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7/23/2019 COMPORTAMENTO DOS PROFESSORES DA EDUCAO BSICA NA BUSCA DE INFORMAO PARA A FORMAO CO
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KELLEY CRISTINE GONALVES DIAS GASQUE
COMPORTAMENTO DOS PROFESSORES DA EDUCAO BSICANA BUSCA DE INFORMAO PARA A FORMAO CONTINUADA:
ESTUDO DE CASO DOS COLGIOS MARISTAS
Dissertao apresentada ao Curso de
Ps-graduao em Cincia da Informao
da Universidade de Braslia, como
requisito para obteno de grau de
mestre, sob orientao da professora Dra.
Sely Maria de Souza Costa.
UNIVERSIDADE DE BRASLIABRASLIA
2003
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Dissertao apresentada ao Departamentode Cincia da Informao e Documentaoda Universidade de Braslia como requisitoparcial para obteno do grau de Mestre.
Aprovado por:
Profa Dra. Sely Mana de Souza Costa - Presidente
Braslia, 14 de fevereiro 2003
Prof Dr. Jos Manoel Pires Alves - Membro
Profa.Dra. Suzana Pinheiro Machado Mueller - Membro
Profa. DraWalda de Andrade Antunes - Suplente
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111
"Ningum ignora tudo. Ningum
sabe tudo. Todos ns sabemos
alguma coisa. Todos ns ignoramos
alguma coisa. Por isso aprendemos
sempre".
(Paulo Freire)
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IV
Aos meus filhos.Lucas Filip Melissa,personagens principais da minha vida
para que se encantem cada vez mais pela
aventura do aprender.
Ao meu marido,Carlos Alberto Gasque,
uma das melhores pessoas que conheo,
pelo amor, apoio, estmulo e compreenso.
Aos meus pais, Wilson de Oliveira Dias e
Nancy Gonalves Diaspor terem plantado
a semente
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V
AGRADECIMENTOS ESPECIAIS
profa. Dra. Sely Maria de Souza Costa, amiga e exemplo de profissional
competente e dedicada, que tem acompanhado, onentado e estimulado com
maestria minha caminhada desde a graduao.
Ao prof.Ricardo Tescarolo,amigo, mestre e incentivador de todas as horas,
pelas discusses e contribuies valiosas, indispensveis no decorrer deste
estudo.
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VI
AGRADECIMENTOS
A todas as pessoas,que contriburam para enriquecer esse estudo.
Aos professores do Departamento de Cincia da Informao da
Universidade de Braslia, que contriburam para o meu crescimento
profissional.
direo do Colgio Marista de Braslia, direo educacional da ABEC e
aos irmos Maristas que acreditaram e incentivaram minha formao
continuada.
direo, professores e funcionrios do Colgio Marista de Braslia -
Maristinha e Maristo, Colgio Marista Arquidiocesano e Colgio MaristaSanta Mariapela ateno e empenho com que participaram da pesquisa.
Aos assessoresngelo Martinelli, Cristian Campos Lobos,e a funcionria
Aline Giudice de Franado Colgio Marista de Braslia,Franceli Catharina
de Almeida do Colgio Marista Arquidiocesano e Marcos Meier do Colgio
Marista Santa Maria, pela colaborao na etapa de coleta de dados.
Aos colegas do curso de mestrado em Cincia da Informao da
Universidade de Braslia pela partilha dos conhecimentos e aflies no
decorrer do estudo.
minha famlia,em especial,a Poliana, Henrique e Sophia; Maria Amlia,
Ronaldo, Rafaela e Renata; Gisele, Joel e Rafael, aos meus avs Vicente
e Nadir(em memria) e atia Wilmapela inspirao e carinho.
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VII
SUMRIO
AGRADECIMENTOS ESPECIAIS v
AGRADECIMENTOS vi
ABREVIATURAS xiii
LISTA DE FIGURAS xiv
LISTA DE GRFICOS xv
LISTA DE TABELAS xviRESUMO xviii
ABSTRACT xix
1 INTRODUO 1
1.1 Consideraes gerais 1
1.2 Definio do problema 1
1.3 Justificativa 5
1.4 Objetivo geral 7
1.4.1 Objetivos especficos 71.5 Hiptese 7
1.6 Estrutura do trabalho 8
2 ESTUDOS DE COMPORTAMENTO INFORMACIONAL 9
2.1 Comportamento Informacional 9
2.1.1 Comportamento 13
2.1.2 Necessidade 14
2.1.3 Uso 17
2.1.4 Busca da informao 18
2.2 Categorizao dos estudos de usurios 182.3 Resultados de pesquisas sobre comportamento 20
informacional
2.3.1 Trabalhos de reviso 20
2.3.2 Resultados de estudos sobre professores universitrios 22
2.3.3 Resultados de estudos sobre professores da Educao 27Bsica
2.3.4 Outras contribuies 28
2.5 Consideraes finais sobre comportamento informacional 303 FORMAO DO PROFESSOR E INFRA-ESTRUTURA DE 31INFORMAO
3.1 A formao do professor 31
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VIII
3.1.1 Competncias 35
3.2 Novas tecnologias e a formao continuada dos professores 37
3.3 As bibliotecas escolares e as novas tendncias no ensino- 39aprendizagem
3.3.1 A biblioteca sob dois enfoques - viso tradicional e viso 42crtica
3.3.2 A biblioteca escolar como um Centro de Recursos de 44Aprendizagem
4 AMBIENTE DE ESTUDO 494.1 Identificao e justificativa da instituio estudada 49
4.2 Aspectos histricos da Instituio Marista 50
4.3 Estrutura e funcionamento da ABEC 51
4.4 O Projeto Educativo Marista: proposta pedaggica da 54provncia de So Paulo
4.5 Postura scio-lnteracionista 55
4.6 A formao do professor Marista 56
5 METODOLOGIA 58
5.1 Metodologia utilizada nos estudos de comportamento 58Informacional
5.2 Desenho da pesquisa 59
5.3 Referencial terico da pesquisa 60
5.3.1 Definio constitutiva e operacional das variveis 67
5.4 Populao 73
5.5 Amostra 73
5.6 Instrumentos de coleta de dados 74
5.6.1 Questionrio 74
5.6.1.1 Pr-teste dos questionrios 76
5.6.1.2 Tratamento dos dados do questionrio 77
5.6.2 Entrevista 78
6 RESULTADOS DOS QUESTIONRIOS 80
6.1 Caractersticas dos professores da Educao Bsica 81
6.1.1 Nvel de atuao dos professores da Educao Bsica dos 81
colgios estudados
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6.1.2 reas de conhecimentos em que os professores da 82Educao Bsica lecionam
6.1.3 Carga horria dos professores 84
6.1.4 Funes desempenhadas pelos professores 85
6.1.5 Distribuio dos professores por faixa etria 86
6.1.6 Distribuio dos professores por sexo 876.1.7 Distribuio dos professores por grau de escolaridade 88
6.1.8 Distribuio dos professores por nvel de renda pessoal 89
6.1.9 Distribuio dos professores por nvel de renda familiar 90
6.2 Identificao dos canais e fontes de informao utilizados 91pelos professores na busca de informao
6.2.1 Meios utilizados para buscar informaes especficas para 91formao continuada
6.2.2 Distribuio de frequncia de compra de revistas 93especializadas para a formao continuada
6.2.3 Distribuio de frequncia de compra de livros para a 94formao continuada
6.2.4 Frequncia mdia de participao em congressos, simpsios 95ou oficinas de trabalho para formao continuada
6.2.5 Frequncia do uso de fontes de informao para estudo e 97planejamento
6.2.6 Frequncia dos canais de informao mais utilizados pelos 99professores para formao continuada
6.2.7 Frequncia do uso da biblioteca escolar para buscar 100informao para estudos e planejamento
6.2.8 Frequncia de uso dos recursos disponveis na internet para 101formao continuada dos professores da Educao Bsica
6.2.9 Frequncia de uso e locais de acesso internet para 103formao continuada dos professores da Educao Bsica
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6.3 Fatores que dificultam a busca da informao dos 104professores da Educao Bsica para a formao
6.3.1 Opinio dos professores quanto ao apoio do Colgio Marista 104
para a formao continuada
6.3.2 Opinio dos professores quanto ao grau de exigncia do 105Colgio Marista em relao a formao continuada
6.3.3 Principais fatores que dificultam a busca da informao para 106formao continuada
6.3.4 Opinio do professor em relao a tpicos especficos sobre 107a sua formao continuada
6.3.5 Opinio dos professores sobre o prprio desempenho na 108
utilizao das novas tecnologias para a formao continuada6.4 Associaes entre variveis que apontam para influncias 109
das caractersticas dos professores na busca por informao
6.4.1 Associaes entre as variveis que compem as 109caractersticas pessoais dos professores
6.4.1.1 Associaes com a varivel carga horria 109
6.4.1.2 Associao com a varivel faixa etria 111
6.4.1.3 Associaes com a varivel sexo 112
6.4.2 Associaes entre as variveis que identificam o uso dos 114canais e fontes de informao utilizados pelos professores
6.4.2.1 Associaes entre as variveis frequncia de participao 114em congressos, simpsios ou oficinas de trabalhos nocolgio e reas de conhecimento
