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Comportamento Assintótico e Sincronização Robusta de Equações Diferenciais não Lineares MÁRCIO FUZETO GAMEIRO Orientador: HILDEBRANDO MUNHOZ RODRIGUES Dissertação apresentada ao Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da Universidade de São Paulo, ICMC-USP, co- mo parte dos requisitos para a obtenção do título de "Mestre em Ciências na Área de Matemática". São Carlos Fevereiro de 1999 'Este Trabalho teve suporte financeiro da FAPESP.

Comportamento Assintótico e Sincronização Robusta de

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Page 1: Comportamento Assintótico e Sincronização Robusta de

Comportamento Assintótico e Sincronização Robusta de Equações

Diferenciais não Lineares

MÁRCIO FUZETO GAMEIRO

Orientador: HILDEBRANDO MUNHOZ RODRIGUES

Dissertação apresentada ao Instituto de

Ciências Matemáticas e de Computação da

Universidade de São Paulo, ICMC-USP, co-

mo parte dos requisitos para a obtenção do

título de "Mestre em Ciências na Área de

Matemática".

São Carlos

Fevereiro de 1999

'Este Trabalho teve suporte financeiro da FAPESP.

Page 2: Comportamento Assintótico e Sincronização Robusta de

AGRADECIMENTOS

Agradeço em especial ao Hildebrando, não só pela orientação, mas prin-

cipalmente pela amizade e dedicação.

Agradeço ao Professor Gaspar pela ajuda na revisão.

Agradeço aos colegas de curso, aos professores e funcionários do ICMC e,

de uma forma geral, a todos que de alguma maneira contribuíram para

a realização deste trabalho.

Page 3: Comportamento Assintótico e Sincronização Robusta de

Resumo

Neste trabalho apresentaremos algumas condições suficientes para dissipativi-

dade e sincronização de sistemas de equações diferenciais não lineares da forma

{ ;,', --.- f (t, z, x + m(t), 71)

onde z = (x, y) E Ift.3 x IR' = IR", w = (u, v) E R3 x IR" = IR" e -Yb 'Y2 E r c R', com m(t) e rh(t) continuas e limitadas. Veremos, também, algumas aplicações

deste tipo de sincronização a sistemas de comunicação.

Page 4: Comportamento Assintótico e Sincronização Robusta de

Abstract

In this work we give some sufficient conditions for dissipativeness and synchro-

nization of systems of nonlinear differential equations of the form

{

i = f(t, z, x + m(t), 71)

ti) = f(t, w, x + ih(t), 72)

where z = (x, y) E IR' X IRn -- 3 = lan , W = ('l , v ) E Ias x IRn- 8 = IRn and 71, 72 E

r c Ir, with m(t) and th(t) continuous and bounded. We also present some

applications of this type of synchronization to communication systems.

Page 5: Comportamento Assintótico e Sincronização Robusta de

Sumário

Introdução 1

1 Dissipatividade e Sincronização 5

1.1 Dissipatividade Uniforme 5

1.2 Sincronização 13

1.3 Aplicações 20

1.4 Exemplos Adicionais 54

Referências Bibliográficas 59

1

Page 6: Comportamento Assintótico e Sincronização Robusta de

Introdução

O objetivo deste trabalho é desenvolver métodos matemáticos para estudar sin-cronização em sistemas acoplados. Vamos considerar dois sistemas de equações diferenciais acoplados, que dependem de parâmetros, e mostrar que se os parâmetros forem suficientemente próximos, então dada qualquer solução do primeiro sistema e qualquer solução do segundo sistema, a diferença entre as duas soluções fica peque-na quando o tempo vai para o infinito. Se os parâmetros forem idênticos, então a diferença entre as soluções tende a zero exponencialmente.

Iremos considerar um tipo de acoplamento parcial, onde o primeiro sistema é de-sacoplado do segundo, e somente o segundo sistema depende do primeiro. Este tipo de sincronização foi tratado inicialmente por Pecora e Carroll em [21] e denominado por estes de Sincronização Master-Slave.

O fenômeno de sincronização tem sido largamente estudado, principalmente em áreas aplicadas. Entre as muitas aplicações podemos citar, por exemplo, osciladores mecânicos e elétricos acoplados, estudados por Afraimovich, Verichev e Rabinovich em [3]; Anishenko, Vadiva.sova, Postnov e Safonova em [5]; Carroll e Pecora em [7]; Chua, Itoh, Kocarev e Eckert em [9]; Chua, Belykh, Verichev e Kocarev em [8]; entre outros. Outra área de aplicações é em Sistemas de Lasers, estudado pelo Prof. R. Roy e seu grupo, como mostrado em Fabiny, Colet e Roy em [12]; Gills, Iwata e Roy em [13]; Gills, Roy, Murphy e Maier em [14]. Aplicações a Sistemas de Comunicação são tratadas por Cuomo e Oppenheim em [10] e 'Presser e Worfolk em [25].

1

Page 7: Comportamento Assintótico e Sincronização Robusta de

Cuomo e Oppenheim em [10] e Tresser em Worfolk em [25] propõem o uso de Sincronização Master-Slave em sistemas caóticos para criptografia de mensagens conforme descrito no exemplo a seguir.

Suponhamos ter uma mensagem a ser transmitida, que será uma função contínua e limitada m: IR —> IR. Consideremos o sistema de Lorenz

{

i = —cx + o-y

Y = rx — y — xz

i = —hz +xy

(1)

que apresenta comportamento caótico. A partir desse sistema construímos dois sistemas chamados Master e Slave respectivamente. O primeiro sistema (Master) será usado para codificar a mensagem e o segundo (Slave) será usado para decodificar a mensagem recebida.

O primeiro sistema é construído da seguinte forma

{

X = —crx +cy

Y = r (x + rn(t))—y — z (x + rn(t))

i• = —bz +y(x +rn(t))

E o segundo como segue

{

á = —o-u + et

ii = r(x(t) + rn(0)—v — w(x(t) + rn(t))

lb = —bw + v(x(t)+ rn(t))

(2)

(3)

onde x(t) é uma solução qualquer de (2).

2

Page 8: Comportamento Assintótico e Sincronização Robusta de

Cuomo e Oppenheim em [10] afirmam que os sistemas (2) e (3) sincronizam. Assim estes sistemas podem ser usados para criptografia de mensagens, da seguinte forma: Com a mensagem m(t), construímos o sistema (2), então resolvemos este sistema, com qualquer condição inicial, e obtemos uma solução (x(t), y(t), z(t)). Então somamos x(t) a m(t), e enviamos a mensagem codificada x(t) + m(t). O receptor da mensagem codificada, x(t) + m(t), usa esta mensagem para construir o sistema (3). Então, após resolver o sistema (3), fazemos md(t) = x(t)+ m(t) — u(t). Como os sistemas (2) e (3) sincronizam, temos que a mensagem decodificada md(t) se aproxima da mensagem original m(t), para t grande.

Neste trabalho iremos abordar este tipo de aplicação, porém com algumas al-terações, como descreveremos a seguir.

Em aplicações práticas, os parâmetros representam algum componente físico, co-mo um resistor em um circuito elétrico por exemplo. Desta forma os parâmetros das equações (2) e (3) serão próximos, mas não exatamente iguais. Assim é importante que a sincronização seja robusta à pequenas variações nos parâmetros.

A mensagem a ser enviada x(t)+7n(t) pode sofrer alguma perturbação durante a transmissão. Sendo assim, no sistema (3) devemos colocar x(t) + fit(t), onde m(t) e riz.(t) são próximas. Na prática, as mensagens podem assumir valores apenas dentro de um certo intervalo. Portanto podemos supor que existe uma constante K > O tal que toda mensagem considerada tem norma menor ou igual a K.

As idéias acima podem ser generalizadas considerando-se sistemas da forma

= f (t, z, x + m(t), 71) (4)

= f (t, w, x + fit(t), 72)

onde z = (x , y) E rts x rtn-s = Rft, w = (u, v) E IR x = Ir, 71,t2 E r c iam e m, rit E CIAR, IR?), onde CK(IR, Ri denota o espaço de Banach das funções

: IR continuas e limitadas, com Hal' = suptER ila(t)11, e tal que liali K. Neste trabalho iremos estudar sistemas da forma acima. A estratégia para provar

3

Page 9: Comportamento Assintótico e Sincronização Robusta de

a sincronização para o sistema (4) consiste primeiro em provar que o sistema é uniformemente dissipativo, ou seja, que existe um conjunto limitado E, independente dos parâmetros, tal que toda solução de (4) entra em B em tempo finito e não sai mais dele, para os parâmetros variando em alguma região. Isto é feito usando-se funções tipo Liapunov associadas ao sistema (4). Após provada a dissipatividade, usamos desigualdades integrais e estimativas exponenciais para provar a sincronização dentro do conjunto limitado E.

No Capitulo 1 apresentaremos alguns resultados que garantem a dissipatividade e a sincronização do sistema (4). Neste Capitulo apresentaremos também algumas aplicações à sistemas de comunicação.

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Page 10: Comportamento Assintótico e Sincronização Robusta de

Capítulo 1

Dissipatividade e Sincronização

Neste capítulo veremos alguns resultados sobre dissipatividade e sincronização e, veremos também, algumas aplicações a sistemas de comunicação.

Durante todo este capitulo, A denotará um subconjunto de E, onde E é um espaço de Banach e 1' denotará um subconjunto de IR'.

1.1 Dissipatividade Uniforme

Seja f E C(IR x x A, R") Lipschitz em limitados com relação a x E IR", isto é, para cada E A e cada conjunto limitado B c R x R", existe uma constante

> O tal que

xl, - f(t, x2, /-11x1 - x211, V(t, (t, x2) E B. (1.1)

Consideremos a equação

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Page 11: Comportamento Assintótico e Sincronização Robusta de

= f (t, x, A). (1.2)

Denotaremos por J (to, xo, A) = (t- (to, xo, A), ti- (to , xo , A)) o intervalo maximal de existência da solução x(t, to, xo, À) da equação (1.2) com condição inicial x(to ) = xo.

O teorema seguinte nos dá condições suficientes para que as soluções da equação (1.2) sejam uniformemente limitadas.

Teorema 1.1.1. SejaV : IR x IR" x A -+ IR uma função de classe C1 . Suponhamos que existam funções contínuas a,b,c : IRn -+ IR limitadas inferiormente, tais que, para todos (t, x, À) E IR x IR" x A, temos

a(x) V (t, x, b(x)

—V(t, x, A) c(x)

onde

a ii(t,x, A) := —a v(t,x, A) +V(t, x, f (t, x, A).

at ax

Vamos assumir também que:

(i) a(x) -+ +oo quando lixil -3 +oo.

