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7/28/2019 Complemento EIA RIMA
1/91
So Lus-MA
2012
Complemento do EIA-RIMA referente
instalao e operao da unidade de
beneficiamento do calcrio marinho na
rea do Distrito Industrial em So Lus -
MA.
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SUMRIO
INTRODUO ...................................................................... 4
1. LOCALIZAO, DIAGNSTICO AMBIENTAL E
ZONEAMENTO ..................................................................... 5
1.1. rea Tot al do Terreno .............. ................ ............. 5
1.2. rea Ocupada Pelo Empreendimento ....................... 5
1.3. Localizao Geogrfica do Empreendimento............. 6
1.4. Diagnst ico Ambiental ................ ................. ......... 9
1.4.1. Caracterizao Hidrogeolgica ................ ............. 22
1.4.2. Caracterizao dos solos ................ ................ ..... 36
1.4.3. Caracterizao de declividade; potencial de recarga
e uso e cobertura da terra zoneamento da regio ... 41
1.4.4. Localizao do Empreendimento em relao s
Unidades de Conservao .................................... 42
1.4.5. Localizao da rea em relao ao mapa de bacias
hidrogrficas ..................................................... 45
1.4.6. Localizao da rea em relao ao plano diretor de
ordenamento territorial ............... ................ ........ 49
2. CARACTERIZAO DO EMPREENDIMENTO ............... 53
2.1. Fase do Empreendimento ................ ................ ..... 53
2.2. Matrias-Primas Utilizadas no Processo ................. 53
2.3. Processos Operacionai s ............... ................ ........ 54
2.4. Fluxograma do processo de beneficiamento .......... 56
2.5. Equipamentos Utilizados ..................................... 61
2.6. Abastecimento de gua ............... ................ ........ 61
2.7. Esgotamento Sanitrio ........................................ 61
2.8. rea de Abastecimento de Combustveis e
Lubrifi cao de Veculos .............. ................ ........ 66
2.9. Quadro de Funcionrios ...................................... 66
2.10. Resduos e efluentes gerados em cada etapa do
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empreendimento ................................................ 67
2.11. Resduos Slidos ................................................ 74
2.12. Projeto detalhado do sistema de tratamento do
material particulado ........................................... 79
3. EQUIPAMENTOS DE PROTEO INDIVIDUAL
(EPI`S) ................................................................................ 82
4. CONCLUSO ...................................................................... 84
5. EQUIPE TCNICA .............................................................. 85
6. REFERNCIAS .................................................................... 86
ANEXOS .............................................................................. 90
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INTRODUO
O presente documento visa complementar o EIA-RIMA da
BIOMAR MINERAO LTDA apresentando os estudos ambientais
do empreendimento de instalao e operao da Unidade de
Beneficiamento do sedimento marinho a ser localizada numa
rea do Distrito Industrial de So Lus/MA. Foram analisadas as
caractersticas e condies atuais dos ecossistemas locais, os
impactos diversos que podem ocorrer sobre os mesmos e
indicadas as medidas corretivas que possibilitem minimiz-los.
Os estudos e levantamentos realizados e sintetizados
neste documento, sobre o meio fsico, bitico, e
socioeconmico da rea de influncia do projeto da Unidade de
Beneficiamento, bem como a avaliao e identificao dos
impactos e a sua mitigao, sugerem que os efeitos ambientais
provocados pelo empreendimento so mitigveis atravs da
adoo de medidas de controle a serem incorporadas pela
empresa.
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1. LOCALIZAO, DIAGNSTICO AMBIENTAL E ZONEAMENTO
1.1. rea Total do Terreno
O terreno aonde o empreendimento vai se instalar possui
uma rea total de 280.000 m2 (Figura 1 e Anexo I).
Figura 1- Poligonal do terreno da Usina s margens da BR-135.
Observar o limite leste BR 135 e o limite oeste CFN.
1.2. rea Ocupada Pelo Empreendimento
O empreendimento ocupar uma rea de 58.178 m 2
conforme projeto arquitetnico (Figura 2 e Anexo II).
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Figura 2
Projeto arquitetnico da rea da usina.
1.3. Localizao Geogrfica do Empreendimento
O empreendimento tem localizao privilegiada, situan do-
se margem da rodovia federal BR-135 na zona Industrial,
Municpio de So Lus MA, na poro Sudoeste da Ilha do
Maranho, prximo s localidades Porto Grande (distante
aproximadamente 5,36 km a Sudoeste) e Vila Maranho
(aproximadamente 1,82 km a Norte-Noroeste), conforme se
pode notar na Figura 3 e Figura 4 (Anexo III e IV
respectivamente).
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Figura 3- Localizao e situao geogrfica do local da Unidade de
Beneficiamento de Calcrio, na poro Sudoeste da Ilha do Maranho.
Fonte: Adaptado de Google Earth (2009).
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Figura 4 - Situao geogrfica do local da Unidade de Beneficiamento
de Calcrio, na poro Sudoeste da Ilha do Maranho. Fonte: Carta DSG Folha SA-23.Z-A-V.
A parcela frontal da rea, no sentido leste, fica s
margens da BR-135 e a parcela de fundo, no sentido oeste,
margeia a ferrovia da CFN Companhia Ferroviria do Nordeste
(Figura 5 e Anexo V).
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Figura 5 - Localizao e situao geogrfica do local da Unidade de
Beneficiamento de Calcrio, na poro Sudoeste da Ilha do Maranho.
Observar o limite leste BR 135 e o l imite oeste CFN. Fonte:
Adaptado de Google Earth (2009).
1.4. Diagnstico Ambiental
Para fins de diagnstico e futuro monitoramento
ambiental do local da Unidade de Beneficiamento de Calcrio da
empresa BIOMAR, convm destacar, segundo Bastos e Almeida
(2000, p.85), as reas de influncia direta e indireta do
empreendimento. Estas por seu turno correspondem ao raio deatuao de possveis danos ambientais aos meios fsico,
ecolgico e/ou socioeconmico de certa regio. Os itens a
seguir demonstram os recortes espaciais dessas reas de
influncia, indicando sua abrangncia e justificativa que
concorreu para a sua delimitao.
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rea de Influncia Direta - AID
A rea de Influncia Direta- AID do Empreendimento
representada pelo prprio local da Unidade de Beneficiamento
de Calcrio da BIOMAR. Apresenta uma rea de
aproximadamente 280.000 m2, conforme demonstrado na Figura
6 e Anexo VI. Esse espao corresponde, igualmente, rea
Diretamente Afetada (ADA) do Empreendimento.
Figura 6 - Localizao da rea de Influncia Direta- AID do local da
Unidade de Beneficiamento de Calcrio. Fonte: Adaptado de Google
Earth (2009).
rea de Influncia Indireta- AII
A rea de Influncia Indireta (AII) do Empreendimento
representada por um polgono irregular que tem como limites:
Ao Norte, a localidade Vila Maranho;
Ao Sul, o Canal do Rio dos Cachorros;
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A Leste e a Norte, o regio do Maracan e entorno
imediato, caracterizada enquanto limite da rea
de Preservao Ambiental - APA de Maracan;
A Oeste, a regio de Porto Grande.
A Figura 7 e Anexo VII apresenta, espacialmente, a
disposio da AII do Empreendimento. Os critrios adotados
para a presente definio territorial so:
a) Dinmica climtica regional;
b) Presena de interferncias antropognicas associadas
em curso;
c) Semelhanas entre as paisagens e coberturas vegetais
dominantes, que indicam fluxos de biodiversidade da
avifauna local e, pr-parte, impedimento dos fluxos
gnicos de outros grupos de animais por entre
fragmentos de matas secundrias ainda existentes, bem
como limitam os avanos de espcies vegetais nativas.
Figura 7 - rea de Influncia Indireta - AII do local da Unidade de
Beneficiamento de Calcrio, na poro Sudoeste da Ilha do Maranho.
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nos ltimos 80 (oitenta) anos na Cidade de So Lus, ao menos
em termos pluviomtricos anuais totais, aspecto este
considerado o mais importante nesse tipo de taxonomia
climatolgica.
O Municpio de So Lus ( lato sensu) e a rea do
empreendimento (stricto sensu) sofrem influncias
climatolgicas diretas da Zona de Convergncia Intertropical
(ZCIT). Esta, por seu turno, uma macrorregio atmosfrica
formada na regio prxima ao Equador Geogrfico, ou seja, em
espaos de baixas latitudes, onde h o encontro dos ventos
alsios de Nordeste e de Sudeste. As massas de ar originrias
nessa macrorregio so geralmente midas e/ou supermidas e
so as principais responsveis pelas dinmicas pluviomtricas
de todo o Norte Maranhense, como tambm nas AID e AII do
Empreendimento Usina de Beneficiamento de Calcrio da
BIOMAR.
Precipitao Pluviomtrica
Conforme afirmado anteriormente, o ritmo de chuvas da
Capital Maranhense apresenta as suas maiores concentraes
entre janeiro e junho, com picos chuvosos maximizados entre
maro e abril. Os meses seguintes (maio e junho) apresentam
declnio de precipitaes at que haja, em julho, a configurao
da estiagem, caracterizada por 06 (seis) meses bastante secos,
com precipitaes mensais que chegam a menos de 5,0 mm.
