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Alisson Carvalho de Souza Cristiano Franco Oliveira José Lucas Neto Mariele Martins Meiriélen Ribeiro Araújo Paulo Henrique do Vale Rafael Augusto Dias Cunha Renato Silva Santos Recuperação Judicial Empresa: AVESTRUZ MASTER AGRO COMERCIAL IMP. E EXP.

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Alisson Carvalho de SouzaCristiano Franco Oliveira

José Lucas NetoMariele Martins

Meiriélen Ribeiro AraújoPaulo Henrique do Vale

Rafael Augusto Dias CunhaRenato Silva Santos

Recuperação Judicial

Empresa: AVESTRUZ MASTER AGRO COMERCIAL IMP. E EXP.

Uberlândia2012

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Alisson Carvalho de SouzaCristiano Franco Oliveira

José Lucas NetoMariele Martins

Meiriélen Ribeiro AraújoPaulo Henrique do Vale

Rafael Augusto Dias CunhaRenato Silva Santos

Recuperação Judicial

Empresa: AVESTRUZ MASTER AGRO COMERCIAL IMP. E EXP.

Trabalho Científico acerca da atividade

acadêmica(Seminário) da Faculdade

ESAMC Uberlândia, na disciplina de

Direito Empresarial III, como forma de

avaliação do Curso de Direito Sexto

Período Noturno.

Professora e Doutora Andréa Luísa de Oliveira

Uberlândia2012

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Índice

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Jose Lucas / Renato

PLANO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL

CONSIDERAÇÕES

O presente documento faz nascer o Plano de Recuperação Judicial do grupo

empresarial AVESTRUZ MASTER AGRO COMERCIAL IMP. E EXP., pessoa

jurídica de direito privado inscrita no CNPJ/MF sob o n. 05.020.463/0003-09,

com sede na Fazenda Chaparral, localizada na Rod.GO-020, Km 48 a direita,

Zona Rural, Bela Visa de Goiás-Go, CEP 75.240-000; ABATEDOURO

STRUTHIO GOLD IMP. EXP. E COM. LTDA, pessoa jurídica de direito privado

inscrita no CNPJ/MF sob o n. 06.086.496/0001-44., inscrição estadual

n.10.370.145-1, com sede no Distrito Industrial de Bela Vista de Goiás., s/n,

Qd. 03/04, Lt. 01/25 – 16/39, CEP: 75.240-000, em Bela Vista de Goiás-GO;

MASTERBOM AVESTRUZ CRIAÇÃO E COMÉRCIO LTDA., pessoa jurídica de

direito privado inscrita no CNPJ/MF sob o n. 06.338.137/0001-37., com sede na

Rod. Estadual GO-020, Km 32,5, s/n, em Bela Vista de Goiás-GO; JRF

AVESTRUZ LTDA., pessoa jurídica de direito privado inscrita no CNPJ/MF sob

o n. 06.101.102/0001-80, com sede na av. Rondon Pacheco, n. 3.180, Santa

Maria, em Uberlândia-MG, STRUTHIO MASTER AVESTRUZES LTDA, pessoa

jurídica de direito privado inscrita no CNPJ/MF sob o n. 06.101.134/0001-85,

com sede na Rodovia BR 497, Km 22, em Uberlândia-MG; AVESTRUZ

MASTER AGRO-COMERCIAL LTDA., pessoa jurídica de direito privado

inscrita no CNPJ/MF sob o n. 05.041.147/0001-66, com sede na Av. JK, Qd.

103, Setor Sul, Conj. 1, Lt. 17, Palmas-TO; LATRUCH – OSTRICH

RESTAURANTE LTDA., pessoa jurídica de direito privado com sede na Rod.

Municipal que liga Bela Vista de Goiás à Piracanjuba, Km 1.1, à esquerda, s/n,

Zona Rural, na Fazenda São José, Município de Bela Vista de Goiás-GO;

AVESTRUZ MASTER HOTELARIA E SERVIÇOS LTDA-ME, pessoa jurídica

de direito privado inscrita no CNPJ/MF sob o nº 06.912.399/0001-63, com sede

na Rod. Municipal que liga Bela Vista de Goiás à Piracanjuba, Km 1.1, à

esquerda, s/n Zona Rural, Fazenda São José, Município de Bela Vista de

Goiás-GO, AFRICAN BLACK TECNOLOGIA EM CRIAÇÃO DE AVESTRUZES

LTDA., pessoa jurídica de direito privado inscrita no CNPJ/MF sob o nº

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05.388.346/0001-22, com sede na Fazenda Chaparral, localizada na Rod. GO-

020, Km 48 a direita, Zona Rural, em Bela Vista de Goiás-GO; STRUTHIO

ARTS ARTIGOS DE COURO DE AVESTRUZ LTDA., pessoa jurídica de direito

privado inscrita no CNPJ/MF sob o nº 07.090.360/0001-70, com sede na Rod.

Municipal que liga Bela Vista de Goiás à Piracanjuba, Km 1.1, à esquerda, s/n,

Zona Rural, Fazenda São José, Município de Bela Vista de Goiás-GO,

consoante atendimento ao artigo 53 da lei federal nº 11.101/05.

A administração do grupo empresarial Avestruz Master é exercida de forma

compartilhada com os credores, cuja prerrogativa de poder indicar o diretor

financeiro da companhia.

Para a elaboração do objeto deste documento, o grupo Avestruz Master

contratou os serviços da (nome da assessoria)

Sinteticamente, o plano de recuperação judicial aqui apresentado propõe

prazos e condições específicas para soerguer a empresa, através do

adimplemento paulatino das obrigações vencidas, evidenciando a viabilidade

econômica da empresa, proporcionando a remuneração positiva no caixa no

tempo prospecto e a proposta de pagamento elaborada, tudo nos termos do

artigo 50, 53 e 54 da lei 11.101/05.

O plano de recuperação judicial é composto pelos motivos de crise, inclusive

pela análise de mercado, ações corretivas e uma profunda analise econômico-

financeira, informações estas obtidas pelo Grupo Empresarial Avestruz Master

consubstanciado á documentos judiciários nos moldes do artigo 51 da lei

11.101/05.

Por todo o exposto, é evidente que o melhor caminho para a compensação dos

credores e o resgate desta empresa esta em admitir esse plano de

recuperação judicial, que encontra-se harmônico com as normas de direito

brasileiro, mais especificamente pela lei 11.101/2005 que a este disciplina.

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Rafael

Consulta Temática Geral

1. Abordagem Geral

A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da crise

econômica-financeira do devedor, a fim de proteger a função social e a

preservação da empresa para que possa continuar exercendo a sua

atividade econômica. A empresa Avestruz Master está passando por

dificuldades financeiras e vale ressaltar que é temporário, e a mesma se

enquadra nos requisitos legais para que possa interpor o pedido de

recuperação conforme trata o art.47 da lei 11.101/45.

1.1. Sócios não sujeitos a recuperação

Conforme disposto no art.49 da lei 11.101/05, estarão sujeitos a

recuperação todos os créditos existentes na data do pedido, ainda que

não vencidos.

Os créditos tributários não estarão sujeitos a serem habilitados na

recuperação pois possuem via própria para que se seja pleiteado

conforme o art.187 do CTN, junto com a Lei Complementar 118/05 diz

que as dividas tributarias não estarão sujeitas ao concurso de credores

com isso ela não poderá ser requerida no juízo da recuperação e sim

pela Fazenda Pública. Os créditos retardatários (art.10,§1º da lei

11.101/05) e os créditos de dividas de obrigações anteriores a data do

pedido deverão ser requeridos na justiça.

“ Por força do art. 49 da Lei

11.101/05, submete-se à

recuperação da empresa todos os

créditos existente na data do

pedido, ainda que não vencidos. È

uma definição suficientemente

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ampla genérica e geral, mas que,

como visto anteriormente, não

alcança os créditos tributários...’’ 1

1.2Preservação do Plano de Recuperação frente aos sócios não sujeitos à

recuperação

1.2.1. Após deferimento da recuperação judicial ficara suspensa

todas as ações de execução em face do devedor.

‘‘o artigo 6º da Lei 11.101/05 prevê que

a decretação da falência ou o

deferimento da recuperação judicial

suspende o curso de todas as ações e

execuções em face do devedor,

inclusive aquelas dos credores

particulares do sócio solidário.’’ 2

1.2.2. As ações que firam suspensas serão as que versarem sobre

quantias ilíquidas como exemplo a reserva de valor dentre outras.

Parecer Jurídico

A empresa xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, observou a situação da

devedora Avestruz Máster e pode constatar que será possível realizar o

Plano de Recuperação e com isso sanar os problemas financeiros

existentes.

1 Mamede, GladstonDireito empresarial brasileiro, volume 4 : falência e recuperação de empresa/ Gladston Mamede – São Paulo : Atlas, 2006.2 Mamede, GladstonDireito empresarial brasileiro, volume 4 : falência e recuperação de empresa/ Gladston Mamede – São Paulo : Atlas, 2006.

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Questionamento:

1) A Ação de Recuperação Judicial tem por meta sanar a situação

gerada pela crise econômico-financeira da empresa devedora. Nela,

o devedor postula um tratamento especial, justificável para remover a

crise da qual padece sua empresa. O que ocorrera se o juiz indeferir

o plano de recuperação Judicial com base no art.94, III ?

Resposta:Ocorrerá que será decretada a falência com base no art.73

paragrafo único e com isso caberá ao credor produzir provas conforme

o art.94 , §5º da lei 11.101/05.

2) A Lei n.º 11.101/2005 prevê a possibilidade de o empresário

renegociar seus débitos mediante os institutos da recuperação

judicial e da recuperação extrajudicial. Apresente uma diferença

entre ambos os institutos

Resposta:Diferentemente do previsto para a recuperação

extrajudicial, o pedido de recuperação judicial poderá acarretar a

suspensão de ações e execuções contra o devedor antes que o

plano de recuperação do empresário seja apresentado aos credores

3) Quais os créditos que não estão sujeitos a recuperação judicial?E

qual a consequência deste não ingresso?

Segundo o doutrinador Sérgio Campinho um dos créditos que não

estariam sujeitos seriam os créditos tributários(taxa,impostos e

contribuições) Parágrafo sétimo do artigo Sexto da LRF e as

hipóteses elencadas nos Parágrafos terceiro e quarto do Artigo

49 .Por consequência não participarão da Assembléia e não poderão

deliberar ou decidir acerca de qualquer incidente no processo.

4) Qual o procedimento para o processamento da recuperação judicial

Resposta: Faz-se a petição inicial observados os requisitos do art.

51 acrescido da lista completa de todos os credores. Estando a

documentação em ordem o juiz deferirá o processamento da

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recuperação judicial. Neste momento começa a contagem dos

prazos. Após essa fase, o juiz convoca, por edital, os credores e, não

havendo impugnação o juiz julga procedente o pedido. Se houver

impugnação o juiz convocará a assembléia geral de credores que

terá como principal atribuição se manifestar a respeito do plano de

recuperação.

5) Como devem se processar as impugnações?

Resposta: As impugnações devem observar o princípio da

dialeticidade, a impugnação pode referir-se a todo o plano, parte

dele, documentação acostada, etc.

