COMPORTAMENTO DOS PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA NA BUSCA DE INFORMAÇÃO PARA A FORMAÇÃO CONTINUADA

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    KELLEY CRISTINE GONALVES DIAS GASQUE

    COMPORTAMENTO DOS PROFESSORES DA EDUCAO BSICANA BUSCA DE INFORMAO PARA A FORMAO CONTINUADA:

    ESTUDO DE CASO DOS COLGIOS MARISTAS

    Dissertao apresentada ao Curso de

    Ps-graduao em Cincia da Informao

    da Universidade de Braslia, como

    requisito para obteno de grau de

    mestre, sob orientao da professora Dra.

    Sely Maria de Souza Costa.

    UNIVERSIDADE DE BRASLIABRASLIA

    2003

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    Dissertao apresentada ao Departamentode Cincia da Informao e Documentaoda Universidade de Braslia como requisitoparcial para obteno do grau de Mestre.

    Aprovado por:

    Profa Dra. Sely Mana de Souza Costa - Presidente

    Braslia, 14 de fevereiro 2003

    Prof Dr. Jos Manoel Pires Alves - Membro

    Profa.Dra. Suzana Pinheiro Machado Mueller - Membro

    Profa. DraWalda de Andrade Antunes - Suplente

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    111

    "Ningum ignora tudo. Ningum

    sabe tudo. Todos ns sabemos

    alguma coisa. Todos ns ignoramos

    alguma coisa. Por isso aprendemos

    sempre".

    (Paulo Freire)

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    IV

    Aos meus filhos.Lucas Filip Melissa,personagens principais da minha vida

    para que se encantem cada vez mais pela

    aventura do aprender.

    Ao meu marido,Carlos Alberto Gasque,

    uma das melhores pessoas que conheo,

    pelo amor, apoio, estmulo e compreenso.

    Aos meus pais, Wilson de Oliveira Dias e

    Nancy Gonalves Diaspor terem plantado

    a semente

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    V

    AGRADECIMENTOS ESPECIAIS

    profa. Dra. Sely Maria de Souza Costa, amiga e exemplo de profissional

    competente e dedicada, que tem acompanhado, onentado e estimulado com

    maestria minha caminhada desde a graduao.

    Ao prof.Ricardo Tescarolo,amigo, mestre e incentivador de todas as horas,

    pelas discusses e contribuies valiosas, indispensveis no decorrer deste

    estudo.

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    VI

    AGRADECIMENTOS

    A todas as pessoas,que contriburam para enriquecer esse estudo.

    Aos professores do Departamento de Cincia da Informao da

    Universidade de Braslia, que contriburam para o meu crescimento

    profissional.

    direo do Colgio Marista de Braslia, direo educacional da ABEC e

    aos irmos Maristas que acreditaram e incentivaram minha formao

    continuada.

    direo, professores e funcionrios do Colgio Marista de Braslia -

    Maristinha e Maristo, Colgio Marista Arquidiocesano e Colgio MaristaSanta Mariapela ateno e empenho com que participaram da pesquisa.

    Aos assessoresngelo Martinelli, Cristian Campos Lobos,e a funcionria

    Aline Giudice de Franado Colgio Marista de Braslia,Franceli Catharina

    de Almeida do Colgio Marista Arquidiocesano e Marcos Meier do Colgio

    Marista Santa Maria, pela colaborao na etapa de coleta de dados.

    Aos colegas do curso de mestrado em Cincia da Informao da

    Universidade de Braslia pela partilha dos conhecimentos e aflies no

    decorrer do estudo.

    minha famlia,em especial,a Poliana, Henrique e Sophia; Maria Amlia,

    Ronaldo, Rafaela e Renata; Gisele, Joel e Rafael, aos meus avs Vicente

    e Nadir(em memria) e atia Wilmapela inspirao e carinho.

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    VII

    SUMRIO

    AGRADECIMENTOS ESPECIAIS v

    AGRADECIMENTOS vi

    ABREVIATURAS xiii

    LISTA DE FIGURAS xiv

    LISTA DE GRFICOS xv

    LISTA DE TABELAS xviRESUMO xviii

    ABSTRACT xix

    1 INTRODUO 1

    1.1 Consideraes gerais 1

    1.2 Definio do problema 1

    1.3 Justificativa 5

    1.4 Objetivo geral 7

    1.4.1 Objetivos especficos 71.5 Hiptese 7

    1.6 Estrutura do trabalho 8

    2 ESTUDOS DE COMPORTAMENTO INFORMACIONAL 9

    2.1 Comportamento Informacional 9

    2.1.1 Comportamento 13

    2.1.2 Necessidade 14

    2.1.3 Uso 17

    2.1.4 Busca da informao 18

    2.2 Categorizao dos estudos de usurios 182.3 Resultados de pesquisas sobre comportamento 20

    informacional

    2.3.1 Trabalhos de reviso 20

    2.3.2 Resultados de estudos sobre professores universitrios 22

    2.3.3 Resultados de estudos sobre professores da Educao 27Bsica

    2.3.4 Outras contribuies 28

    2.5 Consideraes finais sobre comportamento informacional 303 FORMAO DO PROFESSOR E INFRA-ESTRUTURA DE 31INFORMAO

    3.1 A formao do professor 31

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    VIII

    3.1.1 Competncias 35

    3.2 Novas tecnologias e a formao continuada dos professores 37

    3.3 As bibliotecas escolares e as novas tendncias no ensino- 39aprendizagem

    3.3.1 A biblioteca sob dois enfoques - viso tradicional e viso 42crtica

    3.3.2 A biblioteca escolar como um Centro de Recursos de 44Aprendizagem

    4 AMBIENTE DE ESTUDO 494.1 Identificao e justificativa da instituio estudada 49

    4.2 Aspectos histricos da Instituio Marista 50

    4.3 Estrutura e funcionamento da ABEC 51

    4.4 O Projeto Educativo Marista: proposta pedaggica da 54provncia de So Paulo

    4.5 Postura scio-lnteracionista 55

    4.6 A formao do professor Marista 56

    5 METODOLOGIA 58

    5.1 Metodologia utilizada nos estudos de comportamento 58Informacional

    5.2 Desenho da pesquisa 59

    5.3 Referencial terico da pesquisa 60

    5.3.1 Definio constitutiva e operacional das variveis 67

    5.4 Populao 73

    5.5 Amostra 73

    5.6 Instrumentos de coleta de dados 74

    5.6.1 Questionrio 74

    5.6.1.1 Pr-teste dos questionrios 76

    5.6.1.2 Tratamento dos dados do questionrio 77

    5.6.2 Entrevista 78

    6 RESULTADOS DOS QUESTIONRIOS 80

    6.1 Caractersticas dos professores da Educao Bsica 81

    6.1.1 Nvel de atuao dos professores da Educao Bsica dos 81

    colgios estudados

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    6.1.2 reas de conhecimentos em que os professores da 82Educao Bsica lecionam

    6.1.3 Carga horria dos professores 84

    6.1.4 Funes desempenhadas pelos professores 85

    6.1.5 Distribuio dos professores por faixa etria 86

    6.1.6 Distribuio dos professores por sexo 876.1.7 Distribuio dos professores por grau de escolaridade 88

    6.1.8 Distribuio dos professores por nvel de renda pessoal 89

    6.1.9 Distribuio dos professores por nvel de renda familiar 90

    6.2 Identificao dos canais e fontes de informao utilizados 91pelos professores na busca de informao

    6.2.1 Meios utilizados para buscar informaes especficas para 91formao continuada

    6.2.2 Distribuio de frequncia de compra de revistas 93especializadas para a formao continuada

    6.2.3 Distribuio de frequncia de compra de livros para a 94formao continuada

    6.2.4 Frequncia mdia de participao em congressos, simpsios 95ou oficinas de trabalho para formao continuada

    6.2.5 Frequncia do uso de fontes de informao para estudo e 97planejamento

    6.2.6 Frequncia dos canais de informao mais utilizados pelos 99professores para formao continuada

    6.2.7 Frequncia do uso da biblioteca escolar para buscar 100informao para estudos e planejamento

    6.2.8 Frequncia de uso dos recursos disponveis na internet para 101formao continuada dos professores da Educao Bsica

    6.2.9 Frequncia de uso e locais de acesso internet para 103formao continuada dos professores da Educao Bsica

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    6.3 Fatores que dificultam a busca da informao dos 104professores da Educao Bsica para a formao

    6.3.1 Opinio dos professores quanto ao apoio do Colgio Marista 104

    para a formao continuada

    6.3.2 Opinio dos professores quanto ao grau de exigncia do 105Colgio Marista em relao a formao continuada

    6.3.3 Principais fatores que dificultam a busca da informao para 106formao continuada

    6.3.4 Opinio do professor em relao a tpicos especficos sobre 107a sua formao continuada

    6.3.5 Opinio dos professores sobre o prprio desempenho na 108

    utilizao das novas tecnologias para a formao continuada6.4 Associaes entre variveis que apontam para influncias 109

    das caractersticas dos professores na busca por informao

    6.4.1 Associaes entre as variveis que compem as 109caractersticas pessoais dos professores

    6.4.1.1 Associaes com a varivel carga horria 109

    6.4.1.2 Associao com a varivel faixa etria 111

    6.4.1.3 Associaes com a varivel sexo 112

    6.4.2 Associaes entre as variveis que identificam o uso dos 114canais e fontes de informao utilizados pelos professores

    6.4.2.1 Associaes entre as variveis frequncia de participao 114em congressos, simpsios ou oficinas de trabalhos nocolgio e reas de conhecimento

    6.4.2.2 Associaes entre as variveis frequncia de participao 115em congressos, simpsios ou oficinas de trabalhos nocolgio e sexo

    6.4.2.3 Associaes entre as variveis frequncia de participao 116

    em congressos, simpsios ou oficinas de trabalhos fora docolgio e sexo

    6.4.2.4 Associao entre as variveis mapas e atlas e nvel de 117atuao

    6.4.2.5 Associao entre as variveis mapas e atlas e rea de 118conhecimento

    X

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    XI

    6.4.2.6 Associao entre as variveis mapas e atlas e sexo 1196.4.2.7 Associao entre as variveis CD's/DVD's e nvel de atuao 120

