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1 CONGRESSO ALEF PARA PASTORES E LÍDERES 2014 A IGREJA E SUA MISSÃO TRANSFORMADORA 15-18 de Outubro, 2014 COMPÊNDIO DE REFLEXÕES SOBRE CONTEÚDO DO CONGRESSO Compilado e apresentado por: Arturo Meneses Villanueva Natal, Rio Grande do Norte, Janeiro 2015

Compêndio Igreja e Missão TransfomadoraOk

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Compêndio de reflexões no Congresso A IGREJA E SUA MISSÃO TRANSFORMADORA. Natal, RN, Outubro 2014.

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    CONGRESSO ALEF PARA PASTORES E LDERES 2014

    A IGREJA E SUA MISSO TRANSFORMADORA 15-18 de Outubro, 2014

    COMPNDIO DE REFLEXES SOBRE CONTEDO DO

    CONGRESSO

    Compilado e apresentado por: Arturo Meneses Villanueva

    Natal, Rio Grande do Norte, Janeiro 2015

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    SUMRIO

    INTRODUO E PREMISSAS BSICAS 3

    I. MARCO BIBLICO E CONCEITUAL DA MISSO TRANSFORMADORA 4 - 11

    II. ALGUNS INDICADORES DA MISSO TRANSFORMADORA 12 - 13

    III. ALGUNS DESAFIOS PARA VIABILIZAR A MISSO TRANSFORMADORA 13 - 14

    IV. CONCLUSES E SUGESTES PARA SEGUIMENTO DO PROCESSO 15 - 19

    V. TEMAS DE CONTEDO PLENRIAS, PAINIS E TRILHAS 20

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    INTRODUO E PREMISSAS BSICAS

    Este documento, no um ensaio teolgico, nem um tratado acadmico sobre o tema da Misso Transformadora que, todos sabemos, tem um espao

    importante na histria da Eclesiologia Missional na Amrica Latina.

    Na verdade, simplesmente uma tentativa para articular um compndio dos temas abordados durante o Congresso ALEF 2014 que aconteceu durante Outubro

    15-18 em Natal, R.N. Acho que seu valor, uma mistura de esperana e proatividade. Esperana, para que possa dar continuidade aos importantes temas do

    Congresso e facilitar que o evento, possa se tornar em um processo. Proatividade, porque foi uma tarefa ousada e difcil para tentar colocar num documento, o

    pensamento de pessoas to diversas, que participaram como facilitadores do Congresso. S foi possvel pela graa de Deus.

    Esperana tambm que o nosso soberano Deus, o verdadeiro dono e Criador da Misso Transformadora, possa guiar nosso caminho e nos empoderar pelo

    Esprito Santo para desenvolver uma misso transformadora, conforme a vida de Jesus Cristo, o nico modelo supremo da misso transformadora.

    Premissas bsicas para estudar o tema

    A articulao deste documento s foi possvel atravs do princpio de integrao na diversidade. Isso explicado pela participao de facilitadores de

    vrias nacionalidades (Brasil, Estados Unidos, frica, Peru); geraes teolgicas diversas (Incluindo protagonistas de Lausanne 1974, telogos de pensamento

    reformado, ativistas sociais da igreja pentecostal e pensadores da tendncia mais recente de Igreja Missional)

    O Congresso, embora tenha um nome sofisticado A igreja e sua misso transformadora, no necessariamente um evento para dar respostas. mais

    honesto dizer que este tipo de encontro, s levanta perguntas para provocar nossa reflexo e estudo. Nenhum ser humano dono absoluto da verdade.

    Somente encontraremos a verdade absoluta cultivando nossa espiritualidade para aprofundar nossa compreenso da misso de Deus e o papel da igreja.

    Pela mesma razo, natural que existam diferentes pontos de vista sobre o tema da misso transformadora. Precisamos lembrar que a verdade s vem da

    Bblia e no da perspectiva teolgica de um palestrante. preciso o discernimento do Esprito para construir nosso prprio paradigma de misso

    transformadora com alicerce bblico contextualizado

    O Congresso no foi sistematizado como uma perspectiva integral e integrada de conceitos e paradigmas sobre a misso transformadora. O desafio nosso

    examinar as coisas e reter o que bom. O que oferecemos neste compndio so ideias para facilitar essa reflexo.

    Em outras palavras, este documento no um fim em si mesmo. um convite ao estudo dos temas do Congresso, reviso dos vdeos disponveis sobre o

    seu contedo e bibliografia de referncia que mencionada no captulo de concluses e sugestes.

    Finalmente, para tentar transcender o evento e fazer realidade um processo de impacto da misso transformadora na igreja da nossa cidade, nosso

    estado e nosso pas, indispensvel reafirmar nossa f na graa soberana de Deus (o dono da misso); avivar o fogo do poder do Esprito Santo que mora

    em ns (o empoderador da misso) e vivenciar a proposta encarnacional de Jesus Cristo, o modelo por excelncia da misso transformadora.

    Que nossa orao seja como a orao de Jesus ao Pai:

    Santifica-os na verdade; a tua palavra a verdade. Assim como me enviaste ao mundo, eu os enviei ao mundo. Em favor deles eu me santifico, para que

    tambm eles sejam santificados pela verdade (Joo 17: 17-19)

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    I. MARCO BIBLICO E CONCEITUAL DA MISSO TRANSFORMADORA

    Dentro deste tema, vrios conhecidos telogos, praticantes e ativistas sociais, compartilharam suas perspectivas sobre o conceito da Misso (ver

    lista de participantes . Algumas mais inspirativas baseadas na Bblia e narrativas do modelo de Jesus; outras, mais teolgicas e bem sistematizadas.

    O compndio a continuao tenta resgatar os pontos de vista diferentes, convidando aos leitores a repassar em orao para procurar o esprito

    de sabedoria e revelao de Deus. Examinando tudo, retendo o que bom. Tudo seja somente para a glria de Deus!