6) Qual a decisão cabível contra decisão concessiva da recuperação

judicial ou que decreta a falência por rejeição do plano pela AGC?

Resposta: Agravo de instrumento.

7) Na fase inicial do processo de recuperação judicial, qual a atribuição

a Assembléia Geral de Credores ?

Resposta: A assembléia pode alterar, rejeitar ou modificar o plano

de recuperação judicial.

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Jose Lucas

RELATÓRIO

O grupo empresarial AVESTRUZ MÁSTER AGRO COMERCIAL IMP. E

EXP. fundada em Goiânia em 1998 trata-se de uma empresa limitada que atua

no setor de estrutiocultura (pecuária de aves), cujo objetivo é pactuar compra e

venda de avestruzes com compromisso de recompra dos animais.

Assim, quem investe em uma ave, com 18 meses de vida, ganhara um

retorno de 10% sobre a aplicação até o mês em que a avestruz for readquirida

pela empresa, lucro garantido pela exportação da carne. 

Faz parte do plano diretor da empresa as seguintes pessoas:

Administrador judicial: Sergio Crispim

Sócio majoritário: Jerson Maciel da Silva

Demais sócios: Jerson Maciel da Silva Junior (filho)

Elisabete Helena Maciel da Silva Almeida

(filha)

Emerson Ramos Correia (Genro)

Ramires Tossatti Junior

Fabrício Silva Ferreira Tavares

François Thibaut Marie Vicent Van Sebroek

Elias Cavalcante da Rocha Júnior

(responsável em Pernambuco)

A empresa supracitada possui diversos patrimônios espalhados pelo

país, dentre os quais aproximadamente 500.000 avestruzes, instalações físicas

em vários estados, como por exemplo, Goiás, minas gerais, Tocantins, rio

grande do sul, mato grosso e no distrito federal, que se manobrados

sistematicamente poderão garantir dividas prioritárias, inclusive se obriga a

alienar bens particulares dos sócios (relacionando estes bens), visando a

manutenção e o funcionamento da empresa em recuperação.

Dentre os bens da empresa estão uma fazenda pertencente ao grupo

Avestruz Master, localizada em Palmas (TO). O imóvel rural, constituído de três

glebas com extensão total de 152 alqueires, foi avaliado judicialmente em R$

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1.018.400,00 e será vendido a Luciano Ivo da Silva, que ofereceu R$

1.019.000,00, com pagamento à vista.

Com a alienação das fazendas Master 3 e Senador Canedo será

arrecadado algo em torno de R$ 3.000.000,00, 03 (três) fazendas em

Uberlândia e 01 (uma) em Uberaba - R$ 5.000.000,00, 01 (um) imóvel rural,

um imóvel denominado Fazenda Sobradinho, localizada na cidade de

Uberlândia – MG 22 Alq. R$ 560.000,00, 01 (um) imóvel rural, denominado

Fazenda Boa Vista Perobas, localizada na cidade de Uberlândia – MG 19 Alq.

501.000,00, 01 (um) imóvel rural, denominado Fazenda Recanto dos

Avestruzes, localizada na cidade de Uberaba – MG 10 Alq. R$260.000,00, 6

(seis) fazendas no estado de Goiás - Laticínio Bela Vista mostrou interesse, 01

(um) imóvel rural denominado Fazenda Avestruz Máster, localizada na cidade

de Bela Vista - GO 92 Alq. R$ 3.220.000,00, 01(um) imóvel rural, denominado

Fazenda Avestruz Máster 02, localizada na cidade de Bela Vista - GO 24 Alq.

R$ 792.000,00, 01(um) imóvel rural, denominado Fazenda Avestruz Máster 03,

localizada na cidade de Bela Vista - GO 32 Alq. R$ 1.000.000,00, 01(um)

imóvel rural, denominado Fazenda Avestruz Máster,localizada na cidade de

Senador Canêdo – GO 4 Alq. R$100.000,00, 01(um) imóvel, denominado

Frigorifico Struthio Gold (Fazenda Master 05), localizada em Bela Vista - GO

R$ 6.100.000,00, 01(um) imóvel rural, denominado Fazenda Avestruz Máster

06, localizada na cidade de Bela Vista - GO 04 Alq. R$ 140.000,00, Fazenda

de Vitoria de Santo Antão na zona da mata de Pernambuco, 01(um) imóvel

rural, denominado Fazenda Marapicu, localizada na cidade de Vitoria de Santo

Antão - PE 24 Alq. R$ 500.000,00, Sede em Pernambuco veículos

apreendidos que estão no pátio da Polícia Federal

-  01 (uma) Ferrari F360 Modena, ano 1999, cor vermelha, placa CTA 8998,

avaliada em R$ 300.000,00;

- 01 (um) Barco Bayliner, Ciera 3055 (30.5 pés), ano 2003, cor branca, com 02

motores Mercury (diesel) de 250 HP cada, avaliado em R$ 265.000,00.

- 01 (um) Jet Ski Seadoo, cor branca, ano 2004, com carreta reboque, placa

NFT 3680, avaliado em R$ 14.000,00.

- 01(um) Cadillac Fleetwood Limousine, ano 1960, cor prata, placa DDS 1960,

avaliado em R$ 50.000,00;

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- 01(uma) Hummer H2, ano 2004, cor preta, placa JQB8111, avaliado em R$

150.000,00;

- 01(uma) Mercedes Benz ML320, ano 2000, cor preta, placa DHP 1111,

avaliada em R$ 40.000,00;

Reassalta-se aqui a plena capacidade da empresa ora em comento em

recuperar-se, voltando a ser novamente uma empresa de nome em todo o

Estado brasileiro, utilizando para isso os requisitos legais do artigo 50 da lei de

falências (incisos ainda serão discutidos em grupo para a escolha de um

meio exato de recuperação a ser apresentado).

 Art. 50. Constituem meios de recuperação judicial, observada a

legislação pertinente a cada caso, dentre outros:

I – concessão de prazos e condições especiais para pagamento das

obrigações vencidas ou vincendas;

II – cisão, incorporação, fusão ou transformação de sociedade,

constituição de subsidiária integral, ou cessão de cotas ou ações, respeitados

os direitos dos sócios, nos termos da legislação vigente;

III – alteração do controle societário;

IV – substituição total ou parcial dos administradores do devedor ou

modificação de seus órgãos administrativos;

V – concessão aos credores de direito de eleição em separado de

administradores e de poder de veto em relação às matérias que o plano

especificar;

VI – aumento de capital social;

VII – trespasse ou arrendamento de estabelecimento, inclusive à

sociedade constituída pelos próprios empregados;

VIII – redução salarial, compensação de horários e redução da jornada,

mediante acordo ou convenção coletiva;

IX – dação em pagamento ou novação de dívidas do passivo, com ou

sem constituição de garantia própria ou de terceiro;

X – constituição de sociedade de credores;

XI – venda parcial dos bens;

XII – equalização de encargos financeiros relativos a débitos de qualquer

natureza, tendo como termo inicial a data da distribuição do pedido de

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recuperação judicial, aplicando-se inclusive aos contratos de crédito rural, sem

prejuízo do disposto em legislação específica;

XIII – usufruto da empresa;

XIV – administração compartilhada;

XV – emissão de valores mobiliários;

XVI – constituição de sociedade de propósito específico para adjudicar,

em pagamento dos créditos, os ativos do devedor.

§ 1o Na alienação de bem objeto de garantia real, a supressão da

garantia ou sua substituição somente serão admitidas mediante aprovação

expressa do credor titular da respectiva garantia.

§ 2o Nos créditos em moeda estrangeira, a variação cambial será

conservada como parâmetro de indexação da correspondente obrigação e só

poderá ser afastada se o credor titular do respectivo crédito aprovar

expressamente previsão diversa no plano de recuperação judicial.

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Cristiano

Fundamentação

Sujeitos e não sujeitos à recuperação

A sociedade empresária AVESTRUZ MASTER AGRO COMERCIAL IMP. E

EXP. LTDA , pessoa jurídica de direito privado inscrita no CNPJ/MF sob o n.

05.020.463/0003-09, com sede na Fazenda Chaparral, localizada na Rod.GO-

020, Km 48 a direita, Zona Rural, Bela Visa de Goiás-Go, CEP 75.240-000 , por

se tratar de uma sociedade empresária e não ser sociedade de economia mista

ou instituição financeira ,a referida empresa está entre as instituições que

poderão requerer o pedido de recuperação judicial ,de acordo com os artigos 1

e 2 da Lei de Recuperação e Falência(LRE) 11.101/2005.

Segundo Sérgio Campinho,o pedido de recuperação deverá ser feito pelo

devedor empresário e em situações especiais poderá ser requerida pelo

cônjuge sobrevivente , herdeiros do devedor , ou pelo inventariante , no caso

do espólio do empresário individual.Não poderá ser feito pelos credores ,

administrador judicial , Ministério Público , ou de ofício pelo juiz.

O que é a recuperação judicial

Segundo Sérgio Campinho,a recuperação é o instituto que foi desenhado

justamente com o objetivo de promover a viabilização da superação desse

estado de crise(crise menos aguda em que existe a falta de liquidez

momentânea que pode ser facilmente solucionada e a crise mais aguda em

se está mergulhado na insolvência),motivado por um interesse na preservação

da empresa desenvolvida pelo devedor.Para este doutrinador a recuperação

seria a regra e a falência seria a exceção.

Para Waldo Fazzio Júnior , a recuperação de empresas é uma ação de espécie

constitutiva que inaugura uma nova conjectura jurídica e não se restringe à

satisfação dos credores nem ao mero saneamento da crise econômico

financeira em que se encontra a empresa destinaria,alimenta a pretensão de

conservar a fonte produtora e resguardar o emprego ,ensejando a realização

da função social da empresa que é mandamento constitucional.

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Já Victor Eduardo Rios Gonçalves, a recuperação é um instituto mais moderno

e eficaz que a concordata,pois prevê m verdadeiro plano de

reestruturação,sendo um importantíssimo avanço trazido pela nova lei de

falências que visa viabilizar a reorganizar a empresa em crise.

A recuperação judicial de uma sociedade empresária, envolve toda uma

reestruturação econômica,financeira e administrativa da atividade empresarial

da mesma.Quando existe a necessidade do requerimento deste pedido ,isso

não quer dizer que faltou esforço e competência ao empresário,mas que este

não conseguiu superar determinadas dificuldades como a redução de poder de

compra e venda, ausência de planejamento acerca da carga tributária dentre

outros problemas.

Na atual conjuntura,mantendo as mesmas condições seria inviável a

possibilidade de recuperação,fazendo-se necessário a escolha de alternativas

planejadas e tomada de decisões que possibilitem mudanças com o intuito de

criar um novo ambiente para que se tenha as condições mínimas e preencha

os requisitos para possibilitar a recuperação.

È de suma importância que o espírito de equipe esteja presente e os que nela

estejam inseridos sejam parceiros, pois em um momento de dificuldade

financeira ,funcionários ficam desacreditados e o empresário não conseguirá

recuperá-la sozinho ,sendo assim é necessário acreditar que esta fase é

passageira e que a mesma será superada.