6.4.2.2 Associaes entre as variveis frequncia de participao 115em congressos, simpsios ou oficinas de trabalhos nocolgio e sexo
6.4.2.3 Associaes entre as variveis frequncia de participao 116
em congressos, simpsios ou oficinas de trabalhos fora docolgio e sexo
6.4.2.4 Associao entre as variveis mapas e atlas e nvel de 117atuao
6.4.2.5 Associao entre as variveis mapas e atlas e rea de 118conhecimento
X
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XI
6.4.2.6 Associao entre as variveis mapas e atlas e sexo 1196.4.2.7 Associao entre as variveis CD's/DVD's e nvel de atuao 120
6.4.2.8 Associao entre as variveis CD's/DVD's e sexo 121
6.4.2.9 Associao entre as variveis livros paradidticos e sexo 122
6.4.2.10 Associao entre as variveis enciclopdias, almanaques e 123dicionrios e sexo
6.4.2.11 Associao entre as variveis fitas de vdeos e sexo 1246.4.3 Associaes com as variveis canais de informao 125
6.4.3.1 Associao entre as variveis frequncia de uso da 125biblioteca do Colgio Marista e sexo
6.4.3.2 Associao entre as variveis acesso internet no Colgio 126Marista e nvel de atuao
6.4.3.3 Associao entre as variveis acesso internet no Colgio 127Marista e rea de conhecimento
6.4.3.4 Associao entre as variveis acesso internet no Colgio 128Marista e sexo
7 RESULTADOS DAS ENTREVISTAS 129
7.1 Caractersticas dos professores entrevistados 129
7.2 Apoio institucional formao continuada dos professores 130
7.3 Presses sobre os professores para a formao continuada 131
7.4 Tipos de conhecimentos necessrios para a atuao em 132sala de aula
7.5 Busca de informao sobre a disciplina lecionada 133
7.6 Busca de informao sobre as teorias de 134ensino/aprendizagem
7.7 Busca de informao sobre aplicao dos conhecimentos 135em sala de aula
7.8 Motivos que influenciam a escolha por determinadas 137fontes/canais
7.9 A biblioteca escolar e a formao continuada do professor 1387.10 Uso das novas tecnologias e formao continuada 139
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Xll
7.11 Fatores que dificultam a busca da informao para 140formao continuada
7.12 Estratgias de formao continuada dos professores 142
8 DISCUSSO DOS RESULTADOS 143
8.1 Caractersticas dos professores investigados 143
8.2 Canais e fontes de informao utilizados pelos 146professores da Educao Bsica para a formao
8.2.1 Uso do livro didtico 147
8.2.2 Participao em eventos 149
8.2.3 A biblioteca escolar 149
8.2.4 Uso das novas tecnologias 150
8.2.5 Canais formais e informais 151
8.2.6 Busca de informao especfica 152
8.3 Fatores que dificultam a busca da informao dos 153
professores da Educao Bsica para formao continuada8.4 Comportamento dos professores da Educao Bsica na 157
busca e informao para formao continuada em relao
s suas caractersticas
9 CONCLUSES E SUGESTES 160
9.1 Concluses 160
9.2 Sugestes gerais 162
9.2.1 Sugestes para novos estudos 162
10 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS 164
ANEXO 1 Apresentao do questionrio ao respondente 173
ANEXO 2 Questionrio 174
ANEXO 3 Solicitao da entrevista ao respondente 179
ANEXO 4 Roteiro da entrevista 180
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ABREVIATURAS
xiii
ABEC
CRA
CRUS
DPS
DIEESE
ENEM
IBICT
INEP
LISAMEC
OEA
PUC
RNP
SAEB
SEEC
UNESCO
USP
Associao Brasileira de Educao e Cultura
Centro de Recursos de Aprendizagem
Center Research on User Studies
Desenvolvimento Pessoal e Social
Departamento Intersindical de Estatstica e Estudos Scio-Econmicos
Exame Nacional do Ensino Mdio
Instituto Brasileiro de Informao em Cincia e Tecnologia
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
Library Information Science AbstratsMinistrio da Educao e Cultura
Organizao dos Estados Americanos
Pontifcia Universidade Catlica
Rede Nacional de Pesquisa
Sistema de Avaliao da Educao Bsica
Secretaria de Educao a DistnciaOrganizao das Naes Unidas para a Educao, a Cinciae a Cultura
Universidade de So Paulo
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LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 Organograma da ABEC 51
FIGURA 2 Representao genrica do contexto no qual se inserem os 53alunos da Provncia Marista de So Paulo
FIGURA 3 Modelo de Comportamento Informacional proposto por 61Wilson (1981)
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XV
LISTA DE GRFICOS
GRFICO 1 Porcentagem de questionrios respondidos pelos 81professores dos colgios Maristas de So Paulo,Curitiba e Braslia
GRFICO 2 Nvel de atuao dos professores dos colgios 82
GRFICO 3 reas do Conhecimento em que os professores dos 83
colgios estudados lecionam
GRFICO 4 Carga horria de trabalho dos professores 84GRFICO 5 Funes desempenhadas pelos professores 85
GRFICO 6 Distribuio dos professores por faixa etria 86
GRFICO 7 Distribuio dos professores por sexo 87
GRFICO 8 Distribuio dos professores por grau de escolaridade 88
GRFICO 9 Distribuio dos professores por nvel de renda pessoal 89GRFICO 10 Distribuio dos professores por nvel de renda familiar 90GRFICO 11 Distribuio de frequncia de compra de revistas 93
especializadas para a formao continuada
GRFICO 12 Distribuio de frequncia de compra de livros para a 94formao continuada
GRFICO 13 Frequncia mdia de participao em congressos, 95simpsios ou oficinas de trabalho no colgio.
GRFICO 14 Frequncia mdia de participao em congressos, 96simpsios ou oficinas de trabalho fora do colgio
GRFICO 15 Frequncia do uso da biblioteca do colgio pelos 100
professores para formao continuadaGRFICO 16 Opinio dos professores quanto ao apoio do Colgio 104
Marista para formao continuada
GRTiCC 17 Opinio dos professores quanto ao grau de exigncia 105do Colgio Marista em relao a formao continuada
GRFICO 18 Opinio dos professores sobre o prprio desempenho 108na utilizao das novas tecnologias para a formaocontinuada
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xvi
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 Frequncia de uso dos meios impressos, orais, digitais e 92audiovisuais usados para buscar conhecimentos tericosda disciplina lecionada, ensino/aprendizagem econhecimentos prticos.
TABELA 2 Distribuio da frequncia de uso de fontes de 98
informao para estudos e planejamentoTABELA 3 Frequncia dos canais de informao utilizados para a 99
formao continuada
TABELA 4 Frequncia de uso dos recursos da internet para 102formao continuada
TABELA 5 Frequncia de uso dos locais de acesso internet para 103formao continuada dos professores da Educao
TABELA 6 Fatores que dificultam a busca de informao para 106formao continuada
TABELA 7 Opinio do professor em relao a tpicos especficos 107sobre a sua formao continuada
TABELA 8 Carga horria de trabalho X nvel de atuao 110
TABELA 9 Faixa etria X nvel de atuao 111
TABELA 10 Sexo X nvel de atuao 112
TABELA 11 Sexo X carga horria 113
TABELA 12 Participao de eventos no colgio X reas do 114
conhecimento
TABELA 13 Frequncia de participao de eventos no colgio X 115
TABELA 14 Frequncia de participao de eventos fora do colgio X 116sexo
TABELA 15 Frequncia de uso de mapas e atlas X nvel de atuao 117
TABELA 16 Frequncia de uso de mapas e atlas X reas de 118
conhecimento
TABELA 17 Frequncia de uso de mapas e atlas X sexo 119TABELA 18 Frequncia de uso de CD's e DVD's X nvel de atuao 120
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TABELA 19 Frequncia de uso de CD's e DVD's X sexo 121
TABELA 20 Frequncia de uso de paradidticos X sexo 122
TABELA 21 Frequncia de uso de enciclopdias, dicionrios e 123almanaques X sexo
TABELA 22 Frequncia de fitas de vdeos X sexo 124
TABELA 23 Frequncia de uso da biblioteca escolar X sexo 125
TABELA 24 Uso da internet no Colgio Marista X nvel de atuao 126
TABELA 25 Uso da internet no Colgio Marista X reas de 127
conhecimentoTABELA 26 Uso da internet no Colgio Marista X sexo 128
xvii
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19/211
xviii
RESUMO
Esse trabalho apresenta um estudo de caso sobre o comportamento dos
professores da Educao Bsica na busca da informao para a formao
continuada, com o objetivo de descrever as caractersticas dos professores,
identificar os canais e fontes utilizados e os fatores que influenciam o padro de
comportamento dos mesmos na busca da informao para formao continuada.