(ii) Existe p> O, tal que o conjunto

Cp := {x E Ir : c (x p}

é não vazio e limitado em .

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Page 12: Comportamento Assintótico e Sincronização Robusta de

Seja r > O suficientemente grande de forma que

r> sup b(r xECF,

Seja Ar := {x E Rn : a(r) < r}. Então as seguintes conclusões valem para a equação (1.2):

(a) Dados to E R, zo E R" e A E A, temos que t±(to, zo, À) = +oo e existe t1 > to, tal que, para todo t > ti , z(t,to, to, À) pertence ao conjunto limitado Ar.

(b) Se r(t) é uma solução de (1.2) definida para todo t E R, com suptER Ilx(t)11 < +oo, entclo x(t) E itr para todo t E R.

Demonstração: (a) Dados to E R, zo E R" e À E A, mostremos primeiro que t±(to ,x0 ,À)= +oo. De fato, suponhamos que t±(to, x o, À) < +oo. Então temos que Ilx(t, to, xo, À) II +oo quando t -4 t+ (to , zo , À). Assim existe O < 7- < t+ (t0 X0) À) tal que r(t,to,ro,À) 0 C,,, para todo T < t < t+ (to, zo, À). Segue então que c(x(t, to, xo, A))> p para todo T < t < t+ (to, Xo, À). Assim

r(t, to, zo, ,‘), À) a' c(x(t, to, zo, ,‘)) > P

logo

I. 7 (t, r(t, to, zo, À), À) < — p < O

para todo /- < t < t+ (to, zo, À). Desta forma a função t 14 V (t, (t, to , zo , À), À) é decrescente para r < t < t+ (to, zo,À), o que é um absurdo, pois ljx(t, to, xo,À)0 -4 +oo quando t t+ (to, zo, À). Portanto t+ (to , xo, À) = +oo.

Mostremos agora que existe t1 > to tal que x(t i ,t0 ,x0 ,À) E Cp. Suponhamos que não. Então para todo t > to temos que x(t,t0 , x0 , À) S C,,, o que implica c(x(t, to, xo, À)) > p. Assim

7

Page 13: Comportamento Assintótico e Sincronização Robusta de

(t, x(t, to, x0, À), À) c(x(t, to, x0, À)) > p

e então

(t, x(t, to, xo, À), < — p < O.

Isso implica que t V (t,x(t,to,x0 , À), À) é uma função decrescente de t. Como V (t, x(t, to, xo, À), À) a (x(t, to, xo, À)) e a é limitada inferiormente, temos que t V(t, x(t, to, xo, À), À) é limitada inferiormente. Portanto temos que existe e é finito o limite

teco V (t, x(t, xo, À), À).

Então temos que para todo t > to, existe st E (t,t + 1) tal que

V (t + 1, x(t + 1, to, xo, À), — V (t, x(t, to, xo, À), = 1.7 (st, x(st, to, xo, À) < —P.

Fazendo t +cio obtemos uma contradição, pois o lado esquerdo da desigual- dade acima tende a zero. Portanto existe t1 > to tal que

x(ti, to, Xo, À) E Cp.

Vamos mostrar agora que x(t, t0, x0, A) E A,. para todo t > ti. Suponhamos que não. Então existe t2 > h tal que x(t2 , to, xo, À) Ø Ar e assim

V (t2 , x(t2, to xo, A), a(x(t2, to xo, A))> r. (1.3)

Como x(t i , to, xo, À) E Cp, temos que

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Page 14: Comportamento Assintótico e Sincronização Robusta de

V (th x(th xo, À), À) S. b(x(ti, xo, À)) < r. (1.4)

Assim de (1.3) e (1.4) segue que existe r E (t1, t2) tal que

V(r, x(r, to xo À), = r

e

V (r, x(r, to, xo, À), À) > r, Vt E (r, t2)-

Como, para x E C4,, temos que V(t, x, À) < b(x) c r, segue que x(t, to, xe, À) 0 Cp, para t E (r,t2 ). Portanto c(x(t, to, xo, À)) > p para todo t E (r,t2 ). Logo

-fr(t, x(t, to, xo, À), À) c(x(t, to , xo A))> P

e assim

(t, X(t, to, xo, 4A) < Vt E (r,t2),

o que implica que t E (r,t2) 1—> V(t,x(t, to, x,À), À) é uma função decrescente de t. Mas isso é uma contradição, pois V(r, x(r, to, xo , À), À) = r e V (t2, x(t2 , to, xo, À), À) > r. Portanto.temos que

x(t, to, xe, À) E ,4,, Vt >

(b) Suponhamos que x(t) é urna solução de (1.2) definida para todo t E IR e tal

que suptER ilx(t)li < +cc. Mostremos que x(t) E Ar para todo t E IR. De fato, suponhamos que exista r E IR tal que x(r) 0 4. Então temos que x(t) 0 Cp para

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Page 15: Comportamento Assintótico e Sincronização Robusta de

todo t < 7, pois se x(s) E para algum $ < r teríamos, pela demonstração do item (a), que x(t) E A1. para todo t> s, o que contradiz o fato de que x(7) Ø À,..

Portanto —17"(t, x(t), À) > c(x(t)) > p e assim 1.7(4 x(t), À) < —p, para todo t < 7.

Então para todo t < 7, existe st E (t — 1,t) tal que

V (t, x(t), À) — V(t — 1, x(t — 1), À) = (st, x(st ), À) —p.

Isso implica que

e

e assim

V (r, x(r) , À) +p S V(r - x(r - 1),À)

V('r- x(r -1), À) + p SV(r — 2, x(r — 2), À)

V(7, x(7), À) -I- 2p S V(7 — 2, x(7 — 2), À).

Prosseguindo indutivamente obtemos

V(7, x(7), À) np V(7 — n, x(7 — n), À).

Da desigualdade acima segue que V(7 —n, x (7 —n), À) —> +oo, quando n —> +oo, o que é uma contradição, pois V(t, x(t), À) < b(x(t)) e como suptat ilx(t)11 < +00, segue que b(x(t)) é limitada, o que implica V(t, x(t), À) limitada. Portanto

X(t) E .Ár, Vt E R.

Observação 1.1.1. No Teorema 1.1.1 se tivermos que c(x) —> +oo quando 114 —> +o°, então a hipótese (ii) estará satisfeita.

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Page 16: Comportamento Assintótico e Sincronização Robusta de

Exemplo 1.1.1 (Equações de Lorenz). Consideremos o sistema de Lorenz

{

± = —o-x + cry y = rx — y — xz Z = —bx + xy

(1.5)

Seja À := (o-, r, b) e seja

A := { (o-, r, b) E iFt.3 : < a < am, rm <r<rM e

onde O < a,,, < am, O < r„, < rm e O < < bm.

Fazendo u := y, z) E rt,3, e

f (u, À) := (—o-x + o-y, rx — y — xz, —bz + xy),

tomemos a seguinte função de Liapunov

V(x, y, z, À) = x2 + 1-7—y2 + — (r + 1))2. 2r 2r 2r

Então temos que

V(x, y, z, = x2 + + (.z — (r + 1))2 ‘

2+X2 ey2 2 1:rt(Z - (r + 1))2 = 1 x2 4_ tsi_n2 4_ (z2 - 2(r + 1)z + (r + 1)2) 2rm ' 2rm ' 2rm

_L x2 4_ 4_ ara_n2 ara_ ( z2 _ 2(r +1)1z1+ (r + 1)2) 2rm 2rm d 2rm

_L .x2 4_ aa_n2 4_ /a (z2 2(rm 1)1ZI (Tm -I- 1)2) =: a(x,y, Z). 2rm ' 2rm 2rm

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Page 17: Comportamento Assintótico e Sincronização Robusta de

Ainda

V(x, y, z, À) = 2.4x2 ± ti y2 + tf. (r + 1))2 <

2:..„2 x2 _i_ e_y2 (r + 1))2 = (z2 2(r + 1)z + (r + 1)2)

2r (z2 + 2(r + 1)1z1 + (r + 1)2)

en- (z2 + 2(rm + 1)1z1 + (rm + 1)2) =

(IZI ((ri.,+ 1))2 b(x , y , z).

Temos também que

V(x, y, z, À) = t.x(—crx + cry) + y(rx — y — xz) +(z — (r + 1)) (—bz + xy) =-• —f.x2 + xy — y2 + crxy — ,z2 + fl,b7(r + 1)z — 4". (r + 1)xy =

ty2 Z2 + (*:(7. + 1)z.

Assim

—V(x, y, z, À) = .7:x2 + y2 + ¶ z2 — (r + 1)z >

e x2 + y2 + z2 £Afts,. (rm + 1)1z1rM = graxa ± riva,2 fariSri,rm (z2 cemnibbffernim (rm + 1)1zI) = Tm TAr7

Lrm-X2 chay2 embm nirmrr': (r + 1)) (2̀ízil—m—fri-embb Jr. (rm + 1)) = Tm m 2amb

2 Tm T

2

zusti2 gatro, (I zi aMbMr" fr 2 rM

— (EM-kat r 1))2 =: c(x , y , z). Tm ru I 2.7„,b,„r„, M tr„,b,„

Claramente as funções a, b e c satisfazem as condições do Teorema 1.1.1, portanto existe um conjunto limitado B c IR3 tal que se (x(t), y(t), z(t)) é uma solução da equação (1.5), então existe t1 tal que (x(t), y(t), z(t)) E B para todo t > ti.

12

Page 18: Comportamento Assintótico e Sincronização Robusta de

120-,

100-,

80,.

60N

N

40,

20.

O-,

-20 100

< >

-100 _40 _ao -20 -10 O 10 20 30 40

Y x

Figura 1.1: Estimativa do Atrator de Lorenz

Na Figura 1.1 mostramos um esboço do atrator de Lorenz e da região de limi-tação.

1.2 Sincronização

Sejam f, g E COR x IR" x IR" x A, Fr) satisfazendo a condição de Lipsehitz em limitados (1.1) com relação a (x, y) E IR" x llr. Consideremos o sistema

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Page 19: Comportamento Assintótico e Sincronização Robusta de

{± f (t, x, y, Ai)

g(t,x, y, A2) (1.6)

Definição 1.2.1. Dizemos que (1.6) sincroniza (globalmente) se dado E > O, existe 5> O, tal que, se IN - jj <5, então para todos to E IR, e (xo, Yo) E Rn x Rn temos que

limsupfly(t,to,xo,yo, Ài,À2) X(ty tO2 YO, Ah A2)11 < E. t->-1-03

Teorema 1.2.1. Suponhamos que:

(i) Existe um conjunto limitado E C Rn tal que, para todos to E /R, (ra, Yo) E Rn X Rn e AI, À2 E A, a solução (x(t, ta, xa, Yo, Ai, )z), y(t, to, xa, Yo, Ai, )z)) do sistema (1.6) satisfaz: tito,xo,Yo,A17 À2) = +00 e existe ti > to tal que

(X(t,i(:), X02 YO2 Ah A2), y(t, to, ro, YO2 AI; À2)) E B x E,

para todo t> ti.