    1. PRIMEIRA PERSPECTIVA: MATEUS 16: 13-19 (Verso ARC) DESTRUIR AS PORTAS DO INFERNO

    E, chegando Jesus s partes de Cesaria de Filipe, interrogou os seus discpulos, dizendo: Quem dizem os homens ser o Filho do Homem? E eles disseram: Uns, Joo Batista; outros, Elias, e outros, Jeremias ou um dos profetas. Disse-lhes ele: E vs, quem dizeis que eu

    sou? E Simo Pedro, respondendo, disse: Tu s o Cristo, o Filho do Deus vivo. E Jesus, respondendo, disse-lhe: Bem-aventurado s tu, Simo Barjonas, porque no foi carne e sangue quem te revelou, mas meu Pai, que est nos cus. Pois tambm eu te digo que tu s

    Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno no prevalecero contra ela. E eu te darei as chaves do Reino dos cus, e tudo o que ligares na terra ser ligado nos cus, e tudo o que desligares na terra ser desligado nos cus.

    Neste texto, a igreja mencionada na Bblia pela primeira vez com uma funo especfica.

    O texto tem uma verdade explcita a qual o resultado de uma conversa de Jesus e seus discpulos.

    O texto ilustra o que acontece at o dia de hoje. A percepo do povo sobre Jesus nem sempre a verdade. Saber quem Jesus, uma

    revelao que s pode vir do Pai.

    A igreja, a congregao de todas as pessoas que sabem e confessam quem Jesus : O Cristo, como Pedro falou. A base da igreja essa

    convico mesmo.

    A resposta de Pedro foi perfeita. Jesus o ungido, o Messias; Aquele que Deus preparou para libertar Israel.

    A misso da igreja s ser acabada quando todo joelho se ajoelhar e toda lngua confessar que Jesus Cristo o Senhor

    Segundo esse texto, a misso da igreja que homens e mulheres que tem a convico dessa revelao profunda de que Jesus Deus, vo

    atacar o inferno e ele no vai resistir a fora dessa unidade, dessa comunidade.

    A misso integral, porque vamos atacar o inferno por todas as portas. A porta da misria, a porta da violncia, a porta da indiferena

    espiritual, a porta do analfabetismo, a porta da opresso e outras.

    Ns somos a garantia de que o inferno est derrotado. Isso aconteceu desde a cruz.

    A misso transformadora no sinnimo de ativismo. Ela precisa se acompanhar de disciplinas espirituais. Por exemplo, atacamos o inferno

    com orao como instrumento missiolgico. Tambm praticamos outras disciplinas espirituais.

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    Perguntas para reflexo:

    a. Que outras portas do inferno vamos derrubar com a misso transformadora em nosso contexto?

    b. Quais so outras disciplinas espirituais que acompanham a misso transformadora para que ela seja mais eficaz?

    2. SEGUNDA PERSPECTIVA: MARCOS 1: 14-22 (NVI) PESCADORES DE PESSOAS

    Depois que Joo foi preso, Jesus foi para a Galilia, proclamando as boas novas de Deus. O tempo chegado", dizia ele. "O Reino

    de Deus est prximo. Arrependam-se e creiam nas boas novas! Andando beira do mar da Galilia, Jesus viu Simo e seu irmo

    Andr lanando redes ao mar, pois eram pescadores. E disse Jesus: "Sigam-me, e eu os farei pescadores de homens. No mesmo

    instante eles deixaram as suas redes e o seguiram. Indo um pouco mais adiante, viu num barco Tiago, filho de Zebedeu, e Joo, seu

    irmo, preparando as suas redes. Logo os chamou, e eles o seguiram, deixando Zebedeu, seu pai, com os empregados no barco.

    Eles foram para Cafarnaum e, assim que chegou o sbado, Jesus entrou na sinagoga e comeou a ensinar. Todos ficavam

    maravilhados com o seu ensino, porque lhes ensinava como algum que tem autoridade e no como os mestres da lei

    Marcos foi o primeiro Evangelho escrito na Bblia e o primeiro livro onde usada a palavra Evangelho (as boas novas de Deus)

    A passagem fala para ns hoje no sculo XXI, lembrando que o ministrio de Jesus comeou num momento particular da histria e que Ele,

    continua sendo o modelo para a misso.

    Parte central deste texto so as caratersticas do perfil de Jesus, como modelo da misso transformadora em forma abrangente:

    Caminhando, pregando, ensinando, orando, curando, Adorando.

    Novamente, claro no ministrio de Jesus que sua misso acompanhada da espiritualidade com disciplinas como orao, adorao,

    servio e intimidade com o Pai. Ou seja, em contato com as pessoas e em comunho intima com Deus o Pai.

    Jesus veio para servir e no para ser servido. Tudo o que Ele fez, foi em cumprimento da vontade de Deus e no poder do Esprito Santo.

    O Reino de Deus est prximo. Essa a boa notcia do Evangelho. O Reino de Deus, no um lugar geogrfico. Jesus ensina a orar que

    venha o teu reino. Seja feita a tua vontade. Que frase paralela. O Reino de Deus est onde est a vontade de Deus

    A igreja no deve ser um centro de entretenimento, onde pregado o que as pessoas gostam de escutar. A igreja um grupo de pessoas

    que esto dispostas a fazer a vontade de Deus

    Jesus deu um mandamento e uma promessa. Sigam-me e vou fazer de vocs pescadores de homens.

    Os pescadores de peixes, pescam peixes vivos que logo morrem. Os pescadores de homens, pescam homens mortos em pecado que

    possam viver pelo poder do Evangelho do Reino.

    Cristo nos chama para fazer de ns, algo que no somos e nem podemos sonhar que vamos ser: Sigam-me e vo ser pescadores de homens.

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    A nossa misso ento, sermos pescadores de homens. Ganhar pessoas o qual sinal de sabedoria que comea com o temor de Deus. Isso

    baseado na proposta de Jesus: Arrependam-se e creiam no Evangelho.

    A converso um milagre de Deus. O que nos corresponde pregar e ensinar. O Esprito Santo que traz a convico para a converso. A

    Bblia um meio. O Salvador Jesus Cristo.

    Perguntas para reflexo:

    a. De que maneira o ministrio transformador da sua igreja parecido ao modelo de Jesus? Como sua igreja est em contato com o povo? Quais

    disciplinas espirituais acompanham a misso?

    b. Qual o significado do Reino de Deus para o ministrio transformador da sua igreja?