Foi utilizado como referencial terico o modelo de busca de informao de Thomas
Wilson, com enfoque nas necessidades cognitivas dos professores, definidas em
funo da concepo de formao do professor como um profissional reflexivo que
necessita de informaes especficas, de acordo com o modelo proposto por
Imbernn. Os instrumentos de coleta de dados foram o questionrio auto-
administrado e a entrevista semi-estruturada. Os resultados mostram que as fontes
mais usadas para buscar informaes so os livros didticos e paradidticos e os
jornais. Para buscar informaes especficas sobre as disciplinas que lecionam,
sobre as teorias de ensino e aprendizagem e sobre a prtica docente, os
professores utilizam, respectivamente, os livros didticos e tcnicos, o assessor ou
coordenador e os colegas. Concluiu-se que as novas tecnologias ainda no so
usadas como um recurso cotidiano de apoio formao continuada e os canais de
informao mais utilizados so os arquivos pessoais, arquivos dos colegas e a
biblioteca escolar. Nesse contexto, os principais fatores que dificultam a busca da
informao so a no acessibilidade imediata s fontes de informao, falta de
conhecimentos tcnicos para utiliz-las, a dificuldade em gerenciar o tempo e
excesso de atividades propostas pela escola. Tambm foi constatado que os
professores da Educao Bsica dos colgios estudados relacionam a sua
formao continuada muito estreitamente com o que se deve ensinar aos alunos e
tendem a valorizar informaes fundamentadas na experincia de outros
professores ou colgios.
Palavras-chave: Comportamento informacional - professores Educao Bsica,
biblioteca escolar, busca e uso da informao - formao continuada.
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20/211
xix
ABSTRACT
This research constitutes a case study about the behavior of primary and
secondary school teachers in their information seeking to continuing education. The
study aimed to describe those teachers' main characteristics and to identify both
information channeis and sources they use as well as factors that influence their
behavior pattems when seeking information to continuing education. The
theoretical framework used has been taken from Thomas Wilson's information
seeking model. In this sense, the study focused on those teachers' cognitive needs,
defined on the basis of the conception of teachers as reflexive professionals who
need specific information, according to lmbernon's model. Data collection
instruments used comprised the self-administrated questionnaire and semi-
structured interview. The results showed that the most used information sources by
those teachers to seek information to continuing education are the didactic book,
the para-didactic book and newspapers. In order to seek specific information about
the disciplines they teach, teaching and learning theories and teaching practice,
these teachers use both technical and didactic books, either the school adviser or
coordinator and their own colleagues. The study main conclusions are that new
information technologies have not yet been used as a quotidian resource to support
continuing education. Moreover, information channeis most used for that are
personal archives, colleagues' archives and the school library. In total, four major
factors have been identified as influencing on the information seeking activities of
these primary and secondary teachers. Firstly, there is their own difficulties
regarding time management. Secondly, non-immediate accessibility to information
sources needed. Thirdly, lack of technical knowledge needed for using those
information sources. Finally, an overload of tasks proposed by the school decision
makers. It has also been found that teachers from the schools studied see a very
narrow relationship between their continuing education and contents they need to
teach their pupils. Doing so, they tend to value information that is based on other
teachers or schools practices.
Key words: Behavior information - Primary and secundary school teachers, schoollibrary, information seeking - Continuing education.
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1
1 INTRODUO
1.1 Consideraes gerais
O presente trabalho um estudo sobre comportamento informacional de
professores da Educao Bsica que lecionam nos colgios da ento provncia
Marista de So Paulo, situados nas cidades de Braslia, Cascavel, Curitiba,
Londrina, Maring, Ponta Grossa, Ribeiro Preto, Santos e So Paulo. O estudo
visou identificao dos canais e fontes de informaes mais utilizados e dos
fatores que podem influenciar a busca de informao para suprir necessidades
relacionadas com a atuao profissional do professor. Buscou-se, assim, a
identificao do comportamento dos professores tendo como referencial terico os
estudos sobre comportamento informacional, a formao do professor e a biblioteca
escolar.
1.2 Definio do problema
Na atualidade, a informao ocupa o cerne das transformaes tcnico-
cientficas, econmicas, polticas e sociais vivenciadas pela humanidade, sendo
entendida como um recurso crucial para favorecer o desenvolvimento pessoal e
social. Esse novo contexto, caracterizado em especial por sua natureza
globalizante, em que as fronteiras ficam cada vez mais prximas e conceitos como
inteligncia competitiva, capital intelectual, competncias e qualidade refletem a
emergncia de novos conhecimentos, impe a todos os profissionais novas formas
de atuar.
Embora esta nova ordem mundial no esteja ainda totalmente delineada,
certamente determina aos profissionais da atualidade a necessidade de capacitao
permanente para que assimilem as contnuas mudanas tecnolgicas, as novas
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2
formas de organizao de trabalho e os novos modos de produo. Isso significa
que ser cada vez mais necessrio despender esforos na busca da formao
continuada para uma melhor qualificao, que depende, em certo grau, dacapacidade de interao do profissional com as informaes pertinentes ao seu
contexto, pois
estar informado significa tambm poder analisar situaes, encontrarsolues para problemas administrativos ou polticos, julgar comconhecimento de causa. A reduo das dvidas conduz naturalmentes melhores decises, que determinam pelas escolhas sucessivas, ofuturo de um setor, de uma atividade, de um pas.
(GUINCHAT; MENOU, 1994, p.22j
No ambiente educacional formador, em ltima anlise, de cidados
capacitados para suprir a demanda do mercado de trabalho tambm se refletem
todos esses questionamentos em relao complexidade das mudanas sociais
que prenunciam novos paradigmas vinculados educao formal. Segundo Gomes
(2000, p.63), embora a aprendizagem no ocorra somente na escola, esta por
natureza o ambiente propcio elaborao de um conhecimento mais
sistematizado. Portanto, a escola deve desenvolver estratgias que permitam que aprtica de seus atores gere "conhecimentos possveis". Ou seja: o que se pode
construir em determinado momento em decorrncia de vrios fatores, pressupondo-
se que o conhecimento nunca esttico, mas est sempre em transformao, a
partir de um processo mais dinmico.
Diante dessa nova perspectiva, na qual as informaes surgem e se
modificam de forma muito acelerada, rompendo com os velhos ciclos de vida e
costumes e transformando o modo de ver e sentir o mundo, o professor
provavelmente tem se perguntado sobre o qu e como ensinar. Isto porque o
panorama epistemolgico educacional atual no admite mais professores que
'transmitem' conhecimentos adquiridos ainda em sua formao inicial ou
decorrentes de uma experincia profissional descontextualizada. Sobre essa
questo, tem sido observado que:
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3
prtica reflexiva, profissionalizao, trabalho em equipe e porprojetos, autonomia e responsabilidades crescentes, pedagogias
diferenciadas, centralizao sobre os dispositivos e as situaes deaprendizagem, sensibilidade relao com o saber e com a leidelineiam um roteiro para um novo ofcio. (MEIRIEU, 1989apudPERRENOUD, 2000, p.11)
Alm dos requisitos definidos por Meirieu, o novo ofcio do professor deve se
consolidar:
pelo conhecimento das novas propostas pedaggicas e transposio
destas para a sala de aula; pela compreenso dos processos biolgicos, neurolgicos e culturais que
levam o ser humano a aprender;
pelo domnio dos recursos tecnolgicos educacionais;
pela interao mais dinmica com alunos e tambm com outros
professores;
pelo modo como so selecionadas e gerenciadas as informaes
provenientes das diversas fontes, e tambm
pela atuao dos professores em situaes de incerteza.
Para tanto, a formao continuada de professores, aqui entendida como um
processo constante de busca e renovao do saber-fazer educativo, deve se
caracterizar como uma das condies essenciais para a melhoria do ensino e
aprendizagem. Abrange, portanto, todas as atividades seminrios, cursos,
palestras, promovidas ou apoiadas pela instituio, e programas de formao
pessoal que permitem construir conhecimentos e desenvolver competncias ao
longo da vida profissional.
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Para se atualizarem, os professores utilizam vrios canais e fontes de
informao1 sendo a biblioteca escolar um entre os vrios canais pelos quais os
professores podem acessar informaes. No entanto, como apontam alguns autores
(ANTUNES, 1987; NOGUEIRA, 1987; VLIO, 1990) a biblioteca escolar , ainda,
pouco reconhecida e subutilizada em grande parte das escolas principalmente em
decorrncia de fatores como:
precariedade de recursos materiais, econmicos e humanos;
mo-de-obra desqualificada;
desconhecimento da comunidade de usurios em relao aos servios
prestados;
espaos inadequados (pouca ventilao, luminosidade insuficiente, tamanho
imprprio do ambiente etc);
pouca comunicao/integrao com o corpo docente;
despreparo dos professores para orientar as pesquisas dos educandos;
proposta pedaggica tradicional, centrada no professor como transmissor de
conhecimento e o aluno como receptor passivo.