(ii) Existe uma função contínua F : R x Rn x Rn x A -> .C(Rn) tal que, para todos t E /R, (x, y) E Rn X R" e À E A, temos g(t,x, y, À) - f (t,x, y)) = F (t, x, y, )t)(y -

(iii) Existi uma constante k > O tal que, para todos to E R, (xo, Yo) E Rn x Rn e),1,),2EA, existem a>0eM>0 tal que F(t,x(t),y(t),À2) de-fine um operador de evolução T(t, s, A2), com IIT(t, s, A2)11 < Mc-°@-$) e

ftt, IIT(t, s, Az)lids < k para todos t i < s <t, onde x(t) := x(t,to,x0,Y0, Ai, A2) e y(t) := y(t, to, ro, Yo, AI; )2)•

(iv) Existe uma função H: R+ -> IFt.4., contínua em O E IR.+, com H(0) = O, tal que, para todos Ai, À2 E A, xEBetE R, temos

Ilf (t, x, y) À2) f (t,x,y, AIA 11(11À2 — Adi).

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Page 20: Comportamento Assintótico e Sincronização Robusta de

Então dados to E 1R, (xo,Yo) E Rn X Rn e À1, À2 E A temos que

x(t)II 5 — + kH(I1À2 — Ai II)

para todo t > 4, onde x(t) := x(t, to, xo,Yo, À, A2), Y(t) := Y (t , to, xo, Y0, 1\ 1,1\2),

X1 := x(ti) e := Y(t1)-

Demonstração: Dados to E /R, (xo, yo) E Rn X Rn e AI, A2 E A, seja z(t) := y(t) — x(t).

Temos•que

y — = g(t, x, y, A2) f (t, Al) = = g(t, x,y, A2) f (t, x, Y, A2) f (t, x, y, A2) f (t, Al) = = F (t, x, y, A2) — x) + (f (t, x, y, A2) f (t, x, y, AI)) •

Então

.i(t) = F (t, x (t), y(t), À2)Z(t) (f (t, x (t), y (t), A2 ) — f , x(t), y(t), Ai)) .

Considetemos o problema de valor inicial

{

lb = F (t, x (t), y(t), A2) w + (f (t , x (t), Y(t), A2) — f (t, x(t), y(t), Ai)) (1.7)

w(t i ) = z(ti) =y' — xi

Seja T(t, s, À2) o operador de evolução de ia = F (t, x (t), y(t), Ma. Então a solução da equação (1.7) é dada por

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Page 21: Comportamento Assintótico e Sincronização Robusta de

w (t) = T(t,t1, A2)w (ti) + f T(t, tr, A2) (f (t, x(t), Y(t), A2) f (t, (t),y(t), À1 ))dr.

Como (t, s, À2)11 Me-0(t-8), ftt,IIT(t, s, A2) lids < k e Ilf (t, x(t), Y(t), A2) —

f (t, x(t), (t), A1)11 S H (1l A2 — A111), Para ti S s S t, segue que

¡Int) ti; A2S(t1)11+

ft: 'Int) TI A2)11 ilf z(t),y(t), A2) — f (t, x (t) , y(t), À1 )Ijdr

H(11À2 — A111) fit, ¡Int 1-7 A2)Ildl"

- Ile-a(t-td + kH(IIÀ2 — A111)-

Portanto temos que

IIy(t) r(t)11 — xijle-°("I) +kHalÀ2 —

para todo t > t i .

Teorema 1.2.2. Suponhamos que:

(i) Existe um conjunto limitado 8 C IR" tal que, para todos to E IR, (x0, yo) E IRIZ X Ir e Ai, A2E _ A _, a solução (x(t,to,ro,Y07 À17 A2), Y(t7 to, X0) yO, AI; A2)) do sistema (1.6) satisfaz: t÷(to,xo,Yo, Al) A2) = +00 e existe ti > to tal que

(x(t, to, x0) YO, Al.) A2), y(t,to, x0, yo,À1, À2)) E 8 x

para todo t > t l .

(ii) Existe uma função V : IR x IR" x A IR, de classe C', e existem constantes positivas k l , p, al a2 e fi > 1, tais que

y—x, À)+(VW (t, y—x, À), g(t, x, y, À) —f(t, x, y, À)) —pV (t, y —x , À),

16

Page 22: Comportamento Assintótico e Sincronização Robusta de

— xila V(t, y — x, À) 5 «211Y - AI°

e

II VV(t, y — x,

para todos (x, y)E13x/3,tEIR.eAEA, onde

OV VV(t, x, À) = (t, x, À), (t, x, À))

oxi aXn

e VV(t, y — x, À) = VV(t, z, À) I.._2.

(iii) Existe urna função H1 : IR.1. -4 RA-, contínua em O E ELF, com H1(0) =O, tal que, para todos A1,À2EA,xE13etEIR, temos

lif(t, x, y, A2) f (t, X, y, A1)11 Hl (11A2 A1l1)•

Então dados to E IR, (xo, Yo) E IR" x e AI, A2 E A temos que

- x(t)II Mb' - + kH(11A2 - Adi)

para todo t ti , onde x(t) := x(t,to, xo, Yo, À2), y(t) := a := plfi,k:=( pk,+)1113 , M:= (a2/ai)"fi e H : IR+ -4 IR+

é dada por H(r) := (Hl (r)) 1/13.

Demonstração: Dados to E IR, (xo, Yo) E Rn X IR" e A1, Az E A, temos que

— = g(t, x, y, A2) — f (t,x, y, AI) =-

= (9(t, x, y, A2) — f (t, x, y, A2)) + Cf (t, X, y, A2) f (t, x, y, AI)).

(1.8)

(1.9)

A derivada de V(t, y — x, A2) ao longo das soluções do sistema acima é dada por

17

Page 23: Comportamento Assintótico e Sincronização Robusta de

y — x, À2) = AV (t, y — x, À2) (VV(t, y — x, 2), g(ty x, y, À2) f (t, x, y, A2)) y — x, A2), f (t, x, y, 1\2) f (t, x, y, AI)).

Assim

(t , y(t) — x(t), A2) = &V(7", y(t) — x(t), À2) ir=t

+(VV (t, y(t) — x(t), À2), g (t, x(t), y(t), A2) f (t)X(t), y(t), A2))

+(VV(t, y(t) — (t), A2), f (t, x(t), y(t), A2) f (t, x (t), (t), Ai)).

Para t > t1 temos que (x(t), y(t)) E .8 x 8, então

V (r, y(t) — (t), A2) =t

+(VV(t, y(t) — x(t), A2) g (t, x (t), (t), A2; f (t, x(t), Y(t), 1\ 2) ) —PV (t7 Y(t) x(t), À2)

e

(VV(t, y(t) — x(t), A2), f (t? X(t), y(t), A2) — f (t, x(t), y(t), AI) ) I pv (t, y(t) — x(t), A2) f(t, X(t), y(t), A2) f (t, x (t), y (t) , Ai)

5 k1i4(11À2 — Aill).

Portanto

(t, y(t) — x(t), A2) —pV (t, y(t) — x(t), A2) ± ki1/1(11À2 À111)•

Logo

ePtV(t, y(t) — x(t), À2) pePtV (t, y(t) — (t), A2) S kiePtHi (1l A2 — A111)

18

Page 24: Comportamento Assintótico e Sincronização Robusta de

e assim

(e(417(t, y(t) - x(t), A2)) 5 kiesHi(11À2 — MD.

Integrando esta última desigualdade de t1 a t obtemos

f t e —d (64"V (r,y(r) - x(7 ), A2)) dr 5 kiHi. (iPa - II) f er, dr,

t1 dr

e assim

ePtV (t, y (t) - x (t), A2) S ePti V (ti, Y(ti) - x(ti), A2) + HIÜIÀ2 - II) (et - ePtI) 5 ePti V (ti , y(ti) - x(ti), A2) + (11)'2 - II) ePt•

De onde segue que

17(t, y(t) - ,r(t), A2) S 6-19(t-ti)17(th Y(t1) X(t1)) A2) ± iii-111(11A2 - A111).

Assim de (1.8) segue que

ceilly(t)-x(t)11° v(t,y(t)- x(t),À2) < e-P(t-ti)V(th Y(t1) X(t1), A2) ± Al II)

a2CP(t-ti)liy(4) - x(ti)ils + - ID•

Então temos que

Ily(0 - x(011 <

1- ese-P(t-ti)Hy(4) - x(4)11° [ze-p(t-t1)11Y(tI) —

+ - II/ 1/fl

Adi)] 1/0 vp

ki,41/1(liA2 = Me-a(t-t011y(t1) — kHa1À2 —

19

Page 25: Comportamento Assintótico e Sincronização Robusta de

onde usamos que (a + b)'IP < aVP + P, para a, b>0ep> 1.

Portanto temos que

11Y(t) x(t)11 MIIYI - k11- 01À2 À111)

para todo t > ti.

Corolário 1.2.1. Se o sistema (1.6) satisfaz as condições do Teorema 1.2.1 ou do Teorema 1.2.2, então o sistema (1.6) sincroniza.

Demonstração: Dado e > O, como H : IR+ -) Ift+ é contínua em O E IR+, com H(0) = O, existe .5 > O tal que se IN -4 <1 então H(11A2 - A111) < á. Assim se 11A2 -À' < .5, dados to E IR e (xo, Yo) E Rn X Rn, seja r > t1 tal que e-a(t—ti) < 217, para todo t > r. Então

IlY(t) to) x0, yO) Al.) )'2) X(t ) t02 2:0) YO3 Al) )'2) II <

Me-a(t-gd + kil(11A2 - A111) < M2+1 k =

para todo t > r. Portanto o sistema (1.6) sincroniza.

1.3 Aplicações

Nesta seção veremos algumas aplicações de sincronização de equações diferenciais à comunicações. Mais especificamente, veremos algumas aplicações à. criptografia de mensagens. A mensagem a ser criptografada será uma função m(t) contínua e limitada.

