

________________________________________________________________

Traduzido e Adaptado de Young, I..Wattenmaker, D. & Wattenmaker, R., 1995.

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139

ANEXO O – Diário de Esquemas

DIÁRIO DE ESQUEMAS

DESENCADEADORES: (O que desencadeou minhas reações?)

EMOÇÕES: (O que eu estava sentindo?)

PENSAMENTOS: (O que eu estava pensando?)

COMPORTAMENTOS: (O que eu realmente fiz?)

ARMADILHAS DA VIDA: (Qual dos meus botões foi apertado?Que experiências anteriores da vida podem estar relacionadas?)

VISÃO SAUDÁVEL: (Peça a outras pessoas uma visão objetiva, se possível)

PREOCUPACÔES REALISTAS (De que maneira minhas reações são justificá-veis? O que ele/ela fez para provocar ou piorar a situação?)

REAÇÕES EXAGERADAS (De que maneira eu exagerei ou interpretei mal? Oque eu fiz para provocar ou piorar a situação?)

COMPORTAMENTO SAUDÁVEL: (De que maneira eu poderia enfrentar melhorno futuro ou resolver o problema?) (Continue no verso da folha se necessário)

Copyright 2003 by Jeffrey Young, Ph.D. É proibida a reprodução não autori-zada sem a permissão por escrito do autor. Para maiores informações, escreva para:SchemaTherapy Institute,36West44th Street.Suíte 1007, New York, NY 10036

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140

ANEXO P – Roteiro para aplicação da técnica de imagensmentais

EXERCÍCIO DE IMAGENS MENTAIS

1) Feche os olhos. Imagine-se num lugar seguro. Observe os detalhes. O que vocêestá sentindo? Quem está com você? Ou você está sozinho (a)? Use imagens,e não palavras ou pensamentos. Deixe virem sozinhas. Se alguma instruçãonão se aplicar, simplesmente a desconsidere.

2) Continue com os olhos fechados. Apague esta imagem. Agora, veja-se comouma criança em uma situação que o/a aborrece. Onde você está? Observe osdetalhes. Quantos anos você tem? Tem alguém com você na imagem? Comovocê se sente? Que pensamentos passam por sua cabeça?

3) Agora, imagine-se em casa quando era criança com seu pai ou sua mãe. (Sevocê já estiver lá, mantenha a imagem que já tem)

4) Como você se sente? Como seu pai ou sua mãe se sente? Em que você estápensando? Em que seu pai ou sua mãe está pensando?

5) O que está acontecendo na imagem? Comece a conversar com seu pai/mãe. Oque você está dizendo? O que seu pai/mãe está dizendo?

6) Pense se tem alguma coisa que você desejaria que seu pai/mãe mudasse nessaimagem (mais liberdade, mais afeição, que o/a ouça mais, seja menos crítico(a),mais otimista, mais competente, etc.). Diga a ele/ela na imagem em que vocêgostaria que ele/ela mudasse. Como seu pai/mãe reage?

7) O que acontece em seguida na imagem? Deixe a cena continuar até que termine.Como você se sente ao final da cena?

8) Agora, mantenha o sentimento que você está tendo nessa imagem de quandoera criança, apague a imagem e crie a imagem de uma situação em sua vidaatual na qual você tem o mesmo sentimento. O que está acontecendo naimagem? O que você está pensando? O que você está sentindo? Se tiver maisalguém na imagem, diga a essa pessoa de que forma você gostaria que elamudasse. Como ela reage?

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ANEXO P. Roteiro para aplicação da técnica de imagens mentais 141

9) Apague a imagem e volte para seu lugar seguro. Aproveite o sentimento derelaxamento. Abra os olhos.

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142

ANEXO Q – Termo de responsabilidade autoral

Eu, Telma Pessoa de Oliveira, afirmo que o presente trabalho e suas devidaspartes são de minha autoria e que fui devidamente informada da responsabilidadeautoral sobre o conteúdo.

Responsabilizo-me pela monografia apresentada como Trabalho de Conclusãodo Curso em Especialização em Terapia Cognitivo Comportamental, sob o título “Com-parativo sobre a eficácia do tratamento em pacientes com transtorno da perso-nalidade borderline submetidos à terapia cognitivo comportamental e terapia doesquema”, isentando, mediante o presente termo, o Centro de Estudos em TerapiaCognitivo-Comportamental (CETCC) e meu orientador de quaisquer ônus consequen-tes de ações atentatórias à “Propriedade Intelectual”, por mim praticadas, assumindo,assim, as responsabilidades civis e criminais decorrentes das ações realizadas para aconfecção da monografia.

São Paulo, _________ de ___________________ de ____________.

______________________________________________

Assinatura do(a) aluno(a)