As precipitaes mdias anuais em So Lus variam de
1.600 mm (mnimo medido at hoje) e 2.400 mm (mximo das
medies das sries histricas). Analiticamente, as chuvas so
fatores indispensveis e necessrios para a disperso de
poluentes, tendo em vista que, fsica e quimicamente,
produzem a depurao atmosfrica, removendo concentraes
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diversificadas de impurezas suspensas na Troposfera (camada
atmosfrica onde todas as atividades humanas de uso e
ocupao so desenvolvidas).
Segundo o INMET (2010), a precipitao total anual mdia
de So Lus (e, por conseguinte nas AID e AII do
Empreendimento Usina de Beneficiamento de Calcrio da
BIOMAR, no Distrito Industrial de So Lus, localidade Porto
Grande) de cerca de 2.203,10 mm. O Grfico 1 apresenta a
distribuio mensal mdia das precipitaes nesse espao total
no perodo de 19 anos, ou seja, de 1990 a 2009. Embora esses
dados no contemplem uma srie histrica completa para o
estabelecimento ou recaracterizao de tipologia climtica, pois
deveria abranger as medidas anuas de precipitao de um
perodo de 30 35 anos, elas j indicam, segundo Monteiro
(2003), a normal climatolgica2 da regio de So Lus (MA) e,
por conseguinte, da poro espacial Sudoeste da Ilha do
Maranho, nas AID e AII do Empreendimento Usina de
Beneficiamento de Calcrio da BIOMAR.
2Normal climatolgica um conceito relacionado ao estabelecimento de
mdio prazo (entre 15 e 25 anos) dos principais ritmos das dinmicasatmosfricas locais e/ou regionais, a partir de observaes dosacumulados mdios de precipitao e de temperaturas mdias.
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Grfico 1- Distribuio mensal mdia das precipitaes nesse espao
total no perodo de 1990 a 2009.
Analisado o grfico anterior, pode-se observar que a
tendncia constante de precipitaes para um dficit histrico
de mdio prazo na distribuio das chuvas na segunda metade
do ano. Isso implica, logicamente, no aumento do calor e do
efeito de sensao trmica na Capital Maranhense, conforme
ser retratado em item subsequente.
A concentrao das guas pluviais na primeira metade do
ano proporciona o reabastecimento dos corpos hdricos
superficiais e dos armazenamentos de gua subsuperficiais, apartir das reas de recarga de aqufero (que sero mais bem
descritas no item relacionado Hidrogeologia).
Ainda sobre as dinmicas das chuvas regionais e locais,
elas so orientadas preferencialmente em dois sentidos: chuvas
de Nordeste e/ou chuvas de Sudeste. As direes Leste e
Nordeste so tipologias direcionais de chuvas mais atuantes,
pois como esto condicionadas ZCIT (conforme jmencionado), e a dinmica dessa zona de instabilidades
212,7
303,5
405,8
448,9
346,2
159,9
128,3
34,5 16,4 8,9
64,3 73,7
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
500
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
PRECIPITAES(mm)
MESES DO ANO
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climatolgicas que determina, segundo as caractersticas
meteorolgicas instantneas da rea, qual ser a sua direo.
Como os padres de ventos podem flutuar numa amplitude
direcional de NE a SE, em mdia 3 ou 4 vezes por minuto no
perodo chuvosos, isso condicionar afirmativa de que cada
chuva tem a sua prpria direo e seus prprios condicionantes
atmosfricos caractersticos.
As chuvas de Noroeste, Oeste e Sudoeste, embora
rarssimas em So Lus (MA) e nas AID e AII do Empreendimento
Usina de Beneficiamento de Calcrio da BIOMAR, pois acontecem
em mdia uma ou duas vezes a cada 05 anos, geralmente so
rpidas e trazem consigo grande possibilidade de alagamentos
e fluxos erosivos superficiais, por conseguinte. Portanto, a
drenagem do compartimento trreo do empreendimento deve
ser muito bem realizada, prevendo essas excepcionalidades
meteorolgicas.
Temperatura, Umidade e Presso Atmosfrica
Segundo Ayoade (2001), a temperatura, depois da
precipitao, o elemento meteorolgico e climatolgico mais
discutido. A temperatura definida pelo grau de agitao das
molculas, de modo que quanto mais agitadas elas estiverem,
maior ser o calor. Para Mendona e Danni-Oliveira (2007, p.
49), temperatura do ar [...] a medida do calor sensvel nele
armazenado, sendo comumente dada em graus Celsius ou
Fahrenheit e medida por termmetros [...].
A influncia dos ventos alsios de Nordeste e da
circulao local contm, em mdia, 79,4% de umidade relativa
do ar, que, associado grande quantidade de nebulosidade
durante o ano todo, faz com que a temperatura em grande parte
da Costa Maranhense, bem como do nas AID e AII do
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Empreendimento Usina de Beneficiamento de Calcrio da
BIOMAR, seja minimizada.
Segundo Maranho (2003), a temperatura mdia histrica
das mximas no perodo chuvoso para So Lus de 30C. J
durante a estiagem, as mdias das mximas chegam a 31C.
Isso demonstra certa proximidade entre mdias das mximas, o
que indica temperaturas elevadas durante todo o ano. Porm, a
mdia anual de temperatura para os ltimos 19 anos (1990 a
2009) de 26,5C. O grfico 2 apresenta as mdias de
temperaturas para esse perodo.
Grfico 2 - Distribuio mensal mdia das temperaturas em So Lus
(MA) no perodo de 1990 a 2009. Fonte: INMET (2010).
Comparando estes dois grficos pode-se inferir
logicamente que os meses de maior incidncia de altas
temperaturas so os mesmos associados s baixas precipitaes
hdricas.
A variao da temperatura o Sistema Climtico Urbano
(SCU), segundo Monteiro (2003), acontece pela atuao de um
ou mais dos fenmenos espaciais citados a seguir:
26,2 26,3 25,9 26,0 26,1 26,2 26,1 26,2
27,3 27,427,127,2
20,0
21,0
22,0
23,0
24,0
25,0
26,0
27,0
28,0
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
TEMPERATURASMDIAS(C)
MESES DO ANO
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Variaes da insolao diria, atravs da mudana
de posio do Sol durante o dia;
Presena de chuvas ou prximo ocorrncia de
precipitaes;
Incidncia de ventos sobre a rea (para maiores
contextualizaes locais e regionais, o Grfico 3
apresenta a Rosa dos Ventos do Aeroporto de So
Lus, referncia para esse tipo de estudo);
Presena de atividades humanas, pois quanto
maiores espacialmente a distribuio e frequncia
de intervenes induzidas no meio, maiores sero as
temperaturas medidas;
Proximidade de reas verdes, como bosques e/ou
florestas.
Grfico 3 - Rosa dos Ventos do Aeroporto Cunha Machado, em So Lus
(MA), cujas medidas so a principal referncia desse tipo de
condicionante meteorolgica para a Ilha e, por conseguinte, para as
AID e AII do Empreendimento Usina de Beneficiamento de Calcrio da
BIOMAR. Fonte: PETROBRS (2009).
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No caso especfico da AID do Empreendimento Usina de
Beneficiamento de Calcrio da BIOMAR, existem importantes
reguladores trmicos prximos, quais sejam:
Proximidade de um corpo hdrico de propores
locais considerveis, ou seja, a Baa de So Marcos;
Proximidade de ecossistema de manguezais
associados Baa de So Marcos.
Ambos componentes do espao total local so
responsveis pela regulao climatolgica de temperaturasmdias de curto, mdio e longos prazos. Os demais micro-
corpos hdricos locais e/ou reas com coberturas de gramneas
e/ou com matas de sucesso ecolgica (capoeiras em diversos
estgios de regenerao) no possuem fora substancial para o
controle da dinmica atmosfrica indutora de mudanas para a
mitigao dos efeitos das temperaturas atmosfricas locais.
No que tange umidade atmosfrica, o local doempreendimento e o municpio em que se encontra esto
contidos em rea com teor elevado de umidade durante todo o
ano. A mdia anual, que de 81%, superada continuamente
entre os meses de janeiro e junho, quando do desenvolvimento
do perodo chuvoso. O trimestre mais mido maro, abril e
maio, correspondentes aos maiores ndices pluviomtricos
anuais. Os meses mais secos correspondem a setembro,outubro e novembro, os quais so os de menores ndices
pluviomtricos (INMET, 2010).
Ademais, mesmo durante os meses de maior aquecimento
e auge da estao seca (segundo semestre), raramente a
umidade atmosfrica cai para valores inferiores a 50%,
enquanto que, durante a estao chuvosa, os valores
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Figura 8 - Mapa Geolgico da rea.
Grupo Barreiras (ENb) So sedimentos continentais que
aparecem amplamente distribudos em toda a rea de estudo,
constitudos por depsitos areno-argilosos, pouco
consolidados, vermelhos, algumas vezes slticos com
intercalao de caulim.
Caracteriza-se por uma estrutura sedimentar macia de
geometria lenticular e originado por processos de trao,
envolvendo fluxo de detritos, em contexto de eventos de
peneplanizao mecnica concentrando o saldo detrtico mais
grosso e pesado que estava em trnsito para os t alvegues.
O Grupo Barreiras na rea pode fcies conglomertica
formada por canga latertica.