Objetivo da recuperação judicial

A situação de crise econômico financeira da sociedade empresária é

perceptível ,em decorrência dos fatos , o maior objetivo da recuperação é a sua

preservação ,ou seja, a superação da crise ,não que seja o único ,pois com

isso continuariam as suas atividades ,preservando empregos dos trabalhadores

e garantindo a credibilidade perante os credores ,conseguindo atingir o

princípio da função social e estimulará a atividade econômica.Estando assim

em conformidade com o artigo 47 da Lei 11.101/2005.

De acordo com o doutrinador Waldo Fazzio Júnior , sob uma perspectiva geral

a recuperação judicial tem o objetivo de reorganizar a empresa em crise

financeira ,preservar as oportunidades de emprego ,implementar a valorização

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da massa próxima da insolvência , dilatar as possibilidades de negociação para

a solução do passivo , envolver a maior parcela possível de credores e

empregados do devedor , fixar mecanismos da desaprovação ou

descumprimento do plano , regular a conversão da recuperação em falência ,

especificar o conteúdo mínimo e a justificativa do plano , estabelecer os limites

da supervisão judicial da execução do plano e regulamentar o elenco de

atribuições dos órgãos administrativos do plano.

Procedimento para o pedido de recuperação

Existem três fases no processo de recuperação ,sendo elas:

Fase postulatória que é a fase do requerimento do benefício de recuperação

judicial em que o pedido deve ser instruído com toda a documentação exigida

no artigo 51 da Lei 11.101/2005.

Fase deliberativa que ocorre quando a documentação está em ordem e o juiz

determinará o processamento da recuperação judicial e tomará as providências

elencadas no artigo 52 da LRE.

Fase de execução que após concedida a recuperação,encerrará a fase

deliberativa e iniciará a fase de execução do plano de recuperação.

Dentre os deveres do empresário-devedor, está o de apresentar os meios pelo

qual pretende sair da crise, o que será demonstrado através do chamado Plano

de Recuperação. Uma vez feito o pedido em juízo, o devedor não poderá

desistir da recuperação judicial após o deferimento de seu processamento,

salvo se obtiver aprovação da desistência na Assembléia Geral de Credores.

O Plano de Recuperação Judicial é um estudo realizado acerca a devedora,

que tem o objetivo de observar a empresa como um todo, identificando as suas

deficiências e sugerindo mudanças que levem a empresa a ter sucesso na

recuperação.

O Plano de Recuperação é elaborado em duas fases. A primeira é a de

diagnósticar, com base em um levantamento contábil, onde se analisarão

ajustes tributário e contábil, empregados, sistemas de gestão, estruturas de

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produção, fluxo de caixa, atual e projetado, dentre outras medidas. A segunda

fase consiste na elaboração do laudo de viabilidade econômica, calculando-se

a margem de lucro e seu faturamento projetado, com a realização de ajustes e

correções, possibilitando a eficácia de implementação do mesmo.

O Plano de Recuperação segundo o Artigo 53 da LRE ,deverá ser apresentado

pelo devedor no prazo improrrogável de 60 dias, contados a partir da

publicação da decisão que deferir o processamento da recuperação judicial,

sob pena de convolação em falência. Este plano deverá conter: A

discriminação pormenorizada dos meios de recuperação a serem empregados

e seu resumo, a demonstração de sua viabilidade econômica, o laudo

econômico-financeiro e de avaliação dos bens e ativos do devedor, subscrito

por profissional legalmente habilitado ou empresa especializada.

Diante disso, o juiz ordenará a publicação de edital, contendo aviso aos

credores sobre o recebimento do Plano de Recuperação e fixando o prazo para

a manifestação de eventuais objeções.

Segundo o Caput do Artigo 54 da LRE ,o Plano de Recuperação Judicial não

poderá estabelecer prazo superior a um ano para pagamento dos créditos

derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho

vencidos até a data de seu pedido.

De acordo com o Parágrafo Único do Artigo 54 da LRE, o Plano não poderá, ter

como proposta prazo superior a 30 dias para o pagamento, até o limite de cinco

salários mínimos por trabalhador, dos créditos de natureza estritamente

salarial, vencidos nos três meses anteriores ao pedido de Recuperação

Judicial.Conforme o Artigo 55 da LRE, qualquer credor poderá manifestar ao

juiz sua objeção ao Plano de Recuperação Judicial no prazo de 30 dias,

contados da publicação da relação de credores. Já o artigo 56 da LRF

descreve que havendo objeção de qualquer credor ao Plano de Recuperação

Judicial, o juiz convocará a Assembleia Geral de Credores para deliberar sobre

o Plano de Recuperação.O plano,se não sofrer objeção, poderá ser aprovado

pela Assembléia de Credores(Parágrafo segundo do Artigo 56 e Artigo 58) e o

juiz concederá a Recuperação Judicial. O plano poderá sofrer alterações na

Assembléia e com consentimento do devedor (Parágrafo terceiro do Artigo 56).

Se rejeitado ou o plano não for aprovado, o magistrado decretará a falência do

devedor(Parágrafo quarto Artigo 56).

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Requisitos da petição inicial

Para que o cliente ingresse com o pedido e que não tenha o desprazer de ter a

petição indeferida é imprescindível que se obedeça os requisitos elencados no

artigo 51 da Lei 11.101/2005(LRE).

A empresa do grupo Avestruz Master deverá expor as causas concretas da

situação patrimonial do devedor e das razões que implicaram na crise

econômico-financeira,as demonstrações contábeis relativas aos três últimos

exercícios sociais( contendo o balanço patrimonial , demonstração dos

resultados acumulados , apresentação do último resultado do exercício social e

o relatório gerencial de fluxo de caixa e de sua projeção) ,relação completa de

credores com especificações de endereços e origem de valores ,relação

integral de empregados com especificações de valores de salários e

funções,certidão que comprove a regularidade do registro público de

empresas , relação completa de bens particulares dos sócios e administradores

,extratos atualizados das suas contas bancárias do devedor,certidões de

cartório de protestos situados na comarca do domicílio ou sede do devedor ou

onde tiverem filiais , relações de todas as ações em que o devedor figure como

parte e estes documentos deverão permanecer à disposição do juízo

competente . do administrador judicial mediante autorização e a qualquer

interessado.

Conclusão

Após a observação detalhada realizada pela equipe da INNOVAZIONE

CONSULTORIA , da documentação apresentada pela sócia proprietária da

empresa AVESTRUZ MASTER AGRO COMERCIAL IMP. E EXP. LTDA ,

pessoa jurídica de direito privado inscrita no CNPJ/MF sob o n.

05.020.463/0003-09, com sede na Fazenda Chaparral, localizada na Rod.GO-

020, Km 48 a direita, Zona Rural, Bela Visa de Goiás-Go, CEP 75.240-

000 ,ficou constatado que a sociedade supracitada preenche os requisitos

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exigidos por lei para o requerimento do pedido de recuperação judicial e

conjuntamente foi feito um levantamento do ativo e do passivo da mesma e

com isso notou-se que é perfeitamente possível a sua reestruturação,visando

assim a preservação da sociedade e sua função social.

Uberlândia, ____ de _________________________de __________

________________________________

NOME DA EMPRESA

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Alisson

REQUISITOS LEGAIS OU TÉCNICOS PARA O REQUERIMENTO DA

RECUPERAÇÃO (ARTIGO 48 LRF)

Art. 48 da Nova Lei de Falência e Recuperações dispõe acerca das exigências

necessárias a serem cumpridas para que seja deferida a recuperação judicial

da atividade em crise:

“Art. 48. Poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no momento do

pedido, exerça regularmente suas atividades há mais de 2 (dois) anos e que

atenda aos seguintes requisitos, cumulativamente: I - não ser falido e, se o foi,

estejam declaradas extintas, por sentença transitada em julgado, as

responsabilidades daí decorrentes; II - não ter, há menos de 5 (cinco) anos,

obtido concessão de recuperação judicial; III - não ter, há menos de 8 (oito)

anos, obtido concessão de recuperação judicial com base no plano especial de

que trata a Seção V deste Capítulo; IV - não ter sido condenado ou não ter,

como administrador ou sócio controlador, pessoa condenada por qualquer dos

crimes previstos nesta Lei. Parágrafo único. A recuperação judicial também

poderá ser requerida pelo cônjuge sobrevivente, herdeiros do devedor,

inventariante ou sócio remanescente”.

A recuperação judicial, segundo a lei, tem por objetivo viabilizar a superação da

situação de crise econômico-financeira do devedor, a fim de permitir a

manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos

interesses dos credores, promovendo, assim a preservação da empresa, bem

como sua função social e o estimulo à atividade econômica.

Segundo a doutrina de Moacyr Lobato de Campos Filho, ensina o autor em sua

renomada obra em relação à temática em abordagem sobre Falência e

Recuperação, que os requisitos legais para o requerimento da recuperação

estão no artigo 48 da LRF, de tal forma que, “a legitimidade para iniciativa será

do devedor, nos termos do art.48 da LRF, bem como do cônjuge sobrevivente

deste, seus herdeiros, inventariante ou sócio remanescente da sociedade

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empresaria. Sendo o devedor, para fins de sujeição à recuperação judicial, o

empresário e a sociedade empresaria que exerça profissionalmente atividade

econômica organizada para a produção ou para circulação de bens ou

serviços. Além do mais, a lei exige que o devedor, quando da propositura da

ação , exerça suas atividades há mais de dois anos, de forma regular, devendo

ainda atender aos requisitos do artigo citado cumulativamente”.

Assim quando o devedor não satisfizer os requisitos cumulativamente definidos

em lei, não haverá como concedê-lo a recuperação, tornando-a inviável e

acarretando em falência. Em primeiro lugar, é preciso que o devedor comprove

estar exercendo sua atividade empresarial regularmente há mais de dois anos.

Sendo assim se não comprovado, fica claro que o empresário individual

irregular e a sociedade empresária irregular não têm direito à recuperação

judicial. Este requisito é feita por meio de juntada de certidão da junta comercial

competente que atesta o exercício regular da atividade empresarial por tempo

superior ao exigido na lei nº 11.101/05.

Ensina André Luiz Santa Cruz Ramos em menção aos requisitos materiais do

pedido de recuperação judicial que, “o devedor precisa comprovar também que

nunca teve sua falência decretada ou, se teve, que as suas obrigações já foram

declaradas extintas por sentença transitada julgado. É preciso destacar que

essa é mais uma das normas da LRF que foram redigidas tendo como

referencia o empresário individual. Assim quando o dispositivo em enfoque

utiliza a expressão “falido”, está se referindo ao empresário individual: se ele já

teve sua falência decretada, não pode requerer recuperação judicial, salvo se

suas obrigações já foram declaradas extintas por sentença transitada em

julgado. Tratando-se de sociedade empresaria, será óbice ao deferimento de

sue pedido a existência de sócios de responsabilidade ilimitada que já tenham

tido a sua falência decretada anteriormente ou que tenham participado de outra

sociedade que teve sua falência decretada.”