20

Page 26: Comportamento Assintótico e Sincronização Robusta de

Mais precisamente, seja f E C(IR, x 1R x IRE x r, IR") satisfazendo a condição de Lipschitz em limitados (1.1) com relação a (x, y) E IR," x IR?, onde s < n. Seja rn, fiz. E CK (R, IRE). Consideremos o sistema

= f (t, z, x + rn(t), 71)

= f(t, w, x + fiz (t), 72) (1.10)

onde z = (x, y) E RE X En-8 = R" e w = (u, v) E RE x an-8 = IR".

Suponhamos que m(t) é a mensagem a ser criptografada e que o sistema (1.10) sincroniza. Então resolvemos a primeira equação (que é independente da segun-da) com qualquer condição inicial. A seguir construímos a mensagem criptografada m(t) fazendo m(t) = m(t) + x(t). Então enviamos a mensagem criptografada rne(t). Na transmissão poderá ocorrer alguma perturbação (pequena) na mensagem enviada. Por isso a mensagem recebida será rn,(t) =i(t) x(t), onde m(t) e w(t) são próximas. O receptor usa a mensagem recebida rn,(t) = ti(t) x(t) para construir a segunda equação. Então resolve-se a segunda equação, com qual-quer condição inicial, e a seguir constrói-se a mensagem decodificada rnd(t), fazendo rnd(t) = rai.(t) — u(t). Então, como o sistema (1.10) sincroniza, para 71 e 72 sufi-cientemente próximos, temos que w(t) e z(t) estão próximos para t grande. Assim u(t) se aproxima de x(t), e então rnd(t) se aproxima de rn(t), para tempos grandes.

A seguir veremos alguns exemplos deste tipo de aplicação.

Exemplo 1.3.1 (Equações de Lorenz). Consideremos o sistema de Lorenz

{

X = —o-x + o-y

y = rx — y — xz i = —bz + xy

Sejam m, fiz. E CK (IR, IR). A partir do sistema acima construímos os sistemas

21

Page 27: Comportamento Assintótico e Sincronização Robusta de

{{

± = —crix + criy ü = ri(x +m(t))—y — z(x +m(t)) i = —1)1z + y(x +m(t))

ii. = —cr2u + a2v V = r2(x + fft(t))—v — tv(x + fiz(t)) ti) = —b2w + v(x + riz(t))

(1.12)

(1.13)

onde (cri, ri, bi), (cra, ra, b2) E e

:= {(cr,r, b) IR3 : < < om, rn,<r < rm e

com O < o-m, O rn, < rm e O < < bm. Sejam A = x CK(IR, TO e = (7, m(t)) E A, onde 7 = (cr,r,b) E 1".

Mostremos, primeiro, que os sistemas (1.12) e (1.13) satisfazem as condições do Teorema 1.1.1.

Para o sistema (1.12) consideremos a seguinte função de Liapunov

onde A1 = (cri, ri, bi, m(t)).

Então temos que

Vi(x, y, z, AI) = X2 + aly2 + o-1 (z — n)2 > X2 + — n)2 =

x2 + CmY2 + cr,,,(z2 — 2nz + n2) > x2 + cr„,y2 + an,(z2 — 2rmizi + = 2:2 + cr„,y2 + o-„,(1z1 — rm)2 + — rm2) =: (x, y, z).

22

Page 28: Comportamento Assintótico e Sincronização Robusta de

14(x, y, z, Ai) = x.2 + ai y2 + (z — n)2 < x2 + amy2 + CM (Z — n)2 =

x2 + a my2 + a m (z2 — 2nz + n2) < x2 -I- my2 am(z2 + 2r /giz' r1?) = x2 + m ± am az' + r /t)2 bi (x, y, z).

Temos também que

1:4(x, y, z, Al ) = 2x (—aix + aiy) + 20iY (ri (x + rrb(0) — y — z(x + rrb(t)))± 2a1(z — n)(—biz+ y(x+rn(t))) —2a1x2 + 2a1xy + 2air iy(x + m(t)) — 2uly2 — 2aiyz(x + m(t)) —2a1b1z(z — + 2u1y(z — + m(t)) = —2a1x2 + 2cr1xy + 2cri ny (x + m(t)) — 2a' y2 — 2aiyz(x + m(t)) —2a1 b1z2 + 2cr1b1nz+ 2alyz(x + m(t)) — 2a ir (x + m(t)) —2a1x2 + 2cr1xy — 2a1y2 — 2a1b1z2 + 2a1b1nz.

Assim

Ai) = 2cr1x2 — 2a1xy +2uly2 + 2aibiz2 — 2cribinz = cr1x2 a1x2 _ 2a1xy +uly2 +0"iY2 + 2a1b1z2 — 2a1b1nz =

a1 x2 + (x — y)2 ± ai y2 + 2cr1b1z2 — 2aibinz > a„,x2 a 2 + 2ambmz2 — 2ambmrmizl =: ci(x, y, z).

As funções ai, b e ci obviamente satisfazem as condições do Teorema 1.1.1, portanto existe um conjunto limitado Bi C IR.3 tal que se (x(t), y(t), z(t)) é uma solução do sistema (1.12), então existe ti tal que (x(t),y(t),z(t)) E BI para todo t > ti.

23

Page 29: Comportamento Assintótico e Sincronização Robusta de

De forma análoga, para o sistema (1.13) consideremos a seguinte função de Lia-punov

V2(26, V, 2D, A2) = U2 ± 0-2V2 (72(W — 1-2)22

onde À2 = (o-2, r2, b2, fil(t)).

Então temos que

V2 (14 W, A2) = U2 ± 0-2V2 0-2(W r2)2 >

U2 ± 0-n02 ± 0",n(W — r2)2 = u2 ± 0.7702 ± uni(w2 _ 2r2w + r22) > u2 + crrav2 + o-„,(w2 — 2rm I w + rn,2) = u2 + crv2 + o-Tn(Iw I — rm)2 4- o-,,,(r,,,2 — rm2) =: a2(u, v, w).

172 (U, V, W, A2) =

u2 + crmv2 + crm(w — r2)2 = u2 + o-mv2 + o-m(w2 — 2r2w + r22) < u2 + crmv2 + crm(w2 + 2rml w I + rm2) = u2 + o-mv2 + o-m( lw I + rm)2 =: b2 (u, v, w).

Temos também que

W, A2) = 2u ( —o-2u + cr2v) + 2cr2v (7.2 (x + fh(t)) — v — w (x + 771(t)))+

20-2(w r2) —b2w + v (x + 7h(t))) = —2o-2u2 + 2c2uv + 2c2r2v(x + rn(t)) — 2cr2v2 — 2cr2vw + rn(t)) —2cr2b2w (w — r2) + 2o-2v (w — r2) (x + 771(t)) = —2o-2u2 + 2cr2uv + 2o-2r2v (x + fh(t)) — 2cr2v2 — 2cr2vw (x + r71(t)) —2o-2b2w2 + 2o-2b2r2w + 2o-2vw + 771(t)) — 2o-2r2v (x + 771.(t)) = —2cr2u2 + 2cr2uv — 2cr2v2 — 2cr2b2w2 + 20-2b2r2w•

24

Page 30: Comportamento Assintótico e Sincronização Robusta de

Assim

(11, V, 2V, .À2) = 2a2112 — 20"21.W + 20.2V2 -1- 20.2b2W2 20.2b2r2W =

0.2112 0.2112 20.211V 0.2V2 0.2V2 20.2b2W2 20.2b2V2W =

0.2112 ± 0.2(n — 91)2 ± 0.2V2 ± 20.2b2W2 — 20.2b2V2W >

a,„u2 + av2 + 2arabn,w2 — 2ambAirm w I c2 (u, v, w).

Novamente, as funções az, bz e cz satisfazem as condições do Teorema 1.1.1, portanto existe um conjunto limitado 82 C IR3 tal que se (u(t), v(t), w(t)) é uma solução do sistema (1.13), então existe tz tal que (u(t), v(t), w(t)) E 132 para todo t > tz.

Sejam 13 = B U /32 e t3 = max{ti, tz}. Então para toda solução (x(t), y(t), z(t)) de (1.12) e toda solução (u(t), v(t), w(t)) de (1.13), temos que

(x(t), y(t), z(t)), (u(t), v(t), w (t))) E /3 x 13

para t> t3 .

Portanto os sistemas (1.12) e (1.13) satisfazem a condição (i) do Teorema 1.2.2. Mostremos então que estes sistemas satisfazem as demais condições do Teorema 1.2.2. Sejam

(—az + ay f (x, y, z,u, v, w, À) = r(x ± rn(t)) — y — z (x + m(t))

—bz + y(x + m(t))

(—au + av

g (x , y, z , 14, v , w , À) = r(x +m(t)) —v — w(x +m(t)) •

—bw H-• v(x + m(t))

25

Page 31: Comportamento Assintótico e Sincronização Robusta de

FazendoX=u— x, Y=v—yeZ=w—ztemos

(—crX + crY tu, y, z, u, v, , A) — f (x, y, z, u, v, tu, A) = —y— z(x+sTi(t)) •

—bZ + Y (x + na(0)

Então temos o seguinte sistema

{

).‘ •= —crX + crY

Y = —37 — z(x + m(0)

Z= —bZ + Y (x + m(0)

(1.14)

Para este sistema consideremos a seguinte função de Liapunov

V(X, Y, Z, A) = 2X2 + crY2 + crZ2.

Então temos que

V(X, Y, Z, A) a2 (X2 + Y2 ± Z2) = a2 ii (X, Z)112

e

V(X, Y, Z, A) ai (X2 +Y2 + Z2) = II (X, Y, Z)112,

onde al = inin{2, an } e a2 = max{2, CAIE Portanto a condição (1.8) do Teorema 1.2.2 está verificada.

Ihmos também que

II VV(X, Y, Z, = 11(4X, 2crY, 2crZ)II 20211(X, Y, Z)II 2a2B

onde B > O é tal que 11(x, y, z)II < B para (x, y, z) E B. Portanto a condição (1.9) do Teorema 1.2.2 está satisfeita.

26

Page 32: Comportamento Assintótico e Sincronização Robusta de

Temos ainda que

= 4X (—a X + ai') +2aY — Z (x m(t)))+ 2a Z (—bZ +Y (x + m(t))) = —4a X2 + 4a XY — 2aY2 — 2aY Z (x + m(t)) —2abZ2 + 2aY Z (x + m(t)) = —4a X2 — 2aY2 — 2abZ2 + 4a XY.