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1.4.1. Caracterizao Hidrogeolgica
1.4.1.1. Aspectos da Hidrogeologia Regional
A investigao hidrogeolgica consiste na reunio de
informaes confiveis que levem compreenso de como se
desenvolve a acumulao e circulao da gua no meio
subterrneo. Essa aproximao denominada modelo
conceitual, e engloba uma descrio quantificada de feies quecaracterizam o meio fsico, onde se destaca o papel da
geomorfologia e do arranjo geolgico no controle dos
fenmenos hidrogeolgicos, e as propriedades hidrulicas que
governam as condies de recarga e descarga e direo do
fluxo subterrneo.
Nesse contexto a abordagem sobre o arranjo geolgico
contempla a descrio sucinta das caractersticas litolgicas dasunidades cronoestratigrficas ocorrente no espao regional da
ilha, adicionando a essa informao o paleoambiente provvel
de deposio, e as formas de relevo presentes no espao mais
restrito da rea sob investigao.
O meio ambiente subterrneo da Ilha de So Lus
caracterstico de deposio sedimentar em ambiente estuarino,
com grande variao textural na razo areia/argila contida em
seus sedimentos e rochas sedimentares. Estes materiais so
distribudos do Cretceo ao Holoceno, e so estudados dentro
do quadro estratigrfico da Bacia Costeira de So Lus.
A serie estratigrfica descrita entre o Holoceno e o
Cretceo, nessa ordem, pode assim ser sintetizada:
Em superfcie, e principalmente nas depressestopogrficas, cordes litorneos e esturios, se acumularam
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depsitos atuais (Quaternrios), de origem fluvio-marinha,
constitudos por areias, siltes e argilas;
Sob esses materiais, ou na condio de aflorantes em
superfcie, ocorrem rochas sedimentares friveis, cuja colorao
varia do vermelho ao amarelo, ou branco, onde a frao areia
fina a mdia dominante, mas com significativa presena de
silte e argila. Entre as camadas arenosas intercalam-se nveis
argilosos e conglomerados laterticos. Estes depsitos
formariam uma espessa plancie fluvial costeira, com at 100
metros de espessura, cujo espessamento aumentaria de norte
para sul, e de oeste para leste. Essa sequncia constitui a
Formao Barreiras, datada do Tercirio (Paleogeno-Neogeno);
Sob a sequncia terciria, em contato discordante
geralmente demarcado por camada de calcrio, ou por uma
sucesso de camadas argilosas cinza-esverdeada, ocorrem
materiais arenosos avermelhados, cuja granulometria mdia a
grosseira, com matriz argilosa, com predominncia de caulinita,e intercalaes de siltito argiloso. O acamamento geralmente
exibe boa estratificao plano-paralela. A sequncia descrita
corresponderia a uma plancie aluvionar, na qual as camadas
arenosas representariam paleo-canais, enquanto os nveis
argilosos e siltosos representariam os planos de i nundao.
Conforme se descreve, so esperadas variaes
litolgicas pronunciadas, tanto na vertical comohorizontalmente, influindo na ocorrncia de camadas aquferas
mltiplas nessa sequncia. A profundidade das camadas
arenosas varia entre 70 a 170 metros, com espessuras de 30 a
40 metros. Tais camadas no apresentam, entretanto,
homogeneidade vertical, sendo intercaladas com camadas
argilosas. Essa sequncia caracteriza a Formao Itapecuru,
datada do Cretceo Superior (Cenomaniano).
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A uma profundidade superior a dos poos tubulares
destinados captao de gua subterrnea, sob contato
discordante erosivo somente atingido pelos poos
estratigrficos construdos pela PETROBRAS no continente, e
com apoio de perfilagem geofsica para auxiliar na identificao
litolgica, jazem arenitos e siltitos com cimentao carbo ntica,
ricos em sulfetos (pirita), e gipsita, atribudos Formao
Cod, datada do Cretceo Inferior.
1.4.1.2. Relaes entre Litologia e Formas de Relevo na
rea.
Com base na anlise de perfis de sondagens (poos
tubulares de abastecimento de gua) e na observao de cortes
de estradas e da prpria superfcie, forma identificados os
seguintes tipos litolgicos na rea do empreendimento: arenitos
quartzosos, de granulometria fina a mdia, com colorao
branca, acinzentado e rseo; arenitos macios, argilosos, de
colorao rseo-avermelhada; ndulos e blocos de concrees
ferruginosos; areias quartzosas inconsolidadas.
Da superfcie at a profundidade de 50 metros, em
mdia, tem-se o predomnio de arenitos quartzosos,
inconsolidados, com matriz argilosa incipiente, constituindo a
fcies areno-argilosa do Tercirio. Estes materiais constituem o
corpo das colinas da regio, resultantes de processos erosivos
que fracionaram o grande tabuleiro costeiro ao longo do tempo.
Os planos e rampas, onde se localizam zonas midas e
inmeras nascentes so aluvies arenosos, de onde provm a
areia intensamente explorada na regio.
As formas de relevo em escala local so vertentes
(encostas), colinas de topo suavemente ondulado, vales
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estreitos e rasos, talvegues e planos fluvio-marinho (mangues),
estes presentes ao longo do curso dos igaraps.
O relevo exibe formas mais destacadas a noroeste da rea
alvo deste estudo, ocorrendo colinas de encostas mediamente
ngremes, e topo suavemente ondulados, constitudas por
arenito capeado por laterita, cujas vertentes tem um perfil
convexo para o interior das microbacias dos riachos Pindoba,
Arapapai e Buenos Aires, indicando tendncia distribuio de
guas pluviais.
Os divisores das microbacias dos igaraps Arapapai ePindoba, a noroeste da rea alvo deste estudo, e Igarap dos
Cachorros a sudoeste da rea, so colinas esculpidas nos
arenitos cujo topo protegido por nveis laterticos, o que
determina declividades entre 13 a 37% (ou 7 a 18), portanto
declividade mdia a forte (GUERRA e CUNHA, 1996), quando
ainda isentas de intervenes mecanizadas nas encostas.
As encostas visveis ao longo da estrada de Porto Grandeapresentam-se descaracterizadas de seu formato original, em
razo das atividades de minerao de areia. Onde est
ocorrendo extrao de areia, as encostas tm um perfil
praticamente vertical (Foto 1).
Em toda a zona as cotas so muito prximas, situam-se
preferencialmente entre 10 e 40 metros, traduzindo as
variaes de relevo, que ocorrem bruscamente. As costas com
valor inferior a 10 metros indicam o domnio das reentrncias,
que so baixadas inundveis pelas mars, preenchidas por
areias e lamas de mangue, tpicas do l imite oeste da rea.
O espao entre as colinas apresenta relevo brando que
varia de suavemente ondulado a plano, constituindo uma rampa
inclinada para o sul. Essa superfcie tipo rampa, entretanto,
ainda apresenta ressaltos topogrficos, como pode ser vi sto aos
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fundos da Usina de Asfalto, na localidade do Taim, e
retaguarda do povoado Porto Grande.
A rampa indica que a eroso suprimiu as camadas iniciais
de arenito com laterita, e apresenta um perfil quase cncavo,
favorecedor da coleta de guas pluviais. Ao longo da calha do
rio dos Cachorros se desenvolvem planos inundveis.
A combinao da declividade com a natureza dos solos
locais (Argissolos e Neossolos arenoquartzosos) induz
fragilidade mdia ao relevo, em termos de sensibilidade
eroso, que culminar, em caso de operaes de cortes edesmonte das elevaes, na remoo e lixiviao (lama
vermelha) do solo exposto, causando o assoreamento de
mangues, reentrncias e zonas midas.
O empreendimento ora proposto ocupar a superfcie do
topo naturalmente aplainado de uma colina componente do
sistema divisor do Igarap dos Cachorros, distante 3.760
metros do ponto mais prximo do canal do igarap. A encostada face leste, em contato com a BR-135, exibe declividade
baixa, gradando quase imperceptivelmente para o topo, o
mesmo ocorrendo ao norte e a sul. A encosta oeste, em contato
com a ferrovia Carajs, exibe forte declividade, aparentemente
influenciada pelas obras de instalao da prpria ferrovia.
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Foto 1- Colina constituda por arenito rseo frivel, sob capeamento
areno-argiloso-latertico (Fm. Barreiras). Estrada Porto Grande.
1.4.1.3. Aspectos Gerais da Hidrogeologia de So Lus
Na Ilha de So Lus so reconhecidas duas unidades
hidroestratigrficas; um sistema aqufero semiconfinado
relacionado aos sedimentos do Cretceo atribudos Formao
Itapecuru, e um sistema aqufero livre, constitudo pelos nveis
arenosos dos sedimentos do Tercirio atribudos Formao
Barreiras.
O aqufero Itapecuru considerado como um aquitardo na
regio (LEAL 1977 apud RODRIGUES et al., 1994). Entretanto, a
camada confinante superior tem uma sequncia cclica de nveis
de composio varivel de argila e areia, permitindo a
realimentao do aqufero a partir da infiltrao das guas
pluviais, caracterizando-o como semiconfinado. O nvel de
variao mdia de rebaixamento do nvel das guas da ordem
de 9 m, em condies litolgicas tpicas de camadas aquferas,
com vazo especfica mdia de 2,94 m/h/m, verificando-se um
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valor mximo de 21,5 m/h/m e mnimo de 1,4 m/h/m
(RODRIGUES et al., 1994).
