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e Santo Compartilhando Saberes e Práticas 2012 DIRETORIA REGIONAL DE EDUCAÇÃO SANTO AMARO Rua Dr. Abelardo Vergueiro César, 370 Telefone: 3397 9200 DIRETORIA REGIONAL DE EDUCAÇÃO SANTO AMARO

COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

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Livro com relato das Prática Pedagógicas das Unidades Escolares da DRE Santo Amaro, selecionadas por concurso para compor este documento.

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e

Santo

Compartilhando

Saberes e Práticas

2012

DIRETORIA REGIONAL DE EDUCAÇÃO SANTO AMARO

Rua Dr. Abelardo Vergueiro César, 370

Telefone: 3397 9200 DIRETORIA REGIONAL DE EDUCAÇÃO SANTO AMARO

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DIRETORIA REGIONAL DE EDUCAÇÃO

SANTO AMARO

2012

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PREFEITO

Gilberto Kassab

SECRETÁRIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

Alexandre Alves Schneider

DIRETORA DE ORIENTAÇÃO TÉCNICA/SME

Regina Célia Lico Suzuki

DIRETORA REGIONAL DE EDUCAÇÃO - SANTO AMARO

Silvana Ribeiro de Faria

ASSESSORIA DE GABINETE

Enilda Gama de Oliveira

Sonia Maria Silva dos Santos Pinto

EQUIPE TÉCNICO-PEDAGÓGICA

Diretora: Terezinha Queiroz Godoy Daniel

Ana Maria Gonçalves Pravadelli, Carmen Pereira Iroza Alves, Cristina Dalva Van Berghem Motta, Cristina Marie Okida, Linéia Ruiz Trivilin, Marta Leonor Silva Pincigher Pacheco Vieira, Marta Maria de Araujo Macedo de Held, Neide Maria da Silva, Roseli Alves Ferreira, Thereza Cristina Chiaradia. Informática Educativa: Daniela Fonseca Costa, Maria Tereza Dantas de Santana dos Santos. CEFAI: Ana Cláudia de Paula Correia, Luciana Nascimento, Maria Tereza Azevedo Braga Roberto, Mariza Beranger Sardim, Rosangela de Almeida Canto Oliveira. Contratação de estagiários: Marli Aparecida Gabanini.

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DIRETORIA DE PLANEJAMENTO

Diretora: Rosana Monteiro de Sousa

Adamirian Ferreira Cruz Abellan Nadal, Adriana Delfino Ferreira, Ana Lourdes Braz Campos, Aparecida de Fatima Dias Barrella, Carmen Lucia Joppert Braga, Cecilia Ferreira Lauretti, Dalva Lopes dos Santos, Danilo Bezerra de Sousa, Elisabete Cani Vieira, Erica Cristina Garcia Netto Cruz, Erica Pereira do Nascimento, Estelita de Souza Barbosa, Fabiana Santos Cabral Meireles, Geovaldo Figueiredo Costa, Ionemi Nakasawa Ueno, Isamar Aparecida de Oliveira, Jaci Tavares Antunes, Jocelina Maria Manso, José Wagner Ferreira Baptista, Joyce Pontes da Silva, Judith Izabel Azevedo de Paula, Julia Albertina Afonso Monteiro, Katia Regin a Cavalcanti, Kely Paula da Silva Duarte, Lourdes Maria Yamasake, Luciana da Silva Vasconcelos, Lucilia Fraga, Magaly Avancini Fernandes, Marcia Rodrigues Valente, Maria Auxiliadora Soares, Maria Cecilia de Freitas Leão, Maria de Fatima Esteves, Maria Emilia Fonseca Moraes, Maria Helena Sudário, Maria Iracema Sodre Simões Prado, M arilda Coelho da Silva Pinto, Marilena de Araujo, Marina Caro, Nadir da Silva Gordinho, Nelson da Silva Junior, Patricia Fernanda Cruvinel, Priscila Santos Matos, Rogério Cezar de Carvalho, Sandra Aparecida Silva Dutra, Sandra Garcia Fosque, Silvana Cristina de Oliveira, Silvia Xavier Silva, Sueli Aparecida Lucilio, Vera Lucia Moreira Anselmo, Vitoria Maria dos Anjos de Oliveira, Xirliane Muniz Vasconcelos. Assessoria de engenharia: Roberto Carreiro Zanlorenzi. Assessoria jurídica: Cristiane Mandelbaum Voscaboinik.

DIRETORIA DE PROGRAMAS ESPECIAIS

Diretora: Ayako Deola

Claudia Borges Carlacio Carrara, Elisa Yumiko Yoza Katto, Gizleine Dias, Graça Aparecida Calzolari Valverde Dias, Luciane Ale ssi de Almeida, Maria de Lourdes Santos, Maria José de Paiva Simões Peres Sala.

SUPERVISÃO ESCOLAR

Supervisora Técnica: Angela Maria Ramos de Baere

Altemira Maria Batista Marcilio, Angeli Matias Teixeira, Aparecida Eliane de Moraes, Eliana Aleixo Coli Viotti, Francisco Ani ldo de Sales, Halimi Sagraria Hanjoura, Hilda Martins Ferreira Piaulino, Iara Maria Cardoso da Silva, José Luis Feijo Nunes, Lêda de Castro Lapa, Lídia Ramalho Rocha, Marcelo Augusto Machado, Maria Carolina André Cícero de Sá, Maria Lucia Vidal, Maria Rodrigues Soares, Marinéia Nazaré Paranagua Duarte, Marisa da Costa Paulo, Olimpia Nil za Conte de Oliveira, Raquel Acosta Desenzi, Valeria Aparecida Durso Cabral, Vilma Lucia Miguel Custodio. Escolas particulares: Idajara Sandra Carvalho dos Santos e Marci a Bozza Gómez.

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SUMÁRIO

Apresentação……………………………………………………………………………………………………………………………………………….………………………………….……………. 07

Índice das Escolas………………………………………………………………………………………………………………………………………………….…………………………….………… 08

Introdução…………………………………………………………………………………………………………………………………………………………….………………………….…………… 09

CAPÍTULO I – Percurso formativo

Educação Infantil………………………………………………………………………………………………………………………………….………………………………………………………………………………….…….………….. 11

Ensino Fundamental………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………..………………………………… 14

A narrativa de vida e a reflexão do educador acerca de seus registros……………………………………………………………………………………………………………………………………….................. 22

Interações sociais no ensino de matemática (para quê?)………………………………………………………………………….……………………………………………………………………………………………….. 25

Ações de formação – 2011……………………………………………………………………………………….……………………………………………………………………………………………………………………………….. 28

CAPÍTULO II – Gestão Pedagógica

Resgate da identidade: o papel de cada um – aluno / educador / família………………………………………………………………………………………………………………………………………………... 32

Gestão participativa…………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………. 38

Gestão educacional………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………….. 42

Ação Supervisora……………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………47

Convívio escolar…………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………….…………….……….…. 49

Page 7: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

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CAPÍTULO III – Relatos de Práticas.

Biblioteca circulante – colcha de retalhos feita por muitas mãos…..……....53

Autorretrato..........................................................................................................58

Beleza não se põe na mesa? Desconstruindo estereótipos e promovendo a igualdade racial com bebês e crianças pequenininhas…………………..….…….60

Pequenas peripécias das crianças pequenas........................................................ 63

Arte e movimento................................................................................................. 67

A identidade dos bebês.........................................................................................71

Quem Katha-vento, espalha história.....................................................................74

Folhas e gravetos: uma composição possível para desenhar……………….…………… 77

Brincar para todos................................................................................................ 82

Dança em sala de aula.......................................................................................... 85

Transformação do pano....................................................................................... 90

Biblioteca circulante: compartilhe esta magia......................................................93

Alimentação saudável se aprende na escola – “É de pequenino que se come pepino”.................................................................................................................96

Autorretratos na Educação Infantil.....................................................................100

Brincando de cientista (com arte).......................................................................104

O ciclo de vida das borboletas/mariposas……………………………………………………….106

Era uma vez...Click!.............................................................................................108

A linguagem das tarjas – projeto de alfabetização de jovens e adultos…………..112

Strikbol................................................................................................................115

Falando sobre sexo.............................................................................................118

Cultura da paz.....................................................................................................120

Um texto -diversas releituras..............................................................................124

Os problemas ambientais urbanos...................................................................................127

O que fazer com o lixo?....................................................................................................130

A EMEF “Carlos de Andrade Rizzini” em favor da Paz......................................................134

Mel – Momento de escolha livre......................................................................................137

Geometria com palitos.....................................................................................................140

Teatro na escola...............................................................................................................144

Resgate e vivência de brinquedos e brincadeiras populares...........................................148

Construindo saberes por meio do twitter........................................................................150

Boca com saúde, criança feliz...........................................................................................152

Fábrica de histórias...........................................................................................................155

Teatro de fantoches – recontando os três porquinhos....................................................159

O uso de recursos Tecnológicos e a Inclusão...................................................................163

Rádio Chiclet: aquela que gruda em você……………………………………………………………………..167

Histórias de vida................................................................................................................171

Ler e escrever com foco na Sala de Leitura – trabalhando com catálogos, resenhas e conto moderno............................................................................................................................175

Jornal “Figueiredo News”..................................................................................................180

Trouxeste a chave? Entrando no mundo dos Haicais........................................................183

Atlas almanaque da América............................................................................................186

EMEI e EMEF de mãos dadas.............................................................................................189

Dançar e escrever..............................................................................................................191

Prêmio professor destaque: acompanhando processos – letramento e autoestima........194

Sarau literário....................................................................................................................203

Cultura para a juventude negra.........................................................................................207

Page 8: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

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APRESENTAÇÃO

É c o m i m e n s a a l e g r i a q u e a p r e s e n t a m o s e s t a p u b l i c a ç ã o , “ C o m p a r t i l h a n d o S a b e r e s e P r á t i c a s , 2 0 1 2 ” .

O s t e x t o s c o n t i d o s n e s t e v o l u m e r e p r e s e n t a m o s t r a b a l h o s d e e d u c a d o r e s q u e s e i n q u i e t a r a m c o m s u a s p r á t i c a s e d u c a t i v a s e

bu s c a r a m n o v a s f o r m a s p a r a a s s e g u r a r à s c r i a n ç a s , a d o l e s c e n t e s e a d u l t o s o p o r t u n i d a d e s d e u m a e d u c a ç ã o m a i s s i g n i f i c a t i v a ; e s t e s

t r a b a l h o s d e m o n s t r a m o p r a z e r d e s s e s p r o f i s s i o n a i s e m a p r e n d e r e e n s i n a r .

A g r a d e c e m o s a t o d o s o s e d u c a d o r e s d a D R E S a n t o A m a r o p e l a c o n t r i b u i ç ã o c o m o s p r o j e t o s e à s e s c o l a s p o r v i a b i l i z a r e m o

desenvolvimento d e s t a s a t i v i d a d e s n o â m b i t o d o e s p a ç o e d u c a c i o n a l .

A o o r g a n i z a r e s t e d o c u m e n t o , e s p e r a m o s c o n t r i b u i r c o m e s t a e c o m a s g e r a ç õ e s f u t u r a s d e e d u c a d o r e s , n o s e n t i d o d e

f o m e n t a r m o s i d e i a s e n o v o s c a m i n h o s v o l t a d o s a o s u c e s s o d o s a l u n o s .

Silvana Ribeiro de Faria

Diretora Regional de Educação

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Índice das Escolas da Diretoria de Educação Santo Amaro

CEI CEI Angela Maria Fernandes CEI Balneário Mar Paulista CEI CEU Alvarenga CEI CEU Caminho do Mar CEI Domingos Rufino Barbosa CEI Helena Iracy Junqueira CEI Jardim Cupecê CEI Jardim Luso CEI José Salvador Julianelli, Dep.·. CEI Onadyr Marcondes CEI Palmira dos Santos Abrantes

CEI Parque Sabará CEI Pequeno Seareiro

CEI Raul Tabajara Vidigal Leitão, Ver. CEI Rubens Granja, Ver. CEI Vila Ernestina CEI Vila Império CEI Vila Missionária

EMEI EMEI Alexandre Correia, Prof. EMEI CEU Alvarenga EMEI Anhanguera EMEI Arthur Baptista da Luz EMEI Ayrton Senna da Silva EMEI Borba Gato EMEI CEU Caminho do Mar EMEI Casimiro de Abreu EMEI Celso Ferreira da Silva, Prof.

EMEI Cidade Ademar I EMEI Cidade Ademar II EMEI Cidade Ademar III EMEI Cora Coralina EMEI Cruz e Souza EMEI Francisco Manuel da Silva EMEI Geloira de Campos

EMEI João de Deus Bueno dos Reis, Dr. EMEI Laudo Ferreira de Camargo EMEI Leonor Mendes de Barros, Da.·. EMEI Lourdes Heredia EMEI Machado de Assis

EMEI Neusa Maria Rossi EMEI Raul Joviano do Amaral EMEI Sylvio de Magalhães Figueiredo EMEI Vanda Coelho de Moraes EMEI Virgílio Távora

EMEF EMEE Anne Sullivan EMEF Aldo da Tofori, Pe. EMEF Alvarenga, CEU·. EMEF Amélia Rodrigues de Oliveira, Prof.ª·. EMEF Ana Maria Alves Benetti, Prof.ª EMEF Antenor Nascentes EMEF Antônio Carlos de Abreu Sodré, Dr. EMEF Antônio de Sampaio Dória, Prof. EMEF Armando Arruda Pereira, Eng. EMEF Ary Parreiras, Alm. EMEF Bernardo O´Higgins

EMEF Cacilda Becker EMEF Calógeras, Min. EMEF Caminho do Mar CEU EMEF Carlos Augusto de Q. Rocha EMEF Carlos de Andrade Rizzini EMEF Chiquinha Rodrigues, Dª·. EMEF Elza Maia Costa Freira, Prof.ª EMEF Habib Carlos Kyrillos, Dr. EMEF Isabel Vieira Ferreira, Prof.ª EMEF João de Souza Ferraz, Prof. EMEF João Gualberto do A. Carvalho EMEF João Sussumu Hirata, Dep.

EMEF Joaquim Candido de A. Marques, Des. EMEF Laerte Ramos de Carvalho EMEF Liliane Verzini Silva EMEF Manoel Carlos de F. Ferraz, Des.·. EMEF Maria Lucia dos Santos, Prof.ª EMEF Marina Vieira de Carvalho Mesquita EMEF Mario Schonberg EMEF Nelson Pimentel EMEF Pereira Carneiro, Conde·. EMEF Prestes Maia EMEF Sylvio Heck, Alm.·. EMEF Tiradentes, Alferes·. EMEFM Linneu Prestes, Prof.

CIEJA

GESTÃO CEU

DRE

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9

INTRODUÇÃO

Nosso livro, “Compartilhando Saberes e Práticas, 2012”, é resultado de um concurso interno de relatos de práticas educacionais realizadas em 2011, nas escolas da

Diretoria Regional de Educação - Santo Amaro. Na difícil tarefa de selecionar dentre muitos relatos bem escritos e bem fundamentados, a comissão se pautou pela

pertinência em relação aos pressupostos teóricos presentes nos documentos oficiais da Secretaria Municipal de Educação e pela coerência com os princípios que orientam,

fortemente, o trabalho desta Divisão de Orientação Técnico-Pedagógica: clareza de propósitos, compartilhamento e articulação de ações, produção coletiva de

conhecimentos, protagonismo de educadores e alunos.

Agradecemos aos supervisores, diretores de escola, assistentes de diretores, coordenadores pedagógicos, professores, funcionários e estudantes, parceiros que

tornaram possíveis nosso caminhar e o avanço dos alunos no processo de ensino e aprendizagem.

Desejamos que o presente instrumento cumpra seu objetivo: contribuir para novas práticas, maneiras de ver, sentir, entender e agir perante nossos educadores e

educandos.

Parabenizamos a todos!

Terezinha Queiroz Godoy Daniel Diretora da Divisão de Orientação Técnico-Pedagógica

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EDUCAÇÃO INFANTIL

A REDE EM REDE – A FORMAÇÃO CONTINUADA NA EDUCAÇÃO INFANTIL - FASE 6

"O aprender se concentra em dois pilares: a própria pessoa, como agente,

e a escola, como lugar de crescimento profissional permanente”. Antônio Nóvoa

Em 2011, dando continuidade aos anos anteriores, a Diretoria Regional

de Educação – Santo Amaro/DOT-P promoveu a formação na Educação Infantil

sob as orientações e assessoria da SME/DOT-P/Educação Infantil considerando a

seguinte meta da SME / DOT Educação Infantil:

“Promover a todas as crianças matriculadas na Educação Infantil a vivência experiências com as diferentes linguagens e saberes que circulam em nossa sociedade, baseadas pelos princípios básicos que norteiam as Orientações Curriculares e características dos tempos e espaços locais, considerada a ampliação da jornada”.

Têm-se como princípios básicos: o desenvolvimento da criança é um

Formação para Gestores: Diretor de Escola e Coordenador Pedagógico

em parceria com a Supervisão Escolar;

Formação para Coordenador Pedagógico e

Formação para Professores.

A dupla Gestora, Diretor de Escola

e Coordenador Pedagógico , participou da

formação em oito encontros, tendo adesão

de quarenta e quatro unidades. A formação

foi ministrada pelas Supervisoras Olímpia e

Maria Carolina com o objetivo de ampliar a

processo conjunto e recíproco; educar e cuidar são dimensões indissociáveis de

qualidade das vivências das crianças nas Formação Gestores

toda ação educacional; todos são iguais, apesar de diferentes: a inclusão de

crianças; o adulto educador é mediador da criança em sua aprendizagem e a

parceria com as famílias das crianças fundamental.

A formação se desenvolveu nas seguintes modalidades:

Unidades de Educação Infantil, tomando como referência os documentos da

Rede e apoio de uma bibliografia relacionada aos temas desenvolvidos.

A formação continuada de gestores é entendida como uma ação

permanente, necessária e fundamental para o exercício e a discussão da natureza

da gestão, sendo democrática, compartilhada e didática, aperfeiçoando

continuamente as ações de todos os envolvidos na educação das crianças

Page 13: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

12

pequenas e aprimorando a qualidade da Educação Infantil na Unidade

Educacional; cujos princípios podem ser resumidos em: o foco das ações da

gestão está sempre nas crianças; qualquer ação dos adultos na U.E. terá reflexo

na aprendizagem das crianças e todas as situações vividas pelas crianças na U.E.

geram, necessariamente, aprendizagens.

Os Gestores vivenciaram um espaço de ressignificação das discussões e

produções realizadas nos anos anteriores; de reflexão sobre a experiência das

jornadas de 6 horas, nas EMEI e de 10 horas no CEI, ajustando a rotina da

instituição para beneficiar a jornada das crianças e de reflexão e tomada de

decisão acerca de temas como: gestão de equipes de profissionais de Educação

Infantil na contemporaneidade, formação continuada desses profissionais dentro

da rede pública, participação real das famílias que são respeitadas e acolhidas

como parceiras pelas U.E. e gestão de tempos, espaços, materiais e interações

oriundas desses contextos.

Contaram também com a formação do Projeto Entorno - parceria da

Optou-se por desenvolver dois dos sete projetos apresentados pelo

Projeto Entorno: “Leitura para Bebês” e “Texto Informativo”. No processo de

avaliação foram apontadas como valiosas as seguintes ações: a valorosa

contribuição desse espaço de formação para o fortalecimento do papel da equipe

gestora como formadora de uma comunidade leitora; a importância da

estruturação de um plano de ação formadora a partir do planejamento das

etapas e ações a serem desenvolvidas para a implementação do Projeto Entorno

na Unidade Escolar; levantamento de espaços, além da sala de aula, para a

realização das Rodas de Leitura; planejamento e levantamento de

procedimentos, junto aos pais, para o

empréstimo de livros e análises dos livros

do acervo escolar para verificar como eles

se relacionam com os projetos escolhidos

e, principalmente, se dão condições para o

desenvolvimento dos mesmos.

SME e da Fundação Victor Civita, uma proposta de formação de leitores nas

Unidades Educacionais que, a partir de uma série de ações formativas, ajudou as

Quanto a formação para

COORDENADORES PEDAGÓGICOS foram oito

Visita ao MAM durante a Formação com Coordenadores Pedagógicos.

equipes escolares a identificar e a refletir sobre as práticas de leitura realizadas e

também sobre a formação de novos leitores. Este projeto propõe às escolas a

implementação e sistematização do trabalho com práticas de leitura em um

processo constante de aprimoramento e reflexão sobre a ação educativa. Esse

curso foi desenvolvido em oito encontros presenciais com a participação da

equipe gestora tendo a adesão de vinte unidades que foram representadas com

Diretor de Escola e/ou Assistente de Direção e Coodenador Pedagógico.

encontros mensais com a participação de trinta e sete CEI e EMEI da região. Essa

formação focou o papel do Coordenador Pedagógico como sujeito responsável

pela formação de professores e objetivou ampliar a qualidade das vivências dos

tempos e espaços nas Unidades de Educação Infantil, tomando como referência o

documento “Orientações Curriculares: Expectativas de Aprendizagens e

Orientações Didáticas para a Educação Infantil” em que o Coordenador

Pedagógico pudesse apoiar o desenvolvimento das atividades didáticas

Page 14: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

13

desenvolvidas pelos professores com foco no campo de experiências das

linguagens artísticas e tendo como referência o curso para professores “Um

Olhar para o Desenho”, com o objetivo de divulgar aos Coordenadores

Pedagógicos a proposta realizada com os professores em 2011.

Para a formação dos professores, houve a continuidade do “Percursos

de Aprendizagem na Educação Infantil” com os Cursos: “Leitura e Reconto”, “Um

Olhar para o Desenho”, “Corpo e Movimento Criativo” e “Práticas Teatrais” , com

o objetivo de oferecer proposta de planejamento que orientasse a organização,

pelo professor, de experiências significativas de aprendizagens para as crianças;

criar referências para a organização de rotinas pedagógicas; subsidiar o trabalho

de planejamento do professor nas diferentes modalidades de organização do

tempo didático e ampliar o universo cultural e as vivências dos professores.

Enfim, os professores, em seu horário de trabalho, tiveram oportunidade de

aprofundar seus conhecimentos sobre o que as crianças podem aprender acerca

das linguagens e o que eles precisam asssegurar para que elas avancem, cada vez

mais, em suas aprendizagens.

Muitas práticas apresentadas neste livro demonstram o esforço e

trabalho de um percurso formativo e contínuo. Esperamos que todas as crianças

que freqüentam as Unidades da rede possam ter seus direitos garantidos para

vivenciar experiências que possibilitam seu pleno desenvolvimento integral com

garantia ao acesso de processos de construção de conhecimento, de

aprendizagens das diferentes linguagens e de saberes sobre o mundo e sobre si

mesma.

A todos que participaram desse processo formativo durante o ano de

2011, desejamos que novos espaços de reflexão crítica e coletiva continuem

como princípio de uma educação que está em constante modificação e ampliação

de saberes, pois a análise reflexiva da própria prática traz mudanças no modo de

pensar e fazer, levando-nos a uma prática pedagógica consciente.

Prof.ª Maria Carolina André Cícero de Sá

Prof.ª Olímpia Nilza Conte de Oliveira

Prof.ª Roseli Alves Ferreira

Prof.ª Thereza Cristina Chiaradia

Page 15: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

14

ENSINO FUNDAMENTAL

Desde o início de sua constituição, a equipe desta Diretoria de Orientação Técnico -Pedagógica se pautou pelo princípio da presença de suas formadoras nas

escolas, consolidando a parceria com os Coordenadores Pedagógicos, nos procedimentos que envolveram a organização das visitas de a companhamento às salas de aula, a

elaboração conjunta das pautas dos horários coletivos, a elaboração de materiais de apoio aos cursos dados na DRE - Santo Amaro, ao estudo dos materiais enviados pela

Secretaria Municipal de Ensino, que subsidiam, teoricamente, os Programas Educacionais implantados, à análise dos resultados das avaliações internas (Sondagens de

Língua Portuguesa e Matemática) e externas, para que o olhar sobre o planejamento fosse ampliado.

As ações de formação, no Ciclo I, para os professores – nos eixos Língua

Portuguesa, Matemática e Natureza e Sociedade – possuíam, como o objetivo o

atendimento às metas e princípios estabelecidos pelos documentos da Secretaria

Municipal de Educação em consonância com os Projetos Pedagógicos das

diferentes Unidades Educacionais.

Para os regentes oferecemos, ao longo do ano de 2011, cursos na

modalidade optativo, que contemplaram a concepção de uma abordagem de

aprendizagem entendida como um processo de construção individual e social,

mediado pelos professores. Para a ampliação do atendimento aos professores -

em parceria com os Coordenadores Pedagógicos - realizamos formações nas

escolas, nos horários coletivos. Também organizamos a Jornada Pedagógica –

encontro de formação dos regentes dos 3ºs e 4 ºs anos do Ciclo I – com o

objetivo de conhecer o trabalho realizado por eles - e apresentamos

possibilidades de atividades, em sala de aula, aliadas às propostas pedagógicas

constantes nos Cadernos de Apoio e Aprendizagem dos alunos.

Foi considerada a importância de Língua Portuguesa – que é, ao mesmo

tempo, ferramenta para construção de conhecimentos e conteúdo (quando

apresentada no eixo de conhecimento Língua Materna) de ensino e de

aprendizagem – e o trabalho realizado se pautou por um objetivo maior: o

alcance da excelência e da qualificação dos registros realizados pelos

Coordenadores Pedagógicos e pelos regentes do Ciclo I do Ensino Fundamental.

Estes registros possuem, como norte, conferir veracidade às ações que subsidiam

os trabalhos desenvolvidos, ao longo dos anos letivos, no interior das escolas

desta DRE – Santo Amaro.

Os cursos optativos de Matemática oferecidos aos professores do Ciclo I-

todos os anos - contemplaram conteúdos de diferentes blocos temáticos: 1- Os

números e as operações – Campo Aditivo; 2- Os números e as operações –

Campo Multiplicativo; 3- A construção do pensamento geométrico pelas crianças;

4- O ensino e a aprendizagem dos números racionais no Ciclo I.

Concomitantemente, discutimos os conteúdos desses cursos com os

Coordenadores Pedagógicos.

Page 16: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

15

Desde 2009, esta DOT – P, no eixo Natureza e Sociedade, ofereceu

cursos optativos para os Professores do Ciclo I, para que esses educadores

desenvolvessem estratégias que estimulassem a construção dos conhecimentos

científicos pelos alunos, nas diferentes áreas do conhecimento (Ciências,

Geografia e História), por meio da metodologia investigativa.

Durante o ano letivo, os professores tiveram a oportunidade de aplicar

A formação continuada – oferecida por esta DOT – P – se constituiu

como uma ferramenta a mais, para que nossos educadores avançassem na

constituição de seus conhecimentos didático – pedagógicos e curriculares

referentes aos conteúdos das diferentes áreas, de modo a garantir a apropriação

destes conhecimentos por parte dos alunos atendidos por esta modalidade

educacional.

esses conhecimentos na elaboração de suas aulas e apresentaram portfólios do

trabalho realizado, socializando com os colegas seus avanços e dificuldades.

Prof.ª Ana Maria Gonçalves Pravadelli

Prof.ª Linéia Ruiz Trivilin

Prof.ª Marta Leonor S.P.P. Vieira

A formação de Coordenadores Pedagógicos de Ciclo II e de EJA,

articuladores entre os trabalhos realizados nas salas de aula e os existentes na

Sala de Leitura, no Laboratório de Informática Educativa, na Recuperação

Paralela de Língua Portuguesa e de Matemática e nas SAAI das Unidades

Educacionais, buscou ampliar os conhecimentos destes profissionais, com relação

ao seu duplo papel de gestor e de formador de professores, tanto em relação à

abordagem metodológica quanto em relação aos conteúdos presentes nos

documentos da SME. O propósito foi de garantir a consolidação das

competências leitora e escritora dos alunos, atendidos nestas modalidades

educacionais, nas diferentes áreas do conhecimento.

Com este objetivo, foram trabalhadas, nos encontros de formação de

Coordenadores Pedagógicos de Ciclo II e EJA, a gestão e a implementação do

Programa de Orientação Curricular do Ensino Fundamental e das Orientações

Didáticas para a EJA, e a implementação dos Cadernos de Apoio e Aprendizagem

de Língua Portuguesa e de Matemática, com a qualificação dos registros de

planejamento, acompanhamento e avaliação do processo, utilizando da análise

dos resultados das avaliações externas e internas com vistas à melhoria do

processo de ensino aprendizagem.

Como contribuição para esta formação, no sentido de enriquecer o dia a

dia das relações interpessoais, nas diferentes esferas da Unidade Educacional,

foram reservados momentos de estudo e reflexão sobre como se trabalhar com

alunos da faixa etária atendida neste Ciclo e com a diversidade característica da

EJA.

Prof.ª Ana Maria Gonçalves Pravadelli Prof.ª Cristina Dalva B. Motta

Page 17: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

16

O Programa “Recuperação Paralela de Língua Portuguesa” contemplou os

professores de Ciclo I que atuavam na Sala de Apoio Pedagógico com a formação

desta Diretoria voltada para ações que revertessem o quadro dos alunos com

dificuldade de aprendizagem, na perspectiva da consolidação das competências

leitora e escritora. As diretrizes do Programa “Ler e Escrever - prioridade na

escola municipal” estabeleceram que estes docentes atuariam na Recuperação

Paralela em Língua Portuguesa e Matemática, dando tratamento diferenciado

aos alunos que obtiveram resultado abaixo do Nível Básico na avaliação externa

“Prova São Paulo.” Para atender aos alunos do Ciclo II que estavam também

nestas condições, as formações incluíram os Professores de Língua Portuguesa do

Ciclo II.

A formação do Programa “Recuperação Paralela de Matemática”, em

2011, envolveu, simultaneamente, professores polivalentes dos anos iniciais e

professores especialistas de Matemática dos anos finais do Ensino Fundamental.

Estes professores participaram, inicialmente, de uma formação intensiva para

apresentação do Programa de Recuperação Paralela de Matemática, num total

de 16 (dezesseis) horas, no primeiro semestre, e de mais dois encontros, no

segundo semestre, para consolidar as ações de formação e acompanhar os

trabalhos realizados nas escolas. A formação buscou explicitar a metodologia de

ensino pela resolução de problemas presente nos materiais, especialmente

planejados para a recuperação paralela de Matemática e o papel do professor

como mediador das aprendizagens dos alunos, por meio da vivência de

sequências didáticas em que eram estabelecidas relações entre as atividades

O objetivo maior destes encontros foi de subsidiá-los quanto ao uso do

material, cuidadosamente, preparado e apropriado para esta demanda

apresentada por estes alunos. Estes subsídios se estenderam ao planejamento de

situações didáticas, para atuação em classe, nas avaliações das aprendizagens

dos alunos e nos módulos, com vistas à superação das dificuldades apresentadas

na sala de aula.

O resultado deste trabalho foi a ampliação do olhar de todos os envolvidos

para a utilização de uma metodologia diferenciada, eficaz e significativa aos

alunos, no âmbito do cotidiano da sala de aula regular.

Prof.ª Carmen Pereira Iroza Alves

propostas nesses materiais e os referenciais teóricos das Orientações

Curriculares de SME. Desta forma, os professores participantes da formação, a

partir de suas próprias culturas escolares e das interações com seus pares e com

a formadora, puderam ampliar seu repertório de ações de diagnóstico, de

qualificação de registros de aprendizagem e de reorganização do processo de

ensino, a partir das necessidades dos alunos. Além disso, outras ações

importantes para o avanço do Programa de Recuperação Paralela de Matemática

foram socializadas entre os professores: procedimentos para controle de

frequência nas aulas, critérios de agrupamentos de alunos, interação com o

professor da sala regular, a importância do apoio da equipe escolar e da família

para o êxito do aluno e aspectos referentes à legislação municipal sobre a vida

funcional.

Prof.ª Cristina Dalva B. Motta

Page 18: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

17

Durante o ano de 2011, os Professores Orientadores de Sala de Leitura

– POSL – puderam participar de alguns cursos de formação que tiveram como

objetivos: intensificar as ações de formação dos professores e bibliotecários dos

CEU envolvidos no Programa “Ler e escrever – prioridade na escola municipal”;

ampliar o repertório sobre os diferentes gêneros literários e capacitar os

professores, habilitando-os para atender às demandas. Destacamos as seguintes

ações:

A formação continuada “Leitura ao Pé da Letra – fase II” subsidiou os

POSL e os Bibliotecários dos CEU em momentos de socialização de práticas,

vivências de experiências, reflexão e planejamento de ações para atendimento

aos alunos.

Na Jornada Pedagógica “Encontro de Leitura” foram fomentadas as

ações de leitura literária para toda a comunidade educativa e indicaram-se

estratégias que contribuíssem para a gestão dos Espaços de Leitura Literária.

O Projeto “Livro Vivo – Leitura para a cidadania”, parceria entre a DRE –

Santo Amaro e a Paulus Editora, aberto a professores de outras áreas do

conhecimento dos Ciclos I e II teve como ações principais: ampliar o repertório

sobre os diferentes gêneros literários; incentivar a realização de projetos de

leitura e de concursos literários para alunos. O encerramento do projeto de seu

com a premiação e a entrega de mais de 13.000 (treze mil) conjuntos de livros

literários para os alunos dos 3ºs e 4ºs anos do Ciclo I e 7ºs e 8ºs anos do Ciclo II,

das 29 (vinte e nove) escolas participantes.

O curso optativo “Literatura na Sala de Aula”, ministrado pela professora

Norma Seltzer Goldstein, objetivou instrumentalizar os professores e levá-los a

pensar sobre uma metodologia que possibilite trabalhar diferentes gêneros

textuais, com a finalidade de apontar caminhos que permitam ampliar as

competências leitora e escritora dos alunos.

Na parceria entre a Secretaria Municipal de Educação da cidade de São

Paulo e o Instituto C&A algumas Unidades Educacionais da DRE – Santo Amaro

participaram do Concurso “Escola de Leitores”. O CEI “Rubens Granja, Vereador”

e a EMEF “Bernardo O’Higgins” estão entre as sete ganhadoras da cidade de São

Paulo e a EMEF “Tiradentes, Alferes” classificou-se entre as finalistas.

Prof.ª Neide Maria da Silva

Page 19: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

18

A equipe da Informática Educativa, no ano de 2011, desenvolveu

formações, em continuidade, visando à implementação das Orientações

Curriculares de Tecnologias de Informação e Comunicação – Proposições

de Expectativas de Aprendizagem, junto aos Professores Orientadores de

Informática Educativa - POIE e os demais educadores, proporcionando

momentos de reflexões sobre o planejamento das ações direcionadas às

novas formas de ensinar e aprender, no contexto digital, nas redes e

espaços virtuais de comunicação entre alunos, professores e formadores,

a fim de acompanhar a evolução e novas demandas provenientes da

Tecnologia da Informação e Comunicação – TIC. Os laboratórios da

Informática Educativa e os demais espaços escolares são ambientes que

privilegiam o desenvolvimento e ampliação das competências e

habilidades do século XXI, oriundas desta evolução tecnológica.

Destacamos as formações presenciais e semipresenciais

desenvolvidas em ambientes virtuais de aprendizagem colaborativa,

voltadas para a comunicação, pesquisa e publicação na internet, autoria e

protagonismo:

A “Web Currículo – TIC” utilizou os recursos tecnológicos como

instrumento de protagonismo infanto-juvenil.

O “Educador Inovador” subsidiou a autoformação na modalidade

de ensino à distância.

A “Metrópole Digital” apresentou o conceito de educação digital

transmidiática, tendo como pano de fundo a cidade de São Paulo sob a

ótica do aluno.

A “Ciranda de Mídias” incorporou linguagens midiáticas nas

próprias rotinas da Educação Infantil.

A “Formadores de Agentes de Apoio às TIC” inseriu alunos e

educadores no contexto digital potencializando o uso de redes sociais

como ambientes inovadores de aprendizagens e reconhecimento das

diferentes e múltiplas linguagens na era da informação e da comunicação.

A “Implementação de uma Rádio Escolar” desenvolveu as

competências comunicativas dos alunos utilizando-se das linguagens

radiofônicas.

A “Produção em Rádio” exercitou a criatividade na organização de

programas radiofônicos visando à educação formal e informal.

A “Nas Ondas do Rádio: Aprender e Comunicar” promoveu o

protagonismo por meio do trabalho com as linguagens midiáticas e

recursos das tecnologias da Informação e da Comunicação;

A “Imprensa Jovem – Criando Agência de Notícias” formou os

educadores para produzir e divulgar conteúdo jornalístico, pedagógico e

Page 20: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

19

informativo, juntamente com os alunos, e veiculá-lo nos meios de

comunicação, como blog, jornal mural e Rádio Escolar.

A “Gestores de Projetos Educomunicativos” implementou a

formação de gestores de projetos educomunicativos, de recurso humanos

e tecnológicos para a melhoria da comunicação dentro da escola e no

entorno.

A “Mestre de Cerimônia Juvenil” possibilitou ao aluno ser o

anfitrião dos eventos na escola, responsável pela comunicação durante os

mesmos e pela articulação entre o público e a atração apresentada.

A “Nas Ondas do Vídeo” estimulou a produção de vídeo escolar,

aproximando os interesses sociais dos alunos pelos meios de

comunicação e pela produção de conhecimento.

“... Aprender é se tornar capaz de fazer o que antes não

conseguíamos fazer. Aprender é desenvolver capacidades

– vale dizer, construir competências. E já nascemos com a

capacidade básica: a capacidade de aprender.” (IN:

Orientações Curriculares TIC – Proposições de

Expectativas de Aprendizagem – pág. 102)

Prof.ª Daniela Fonseca Costa

Prof.ª Maria Tereza D. S. Santos

Page 21: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

20

O trabalho de implantação e implementação do documento

“Orientações Curriculares Expectativas de Aprendizagem para a Educação

Étnico – Racial para a Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio”, em

nossas Unidades Educacionais, teve como procedimento principal, sediar e

acompanhar, ao longo de 2010, o curso optativo, promovido pela Secretaria

Municipal de Educação, “Cultura e História da África”, que visava contemplar –

como público – educadores de todas as modalidades de ensino oferecidas no

âmbito da Rede Municipal de Ensino.

Nestes cursos foram abordados os seguintes temas: O continente

africano, O perigo da História única; Apresentação e debate sobre as Leis

Federais nº 10.639/03 e 11.645/08; África, o berço da humanidade; África e o

neocolonialismo; O lugar da mulher nas sociedades africanas; A África oficia e a

“outra África”; Bases da religião africana.

Em comemoração ao Ano Internacional dos Povos Afrodescendentes foi

realizado, no auditório do CEU “Caminho do Mar”, seminário organizado pela

SME com palestras e apresentações de alunos que oportunizaram reflexões

acerca das questões étnico-raciais em nossas escolas. Tivemos a oportunidade de

ouvir relatos dos trabalhos desenvolvidos em nossas escolas, em relação aos

temas apresentados nos citados eventos.

Em agosto de 2011, durante o Seminário Regional de Educação de Santo

Amaro, “Saberes e Práticas”, o professor Walter Roberto Silvério, assessor da

DOT – Étnico Racial, participou da mesa redonda que abordava a temática étnica

nas nossas salas de aula.

A implantação do CEFAI – Centro de Formação e Apoio à Inclusão,

como estrutura regulamentada por Decreto Municipal, existe – na Diretoria

Regional de Educação – Santo Amaro, desde 2005. As formações mensais – em

serviço – prestadas pela equipe de Educação Especial da SME e o mapeamento

de alunos com quadro de deficiência, matriculados em nossas Unidades

Educacionais, tornaram a presença do CEFAI nas escolas uma forma de garantir o

processo educacional destas crianças. O propósito das visitas foi a realização de

avaliação pedagógica desses alunos visando à organização dos serviços de apoio

especializados. No início de 2009, o CEFAI apresentou um salto qualitativo

quando estabeleceu a rotina da itinerância nas Unidades Educacionais de nossa

DRE.

A partir de 2011, o CEFAI planejou suas formações - na modalidade de

cursos optativos - pautadas na corresponsabilidade de fortalecimento de todos

os profissionais da escola e no resultado do mapeamento dos alunos com quadro

de deficiência. As demandas apontaram a Deficiência Intelectual em primeiro

plano, seguida da Física, Visual, Múltipla e Transtornos Globais do

Desenvolvimento. O público contemplado era formado por Professores, Gestores

e integrantes do Quadro de Apoio.

Iniciamos nossas formações apresentando diferentes maneiras de se

trabalhar com o RAADI – Referencial de Avaliação de Aprendizagem na Área

Intelectual – no Ciclo I, do Ensino Fundamental, oferecendo subsídios aos

Professores e Coordenadores Pedagógicos, bem como aos Diretores de Escola e

Supervisores Escolares, para melhor assegurar a apropriação dos pressupostos do

documento, e garantir a avaliação do aluno com deficiência intelectual, dentro da

Page 22: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

21

escola. Todos os cursos apresentaram a seguinte estrutura: embasamento

teórico e aplicação prática, com as necessárias adequações.

Na área da Deficiência Visual contamos com a assessora Drª Eliana Maria

Ormelezi. A palestrante alertou que, no contexto inclusivo, “os professores –

como mediadores do processo educacional – precisam estar amparados pelo

conhecimento, para atender, plenamente, às necessidades educacionais

especiais dos alunos com cegueira ou baixa visão.”

Para os educadores que atendiam aos alunos com Transtornos Globais

do Desenvolvimento /TGD recebemos a formação da Instituição “Lugar de Vida”,

oferecida por meio da Equipe de Educação Especial da SME. A Psicóloga Cristina

Keiko fez uma referência – no contexto educacional - sobre as crianças com

autismo e psicose sob a perspectiva da psicanálise, tendo a escola, um papel

terapêutico no desenvolvimento destes alunos.

Em agosto de 2011, realizamos o Seminário Regional de Educação de

Santo Amaro, “Saberes e Práticas”, no qual o CEFAI oportunizou a interlocução

com as demais modalidades educacionais de nossa DOT – P. Estiveram presentes

- entre outros – na Mesa Redonda de Educação Especial, a Psicóloga Marise

Bastos, integrante da Instituição “Lugar de Vida” e o Doutor Júlio Botelho,

Promotor Público responsável pela inclusão de pessoas com deficiência, no

município de São Paulo.

Os integrantes do Quadro de Apoio das escolas receberam atenção

diferenciada por estarem à frente das ações de recepção às famílias e auxilio na

socialização destas crianças no interior da escola, desde sua matrícula até o

acompanhamento realizado fora da sala de aula regular. Esta formação

desconstruiu mitos acerca da Educação Especial e colaborou com o

desenvolvimento global destes alunos, pois a educação não se limita à sala de

aula. Os encontros de formação foram realizados aos sábados, as tarefas eram

executadas durante a semana e compartilhadas no encontro posterior.

A formação também envolveu os regentes das SAAI – Salas de Apoio e

Acompanhamento à Inclusão, com encontros mensais, em que foram discutidos e

socializados os seguintes temas: estudos de caso, formas de estimulação, papel

do formador da SAAI, intermediação com a sala regular de aula, propostas de

atendimento educacional especializado, adequação de atividades e de materiais

para nossos alunos incluídos.

Ana Claudia de Paula, Prof.ª.

Luciana Nascimento Prof.ª

Maria Tereza Roberto Braga Prof.ª.