    3. TERCEIRA PERSPECTIVA: MATEUS 5: 13-16 (NVI) LUZ DO MUNDO E SAL DA TERRA

    Vocs so o sal da terra. Mas se o sal perder o seu sabor, como restaur-lo? No servir para nada, exceto para ser jogado fora e pisado pelos homens. Vocs so a luz do mundo. No se pode esconder uma cidade construda sobre um monte. E, tambm, ningum acende uma candeia e a coloca debaixo de uma vasilha. Pelo contrrio, coloca-a no lugar

    apropriado, e assim ilumina a todos os que esto na casa. Assim brilhe a luz de vocs diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocs, que est nos cus".

    O tema abordado a partir deste texto foi uma a misso da igreja sem adjetivos. Isso quer dizer: misso e de Deus. No precisa

    acrescentar adjetivos.

    Nossa tarefa missionria sermos cooperadores de Deus, em Cristo.

    Neste texto de referncia Jesus faz declaraes sobre o que a igreja : Sal e Luz. Se no presta, a verdade, no serve para nada.

    O sal um fator influenciador e preservador. A luz tem senso de direo e orientao

    Quando aplicarmos igreja estes fatores de: Influncia, Preservao, Direo e orientao, j temos muita coisa a fazer como parte da

    misso transformadora.

    Ou seja: uma igreja que influencia, mas no influenciada; igreja que marca pelo que ela ; igreja que preserva quando ela chega; igreja

    que brilha, no importa o contexto onde ela est, orientando e indicando o caminho certo.

    O texto demonstra que absolutamente impossvel desligar a obra missionria da pessoa de Jesus Cristo. Ele o modelo da misso.

    Uma misso transformadora biblicamente saudvel, precisa integrar o trip: Jesus, a Igreja e a Palavra de Deus.

    A igreja precisa lembrar que no existe a misso transformadora sem a Palavra de Deus. E no existe obra social que transforme, se

    Cristo no est ai.

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    Uma igreja comprometida com a misso transformadora, tem as seguintes caratersticas:

    i. Presena. A igreja notada pela sua presena. Se no percebida, no presta para nada. No s presena geogrfica mas igreja permeando

    o mundo. Cristos so como pequenos Cristos Essa a expresso original do nome cristo.

    ii. Proclamao: No festa, ou show de rock. As pessoas ficam quando a Palavra transforma o seu corao. A pregao da Palavra fiel, estava

    presente no ministrio de Jesus. As decises erradas so por no conhecer a Bblia. S somos aptos para proclamar, pela Palavra.

    iii. Persuaso: Talvez o aspecto em que somos mais fracos. Precisamos como o Apostolo Pedro diz Aprender a dar razo da esperana dentro

    de ns

    iv. Poder: Eu no me envergonho do Evangelho porque poder de Deus. Deus d a seu povo poder para pregar esse PODER.

    As nossas obras so consequncia de nosso relacionamento com Deus e no se torna misso transformadora sem esse relacionamento

    que consequente com uma espiritualidade bblica.

    Perguntas para reflexo:

    a. De que maneira, voc como cristo ou sua igreja como Comunidade de f desenvolvem um ministrio que : Influncia, Preservao, Direo e

    orientao? Anote exemplos e desafios.

    b. Realize uma auto avaliao de seu ministrio transformador, considerando as caratersticas de: Presena, Proclamao, Persuaso e Poder. Quais so

    suas maiores fortalezas? Quais so seus desafios para integrar estas caratersticas no seu ministrio?

    4. QUARTA PERSPECTIVA: EFSIOS 3:10; SALMOS 33: 10-13; MATEUS 28: 19-20 (NVI) DISCIPULADO DAS NAES A inteno dessa graa era que agora, mediante a igreja, a multiforme sabedoria de Deus se tornasse conhecida dos poderes e

    autoridades nas regies celestiais..... O Senhor desfaz os planos das naes e frustra os propsitos dos povos. Mas os planos

    do Senhor permanecem para sempre, os propsitos do seu corao, por todas as geraes. Como feliz a nao que tem o

    Senhor como Deus, o povo que ele escolheu para lhe pertencer! Dos cus olha o Senhor e v toda a humanidade..... Portanto, vo e faam discpulos de todas as naes, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Esprito Santo. Ensinando-os a obedecer

    a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre com vocs, at o fim dos tempos

    O tema central foi focado numa misso transformadora que tem a ver com igrejas comprometidas com o discipulado de

    comunidades e naes. Esse paradigma, encaixa melhor com a proposta da igreja missional.

    Na experincia da Angola, na frica, por exemplo, a igreja trabalha atravs de 2400 grupos pequenos que se renem pela

    cidade. Ao mesmo tempo, atendem na comunidade 300 crianas rfs.

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    A igreja tem um papel na transformao da sociedade. As pessoas so enviadas como parte do plano de Deus para o mundo.

    Que a sua multiforme sabedoria, se torne conhecida pelos poderes existentes (Efsios 3:10)

    Uma igreja transformadora, sabe que o alvo a grande comisso, focada no discipulado das naes. Discipulado das naes,

    significa substituir esses sistemas malignos sob os quais o mundo est operando, obedecendo todas as cosas que Jesus tem

    mandado para ns (Mateus 28:19)

    A estratgia antiga de plantar igrejas em todas partes, foi substituda pela viso de discipular naes. Isso consequente

    com o mandato de Deus desde Genesis para sermos mordomos da criao para fazer do mundo um lugar melhor.

    O Salmo 33, fala com autoridade que Deus desfaz os planos das naes e frustra os propsitos dos povos. S os planos do

    Senhor permanecem para sempre. Feliz a nao que tem ao Senhor como Deus. Esse texto reafirma a importncia de uma

    igreja que impacta as naes; chamando a ateno delas para que a cultura, a poltica e a nao toda, seja levada para as

    intenes de Deus. No atravs do Governo, ONGs ou outros poderes. o chamado do povo de Deus. O mundo est

    perdido sem a igreja. Ela a esperana do mundo.