O aqufero livre Barreiras se caracteriza por uma camada
permevel de arenito quartzoso, frivel, parcialmente saturada
de gua, limitada na base por uma camada semipermevel de
siltito ou argilito (REBOUAS, 1972).
A disposio espacial das fcies litolgicas com variaes
na razo areia/argila, tanto no sentido horizontal como vertical,
reflete a complexidade do comportamento hidrodinmicos dos
sistemas aquferos.O aqufero livre Barreiras tem uma espessura varivel de
15 a 50 metros, constitudo por arenitos cuja granulometria
varia de fina a mdia, com intercalaes de silte e argila. Os
nveis arenosos no so espessos, implicando no rpido trnsito
das guas subterrneas, que logo infiltram para o aqufero
semi-confinado ou surgem em reas de descarga ao longo das
encostas, nos grotes da regio (COSTA, 2003).
Dentre as propriedades fsicas das camadas
sedimentares, sero abordadas aquelas que explicam o fluxo de
gua e de outros fluidos, bem como, a habilidade dessas
camadas em armazenar gua atravs do meio sedimentar
poroso.
A condutividade hidrulica o coeficiente que expressa a
facilidade com que um fluido transportado atravs de um
meio poroso, sendo dependente das propriedades do meio e do
fluido, Libardi (1995). um dos mais importantes parmetros
hidrulicos, e depende da natureza do meio e da densidade e
viscosidade do fluido, sob determinadas condies de
temperatura e presso.
Essa propriedade hidrulica varia com a granulometria domaterial; nos solos arenosos varia de 10 - 2 a 10 - 3 cm/seg., e nos
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argilosos de 10 - 4 a 10 - 7 cm/seg. A condutividade hidrulica, ou
permeabilidade, expressa em unidades de velocidade, com a
massa liquida deslocando-se entre 4,95 a 8,64 metros por dia,
no interior da sequncia sedimentar da Formao Barreiras,
particularmente na sub-bacia do Rio Pacincia, e na regio de
Vila Maranho, de acordo com testes de bombeamento de poos
tubulares.
A porosidade do material ou ndice de vazios, afeta
diretamente a condutividade, principalmente o tamanho dos
poros. Os materiais arenosos apresentam maiores valores de K
do que os de granulometria fina, em condies de saturao
com gua.
A porosidade mdia da sequncia Terciria e Quaternria
de 21%, com mximo de 30%, entendendo-se que estes
percentuais representam o volume de gua e ar existente entre
os interstcios dos gros dos sedimentos constituintes do
pacote sedimentar.Em termos de capacidade de infiltrao de guas pluviais
nessa sequncia, descontando-se as perdas com o imediato
escoamento superficial nas superfcies compactadas
(urbanizao), e com a evapotranspirao, estima-se em clculo
bem conservador, que entre 14 a 25% da pluviosidade anual
(2.000 mm) seja armazenado nas reas de recarga de aquferos
da Ilha de So Lu s, com base na descarga mdia do perodo deestiagem, obtida em teste de vazo no Rio Pacincia
(ACQUAPLAN, 1972).
Conforme o mapa piezomtrico elaborado por Rubio e
outros (2001) as direes preferenciais de fluxo de guas
subterrneas, relacionadas com a rea deste estudo, partem dos
altos de Tanandiba e Rio Grande (entorno sul de Maracan),
dirigindo-se para oeste-sudoeste. A declividade (gradiente) da
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superfcie piezomtrica suave, com um valor igual a 4,77. 10 -
3. (Figura 9 a Anexo IX).
Estes fluxos so incrementados pela infiltrao ocorrente
nas colinas que margeiam a costa oeste da ilha, considerando
seu destaque topogrfico e sua superfcie areno-latertica, onde
se desenvolvem micro e macroporos, resultado da razo
areia/laterita, o que permite boa infiltrao de gua pluvial.
A partir dessas colinas mais prximas da costa, partem
vrias drenagens naturais, rasas e temporrias, que se
conectam com os pequenos cursos dgua dos igaraps comoArapapai, Buenos Aires, Pindoba e Cachorros, contribuintes da
bacia ocenica. A sazonalidade do fluxo nessas drenagens se
deve ao acumulo de gua pluvial, em camadas aquferas com
espessura e extenso limitadas, de baixa profundidade,
portanto sem conexo com a superfcie piezomtrica mais
profunda.
Figura 9 - Mapa topogrfico/potenciomtrico. Ver sentido do fluxo.
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A convergncia dos fluxos subterrneos, no subsolo do
bairro Maracan at Vila Maranho, determina na rea a
ocorrncia de nvel fretico raso, sendo frequentes os
alagadios ocupados por vegetao tipo juareiras e
buritizeiros, formando-se tambm as correntes de diversos
riachos (Foto 2).
Foto 2 - Vista parcial das reas midas da regio.
Em termos geoqumicos, tem-se no ambiente rocha/gua
alta concentrao de CO2
e O2, devido grande interao deste
ambiente com a atmosfera, o que acentua os processos
biogeoqumicos. A estagnao das guas subterrneas no meio
poroso da regio de Maracan e Vila Maranho, confere a estaaltos teores de slidos dissolvidos, chamando a ateno o alto
teor em ferro.
A textura arenosa dos solos determina baixa capacidade
de troca de ctions, reduzindo-lhes a capacidade de adsoro
de compostos orgnicos, deixando a superfcie e subsuperfcie
local susceptvel aos riscos derivados da acumulao de
subprodutos como alcatro, leos e resduos qumicos, alm da
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baixa capacidade desses solos de neut ralizao da chuva cida,
que induz a mobilizao de poluentes para o meio poroso.
Ainda em relao mobilidade dos contaminantes
orgnicos acima citados, juntamente com outros contaminantes
inorgnicos inerentes atividade industrial, a atenuao natural
da possvel migrao de poluentes encontrar na caulinita seu
principal agente.
Este argilo-mineral, entretanto, tem baixssima
capacidade de reteno de contaminantes, no sendo segura
sua utilizao na impermeabilizao de aterros industriais, poisa confiabilidade destes no pode ficar restrita proteo dada
pelo fundo artificial de PVC ou outro geotxtil, com vida til de
utilizao finita, necessitando de um embasamento argiloso
mais expansivo, que atenda s necessidades de
impermeabilizao do solo imediatamente sob o geotxtil.
1.4.1.4.
Caractersticas Hidrogeolgicas Locais
Os parmetros hidrodinmicos obtidos na rea do
levantamento indicam que a ocorrncia de gua subterrnea
est condicionada a um aqufero semi-confinado, confirmado
pelo coeficiente de armazenamento (S) de 1,5. 10 - 4. A
Transmissividade (T) tem um valor de 190 m 2 /dia, um valor que
indica potencial mdio para atender demandas industriais, com
at oito (08) horas dirias de bombeamento.
A condutividade hidrulica, inferida a partir de dados
regionais, tem o valor de 3,88 m/dia (4,5. 10 - 5 m/s), portanto
condicionada a influncia de meio poroso constitudo por
arenitos com granulometria fina.
A estratificao dos materiais geolgicos no local, obtida
por correlao altimtrica com o poo tubular situado no
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Conjunto Residencial Jatob, na Vila Maranho, a menos de dois
(02) Km da rea alvo deste estudo, demonstrada no quadro
abaixo.
Quadro 1 - estratificao dos materiais geolgicos.
A captao de gua subterrnea no local deste
empreendimento, considerando a correlao com os poos
tubulares localizados na Vila Maranho, poder ser obtida
atravs de um poo com profundidade em torno de 140,0metros, no qual o nvel esttico dever situar-se prximo de
32,0 metros, com rebaixamento previsto de 13,0 metros,
associado vazo de teste de 12,0 metros cbicos/hora,
durante oito (08) horas de operao diria.
A recarga do sistema aqufero realizada pelas
precipitaes pluviais. Na inferio de um balano hdrico
simplificado, estritamente para o local do empreendimento,
Profundidade (m) Unidade Geolgica Litologia0-13
Formao BarreirasArenito mdio, frivel, rseo.
13-37Arenito mdio, argiloso,rseo.
37-57
Formao Itapecuru
Arenito fino, siltoso,esverdeado.
57-64 Arenito argi loso, esverdeado.
64-71 Silt i to areno-argi loso,esverdeado.
71-77Arenito fino, siltoso,esverdeado.
77-88 Siltito argiloso, esverdeado .
88-94Arenito fino, siltoso,esverdeado.
94-106Argilito esverdeado; folhelhocinza.
106-110 Siltito argiloso, esverdeado .
110-121Siltito arenoso, cinza.
121-126 Arenito fino, argiloso, cinza.
126-131 Arenito fino, siltoso; folhelhoesverdeado.
131-143 Arenito fino a mdio, cinza.143-148 Argilito arroxeado, calcfero.
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adotaremos os valores anuais mdios de pluviometria (P=2.122
mm) e evapotranspirao (ET=1.729 mm).
Estabelecendo as relaes de entrada e sada de gua no
sistema, unicamente atravs de P e de ET, resulta que a recarga
potencial (R) seria de 393 mm. Atribuindo como rea de
infiltrao mxima somente o topo plano da elevao a ser
parcialmente ocupada pelo empreendimento, entre as cotas de
40,0 e 45,0 metros, e considerando o intervalo de cotas inferior
a 40,0 como zona de declive que favorece o runoff, a infiltrao
ocorreria ento em uma rea (A) de 110.473 m.