Seja p> 0 tal que p < 2an„, p < 214,„ e p < p_, onde O <p < p+ são as duas raizes da equação E2 - (2+ 2am)e + 2a = O. Então

— Y, Z,A)+pV(X,Y,Z, ),)) = 2(2a— p)X2+a(2—p)Y2+a(2b—p)Z2 -4aXY.

Vamos mostrar, pelo critério de Sylvester, que — y, Z, À) ±pV(X,Y, Z, À)) é definida positiva. Para tanto precisamos mostrar que 2(2a — p) > O, 2(2a — Aa(2—p) — 4a2 > O e a(2b — p) (2(2a — p)a(2 — — 4a2 ) > O.

Como p < 2an„, ternos que 2(2a — > 2(2aff, — p) > O. E como p < p_, temos que

2(2a — p)a (? — p)— 4a2 = 2a(p2 — (2 + 2a)p + 2a) 2a (p2 — (2 +2a p 2a) > 0.

Além disso como p < 2b„„ temos que a(2b — > a(2b — p) > O e assim a(2b — p)(2(2a — p)a(2 — p) — 42) > O. Portanto pelo critério de Sylvester temos que

— (V(X, Y, Z, + pV (X ,Y, Z, A)) O

e assim

27

Page 33: Comportamento Assintótico e Sincronização Robusta de

if (X, Y, Z, À) < -pV (X, Y, Z, À).

Portanto a condição (ii) do Teorema 1.2.2 está satisfeita. Vamos então verificar a condição (iii). Temos que

f (x, y, z, ti> 14 tV3 A2) "-" f (x, IV3 À1) =

((r2 — ri)x + r277/(t) — ri/n(0 — (fit(t) — m(t))z) =

—(b2 — bOz + frii(t) in(0)Y

(—(a2 — al)x + (a2 - al)Y (r2 — rOx + (r2 — ri)fit(t) + (712.(t) — m(t))ri — (772.(t) — m(t))z

— (b2 — bi)z + fril(t) — m(t))Y

Assim segue que

Ilf (x, y, z,u,v,w,À2) f (x, y, z, u, v, w,À1)11 Ia2 —0i11X1 + Ia2 —oiIy + Ir2 — rilixi + Ir2 — riJIIfihII

— milri + — mll + Ib2 — bijzj + — millyl 10'2 — lB + 10.2 — ad/3+ 17-2 — IB + Ir2 — IK

+11711, milrm + ¡lã/ — +j1)2 - + Hitt - milB = 2B1a2 — + (K + 1r2 — ril + B1b2 —b,I + (rm + 2B)11772. — mil.

Então a condição (iii) do Teorema 1.2.2 está satisfeita.

Portanto os sistemas (1.12) e (1.13) satisfazem as condições do Teorema 1.2.2, e assim pelo Corolário 1.2.1, temos que os sistemas (1.12) e (1.13) sincronizam.

28

Page 34: Comportamento Assintótico e Sincronização Robusta de

Nas Figuras (1.2) e (1.3) temos algumas simulações mostrando a sincronização dos sistemas (1.12) e (1.13). Nestas simulações foram usados os seguintes valores para os parâmetros e condições iniciais respectivamente: ui = 10, r1 = 28, b1 = 8/3, cr2 = 10 + 1/100, r2 = 28 + 1/100, b2 = 8/3 + 1/100, m(t) = 3 cos(5t), tiz(t) = 3 cos(5t) + (1/100) sen(t), x(0) = 1, y(0) = 30, z(0) = —10, u(0) = —5, v(0) = —20 e w(0) = 20.

100

80

60

40

20

5 10 15 20 25 30

(a) ix(t)-u(t)i-Fly(t)-v(t)j-Fiz(t)-w(01 (b) (x(t), y(t)) = (tt(t), v(0) = - - -

Figura 1.2: Sincronização do Sistema de Lorenz

29

Page 35: Comportamento Assintótico e Sincronização Robusta de

(a) m(t) = s(t) +m(t) = - - - (b) rn(t) = ind(t) = - - -

Figura 1.3: Codificação de Mensagens com o Sistema de Lorenz

Exemplo 1.3.2. Consideremos o sistema

{

± = —a x + cy ú = h(t)x — y — x .z .*=—bz+xy

(1.15)

onde h : IR -4 IR é contínua e limitada. Observemos que para h(t) r temos o sis-tema de Lorenz (1.11). Sejam m, fiz. E CK(111, R3), onde m(t) = (mi (t) , m2 (t) , m3 (t)) e fit(t) = (t), 1712 (t), 7713 (t)) . Contruimos então os seguintes sistemas

{

± = —c i x + 0-1Y

.* = —b 1.z ± (x + rni(t)) (Y + m2(t))

(1.16)

30

Page 36: Comportamento Assintótico e Sincronização Robusta de

{

ti = —a2u+ a2v b = h(t)(x + ?hl (t)) — v•— (x + riti(t)) (z + fha (0)

á = —b2w + (x + /741(0) (Y + ?fia (0)

(1.17)

onde (ai, bi), (o-2,!,2) E r e

r {(a,b) ER2 :a„, < a <am e b,,,<b < bm },

com 1 <Um < am e O < bff, < bm. Poderíamos pedir apenas que an, > O, mas isto

será feito num trabalho futuro. Sejam A = r x CKOR,R3) e À = (7, rn(t)) E A,

onde 7 = (a, b) E r.

Mostremos, primeiro, que os sistemas (1.16) e (1.17) satisfazem as condições do

Teorema 1.1.1.

Seja L > O tal que Ih(t)1 < L e seja M = max{L,K}. Para o sistema (1.16)

consideremos a seguinte função de Liapunov

V]. (X? Y,Ai) = M(201 + 1) + 1 2

± 1 (

M2 (2b1 ± 1) \ X2 M m )

onde A1 = /4, rn(0) •

Então temos que

(x, z, Ai) = )2 2m2(2b1.4.1) z ± [m2(261+112) >

bt 2M2(26:+1) izi [ M2(26m+1)1 2) = b

bm M(26,n+1) 2 1 2 1 (Ii M2(26m+1)) 2+ ambm X ± my m ZI bm

M(261+1) X I 2 •- 1.2 _E 1 (z M2(261+1)

M(2bm+1) z2 Til y2 ± ml (z2 ombm

M(2bm-F1)x2 kr. y2 ± ml ( z 2 ombm

m3 (2±// ri±j.) _ m3 ebb_V) 2

bm =: ai (x, y, z). 2

31

Page 37: Comportamento Assintótico e Sincronização Robusta de

vi ( x, y, z, Ai) = M(261-1-1) x2 ± i.y2 4., mi (z Mi M 2 (2bi -1-1) ) 2 <

bi M(2bm -1-1) x2 ± ml y2 ± m

o mi% 1 ( 2 Z 2 m2(2bbii +1) z + [m2(2bb,11-1)]2)

m2(2bm+i) izi ± [ bm ) m(2bm+i) x2 ± mi y2 + m ( ombrn bm I

1 z2 ± 2 2(2bm+1)12 m

, m2(2bm+1)) 2 =: bi(x, Y, z). m(2bm+i)x2 Um bm

+ ml y2 ± mi (IZI + bm

Temos também que

1.71(x, Y, z, )i) = 2M(2bi +1) x ( ai x ± 0. 1 bi

7,27 y (h (t) (x + mi (t)) — y — (x + mi (t)) (z + m3(t)))+ 2 (z M2(2b1 +1)) (_bi Z ± (X + Mi (t)) (y + rn2(t))) = m bi

2m(2b1 +1) x2 ± 2/14.(2bi +1) xy ___ 4y2 + A4yh(t)(x + mi (t)) bi bi _ ,4 y (x ± mi (0) ( z ± m3(t)) _ wz ( z m2(2bbii-i-1)) +

h (z m2(2bbi1 +0 ) (x + mi (t)) (y + in2(t)) = 2M(21;e1 +1) x2 ___ . y2 + 7127 h(t)x y 4- kh(t)mi (t)y bi

— -4m3(t)xy — i+f mi (t)m3(t)y — 21,Lf z2 + —m2 rn2(t)x.z+

hm, (t)m2(t)z + 2M(2b1 + 1)z 2m(2b1 +1) b1

m2(t)x

2 /11"(2bbi 1 +1) m1 (t)y 2M(2:1 +1) m1 (t)m2 (t).

Assim

32

Page 38: Comportamento Assintótico e Sincronização Robusta de

y , z , At ) = 2M(2:11-1-1) x2 ± hy2 h(t)xy — tf h(t)trt i (t)y+ Ima (t)xy + hirtt (t)m3 (t)y + 2,4 z2 — kr% (t)xz

2m(zbini+Orn2(t)x+ —r2itn1 (t)m2 (t)z — 2M(2b1 + 1)z + 2M(261-1-1) (t) y 2m(2b51+i)rni (t)rn2(t) >

2M(2111-1-1) x2 ± hy2 ± e. x2 _ bi tElflyi

2K' ii .24(11y1_ ?JIA l xi 2AR;

—2M(2b1 + 1)1.21 2M(261:1-1-1)K x 2M(2611-1)K lyi 2M(2bi 4-1)K2 > 6

2 eX2 114-y2 +11,-122 + (Nr4Mixl — 71A71y1) +

2M2r -1-1))iy i (9IX I — SIZI) — (4M+ (b n+1) > 2: 2m2(b2161-1-1) ix (2M ± 2M(2b1 + 1)) izi 2m3

tif x2 ± by2 z2 2M2 (bm2bm +1) i x i (4m. 2M2 (bni2bm +1)) iyi

amtbm+n —(2M ± 2M(2bm + 1)) I zi ci(x, y, z).

As funções ah bt e ci obviamente satisfazem as condições do Teorema 1.1.1, portanto existe um conjunto limitado BI C IR.3 tal que se (x(t), y(t),z(t)) é uma solução do sistema (1.16), então existe t1 tal que (x(t), y(t),z(t)) E Bi para todo t > ti.

De forma análoga, para o sistema (1.17) consideremos a seguinte função de Lia-punov

V2 (U, V W A2) = u2 a2v2 w2,

onde À2 = (Cr27 b2, fil(t)).

Seja BI > O tal que 11(x, y,z)11 < BI para (x, y, z) E Bi. Então temos que

33

Page 39: Comportamento Assintótico e Sincronização Robusta de

V2(U, V, W, A2) = u2 0.2v2 ▪ w2 >

U2 7niv2 ▪ w2 =: a2 (u, v, w).

V2(U, V, W, ,\2) = u2 cr2v2 ▪ w2 <

u2 amv2 ▪ w2 =: b2(U, V, W).