    A cosmoviso evanglica tradicional (gnosticismo evanglico) uma dicotomia que separa o sagrado e o secular. Uma

    percepo que os temas das naes como poltica, artes, desenvolvimento social e outros, no tem nada a ver com Deus. Isso

    foi um erro histrico do dualismo grego que criou um Deus dos Domingos um contexto meramente religioso; embora, no

    transformador

    A cosmoviso bblica mais integral e abrangente. Ela no acredita em dicotomias e integra o sagrado com o secular. Tem

    um interesse nos temas espirituais, integrando-os aos temas da realidade contextual comunitrio. Em forma grfica,

    precisamos uma transio de gnosticismo evanglico a cosmoviso bblica (Coram Deu, diante de Deus), que em forma

    grfica se observa assim:

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    Foi com essa viso que Jesus e os discpulos, mudaram o mundo. essa perspectiva de compaixo que ajudar ao mundo a

    acreditar que a Igreja do Deus vivo, coluna e fundamento da verdade (1 Timteo 3:15)

    Perguntas para reflexo:

    a. Quais as marcas e sinais do dualismo grego sobre a Igreja brasileira e suas consequncias sobre nossa missiologia?

    b. Quais so os desafios da sua igreja ou ministrio para uma proposta de discipulado baseada na cosmoviso bblica, que integra os

    desafios do contexto comunitrio, como parte da misso transformadora?

    5. QUINTA PERSPECTIVA: MARCOS 15: 1-18 (NVI) MISSO TRANSFORMADORA, RELIGIO E SOCIEDADE

    De manh bem cedo, os chefes dos sacerdotes com os lderes religiosos, os mestres da lei e todo o Sindrio chegaram a uma deciso.

    Amarrando Jesus, levaram-no e o entregaram a Pilatos. Voc o rei dos judeus? perguntou Pilatos. "Tu o dizes", respondeu Jesus. Os

    chefes dos sacerdotes o acusavam de muitas coisas. Ento Pilatos lhe perguntou novamente: Voc no vai responder? Veja de quantas

    coisas o esto acusando. Mas Jesus no respondeu nada, e Pilatos ficou impressionado. Por ocasio da festa, era costume soltar um

    prisioneiro que o povo pedisse. Um homem chamado Barrabs estava na priso com os rebeldes que haviam cometido assassinato

    durante uma rebelio. A multido chegou e pediu a Pilatos que lhe fizesse o que costumava fazer. Vocs querem que eu lhes solte o rei

    dos judeus?, perguntou Pilatos, sabendo que fora por inveja que os chefes dos sacerdotes lhe haviam entregado Jesus. Mas os chefes

    dos sacerdotes incitaram a multido a pedir que Pilatos, ao contrrio, soltasse Barrabs. Ento, que farei com aquele a quem vocs

    chamam rei dos judeus? ", perguntou-lhes Pilatos. Crucifica-o, gritaram eles. Por qu? Que crime ele cometeu?, perguntou Pilatos. Mas

    eles gritavam ainda mais: Crucifica-o! Desejando agradar a multido, Pilatos soltou-lhes Barrabs, mandou aoitar Jesus e o entregou

    para ser crucificado. Os soldados levaram Jesus para dentro do palcio, isto , ao Pretrio e reuniram toda a tropa. Vestiram-no com

    um manto de prpura, depois fizeram uma coroa de espinhos e a colocaram nele. E comearam a saud-lo: "Salve, rei dos judeus! "

    O tema tem a ver com a misso transformadora, no meio de um contexto social ameaador, como se ilustra no texto bblico

    quando os representantes do poder poltico e da religio, mataram Jesus, o enviado de Deus para a redeno do mundo.

    O texto bblico, ajuda a entender a misso da igreja luz do que a Bblia fala sobre o funcionamento de toda e qualquer

    sociedade.

    Os desafios principais para a vida da igreja tem a ver com uma realidade socialmente construda. Foras que se opem a vida e

    que a tornam quase invivel. Tudo isso, ilustrado no texto bblico em que Jesus entregado pela religio para a autoridade

    pblica que, finalmente vai provocar sua morte.

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    Com Jesus, eles tinham acusaes de natureza religiosa (tu s o rei dos Judeus?) com questes de natureza poltica. Coisa muito

    grave naquela poca.

    O que essa passagem tem a ver com misso integral?

    i. Observamos princpios que regem a vida em sociedade em que as instituies que tem papel de viabilizar a vida em sociedade, se

    tornam ameaantes e fazem todo o oposto.

    ii. uma radiografia impressionante da vida do planeta. Uma expresso extrema de batalha espiritual para a misso transformadora

    que vem de Deus.

    iii. A passagem ensina que o maior inimigo do Evangelho no aquele intelectual. O maior inimigo chama-se de religio que se torna

    cmplice de um sistema de justia criminal capaz de legitimar os maiores absurdos. Neste caso bblico, condenar ao justo.

    iv. Ento, falar de misso integral falar de uma igreja comprometida que tem que salvar o mundo da religio

    Isso vai significar uma igreja cheia do poder do Esprito Santo, envolvida numa pregao expositiva bblica, acompanhada de uma

    espiritualidade encarnacional; que vivencia o modelo de misso de Jesus Cristo e constri credibilidade no meio dos desafios

    sociais, polticos e religiosos do seu contexto.

    Perguntas para reflexo:

    a. Por que voc acha que a religio, pode ser o maior inimigo da misso transformadora?

    b. Qual pode ser o testemunho encarnacional mais poderoso da sua igreja e ministrio para construir credibilidade no meio de seu contexto social, como

    cooperador da misso de Deus e no como religio?

    6. OUTRAS PERSPECTIVAS DIVERSAS DO MARCO BBLICO E CONCEITUAL DA MISSO TRANSFORMADORA

    Para acrescentar ao que j foi mencionado, a base bblica teolgica da misso transformadora pode ser resumida como: O povo de

    Deus que chamado e enviado. Para sermos sal da terra, luz do mundo, Embaixadores de Cristo para a Reconciliao (2 Corntios 5:20);

    fazer discpulos, praticar a justia, sendo praticantes e no somente ouvintes da Palavra de Deus(Tiago 1:22)

    A misso de Deus; a igreja tem misses ou seja, iniciativas vinculadas a reconciliar todas as coisas com Deus.