Considerando que a superfcie local constituda por
arenito mdio, frivel, que se decompe formando delgada
camada de solo quartzoso, atribui-se para esse material a
porosidade efetiva igual a 0,1.
A taxa de recarga efetiva (RE) obtida atravs da relao
matemtica entre (R), (A) e porosidade efetiva:
RE = R.A.0,1 = 0,393 m/ano x 110.473 m x 0,1
=4.341,59m/ano.
Distribuindo-se este volume sobre a rea de infiltrao
mxima resultaria em uma lamina igual a 0,0393 m, ou 39,3
mm/ano, o que corresponderia a 10% da recarga potencial, com
o restante sendo consumido pela evaporao e pelo runoff.
O conjunto das qualidades naturais da rea de estudo,formas de relevo, solos e cobertura vegetal, confere rea
importncia relativa no desenvolvimento e equilbrio do ciclo
hidrolgico local, e nos processos ecolgicos do ambiente
costeiro.
O relevo colinoso, com amplitude de cotas de at 45 m
acima do nvel do mar, com topo cncavo e tabular, dotado de
cobertura arenosa, protegido por vegetao, responsvel pelaacumulao de guas pluviais nos poros do corpo sedimentar
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(20 a 30% do volume do meio sedimentar local composto por
poros preenchidos por ar e gua), Leal (1972);
O armazenamento gera uma superfcie piezomtrica (nvel
superior das guas subterrneas), com carga hidrulica (coluna
de gua doce saturando o meio sedimentar) de 3 metros acima
do nvel do mar.
A inclinao da superfcie fretica divergente para
oeste, no sentido da costa, e para sudeste, sentido da
microbacia hidrogrfica do Igarap Rio dos Cachorros, com
gradiente suave proporcionando um escoamento lento dasguas subterrneas, o que explica a baixa velocidade do fluxo
de base dos igaraps da regio.
A anlise da composio qumica da gua subterrnea,
sem mineralizao anmala e com alto teor de oxignio
dissolvido, alm da potabilidade, indica que as guas no tm
tempo de residncia prolongada no meio sedimentar,
confirmando a condio de zona de recarga da rea comrestituio ao meio exterior atravs de sistemas de fluxo locais,
ou, no mximo fluxos intermedirios, o que visvel diante do
relevo da rea, com elevaes e vales contguos .
As condies qualitativas da gua subterrnea, bem como
a velocidade mdia de percolao de 0,778 m/dia das guas
infiltrantes, indicam alta permeabilidade do solo, tambm
causada por macroporos presentes nos nveis laterticos
imediatamente sob a cobertura arenosa.
As colinas presentes na regio, portanto, exercem papel
fundamental na manuteno do equilbrio hidrosttico, ao
garantir a existncia de carga hidrulica de gua doce
suficiente, servindo como anteparo contra o avano da cunha
salina. Deve-se destacar que poucas centenas de metros a
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So caracterizados como solos de muito baixa fertilidade
natural, fortemente cidos e elevados teores de alumnio
trocvel. No apresentam grandes estoques de nutrientes em
suas composies, embora, dada aos altos indicativos de
intemperizao em profundidade (intemperismo fsico por
hidratao) sejam o substrato natural para a instalao de
coberturas vegetais densas, como florestas, stricto sensu na
AID do Empreendimento, outrora existentes. A Foto 3 e Foto 4
demonstram as principais configuraes e disposies espaciais
dos Latossolos Texturais Mdios na AID do local de interveno.
Foto 3- Cortes em reas de adaptao de morfologia tabuliforme para a
instalao de ramal da Ferrovia Carajs So Lus, no espao limtrofe,
a Oeste, do terreno do Empreendimento Usina de Beneficiamento de
Calcrio da BIOMAR. Fonte: Registros da Pesquisa (2011).
Observa-se a alterao da paisagem, em funo de
processo e sucesso ecolgica em curso, com presena de
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capoeira rala a cobrir patamares pedolgicos de Latossolos
Texturais Mdios.
Ademais, observa-se que, logo no Horizonte A dos
Latossolos Texturais Mdios da AID do Empreendimento, alm
de uma certa quantidade de matria orgnica, composta
principalmente por razes de gramneas e pequenos arbustos,
encontram-se dispostas horizontalmente camadas de lateritas
at a profundidade de 1,30m, passando do Horizonte A ao B,
conforme pode ser visto na Foto 4. A partir desse pdon,
aparecem os horizontes convencionais dessa tipologia de solo
com as propriedades de alteraes sucessivas das camadas
sedimentares, transformando-as em estrato pedolgico (contato
rocha matriz solo).
Foto 4 - Horizontes de Latossolos Texturais Mdios na AID do
Empreendimento. Fonte: Registros da Pesquisa (2011).
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Assim sendo, as principais caractersticas dos Latossolos
Texturais Mdios na AID e AII do Empreendimento so baseados
em EMBRAPA (2006), as que seguem:
a) Solos em avanado estgio de intemperizao, com
indicativo de mdias profundidades (at 6-8 metros
na AID do Empreendimento);
b)Capacidade baixa de troca de ctions da frao
argila;
c) Apresentam alta capacidade de drenagem;d)So solos que apresentam acidez, com baixa
saturao por bases e so caracterizados como
distrficos.
No que tange AII do Empreendimento, segundo Mapa de
Solos da Ilha do Maranho elaborado por Diferencial (2008), h
extensa presena de dois tipos distintos de solos: a) o
Podzlico Vermelho-Amarelo; e b) Solos Indiscriminados deMangue. A distribuio espacial de tais conjuntos pedolgicos
est na Figura 10 e Anexo X.
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Figura 10 - Carta de solos das AID e AII do Empreendimento Usina de Beneficiamento de Calcrio da BIOMAR.
Fonte: Adaptado de Diferencial (2008) e Google Earth (2009).
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O solo do tipo Podzlico Vermelo-Amarelo, ou Argissolo
Vermelho-Amarelocompreendem solos minerais com sequncia de
horizontes A, (E), B e C, com horizonte B textural de argila de
atividade baixa, no hidromrficos e moderadamente drenados
(EMBRAPA, 2006). A textura mdia a argilosa, normalmente com
incremento no teor de argila em profundidade, relao textural
A/B expressiva. So de profundidade e drenagem interna varivel,
de cores avermelhadas ou amareladas e mais raramente brunadas
e acinzentadas. So forte a moderadamente cidos, predominando
perfis caulinticos.
J os Solos Indiscriminados de Mangue, so considerados
solos com grande quantidade de materiais gleizados e sem
diferenciao de horizontes, com alto contedo em sais e
compostos de enxofre, provenientes da gua do mar. Distribuem-
se em reas sedimentares pantanosas e alagadas (paludais),
sujeitas a influncias permanentes das mars. Tais terrenos soconstitudos por vasas bastante recentes (PALMIERI; LARACH,
2000, p. 115).
1.4.3. Caracterizao de declividade; potencial de recarga e
uso e cobertura da terra zoneamento da regio
O perfil longitudinal das vertentes praticamente retilneo,
ou seja, com ngulos de declividade praticamente constantes,
salvo em alguns locais, onde o tero superior das encostas tem
seu topo demarcado pela presena de nveis laterticos mais
concentrados, com ruptura positiva de declive, permitindo o
reconhecimento de perfil cncavo de curta extenso, na parte
superior das encostas.
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O conjunto das formas de relevo presentes na rea alvo
deste levantamento e em seu entorno imediato, associa vales
rasos e largos com vertentes suaves de colinas baixas, com
declividade branda variando entre 3 a 8%, quebrando a monotonia
da superfcie de rampa com declividade regional inferior a 5%,
caindo para sul e oeste.
De modo geral, as vertentes so tambm coletoras de guas
pluviais, incrementando o potencial de recarga de guas
subterrneas exercido pela ampla superfcie regional em rampa,refletindo a combinao dos parmetros descritos associados
declividade das formas de relevo, com a natureza da lit ologia dos
seus materiais geolgicos constituintes. A taxa de recarga
potencial estimada em 18% do total da pluviometria anual,
conforme comentado no item da hidrogeologia.
Este potencial de recarga tambm favorecido pelo baixo
ndice de urbanizao da regio, que parte do Distrito Industrialde So Lus-DISAL, cuja caracterstica de uso e ocupao do solo
marcada pela presena de edificaes esparsas e vias de acesso
de curta extenso, no interior dos lotes industriais j ocupados.
1.4.4. Localizao do Empreendimento em relao s
Unidades de Conservao
As Unidades de Conservao (UCs) so definidas, segundo
a Lei 9.985/2000, Art.2, alnea I, como:
[ ...] espao territorial e seus recursos ambientais,incluindo as reas jurisdicionais, com caractersticasnaturais relevantes, legalmente institudas pelo PoderPblico, com objetivos de conservao e limitesdefinidos, sob regime de administrao, ao qual seaplicam garantias adequadas de proteo [...] (BRASIL,2000).
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Das UCs municipais, estaduais e federais existentes na Ilha
do Maranho, o Parque Estadual do Bacanga (aproximadamente a
5,0 km) e rea de Proteo Ambiental APA da Regio do
Maracan (aproximadamente a 2,0 km), pode-se observar na
Figura 11 que essas reas so as que mais se aproximam do
Empreendimento ora discutido. A primeira rea citada faz parte
do grupo de UCs de Proteo Integral e a segunda, de Uso
Sustentvel.