Temos também que

1'f2(U, V, W, A2) = 2u( — o-2u + o-2v) + 20-2v (h(t) (x + i 1 (t)) — v — (x + (t)) (z + 7723(t))) +

2w (—b2w + (x + (t)) (Y + fii2(t))) =

— 2Cr2U2 20.2V2 2b2w2 20"211V 2a2Vh(t)(X 4- MI (t))

—2a2v(x + 774 (t))(z +m3(0) + 2w(x + frii(t)) (y + mz(t)) = —(72u2 — a2v2 — 2b2w2 — 0.2(u — v)2 + 2a2vh(t)(x + (t)) —2o2v (x + 77/1 (t)) (z + m3(t)) + 2w (x + (t)) (y + 7712(t)) •

Assim

—1.72(u,v, w, A2) = o-2u2 + cr2v2 + 2b2w2 + cr2(u — v)2+ 2a2v(x + rnd (t)) (z + 771,3(t)) — 2a2vh(t) (x + r7/1 (t)) —2w (x + 7'74 (t)) (Y + faz(t)) ?- o-2u2 + a2v2 + 2b2w2 + o-2 (u — v)2 —2a2 (BI + K)(L + B1 + K)Ivi — 2(B1+ 1021wl 7mu2 + 7mv 2 +2bmw2 — 2(B1 + K)2 Iwl —20-m(B1 + K)(L + B1 + K)iv =: c2(u, v, w).

Novamente, as funções a2, b2 e c2 satisfazem as condições do Teorema 1.1.1, portanto existe um conjunto limitado B2 C IR3 tal que se (u(t),v(t),w(t)) é uma

34

Page 40: Comportamento Assintótico e Sincronização Robusta de

solução do sistema (1.17), então existe t2 tal que (u(t), v(t), w(t)) E E2 para todo t > t2.

Sejam E = Ei U 52 e t3 = max{ti,t2}. Então para toda solução (x(t), y(t),z(t)) de (1.16) e toda solução (u(t), v(t), w(t)) de (1.17), temos que

((x(t), y(t), z(t)), (u(t), v(t), w(t))) EExE

para t > t3.

Portanto, os sistemas (1.16) e (1.17) satisfazem a condição (i) do Teorema 1.2.1.

Mostremos que estes sistemas satisfazem as demais condições do Teorema 1.2.1. Sejam

(—o-x + ay

f(x, y, z, u, v, w, À) = h(t)(x + Int (t)) — y — (x + Int (t)) (z ± 'n3 (t)) —bz + (x + mi(t))(y + Inz(t))

(—cru + av g (x, y, z, u, v, w, À) = h(t)(x + mi (t)) — v — (x + mi (t)) (z + ma (t)) •

—bw + (x + mi(t)) (y + Tri2 (t))

Então temos que

g(x,y,z,u,v,w, À) — f (x,y, z, u, v, w, À) = —a

O O

() a —1 O

O O

—b

u — x v — y •

35

Page 41: Comportamento Assintótico e Sincronização Robusta de

Portanto os sistemas (1.16) e (1.17) satisfazem a condição (ii) do Teorema 1.2.1 com

—a a (O

F(t, x, y, z, u, v, w, À) = O —1 O =: A(7)•

O O —b

Sejam 14(7) = —1, ita('y) = —b e p3 ey) = —a os autovalores de A(7). Então, como o> 1, temos que existe uma matriz Pey) invertível, tal que

( u1(7) 0 O

Pey)-1A(7)P(7)= O 122 (7) O =: C(7)

O O 113(7)

onde P(7) é dada por

(1 cr O

P(7)= O a-1 O •

0 0 1

Seja S(t,s, À) o operador de evolução definido por C(7). Então temos que

epi etXt-s)

S(t, s, = O O

eP2(7)(t-3) O

O

o

Então temos, da equivalência de normas, que existe uma constante )31 > O tal que

36

Page 42: Comportamento Assintótico e Sincronização Robusta de

11,9(4 8, À) II _< (epi (7)(t-s) ess2 (7)(t-s) ess3(7)(t-8)) < 3p1e,

onde a = min7c (7), —µ2 (7), —µ3(7)} = min{1, 11 /2„}.

Denotando por T (t, s, À) o operador de evolução definido por A(7), temos que

T (t, s, À) = P(7)S (t, s, A)P (7)-1 .

E assim

IIT(t, 8, )011 IIP(7)11 111:1(7)-111 II5(t, 8, )1/4 )11 3MIIP(7)1111P(7)-111e-a(t-3).

Como r é compacto, temos que existe fl2 = max.,Er {II P (7)11 IIP(7)-111}. Portanto temos que

IIT(t, 8, A)11 < pe—act—s),

onde fi = 3P1P2. Desta forma segue que

E A) ilds f fie-a(t-s)ds = ge-at (eat _ cedi) < g

Portanto a condição (iff) do Teorema 1.2.1 está satisfeita.

Vamos então verificar a condição (iv). Temos que

37

Page 43: Comportamento Assintótico e Sincronização Robusta de

f u, v, w, A2) f z, u, v, w, =

(—(a2 — cii)x + (c72 — cii)Y

h Will]. (t) — h(t)mi (t) — Rx + fill (t)) (z + fias (0) — (x + mi (t)) (z ± m3(t))1 — —(b2 — bi)z + (x + 7711(0) (Y + fit2 (t)) — (x + mi (t)) (y + m2(t))

-(a2 — ai )x + (aa — ai)Y (ifil(t) — mi (t)) (11(t) — z) — Rift3(t) — m3(t))x + Mi(t)#t3(t) — mi (t)rra3(t)]

—(b2 — bi)z + (fiza(t) — rn2(t))x + (Mi(t) — mi(t))y + mi (07712(t) — mi(t)m2(t)

(—(a2 — cii)x+ ((Ta — cii)Y

(7711(t) — mi (t)) (h(t) — z — 7713 (t)) — (m3(t) — m3 (t)) (x + mi (t)) . —(b2 — bi)z + (Mi (t) — mi (t)) (y + M2(t)) + (M2(t) — m2(t)) (x + mi (t))

Seja B O tal que II (x, y, < B para (x, y, z) E B. Então temos que

z, u, v, w, A2) - f (x, y, z, u, v, w, A1)11 102 — aiIx + 1(72 — lyl + Iüti — miii ih(t) — z — fra3(t)1+

IN — m311 lx + mat)i + ib2 — lz1+ nli I + *hW I + 117712 — ma 11 lx + (t) I

102 —a1 B + icr2 — ajIB + — m1 Cri + B + K)+

— m311(B + + —(1W+

— li(B + + — mzil(B + = 24(72 —ad + E1,2 — bil + (L + 2E + — II+

(E ± — m211 + (E+ — m311.

38

Page 44: Comportamento Assintótico e Sincronização Robusta de

Portanto a condição (iv) do Teorema 1.2.2 está satisfeita.

Portanto os sistemas (1.16) e (1.17) satisfazem as condições do Teorema 1.2.1, e então, pelo Corolário 1.2.1, temos que estes sistemas sincronizam.

Nas Figuras 1.4 e 1.5 temos algumas simulações mostrando a sincronização dos sistemas (1.16) e (1.17). Nestas simulações foram usados os seguintes valores para os parâmetros e condições iniciais respectivamente: cri = 10, bi = 8/3, cr2 = 10+1/100, b2 = 8/3 + 1/100, h(t) = 18 arctan (t), mi (t) = 6 sen (5t), m2 (t) = 3 cos (2t) , ma(t) = 4 sen(3t), ria' (t) = 6 sen (5t) + (1/100) sen (3t), ?722(t) = 3 cos (2t) + (1/100) cos (4t), rfi.3(t) = 4 sen(3t) + (1/100) sen(t), x(0) = 15, y(0) = —20, z(0) = —10, u(0) = —20, v(0) = —15 e w(0) = 20.

70

60

50

40

30

20

10

5 10 15 20 25 30

(a) is(o-t4oi+Iy(t)-v(01-i-jz(t)-w(t)1 (b) (x(t), r(0) = —, (u(t), v(t)) = - - -

Figura 1.4: Sincronização do Sistema (1.15)

39

Page 45: Comportamento Assintótico e Sincronização Robusta de

(a) mi (t) = z(t) + (t) = - - - (t) mi(t) = mid(0 = - - -

Figura 1.5: Codificação de Mensagens com o Sistema (1.15)

Exemplo 1.3.3 (Equações do tipo Duffing Excitadas). Consideremos a equação

= y = —wx — cy — q(h(x))3 — rh(x) cos(t)

(1.18)

onde h: IR, —> IR é limitada e Lipschitz em limitados. Sejam rn, r7R. E CK(IR, Consideremos os seguintes sistemas

= y = — ciy — q1 (11(x + m(t)))

3 — r ih(x + rn(t)) cos(t)

(1.19)

riL = V

= —W271 — C2V — q2 (h (X ± 772 (t)))3 — r2h(x + rii(t)) cos(t)

(1.20)

40

Page 46: Comportamento Assintótico e Sincronização Robusta de

onde (uh, ci., 41, n.), (toa, C2)42, r2) E r e

r := 00, c, q, r) R4 : com < to < com, < c < cm, qm S q<qM e rifi < r < rm} ,

com 0 <com < com, 0 < Cm < em, O <q„, < qm e O < rn, < rm. Vamos assumir que com > 52.e. Também neste caso poderíamos omitir esta restrição, mas isto será feito num trabalho futuro. Sejam A = r x CK011..,1R) e A = (7,771(0) E A, onde

= (to, c, q, r) E r.

Mostremos que os sistemas (1.19) e (1.20) satisfazem as condições do Teorema 1.1.1.

Seja L > 0 tal que ih(x)i < L. Para o sistema (1.19) consideremos a seguinte função de Liapunov

1/1(x, y, À1) = (2£01 + c)x2 + 2y2 + 2cixY,

onde .À1 = (uh, el., 41, rt, n'i(t))•

Então temos que

14(x , y, At) = (2co1 c)x2 2y2 + 2cixy > (2col + c)x2 + 2y2 — cYx2 — y2 >

2tx2 + y2 =: a (x, y).

3 /4.(x, y, À1) = (2co1 + c?.)x2 + 2y2 + 2c1xy <

(2toi + c)x2 + 2y2 + 5_ (24,44 + c2m )x2 + 2y2 + 2cm ixi ly =: bi(x, y).

Temos também que

41

Page 47: Comportamento Assintótico e Sincronização Robusta de

3 (4y + 24x) — c1y —q1 (h(x + nt(t))) — h(x (t)) cos(t)] = -2C1W1X2 - 24y2 — 44y (h(x +7n(t)))

3 — 4nyh(x + m(t)) cos(t)

—2clqix (h (x + rn(t)))3 — 24rixh(x + rn(t)) cos(t).