Portanto, diante da constatao de que o professor precisa dominar um
repertrio bsico de conhecimentos2 que torne mais eficiente a sua atuao
profissional e que esses conhecimentos provm de vrios canais e fontes de
informaes alm da biblioteca, busca-se responder quais so os canais e fontes de
Canal de informao, nesse trabalho, a via ou meio de comunicao para se chegar fonte deinformao - bibliotecas, telefones, internet, entre outros.Fonte de informao o suporte onde esto registradas as informaes - livros, CD's, revistas,slides.2As noes de saber e conhecimento possuem diferentes abordagens. Nesse estudo, saberes econhecimentos so utilizados de forma indiferente, sendo entendidos como "representaesorganizadas do real, que utilizam conceitos ou imagens mentais para descrever e, eventualmente,explicar, de maneira mais ou menos formalizada e estruturada, fenmenos, estados, processos,mecanismos observados na realidade ou inferidos a partir da observao". (PERRENOUD, 2001,P-18)
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informao que os professores utilizam para sua formao continuada e os fatores
que dificultam a busca de informao. Busca-se tambm saber se o comportamento3
dos professores da Educao Bsica na busca de informao para a formao
continuada se diferencia de acordo com os nveis de atuao, reas do
conhecimento, funes, formao acadmica, faixas etrias e sexo.
1.3 Justificativa
A literatura internacional e nacional sobre comportamento informacional
apresenta inmeras pesquisas de necessidade, busca e uso da informao por
professores. No entanto, a grande maioria desses trabalhos, principalmente no
Brasil, est centrada em professores universitrios.
A literatura sobre o assunto tambm tem mostrado que as bibliotecas
escolares, de maneira geral, no so consideradas canais de informao
importantes no meio educativo. Dessa forma, mesmo nos ambientes educacionais
que possuem bibliotecas escolares bem estruturadas e atuantes, preciso
reconhecer a existncia de vrios outros canais e fontes de informao. Torna-se,
assim, importante saber como os professores da Educao Bsica tentam se
informar para se atualizarem na sua rea de atuao, reciclarem seus
conhecimentos, solucionarem problemas relativos a sua prxis ou fazer uma
abordagem mais exaustiva a respeito de algum assunto relacionado ao seu
trabalho.
Nesse contexto, um dos grandes problemas da biblioteca escolar a falta de
interao entre bibliotecrios e professores no que diz respeito ao planejamento de
atividades e a organizao de recursos. Muitas vezes, o bibliotecrio centra todos
os seus esforos nos alunos, esquecendo-se que o professor, pela prpria dinmica
3Comportamento informacional se caracteriza pela frequncia de busca e uso de canais e fontes deinformao para formao continuada.
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pedaggica, deve ser visto como um agente de mediao eficaz entre a biblioteca e
os alunos.! Se o professor entende a biblioteca escolar como um importante recurso
e suporte para a sua prpria formao, provavelmente estimular os alunos a
utilizarem-na.A compreenso da dinmica que permeia o processo da busca de
informao pelos professores pode ser elemento importante para que o bibliotecrio
tente romper com um eventual 'isolamento'.
O estudo aqui proposto visa, portanto, a contribuir com subsdios ao corpo de
conhecimento da rea de Cincia da Informao, que especificamente sobre
professores que no atuam no nvel universitrio parece ser muito incipiente. Visa,
tambm, a colaborar para as discusses sobre planejamento de unidades de
informao em ambientes escolares, estando, assim, coerente com os objetivos do
curso de Ps-graduao - Mestrado - em Cincia da Informao da Universidade
de Braslia cuja rea de concentrao planejamento e gerncia de unidades de
informao. Nesse sentido, espera-se que a anlise dessas questes possa trazer
contribuies aos educadores, em especial queles que lidam diretamente com a
formao de professores, ampliando as discusses e favorecendo o planejamento
de servios e produtos voltados, especificamente, para a formao dos professoresda Educao Bsica.
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1.4 Objetivo geral
Estudar o comportamento dos professores da Educao Bsica na busca de
informao para a formao continuada.
1.4.1 Objetivos especficos
Descrever as caractersticas dos professores da Educao Bsica;
Identificar os canais e fontes utilizados pelos professores da Educao Bsica na
busca de informao para a formao continuada;
Identificar os fatores que dificultam o comportamento dos professores da
Educao Bsica na busca da informao para formao continuada.
1.5 Hiptese
1- Os canais e fontes de informao usados na busca de informao para a
formao continuada dos professores da Educao Bsica variam de acordo com o
nvel de atuao, rea do conhecimento, funo desempenhada, formao
acadmica, faixa etria e sexo.
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1.6 Estrutura do trabalho
O trabalho se divide em nove captulos. No primeiro apresenta-se o
panorama geral em que se insere a problemtica estudada, delimita o problema e
se definem os objetivos. No segundo so abordados os tpicos principais referentes
a comportamento informacional, estudos de usurios, resultados de estudos de
usurios relevantes discusso do tema estudado. Nos captulos trs e quatro so
abordadas a formao dos professores e o uso das novas tecnologias para a
formao continuada, alm do papel que a biblioteca escolar deve desempenhar
nesse contexto. No quinto apresenta-se a metodologia, constituda da abordagem
terica adotada, da descrio do mtodo selecionado para aplicao no estudo, da
populao estudada, da amostra selecionada e dos instrumentos de coleta de
dados; Inclui-se, ainda, uma breve descrio do estudo-piloto realizado para testar
os instrumentos de coletas de dados e a adequao de alguns conceitos usados na
pesquisa. No sexto e stimo captulos apresentam-se a anlise dos resultados dos
questionrios e das entrevistas, respectivamente. No oitavo, discute-se os
resultados da pesquisa. As concluses e sugestes so apresentadas no captulo
nove.
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2 ESTUDOS DE COMPORTAMENTO NFORMACIONAL
O objetivo deste captulo apresentar a fundamentao terica a respeito
das questes relacionadas com o problema da pesquisa no campo da Cincia da
Informao. Para tanto, apresentada uma reviso da literatura considerada
relevante, onde so abordados textos tericos, de opinio e resultados empricos
de pesquisas, em especial aqueles que envolvem professores. Sob a tica do
comportamento nformacional, os professores atuantes na Educao Bsica so
entendidos como usurios de informao, na medida em que esse comportamento
condicionado por necessidades de informao para a sua formao continuada.
2.1 Comportamento nformacional
Vrias reas do conhecimento como a psicologia, administrao, cincias da
sade, comunicao e Cincia da Informao tm contribudo para os estudos do
comportamento Informacional humano. Na Cincia da Informao, Julien; Duggan
(2000 p. 291) observam que o campo da necessidade e uso da informao
amplamente definido como aquele que se relaciona com a busca da informao.
Para Sonnenwald; Livonen (1999, p. 429), o comportamento nformacional
humano emerge como um importante componente dos estudos de informao, cujo
objetivo identificar as facetas mais importantes desse comportamento e
compreender como os diferentes mtodos podem ser melhores utilizados para
pesquisar estas facetas.
Wilson (1999, p. 249) define comportamento informacional como as
atividades de busca, uso e transferncia de informao, nas quais uma pessoa se
engaja quando identifica as suas prprias necessidades de informao. Essas
necessidades se relacionam, basicamente, com o papel que a pessoa desempenha
no ambiente em que vive. O autor aponta a conferncia de Informao cientfica da
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Royal Society em 1948, como o incio dos estudos modernos de comportamento da
busca da informao, embora desde 1916 encontrem-se trabalhos versando sobre
usurios de bibliotecas e estudos de leitores em geral, porm sem a utilizao do
termo comportamento informacional.
Em um artigo intitulado Human Information Behavior, Wilson (2000, p.49),
salienta que nos estudos de comportamento informacional tambm est inserida a
busca passiva da informao:
O comportamento informacional humano a totalidade do
comportamento humano em relao s fontes e aos canais deinformao, incluindo tanto a busca ativa quanto passiva deinformao, e o uso da informao. Desse modo, inclui acomunicao direta com outras pessoas, bem como a recepopassiva de informao, como, por exemplo, ao assistir aspropagandas na TV sem qualquer inteno de agir sobre ainformao dada.
Assim, o autor define trs tipos especficos de comportamentos inscritos na
rea do comportamento informacional humano:
Comportamento na busca de informao. a atividade de busca como
consequncia de uma necessidade para satisfazer um objetivo.
Comportamento de pesquisa da informao. Refere-se ao comportamento
dos usurios em interao com sistemas de informao de todos os tipos. Essas
interaes podem ter um nvel mais intelectual, como a adoo das estratgias
booleanas4 pelos usurios ou determinao de critrios para decidir quais livros
selecionar, ou mais mecnico, como a maneira como o usurio utiliza o mouse e
quantas vezes dica em determinadoslinks.
4 Permitem a busca da informao em sistemas de recuperao da informao utilizando osoperadores OU, E, NO (OR, AND, NOT).
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Comportamento no uso da informao. Consiste nos atos fsicos e/ou
mentais de um indivduo para assimilar a informao encontrada. Por atos fsicos
entende-se, por exemplo, a marcao de um pargrafo relevante em um texto, e por
atos mentais comparao de uma nova informao com o conhecimento existente
na estrutura cognitiva do indivduo.