A proteo da biodiversidade do Parque Estadual doBacanga um desafio permanente, principalmente pela alto grau
de controle humano dos espaos de entorno imediato dessa UC,
bem como as presses existentes relacionadas ao uso irregular de
terras dentro de seus domnios e pela caa ilegal desenvolvida em
seu permetro interno.
O Parque Estadual do Bacanga foi criado pelo Decreto
Estadual N. 7.545, de 07 de maro de 1980 (MARANHO, 1980),considerando os ecossistemas naturais existentes na poro
Oeste do municpio de So Lus, bem como a necessidade
iminente de preservar os seus elementos ambientais. Com rea
original de 3.075 hectares, teve em 10 de abril de 1984, pelo
Decreto Estadual 9.550 (MARANHO, 1984), sua rea diminuda
em 436 hectares, haja vista os intensos processos de ocupaes
desordenadas em seus limites externos. Hoje sua rea totalpermanece em 2.636 hectares.
Os principais conflitos ambientais pelos quais passa o
Parque Estadual do Bacanga so: na superposio de usos
existentes em seus domnios espaciais, em que pesem as
ocupaes desordenadas (pressionadas pelo incremento
demogrfico pelo qual vem passando a Capital Maranhense); a
caa de pequenos animais desenvolvida pela populao de
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entorno; a explorao de recursos minerais; abertura de vrios
ramais; assoreamento de corpos hdricos (como o Aude Batat e
do sistema Rio da Prata e principais tributrios); policiamento
ambiental com baixo efetivo para fiscalizao e ausncia de
recursos financeiros para desapropriaes de terras (SILVA,
2006).
Essa UC, o Parque Estadual do Bacanga, apresenta em seu
conjunto de ecossistemas, fragmentos extensos (comparados ao
corpus espacial do Golfo Maranhense) de zonas primitivas, ou
seja, de reas tipicamente dominadas pelas florestas amaznicas
pr-extendidas (DIAS; NOGUEIRA JNIOR, 2005). Entre 2007 e
2009, seu Plano de Manejo passou por considerveis revises,
objetivando a implementao do mesmo a curto prazo, algo que
ainda no foi executado pelo rgo ambiental gestor, no caso a
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Naturais (SEMA -
MA). A delimitao do Parque Estadual do Bacanga est presente
na Figura 11.
A rea de Prot eo Ambiental (APA) da Regio de Maracan,
criada em 01 de outubro de 1991 pelo Decreto N. 12.103
(MARANHO, 1991a), funciona como zona de amortecimento3 do
Parque Estadual do Bacanga. Entretanto, pela grande superposio
de usos pelos quais passam seus domnios (1.831 hectares),
atestada pela especulao de espaos para a expanso do Distrito
Industrial de So Lus, bem como pela ocupao desordenada epela utilizao expressiva de elementos naturais (como areias,
argilas barro, concrees ferruginosas (pedras) e cascalhos pela
3 Segundo a Lei Federal 9.985/2.000 (BRASIL, 2000), em seu Art. 2, XVIII,
entende-se por zona de amortecimento [...] o entorno de uma unidade deconservao, onde as atividades humanas esto sujeitas a normas e
restries especficas, com o propsito de minimizar os impactos negativossobre a unidade [ . . . ] .
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construo civil), concorrem para uma fragilidade da disposio
de seus elementos ecolgicos e naturais.
Essa UC a mais carente de acompanhamento da Ilha, o que
traz a necessidade iminente de implementao de atividades para
a melhoria desse territrio, que repercutir positivamente nas
condies ambientais locais e regionais (SILVA, 2006). Essa UC
dotada de vasta rede de drenagem que alimenta os principais
tributrios do Rio Bacanga e que, pelo incremento das reas de
ocupao, tm seus canais de primeira ordem, ou seja, aqueles
dotados de nascentes, passando por fase de supresso, seja por
assoreamento, seja por aterros descontrolados e, por
conseguinte, ilegais.
Figura 11 - Delimitao do Parque Estadual do Bacanga e da APA da
Regio do Maracan, em relao ao Empreendimento Usina de
Beneficiamento de Calcrio da BIOMAR. O ponto em amarelo representa o
local de intervenes. Fonte: Adaptado de SISMAP (2011).
1.4.5. Localizao da rea em relao ao mapa de bacias
hidrogrficas
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A Ilha do Maranho, segundo Santos (2008 apud
DIFERENCIAL, 2008) possui um total de 46 bacias microbacias
hidrogrficas, dispostas dentro de um mosaico de 12
bacias/regies hidrogrficas. Essa caracterizao permite
compreender a orientao dos fluxos de superfcie e planejar o
uso e ocupao adequados para cada tipo de
iniciativa/empreendimento. Contudo, para fins da presente
pesquisa, pela objetividade da classificao em 12 bacias ou
regies hidrogrficas, optou-se por essa taxonomia de paisagens
em funo da distribuio de recursos hdricos de superfcie.
Assim sendo, so consideradas as seguintes bacias ou
regies hidrogrficas para a Ilha do Maranho:
1) Bacia do Anil;
2) Bacia do Bacanga;
3) Bacia dos Cachorros;
4) Bacia da Estiva;
5) Bacia de Guarapiranga;6) Bacia de Inhama;
7) Bacia do Itaqui;
8) Bacia do Jeniparana;
9) Bacia do Pacincia;
10) Bacia das Praias;
11) Bacia do Santo Antonio;
12)
Bacia do Tibiri.
A AID est totalmente inserida na Bacia do Rio dos
Cachorros, localizada prxima aos patamares divisores das Bacias
do Rio dos Cachorros, do Itaqui e do Rio Bacanga. Destarte, a AII
do Empreendimento est situada nas trs bacias citadas (Bacia do
Rio dos Cachorros, a jusante, a Sul e Sudoeste; Bacia do Itaqui, a
Norte; e Bacia do Bacanga, a Norte-Nordeste).
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A Figura 12 a Anexo XI demonstra a situao e localizao
das AID e AII da Usina de Beneficiamento de Calcrio da BIOMAR
em funo da malha hdrica de superfcie, o que concorre para a
melhor compreenso espacial da distribuio dos fluxos de gua
fluvial e pluvial, bem como podem indicar os eixos principais de
transporte sedimentar, em funo das alteraes impostas por
ocasio da instalao do Empreendimento.
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Figura 12 - Localizao das bacias hidrogrficas nas AID e AII do Empreendimento. Fonte: Adaptado de
Google Earth (2009); DIAS (2008); DIFERENCIAL (2008).
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1.4.6. Localizao da rea em relao ao plano diretor de
ordenamento territorial
O Distrito Industrial de So Lus (MA) foi criado pelo
Decreto Estadual N 7.646, de 06 de junho de 1980,
objetivando atrair e ordenar a implantao de indstrias na
Capital Maranhense, regulamentando o uso do solo regional da
poro Sudoeste, Centro-Sul e Sul da Ilha do Maranho,
especificamente em territrio ludovicense. Reformulado pelo
Decreto Estadual N 20.727, de 23 de agosto de 2004,
estabelece novos limites para a Zona Rural, destinando 1.068
ha de terras desse antigo territrio agrcola e agrria para a
Zona Industrial. A Figura 13 e Anexo XII demonstra a
localizao da rea do Distrito Industrial de So Lus (DISAL) em
relao Ilha do Maranho.
A disposio sobre o zoneamento, parcelamento, uso e
ocupao do solo, abordado na Lei Municipal n 3.253, de 29 de
dezembro de 1992, setorizou o solo de So Lus, em diversas
zonas, tais como: residencial, turstica, administrativa, de
proteo ambiental, industrial, entre outras, atribuindo s reas
uma importncia funcional.
Em 17 de julho de 2002, o Decreto Estadual n 18.842proporcionou significativas alteraes no ordenamento
territorial do Distrito Industrial de So Lus, fazendo emergir
inmeras discusses quanto a limites territoriais urbanos,
rurais e industriais, alm de porturios.
O Estatuto da Cidade, encontrado na Lei Federal n
10.257, de 10 de julho 2001, veio regulamentar os artigos. 182
e 183 da Constituio Federal de 1988 (captulo relativo
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Poltica Urbana), tornando obrigatria a elaborao ou reviso
do Plano Diretor para alguns municpios, sendo utilizado um
instrumento dos governos municipais voltado definio dopadro de desenvolvimento da ocupao urbana do seu
territrio.
Atravs do Plano devem ser identificadas e analisadas
caractersticas fsicas, atividades predominantes e vocaes,
bem como as situaes problematizadas e potencialidades;
para, em conjunto com a sociedade organizada, determinar a
forma de crescimento a ser promovido, seus instrumentos de
implementao e os objetivos a serem alcanados,
intencionando-se a melhoria da qualidade de vida da populao
e a preservao dos recursos naturais.
Sob uma tica de planejamento ambiental o ordenamento
territorial passou a se configurar como um instrumento
institucional e processual de aplicao de polticas de
desenvolvimento sustentveis. Portanto, os usos possveis do
territrio e a interveno nas propriedades existentes
dependem de definies expressas em Lei.
So Lus tem assistido intensas tentativas de alteraes
em seu plano de ocupao do solo, intencionando-se
transformao de parte da zona rural em zona industrial.
evidente que os impactos sobre a sociedade e o ambiente tmsido pouco considerados nesse mbito.