Mariza Beranger Sardin Prof.ª

Rosângela de Almeida Canto, Prof.ª

Page 23: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

22

A NARRATIVA DE VIDA E A REFLEXÃO DO EDUCADOR ACERCA DE SEUS REGISTROS

A partir de 2009, passamos Carmen Pereira Iroza Alves e eu,

Marta Leonor Silva Pincigher Pacheco Vieira, a substituir a formadora da

Secretaria Municipal de Educação, na formação de Língua Portuguesa,

que atendia aos nossos Coordenadores Pedagógicos, desde 2005. Este

mesmo trabalho de formação – para educadores – já era desenvolvido

por nós, desde junho de 2006.

Considerando a importância do trabalho com Língua Portuguesa -

que é, ao mesmo tempo, ferramenta para a construção de conhecimentos

e conteúdo (quando apresentada no eixo Língua Materna) de ensino e de

aprendizagem - o trabalho realizado, desta época até o presente

momento, se pautou por um objetivo: o alcance da excelência e da

qualificação dos registros dos Coordenadores Pedagógicos e dos regentes

do Ciclo I, que possuem como norte conferir veracidade às ações que

subsidiam os trabalhos desenvolvidos ao longo dos anos letivos, no

interior das escolas desta DRE – Santo Amaro.

Como subsídio teórico e metodológico, para a execução deste

trabalho, foi escolhido o Projeto “Narrativas de Vida de Educadores”, nos

mesmos moldes do trabalho desenvolvido, na PUC – São Paulo, pelo

Professor Doutor João Antonio Telles, ao longo da década de 1990.

Em 2010, foi formado – entre nossos Coordenadores Pedagógicos

participantes – um grupo com dez - que, ao longo ano, a partir de

combinados, traria para ler para o grupo, trechos de sua vida, escritos em

forma de narrativa, escolhidos por cada um deles, no gênero textual de

sua preferência. Como nossas formações eram mensais, organizamos um

momento em que dois participantes apresentavam seus textos – em

capítulos – para os demais. Um dos focos deste trabalho centrou-se no

uso da linguagem escrita, com a indicação de que iniciássemos nossos

registros a partir de um texto pessoal (no qual cada autor, além de ser o

dono do próprio conteúdo – sua história de vida - teria total autonomia

para apresentar os trechos por ele selecionados). Desta forma, a

apresentação seria pautada na leitura de um texto escrito.

O desafio proposto para os ouvintes - cujo papel desempenhado

era o de ser “plateia”, de uma situação social organizada - a partir da

leitura em voz alta - foi o de se envolver no texto e comentá-lo, sempre

considerando os seguintes aspectos:

a) os elementos (recursos textuais ) que mais lhe chamaram a atenção;

b) a apresentação e o encaminhamento do conteúdo;

Page 24: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

23

c) os elementos do conteúdo que mais lhe chamaram a atenção;

d) o gênero textual escolhido pelo (a) autor (a), suas características, a linguagem escrita utilizada, sua pertinência e adequação;

e) as emoções e os sentimentos que o trecho lido provocou no (a) ouvinte.

Outro foco de nossa proposta foi evidenciar que, diante de um

texto literário, a fruição é o aspecto que – em primeiro lugar – desperta o

leitor, fazendo com que, positivamente, ele se envolva no enredo e passe

a desempenhar o papel de co-autor: “torcendo” para alguns personagens,

modificando certas paisagens apresentadas, suavizando ou mesmo

intensificando certos conflitos apresentados pelos autores. Para tanto,

não foi preciso estar diante de um “medalhão” da literatura mundial para

que nossas emoções mais “escondidas” aflorassem: bastou apenas estar

diante de narradores competentes, que utilizaram as palavras escritas

criando conjuntos tão metafóricos quanto poéticos, que nos fizeram

“sonhar muito”, ao longo de nossos dez encontros.

À medida do possível, o grupo teve - como tarefa – envolver

docentes e alunos do Ciclo I (todos os anos) para que, no âmbito da

Unidade Educacional, o Projeto “Narrativa de Vida”, fosse difundido,

aceito e multiplicado. Isto aconteceu, por exemplo, com muita qualidade

e aceitação – graças ao envolvimento da Coordenadora Pedagógica (à

época) Francisca Fabiana dos Santos e das regentes Esther Maria

Freixedelo Martins e Lucilene dos Santos – na Escola Municipal de Ensino

Fundamental e Médio “Linneu Prestes, Professor”.

No ano seguinte, 2011, trabalhamos a vídeo narrativa – como

forma de utilizar outra linguagem, agora com a imagem aliada à

linguagem escrita – para em 2012, atingirmos nosso objetivo, ou seja, a

qualificação dos registros oficiais que circulam no âmbito escolar: horário

coletivo, horário individual, relatórios sobre os avanços obtidos pelos

alunos, focando nos procedimentos adotados pelos regentes, registros de

resultados obtidos nas Sondagens de Leitura e de Escrita e nas Planilhas

de Proficiência Leitora e Escritora, no caso específico do Ciclo I (todos os

anos).

Seguem pequenos trechos de alguns dos participantes deste

grupo, para apreciação dos leitores de nosso livro:

“... Enfim, no sábado um caminhão grande chegou, começaram a

carregar tudo, eu só ficava observando e brincando com meu cachorro

“Pelé”, que estava amarrado em uma corda para que não fugisse. Vi a

casa se esvaziando, o que foi me dando uma angústia, um nó na garganta

e uma tristeza enorme. Por fim, minha mãe dava as últimas olhadas pelos

cômodos da casa vazia. Chegou a hora da partida: não pude conter as

lágrimas ao ver minha mãe chorando e a abracei – me agarrando a um

porto seguro – e entramos na cabine do caminhão. Deixei para trás

muitas lembranças de minha infância...” (IN: BRAÇAROTTO, Flávio

Roberto, Narrativa de Vida, DRE – Santo Amaro, EMEF “Habib Carlos

Kyrillos, Doutor”, 2010)

““... – Uma tragédia! – respondeu o Diretor!

Page 25: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

24

Dona Márcia jogou-se, novamente, em meus braços e disse: “Não

falei que coração de mãe não se engana? Agora há pouco recebi um

telefonema de uma mulher que se diz amante de meu marido. Disse que

está com a Stefânia e que, se eu me meter a besta e avisar a polícia, ela

mata minha filha! O que vai ser de mim? Disse também para que aguarde

um novo contato, e dirá o que será preciso fazer nas próximas horas!...”

(IN: FERREIRA, Maria da Conceição M., O sequestro, Narrativa de Vida,

DRE – Santo Amaro, EMEF “Pereira Carneiro, Conde” ,2010)

“ Ternamente despótica, essa mulher fazia cumprir suas leis em

casa: entre um safanão e um afago, me fez conhecer as primeiras letras e

com elas a liberdade para ler seus manuais de costura, zelosamente

guardados dos dedos infantis. A tabuada ficava para os domingos, os

livros da escola para todas as tardes, depois do almoço. Sobrava o sonho

da noite e, com ele, lobos e princesas que duelavam para saber quanto

era sete vezes oito...” (IN:SANTOS,Caroline C.S.dos,Sherazades, Narrativa

de Vida, DRE – Santo Amaro, EMEF “Bernardo O’Higgins”, 2010)

Chegar ao nosso objetivo – um registro institucional escrito com

qualidade e que reflita, de fato, o que ocorre nos diferentes segmentos da

escola – a partir da utilização da dupla conceitualização, foi o caminho por

nós escolhido. O contraponto, ou seja, a comparação com o registro

institucional realizado nas e pelas escolas pode, desta forma, ficar mais

claro para o grupo de participantes desta formação e ser desenvolvido,

qualitativamente, em cada escola sob nossa coordenação.

Finalizando esta breve exposição, afirmamos que, com a adoção

destes procedimentos, pudemos nos deparar, ao longo do ano, com

excelentes escritores, antes, por nós desconhecidos.

Profª. Marta Leonor Silva Pincigher Pacheco Vieira

Page 26: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

25

INTERAÇÕES SOCIAIS NO ENSINO DE MATEMÁTICA (PARA QUÊ?)

Quando os meios de comunicação divulgam resultados de avaliações

institucionais, promovidas por órgãos públicos de educação, o desempenho dos

alunos em matemática causa mal estar entre educadores, gestores, alunos e suas

famílias. Junto com esses índices surge, na sociedade, o debate sobre as causas e

os responsáveis por estes resultados.

Esse não é um debate recente, as chamadas “dificuldades de

aprendizagem” vêm sendo abordadas por pesquisadores ao longo das últimas

décadas. Observamos significativa ampliação de estudos que tratam de

diferentes aspectos relativos ao ensino-aprendizagem de matemática, na busca

de aportes teóricos e metodológicos que contribuam para uma aprendizagem

mais efetiva.

Dentre as diversas formas de compreensão, destacamos pesquisas

sobre o importante papel que o contexto social e relacional tem no desempenho

dos alunos. Hübner (2010) estudou o papel das interações sociais no processo de

resolução de problemas matemáticos com alunos do Ensino Fundamental em

situações reais de sala de aula, e aponta que as interações sociais revelam ser um

elemento facilitador na apreensão de conhecimentos e na aquisição de

competências matemáticas. As interações sociais estão sendo estudadas

recorrendo-se a uma análise profunda dos mecanismos nela envolvidos, com

atenção especial aos fatores psicossociais que explicam as suas potencialidades

na promoção de atitudes mais positivas e proativas na aprendizagem da

matemática e na promoção do sucesso escolar.

Realizar tarefas em pequenos grupos permite ao aluno expor,

argumentar, criticar e ouvir ideias, bem como colocar questões e discutir

estratégias de resolução. Mas, que tipo de interações os alunos vivenciam nas

aulas de matemática? Segundo Ponte e Serrazina (2000), há dois estilos

fundamentais de aula de matemática:

Num, o professor introduz os conceitos e o conhecimento matemático na sua forma acabada e os alunos têm essencialmente um papel de receptores de informação. Noutro, o saber é construído pelos alunos no decurso da própria atividade, assumindo assim uma participação ativa, e o professor tem essencialmente um papel de organizador e dinamizador da aprendizagem. (pág.111)

Para estes autores, os dois estilos imprimem dinâmicas diferentes às

aulas e estão relacionados às crenças e concepções do professor, da maneira

como ele introduz as diferentes tarefas e apoia os alunos na sua realização.

O jogo como potencializador de interações no ensino de matemática

O jogo é um recurso privilegiado para a promoção de interações sociais

entre alunos. O encanto natural que provoca nas crianças já justificaria a sua

utilização nas aulas de matemática, pois abre um leque de possibilidades de

aprender conceitos, como também, favorece o desenvolvimento da cooperação e

do respeito mútuo entre os alunos (SMOLE, 2001).

As crianças, principalmente nos grandes centros urbanos, estão

perdendo o espaço para brincar e interagir. Os professores, por sua vez,

Page 27: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

26

reclamam que os alunos não conseguem se concentrar, são agitados,

desorganizados e desinteressados. Talvez a escola tenha esquecido do

importante papel que as brincadeiras e jogos exerceram no desenvolvimento das

crianças ao longo da história.

Ao jogar o aluno é incentivado a realizar contagens, comparar

quantidades, relacionar, confrontar suas estratégias com as de outros colegas, ou

seja, é incentivado a aprender ideias e procedimentos matemáticos, ampliando o

seu próprio repertório de soluções possíveis para um mesmo problema.

No planejamento de atividades que envolvam jogos, devemos

considerar alguns aspectos: o jogo deve constituir-se num desafio para os alunos;

todos devem estar envolvidos, assim é preciso considerar possíveis adaptações

em função dos conhecimentos do grupo; o jogo deve permitir que as crianças

utilizem diferentes estratégias, estabeleçam planos de ação, descubram

possibilidades e troquem informações; deve desencadear processos de

pensamento para que os alunos avaliem seu próprio desempenho; e, por fim,

prever a reflexão e o registro dos conhecimentos envolvidos no jogo.

Quando propomos uma atividade com jogos partimos do

conhecimento dos alunos e dos novos conteúdos que queremos que aprendam.

Em relação ao ensino das operações básicas, como identificar o repertório de

cálculo dos alunos? Quais jogos propor? Com que regularidade? Não são poucos

os desafios ao pensarmos as aulas de matemática na perspectiva do conceito da

Zona de Desenvolvimento Proximal de Vygotsky, faz-se necessário um olhar

investigativo sobre os saberes da turma e sobre o que cada aluno sabe

individualmente.

Por exemplo, quando as crianças utilizam com eficiência a contagem

de um em um para resolver diferentes situações que envolvam somas e

subtrações, interessa-nos desenvolver um trabalho que auxilie na memorização

de fatos básicos da adição/subtração, ou seja, se as crianças, ao calcularem o

resultado de 5 + 4, estendem cinco dedos em uma mão e quatro em outra e

contam tudo para dar o resultado, queremos agora que digam “5 + 4 = 9” -

resultado já memorizado. Segundo PARRA (2001), os jogos utilizados em função

do cálculo mental podem servir de estímulo à memorização ou para aumentar o

domínio de determinados cálculos.

Podemos oferecer jogos em que procedimentos de contagem de um

em um ou de sobrecontagem se revelem pouco econômicos e discutir recursos

de cálculo por agrupamento, como os jogos que envolvem somas com dezenas

exatas. Enfim, o jogo deve ser planejado para que as crianças aprendam o que

ainda não sabem.

O trabalho em pequenos grupos permite ao aluno ouvir, expor,

argumentar e criticar. Ele pode arriscar-se na exposição de pontos de vista e

negociar significados. Ao verbalizarem os seus pensamentos, explicarem ou

justificarem as suas soluções, os alunos têm a oportunidade de

reconceitualizarem um problema e alargarem a sua estrutura conceitual,

incorporando métodos de solução alternativos.

A seguir, o conhecimento produzido nos pequenos grupos deverá ser

debatido por toda a classe. Nesta etapa de trabalho se desenvolvem a

argumentação sobre o problema, a comparação e validação de ideias e

Page 28: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

27

procedimentos. Os conhecimentos dos alunos podem ser ampliados com o

objetivo de encontrar melhores soluções.

Os alunos trabalham diante de uma situação nova, utilizando o que

sabem e ao vencerem os obstáculos produzem conhecimentos que não são, por

vezes, reconhecidos como válidos em outros contextos. Por exemplo, ao

utilizarem a sobrecontagem para descobrirem os pontos no jogo de dados,

podem não reconhecer que este procedimento é útil em outras situações em que

precisem contar. Cabe ao professor discutir e explicitar que “ali” há algo novo,

importante, para ser recordado e utilizado em outras situações.

Todavia, não basta os alunos se encontrarem sentados lado a lado na

sala de aula para que tenham melhor desempenho escolar. Nas aulas de

matemática, o professor tem papel fundamental na promoção das interações

sociais, reconhecendo seu potencial na aprendizagem. É necessário definir

critérios para agrupar os alunos, propor tarefas que estimulem a interação e gerir

possíveis conflitos. É preciso reconhecer o que os alunos já sabem, propor os

jogos para ensinar/ampliar conceitos e procedimentos matemáticos, explicitar os

conhecimentos construídos e sistematizá-los para que possam ser utilizados em

outros contextos de resolução de problemas.

Considerando que o jogo pode se constituir em uma estratégia

metodológica para o enfrentamento dos desafios que hoje se apresentam no

ensino e na aprendizagem de matemática, no ano de 2011, nas formações de

coordenadores pedagógicos, analisamos sequências de atividades que utilizavam

os jogos para desenvolver o repertório de cálculo (adição, subtração,

multiplicação e divisão) com números naturais. A discussão do grupo sobre este

tema possibilitou a elaboração de pautas de formação que seriam desenvolvidas

nos horários coletivos de formação de professores, para os coordenadores

pedagógicos abordarem a gestão pedagógica de atividades com jogos, como

forma de favorecer a aprendizagem de conceitos e procedimentos matemáticos

de forma mais significativa, por meio das interações sociais que eles

potencializam.

Prof.ª Linéia Ruiz Trivilin

Bibliografia:

HÜBNER, M. C. S. Educação matemática: processo de resolução de problemas no contexto escolar. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade de Passo Fundo, 2010. Orientação: Profª. Drª. Neiva Ignês Grando.

PARRA, C.. Cálculo mental na escola Primária. In: PARRA, Cecília; SAIZ Irmã; [et al] (Org.). Didática da Matemática: Reflexões Psicopedagógicas. Tradução por Juan Acuña Llorens. Porto Alegre: Artes Médicas, 2001. p. 186-235.

PONTE, J. P.; SERRAZINA, M. L. Didáctica da matemática do Ciclo I. Lisboa: Ed. Universidade Aberta, 2000. SMOLE, K. S.; DINIZ, M. I.; CANDIDO, P. Brincadeiras infantis nas aulas de matemática. Artmed Editora. Coleção Matemática de 0 a 6, Vol.1, 2001.

Page 29: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

28

AÇÕES DE FORMAÇÃO DO CICLO II DOS ÚLTIMOS ANOS

No documento da Secretaria Municipal de Educação: “Educação – Fazer

e aprender na cidade de São Paulo”, 2008, página 57, podemos encontrar uma

apresentação das concepções que embasam o Programa de Orientação

Curricular do Ensino Fundamental:

“... Na perspectiva do letramento, o processo de aquisição e

desenvolvimento da leitura e da escrita, mesmo quando bem

sucedido, não se esgota no Ciclo I, mas prolonga-se por toda a

vida.”

Além disso:

“ ...a leitura e a escrita perpassam a construção de conhecimento

em todas as áreas e seu trabalho transversal se justifica porque o

conteúdo e a forma de um texto são indissociáveis e, não raro,

a compreensão de um supõe o entendimento do outro...

Assim, tomar a leitura e a escrita como um compromisso de

todas as áreas é criar condições para que as demais

aprendizagens possam se dar.”

Em 2006 foi elaborada uma proposta de se investir no aprimoramento

da leitura e da escrita dos alunos do Ciclo II.

Inicialmente, houve a publicação do “Referencial de expectativas para o

desenvolvimento da competência leitora e escritora no Ciclo II do Ensino

Fundamental”, 2006, pela Secretaria Municipal de Educação de São Paulo e, em

seguida, os Referenciais de expectativas para o desenvolvimento da competência

leitora e escritora do ciclo II do Ensino Fundamental das diferentes áreas do

conhecimento.

Em 2007 foram publicadas as “Orientações curriculares - proposição de

expectativas de aprendizagem” e em 2010 os “Cadernos de apoio e

aprendizagem”, de Língua Portuguesa e Matemática.

Iniciamos, em 2006, na DRE Santo Amaro/SME um percurso de

formação e acompanhamento, tendo como objetivo fornecer subsídios para

ampliar as competências leitora e escritora dos alunos do ciclo II, com o

desenvolvimento das seguintes ações:

2006 e 2007 Formação de coordenadores pedagógicos, na DRE, com a

assessoria, em SME, da prof.ª Maria José Nóbrega;

2006 Formação dos grupos de referência, com professores das

diferentes áreas do conhecimento, com o objetivo de auxiliar na

construção do material das Orientações Curriculares

2007 Projeto 77 escolas ( Aprender os padrões da linguagem escrita de

modo reflexivo) Projeto aplicado em 77 escolas da SME consideradas

prioritárias, tendo em vista a necessidade de um apoio pedagógico para

os alunos que estavam iniciando o ciclo II - Formação em SME, de

professores dos 1º anos do ciclo II , com foco na escrita;

2008 “Sala dos professores” : constituição de grupos de trabalho por

área do conhecimento, com professores das unidade educacionais da

DRE, para estudo dos “Referenciais de expectativas para o

desenvolvimento da competência leitora e escritora no ciclo II do ensino

fundamental, 2006;

Page 30: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

29

2008 - Formação na DRESA de coordenadores pedagógicos, com

assessores de SME, um por mês, por área do conhecimento, para

implementação dos “Referenciais de expectativas para o

desenvolvimento da competência leitora e escritora no ciclo II do ensino

Fundamental, 2006”;

2009 - Formação na DRESA de coordenadores pedagógicos para a

implementação das “Orientações curriculares - proposição de

expectativas de aprendizagem, 2007”, com a parceria de especialistas

das áreas.

2009 Seminário de professores por área do conhecimento: estudo das

Orientações Curriculares, com assessores da SME.

2009, 2010 e 2011 Formação para professores em horário coletivo (JEIF)

nas escolas prioritárias, com assessores contratados pela DRE e com

formadores de DOT-P/DRESA;

2009, 2010 e 2011 Formação dos professores que atuavam nas Salas de

apoio pedagógico (SAP) (com ações, prioritariamente no ciclo II)

2010 e 2011

Formação de coordenadores pedagógicos – Implementação dos

”Cadernos de Apoio e Aprendizagem, e Língua Portuguesa e

Matemática”;

Curso, com convocação, para professores das áreas de Língua

Portuguesa e Matemática (um professor por unidade educacional)

para implementação dos Cadernos de Apoio e Aprendizagem de

Língua Portuguesa e Matemática;

2011

Formação de coordenadores pedagógicos;

Cursos, com convocação, para professores de Língua Portuguesa e

Matemática para implementação dos Cadernos de apoio e

aprendizagem;

Cursos optativos para professores promovidos por SME nas

diferentes áreas do conhecimento;

Cursos para professores de recuperação paralela de

Língua Portuguesa e Matemática.

Seminário para coordenadores pedagógicos - implementação do

Referencial sobre Avaliação da Aprendizagem de alunos com

Deficiência ( RAADI CII).

As formações dos coordenadores e dos professores possibilitaram uma

interlocução entre estes dois segmentos, com vistas em ações desenvolvidas em

sala de aula, possibilitando uma articulação do programa de SME com o projeto

pedagógico das escolas e os avanços no processo de ensino e aprendizagens.

Na 1ª parte dos cadernos de Orientações Curriculares - Proposição de

Expectativas de aprendizagem, SME/DOT, 2007, encontramos indícios para a

realização dessa articulação:

“Na elaboração de seu projeto, cada escola parte da consideração

da realidade, da situação em que a escola se encontra, para

confrontá-la com o que deseja e necessita construir. Essa

“idealização” não significa algo que não possa ser realizado, mas

algo que ainda não foi realizado; caracterizando um processo

necessariamente dinâmico e contínuo.

Elementos constitutivos do projeto pedagógico da escola, como

registro de sua trajetória histórica, dados sobre a comunidade em

Page 31: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

30

que se insere avaliações diagnósticas dos resultados de anos

anteriores relativas aos projetos desenvolvidos pela escola e aos

processos de ensino e aprendizagem são importantes para o

estabelecimento desse confronto entre o que já foi conquistado e

o que ainda precisa ser.”

Para aproximar as reflexões realizadas nos cursos de formação

com a prática de sala de aula, nas reuniões de coordenadores pedagógicos

de 2011, convidamos mensalmente professores das diferentes áreas para

que eles pudessem socializar suas boas práticas e, em seguida, houvesse

uma articulação entre a prática apresentada e as concepções indicadas

nas Orientações Curriculares de cada área do conhecimento.

Foram também apresentadas pelas regentes das formações

continuadas dos coordenadores pedagógicos atividades dos cadernos de

apoio, com os subsídios teóricos nos quais eles se baseiam,

complementando ainda esse estudo, com o recurso dos vídeos que

acompanham os cadernos.

Nos momentos de troca de suas práticas, os coordenadores

puderam pensar sobre as características comuns entre as escolas e as

características peculiares de sua realidade.

O tema “Convivência escolar” foi desenvolvido principalmente

nos anos 2010 e 2011, dando-se ênfase às características dos pré-

adolescentes e adolescentes dos dias atuais e relacionando seus perfis

com as ações mais efetivas em sala de aula, para que pudéssemos atender

esses alunos, de tal forma que eles valorizassem o papel da escola em sua

formação, privilegiando-a como lugar de aprendizagem. Durante esse

percurso, houve estudos de textos sobre esse tema, troca de experiências

de sucesso nas escolas e encaminhamentos para reflexões junto aos

professores, sobre as estratégias mais adequadas para o desenvolvimento

das aulas com alunos dessa faixa etária.

Durante os períodos de planejamentos, foi dado um destaque

especial na construção dos Planos de Ensino, tendo em vista a proposição

de expectativas de aprendizagem apresentadas nas Orientações

Curriculares de SME, com a elaboração de roteiros para os planos, que

indicassem os pontos de convergência da proposta, respeitando-se a

diversidade das unidades educacionais.

Com a reorganização das ações de recuperação paralela, houve

também a necessidade de que os coordenadores pedagógicos tomassem

conhecimento das concepções que embasam os cadernos de recuperação,

tanto de Língua Portuguesa como de Matemática, que foram

apresentadas em nossas reuniões.

Durante todos esses anos de formação, as análises das avaliações

internas e externas foram temas de reflexão, com o propósito de se

estabelecer um diagnóstico, na medida em que trouxeram indícios dos

avanços e dificuldades encontradas pelos alunos e encaminhamentos de

ações necessárias de formação. Durante as formações, houve também a

preocupação de se estabelecer vínculos entre o trabalho de sala de aula

com os professores de Sala de Leitura, com os de Informática educativa,

com os de Recuperação paralela e com os educadores do “Centro de

formação e acompanhamento à inclusão” (CEFAI) da Diretoria Regional de

Educação de Santo amaro.

Prof.ª Ana Maria Gonçalves Pravadelli

Page 32: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

31

Page 33: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

32

RESGATE DA IDENTIDADE: O PAPEL DE CADA UM – ALUNO / EDUCADOR / FAMÍLIA

CEI Jardim Cupecê

Escolhemos o tema “Resgate da identidade: o papel de cada

um – aluno / educador / família” para compor o livro da DRESA –

2012 porque este foi o eixo principal do Projeto Pedagógico de

2011, o “fio condutor” de todas as atividades que realizamos no

decorrer do ano letivo.

Objetivos:

O principal objetivo da dupla gestora ao desenvolver este

tema foi resgatar a importância do papel de cada um no cotidiano

do CEI, de forma a contemplar não só as expectativas da

comunidade educativa como também garantir desafios

pedagógicos significativos aos nossos alunos. Este tema começou a

surgir no cenário pedagógico do CEI Jardim Cupecê já em meados

de 2010, despontando como prioridade a partir do levantamento

das expectativas dos educadores acerca do trabalho que seria

realizado em 2011.

Período de realização do Projeto: Durante todo o ano letivo de

2011.

Desenvolvimento do Projeto:

Considerando que o trabalho pedagógico desenvolvido no

CEI Jardim Cupecê vem demonstrando, ano após ano, uma cadência

temática capaz de não estancar o trabalho findo cada ano letivo,

podemos dizer que o tema em questão não surgiu

momentaneamente, num momento pedagógico inspirador, mas

sim, é o resultado do crescente movimento da práxis pedagógica

desenvolvida neste CEI nos últimos anos. Por isso, a temática

“identidade” vem sendo alvo dos nossos estudos e base para a

organização dos projetos pedagógicos desenvolvidos.

A partir do 2º semestre de 2010, este tema foi abordado

com mais veemência, visto que nossos professores apontavam a

necessidade de maior investimento no desenvolvimento da

autonomia das crianças, pois ao longo dos anos este CEI passou,

cada vez mais, a atender crianças de menor faixa etária (houve

época em que as crianças permaneciam neste CEI até a época em

que completavam 7 anos, sendo encaminhadas diretamente para

as escolas de ensino fundamental). Por isso, a prática pedagógica

Page 34: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

33

necessitou de constantes aperfeiçoamentos com relação à

pertinência das propostas para as novas faixas etárias atendidas.

Em contrapartida, os educadores também nos apontavam a

necessidade de se investir no desenvolvimento da linguagem

artística, realizando com as crianças um trabalho para além das

artes plásticas, especialmente por considerarem a expressão

artística um grande propulsor do pensamento simbólico das

crianças, capaz de marcar presença em todas as áreas do

conhecimento.

A equipe gestora, por usa vez, além de considerar todas as

preocupações apontadas por nossos professores, sentia também a

necessidade de aproximar mais os pais do trabalho pedagógico que

é desenvolvido no CEI, principalmente as famílias dos alunos novos.

Por isso, considerando este leque de expectativas, chegamos ao

consenso de que o eixo do Projeto de 2011 teria como foco a

identidade de cada um, partindo do resgate dos diferentes papéis

assumidos por todos no cotidiano escolar, com um olhar peculiar às

potencialidades individuais, especialmente a criatividade artística.

Atividades de releitura de Obras de Arte - Berçário I

A fim de facilitar a visualização do trabalho desenvolvido,

dividiremos esta apresentação em três unidades: ações

desenvolvidas junto aos professores, aos alunos e junto aos pais.

1) Com os Professores:

Como desde 2010 os professores vinham destacando que, em 2011,

o CEI comemoraria 30 anos de funcionamento, este dado se

apresentou de maneira muito forte e significativa. Por isso,

decidimos iniciar o ano com o resgate da identidade dos

educadores que, durante estes 30 anos, fizeram a história do CEI

Jardim Cupecê.

Page 35: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

34

a) Pesquisa “Quem somos nós”: a partir desta pesquisa, pudemos

visualizar cada educador, sua formação acadêmica, sua

experiência profissional, sua realidade de vida. Os resultados

foram tabulados e transformados em gráficos, cuja análise foi o

primeiro ponto para resgatarmos a

identidade do CEI.

b) Nesta busca da identidade,

realizamos um trabalho com fotos

dos educadores (desde quando eram

crianças), organizando momentos de

trocas e de relatos de vivências.

Estes relatos se misturaram à história

c) Estudo da história da Arte a partir do resgate da identidade dos

artistas (estudo da bibliografia e da obra): o artista escolhido

pela Coordenadora Pedagógica para iniciar os estudos foi o

pintor Romero Brito por se tratar de um brasileiro renomado e

presente na mídia mundial, cujas

obras são alegres e de fácil leitura.

Assim, pudemos trabalhar a

identidade do artista ao mesmo

tempo em que resgatávamos a

cultura do povo brasileiro.

d) A partir deste artista, fomos

aprofundando o estudo de outros,

do CEI Jd. Cupecê, pois há muitos

professores que, além de iniciarem

Festa de Comemoração dos 30 anos do CEI

sempre procurando “casar” a

biografia de cada um com nossas

sua carreira há 30 anos neste CEI, participaram da luta da

comunidade pela construção e criação de uma creche no bairro

para seus próprios filhos, netos e demais familiares. Foram

momentos de profunda reflexão individual e coletiva, trazendo

à tona a importância do aspecto profissional e do papel de cada

um, bem como a formação dos vínculos ao longo dos anos.

histórias de vida (fotos e relatos das professoras), num “ir e vir”

que pudesse ressignificar a nossa identidade de educador e o

nosso papel junto aos alunos.

e) Relatos de práticas: a rotina de relatos das práticas ao final de

cada mês também favoreceram o fortalecimento dos vínculos e

a busca da identidade do grupo.

Page 36: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

35

2) Com os Alunos:

O trabalho com os alunos foi realizado procurando preservar

o protagonismo infantil, partindo do resgate dos

conhecimentos que os alunos já tinham começado a

construir sobre o tema. Por exemplo, para iniciar o trabalho

de Romero Brito com os alunos, as professoras perceberam

o envolvimento que os alunos tinham com o advento do

carnaval e aproveitaram para contextualizar esta festa como

uma expressão da cultura alegre do povo brasileiro, alegria

esta presente (não por acaso) nas obras de Romero Brito. E

para nós, educadores, alunos e familiares do CEI Jardim

Cupecê, foi uma grande satisfação assistir à homenagem

realizada a este pintor no Carnaval do Rio de Janeiro, por

meio do desfile de uma das escolas de samba, já em 2012.

O trabalho com os alunos foi se desenvolvendo da

seguinte forma:

a) Roda de conversa: resgate da identidade de cada artista, conhecendo suas produções e história de vida (elementos mais básicos, adequados a cada faixa etária).

b) Vídeos: trabalho com vídeos diversos onde as crianças puderam interagir com diferentes artistas nos seus mais variados momentos de criação.

c) Trabalhos manuais e com pintura, e organização de exposições permanentes dos trabalhos, atualizadas sistematicamente.

d) Resgate da identidade: a história do nome próprio – relatos de vivências e identidade dos próprios familiares; trabalho com a imagem de cada um e autorretrato (uso de espelhos).

e) Interação com a história dos pais e familiares a partir dos relatos que permearam a comemoração dos 30 anos do CEI Jardim Cupecê.

3) Com os Pais e familiares:

Nosso desafio maior era aproximar a comunidade do

trabalho pedagógico desenvolvido pelos educadores, pois a

acolhida e o trabalho assistencial inerente ao nosso cotidiano já

era bem acompanhado e conhecido por todas as famílias.

Por isso, buscamos envolver os pais em todo o processo.

Page 37: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

36

Apresentação teatral na Semana da Criança

a) Estudo da realidade – conhecendo melhor as famílias dos

nossos alunos: para que pudéssemos planejar em que

momentos os pais participariam do trabalho, era necessário

que conhecêssemos melhor suas vivências e expectativas.

Por isso, realizamos uma pesquisa cujos dados também

foram tabulados e transformados em gráficos. A partir da

socialização deste material com os próprios pais,

trabalhamos com eles o tema do Projeto Pedagógico para

2011 e apresentamos as atividades que pretendíamos

realizar e que os envolveria ao longo de todo o ano.

b) Pesquisa com os filhos: origem do nome próprio:

conhecendo a história do nome de cada um – registro

coletivo de pais e filhos.

c) Trabalho com fotos da família: contextualização /

identificação de todos que moram com a criança e o papel

de cada um na relação familiar.

d) Extensão da pesquisa a outros membros da família (avós,

tios ou parentes que moram longe – as crianças trouxeram

dados até de parentes falecidos).

e) Momentos da presença das famílias para garantir o

acompanhamento do projeto (reuniões, visitas constantes

às exposições permanentes, relatos / homenagens feitas

pelos pais por ocasião da Comemoração dos 30 anos do CEI;

comemoração dos aniversários das crianças na escola, bem

como outras datas significativas para as crianças e

comunidade).

f) Biblioteca circulante e registro coletivo.

g) Avaliação periódica dos pais com relação ao trabalho

pedagógico, com registro sistematizado no meio de cada

semestre (e não no final) para que possamos reorganizar a

Page 38: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

37

continuidade dos trabalhos. A avaliação é tabulada e os

resultados organizados em exposição para

acompanhamento de todos os pais.

h) Mostra Cultural: momento de conclusão dos trabalhos.

Avaliação:

A avaliação que fazemos do trabalho desenvolvido em 2011 é

muito positiva, mas vamos destacar os pontos mais significativos:

a) Fortalecimento do vínculo a partir do resgate da identidade

do grupo.

b) Mudança de postura de muitos professores junto às crianças

no cotidiano escolar.

c) Desvelamento de um sentimento de pertença: quem não se

viu como parte da história deste CEI buscou o

fortalecimento dos vínculos, a parceria dos amigos e o

engajamento na proposta pedagógica do CEI. Percebemos

também que surgiu um sentimento de saudosismo em

alguns educadores, chegando a ocorrer a remoção para

outra unidade escolar, demonstrando uma busca às origens

profissionais e pedagógicas (voltar para outro CEI onde se

começou a carreira e assim resgatar laços e fortalecer os

vínculos com sua própria história).

d) Intersecção dos saberes: o grupo mais antigo de educadores

passou a ser mais valorizado pelo grupo mais novo à medida

que resgatamos a história e tudo o que estes educadores já

passaram ao longo destes 30 anos. Em contrapartida, o

grupo mais antigo revisou seu olhar junto aos funcionários

mais novos face o envolvimento de todos no resgate da

história e na valorização – por todos – da comemoração

destes 30 anos.

Aproximação dos pais que demonstram hoje fazer parte da

nossa equipe (as ações cotidianas revelam cumplicidade com a

escola).

Em 2012, continuaremos na perseverança da valorização da

parceria escola/ família, destacando sempre que a interferência dos

pais no nosso cotidiano é positiva e só tem a contribuir com nosso

trabalho.

Autoras: Equipe Gestora

Diretora: Sonia Aparecida Marcon de Barros

Coordenadora Pedagógica: Jaqueline Aparecia M. do Espírito Santo

Page 39: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

38

GESTÃO PARTICIPATIVA

EMEF Mário Schonberg, Prof.

Os índices avaliativos de anos anteriores nos exigiram reflexão,

sistematização e tomada de decisões para o ano de 2011. Diante a

superação de tantos desafios, definimos como meta o investimento

em ações para uma educação significativa.

Acreditamos, enquanto gestores, na efetiva participação e

envolvimento de todos no processo educativo de nossas crianças e

jovens, potencializando ainda mais a parceria entre família e escola.

Apurar a escuta, valorizar as ações e atuar junto aos professores e

alunos são nossos princípios enquanto Projeto Pedagógico, e

consequentemente zelar por um ambiente favorável à

implementação do Programa Ler e Escrever - prioridade na escola

municipal onde pedagogicamente atuamos em parceria aos

formadores de DOT- Pedagógico e assessores da SME/DRESA.

Após avaliação, o coletivo da escola fez um levantamento das

prioridades para 2011, enfocando mudanças no cotidiano da escola

em todos os seus segmentos. Necessário foi situar a escola neste

novo milênio em toda sua real importância, fazendo assim,

efetivamente, diferença para toda a comunidade escolar.

DESENVOLVIMENTO

O trabalho realizado na EMEF Mário Schonberg, Prof., ocorreu em

diferentes instâncias e mobilizou a equipe como um todo,

envolvendo diretor, supervisor, coordenadores pedagógicos,

assistentes de direção, professores, ATE, estagiários e toda

comunidade escolar.

É importante ressaltar a contribuição de cada um destes segmentos

para que se possa compreender o percurso que transformou o

modo como a escola era vista.

A equipe gestora permaneceu a mesma por dois anos e durante

este período reunia-se com frequência para discutir assuntos

relevantes que envolviam tomadas

de decisões conjuntas. A postura de cada membro era sempre de

levar adiante as decisões tomadas conjuntamente.

Page 40: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

39

Mostra Literária – Participação da Comunidade

Situações de depredação, evasão e agressividade dos alunos foram

fortemente combatidas por meio da busca pelo envolvimento dos

pais e responsáveis, sensibilizando-os para a participação na vida

escolar dos filhos e colocando a escola como parceira para a

resolução dos problemas. Além disso, lançamos mão da parceria

com a DRESA para implementar ações do projeto “Convívio

Escolar”, oportunizando momentos de escuta dos alunos e

reflexões sobre seus atos. Este interesse em conhecê-los trouxe o

fortalecimento de vínculos.

Paralelamente, a coordenação pedagógica e os professores

realizaram um trabalho para envolver os alunos e demais membros

da comunidade com o intuito de resgatar a autoestima e o respeito

pelo espaço escolar, dentre eles Projeto Enturmando, PROERD,

Jovens Construindo Cidadania (os dois últimos em parceria com a

Polícia Militar), Práticas Esportivas, Projeto Musicando, Jardinagem,

entre outros. Nesta etapa, muitos projetos se destacaram e a

postura dos alunos e comunidade mudou: eles passaram a

permanecer na escola, participar de eventos, levar seus familiares

para prestigiá-los e isso valorizou a visão que todos tinham da

unidade educacional.

Quanto ao desenvolvimento do trabalho pedagógico, houve

sistematização das formações dos Projetos Especiais de Ação - PEA

Projeto Musicando – Valorizando a participação dos alunos

Page 41: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

40

- contemplando a elaboração de projetos, sequências didáticas,

estudo de casos e tematizações, de modo a garantir a

implementação do Programa Ler e Escrever – prioridade na escola

municipal. Tanto nos horários coletivos, como os horários

individuais para os que não participavam do PEA, além de Reuniões

Apresentação do Teatro de Leitores

e Jornadas Pedagógicas eram pautadas na melhoria da proficiência

leitora e escritora dos alunos, no estudo dos resultados das

sondagens e das provas externas e na discussão sobre o

desenvolvimento de habilidades dos alunos. Realizamos a

organização Letiva em projetos semestrais, primeiro semestre meio

ambiente, e segundo semestre Africanidade. Dentro das diversas

disciplinas, os professores foram planejando práticas a contemplar

o estudo da temática com recursos da diversificação de gêneros

textuais.

Houve também uma preocupação em ampliar a participação dos

alunos em eventos culturais, uma vez que a comunidade não

dispunha de recursos ou espaços de lazer e cultura. Sendo assim,

foram ampliadas as propostas de visitas pedagógicas à museus,

exposições, cinema, teatro, participação em campeonatos,

concursos de redação e de

Teatro no Pátio – Projeto de Arte articulado ao “Ler e Escrever”

Page 42: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

41

bolsas de estudo e organizados eventos internos para

apresentações musicais, teatrais e mostras dos trabalhos

desenvolvidos durante o ano.

Com a demanda por melhores espaços para atendimento aos

alunos, foram investidos recursos financeiros para equipar as salas

de leitura, artes, informática, refeitório, biblioteca, pátio, criação de

espaços de lazer para as séries iniciais (casinha de bonecas e pátio

externo para brincadeiras), melhoria no acesso aos alunos,

comunidade e funcionários da escola.

AVALIAÇÃO

Com toda esta mudança, pais alunos e funcionários da escola

passaram a valorizar o espaço escolar. A convivência melhorou e

consequentemente os resultados pedagógicos acompanharam esta

evolução.

No entanto, ainda há muito o que fazer. É preciso garantir a

continuidade das ações e o acompanhamento sistemático do

trabalho pedagógico.

Direção: Regina Conceição Alexandre Silva,

Ana Lúcia da Silva e Josemir Pedro de Souza

Coordenação Pedagógica: Eneida Cristina de Faria Lário,

Fernanda Carvalho Hashizume Demori

Page 43: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

42

EMEF “Pereira Carneiro, Conde”

GESTÃO EDUCACIONAL

“Uma escola é o que são os seus gestores, os seus educadores, os pais dos estudantes, os estudantes e a comunidade. A “cara da escola” decorre da ação conjunta de todos esses elementos.

(LUCKESI, 2007,p.15)

Nosso dia começa às 6h, quando a Equipe de limpeza chega

para os retoques finais em salas, corredores, banheiros e jardim,

para que a escola esteja pronta para receber seus alunos.

Assistentes, Coordenadores, ATE, Secretaria, Professores e

Segurança completam a organização, para receber os alunos do

primeiro período. Os Assistentes organizam a entrada, com um

horário em mãos, só para fazerem a última conferência da presença

de todos os professores. E como sempre, assim que o sinal nos

avisa, todos a postos, para mais um dia de aula.

Para chegar nesse estágio de bom funcionamento, de consciência e

compromisso profissional, não podemos esquecer que existe uma

coordenação, uma direção presente e competente. O Diretor de

Escola é responsável por tudo que acontece em sua Unidade

Educacional, portanto, é compreensível que nada fique fora da sua

visão, do seu conhecimento e parecer. Delegar bem é uma

habilidade estratégica dos gestores que sabem que nada pode ser

feito sem uma equipe competente, com professores motivados e

comunidade confiante no seu trabalho.

No caso específico da EMEF “Pereira Carneiro, Conde” são anos de

trabalho, de busca de parceria com a comunidade para trazê-la

para dentro dos muros da escola. Sabemos que uma escola só

cresce se tiver a confiança, a credibilidade e o aval daqueles a quem

servimos. Os funcionários são muito bem orientados a respeito da

importância da presença desta comunidade e da boa educação e

cortesia com que todos devem ser tratados. Acreditamos que esse

bom relacionamento seja um dos pontos fortes de nossa escola.

Page 44: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

43

Olhar os muros externos pintados a cada dois anos, e mantidos em

excelente conservação, o uso das duas quadras nos finais de

semana, sem prejuízo ou danos para a escola, é a prova - mais que

consistente- de que estamos no caminho certo.

Escola bonita é fundamental para que todos fiquem bem em

seu interior. Salas limpas e arejadas, cortinas com cores variadas,

banheiros asseados, pintura impecável nas paredes e jardim bem

cuidado já é marca constante da escola, sempre sob o olhar da

Direção e da Comunidade presentes.