    6.4.2.8 Associao entre as variveis CD's/DVD's e sexo 121

    6.4.2.9 Associao entre as variveis livros paradidticos e sexo 122

    6.4.2.10 Associao entre as variveis enciclopdias, almanaques e 123dicionrios e sexo

    6.4.2.11 Associao entre as variveis fitas de vdeos e sexo 1246.4.3 Associaes com as variveis canais de informao 125

    6.4.3.1 Associao entre as variveis frequncia de uso da 125biblioteca do Colgio Marista e sexo

    6.4.3.2 Associao entre as variveis acesso internet no Colgio 126Marista e nvel de atuao

    6.4.3.3 Associao entre as variveis acesso internet no Colgio 127Marista e rea de conhecimento

    6.4.3.4 Associao entre as variveis acesso internet no Colgio 128Marista e sexo

    7 RESULTADOS DAS ENTREVISTAS 129

    7.1 Caractersticas dos professores entrevistados 129

    7.2 Apoio institucional formao continuada dos professores 130

    7.3 Presses sobre os professores para a formao continuada 131

    7.4 Tipos de conhecimentos necessrios para a atuao em 132sala de aula

    7.5 Busca de informao sobre a disciplina lecionada 133

    7.6 Busca de informao sobre as teorias de 134ensino/aprendizagem

    7.7 Busca de informao sobre aplicao dos conhecimentos 135em sala de aula

    7.8 Motivos que influenciam a escolha por determinadas 137fontes/canais

    7.9 A biblioteca escolar e a formao continuada do professor 1387.10 Uso das novas tecnologias e formao continuada 139

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    Xll

    7.11 Fatores que dificultam a busca da informao para 140formao continuada

    7.12 Estratgias de formao continuada dos professores 142

    8 DISCUSSO DOS RESULTADOS 143

    8.1 Caractersticas dos professores investigados 143

    8.2 Canais e fontes de informao utilizados pelos 146professores da Educao Bsica para a formao

    8.2.1 Uso do livro didtico 147

    8.2.2 Participao em eventos 149

    8.2.3 A biblioteca escolar 149

    8.2.4 Uso das novas tecnologias 150

    8.2.5 Canais formais e informais 151

    8.2.6 Busca de informao especfica 152

    8.3 Fatores que dificultam a busca da informao dos 153

    professores da Educao Bsica para formao continuada8.4 Comportamento dos professores da Educao Bsica na 157

    busca e informao para formao continuada em relao

    s suas caractersticas

    9 CONCLUSES E SUGESTES 160

    9.1 Concluses 160

    9.2 Sugestes gerais 162

    9.2.1 Sugestes para novos estudos 162

    10 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS 164

    ANEXO 1 Apresentao do questionrio ao respondente 173

    ANEXO 2 Questionrio 174

    ANEXO 3 Solicitao da entrevista ao respondente 179

    ANEXO 4 Roteiro da entrevista 180

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    ABREVIATURAS

    xiii

    ABEC

    CRA

    CRUS

    DPS

    DIEESE

    ENEM

    IBICT

    INEP

    LISAMEC

    OEA

    PUC

    RNP

    SAEB

    SEEC

    UNESCO

    USP

    Associao Brasileira de Educao e Cultura

    Centro de Recursos de Aprendizagem

    Center Research on User Studies

    Desenvolvimento Pessoal e Social

    Departamento Intersindical de Estatstica e Estudos Scio-Econmicos

    Exame Nacional do Ensino Mdio

    Instituto Brasileiro de Informao em Cincia e Tecnologia

    Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais

    Library Information Science AbstratsMinistrio da Educao e Cultura

    Organizao dos Estados Americanos

    Pontifcia Universidade Catlica

    Rede Nacional de Pesquisa

    Sistema de Avaliao da Educao Bsica

    Secretaria de Educao a DistnciaOrganizao das Naes Unidas para a Educao, a Cinciae a Cultura

    Universidade de So Paulo

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    LISTA DE FIGURAS

    FIGURA 1 Organograma da ABEC 51

    FIGURA 2 Representao genrica do contexto no qual se inserem os 53alunos da Provncia Marista de So Paulo

    FIGURA 3 Modelo de Comportamento Informacional proposto por 61Wilson (1981)

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    XV

    LISTA DE GRFICOS

    GRFICO 1 Porcentagem de questionrios respondidos pelos 81professores dos colgios Maristas de So Paulo,Curitiba e Braslia

    GRFICO 2 Nvel de atuao dos professores dos colgios 82

    GRFICO 3 reas do Conhecimento em que os professores dos 83

    colgios estudados lecionam

    GRFICO 4 Carga horria de trabalho dos professores 84GRFICO 5 Funes desempenhadas pelos professores 85

    GRFICO 6 Distribuio dos professores por faixa etria 86

    GRFICO 7 Distribuio dos professores por sexo 87

    GRFICO 8 Distribuio dos professores por grau de escolaridade 88

    GRFICO 9 Distribuio dos professores por nvel de renda pessoal 89GRFICO 10 Distribuio dos professores por nvel de renda familiar 90GRFICO 11 Distribuio de frequncia de compra de revistas 93

    especializadas para a formao continuada

    GRFICO 12 Distribuio de frequncia de compra de livros para a 94formao continuada

    GRFICO 13 Frequncia mdia de participao em congressos, 95simpsios ou oficinas de trabalho no colgio.

    GRFICO 14 Frequncia mdia de participao em congressos, 96simpsios ou oficinas de trabalho fora do colgio

    GRFICO 15 Frequncia do uso da biblioteca do colgio pelos 100

    professores para formao continuadaGRFICO 16 Opinio dos professores quanto ao apoio do Colgio 104

    Marista para formao continuada

    GRTiCC 17 Opinio dos professores quanto ao grau de exigncia 105do Colgio Marista em relao a formao continuada

    GRFICO 18 Opinio dos professores sobre o prprio desempenho 108na utilizao das novas tecnologias para a formaocontinuada

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    xvi

    LISTA DE TABELAS

    TABELA 1 Frequncia de uso dos meios impressos, orais, digitais e 92audiovisuais usados para buscar conhecimentos tericosda disciplina lecionada, ensino/aprendizagem econhecimentos prticos.

    TABELA 2 Distribuio da frequncia de uso de fontes de 98

    informao para estudos e planejamentoTABELA 3 Frequncia dos canais de informao utilizados para a 99

    formao continuada

    TABELA 4 Frequncia de uso dos recursos da internet para 102formao continuada

    TABELA 5 Frequncia de uso dos locais de acesso internet para 103formao continuada dos professores da Educao

    TABELA 6 Fatores que dificultam a busca de informao para 106formao continuada

    TABELA 7 Opinio do professor em relao a tpicos especficos 107sobre a sua formao continuada

    TABELA 8 Carga horria de trabalho X nvel de atuao 110

    TABELA 9 Faixa etria X nvel de atuao 111

    TABELA 10 Sexo X nvel de atuao 112

    TABELA 11 Sexo X carga horria 113

    TABELA 12 Participao de eventos no colgio X reas do 114

    conhecimento

    TABELA 13 Frequncia de participao de eventos no colgio X 115

    TABELA 14 Frequncia de participao de eventos fora do colgio X 116sexo

    TABELA 15 Frequncia de uso de mapas e atlas X nvel de atuao 117

    TABELA 16 Frequncia de uso de mapas e atlas X reas de 118

    conhecimento

    TABELA 17 Frequncia de uso de mapas e atlas X sexo 119TABELA 18 Frequncia de uso de CD's e DVD's X nvel de atuao 120

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    TABELA 19 Frequncia de uso de CD's e DVD's X sexo 121

    TABELA 20 Frequncia de uso de paradidticos X sexo 122

    TABELA 21 Frequncia de uso de enciclopdias, dicionrios e 123almanaques X sexo

    TABELA 22 Frequncia de fitas de vdeos X sexo 124

    TABELA 23 Frequncia de uso da biblioteca escolar X sexo 125

    TABELA 24 Uso da internet no Colgio Marista X nvel de atuao 126

    TABELA 25 Uso da internet no Colgio Marista X reas de 127

    conhecimentoTABELA 26 Uso da internet no Colgio Marista X sexo 128

    xvii

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    RESUMO

    Esse trabalho apresenta um estudo de caso sobre o comportamento dos

    professores da Educao Bsica na busca da informao para a formao

    continuada, com o objetivo de descrever as caractersticas dos professores,

    identificar os canais e fontes utilizados e os fatores que influenciam o padro de

    comportamento dos mesmos na busca da informao para formao continuada.

    Foi utilizado como referencial terico o modelo de busca de informao de Thomas

    Wilson, com enfoque nas necessidades cognitivas dos professores, definidas em

    funo da concepo de formao do professor como um profissional reflexivo que

    necessita de informaes especficas, de acordo com o modelo proposto por

    Imbernn. Os instrumentos de coleta de dados foram o questionrio auto-

    administrado e a entrevista semi-estruturada. Os resultados mostram que as fontes

    mais usadas para buscar informaes so os livros didticos e paradidticos e os

    jornais. Para buscar informaes especficas sobre as disciplinas que lecionam,

    sobre as teorias de ensino e aprendizagem e sobre a prtica docente, os

    professores utilizam, respectivamente, os livros didticos e tcnicos, o assessor ou

    coordenador e os colegas. Concluiu-se que as novas tecnologias ainda no so

    usadas como um recurso cotidiano de apoio formao continuada e os canais de

    informao mais utilizados so os arquivos pessoais, arquivos dos colegas e a

    biblioteca escolar. Nesse contexto, os principais fatores que dificultam a busca da

    informao so a no acessibilidade imediata s fontes de informao, falta de

    conhecimentos tcnicos para utiliz-las, a dificuldade em gerenciar o tempo e

    excesso de atividades propostas pela escola. Tambm foi constatado que os

    professores da Educao Bsica dos colgios estudados relacionam a sua

    formao continuada muito estreitamente com o que se deve ensinar aos alunos e

    tendem a valorizar informaes fundamentadas na experincia de outros

    professores ou colgios.