    Um marco terico da misso, que no pode se ignorar o documento conhecido como Pacto de Lausanne a partir do Congresso que

    aconteceu 40 anos atrs em 1974. O telogo lder da articulao do Pacto John Stott, popularizou a frase Evangelizao e Ao Social

    so inseparveis como as duas asas de um avio Isso foi uma resposta ao confronto histrico entre os fundamentalistas com a proposta

    de a misso somente ganhar almas com os do Evangelho social mais focados no fato de que A f sem obras, morta

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    Porm, importante lembrar que mandato bblico alm dos pactos ou documentos histricos, que a igreja deve se envolver

    completamente na misso de Deus. Fomos criados para glorificar a Deus (Efsios 1:12)

    Alguns autores posteriores ao Pacto de Lausanne e John Stott como seu discpulo Chris Wright, acrescentaram outras perspectivas ao

    conceito de misso integral, no ficando somente com as dimenses de Evangelizao e Ao Social (ver sugesto de livro de Chris

    Wright no captulo final)

    A frase resultando de Lausanne 1974: O Evangelho todo, para o homem todo, para todos os homens ajudou a introduzir o conceito

    de Misso Integral que se popularizou, principalmente na Amrica Latina.

    Durante o Congresso de Lausanne III no ano 2010 em Cidade do Cabo, frica do Sul, 36 anos aps Lausanne I, aconteceram algumas

    mudanas importantes como: Incorporar a frase Amamos a Misso de Deus, no se focar mais em ao social (a frase no aparece

    nenhuma vez no documento) e principalmente, um convite para sermos todos missionrios O Evangelho todo, para todas as pessoas,

    por toda a igreja

    Segundo outro dos facilitadores, o conceito de misso tem variado atravs dos sculos. Existem pelo menos 6 paradigmas diferentes

    segundo o telogo Sidney Roy.

    Para responder a pergunta: Que o que Deus espera da sua igreja? Foi sugerido pensar nas funes permanentes da igreja como povo

    de Deus, desde Ado at a Comunidade trinitria no livro dos Atos dos Apstolos. Algumas dessas funes so:

    i. Adorao e louvor. Desde o tabernculo no livro de xodo at o livro de Apocalipse.

    ii. Comunho. A funo koinnica de amizade e fraternidade

    iii. Proclamar o Evangelho de Jesus Cristo. Tanto na dimenso soteriolgica (salvao) como no compromisso de fazer discpulos que vo se

    tornar missionrios.

    iv. Servio. Conforme ao modelo de Jesus Cristo que veio para servir e no para ser servido

    v. Funo Proftica. Atravs de proclamar a justia e ser a portadora de esperana.

    vi. Funo de Mordomia. Administrar o que Deus tem nos proporcionado, para que a obra realizada no cenrio do mundo, seja para a sua glria.

    vii. A funo ecumnica. Que permite destacar o elemento missionrio e o elemento da unidade entre diferentes expresses da igreja, como

    indicado na orao de Jesus em Joo 17. Tudo, para a glria de Deus!

    Pergunta de reflexo: Que outras perspectivas bblicas, conceituais e teolgicas acrescentaria a sua compreenso da Misso Transformadora?

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    II. ALGUNS INDICADORES DA MISSO TRANSFORMADORA

    Alguns destes indicadores, foram intencionalmente apresentados durante um dos paneis durante o Congresso. Outros, foram compilados das

    plenrias, trilhas e reflexes dos participantes. O leitor vai notar que o uso da palavra indicadores no rigorosamente tcnico. As vezes vai

    ser mais uma boa prtica, um sinal que indica que alguma coisa concreta pode ser identificada no campo da Misso Transformadora. O resumo

    destes indicadores o seguinte:

    No podemos separar o tema da Misso Transformadora com o tema da Espiritualidade e a liderana. A misso o mandato de Deus; a

    Espiritualidade o empoderador e a liderana baseada no modelo de Jesus, facilita a operacionalizao dessa misso. Como disse um dos

    facilitadores vemos a Jesus na Bblia pregando, curando, consolando, servindo e orando ao Pai.

    A misso transformadora precisa integrar a dimenso da Ortodoxia (doutrina), com a Ortopraxia (prtica). Porque como diria John Stott

    Compromisso sem reflexo, fanatismo em ao; reflexo sem compromisso, paralisia de toda ao

    A misso transformadora operacionalizada por lderes fieis. Dispostos para ir, pregar, demonstrar as boas novas do Reino de Deus, numa

    forma mais abrangente que a salvao individual

    A misso transformadora totalmente trinitria: de Deus e pertence a Deus. Ele nos convida para ser seus cooperadores (1 Corntios 3:9;

    2 Corntios 6:1); O Esprito Santo nos empodera para sermos testemunhas (Atos 1:8) e Jesus o modelo da misso. Nosso chamado como

    discpulos imitar ao nosso Mestre Jesus.

    Numa pesquisa realizada por um dos facilitadores no Brasil, foram identificados sete fatores essenciais para a misso transformadora: 1) A

    viso pastoral; 2) Orao; 3) o Esprito Santo; 4) Equipe de mobilizadores de misso; 5) Treinamento de liderana; 6) Comunicao; e 7)

    Conferencia Missionria. Novamente notamos a integrao da trade: Misso, liderana e espiritualidade.

    Tambm foram identificadas as sete melhores prticas nas experincias de misso no Brasil: 1) Descobrir o DNA missional; 2) Pesquisar a

    Comunidade; 3) Visitar outras igrejas; 4) Comear com projeto pequeno; 5) Dar tempo ao processo; 6) Manter transparncia financeira e 7)

    Formar uma associao.

    preciso a prtica de uma teologia compromissada com a Evangelizao, com a ao social e tambm com a espiritualidade integral.

    Sempre tendo uma viso holstica do ser humano, que o sujeito da misso transformadora.