Nas reuniões dos colegiados - Conselho de Escola e

Associação de Pais e Mestres - são apresentadas as prestações de

contas das verbas recebidas e de maneira foram gastas (são

apresentadas as notas fiscais e os três orçamentos diferentes).

Nessas reuniões, são discutidas também as prioridades da escola,

visando sempre à uma escola de qualidade em todos os aspectos.

O trabalho realizado é o foco de atenção de toda a Equipe

Gestora. A Direção acompanha desde a elaboração da Sondagem

de Leitura e Escrita, até o seu resultado, assim como os

encaminhamentos sobre sua análise. Não mede esforços para que a

escola tenha tudo que necessita, para caminhar e alcançar suas

metas. Nas reuniões semanais com sua equipe, de pauta pronta,

analisa as ações realizadas ao longo da semana e programa as

prioridades para a próxima; orienta para que todos tenham a

mesma postura, que toda equipe saiba, exatamente, o que está

acontecendo no seu interior e que cada um realize suas funções

com competência, responsabilidade e compromisso.

A função da escola é a inserção social de pessoas que atuem

com autonomia, conhecimento e ciência do seu papel. Esse é o

foco do trabalho pedagógico realizado pela Direção, Coordenação,

Professores e toda Equipe de Apoio.

A atuação da Equipe Gestora é essencial para orientar e

trabalhar junto aos professores, todos os aspectos ligados ao

processo pedagógico, e às relações de convivência. Neste sentido,

também é essencial conhecermos a comunidade escolar a quem

servimos, para que possamos trabalhar com clareza, aspectos que a

incluam dentro dos muros da escola; para isto, em intervalos de

dois anos, fazemos uma coleta de dados com as famílias para

sabermos sobre: origem, poder aquisitivo, nível cultural, hábitos

familiares e de estudo, agrupamento familiar, sonhos, expectativa

de futuro.

Page 45: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

44

A tabulação e a sistematização dos resultados do ano

anterior, somados aos estudos dos casos de alunos com

necessidades educacionais especiais, são o ponto de partida do

nosso trabalho, na Jornada de Organização Inicial da Unidade

Escolar. A síntese da avaliação final, realizada pelos professores,

na qual são levadas em consideração as questões pedagógicas e

humanas, também é apresentada, nesse momento.

Com esses dados em mãos, nasce o Projeto Pedagógico,

com dados da síntese da realidade, que permeia nosso fazer

pedagógico. Como fazer acontecer, com eficácia, tantas propostas

de acertos, planejamentos e evolução contínua do trabalho

pedagógico? Nesse momento, toma vida o Projeto Especial de Ação

- PEA. É fundamental que ele exista, para fazer acontecer todas as

ações que nos permitam alcançar nossas metas com sucesso.

A função da Equipe Gestora - em consonância com as

orientações da Secretaria Municipal de Educação - contribui para a

implementação dos Programas Institucionais. A parceria da nossa

Unidade Educacional com a Diretoria de Orientação Técnico-

Pedagógica, da DRE - Santo Amaro viabiliza as ações desenvolvidas,

como um todo. As demandas apresentadas pela SME/DRE, produto

de reflexão nos horários de estudo, permite que o aspecto

pedagógico, das atividades realizadas nos espaços de

aprendizagens, esteja sempre presente. É necessário um rigoroso

planejamento dos encontros nos horários coletivos, para que

possamos estudar muito e encontrar saídas para as dificuldades

naturais do dia a dia. Como alcançar todo corpo docente, se um

número razoável de professores não participa dos horários

coletivos? Na correria diária buscamos esses professores em suas

Horas de Trabalho Individual - H.I. - e procuramos mantê-los

informados sobre todos os movimentos existentes, visto que o

Projeto Pedagógico e o PEA foram organizados por todos e para

todos.

São realizadas Sondagens de Leitura e de Escrita bimestrais

abarcando desde o primeiro ano do Ensino Fundamental de 9 anos.

O planejamento e o replanejamento são realizados após cada

verificação de aprendizagem; um registro coerente é feito nos

diários, inclusive o que aponta o caminhar das recuperações

contínua e paralela. Essa orientação tem seu início em fevereiro,

nos dias de organização inicial da escola. Analisar os resultados

obtidos pelos alunos, no final do ano letivo, e compará-los com as

Page 46: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

45

avaliações externas, é um momento muito esperado por todos. Já

não é mais surpresa para o Corpo Docente, a constatação que esses

resultados são idênticos. As avaliações externas e internas

detectam os mesmos problemas e é, justamente sobre esses, que

voltamos nossas atenções. Nos encontros iniciais e nas formações

subsequentes, orientamos como o professor deve abordar o

assunto para que o aluno avance no seu conhecimento e supere os

déficits aferidos nas avaliações. Esses resultados são esperados por

todos, com ansiedade, pois passou a ser um termômetro do nosso

fazer pedagógico.

Sempre alcançar a meta do Índice de Desenvolvimento da

Educação Básica – IDEB também é um objetivo claro para todos.

Graças a esse trabalho empenhado de cada educador, nos últimos

anos conseguimos alcançar as metas estabelecidas e superá-las. O

incentivo aos professores, para que busquem sua própria superação

e não fiquem na zona de conforto, e com isto, garantam boas aulas,

é uma constante nas formações, nos horários coletivos e nas

orientações feitas nas horas individuais. Os professores esperam

pelo momento em que a Coordenação vá assistir às suas aulas,

valendo-se do roteiro de observação. Alguns educadores até

solicitam esta presença, considerando que a devolutiva é

prontamente feita em particular, e que as contribuições são

pertinentes e de grande valia para o enriquecimento da aula. A

implantação de espaços diferenciados, como Brinquedoteca,

Parquinho, Laboratório de Ciências e de Matemática, demonstram

o cuidado da escola em apresentar possibilidades de construção de

aprendizagens. Além desses espaços, a escola incentiva o docente

para que procure, em espaços externos à escola - como teatros,

cinemas, museus, exposições e outros - ampliar oportunidades de

novos conhecimentos aos alunos.

Procuramos receber muito bem professores e famílias em

nossa escola. Os pequenos alunos dos primeiros anos entram, para

seu primeiro dia de aula, acompanhados por seus responsáveis e

são recebidos por Fadas, Princesas e muito aconchego, para que se

sintam confortáveis e seguros na sua nova escola. Os pais voltam

satisfeitos para casa, pois sabem que suas crianças ficarão bem e

em mãos de pessoas competentes e responsáveis.

Nossa forma de acolhimento aos estudantes proporciona a

sensação de pertencimento, de fazer parte de um grupo e de um

crescente “querer bem” a esse espaço chamado escola, com

Page 47: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

46

características de extensão da família. Eles vão percebendo que

aqui, o aluno tem voz e é ouvido, com respeito. Também observam

que ouvimos e respeitamos professores e todos os demais que

fazem parte desse grupo de educadores. Todos são tratados com

respeito pois acreditamos que o exemplo é o principal fator

constituinte da Educação. Ouvir com respeito, orientar e explicar o

que ocorreu, é fundamental para que o aluno reflita. Não queremos

dizer com isso que nossos alunos são diferentes e que não erram.

Não é isso. Como toda criança e adolescente, eles vivem o

momento de aprendizagem e, entre erros e acertos, vão

construindo o seu eu, motivados e cercados pelos incentivos e

reforços positivos da escola e da família, parceiras neste mesmo

objetivo. Como acontece em qualquer agrupamento humano,

existem as exceções. Fazemos desses desafios motivos para nosso

crescimento e busca de soluções para incluirmos nossos alunos em

um mundo real, em que todos tenham condições para lutar por

uma vida digna, foi e sempre será nossa meta maior.

Erzsebet Schmuck Orui – Diretor

Iara Pucetti - Assistente de Diretor

Rogerio Athayde Barbosa – Assistente de Diretor

Maria Conceição Marques Ferreira – Coordenador Pedagógico

Rosangela Mattos Magro – Coordenador Pedagógico

...Aos poucos, fui constatando que nesta escola o pedagógico corre

nas veias de todos que aqui trabalham, começando e partindo, sem

dúvida da Equipe Gestora. Todos os anos, já na recepção e boas

vindas, percebe-se o quanto é pensado, pela equipe uma forma de

receber bem o seu professor, sua matéria prima, tão reconhecido e

valorizado. E o que dizer do acolhimento aos alunos do Primeiro

Ano, regado a Contos de Fadas? A Equipe reconhece que, quando se

recebe bem e se faz questão da presença, dando voz à comunidade,

o retorno acontece.

Professora Anna Fabíola Maranho Tucilho

EMEF “Pereira Carneiro, Conde”

Page 48: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

47

DA AÇÃO SUPERVISORA

[...] "aumentar o saber significa aumentar as dúvidas. E a cada resposta, nova pergunta se segue.”

Herman Hesse

A Supervisão Escolar em seu papel de fortalecer o trabalho das

Equipes Escolares e servir de elemento de ligação entre as escolas,

a Diretoria Regional e a Secretaria Municipal de Educação, teve sua

ação facilitada em função do respeito das autoridades locais ao

processo histórico do Grupo de Supervisores, especialmente

mantendo e participando das reuniões semanais de reflexão e

discussão do grupo, possibilitando o trabalho coletivo, a interação e

a parceria entre as diversas Diretorias e Divisões da DRE.

Por sua vez, a autogestão do grupo em relação à estruturação de

seu trabalho, incluindo a organização e escolha de setores de

Supervisão, além da criação de frentes de trabalho, possibilitou a

parceria com as escolas, assim como intervenções qualificadas,

necessárias a assegurar que os espaços e as atividades

administrativas estivessem a serviço do trabalho pedagógico e da

valorização dos profissionais da escola.

Na organização do trabalho, o Grupo de Supervisores esteve atento

não só à melhoria da qualidade de educação das escolas

pertencentes à rede municipal, mas também com todas as que

integram o Sistema de Ensino. Além disso, assegurou envolvimento

da Supervisão nas diversas frentes de trabalho que apóiam os

Projetos Pedagógicos das unidades escolares como:

.condução das formações das Equipes Gestoras das Escolas de

Educação infantil; dos profissionais de apoio escolar , do Grupo do

Convívio Escolar, entre outros;

.participação nas formações desenvolvidas por DOTP;

.participação efetiva em reuniões promovidas por SME/DOT;

.autorização de funcionamento das escolas particulares e dos

Centros de Educação Infantis conveniados e indiretos que estavam

em processo, garantindo um trabalho de acompanhamento e

orientações articulados com outros setores da DRE. Hoje, dos

setenta e seis CEI conveniados e indiretos , sessenta e sete

Page 49: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

48

obtiveram autorização de funcionamento ; das oitenta e três

escolas particulares , setenta e seis estão autorizadas nos termos da

legislação vigente:

.implementação das políticas de SME através da mediação no que

se refere à ampliação de vagas na Educação Infantil por meio da

reorganização e otimização dos espaços e ampliação de convênios,

o que gerou um significativo aumento de crianças atendidas;

.promoção de estudos e reuniões com as equipes Gestoras e

Comunidade escolar para a ampliação do número de escolas com

dois turnos diurnos e por conseqüência ampliação da jornada

discente;

.acompanhamento e monitoramento dos Programas Ler e Escrever

e Inclui;

.incentivo e acompanhamento na implantação do Programa

Ampliar.

Um aspecto que merece também destaque por ter assegurada a

coesão do grupo na condução dos trabalhos com as escolas, foi a

elaboração de pautas comuns, em consenso, nas reuniões semanais

com vistas a atingir o cumprimento das metas de acesso,

permanência e melhoria da qualidade de ensino.

Outro aspecto que destacamos é a sistemática de comunicação

estabelecida pela Equipe DRE, permitindo a transmissão de

informes em tempo real, facilitando o trabalho em loco. .

É certo que há desafios a serem superados, pois a complexidade da

ação supervisora exige formações teórico-práticas específicas,

revisitação de práticas, avaliações sistemáticas de trabalho e

continuidade de momentos de reflexão.

O grupo em face aos resultados já atingidos espera que o porvir

assegure o respeito aos Supervisores Escolares e ao seu trabalho

Ação Supervisora - visita na EMEF Profª Maria Lúcia dos Santos

Acompanhamento do Self-Service em 16/05/12

Page 50: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

49

CONVÍVIO ESCOLAR

Programa “Convivência Escolar”

A preocupação com as relações interpessoais, no cotidiano

escolar, e a necessidade de se traçar novos caminhos que atendam

à dinâmica da diversidade em todos os aspecto da pessoa humana,

hoje posta dentro das Unidades Educacionais, muitas vezes fonte

de conflitos e até mesmo de violência, interferindo na

aprendizagem dos alunos, criando dificuldades e problemas para

todos os envolvidos no processo educativo, levou a Secretaria

Municipal de Educação, no início de 2011, a promover o Programa

“Convivência Escolar”, tendo como proposta criar uma nova

dinâmica para além da promoção e prevenção de situações de

conflito, estabelecendo também estratégias de intervenção a

serem efetivadas, em conjunto, com órgãos e instituições

específicos , especialmente os da rede local.

Com os objetivos de: a. reafirmar a escola como espaço

democrático, de exercício da cidadania no processo ensino-

aprendizagem; b. contribuir para a melhoria das relações sociais, do

exercício da convivência e da cooperação no âmbito da Rede

Municipal de Ensino, o Programa “Convivência Escolar” traz à tona

a necessidade de se solicitar o fator emocional em nossas

estratégias pedagógicas, como afirmam Daniel Chabot e Michel

Chabot (Pedagogia Emocional, Sá Editores, 2005,pp 28 e 29). Para

eles: “ ...estamos todos muito impregnados da abordagem cognitiva,

o que faz com que, diante de um aluno apresentando dificuldades

de aprendizagem, questionemos imediatamente suas capacidades

intelectuais ou ainda suas estratégias cognitivas, quando não

nossos próprios métodos pedagógicos.”

Na mesma obra, mais adiante, os autores apontam: A

primeira condição para aprender é sentir-se bem. Isto vale para

toda espécie de aprendizagem porque,...as emoções negativas

afetam todos os nossos processos mentais, desde a atenção mais

elementar até aqueles processos intelectuais e cognitivos mais

complexos.”( p.137)

É importante destacar que a demanda em se trabalhar as relações

interpessoais na escola, surgiu na DRE - Santo Amaro, em 2009, quando

começaram a ser abordados temas referentes a essas questões, em

Page 51: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

50

reuniões de formação continuada dos Coordenadores Pedagógicos, que

acompanhavam as ações do ciclo II.

Em 2011, foi constituído um grupo de trabalho da DRE, com

os seguintes educadores: da DOT-P, Ana Maria Gonçalves

Pravadelli; de Projetos Especiais, Graça Aparecida Dias e Elisa Katto;

da Supervisão Escolar, Eliana Aleixo Coli Viotti e Maria Lúcia Vidal e

do Setor Jurídico, Cristiane Voscaboinick, com a finalidade de

implementação do referido programa.

Tendo em vista que o documento preliminar do Programa

fazia referência à formação de grupos de trabalho nas escolas,

constituídos por Assistente de Diretor , um representante do corpo

docente das Unidades Educacionais, Gestor e Coordenador de

Educação dos CEU, promovemos reuniões mensais com estes

profissionais.

Nas reuniões mensais, inicialmente, apresentamos a versão

preliminar do documento, depois passamos a trabalhar com a

reflexão sobre temas relevantes para o grupo, a partir de avaliação

diagnóstica: 1. Estudo do perfil dos alunos nos dias de hoje; 2.

reflexões sobre o papel da escola como agente educador; 3.

Educação e Valores; 4. Estatuto da Criança e do Adolescente; 5.

Bullying. O vídeo “Família, escola e cidadania”, do professor Mario

Sergio Cortella, constitui-se como subsídio para este estudo.

Na tentativa de fortalecer a rede local, trouxemos como

participantes, nas reuniões mensais: um articulador da Plataforma

de Centros Urbanos do Jabaquara que esclareceu como são

organizadas as parcerias e a importância do trabalho com o

protagonismo infanto-juvenil; um membro do Conselho Tutelar do

Jabaquara que informou sobre o âmbito de atuação do Conselho e

parcerias possíveis com as Unidades Educacionais. Além disso,

trabalhamos dinâmicas de grupo para mapeamento dos recursos

existentes nas microrregiões e socialização de ações desenvolvidas

nas escolas.

Por fim, a partir da socialização das ações desenvolvidas nas

escolas, passamos a trabalhar com a socialização de Projetos de

convivência escolar que tiveram êxito nas escolas: 1. “Assembleias

Escolares” – apresentado pela professora Rosangela Morgado, da

EMEF “CEU Caminho do Mar”; “Círculos Restaurativos” – pelo

Page 52: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

51

Diretor Marcos Volpi, da EMEF “Nelson Pimentel Queiróz,

Professor” e “Escola de Pais” - pelo Diretor Paulo Gonçalo, da

EMEF “Maria Lúcia dos Santos, Professora”.

Durante as reuniões de formação do grupo de trabalho,

pudemos observar e concluir que as ações pedagógicas terão

sucesso, se houver boas relações interpessoais em todos os

segmentos da escola e apoio dos recursos locais para os casos que

extrapolam a ação educativa.

Não bastam boas relações entre professor-aluno, é

imprescindível que a Equipe Gestora promova um ambiente de

participação democrática, em que não haja tensões, mas uma

administração de conflitos saudável, visando à aprendizagem e a

toda a comunidade escolar. A exemplo disto, ficam os versos de

Drummond: O homem, as viagens. Só resta ao homem (estará equipado?) A dificílima dangerosíssima viagem De si a si mesmo: Pôr o pé no chão Do seu coração Experimentar Colonizar Civilizar Humanizar O homem Descobrindo em suas próprias inexploradas entranhas A perene, insuspeitada alegria De con-viver.

formação dos alunos.

Os alunos serão estimulados a conviver com respeito e

colaboração se presenciarem atitudes de respeito e colaboração e

Carlos Drummond de Andrade

Ana Maria Pravadelli Maria Lúcia Vidal

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52

Page 54: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

53

BIBLIOTECA CIRCULANTE

COLCHA DE RETALHOS FEITA POR MUITAS MÃOS

‘‘... O Professor não ensina, mas arranja modos de a própria criança descobrir e criar situações-problema”

Jean Piaget

CEU CEI Caminho do Mar Leitura na colcha

Outro aspecto a salientar é resgatar a figura do professor de

educação infantil, tendo em vista que o mesmo atua como

educador e parceiro no desenvolvimento da criança nos aspectos:

social e cognitivo.

Nesse viés, foi proposto para as famílias o projeto

Biblioteca Circulante que, além de favorecer o contato

criança/família, permitia a vivência coletiva de histórias e contos

diversos, principalmente as histórias contatas ao longo da infância

dos pais. Outro aspecto a ser considerado é que no contato

semanal com livros de histórias diversificadas, a criança ampliaria o

O projeto surgiu a partir da necessidade de estabelecer a

parceria entre família e escola e o interesse das crianças em

manusear livros diversos. Nessa perspectiva, os professores

envolvidos discutiram a possibilidade de desenvolver nas crianças a

pseudo leitura de forma a contar com a participação da família.

repertório despertando a imaginação, a fala e a criatividade, pois

público alvo do projeto eram crianças de quatro anos incompletos,

que apresentavam a fala em desenvolvimento e relatavam na roda

de conversa as preferências por determinadas histórias contadas

pelos pais.

Page 55: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

54

A partir desses aspectos o grupo de educadores viu a

necessidade de desenvolver um projeto que aclamasse todos os

pressupostos apresentados, tendo como estratégia principal, a

participação da família na construção e desenvolvimento coletivo

do projeto,chegando ao produto final que era a Colcha de

Retalhos.

Objetivos:

Estabelecer parceria entre escola e família;

Desenvolver comportamento leitor formando pequenos

leitores;

Ampliar repertório oral estimulando a criatividade e a

imaginação;

Enriquecer a relação família/criança através de

momentos de contato pessoal e aconchegante de pais e

filhos.

Desenvolvimento:

O projeto apresentou as seguintes etapas:

Divulgação do projeto "Biblioteca Circulante" na

primeira reunião de pais do ano;

Bilhete via agenda, convidando os pais a participarem do

projeto.

Após a adesão dos pais, a cada semana uma criança levava

uma pasta contendo: tintas de diversas cores, canetinhas, um

pedaço de tecido cânhamo de 15 cm x 25 cm, e um livro de

história diversificado.

A pasta era entregue aos pais na quinta-feira e devolvida

sempre na 2ª feira.

Page 56: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

55

Os pais, em casa, liam a história para os filhos e depois,

juntos, filhos e pais ilustravam o tecido procurando

representar a história;

Devolução da pasta com todos os objetos, inclusive

com o tecido ilustrado.

Roda de história para que a criança, que levou a

pasta durante a semana, pudesse socializar a história

vivenciada e a confecção do tecido. Após a apreciação da

turma, a produção da família era afixada no painel

coletivo do CEI para observação de outros pais;

Construção da Colcha de Retalhos com a junção de

todos os pedaços dos tecidos ilustrados pelas famílias;

Apresentação da colcha concluída na Mostra

cultural;

Relato dos visitantes da sala na Mostra cultural.

Avaliação:

Com a implantação do projeto, observamos ao longo do

semestre que:

Ampliou-se a relação professor / família favorecendo o

diálogo entre as partes de forma mais clara e concisa;

Aumentou o interesse das crianças em manusear os

livros selecionados para compreender as histórias

contidas;

Ocorreu a ampliação do repertório oral e imaginativo

através dos relatos na roda de conversa e reconto das

histórias trabalhadas;

Melhorou a comunicação no cotidiano, por meio das

relações estabelecidas pelas histórias lidas;

Construção da Colcha de Retalhos com a junção de todos os pedaços dos tecidos ilustrados pelas famílias

Page 57: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

56

Houve maior cuidado com os pertences, uma vez que a

criança levava a pasta para casa e era “responsável”

durante aquela semana e, junto com a família, deveria

“cuidar” e organizar à mesma.

O resultado final causou aos visitantes da Mostra Cultural

e aos participantes do projeto um impacto positivo que

foi evidenciado por meio dos relatos escritos, em que

foram recordadas situações vivenciadas na infância e

muitos confirmaram a parceria que se estabeleceu entre

a escola e família. Em razão disso, optaram por deixar

registros em forma de relatos das impressões observadas

na sala. A partir dos registros

deixados selecionamos alguns:

Mural de registros

Parabéns professoras pelo seu trabalho e seus cuidados

para com as novas gerações. Estética e ética só existem

juntas e sua sala traz a beleza, a boniteza de aprender.”

Paulo Rico

“... Professoras adorei o trabalho do Gabriel e dos colegas. A

colcha está linda... Agradeço pelo empenho de todos e pelo

desenvolvimento do meu filho, a escola o ajudou muito.”

Angélica Klein (Mãe Gabriel)

Page 58: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

57

“... Educadores do CEI CEU Caminho do Mar: Parabéns pela riqueza

de trabalhos que denotam o compromisso e capacidade

profissional de vocês. Esta mostra cultural é um presente.”

Marineusa Medeiros (Gestão CEU)

“Professoras e lindas crianças”. Fiquei emocionada com as

atividades, lindas pinturas e montagens. Parabéns...Parabéns aos

pais pela participação e criatividade.

“São os primeiros passos de grandes artistas.”

Ana (mãe do Miguel - Sala quatro)

“Parabéns colegas!

“Ao ver coisas assim é que volto a ter orgulho da nossa difícil

profissão.”

Sérgio (Gestão CEU)

“Parabéns”, “crianças do MG II E e F, seus trabalhos estão lindos.”

Maria Lúcia - Supervisora

...“Parabéns pelo trabalho, o reconhecimento vem no sorriso e

olhar as crianças”.

“... Logo de cara me deparei com uma cama forrada e me lembrei

como a música marcou muito minha vida que foi: “a colcha de

retalho”.

(Visitante da Sala)

...”Parabéns! Dedicação e carinho dando frutos”.

Maria Bezerra (Professora CEU)

... Profªs., parabéns pelo lindo trabalho!

Isso só estimula as crianças a aprenderem e a criarem, e quem

sabe no futuro, alguns deles se tornarão um artista. Está

lindo!

Elaine (gestão CEU

Autoras:

Adealda Santos Silva

Solange Monteiro Peloso

Sara Alves de Oliveira

Sonia Maria Pontes Miranda

Cintia (visitante da sala) Colaboradoras: Irma H. P. Silva (Dir. Esc.); Sonia F.C.M. Prates

(Coord. Ped.); Regiane M. M. Coelho (Profª)

Page 59: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

58

AUTORRETRATO

CEU CEI Caminho do Mar

“São várias as ocasiões em que cada criança aprende a saber de si. Em primeiro lugar, existem as situações cotidianamente criadas nas intera ções com o professor e com seus companheiros de idade. As maneiras como o professor comenta suas ações e avalia suas produções e a s demais crianças percebem e reagem às ações dos colegas, influem no fato de que cada criança está continuamente à auto aperfeiçoar-se, o que a fará ver-se como alguém importante, rejeitado, etc.” in Orientações Curriculares / Expectativas de Aprendizagem e Orientações Didáticas- SME/DOT – SP -2007

As crianças podem trabalhar seu autoconhecimento por

meio da leitura de imagem. Uma imagem tem muito a relatar, a ser

interpretada, pois carrega consigo inúmeras mensagens e desperta

o interesse das crianças. Desta forma, o trabalho com autorretrato

contribuiu para a construção da identidade, de uma maneira

significativa e prazerosa.]

Objetivos:

Ampliar o repertório visual;

Construir a identidade;

Favorecer a reflexão sobre valores e respeito às

diferenças;

Construir sua imagem pessoal em relação ao grupo.

Desenvolvimento:

Estabeleceu-se, na Roda de Conversa, o dia da Leitura de

Imagem e foram expostas, em um lugar acessível às crianças, as

imagens que mais despertaram interesse ou que remeteram a fatos

do cotidiano.

Oportunizaram-se conversas sobre as questões que

apareciam na Roda de Conversa.

Foram realizados desenhos, com interferência, com foco

nas diferentes partes do corpo humano. Também foram valorizados

a confecção do autorretrato livre e o desenho da autoimagem

refletida no espelho. A pintura, com tinta guache e pincel,

Page 60: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

59

oportunizou a escolha da cor da pele, por parte das crianças. Para a

apresentação do auto-retrato foram confeccionadas caixas de

sapato, como suporte. Estes trabalhos foram apresentados na

Mostra Cultural de nossa escola.

Avaliação:

Desenvolveu-se o vínculo, entre professores, alunos e

família.

As crianças se tornaram mais sensíveis para perceber o outro,

serem mais colaborativas e mais seguras quanto à própria

aparência. Estimularam-se situações de diálogos para que as

crianças aprendessem a escutar e argumentar.

Houve significância no desenvolvimento do desenho.

O auto retrato surpreendeu de maneira positiva as crianças,

as famílias e o público presente em nossa Mostra Cultural. Nesta

ocasião, ficou evidente que muitos desconheciam o trabalho

Mural de registros

Desenhando seu auto retrato

Autoras:

Carla Geni Martins

Ivanuza Rodrigues

Márcia Ramos Ferreira Luiz

Maria Bezerra da Silva

Simone Fonseca Borges dos Santos.

Colaboradoras:

desenvolvido nos CEI. O resultado foi excelente pelos comentários e

observações emitidas durante a Mostra Cultural.

Irma Hilda P. da Silva; Sonia Ferreira da C. M. Prates

Page 61: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

60

BELEZA NÃO SE PÕE NA MESA?

DESCONSTRUINDO ESTEREÓTIPOS E PROMOVENDO A IGUALDADE RACIAL COM BEBÊS E CRIANÇAS PEQUENININHAS

CEI Onadyr Marcondes

A proposta de trabalharmos a promoção da igualdade racial

com crianças pequenininhas nasce daquilo que

observamos diariamente, quando colocamos

como princípio uma escuta atenta das vozes das

crianças, que nos revelam um contexto de

desigualdades permeado pela desvalorização das

diferenças.

A escuta atenta não significa apenas

constatação. Exige uma ação propositiva que

dialogue com o contexto histórico, cultural e

econômico que envolva as crianças e seus familiares.

Sabemos que as crianças não nascem com pré-conceitos, mas

aprendem a tê-los, a partir de diferentes vivências sociais e culturais.

Consideramos que o CEI, como um espaço de produção de

conhecimento e transformação social, com práticas conscientes e

intencionalmente planejadas, possibilita a re-construção de saberes

que favorecem a promoção da Igualdade Racial .

Com esse propósito, iniciamos o trabalho

com as crianças, lendo muitas histórias que

valorizassem a cultura negra e a história africana

como: Bruna e a Galinha de Angola, Princesas

Negras, Menina bonita do Laço de fita, Chuva de

manga, Ana e Ana, Tanto-Tanto dentre outras.

Logo que iniciamos essas leituras,

percebemos que o diálogo estabelecido era

permeado com falas como:

“O Thomaz é feio.” (referindo-se ao personagem negro do livro

Chuva de Manga)

“O cabelo dela, não é bonito, é feio” (referindo-se ao cabelo das

personagens negras do livro Ana e Ana)

“Eu queria que o meu cabelo fosse liso” (fala de uma criança de

cabelos encaracolados)

Apreciação

Page 62: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

61

Considerando as vozes das crianças e procurando entender os

seus por quês buscamos uma prática consciente que desconstruísse

o padrão de beleza dominante, ou seja: branco, olhos claros, cabelo

liso. Padrão esse, que reflete a reprodução de uma cultura

disseminada nos diversos âmbitos da sociedade, na qual as crianças

estão inseridas, reveladores de um universo de preconceito e

discriminação.

Diante do que as crianças nos revelaram, partimos para

outras ações. Uma delas, foi de construirmos um brinquedo (móbile)

com imagens, utilizando prioritariamente imagens de pessoas

afrodescendentes, que procuramos (com muita dificuldade

encontramos algumas), em revistas. Acrescentamos às imagens,

fotos das crianças do grupo e, com elas, construímos vários móbiles

utilizando também, sucatas e elásticos. Os brinquedos que ficavam

pendurados dentro da sala começaram a fazer parte das brincadeiras

das crianças, que interagiram com o mesmo, se identificando com

suas imagens, que traduziam um outro padrão de beleza.

Com a intenção de desconstruir a visão que as crianças

traziam em suas falas e com o objetivo de valorizar as diferenças,

promovemos o dia da beleza para todos. Brincamos de pentear e

enfeitar todos os diferentes tipos de cabelos: lisos, crespos, curtos,

compridos de meninos e meninas, valorizando a boniteza que existe

nas diferenças. Os cabelos, foram soltos e adornados com laços e

fitas, fivelas, flores e alguns passaram gel para modelá-los.

A essa atividade seguiram-se muitas visitas, poses e brincadeiras no

espelho. Tiramos muitas fotos para registrar esse momento, que

envolveu a brincadeira, a valorização da imagem e a construção de

um sentimento de pertencimento a um mundo que nem sempre (ou

quase nunca) aparece nas revistas e nas mídias em geral. Vale

descrever algumas frases que povoaram a brincadeira:

“Agora nós somos princesas” (fala de menina negra para outra)

“O Gabriel é bonito” (fala de um menino negro)

Tais falas, bastante diferentes das registradas no inicio desse

trabalho, revelam a transformação das percepções das crianças

sobre sua própria imagem.

Dia da Beleza

Page 63: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

62

Na sequência, as crianças foram convidadas a produzir um

autorretrato. Cada uma delas se olhava no espelho, explorando sua

imagem, admirando o seu jeito de ser e suas características. E assim,

cada um produziu um retrato, fruto da imagem criativa e positiva

que tem de si.

Esse relato é uma breve notícia, que faz parte de um trabalho

muito maior, que envolveu (e envolve) não só esse agrupamento,

mas todo o CEI que, em diferentes contextos educativos, busca

promover a igualdade racial por meio de: teatro abordando a

temática, receitas culinárias da cultura africana, filmes, roda de

samba com feijoada, histórias e exploração de sons e ritmos, dentre

outros.

Mas não parou por aí, o desejo de expressar essas ideias e

concepções a favor da igualdade racial não podia ficar limitado aos

muros do CEI. Fomos a ruas com as crianças (com todas as crianças

do CEI, incluindo os bebês) em uma passeata, em que as crianças,

sabedoras do sentido social daquele ato político, carregavam as

marcas que a própria cultura, de forma positiva traz: faixas,

bandeiras, músicas e instrumentos sonoros que chamaram a atenção

da comunidade para este movimento.

Vale destacar que o desenvolvimento desse trabalho (que

continua até os dias atuais) só foi possível pois está entremeado com

uma formação provocadora e consistente, que possibilita a (des)

construção de conhecimentos e nos permite refletir e transformar a

prática educativa, desvelando seus pré-conceitos e assim, lutando

para promover a Igualdade Racial.

Jacilene Ferreira de Lima

Page 64: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

63

“PEQUENAS PERIPÉCIAS DAS CRIANÇAS PEQUENAS”

CEI PROFESSORA MARIA DO CARMO PAZOS FERNANDEZ

Desafiar as expressões corporais e ampliá-las para a

segurança da criança, seu bem estar e sua autonomia, justifica a

introdução e a ênfase deste nosso projeto do ano de 2011. O

trabalho com as experiências de Exploração da Linguagem Corporal

é sem dúvida a alavanca que propulsiona as propostas de

descobertas pelas crianças e oferece para isto oportunidades para

enfrentar desafios na construção de um mundo solidário, justo,

harmônico e pacífico que, além de desenvolver a capacidade física e

integral da criança pequena, tem uma real intenção de promover a

participação e envolvimento de todos da U.E..

OBJETIVOS

Favorecer a exploração de movimentos variados em espaços

e tempos diversos;

Estabelecer diálogos com as crianças e ressignificar gestos,

ações e sentimentos por meio das experiências de

exploração das Linguagens Corporal, Verbal e Artísticas;

Permitir às crianças conhecer e explorar o mundo através de

atividades coletivas;

Oportunizar atividades rotineiras que favoreçam a oralidade

e a corporeidade;

Propiciar momentos de descanso proveitosos;

Oportunizar as crianças nomear, conhecer e reconhecer as

partes do corpo, gesticular e dançar com ritmo e

desenvoltura;

Estimular as crianças à participação em situações que

envolvam solidariedade, companheirismo e identificação

com o outro;

Estimular os 5 sentidos através da propostas de vivências de

Experiências de Exploração Corporal

Page 65: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

64

METODOLOGIA

Pesquisa e levantamento teórico sobre o tema de forma a

colher dados reais e organizá-los para elaborar as atividades.

Propostas de experiências voltadas a explorações de

aprendizagens, de maneira estratégica que auxiliem no

desenvolvimento integral das crianças para que construam posturas

adequadas e que entendam o trabalho focado na Linguagem

Corporal como incentivo às habilidades com novos movimentos e

diferentes peripécias.

Promoção de situações do cotidiano, delineando espaços de

convivência culminando num espaço de paz, harmonia e cidadania,

inclusiva e consciente dos princípios norteadores que movem as

ações intencionais de promoção do “bem estar”, voltado para uma

sociedade eficiente, eficaz e efetiva.

CONTEÚDOS:

Cantigas, parlendas, danças, ritmos e lengalengas;

Jogos com bolas, sucatas, garrafas plásticas,

penduricalhos;

Utilizar um manual de brincadeiras a serem

desenvolvidas com objetos e sucatas;

Cambalhotas e outros exercícios corporais;

Brincar em frente ao espelho.

AVALIAÇÃO

A avaliação do projeto foi continua, por meio de

observações diárias das crianças, de suas características e de seus

desempenhos nas atividades propostas, no relacionamento com os

colegas e com os adultos (educadores do CEI e família).

O instrumento de observação foi o registro frequente do

desenvolvimento da criança, com intervenções e replanejamento do

educador.

Roseli Costa Moreira Gomes dos Santos

Page 66: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

65

Relato de Prática – Fuga da Teia de Aranha

(Projeto Pequenas Peripécias das Crianças Pequenas)

O objetivo de promover e identificar os mais variados movimentos

executados pelas crianças foi notório e observado de acordo com a

proposta previamente estabelecida pela educadora para as

crianças: “fugirem da teia de uma aranha gigante imaginária”. As

crianças mostraram novas habilidades e as ações executadas foram

de acordo com suas ideais e suas destrezas. Percebe-se que a

observação é primordial na atividade planejada.

Aproximar as crianças em torno de uma atividade coletiva

com intenção de fugir de um “emaranhado” feito com elásticos

amarrados e atados em pontos fixos (teia de aranha).

Ao planejar a proposta, elaborei várias etapas:

- roda de conversa enfocando como seria a atividade e também o

personagem

imaginário da

aranha gigante que

enrolava e trançava

sua teia tecendo o

elástico pra lá e pra

cá.

- roda cantada com

A construção da teia com elástico largo foi proposital para

maior segurança dos pequenos. As ações tiveram intenção lúdica e

a música: “A Dona

Aranha” que

Linguagem Corporal com movimentos específicos

interessante, na qual os objetivos foram pensados durante as

propostas da atividade e concluídos com muito significado pelas

crianças que demonstraram além de tudo uma desenvoltura

prazerosa durante a execução da atividade.

despertam a expressividade e ilustra o cenário específico.

- construção da teia de aranha juntamente com o auxilio de três

mesas e o portão do solário para apoio e altura necessária.

- registro fotográfico e construção de um portfólio.

Page 67: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

66

A Linguagem Corporal com movimentos específicos foram

ampliadas e expressivas contemplando as expectativas,

considerando a faixa etária e o entendimento nos momentos do

desenvolvimento da atividade.

Na prática foram evidenciadas as peripécias das crianças

pequenas, o respeito à vez de cada um, o imaginário da aranha

gigante e a fuga no emaranhado da teia, como também a resolução

de problemas quando se enrolaram e como podiam variar e criar os

movimentos ao passar por baixo ou por cima do elástico. O

ambiente foi preparado de modo satisfatório na altura das crianças

e preparado para os desafios como a competência em resolver

pequenos problemas.

Durante todo o processo foram registrados momentos

significativos para as crianças e para o professor com ênfase na

participação das crianças nas diferentes etapas, por meio de fotos

que compôs os portfólios da sala, mostrado durante a Mostra

Cultural.

O imaginário da aranha gigante e a fuga no emaranhado da teia Exploração de movimentos variados em espaços e tempos diversos

Page 68: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

67

“ARTE E MOVIMENTO”

CEI Palmira dos Santos Abrantes

Para garantir à criança diferente formas de expressão, por

meio do movimento, iniciamos este projeto.

Cabe à escola investigar as diversas culturas e promover às

crianças desafios, introduzindo diferentes experiências com

múltiplas linguagens.

Cada cultura tem a sua maneira de ver a Arte e o

Movimento. Na Educação Infantil esta visão depende de uma

combinação das habilidades motoras próprias a cada estágio de

desenvolvimento da criança, com as possibilidades oferecidas pela

escola.

OBJETIVOS

Estimular a percepção da expressão corporal e artística;

Movimentar-se e brincar de forma criativa;

Reconhecer a potencialidade de movimento do corpo, perceber o

próprio corpo como elemento expressivo e comunicativo.

Conteúdos desenvolvidos:

Dança Contemporânea;

Desenho Espacial;

Apreciação e imitação de imagens (pessoas que estão em

movimento) coladas sobre o piso da sala e parede;

Brincadeira de estátua com diversos ritmos musicais e

fotografar as diferentes posições;

Brincadeira com barangandã; Pintura com barangandã sobre

papel Kraft, utilizando tinta guache;

Percepção tátil, auditiva, olfativa (trilha sensorial);

Exploração com diversos materiais e suportes : carvão

vegetal e canetinha sobre caixas; com giz de lousa molhado;

caneta permanente em plástico transparente; desenho

sobre lixa com giz de cera; desenho com canetinha sobre

cartolina, papel Kraft e color set e desenho com obstáculos;

Page 69: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

68

Brincadeiras folclóricas: corre-cutia, barangandã, empinar

pipa.

Avaliação

De início precisávamos ouvir as crianças e saber se estavam

dispostas a participarem desta atividade, em roda então realizamos

a conversa. Discutimos o trabalho e logo em

seguida montamos o cartaz de combinados.

Em uma próxima aula realizamos a dança

com os pincéis, onde se movimentaram

pintando o nada e ao mesmo tempo tudo (teto

da sala, parede, chão,), criando movimentos ao

som de uma música. As crianças se divertiram

muito e realizaram vários movimentos, neste

momento não fizemos nenhuma interferência,

porque o objetivo era este mesmo, que a criança

se soltasse produzindo o seu gesto livremente.

Em outros momentos ainda, proporcionamos às

crianças que dançassem

livremente sem nada nas mãos; sentindo a música.

Realizamos várias brincadeiras (duro ou mole, estátua, seu

lobo, soltamos pipa, brincamos com barangandã, corre - cutia) que

exigiam movimento e também participamos de brincadeiras (cama

de gato, circuito) com outras turmas.

Após brincarmos com o barangandã, utilizamos o mesmo

brinquedo, para fazermos a pintura sobre o

papel Kraft com tinta guache. Foram

superinteressante as possibilidades de pintura

que as crianças criaram com o barangandã:

umas faziam a impressão do mesmo sobre o

papel com tinta, outras o puxavam, faziam

movimentos circulares ou o sacudiam.

A brincadeira selecionada para dar

continuidade a este seguimento foi a da

“estátua”, em que , ao som de uma música

pulávamos, dançávamos e ao pará-la

congelávamos a imagem em uma posição. Após

Page 70: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

69

esta atividade selecionamos em algumas revistas imagens de

pessoas fazendo poses. Nós, professoras organizamos as figuras,

colando - as sobre color-set colorido e passamos papel contact

transparente.

Em outro momento, colamos todas as figuras sobre o piso e

parede da sala de aula, e demos a comanda às

crianças: para circularem, olharem as figuras e

imitarem as poses. Filmando e tirando fotos para os

registros.

Na próxima etapa relembramos os

combinados, fomos para o solário (alunos,

professoras e coordenador) dar continuidade à

atividade. Organizamos todo o espaço, explicamos ao

grupo o que faríamos. Realizamos novamente a brincadeira da

“estátua” e logo em seguida quando a música parava, cada criança

deitava, encostava sobre uma folha de papel Kraft e fazia uma pose;

para desenharmos o contorno de seu corpo.

No decorrer das atividades foram montados murais, em que , as

crianças puderam observar as atividades realizadas anteriormente,

refletindo e interpretando suas experiências, comunicando suas

vivências.

Nossa próxima atividade foi “A Trilha Sensorial”. Vimos que

brincando de cabra-cega, as crianças sentiram-se cada vez mais

seguras para trabalhar de olhos vendados.

A nossa Trilha Sensorial era composta de diversos materiais e

objetos, plantas, folhas, pedras, areia, lã de vidro, plásticos, móbiles

variados, tecidos, terra, instrumentos musicais.

O percurso pela trilha, na companhia das educadoras, foi

tranquilo. Em suma, foi muito gratificante ver o prazer com que as

crianças realizaram a trilha sensorial, brincaram, exploraram tudo e

não queriam sair do espaço.

Page 71: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

70

Após a trilha sensorial continuamos a explorar as sensações por

meio do desenho em diversos planos, materiais e recursos.

Percebemos que ao longo das atividades as crianças

aperfeiçoavam seus desenhos, suas criações, exploravam tudo. As

crianças foram protagonistas das suas aprendizagens, pois elas não

só interagiam, como reinventavam, criavam novas propostas, novos

meios de se comunicar, desenhar, pintar e transformar tudo em

brincadeira.