    Palavras-chave: Comportamento informacional - professores Educao Bsica,

    biblioteca escolar, busca e uso da informao - formao continuada.

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    ABSTRACT

    This research constitutes a case study about the behavior of primary and

    secondary school teachers in their information seeking to continuing education. The

    study aimed to describe those teachers' main characteristics and to identify both

    information channeis and sources they use as well as factors that influence their

    behavior pattems when seeking information to continuing education. The

    theoretical framework used has been taken from Thomas Wilson's information

    seeking model. In this sense, the study focused on those teachers' cognitive needs,

    defined on the basis of the conception of teachers as reflexive professionals who

    need specific information, according to lmbernon's model. Data collection

    instruments used comprised the self-administrated questionnaire and semi-

    structured interview. The results showed that the most used information sources by

    those teachers to seek information to continuing education are the didactic book,

    the para-didactic book and newspapers. In order to seek specific information about

    the disciplines they teach, teaching and learning theories and teaching practice,

    these teachers use both technical and didactic books, either the school adviser or

    coordinator and their own colleagues. The study main conclusions are that new

    information technologies have not yet been used as a quotidian resource to support

    continuing education. Moreover, information channeis most used for that are

    personal archives, colleagues' archives and the school library. In total, four major

    factors have been identified as influencing on the information seeking activities of

    these primary and secondary teachers. Firstly, there is their own difficulties

    regarding time management. Secondly, non-immediate accessibility to information

    sources needed. Thirdly, lack of technical knowledge needed for using those

    information sources. Finally, an overload of tasks proposed by the school decision

    makers. It has also been found that teachers from the schools studied see a very

    narrow relationship between their continuing education and contents they need to

    teach their pupils. Doing so, they tend to value information that is based on other

    teachers or schools practices.

    Key words: Behavior information - Primary and secundary school teachers, schoollibrary, information seeking - Continuing education.

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    1 INTRODUO

    1.1 Consideraes gerais

    O presente trabalho um estudo sobre comportamento informacional de

    professores da Educao Bsica que lecionam nos colgios da ento provncia

    Marista de So Paulo, situados nas cidades de Braslia, Cascavel, Curitiba,

    Londrina, Maring, Ponta Grossa, Ribeiro Preto, Santos e So Paulo. O estudo

    visou identificao dos canais e fontes de informaes mais utilizados e dos

    fatores que podem influenciar a busca de informao para suprir necessidades

    relacionadas com a atuao profissional do professor. Buscou-se, assim, a

    identificao do comportamento dos professores tendo como referencial terico os

    estudos sobre comportamento informacional, a formao do professor e a biblioteca

    escolar.

    1.2 Definio do problema

    Na atualidade, a informao ocupa o cerne das transformaes tcnico-

    cientficas, econmicas, polticas e sociais vivenciadas pela humanidade, sendo

    entendida como um recurso crucial para favorecer o desenvolvimento pessoal e

    social. Esse novo contexto, caracterizado em especial por sua natureza

    globalizante, em que as fronteiras ficam cada vez mais prximas e conceitos como

    inteligncia competitiva, capital intelectual, competncias e qualidade refletem a

    emergncia de novos conhecimentos, impe a todos os profissionais novas formas

    de atuar.

    Embora esta nova ordem mundial no esteja ainda totalmente delineada,

    certamente determina aos profissionais da atualidade a necessidade de capacitao

    permanente para que assimilem as contnuas mudanas tecnolgicas, as novas

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    formas de organizao de trabalho e os novos modos de produo. Isso significa

    que ser cada vez mais necessrio despender esforos na busca da formao

    continuada para uma melhor qualificao, que depende, em certo grau, dacapacidade de interao do profissional com as informaes pertinentes ao seu

    contexto, pois

    estar informado significa tambm poder analisar situaes, encontrarsolues para problemas administrativos ou polticos, julgar comconhecimento de causa. A reduo das dvidas conduz naturalmentes melhores decises, que determinam pelas escolhas sucessivas, ofuturo de um setor, de uma atividade, de um pas.

    (GUINCHAT; MENOU, 1994, p.22j

    No ambiente educacional formador, em ltima anlise, de cidados

    capacitados para suprir a demanda do mercado de trabalho tambm se refletem

    todos esses questionamentos em relao complexidade das mudanas sociais

    que prenunciam novos paradigmas vinculados educao formal. Segundo Gomes

    (2000, p.63), embora a aprendizagem no ocorra somente na escola, esta por

    natureza o ambiente propcio elaborao de um conhecimento mais

    sistematizado. Portanto, a escola deve desenvolver estratgias que permitam que aprtica de seus atores gere "conhecimentos possveis". Ou seja: o que se pode

    construir em determinado momento em decorrncia de vrios fatores, pressupondo-

    se que o conhecimento nunca esttico, mas est sempre em transformao, a

    partir de um processo mais dinmico.

    Diante dessa nova perspectiva, na qual as informaes surgem e se

    modificam de forma muito acelerada, rompendo com os velhos ciclos de vida e

    costumes e transformando o modo de ver e sentir o mundo, o professor

    provavelmente tem se perguntado sobre o qu e como ensinar. Isto porque o

    panorama epistemolgico educacional atual no admite mais professores que

    'transmitem' conhecimentos adquiridos ainda em sua formao inicial ou

    decorrentes de uma experincia profissional descontextualizada. Sobre essa

    questo, tem sido observado que:

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    prtica reflexiva, profissionalizao, trabalho em equipe e porprojetos, autonomia e responsabilidades crescentes, pedagogias

    diferenciadas, centralizao sobre os dispositivos e as situaes deaprendizagem, sensibilidade relao com o saber e com a leidelineiam um roteiro para um novo ofcio. (MEIRIEU, 1989apudPERRENOUD, 2000, p.11)

    Alm dos requisitos definidos por Meirieu, o novo ofcio do professor deve se

    consolidar:

    pelo conhecimento das novas propostas pedaggicas e transposio

    destas para a sala de aula; pela compreenso dos processos biolgicos, neurolgicos e culturais que

    levam o ser humano a aprender;

    pelo domnio dos recursos tecnolgicos educacionais;

    pela interao mais dinmica com alunos e tambm com outros

    professores;

    pelo modo como so selecionadas e gerenciadas as informaes

    provenientes das diversas fontes, e tambm

    pela atuao dos professores em situaes de incerteza.

    Para tanto, a formao continuada de professores, aqui entendida como um

    processo constante de busca e renovao do saber-fazer educativo, deve se

    caracterizar como uma das condies essenciais para a melhoria do ensino e

    aprendizagem. Abrange, portanto, todas as atividades seminrios, cursos,

    palestras, promovidas ou apoiadas pela instituio, e programas de formao

    pessoal que permitem construir conhecimentos e desenvolver competncias ao

    longo da vida profissional.

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    Para se atualizarem, os professores utilizam vrios canais e fontes de

    informao1 sendo a biblioteca escolar um entre os vrios canais pelos quais os

    professores podem acessar informaes. No entanto, como apontam alguns autores

    (ANTUNES, 1987; NOGUEIRA, 1987; VLIO, 1990) a biblioteca escolar , ainda,

    pouco reconhecida e subutilizada em grande parte das escolas principalmente em

    decorrncia de fatores como:

    precariedade de recursos materiais, econmicos e humanos;

    mo-de-obra desqualificada;

    desconhecimento da comunidade de usurios em relao aos servios

    prestados;

    espaos inadequados (pouca ventilao, luminosidade insuficiente, tamanho

    imprprio do ambiente etc);

    pouca comunicao/integrao com o corpo docente;

    despreparo dos professores para orientar as pesquisas dos educandos;

    proposta pedaggica tradicional, centrada no professor como transmissor de

    conhecimento e o aluno como receptor passivo.

    Portanto, diante da constatao de que o professor precisa dominar um

    repertrio bsico de conhecimentos2 que torne mais eficiente a sua atuao

    profissional e que esses conhecimentos provm de vrios canais e fontes de

    informaes alm da biblioteca, busca-se responder quais so os canais e fontes de

    Canal de informao, nesse trabalho, a via ou meio de comunicao para se chegar fonte deinformao - bibliotecas, telefones, internet, entre outros.Fonte de informao o suporte onde esto registradas as informaes - livros, CD's, revistas,slides.2As noes de saber e conhecimento possuem diferentes abordagens. Nesse estudo, saberes econhecimentos so utilizados de forma indiferente, sendo entendidos como "representaesorganizadas do real, que utilizam conceitos ou imagens mentais para descrever e, eventualmente,explicar, de maneira mais ou menos formalizada e estruturada, fenmenos, estados, processos,mecanismos observados na realidade ou inferidos a partir da observao". (PERRENOUD, 2001,P-18)

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    informao que os professores utilizam para sua formao continuada e os fatores

    que dificultam a busca de informao. Busca-se tambm saber se o comportamento3

    dos professores da Educao Bsica na busca de informao para a formao

    continuada se diferencia de acordo com os nveis de atuao, reas do

    conhecimento, funes, formao acadmica, faixas etrias e sexo.

    1.3 Justificativa

    A literatura internacional e nacional sobre comportamento informacional

    apresenta inmeras pesquisas de necessidade, busca e uso da informao por

    professores. No entanto, a grande maioria desses trabalhos, principalmente no

    Brasil, est centrada em professores universitrios.

    A literatura sobre o assunto tambm tem mostrado que as bibliotecas

    escolares, de maneira geral, no so consideradas canais de informao

    importantes no meio educativo. Dessa forma, mesmo nos ambientes educacionais

    que possuem bibliotecas escolares bem estruturadas e atuantes, preciso

    reconhecer a existncia de vrios outros canais e fontes de informao. Torna-se,

    assim, importante saber como os professores da Educao Bsica tentam se

    informar para se atualizarem na sua rea de atuao, reciclarem seus

    conhecimentos, solucionarem problemas relativos a sua prxis ou fazer uma

    abordagem mais exaustiva a respeito de algum assunto relacionado ao seu

    trabalho.