O inciso ll do art. 48 da LRF, consta a exigência de que o devedor não tenha,

há menos de cinco anos, obtido a concessão de recuperação judicial. É no

mesmo sentido o inciso lll, que obsta o deferimento de recuperação judicial ao

devedor qualificado como microempresas ou empresas de pequeno porte que

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tenha, há menos de oito anos, obtido a concessão da recuperação especial

disciplinada nos artigos 70 a 72 da LRF.

Por fim, o inciso lV exige no caso de empresário individual, que ele não tenha

sido condenado por crime falimentar, ou, no caso de sociedade empresaria,

que isso não tenha ocorrido com nenhum de seus sócios controladores ou

administradores. Continua assim a ensinar muito bem André Luiz Santa Cruz

Ramos a respeito do tema que, “se um sócio minoritário, sem poder de controle

ou de administração, já tenha eventualmente sido condenado por crimes

tipificados na LRF, isso por si só não impede o juiz de deferir o processamento

do pedido de recuperação da sociedade devedora. De forma que a regra é

clara ao afirmar que o óbice legal só incide se o condenado era administrador

ou controlador da sociedade”.

MEIOS DE RECUPERAÇÃO (ARTIGO 50 LRF)

A nova Lei 11.101/2005 estabelece um rol exemplificativo de meios de

recuperação judicial que podem ser utilizados na elaboração do plano de

recuperação:

“Art. 50. Constituem meios de recuperação judicial, observada a legislação

pertinente a cada caso, dentre outros: I - concessão de prazos e condições

especiais para pagamento das obrigações vencidas ou vincendas; II - cisão,

incorporação, fusão ou transformação de sociedade, constituição de subsidiária

integral, ou cessão de cotas ou ações, respeitados os direitos dos sócios, nos

termos da legislação vigente; III - alteração do controle societário; IV -

substituição total ou parcial dos administradores do devedor ou modificação de

seus órgãos administrativos; V - concessão aos credores de direito de eleição

em separado de administradores e de poder de veto em relação às matérias

que o plano especificar; VI - aumento de capital social; VII - trespasse ou

arrendamento de estabelecimento, inclusive à sociedade constituída pelos

próprios empregados; VIII - redução salarial, compensação de horários e

redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva; IX - dação em

pagamento ou novação de dívidas do passivo, com ou sem constituição de

garantia própria ou de terceiro; X - constituição de sociedade de credores; XI -

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venda parcial dos bens; XII - equalização de encargos financeiros relativos a

débitos de qualquer natureza, tendo como termo inicial a data da distribuição

do pedido de recuperação judicial, aplicando-se inclusive aos contratos de

crédito rural, sem prejuízo do disposto em legislação específica; XIII - usufruto

da empresa; XIV - administração compartilhada; XV - emissão de valores

mobiliários; XVI - constituição de sociedade de propósito específico para

adjudicar, em pagamento dos créditos, os ativos do devedor ”.

Trata-se, porém o artigo de um rol exemplificativo, nada impedindo, pois, que o

devedor sugira outros.

Na concepção do autor André Luiz Santa Cruz Ramos, “os incisos ll, lll, IV, V,

VII, XIII e XIV, por sua vez, preveem-se como meios de recuperação medidas

que buscam, de certa forma, alterar o comando da empresa em crise, e pode

ser exatamente disso que a empresa necessita. Com efeito, a crise da empresa

muitas vezes é resultado de má administração, decorrente, por exemplo, da

dificuldade de adaptação a novas tecnologias de produção, da incompetência

na utilização dos recursos humanos e técnicos disponíveis ou da incapacidade

de diversificação da atuação da empresa para absorver novas oportunidades

de negócios. Assim, a simples mudança no controle societário (inciso III) pode

significar uma verdadeira revolução na condução do empreendimento”.

I – concessão de prazos e condições especiais para pagamento das

obrigações vencidas ou vincendas;

A medida constante do inciso l faz entender a doutrina do renomado autor,

André Luiz Santa Cruz Ramos, que “é extremamente simplória, e, tomada de

forma isolada, dificilmente resolverá a crise do devedor. Não custa lembrar que

a antiga concordata baseava-se nessa medida, e mostrou-se instituto

totalmente ineficiente na tarefa de ajudar os devedores na superação da crise

que atravessavam. O mesmo se pode dizer da medida prevista no inciso lX”.

Já na concepção do autor Moacyr Lobato de Campos Filho que, “consiste em

uma modalidade clássica que pressupõe a iniciativa ou tolerância dos credores,

no sentido de permitir ao devedor, mediante criação de condições e dilação de

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prazos convencionados, a superação das dificuldades por ele enfrentadas e o

cumprimento das obrigações assumidas, reunindo tanto as vencidas quanto as

vincendas. Essa hipótese comum nos casos de ausência de liquidez de

natureza temporária, incompatível com as situações de dificuldades estruturais

da empresa”.

Para Paulo Jeyson Gomes Araújo, “o primeiro meio de recuperação judicial

apontado pela lei é a concessão de prazos e condições especiais para

pagamento das obrigações vencidas ou vincendas. Constitui a medida mais

comum de proporcionar a recuperação do devedor. Em suma, através do

elastecimento do prazo para adimplemento das obrigações e da concessão de

condições especiais, terá o devedor maior tempo para rearranjar a empresa,

superando a crise em que se encontra. É ônus do devedor, para que sua

empresa seja considerada recuperada, cumprir rigorosamente as condições

previstas no plano de recuperação por um período de dois anos, sob pena de

ser-lhe decretada a falência, conforme interpretação dos artigos 61, 62 e 63.

Entretanto, não há objeção legal para que o plano preveja parcelamento de

débitos por prazo maior, desde que a isso não se oponham os credores”.

II – cisão, incorporação, fusão ou transformação de sociedade,

constituição de subsidiária integral, ou cessão de cotas ou ações,

respeitados os direitos dos sócios, nos termos da legislação vigente;

Entende Moacyr Lobato de Campos Filho que, “o artigo trata da cisão,

incorporação, fusão ou transformação de sociedade, constituição de subsidiária

integral, ou cessão de cotas ou ações, resguardados os direitos dos sócios,

nos termos da legislação vigente. Estas operações, previstas na Lei das

Sociedades Anônimas, permitem, por exemplo, a tomada da atividade

empresarial do devedor em crise por empresa que ofereça melhores

possibilidades de mantê-la no mercado em condições favoráveis de

competição. Onde nenhuma das alternativas exclui a proteção de terceiros de

boa-fé, nem a assunção das obrigações pelas sociedades incorporadoras,

transformadas, cindidas ou pela sociedade nova. E que a aprovação dessas

matérias requer quorum qualificado correspondente à metade, no mínimo, das

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ações com direito a voto, salvo quorum ainda maior nas companhias fechadas,

desde que haja previsão estatutária expressa”.

III – alteração do controle societário;

Entende Moacyr Lobato de Campos Filho que, “alterar o controle, no todo ou

em parte, mediante adoção de novas políticas e estratégias empresariais,

constitui uma das muitas opções fixadas em lei para a efetiva recuperação pela

dissociação entre propriedade e poder. As outras são, principalmente, as

substituições totais ou parciais dos administradores do devedor, a modificação

se deus órgãos administrativos, alem da concessão aos credores do direito de

voto em separado de administradores e do poder de veto nas matérias

específicas no plano de recuperação. O artigo 50, III, prevê a cessão de quotas

ou ações da sociedade como um dos meios de recuperação da empresa em

estado crítico. Com a cessão de cotas ou ações, a empresa em recuperação

objetiva a alteração da composição e até do controle do capital societário, o

que oportuniza a injeção de novos capitais, visando ao saneamento da

empresa, com consequente superação da crise econômico-financeira”.

IV – substituição total ou parcial dos administradores do devedor ou

modificação de seus órgãos administrativos;

Entende Moacyr Lobato de Campos Filho que, “a hipótese é destinada as

sociedades, principalmente anônimas e limitadas, na medida em que o

empresário individual raramente faz uso de estrutura de administração mais

complexa e menos dependente de sua orientação pessoal. A medida de

substituição dos administradores mais se aproxima dos ideais de transparência

e boa governança societária, posto que desvincule a gestão da empresa dos

laços fortemente pessoais impostos pelos titulares de cotas ou ações, ou, pelo

menos, busca minimizar esses efeitos, certamente danosos, num ambiente de

aguda crise econômico-financeira. O inciso prevê a substituição total ou parcial

dos administradores do devedor ou alteração de seus órgãos administrativos,

tendo por fim a profissionalização da administração, objetivando melhorias nos

resultados da empresa. Não são raras às vezes em que a crise advém da falta

de competência e tino para os negócios de seus responsáveis administrativos”.

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V – concessão aos credores de direito de eleição em separado de

administradores e de poder de veto em relação às matérias que o plano

especificar;

Entende Moacyr Lobato de Campos Filho que, “a questão da substituição dos

administradores, no todo ou em parte, pressupõe, sobretudo na parte relativa a

concessão aos credores do direito de eleição em separado de administradores

e do poder de veto nas matérias expressamente identificadas no plano de

recuperação judicial, indispensável aquiescência o próprio devedor quando a

substituição não for originalmente sugerida. Os credores , nesta hipótese,

deverão ter vinculação societária que lhes assegure o exercício do direito de

voto e do poder de veto nas deliberações tomadas no âmbito das sociedades.

A menos que o próprio plano de recuperação judicial seja precedido de acordo

de acionistas ou cotistas, especifico sobre temas objeto da recuperação

judicial, com a obrigação direita dos seus signatários votarem. Só os acionistas

ou cotistas enfim os titulares de frações representativas do capital sociedade,

podem exercer o direito de voto nas suas respectivas sociedades. Portanto é

uma prática consolidada na vida empresarial das médias e grandes empresas

em dificuldades. Nas crises econômico-financeiras é usual a nomeação branca

de "interventores", assim designados os comissários dos credores, que passam

a intervir diretamente nas decisões empresariais, visando criar condições

favoráveis ao pagamento dos débitos”.

Fábio Ulhoa analisa o dispositivo como, “um compartilhamento de

responsabilidades administrativas entre o devedor e seus credores, que

desejam ter seus créditos quitados”.

VI – aumento de capital social;

O aumento de capital social representa a injeção de recursos para tornar

possível a viabilidade econômica da empresa em crise. Difícil é encontrar

candidatos que queiram se arriscar investindo em uma empresa em estado

pré-falimentar; que a veja como uma boa oportunidade de negócios. Entende

Moacyr Lobato de Campos Filho que, “o capital social cumpre função primordial

nas sociedades na medida em que constitui a principal garantia dos terceiros.

Nas sociedades que não haja responsabilidade ilimitada repousa a garantia

dos credores no capital social, cuja integridade é enunciada no principio da

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intangibilidade do capital social. De tal modo, o aumento do capital social,

naturalmente vinculado as condições e prazos de sua efetiva integralização,

poderá induzir e recuperação judicial, observadas as característica as

sociedade ou companhia em questão, e se compatível, o aumento do capital

coma destinação que lhe empresta o Texto da lei servir de meio hábil à

promoção da recuperação judicial pretendida”.