Erika Marta Muelher Couto Jacinta Fátima Araújo Dantas Ellen Cristina de Morais Pereira Bezerra Ivete de Lima

Page 72: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

71

A IDENTIDADE DOS BEBÊS CEI Palmira dos Santos Abrantes

Trabalhar a Identidade da criança no CEI sempre nos faz pensar como

devemos fazer, já que são tão pequenos e este é o primeiro contato que estão

tendo fora da família.

Sabemos que é durante o primeiro ano de vida, aproximadamente

por volta dos seis aos oito meses, a criança percebe que é um ser separado da

mãe, com a interação da criança com o meio inicia o processo de construção

da própria identidade.

Assim sendo, temos o papel de estimular com atividades diversificadas

para que esta fase do desenvolvimento aconteça de forma tranquila.

A construção da identidade se dá por meio das interações da criança

com o seu meio social. A escola é um universo social diferente do da família,

favorecendo novas interações, ampliando desta maneira seus conhecimentos a

respeito de si e dos outros.

Mas não podemos esquecer que de acordo aos Referenciais

Curriculares para a Educação Infantil que a identidade tem a função de

distinguir e marcar as diferenças sejam elas físicas emocionais e

comportamentais.

Objetivos:

Estimular as crianças a conhecerem a sua história

Identificar as partes do corpo e os órgãos dos sentidos;

Trabalhar a socialização do grupo de crianças com respeito e harmonia;

Incentivar a imaginação e a criatividade;

Identificar suas preferências Desenvolvimento:

Page 73: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

72

Iniciamos o projeto fazendo um crachá com fotos de cada criança, na hora da “roda de conversa” mostrávamos o crachá e cada um conseguia se identificar, apontando ou até mesmo pegando o crachá e se exibindo. Após uns dois meses já identificavam o colega falando o seu nome.

Na sala de aula o espelho é de grande valor

neste momento do aprendizado da IDENTIDADE.

Ver suas imagens refletidas no espelho, as

partes dos seus corpos, as diferenças que existem entre

eles (características físicas) é muito enriquecedor para

seu aprendizado.

Nós professores selecionamos algumas

atividades: expressões no rosto (triste, alegre, chorando,

sorrindo e cantando) e usamos acessórios

como (chapéus, bonés, perucas, colares, roupas). Quanto ao desenvolvimento

da autoestima ele se dá conforme as

crianças incorporam a afeição que os

outros têm por ela e a confiança da

qual é

alvo.

parceria com as famílias

pedindo a colaboração para

o envio de fotos, responder

aos questionários, e a

participar da Mostra dos

trabalhos.

Outra atividade

que eles gostaram muito foi o blocão das silhuetas, cada corpo é

desenhado em folhas de papel Kraft, e na roda de conversa vimos

o que esta faltando para completar (olhos, boca, nariz, cabelo e

roupas) cada criança se realiza ao ver seu corpo ali naquele

cartaz, poder participar da confecção

colando as partes e completando assim as silhuetas.

Conforme planejamento feito não podia faltar as canções que fazem

parte do repertório infantil e que contribui com a linguagem oral e corporal.

Como exemplo: a música “A Canoa Virou”, que é cantada colocando-se os nomes

de cada criança na música, para que possam identificar, e reconhecerem os

nomes dos colegas que estão na roda.

Blocão das silhuetas

Fazemos também uma

Page 74: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

73

Utilizamos o recurso de contação de história e nela além dos contos,

incluímos histórias que tratam do corpo humano como a coleção do Ziraldo que

falam das partes do corpo (umbigo, mãos, pés, joelhos e da boca). A contação de

histórias na roda é feita com recursos diversos

como: fantoches, deboches, dramatização e livros.

Pensando na questão da afetividade trabalhar as sensações também faz

parte de nossa rotina, fazemos atividades que tratam das expressões de raiva,

amor e dor sendo assim as crianças vão aprendendo a convivência em grupo.

As crianças também são incentivadas a utilizar os cinco sentidos como:

olfato, paladar, tato, audição e a visão. Com a caixa surpresa podem tatear

objetos, apalpar coisas, ouvir sons diferenciados, ver imagens e gravuras

diversas.

Poder manipular materiais como: areia e pedrinhas coloridas, tinta

caseira, tintas, canetas hidrográfica. É um grande prazer e aprendizado para

os bebês, que se não estivessem em um espaço educacional talvez não

tivessem esta oportunidade de estímulos.

Sabemos que cada criança é um ser único e devemos respeitar as suas

diferenças e individualidades, pensando no seu desenvolvimento físico,

cognitivo, social e intelectual desenvolvemos essas sequências de

atividades para que todas

tenham a mesma

oportunidade de estimulação e de

aprendizado.

Avaliação: Aconteceu durante

todo o processo verificando

como cada criança se

desenvolve com relação ao aprendizado de sua identidade, nas atividades

propostas.

Corpo desenhado em folhas de papel Kraft

Ana Lúcia Lemes Maria Madalena Luna

Page 75: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

74

EMEI Arthur Baptista Da Luz

“QUEM KATHA-VENTO, ESPALHA HISTÓRIA...”.

As histórias fazem parte da herança cultural da humanidade

desde que o homem passou a se comunicar, construindo sua

comunidade. O homem conta histórias para preservar, reviver,

relembrar, compreender o mundo, o sentido da vida. O encontro

do real e do imaginário, do concreto e do mítico.

O contato da criança com a contação de histórias propicia

esse encontro interno e externo, uma experiência única e essencial

para seu desenvolvimento no contexto atual. Uma experiência

poética que gera novas experiências culturais e cognitivas a quem

participa.

Em 2011, o objetivo principal do PEA da E.M.E.I. Arthur

Baptista da Luz focava no uso dos espaços e tempos escolares e

buscávamos oferecer novas possibilidades de vivências lúdicas a

nossas crianças. Como professora em complementação de jornada

(módulo), minha intenção foi a de contribuir com um projeto que

abarcasse todas as crianças da escola, nos 5ºs e 6ºs estágios. Para

tanto, apresentei a Kathavento, uma palhacinha contadora de

histórias que vinha às terças-feiras apresentar contos para todos os

grupos.

Objetivo geral: Propiciar às crianças momentos significativos de

contato com histórias.

Objetivos específicos:

Ampliação de repertório;

Valorização da cultura oral e literária;

Desenvolvimento da linguagem oral;

Contato com a literatura pelo prazer das histórias e pela

vivência em si, sem outros fins pedagógicos ou

escolarizantes;

Contato com a figura do palhaço, personagem lúdica;

Representação dessas vivências através das artes plásticas.

Estratégias:

Apresentação da personagem Kathavento;

Page 76: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

75

Contação de histórias com e sem objetos, com e sem a

participação das crianças na história para todas as turmas da

escola;

Apresentação de Contos Clássicos, Modernos, Populares,

cumulativos, etc.;

Oficina de histórias com cada sala;

Representação através de desenhos individuais e coletivos

das histórias e da personagem lúdica (palhaço).

Desenvolvimento:

A Kathavento se prepara no banheiro, vestindo sua roupa e

maquiando o rosto. Quando se reúnem no pátio (três salas de cada

vez, no total de seis salas), as crianças já sabem que receberão a

visita da palhacinha e começam a chamá-la. Vai entrando no pátio

bem devagar, fazendo algum som ou soprando um apito,

estabelecendo algum tipo de contato com cada criança. Em

seguida, relembra o que veio fazer e destaca seu baú de histórias.

Com a ajuda das crianças ao repetirem as palavras mágicas, inicia

mais uma contação de histórias para o encanto de todos. Contos de

Surpresa e Encantamento

Início de uma contação de histórias

Contação de histórias

Page 77: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

76

fadas, modernos, cumulativos, populares, fábulas, lendas,

parlendas... Toda história é bem-vinda neste baú cheio de objetos

reaproveitados que viram histórias...

Produto final: Vivências e experiências adquiridas por cada grupo,

coletadas por imagens e registros coletivos em cada sala que foram

expostos na sala da Kathavento da Mostra Cultural da escola.

Avaliação:

A primeira reação das crianças foi de surpresa e

encantamento, mostrando total envolvimento com a imagem da

personagem e com as histórias contadas, Depois, vem a vontade de

adivinhar quem é de fato essa figura tão diferente: “Professora

Natália, era você quem estava vestida de palhaça?” “Professora, a

Kathavento é você!”

Entre a dúvida e a magia, conversava com as crianças após

as apresentações e registrávamos o que haviam experenciado, e vi

estes registros como um ótimo instrumento de avaliação,

demonstrando os aspectos mais significativos para cada um: o

nome das histórias, as personagens, o baú, a imagem do palhaço, o

nariz colorido... e todas as visitas foram sempre muito esperadas e

recebidas com interesse e encantamento pelas crianças.

Com o grupo de professores, avaliamos que este deve ser

um projeto permanente dentro do currículo da escola e que deve

prosseguir em 2012.

Natália Tazinazzo Figueira

Page 78: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

77

FOLHAS E GRAVETOS: UMA COMPOSIÇÃO POSSÍVEL PARA DESENHAR

CEU EMEI ALVARENGA

No ano de 2011, percebi em uma de minhas turmas de educação

infantil (5 anos), que o interesse por desenhar era algo muito

evidente. Todos os dias, as crianças vinham até a mim e pediam

lápis e papel, ou qualquer outro material estruturado para

desenharem.

Nesses constantes pedidos, notei que nunca solicitavam ou

utilizavam outros recursos. Foi então, que decidi mudar essa visão e

desenvolver um trabalho que mostrasse outras maneiras de

produzir um desenho e, consequentemente, ampliasse as

possibilidades de registro das mesmas.

Destaco que “As artes visuais são linguagens e, portanto,

uma das formas importantes de expressão e comunicação humanas

[...]” (RCNEI,1998, p.85). Então, nada mais oportuno que explorar a

organização de linhas e formas com outros materiais.

Sob esta ótica, compartilho que desenhar com

diferentes materiais permitem a criança expressar-se de forma

diferenciada; desenvolver a imaginação criadora; percepção e a

estética. Algo que é comum desde os nossos primórdios, e ainda

existe nos dias atuais.

Sendo assim, com o intuito de superar esse entrave, surgiu o

tema: “Folhas e gravetos: uma composição possível para desenhar”.

OBJETIVO GERAL:

Apropriar-se de diferentes materiais como meio de

expressão e comunicação.

Page 79: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

78

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

Selecionando material

desperdício de recursos;

Reconhecer diferentes

suportes para a

composição do desenho;

Selecionar matérias

disponíveis na natureza

para desenhar, sem

possível desenhar, fazer uma composição com folhas e gravetos. A

reação foi de espanto, surpresa, mas ao mesmo tempo eufórica.

Para convencê-los dessa proposta, mostrei desenhos e

composições feitos com diferentes materiais: tampinhas, barbante,

carvão, pedras, areia etc.. Após essa abordagem, seguimos para o

bosque da escola, para realizar a coleta do material.

As crianças se entusiasmaram com essa coleta, pois se

vinham desafiadas a ultrapassar uma visão de que só é possível

desenhar se fizerem o uso de papel e lápis.

Discutir com diferentes parceiros sobre as possibilidades de

produção;

Desenhar a partir do material selecionado.

DESENVOLVIMENTO:

O trabalho proposto iniciou-se com uma roda de conversa

em que solicitei que as crianças me relatassem quais materiais

geralmente usavam para desenhar. Como esperado, as respostam

se limitaram aos materiais convencionalmente usados para esse

fim. Ainda assim, procurei incitar alguma resposta diferenciada das

obtidas, mas não houve êxito. Dessa forma, desafiei se era

O passeio pelo bosque foi marcado por questionamentos:

essa folha serve; esse graveto é muito grande; posso arrancar essa

flor; e tirar da árvore; aqui tem um bichinho, posso levar para a sala

etc.. O diálogo entre elas ganhou outra configuração: refletir até

que ponto devo interferir na natureza para retirar recursos que

desejo.

Nesse momento, elas compreenderam que apenas folhas e

gravetos que estavam no chão poderiam ser utilizados por ela, e

que em hipótese alguma tinham o direito de retirar algum bichinho

do bosque, mas podiam observá-lo.

Page 80: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

79

Ao final dessa etapa, as crianças levaram para sala o

material coletado e fizeram a exploração quanto: a textura, o

cheiro, a variação de cores e formas etc..

Formando desenho

Para dar continuidade ao trabalho,

organizei as crianças em seis grupos, de

mais ou menos 6 componentes. A cada

grupo, entreguei uma tela de 60 X 60

cm. Pedi para eles selecionarem folhas

e gravetos e colocarem sobre a tela, procurando formar um

desenho. Ainda, os membros do grupo deveriam discutir sobre: o

que desenhar; qual o papel de cada um nessa produção; qual

disposição das folhas e gravetos representa melhor o que se

pretende desenhar; qual cor usar para pintar etc..

Conforme os grupos terminavam sua composição, eu

registrava o tema de cada grupo. Pela pertinência de cada um

deles, segue:

Após a escolha do tema, houve a colagem do

material de acordo com as posições já definidas.

Com o devido intervalo de tempo para a secagem,

iniciaram a pintura. Momento esse de exploração, já

que houve a mistura de cores.

Com a finalização desses processos, surgiu uma

obra de arte. A mesma serviu para abrir espaço para

uma nova discussão: como foi desenhar com folhas

e gravetos e com parceiros diferentes?

As obras produzidas foram expostas em uma mostra

cultura da escola. As crianças puderam mostrar aos seus familiares

e amigos a sua produção.

Page 81: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

80

AVALIAÇÃO:

As expectativas em relação a esse projeto didático foram de

sensibilizar as possibilidades em relação ao uso de materiais não

tão convencionais do espaço de educação infantil; a promover a

construção coletiva entre as crianças; a romper com paradigmas do

desenho infantil; ao incentivo do uso de recursos da natureza para

outros fins, de uma forma consciente em relação ao desperdício; a

promover o contanto com materiais diferenciados; a relacionar a

produção a um tema/título. Diante desse elenco, avalio que essa

atividade representa um processo de vários momentos, em que a

cada fase a obra vai se construindo e completando, rompendo com

o imediatismo. Ora, o desenvolvimento da atividade exigiu o

afastamento da obra, pois não foi uma sequência iniciada e

finalizada em um único dia. Mas, um trabalho de elaboração,

reflexão, ação e compreensão. Tal experiência evidencia o alcance

das expectativas acima, já que houve envolvimento, participação,

curiosidade e parceria durante todo o processo.

O CERCADO

“A TEIA”

“FLORES”

“CASTELOS FOGUEIRA “A ÁRVORE”

Page 82: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

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Obras finais

DULCIMARA PEREIRA FABEL

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82

BRINCAR PARA TODOS

CEU EMEI Caminho do Mar.

O projeto “BRINCAR PARA TODOS”, foi desenvolvido em

consonância ao curso do Instituto LARAMARA (Associação Brasileira

de Assistência ao deficiente visual).

A escola já possuía ações desenvolvidas relacionadas ao

brincar em que as práticas de brincadeiras eram constantes com

espaços organizados como: a brinquedoteca, o parque, o pátio

onde ações de brincar também são propiciadas. Confeccionamos

brinquedos com sucatas e há diversidade dos mesmos.

Realizamos algumas adaptações em materiais para atender

aos alunos com necessidades especiais. Exemplo: o engrossamento

de lápis com o auxílio de E.V.A, plano inclinado, construção de

comunicação alternativa, rotina ilustrada. Todo material voltado a

necessidades dos alunos com necessidades especiais.

Objetivos:

Auxiliar a aprendizagem dos alunos tendo novas estratégias

aliadas ao prazer de brincar;

Subsidiar a aprendizagem atendendo todos os alunos

inclusive os de inclusão; adaptando a utilização dos

brinquedos a proposta de trabalho da escola;

Confeccionar brinquedos e sua utilização em sala de aula.

Desenvolvimento

As ações desenvolvidas foram iniciadas por meio

da participação da Professora Simone no curso “BRINCAR PARA

TODOS”, oferecido pela SME/DOT – Educação Infantil/DOT

Educação Especial em parceria com a Associação LARAMARA.

Os conteúdos e estratégias aprendidos foram

socializados em horário coletivo, dessa forma os grupos se

organizaram nas confecções de brinquedos. O grupo das professoras

Simone e Wilza optou por construir 4 brinquedos: Uni duni tê,Pé

ante pé, encaixando e caixinha de números.

Page 84: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

83

Por serem construídos com sucatas, pedimos

colaboração às famílias , que enviaram latas de leite e Nescau,

potinhos de batata e potes de margarina.

Finalizada a construção demos inicio a aplicação

em sala de aula.

Pé ante pé

Com a utilização do brinquedo trabalhamos cores,

lateralidade, contagem, equilíbrio e agilidade.

Foram confeccionados dois conjuntos de

brinquedos assim dividimos o grupo de alunos e fizemos gincanas

com ganha quem percorrer o percurso primeiro.

Outras variantes colocar o pé (direito/esquerdo)

de acordo com a comanda na cor indicada posicionar-se no número

indicado.

Uni Duni tê

Ao brincar propomos a identificação de cores,

lateralidade, contagem, nomeação dos dedos e pequenas somas.

Cada criança confeccionou seu próprio material, a

partir de sua mão. Neste processo já trabalhamos a coordenação

motora para riscar as mãos e fazer o recorte. Cada aluno pintou sua

mão na cor desejada, brincando de mostrar a mão

direita/esquerda. A comanda utilizada foi: ”Chefinho mandou”;

levantar a mão indicando as diversas cores utilizadas para pintar.

Em dupla, juntaram as mãos e fizeram pequenas

somas: contar quantos dedos temos se juntarmos as duas mãos;

uma mão minha e duas do colega e assim por diante . Foram feitos

os registros das contagens realizadas.

Encaixando

Exploramos as várias texturas e nomeamos ,

contamos quantas latas pequenas e quantas grandes, exploramos

os encaixes fazendo pareamento. Propusemos novas composições

de encaixes possíveis e nomeamos os encaixes produzidos.

Exploramos o conteúdo dentro de cada lata ,

nomeamos e contamos.

Esse brinquedo também estimulou bastante a linguagem oral .

Caixinha de números.

Page 85: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

84

Atividades desenvolvidas a partir do Curso Brincar para Todos (LARAMARA)

Em um primeiro momento, houve a exploração livre do material.

Foi enfatizado num segundo momento o numeral; fizemos

contagem e quantificamos o material de cada caixinha.

Em um outro momento, demos comandas para que o aluno

identificasse o número solicitado procurando-o na caixinha

correspondente, ao achar o número deveria separar a quantidade

de material necessária e guardar na caixa. Em seguida foi feito o

registro da atividade.

Avaliação.

A avaliação foi contínua, sendo possível observar os resultados

positivos ao final de cada atividade desenvolvida, podendo desta

forma observar a aprendizagem das crianças assim como a

evolução dos alunos de inclusão.

Também foi possível perceber a participação das

famílias, com a colaboração dos materiais possibilitando a

construção de algumas propostas.

Page 86: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

85

Projeto: DANÇA EM SALA DE AULA

CEU EMEI Caminho do Mar

O ensino de Arte na escola abrange as linguagens: visual,

musical, corporal e cênica. Em consonância a um curso

proporcionado pela DRE-SA no ano de 2011 sobre Práticas Teatrais,

propus às crianças da educação infantil, uma proposta nesse

sentido de articulação dessas linguagens, visando o

aprofundamento nos conteúdos da linguagem da dança, trabalhado

em conjunto no Projeto Escolar.

Assim, estudando e experimentando, tentei fazer um

caminho, uma construção partindo do que as crianças conheciam

de seu corpo e da dança, tendo como base os temas básicos do

movimento, fundamentados nos princípios da dança criativa

segundo Rudolf Laban, que podem estimular e motivar uma

interação entre as crianças, facilitando o relacionamento

interpessoal e a exploração ambiental.

A dança é um desenho no espaço. Se eu administro essa

informalidade com a intenção de produzir algo que seja fruto da

experiência pessoal da criança, conjugada à sua criatividade;

acredito firmemente que podemos compor arte e conhecimento, a

partir disso.

Objetivos:

Oportunizar a percepção do diálogo entre linguagens

artísticas por meio de exercícios práticos, permitindo

estabelecer relações entre as composições corporal, sonora,

cênica e plástica;

Construir o corpo que dança, por meio de vivências lúdicas

para as crianças compreenderem diferentes visões de

mundo e diferentes formas de perceber, vivenciar o corpo

Page 87: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

86

na dança, na cultura e na sociedade, contribuindo para sua

socialização;

Propor uma vivência por meio da liberdade de movimento,

da livre-expressão de atividades que favoreçam o lúdico e a

educação, ampliando o conhecimento sobre o próprio

movimento na dança;

Estimular a auto confiança e auto estima; fazendo com que

a criança tenha uma melhor relação com ela própria e com

os outros; além de ampliar o repertório de movimentos,

pensar seu movimento e, conseqüentemente, gerar arte e

conhecimento.

Desenvolvimento:

As atividades foram realizadas em momentos diferentes,

mas se complementavam e se mostravam muito valiosas para a

construção do conhecimento do corpo.

Atividade 1- “O Espelho”: Esta atividade em duplas, consistia

ao som de uma música suave, imitar o colega como num espelho,

refletir suas expressões corporais, e quem fazia o papel de espelho

deveria pensar em movimentos que levassem o colega a dançar.

“O Espelho”

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87

Atividade 2- “O Fio Condutor”: Novamente em duplas, e ao

som de uma música suave, uma criança deveria ser o “boneco” que

possuía fios invisíveis saindo de seus membros e principalmente

articulações do corpo (joelhos, cotovelos...) e deveria obedecer aos

comandos do “dono do boneco” da outra criança, que ao puxar o

fio, sem tocar no corpo do amigo, apenas induzir a um movimento

de dança.

Atividade 2- “O Fio Condutor”

Atividade 3 – “Preencher e perfurar espaços”: Aqui a

criança ao som de músicas, deveria tentar perfurar ou preencher os

espaços vazados dos objetos (cadeira e mesa), após isto, fariam o

mesmo exercício nos espaços vazados deixados por outras crianças,

(entre as pernas, braços...) As crianças iam se revezando, quando

uma compunha uma nova cena preenchendo os espaços vazios de

outra, esta outra ia saindo para outra cena ser composta, e assim

por diante.

Atividade 4 – “Fluência Controlada e liberada”: Utilizando

de imagens imaginárias sugeridas para que sentissem como o corpo

se comportaria numa determinada situação. Como uma cachoeira,

e outros elementos da natureza, ou de histórias e da fantasia da

criança que possibilitaram a criança pensar e usar o corpo para

dançar como se fosse um outro ser, (dando passos de formiga, de

gigante, pintar ou desenhar no espaço). Em seguida esta fluência foi

desafiada. Ao parar o som, a criança viraria estátua, e continuaria

seus movimentos ao iniciar a música. Logo mais, ao dominar o

controle do som e silêncio, a criança foi desafiada a dançar no

silêncio e ao iniciar a música virar estátua.

Page 89: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

88

Atividade 5 – “Dançar nos níveis alto médio e baixo”: Nesta

atividade as crianças já soltas individualmente deveriam,

percebendo o ritmo de algumas músicas, explorar seus movimentos

nos níveis alto, (tudo que for de pé e leve o corpo para cima),

médio, (todos os movimentos que se concentram abaixo da altura

da criança), e baixo, (os movimentos que se concentram no chão ou

abaixo dos quadris). A idéia era, ao explorar as possibilidades do

corpo nos diversos níveis do espaço e nos diversos ritmos. Como

dançar nos três níveis com uma música lenta e que possibilite

movimentos arredondados? (exemplo de música usada:

“Bandolins” de Osvaldo Montenegro). Ou em outra com o ritmo

quebrado, ou seja, que possibilitem movimentos quadrados? (ex:

“Carmem” suitenº2 de Bizet). Ou ainda ao ritmo de uma música

muito rápida? (ex: “As bodas de Fígaro” de Mozart).

Atividade 6 - “Pintar nos níveis alto, médio e baixo”: A

partir do modelo de um pintor chamado Jakson Pollock

expressionista abstrato americano, pedi que as crianças, ao som de

músicas, dançassem pintando nas folhas coladas estrategicamente

pela sala: no chão (nível baixo), nas mesas, (nível médio) e nas

paredes, (nível alto). Em seguida ao mostrar as imagens dos

quadros de Pollock, os alunos comparavam seus desenhos ao do

pintor.

“A Pintura Dançada”

Atividade 7 - “A Pintura Dançada”: Propor uma vivência por

meio da liberdade de movimento usando tintas, pintar a sola dos

pés das crianças que ao som da música dancem sobre o pano

imprimindo a impressão dos passos, formando assim um painel

coletivo de uma pintura dançada.

Page 90: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

89

A música está em todas as atividades, ela permeia todo o

trabalho de dança e pintura. O critério de escolha do repertório é

feito segundo ritmos, intensidade, altura e melodia que ser

percebido pela criança, se tornem uma fonte para a expressão de

sentimentos e possibilite a comunicação por meio dela, isto é, a

criança exercita uma percepção auditiva pensada, e de forma lúdica

e criativa exercita o pensamento do movimento.

Avaliação:

A avaliação foi contínua, por observação e documentada em

registros e fotos.

Quando as crianças começam a desenhar, o trabalho com

espaço é fundamental. O desenho do corpo evoluiu muito, e

percebemos que dançar é como aprender a ler, precisamos saber o

que é o movimento para formarmos a dança, assim como

precisamos conhecer as letras para formarmos as palavras.

Bom mesmo é notar como foram produtivas e prazerosas as

aulas. E estas atividades desenvolveram incrivelmente o esquema

corporal e as crianças perceberam seu próprio corpo no espaço. A

cada atividade, foi observada uma melhora quanto à fluência dos

movimentos rítmicos.

Também verificamos um melhor aproveitamento e

utilização dos espaços internos e externos da escola, já que eles

começaram a aproveitar seus corpos dentro de um espaço físico.

Assim, a dança veio contribuir para a aquisição e melhora

dos domínios motores, foram evidentes os benefícios corporais e

psicológicos e que contribuíram inclusive para a evolução do

desenho da criança. Foi uma experiência enriquecedora para todos

os envolvidos.

Por estar apaixonada por este atividade que foi tão rica para

mim e para as crianças encerro me lembrando de uma frase de

Klaus Vianna, dançarino e coreógrafo da dança-teatro estudado em

teoria na escola: “Na Dança da Vida, não decore passos, aprenda

um caminho.” Eu aprendi e vou segui-lo por muito tempo.

Viviane do Nascimento Rodrigues

Page 91: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

90

TRANSFORMAÇÃO DO PANO

EMEI CEU CAMINHO DO MAR

A prática descrita a seguir foi aplicada em consonância com

as orientações do curso “Práticas Teatrais”, ministrado no segundo

semestre de 2011 pela DRE-SA. O curso coincidiu com a proposta de

trabalhar o teatro como linguagem artística, sob um enfoque mais

lúdico de forma a priorizar a interação do brincar com as diversas

expressões artísticas. Por meio do jogo cênico, pode-se explorar a

criatividade e estabelecer, com o grupo, um contato de

proximidade diferenciado, porque todos interagiram e participaram

como protagonistas e coadjuvantes de um jogo teatral conceitual e

prático, que contemplou diversas áreas do conhecimento.

Objetivos:

Despertar a curiosidade e Imaginação;

Exploração do Objeto;

Socialização;

Construção de uma história continuada;

Desenvolvimento da criatividade dos sentidos, imaginação,

sequencia lógica e temporal.

Conteúdo:

Ação Dramática

DESENVOLVIMENTO :

A atividade foi realizada com uma turma do Infantil II. As

mesas foram afastadas deixando o centro da sala livre. Os alunos,

em roda ouviram atentamente a proposta apresentada, puderam

explorar o pano de diversas maneiras (inclusive usando no corpo

como quisessem).

Criando a história...

Apesar de certo tumulto, poucos não interagiram. Iniciei a história:

“Em lugar muito longe daqui corria um cavalo veloz. Surgiram:

Page 92: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

91

bruxa, feiticeira, borboleta,rainha má,princesa, príncipe, caçador,

lagoa encantada, arco e flecha e por fim um rio, cheio de

peixes(essa hora foi uma festa porque todo mundo adorou ser peixe

e entrar no rio)”.

Explorando os panos de diversas maneiras

Alguns brincaram apenas com o pano ou só balançaram,

mas não quiseram participar da história.

Os personagens que as crianças mais representaram foram: A

borboleta e bruxa, todos quiseram ser borboleta!

O último “personagem” foi o rio porque quando o aluno

falou “tinha um rio” eu sou o rio” todos ficaram eufóricos e

queriam ser peixes para nadar no rio foi muito rápido transformar o

tecido em peixe!

AS CONQUISTAS...

Houve uma interação proveitosa que oportunizou um

momento diferenciado , de uma forma que ainda não havíamos

explorado.

As crianças curtiram a atividade e queriam se ajudar (“Ah,

você agora é a rainha”, ” Ah, o cavalo não pode morrer agora! senão

não vai ter a bruxa!”,” Ah bruxa é diferente da feiticeira.”)

Ao final, a sensação era de expectativa para as próximas

práticas e possibilidades.

Page 93: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

92

aspecto, um dos itens que pode ser destacado é a interação e

concentração do aluno em ouvir a comanda da atividade, bem

como a importância em dar um sentido á história criada, para que

esta tivesse um começo, um meio e um final.

Juliana Aparecida Martins de Oliveira e Dulce Salles

Indicação Bibliografia (Curso Práticas Teatrais – DRESA)

AVALIAÇÃO

Explorando os panos de diversas maneiras

FONSECA, Nayde S. G. linguagem Teatral na Educação Infantil. 2006.

129f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal

do Rio Grande do Norte, Natal, 2006.

KOUDELA, Ingrid. Introdução: A escola alegre, In.: SPOLIN, VIOLA,

Jogos teatrais para a sala de aula: uma manual para o professor –

São Paulo: Perspectiva, 2007.

A avaliação foi processual e está inserida nas outras

atividades que são desenvolvidas conjuntamente, articulando o PEA

e os eixos de aprendizagem bem como os tempos e espaços. Neste

Page 94: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

93

EMEI Neusa Maria Rossi

BIBLIOTECA CIRCULANTE: COMPARTILHE ESTA MAGIA

Biblioteca não é depósito de livros, ela funciona como uma ponte entre o ambiente escolar e o mundo externo.

Márcio Ferrari

Partindo do princípio de que a cada dia que passa fica mais

difícil captar a atenção das crianças para a leitura, devido a

inúmeras formas de interações midiáticas e virtuais, desenvolver e

manter na infância o hábito e o prazer da leitura, bem como o uso

dos recursos da biblioteca ao longo da vida, se torna uma tarefa

árdua e em longo prazo.

Sabendo, portanto, desta dificuldade de inserção da leitura

entre os alunos, se faz necessário a produção de projetos especiais

para que o processo de leitura e consequentemente de escrita se

dê de maneira mais prazerosa. Lembrando Paulo Freire: “a leitura

não reside tão somente na leitura de um livro, mas em ler a

vida e saber do mundo.”

A criança irá apreciar, se deliciar e se surpreender com estas

atividades, percebendo que a leitura e a arte abrem caminhos, além

de fazer parte da bagagem necessária para comunicar-se e viver

bem.

Neste contexto, a Biblioteca Circulante oferece um espaço

estimulador e favorece o contato da criança com a literatura, a fim

de estimular a curiosidade e a imaginação.

A idéia de organizar o Projeto da Biblioteca Circulante, na

EMEI Neusa Maria Rossi, surgiu da percepção dos professores e de

toda a Equipe Escolar acerca da carência de hábitos de leitura dos

alunos. Durante o período de aula os alunos tiveram acesso a

diferentes portadores textuais, como livros, gibis, revistas, jornais,

textos informativos, receitas, bilhetes, comunicados, cartazes, com

a intenção de ampliar o contato com a leitura no ambiente familiar,

sendo a criança a protagonista deste movimento.

Page 95: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

94

Objetivos:

Estimular a curiosidade e a imaginação da criança;

Estimular a leitura de forma lúdica;

Promover o apreço e o hábito pela leitura;

Tornar a leitura presente no cotidiano familiar;

Desenvolver o vocabulário, o repertório e o senso estético

das crianças.

Atividades desenvolvidas:

O Projeto da Biblioteca Circulante consistiu em: toda a sexta

feira as crianças levavam um livro de sua escolha para ler junto à

sua família, no final de semana. A professora Fernanda, responsável

pela Biblioteca Circulante, realizava a atividade com os alunos dos

dois períodos, indo de sala em sala, apresentando a eles, de forma

lúdica, as histórias que poderiam ser levadas para casa. Esta

apresentação, realizada em forma de divulgação, estimulou as

crianças a conhecerem determinados livros e aguçou a curiosidade

de mostrá-los para casa e mostrar aos seus familiares.

O projeto foi elaborado tendo um carrinho de supermercado

como suporte para livros diversos disponibilizados aos alunos,

como: narrativas, histórias de repetição e movimento, de

encantamento, de fadas, de aventuras. Vale lembrar que estes

livros foram, criteriosamente, selecionados levando em conta seus

conteúdos.

Os procedimentos para o funcionamento da Biblioteca

Circulante foram:

Divulgação de alguns livros pela professora, para

estimular a curiosidade sobre as histórias (a professora mostra o

livro, conta uma parte dele e aguça a curiosidade das crianças);

Exposição dos livros (no chão em um tecido), para manuseio e escolha dos alunos, chamado “Mar de histórias”;

Roda de Leitura (as crianças conversam sobre os livros

escolhidos);

Conto e reconto das histórias levadas para casa, em

sala de aula.

Page 96: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

95

Registro da família

Mostra de produção dos alunos:

Avaliação:

O estímulo à leitura, de forma lúdica, e à criatividade da

criança ocorreram por meio da história contada e lida. O acesso à

literatura foi e continua sendo fundamental para o

desenvolvimento integral das crianças, por ser uma forma

recreativa, educativa, instrutiva e interativa de aprender a se

colocar no mundo e a expressar suas emoções e sentimentos.

Na EMEI percebemos o quanto este estímulo à leitura

melhorou a qualidade das interações entre os alunos, seu

vocabulário, sua forma de expressão, seu conhecimento em geral e,

o mais importante, o gosto e o prazer em ter um livro entre as

mãos, de poder compartilhar o momento da leitura com seus

familiares e amigos e de poder recontar a história, em sala de aula,

para seus colegas e para a professora.

O Projeto continuará em 2012, com ajustes necessários para

melhor atender às demandas das crianças e de seus familiares,

despertando o interesse e prazer de ler, desenvolvendo a leitura e a

comunicação em geral.

Trecho do livro: “A bruxa Onilda” contado para as crianças e recontado por elas mesma

Registro da criança

“Quando você chegou na sala começou tudo errado, você pegou o caldeirão e colocou naquela mesa, depois você pegou as crianças e transformou em bichinhos.”

“Quando você pegou a capa e jogou em cima de nós e ninguém queria virar bicho.”

“Você pegou a vassoura para voar e voou no céu e você caiu de ponta cabeça, porque você pegou tantas malas que ficou pesado e você caiu com tudo... ”

“Você transformou todos em um sapo e em uma barata e lagartixa. E pôs no caldeirão para comer.”

“Eu vou matar aquela bruxa!” “Não pode! É a prô Fernanda!” “Aí nunca mais teremos

livros para ler.”

Fernanda Gouvêa Santos

Page 97: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

96

ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL SE APRENDE NA ESCOLA “É DE PEQUENINO QUE SE COME PEPINO”

EMEI Neusa Maria Rossi

O projeto surgiu de uma necessidade da criança em sua

rotina diária de alimentar-se de forma saudável na escola e da

intenção de ampliarmos os conhecimentos desta criança

integrando as diferentes linguagens a partir de um tema

necessário, pertinente e de suma importância para o

desenvolvimento do ser humano integral.

Durante o 1º Semestre, percebemos que as crianças não

estavam alimentando-se bem. As crianças rejeitavam os alimentos

nas refeições, mostravam desconhecimento sobre o que estavam

comendo e recusavam-se a experimentar, mostravam hábitos

alimentares não condizentes com uma boa alimentação.

Como a alimentação faz parte do processo de educação e na

escola ele tem este caráter fundamentalmente educativo, vimos a

necessidade em realizar um projeto voltado para a questão da

alimentação focado na formação de hábito, que envolvesse não só

as crianças como também as famílias, pois alguns pais

manifestaram suas preocupações quanto a alimentação dos filhos,

através de questionamentos na agenda e outros sentiam-se

“perdidos” porque não conseguiam fazer com que os filhos

comessem “direito”.

As experiências e aprendizagens da infância fazem parte da

constituição da pessoa durante toda sua vida, os hábitos formados

na infância vão formar o ser humano, por isso a importância de se

trabalhar educação alimentar nesta faixa etária.

Objetivos:

Alimentar-se melhor na escola;

Ampliar o conhecimento sobre diferentes tipos de alimentos

e sua importância para o crescimento saudável;

Apropriar-se do espaço da horta, conhecendo sua função e

participando do processo de plantio e colheita;

Page 98: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

97

Alim

entação saudável

asa

m casa

Perceber a função social da escrita através do trabalho com

os nomes dos alimentos e sua escrita.

Trabalhar com diferentes gêneros textuais: Vídeos,

palestras, texto informativo, poesia, música, texto coletivo,

revista passatempo sobre alimentação(doadas pela SP

Alimentos), receitas, cardápios da escola, histórias...

Etapas de desenvolvimento:

Roda de conversa sobre o Projeto Alimentação Saudável;

Vídeo informativo sobre a importância da alimentação

saudável desde quando o bebê nasce;

Roda de conversa comentando sobre o vídeo e a

importância dos alimentos;

Pesquisa com a família de alimentos que são consumidos

em casa (trazer recortes de figuras, reportagens...);

Vídeo do desenho Caillo: “Eu odeio vegetais” e roda de conversa.

Histórias sobre o tema: Verduras? Não!

Músicas do Palavra Cantada e do Cocoricó sobre

alimentação;

Palestra para as crianças com a nutricionista da SP

Alimentos;

Feirinha de legumes e verduras com a nutricionista;

Alimentação Saudável

Palestra para os pais com a nutricionista do Departamento de Merenda

Escolar

Page 99: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

98

Cenouras colhidas e levadas para a família preparar em casa

Preparo do Bolo de cenoura com as cenouras colhidas na horta pelas crianças.

Dia da fruta: experimentar e compartilhar

Preparo do sanduíche natural pelas crianças com cenoura, beterraba e alface colhidas na horta

Culinárias ( escrita da receita)

Page 100: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

99

Avaliação do Projeto:

O Projeto surgiu de uma necessidade da comunidade escolar.

Para formarmos hábitos alimentares saudáveis é fundamental o

trabalho em sala de aula, porém faz-se necessário a participação

concomitante da família maior responsável pela alimentação e

formação da criança.

O projeto teve esta dimensão, conseguimos envolver as famílias

desde a pesquisa sobre alimentação saudável, palestra com a

nutricionista, até o compartilhar das culinárias feitas na escola e em

casa.

A escola conseguiu ultrapassar seus muros e levar a reflexão

sobre a alimentação nas casas dos alunos.

Na escola, temos o projeto self-service e percebemos que o

consumo de verduras, frutas e legumes tem sido maior, as crianças

estão experimentando mais, até mesmo a soja que foi introduzida

no final do ano foi bem aceita pelos alunos.

Autoras: Clarice Rodrigues O. Nacarrato Maria Helena Cascino Repolho

Regina Célia Castelo Regina Célia Argemiro.

Preparo do Bolo de cenoura com as cenouras colhidas na horta pelas crianças.

Preparo do sanduíche natural pelas crianças com cenoura, beterraba e alface colhidas na horta

As famílias experimentam o bolo de cenoura e o sanduíche natural na Reunião de Pais

Page 101: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

100

EMEI Neusa Maria Rossi

AUTORRETRATOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Desde que nascem as crianças estão em contato com o seu

corpo e significam o mundo por meio dele. A compreensão de sua

imagem conduz à construção de uma identidade sólida, ampliando

seu repertório de gestos a partir de seus pontos de vista e,

consequentemente, legitima seu olhar infantil que práticas

centradas no adulto obscurecem.

Ao verificar que crianças tão pequenas se preocupam e tem

uma imagem negativa de si, este trabalho torna-se essencial para

que as mesmas expressem seus pensamentos e sentimentos e

possam comunicar suas opiniões no sentido de criar uma

autoestima integrada as suas experiências. (ORIENTAÇÕES

CURRICULARES-EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

2007)

Ao reconhecer a individualidade de cada criança, suas

características e a forma como se expressa oportuniza-se a

superação de estereótipos, familiarizando a criança com sua própria

imagem, valorizando seu modo de ser e estar no mundo.

Este projeto tem o intuito de encorajar as crianças a falarem

sobre si, utilizando diversas linguagens, principalmente a artística

de maneira interativa para que possam reelaborar significados

sobre si, sobre o mundo a sua volta e sobre a diversidade,

ganhando novas possibilidades de se colocar e participar

ativamente. Além disso, este projeto permitirá que as mesmas

conheçam autorretratos e ampliem seu repertório cultural a partir

de um trabalho centrado em sua imagem.

Objetivo:

Ampliar o repertório cultural das crianças a partir de suas

representações sobre si e sobre o outro, valorizando a diversidade e

considerando seus pontos de vista na construção de sua identidade.

Page 102: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

101

Etapas desenvolvidas Definição do trabalho e percepção de uma

autoimagem

Há sempre a necessidade, em qualquer inicio de trabalho,

de uma definição clara para as crianças, assim sempre que

tocarmos no assunto elas terão o mínino de referências para

interferir no trabalho desenvolvido e negociar suas etapas.

Atividades:

Levantamento de conhecimentos prévios sobre autorretrato.

Apresentação às crianças de imagens de pinturas rupestres, onde

aparecem impressões de mãos nas paredes das cavernas, explicando

que esta forma de pintura é um dos primeiros autorretratos da

humanidade. Após esta explicação propor que façam impressões de

mãos em folhas que imitem o fundo da caverna.

Exposição de imagens de autorretratos de Rembrant, um dos artistas

que mais se autorretratou, em diversos períodos de sua vida nas

paredes da sala.

Experiência em frente ao espelho realizando massagens em seu próprio

corpo.

Em seguida, incentivo para que se autorretratarem utilizando materiais

já conhecidos. Finalizando, foi proposto que as crianças se pintassem

ou fizessem desenhos nos rostos de seus colegas utilizando pintura de

rosto.

Pintura de rosto

Impressão de Mãos

Page 103: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

102

Contextos de criação

Após a primeira parte do projeto, onde se conceitua

autorretratos e incentiva as crianças a entrarem em contato com a

própria imagem iniciam-se atividades em que as produções, a partir

de uma autoimagem, são privilegiadas, assim pinturas em diversos

suportes e produções com diversos materiais, além de intervenções

que foquem a criatividade fazem parte destes contextos.

Atividades:

Autorretrato com tintas em uma folha de cartolina; propor outra

produção a partir de um fundo claro e outra a partir de um fundo escuro. Também criar um autorretrato a partir de colagem de tecidos e outros materiais.

A valorização da diversidade

Depois de trabalharmos a expressividade nas produções infantis,

a próxima etapa privilegiará um trabalho com a diversidade, com o

intuito de estabelecer relações respeitosas entre as crianças, além

de construir sua imagem pessoal dentro do grupo valorizando suas

características e dos demais colegas.

Proposta de atividade: Conhecer a obra da artista Frida Kahlo observando como a mesma se autorretratou, as cores e objetos utilizados e em seguida conversar a respeito da diversidade.

Proposta de atividade: Leitura do livro: Ainda bem que tudo é diferente (Fabio Gonçalves Ferreira) e conversa sobre o respeito às diferenças.