    Nesse contexto, um dos grandes problemas da biblioteca escolar a falta de

    interao entre bibliotecrios e professores no que diz respeito ao planejamento de

    atividades e a organizao de recursos. Muitas vezes, o bibliotecrio centra todos

    os seus esforos nos alunos, esquecendo-se que o professor, pela prpria dinmica

    3Comportamento informacional se caracteriza pela frequncia de busca e uso de canais e fontes deinformao para formao continuada.

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    pedaggica, deve ser visto como um agente de mediao eficaz entre a biblioteca e

    os alunos.! Se o professor entende a biblioteca escolar como um importante recurso

    e suporte para a sua prpria formao, provavelmente estimular os alunos a

    utilizarem-na.A compreenso da dinmica que permeia o processo da busca de

    informao pelos professores pode ser elemento importante para que o bibliotecrio

    tente romper com um eventual 'isolamento'.

    O estudo aqui proposto visa, portanto, a contribuir com subsdios ao corpo de

    conhecimento da rea de Cincia da Informao, que especificamente sobre

    professores que no atuam no nvel universitrio parece ser muito incipiente. Visa,

    tambm, a colaborar para as discusses sobre planejamento de unidades de

    informao em ambientes escolares, estando, assim, coerente com os objetivos do

    curso de Ps-graduao - Mestrado - em Cincia da Informao da Universidade

    de Braslia cuja rea de concentrao planejamento e gerncia de unidades de

    informao. Nesse sentido, espera-se que a anlise dessas questes possa trazer

    contribuies aos educadores, em especial queles que lidam diretamente com a

    formao de professores, ampliando as discusses e favorecendo o planejamento

    de servios e produtos voltados, especificamente, para a formao dos professoresda Educao Bsica.

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    1.4 Objetivo geral

    Estudar o comportamento dos professores da Educao Bsica na busca de

    informao para a formao continuada.

    1.4.1 Objetivos especficos

    Descrever as caractersticas dos professores da Educao Bsica;

    Identificar os canais e fontes utilizados pelos professores da Educao Bsica na

    busca de informao para a formao continuada;

    Identificar os fatores que dificultam o comportamento dos professores da

    Educao Bsica na busca da informao para formao continuada.

    1.5 Hiptese

    1- Os canais e fontes de informao usados na busca de informao para a

    formao continuada dos professores da Educao Bsica variam de acordo com o

    nvel de atuao, rea do conhecimento, funo desempenhada, formao

    acadmica, faixa etria e sexo.

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    1.6 Estrutura do trabalho

    O trabalho se divide em nove captulos. No primeiro apresenta-se o

    panorama geral em que se insere a problemtica estudada, delimita o problema e

    se definem os objetivos. No segundo so abordados os tpicos principais referentes

    a comportamento informacional, estudos de usurios, resultados de estudos de

    usurios relevantes discusso do tema estudado. Nos captulos trs e quatro so

    abordadas a formao dos professores e o uso das novas tecnologias para a

    formao continuada, alm do papel que a biblioteca escolar deve desempenhar

    nesse contexto. No quinto apresenta-se a metodologia, constituda da abordagem

    terica adotada, da descrio do mtodo selecionado para aplicao no estudo, da

    populao estudada, da amostra selecionada e dos instrumentos de coleta de

    dados; Inclui-se, ainda, uma breve descrio do estudo-piloto realizado para testar

    os instrumentos de coletas de dados e a adequao de alguns conceitos usados na

    pesquisa. No sexto e stimo captulos apresentam-se a anlise dos resultados dos

    questionrios e das entrevistas, respectivamente. No oitavo, discute-se os

    resultados da pesquisa. As concluses e sugestes so apresentadas no captulo

    nove.

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    2 ESTUDOS DE COMPORTAMENTO NFORMACIONAL

    O objetivo deste captulo apresentar a fundamentao terica a respeito

    das questes relacionadas com o problema da pesquisa no campo da Cincia da

    Informao. Para tanto, apresentada uma reviso da literatura considerada

    relevante, onde so abordados textos tericos, de opinio e resultados empricos

    de pesquisas, em especial aqueles que envolvem professores. Sob a tica do

    comportamento nformacional, os professores atuantes na Educao Bsica so

    entendidos como usurios de informao, na medida em que esse comportamento

    condicionado por necessidades de informao para a sua formao continuada.

    2.1 Comportamento nformacional

    Vrias reas do conhecimento como a psicologia, administrao, cincias da

    sade, comunicao e Cincia da Informao tm contribudo para os estudos do

    comportamento Informacional humano. Na Cincia da Informao, Julien; Duggan

    (2000 p. 291) observam que o campo da necessidade e uso da informao

    amplamente definido como aquele que se relaciona com a busca da informao.

    Para Sonnenwald; Livonen (1999, p. 429), o comportamento nformacional

    humano emerge como um importante componente dos estudos de informao, cujo

    objetivo identificar as facetas mais importantes desse comportamento e

    compreender como os diferentes mtodos podem ser melhores utilizados para

    pesquisar estas facetas.

    Wilson (1999, p. 249) define comportamento informacional como as

    atividades de busca, uso e transferncia de informao, nas quais uma pessoa se

    engaja quando identifica as suas prprias necessidades de informao. Essas

    necessidades se relacionam, basicamente, com o papel que a pessoa desempenha

    no ambiente em que vive. O autor aponta a conferncia de Informao cientfica da

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    Royal Society em 1948, como o incio dos estudos modernos de comportamento da

    busca da informao, embora desde 1916 encontrem-se trabalhos versando sobre

    usurios de bibliotecas e estudos de leitores em geral, porm sem a utilizao do

    termo comportamento informacional.

    Em um artigo intitulado Human Information Behavior, Wilson (2000, p.49),

    salienta que nos estudos de comportamento informacional tambm est inserida a

    busca passiva da informao:

    O comportamento informacional humano a totalidade do

    comportamento humano em relao s fontes e aos canais deinformao, incluindo tanto a busca ativa quanto passiva deinformao, e o uso da informao. Desse modo, inclui acomunicao direta com outras pessoas, bem como a recepopassiva de informao, como, por exemplo, ao assistir aspropagandas na TV sem qualquer inteno de agir sobre ainformao dada.

    Assim, o autor define trs tipos especficos de comportamentos inscritos na

    rea do comportamento informacional humano:

    Comportamento na busca de informao. a atividade de busca como

    consequncia de uma necessidade para satisfazer um objetivo.

    Comportamento de pesquisa da informao. Refere-se ao comportamento

    dos usurios em interao com sistemas de informao de todos os tipos. Essas

    interaes podem ter um nvel mais intelectual, como a adoo das estratgias

    booleanas4 pelos usurios ou determinao de critrios para decidir quais livros

    selecionar, ou mais mecnico, como a maneira como o usurio utiliza o mouse e

    quantas vezes dica em determinadoslinks.

    4 Permitem a busca da informao em sistemas de recuperao da informao utilizando osoperadores OU, E, NO (OR, AND, NOT).

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    Comportamento no uso da informao. Consiste nos atos fsicos e/ou

    mentais de um indivduo para assimilar a informao encontrada. Por atos fsicos

    entende-se, por exemplo, a marcao de um pargrafo relevante em um texto, e por

    atos mentais comparao de uma nova informao com o conhecimento existente

    na estrutura cognitiva do indivduo.

    O termo comportamento informacional information behaviour

    frequentemente usado na literatura internacional. No Brasil, o conhecimento sobre

    comportamento informacional geralmente abordado sob o rtulo de "estudos de

    usurios". No entanto, ambas as abordagens incluem os estudos de necessidades e

    usos da informao, referem-se s questes a respeito de como os usurios reais epotenciais buscam e usam informaes, assim como avaliam se os servios e

    produtos de uma biblioteca ou centro de informao so adequados s

    necessidades dos usurios, sempre com a preocupao de identificar e discutir

    padres de comportamento informacional nos diferentes campos do saber. (COSTA,

    2001)

    De acordo com Dias (1990, p. 9), o Consultance and Research Unit, antigoCentre for Research on User Studies (CRUS), da Universidade de Sheffield,

    Ingiaterra, define como estudos de necessidades, busca e uso da informao uma

    rea multidisciplinar do conhecimento cujo objetivo estudar o comportamento dos

    usurios reais e potenciais da informao e de sistemas de informao, visando,

    principalmente, ao entendimento do processo de transferncia da informao.

    Assim, constituem uma investigao que objetiva identificar e caracterizar os

    interesses, as necessidades e os hbitos de uso de informao dos usurios reaise/ou potenciais de um sistema de informao, como observa Silva (1990, p. 80).

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    O que se pode depreender dos textos estudados que o comportamentoinformacional e o estudo de usurios5envolvem os seguintes conceitos:

    Necessidades de informao - um dficit de informao a ser

    preenchido e que pode estar relacionado com motivos

    psicolgicos, afetivos e cognitivos.

    Busca da informao - ativa e/ou passiva - o modo como as

    pessoas buscam informaes.

    Uso da informao - a maneira como as pessoas utilizam a

    informao.

    Fatores que influenciam no comportamento informacional

    Transferncia da informao - o fluxo de informaes entre as

    pessoas.

    Estudos dos mtodos - identificao dos mtodos mais adequados

    a serem aplicados nas pesquisas.

    Parece existir um consenso entre os autores da literatura nacional e

    estrangeira de que a abrangncia dos estudos de comportamento informacional

    compreende as investigaes das necessidades, busca e uso da informao, cuja

    observao, por sua vez, aponta para a determinao de padres de

    comportamento dos usurios de informao. No entanto, se por um lado os

    conceitos que se inserem nessa rea do conhecimento so facilmente identificveis

    na literatura, o mesmo no acontece com a preciso de alguns termos utilizados,

    como adverte Line (1974, p. 87) ao observar que, muitas vezes, utiliza-se o termo

    necessidade quando na verdade so estudos de uso ou demanda. Essa questo

    tem sido discutida ao longo das ltimas dcadas como aponta Rabello (1983, p.83)

    ao endossar que essa conceituao existe mais no discurso do que na prtica, pois

    5 Nesse trabalho, os termos comportamento informacional e estudo de usurios so utilizados demaneira similar.

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    a grande nfase foi dada aos estudos de uso e muitas vezes pode-seconstatar que pesquisas ditas de "necessidades" no passam deestudos de uso ou demanda... observa-se tambm que a tendnciado campo estudar o uso da informao e da inferir a necessidade.