= (2(2wi + c)x + 24Y)Y+

Assim

-17i (X, y, = 24w1 x2 + 2ciy2 + 4qiy (h(x + rn(t)))3 + 4riyh(x.+ rn (t)) cosffl+

2ciqix (h(x + rn(t)))3 + 24rixh(x + rn(t)) cos(t)

2cio.1x2 + 24y2 — 44L3Iyi — 4riLlY1— 2441L3ixi — 24nLixl 2cniw„,x2 + 2c,02 — 2c m L(qm L2 + r m)1x1 —4L(qm L2 + r m)Iyl =: ci(x,y).

Claramente as funções ah b1 e c1 satisfazem as condições do Teorema 1.1,1, portanto existe um conjunto limitado Bi C lR2 tal que se (x(t), y(t)) é uma solução do sistema (1.19), então existe t1 tal que (x(t), y(t)) E Bi para todo t > ti.

De forma análoga, para o sistema (1.20) consideremos a seguinte função de Lia-punov

14 (U) V, d\ ."—= (20)2 + 4)142 2V2 2V2VV,

onde À2 = (wz, q2, r2, 77/(t))-

Então temos que

112(24, 22, )2) = (2W2 C)U2 2v2 + 2c2uv >

(2w2 + c)u2 + 2v2 — du2 — v2 > 2w,u2 + v2 =: n2(u, v).

42

Page 48: Comportamento Assintótico e Sincronização Robusta de

V2 (ti, V, A2) = (20)2 ± d)U2 2V2 2C2UV < (2412 d)U2 2V2 2c2luilvi (2r.om + c2m)u2 + 2v2 + 2c mluilvl =: b2(u, v).

Temos também que

'1'2(u, V, A2) = (2(2W2 d)li 2C2V) V+

(4v + 2c2u) [—w2u — c2v — q2 (h.(x + rn(t)) )3 - r2h(x + th(t)) cos(t)] = —2c2w2u2 — 2c,2v2 — 4q2v (h (x + rrri(t))) 3 - 4r2vh(x + (t)) cos(t)

—2c2q2u (x + ih(t))) 3 - 2c2r2uh(x + (hW) cos(t).

Assim

-12 (u, v, A2) = 2c2w2u2 2C2V2 4q2v(h(x + th(t)))3 + 4r2vh(x + rri(t)) cos(t)±

2c2q2u (h(x + th(t)))3 + 2c2r2uh(x + th(t)) cos(t)

2c2w2u2 + 2c2v2 — 4q2L3Ivi — 4r2Livi — 2c2q2L3lui — 2c2r2Llul 2c,„wynu2 + 2c,„v2 — 2cm L(qm L2 + rm)lul —4L(q m L2 + rm)Ivi =: c2(u, v).

Claramente as funções a2, b2 e c2 satisfazem as condições do Teorema 1.1:1, portanto existe um conjunto limitado 132 C IR2 tal que se (u(t),v(t)) é uma solução do sistema (1.20), então existe t2 tal que (u(t),v(t)) E 82 para todo t > tz.

Sejam B = 8 U /32 e t3 = max{ti,t2}. Então para toda solução (x(t), y(t)) de (1.19) e toda solução (u(t),v(t)) de (1.20), temos que

((x(t), y(t)), (u(t),v(t))) E 8 x 8

para t > t3.

43

Page 49: Comportamento Assintótico e Sincronização Robusta de

u — x

Portanto os sistemas (1.19) e (1.20) satisfazem a condição (i) do Teorema 1.2.1. Mostremos que estes sistemas satisfazem as demais condições do Teorema 1.2.1. Sejam

f (x, y, u, v, À) = 11

—wx — cy — q (x + m(t))) — rii(x + m(t)) cos(t)

e

g (x, y , u, v , = 3 - CV - q (h (X -I- m(t))) — ria(x + m(t)) cos(t)

Então temos que

g(x,y,u,v, À) — f (x, y, u, v, À) —

Portanto os sistemas (1.19) e (1.20) satisfazem a condição (ü) do Teorema 1.2.1 com

F(t, x, y, u, v, À) =

Sejam pi (7) — -c±V;2-44) e p2(7) = -'1/4i2-44) os autovalores de A(7). Como > T̀2 , segue que os autovalores são distintos e têm parte real negativa. Assim

a condição (üi) do Teorema 1.2.1 se verifica de forma análoga ao Exemplo 1.3.2, tomando

a = min{ — Re (.11 (7)) Re Otz (7)) = 7E1'

Vamos agora verificar a condição (iv). Temos que

44

Page 50: Comportamento Assintótico e Sincronização Robusta de

f (x, y, u, v, À2) f (x, y, u, v, AI) =-•

(—(cia — codx — + fit(t)))3 - ql (h (X ± rre(t)))3] +

(—(c02 — oh )x — (q2 — qi.) (h (x + rit(t)))3 — [ (h (x + fit(t)))3 — (1/(x + rn(t)))3] 0. -'

(—(C2 — al)!, — (r2 — ri)h(x + fit(t)) cos(t)° — (h(x + fri(t)) — h (x + rn(t))) ri cos(t) -

(— (h (x + rit(t)) — h (x + rn(t))) Rh (x + fit(t))) 2 ± (h (X ± rn(t))) 2] qi. ±

O

(— (it(x + fit(t)) — h (x + rn(t)))1t(x + fit(t))h(x + rn(t))qi

(

o

— (c02 — uh) x — (c2 — ci.)Y — (q2 — qi.) (h (x + 771(t)) )

O

(_(r2 — + fit(t)) cos(t) — (Ii(x + fit(e) — + m(t)) )ri cos(t))

o

(—(c2 — cay — (r2h(x + fit(t)) — h(x + rn(t))) cos(0) =

o

o

45

Page 51: Comportamento Assintótico e Sincronização Robusta de

Temos que o conjunto

C = {x + a(t): (x,y) el3eaE CK(IR,R)}

é limitado. Como h é Lipschitz em limitados, seja T a constante de Lipschitz para h em C. Seja também B > O tal que il(x, y)li < B para (x, y) € 5. Então temos que

ilf (x, y, u, V, À2) — f (x, y, u, v, Ai) h(x + fiz.(t)) — h(x + m(t))1L2qm + I + fiz.(t)) — h(x + m(t)) IL2qm+

ih(x + ftt(t)) — h(x + m(t)) I rqm +1(02 — w1jjxj + I c2 — iYi+

I q2 (ar + ir2 - + ih(x + tit(t)) — h(x + m(t))1rm 7-(3L2qm + rm)IIM ± 1(02 — W11B ± 102 — ciiB ± 1q2 q1)1L3 1/.2 — rdL.

Portanto a condição (iv) do Teorema 1.2.2 está satisfeita.

Portanto os sistemas (1.19) e (1.20) satisfazem as condições do Teorema 1.2.1, e então, pelo Corolário 1.2.1, temos que estes sistemas sincronizam.

Nas Figuras 1.6 e 1.7 temos algumas simulações mostrando a sincronização dos sistemas (1.19) e (1.20). Nestas simulações foram usados os seguintes valores para os parâmetros e condições iniciais respectivamente: col = 1, c1 = 1, q1 = 50, r1 = 150, coz = 1 + 1/1000, c2 = 1 + 1/1000, q2 = 50 + 1/1000, r2 = 150 + 1/1000, h(t) = arctan(t), m(t) = sen(5t), r7t(t) = sen(5t) + (1/1000) cos(2t), x(0) = 20, y(0) = 35, u(0) = 30 e v(0) = —25.

46

Page 52: Comportamento Assintótico e Sincronização Robusta de

10 20 30 40

70

60

50

40

30

20

10

(a) Ix(t) - u(t)I +1y(t) - v(t)I (b) (r(t),y(t)) = (u(t),v(t))=-

Figura 1.6: Sincronização do Sistema (1.18)

(a) m(t) = x(t) + m(t) = - - -

10

8

6

AIA ALAM II Y'ln,YVT1771,TT

2 't

(b) m(t) = md(t)

Figura 1.7: Codificação de Mensagens com o Sistema (1.18)

47

Page 53: Comportamento Assintótico e Sincronização Robusta de

Exemplo 1.3.4. Consideremos a equação

{

X = —cex + ah(y)cos(t)

Y = —ay — wy3 — bh(x) cos(t) (1.21)

onde h: R -4 R é limitada e Lipschitz em limitados. Sejam m,tet E CK(IR,1R2), dadas por m(t) = (mi (t), m2(t)) e rigt) = (frti(t),7n2(t)) . Consideremos os seguintes sistemas

{{

i = —aix + aih(y + rn2(t)) cos(t)

Y = —ai Y — wiy3 — bi h (x + mi (t)) cos(t)

ti = —a2u + a2h(y + r72.2(t)) cos(t) /5 = —o-2v — w2v3 — b2 h(x + ?kW) cos(t)

(1.22)

(1.23)

onde (ah o"i, ah, ai, bi), (a2, (72, wz, a2 b2) E Feféoconjuntodos'y = (a, o-, to, a, b) E 1R5 tais que O < ce,„ < a < am, O < < < O < com < < com, O < a,.„ < a< am eO<bm <b <bm. Sejam A = x R2) e À = (7, m(0) EA.

Mostremos que os sistemas (1.22) e (1.23) satisfazem as condições do Teorema 1.1.1.

Seja L > O tal que Ih(x)1 < L. Para o sistema (1.22) consideremos a seguinte função de Liapunov

Vi(x , y , = X2 + Y2,

onde A1 = o"i, uh, ai, ri(t))-

48

Page 54: Comportamento Assintótico e Sincronização Robusta de

Então temos que

14(x, y, = x2 + y2 =: cii(x ,Y) •

1/4 (x , y , = x2 + y2 =: (x, y).

Temos também que

= 2x ( —ceix + alla(y+ m2(t))cos(t))+ 2y (—aly — ony3 — bih(x + (t)) cos(t)) = —2aix2 + 2aixh(y + m2(t)) cos(t) — 20"1Y2 —2wi Y4 — 2/Uh(x + (t)) cos(t).

Assim

44(x, Y, Ai) = 2ceix2 — 2ctixh(y + m2(t)) cos(t) + 20"19+ 2w1y4 + 21nyh(x + mi(t)) cos(t) ?_ 2ceix2 + 2aly2 + 2wiy4 — 2aiLlx1 — 2c4„x2 2a- y2 + 204,04 — 2amL lx I — 2bAILlyi =: (x, y)•

Claramente as funções ai, 1h e ci satisfazem as condições do Teorema 1.1.1, portanto existe um conjunto limitado BI C lR2 tal que se (x(t), y(t)) é uma solução do sistema (1.22), então existe t1 tal que (x(t),y(t)) E Si para todo t > ti.