Pintando um autorretrato

Page 104: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

103

Para a finalização foi proposto qu

em uma tela a partir do repertório

e as mesmas se autorretratassem

construído ao longo do tempo.

No decorrer do projeto as cri

produzir diversos autorretratos c

anças tiveram a oportunidade de

om diversos materiais e suportes.

Finalização do projeto com a produção de um autorretrato na tela

Autorretrato na tela

Avaliação

Este projeto foi desenvolvido nos meses de julho a novembro

do ano de 2011. As crianças desta turma, inicialmente,

apresentavam dificuldades em aceitar a própria imagem,

demonstrando uma postura negativa, ou tinham dificuldades em

considerar o outro em suas brincadeiras depreciando sua imagem.

A organização do projeto favoreceu a conquista da

expressividade como forma de soluções de conflitos e das formas

de sentir e pensar. Observei grandes avanços na autoestima de

várias crianças, principalmente das meninas que sempre achavam

que deveriam ser como as princesas da Disney e se consideravam

fora deste padrão estereotipado.

Quanto às produções, as crianças, na medida em que as

realizavam iam cada vez mais explorando cores e texturas

significando-as. Técnicas foram exploradas não no sentido

mecânico, mas para instrumentalizar as crianças ampliando as suas

capacidades expressivas. Seus desenhos, em relação à variedade e

diversidade de elementos se ampliaram e as posições do corpo,

cabelos e acessórios utilizados demonstraram sua própria forma de

expressão, sem comparativos.

Um dos elementos mais interessante deste projeto foi a

interação professor/crianças, no qual os mesmos participaram

ativamente na elaboração de atividades, que não estavam

previamente prontas, eram elaboradas de acordo com as

necessidades e sugestões das crianças.

Talita Pereira da Silva

Page 105: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

104

BRINCANDO DE CIENTISTA COM ARTE

Emei Raul Joviano do Amaral

O trabalho desenvolvido teve como objetivo: incentivar o

interesse e a curiosidade das crianças pelos elementos da natureza,

assim como confrontar as hipóteses levantadas a respeito do ar, da

terra, da água e do fogo, a partir de seu conhecimento, com

experiências concretas; desenvolver o respeito ao meio ambiente e

às formas de vida existentes, valorizando sua importância para a

preservação do ecossistema e para a qualidade da vida humana.

Planejamos práticas significativas para que, dentro do

universo infantil, a criança pudesse vivenciar experiências

científicas.

O Projeto foi criado a partir do interesse das crianças por

bichinhos encontrados no parque como formigas, joaninhas e

lagartas, dando origem a outro projeto: “Projeto Casulo”.

O início do trabalho com cada tema se deu com o

questionamento às crianças sobre o que e para que servia cada

elemento natural em questão. Após o levantamento do

conhecimento prévio das crianças, trouxemos para a sala de aula

experiências práticas para comprovar ou não as hipóteses

levantadas.

No tema Água, realizamos experiências com: Os estados

físicos da água: sólido, líquido e gasoso e a projeção do arco-íris e

no tema Terra, começam falando dos diferentes tipos de solo e

realizamos atividades denominadas: “A Corrida da Água”, “Solo

Permeável”, “Filtro Natural”, “O Ciclo da Água” e a “Formação das

Chuvas” ressaltando a importância da limpeza e dos cuidados com

o ambiente onde vivemos para evitar as enchentes.

Page 106: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

105

O trabalho com a terra e a água possibilitou o plantio de

feijões e girassóis permitindo o acompanhamento e o registro do

desenvolvimento das plantas.

Como todos os seres vivos necessitam de ar para viver,

focamos as experiências como as atividades: “Pressão do Ar” e “A

Corrida do Ar”, sendo foi possível observar que a maioria das

crianças não sabia que o fogo também se alimenta do ar; assim,

realizamos a experiência com o copo e a vela e ressaltamos a

prevenção de acidentes.

Dando continuidade, introduzimos outras experiências

como: “Com água também se brinca” em que brincamos com

bolinha de sabão; “Com Terra também se brinca” em que foram

feitos túneis, desenhos no chão, além de misturar água com terra e

“Com Ar também se brinca” fizemos carrinhos de dobradura para

brincar, cata-vento e apitos.

Em Artes Visuais, realizamos pintura com terra e areia;

pintura com sopro; o processo do papel marchê e, num trabalho

alimentos da história: Camilo, Camilão o Comilão, para ilustrar o

Projeto Alimentação.

O Projeto Casulo, que deu início a todo este trabalho, foi

realizado na prática com a transferência das lagartas do parque

para os lagartários, com acompanhamento e registro da

metamorfose por meio de desenhos.

Ao final soltamos as borboletas na Natureza.

O resultado foi positivo, pois envolveu tanto as crianças das

salas em questão, como as de outras salas e turnos devido à

curiosidade, assim como os demais professores e os pais.

Oficina de arte

Experimentos

de permeabilidade do solo e de combustão

integrado com outras professoras, confeccionamos personagens e Elenice Fonseca

Judith Ferreira Vitoriano Patrícia Matos da Rocha Silva

Page 107: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

106

EMEI Vanda Coelho de Moraes

O CICLO DE VIDA DAS BORBOLESTAS/ MARIPOSAS

Durante o horário de parque, que é um momento de

exploração e descobertas, os alunos do Infantil IIF sempre

encontravam pedrinhas, folhas, galhos, sementes e a partir dessas

descobertas surgiam vários questionamentos. Certa vez

encontraram uma lagarta nas árvores do parque e questionaram à

professora: O que é isso? É mesmo uma lagarta? É verdade que ela

vira borboleta?

Tendo como ponto de partida essa curiosidade aguçada por

grande parte dos alunos, levamos esse assunto para a sala de aula,

abordando o tema por meio de leituras, observações e registros.

Objetivo:

- Possibilitar aos alunos a exploração do mundo da natural por meio

de observações, e investigações;

- Ampliar os conhecimentos sobre o ciclo de vida das borboletas e

mariposas;

- Despertar a consciência ecológica, desenvolvendo o respeito e a

consciência para a preservação da natureza.

Desenvolvimento:

O projeto teve início com a descoberta da lagarta no parque

devido aos questionamentos e à curiosidade dos alunos. Levamos a

lagarta para sala de aula para que todos pudessem observá-la.

Colocamos a lagarta num pote de sorvete para facilitar a

observação e a circulação pela classe. Os alunos puderam observar

a cor, tamanho, número de patas, cabeça e formato do corpo.

Conversamos um pouco sobre as questões surgidas no

momento de descoberta da lagarta. Resolvemos então deixá-la em

nossa sala para observarmos a transformação em uma bela

borboleta.

Com o auxílio da nossa coordenadora pedagógica, a lagarta

ganhou uma casa nova, um aquário transparente de vidro com

terra, galhos e folhas, coberto com tule para facilitar a ventilação.

No passo seguinte confeccionamos um cartaz com as

informações já conhecidas sobre a vida das borboletas: o que

Page 108: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

107

comem, como nascem, onde vivem... Depois por meio de leituras e

pesquisas, confrontamos essas informações, aprendemos.

Todos os dias as crianças observaram a lagarta, registramos

as observações por meio de desenhos, numa planilha.

Outras classes da escola já sabiam, sobre a nossa

experiência , então foi decidido que a lagarta ficaria em um espaço

onde todos os alunos pudessem observá-la, o balcão da secretaria.

Os crianças acompanharam todo o processo, da lagarta ao

casulo. Depois de um período, duas semanas, aproximadamente ,

para nossa surpresa, a lagarta se transformou numa mariposa.

Todos vibraram, gostaram muito do resultado da nossa observação.

Nos organizamos para libertação da mariposa . Num dia

lindo de sol, fomos até o pátio aberto de nossa escola e com o

auxílio de nossa coordenadora pedagógica os alunos observaram

bem de perto. A mariposa estava em um galho de árvore.

Em seguida, soltamos e vimos que ela voou até uma árvore

que estava próxima.

Avaliação:

A realização deste projeto partiu da curiosidade e dos

questionamentos dos alunos, foi gratificante ver que durante a sua

execução eles foram protagonistas ativos neste processo.

Fatores importantes foram contemplados, como a

possibilidade de acompanhar, observar, analisar e registrar a

transformação da lagarta. A interação entre os parceiros, o

confrontamento de opiniões e informações, também estiveram

presentes.

Acreditamos que foram criadas condições para possibilitar

aos alunos o desafio de pensar sobre o que eles observaram,

favorecendo a apropriação de saberes em relação ao mundo que os

cercam.

Observação da lagarta na sala de aula

Dia de soltar a Mariposa

Roberta Aparecida da Trindade

Page 109: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

108

EMEI Virgílio Távora

ERA UMA VEZ... CLICK!

Durante o ano de 2011, após participação nas formações:

Rede em rede: formação continuada na Educação Infantil e o curso

Ciranda de Mídias, ambos promovidos pela Diretoria Regional de

Educação Santo Amaro, sentimo-nos motivadas a desenvolver

atividades de fomento ao comportamento leitor na educação

infantil incorporado à linguagem midiática.

O projeto caracterizou-se por situações de aprendizagem

utilizando as diferentes mídias e a literatura infantil, reconhecendo

que a interação entre as crianças e a linguagem midiática

ampliando as possibilidades de exploração, vivência e

desenvolvimento sociocultural e consideramos a prática cotidiana

com o público da Educação Infantil, enquanto Professor Orientador

de Informática Educativa, o trabalho com as mídias e suas

diferentes linguagens, que oferecem à criança a possibilidade de

explorar outras formas de interagir, brincar, pesquisar, descobrir,

ler, escrever, comunicar-se de modo criativo, participativo e

divertido.

Objetivos:

Desenvolver as linguagens verbal, artística e midiática;

Promover a literatura infantil – Contos de Fada;

Motivar a autonomia dos alunos quanto ao reconto;

Favorecer a exploração de recursos midiáticos, como:

máquina fotográfica, rádio, filmadora, projetor e computador;

Desenvolver atividades, que explorem o uso das mídias

como meio para produção de um trabalho diferenciado

e prazeroso para a criança.

Desenvolvimento:

1º Momento: Apresentação da história em áudio

Para apresentação da história utilizamos o elemento

surpresa, uma caixa embrulhada como presente, contendo: CD e

Page 110: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

109

rádio. As crianças, dispostas em roda, demonstraram curiosidade

quanto ao conteúdo da caixa e levantaram hipóteses sobre o que

fariam naquela aula utilizando os dois itens.

Na sequência, a aluna Emilly colocou o CD no rádio e

acionou os botões para que pudéssemos descobrir o conteúdo do

mesmo. Ouvindo os primeiros sons, as crianças permaneceram

atentas e rapidamente reconheceram se tratar de uma história,

porém sem saber o título. Seguimos ouvindo e ao longo desta

escuta alguns alunos identificaram a história do Pinóquio.

Apresentação da história em áudio

Após audição da história, as crianças se expressaram

oralmente, fazendo comentários relacionados à moral da história, á

mentira, às características dos personagens e à importância de não

falar com estranhos.

2º Momento: Jogo educativo

Proposta de jogo educativo desenvolvido pela POIE

utilizando o software livre JClic. O tema do jogo foi a história do

Pinóquio, apresentado em diferentes atividades para as crianças,

que brincaram com o jogo no computador trabalhando em duplas,

trocando ideias e auxiliando um ao outro quanto as suas

habilidades e dificuldades.

Tela do jogo educativo: Pinóquio

Page 111: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

110

Crianças produzem desenhos no Paint Brush

3º Momento: Vídeo da história

Assistimos ao curta da história: Pinóquio, reproduzida no

telão. E ao final da reprodução, propomos que as crianças

identificassem as diferenças e semelhanças quanto à narrativa do

áudio e reprodução do vídeo, salientando como foi ouvir e depois

ver e ouvir a mesma história de modos diferentes.

As crianças

reconheceram algumas

diferenças entre o enredo

apresentado no áudio e na

apresentação do vídeo,

como o fato do personagem

Pinóquio na história em

áudio se transformar em

burro, enquanto que na

história reproduzida em vídeo o personagem, a cada mentira contada,

vê seu nariz crescer. Estas diferenças apontadas pelas crianças

possibilitaram reconhecer que, para os Contos de fada

existem diferentes versões, com detalhes e trechos que podem ser

acrescentados pelo narrador.

4º Momento: Roda de conversa e produção artística

Resgatamos as sensações de somente ouvir e imaginar a

história em contrapartida a assistir a história com áudio e imagem.

Percebemos que as crianças aprovaram ambas as experiências,

sendo que o primeiro momento da audição foi cercado pela

curiosidade e encantamento, salientando o interesse e atenção das

crianças nos dois momentos da história, indiferente dos recursos.

Concluímos esta sequência, com as crianças desenvolvendo

o seu desenho utilizando o aplicativo Paint Brush e com a

apreciação das produções das crianças expostas no telão.

Page 112: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

111

Crianças realiza

m registro das atividades

Avaliação:

O projeto foi avaliado durante todo o desenvolvimento da

proposta, desde a apresentação da história, os momentos de

audição, reprodução e oralidade em roda de conversa, jogos

educativos e produção artística utilizando o computador. A

exploração e o envolvimento das crianças com as atividades, bem

como, a integração com os colegas e as mídias utilizadas

contribuíram para o desenvolvimento de habilidades quanto à

linguagem midiática e comportamentos leitores. Destacamos que

as crianças foram responsáveis pelo registro audiovisual de toda a

sequência aqui apresentada, cujos registros iconográficos foram

utilizados para apreciação das crianças e avaliação do aprendizado,

permitindo que a criança possa ver-se e reconhecer-se no

desenvolvimento das atividades.

“O uso da linguagem midiática possibilita à criança explorar o

seu potencial criativo, ressaltando o seu papel enquanto

aprendiz e produtora de conhecimento...”.

As Mídias no Universo Infantil – um diálogo possível. pág.73

Aprecie nossos registros realizados pela fotógrafa Amanda e

camara man Lucas – 6 anos:

Apresentação da história utilizando o rádio: http://migre.me/9LNlh

Apresentação do Projeto: http://migre.me/9LNnB

Daniela Fonseca Costa Profª Orientador de Informática Educativa

Page 113: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

112

EMEF Padre Aldo da Tofori

A LINGUAGEM DAS TARJAS

Projeto de alfabetização de jovens e adultos

Tendo em vista que o curso da EJA tem um público

diferenciado e que todas as disciplinas são responsáveis pelo

desenvolvimento da competência leitora e escritora, escolhi um

conteúdo que tivesse relação com o cotidiano, fosse significativo e,

ao mesmo tempo, resgatasse as experiências dos alunos.

Objetivos

Desenvolver a competência leitora e escritora;

Conhecer diferentes tipos de textos;

Compreender a importância da leitura/interpretação da bula para

evitar prejuízo à saúde;

Orientar sobre os perigos da automedicação;

Identificar os diferentes tipos de tarjas e suas funções nos

medicamentos;

Esclarecer que um medicamento genérico contém o mesmo

princípio ativo de um medicamento de marca famosa;

Reconhecer que a química está presente no nosso cotidiano;

Localizar, na bula de um medicamento, informações como:

composto ativo, dosagem, reações adversas, posologia, indicações

e outros;

Associar sintomas a efeitos colaterais provocados por um

medicamento e descrevê-los para o seu médico durante o

tratamento;

Saber quando e como utilizar o serviço do SAC ou SIC.

Desenvolvimento

1ª etapa: Pedi aos alunos que trouxessem diferentes tipos de

bulas e embalagens de medicamentos. Em grupo, realizamos o

levantamento dos conhecimentos prévios:

1. Qual o perigo da automedicação?

2. Qual a função das tarjas nas embalagens dos

medicamentos?

3. Qual o significado do conceito genérico?

Page 114: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

113

4. Um medicamento genérico tem a mesma eficácia de um

medicamento de marca?

5. O que é o composto ativo de um medicamento?

2ª etapa: Após a discussão dos conhecimentos prévios sobre o

assunto e a realização de registros pelos alunos, utilizamos a sala de

informática e a internet como recurso para as pesquisas.

Na sala de aula, questionei os alunos sobre a eficácia de

medicamento de tarja amarela, comparando-o com o mesmo

medicamento de uma marca famosa. A proposta foi que eles

identificassem a (s) diferença (s).

Posologia;

Laboratório;

Farmacêutico responsável;

Utilização do serviço de Sac ou Sic.

Avaliação:

Avaliei os registros

realizados pelos alunos e

os relatos que foram

apresentados durante as

3ª etapa: Para trabalhar com as informações descritas na bula,

aulas. Observei, durante as

Alunos da EJA fazendo a análise de bulas

os alunos leram e realizaram o registro em um relatório, tendo

como objetivo localizar informações em um texto utilizado

cotidianamente e compreendê-las.

As informações retiradas da bula foram:

Localização do composto ativo;

Dosagem;

Reações adversas;

Indicações;

atividades, que os alunos estavam relacionando as informações

obtidas com experiências vivenciadas por eles e por outras pessoas.

Um aluno relatou que sua mãe fazia o uso de um medicamento que

estava provocando inchaço no seu corpo. Ao aprender o que era

uma reação adversa, ele verificou que aquele medicamento

causava alterações no sistema renal e relatou ao médico as

alterações que estavam ocorrendo no corpo da mãe, sendo possível

fazer uma substituição do medicamento. Também pude observar

Page 115: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

114

que muitos alunos da EJA achavam que um medicamento genérico

tinha eficácia inferior, por ser mais barato. Outro fator importante

neste trabalho foi conscientizar o cidadão(ã) dos seus direitos como

consumidor, uma vez que muitos desconheciam a função dos

serviços de SAC e SIC.

Nesta proposta, trabalhamos o desenvolvimento da

competência leitora e escritora para a formação do cidadão,

permitindo ao aluno relatar suas experiências, adquirir informação

e tornar-se um agente multiplicador e transformador da

comunidade onde vive.

Claudia Maria Ribeiro Santana

Page 116: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

115

EMEF: Padre Aldo da Tofori

STRIKBOL

O Strikbol foi elaborado a partir do meu desconforto, como

professor de Educação Física, ao observar que alguns alunos se

recusavam a participar das aulas, e principalmente dos esportes

coletivos tradicionais, tão importantes para sua formação. O aluno

não era convidado a participar do voleibol por não dominar os

fundamentos de toque e manchete; do handebol, por não possuir

habilidade para receber e passar a bola; no basquetebol, por não

ter habilidade para driblar e fazer cestas; no futebol, por não ter

habilidade com os pés no trato da bola. Para mudar esta situação,

resolvi transformar uma atividade recreativa (queimada) em um

jogo de fácil assimilação e com aspecto lúdico e recreativo.

Objetivo:

Ressignificar a queimada, transformando-a em um jogo mais

elaborado.

Desenvolvimento:

Iniciei um processo de observação referente ao envolvimento dos

alunos em alguns jogos recreativos. Percebi que durante a

queimada todos os alunos envolviam-se com certa espontaneidade.

Aos poucos, fui criando regras a partir de situações vivenciadas nas

aulas de Educação Física. Assim nasceu o Strikbol.

Descrição do jogo:

O jogo desenvolve-se entre duas equipes compostas de oito

jogadores cada, com o objetivo de anular a equipe oponente por

meio da queima. O jogador queimado, atingido pela bola, entra em

um estado passivo de jogo (sentado com joelhos flexionados e

pernas cruzadas) e só poderá voltar ao jogo se resgatado (receber a

bola ou pegá-la durante o jogo) pela equipe. O Strikbol contribui

para desenvolver capacidades físicas como resistência, agilidade,

destreza, estratégias de ataque e defesa, velocidade de raciocínio,

espírito de equipe e solidariedade.

Regras do jogo:

Page 117: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

116

1. A QUADRA: A área de jogo é a quadra poliesportiva, delimitada pelas paredes ou alambrados laterais e de fundos;

2. A BOLA: A bola é de borracha macia, com superfície não escorregadia, com medida nº 10 ou nº 12, usadas em diferentes categorias;

3. DURAÇÃO DA PARTIDA: Dois períodos de 12 minutos. Em caso de empate, prorrogação de 5 minutos, até que se obtenha um vencedor. OBS: 3 minutos de intervalo entre um período e outro;

4. TÉRMINO DE JOGO NO PERÍODO: O período termina quando uma das equipes conseguir o strik (quando todos os jogadores da equipe adversária forem levados a posição passiva de jogo) ou no final do tempo estabelecido para o período.

5. FINAL DE JOGO a. Quando uma das equipes vencer os dois períodos de 12 minutos, por strik ou soma de pontos; b. Quando uma das equipes vencer um período e empatar o outro, ou vice- versa. c. SINAL DE TÉRMINO DE JOGO: O tempo de jogo começa com o apito do árbitro para o tiro de saída inicial. Ele acaba com o sinal de término automático do placar eletrônico ou do cronometrista. Se o sinal não é dado, um dos árbitros apita para finalizar o jogo.

6. EQUIPE: Uma equipe é composta por 12 jogadores, sendo 8 (oito) titulares e 4 (quatro) reservas.

7. SUBSTITUIÇÃO DE JOGADORES: Os jogadores reservas podem entrar no jogo a qualquer momento, repetidas vezes, sem notificar, mas deve esperar que o jogador substituído saia da área de jogo.

8. EQUIPAMENTOS: Todos os jogadores de uma equipe devem usar uniformes idênticos, com numeração de 1 a 20. OBS: O capitão deve usar uma braçadeira ao redor do braço.

9. MANEJO DE BOLA 9.1. É permitido: a. Segurar a bola por quatro segundos; b. Dar três passos com a bola, com ou sem drible; c. Correr livremente pelo espaço do jogo, sem a bola, e sem ser tocado ou bloqueado pelo adversário;

d. Disputar a posse de bola a todo instante do jogo, sem cometer infração. 9.2. Não é permitido: a. Permanecer com a bola por mais de quatro segundos; b. Dar mais de três passos, estando com a posse de bola; c. Saltar para arremessar a bola no adversário; d. Entregar ou retirar a bola da mão do jogador da mesma equipe; e. Bater, arrancar ou puxar a bola da mão do jogador adversário; f. Tocar intencionalmente o corpo do jogador adversário em qualquer situação de jogo; g. Fazer barreira ou bloquear o deslocamento do jogador adversário que estiver em movimento (impedir o deslocamento do jogador); h. Passar a bola para si mesmo; i. Tocar em qualquer parte do corpo do jogador adversário em estado passivo de jogo; j. Rolar a bola no chão e pegá-la à frente; k. Lançar a bola por cima do adversário e pegá-la do outro lado; l. Tocar a bola intencionalmente com o pé; m. Em qualquer situação de passe, a bola não deve ser entregue ou colocada nas mãos, e sim passada; n. Não é permitido o jogo passivo; Obs: jogo passivo é quando a equipe troca passes entre si, com o objetivo de gastar o tempo e com isso ser beneficiada; o. Se movimentar ou se deslocar, estando na postura passiva de jogo;

p. Deitar ou ajoelhar para marcar o jogador em estado passivo de jogo. 10. QUEIMA

a) A queima pode ser feita em qualquer parte do corpo do adversário, exceto na cabeça e palma das mãos; b) A queima tem que ser direta; c) A mão é livre, mas se a bola tocar na mão e resvalar em qualquer parte do corpo, a queima será efetivada; d) Quando a bola tocar o antebraço, a queima é efetivada. Somente a palma da mão é livre para a defesa; e) Não é considerada a queima, quando o jogador segurar ou encaixar a bola, sem que ela caia.

Page 118: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

117

11. POSTURA PASSIVA DE JOGO a) Quando o jogador sofrer a queima, ele deve sentar-se imediatamente no mesmo local, com joelhos flexionados e pernas cruzadas, mantendo uma distância mínima de dois metros em relação a outro jogador em estado passivo de jogo; b) Estando na postura passiva, o jogador não poderá se movimentar; c) Na posição passiva de jogo (joelhos flexionados e pernas cruzadas), quando tocado pelo adversário, sofrerá a falta. O mesmo jogador, na posição passiva, estando com as pernas estendidas e sendo tocado pelo adversário, estará cometendo falta.

12. RETORNO DO JOGADOR

a) Para sair do estado passivo e voltar ao jogo, o jogador deve receber a bola através de passe ou pegar a bola em jogo; b) O jogador só poderá voltar para o jogo, se receber ou pegar a bola, estando com os glúteos tocando no chão.

13. FALTAS a) Todos os itens 9.2 são considerados faltas; gerando com isso a perda da bola; b) Além da perda da posse de bola, poderá ocorrer advertência verbal, cartão amarelo ou vermelho; c) Falta cometida pelo jogador da equipe sem a posse de bola será advertido verbalmente, dependendo da gravidade, cartão amarelo ou vermelho; d) Falta considerada grave pelo árbitro, o jogador receberá o cartão vermelho; e) Arremesso com força desproporcional, na direção do rosto do jogador é falta grave, deve ser avaliada pelo árbitro a intencionalidade ou não do jogador, que poderá ser punido com cartão amarelo ou vermelho; f) Substituição obrigatória deverá ocorrer quando o jogador receber o segundo cartão amarelo ou quando o jogador receber o cartão vermelho; g) Toda paralisação de jogo, a bola deve passar pela mão do árbitro; h) Toda e qualquer tipo de agressão física ou verbal a qualquer participante do jogo, incluindo jogadores, técnicos, arbitragem e organização será considerada falta grave.

14. ARBITRAGEM a) O jogo deve ser acompanhado por dois árbitros e um mesário; b) A decisão do árbitro é irrevogável; 14.1. SINAIS OFICIAIS DA ARBITRAGEM a) Quando houver a queima, indicar com a palma da mão para o chão; b) Quando não houver a queima elevar uma das mãos acima da cabeça, autorizando a continuidade do jogo; c) Quando há falta de contato, bater um antebraço ao outro; d) Quando houver jogo passivo, movimentar o braço à frente do corpo; e) Quando o jogador andar (dar mais de três passos), girar um braço em torno de outro; f) Quando houver falta de bloqueio, colocar as duas mãos espalmadas para frente na altura do peito; g) Para receber a bola, elevar os dois braços acima da cabeça; h) Final de jogo, cruzar os braços à frente do tórax.

Avaliação:

O resultado dessa atividade esportiva pode ser considerado

bastante satisfatório. Em 2011, foi possível realizar um torneio

interclasses. Os alunos envolveram-se ao strikbol, demonstrando

facilidade de assimilação das regras, bem como participação

coletiva desse importante jogo cooperativo. Foi observado pelo

professor que os alunos já estão praticando o jogo na comunidade.

Valdir Carlos da Fonseca

Page 119: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

118

EMEF Padre Aldo da Tofori

FALANDO SOBRE SEXO

O trabalho foi realizado para direcionar a educação sexual

entre os educandos no período da vida em que se têm mais dúvidas

e inseguranças sobre a sexualidade, diante de uma sociedade

desencontrada nas informações de conteúdos apelativos e

superficiais. A abordagem sobre sexualidade com as turmas nesta

faixa etária desperta curiosidades e interesses, pois observamos

uma baixa autoestima, dúvidas sobre as mudanças do próprio

corpo, informações distorcidas e um tabu qualificado no sítio

familiar (na grande maioria dos educandos). Outro ponto

importante diz respeito ao conhecimento compartilhado e trocas

de ideias entre os próprios educandos, possibilitando que sejam

multiplicadores dos resultados adquiridos na dinâmica de trabalho.

Desenvolvimento

No primeiro momento foram levantados conhecimentos

prévios sobre gravidez precoce, devido ao grande número de

relatos de amigas que estavam grávidas aos 13 anos. Outros passos

foram dados, todos direcionados a assuntos ligados ao sexo como

doenças sexualmente transmissíveis, anticoncepcionais, etc.

Após as discussões sobre as dúvidas suscitadas pelos alunos,

houve um levantamento dos temas mais significativos: métodos

contraceptivos, gravidez na adolescência, legislação do aborto no

Brasil e em alguns países orientais e ocidentais, doenças

sexualmente transmissíveis e ponto de vista das religiões sobre o

aborto.

Os alunos foram divididos em grupos de quatro a seis

alunos. Realizamos um sorteio dos temas e das datas para as

apresentações, de tal forma que num espaço de trinta minutos

fossem apresentados os trabalhos e nos últimos quinze minutos da

aula houvesse um debate com a turma.

Para aprofundar os conhecimentos, os alunos pesquisaram

sobre os temas elencados acima em livros, na internet, com

Page 120: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

119

profissionais da área e em vídeos. Após as pesquisas, a elaboração

do material e a apresentação dos seminários (os grupos utilizaram

cartazes, power point e movie maker), os alunos socializaram com

os demais grupos os conceitos pesquisados.

Período: Um bimestre – agosto e setembro de 2011.

Avaliação: A avaliação foi processual. Em todos os momentos os

educandos foram avaliados: resultados de pesquisa, organização de

grupo, montagem dos trabalhos, rodas de discussão e seminários.

Seminário

trabalho sobre gravidez na adolescência

André de Albuquerque Miranda

Page 121: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

120

CULTURA DA PAZ

EMEF Padre Aldo da Tofori

O cotidiano escolar deve favorecer o desenvolvimento da cultura de

paz em seu interior, para impedir que a violência que rodeia os

nossos jovens adentre o ambiente escolar. Para tanto, devemos

buscar um convívio harmonioso, promovendo o respeito e a

solidariedade humana, respeitando direitos, trabalhando deveres,

tonando o ambiente escolar cada vez mais atraente, seguro,

acolhedor e preventivo para todos os envolvidos no processo

educacional, valorizando a pessoa humana antes que a rua recrute

nossos jovens para a marginalidade.

“A prática pedagógica deve preocupar-se em desenvolver

quatro aprendizagens fundamentais, que serão para cada indivíduo

os pilares do conhecimento: aprender a conhecer indica o

interesse, a abertura para o conhecimento, que verdadeiramente

liberta da ignorância; aprender a fazer mostra a coragem de

executar, de correr riscos, de errar mesmo na busca de acertar;

aprender a conviver traz o desafio da convivência que apresenta o

respeito a todos e o exercício de fraternidade como caminho do

entendimento; e, finalmente, aprender a ser, que, talvez, seja o

mais importante por explicitar o papel do cidadão e o objetivo de

viver.”

Jacques Delors. “Educação: Um Tesouro a Descobrir” de 1999.

Page 122: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

121

Objetivos

Sensibilizar e conscientizar os alunos sobre a convivência

harmoniosa com os colegas, professores e demais membros

da comunidade escolar;

Ampliar a participação dos estudantes nos projetos

desenvolvidos no laboratório de Informática Educativa,

através da plataforma ThinkQuest;

Ampliar a utilização dos recursos tecnológicos existentes na

escola;

Favorecer a atuação dos alunos, através de uma

participação construtiva e envolvente nas questões relativas

à violência na escola e no meio em que vivem e convivem.

Propiciar condições de acesso e uso das tecnologias voltadas

para a pesquisa e produção do conhecimento;

Promover ações de cunho pedagógico que contribuam para

o desenvolvimento das competências e habilidades

necessárias ao contexto digital do século XXI;

Produzir Jornal, levando-se em conta o conhecimento

adquirido sobre o tema. “Cultura da Paz”.

Desenvolvimento

Os alunos assistiram aos vídeos de sensibilização,

previamente selecionados pelo professor e disponibilizados

na plataforma do ThinkQuest (uma plataforma de

aprendizagem on-line que ajuda alunos a desenvolverem

habilidades de comunicação, pensamento crítico e

tecnologia);

Pesquisaram em livros e na internet sobre a Cultura da Paz;

Pesquisaram em duplas sobre a solidariedade, respeito e

amizade;

Page 123: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

122

Participaram da enquete sobre a paz: Você acha que é

possível implantar uma cultura de paz na sua escola?

Discutiram sobre a produção do jornal, formatação,

manchetes;

Produziram um jornal com o Tema: “Cultura da paz” e

compartilharam com seus colegas de classe em ambiente

on-line e disponibilizando no Site da escola;

As atividades foram publicadas na plataforma do

ThinkQuest, seguindo as etapas abaixo:

Enviaram as produções e comentaram sobre a experiência:

Page 124: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

123

Período de realização

O projeto foi desenvolvido em oito aulas –

aproximadamente dois meses.

Avaliação

Os alunos realizaram autoavaliação, utilizando os seguintes critérios

de observação (rubrica), pontuando de 0 a 05 o seu desempenho:

Acesse os links abaixo para apreciar as produções:

ThinkQuest: http://migre.me/9LMUm

Jornal Cultura da Paz: http://migre.me/9LMQq "Educar é preparar para a liberdade. As pessoas são livres porque podem

escolher. E só podem escolher quando conhecem alternativas. Sem informação

não há alternativa, e, portanto, sem alternativa não há liberdade.”

Gilberto Dimenstain, jornalista

Ester Alves de Oliveira Profª Orientador de Informática Educativa

Page 125: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

124

UM TEXTO, DIVERSAS RELEITURAS... “... escola onde estudei até a antiga 8ª série.”

EMEF Antenor Nascentes

O projeto “Um texto, Diversas Leituras...” nasceu a partir da

necessidade de se entender que textos não consistem apenas em

impressos nos livros, revistas ou jornais. Uma música, um poema,

uma pintura, uma maquete, bonecos ou dramatizações fazem parte

do universo textual, já que podem ser lidos e relidos e cada um

pode fazê-lo de diferentes maneiras, de acordo com suas

sensações, desejos, intenções.

Os alunos do 7º ano, o público alvo, deveriam fazer leituras do

texto escolhido, para a elaboração de um seminário. Para tanto,

não era necessário seguir à risca documentos pesquisados,

aprendidos em aula ou anotações nos cadernos; nem tão pouco

ficarem inibidos no momento da apresentação e poderiam utilizar-

se de linguagem coloquial para explicar os conteúdos.

Em abril de 2011 o projeto foi apresentado aos alunos. Inicialmente

ficaram bastante assustados, uma vez que assumiriam grande parte

das responsabilidades. Democraticamente, constituíram-se em

grupos, com no máximo cinco integrantes, cujo propósito era

exercitar a autonomia.

Vencida esta etapa, o próximo passo consistiu em registrar numa

folha, os nomes dos componentes de cada grupo, informações

sobre o desenvolvimento do trabalho, o tema escolhido, os

comentários surgidos, as data das apresentações e sobre as

avaliações dos mesmos.

Como modelo foi utilizado o conto “Sebastião e Danilo” de Maurilo

Andreas, publicado na Revista Nova Escola, nº 217, de novembro

de 2008.

Page 126: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

125

Colocado o texto na lousa e registrado nos cadernos de cada aluno,

a próxima tarefa foi a consulta no dicionário das palavras cujo

significado desconheciam e, assim, ampliar o vocabulário.

Cada grupo escolheu, livremente, o tema a ser desenvolvido e com

a finalidade de clarear as ações, colocaram suas dúvidas, ensaiaram

as apresentações e receberam orientações quanto à confecção de

relatórios (nome dos membros do grupo de trabalho, série/ ano,

custos, materiais utilizados, comentários, avanços e dificuldades

durante o desenvolvimento do trabalho e autoavaliação do

trabalho, do relatório e da apresentação).

Observação: Durante as apresentações, deveriam fazer anotações

em seus cadernos, visando à autoavaliação e às dos outros grupos.

A apresentação dos trabalhos aconteceu em junho e apesar do

nervosismo inicial, todos puderam questionar, comentar e relatar

os avanços e dificuldades no feitio do relatório. As temáticas

escolhidas, a partir do texto modelo “Sebastião e Danilo”, os

materiais e o método foram:

a) Maquete: produção de cenário, com material reciclado, a

partir da escolha de uma cena;

b) Artesanato: produção de cartaz confeccionado com bonecos

de argila e outros materiais recicláveis (moldura de

papelão);

c) Reescrita com ilustrações;

d) Poesia: produção de texto poético com representação

pictórica em cartolina;

e) Música: representação pictórica em cartolina da letra da

música de autoria dos membros do grupo de trabalho;

f) História em quadrinhos: produção de HQ;

g) Dramatização com bonecos: utilizando bonecos

confeccionados com diferentes materiais;

h) Dramatização com pessoas: com confecção de cenários e

figurinos.

Após as falas, analisamos assuntos tais como: “Palco italiano”,

“Avalon – lendas do Rei Arthur” (assistido anteriormente pelos

alunos do 7º ano), leituras e possibilidades de releituras de um

texto e como se deve proceder à uma apresentação em seminário;

noções de perspectiva de desenho e espacialidade na produção

Page 127: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

126

pictórica; variedades linguísticas entre palavras similares (exemplo:

trabalho baseado e fumar um baseado) e regionalismos; adaptação

de textos literários para as artes audiovisuais; estrutura (versos e

estrofes) e a função social do subgênero literário poesia;

semelhanças e diferenças entre estrutura poética e letra de música

(refrão, licença poética e outras diferenças); técnicas de

representação de teatro de bonecos e possibilidades materiais

Ao final, os alunos apresentaram mudanças significativas.

Tornaram-se mais autônomos, mais questionadores e mais críticos

em relação às suas produções e às dos colegas.

para produção de fantoches e marionetes.

Os instrumentos de avaliação utilizados foram:

1) Anotações e comentários nos cadernos dos alunos;

2) Questões originadas ao longo do processo (antes, durante e

depois das apresentações);

3) Relatórios individuais;

4) Apresentações dos grupos;

5) Autoavaliação;

6) Reflexões sobre o processo;

7) Avaliação escrita (individual) – questões sobre todo o

processo;

Maquete

Produção de texto poético

Representação Pictórica

Apresentação do Seminário

Reescrita com ilustrações

Bonecos confeccionados

com diferentes materiais

Profª Adenilza Almeida Lira

Page 128: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

127

EMEF Armando de Arruda Pereira

OS PROBLEMAS AMBIENTAIS URBANOS

Para evidenciar as consequências da impermeabilização do

solo em nossa cidade, os alunos dos 8º e 9º anos do Ensino

Fundamental criaram um jornal ambiental para ampliar

informações e conhecimentos e possibilitar a leitura por meio da

exploração de conceitos próprios do conhecimento geográfico. Na

cidade de São Paulo, por causa da impermeabilização, quando

chove o volume de água que fica na superfície pavimentada (ruas,

calçadas, quintais e estacionamentos) aumenta, dirigindo-se para

rios e córregos. Este aumento provoca inundações.

Objetivos

Favorecer as formas de compreensão do espaço no

atendimento às necessidades humanas;

Conhecer a relação sociedade e natureza;

Propiciar o reconhecimento das diversidades de regiões

geográficas brasileiras, estabelecidas pela vegetação, clima;

e da interação da ação humana com o ambiente;

Identificar os problemas ambientais urbanos;

Analisar a situação do bairro onde moram;

Resgatar a história do bairro;

Aprender sobre a importância da água para a sobrevivência

do humanidade;

Conhecer o por quê da impermeabilização das ruas da

cidade e o que isto provoca para o ser humano;

Saber o que provocam as enchentes;

Estabelecer a relação entre os problemas ambientais

urbanos e sua importância para o meio ambiente,

despertando a consciência ecológica nos alunos;

Criar um Jornal Ambiental Virtual;

Pesquisas em sala de aula com os Professores de Geografia e

História;

Escrever e Reescrever para Aprender.

Page 129: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

128

Materiais

Computadores da Escola;

Datashow;

Papel sulfite;

Cartolina;

Lápis e Giz de Cor.

Desenvolvimento

Considerando os recursos disponíveis no Laboratório de

Informática Educativa, como principal ferramenta deste trabalho,

desenvolvido em parceria entre professores e alunos do Ciclo II do

Ensino Fundamental, as etapas descritas a seguir nortearam o seu

desenvolvimento:

1) Fazer uma pesquisa com a classe - para saber se alguém já realiza

ações para tornar o meio ambiente mais humano - e se alguma

pessoa poderia ministrar uma palestra e/ou ajudar durante as

aulas, de forma a introduzir o assunto;

2) Levar alguns dados sobre os temas e o tempo necessário para

que as informações fossem apreendidas pelos alunos;

3) Destacar a importância de se reciclar as diferentes embalagens,

bem como reutilizar os recursos de consumo;

4) Retomar a importância de saber as cores de cada tipo dos cestos

de lixo: plástico, metal, papel e vidro;

5) Orientar as pesquisas realizadas no Laboratório de Informática

Educativa, que tinham como temas: resíduos perigosos, resíduos

radioativos, resíduos gerais não recicláveis, resíduos laboratoriais,

resíduos orgânicos e projetos ambientais.

Recursos utilizados:

. Produção Coletiva (Narrativa);

. Roteiro e mapa de localização e Itinerário (Google Maps) -

informações sobre o bairro e a rua em que mora – relacionando as

imagens do Mapa aos conhecimentos sobre o bairro e a rua;

. Escrita de e-mail para o colega da outra classe mostrando o mapa

e a localização da rua onde mora;

. Criação de um jogo “Como ter um ambiente mais saudável”.

. Confecção de um panfleto conscientizando a população do bairro

quanto à preservação do ambiente onde moram.

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129

. Criação de apresentação utilizando os recursos do Power Point

sobre Reciclagem e Preservação do Ambiente.

. Entrevistas com os moradores do bairro sobre os cuidados

dispensados ao ambiente em que moram; nova pesquisa – dos

alunos - sobre informações do bairro e da rua em que moram;

. Criação do “Jornal Ambiental”.

Avaliação e Auto avaliação

Neste projeto pretendeu-se construir novas formas de

aprender e de avaliar. O processo de aprendizagem foi observado

por meio da interação e colaboração entre os professores e os

alunos, quando estudam e aprendem juntos ou sozinhos,

interagindo com a máquina, o texto e as multimídias ( texto, áudio

e vídeo ).

O Professor, a qualquer momento e em qualquer espaço,

pôde avançar e promover o avanço de seus alunos, qualificando os

conhecimentos de todos.

Desenho de Warlley – 8ª A

Acesse o link e navegue nas nossas produções:

Jornal: “Os problemas ambientais urbanos” -

http://migre.me/9LN27

Maria Angela Perone Marques Rossetti

Profª Orientador de Informática Educativa

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130

O QUE FAZER COM O LIXO?

EMEF “Bernardo O’Higgins”

Desenvolver, junto aos alunos, a proposta de trabalho –

contida no documento “Orientações Curriculares Proposição de

Expectativas de Aprendizagem Ensino Fundamental I” – referente

ao eixo “Natureza e Sociedade”, de forma significativa para a faixa

etária das crianças envolvidas.

Objetivos Alcançar – de maneira significativa para os alunos - os

objetivos propostos para este ano do Ciclo I, a saber:

-C1 Reconhecer cuidados com a higiene em diferentes lugares de

vivência para a promoção da saúde;

-C2 Identificar responsabilidades para a manutenção do ambiente

saudável em locais de uso individual e coletivo;

-H2 Identificar algumas normas culturais relacionadas a cuidados

pessoais e os do grupo de convívio sobre higiene;

-H3 Identificar as formas de convívio social compartilhadas nas

brincadeiras e festas em diferentes tempos.

Conteúdos Conceituais

1. Como reutilizar alguns materiais jogados nos lixos;

2. A importância de se viver num ambiente limpo;

3. Como era no tempo da vovó (normas culturais relacionadas a

cuidados pessoais e do grupo de convívio sobre higiene e

brincadeiras em diferentes tempos).

Conteúdos Procedimentais

1. Leitura de textos informativos;

2. Leitura de notícias;

3. Escrita de listas;

4. Pesquisas;

5. Entrevistas (com os avós ou parentes mais velhos);

6. Comparar; Elaborar conclusões.

Conteúdos Atitudinais

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1. Saber ouvir e falar;

2. Respeitar o outro e sua opinião (mesmo que diferente da sua);

3. Mudar alguns hábitos (em relação ao lixo produzido em casa e na

escola, na hora do lanche/ hábitos de higiene pessoal e do

ambiente).