    Uma igreja que foca sua misso no Modelo de Jesus, com todo o carisma e amor do Evangelho. Que se identifica com o mundo, sem perder

    sua identidade crist. Que convive com as pessoas com quem Deus se preocupa e tem uma compreenso integral focada na justia e a paz,

    conhecendo as necessidades das pessoas e comprometida com a vontade de Deus.

  • 13

    Uma igreja que assume identidade bblica integral. Ou seja, um cristianismo encarnado. A sua maneira de agir, suas palavras, carter e forma

    de relacionamento consequente com o modelo de Jesus Cristo. (Cristologia)

    Uma cristologia prtica que integra a dimenso de Jesus como Salvador e Jesus como Senhor.

    Direcionar um crescimento integral, onde a qualidade da sua espiritualidade e a integralidade e fidelidade da igreja na sua misso de servio,

    so consequentes com o propsito de Deus.

    Uma espiritualidade que manifesta a presena do Esprito Santo atravs de: Amar, servir, se preocupar pelas pessoas como Jesus fez

    (Pneumatologia)

    Outros indicadores relevantes, baseados na experincia de outro dos facilitadores so:

    i. Uma igreja humanamente santa. Santidade do dia a dia, vivida em nossa humanidade

    ii. Igreja humildemente serva

    iii. Igreja radicalmente simples

    III. ALGUNS DESAFIOS PARA VIABILIZAR A MISSO TRANSFORMADORA

    Alguns destes desafios, foram intencionalmente apresentados durante um dos paneis durante o Congresso. Outros, foram compilados das

    plenrias, trilhas e reflexes dos participantes.

    Foi identificado na pesquisa de um dos facilitadores, que os pastores e lderes, no sabem como se engajar na Misso Integral. por isso

    que precisamos de recursos Cristocntricos e contextualizados para ajudar a igreja a fazer uma transio prtica de um foco interno, para

    ser uma famlia de f, dedicada a servir como cooperadores de Deus para a transformao.

    tambm necessrio desenvolver um entendimento comum dos fatores e prticas essenciais para se engajar na misso integral no

    contexto brasileiro desde uma perspectiva inteiramente bblica. Ainda acontece, como foi perguntado na reflexo de um Painel, que seja

    por ignorncia, m inteno ou superficialidade, que alguns setores da igreja confundem a proposta da Misso Integral, com uma ideologia

    Marxista. Aparentemente, existe um vazio de um paradigma claramente articulado, testado pelas boas prticas, centralidade bblica e

    trinitria, que vai alm de qualquer ideologia.

    Um dos facilitadores foi radical ao afirmar que existe uma crise de credibilidade da igreja frente a mdia e tambm com a autoridade

    pblica. Ele acredita que devido a que poucas pessoas da igreja, se levantam para denunciar temas de direitos humanos, corrupo e

    injustia.

    Interessante a ilustrao deste facilitador Por que os que dizem que participam nos protestos para ser voz dos que no tem voz

    representam mais aos socilogos que aos pastores Ele acrescentou: Acho que os ativistas da Misso Integral, esto indo muito devagar.

    No tenho visto nenhum deles nas protestas das ruas

  • 14

    Os lderes da igreja precisam ser formados em gesto de influncia nas polticas pblicas. O facilitador tambm citou frases da atual

    presidente do Brasil: Os pastores s me procuram para a concesso para rdio ou terrenos para igreja

    Citando uma frase histrica de Getulio Vargas, este mesmo facilitador falou: Ser possvel que existam lderes na igreja crist que

    procurem os presidentes para facilitar aes e polticas pblicas para o bem do Brasil?

    Cuidado com o Cristianismo introvertido ou secularizado. Existe risco de substituir o verdadeiro cristianismo simplesmente com aes

    humanitrias. O certo, um foco na adorao e foco no servio.

    O risco de fazer aes s para escapar da monotonia e ser influenciados pelas tendncias. Por exemplo, adotar a misso integral ou

    transformadora como parte de um pacote. importante aprofundar o estudo da igreja missional.

    No procurar crescimento da igreja como um fim em si mesmo ou produto da inteligncia humana. Focar-se nos desafios de essncia da

    misso transformadora e no os detalhes de forma.

    Um foco no Reino de Deus a partir da Bblia pura. Um impacto sobre a totalidade da vida. Isso vai alm do Pacto de Lausanne, declarao

    doutrinal de f ou outro documento. Isso a vontade de Deus revelada na sua Palavra.

    S podemos entender e praticar evangelizao se conseguimos entender a realidade do Reino de Deus.

    Tirar o foco de adentro, a igreja mesma (idios) para um foco para fora o prximo, a comunidade, o mundo. Isso o que facilitador

    chamou de desidiotizao da igreja. Ou seja, tirar o idios da igreja e abraar o foco comunitrio, o bem do prximo.

    Resgatar o conceito de profecia. Denunciar o sistema que seja contrrio ao Reino de Deus.

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    IV. CONCLUSES E SUGESTES PARA SEGUIMENTO DO PROCESSO

    1. A grande quantidade de perspectivas, ideias e paradigmas que foram apresentadas no Congresso, como falamos nas premissas iniciais, so

    somente uma provocao para encorajar a cada lder de igreja ou ministrio cristo, para definir seu prprio processo interno para

    desenvolver uma proposta que seja vivel no contexto atual. Sugerimos os passos seguintes:

    Estudar o material do Congresso, respondendo s perguntas que foram includas em cada seo

    Acessar os vdeos do Congresso no canal da ALEF no youtube.com

    Orar pelo discernimento e direo de Deus e identificar aquelas reas que so o desafio principal para desenvolvimento de uma proposta de

    misso transformadora

    Construir uma equipe gestora de misso transformadora para trabalhar a articulao e monitoramento da proposta.

    Procurar recursos adicionais como os livros que so sugeridos ao final deste captulo

    Construir parcerias de cooperao mtuo com outros colegas de ministrio que esto tambm considerando desenvolver propostas de misso

    transformadora

    Estabelecer um processo continuo de aprendizagem e formao de liderana.