VII – trespasse ou arrendamento de estabelecimento, inclusive à

sociedade constituída pelos próprios empregados;

Para Paulo Jeyson Gomes Araújo, “este é um meio de recuperação que se

torna adequado àquelas empresas cujo passivo trabalhista seja de tal monta

que a atividade empresarial tenha se tornado inviável nos moldes tradicionais,

vislumbrando-se a falência da empresa e o fechamento dos postos de trabalho.

Por isso, a opção de trespasse ou arrendamento a sociedades de

trabalhadores, inclusive cooperativas, vem se tornando saída para esses

credores que, de outro modo, veriam seus créditos pulverizados pela alienação

a preço vil das indústrias. Assim, esses créditos podem ser convertidos em

cotas de cooperativa, dividindo-se o resultado da atividade entre os

cooperados, desonerando-se o empresário dessas obrigações que, mais das

vezes, ultrapassam o valor dos bens sociais e passam a gravar seu patrimônio

pessoal”.

Vale ainda salientar que a recuperação judicial da empresa esta

indissoluvelmente vinculada à má administração, ou à adoção de políticas

estratégicas ou empresárias inadequadas ou mesmos prejudiciais. Ou seja,

dificilmente a empresa que não tenha condições, que são indispensáveis para

um bom desempenho, terá pouco existo na recuperação, como uma

localização imprópria que eleva os custos, a ausência de mão de obra

qualificada e necessária, ou mesmo a rejeição do mercado pelo produto

ofertado.

VIII – redução salarial, compensação de horários e redução da jornada,

mediante acordo ou convenção coletiva;

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Entende Moacyr Lobato de Campos Filho que, “trata-se de questão polêmica

onde pressupõe a união de interesses entre empregador e empregadores e

vinculação expressa destes aos objetivos e as expectativas contempladas no

plano de recuperação”.

Na concepção do autor André Luiz Santa Cruz Ramos, “pode ser muito

eficiente, mas deve sempre ser precedido de contrato coletivo de trabalho, no

qual os sindicatos e os trabalhadores por eles assistidos terão ampla

possibilidade de discutir as medidas em questão. Certas empresas, o

diagnostico da crise demonstra que o seu passivo trabalhista é o grande

causador do déficit de suas contas. Assim a redução salarial seria

providencialmente útil na superação da crise”.

Para Paulo Jeyson Gomes Araújo, “depende de uma interpretação

constitucional, já que não existe acordo coletivo ou convenção sem a

participação dos sindicatos. Não basta a previsão de redução salarial no plano

de recuperação apresentado pelo devedor. A empresa que pretende alcançar

este desiderato deverá suscitar o competente dissídio na Justiça do Trabalho,

pois sem o contrato coletivo de trabalho não há renegociação das obrigações

ou do passivo trabalhista”.

IX – dação em pagamento ou novação de dívidas do passivo, com ou sem

constituição de garantia própria ou de terceiro;

Entende Moacyr Lobato de Campos Filho que, “pelos artigos 356 a 359 do CC,

a dação em pagamento é conceituada como acordo liberatório em que, sobre o

consentimento, predomina a ideia da extinção da obrigação. O devedor que

não adimplir a obrigação ajustada por ausência de meios líquidos para tanto

pode, desde que expressamente consinta o devedor, cumpri-la mediante

entrega de prestação diversa daquela originalmente convencionada. No

entanto o art. 132, inc. II da lei falimentar declara ineficaz, não produzindo

efeitos relativos à massa falida. Tal hipótese não produz efeitos na recuperação

judicial, uma vez que a lei falimentar declara que o pagamento de dividas

vencidas e exigíveis dentro do termo legal em condições diversas daquelas

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contratualmente ajustadas, desde que previsto e realizado na forma definida no

plano de recuperação judicial, não será declarado ineficaz ou revogado. A

novação por vez é uma das modalidades de extinção da obrigação sem que se

realize pagamento, quer direita, quer indiretamente, conceituada como

constituição de uma obrigação nova em substituição de outra que fica extinta.

Em sua configuração jurídica, devem concorrer o consentimento, a existência

da obrigação antiga e o nascimento de nova obrigação no mesmo momento em

que se extingue a anterior, alem do animus novandi”.

Assim a dação em pagamento somente é conveniente quando, por fatores de

mercado, a alienação de determinados bens seja impossível sem redução

muito expressiva de seu valor de avaliação. Quanto à novação de dívidas do

passivo, trata-se de efeito previsto pela própria adoção do plano de

recuperação de empresa, conforme se lê no art. 59, sendo esta uma forma de

adimplemento e extinção das obrigações, mediante assunção de nova obligatio

que substitui à originária.

X – constituição de sociedade de credores;

Para Paulo Jeyson Gomes Araújo, “o inciso prevê a constituição de sociedade

de credores, que podem se organizar em qualquer uma das formas societárias

admissíveis em lei para adjudicar bens do devedor, para arrendá-los, para

recebê-los em pagamento, com consequente desoneração das dívidas”.

Na concepção do autor André Luiz Santa Cruz Ramos, “meio de recuperação

que depende essencialmente da vontade dos credores de continuar explorando

a atividade desenvolvida pelo devedor em crise. Pode ser que o devedor esteja

sem recursos para modernizar o seu estabelecimento ou para fazer

investimentos necessários à absorção de novos mercados emergentes. Os

credores podem visualizar na empresa em crise um empreendimento com

potencial para desenvolver-se e superar as dificuldades. Sendo assim, podem

constituir sociedade para, por meio dela, assumirem o comando das atividades

do devedor, na expectativa de que eventuais lucros advindos da exploração da

empresa em crise sejam superiores aos créditos que tinham a receber”.

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XI – venda parcial dos bens;

Na concepção do autor André Luiz Santa Cruz Ramos, “é uma das soluções

mais eficientes. Pois muitas vezes uma empresa possui uma grande parte de

seu ativo imobilizado (sede, galpões, filiais e etc.), quando poderia ter recursos

referentes a esses bens em caixa para movimenta-los e aumentar seus ganhos

de capital. Nesses casos, portanto, pode ser bastante útil vender alguns

imóveis e loca-los posteriormente. Assim, o devedor pode usar os recursos

adquiridos com a venda de seu ativo imobilizado para fazer novos

instrumentos”.

No inciso XI a nova lei trouxe uma novidade: a venda parcial dos bens,

permitindo a recuperação da empresa. Devem ser alienados aqueles bens que

não sejam indispensáveis à continuação da atividade produtiva, sob pena de

agravamento da crise.

XII – equalização de encargos financeiros relativos a débitos de qualquer

natureza, tendo como termo inicial a data da distribuição do pedido de

recuperação judicial, aplicando-se inclusive aos contratos de crédito

rural, sem prejuízo do disposto em legislação específica;

Na concepção de Paulo Jeyson Gomes Araújo, “É um modo de aplicação do

princípio pars conditio creditorum, ou seja, o princípio da igualdade entre os

credores. De acordo com a norma, os débitos vencidos e vincendos de

qualquer natureza podem ser equalizados, tomando como termo inicial o da

data do pedido de recuperação judicial, com o correspondente deságio dos

encargos devidos nas dívidas de prazo mais alongado ou pelo alongamento

das dívidas de mais curto prazo”.

Entende Moacyr Lobato de Campos Filho que, “é expressão destituída de

sentido jurídico, vazia de conteúdo obrigacional. O sentido corresponde ao de

igualar, tornar uniforme, ou seja, o devedor, no uso dessa modalidade de

recuperação, pretende padronizar encargos financeiros por ele suportados,

tanto no que diz respeito a taxas, quanto ao período, com a fixação do termo

inicial a partir da data de distribuição do pedido de recuperação judicial”.

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XIII – usufruto da empresa;

O usufruto da empresa, inciso XIII, não transfere a propriedade da empresa ou

de seus bens, mas o usufrutuário passa a receber total ou parcialmente seus

frutos ou resultados, devendo ser o fato averbado na Junta Comercial.

Entende Moacyr Lobato de Campos Filho que, “trata-se de um direito real

conferido a alguém de retirar, temporariamente, da coisa alheia, os frutos e

utilidades que ela produz, sem alterar-lhe a substância, podendo recair em um

ou mais bens, móveis ou imóveis, em um patrimônio inteiro ou em parte,

conforme o art.1390 do CC. No processo de execução, o juiz pode conceder o

usufruto de empresa, quando reputar menos gravoso ao devedor e eficiente

para o recebimento da divida. Uma vez decretado o usufruto, o devedor perde

o gozo do imóvel ou da empresa ate a satisfação do crédito. Será nomeado

administrador, na sentença que o decretar o usufruto, investido de todos os

poderes que concernem ao usufrutuário, sendo que o devedor fará, ao

administrador nomeado, a entrega da empresa. Portanto tal inciso resulta da

iniciativa do devedor contido no plano de recuperação judicial submetido à

apreciação preliminar do juiz e deliberada no âmbito da assembleia geral de

credores. Esses também podem propor o usufruto, por ocasião da

modificações ao plano e que demandará aquiescência do devedor. Decorre

assim do entendimento entre o devedor e os credores, como possibilidade

efetiva de que a recuperação possa ocorrer”.

XIV – administração compartilhada;

O devedor, em alguns casos, tem interesse em compartilhar com os credores a

administração de seu negócio, uma vez que tal medida garante o compromisso

de todos pelo bom resultado da empresa. É interesse de ambos o bom

andamento do plano de recuperação judicial.

Segundo Moacyr Lobato de Campos Filho entende que, “se caracteriza como a

modalidade de recuperação judicial em que os interesses do devedor e de seus

credores mais estejam harmonizados. Diferentemente da constituição de

sociedade de credores e do usufruto em que se transfere a terceiros a gestão

da empresa, a administração compartilhada pressupõe a integração dos

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interesses antagônicos titularizados pelo devedor e por seus credores, sendo

que os últimos tomam parte da administração da empresa, participando,

efetivamente, da condução da condução dos destinos e da orientação de seus

negócios. Sua efetiva realização dependera do esforço comum de renuncia e

de elaboração de um código de convivência em que as partes definem como

objetivo primordial, o estabelecimento ou mesmo a restauração das condições

concernentes ao pleno desenvolvimento das atividades, com a repartição

racional da administração e atribuição especifica de competência e

responsabilidade a cada um dos que nela se engajarem”.

XV – emissão de valores mobiliários;

A emissão de valores mobiliários representará iniciativa factível se a pessoa

jurídica promover abertura de capital, para negociação de seus papéis em

bolsa, objetivando capitalização da empresa. Somente será eficaz, em conjunto

com outras, se mostrarem ao mercado efetiva possibilidade de saneamento da

devedora, de modo a atrair os investidores.

Na concepção do autor André Luiz Santa Cruz Ramos, “além de ser possível

apenas para as sociedades anônimas, dificilmente será viável na pratica.

Afinal, provavelmente os investidores do mercado de capitais não estarão

muito dispostos a adquirir valores imobiliários de uma empresa cuja crise

econômica é tão acentuada que lhe exigiu recorrer ao judiciário para a

obtenção de recuperação judicial”.