Contextualização/Sensibilização

Conversamos sobre o “problema lixo”, depois de trabalhar

hábitos de higiene e saúde pessoais e coletivos. Assistimos a alguns

vídeos no YOUTUBE (“Recicla Kids - A gente salva o mundo

brincando” e Turma da Mônica em “Um plano para salvar o

planeta”).

Cantamos a música “Reciclagem” de Alexander Medalhas Gomes.

Questionamento: “Tudo que está no lixo, não tem mais proveito?

Não pode ser utilizado para mais nada?”

Levantamento de Hipóteses

Alguns alunos disseram que muitos materiais poderiam ser

utilizados: papel, latinhas, garrafas pet; outros achavam que se já

estava no lixo não servia para mais nada e um terceiro grupo disse

que algumas pessoas catavam o lixo e vendiam para viver.

Anotamos o que foi falado no caderno (individualmente) e num

cartaz, para retomarmos mais tarde.

Vivências e Experiências

Solicitei, como lição de casa, uma lista do que há no lixo de

nossa casa (conversamos sobre o cuidado ao analisarmos esse lixo,

com a ajuda de um adulto). Fizemos a leitura das várias listas. Da

lista inicial, destacamos o que poderia ser reutilizado e fizemos uma

nova seleção (uma outra lista).

Nossa próxima tarefa foi conversar com os avós (ou pessoas mais

velhas da família) e perguntar se eles se lembravam do que havia

no lixo da casa deles, quando eram crianças. Comparamos as listas

e notamos que não havia garrafas pet, que a quantidade de

embalagens era bem menor.

Page 133: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

132

Voltamos para nossa 2.ª lista (o que poderia ser reutilizado e que

havia sido encontrado no lixo) e começamos a dizer como

poderíamos reutilizar cada item. Várias ideias foram sugeridas e

combinamos que, a partir daquele momento, guardaríamos aquele

material (da lista), para construção do que havia sido sugerido

(nova lista com as sugestões).

Depois que as crianças escolheram o que fazer, de acordo com o

material reunido, iniciamos a construção dos objetos.

No dia marcado, cada um apresentou sua criação para a sala,

dizendo qual sua utilidade e o material utilizado na confecção. No

dia seguinte, arrumamos nossa sala e convidamos os alunos dos 1.º

anos A e B e do 2.º ano A para a nossa exposição. Foi um sucesso! O

2.º ano B falou um pouco sobre o trabalho, leu algumas listas e

apresentou o produto final.Os convidados foram extremamente

participativos, perguntaram, anotaram, tocaram...

Síntese

Depois de toda a euforia da exposição, voltamos ao nosso

1.º cartaz e refizemos a mesma pergunta: “Tudo que está no lixo,

não tem mais proveito? Não pode ser utilizado para mais nada?

Desta vez foi difícil conter tantas mãos levantadas. Lembramos das

regras e anotamos coletivamente:

-Não. A maioria pode ser utilizada. Podemos construir vários brinquedos de

sucata, enfeites, até mesmo cadeiras, mesas e outros objetos.

-Aquilo que a gente não souber usar, pode dar no lixo seco (aquele que o moço da

carrocinha pega para vender).

-Também pode colocar no dia do caminhão da reciclagem (alguns disseram que o

caminhão passa na sua rua).

-Podemos levar ao supermercado que tem os latões coloridos.

Então é possível diminuir o lixo que irá para o aterro sanitário (pesquisamos o que

era na sala de informática)?

-Sim.

-Claro.

Page 134: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

133

E o lixo que encontramos nas ruas?

-Também.

-Ninguém pode jogar lixo na rua.

-Temos que ensinar todas as pessoas.

-Até os adultos.

Combinamos de confeccionar cartazes explicativos sobre o

assunto para serem espalhados pela escola.

Avaliação Realizar essa sequência foi interessante e produtivo. Os alunos

passaram a ler textos informativos com mais autonomia,

adquiriram o hábito de ler (algumas) notícias e aprenderam a fazer

entrevistas. E, principalmente, mudaram seus hábitos (em casa e na

escola) em relação ao que deve ser jogado no lixo (cobrando esta

mudança inclusive de pais e familiares). Aprenderam a respeitar o

trabalho de quem recolhe "lixo" (como os carroceiros) e passaram a

se interessar pela reciclagem. Esta consciência era o meu objetivo

principal.

Adriana Guedes Medeiros

Page 135: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

134

A EMEF “CARLOS DE ANDRADE RIZZINI” EM FAVOR DA PAZ

EMEF “Carlos de Andrade Rizzini”

Sendo a escola um espaço em que se exerce a cidadania, é

importante que todos conheçam os seus direitos e deveres

fundamentais como pessoas, a fim de que possamos criar, entre

nós, um ambiente saudável e de respeito mútuo. Só assim

construiremos, de fato, a verdadeira comunidade.

"Tolerar que aluno viva sem disciplina, deixá-lo que cresça com

seus defeitos e permitir-lhe que faça o que quer, não é amá-lo

nem respeitá-lo, é abandoná-lo à própria sorte." (Marcelino

Champagnat)

O Projeto “O Rizzini em favor da paz” tem em sua essência,

tomar para si esse desafio atual: a busca incansável pela paz no

convívio escolar. Para enfrentar este desafio vê como ponto

primordial retomar e trabalhar o tema valores, na intenção de

procurar, tanto nas questões práticas do cotidiano, quanto no

confronto com a realidade social excludente, desenvolver o senso

de respeito, justiça, solidariedade e responsabilidade social.

Acreditando que a aproximação da família com a escola seja um

fator indispensável neste processo, o projeto teve como iniciativa

essencial, além da interdisciplinaridade, a inclusão da comunidade

como protagonista nas ações desenvolvidas durante sua aplicação.

Objetivos

- Facilitar e promover a socialização da criança e da família no

âmbito da escola;

- Envolver o conjunto de atividades pensadas e elaboradas a favor

da interação aluno-aluno, aluno-professor, família-professor, tendo

em vista o respeito à pessoa humana, ao espaço, ao tempo, às

normas de convivência e a tudo que complementa a rotina da

escola como um todo;

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- Promover o protagonismo do aluno valorizando a iniciativa, o

talento e a competência de cada um;

- Promover o envolvimento e a interação da comunidade escolar;

- Promover o desenvolvimento e o incentivo pelos estudos;

- Promover o respeito e a valorização do patrimônio publico;

- Promover o desenvolvimento pessoal e social, a autonomia e a

auto-estima dos alunos;

- Promover a boa convivência, a solidariedade e,

consequentemente, a redução da violência.

Desenvolvimento

- Rodas de conversas - semanal. Foram oportunizados momentos

para o aluno falar e ouvir relatos do seu cotidiano familiar, de forma

espontânea;

- Roda da leitura- semanal. O aluno contribuiu trazendo e fazendo

leituras para o grupo;

- Semana do vídeo: bimestral. O grupo dos professores e

coordenadores ficaram responsáveis pela seleção de vídeos

educativos exibidos para todas as séries, de acordo com a faixa

etária e a área de conhecimento escolhida; durante três dias, em

espaços disponibilizados para o evento, aconteceram as

apresentações, simultaneamente;

- Sarau Literário- anual. Alunos e professores fizerma

apresentações, recitações, jograis, contação de histórias e

representações. A escola se organizou para o evento em grande

estilo, com montagem de palco e de som que valorizaram a

iniciativa e participação dos alunos. A leitura de textos literários foi

incentivada, para que se preparassem para o evento;

- Show de Talentos- anual. Este evento envolveu toda escola. Os

alunos tiveram oportunidade de ser protagonistas, extravasando e

expressando seus talentos, na música, no teatro, no uso de

instrumentos, na dança, na contação de histórias.

- Mostra Cultural- anual. Montagem de exposição de trabalhos

realizados pelos alunos e de oficinas abertas para a comunidade.

Page 137: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

136

- Campeonato de esportes entre as turmas- coordenado pelos

especialistas de Educação Física.

- Apresentação teatral - com parceria da Organização Não

Governamental PAIDEIA.

Avaliação

Deu-se por meio da observação diária, contando sempre

com a participação de todos. Como se tratou de um Projeto anual,

que envolveu mudanças de atitudes e comportamento, os

resultados apareceram em longo e médio prazo, quando foram

perceptíveis as mudanças na vida diária dos alunos e da escola. Este

projeto visou à promoção da paz entre os homens, independente se

dentro ou fora da escola.

Livro feito pelos alunos “Paz nas torcidas de futebol”

Alunos do Ciclo II jogando “Na trilha contra o Bulliyng” (criação da profª Renilda D.Viana). Obs: ao fundo cartaz com a árvore das virtudes

Renilda Duraes Viana

Page 138: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

137

“MEL – MOMENTO DE ESCOLHA LIVRE”

EMEF “Carlos de Andrade Rizzini” e “Joaquim Cândido de A. Marques, Desembargador”.

Este Projeto surgiu da necessidade de se trabalhar a brincadeira

como recurso para explorar conteúdos de caráter procedimental e

atitudinal – junto às crianças dos anos / Ciclo citados na

identificação do presente Projeto - e estabelecer um momento que

possibilite ao professor, destas salas, um olhar diferenciado em

relação ao aluno e em relação ao grupo/classe.

O MEL/Momento de Escolha Livre é um dos momentos em que

professor/aluno e aluno/aluno estabelecem uma relação estreita de

confiança, respeito e um olhar voltado às singularidades, onde cada

um desenvolve suas potencialidades, um encontro com as

diferenças, mediado pelo professor.

Este trabalho teve início no ano de 2007, na EMEF “Carlos de

Andrade Rizzini”, com as professoras de 1º e 2º anos do Ciclo I do

Ensino Fundamental e seus respectivos alunos. Posteriormente,

está se desenvolvendo – também com grande aceitação – neste

ano, na EMEFM “Linneu Prestes, Professor”, na qual estou lotada,

desde 2011.

Objetivos Específicos

Apresentar à criança a possibilidade de escolha livre, diante

de atividades organizadas em diferentes espaços da sala de

aula, envolvendo situações de trabalho individual e em

grupo;

Favorecer a introdução da criança ao grupo e sua percepção

individual e do coletivo, o que permite o reconhecimento e

acolhimento de seus desejos e necessidades;

Criar condições para colocar a criança em contato com os

próprios limites e pelos limites impostos pela atividade e

pela escolha do colega, que atuará como parceiro;

Material Utilizado no MEL

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138

Carrinho de Feira; Arara de Roupas;

Quebra-cabeça, Pirâmide do Palhaço, Lousa, Jogos de Dama,

Mico, Dominó;

Caixa de texturas, Ábaco, Alinhavo, casinha de boneca,

letras móveis;

Blocos Lógicos, Fantoches, papel em geral (sulfite, espelho,

crepon) revistas;

Jogo da velha, Blocos de construção, jogo da memória,

sucatas.

Esta atividade foi desenvolvida nos 1ºs, 2ºs e 3ºs anos, do

Ciclo I, do Ensino Fundamental de 09 anos.

Desenvolvimento:

1) O professor na Roda de Conversa tira as normas do MEL com

os alunos;

2) Em seguida, leva o carrinho de feira para a sala de aula com os

materiais, apresenta todos os materiais para a classe, quando

necessário joga primeiro com os grupos;

3) A sala é arrumada em grupos de carteiras vazias, geralmente,

nas carteiras são colocados os materiais;

4) Em seguida, o aluno tem à sua disposição várias atividades e

escolhe uma delas para desenvolver individualmente, em duplas ou

em grupo;

5) Ao final, todos colaboram na arrumação do material no

carrinho e este é devolvido à Coordenação Pedagógica;

6) As salas/classes de 1º ano do Ensino Fundamental de 9 anos já

possuem o material do MEL em sala de aula;

7) As escolas que possuem Brinquedoteca, desenvolveram o

projeto neste espaço.

Avaliação:

O MEL tornou-se enriquecedor, uma vez que possibilitou ao

professor e alunos escolhas, trocas de experiência e observação em

relação às atitudes e comportamentos demonstrados nas relações

que se estabelecem no momento da escolha dos jogos e

brincadeiras.

Page 140: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

139

O MEL possui um papel fundamental no processo de leitura e

escrita, pois é nesse momento que a criança começa a entender a

relação entre o objeto e o seu significado.

Observamos no grupo:

Respeito às singularidades;

Interesse pelas diferentes atividades;

Respeito às regras e à organização;

Respeito aos colegas e aos seus trabalhos;

Contato com atividades de diferentes tipos;

Possibilidade de aprender a ganhar e a perder;

Maior concentração na atividade escolhida;

Independência e autonomia no momento da organização do

trabalho;

Mais organização individual: pegar/cuidar/guardar;

Desenvolvimento da coordenação motora fina;

Colaboração de todos na arrumação da classe ao final.

Valéria Rodrigues Faria Coordenadora Pedagógica

Page 141: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

140

EMEF Cacilda Becker

PROJETO GEOMETRIA COM PALITOS

O ato intencional leva ao aprendizado, precisamos instigar o

aluno a ser protagonista em sua aprendizagem, levá-lo a ter

curiosidade, a explorar, a reconhecer, a comparar, relacionar

agrupamentos, identificar quantidades e elementos e resolver

situações problemas. Com este projeto buscamos, por meio de

atividades lúdicas intencionais, incorporar novas práticas ao

processo de ensino aprendizagem, para que o aluno desenvolvesse

a observação e o pensamento lógico matemático, construindo e

estabelecendo relações entre distintas formas geométricas

bidimensionais (planas) e reconhecendo-as no cotidiano.

Objetivos:

Promover discussões sobre a utilização de problemas não convencionais como recurso metodológico para o ensino da matemática;

Vivenciar e discutir possibilidades de explorar situações- problema para desenvolver conceitos e procedimentos matemáticos;

Desenvolvimento:

1ª atividade: Apresentação da professora e dos alunos e

explicação sobre o projeto, momento em que os alunos falaram

sobre suas hipóteses a respeito do que seria a geometria e tiveram

seus olhares direcionados à observação das formas existentes na

sala de aula. Surgiu a discussão de outros lugares onde poderiam

existir formas e saímos da classe em busca de diferentes formas

que compõe o espaço escolar. Observamos os corredores, os

azulejos, fomos ao pátio e observamos diferentes formas no chão,

no teto, nas luzes. Como os alunos não estão acostumados a

explorar diferentes espaços, pedi para andarem sobre as linhas da

quadra e assim, por meio do movimento, eles foram percebendo as

diferentes formas. Após a exploração, fizemos o primeiro registro,

utilizando desenhos para representar as vivências e depois os

socializamos. Muitos alunos desenharam figuras arredondadas e

tridimensionais, sendo assim, pedi para eles formarem conjuntos

Page 142: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

141

Observação e representação de formas do espaço escolar de figuras

arredondadas, figuras tridimensionais e figuras formadas por

segmentos de reta. Após a atividade, fizemos uma reflexão e os

alunos puderam perceber que mesmo as formas possuem

características diferentes umas das outras. Foi dada ênfase às

formas com as características dos polígonos.

2ª atividade: Retomamos os passos da primeira atividade, assim, se

houvessem dúvidas essas seriam esclarecidas naquele momento. A retomada de

conteúdo, feita no início de cada atividade, é um momento de reflexão das

vivências e, a partir dessa troca, percebemos o que se transformou em

aprendizado. Por meio das reflexões e colocações dos alunos, percebi que

precisava retomar alguns conceitos sobre as características de algumas formas

geométricas. Entreguei aos alunos

Alunos criando figuras

folhas de EVA para que recortassem figuras formadas por segmentos de

retas e assim criassem paisagens, figuras, formas. Alguns alunos utilizaram o

registro da atividade anterior como apoio para realizar esta tarefa e, neste

momento, foi importante verificar se os conceitos apresentados na primeira

atividade foram interiorizados. Eles tinham que utilizar o material que foi

entregue com criatividade. Observei que os alunos estavam inseguros ao realizar a

atividade, queriam que eu desse um modelo pronto para que eles pudessem

copiar e conversei com eles sobre a importância de ser criativo, diferente, de

explorar um novo material e de superar este desafio. Não existe feio ou bonito e

sim representações de uma vivência feita pelo grupo e que para cada um foi

interpretada de uma forma diferente. Entreguei palitos ao grupo e eles foram

desafiados a criar novamente, com um material diferente. Em conjunto,

montaram robôs, formas e outras figuras. Neste momento,

Page 143: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

142

pude perceber o crescimento daquelas crianças, pois não ficaram com medo

de experimentar, o fizeram com prazer e alegria.

3ª atividade: A aula foi iniciada com alguns

questionamentos. O que eles recordavam da atividade anterior?

Qual o material utilizado? Houve dificuldade em utilizar os palitos?

este momento o grupo respondeu que não conseguiu fazer curvas,

porque os palitos eram “retos”. Esta foi uma colocação interessante

e sendo assim a registramos na lousa. A primeira etapa desta

atividade foi a de exploração do material, mas desta vez entreguei

apenas 12 palitos por aluno e eles teriam que formar figuras

fechadas, que não se cruzassem e tivessem fim. Na segunda etapa

solicitei que formassem figuras com três palitos, quatro palitos,

etc.. Fomos nomeando as figuras e observando as características de

cada uma, o número de lados, a medida de cada lado e a medida do

contorno, entre outras questões colocadas para que eles

solucionassem. Por meio desta brincadeira, eles perceberam as

características de cada forma geométrica e foram construindo o

conceito de polígonos. Na terceira etapa os alunos fizeram

montagens específicas que exigiam habilidades de comparar,

relacionar agrupamentos, identificar quantidades e elementos e

resolver situação problema, desenvolvendo a observação e o

pensamento lógico matemático. Foi um momento muito divertido e

construtivo para todos.

4ª atividade: Este foi o dia dos desafios, os alunos teriam

que por em jogo não apenas suas habilidades, mas também a

rapidez em solucionar os diferentes problemas que eram colocados

diante de todos. Utilizando novamente os palitos, realizamos as

atividades.

5ª atividade: Fizemos a retomada de conteúdos, eles

queriam muito ter novamente a aula dos desafios, mas ao

apresentar o material desta aula eles mudaram de ideia: o grupo

utilizou palitos e massinha para

representar os polígonos

aprendidos. Após montarem

alguns polígonos, fiz algumas

intervenções: questionei o que

representava os palitos e eles

Page 144: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

143

logo responderam que eram os lados do polígono; perguntei o que

eram aquelas bolinhas de massinha e eles disseram que elas

ligavam os palitos. Prossegui nas intervenções fazendo mais

perguntas: O que está se ligando? E assim, eles foram construindo

outros conceitos necessários para a aquisição dos próximos

conteúdos.

6ª atividade: Com o elástico, fiz uma sondagem para saber

se os conteúdos haviam sido aprendidos, eles tinham que se

organizar e montar a figura solicitada. Nesta brincadeira, eles

teriam que colocar em jogo todos os seus conhecimentos e

trabalhar em grupo para chegar ao resultado o mais rápido que

pudessem. Foi muito divertido, uns usaram os pés, alguns grupos

utilizaram as mãos, experimentarem diferentes maneiras e

encontraram a mais adequada para a atividade proposta. Desta

forma, percebi que eles interiorizaram os conteúdos que envolviam

os polígonos e assim fomos para a próxima etapa.

7ª atividade: Nesta atividade, trabalhamos o conceito de

perímetro. Por meio dos palitos, eles formaram diferentes

polígonos e puderam compreender rapidamente. Fizemos, na

prática, algumas situações que envolviam quarteirões e número de

voltas, mostrando que o conteúdo aprendido faz parte do cotidiano

de todos.

8ª atividade: retomamos os conteúdos aprendidos e

iniciamos o conceito de área do quadrado e retângulo, sempre

usando os palitos para validar as soluções. Por fim, apresentamos

nosso projeto aos pais, por meio de uma palestra onde todos

puderam contribuir ajudando a organizar, confeccionando o

material e participando efetivamente da finalização do projeto.

Avaliação: A avaliação processual foi realizada ao longo do

projeto. A cada nova turma, as atividades eram repensadas e

adequadas às necessidades do grupo. A avaliação contínua foi feita

ao longo do projeto por meio da observação da realização das

atividades propostas, do comportamento diante dos desafios, da

busca de diferentes soluções, da agilidade no raciocínio, da

organização do pensamento e sua socialização, da representação. O

trabalho em grupo foi fator fundamental na composição do

processo.

Profª Beatriz Cristina Gonçalves

Page 145: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

144

“TEATRO NA ESCOLA”

“As práticas corporais e artísticas, pelas suas características expressivas, levam-nos a perceber que é a cultura que permite a configuração e socialização das diversas

manifestações. Por meio das produções culturais são estabelecidas relações comunicativas com a sociedade. Isto implica o ente ndimento de que as produções e manifestações culturais são textos que podem ser lidos e, portanto, interpretados”.

(IN: Orientações Curriculares Proposta de Expectativas de Aprendizagem Ensino Fundamental I, São Paulo, SME, 2007p. 187)

EMEF “Habib Carlos Kyrillos, Doutor”

Por meio da arte teatral a criança entra em contato com o

objeto de referência, estudo, identificação e representação que a

cerca: o ser humano e a sociedade. Neste contexto ela se

desenvolve, compreendendo melhor a nossa complexidade, o

mundo em que vivemos e sua importância nele, assumindo um

papel de protagonista em seu aprendizado, cultura e sociedade.

As potencialidades do jogo teatral são inúmeras. Importante

no processo de ensino e aprendizagem instiga e faz emergir a

energia do coletivo, ativa constantemente a consciência de si, a

autonomia intelectual e emocional por meio do conflito com o

outro e com as regras (lógicas e morais) construídas, coletivamente;

os focos na cooperação e colaboração oportunizam o resgate do

patrimônio cultural pertencente à memória coletiva, sem

mencionar o desenvolvimento corporal, emocional e sinestésico.

A realidade educacional e social atual nos apresenta muitos

alunos com dificuldades de aprendizagem, apatia, baixa

participação, falta de autonomia, pouco acesso à cultura, baixa

autoestima, ausência dos pais e que sofrem, constantemente,

bombardeios de informações sem criticidade para operá-las em seu

benefício. A partir dessas análises encontramos um mote para

realizarmos o presente Projeto e nele depositamos esperanças para

modificar uma realidade que necessita, urgentemente, ser alterada.

Objetivos Gerais

O jogo, a brincadeira e o lúdico fazem parte da nossa vida,

desde o nascimento e durante todas as etapas do desenvolvimento.

Brincamos representando cenas do nosso cotidiano, “inventando e

reinventando” sentimentos e emoções, capazes de nos transportar

Page 146: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

145

para outro mundo, para outra vida. A arte de representar é mágica

e capaz de nos transformar como pessoas, como cidadãos.

Acreditando nas potencialidades da Arte, esse projeto produziu

manifestações artísticas e culturais, com foco sempre em:

a) despertar para o protagonismo estudantil;

b) resgatar a auto-estima;

c) superar obstáculos e dificuldades presentes na aprendizagem e

desenvolvimento integral do aluno;

d) mobilizar pais e responsáveis para a participação nos processos

de desenvolvimento dos alunos;

e) instigar discussões e reflexões sobre atualidades e

questionamentos do grupo;

f) buscar da criticidade;

g) aflorar a parceria entre aluno e professor;

h) construir o senso coletivo e valores de convivência como

respeito, compreensão e cuidado;

i) e, como objetivo principal, o desenvolver das capacidades de

todos os alunos com autonomia e prazer.

Objetivos Específicos

Neste projeto o aluno desenvolveu as seguintes habilidades,

competências e conhecimentos:

Comunicações verbais, corporais e escritas;

Atenção, observação, concentração, foco e percepção;

Consciência e expressão corporal e vocal;

Sentidos: visão, audição e tato;

Compreensão, reflexão e interpretação de textos trabalhados

em sala de aula e do acervo da escola;

Produção de textos sobre a cultura;

Uso eficaz da linguagem oral e da linguagem escrita;

Criação, desenvolvimento e produção de uma peça teatral

(Texto, interpretação, cenografia, produção e divulgação);

Noções de cenografia;

Noções da História do Teatro mundial e brasileiro;

Formação de público em espaços e manifestações culturais e

artísticas do circuito paulistano.

Page 147: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

146

Desenvolvimento

O público era formado pelos alunos do Ciclo II, Ensino

Fundamental de 8 anos.

Estes alunos participaram e assistiram a apresentações, tais

como: Performance, no Dia das Mães; Cena “Carvões para Lareira

do Diabo”, no Show de Talentos e Mês do Folclore; Peça “Sonho de

uma noite de verão”, de William Shakespeare, no CEU “Caminho do

Mar”.

Participaram dos seguintes eventos, cujo foco era a formação

de público: Apresentação de Capoeira e Maculelê com o Grupo

Cordão de Ouro, na própria escola; Espetáculo “Coppélias?!”, com

direção de Cristiane Paoli-Quito, no Centro Cultural São Paulo;

Visitação ao Centro Cultural São Paulo; Evento “Revelando São

Paulo”, no Parque do Trote – Vila Guilherme.

O projeto foi dividido em três etapas:

A primeira iniciou-se com o trabalho de integração e construção

do coletivo na criação de uma dinâmica própria, a partir das

necessidades apresentadas por cada indivíduo. Em seguida,

vivências com os jogos teatrais e os devidos fundamentos para

o desenvolvimento das técnicas teatrais, postura e pensamento

crítico, criativo e artístico;

A segunda etapa se estabeleceu, organicamente, pelo grupo, a

partir da vontade de produzir uma peça teatral completa,

iniciando estudos, pesquisas e experimentos na busca de um

tema ou texto para a realização da peça;

A terceira etapa se deu pela criação da peça. Desde a

adaptação, escrita e reescrita de texto, até a construção das

cenas, trilha sonora, iluminação, cenário, figurino e maquiagem.

Com a estrutura da peça pronta iniciou-se o processo de

produção e divulgação, que culminou na apresentação que

compilou todo o processo de desenvolvimento e esforços,

realizados para a finalização de um ciclo, sem a

descaracterização de seu teor didático e experimental.

Avaliação

No Projeto “Teatro na Escola” aluno e professor foram

parceiros na construção de um projeto artístico, em

desenvolvimento progressivo de colaboração. O aluno atuante

Page 148: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

147

percebeu a transformação constante da subjetividade em

objetividade em seu trabalho, como por exemplo, ao fisicalizar um

objeto - que pode ser uma emoção ou personagem - ele largou

modelos e padrões e deu espaço para o jogo e sua relação com os

acontecimentos, com os outros e com as emoções presentes.

Nesse momento, constituiu-se o conceito da criança como

artesã de sua aprendizagem e o foco no jogo teatral lhe permitiu

ingressar em uma realidade cênica que mobilizou imaginação,

habilidades e competências diversas para construir o concreto e

vivenciá-lo de maneira efetiva consigo, com o outro, com o espaço

e com a história. Dessa maneira, as formas simbólicas tornaram

concretas e manifestas as experiências, desenvolvendo novas

percepções, a partir da construção artística e esse aprendizado foi

transformado em processo de produção de conhecimento.

É necessário compreender que o projeto estruturado da

maneira como se encontra, onde o aluno é o termômetro, objeto e

ator de toda a ação educacional e artística só conseguiu chegar à

sua etapa final porque o grupo assim o desejou, pensou, criou e

desenvolvimento, que é respeitado e compreendido pelo grupo,

este estabeleceu uma dinâmica própria e específica que se

diferenciou, em cada grupo de alunos, apresentando resultados

diferentes, mas não menos eficientes.

Portanto, foi a partir do processo de desenvolvimento

orgânico, e até por vezes não harmônico, em seu caos artístico, que

os obstáculos individuais e grupais se apresentaram e foram,

delicadamente, superados. O prazer em cada representação, em

cada final de ensaio, a felicidade estampada no sorriso em um

simples jogo, erro ou grande apresentação, o elogio de um

professor à mudança de postura e participação do aluno ou a

melhora em alguma deficiência de aprendizagem foram algumas

das provas de que o projeto foi realizado a contento e teve

resultados concretos.

produziu. E, por cada participante apresentar seu tempo próprio de Performance Dia das Mães “Sonho de uma noite de verão”

Carvões para a lareira do diabo Show de Talentos da escola

Nathalia de Azevedo Marques

Page 149: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

148

“RESGATE E VIVÊNCIA DE BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS POPULARES”

EMEF “Habib Carlos Kyrillos, Doutor”

Observa-se, cada vez mais, que o contato das crianças com

jogos, brincadeiras e brinquedos tradicionais vem perdendo espaço

para equipamentos de alta tecnologia, entre esses, se destacam:

vídeo-games, computadores, televisores e brinquedos de controle

remoto. Tendo em vista a importância dos brinquedos e

brincadeiras populares no desenvolvimento das potencialidades das

crianças e na preservação da identidade e cultura da comunidade

foi elaborado este projeto, com o objetivo de que as crianças atuais

entrassem em contato com brincadeiras e brinquedos populares e,

a partir dessa apropriação, construíssem repertório para conhecer

os contextos em que essas brincadeiras ocorriam, notadamente, o

espaço físico da rua.

Objetivo

O objetivo central foi resgatar antigos brinquedos e brincadeiras

populares, junto aos pais ou responsáveis e familiares,

oportunizando:

-Troca de experiências com seus pares e com a comunidade escolar;

-Resolução de situações problema, priorizando sempre o diálogo;

- Construção do pensamento crítico;

- Organização de ideias a respeito das brincadeiras e brinquedos

antigos e populares;

-Valorização das brincadeiras populares;

- Colaboração e aprendizado para trabalhar em equipe;

-Favorecer o diálogo entre familiares;

-Ser solidário com os colegas.

Desenvolvimento

Os alunos elencaram as brincadeiras de que mais gostavam

de fazer em suas horas livres e, posteriormente, pesquisaram quais

as brincadeiras que seus familiares brincavam quando crianças.

Feito isso, foram propostas algumas brincadeiras para serem

desenvolvidas nas aulas de Educação Física e durante o intervalo

Page 150: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

149

Avaliação

Como resultados, observamos a participação, cada vez mais

intensa, dos alunos conforme foi ocorrendo o desenvolvimento da

programação das brincadeiras e dos brinquedos. Outra observação

diz respeito ao comportamento mais cooperativo e menos

competitivo que foi se constituindo entre os alunos, a partir do

momento da aceitação das limitações dos colegas.

Brincadeira Cama de Gato Brincadeira Barra Manteiga

Maria Reginalda de Sá Santos Colaboração da Equipe Gestora da Unidade Educacional

Page 151: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

150

EMEF “Isabel Vieira Ferreira, Professora”

“CONSTRUINDO SABERES POR MEIO DO TWITTER”

Tendo em vista a inclusão digital dos alunos do Ciclo II, do

Ensino Fundamental de 8 anos, a utilização da Rede Social Twitter,

surge como uma ferramenta para viabilizar a construção de

conhecimentos – por parte destes alunos – e a utilização social da

mesma.

Objetivos

O interesse dos alunos pela inovação tecnológica e a

necessidade de inserir as mídias na Educação, oportunizaram:

a) a valorização da educomunicação;

b) a utilização da Rede Social Twitter para viabilizar a

construção de projetos;

c) a garantia da qualificação do processo de ensino-

aprendizagem.

Desenvolvimento

O uso do Twitter surgiu da necessidade de realizar o Projeto

“Comunidade Escolar e Trabalho”, no Portal EDUCAREDE, ao longo

do ano de 2009. Dada que a dificuldade de acesso era constante, a

maneira encontrada para solucioná-la foi utilizar o Twitter para

viabilizar o processo de ensino e aprendizagem e contemplar o

calendário solicitado. Foi criado um manual apresentando o passo a

passo sobre o uso do Twitter. Os alunos monitores utilizaram o

Twitter para comunicar e direcionar ações com uso das TIC

(Tecnologia da Informação e Comunicação) e cumprir o

cronograma. Com o sucesso do uso da Rede Social Twitter o

Projeto continuou, no ano de 2010, para viabilizar a comunicação e

propiciar a execução das ações, de acordo com o “Programa Ler e

Escrever” e continua propiciando o protagonismo estudantil até

hoje. A socialização propiciou a construção de mural, socialização

de roteiros de entrevistas e de excursões.

Page 152: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

151

Avaliação

O uso da Rede Social Twitter e de outras mídias propiciou a

inclusão digital, o uso de novas tecnologias e viabilizou a

comunicação e a realização dos projetos ao longo desses anos.

Observou-se a melhora da auto-estima, do rendimento escolar e

maior coerência e coesão nos textos escritos. Outro resultado

importante deste Projeto foi a Oficina “Construindo Saberes por

meio do Twitter”, no Seminário da DRE- Santo Amaro, realizada sob

minha coordenação, no ano de 2010. Este trabalho suscitou mais

acessos entre os colegas educadores, no Twitter, e maior interesse

pela utilização das mídias na educação.

EMEF “Isabel Vieira Ferreria, Profª” Projeto “CONSTRUINDO SABERES POR MEIO DO TWITTER”

Figura 1: Entrevistas realizadas pelos Alunos Monitores, mural e exemplo de uso do Twitter.

Fotos: POIE Patrícia

Patrícia Lopes Profª Orientador de Informática Educativa

Page 153: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

152

EMEF “Isabel Vieira Ferreira, Professora”

“BOCA COM SAÚDE, CRIANÇA FELIZ”

Constatamos que os alunos do 1ºA, do ano letivo de 2011,

em sua maioria, apresentavam problemas com dentes cariados,

quebrados ou má escovação, considerei importante ampliar o

estudo sobre um tema que possuía sentido e significado para a

classe, atendendo ao Programa “Ler e Escrever – prioridade na

escola municipal”. Para tanto, inscrevi a referida sala no Programa e

Concurso “A Saúde Bucal”, parceria entre a SME e Conselho

Regional de Odontologia de São Paulo na modalidade: a) 1º e 2º

anos: colagens em cartolina, de qualquer cor e tamanho, relativa ao

sub-tema: “A Importância do Sorriso”. Atendendo ao disposto no

Comunicado nº 1050 DOC de 23/07/2011, que divulgou as normas

do Concurso “A Saúde Bucal- 3ª edição” e regulamentou a forma de

participação dos alunos e escolas. Seguir os critérios estabelecidos

para a modalidade escolhida com a finalidade de facilitar o

julgamento, não usar plágios, imagens, personagens, marcas

comerciais ou qualquer forma que viole a LEI Nº 9.610, DE 19 DE

FEVEREIRO DE 1998, que Altera, atualiza e consolida a

legislação sobre direitos autorais e dá outras providências. Manter

a fidelidade, qualidade e amplitude do conteúdo em relação a

modalidade escolhida, colagens em cartolina, com criatividade e

originalidade. Tendo como 1ª Fase: Unidade Escolar –

encaminhamento para Diretoria Regional de Educação; 2ª Fase –

Seleção dos trabalhos em nível regional para encaminhamento ao

CROSP até o dia 21/10/2011; 3ª Fase – seleção de três trabalhos de

cada modalidade até o dia 11/11/2011. COMUNICADO Nº 1.703, de

06 de dezembro de 2011.

Objetivos

- apresentar noções de higiene bucal para os alunos da sala

envolvida;

Page 154: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

153

- contextualizar atitudes e comportamentos que propiciem a saúde

bucal, por meio de hábitos de higiene;

- promover a auto-estima dos educandos e de seus familiares, por

meio dos resultados obtidos pela boa escovação e pela ingestão de

alimentos saudáveis;

- apresentar modelos de qualidade e confeccionar com os alunos

um cartaz;

- trabalhar leitura de mundo e leitura por ajustes, no momento em

que os alunos escolheriam o conteúdo para integrar cada cartaz

confeccionado.

Desenvolvimento

Os alunos assistiram a vídeos educativos que faziam parte

do concurso. Foram realizadas pesquisas sobre imagens, vídeos,

leitura, jogos educativos, listas de palavras e textos coletivos sobre

a importância da saúde bucal para saúde geral do corpo, a

importância da mastigação, saúde do dente, alimentação saudável,

orientação para família, fratura do dente e higienização.

Os alunos pesquisaram, fizeram cartazes e multiplicaram o

processo de ensino- aprendizagem com as famílias, em suas casas.

O cartaz premiado, em segundo lugar no Município de São Paulo,

foi confeccionado pela aluna Maria Luiza da Silva Santos, desta sala

envolvida. Ela registrou fotos, com a câmera digital, das bocas dos

colegas da classe, durante a higienização para compor o trabalho,

complementou com letras recortadas de revistas para grafar as

palavras e mais uma escova e o fio dental para mostrar os motivos

para ser uma criança feliz, com saúde.

Avaliação

Quanto aos avanços na aquisição do sistema de escrita

alfabético pudemos acompanhar a evolução dos alunos envolvidos,

por meio dos seguintes dados:

1. no momento da adesão ao concurso, os alunos se apresentavam

como:

1.1. 09 alunos Pré-Silábicos;

1.2. 17alunos silábicos sem valor sonoro;

1.3. 04 alunos silábicos com Valor Sonoro;

No final do ano letivo foi obtido o segundo resultado: 18 com

Valor Sonoro, 7 Silábicos Alfabéticos e 5 Alfabéticos. Sendo que 12

alunos superaram a meta, de todos os alunos Silábicos com Valor

Page 155: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

154

Sonoro, no final do 1º ano do Ensino de 9 Anos. Os alunos

apresentaram melhora da auto-estima e na participação em

trabalhos em grupo.

O projeto foi avaliado segundo o Programa e Concurso

“Saúde Bucal” e o resultado foi divulgado no Diário Oficial do

Município de São Paulo: O Secretário Municipal de Educação,

usando de suas atribuições legais e, Considerando: - o parecer da

Comissão Julgadora que avaliou os trabalhos; Resolve: Divulgar a

relação nominal dos vencedores do Concurso “A Saúde Bucal – 3ª

edição”, na seguinte conformidade: Premiação divulgada no Diário

Oficial do Município de São Paulo, do dia 07/12/2011, pág. 56 – “A

premiação dos vencedores ocorrerá no dia 14 de dezembro, às

15h00, em solenidade a ser realizada no Edifício Matarazzo –

GABINETE DO PREFEITO, Viaduto do Chá nº 15 – 7º andar.”

Título do Trabalho: “Boca com Saúde, Criança Feliz!” Nome completo, endereço e telefone da Escola: EMEF “Professora Isabel Vieira Ferreira”, Rua das Orquídeas, 130, CEP: 04467-210, Jardim Primavera, 5612-3509/5615-5222. Diretoria Regional de Educação: Santo Amaro – DRE-SA Nome completo do aluno e ano que cursa: “Maria Luiza da Silva Santos, 1º ano A

Maria Luiza e o cartaz premiado

Patrícia Lopes

Page 156: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

155

FÁBRICA DE HISTÓRIAS

“...os saberes individuais são valorizados e contribuem para a construção, que é do grupo.”

Caderno de orientações Didáticas – Ler e Escrever – Tecnologias na Educação – pág. 06

EMEF Joaquim Cândido de Azevedo Marques

http://amagiadeeducar.spaceblog.com.br/994896

O uso da informática no

âmbito escolar permite novas

formas de construir e elaborar o

cognição”, assim, trás luz ao que chamamos de letramento digital,

que permita uma leitura de mundo – compreensão do que é visto e

capacidade de mostrar aos outros como o vemos.

conhecimento, características próprias das novas tecnologias. A

tentativa e erro no mundo virtual permitem a reprodução, o

controle, a problematização de situações e a verificação dos

resultados, possibilitando a ampliação da capacidade criativa dos

usuários.

Pierre Lévy (1993) em “As tecnologias da inteligência”

realiza um estudo sobre as tecnologias intelectuais a partir da

escrita e destaca o computador como “máquina de produção da

A inclusão digital é um desafio metodológico para promoção

da leitura e da escrita. Em geral, o fracasso na leitura e na escrita,

não está na incapacidade de dominar os recursos das novas

tecnologias e sim, na dificuldade em se transmitir ideias,

sentimentos e sensações. Esse é um dos desafios da Informática

Educativa: promover o letramento digital sem esquecer que, em

primeiro lugar, nosso aluno deve construir sua competência leitora

e escritora e assim compreender e interagir no mundo, com

autonomia.

Objetivos:

Exercitar a capacidade criativa;

Page 157: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

156

Despertar o prazer pela leitura e escrita por meio de

recursos digitais;

Contribuir para a reflexão crítica e na socialização, por meio

das produções apresentadas,

Potencializar o processo de leitura e escrita com relação a

educação e multimídias;

Utilizar a informação para despertar o interesse pelo

conhecimento;

Contribuir para a formação de cidadãos melhor preparados

para a ciência tecnológica.

Desenvolvimento:

A atividade foi desenvolvida utilizando o aplicativo Word

Microsoft Office, no período de abril a maio de 2011.

Cada aluno ou dupla recebeu o trecho inicial de uma história

fictícia, de textos diferentes para escrever a continuação, e em

determinado momento desta produção trocar com os colegas. Feita

a troca deveriam continuar e ilustrá-los (parágrafo a parágrafo),

com imagens do Google.

Inseriram as imagens de acordo com as instruções sobre

formatação de texto, para que cada um criasse o layout de suas

produções. Ao final foram socializados por meio das produções

projetadas e fizeram um resumo da escuta.

Produziram um texto com as suas impressões sobre o

desenvolvimento do projeto e as novas ferramentas.

Avaliação:

Na análise das produções escritas, pela POIE, observou-se que além

de apresentarem uma melhora na capacidade criativa, foi

importante a socialização dos resultados realizados por meio dos

recursos disponíveis no laboratório de informática educativa.

Produções dos alunos da 3ª A:

SÃO OS SAPATOS QUE MANDAM?

“Estava tudo muito tranquilo dentro do meu armário de

sapatos, quando de repente os meus tênis e as minhas sandálias

saíram correndo em minha direção.

Então eu peguei meu taco de beisebol aí eu comecei a dar

batidas nos meus sapatos, e quanto mais eu batia mais eles

cresciam.

Page 158: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

157

Depois eu acordei e percebi que era apenas um sonho, mas

tinha algo errado e eu disse: - Mas...aha! Eram meus sapatos

fora do armário!

Na noite seguinte eu tive o mesmo sonho e quando acordei

tinha sapatos até em cima da cama.

Todos os dias eram iguais e cada vez mais eu me assustava.

Até que uma noite eu fiquei acordado! Pelo menos nada me

aconteceu nos cinco minutos que estava acordado. De repente eu

dormi e acordei de novo. Vi que tudo o que tinha falado o que tinha

acontecido foi um sonho dentro de um sonho que eu vivi, mas para

finalizar eu vou contar tudo o que aconteceu mesmo.

Eu dormia feito uma criança quando ouvi passos, os passos

de saltos-altos. Levantei e fui ver na cozinha, vi meu salto batendo

os pés como se falasse:- Vai dormir, menina!

Eu olhava com uma cara de assustada, mas eu disse: -

Quanto mais medo eu tiver, mais sustos vou levar durante a hora

de dormir!

Então fui devagar ao meu quarto, quando cheguei, os meus

sapatos dominavam meu quarto como se fosse o reino deles.

Para que tudo saísse bem eu teria que me arriscar muito!

Então eu entrei no reino de sapatos e me deu muito medo na hora.

Eu teria que tentar pegar o sapato rei e fazer um jogo. Se eu

perdesse ficaria lá para sempre como escrava. Se eu ganhasse eles

nunca mais me perturbariam!

Bom para resumir eu ganhei e fechei o mundo deles para

sempre.

Eu vou dar uma dica para quem tem armário de sapatos no

quarto: - cuidado por que eles podem te pegar!”