    Dessa forma, procura-se discutir com mais detalhes os conceitos de

    comportamento, necessidade, busca e uso na prxima seo. A principal

    preocupao em discutir estes conceitos , alm de destac-los como relevantes

    para o embasamento terico de estudos de comportamento informacional, contribuir

    para um melhor entendimento dos mesmos nos estudos dos padres de

    comportamento informacional dos professores da Educao Bsica.

    2.1.1 Comportamento

    Segundo Doron; Parot (2000, p. 158), o termo comportamento apareceu na

    psicologia, inicialmente na Frana, em 1908, com o trabalho de Piron, e em

    seguida nos Estados Unidos, em 1913, com o trabalho de Watson. Ocomportamento pode ser entendido como uma atividade de um organismo em

    interao com seu ambiente e designa de maneira genrica o conjunto das

    atividades (o comportamento humano em geral) ou uma atividade em particular

    (higiene pessoal, por exemplo).

    O termo possui dois sentidos, um restrito e outro mais amplo. No primeiro

    caso, a noo de comportamento se relaciona com as atividades diretamenteobservveis, excluindo os estados de conscincia, sentimentos, pensamentos e

    outras atividades interiores em uma perspectiva behaviorista. Em um sentido mais

    amplo - na perspectiva cognitivista - a noo se estende igualmente s atividades

    interiores. Isto , o diretamente observvel no considerado um critrio

    importante, atribuindo-se psicologia, entre outras disciplinas, a tarefa de superar

    as condies da observao direta imediata, tornando acessveis fenmenos no

    observveis.

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    O comportamento informacional - entendido como as atividades mentais e/ou

    fsicas em que um indivduo se envolve para buscar e usar a informao - pode ser

    desencadeado a partir da percepo de uma necessidade, pois podem existir

    impedimentos em potencial entre o reconhecimento da necessidade de ser

    informado e o engajamento na busca da informao. Os estudos realizados por

    Wilson (1999) sugerem que a personalidade, o papel que a pessoa desempenha na

    sociedade, os aspectos relacionados ao contexto ambiental, as caractersticas das

    fontes, assim como, aspectos demogrficos, podem influenciar a busca da

    informao.

    Visando a ampliar a discusso sobre os fatores que influenciam o

    comportamento informacional das pessoas, Roberts; Wilson, 1987 apud Barbosa

    (1997, p. 10), listam os seguintes pontos:

    a) propenso individual de consumo de informao, resultante defatores intrnsecos aos profissionais, como atitudes, preferncias e

    habilidades;b) sensibilidade a fatores do ambiente externo;c) nvel de conscincia estratgica relativa ao mdio e longos prazos;d) existncia de um centro ou unidade de informao responsvelpela reunio e coordenao de dados internos e externos ee)existncia de procedimentos organizados de aquisio,armazenamento, formatao e disseminao de informao".

    O mapeamento de alguns desses fatores essencial para que se

    compreenda at que ponto as necessidades podem ou no impelir um

    indivduo a buscar informao.

    2.1.2 Necessidade

    Necessidade outro conceito inerente aos estudos de comportamento

    informacional. O conceito de necessidade se insere em vrias reas do

    conhecimento, embora, segundo Wilson (1997, p.552) seja naturalmente um

    conceito psicolgico, por estar vinculado ao estado mental de um indivduo.

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    Na sociologia, o conceito de necessidade est muito vinculado a definio depolticas sociais. Boudon; Bourricaud (2000, p.387-393), ao definirem o termo

    necessidade, fazem um intercurso com Malthus, Rousseau e Veblen, entre outros.

    Sintetizando as principais idias discutidas pelos autores, necessidade um dficit

    que exprime a dependncia dos organismos vivos em relao ao ambiente externo.

    No momento em que essa necessidade detectada, observa-se um comportamento

    de busca. As necessidades podem ter uma origem social, isto , podem ser

    condicionadas pela sociedade, na medida em que se empenha para que se

    consumam determinados produtos, servios e idias. Portanto, as pessoas podem

    consumir no somente para satisfazer as necessidades naturais, mas tambm para

    afirmar seu poder e prestgio perante a sociedade. Nesse sentido, a discusso do

    que necessrio ou no aos indivduos pertinente quando se pensa em polticas

    sociais e custos para o estado.

    Necessidades podem ser discutidas, ainda, com relao sua tipologia.

    Neste sentido, podem ser classificadas como primrias, quando se relacionam coma sobrevivncia - a fome, a sede, a fadiga e a segurana; e secundrias quando

    "concebidas como mecanismos motivacionais menos diretamente vitais, mas a

    sen/io das necessidades primrias (necessidade de imitao, de filiao ao

    grupo...)".(BOUDON; BOURRICAUD, 2000, p. 525)

    O conceito de necessidade na rea administrativa utilizado na gesto de

    recursos humanos visando maior produtividade. Maslow, por exemplo, em sua teoriamotivacional, tambm divide as necessidades em primrias e secundrias,

    organizando-as em cinco estratos em forma de pirmide. Os dois primeiros que

    ficam na base da pirmide so as necessidades fisiolgicas. Do terceiro ao quinto

    nvel esto as necessidades secundrias: sociais, de estima e de auto-realizao.

    UHLMANN 1997, p. 49 - 50)

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    Do ponto de vista psicolgico, necessidade tem o significado de

    Um estado de dficit ou de distanciamento do equilbrio homeosttico

    que desencadeia no organismo comportamentos prprios, chegandoao ato consumatrio, para suprir o dficit e para reestabelecer oequilbrio. (DORON; PAROT , 2001, p. 387)

    O termo necessidade na Cincia da Informao constitui uma lacuna, uma

    falta, uma privao de algo de que se precisa ou se deseja em termos de

    informao. Esse termo considerado problemtico quanto aos aspectos

    operacionais, porque muitas vezes essa necessidade fica restrita s aes mentais,

    sendo uma experincia subjetiva, como pontua Wilson (1997, p.552):

    necessidade um termo subjetivo que ocorre somente na mente daspessoas, no sendo acessvel ao observador. A experincia danecessidade s pode ser descoberta pela deduo docomportamento ou atravs de relatos das pessoas que tmnecessidade.

    A necessidade de resolver um problema, de preencher um dficit de

    conhecimento ou de atingir um objetivo cria um "desequilbrio" que pode ser a mola

    propulsora para que um indivduo busque uma informao. Mas a deciso ou node supri-la quase sempre pessoal.

    Le Coadic, 1996 e Wilson, 1999 pressupem que necessidade de

    informao, quando existe, exigida para a realizao de uma necessidade mais

    fundamental, portanto uma necessidade derivada. Ou seja, as necessidades

    primrias so fsicas e originam-se das exigncias da natureza, como dormir,

    comer, reproduzir. E as necessidades de informao so oriundas da vida social, daexigncia do saber, da imposio do mercado de trabalho ou para solucionar

    problemas relativos as atividades primrias.

    Neste trabalho, necessidade deve ser entendida conforme a definio de

    Line (1974, p.87), que a entende como uma demanda em potencial e refere-se a

    alguma coisa que um indivduo deve ter de informao para o seu trabalho,

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    pesquisa, lazer, vida social. Necessidade normalmente concebida para ser uma

    contribuio direcionada para algo importante e no frvolo, o que implica juzo de

    valor da sociedade. No caso dessa pesquisa, o foco a formao continuada do

    professor. Deste modo, um item necessrio de informao aquilo que poderia

    favorecer ou incrementar o desempenho desse profissional na sala da aula e na

    instituio educacional.

    2.1.3 Uso

    Observa-se que embora se discuta muito a questo do uso nos estudos decomportamento informacional, ainda se encontram poucos registros da utilizao

    do termo na literatura. De acordo com Line (1974, p.87), uso aquilo que o

    indivduo realmente utiliza para se manter informado dentro de suas atividades. Um

    uso pode ser uma demanda satisfeita, ou resultado de uma leitura causal ou

    acidental. Os usos podem ser indicadores parciais de demandas, demandas de

    desejos e desejos de necessidades.

    O conceito de uso est relacionado tanto com os atos mais mecnicos, como

    fazer um auto-emprstimo utilizando uma leitora tica, quanto o uso como

    expresso de uma atividade mais intelectual, como destacar os aspectos mais

    importantes de um texto e sintetiz-lo.

    Le Coadic (1996, p.39) argumenta que

    usar a informao trabalhar com a matria informao para obterum efeito que satisfaa a uma necessidade de informao. Utilizarum produto de informao empregar tal objeto para obter,igualmente, um efeito que satisfaa a uma necessidade deinformao, que esse objeto subsista (fala-se, ento, em utilizao),modifique-se (uso) ou desaparea (consumo).

    Para o autor, o uso uma prtica social, o conjunto de artes de fazer que

    implica modos de agir, de operar ou esquemas de ao. O autor faz uma distino

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    superficial entre os termos uso e utilizao.

    2.1.4 Busca da informao

    Essa pesquisa se ocupa especificamente do estudo da busca da informao,

    que de acordo com Wilson (2000, p. 49) envolve as atividades nas quais as

    pessoas se engajam como consequncia da necessidade de satisfazer algum

    objetivo. No entanto, possvel o emprego do termo 'uso' da informao para inferir

    a busca, ao longo desse trabalho.

    2.2 Categorizao dos estudos de usurios

    Encontram-se na literatura da Cincia da Informao formas diversificadas de

    analisar os estudos de usurios. Wilson (1999, p. 249) relata que os primeiros

    estudos na rea, datados do incio do sculo passado, eram basicamente voltados

    para as bibliotecas e aps 1948 comearam os estudos modernos de

    comportamento informacional.