O termo comportamento informacional information behaviour
frequentemente usado na literatura internacional. No Brasil, o conhecimento sobre
comportamento informacional geralmente abordado sob o rtulo de "estudos de
usurios". No entanto, ambas as abordagens incluem os estudos de necessidades e
usos da informao, referem-se s questes a respeito de como os usurios reais epotenciais buscam e usam informaes, assim como avaliam se os servios e
produtos de uma biblioteca ou centro de informao so adequados s
necessidades dos usurios, sempre com a preocupao de identificar e discutir
padres de comportamento informacional nos diferentes campos do saber. (COSTA,
2001)
De acordo com Dias (1990, p. 9), o Consultance and Research Unit, antigoCentre for Research on User Studies (CRUS), da Universidade de Sheffield,
Ingiaterra, define como estudos de necessidades, busca e uso da informao uma
rea multidisciplinar do conhecimento cujo objetivo estudar o comportamento dos
usurios reais e potenciais da informao e de sistemas de informao, visando,
principalmente, ao entendimento do processo de transferncia da informao.
Assim, constituem uma investigao que objetiva identificar e caracterizar os
interesses, as necessidades e os hbitos de uso de informao dos usurios reaise/ou potenciais de um sistema de informao, como observa Silva (1990, p. 80).
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O que se pode depreender dos textos estudados que o comportamentoinformacional e o estudo de usurios5envolvem os seguintes conceitos:
Necessidades de informao - um dficit de informao a ser
preenchido e que pode estar relacionado com motivos
psicolgicos, afetivos e cognitivos.
Busca da informao - ativa e/ou passiva - o modo como as
pessoas buscam informaes.
Uso da informao - a maneira como as pessoas utilizam a
informao.
Fatores que influenciam no comportamento informacional
Transferncia da informao - o fluxo de informaes entre as
pessoas.
Estudos dos mtodos - identificao dos mtodos mais adequados
a serem aplicados nas pesquisas.
Parece existir um consenso entre os autores da literatura nacional e
estrangeira de que a abrangncia dos estudos de comportamento informacional
compreende as investigaes das necessidades, busca e uso da informao, cuja
observao, por sua vez, aponta para a determinao de padres de
comportamento dos usurios de informao. No entanto, se por um lado os
conceitos que se inserem nessa rea do conhecimento so facilmente identificveis
na literatura, o mesmo no acontece com a preciso de alguns termos utilizados,
como adverte Line (1974, p. 87) ao observar que, muitas vezes, utiliza-se o termo
necessidade quando na verdade so estudos de uso ou demanda. Essa questo
tem sido discutida ao longo das ltimas dcadas como aponta Rabello (1983, p.83)
ao endossar que essa conceituao existe mais no discurso do que na prtica, pois
5 Nesse trabalho, os termos comportamento informacional e estudo de usurios so utilizados demaneira similar.
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a grande nfase foi dada aos estudos de uso e muitas vezes pode-seconstatar que pesquisas ditas de "necessidades" no passam deestudos de uso ou demanda... observa-se tambm que a tendnciado campo estudar o uso da informao e da inferir a necessidade.
Dessa forma, procura-se discutir com mais detalhes os conceitos de
comportamento, necessidade, busca e uso na prxima seo. A principal
preocupao em discutir estes conceitos , alm de destac-los como relevantes
para o embasamento terico de estudos de comportamento informacional, contribuir
para um melhor entendimento dos mesmos nos estudos dos padres de
comportamento informacional dos professores da Educao Bsica.
2.1.1 Comportamento
Segundo Doron; Parot (2000, p. 158), o termo comportamento apareceu na
psicologia, inicialmente na Frana, em 1908, com o trabalho de Piron, e em
seguida nos Estados Unidos, em 1913, com o trabalho de Watson. Ocomportamento pode ser entendido como uma atividade de um organismo em
interao com seu ambiente e designa de maneira genrica o conjunto das
atividades (o comportamento humano em geral) ou uma atividade em particular
(higiene pessoal, por exemplo).
O termo possui dois sentidos, um restrito e outro mais amplo. No primeiro
caso, a noo de comportamento se relaciona com as atividades diretamenteobservveis, excluindo os estados de conscincia, sentimentos, pensamentos e
outras atividades interiores em uma perspectiva behaviorista. Em um sentido mais
amplo - na perspectiva cognitivista - a noo se estende igualmente s atividades
interiores. Isto , o diretamente observvel no considerado um critrio
importante, atribuindo-se psicologia, entre outras disciplinas, a tarefa de superar
as condies da observao direta imediata, tornando acessveis fenmenos no
observveis.
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O comportamento informacional - entendido como as atividades mentais e/ou
fsicas em que um indivduo se envolve para buscar e usar a informao - pode ser
desencadeado a partir da percepo de uma necessidade, pois podem existir
impedimentos em potencial entre o reconhecimento da necessidade de ser
informado e o engajamento na busca da informao. Os estudos realizados por
Wilson (1999) sugerem que a personalidade, o papel que a pessoa desempenha na
sociedade, os aspectos relacionados ao contexto ambiental, as caractersticas das
fontes, assim como, aspectos demogrficos, podem influenciar a busca da
informao.
Visando a ampliar a discusso sobre os fatores que influenciam o
comportamento informacional das pessoas, Roberts; Wilson, 1987 apud Barbosa
(1997, p. 10), listam os seguintes pontos:
a) propenso individual de consumo de informao, resultante defatores intrnsecos aos profissionais, como atitudes, preferncias e
habilidades;b) sensibilidade a fatores do ambiente externo;c) nvel de conscincia estratgica relativa ao mdio e longos prazos;d) existncia de um centro ou unidade de informao responsvelpela reunio e coordenao de dados internos e externos ee)existncia de procedimentos organizados de aquisio,armazenamento, formatao e disseminao de informao".
O mapeamento de alguns desses fatores essencial para que se
compreenda at que ponto as necessidades podem ou no impelir um
indivduo a buscar informao.
2.1.2 Necessidade
Necessidade outro conceito inerente aos estudos de comportamento
informacional. O conceito de necessidade se insere em vrias reas do
conhecimento, embora, segundo Wilson (1997, p.552) seja naturalmente um
conceito psicolgico, por estar vinculado ao estado mental de um indivduo.
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Na sociologia, o conceito de necessidade est muito vinculado a definio depolticas sociais. Boudon; Bourricaud (2000, p.387-393), ao definirem o termo
necessidade, fazem um intercurso com Malthus, Rousseau e Veblen, entre outros.
Sintetizando as principais idias discutidas pelos autores, necessidade um dficit
que exprime a dependncia dos organismos vivos em relao ao ambiente externo.
No momento em que essa necessidade detectada, observa-se um comportamento
de busca. As necessidades podem ter uma origem social, isto , podem ser
condicionadas pela sociedade, na medida em que se empenha para que se
consumam determinados produtos, servios e idias. Portanto, as pessoas podem
consumir no somente para satisfazer as necessidades naturais, mas tambm para
afirmar seu poder e prestgio perante a sociedade. Nesse sentido, a discusso do
que necessrio ou no aos indivduos pertinente quando se pensa em polticas
sociais e custos para o estado.
Necessidades podem ser discutidas, ainda, com relao sua tipologia.
Neste sentido, podem ser classificadas como primrias, quando se relacionam coma sobrevivncia - a fome, a sede, a fadiga e a segurana; e secundrias quando
"concebidas como mecanismos motivacionais menos diretamente vitais, mas a
sen/io das necessidades primrias (necessidade de imitao, de filiao ao
grupo...)".(BOUDON; BOURRICAUD, 2000, p. 525)
O conceito de necessidade na rea administrativa utilizado na gesto de
recursos humanos visando maior produtividade. Maslow, por exemplo, em sua teoriamotivacional, tambm divide as necessidades em primrias e secundrias,
organizando-as em cinco estratos em forma de pirmide. Os dois primeiros que
ficam na base da pirmide so as necessidades fisiolgicas. Do terceiro ao quinto
nvel esto as necessidades secundrias: sociais, de estima e de auto-realizao.
UHLMANN 1997, p. 49 - 50)
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Do ponto de vista psicolgico, necessidade tem o significado de
Um estado de dficit ou de distanciamento do equilbrio homeosttico
que desencadeia no organismo comportamentos prprios, chegandoao ato consumatrio, para suprir o dficit e para reestabelecer oequilbrio. (DORON; PAROT , 2001, p. 387)
O termo necessidade na Cincia da Informao constitui uma lacuna, uma
falta, uma privao de algo de que se precisa ou se deseja em termos de
informao. Esse termo considerado problemtico quanto aos aspectos
operacionais, porque muitas vezes essa necessidade fica restrita s aes mentais,
sendo uma experincia subjetiva, como pontua Wilson (1997, p.552):
necessidade um termo subjetivo que ocorre somente na mente daspessoas, no sendo acessvel ao observador. A experincia danecessidade s pode ser descoberta pela deduo docomportamento ou atravs de relatos das pessoas que tmnecessidade.