Segundo Moacyr Lobato de Campos Filho entende que, “a emissão de

debêntures poderá, portanto, atender ao objetivo da recuperação judicial

pretendida. Para tal desiderato, a situação da empresa deve atender a

fundadas expectativas de crescimento, sem o que o apelo no sentido da

aquisição dos papeis restará frustrado. Finalmente, é de se salientar que a

emissão das debêntures pode ser feita pelas sociedades anônimas e

sociedades em comandita por ações, vedada a hipótese a outras sociedades,

inclusive às limitadas”.

Page 33: Completo _ Rp

XVI – constituição de sociedade de propósito específico para adjudicar,

em pagamento dos créditos, os ativos do devedor.

Na concepção de Paulo Jeyson Gomes Araújo, “a redação final deste

dispositivo reduziu as possibilidades da sociedade de propósito específico à

adjudicação de bens do devedor, confundindo-se com previsão do inciso X -

formação de sociedade de credores. Não seria apenas esta sua finalidade,

nem limitada sua composição aos credores. Dentre outras possibilidades, a

sociedade de propósito específico pode ser constituída para realizar

determinadas operações vantajosas à empresa em recuperação, bem como

favorecer participação sua em empreendimentos ou negócios, ou de terceiros

investidores, sem a contaminação das operações ou da novel sociedade pelo

passivo pré-existente”.

Segundo Moacyr Lobato de Campos Filho entende que, “assim cria-se uma

empresa com finalidade não lucrativa, e sim de habitualidade e

intermediariedade, aonde os seus valores vão para pagar dividas. Podendo até

mesmo ter os mesmos sócios, e ficar existindo depois de cessada a divida ou

até mesmo ter incorporação à antiga. Ou seja, ela esta vinculada à

necessidade decorrente da sociedade controladora, seja no que diz respeito ao

desenvolvimento de um projeto, seja para cumprir apenas uma etapa desse

projeto. Uma vez realizada a finalidade que motivou a criação dessa sociedade,

será provavelmente liquidada, sendo ela uma sociedade escrava, marcada

para morrer. Alem do mais não exclui a possibilidade do desvirtuamento de seu

objeto, tornando-a servil aos interesses e à atuação de terceiros, não

exatamente em harmonia com a finalidade que ser revela, no caso, pela

utilização da sociedade de propósito especifico, como mero instrumento dos

interesses de terceiros, notadamente, acionistas ou cotistas controladores”.

§ 1o Na alienação de bem objeto de garantia real, a supressão da garantia

ou sua substituição somente serão admitidas mediante aprovação

expressa do credor titular da respectiva garantia.

Page 34: Completo _ Rp

Tem que ser aprovada pelos credores, pois beneficia apenas um dos vários.

§ 2o Nos créditos em moeda estrangeira, a variação cambial será

conservada como parâmetro de indexação da correspondente obrigação

e só poderá ser afastada se o credor titular do respectivo crédito aprovar

expressamente previsão diversa no plano de recuperação judicial.

Medida da Taxa Cambial, exceto quando o credor aceitar uma pré-fixação.

PLANO DE RECUPERAÇÃO EM SI (ARTIGO 53 LRF)

O plano de recuperação judicial está contido nos artigos 53 e 54 da LRF que

dispõe:

Art. 53. O plano de recuperação será apresentado pelo devedor em juízo

no prazo improrrogável de 60 (sessenta) dias da publicação da decisão

que deferir o processamento da recuperação judicial, sob pena de

convolação em falência, e deverá conter: I - discriminação pormenorizada

dos meios de recuperação a ser empregados, conforme o art. 50 desta

Lei, e seu resumo; II - demonstração de sua viabilidade econômica; e III -

laudo econômico-financeiro e de avaliação dos bens e ativos do devedor,

subscrito por profissional legalmente habilitado ou empresa

especializada.

Parágrafo único. O juiz ordenará a publicação de edital contendo aviso

aos credores sobre o recebimento do plano de recuperação e fixando o

prazo para a manifestação de eventuais objeções, observado o art. 55

desta Lei.

Art. 54. O plano de recuperação judicial não poderá prever prazo superior

a 1 (um) ano para pagamento dos créditos derivados da legislação do

trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho vencidos até a data do

pedido de recuperação judicial.

Parágrafo único. O plano não poderá, ainda, prever prazo superior a 30

(trinta) dias para o pagamento, até o limite de 5 (cinco) salários-mínimos

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por trabalhador, dos créditos de natureza estritamente salarial vencidos

nos 3 (três) meses anteriores ao pedido de recuperação judicial.

Publicada a decisão que defere o processamento do pedido de recuperação, o

devedor terá prazo 60 dias para apresentar ao juízo o seu plano de

recuperação, conforme o artigo 53 da LRF, se o plano não for apresentando

neste prazo, a falência do devedor será decretada. Portanto, é importante

destacar que a partir do deferimento do processamento do pedido de

recuperação judicial, ou o devedor conseguirá sua recuperação judicial ou sua

falência será decretada, não havendo uma terceira saída. Assim uma vez

oferecido o plano, o juiz ordenará a publicação dele com aviso aos credores

sobre a sua apresentação, na qual é facultada aos credores a possibilidade de

objeção ao plano em 30 dias, contado o prazo da publicação da relação de

credores, elaborada pelo administrador judicial.

Segundo Moacyr Lobato de Campos Filho, “o plano é o documento que contém

o conjunto das iniciativas a serem adotadas para a recuperação a serem

adotadas para a recuperação judicial pretendida e a modelagem jurídica

apropriada, mas, na verdade, seu conteúdo é predominantemente econômico e

financeiro, suscetível, em razão de sua própria natureza, as transformações

introduzidas na política econômica ou experimentadas pelo próprio mercado.

Mesmo a adoção de uma das possibilidades, exemplificativamente

contempladas no art.50 da LRF, poderá, no curso da recuperação, ser

substituída por outra que seu mostre mais vantajosa ao objetivo fixado do que

originalmente eleita. Onde a mudança dependerá da aquiescência dos

credores reunidos em assembleia, da constatação de que nenhuma classe de

credores será prejudicada isoladamente, tudo isso será submetido ao juiz que

era avaliar se a hipótese poderá ser objeto de adoção ou se Dara ensejo a

convolação da recuperação judicial em falência”.

Na concepção do autor André Luiz Santa Cruz Ramos, “o plano de

recuperação não é uma mera formalidade, devendo ser encarado pelo devedor

como a coisa mais importante para o eventual sucesso de seu pedido.

Portanto, é interessante que o plano seja minuciosamente elaborado, se

possível por profissionais especializados em administração de empresas ou

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áreas afins, e que proponha medidas viáveis para a superação da crise que

atinge a empresa”.

Segundo Moacyr Lobato de Campos Filho destaca que o planejamento, “é um

processo identificado como aplicação de um sistema racional de escolha entre

um conjunto de alternativas reais de investimentos e de outras possibilidades

para o desenvolvimento. O plano seria, pois, o documento que retrata o

planejamento estratégico de um governo, contendo identificação das fontes de

recursos e a escolha das políticas para o uso desses mesmos recursos.

Conclui afirmando que o planejamento é o processo, a planificação é o

resultado e o plano o documento que o formaliza. A recuperação judicial, de

iniciativa do devedor e consubstanciada num documento submetido à

deliberação dos credores reunidos em assembleia geral de credores e

dependente da chancela judicial, encontra sua natureza mais próxima do

acordo de vontades. As partes reconhecem que a adoção de tudo quanto

esteja contido no plano servirá como meio propicio ao soerguimento

pretendido. Assim o não cumprimento das obrigações assumidas no plano de

recuperação judicial, seja por proposta originaria do devedor, seja por

modificações sugeridas pelos credores e aceitas pelo devedor, poderá

desaguar na convolação da recuperação judicial em falência”.

Na concepção de Paulo Jeyson Gomes Araújo, “a Lei 11.101/05, nova Lei de

Falência e Recuperação de Empresas, determina, em seu artigo 53, o plano de

recuperação judicial ou de reorganização da empresa, o qual representa uma

peça indispensável à superação da crise. É nele que serão estabelecidos e

apresentados argumentos que convençam tanto o juiz quanto os credores da

viabilidade do procedimento. Constitui a mais importante peça do processo de

recuperação judicial, dependendo exclusivamente dele a realização ou não dos

objetivos visados pelo instituto, quais sejam a preservação da atividade

econômica e o cumprimento da sua função social. Se o plano é consistente, há

chances de a empresa se reorganizar e superar a crise em que se encontra. O

plano de recuperação deve indicar minuciosamente e motivadamente os meios

pelos quais o devedor deverá superar as dificuldades que enfrenta. A

consistência econômica do plano está umbilicalmente relacionada ao adequado

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diagnóstico das razões da crise e de sua natureza (econômica, financeira ou

patrimonial) e à adequação dos remédios apontados para o caso. Deve vir

instruído com dois laudos assinados por contador ou empresa especializada: o

de avaliação patrimonial e o econômico-financeiro. O primeiro diz respeito aos

bens do devedor que compõe o ativo indicado especificamente para a ocasião,

devendo abranger não somente os bens móveis e imóveis como eventuais

direitos suscetíveis de apropriação contábil ou alienação (marcas, patentes

etc.). O segundo é relacionado ao potencial de geração de negócios da

empresa em crise. O plano alternativo de recuperação judicial pode ser

apresentado por qualquer credor em duas situações distintas: na ocasião de se

opor ao plano apresentado pelo devedor ou na Assembleia dos Credores”.

Continua ainda o autor a mencionar que, “se a Assembleia de Credores houver

constituído Comitê de Credores, este também será legitimado para sugerir

plano alternativo de recuperação, bem como o administrador judicial. Apesar de

não estar disposto em lei, é razoável que o plano alternativo obedeça aos

mesmos requisitos exigidos pelo plano do devedor, isto é, deve cumprir o que

determina o art. 53, abordando os mesmos tópicos e, se houver mostrar

críticas aos laudos apresentados pelo devedor. O novo plano não precisa ter

novos laudos, já que as informações disponibilizadas talvez não sejam

suficientes para a elaboração de um laudo consistente. Outro pressuposto que

deve ser observado é a necessidade de ser aprovado previamente pelo

devedor e, para que possa ser votado em Assembleia, não poder implicar

apenas em redução de direitos dos credores não presentes”.