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A instalao de grandes projetos de desenvolvimento
destinados explorao mineral, florestal, agrcola e pecuria
so maneiras de se promover a integrao de um espao aoscircuitos econmicos, nacional e internacional. Nesse contexto,
o Distrito Industrial de So Lus (DISAL) assume um papel de
extrema importncia para a zona industrial do Norte
Maranhense, atuando atravs das empresas VALE (Companhia
Vale do Rio Doce) e ALUMAR (Consrcio de Alumnio do
Maranho), bem como das demais indstrias de beneficiamento
e de transformao existentes em seu permetro.
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2. CARACTERIZAO DO EMPREENDIMENTO
O beneficiamento das rochas carbont icas, especialmente
o calcrio, depende do uso e especificaes do produto final. A
britagem e o peneiramento so os mtodos usuais para
obteno de produtos, cuja utilizao final no requer rgidos
controles de especificaes.
O beneficiamento do calcrio ser feita via seca, segundo
as etapas de britagem, classificao, moagem em moinho derolos tipo Raymond ou em moinhos tubulares com bolas.
2.1. Fase do Empreendimento
A fase atual do empreendimento/atividade da Usina de
Beneficiamento est vinculada a concesso da Licena
Ambiental por parte do rgo licenciador.A etapa de planejamento est concluda restando a
instalao e incio da operao da atividade o que s ser
possvel a aps a emisso da Licena Prvia do
empreendimento.
2.2. Matrias-Primas Utilizadas no Processo
O calcrio biodetrtico a principal matria prima para
obteno dos produtos oriundos do seu beneficiamento.
O uso de energia eltrica na usina estar restrito aos
equipamentos, principalmente os moinhos e peneiras.
Nos britadores de consumo est na ordem de 1 kWh/t,
atingindo valores da ordem de 10 kWh/t em circuitos de
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moagem, e at 100 kWh/t em etapas de pulverizao, moagem
fina, ou micronizao.
No beneficiamento do calcrio no h significativo uso
direto de gua de processo, portanto a demanda sobre os
recursos hdricos ser pouca.
O consumo de gua, e, portanto, a demanda e os efeitos
sobre os recursos hdricos, podem ser estimados em relao ao
consumo mdio das pessoas envolvidas nessas etapas, mais o
consumo e o descarte envolvido nas operaes de manuteno,
administrativas e outras.
2.3. Processos Operacionais
O processo de beneficiamento desse sedimento marinho
aps as etapas de: extrao, que se dar na plataforma
continental no Municpio de Cururupu no Estado do Maranho,
local denominado Banco do Tarol, nas reas dos processos
DNPM(s) n 806.029/2005; 806.001/2006 e 806.002/2006;
carregamento nos compartimentos de carga (cisterna) do navio
de dragagem; transporte e descarregamento prximo unidade
fabril ser realizado nas seguintes fases:
Transporte e Descarregamento
Os sedimentos biodetrticos extrados ao longo do dia
iro sendo armazenados nas cisternas ou pores da draga.
Quando o material atingir a capacidade mxima operacional da
cisterna a atividade de dragagem ser encerrada. Esta parada
implicar na interrupo do bombeamento e iamento dos
braos de dragagem.
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A gua associada ao material descarregado passar por
gravidade para um tanque de decantao. Essa gua ser
armazenada e reutilizada em descartes sucessivos, de modo queno haver liberao de guas residuais na Baa de So Marcos
no entorno do Porto do Itaqui.
O descarregamento ser no Porto do Itaqui, situado nas
proximidades do Distrito Industrial de So Lus. As instalaes
porturias no entorno imediato do Empreendimento facilitam as
operaes de embarque e desembarque de matria-prima
necessria e indispensvel ao funcionamento do
Empreendimento Usina de Beneficiamento de Calcrio da
BIOMAR. Ademais, a infraestrutura existente e proximidades
com centros consumidores so visualizados como
circunstncias favorveis ao desenvolvimento de
empreendimento dessa tipologia.
Decantao e Secagem
Aps o descarregamento ser realizada a decantao e
logo aps o minrio ser temporariamente estocado em pilhas
primrias, onde ocorrer a fase de secagem inicial ao ar livre.
Em volta das pilhas sero feitos canais de drenagem para que a
gua escorra para os tanques de reaproveitamento.
Com a secagem inicial, o minrio ser transportado aoptio de estocagem secundria junto unidade de
beneficiamento em um galpo coberto. O transporte do minrio
na rea de decantao e nos ptios de estocagem das pilhas
primrias e pilhas secundrias ser realizado mecanicamente
com o uso de p carregadeira e esteiras rolantes.
As pilhas secundrias com o calcrio aps a primeira
secagem que visa diminuir o consumo de energia para a sua
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secagem final e, com o uso de uma p carregadeira o minrio
dever ser colocado na moega que alimentar a central de
britagem e moagem com o objetivo de uniformizar agranulometria do minrio, sendo em seguida depositado em
silos.
Do silo ser retirado por um elevador de canecas, e
descarregado no alimentador do secador rotativo de chama
direta. Este equipamento ser dotado de chama direta, e
utilizar como combustvel o gs natural de petrleo, sendo
responsvel pela secagem final do material. Tem corpo tubular,
acionamento por motor eltrico, acoplamento flexvel, base
metlica, polias e correias, com transmisso por coroa/pinho.
Tanto o britador como o secador rotativo estaro
equipados com um sistema de despoeiramento composto de
ciclones e filtros de mangas, com a finalidade de retirar as
partculas finas e secas do secador rotativo. um equipamento
de alta eficincia, desenvolvido para a filtragem industrial de
partculas em altas e baixas temperaturas. amplamente
utilizado na recuperao de particulados (finos e grossos) e
controle de poluio atmosfrica na fonte (coleta de p). Neste
equipamento, o ar filtrado ser expelido para a atmosfera. As
partculas sero coletadas e enviadas para o silo de rejeitos,
para serem re-introduzidas no processo.
2.4. Fluxograma do processo de beneficiamento
O processo de beneficiamento compreende:
1. Alimentao da Usina: O processo se inicia com otransporte da matria-prima, ainda bastante mida (15% a
20% de umidade), por meio de p carregadeira para a moega;
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2. Da moega, o minrio segue para uma fase depeneiramento visando separar as partculas com
granulometria entre 2 mm e 6 mm. Esta frao serdestinada para aplicaes de tratamento de gua;
3. A frao restante segue para a fase de pr-moagem ,atravs de um alimentador vibratrio e transportador de
correia;
4. Pr-Moagem: Nesta fase o material, ainda mido e comgranulometria heterognea, tem sua granulometria
uniformizada para facilitar sua secagem. Nesta operao utilizado um moinho de martelos para efetuar a
fragmentao alm de uma peneira para separar os
fragmentos maiores. O minrio peneirado, cerca de 80%
menor que 2 mm, segue via transportador de rosca para a
secagem, enquanto os grnulos maiores retornam ao moinho
de martelos;
5. Secagem: Nesta fase o minrio seco at 3% de umidadeem um secador rotativo. Para reduzir a emisso de material
particulado e de gases de enxofre e seus derivados para a
atmosfera, o combustvel usado o gs natural. O ar de
sada do secador passar por um filtro de mangas que
coletar o p para reintroduzi-lo no processo.
6. Armazenagem : Uma vez seco, o minrio conduzido portransportador de rosca e elevador de canecas at o silo dearmazenagem. Esse percurso todo enclausurado a fim de
eliminar a poluio por p. Do silo o produto levado por
transportadores de rosca para um elevador de canecas que
abastece os moinhos do setor de moagem e ensacamento,
situado dentro do galpo industrial.
7. Moagem : No setor de moagem esto instalados 2 moinhosde rolos verticais tipo Raymond, com capacidade de
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moagem de 4,5 toneladas por hora e acoplados com ciclone
separador. O circuito conta, para despoeiramento exclusivo,
com um filtro de mangas (72 mangas). Nesta fase, aps osclassificadores, que saem os produtos finais para
ensacamento.
8. Armazenagem do modo: Dos ciclones dos moinhos, apsclassificao granulomtrica, os produtos seguem, por meio
de transportador de rosca e elevador de canecas, para dois
silos de armazenagem do produto modo. Tambm para
esses silos conduzido o produto coletado nos filtros demangas.
9. Ensacamento: Dos silos, o produto modo levado, pormeio de transportador de rosca, para a ensacadeira. Neste
setor os produtos so ensacados, em sacos de 25 kg e 50
kg, na sua forma fsica final.
10.Armazenagem e Expedio: Depois de ensacado, oproduto colocado em unificadores de carga ( Bag Flex) eempilhados sobre estrados de madeira por uma empilhadeira
e armazenados. O carregamento dos caminhes para
distribuio do produto efetuado por meio de correias
transportadoras mveis.
11.Despoeiramento do Processo: A unidade debeneficiamento conta com 03 filtros de mangas para coleta
do p oriundo das vrias fontes mencionadas (secagem,moagem, ensaque, silos e transportadores), o p fino
coletado reaproveitado no processo.
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Aps a sua classificao o produto final ser armazenado
em silos e da conforme a sua destinao final, ensacados ou
acomodados em big bagse encaminhado aos consumidores.
O Beneficiamento, enfim, consiste simplesmente na
classificao secagem e depois moagem do produto para os
diversos segmentos do mercado.