A necessidade de resolver um problema, de preencher um dficit de
conhecimento ou de atingir um objetivo cria um "desequilbrio" que pode ser a mola
propulsora para que um indivduo busque uma informao. Mas a deciso ou node supri-la quase sempre pessoal.
Le Coadic, 1996 e Wilson, 1999 pressupem que necessidade de
informao, quando existe, exigida para a realizao de uma necessidade mais
fundamental, portanto uma necessidade derivada. Ou seja, as necessidades
primrias so fsicas e originam-se das exigncias da natureza, como dormir,
comer, reproduzir. E as necessidades de informao so oriundas da vida social, daexigncia do saber, da imposio do mercado de trabalho ou para solucionar
problemas relativos as atividades primrias.
Neste trabalho, necessidade deve ser entendida conforme a definio de
Line (1974, p.87), que a entende como uma demanda em potencial e refere-se a
alguma coisa que um indivduo deve ter de informao para o seu trabalho,
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pesquisa, lazer, vida social. Necessidade normalmente concebida para ser uma
contribuio direcionada para algo importante e no frvolo, o que implica juzo de
valor da sociedade. No caso dessa pesquisa, o foco a formao continuada do
professor. Deste modo, um item necessrio de informao aquilo que poderia
favorecer ou incrementar o desempenho desse profissional na sala da aula e na
instituio educacional.
2.1.3 Uso
Observa-se que embora se discuta muito a questo do uso nos estudos decomportamento informacional, ainda se encontram poucos registros da utilizao
do termo na literatura. De acordo com Line (1974, p.87), uso aquilo que o
indivduo realmente utiliza para se manter informado dentro de suas atividades. Um
uso pode ser uma demanda satisfeita, ou resultado de uma leitura causal ou
acidental. Os usos podem ser indicadores parciais de demandas, demandas de
desejos e desejos de necessidades.
O conceito de uso est relacionado tanto com os atos mais mecnicos, como
fazer um auto-emprstimo utilizando uma leitora tica, quanto o uso como
expresso de uma atividade mais intelectual, como destacar os aspectos mais
importantes de um texto e sintetiz-lo.
Le Coadic (1996, p.39) argumenta que
usar a informao trabalhar com a matria informao para obterum efeito que satisfaa a uma necessidade de informao. Utilizarum produto de informao empregar tal objeto para obter,igualmente, um efeito que satisfaa a uma necessidade deinformao, que esse objeto subsista (fala-se, ento, em utilizao),modifique-se (uso) ou desaparea (consumo).
Para o autor, o uso uma prtica social, o conjunto de artes de fazer que
implica modos de agir, de operar ou esquemas de ao. O autor faz uma distino
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superficial entre os termos uso e utilizao.
2.1.4 Busca da informao
Essa pesquisa se ocupa especificamente do estudo da busca da informao,
que de acordo com Wilson (2000, p. 49) envolve as atividades nas quais as
pessoas se engajam como consequncia da necessidade de satisfazer algum
objetivo. No entanto, possvel o emprego do termo 'uso' da informao para inferir
a busca, ao longo desse trabalho.
2.2 Categorizao dos estudos de usurios
Encontram-se na literatura da Cincia da Informao formas diversificadas de
analisar os estudos de usurios. Wilson (1999, p. 249) relata que os primeiros
estudos na rea, datados do incio do sculo passado, eram basicamente voltados
para as bibliotecas e aps 1948 comearam os estudos modernos de
comportamento informacional.
Menzel (1968) classificou os estudos de usurios em trs categorias: "quando
considerado do ponto de vista do cientista ou tecnlogo, quando considerado do
ponto de vista de qualquer meio de comunicao e quando considerado do ponto de
vista da cincia dos sistemas de comunicao".Estes enfoques levam em conta osestudos de comportamento em relao comunicao, aos estudos de usos e aos
estudos do fluxo de informao. (RABELLO, 1983, p. 80).
Outra abordagem, mais geral, proposta por Wilson-Davis em 1977, considera
os estudos de usurios divididos em dois grupos - os orientados para a biblioteca e
os orientados para o usurio. No primeiro caso, os estudos so voltados para a
forma como as bibliotecas ou centro de informaes so usados. E no segundo
caso, as pesquisas enfocam um grupo particular com a inteno de saber como
obtm as informaes necessrias para o trabalho.
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De maneira semelhante, Lancaster apud Pinheiro (1982, p.12), tambm
sugere dividir o enfoque dos usurios em dois grupos: os dirigidos a bibliotecas,
que investigam como as bibliotecas e centros de informao so utilizados; e osdirigidos a usurios, que investigam como uma comunidade particular obtm
informaes necessrias ao desenvolvimento de seu trabalho.
Dervin; Nilan (1986, p. 16), ao revisarem a literatura da rea de
Cincia da Informao a partir da dcada de 70 at meados da dcada de 80,
observam um novo paradigma que divide os estudos de usurios em duas
vertentes - tradicional e alternativa. Na primeira, os estudos esto direcionadossob a tica do sistema ou centro de informao, e na segunda, sob a tica dos
usurios, os quais podem ser divididas em trs categorias principais:
a) a abordagem do valor para o usurio (user-values), que enfoca a
percepo do valor e utilidade do sistema para os usurios.
b) a abordagem da produo de sentido (sense making), que avalia
como as pessoas atribuem sentido ao mundo e o papel da informao
e outros recursos nesse processo.
c) a abordagem dos estados anmalos de conhecimento (anomalous
states of knowlwedge), que do nfase maneira como as pessoas
buscam informao sobre assuntos em que seu conhecimento
incompleto.
Observa-se uma evoluo nesses estudos, na qual, o foco se direciona para
o usurio a partir da sua prpria tica. Mais que isso, se os primeiros estudos eram
voltados para comunidades especficas, em especial tecnlogos ou cientistas, a
partir da dcada de 80, e mais intensamente na dcada de 90, observa-se
nitidamente uma expanso desses estudos para grupos diversificados - gerentes,
empresrios, professores entre outros.
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2.3 Resultados de Pesquisas sobre comportamento informacional
Este tpico inclui a discusso sucinta de trabalhos de reviso - estudos queanalisam as principais informaes publicadas em determinada rea do
conhecimento - sobre comportamento informacional. Em seguida, apresenta
especificamente resultados de pesquisas sobre Estudos de Usurios cujos sujeitos
so os professores. O objetivo, neste caso, foi adotar uma seleo de textos que
guardam relao direta com o problema da pesquisa aqui proposta, evitando que
essa seo do trabalho ficasse muito abrangente pela incluso de estudos sobre
outras comunidades de usurios. No entanto, inclui tambm pesquisas que puderamcontribuir para a fundamentao terica e a anlise dos resultados deste trabalho.
2.3.1 Trabalhos de reviso
A literatura analisada mostra que os primeiros estudos de comportamento
informacional se preocupavam especialmente com cientistas e tecnlogos e que
grande parte dessas pesquisas priorizava a avaliao dos sistemas, servios ou
produtos oferecidos aos usurios por unidades de informao. Na literatura
internacional, os primeiros trabalhos de reviso sobre estudos de usurios
comearam a ser publicados a partir de 1966 pelo ARIST - Annual Review of
Information Science and Technology - publicao destinada a revisar com
periodicidade anual, os principais assuntos abordados em informao cientfica e
tecnolgica. Ao longo de trs dcadas de publicao, os principais estudos foram
abordados pelos seguintes autores - Menzel (1966), Herner e Herner (1967),
Paisley (1968), Allen (1969), Lipetz (1972), Crane (1971), Lin e Garvey (1972),
Martyn (1974), Crawford (1978), Dervin e Nilan (1986) e Hewinks (1990). No Brasil,
foram identificadas trs revises de literatura importantes sobre estudos de
usurios: as de Pinheiro (1982), Kremer (1984) e Figueiredo (1994).
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Em 1982, Pinheiro revisou a literatura internacional e nacional enfocando a
quantidade e qualidade dos estudos, a metodologia adotada, a classificao dosestudos de necessidades e usos de informao, a informao cientfica e
tecnolgica e a transferncia de informao em laboratrios de pesquisa e
desenvolvimento. A autora considera importante ressaltar que algumas deficincias
comuns nesses trabalhos so consequncias da inconsistncia terica da Cincia
da Informao como disciplina emergente, da restrio dos estudos ao perfil dos
usurios, da priorizao de pesquisas sobre usurios de bibliotecas universitrias
em detrimento dos demais e da pouca quantidade de pesquisas. Finaliza a revisocom algumas sugestes para melhorar a qualidade desses estudos como: mais
investimentos na rea, em especial em equipes interdisciplinares de estudos,
introduo de mais disciplinas nos cursos de graduao e ps-graduao que
possam aprofundar as discusses, e tambm institucionalizao de encontros e
palestras especficas para estudiosos da rea.