Portanto podemos entender que, o juiz pode conceder a recuperação judicial

ou denegar o pedido, e nesse sentido, o acordo de vontades estabelecido entre

o devedor e seus credores sempre dependerão da manifestação do juiz

competente para conhecer e decidir sobre o pedido. De forma que dependerá

da aprovação pela assembleia de credores para o plano de recuperação

judicial, como também poderá ter alteração ao decorrer do plano. Logo depois

o juiz, se aceito o plano pela assembleia publicará em edital no prazo de 30

dias para que os credores possam fazer suas objeções em 30 dias. Depois o

juiz com a não apresentação de objeção ao plano de recuperação judicial

apresentado pelo devedor, significando em uma aprovação tácita, nesse caso,

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não se convocará assembleia, e passa-se já para a fase do art.57 da LRF, que

será analisado. Por outro lado, se for apresentada alguma objeção ao plano de

recuperação judicial, dispõe o art. 56 LRF, onde o juiz convocara a assembleia

geral de credores para deliberar sobre o plano de recuperação, e em

obediência ao § 1º desse mesmo art.56 da LRF, a data designada para a

realização da assembleia geral não excedera 150 dias contados do

deferimento do processamento da recuperação judicial. É importante destacar

que, havendo objeção de algum credor, não cabe ao juiz analisá-la e julgá-la. O

juiz deve convocar a assembleia-geral de credores para que ela decida sobre o

plano de recuperação judicial apresentado pelo devedor. A convocação não

pode demorar, sobretudo porque o prazo de suspensão da prescrição e das

execuções, na recuperação judicial, é de apenas 180 dias (art.6º, § 4ª, da

LRF). É por isso que a lei determina que a data designada para a realização da

assembleia-geral não excederá 150 dias contados do deferimento do

processamento da recuperação judicial. Ou seja, ainda restarão 30 dias de

suspensão da prescrição e das execuções. Nas objeções que os credores

apresentarem ao juiz, eles poderão expor meios alternativos de recuperação,

diferentes dos meios indicados pelo devedor no seu plano. Então a

assembleia-geral será realizada e os credores devidamente habilitados

deliberarão sobre a aprovação, a alteração ou rejeição do plano pelo devedor.

Caso o plano seja aprovado, a assembleia poderá ainda, conforme previsão do

§2º do art.56, indicar os membros do comitê de credores, na forma do art. 26

da lei LRF, se já não estiver constituído. Já não aprovação do plano consoante

o §4º do art.56 da LRF, cabe o juiz, em principio decretar a falência do

devedor, porque a decisão é soberana dos credores. Existe apenas um caso

em que a não aprovação do plano em assembleia não impede o juiz de

conceder a recuperação judicial, que analisaremos adiante: trata-se da

hipótese no art. 58, §1º da LRF, em que ocorre uma quase aprovação. Sendo

esse o caso, e entendendo o juiz pela concessão, passa-se também à fase do

art. 57 da LFR.

PERÍODO MÁXIMO DE RECUPERAÇÃO (ARTIGO 61)

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“Art. 61. Proferida a decisão prevista no art. 58 desta Lei, o devedor

permanecerá em recuperação judicial até que se cumpram todas as

obrigações previstas no plano que se vencerem até 2 (dois) anos depois

da concessão da recuperação judicial.

§ 1o Durante o período estabelecido no caput deste artigo, o

descumprimento de qualquer obrigação prevista no plano acarretará a

convolação da recuperação em falência, nos termos do art. 73 desta Lei; §

2o Decretada a falência, os credores terão reconstituídos seus direitos e

garantias nas condições originalmente contratadas, deduzidos os valores

eventualmente pagos e ressalvados os atos validamente praticados no

âmbito da recuperação judicial”.

Concedida à recuperação judicial, o devedor deverá cumprir todas as

obrigações previstas no plano de recuperação que se vencerem ate dois anos

depois da concessão da recuperação judicial. Se durante esse período ele

descumprir qualquer das obrigações previstas no plano, ocorrera a convolação

da recuperação em falência. Uma vez decretada à falência, os credores terão

seus direitos e demais garantias reconstituídos (art.61 da LRF). Vencido o

prazo de até dois anos, previsto no artigo 61, e cumpridas às obrigações o juiz

encerrará a recuperação e determinará as seguintes ações: pagamento de

honorários ao administrador judicial; apuração das custas judiciais; determinar

a apresentação do relatório sobre a execução do plano de recuperação;

dissolução do comitê de credores e a exoneração do administrador judicial;

comunicação ao registro público de empresas para as providencias cabíveis.

No §1º do art. 61 é prevista hipótese de convolação da recuperação falência,

nos termos do art. 73, quando do descumprimento de qualquer obrigação

prevista no plano durante o período de 2 anos posteriores a concessão da

recuperação. Após o decurso deste tempo, havendo descumprimento de

qualquer obrigação prevista no plano de recuperação, qualquer credor,

inclusive os que estão sujeitos à recuperação, poderá requerer a execução

específica ou a falência (art. 62 da LRF).

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Meirielen

QUAIS CREDITOS ESTÃO SUJEITOS

     Art. 49. Estão sujeitos à recuperação judicial todos os créditos

existentes na data do pedido, ainda que não vencidos.

        § 1o Os credores do devedor em recuperação judicial conservam

seus direitos e privilégios contra os coobrigados, fiadores e     obrigados

de regresso.

        § 2o As obrigações anteriores à recuperação judicial observarão as

condições originalmente contratadas ou definidas em lei, inclusive no que

diz respeito aos encargos, salvo se de modo diverso ficar estabelecido no

plano de recuperação judicial.

        § 3o Tratando-se de credor titular da posição de proprietário

fiduciário de bens móveis ou imóveis, de arrendador mercantil, de

proprietário ou promitente vendedor de imóvel cujos respectivos

contratos contenham cláusula de irrevogabilidade ou irretratabilidade,

inclusive em incorporações imobiliárias, ou de proprietário em contrato

de venda com reserva de domínio, seu crédito não se submeterá aos

efeitos da recuperação judicial e prevalecerão os direitos de propriedade

sobre a coisa e as condições contratuais, observada a legislação

respectiva, não se permitindo, contudo, durante o prazo de suspensão a

que se refere o § 4o do art. 6o desta Lei, a venda ou a retirada do

estabelecimento do devedor dos bens de capital essenciais a sua

atividade empresarial.

        § 4o Não se sujeitará aos efeitos da recuperação judicial a

importância a que se refere o inciso II do art. 86 desta Lei.

        § 5o Tratando-se de crédito garantido por penhor sobre títulos de

crédito, direitos creditórios, aplicações financeiras ou valores mobiliários,

poderão ser substituídas ou renovadas as garantias liquidadas ou

vencidas durante a recuperação judicial e, enquanto não renovadas ou

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substituídas, o valor eventualmente recebido em pagamento das

garantias permanecerá em conta vinculada durante o período de

suspensão de que trata o § 4o do art. 6o desta Lei.

Todos os créditos existentes na data do pedido estão sujeito à recuperação,

não se faz como obrigatoriedade que a divida esteja vencida, mesmo aquela

obrigação não é exigível pela sua data de vencimento, possuem características

que poderão se resolver ao logo da habilitação.

No entanto estão sujeitos a recuperação judicial todos os créditos vencidos e

não vencidos, contudo existe exceções que não estão sujeitos a recuperação

judicial , como os bens moveis e imóveis, credito tributários, credor de reserva

de domínio, de arrendamento mercantil, de proprietário ou promitente vendedor

de imóvel com cláusula de irrevogabilidade ou irretratabilidade e importância

entregue ao devedor , em moeda nacional , decorrente de adiantamento a

contrato de cambio para exportação.

Em uma relação jurídica teremos como partes o devedor o credor a sociedade

ou empresa, logo se houver nessa relação coobrigados, avalista, fiadores

nessa recuperação judicial os credores deveram conservar seus diretos e

privilégios sobre eles.

Todas aquelas obrigações existente antes mesmo da recuperação judicial

deve observar as condições definidas em lei, principalmente quando ressalta

os encargos , exceto nos casos que fique estabelecido no plano de

recuperação judicial .

O artigo 163 da lei anterior estabelecia juros altíssimos na liberação de

empréstimos, as dividas das empresas ficavam limitadas a juros de 12% ao

ano, existia a concessão de juros inferiores a esse valor porque a lei determina

juros de ate 12% abrindo brecha para a flexibilidade desse valor.

O plano de recuperação de forma contraria pode em seu artigo 2 afastar a

brecha existente no artigo 163 da lei anterior e alterar as condições

originarias .

Todos os bens da empresa que forem objetos de alienação fiduciária,

arrendamento, reserva de domínio tudo aquilo que a empresa necessite para

exercer sua atividade não será objeto de recuperação, exemplo simples são os

veículos, maquinários entre outros.

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Esses são itens importantes que a empresa depende para seu funcionamento,

sem eles é impossível dar continuidade em suas atividades e ate mesmo

recuperar a empresa.

Existem alguns artigos que estabelecem que no prazo de 180 dias não retirem

da empresa os bens essenciais para suas atividades (artigo 49 paragrafo 3

Código Civil e artigo 6 paragrafo 4 )

Esse é um prazo estabelecido para superar a crise da empresa. É contato a

partir do despacho que defere o processamento da recuperação judicial.

Pode ser restituído o valor que foi adiantado pelo banco em relação ao contrato

de cambio de exportações conforme artigo 86 inciso I.

Esse contrato de cambio tem como finalidade de celebrar um negocia jurídico

entre exportador brasileiro e importar estrangeiro possuindo como objeto a

entrega de certo lote de mercadorias com determinado valor e prazo.

Ao realizar a compra e a venda não é permitido receber a moeda estrangeira

do importador como forma de pagamento com isso o contrato de cambio tem a

operação de trocar a moeda nacional por moeda estrangeira e vice-versa.

Esse adiantamento que é realizado pelo banco pelo contrato de cambio é

objeto que poderá ser restituído no caso de falência sendo impossível pedir a

restituição no caso de recuperação judicial.

Mesmo nos casos do credor se manifestar para que haja a falência, não cabe a

possibilidade porque não esta a mesma não esta sujeita a crime falimentares.

Em todo caso esses valores podem ser revistos na hipótese do artigo 58 LRF

com a concordância dos credores.

Conforme artigo 49 da LRF paragrafo 5 os créditos garantido por penhor sobre

titulo de credito poderão ser substituídos ou renovadas as garantias liquidas ou

vencidas durante a recuperação judicial e, enquanto não renovadas ou

substituídas, o valor eventualmente recebido em pagamento das garantias

permanecerá em conta vinculada durante o período de suspensão .

Nessa situação quando houver o pedido de recuperação da empresa o

depósito será realizado no juízo universal e não conforme o artigo 1455 do

Código Civil dizia. “Art. 1.455. Deverá o credor pignoratício cobrar o crédito

empenhado, assim que se torne exigível. Se este consistir numa prestação

pecuniária, depositará a importância recebida, de acordo com o devedor

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pignoratício, ou onde o juiz determinar; se consistir na entrega da coisa, nesta

se sub-rogará o penhor.”

ASSEMBLÉIA DE CREDORES

COMPETENCIA

Conforme artigo 35 da LRF a assembleia geral tem a competência de:

Aprovação, rejeição ou modificação do plano de recuperação judicial.

A constituição do Comitê de Credores, a escolha de seus membros e

sua substituição;

Manifestar-se sobre pedido de desistência da Recuperação Judicial

Eleger gestor judicial.

Deliberar todas as matérias de interesse dos credores.

LEGITIMIDADE PARA SUA CONVOCAÇÃO

O juiz nas hipóteses legais ou sempre que for conveniente.

Quando a soma de seus créditos represente pelo menos 25% do total do

passivo.

FORMA DE CONVOCAÇÃO

A assembleia geral será convocado pelo juiz atrás do edital publicado

no Diário Oficial com antecedência de 15 dias no mínimo.