    Menzel (1968) classificou os estudos de usurios em trs categorias: "quando

    considerado do ponto de vista do cientista ou tecnlogo, quando considerado do

    ponto de vista de qualquer meio de comunicao e quando considerado do ponto de

    vista da cincia dos sistemas de comunicao".Estes enfoques levam em conta osestudos de comportamento em relao comunicao, aos estudos de usos e aos

    estudos do fluxo de informao. (RABELLO, 1983, p. 80).

    Outra abordagem, mais geral, proposta por Wilson-Davis em 1977, considera

    os estudos de usurios divididos em dois grupos - os orientados para a biblioteca e

    os orientados para o usurio. No primeiro caso, os estudos so voltados para a

    forma como as bibliotecas ou centro de informaes so usados. E no segundo

    caso, as pesquisas enfocam um grupo particular com a inteno de saber como

    obtm as informaes necessrias para o trabalho.

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    De maneira semelhante, Lancaster apud Pinheiro (1982, p.12), tambm

    sugere dividir o enfoque dos usurios em dois grupos: os dirigidos a bibliotecas,

    que investigam como as bibliotecas e centros de informao so utilizados; e osdirigidos a usurios, que investigam como uma comunidade particular obtm

    informaes necessrias ao desenvolvimento de seu trabalho.

    Dervin; Nilan (1986, p. 16), ao revisarem a literatura da rea de

    Cincia da Informao a partir da dcada de 70 at meados da dcada de 80,

    observam um novo paradigma que divide os estudos de usurios em duas

    vertentes - tradicional e alternativa. Na primeira, os estudos esto direcionadossob a tica do sistema ou centro de informao, e na segunda, sob a tica dos

    usurios, os quais podem ser divididas em trs categorias principais:

    a) a abordagem do valor para o usurio (user-values), que enfoca a

    percepo do valor e utilidade do sistema para os usurios.

    b) a abordagem da produo de sentido (sense making), que avalia

    como as pessoas atribuem sentido ao mundo e o papel da informao

    e outros recursos nesse processo.

    c) a abordagem dos estados anmalos de conhecimento (anomalous

    states of knowlwedge), que do nfase maneira como as pessoas

    buscam informao sobre assuntos em que seu conhecimento

    incompleto.

    Observa-se uma evoluo nesses estudos, na qual, o foco se direciona para

    o usurio a partir da sua prpria tica. Mais que isso, se os primeiros estudos eram

    voltados para comunidades especficas, em especial tecnlogos ou cientistas, a

    partir da dcada de 80, e mais intensamente na dcada de 90, observa-se

    nitidamente uma expanso desses estudos para grupos diversificados - gerentes,

    empresrios, professores entre outros.

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    2.3 Resultados de Pesquisas sobre comportamento informacional

    Este tpico inclui a discusso sucinta de trabalhos de reviso - estudos queanalisam as principais informaes publicadas em determinada rea do

    conhecimento - sobre comportamento informacional. Em seguida, apresenta

    especificamente resultados de pesquisas sobre Estudos de Usurios cujos sujeitos

    so os professores. O objetivo, neste caso, foi adotar uma seleo de textos que

    guardam relao direta com o problema da pesquisa aqui proposta, evitando que

    essa seo do trabalho ficasse muito abrangente pela incluso de estudos sobre

    outras comunidades de usurios. No entanto, inclui tambm pesquisas que puderamcontribuir para a fundamentao terica e a anlise dos resultados deste trabalho.

    2.3.1 Trabalhos de reviso

    A literatura analisada mostra que os primeiros estudos de comportamento

    informacional se preocupavam especialmente com cientistas e tecnlogos e que

    grande parte dessas pesquisas priorizava a avaliao dos sistemas, servios ou

    produtos oferecidos aos usurios por unidades de informao. Na literatura

    internacional, os primeiros trabalhos de reviso sobre estudos de usurios

    comearam a ser publicados a partir de 1966 pelo ARIST - Annual Review of

    Information Science and Technology - publicao destinada a revisar com

    periodicidade anual, os principais assuntos abordados em informao cientfica e

    tecnolgica. Ao longo de trs dcadas de publicao, os principais estudos foram

    abordados pelos seguintes autores - Menzel (1966), Herner e Herner (1967),

    Paisley (1968), Allen (1969), Lipetz (1972), Crane (1971), Lin e Garvey (1972),

    Martyn (1974), Crawford (1978), Dervin e Nilan (1986) e Hewinks (1990). No Brasil,

    foram identificadas trs revises de literatura importantes sobre estudos de

    usurios: as de Pinheiro (1982), Kremer (1984) e Figueiredo (1994).

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    Em 1982, Pinheiro revisou a literatura internacional e nacional enfocando a

    quantidade e qualidade dos estudos, a metodologia adotada, a classificao dosestudos de necessidades e usos de informao, a informao cientfica e

    tecnolgica e a transferncia de informao em laboratrios de pesquisa e

    desenvolvimento. A autora considera importante ressaltar que algumas deficincias

    comuns nesses trabalhos so consequncias da inconsistncia terica da Cincia

    da Informao como disciplina emergente, da restrio dos estudos ao perfil dos

    usurios, da priorizao de pesquisas sobre usurios de bibliotecas universitrias

    em detrimento dos demais e da pouca quantidade de pesquisas. Finaliza a revisocom algumas sugestes para melhorar a qualidade desses estudos como: mais

    investimentos na rea, em especial em equipes interdisciplinares de estudos,

    introduo de mais disciplinas nos cursos de graduao e ps-graduao que

    possam aprofundar as discusses, e tambm institucionalizao de encontros e

    palestras especficas para estudiosos da rea.

    Kremer (1984) fez uma reviso de literatura sobre estudos de usurios nasbibliotecas universitrias. Segundo a autora, estes estudos comearam a ser

    realizados por volta da dcada de 30 do sculo passado, tomando-se mais

    frequentes aps os anos 60 na Inglaterra e Estados Unidos. Entretanto, a literatura

    nesse campo ainda bastante pobre, incluindo menos trabalhos do que seria

    previsvel. Kremer observa que os principais temas abordados pelas bibliotecas

    universitrias foram os fatores que afetam o uso de bibliotecas, fatores ambientais e

    uso de bibliotecas, comportamento anti-social em bibliotecas, tendncias no uso debibliotecas e estudo de uso de catlogos. A autora (p. 252) salienta que ainda

    existem inmeros fatores que determinam o uso de uma biblioteca e aponta que nas

    bibliotecas universitrias

    seu uso determinado pelos mtodos de ensino adotados, tipos decursos oferecidos pelas universidades, fatores econmicos,sociolgicos e psicolgicos dos usurios potenciais, opinies dosusurios a respeito do acervo, instalaes e atendimentobibliotecrio. Um problema srio ainda a falta de noes de uso de

    bibliotecas por partes dos estudantes, e mesmo, tambm, por partedos professores.

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    Em 1994, Figueiredo revisou vrios artigos de peridicos nacionais

    especializados e anais de congressos, oferecendo uma viso geral sobre o tpico.

    Quanto ao aspecto prtico, a autora sugere exemplos de formulrios para coleta de

    dados (Survey) e estudo de usos de bibliotecas tanto em bibliotecas universitrias

    quanto em bibliotecas escolares, pblicas e especializadas. O texto de Figueiredo

    apresenta um levantamento das principais tendncias dos usurios na consulta das

    bibliotecas e/ou de suas colees. Em relao aos cientistas e tecnlogos, por

    exemplo, relata que os mesmos consultam vrias fontes antes de ir biblioteca: os

    arquivos pessoais, visitas ou telefonemas as pessoas que possam ajud-lo, para

    ento, procurar uma biblioteca. Quantos aos professores universitrios destaca que

    frequentam pouco a biblioteca, e quando o fazem raramente delegam a tarefa de

    busca bibliogrfica aos bibliotecrios e que o uso da biblioteca pelos estudantes

    depende, primeiramente, do estmulo do corpo docente. Figueiredo salienta ainda

    que uma descoberta altamente generalizvel a todos os tipos de usurio diz

    respeito a distncia geogrfica e a facilidade de acesso s unidades de informao

    como fatores fundamentais no uso destas.

    2.3.2 Resultados de estudos sobre professores universitrios

    Os estudos dirigidos aos professores de graduao e ps-graduao tm

    crescido bastante, e em grande parte abrangem, principalmente, a percepo que

    possuem dos sistemas de informao. Alguns dos estudos identificados pela

    literatura em Cincia da Informao ilustram como esses professores tm sidoestudados em relao busca e uso de informao e so comentados a seguir:

    Em 1980, Marteleto entrevistou professores de todas as reas de ensino da

    Universidade Federal de Minas Gerais, com o objetivo de verificar o papel

    desempenhado pela biblioteca universitria no atendimento aos usurios e

    identificar os canais de informao mais utilizados. De acordo com os resultados

    obtidos pelo estudo de Marteleto, o professor, para obter informaes, dirige-sepreferencialmente (s) bibliotecas(s) da Universidade, consulta canais informais

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    (colegas, contatos diretos com outras instituies), recorre a bibliotecas particulares

    ou de outras instituies. Os professores indicaram o livro e os peridicos como as

    fontes formais mais usadas, e o arquivo pessoal como fonte informal mais

    importante.