SER VOCÊ MESMO

“Era uma vez uma cidade em que todo mundo vestia coisas

vermelhas. A camisa era vermelha, a calça era vermelha, o sapato

era vermelho. Até a cueca dos homens era vermelhinha,

vermelhinha.

Até que um dia o Carlinhos deixou cair tinta azul sem querer

na roupa dele e saiu de azul para passear.

O Presidente viu e falou para todo mundo usar, então todo

mundo jogou um pouco de tinta azul na roupa. Depois de algum

Page 159: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

158

tempo todo mundo estava cansado de ter sempre a mesma e foram

reclamar com o Governador que reclamou com o Presidente que

deveria mudar de cor.

O Presidente então mandou:- Todo mundo agora vai vestir

amarelo para variar. Mas o Carlinhos foi o único que não pintou

nada de amarelo e todo mundo olhava para ele com cara de nojo.

O Presidente viu que ele era o único que não estava de

amarelo. Então o Presidente chamou ele e disse: - Por que você não

está de amarelo? E o Carlinhos disse: - Porque eu sou eu mesmo. Eu

sou uma pessoa. Assim todo mundo ouviu a conversa deles e

aprendeu a ser o que é. FIM”

Egléa Guinezi Nardi Profº Orientador de Informática Educativa

Page 160: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

159

TEATRO DE FANTOCHES - RECONTANDO OS TRÊS PORQUINHOS

EMEF. Laerte Ramos de Carvalho, Prof.

A iniciativa da proposta partiu do interesse por teatro de um dos

alunos que freqüentava nossa sala de Sala de Apoio e

Acompanhamento à Inclusão – SAAI -, que em determinado

momento, numa roda de conversa, perguntou se não poderíamos

fazer uma atividade de teatro na escola. Avaliamos que sendo uma

dupla seria difícil encontrarmos um texto que apenas dois alunos

conseguissem apresentar. Deste modo, refletimos e chegamos à

conclusão que seria interessante se pudéssemos apresentar para as

primeiras séries do ciclo inicial, um teatro de fantoches, onde

poderiam ser diferentes personagens e a professora fosse a

narradora.Como educadora avaliei que por meio do processo de

criação e execução do teatro de fantoches para os alunos das

primeiras séries, seria possível desenvolver vários aspectos ligados à

cognição, à comunicação, à leitura, à escrita, à criatividade, bem

como a desinibição, a desenvoltura e a auto estima dos alunos,

fatores estes,extremamente importantes para a eliminação de

barreiras na aprendizagem e melhora do desempenho escolar. A

motivação dos alunos foi a fonte mobilizadora das ações propostas

na atividade.

Objetivos:

-Possibilitar ao aluno a reflexão sobre as ações necessárias para a

realização de uma apresentação;

-Refletir sobre várias versões do texto a ser dramatizado,

reescrevendo-o de acordo com suas possibilidades;

-Desenvolver a argumentação e a exposição de seus conhecimentos

e ideias;

-Desenvolver sua competência comunicativa;

-Vivenciar e participar de momento de revisão de texto;

-Ler e dramatizar o texto lido;

Page 161: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

Teatro de Fantoches

160

-Construir cenário e material adequado à apresentação, utilizando

diferentes recursos materiais;

-Trabalhar cooperativamente com o parceiro;

-Enfrentar os desafios do inesperado e da apresentação;

-Avaliar a atividade e sua participação na mesma, suas dificuldades,

suas superações.

Desenvolvimento: O projeto foi desenvolvido entre os meses de

setembro e novembro de 2011, por iniciativa dos alunos, o que

favoreceu o envolvimento dos mesmos no processo de criação,

desenvolvimento, execução e avaliação do trabalho.

A partir do desejo esboçado por um dos alunos de fazer teatro,

sugeriu-se a dupla a montagem de uma atividade que envolvesse

como produto final a apresentação de um

teatro de fantoches aos dois grupos de

primeiro ano inicial, no final do semestre.

Prontamente os alunos aceitaram o desafio e

começamos a pensar nas formas de

estruturação da atividade.

Começamos a propor rodas de conversa onde abordaríamos os

passos de nosso projeto. A princípio determinamos que uma vez

por semana dedicaríamos nossos encontros para o

desenvolvimento do projeto, porém nas últimas duas semanas

antes da apresentação, nossas atividades ficaram voltadas apenas

para este trabalho.

Traçamos o percurso a ser percorrido:

Apresentação da proposta para as professoras do primeiro ano, a

fim de levantar a receptividade para o trabalho;

Escolha da história, Os três Porquinhos, levando em consideração o

grupo que assistiria a apresentação;

Leitura de três versões da história, apreciação sobre diferenças e

semelhanças para posterior reescrita

coletiva da história a ser apresentada;

Reescrita coletiva dos Três Porquinhos;

Revisão do texto;

Digitação do mesmo no computador;

Leitura do texto e escolha de quem

assumiria as personagens;

Page 162: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

161

Leituras dramatizadas;

Criação do cenário, já que possuíamos os fantoches;

Pintura e colagens a partir de materiais diversos (caixas de papelão,

palha, palitos de sorvete, giz de cera, tintas, cola, etc.) para a

construção do cenário;

Ensaios utilizando

todos os recursos

construídos;

Apresentação para os

grupos de primeiro ano

Cópia em DVD para os alunos como forma de registro da atividade.

Avaliamos o trabalho como extremamente positivo, já que

mobilizou nossa dupla possibilitando a integração de ambos na

realização de atividades capazes de fazê-los planejar, refletir,

antecipar ações, resolver

problemas, criar,

argumentar, criticar, ler,

escrever, comparar,

cooperar e principalmente

superar suas inseguranças e

angústias frente a um

desafio bastante

inicial (Atividades filmadas)

Oficina de pintura para composição dos cenários

significativo que é o de se

Apresentação dos filmes para os alunos que realizaram a

apresentação;

Avaliação da apresentação pela dupla com intervenções da

professora;

apresentar para outras pessoas, mesmo que estas sejam crianças.

Neste trabalho foram respeitados ritmos, sugestões, formas de

expressão, levando nossos alunos a realizarem um trabalho

bastante integrado, que necessitou de poucas adaptações durante

a apresentação para as crianças. Fomos direcionando nossas ações

Page 163: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

162

de forma a respeitar características pessoais e a condição de

superação dos desafios. Conversamos onde seria apresentado,

adequamos o cenário de modo que ambos se sentissem seguros

para apresentar o teatro e terem acesso ao texto caso

necessitassem, o que os deixou mais tranquilos.

Além disso, pudemos juntos assistir ao vídeo e cada um

deles pode se colocar avaliando seu desempenho e guardando um

registro da finalização de seu trabalho. Pude analisar que cada

aluno demonstrou habilidades específicas e que de certo modo

foram complementares durante o processo.

Cabe ao professor observar o processo procurando adequar

suas ações as necessidades específicas de cada aluno, dando

suporte , revendo e repensando caminhos de forma a dirigir e

explorar as potencialidades de cada um favorecendo a tomada de

consciência de suas capacidades.

Acredito que tal projeto nos proporcionou uma gama de

possibilidades de intervenções junto aos nossos educandos,

destacando sempre suas potencialidades e não suas deficiências.

Ana Lúcia Alvim Coelho Zangaro

Page 164: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

163

EMEF Laerte Ramos de Carvalho, Profº

O USO DE RECURSOS TECNOLÓGICOS E A INCLUSÃO

Atendendo às legislações vigentes, dentro da perspectiva de

educação inclusiva, a criança e o jovem com deficiência tem o

mesmo direito que qualquer outro educando, de ser matriculado

em classe regular. Cabe à escola proporcionar formas adequadas e

disponibilizar recursos, sejam eles desde adequações curriculares

ou materiais específicos, que viabilizem aos alunos a aprendizagem

e a participação em todas as atividades desenvolvidas no âmbito

escolar.

O projeto teve como meta possibilitar a inclusão, dos alunos

com deficiência, utilizando recursos tecnológicos para a construção

de conhecimento. Inicialmente, fizemos um mapeamento dos

alunos portadores de necessidades especiais na escola, para que as

atividades fossem adequadas. O trabalho coletivo foi de

fundamental importância, para que os docentes e discentes, se

responsabilizassem por todas as etapas do projeto.

As atividades iniciais foram elaboradas em parceria com os

educandos visando à sensibilização, discussão e expressão de

suas opiniões, para posterior elaboração e criação de jogos

educativos.

Plataforma TinkQuest - Pagina inicial do Projeto

O projeto foi desenvolvido no 2º semestre de 2011, com

uma turma do 6º ano do Ciclo II do Ensino Fundamental.

Page 165: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

164

Recursos utilizados:

Plataforma TinkQuest; Aplicativo Power Point e

Internet.

Atividades de reflexão favorecendo a participação de todos,

tendo como proposta a expressão oral e opinião quanto à seguinte

frase:

Objetivos

Sensibilizar, discutir e registrar a opinião dos alunos a

respeito da inclusão;

Refletir sobre a inclusão dentro do cotidiano da nossa

escola;

Exercitar o protagonismo juvenil;

Desenvolver a competência de pesquisar, elaborar e

publicar uma informação;

Desenvolvimento:

Primeira etapa:

Apresentação da Plataforma ThinkQuest e cadastramento

digital dos alunos;

Segunda etapa:

"Nem especial, nem regular, nem pra "normais", nem pra

"deficientes”... apenas educação, porque chegará o dia que

educação será uma coisa só". Autor desconhecido.

Terceira etapa:

Nesta etapa, foram apresentados aos alunos seis desafios:

Desafio I - "Todas as crianças são bem-vindas à escola.”.

Reflita...

Você concorda com essa frase?

Ferramenta Painel de Mensagem

Page 166: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

165

Desafio II – “Nossa escola”

Nossa escola aceita todos os alunos?

Pense e comente...

"Na nossa escola há inclusão e participação dos alunos com

deficiência”.

Você concorda com esta frase? Por quê?

Ferramenta Brainstorn

O projeto foi desenvolvido no 2º semestre de 2011, com uma turma

do 6º ano do Ciclo II do Ensino Fundamental.

Desafio III – “Vamos contribuir...”.

Que tal você elaborar atividades para os alunos com

necessidades especiais?

Vamos contribuir para aprendizagem dos alunos com algum

tipo de deficiência? Sugira uma forma.

Elabore atividades com o recurso Power Point, construindo

um hiperlink para os alunos com deficiência. Para isso, você deve

escolher um tema, pesquisar e elaborar uma apresentação.

Para escolha do tema lembre-se do que você esta

aprendendo em outras áreas, como: Língua Portuguesa,

Matemática, Ciências,...

Não se esqueça de usar a criatividade...

Desafio IV – Publicação das apresentações elaboradas.

Desafio V – Comentar as atividades elaboradas pelos colegas

e escolher a mais interessante.

Desafio VI – Auto avaliação.

Os alunos realizaram a avaliação respondendo a três questões:

- O que você achou da atividade desenvolvida?

- Você teve dificuldades para realização?

- Qual seria a sua sugestão para outras atividades?

Page 167: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

166

Durante o desenvolvimento do projeto, foi visível o

envolvimento de todos os alunos. Eles elaboraram as seguintes

produções: 1) apresentações de Power Point; 2) o Jogo dos

Números (destaque), elaborado pelo aluno Guilherme Bernardo

auxiliado pelo aluno monitor Murilo. Um desenvolveu a ideia e o

outro a construção.

“... a colaboração é fator importante para o sucesso de uma criança que depende do outro para executar qualquer atividade, sendo que o professor que deve estimular atividades nas quais predomine o espírito de equipe, em que cada um

possa colaborar para que os objetivos sejam atingidos.” Referencial sobre Avaliação da Aprendizagem de alunos com Necessidades Educacionais Especiais –

pág. 53

Acesse os links para visitar nossos registros e compartilhar

conosco os jogos criados:

ThinkQuest: http://migre.me/9LNcf

Produto final:

Mateus - http://migre.me/9LNeD

Guilherme e Murilo - http://migre.me/9LNgR

Luana e Barbara - http://migre.me/9LNio

Cristina Afonso Mendonça Nunes Profª Orientador de Informática Educativa

Page 168: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

167

EMEF Liliane Verzini Silva, Profª

RÁDIO CHICLET: AQUELA QUE GRUDA EM VOCÊ!

Objetivos:

Os meios de comunicação exercem influências marcantes na

vida das pessoas. As crianças passam grande parte do tempo vendo

televisão, ouvindo rádio ou utilizando a internet. Faz-se necessário

realizar uma leitura positiva desse fato e incorporar as mídias na

educação de forma crítica e criativa, a fim de formar cidadãos

capazes de transformar informação em conhecimento.

Considerando que a educação e a comunicação são

necessidades humanas e que são processos inseparáveis e

complementares, a possibilidade de promovermos atividades que

envolvam essas áreas se justifica amplamente já que ambas são

inerentes ao processo de humanização/socialização. A rádio escolar

é uma ferramenta que coloca à disposição dos educandos uma

multiplicidade de meios para seu desenvolvimento, sobretudo nas

competências leitora e escritora, bem como da sua expressão

comunicativa e o uso das tecnologias em favor da informação.

Desenvolver a expressão comunicativa;

Ampliar as competências relacionadas à leitura e escrita por

meio de pesquisas e produção de diferentes programas de

rádio;

Desenvolver suas competências para o uso das tecnologias

na comunicação;

Ampliar o universo cultural e intelectual por meio de

pesquisas em variadas fontes de textos e informações;

Participar de atividades voltadas para a inclusão midiática e

tecnológica.

Metodologia:

Pesquisa e leitura de diferentes modalidades de textos;

Reescrita de textos pesquisados;

Page 169: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

168

Construção coletiva de diferentes gêneros e formatos

radiofônicos;

Exposição e vivências práticas na utilização dos programas

de edição e transmissão de áudio;

Realização de pesquisas e entrevistas com colegas,

professores e funcionários da escola;

Elaboração de pautas e programação;

Utilização das tecnologias envolvidas no projeto

(microfones, mesa de som, softwares de edição e

transmissão de áudio).

Relato do desenvolvimento do Projeto:

Iniciamos o projeto da Rádio Escolar na EMEF Profª Liliane

Verzini Silva, no mês de março de 2011 e logo percebemos o grande

entusiasmo dos alunos para participar de mais uma atividade

oferecida no contra turno escolar. A escola está localizada no bairro

de Cidade Julia, local que oferece poucas opções de lazer para a

comunidade. Vimos então, nesse projeto mais um espaço de

entretenimento e aprendizagem a ser oferecido para os alunos.

Como a escola atende somente estudantes do ciclo I, o

desafio foi transformar a leitura e a escrita, ainda em processo de

desenvolvimento, em mais uma ferramenta de trabalho na

produção da rádio escolar. Os alunos sentiam-se estimulados a ler e

a identificar os comandos dos programas utilizados para a edição;

escrever, mesmo que coletivamente as pautas das programações e

confeccionar cartazes para a divulgação dos trabalhos realizados na

rádio.

Começamos realizando uma enquete e confeccionando uma

urna para que as pessoas pudessem depositar sugestões de nomes

para nosso veiculo de comunicação. A participação de todos foi

bastante empolgante já que alunos, professores e demais

funcionários contribuíram criando nomes que identificavam nossa

rádio escolar.

Dentre todos os nomes sugeridos, escolhemos os cinco que

mais chamavam a atenção pela criatividade e semelhança com o

grupo envolvido no processo e a partir daí foram elaboradas

vinhetas para todos os títulos selecionados. A criação das vinhetas,

o trabalho elaborado em grupos e a campanha realizada na eleição

Page 170: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

169

do nome oportunizaram o desenvolvimento da expressão

comunicativa e o protagonismo dos alunos.

Após a realização do processo democrático de eleição, o

nome Rádio Chiclet foi apoderado por todos e os programas

começaram a discutir os acontecimentos importantes da escola.

Cada entrevista, cada programa de notícia ou capítulo da

radionovela que era produzido transformava-se em rica e, acima de

tudo divertida, oportunidade de aprendizado.

Até que, um dia começaram a surgir questionamentos sobre

como seria uma rádio de “verdade”. Os alunos ficavam imaginando

um grande laboratório de informática nos estúdios das rádios

comerciais e se perguntavam como os repórteres sabiam das

notícias que seriam veiculadas na programação. Foi aí que surgiu a

ideia de visitarmos uma rádio de “verdade”.

Tentamos contato com várias mídias, mas muitos alunos

citavam a rádio Capital como a mais interessante por causa do

programa Eli Corrêa. Então, para nossa surpresa e felicidade fomos

autorizados pela Rádio Capital a visitar seus estúdios e conhecer o

grande comunicador que nos recebeu com muito carinho e

atenção.

Nossos repórteres tiveram a oportunidade de entrevistar o

radialista Eli Corrêa ao vivo e de expor no ar suas opiniões em

relação ao trabalho com a rádio escolar. Foi uma tarde inesquecível

em que todos nós pudemos aprender como é o funcionamento de

uma rádio, conhecer seus estúdios e acima de tudo perceber a

importância da comunicação e do uso das tecnologias no ambiente

escolar para a nossa vida.

Page 171: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

170

“...esse é um assunto que engaja os alunos e os motiva a trabalhar, fazendo Clique nos links abaixo para percorrer nos nossos registros:

produções individuais ou coletivas, e publicando-as na internet, em ambientes

especialmente construídos para esse fim. Assim, a SME-SP amplia as

oportunidades de protagonismo juvenil na área da autoria, levando as produções

dos alunos para o público leitor que está além dos muros da escola.”

Orientações Curriculares TIC – Proposições de Expectativas de Aprendizagem – pág. 48

Avaliação e acompanhamento

A avaliação aconteceu de forma contínua, através da

observação da evolução dos alunos em relação aos conteúdos

trabalhados, ao desenvolvimento da expressão comunicativa e ao

domínio das competências para o uso das tecnologias na

comunicação.

No que se refere à leitura e escrita e a ampliação do

universo cultural e intelectual, foram observadas as produções dos

alunos, bem como sua participação e interesse no projeto.

Blog: http://radiochiclet.blogspot.com.br/ Álbum de fotos: http://migre.me/9LPIE

Shirley Aparecida Pereira

Page 172: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

171

EMEFM “Linneu Prestes, Professor”

“HISTÓRIAS DE VIDA”

Para marcar, de modo significativo, a passagem do Ciclo I

para o Ciclo II, os alunos e professores do 4º ano (do Ensino

Fundamental de 8 anos) foram convidados a contar sua própria

história, produzindo um registro escrito de suas lembranças e dos

fatos marcantes de sua vida.

Este registro foi realizado na forma de Autobiografia e as

histórias produzidas deram origem a um livro, que foi entregue aos

alunos e suas famílias, durante a Mostra Cultural de nossa escola,

realizada em 26 de novembro de 2011.

Objetivos

compartilhar histórias de vida;

reconhecer e valorizar as diferenças;

promover a autoestima dos alunos e o respeito pelo outro;

promover o envolvimento das famílias e da comunidade

escolar com a Unidade Educacional;

fazer uso social da linguagem escrita, de forma significativa;

desenvolver a competência leitora dos educandos;

desenvolver a competência escritora dos educandos,

levando-os a escrever, reler e revisar os próprios textos;

trabalhar as diversas áreas do conhecimento de forma

interdisciplinar e contextualizada, por meio de outras

atividades relacionadas ao Projeto como, por exemplo: o

gráfico das origens das famílias; a identificação no Mapa dos

locais de nascimento; a confecção da linha do tempo e do

autorretrato.

Desenvolvimento

O projeto foi realizado em várias etapas, a saber:

1ª) Leitura de diversos textos do gênero Autobiografia

Nessa etapa, os alunos realizaram leituras compartilhadas,

individual e em duplas; foram utilizados diversos textos do gênero

Autobiografia, previamente selecionados pela professora.

Page 173: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

172

Desse modo, puderam ampliar seu repertório textual e se

apropriar das principais características do gênero e do seu contexto

de produção:

- texto narrativo; escrito em 1ª pessoa; o protagonista da

história é, obrigatoriamente, o próprio autor;

- na autobiografia, o autor informa seu nome, data e local de

nascimento, filiação e os fatos mais importantes de sua vida,

geralmente, em ordem cronológica; revela, também, seus

sentimentos, emoções e medos com o compromisso de relatar

fatos que, realmente, aconteceram;

São textos destinados a perpetuar a história de vida das

pessoas, escritos para leitores em geral.

2ª) Planejamento da produção escrita: pesquisa de dados pessoais

e anotações feitas no caderno.

Nessa etapa, os alunos foram orientados a planejar a

elaboração do seu texto, pois escrever não é simplesmente

transpor ideias para o papel.

A cada semana, eles realizavam uma Lição de Casa

relacionada ao Projeto e foi necessário contar com a participação

efetiva das famílias.

Primeiro, os alunos consultaram documentos pessoais

(Certidão de Nascimento, de Casamento, de Batismo, Registro Geral

e outros) e mais Guias de Ruas e Mapas. Eles anotaram datas,

nomes de pessoas e de lugares que seriam utilizados em sua

autobiografia, com a preocupação de escrevê-los, corretamente.

Depois, perguntaram aos pais, avós e outros familiares,

sobre seus primeiros anos de vida ou sobre fatos, que guardavam,

vagamente, na memória; registraram no caderno as informações

mais importantes. Essas anotações foram consultadas para escrever

a autobiografia.

3ª) Produção do texto e revisão concomitantes

Semanalmente, os alunos desenvolveram uma etapa do seu

texto: apresentação, primeira infância, após os quatro anos,

finalização e planos para o futuro.

Page 174: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

173

Antes da produção escrita discutíamos os elementos que o

texto básico deveria conter e aqueles que poderiam enriquecê-lo,

tornando-o mais interessante.

Por exemplo, na apresentação, os elementos do texto básico

seriam: nome completo do aluno, idade, local e data de

nascimento, nome dos pais.

Um texto mais elaborado poderia conter, ainda, um breve

relato sobre os pais (onde nasceram, quando e como se

conheceram); uma breve referência à posição que o aluno ocupa na

família (filho mais velho, do meio ou caçula); uma explicação sobre

a escolha ou significado do nome ou sobre algum apelido.

Desse modo, a produção do texto autobiográfico poderia

atender tanto às necessidades dos alunos mais avançados como

daqueles com dificuldade. (O aluno não alfabético ditou seu texto e

eu atuei como escriba). Na sala também havia uma aluna NEE –

necessidades educacionais especiais - e eu organizei seu texto, a

partir de conversas que tivemos e de informações passadas pela

mãe.

A cada etapa desenvolvida, os alunos faziam a releitura das

anteriores, para verificar se faltou alguma informação importante e

se as ideias estavam compreensíveis para os leitores.

Todo o tempo, o aluno era incentivado a se preocupar com a

formatação do seu texto, fazendo letra legível, usando parágrafos e

pontuação; essa atividade se desenvolveu ao longo de várias

semanas e o texto inicial foi retomado e modificado várias vezes.

Além disso, até a versão final, foram realizadas atividades

em duplas e apresentações orais, buscando aperfeiçoar o texto

produzido, com o objetivo de aproximá-lo, o máximo possível, de

seus “modelos” que circulam socialmente, com sugestões dos

colegas e da professora.

4ª) Versão final do texto e digitação

Na etapa final, acompanhei os alunos ao Laboratório de

Informática Educativa e eles digitaram seus textos. Depois, foi

inserida uma foto e organizado o livro “Histórias de Vida do 4º ano C”.

Page 175: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

174

5ª) Lançamento do livro

Durante a Mostra Cultural de nossa escola, fizemos o

“lançamento” do livro, com apresentação com músicas e poesias.

Também ficaram expostos os outros trabalhos realizados:

linha do tempo com fotos dos alunos, desde o nascimento até o 4º

ano, autorretratos, Mapa do Brasil indicando os locais de

nascimento dos pais.

Avaliação

O Projeto atingiu, plenamente, os seus objetivos, o que pode

ser comprovado pelo seu produto final: textos bem escritos,

comoventes, engraçados, cheios de esperança.

Também foram percebidos avanços atitudinais: a classe se

tornou mais amiga, os alunos aprenderam a se valorizar e a

valorizar suas famílias.

E, o mais importante, todos nós nos sentimos felizes e

realizados: alunos, professora, familiares, comunidade escolar.

PROJETO “HISTÓRIAS DE VIDA”

Esther Maria Freixedelo Martins

Page 176: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

175

“LER E ESCREVER COM FOCO NA SALA DE LEITURA” “Trabalhando com catálogos, resenhas e Conto Moderno”

EMEF “Manoel Carlos de Figueiredo Ferraz, Desembargador”

O trabalho com a leitura – no espaço da Sala de Leitura – é

parte integrante do Programa “Ler e escrever – prioridade na escola

municipal”, portanto, seu planejamento deve ser elaborado em

conjunto com os demais regentes da unidade escolar e seguir as

Orientações Didáticas encontradas no documento “Orientações

Curriculares – Proposição e Expectativas de Aprendizagem Ensino

Fundamental I”.

Objetivos

Conhecer as características dos gêneros textuais Conto

Moderno, Conto de Fadas, Texto Narrativo, Texto Científico;

Reconhecer e distinguir Conto Moderno do Conto de Fadas

ou Encantamento de outros gêneros narrativos;

Identificar o texto contido em catálogos e sua função social

utilizando-os como instrumentos para aquisição de

informações sobre gêneros textuais e livros de escolha

pessoal;

Buscar informações nos textos “Resenhas” colocados no

painel da Sala de Leitura, como meio para adquirir

informações e sugestões para empréstimos de livros na Sala

de Leitura;

Reconhecer e construir texto do gênero “resenha”;

Identificar as características que compõem um texto

científico e o uso de Ficha Técnica para coleta de dados;

Page 177: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

176

Identificar e reconhecer a função social contida no uso de

catálogos;

Identificar animais em extinção e reconhecer a necessidade

de agir para preservar as espécies.

1.1. Conteúdo

Gênero Literário - Literatura Infantil e Conto Moderno

Gênero Informativo / Expositivo – Textos Científicos

1.2. Conteúdo trabalhado

Utilização dos Catálogos;

Elaboração de Resenhas na sala de aula;

Utilização dos Textos Científicos;

Construção do conceito de Intertextualidade entre os textos

”A Bela Desardomecida” (Conto Moderno) e “A Bela

Adormecida” (Conto de Fada).

Material utilizado

1. Livro: Conto Moderno “A Bela Desadormecida”

Autor:Frances Minters

Ilustrações: G.Brian Karas

Editora: Companhia das Letrinhas ; Ano da publicação:

2. Livro: “Uma viagem de Tamar a tartaruga-verde do mar”

Autor: Angelo Machado

Ilustrações:Raquel Lourenço Abreu

Editora: Lê; Ano da publicação:

3. Catálogos das Editoras: FTD, Ática, Companhia das Letrinhas, Lê;

4. Jogos contendo fichas de leitura de resenhas de livros do acervo

da Sala de leitura;

5. Livro de pesquisa de animais em extinção e animais marinhos

(3D);

6. Vídeo do Projeto Tamar.

Desenvolvimento:

1ª aula

Apresentação de livros pré-selecionados, do próprio acervo

da Sala de Leitura, no espaço físico Cantinho da Leitura;

Page 178: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

177

Conversa com os alunos para descobrir suas expectativas

em função do título, das ilustrações dos textos, da capa, da

quarta-capa, da orelha;

Estabelecer relações entre imagens (fotos, ilustrações) e o

corpo do texto;

Relacionar a época da publicação ao seu contexto de

produção( interlocutores, finalidade, lugar e momento em

que se dá a interação);

Após estes questionamentos sem dizer o nome “Catálogo”,

foram lidas, em voz alta, as resenhas dos livros que estavam

no Cantinho da Leitura; foi solicitado aos alunos que

indicassem “a qual título o texto está se referindo”; desta

forma, esgotaram-se todos os títulos que estavam expostos

no espaço citado anteriormente, utilizando os textos

apresentados nos “catálogos”.

Pedi aos alunos então que dissessem que tipo de exemplar

se encontrava em minhas mãos e o que foi lido nele; se

havia alguém que sabia dizer o nome para este instrumento

utilizado na aula e qual sua função ela. Esperava-se que os

alunos concluíssem que se tratava de um exemplar que

apresentava textos sobre os livros do mostruário além da

imagem da capa de cada livro.

2ª aula

Apresentação do livro “A viagem de Tamar, a tartaruga-

verde do mar” - leitura em voz alta e utilização de recurso

de imagens de espécies de tartarugas como a tartaruga-

verde e a tartaruga-gigante no painel da sala em destaque.

Apresentação do livro “A Bela Desadormecida –

Primeiramente ocorreu a contação da história Bela

Adormecida e, posteriormente a realização da leitura em

voz alta do livro “A Bela Desadormecida”, conto moderno, e

como desafio, os alunos deveriam identificassem as

semelhanças e diferenças entre os dois textos;

Roda da Conversa - momento para apontar as similaridades

e diferenças entre os textos Conto Modernas e Conto de

Fadas;

Estabelecimento das conexões entre os textos e os

conhecimentos prévios, vivências, crenças e valores, de cada

Page 179: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

178

aluno participante destes procedimentos; estabelecimento

dos aspectos temporais de ambos os textos;

Apresentação do Catálogo com sua identificação, função

social e apresentação; foi solicitado que os alunos

nomeassem o texto expresso neste veículo de comunicação

e propaganda - Texto Resenha;

Manuseio dos catálogos e os livros do Cantinho da leitura;

Distribui envelopes contendo fichas de catálogos recortadas

imagem (capa) de sua resenha. O jogo foi: identificar “qual

imagem de livro corresponde a resenha apresentada?” Uma

variação do jogo, foi desafiar os alunos para que, no tempo

marcado pela ampulheta, conseguissem identificar as cinco

resenhas para cada grupo.

3ª aula

Roda da Conversa sobre o livro lido na aula passada para

resgate da sequência da história e os fatos mais

importantes;

Elencamos as características do texto resenha utilizando os

jogos e os catálogos.

Organização dos fatos para a construção da resenha,

utilizando as características apontadas e destacadas pelo

grupo;

A proposta de um produto final, feito em classe com a

colaboração da professora, foi a de construir um texto

resenha para ser colocado no quadro mural da Sala de

Leitura, em que todos os usuários buscam informações,

opiniões e sugestões de novas leituras. Também foi

confeccionada uma lista de livros sugeridos: “TOP 40: Que

delícia de leitura” que ficou à disposição dos usuários da

Sala de Leitura, em todos os períodos da Unidade

Educacional.

Avaliação

As classes envolvidas nesta atividade fizeram as

produções de texto em sala de aula com a colaboração da

professora. As resenhas selecionadas foram expostas no Quadro

Page 180: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

179

Mural da Sala de Leitura para socialização de livros indicados

pelos alunos. Foi possível constatar o interesse dos alunos em

conhecer os livros sugeridos e verificar que o mesmo se

encontrava na caixa do TOP 40 (caixa expositora com os livros

prediletos da turma) para todos os alunos da Unidade Escolar.

RESENHA

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LIVRO : A BELA DESADORMECIDA

AUTOR: FRANCES MINTERS

ILUSTRAÇÕES: G. BRIAN KARAS

EDITORA:COMPANHIA DAS LETRINHAS

Isabel Cristina Alves Fabiano

Page 181: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

180

JORNAL “FIGUEIREDO NEWS”

EMEF Manoel Carlos de Figueiredo Ferraz, Desembargador

O jornal surgiu inicialmente, com a intenção de registrarmos

todas as práticas pedagógicas que ocorrem na EMEF Manoel Carlos

de Figueiredo Ferraz, Des., sobretudo as transformações e o

envolvimento de toda comunidade escolar (direção, docentes,

técnicos, alunos, outros), como forma de mantermos viva a história

de nossa escola, por meio dos registros que passariam então a ser

armazenados em forma de artigos, notícias, curiosidades.

Objetivos

- Envolver toda a comunidade escolar;

- Aproximar a prática ao interesses dos estudantes;

- Registrar as práticas ocorridas em nossa escola;

- Oportunizar novos conteúdos e práticas de modo que os

alunos sintam-se valorizados e se apropriem da

relevância para tornar-los cidadãos críticos;

- Compreender que o gênero jornalístico é de

fundamental importância para a formação de cidadãos

críticos, capazes de compreendermos a sociedade como

um todo.

DESENVOLVIMENTO

O Histórico do Jornal – da ideia à efetivação

O trabalho com os Cadernos de Apoio e Aprendizagem do 6º

ao 9º Ano do Ensino Fundamental II apresenta o gênero jornalístico

na 2ª unidade; reforça os conteúdos de Língua Portuguesa.

Trabalhamos as intencionalidades com atividades claras e

objetivas que culminaram com o Jornal Escolar como produto final.

Ao retornar à EMEF Manoel Carlos de Figueiredo Ferraz,

Des. em 2010, como ex-aluna, constatei que existiam poucos

registros da história da escola desde sua inauguração, sobretudo

entre 1984-1992, período em que estudava nesta escola.

Page 182: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

181

A Unidade Educacional foi inaugurada no de ano de 1959, e

à época oferecia cursos vocacionais que atendiam a comunidade.

Além do acervo de registros administrativos (livros, atas, etc.)

existentes, não havia outra fonte de informação (fotografias,

artigos, imagens). Desta forma, a história da escola se perderá com

o tempo e ficará na lembrança dos que por ela passaram e,

transmitidas somente pela oralidade.

Em 2010, refleti de que forma poderia resgatar e registrar a

história de nossa escola, envolver os alunos do Fundamental II, criar

um elo entre os alunos do Ciclo I, Ciclo II e EJA, torná-los parte

dessa história, valorizá-los e demonstrar a importância dos registros

como processo histórico.

Pela dificuldade em elaborar um objetivo pedagógico,

utilizei como subsídios as Propostas Curriculares e o material

disponibilizado pela Secretaria de Educação deste município, e

assim surgiu um primeiro esboço do Projeto Jornal.

Em um segundo momento, após amplo debate com a

Coordenação Pedagógica da Unidade Educacional, refleti junto aos

alunos do Ciclo II, sobre os objetivos do projeto com cunho

pedagógico. Depois de pronto, o encaminhamos à Supervisão de

Ensino da nossa EMEF, que aprovou para o mesmo ano. Quando a

proposta foi aceita, as atividades de produções jornalísticas já

aconteciam.

Outras atividades importantes foram realizadas, tais como:

1) A escolha do nome para o jornal escolar (10 nomes sugeridos

pelas turmas do Ciclo II), que contou com a participação maciça dos

alunos dos três períodos, e por expressiva margem de votos, sagrou

vencedor o nome “Figueiredo News”; 2) A criação de logotipo para

o jornal, escolhido por concurso - organizado na escola - e que

aparece já na 1ª edição do nosso jornal, publicada em novembro de

2011.

Ficou estabelecido que as publicações seriam semestrais

(Junho e Novembro), exceto as edições especiais, como por

exemplo, o que aconteceu em abril, “as relações interpessoais e

convívio social na escola”, que surpreendentemente envolveu

alunos de todos os turnos.

Um enorme ganho para o desenvolvimento de projeto em

2012 foi a integração dos alunos da EJA com suas produções.

Page 183: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

182

Assim, a passos curtos, cuidadosamente, estamos tirando o

jornal do plano das ideias e intencionalmente, transformando-o em

Projeto Pedagógico de forma clara e objetiva, valorizando as

especificidades de cada grupo de alunos, sem deixar de lado o

motivo inicial do projeto: o desejo de construir uma escola na qual

e da qual nos orgulhamos e nos traga boas lembranças.

Fonte: Arquivo projeto Jornal

Seção do Jornal – Aconteceu no Figueiredo - Edição inaugural – Novembro de

2011 – Valorização das práticas pedagógicas na unidade escolar.

Fonte: Arquivo projeto Jornal

AVALIAÇÃO

Para avaliar, partimos da organização em grupos de alunos

dos 6º, 7º, 8º e 9º anos, e frequentes nas reuniões que ocorrem as

terças, quintas e sextas-feiras, com a finalidade de desenvolver as

atividades previstas no Caderno de Apoio e Aprendizagem de

acordo com os respectivos anos do ensino fundamental.

Avaliamos o envolvimento dos participantes na realização

das atividades propostas; a compreensão e elaboração dos

diferentes gêneros textuais - sobretudo do gênero jornalístico; a

capacidade de diagramação dos materiais elaborados e

selecionados no Laboratório de Informática; a produção de

gravuras, charges, cruzadas (atividade adequada à série/ano de

cada aluno) e consideramos todos os itens muito satisfatórios.

O principal instrumento de avaliação efetiva deste projeto é

a produção de um jornal de qualidade com bons conteúdos e

valores.

Profª Alessandra S. Souza

Page 184: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

183

EMEF Prof. Mario Schönberg

TROUXESTE A CHAVE? ENTRANDO NO MUNDO DOS HAICAIS....

O vento soprou Sinta o seu aroma

Colha uma flor Thayna – 8ªD

Segundo os dicionaristas, haicai significa: pequena

composição poética japonesa, em que se cantam as variações da

natureza e sua influência na alma do poeta. É composta de

dezessete sílabas divididas em grupos de cinco, sete, cinco.

Tendo como indicadores os resultados das avaliações

externas e internas e atender as expectativas de aprendizagens dos

alunos deste ano final do ciclo, os trabalhos de Língua Portuguesa

foram voltados a promover a aquisição de habilidades que

colaborassem para o desenvolvimento da competência leitora e

escritora desses alunos. Tomando como ponto de partida os

gêneros presentes no Caderno de Apoio e Aprendizagem para o 9º

ano do Ensino Fundamental, o trabalho com “Poemas” foi iniciado

no primeiro bimestre, tendo como justificativa aprofundar as

práticas de leitura e escrita dos alunos, bem como ampliar suas

perspectivas de criação de textos literários. A escolha de haicais

para produção dos alunos se deu pela possibilidade que essa forma

poética privilegia: a apreensão dos sentidos que o mundo oferece e

o poder de sintetização impresso em suas construções, resgatando

a sensibilidade do ser humano.

Objetivos:

É pela linguagem que as pessoas expressam ideias,

pensamentos, intenções e se relacionam com o mundo. Dessa

forma, o ensino de Língua Portuguesa tem por objetivo propiciar

aos alunos o desenvolvimento da competência discursiva para

Page 185: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

184

escutar, falar, ler e escrever nas diversas situações de interação,

possibilitando assim o domínio da competência leitora e escritora,

ampliando suas possibilidades de participação social no exercício da

cidadania.

Desenvolvimento:

O trabalho com o gênero foi iniciado com a questão do

Caderno de Apoio e Aprendizagem de Língua Portuguesa para o 9º

ano do Ensino Fundamental – “Trouxeste a chave?”. Elaboramos

uma seqüência de leituras e discussões, intercaladas com outros

gêneros, para que os alunos pudessem se apropriar do gênero ao

compará-lo com os demais e assim construíssem um repertório de

poemas e autores, incorporando suas características. A partir daí,

pudemos responder a outra questão que aparece no Caderno de

Apoio e Aprendizagem: “O que cabe no poema?”. Optamos então

por aprofundarmos um pouco mais na construção dos “Haicais”.

Depois de conhecermos um pouco mais sobre a história dessa

construção poética originária do Japão e lermos autores como:

Paulo Leminski, Alice Ruiz, Mario Quintana, entre outros, demos

início à produção escrita, apoiada em imagens trazidas pelo

professor de Artes e pelos próprios alunos.

As produções foram lidas e corrigidas (em dupla) com a

intervenção da professora, quando necessário. Alunos que tinham

facilidade para digitar, o fizeram. Em seguida, os trabalhos foram

apresentados para toda a turma. Retomamos a conversa inicial:

apresentação na Mostra de trabalhos da escola. Os “Haicais” foram

recortados em formatos diferentes – sugerindo figuras – e

entregues ao professor de Artes, que montou um espaço com o

objetivo de envolver o público em uma atmosfera de integração da

construção poética e sua cultura original. O período de realização

do trabalho foi de maio a julho de 2011.

Avaliação:

Foram considerados como critérios avaliativos:

Frequência;

Interesse e contribuições no desenvolvimento das

atividades;

Avanços na fluência leitora e escritora;

Domínio do gênero literário.

Page 186: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

185

Bibliografia:

Orientações Curriculares e Proposição de Expectativas de

Aprendizagem para o Ensino Fundamental – Ciclo II – Língua

Portuguesa.

Referencial de Expectativas para o Desenvolvimento da

Competência Leitora e Escritora no Ciclo II do Ensino

Fundamental, 2006.

Ruiz S., Alice, Conversa de passarinho: Haikais / Alice Ruiz S.,

Maria Valéria Rezende; São Paulo: Iluminuras, 2008;

Ruiz S., Alice, Dois em Um – Reimp. São Paulo: Iluminuras,

2008;

Leminski, Paulo. Melhores Poemas de Paulo Leminski – 7ª

Ed. – São Paulo: Gaia, 2006;

Caderno de Apoio e Aprendizagem de Língua Portuguesa –

9º ano do Ensino Fundamental – SME/PMSP;

Sites:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Haikai; http://www.aliceruiz.mpbnet.com.br/; http://www.kakinet.com/caqui/antojapo.shml.

Rosa da Gloria Oliveira Colaborador Prof° Giulio Savi Scarponi Vasconcellos

Page 187: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

186

ATLAS ALMANAQUE DA AMÉRICA

EMEF PROF. NELSON PIMENTEL QUEIROZ

Quando trabalhamos o Continente Americano na 7ª série (8º ano)

do Ensino Fundamental, nos deparamos com uma enorme

quantidade de informações, que vão desde o estudo da formação

geológica, passando pela ocupação territorial, colonização,

diversidade natural, cultural e econômica. A proposta de estudo

disponível nos livros didáticos nem sempre atinge a necessidade de

entendimento do aluno e desperta a curiosidade e interesse pelo

assunto. O aluno precisa sentir um desafio frente a uma situação

problema para que possa aprender a perceber que as atividades

propostas atendem uma organização que otimiza tempo, espaço,

materiais e formas de agrupamento. Há, portanto, a necessidade de

adaptações e elaborações de pesquisas, trabalhos e atividades

lúdicas que possam complementar e enriquecer as aulas. Foi nesse

momento que iniciei uma pesquisa na WEB, sobre “como melhor

trabalhar de forma prazerosa e lúdica a América” e adaptei uma

sugestão de trabalho sobre a África, com o estudo em questão –

América. A ideia de criar com os alunos um Atlas Almanaque do

Continente Americano, une temas estudados nas aulas expositivas

e no livro didático (mapas, características gerais do continente,

cultura etc.), com atividades lúdicas diversificadas (caça-palavras,

mapa mudo, palavras embaralhadas, curiosidades dos países, o que

é o que é, culinária, arte, cruzadinha, brincadeiras típicas e música),

proporcionando assim uma dinâmica de envolvimento dos alunos

no processo de construção do Almanaque.

Objetivos

Desenvolver a prática de pesquisa sistemática em diversas fontes

(Web, livros, revistas, etc.). Identificar os aspectos relevantes em

textos, imagens, fotos, etc. Ampliar o conhecimento prévio sobre o

Page 188: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

187

tema, focalizando a diversidade humana/cultural/natural do

Continente Americano. Compreender que esta diversidade está

intrínseca ao processo de colonização e a dinâmica do capital.

Desenvolver a leitura e a escrita, a organização do pensamento

racional, a criatividade e autonomia. Utilizar a organização e

estruturação da metodologia do trabalho científico. Compartilhar e

socializar o conhecimento através do trabalho em equipe.

Compreender a divisão política e econômica da América.