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CONTEUDO DO EDITAL

(  Artigo 36 LRF)   I – local, data e hora da assembléia em 1a (primeira) e

em 2a (segunda) convocação, não podendo esta ser realizada menos de

5 (cinco) dias depois da 1a (primeira);

  II – a ordem do dia;

III – local onde os credores poderão, se for o caso, obter cópia do plano

de recuperação judicial a ser submetido à deliberação da assembléia.

QUORUM DE INSTALAÇÃO

Quanto a sua convocação o Quórum e Voto ao artigo 42 da LRF informa que

em regra geral que a deliberações serão aprovadas desde que possua a

metade mais um dos votos dos créditos presentes, ou seja, maioria simples

dos presentes. Ficando afastando possibilidade de empate.

Falando em aprovação, rejeição ou modificação do plano de recuperação

apresentado pelo devedor, aplicando o principio de aprovação por maioria

simples. O artigo 45 estabelece quórum diferente para deliberações sobre o

plano de recuperação.

Observando a parte do artigo 42, com artigo 45 estabelece que para

deliberações relativamente ao plano de recuperação, a aprovação deve ser

necessariamente aprovada pelas três classes prevista do artigo 41.

A proposta deverá ser aprovada cumulativamente pela metade mais um dos

créditos presentes, e pele maioria simples dos credores presentes. Já na

classe dos trabalhistas a proposta deve ser aprovada pela maioria simples dos

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presentes, sem qualquer consideração ao valor de créditos. (Considerações do

autor Manoel Justino Bezerra Filho)

A segundo convocação através de convocação publicada com antecedência de

05 dias, possível haver uma única publicação de edital com as 2 convocações.

O que a lei exige é o interregno de prazo de 5 dias entre as convocações.

Art. 45 - Nas deliberações sobre o plano de recuperação judicial, todas as

classes de credores referidas no art. 41 desta Lei deverão aprovar a

proposta.

§ 1º Em cada uma das classes referidas nos incisos II e III do art. 41 desta

Lei, a proposta deverá ser aprovada por credores que representem mais

da metade do valor total dos créditos presentes à assembleia e,

cumulativamente, pela maioria simples dos credores presentes.

§ 2º Na classe prevista no inciso I do art. 41 desta Lei, a proposta deverá

ser aprovada pela maioria simples dos credores presentes,

independentemente do valor de seu crédito.

§ 3º O credor não terá direito a voto e não será considerado para fins de

verificação de quorum de deliberação se o plano de recuperação judicial

não alterar o valor ou as condições originais de pagamento de seu crédito

FUNCIONAMENTO DA ASSEMBLÉIA

A assembleia será presidida pelo administrador judicial.

Que designará 1 (um) secretário dentre os credores presentes.

Nas deliberações sobre o afastamento do administrador judicial ou em

outras em que haja incompatibilidade deste, a assembleia será presidida

pelo credor presente que seja titular do maior crédito.

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Todos os credores deverão assinar a lista de presença antes da

instalação da assembleia geral, pois sem a sua assinatura o mesmo não

terá direito nas deliberações.

A lei afirma que no momento que se instala a assembleia geral encerra o

livro de presença.

Em primeira convocação de instalará com a presença de credos que

representem a maioria dos créditos de cada classe, no caso da

segunda convocação será com qualquer numero de credores

Poderão ser representados pode curadores as pessoas físicas e

jurídicas ate 24 de antecedência desde que entregue o documento de

representação ao administrador.

Os credores de credito trabalhistas poderão ser representados pelo

sindicado, desde que o mesmo apresente a relação de todos os

representantes ao Administrador judicial no prazo de ate 10 dias com

antecedência.

Via de regra a deliberação será da maioria simples respeitando as

exceções que alie dispõem.

INSTÂNCIAS DELIBERATIVAS DA ASSEMBLÉIA

      ( Artigo 41 LRF)  I – titulares de créditos derivados da legislação do

trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho;

        II – titulares de créditos com garantia real;

        III – titulares de créditos quirografários, com privilégio especial, com

privilégio geral ou subordinados.

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NÃO PARTICIPAM DA DELIBERAÇÃO

Os credores fiscais e os retardatários não incluídos até o momento da

homologação do quadro geral.

COMPOSIÇÃO DA ASSEMBLÉIA

A assembleia geral é composta por três classes de credores.

Art. 41. A assembléia-geral será composta pelas seguintes classes de

credores:

        I – titulares de créditos derivados da legislação do trabalho ou

decorrentes de acidentes de trabalho;

        II – titulares de créditos com garantia real;

        III – titulares de créditos quirografários, com privilégio especial, com

privilégio geral ou subordinados.

        § 1o Os titulares de créditos derivados da legislação do trabalho

votam com a classe prevista no inciso I do caput deste artigo com o total

de seu crédito, independentemente do valor.

        § 2o Os titulares de créditos com garantia real votam com a classe

prevista no inciso II do caput deste artigo até o limite do valor do bem

gravado e com a classe prevista no inciso III do caput deste artigo pelo

restante do valor de seu crédito.

Conforme o paragrafo 1º do respectivo artigo 41 os créditos trabalhistas votam

com o total de seus créditos independente de seu valor.

Observando algumas limitações do artigo 54 paragrafo único que define em

relação aos credores derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de

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acidente do trabalho , o prazo para a realização do pagamento não pode ser

superior a 1 ano, vencidos ate a data do pedido de recuperação.

Já o artigo 83 inciso I limita que o credito dessa mesma classe terão

preferencia no recebimento da indenização por conta dos danos sofrido por

conta de culpa ou dolo do empregador.

Os titulares de credito com garantia real votam ate o limite do valor do bem

gravado e os credores quirografários, a classe que vem em terceiro lugar vota

pelo restante do valor do seu credito.

ATRIBUIÇÕES DA ASSEMBLÉIA

Art. 35. A assembléia-geral de credores terá por atribuições deliberar

sobre:

        I – na recuperação judicial:

        a) aprovação, rejeição ou modificação do plano de recuperação

judicial apresentado pelo devedor;

        b) a constituição do Comitê de Credores, a escolha de seus membros

e sua substituição;

        c) vetado

        d) o pedido de desistência do devedor, nos termos do § 4o do art. 52

desta Lei;

        e) o nome do gestor judicial, quando do afastamento do devedor;

        f) qualquer outra matéria que possa afetar os interesses dos

credores;

       

A assembleia geral de credores e constituída de credores que buscam a

melhor solução que atenda o conjunto de credores uma vez que na

recuperação judicial é o interesse de todos á continuidade da atividade

econômica da empresa.

A assembleia não possui o poder decisório, pois o juiz que vai analisar e decidir

a melhor solução tanto pelo devedor como para o credor.

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Peça fundamental na recuperação judicial é o administrador judicial que possui

a função de fiscalizar e acompanhar o processo de recuperação e

comportamento da empresa.

O administrador judicial é nomeado pelo juiz no momento que for deferido o

processo do pedido de recuperação, concede o prazo para que o devedor

apresente o plano de recuperação. A nomeação como a substituição é feita

apenas pelo o juiz.

No momento que o devedor toma conhecimento de objeção de qualquer

credor, o juiz vai convocar a assembleia que vai analisar a capacidade da

aprovação, modificação ou rejeição da recuperação.

A assembleia geral que vai deliberar sobre a constituição de credores, existe

casos que por falta de necessidade nem vai existe a constituição de credores,

nos casos que possui poderão escolher seus membros ou ate a substituí-los.

Nos casos de pedido de desistência o juiz deverá abrir oportunidade para que a

assembleia geral analise a situação para que aprove ou não aprove o pedido,

pois sem a anuência da assembleia o juiz não poderá homologar a

desistência.

Em relação à gestão da empresa quando o juiz retira à administração das

mãos do devedor a mesma é entregue para o gestor judicial, caso este ainda

não tenha sido nomeado a responsabilidade da gestão ficará a cargo do

administrador.

Sobre a matéria que poderá afetar os interesses dos credores a assembleia

geral pode deliberações sobre esses assuntos, como a deliberações anteriores,

levando em consideração a analise e decisão do juiz sobre a causa.

Pois o juiz pode deixar de acatar a decisão da assembleia geral caso a mesma

estiver contraditória com a lei e com o fundamento constitucional.

Page 50: Completo _ Rp

Mariele

O voto de cada credor é proporcional ao valor do crédito (art. 38). Há hipóteses em que a votação é feita dentro de cada classe, como ocorre na formação do Comitê de Credores e na aprovação do plano de recuperação judicial.

Art. 38. O voto do credor será proporcional ao valor de seu crédito, ressalvado, nas deliberações sobre o plano de recuperação judicial, o disposto no § 2o do art. 45 desta Lei.

Parágrafo único. Na recuperação judicial, para fins exclusivos de votação em assembléia-geral, o crédito em moeda estrangeira será convertido para moeda nacional pelo câmbio da véspera da data de realização da assembleia.

APROVAÇÃO DO PLANO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL

A assembleia geral de credores será convocada em um prazo máximo de 150

dias contados a partir distribuição do pedido de recuperação judicial. A

assembleia em sua reunião poderá ter três posicionamentos em relação ao

pedido do devedor:

a) Aprovar o plano

b) Rejeitar o plano, neste caso a ata de assembleia ao ser juntada aos autos

fará com que o juiz declare aberta a falência do devedor.

c) A assembleia geral de credores poderá propor uma modificação no plano

apresentado e neste caso as modificações propostas serão levadas a

apreciação do devedor e se este concordar com as modificações o plano será

aprovado e se não puder ou não quiser cumprir as modificações propostas, o

plano será considerado rejeitado e o juiz declarará aberta a falência do

devedor.

A aprovação do plano de recuperação não significa concessão da recuperação

judicial, pois o devedor ainda tem uma obrigação processual a cumprir que é a

apresentação das certidões negativas de débitos tributários nos termos do

Artigo 151, 205 e 206 do Código Tributário Nacional (C.T.N.)

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Caso o devedor tenha débitos tributários, não conseguirá obter a certidão

negativa de imediato, assim deverá procurar as Fazendas Públicas onde tenha

débitos tributários e proceder o reconhecimento da dívida e ato contínuo

postular o parcelamento da mesma.

Bibliografia:

André Luiz Santa Cruz Ramos – Direito Empresarial Esquematizado; Editora:

Método; 2º edição, SP, 2012.

Moacyr Lobato de Campos Filho – Falência e Recuperação; Editora: Del Rey;

Edição: 2007; SP.

Artigo Direito Comercial, disponível em http://www.lfg.com.br/artigo/_direito

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FILHO, Manoel Justino Bezerra - Lei de Recuperação de Empresas e

Falências,

MAMEDE, Gladston - Direito Empresarial Brasileiro, volume 4 : falência e recuperação de empresa/ Gladston Mamede – São Paulo : Atlas, 2006.

CAMPINHO, Sérgio. Falência e Recuperação de Empresa. 3.ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2008.

JÚNIOR, Waldo Fazzio. Nova Lei de Falência e Recuperação de Empresas. São Paulo: Editora Atlas, 2005

FAZZIO JUNIOR, Waldo. Manual de Direito Comercial, SP: Atlas, 2004

GONÇALVES, Victor Eduardo Rios e GONÇALVES, Maria G. V. P. Rios. Direito Falimentar. 3ª ed. São Paulo : Saraiva, 2007.