Kremer (1984) fez uma reviso de literatura sobre estudos de usurios nasbibliotecas universitrias. Segundo a autora, estes estudos comearam a ser
realizados por volta da dcada de 30 do sculo passado, tomando-se mais
frequentes aps os anos 60 na Inglaterra e Estados Unidos. Entretanto, a literatura
nesse campo ainda bastante pobre, incluindo menos trabalhos do que seria
previsvel. Kremer observa que os principais temas abordados pelas bibliotecas
universitrias foram os fatores que afetam o uso de bibliotecas, fatores ambientais e
uso de bibliotecas, comportamento anti-social em bibliotecas, tendncias no uso debibliotecas e estudo de uso de catlogos. A autora (p. 252) salienta que ainda
existem inmeros fatores que determinam o uso de uma biblioteca e aponta que nas
bibliotecas universitrias
seu uso determinado pelos mtodos de ensino adotados, tipos decursos oferecidos pelas universidades, fatores econmicos,sociolgicos e psicolgicos dos usurios potenciais, opinies dosusurios a respeito do acervo, instalaes e atendimentobibliotecrio. Um problema srio ainda a falta de noes de uso de
bibliotecas por partes dos estudantes, e mesmo, tambm, por partedos professores.
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Em 1994, Figueiredo revisou vrios artigos de peridicos nacionais
especializados e anais de congressos, oferecendo uma viso geral sobre o tpico.
Quanto ao aspecto prtico, a autora sugere exemplos de formulrios para coleta de
dados (Survey) e estudo de usos de bibliotecas tanto em bibliotecas universitrias
quanto em bibliotecas escolares, pblicas e especializadas. O texto de Figueiredo
apresenta um levantamento das principais tendncias dos usurios na consulta das
bibliotecas e/ou de suas colees. Em relao aos cientistas e tecnlogos, por
exemplo, relata que os mesmos consultam vrias fontes antes de ir biblioteca: os
arquivos pessoais, visitas ou telefonemas as pessoas que possam ajud-lo, para
ento, procurar uma biblioteca. Quantos aos professores universitrios destaca que
frequentam pouco a biblioteca, e quando o fazem raramente delegam a tarefa de
busca bibliogrfica aos bibliotecrios e que o uso da biblioteca pelos estudantes
depende, primeiramente, do estmulo do corpo docente. Figueiredo salienta ainda
que uma descoberta altamente generalizvel a todos os tipos de usurio diz
respeito a distncia geogrfica e a facilidade de acesso s unidades de informao
como fatores fundamentais no uso destas.
2.3.2 Resultados de estudos sobre professores universitrios
Os estudos dirigidos aos professores de graduao e ps-graduao tm
crescido bastante, e em grande parte abrangem, principalmente, a percepo que
possuem dos sistemas de informao. Alguns dos estudos identificados pela
literatura em Cincia da Informao ilustram como esses professores tm sidoestudados em relao busca e uso de informao e so comentados a seguir:
Em 1980, Marteleto entrevistou professores de todas as reas de ensino da
Universidade Federal de Minas Gerais, com o objetivo de verificar o papel
desempenhado pela biblioteca universitria no atendimento aos usurios e
identificar os canais de informao mais utilizados. De acordo com os resultados
obtidos pelo estudo de Marteleto, o professor, para obter informaes, dirige-sepreferencialmente (s) bibliotecas(s) da Universidade, consulta canais informais
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(colegas, contatos diretos com outras instituies), recorre a bibliotecas particulares
ou de outras instituies. Os professores indicaram o livro e os peridicos como as
fontes formais mais usadas, e o arquivo pessoal como fonte informal mais
importante.
Vieira (1989) entrevistou 345 professores da Universidade Federal do Mato
Grosso visando conhecer seus hbitos de uso da informao, como tambm ter um
maior conhecimento da coleo bibliogrfica das bibliotecas pertencentes
universidade. A autora utilizou uma entrevista semi-estruturada dividida em trs
partes - dados demogrficos, uso das bibliotecas da universidade e adequao da
coleo. O trabalho apontou que 38% dos professores no participaram de
nenhum congresso durante o ano da pesquisa. O idioma mais utilizado da literatura
tcnica era o portugus. Foram identificadas diferenas significativas de frequncia
de uso da biblioteca, por campus. Os professores tambm utilizavam outras
bibliotecas para as suas atividades acadmicas, citadas, por ordem de prioridade: a
particular, a de outra pessoa, a pblica, a de empresa privada e as de rgos do
governo. Os principais motivos que levavam os professores a procurarem as
bibliotecas eram para consultar matrias, solicitar material para emprstimo,
conhecer as novas aquisies e fazer levantamento bibliogrfico. Os professores
consideraram satisfatrios a rapidez no atendimento, a gentileza no trato com o
usurio, a qualidade dos servios e o horrio do funcionamento. Os tipos de fontes
de informao mais utilizadas foram as anotaes pessoais, livros nacionais,
bibliografias em artigos e livros, artigos de revistas nacionais e catlogos de
editoras. A biblioteca do campus e a particular foram os principais locais em que os
professores obtiveram suas obras. Para os que no conseguiram localizar o
material desejado, as principais iniciativas foram encomendar em livrarias ou tirar
fotocpias.
Pela anlise de um segmento de professores usurios da biblioteca da
Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais foi possvel a
Caldeira (1989) identificar o perfil dos professores por meio de um questionrio
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constando das seguintes categorias - regime de trabalho, faixa etria e sexo;
cursos realizados, conhecimento de idiomas estrangeiros, reas de interesse,
atividades desenvolvidas na unidade e produtividade atravs da verificao de
citao dos docentes em livros de arte brasileiros. Pelos resultados obtidos foi
observado que os professores se preocupavam em realizar cursos, embora os de
doutorado fossem na ocasio bastante reduzidos. Os assuntos que despertavam
maior interesse vinculavam-se ao campo de atuao profissional como artes,
cinema, desenho, etc. Cabe ressaltar que esse trabalho constituiu a terceira parte
da pesquisa "O uso da biblioteca e de fontes de informaes pelos professores da
Escola de Belas Artes da UFMG". Os resultados da primeira fase revelaram que a
maioria dos professores conheciam e utilizavam o acervo da biblioteca e que o
mtodo mais utilizado para a obteno do material era o contato com o bibliotecrio.
Na segunda parte da pesquisa verificou-se que os professores tinham o hbito de
ler de uma a cinco obras por ms, e que as fontes mais importantes eram os livros
com explicaes tcnicas (ilustrados), os livros-texto e artigos de revistas.
Purqurio (1990) fez um estudo de usurios de bibliotecas universitrias
brasileiras e analisou o comportamento dos discentes e docentes da Fundao
Educacional So Carlos. A pesquisa foi desenvolvida sob dois aspectos - uma
pesquisa documental e outra de campo. A primeira identificou e quantificou as
dissertaes produzidas nos cursos de ps-graduao sobre estudos de usurios
de bibliotecas brasileiras. A segunda verificou a busca e uso da informao nos
servios prestados na biblioteca "Professor Alfredo Amrico Herner". Nesta, asfontes de informao mais consultadas foram os livros, peridicos e jornais. A
maioria dos usurios utilizava a biblioteca para emprstimo bibliogrfico ou estudos
no local. Frente ao insucesso de uma busca 50% dos usurios informaram que
pediram ajuda ao bibliotecrio, 26,6% compram o material desejado e nenhum
informante desiste da busca.
Dias (1990) fez uma pesquisa descritiva, objetivando levantar o perfil de uso
de informao dos docentes do Instituto de Cincias Exatas e da Faculdade de
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Tecnologia da Universidade de Braslia no exerccio de suas atividades de ensino,pesquisa e extenso. Utilizou, como instrumento de coleta de dados, um
questionrio elaborado com a utilizao da tcnica do incidente crtico. O estudo
revelou que as fontes de informao mais utilizadas eram os livros e os peridicos,
sendo as publicaes em lngua inglesa as mais relevantes. As formas mais citadas
para a obteno de novas publicaes foram as bibliografias no final dos livros ou
peridicos. A frequncia biblioteca era elevada entre os docentes de dedicao
exclusiva, embora o desconhecimento dos servios e produtos oferecidos pela BCE
fosse grande.
As caractersticas motivacionais especficas do comportamento de docentes
pesquisadores da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul quanto leitura e
busca da informao foram estudados por Giacometti (1990). A autora utilizou o
conceito da motivao na rea de estudos de usurios. Os resultados apontaram os
livros e peridicos como as fontes formais mais importantes pelos professores,
sendo o primeiro mais efetivo quando se trata de informaes gerais, e o outro
quando se trata de informaes mais especficas e correntes. A convenincia da
fonte de informao tem maior prioridade do que a quantidade e qualidade da
informao, isto , Giacometti apontou a tendncia dos docentes recorrerem
biblioteca pessoal como o principal mtodo de obteno de informao
independente da eficincia da mesma. Os professores usavam a informao
principalmente para o preparo das aulas. Outro dado importante, refere-se aos
estmulos que reforam determinado comportamento, por exemplo, o fato de um
docente recorrer biblioteca e encontrar um documento desejado refora a
probabilidade de retorno do mesmo.