Desenvolvimento

O trabalho se desenvolveu na sala de aula com os alunos agrupados

em equipe. O projeto foi apresentado, explicitando os objetivos,

etapas e produto final da pesquisa. Foi montado um cronograma

por etapas visando um melhor rendimento e registro das aulas. As

etapas se dividiram da seguinte forma:

1. Contato com o Almanaque da Ruth Rocha (conhecendo como é um almanaque) e o Atlas Geográfico, um dos referenciais de pesquisa. Foi feito o levantamento das fontes bibliográficas (revistas, livros e sites). Organização das pastas/arquivos etiquetadas de cada equipe.

2. Elaboração das atividades com mapa mudo (Planisfério Político e da América), para possibilitar ao aluno a percepção do contorno e do formato do continente e países.

3. Construção de quadro resumo das características gerais do continente.

4. Pesquisa da ficha de dados econômicos, políticos e sociais de pelo menos dois países americanos.

5. Elaboração das atividades lúdicas relacionadas aos países americanos (caça-palavras, cruzadinha, palavras embaralhadas, o que é o que é, etc.).

6. Pesquisa da Arte, Culinária, Brincadeiras, Cultura, Música e Curiosidade dos países americanos.

7. Organização e montagem da pesquisa.

8. Estruturação e formatação do trabalho. Organização da ficha

técnica da escola, dedicatória e bibliografia. Elaboração de

uma pesquisa de opinião para o leitor do Almanaque.

Revisão dos trabalhos.

9. Exposição dos trabalhos com manhã de autógrafos com os

alunos e responsáveis.

10. Avaliação do projeto: as várias etapas do projeto foram

registradas em planilhas, o que permitiu um melhor

Page 189: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

188

acompanhamento dos avanços, dificuldades,

questionamentos, dúvidas dos alunos no processo de

construção do Almanaque.

Período

A duração do projeto foi de aproximadamente 15 aulas, ou seja,

mais de um mês de trabalho, pesquisa, organização, registro,

conclusão e avaliação.

Avaliação

A Avaliação do projeto Atlas Almanaque América, se dividiu em

duas etapas:

1ª Foi realizada em todas as etapas da pesquisa e da elaboração das

atividades junto às equipes, sendo observados e registrados em

planilha: participação, realização das atividades propostas,

interesse e socialização dos conhecimentos.

2ª Feita após a finalização do trabalho. Realizamos uma roda de

conversa com registro da fala dos alunos sobre: proposta e

elaboração do Almanaque (mapas e atividades lúdicas), dificuldade

de compreensão das etapas, acompanhamento do educador nas

aulas, estímulo, interesse, assimilação do conhecimento,

sistematização dos dados e formatação do trabalho.

De acordo com os registros das avaliações, foi possível observar que

o trabalho com projeto é um meio facilitador para ampliar as

possibilidades de um melhor aproveitamento e entendimento do

conteúdo, pois proporciona ao aluno situações desafiadoras que

estimulam o levantamento e confronto de hipóteses, busca de

soluções e autonomia.

Cleusa Tonarchi

Page 190: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

189

EMEF “Tiradentes, Alferes”

“EMEI E EMEF DE MÃOS DADAS”

Com o intuito de desenvolver o protagonismo de nossos

alunos do Ciclo II do Ensino Fundamental de 8 anos, pensamos em

incentivá-los a realizar uma experiência fundamentada na leitura

para os alunos do Ensino Fundamental I de nossa escola e também

para os alunos da EMEI “Sylvio de Magalhães Figueiredo,

Almirante”, situada ao lado de nossa Unidade Educacional,

oportunizando, desta forma, um primeiro contato de nossa Sala de

Leitura para as crianças da EMEI.

Objetivos

1. Estimular o protagonismo dos alunos do Ensino Fundamental II,

por meio de uma experiência leitora;

2. Ampliar a utilização da Sala de Leitura, para fora dos muros da

EMEF envolvendo os alunos da EMEI;

3. Oportunizar experiências de mediação de leitura realizadas pelos

jovens, no ambiente aconchegante e acolhedor da Sala de Leitura.

Desenvolvimento

Os alunos das 6ªs e 7ªs séries tiveram contato com a leitura

do texto “Os três porquinhos”, de Lais Carr Ribeiro, da Editora

Moderna. Prepararam e ensaiaram a entonação adequada, o tom e

o timbre de voz. Foram divididos em grupos como forma de

organização para a realização da leitura. Para que a leitura fosse

feita para os alunos da EMEI, um primeiro contato foi estabelecido

entre os Coordenadores Pedagógicos das duas Unidades

Educacionais, a fim de combinar cronograma de horários e turmas

para realização da visita. Combinados dias e horários, a

coordenação da EMEI providenciou as autorizações para as visitas.

Uma turma por semana foi recebida e acomodada para que os

alunos das 6ªs e 7ªs séries realizassem a leitura. Outras leituras

foram feitas pelas Professoras Orientadoras da Sala de Leitura para

as crianças da EMEI, como “O caso do bolinho”, de Tatiana Belinky,

e “Dona Baratinha”, de Ana Maria Machado.

Page 191: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

190

Os alunos das 6ªs e 7ªs séries também realizaram a leitura

“Os três porquinhos”, de Lais Carr Ribeiro, da Editora Moderna para

os alunos das 1ªs e 4ªs séries na própria EMEF, com dias e horários

previamente combinados com os professores das turmas.

Avaliação

Os alunos envolvidos mostraram bastante interesse e

carinho para realizar a atividade, uma vez que tiveram a

oportunidade de se preparar, com antecedência e no momento da

leitura contaram com a participação dos alunos (tanto os da EMEI

quanto os da EMEF), aplaudindo-os. Durante os momentos de

preparação foi possível perceber a preocupação em desenvolver

um bom trabalho, melhorando a cada dia. Foi interessante

perceber como a leitura é valorizada, tanto por aqueles que lêm

com competência e fluência, quanto por aqueles que a recebem. O

carinho que os alunos menores demonstraram se traduziu pelos

aplausos dados, como forma de gratidão. Após essa primeira leitura

realizada, outras situações leitoras já foram sugeridas pelos jovens

e para o ano de 2012, já estão em fase de preparação. Percebemos

assim, que a ideia veiculada por nós, Professoras Orientadoras de

Sala de Leitura, foi aprovada e merece que a dose seja repetida.

Práticas assim só são possíveis quando temos a participação e

colaboração de todos.

Elisangela Simone Galeazzi de Quadros e Vera Marini

Page 192: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

191

CIEJA

“DANÇAR E ESCREVER”

A música é um poderoso recurso de estimulação cognitiva,

propiciando integração entre as esferas do pensamento, da emoção

e do movimento. Movimento este que é identificado como dança, e

assim como a música, é uma das mais antigas formas de expressão

humanas.

Algumas propostas de dança pressupõem que mesmo o

indivíduo com algum distúrbio motor, cognitivo ou psicológico pode

interagir com a música e expressar- se por meio do movimento,

inclusive interagindo com parceiros ou grupo, como na abordagem

de movimento chamada Danceability, que aproveita conceitos da

técnica Contato Improvisação para instrumentalizar vivências de

dança de caráter inclusivo.

A Dança de Salão pode ser entendida como um exemplo de

dança de contato, a partir de um código de movimentos pré-

estabelecido, que permite a interação do movimento com

diferentes estilos musicais. A Dança de Salão pressupõe, ainda, uma

série de conhecimentos e normas de convívio social, reproduzindo,

no microcosmo do salão, uma série de conceitos de cidadania.

Uma oficina de movimento com dança nestes moldes vem

ao encontro das caraterísticas transdisciplinares e inclusivas do

Projeto CIEJA, mas não estaria completa se não fizesse vínculo com

a construção das competências de leitura e escrita, não só porque é

prioridade da Secretaria Municipal de Educação, mas porque é na

linguagem verbal que temos oportunidade de organizar nossas

ações e nossos pensamentos. Por isso, a oficina estimulou seus

participantes à produção e leitura de textos, em forma de carta ou

diário, criando uma descrição das atividades realizadas no dia.

No atendimento aos alunos com Necessidades Educacionais

Especiais / NEE, o registro escrito das atividades do dia foi

substituído por registro com desenhos e pelos relatos orais. Além

disso, as atividades de dança puderam ser feitas com atividades não

Page 193: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

192

coreografadas, para melhor adequação às condições motoras

destes alunos.

Foram trabalhados os seguintes conteúdos de Língua

Portuguesa, com foco na linguagem escrita e na leitura em voz alta

Gênero textual: carta, diário;

Organização do texto em parágrafos;

Regras de acentuação;

Entonação e pausas na leitura em voz alta;

Características sonoras do samba, forró e tango;

As variações de movimento no indivíduo com necessidades

especiais;

O movimento corporal em contato com o outro.

Objetivos

Estimular a produção e leitura de textos;

Estimular a vivência inclusiva;

Aprimorar noções de cidadania e convivência com o outro e

com as diferenças;

Conhecer sequências de passos de Dança de Salão em

estilos musicais como; samba, forró e tango;

Identificar diferentes gêneros musicais associados a estilos

de dança.

Desenvolvimento

1. Seleção de alunos com dificuldades de leitura e escrita,

considerando as avaliações diagnósticas e as observações dos

desempenhos em sala de aula;

2. Comunicação e envolvimento dos alunos selecionados;

3. Aplicação das atividades em oficinas, realizadas em horário

diferenciado do horário regular de aula do aluno;

3.1. Sequência de aula

3.1.1. Aquecimento: conscientização por alongamentos e exercícios

de respiração;

3.1.2. Ensaio de passos, separadamente;

3.1.3. Ensaio de passos e movimentos em duplas, com adaptações

de movimentos para os alunos NEE;

3.1.4. Registro escrito e lido das vivências do dia em forma de

carta, diário ou outro gênero;

3.1.5. Observações de ortografia e gramática a partir das dúvidas

do grupo.

Page 194: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

193

Avaliação

1. Observação e avaliação das produções de textos

realizadas durantes as atividades da Oficina;

2. Observação do avanço do desempenho das competências

leitora e escritora dos alunos durante as atividades de sala de aula.

Por meio deste Projeto foi possível perceber que a utilização

da música e da dança promoveu um contexto facilitador da

expressão escrita dos alunos, seja por permitir uma maior

desinibição para se expressarem, ou por associar ao texto

produzido uma experiência significativa, neste caso, enriquecida

pela vivência estética da música e pela prática corporal da dança.

Os alunos

envolvidos apresentaram

progresso em relação à

fluência da escrita e em

alguns casos maior

segurança na expressão

verbal durante as aulas

de Língua Portuguesa,

conforme relataram os professores desta área de conhecimento.

Alunos com Necessidades Educacionais Especiais e pessoas

da comunidade, como parentes e amigos, frequentaram a Oficina.

Estes aspectos indicam que este Projeto pode influenciar políticas

públicas para a Educação, devido à sua potencial característica

inclusiva, com relação a públicos especiais e pessoas da

comunidade.

Acreditamos ainda que este é um Projeto inovador, por

associar o estímulo da dança e da música à competência leitora e

escritora, e que deve ser complementado por melhores pesquisas e

conclusões mais aprofundadas.

José Carlos Tonhaçolo Colaboradora: Rita de Cássia Alves dos Santos

Page 195: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

194

EMEF Antenor Nascentes

PRÊMIO PROFESSOR DESTAQUE 2011 ACOMPANHANDO PROCESSOS – LETRAMENTO E AUTOESTIMA

RELEASE

De fevereiro de 2007 a dezembro de 2010

O projeto “Acompanhando processos – letramento e

autoestima” iniciou-se em 2007 e foi concluído em 2010 na

EMEF Antenor Nascentes. Esse projeto teve como propósito o

acompanhamento dos alunos de 5a série (6o ano) durante todo o

seu processo de letramento, ou seja, a conclusão do Ciclo II (até

a 8a série ou 9o ano), além de proporcionar não somente a eles,

mas também a seus familiares, um resgate da autoestima. Para

isso, recorri a pequenos projetos.

BIOGRAFIA

Adenilza Almeida Lira é professora de Língua Portuguesa

formada pela USP – Universidade de São Paulo. Trabalha como

professora de Português há 9 anos na EMEF Antenor Nascentes,

mesma escola em que estudou desde o antigo pré até a 8a série

(hoje 9o ano). Ministra aulas também em uma escola do ensino

estadual (EE Profª Maria Petronila L. M. Monteiro). Acredita na

educação e sabe do potencial de seus alunos.

JUSTIFICATIVAS

Quando iniciei o trabalho, em 2007, com os alunos de 5a

série, percebi a dificuldade de aprendizagem deles. Muitos não

sabiam ler nem escrever. Haviam feito a Prova São Paulo na 4a série

(em 2006), os resultados foram ruins e nossa escola indicada para

participar do Projeto 77 Escolas durante dois anos. Essa foi uma das

principais razões que me fizeram acompanhar e investir no

letramento e na autoestima desses alunos.

Permaneci com as turmas de 5a série até o ano de 2010,

quando posso dizer que tenha concluído minha tarefa. Foram

Page 196: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

195

quatro anos de um projeto que fez com que os alunos avançassem,

conforme poderá ser observado pelos resultados.

OBJETIVOS

Acompanhar os processos de leitura e de escrita, de forma a

atender não apenas aos alunos com dificuldades, mas

também fazer avançar os que já tenham as noções básicas.

Chegar ao final do Ciclo II com os alunos desenvolvendo de

forma independente a leitura e a escrita, vencendo os

obstáculos de alfabetização e do que se considera como

letramento.

Reduzir o número de alunos não alfabéticos até o final do

Ciclo II.

Possibilitar aos alunos, não apenas aos não alfabéticos, uma

maior autoestima, de forma que possam acreditar em si

mesmos como produtores de conhecimento e que suas

famílias também passem a vê-los como tal.

Desenvolver pequenos projetos ao longo dos quatro anos

que contribuam para o letramento e a autoestima.

Desenvolver o potencial crítico dos alunos até o final do

Ciclo II.

DESENVOLVIMENTO E METODOLOGIA DO PROJETO

Para o desenvolvimento desse projeto maior, no primeiro

ano dos quatro em que ele foi colocado em prática, contei

inicialmente com a ajuda do Projeto 77 Escolas, que me forneceu

subsídios para o trabalho com os alunos alfabetizados e os que

eram considerados não alfabéticos. Obtive, durante os dois anos de

curso, material com textos e atividades que possibilitavam o

trabalho em duplas produtivas, de forma que os que tivessem

maior conhecimento sobre o assunto pudessem orientar os que

ainda não tinham. Além disso, contei com a ajuda fundamental das

professoras de 1a a 4a séries que me orientaram quanto a alunos

alfabéticos e os não alfabéticos e me forneceram mais atividades.

Juntamente a esse projeto, na época também trabalhava com as

professoras de Sala de Leitura. Nós desenvolvemos pequenos

projetos que auxiliaram no processo da leitura e da escrita dos

alunos com dificuldades: propaganda de livros lidos; alunos que

Page 197: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

196

liam e contavam as histórias para colegas que não conseguiam

desenvolver esse processo; leitura de histórias com paradas em

alguns trechos e perguntas em seguida, para se verificar a atenção e

o raciocínio; brincadeiras de leitura, que se transformavam em

brinquedos expostos na Feira Cultural. Além disso, havia o

Concurso de Poesia Falada que provocava a curiosidade nos alunos

que estavam iniciando o processo de leitura e incentivava os que já

haviam ultrapassado o processo inicial. Posso dizer que em 2007

tenha colhido bons frutos, porque de um universo com 20 alunos

não alfabéticos nas quatro 5as séries, ao final do ano letivo restavam

apenas 4 alunos, cujos problemas eram de ordem intelectual e que

necessitavam de um acompanhamento mais individualizado que o

antigo SAP proporcionava.

Quando o ano de 2008 iniciou-se, encontrei novamente meus

alunos em processo de formação para o letramento, mas percebi

que a autoestima deles ainda era baixa, já que se consideravam

incapazes de aprender ou não tinham o apoio de seus familiares.

Resolvi, então, voltar ao Projeto 77 Escolas, resgatando e

ampliando algumas atividades. Continuei o trabalho com as

professoras de Sala de Leitura e, ao final do ano, percebi que

começaram a se desenvolver melhor. Também dei continuidade

ao projeto “Jornal escrito e falado”, que mantinha mensalmente

a escrita de um jornal (Folhinha 7 do Antenor) com textos

trazidos pelos alunos e depois a transformação desse em um

jornal falado, com apresentação de notícias e de comerciais

produzidos pelos alunos. Ainda conversava sempre

individualmente com os que apresentavam grandes dificuldades

de aprendizado e também com os que tinham comportamentos

inadequados. Tivemos resultados melhores na Prova São Paulo,

mas ainda não era suficiente. Por essa razão continuei meu

trabalho no ano seguinte.

A EMEF Antenor Nascentes teve em 2009 um ano bastante

difícil. Passamos por grandes alterações: tivemos que acomodar um

número maior de alunos, porque uma escola da região não havia

ficado pronta. No entanto, eu acreditava que um bom trabalho

poderia trazer bons resultados e foi o que aconteceu. A essa altura,

meus alunos estavam um pouco mais maduros, muitos já tinham

avançado em conhecimento de leitura e de escrita, mas ainda

Page 198: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

197

faltava desenvolver melhor o processo de autoestima. Por essa

razão, comecei a adotar muito mais o protagonismo juvenil.

Surgiram, então, dois pequenos projetos: “Cidadania e meio

ambiente” e “Um texto, diversas releituras”. O primeiro teve por

objetivo a produção de cartazes sobre o que os alunos

consideravam de importante para o seu dia a dia, como eles

gostariam de enxergar o mundo e como este interferia em suas

vidas. Percebi que muitos alunos realmente conseguiram passar

para as cartolinas a imagem de seu universo, de sua realidade e

conversamos muito sobre o que eles gostariam de ver ao seu redor.

Após a produção dos cartazes, fizemos a exposição dos trabalhos,

que agradaram a toda a escola e os alunos puderam perceber seu

valor enquanto produtores e críticos. Já o projeto “Um texto,

diversas releituras”, teve como ponto de chegada trabalhos feitos

pelos alunos e eu era a orientadora de todo o processo. Comecei

por conversar com eles sobre o que seria a leitura de um texto, se

somente aqueles que viam escritos ou se até mesmo um quadro ou

uma figura poderiam ser textos, já que deles se podiam fazer

leituras. Depois, li e coloquei na lousa dois textos da Revista Nova

Escola: um deles era o conto Sebastião e Danilo, de Maurilo

Andreas; e o outro era o conto Amplexo, de Marcelo Alencar.

Então, dividi a sala em grupos que deveriam desenvolver releituras

a partir dos textos, produzindo materiais diversos a respeito e

fazendo a exposição dos trabalhos na Mostra Cultural. Os alunos

faziam comentários e perguntas durante as apresentações, e

passaram a entender também como poderiam fazer um seminário,

sem que ficassem expostos ou nervosos. Os trabalhos

desenvolvidos foram: maquete; dramatização com bonecos;

história em quadrinhos; reescrita do texto com ilustrações; música;

artesanato; adaptação do texto; dramatização com pessoas. Após

as apresentações em sala de aula, os grupos das dramatizações com

bonecos fizeram apresentações para os professores, alunos das 1as

séries e também durante a Feira Cultural. Posso dizer que ao final

de 2009 os alunos que estavam na 7a série tenham apresentado

resultados ainda melhores que no ano anterior, já tinham os

processos de letramento e autoestima muito mais desenvolvidos.

Agora, uma das coisas que mais me marcou nesse ano foi o que um

dos meus alunos (que em 2007 era não alfabético e que em 2009 já

Page 199: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

198

se tornara alfabético e produtor de alguns textos de forma

independente) me disse quando lhe ensinava como fazer um

currículo e quais seriam seus objetivos: “Quero ser um traficante”.

Aquilo a princípio me chocou, mas ao contrário do que ele

esperava, disse-lhe que seria interessante para ele seguir profissões

como metalúrgico (fazendo cursos na área), mecânico de

automóveis ou outras tantas que lhe garantissem uma qualidade de

vida melhor. Bom foi saber depois em 2010, quando conversei com

ele novamente sobre o assunto, que “ser traficante” não passava

mais por sua cabeça, mas que queria seguir a profissão de mecânico

de automóveis, como estava aprendendo em uma oficina.

Em 2010, ano de conclusão do projeto, continuei no

processo de acompanhamento dos processos de letramento e de

autoestima. Os alunos encontravam-se muito mais maduros e, além

dos materiais que já possuía, passei a contar com mais um aliado

diário: o Caderno de Apoio e de Aprendizagem de Língua

Portuguesa. Posso dizer que com ele pude obter parâmetros e um

complemento para o meu trabalho. Além disso, a partir dele

surgiram dois pequenos projetos que valorizaram ainda mais o

potencial de escrita de meus alunos: os projetos “Sarau Literário no

Antenor” e “Concursos Literários”. O primeiro veio a partir da ideia

de um sarau literário solicitado pelo próprio Caderno de Apoio, mas

acabei fazendo algumas alterações e obtendo um produto final que

agradou não apenas aos alunos, mas também a pais, professores e

demais funcionários da escola. Os alunos escreveram poemas em

duplas para o sarau, fizeram a leitura interpretativa dos textos

produzidos que depois foram digitados e encadernados em uma

gráfica (livro com capa dura e letras douradas). Os alunos sentiram-

se muito mais reconhecidos quando viram seus textos digitados

num livro. Quanto ao outro projeto, “Concursos Literários”, este

surgiu a partir da produção do livro de poemas, o Caderno de

Poemas 2010, que trouxe poemas produzidos pelos próprios

alunos, digitados e encadernados em gráfica. Resolvi inscrever os

alunos em dois concursos de poesia, um da Prefeitura de Salto (XX

Prêmio Moutonée de Poesia), interior de São Paulo, e outro

proporcionado pela Casa do Novo Autor Editora, localizada na

capital paulista. Solicitei aos alunos a escrita de poemas feitos de

forma individual. Como já haviam passado pela experiência de

Page 200: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

199

escrita e perceberam que tinham potencial para tal, vários alunos

se colocaram como poetas e escreveram belíssimos textos.

Conforme ia recebendo os poemas, fazia a correção e orientação

para modificações dos mesmos e depois os devolvia para que os

alunos fizessem as alterações para me entregarem novamente e

enviá-los para os locais de inscrição. Quatro alunos foram

escolhidos para participar do concurso da prefeitura de Salto e

outros treze alunos conseguiram passar para finalistas do concurso

da editora paulista. Resultados? Promissores. Em Salto não fomos

classificados, mas doze dos treze alunos inscritos no concurso da

Casa do Novo Autor Editora foram convidados a participar da

edição do livro “Letras da Paixão”, publicação que ocorreu ao final

do ano, entre os meses de novembro e dezembro de 2010. Após o

convite da editora, solicitei aos alunos a presença de seus pais para

poder explicar a eles como seriam os trâmites de publicação dos

poemas: o preenchimento dos contratos, o envio dos textos finais

para a editora, a cerimônia de entrega dos livros aos interessados e

as questões de autoria (ISBN e outros cadastros nos órgãos

literários). Os pais, em geral, ficaram bastante felizes com as

produções de seus filhos, mas alguns se admiraram com a

capacidade deles e passaram a reconhecê-los como produtores de

textos e mais do que isso, “enxergaram” seus filhos, porque alguns

ainda não acreditavam no potencial e na capacidade que tinham.

Houve dois casos a se comentar: a mãe de um de meus alunos

perguntou-me se ele realmente tivera a capacidade de escrever o

texto, se não o copiara, e eu lhe respondi que a produção era dele

mesmo, que ela acreditasse no garoto, que ele era muito mais

capaz do que ela poderia imaginar; o segundo caso foi o de uma

aluna, que me relatou que o pai brigara com ela quando pediu para

que fosse conversar comigo, ele foi o último pai a chegar para a

reunião, e, ao conversar com ele sobre o poema da filha,

perguntou-me onde o havia exposto para que pudesse lê-lo, e, no

dia seguinte, a aluna comentou que o pai gostara muito do texto e

estava feliz e reconhecia a capacidade dela. Poderia, então, me

considerar satisfeita ao final de 2010 com os resultados obtidos,

mas ainda teria surpresas maiores. Uma das alunas da 8a série B, a

Ingrid da Silva, participou do Concurso de Saúde Bucal fazendo um

jogo que conseguiu classificação pela Diretoria de Ensino de Santo

Page 201: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

200

Amaro e eu, como orientadora, também acabei sendo classificada.

Mas não foi somente isso, algo maior estava por vir. Meus meninos,

como acabei carinhosamente chamando-os depois de tantos anos

de convívio, escreveram mensagens para mim e algumas delas

foram lidas durante a formatura deles, que iniciou para eles uma

nova etapa: o Ensino Médio...

“Sempre tive amigos, mas alguns não serviam, como os da

6ª série. Eu estava indo para um caminho ruim, bagunçava, não

fazia nada, mas uma pessoa, que conheço há 4 anos me deu um

toque, me chamou a atenção. Depois daquele dia, eu pensei e

resolvi mudar, melhorei em tudo. Essa pessoa é uma das que eu

acredito e confio, é a professora Adenilza, uma pessoa que sabe

quando algo está certo ou errado, quando está na hora de parar, eu

a considero a melhor pessoa que conheci nesses últimos anos, não

tenho nada a reclamar dela, só tenho a agradecer, pois foi ela quem

me ensinou a conviver direito”. (Jean Paz Pereira Tavares – 8ªB)

AVALIAÇÃO E AUTOAVALIAÇÃO

Ao final de todo o projeto em 2010, percebi o quanto ensinei e o

quanto aprendi com os alunos que participaram de todo o

processo, porque apesar de apresentarem inicialmente dificuldades

para a leitura e a escrita, não eram somente eles que as

apresentavam, mas eu também superei obstáculos e os venci.

Barreiras foram ultrapassadas, como não saber a princípio

alfabetizar e me assustar, mas aceitar que precisaria aprender para

ensinar, e foi isso que fiz, não desisti em nenhum momento,

acreditei, mudei meus conceitos e hoje, em 2011, estou com novas

turmas de 8a série que acompanho há quatro anos, sempre

obtendo bons frutos, acreditando no potencial dos alunos,

chamando-os para o futuro, não deixando que nenhum deles se

perca pelo caminho.

Gostaria de relatar um caso que aconteceu nos quatro anos

iniciais do projeto. Uma aluna, quando iniciou a 5a série, era

bastante fechada e, ao longo dos quatro anos, foi se

transformando em uma garota bastante rebelde, era difícil de se

lidar e de aceitar regras, mas eu nunca desisti de conversar com

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201

ela, de orientá-la em sala de aula e fora dela também, e, ao final

do ano de 2010, ela me agradeceu porque fui uma das únicas

que acreditou em seu potencial e principalmente nunca desistiu

dela. Esta aluna também foi uma das que publicou seu poema no

livro “Letras da Paixão” e sempre vem me visitar.

Isso tudo me faz confiar que dá certo reconhecer o valor que

esses meninos têm e fazê-los chegar cada vez mais longe...

Alguns momentos a se lembrar nos quatro anos...

Page 203: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

202

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Aprendendo os Padrões da Linguagem Escrita – Projeto 77 Escolas. Coord. Maria

José Nóbrega. São Paulo, 2007 e 2008. Sebastião e Danilo, conto de Maurilo Andreas. Revista Nova Escola, nº 217, nov. 2008. Amplexo, conto de Marcelo Alencar. Revista Nova Escola, nº 209, jan./fev. 2008. Cadernos de Apoio e de Aprendizagem de Língua Portuguesa – 9º ano, volumes 1 e 2.

Secr. Municipal de Educação, Prefeitura de São Paulo e Fundação Padre Anchieta, 2010. Antologia poética Letras da Paixão. Casa do Novo Autor Editora, São Paulo, 2010. Concurso de Saúde Bucal – Manual do Professor. CROSP e Prefeitura de São Paulo –

Educação, 2010. Orientações Curriculares e Proposição de Expectativas de Aprendizagem para

o Ensino Fundamental: Ciclo II – Língua Portuguesa. São Paulo. SME. Referencial de Expectativas para o Desenvolvimento da Competência Leitora e

Escritora no Ciclo II do Ensino Fundamental. SME, São Paulo, 2006. Referencial de Expectativas para o Desenvolvimento da Competência Leitora e Escri-

tora no Ciclo II do Ensino Fundamental, 2006 – Língua Portuguesa. SME, São Paulo.

Adenilza Almeida Lira

Page 204: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

203

SARAU LITERÁRIO

Gestão CEU Alvarenga

Este trabalho visou promover o encontro e o intercâmbio entre

artistas de diversas linguagens que atuam na região,

proporcionando uma atividade cultural local com qualidade para o

público.

Objetivo:

Proporcionar aos professores e alunos das escolas do entorno um

estímulo para trabalhar diversos temas relacionados à literatura e à

expressão artística de maneira geral, sendo um espaço para

mostrar o trabalho desenvolvido nas escolas.

Desenvolvimento:

Encontro de artistas, das mais diversas linguagens e interessados

em artes e poesia, com apresentações curtas e declamações em um

clima descontraído.

Público Alvo: Jovens, adultos, famílias, alunos do horário noturno

das escolas do CEU e entorno artistas da região e interessados em

arte em geral. As atividades ocorreram no último sábado de cada

mês a partir das 19h00.

Histórico do Sarau CEU Alvarenga “Chá da Raquel”

O que é o SARAU? Sarau é uma reunião noturna de caráter

quase sempre lítero-musical. Há séculos, congrega pessoas de

sensibilidade. Os trovadores deliciavam a nobreza e o povo com

suas cantigas de amor e de amigo. Camões, renascentista,

encantava a corte portuguesa e os nossos românticos, com seus

poemas e modinhas, provocando suspiros nas casas e alvoroço nas

tavernas.

Page 205: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

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No CEU Alvarenga, os primeiros saraus objetivavam um

espaço que estimulasse os talentos locais. Levava o nome de “Chá

da Rachel” em homenagem à Rachel de Queiroz, escritora

brasileira, que é patrona da biblioteca deste CEU. Desde os

primeiros encontros organizados e mediados pela Coordenadora

Jhaíra Rodrigues , havia um diálogo entre a palavra falada e a

palavra cantada.

Em 2004, casamos o sarau com o projeto “450 encontros na

Paulicéia Desvairada: O Escritor nas bibliotecas”. Foi quando surgiu

a proposta de seguirmos uma dinâmica. O plano de ação era o

seguinte: abertura do Sarau Chá da Rachel numa homenagem à

Rachel de Queiroz. Depois, apresentação dos convidados e

recitações de alguns textos da escritora. Os primeiros participantes

foram professores e alunos de teatro e música do Núcleo de Ação

Cultural.

No encontro de outubro de 2005 foram apresentados mais

de cinqüenta poemas produzidos pelos alunos da EJA (Educação de

Jovens e Adultos), muitos deles, estimulados pelo Sarau, estavam

escrevendo pela primeira vez. O tema trabalhado na ocasião foi:

“Se eu fosse uma poesia”.

Em 2006, com o coordenador Jackson Matos, tivemos

grandes produções que acabaram desencadeando em uma

seqüência temática. Em maio, houve o Sarau Gótico, apresentando

músicas e danças medievais, com cenário, roupas e ritos celtas. A

relação da poesia gótica com o trovadorismo nos remeteu às

entoadas graves de Zé Ramalho. Em junho do mesmo ano,

rendemos uma homenagem a esse poeta, cantor e compositor.

Músicas, performances e recitações reproduziram o lirismo, o

misticismo e questões ideológicas do mesmo. A musicalidade e as

inquietações refletidas nas composições desse artista revelaram o

gosto do público pela MPB. Em julho de 2006, veio o Sarau

Tropicalismo, com textos e músicas efervescentes dos anos 60. As

pessoas presentes puderam vivenciar uma proposição da Lígia Clark

(uma espécie de teia feita com elásticos) e curtir a esquete do

grupo Toca Oca do Teatro Vocacional. A coreografia “Divino

Maravilhoso” de Douglas Godoi (grupo Art’ê) trouxe um brilho

Page 206: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

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especial para a noite. A passagem do “Sarau Tropicalismo” para o

“Sarau Latino-americano” (em agosto, daquele ano) veio como

consequência. A contiguidade sociocultural dos outros países

latino-americanos com a produção artística brasileira é clara e

indissolúvel, as manifestações ultrapassam as fronteiras porque

nossas cicatrizes são resquícios da mesma ferida.

O Sarau do CEU Alvarenga foi palco para encontro de

artistas que juntos foram escrever novas histórias.

O Sarau CEU Alvarenga foi solicitado, também, pela

Secretaria Municipal de Educação da Cidade de São Paulo para fazer

parte da programação cultural do VALEU PROFESSOR, nas edições:

2009 (Sarau Língua: textos de Camões a Caetano - na Casa Das

Rosas); Em 2010 (Sarau “Uma Rosa é uma Rosa” - Gertrude Stein)

na Casa Das Rosas; Em 2011 (Sarau Seresteiro – no Parque da Luz).

Além de fazer parte do Circuito de Saraus da Cidade de São Paulo.

Atualmente os saraus acontecem uma vez por mês, aos

sábados à noite. É frequentado por educadores, alunos, pais e

pessoas interessadas em artes, principalmente em literatura e

música. Os encontros são temáticos. A intenção é, a cada mês,

renovar conteúdos e abordagens, explorar diversas possibilidades

intertextuais e explorar novas dramaturgias. As leituras e releituras,

citações e recitações contemplam autores famosos e anônimos.

A linguagem é uma mistura de música, dança, teatro, cinema, artes

plásticas e multimeios. A produção é feita pelos coordenadores de

cultura com apoio de membros da comunidade (Agentes Culturais).

As representações teatrais, as execuções musicais,

cinematográficas ou coreográficas realizadas durante o sarau são

de caráter ilustrativo, poéticas, mecanismo sensibilizador para a

apreciação artística.

Todos artistas intérpretes ou executantes: atores, cantores,

músicos, bailarinos ou outras pessoas que representam um papel,

cantam, recitam, declamam, interpretam ou executam em qualquer

forma obras literárias, artísticas ou expressões do folclore – são

voluntários da comunidade e convidados.

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O NAC – Núcleo de Ação Cultural do CEU Alvarenga; tem o

intuito de promover a pluralidade cultural e estimular a criação e o

desenvolvimento cognitivo do nosso público, ao apresentar

manifestações populares e eruditas.

O sarau procura evidenciar a “palavra” e suas “ramificações

estéticas”, enaltecendo a língua portuguesa e a universalidade da

poesia. Portanto, desperta, no indivíduo, canais ideológicos que

enriquecem o coletivo cultural da cidade.

O sarau do CEU Alvarenga vem proporcionando formação

de um público sensível e espontâneo, propiciando o envolvimento

da comunidade local, assim como dos artistas da região,

possibilitando um diálogo agregador. Percebemos um

empoderamento cultural do público por meio da apropriação dos

espaços, participação em eventos, a descoberta das possibilidades

de fazer arte, o despertar do gosto pela leitura e pela prática da

escrita criativa e a revelação de novos escritores e agentes

multiplicadores do CEU.

Gestora: Regina D’Ipolitto de Oliveira Sciré

Núcleo de Ação cultural: Jackson Matos

Radi Oliveira

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207

CULTURA PARA A JUVENTUDE NEGRA

Com atividades culturais e socioeducativas, para os

moradores da região sul da cidade de São Paulo, o evento Cultura

para a Juventude Negra visa ampliar os espaços dedicados à

reflexão sobre a inserção dos afrodescendentes e da juventude em

diversas áreas sociais de atuação: cultura, educação, esportes,

entre outras. A proposta pedagógica – constante deste evento - foi

elaborada de modo a articular as ações realizadas com as

demandas da comunidade local, na qual nosso CEU está inserido. A

partir da institucionalização deste evento esperamos reconhecer e

valorizar a importância da diversidade étnico-cultural afro-brasileira

em nosso País, em nossa cidade e em nossa região, por meio da

formação técnico-cultural da nossa juventude, que produz e

consome cultura nas periferias.

Desde a sua inauguração, o CEU “Caminho do Mar”

promove ações visando atender às demandas de atividades

educacionais, culturais e esportivas apontadas, naturalmente, pela

comunidade e construir ações que integrem a população local,

estimulando a construção do senso de pertencimento para além da

educação formal.

O bairro do Jabaquara, no qual este CEU está localizado,

pode ser definido por suas ações progressistas, luta da comunidade,

e união do povo. Com sua importância cultural e histórica

reconhecida, abriga a Casa do Sítio da Ressaca e o Axé Ilê Obá,

ambos tombados pelo Patrimônio Histórico do Estado de São Paulo.

Possui ainda várias iniciativas culturais de matriz africana e afro-

brasileira. Localizado na zona sul de São Paulo, a 12 km do marco

zero da cidade, o extenso bairro caracteriza-se pelo seu contraste

populacional e desde a sua formação abrigou migrantes e

imigrantes japoneses, alemães, italianos e nordestinos. A cada ano,

a parceria entre a Secretaria Municipal de Educação e a Secretaria

Municipal de Participação e Parceria, promovia atividades alusivas à

temática afrodescendente, que aconteciam no mês de novembro.

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Nossa proposta - com a realização do referido evento - foi ampliar

os espaços dedicados à reflexão sobre a inserção dos

afrodescendentes, ampliando o tempo de sua abrangência,

tornando-o mensal e parte integrante de nosso Calendário Oficial

de Eventos.

Assim, desde março, firmamos parcerias com o poder

público, a Coordenadoria do Negro (CONE), a Agência de Cultura do

Estado de São Paulo, Instituições de notório conhecimento como a

UNEGRO - União de Negros pela Igualdade - e Instituições da região

do Jabaquara, com vistas a aproximar, ainda mais, a comunidade e

por fim, com as AME “Construindo Cidadania” e “Casa Leide das

Neves”.

Escolhemos o início no mês de março, por abrigar as

comemorações pelo Dia Internacional de Combate ao Racismo,

instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU). O objetivo é

lembrar o “Massacre de Shaperville”, ocorrido na África do Sul, em

1960, quando policiais mataram 69 (sessenta e nove) negros que

participavam de uma manifestação contra o apartheid (regime

segundo o qual a população de brancos detinha o poder e os

povos restantes eram obrigados a viver separadamente). No Brasil,

onde os negros representam mais da metade da população, o

racismo ainda é um fator divisor e em evidência. Ao longo desses

anos, o dia vinte e um de março tem sido marcado pela constante

luta de organizações de Direitos Humanos, em combate à

discriminação racial. As mobilizações realizadas em torno desta

data têm o propósito de fazer com que a sociedade reflita sobre a

importância do combate ao racismo, à xenofobia e a todas as

formas de intolerância.

Para vivenciar a data, dentro dos propósitos pedagógicos do

CEU, foram oferecidas 3(três) atividades: 1. Show com canções que

abordaram o universo feminino e temas raciais, contando com a

participação das cantoras Verônica Ferriani, Grazzi Brasil e Graça

Braga, que interpretaram canções; a atriz Zezé Motta declamou

poesias; 2. Relançamento - com distribuição gratuita - da Cartilha

Negro Cidadão, elaborada pela UNEGRO, ilustrada pelo renomado

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cartunista Maurício Pestana e reeditada pelo Gabinete da Deputada

Estadual Leci Brandão, como incentivo para população discutir a

cidadania e como estímulo à construção coletiva de uma

perspectiva cidadã; 3. Apresentação de manifestações culturais e

artísticas da região, como Break - com o grupo Aliens Break -,

exibição do curta metragem elaborado e protagonizado por

moradores do bairro, atendidos pelo Serviço de Assistência Social

às Famílias (SASF) da AME, intitulado “Maria que não vai com as

outras” e a apresentação do grupo Maracatu Ilê Alafia da ACM

“Leide das Neves”.

Nosso evento, Cultura para a Juventude Negra, encerrou o

mês de março oferecendo oficinas culturais de break, grafite,

capoeira, percussão e aula aberta de Inglês.

Dentro do eixo Educação, profissionais da área se reuniram

para debater o tema em uma Roda de Conversa, realizada na

Biblioteca do CEU, com relatos de práticas e propostas que tiveram

como embasamento o livro Menina Bonita de Laço de Fita, de Ana

Maria Machado. Este livro aborda questões da diversidade étnico –

cultural brasileira e apresenta situações para que as crianças se

apropriem de valores como respeito ao próximo e às diferenças,

mas principalmente, consegue elevar a auto estima do aluno negro.

Ideias foram socializadas e trocadas, contribuindo para a reflexão

sobre igualdade racial promovida desde a infância. Ao final, a

Professora Marta Leonor, da DRE- Santo Amaro, especializada em

contos africanos, brindou os presentes com lindas histórias sobre

cultura africana.

O evento Mãe Negra, realizado em maio, foi outro de nossos

focos, destacando o mês das mães e abordando o dia 13 de maio,

Dia da Abolição. O evento foi estruturado com a apresentação do

Coral Mix, seguida da palestra Mulheres negras na

contemporaneidade, que abordou o mercado de trabalho, saúde,

violência e as dificuldades das mulheres, em especial as negras,

com as palestrantes Rosa Anacleto e Flávia Costa, ambas da

UNEGRO. O evento também abriu espaço para a culinária, com

oficina e degustação do Caldinho das Pereirinhas, ministrada pelas

Page 211: COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

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cozinheiras da ACM. Este caldo é servido durante as festividades de

Carnaval na Instituição. Tivemos ainda, ao longo deste mês - a

produção de curta metragem, grafitagem e break, ministrados pelo

projeto Graffiti com Pipoca - responsável pelas artes gravadas nos

muros do CEU - desde a sua inauguração. Finalizando, com um

histórico de sucesso na década de 1970, o Baile Nostalgia,

focalizando a Black Music e o Samba-Rock, num trabalho de resgate

da musicalidade cultural negra.

As ações tiveram continuidade com o evento Agosto Negro,

semana dedicada à Roda de Debates, tendo como público

educadores, no geral, trazendo para o encontro dúvidas,

dificuldades e êxitos obtidos no ambiente escolar, levando-se em

consideração a Lei nº 10.639/08.

As atividades do Cultura para Juventude Negra finalizaram-

se no mês de novembro intensificando as ações, repetindo a

experiência do ano anterior, com o Sarau AfroCEU, mostra cultural

das atividades oferecidas dentro do Programa de Desenvolvimento

de Atividades no Contraturno Escolar, tais como percussão, dança

afro, artesanato, capoeira e maculelê, protagonizado pelos alunos

da EMEF “CEU Caminho do Mar”.

Reforçando a participação nas ações da comunidade -

cidadania posta em prática - mobilizamos os protagonistas

envolvidos ao longo ano para integrar a III Marcha da Consciência

Negra do Jabaquara, cujo objetivo é contribuir para a construção da

identidade racial, fortalecer as relações étnico-raciais, evidenciando

e valorizando a contribuição da cultura africana e afro-brasileira. A

participação na III Marcha concretizou as ações desenvolvidas, ao

longo do ano, em consonância com o Projeto Pedagógico de nossa

escola.

O CEU “Caminho do Mar”, desde 2008, tem apresentado o

potencial necessário para uma ação central na articulação entre –

de um lado, o poder público - e do outro, a comunidade, as

instituições e associações da sociedade civil e o sistema produtivo

local, num convite à construção de um Projeto Ético de Educação e

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Cidadania para todos. Assim, oferece espaço para reflexão sobre

ações afirmativas e de igualdade racial na sociedade brasileira, em

conformidade com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

/ Lei 9.394/1996, complementada pela Lei 10.639/2003.

Gestora: Kátia Maria Vergne Vicente

Coord. do Núcleo de Ação Educacional-NAE: Marineusa Medeiros

Coord. Projetos NA: Teresa Cristina dos Santos Martins

Coord. Projetos do Núcleo de Ação Cultural: Maria Claudia da Silva

Reis

Coord. de Projetos – NAC: Rodolfo Henrique Simões Morais