    Vieira (1989) entrevistou 345 professores da Universidade Federal do Mato

    Grosso visando conhecer seus hbitos de uso da informao, como tambm ter um

    maior conhecimento da coleo bibliogrfica das bibliotecas pertencentes

    universidade. A autora utilizou uma entrevista semi-estruturada dividida em trs

    partes - dados demogrficos, uso das bibliotecas da universidade e adequao da

    coleo. O trabalho apontou que 38% dos professores no participaram de

    nenhum congresso durante o ano da pesquisa. O idioma mais utilizado da literatura

    tcnica era o portugus. Foram identificadas diferenas significativas de frequncia

    de uso da biblioteca, por campus. Os professores tambm utilizavam outras

    bibliotecas para as suas atividades acadmicas, citadas, por ordem de prioridade: a

    particular, a de outra pessoa, a pblica, a de empresa privada e as de rgos do

    governo. Os principais motivos que levavam os professores a procurarem as

    bibliotecas eram para consultar matrias, solicitar material para emprstimo,

    conhecer as novas aquisies e fazer levantamento bibliogrfico. Os professores

    consideraram satisfatrios a rapidez no atendimento, a gentileza no trato com o

    usurio, a qualidade dos servios e o horrio do funcionamento. Os tipos de fontes

    de informao mais utilizadas foram as anotaes pessoais, livros nacionais,

    bibliografias em artigos e livros, artigos de revistas nacionais e catlogos de

    editoras. A biblioteca do campus e a particular foram os principais locais em que os

    professores obtiveram suas obras. Para os que no conseguiram localizar o

    material desejado, as principais iniciativas foram encomendar em livrarias ou tirar

    fotocpias.

    Pela anlise de um segmento de professores usurios da biblioteca da

    Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais foi possvel a

    Caldeira (1989) identificar o perfil dos professores por meio de um questionrio

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    constando das seguintes categorias - regime de trabalho, faixa etria e sexo;

    cursos realizados, conhecimento de idiomas estrangeiros, reas de interesse,

    atividades desenvolvidas na unidade e produtividade atravs da verificao de

    citao dos docentes em livros de arte brasileiros. Pelos resultados obtidos foi

    observado que os professores se preocupavam em realizar cursos, embora os de

    doutorado fossem na ocasio bastante reduzidos. Os assuntos que despertavam

    maior interesse vinculavam-se ao campo de atuao profissional como artes,

    cinema, desenho, etc. Cabe ressaltar que esse trabalho constituiu a terceira parte

    da pesquisa "O uso da biblioteca e de fontes de informaes pelos professores da

    Escola de Belas Artes da UFMG". Os resultados da primeira fase revelaram que a

    maioria dos professores conheciam e utilizavam o acervo da biblioteca e que o

    mtodo mais utilizado para a obteno do material era o contato com o bibliotecrio.

    Na segunda parte da pesquisa verificou-se que os professores tinham o hbito de

    ler de uma a cinco obras por ms, e que as fontes mais importantes eram os livros

    com explicaes tcnicas (ilustrados), os livros-texto e artigos de revistas.

    Purqurio (1990) fez um estudo de usurios de bibliotecas universitrias

    brasileiras e analisou o comportamento dos discentes e docentes da Fundao

    Educacional So Carlos. A pesquisa foi desenvolvida sob dois aspectos - uma

    pesquisa documental e outra de campo. A primeira identificou e quantificou as

    dissertaes produzidas nos cursos de ps-graduao sobre estudos de usurios

    de bibliotecas brasileiras. A segunda verificou a busca e uso da informao nos

    servios prestados na biblioteca "Professor Alfredo Amrico Herner". Nesta, asfontes de informao mais consultadas foram os livros, peridicos e jornais. A

    maioria dos usurios utilizava a biblioteca para emprstimo bibliogrfico ou estudos

    no local. Frente ao insucesso de uma busca 50% dos usurios informaram que

    pediram ajuda ao bibliotecrio, 26,6% compram o material desejado e nenhum

    informante desiste da busca.

    Dias (1990) fez uma pesquisa descritiva, objetivando levantar o perfil de uso

    de informao dos docentes do Instituto de Cincias Exatas e da Faculdade de

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    Tecnologia da Universidade de Braslia no exerccio de suas atividades de ensino,pesquisa e extenso. Utilizou, como instrumento de coleta de dados, um

    questionrio elaborado com a utilizao da tcnica do incidente crtico. O estudo

    revelou que as fontes de informao mais utilizadas eram os livros e os peridicos,

    sendo as publicaes em lngua inglesa as mais relevantes. As formas mais citadas

    para a obteno de novas publicaes foram as bibliografias no final dos livros ou

    peridicos. A frequncia biblioteca era elevada entre os docentes de dedicao

    exclusiva, embora o desconhecimento dos servios e produtos oferecidos pela BCE

    fosse grande.

    As caractersticas motivacionais especficas do comportamento de docentes

    pesquisadores da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul quanto leitura e

    busca da informao foram estudados por Giacometti (1990). A autora utilizou o

    conceito da motivao na rea de estudos de usurios. Os resultados apontaram os

    livros e peridicos como as fontes formais mais importantes pelos professores,

    sendo o primeiro mais efetivo quando se trata de informaes gerais, e o outro

    quando se trata de informaes mais especficas e correntes. A convenincia da

    fonte de informao tem maior prioridade do que a quantidade e qualidade da

    informao, isto , Giacometti apontou a tendncia dos docentes recorrerem

    biblioteca pessoal como o principal mtodo de obteno de informao

    independente da eficincia da mesma. Os professores usavam a informao

    principalmente para o preparo das aulas. Outro dado importante, refere-se aos

    estmulos que reforam determinado comportamento, por exemplo, o fato de um

    docente recorrer biblioteca e encontrar um documento desejado refora a

    probabilidade de retorno do mesmo.

    Os estudos de usurios de Rangel (1995) foram realizados nos

    departamentos dos cursos de Educao Fsica oferecidos pela Universidade

    Federal de Santa Catarina e Universidade do Estado de Santa Catarina e suas

    respectivas bibliotecas. Abrangeu, portanto, dois grupos de docentes de

    instituies distintas, mas com caractersticas semelhantes. O trabalho analisou as

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    relaes entre os professores de educao fsica, bibliotecas universitrias eestudos de usurios. O instrumento de coleta de dados utilizado foi o questionrio

    estruturado com questes abertas e fechadas e do tipo escala de Likert. Utilizou-se

    a tcnica do incidente crtico. Os principais resultados mostram que as fontes

    formais mais valorizadas foram os livros e os artigos de peridicos, e as informais

    foram as anotaes pessoais. A principal razo de no uso das fontes foi a

    dificuldade de acesso/disponibilidade das fontes.

    Andrade (1985) fez um levantamento do estado em que se encontram os

    estudos de necessidades de usurios em bibliotecas universitrias brasileiras e as

    contribuies prticas desse tipo de estudo. Para tanto, enviou questionrios s

    bibliotecas universitrias e escolas de biblioteconomia. Embora a pesquisa no

    tenha focalizado particularmente a figura do professor, alguns dos resultados

    referem-se a ele, como um dos usurios das bibliotecas universitrias: o estudo

    detectou que os professores, normalmente, vo biblioteca para fazeremprstimos, e que os livros e peridicos so as fontes mais procuradas.

    Por este levantamento de pesquisas referentes aos professores universitrios

    pde se constatar que grande parte dos trabalhos evidenciaram a avaliao de

    unidades de informao, mais especificamente quanto aos servios e produtos.

    Observou-se tambm que, as fontes mais utilizadas foram as tradicionais - livros e

    peridicos e que as bibliotecas so reconhecidas como canais importantes de

    informao no meio acadmico. Quanto metodologia, de maneira geral, os

    estudos utilizaram para coleta de dados questionrios e entrevistas, incorporando

    mais intensamente a partir da dcada de 90 as tcnicas do incidente crtico. De

    todos os trabalhos, um se destacou pela abordagem diferenciada, o estudo

    elaborado por Giacometti fundamentado pela psicologia da motivao.

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    2.3.3 Resultados de estudos sobre professores da Educao Bsica

    Os estudos de usurios sobre professores da Educao Bsica parecem ser

    insignificantes em termos quantitativos se comparados com os estudos cujos

    sujeitos so os professores universitrios. Os estudos listados abaixo ilustram

    alguns dos aspectos sobre a busca de informao pelos professores da Educao

    Bsica.

    Silva (1985) analisou alguns aspectos do processo educacional vigente

    poca de seu estudo, situando o professor no contexto da biblioteca escolar e

    pblica numa tentativa de buscar subsdios para o aperfeioamento do processo

    ensino-aprendizagem. Para tanto, aplicou questionrios aos professores de 1oe 2o

    graus das escolas pblicas de Joo Pessoa. O objetivo foi perceber a adequao

    dos recursos das bibliotecas escolar e pblica s necessidades docentes com vista

    a uma melhor eficcia no processo educativo. Os principais resultados obtidos

    foram:

    De um modo geral, o professor no frequenta a biblioteca.

    O material mais utilizado na biblioteca pblica o livro.

    Grande parte dos professores (46,8%) encaminhou seus alunos

    biblioteca pblica ao invs da biblioteca escolar.

    Mais da metade dos professores pesquisados (56,6%) no realiza trabalho

    integrado com o bibliotecrio.

    Poucas escolas possuam bibliotecas com acervo atualizado e de

    qualidade para atender sua clientela, sendo a maior parte deste acervo

    constitudo de obras didticas.

    Quanto a utilizao dos materiais da biblioteca escolar h uma preferncia

    pelo livro (43,1%).

    0 livro didtico a nica fonte de informao indispensvel a uma grande

    parte dos professores (46,8%).

    Os dados coletados permitiram chegar a uma srie de concluses, quais

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    sejam, alguns professores tinham apenas formao pedaggica mnima, o que

    refletiu a necessidade de atualizao. O nmero de bibliotecas escolares

    insignificante ao nmero de escolas.

    Outra pesquisa sobre professores no universitrios, foi o trabalho de

    Pereira; Freire (1997) cujos objetivos foram: identificar o professor como usurio e

    agente de informao no processo de transferncia da informao; as principaisfontes de informao e os meios de acesso no processo de atualizao profissional,

    as necessidades de atualizao e as formas mais adequadas para atend-las. Para

    responder essas indagaes foram entrevistados 27 professores da rede pblica do

    Rio de Janeiro, em trs categorias representadas pelo tempo de formao dos

    profissionais. Os resultados apontaram que os professores podem ser vistos como

    um grupo de no-usurios dos servios de informao, que usam,

    predominantemente, o livro didtico adotado pela escola como fonte de informao

    para subsidiar o planejamento das aulas, apesar de estarem cientes quanto

    necessidade de se atualizarem (97% declaram sua necessidade de atualizao).