O material a ser aplicado em filtragem de gua, sofre
apenas o processo de classificao. Abaixo o fluxograma do
beneficiamento.
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Fluxograma de beneficiamento.
EXTRAO
DRAGAGEM
ARMAZENAMENTOE TRANSPORTE
DESCARREGAMENTOPORTO
TRANSPORTEINDSTRIA
ARMAZENAMENTOPILHAS (SECAGEM)
ARMAZENAMENTOPILHAS COBERTAS
ESTEIRATRANSPORTADORA
MOEGA
MOAGEM PRIMRIA
SILO
SECAGEM
MOAGEMSECUNDRIA
CLASSIFICAO
MERCADO
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2.5. Equipamentos Utilizados
Os equipamentos utilizados no beneficiamento sobasicamente:
Moinho de martelos 120/80P da Metso ou similar;
Secador contnuo com capacidade de secagem de 200.000
toneladas ano (o secador funcionar 24 horas por dia);
Moinhos tipo Raymond para moagem de finos;
Alimentadores vibratrios;
Correias t ransportadoras;
Elevadores de canecas;
Silos;
Ensacadeira.
2.6. Abastecimento de gua
Conforme descrito anteriormente o processo realizado aseco no necessitando de gua.
O fornecimento da gua para o abastecimento
hidrossanitrio da Unidade de Beneficiamento ser feito pela
Cia de Saneamento Ambiental do Maranho CAEMA que dispe
de rede de distribuio no local.
2.7. Esgotamento Sanitrio
No h disponibilidade de rede de coleta de esgotos na
rea prevista para instalao da Unidade. Em vista disso ser
construdo um sistema alternativo de coleta e disposio de
efluentes sanitrios do t ipo fossa/sumidouro.
Esse sistema visa garantir o atendimento da legislao
ambiental no que diz respeito manuteno dos padres de
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qualidade dos corpos hdricos receptores de efluentes lquidos
sanitrios oriundos das atividades administrativa s e de servios
da usina.
Contempla a implantao, operao e manuteno de
estruturas de controle e tratamento, bem como o
monitoramento dos parmetros de qualidade dos seus efluentes
lquidos, estabelecidos na resoluo CONAMA 357/2005.
A empresa implantar aes ambientais, bem como os
planos de acompanhamento, que envolvem no somente as
medies ambientais, mas tambm procedimentos especficos
de verificao dos sistemas de controle ambiental, de modo a
garantir a eficincia de seu funcionamento.
Fossas Spticas
Os efluentes lquidos sanitrios sero direcionados para
fossas spticas a serem construdas em locais previamente
determinados.
Os sistemas que sero implantados so estruturas do tipo
fossa - filtro anaerbico - sumidouro empregadas para o
tratamento do esgoto sanitrio gerado nos setores
administrativos de servios de apoio. Estes setores sero
geradores de pequeno volume de efluentes, no demandando,
por tal razo a necessidade de instalao de uma estao de
tratamento de esgoto.
As fossas spticas sero construdas com base no
atendimento das especificaes constantes na Norma da ABNT
NBR 7229 e Portaria Minter 053/79.
Todo o efluente lquido gerado nesses sistemas ser
infiltrado no solo por meio de dispositivo denominado
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sumidouro, no havendo, portanto, o lanamento desses
efluentes em corpos de gua superficiais.
Estes efluentes sofrem uma depurao natural ao permear
a regio no saturada do solo.
Esta tipologia de sistema de tratamento (tanque sptico,
filtro anaerbio e infiltrao no solo) alcana uma eficincia de
remoo projetada de 75 a 99% do valor bruto de DBO5.
A sequncia do tratamento se d da seguinte forma: do
tanque sptico o esgoto ser encaminhado para o filtroanaerbio, onde acontecer o tratamento biolgico, que se
processa atravs da formao de um biofilme, que so clulas
de micro-organismos que se fixam nas superfcies do material
componente do meio filtrante. Aps a fixao, as clulas
crescem, reproduzem e produzem materiais extracelulares que,
juntamente com os micro-organismos, formam uma matriz de
fibras entrelaadas, consumindo a carga orgnica dos esgotos,que lhe serve como alimento, fazendo assim a depurao dos
efluentes sanitrios.
Aps o filtro anaerbio, o efluente j tratado, passar por
uma caixa de inspeo onde sero realizadas amostragens da
qualidade do efluente e verificao da eficincia do sistema de
tratamento. Essa caixa de inspeo servir tambm de caixa de
distribuio, pois, a partir da os efluentes sero lanados nasvalas para serem infiltrados no solo, sendo assim o destino
final dos mesmos.
Quanto ao slido retido no tanque sptico, o chamado
lodo acumulado na primeira fase do tratamento, ser
removido periodicamente por empresas especializadas nesta
atividade. O intervalo de limpeza do tanque, segundo a NBR
7229/ 93, acima de 12 meses.
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Quanto ao leito de secagem proposto, que tem como
concepo bsica, receber o lodo gerado nas unidades de
tratamento (tanque sptico e filtro anaerbico) em camadas deareia e brita, que sob a exposio luz solar, reduz a umidade
atravs dos processos de drenagem e evaporao dos lquidos
liberados durante o perodo de secagem. O material seco e
estabilizado servir de adubo orgnico para reas de
revegetao.
O leito de secagem ser construdo a cu aberto e
composto das seguintes partes: tanque de armazenamento que
ser de formato retangular construdo em alvenaria e camada
drenante. A camada drenante constituda pelo meio drenante
e pela camada suporte. O meio drenante formado por camadas
de pedras de granulometrias diferentes e arrumadas de modo
que, a camada inferior tenha granulometria maior do que a
camada superior, com a finalidade de evitar que o lodo percole
atravs das camadas de pedra e para facilitar o assentamento
em nvel, dos tijolos da camada suporte. O meio drenante ser
arrumado da seguinte forma: camada superior constituda de
britas com dimetros mdios variando de 2,5 mm at 0,64 mm
e espessura de 75 mm; a camada do meio constituda por
britas de dimetros variando de 0,64 mm at 2,22 mm com
espessura de 0,05mm e a camada inferior formada de britas
com dimetros mdios, variando de 1,90 mm at 5,08 mm, com
espessura varivel.
A camada suporte formada de tijolos macios
recozidos, assentados em nveis, com afastamentos de 2 a 3
cm, preenchidos com areia grossa. Os tijolos devem ser
arrumados de modo a facilitar a remoo do lodo seco
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2.8. rea de Abastecimento de Combustveis e Lubrificao
de Veculos
Toda operao que requerer abastecimento de
combustveis, troca de leo e lubrificao de veculos ser
realizada fora da rea da unidade produtiva mais precisamente
em postos especializados nestes servios.
2.9. Quadro de Funcionrios
O pessoal previsto para o funcionamento da usina
encontra-se listado abaixo.
Quadro 2- Lista de pessoal.
QUADRO DE PESSOAL E MO DE OBRA
USINA DE BENEFICIAMENTO
01 ENGENHEIRO DE MINAS
01 CH. DEPT PESSOAL
01 CH DE VENDAS
06 VENDEDORES
10 AUX. ADMINISTRATIVO
08 VIGIAS
02 OP. P CARREGADEIRA
02 ENCARREGADO DA PRODUO
01 MECNICO MANUTENO
30 OPERRIOS
62 N DE FUNCIONRIOS
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2.10. Resduos e efluentes gerados em cada etapa do
empreendimento
Definiu-se o estabelecimento de critrios para Avaliao
Ambiental na rea, principalmente aqueles que mais se
adquam a rea em que ser implantada a Usina de
Beneficiamento de Calcrio da BIOMAR. O prognstico dos
impactos ambientais constante deste captulo resulta da
uniformidade de procedimentos adotados que visaram o perfil
do empreendimento analisado.
Os principais impactos que podem ser observados na fase
de instalao do Empreendimento, principalmente. Em
empreendimentos dessa natureza, por ocasio do
desenvolvimento da construo, podero ser materializados:
1) Impactos relacionados gua;
2) Impactos relacionados ao solo e uso do solo;
3) Impactos relacionados ao ar;
4) Impactos relacionados a aterros e terraplenagem;
5) Impactos socioeconmicos;
6) Impactos relacionados a rudos, vibraes e resduos
slidos.
Por se tratar de uma anlise integrada, adotou-se a opo
tcnica de contemplar os aspectos de operao do
empreendimento. Para tanto, relacionaram-se as Aes
Programadas para as diversas etapas do Empreendimento e os
Componentes Ambientais intervenientes, os quais foram
organizados sob a forma de uma matriz, que permitisse
identificar as intervenes ambientais causadas pelas vrias
aes previstas.
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A seguir, apresentam-se inicialmente, as Aes
Programadas (Quadro 3), identificadas como geradoras de
impactos, seguindo-se os Componentes Ambientais, que
formam o quadro completo destas aes, para melhor avaliao
e discernimento comparativo entre o real e o terico.
Quadro 3 - Esquema programtico das atividades previstas por ocasio
da Instalao e Operao do Empreendimento Usina de Beneficiamento
de Calcrio da BIOMAR.
Fases Aes Situao atual
Planejamento Planejament o e projeto; Fase ultrapassada.
Implantao
Mobilizao de equipamentos e mo
de obra
Implantao de canteiros de obras