    2. claro nas diferentes reflexes apresentadas pelos facilitadores nas plenrias, paneis, trilhas e seminrios durante o Congresso, que o

    desafio da Misso Transformadora, no isolado de outros temas e processos que viabilizam a misso e que tambm tem alicerce bblico.

    Por essa razo, vamos apresentar sugestes especficas agrupadas em categorias como: Planejamento Estratgico, Liderana e Igreja

    Missional, Espiritualidade Integral, Pregao Expositiva, Identidade integral e outras.

    3. Planejamento Estratgico. Sugere que a igreja adote um processo de planejamento estratgico, que facilita o desenvolvimento de uma

    proposta de misso transformadora. Os elementos a considerar, so os seguintes:

    Qual a nossa misso? Que viso temos do futuro? Quais so nossos princpios

    Quais so nossos valores? Qual a nossa abrangncia

    Precisamos tambm lembrar que no existe dicotomia sobre o tema de planejamento e espiritualidade. A Bblia tem muitas referncias

    de sabedoria sobre planejamento. Por exemplo:

    a) O processo de construir uma torre (Lucas 14:28); b) Pensar no que fazer para que os planos deem certo (Provrbios 5:26 NTLH); c) Planejar com cuidado

    (Provrbios 21:5 NTLH); d) Planos que fracassam por falta de conselho e planos bem sucedidos quando h muitos conselheiros (Provrbios 15:22)

  • 16

    4. Liderana e Misso Transformadora. necessrio integrar uma proposta de desenvolvimento de liderana que transformissional

    (transformadora e missional), com um paradigma das seguintes caratersticas:

    Liderana um estilo de vida, alicerado na compreenso e envolvimento na Misso Divina (missio Dei) como revelada na Escritura

    Liderana empoderada pelos dons do Esprito Santo em ns. Ou seja, integrada com espiritualidade.

    Liderana significa influenciar eficazmente aos outros, para que sejamos cooperadores de Deus e sujeitos de seu plano de redeno integral a nvel

    pessoal, comunitrio e ambiental

    Liderana inspirada pelo modelo supremo de ministrio de Jesus Cristo e est centrada nos valores do Reino de Deus.

    A liderana transformissional, inclui pelo menos os seguintes paradigmas:

    Liderana integrada com misso e espiritualidade, fora de qualquer reducionismo

    Liderana no somente ortodoxia; principalmente, ortopraxia e precisa definir prticas especficas e exemplares do lder

    O principal desafio da liderana transformissional, no a administrao do tempo. a Mordomia da Vida que significa: Administrao responsvel

    dos recursos internos e externos que temos recebido de Deus em nosso entorno para um processo de transformao plena e a participao

    comprometida na construo conjunta de uma sociedade integralmente sustentvel, com valores de qualidade de vida fsica, social, mental,

    ecolgica e espiritual para todos os habitantes do planeta, conforme os propsitos soberanos de Deus para a sua criao

    Liderana transformissional, focada no ser, crescer e transcender. Ou seja, ela vai alm do mero ativismo relacionado a: existir, controlar, ter,

    fazer e lograr. Por isso, necessita um currculo de aprendizagem continua, com temas como os seguintes:

  • 17

    Em Atos 11: 19-30, encontramos fundamentos que podem desenvolver e efetivar uma liderana missional eficaz e comprometida com o que

    Deus tem chamado a sua igreja para realizar. Eles so: a) Intencionalidade na misso; b) Viso da graa; c) Carter espiritual; d) Trabalho em

    equipe: e) Compromisso com o ensino das Escrituras; f) Compromisso glocal (palavra criada para agir localmente mas que tem uma viso

    global do reino de Deus) e integral. Ou seja, a igreja uma expresso da vida de seus lderes. Por isso, ns lderes, temos que ter uma vida que

    seja a expresso da vida de Jesus Cristo.

    5. Espiritualidade Integral: Sem os valores da espiritualidade crist, seria ilusrio continuar falando do servio como qualidade fundamental

    da liderana. Este tipo de espiritualidade, significa: A prtica de uma vida congruente com a vontade de Deus, empoderada pelo

    Esprito Santo que mora em ns; inspirada pelo chamado de seguir integralmente a Jesus Cristo, fieis a seu exemplo supremo de misso

    para a nossa transformao e do mundo em que vivemos Esta espiritualidade implica um processo de formao espiritual que : Um

    processo permanente por meio do qual ficamos dispostos diante da ao do Esprito Santo para que nosso carcter seja configurado ao

    carcter de Jesus Cristo (Glatas 4:9); nossa maneira de viver no se conforma com os padres do mundo (Romanos 12:2) e nossa ao,

    possa ser exemplo de servio como agentes de transformao, cooperadores da Misso de Deus, centrados nos valores do seu Reino (1

    Corntios 3:5-9).

    A espiritualidade integral, se expressa na vida do lder, atravs da prtica de trs tipos de disciplinas espirituais, resumidas na tabela

    seguinte:

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    6. Integrar a pregao Expositiva e Misso Transformadora.

    No podemos separar a pregao expositiva de uma espiritualidade encarnacional. Isso significa, que a igreja vive o que prega e

    prega o que vive. Somente assim podemos posicionar a misso com credibilidade.

    Precisamos de uma igreja com o poder do Esprito Santo, comprometida para influenciar a sociedade. Que tenha a Bblia numa

    mo e o jornal na outra. Ou seja, ensinar as pessoas a ter esprito pblico. Reavaliar nossa relao com a autoridade pblica para

    construir credibilidade. Pilatos, que representa o poder pblico, no pode ficar sozinho, precisa ser vigiado pela igreja.

    Integrar a pregao expositiva a misso transformadora, implica pelo menos as seguintes caratersticas: i. No permitir que suas preocupaes sociais o tornem um pregador monotemtico, no proclamando todo o conselho de Deus. Pregar sobre

    livros inteiros da Bblia

    ii. difcil ouvir pregador que no est na rua. Com sapatos que no tem a lama da favela. Pregador que no tem contato com o mundo real.

    iii. impossvel que a pregao expositiva no seja proftica. Ressaltar aquele aspecto da verdade que a congregao est precisando ouvir.