    Os estudos nessa rea, de maneira geral, avaliam a biblioteca escolar em

    termos de estrutura, servios e produtos ou aspectos especficos como as questes

    relacionadas leitura, interao entre professor e bibliotecrio, entre outras.

    2.4.3 Outras contribuies

    Outros estudos no vinculados aos professores foram selecionados por

    apresentarem contribuies para a discusso do problema proposto nesse trabalho,

    quais sejam:

    Kremer (1981) identificou por meio de questionrios os critrios que

    orientavam os engenheiros (no envolvidos com pesquisas) na seleo de umdeterminado canal de informao. Foi testada e comprovada a hiptese que a

    percepo que os engenheiros tm a respeito da acessibilidade, facilidade de uso,

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    qualidade tcnica e conhecimento prvio do canal de informao determinam aescolha destes. Assim, os engenheiros percebem a acessibilidade e facilidade de

    uso como sendo similares. A experincia prvia foi detectada como um fator de

    avaliao da acessibilidade, facilidade de uso e qualidade tcnica do canal. E por

    fim, a frequncia de uso se relaciona com a qualidade tcnica em primeiro lugar, e

    depois com a experincia prvia.

    Lima (1992) analisou a abordagem dos estudos de usurios em sete

    dissertaes. As constataes mais interessantes dizem respeito a grande

    tendncia da rea de estudos de usurios se voltar para o estudo do

    comportamento do usurio em detrimento da avaliao dos sistemas, produtos e

    servios. Estes estudos incluem tambm outros aspectos como treinamento para

    que o usurio aprenda a utilizar os recursos disponveis; indicao do tipo de

    material mais utilizado; fluxo da informao entre tcnicos, pesquisadores e

    cientistas e os canais de informao utilizados. Evidencia o carter funcionalista dos

    estudos de usurios. Em relao ao mtodo de coletas de dados, a maioria dasdissertaes utilizou questionrios, enquanto uma pequena parte utilizou

    questionrios e entrevistas.

    Costa (2000) estudando os pesquisadores no-docentes das reas de

    economia e sociologia discute o impacto do uso das novas tecnologias nessas

    comunidades, considerando as presses sociais, econmicas e polticas como

    fatores relevantes para o uso da comunicao eletrnica. A pesquisa revelou umamaior incidncia de uso de computadores e redes eletrnicas pelos economistas

    com relao ao uso do correio eletrnico para comunicao de pesquisa. Os dados

    apontaram que 90% dos respondentes consideravam que quem no faz uso desses

    recursos tende a ficar marginalizado na comunidade cientfica. O uso do correio

    eletrnico para comunicao entre os pesquisadores - discusses, troca de

    informaes, organizao de eventos, reunies - tem se tornado um imperativo,

    resultando em mudanas favorveis como a ampliao do conhecimento

    proporcionado por maior interao com outros pesquisadores. A autora utilizou para

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    coleta de dados questionrios e entrevistas.

    Observa-se pelo estudo de Kremer que a inteno era avaliar os critrios deseleo de fontes e canais, aspecto esse que o diferenciou dos demais. Nesse

    sentido, o comportamento de engenheiros na busca da informao foi condicionado

    pelo conhecimento prvio que possuam dos canais e fontes utilizados. O segundo

    estudo foi fundamentado na anlise de sete dissertaes e a novidade, no caso,

    refere-se ao mtodo utilizado e na evidncia de que os estudos de usurios esto

    se voltando para o comportamento dos usurios. Esse ltimo aspecto evidenciado

    no trabalho de Lima no ficou perceptvel na seleo dos trabalhos de estudos de

    usurios sobre professores presentes nesse estudo. E por fim, o trabalho de Costa

    foi selecionado por discutir a questo do impacto das novas tecnologias em

    comunidades especficas com alguns subsdios para a discusso do tpico acima.

    Essa questo orientada para os professores para a formao continuada um dos

    assuntos tratados nessa pesquisa. Pelo levantamento bibliogrfico foram

    identificados inmeros trabalhos que abordam as novas tecnologias no ambiente

    educacional, porm com a abordagem direcionada para a formao continuada foi

    identificado apenas um trabalho no Brasil por meio do IBICT - Instituto Brasileiro deInformao em Cincia e Tecnologia - mas especificamente na base de dados LISA

    - Library Information Science Abstracts.

    2.5 Consideraes finais sobre comportamento informacional

    Sintetizando, os estudos sobre comportamento informacional tm mostrado

    tendncias quanto a maneira de agir dos indivduos na busca e uso da informao

    como consequncia de uma necessidade.

    Observou-se que em relao ao comportamento informacional dos

    professores, a maior parte dos estudos no Brasil se concentra nos professores

    universitrios, evidenciando, portanto, a necessidade de estender esses estudos

    para professores que lecionam em outros nveis de ensino.

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    3 FORMAO DO PROFESSOR E INFRA-ESTRUTURA DE INFORMAO

    Este captulo dedicado s questes educacionais que esto diretamente

    ligadas investigao. Na medida em que o professor da Educao Bsica visto

    nesse estudo como um profissional que necessita de informaes especficas para

    desempenhar suas funes no trabalho - portanto um usurio de informao - a

    anlise da literatura que embasa o estudo no pode renunciar a discusso sobre a

    formao dos mesmos. Adicionalmente, o uso das novas tecnologias e a biblioteca

    escolar so includas nessa reviso em funo do papel que tm exercido nessa

    formao. Finalmente, o conceito de Centro de Recursos de Aprendizagem

    explorado como um modelo para a infra-estrutura informacional formao desses

    profissionais.

    3.1 A formao do professor

    A necessidade de atualizao constante sempre constituiu questo importante

    na atividade docente. No entanto, as transformaes econmicas, polticas, sociais

    e culturais que tm ocorrido de forma acelerada nas ltimas dcadas adicionam

    novos desafios profisso docente. Os professores precisam estar engajados em

    um processo de formao continuada para estarem aptos a auxiliar os educandos a

    lidarem com as novas informaes. Nesse sentido, a formao do professor

    constitui um tema de importncia crucial para a melhoria do processo educativo e

    do sistema educacional como um todo. Logicamente, a conjuno de vrios

    fatores que influencia positiva ou negativamente o xito de um sistema. Porm, no

    se pode deixar de considerar que os professores, como os profissionais

    diretamente envolvidos na questo do ensino e aprendizagem, tm participao

    ativa nas questes relacionadas reforma educacional ou a inovaes no processo

    educativo.

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    Formao 'aao ou o efeito de formar ou formar-se; maneira pela qual se

    constitui um carter, mentalidade; disposio; constituio'. Esta definio sugere

    duas idias: uma, a de processo;outra, a de constituio de conhecimento ou de

    competncia. Portanto, formao diz respeito a um processo de desenvolvimento

    contnuo para a aquisio de conhecimentos e competncias gerais.

    As duas idias esto presentes na definio de Hadji (2001, p.13), que

    entende formao do professor como uma atividade que se realiza (processo)

    visando a conferir competncias (conhecimento funcional) ao sujeito em formao

    para o exerccio de uma atividade social bem-definida. A formao, desse modo,

    vincula-se ao espao do exerccio profissional. Hadji considera que a poltica de

    formao de professores bidimensional, pois deve ao mesmo tempo contemplar o

    domnio cientfico (saberes cientficos) e o pedaggico (domnio das competncias e

    habilidades de ordem metodolgica); precisa ser ao mesmo tempo profissional

    (aprender o ofcio) e pessoal (ser capaz de exercer esse ofcio), tanto de uso

    externo (produo de trabalhador social) quanto interno (esse trabalhador deve serum formador).

    Portanto, ao se pensar em formao de professores, necessrio que o

    modelo de formao seja coerente com os mtodos que se pretenda que o

    professor aplique em sua classe e propicie a articulao entre as atividades de

    desenvolvimento pessoal e profissional. tambm necessrio que exista uma

    preocupao em relacionar o trabalho de apropriao dos saberes com o de

    construo de competncias (os quais tm relao direta com a prtica).

    Hernndez (1998, p. 9) endossa essas idias, revelando preocupao sobre a

    importncia de se conhecer como os professores aprendem para que se possa

    planejar uma abordagem coerente de formao. Entende-se que no deve haver

    diferenas significativas na maneira como esse profissional aprende e como ele

    ensina. Talvez essa seja uma questo que precise ser revista pelas universidades eescolas em geral, pois exige-se que o professor ensine de maneira inovadora,

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    quando muitas vezes na prpria universidade ou cursos oferecidos em servio o

    ensino ainda tradicional.

    A grande quantidade de informao parece incidir diretamente no ofcio do

    professor, que deve estar apto a avaliar a relevncia e pertinncia desses

    conhecimentos para a organizao do currculo escolar, de maneira que

    incorporem, na medida do possvel, os conhecimentos emergentes bsicos e

    estabelea o mximo possvel a vinculao entre os saberes que constituem o

    currculo. Entende-se que essa e outras funes igualmente complexas que se

    relacionam com a escolarizao do conhecimento devem ser objeto de reflexo do

    profissional do ensino, pois para efetiv-la necessrio:

    conciliar os conhecimentos cientficos que presidem a produomoderna e o exerccio da cidadania plena, a formao tica e aautonomia intelectual, as competncias cognitivas e as sociais, ohumanismo e a tecnologia; considerar as mltiplas interaes entre os contedos dasdisciplinas e a abertura e a sensibilidade para identificar as relaesentre escola e vida pessoal e social, entre o aprendido e o

    observado, entre o aluno e o objeto do conhecimento e entre a teoriae suas consequncias e aplicaes prticas como pressupostosdecisivos de sua organizao; reconhecer a natureza condicionante da linguagem na constituiode idias, relacionamentos, condutas e valores;considerar o conhecimento como construo coletiva; aceiiar a aprendizagem como mobilizadora de afetos, emoes erelaes humanas. (TESCAROLO, 2002, p.3)

    Da decorre a exigncia de se pensar em estratgias diversificadas,