De forma análoga, para o sistema (1.23) consideremos a seguinte função de Lia-punov

V2(24 V, A2) = 242 ± V2,

onde A2 = (aa, cfa, (02, a-2, b2,1h(t)).

49

Page 55: Comportamento Assintótico e Sincronização Robusta de

Então temos que

V2(24, V, )'2) = + V2 =: aa(u, v).

V2(1, V, A2) = td2 2/2 =: b2(u, v).

Temos também que

17.2(u, v, A2) = 2u (—aau + ct2h(y + r7t2(t)) cos(t))+ 2v (—cfav — wavs — b2h(x 772.1(t)) cos (t)) = —2a2u2 + 2a2uh(y + r7i2(t)) cos(t) — 2u2v2 —2cv2v4 — 2b2vh(x + ?hl (t)) cos(t).

Assim

—17.2 (V, V, A2) = 2a2u2 — 2a2uh(y + ftia(t))cos(t) + 2u2v2+ 212/2v4 + 2b2vh(x + ril l (t)) cos (t) 2a2u2 + 2522)2 + 2cv2v4 — 2a2Llul — 2b2Livj > 2au2 + 2u,,v2 + 2w,,v4 — 2amLlul — 2bm.L I v =: (u, v).

Claramente as funções aa, 192 e ca satisfazem as condições do Teorema 1.1.1, portanto existe um conjunto limitado /32 C IR2 tal que se (u(t), v(t)) é uma solução do sistema (1.23), então existe ta tal que (u(t), v(t)) E Ba para todo t >

Sejam 8 = 8 U 82 e ta = max{ti, ta}. Então para toda solução (x(t), y(t)) de (1.22) e toda solução (u(t), v (t)) de (1.23), temos que

((x(t), y(t)), (u(t), v(t))) E .8 x

para t > ta.

50

Page 56: Comportamento Assintótico e Sincronização Robusta de

Portanto os sistemas (1.22) e (1.23) satisfazem a condição (i) do Teorema 1.2.1. Mostremos que estes sistemas satisfazem as demais condições do Teorema 1.2.1. Sejam

f (x,y,u,v, ) = ( —ca + ah(y + m2(0) cos(t) )

A —ay — ofy3 — bh(x + mi (0) cos(t)

e

—ou + ah(y + m2(0) cos(t) g(x,y, u, v, A) = —av — wv3 — bh(x + mi(t)) cos(t) .

Então temos que

(

—a O u — x)

O —c — of(y2 + yv + v2)) (v — y .

Portanto os sistemas (1.22) e (1.23) satisfazem a condição (ii) do Teorema 1.2.1 com

(—a O F(t, x, y, u, v, À) = O --c—of(y2 +yv+v2 ) .

Mostremos agora que os sistemas (1.22) e (1.23) satisfazem a condição (iii) do Teorema 1.2.1.

De fato, dadas (x(t), y(t)) e (u(t), v(t)) soluções de (1.22) e (1.23), respectiva-mente, seja t1 como no item (i) do Teorema 1.2.1. Então dados t1 < a < t, vamos estimar o operador de evolução T(t, s, À) gerado por

51

Page 57: Comportamento Assintótico e Sincronização Robusta de

F (t, x(t), y(t), u(t), v (t), = (-a

0 -a - (t)2 + y(t)v(t) + v(t)2 )

Seja w(t) = y(t)2 + y(t)v(t) + v(t)2 > O. Então temos o seguinte sistema

{ = -aY - ukp(t)Y

Seja

Tu T12 (t, a, A) T (t, 8, A) =

Então temos que Tn(t,s, A) = e-4"), 712(48,A) O e T21 (t, $, A) E O. Para T22 (t, 8, A) temos

T22 (i, , = ef :(-e'v'fr ))dr = e-e( t- s ) f: ww(r )dr <

pois cp(r) O, e assim -ist unp(r)dr O.

Então temos, da equivalência de normas, que existe M > O tal que

IIT(4 8,A)11 < —M2 (e-a(t-s) e-e(t-s)) <

onde p = min{a.„„ an } .

()1121(t, s, A) T22 (i, S , A) .

Segue então que

52

Page 58: Comportamento Assintótico e Sincronização Robusta de

ilT(t, s , <í Me ) ds < —M ti t,

Portanto a condição (iii) do Teorema 1.2.1 está satisfeita

A condição (iv) do Teorema 1.2.1 se verifica de forma análoga ao Exemplo 1.3.3.

Portanto os sistemas (1.22) e (1.23) satisfazem todas as condições do Teorema 1.2.1, e então, pelo Corolário 1.2.1, temos que estes sistemas sincronizam.

Nas Figuras 1.8 e 1.9 temos algumas simulações mostrando a sincronização dos sistemas (1.22) e (1.23). Nestas simulações foram usados os seguintes valores para os parâmetros e condições iniciais respectivamente: coi = 1, ai = 1, ai = 1, b1 = 10, e1 = 12, wz = 1 + 1/1000, a2 = 1 + 1/1000, az = 1 + 1/1000, b2 = 10 + 1/1000,

= 12 + 1/1000, h(t) = arctan(t), (t) = cos(4t), m2(t) = 5 sen(t), = cos(4t) + (1/1000) sen(t), 71i2(t) = 5 sen(t) + (1/1000) cos(t), x(0) = 2, y(0) = -3, u(0) = 5 e v(0) = 1/2.

10 15 20 25 30

(a) lx(t) - v(01+ lu(t) - v(t)I (b) (r(t),y(t)) = (11(0,v(0) =---

Figura 1.8: Sincronização do Sistema (1.21)

53

Page 59: Comportamento Assintótico e Sincronização Robusta de

iÁIAAAA

O

II fi

(a) mi(t) x(t) + mi(t) = - - - (b) (t) mid(t) = - - -

Figura 1.9: Codificação de Mensagens com o Sistema (1.21)

1.4 Exemplos Adicionais

Nesta seção apresentaremos mais alguns exemplos de sistemas de equações que, acreditamos, sincronizam. Mostraremos também algumas simulações que reforçam esta idéia. Contudo não provaremos a sincronização para estes exemplos. Isto será feito num trabalho futuro.

Exemplo

Sejam

1.4.1 (Equações

m, fiz. E CK(R,R).

= y

= —coix —

de Duffing). Consideremos a equação

= y = —um — cy — q cos(11t)x — fix3

(1.24)

(1.25)

Consideremos os seguintes sistemas

ctY — q1cos(SZit)(x 4- in(t)) — + ni(t)) 3

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Page 60: Comportamento Assintótico e Sincronização Robusta de

it = v á = —co2u — c2v — q2 cos(f22t)(x + ft t(t)) — )32(x + frt(0) 3

(1.26)

onde (col,chqi,fi1,ni),(0)2,02,4,2,fiz,ç22) Er er éo conjunto dos 7 = (co , c, q o 3 ,S-2) E

O <,6<fi<fime 0<f2„,<S2<f2m.

Nas Figuras 1.10 e 1.11 temos algumas simulações mostrando a sincronização dos sistemas (1.25) e (1.26). Nestas simulações foram usados os seguintes valores para os parâmetros e condições iniciais respectivamente: col. = 5, q = 50, b1 = 8, c1 = 3, ni = co2 = 5 + 1/1000, q2 = 50 + 1/1000, b2 = 8 + 1/1000, c2 = 3 + 1/1000, Ç22 = + 1/1000, m(t) = sen(5t) , = sen(5t) + (1/1000) cos(t), x(0) = 2, y(0) = 10, u(0) = —2 e v(0) = —10.

(a) jx(t) - u(t) ¡ ly(t) - (b) (x(t), it(t)) = (u(t),v(t)) = - - -

Figura 1.10: Sincronização do Sistema de Duffing

55

Page 61: Comportamento Assintótico e Sincronização Robusta de

(a) m(t)=—, z(t)-i-ngo= - - - (1)) m(t) md(t) - -

Figura 1.11: Codificação de Mensagens com o Sistema de Dufilng

Exemplo 1.4.2 (Equações de Chua). Consideremos o sistema

{

± = —ar + ay — ah(x)

ü=x—y+z

z= —í3!, — thz

(1.27)

onde h : IR —> IR é dada por

h(x) = —bx + b ; a (1x +11 — lx — 11) ,

com a> b> Oeb<1.

Sejam na, ria E CK(IR, IR). Consideremos os seguintes sistemas

{

± = —aix + aty — aihi (x + na(t))

y=(x+rn(t))—y+z

.i = -As - ¡luz (1.28)

56

Page 62: Comportamento Assintótico e Sincronização Robusta de

10 15 20 25 30

{

ú= —a2u + a2v — a2h2(x + fh(t)) V = (x + rh(t)) — v + w ti) = —)32y — paw

(1.29)

onde 111(x) = —bi x+ kir (1x +11-1x — 11), h2(x) = —b2 x + (1x +11-1x — 11), (a2, fia, 142, a2, b2) Ereréo conjunto dos ry = (a, )3, µ, a, b) e 115

tais que O < a„, < < am, O < )3,„ < < )3m, O < µ,,,, < < pm, O < b„, < b < bm < 1 e bm < 2m < a < am.

Nas Figuras 1.12 e 1.13 temos algumas simulações mostrando a sincronização dos sistemas (1.28) e (1.29). Nestas simulações foram usados os seguintes valores para os parâmetros e condições iniciais respectivamente: al = 7, PI = 100, = 1/2,

= 8/7, b1 = 5/7, a2 = 7 + 1/100, )32 = 100 + 1/100, g2 = 1/2 + 1/100, a2 = 8/7+ 1/100, b2 = 5/7+ 1/100, m(t) = 7sen(5t), th(t) = 7sen(5t) + (1/100) cos(t), x(0) = —15, y(0) = —9, z(0) = 8, u(0) = —7, v(0) = —8 e w(0) = 0.

(a) jx(t)-u(t)14-iy(t)-v(t)11-1z(t)-10(01 (b) (z(t), y(t)) = (u(t), v(0) = - - -

Figura 1.12: Sincronização do Sistema de Chua

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Page 63: Comportamento Assintótico e Sincronização Robusta de

-4

4

(a) m(t) = x(t)± m(t) = - - - (b) m(t) = md(t) = - - -

Figura 1.13: Codificação de Mensagens com o Sistema de Cima

58

Page 64: Comportamento Assintótico e Sincronização Robusta de

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