    Seguindo o modelo ministerial de Jesus. Ele teve contato com aqueles que gritam e no so ouvidos.

    iv. Que as Escrituras sejam de absoluta relevncia para a interpretao da histria

    v. Ser ministro, ativista social sustentado pela igreja que no depende de verba pblica para viver; ou seja, completa independncia.

    vi. Acompanhado de orao e disciplinas espirituais de intimidade com Deus, de onde vem a viso. Somente assim vamos mostrar a relevncia

    de nossa f.

    vii. Quando voc est no plpito anunciando a mensagem de um Salvador preocupado pela vida do pobre. Que passou a maior parte do seu

    tempo dedicando-se a ele. E a congregao no tem contato com essa realidade, voc perde autoridade.

    7. Identidade Integral da Igreja. A igreja precisa reafirmar sua identidade e papel na misso de Deus: Ela o agente da misso de Deus, pelo

    poder do Esprito Santo; Essa misso, muito mais do que um departamento ou comisso. Toda a igreja e a igreja toda, serve com as

    mos, os ps, a boca e o corao de Deus no mundo, todo dia da semana. por isso que a igreja precisa de uma equipe que mobiliza

    todos os seus membros para cumprir o propsito de Deus para nossas vidas e para nossa igreja.

    8. Outra sugesto importante para o seguimento e a proposta de grupos pequenos. A importncia de quebrar alguns paradigmas que

    existem na igreja, principalmente quanto a diferena entre princpios e forma. Os princpios so eternos e imutveis, mas a forma como os

    trabalhos so realizados, sempre que necessrio, devem ser renovados. Para a implantao de pequenos grupos, preciso tambm,

    dentro de nossas igrejas construir uma viso celular na igreja, para que a igreja trabalhe de maneira equilibrada tanto nos cultos quanto

    nos trabalhos nos lares. E por ltimo, trabalhar junto aos pequenos grupos como devem ser implantados e como eles podem ser agentes

    de transformao nos locais e cidades onde eles se encontram."

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    9. Finalmente, para integrar um processo de seguimento dos temas estudados, tomar em conta alguns livros que foram mencionados pelos

    facilitadores ou que so conhecidos no contexto brasileiro e internacional, para aprofundar o estudo dos temas. Alguns exemplos so:

    Sobre a Misso Transformadora Sobre Espiritualidade Integral Sobre Liderana Missional Sobre Planejamento Estratgico

    Misso Transformadora David Bosch.

    Guia Prtico de Misso Integral. Jorge Henrique Barro.

    Misso Integral. O Reino de Deus e a igreja. Ren Padilla.

    A Misso do Povo de Deus. Uma teologia Bblica da misso da igreja. Chris Wright. (Sequncia do primeiro livro A misso de Deus

    A igreja missional na Bblia. Michael W. Goheen.

    Celebrao da Disciplina. Richard Foster

    Clssicos Devocionais. Richard Foster e James B. Smith

    O maravilhoso e bom Deus; A maravilhosa e boa vida; A Maravilhosa e boa Comunidade. Coleo de trs livros de James Bryant Smith. Renovare Brasil.

    Jornada de Formao Espiritual. Um guia prtico para os grupos de Formao Espiritual. Eduardo Rosa Pedreira e James B. Smith

    A Bblia da Liderana Crist. John Maxwell.

    O Desafio da Liderana. James Kouzes e Barry Posner.

    O homem em busca de Sentido. Viktor Frankl.

    A Pedagogia de Jesus. J. M Price

    Alm da Utopia. Harold Segura

    O Estilo de liderana de Jesus. Michael Yussef.

    Coaching Transformissional. Steve Ogne e Tim Roehl. (S disponvel em Ingls)

    Gesto Estratgica. Eliezer Arantes da Costa.

    Mapas Estratgicos. Robert S. Kaplan e David P. Norton

    Asceno e queda do Planejamento Estratgico. Henry Mintzberg

    Instrumento de auto avaliao para ONGs. Fundao Peter Drucker (S disponvel em Ingls)

    Planejamento Estratgico para Igrejas. Josu Campanh.

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    V. TEMAS DE CONTEDO PLENRIAS, PANEIS E TRILHAS

    S como uma referncia para ter ideia do contedo global abordado no Congresso, vamos transcrever a continuao os temas, facilitadores e

    diferentes momentos durante o perodo de 15 a 18 de Outubro 2014. Se incluem somente, aqueles momentos de reflexo sobre os quais

    tivemos acesso aos materiais apresentados, embora sabemos que outros temas foram apresentados e no tivemos acesso ao contedo nem

    avaliao. Como antes foi dito, este compndio foi articulado a partir dos vdeos gravados ou pelo material escrito fornecido por alguns dos

    facilitadores.

    PLENRIAS:

    1. Ariovaldo Ramos, Brasil : Igreja, Agente de Transformao

    2. Pedro Arana, Peru: Igreja local, da teoria prtica da Misso Integral

    3. Stephen Langa, Uganda, frica: Igreja local, transformao atravs do discipulado

    4. Antnio Carlos Costa, Brasil: Igreja como voz proftica a favor da Justia

    5. Sergio Lyra, Brasil: A misso da Igreja a Misso de Deus. Luz do Mundo, Sal da Terra.

    PAINIS:

    1. Pedro Arana, Sergio Lyra e Anne Borquist: Eclesiologia da Misso Integral

    2. Jos Marcos, Tiago Nogueira e Joo Costa: Desafios e indicadores para a Misso Transformadora

    TRILHAS E SEMINRIOS:

    1. Anne e Bruce Borquist, Estados Unidos: Como mobilizar sua igreja para uma identidade integral.

    2. Wilson Costa, Brasil: Planejamento Estratgico para a Misso Transformadora

    3. Joo Costa, Brasil: Plantao de Igrejas Missionais. Como igrejas missionais, contribuem para a misso transformadora.

    4. Arturo Meneses, El Salvador: Paradigmas de liderana para a Misso Transformadora

    5. Tiago Nogueira, Brasil: Grupos pequenos para a misso transformadora.

    6. Antnio Carlos Costa, Brasil: Pregao expositiva desde a perspectiva da misso transformadora