Os estudos de usurios de Rangel (1995) foram realizados nos
departamentos dos cursos de Educao Fsica oferecidos pela Universidade
Federal de Santa Catarina e Universidade do Estado de Santa Catarina e suas
respectivas bibliotecas. Abrangeu, portanto, dois grupos de docentes de
instituies distintas, mas com caractersticas semelhantes. O trabalho analisou as
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relaes entre os professores de educao fsica, bibliotecas universitrias eestudos de usurios. O instrumento de coleta de dados utilizado foi o questionrio
estruturado com questes abertas e fechadas e do tipo escala de Likert. Utilizou-se
a tcnica do incidente crtico. Os principais resultados mostram que as fontes
formais mais valorizadas foram os livros e os artigos de peridicos, e as informais
foram as anotaes pessoais. A principal razo de no uso das fontes foi a
dificuldade de acesso/disponibilidade das fontes.
Andrade (1985) fez um levantamento do estado em que se encontram os
estudos de necessidades de usurios em bibliotecas universitrias brasileiras e as
contribuies prticas desse tipo de estudo. Para tanto, enviou questionrios s
bibliotecas universitrias e escolas de biblioteconomia. Embora a pesquisa no
tenha focalizado particularmente a figura do professor, alguns dos resultados
referem-se a ele, como um dos usurios das bibliotecas universitrias: o estudo
detectou que os professores, normalmente, vo biblioteca para fazeremprstimos, e que os livros e peridicos so as fontes mais procuradas.
Por este levantamento de pesquisas referentes aos professores universitrios
pde se constatar que grande parte dos trabalhos evidenciaram a avaliao de
unidades de informao, mais especificamente quanto aos servios e produtos.
Observou-se tambm que, as fontes mais utilizadas foram as tradicionais - livros e
peridicos e que as bibliotecas so reconhecidas como canais importantes de
informao no meio acadmico. Quanto metodologia, de maneira geral, os
estudos utilizaram para coleta de dados questionrios e entrevistas, incorporando
mais intensamente a partir da dcada de 90 as tcnicas do incidente crtico. De
todos os trabalhos, um se destacou pela abordagem diferenciada, o estudo
elaborado por Giacometti fundamentado pela psicologia da motivao.
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2.3.3 Resultados de estudos sobre professores da Educao Bsica
Os estudos de usurios sobre professores da Educao Bsica parecem ser
insignificantes em termos quantitativos se comparados com os estudos cujos
sujeitos so os professores universitrios. Os estudos listados abaixo ilustram
alguns dos aspectos sobre a busca de informao pelos professores da Educao
Bsica.
Silva (1985) analisou alguns aspectos do processo educacional vigente
poca de seu estudo, situando o professor no contexto da biblioteca escolar e
pblica numa tentativa de buscar subsdios para o aperfeioamento do processo
ensino-aprendizagem. Para tanto, aplicou questionrios aos professores de 1oe 2o
graus das escolas pblicas de Joo Pessoa. O objetivo foi perceber a adequao
dos recursos das bibliotecas escolar e pblica s necessidades docentes com vista
a uma melhor eficcia no processo educativo. Os principais resultados obtidos
foram:
De um modo geral, o professor no frequenta a biblioteca.
O material mais utilizado na biblioteca pblica o livro.
Grande parte dos professores (46,8%) encaminhou seus alunos
biblioteca pblica ao invs da biblioteca escolar.
Mais da metade dos professores pesquisados (56,6%) no realiza trabalho
integrado com o bibliotecrio.
Poucas escolas possuam bibliotecas com acervo atualizado e de
qualidade para atender sua clientela, sendo a maior parte deste acervo
constitudo de obras didticas.
Quanto a utilizao dos materiais da biblioteca escolar h uma preferncia
pelo livro (43,1%).
0 livro didtico a nica fonte de informao indispensvel a uma grande
parte dos professores (46,8%).
Os dados coletados permitiram chegar a uma srie de concluses, quais
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sejam, alguns professores tinham apenas formao pedaggica mnima, o que
refletiu a necessidade de atualizao. O nmero de bibliotecas escolares
insignificante ao nmero de escolas.
Outra pesquisa sobre professores no universitrios, foi o trabalho de
Pereira; Freire (1997) cujos objetivos foram: identificar o professor como usurio e
agente de informao no processo de transferncia da informao; as principaisfontes de informao e os meios de acesso no processo de atualizao profissional,
as necessidades de atualizao e as formas mais adequadas para atend-las. Para
responder essas indagaes foram entrevistados 27 professores da rede pblica do
Rio de Janeiro, em trs categorias representadas pelo tempo de formao dos
profissionais. Os resultados apontaram que os professores podem ser vistos como
um grupo de no-usurios dos servios de informao, que usam,
predominantemente, o livro didtico adotado pela escola como fonte de informao
para subsidiar o planejamento das aulas, apesar de estarem cientes quanto
necessidade de se atualizarem (97% declaram sua necessidade de atualizao).
Os estudos nessa rea, de maneira geral, avaliam a biblioteca escolar em
termos de estrutura, servios e produtos ou aspectos especficos como as questes
relacionadas leitura, interao entre professor e bibliotecrio, entre outras.
2.4.3 Outras contribuies
Outros estudos no vinculados aos professores foram selecionados por
apresentarem contribuies para a discusso do problema proposto nesse trabalho,
quais sejam:
Kremer (1981) identificou por meio de questionrios os critrios que
orientavam os engenheiros (no envolvidos com pesquisas) na seleo de umdeterminado canal de informao. Foi testada e comprovada a hiptese que a
percepo que os engenheiros tm a respeito da acessibilidade, facilidade de uso,
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qualidade tcnica e conhecimento prvio do canal de informao determinam aescolha destes. Assim, os engenheiros percebem a acessibilidade e facilidade de
uso como sendo similares. A experincia prvia foi detectada como um fator de
avaliao da acessibilidade, facilidade de uso e qualidade tcnica do canal. E por
fim, a frequncia de uso se relaciona com a qualidade tcnica em primeiro lugar, e
depois com a experincia prvia.
Lima (1992) analisou a abordagem dos estudos de usurios em sete
dissertaes. As constataes mais interessantes dizem respeito a grande
tendncia da rea de estudos de usurios se voltar para o estudo do
comportamento do usurio em detrimento da avaliao dos sistemas, produtos e
servios. Estes estudos incluem tambm outros aspectos como treinamento para
que o usurio aprenda a utilizar os recursos disponveis; indicao do tipo de
material mais utilizado; fluxo da informao entre tcnicos, pesquisadores e
cientistas e os canais de informao utilizados. Evidencia o carter funcionalista dos
estudos de usurios. Em relao ao mtodo de coletas de dados, a maioria dasdissertaes utilizou questionrios, enquanto uma pequena parte utilizou
questionrios e entrevistas.
Costa (2000) estudando os pesquisadores no-docentes das reas de
economia e sociologia discute o impacto do uso das novas tecnologias nessas
comunidades, considerando as presses sociais, econmicas e polticas como
fatores relevantes para o uso da comunicao eletrnica. A pesquisa revelou umamaior incidncia de uso de computadores e redes eletrnicas pelos economistas
com relao ao uso do correio eletrnico para comunicao de pesquisa. Os dados
apontaram que 90% dos respondentes consideravam que quem no faz uso desses
recursos tende a ficar marginalizado na comunidade cientfica. O uso do correio
eletrnico para comunicao entre os pesquisadores - discusses, troca de
informaes, organizao de eventos, reunies - tem se tornado um imperativo,
resultando em mudanas favorveis como a ampliao do conhecimento
proporcionado por maior interao com outros pesquisadores. A autora utilizou para
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coleta de dados questionrios e entrevistas.
Observa-se pelo estudo de Kremer que a inteno era avaliar os critrios deseleo de fontes e canais, aspecto esse que o diferenciou dos demais. Nesse
sentido, o comportamento de engenheiros na busca da informao foi condicionado
pelo conhecimento prvio que possuam dos canais e fontes utilizados. O segundo
estudo foi fundamentado na anlise de sete dissertaes e a novidade, no caso,
refere-se ao mtodo utilizado e na evidncia de que os estudos de usurios esto
se voltando para o comportamento dos usurios. Esse ltimo aspecto evidenciado
no trabalho de Lima no ficou perceptvel na seleo dos trabalhos de estudos de
usurios sobre professores presentes nesse estudo. E por fim, o trabalho de Costa
foi selecionado por discutir a questo do impacto das novas tecnologias em
comunidades especficas com alguns subsdios para a discusso do tpico acima.
Essa questo orientada para os professores para a formao continuada um dos
assuntos tratados nessa pesquisa. Pelo levantamento bibliogrfico foram
identificados inmeros trabalhos que abordam as novas tecnologias no ambiente
educacional, porm com a abordagem direcionada para a formao continuada foi
identificado apenas um trabalho no Brasil por meio do IBICT - Instituto Brasileiro deInformao em Cincia e Tecnologia - mas especificamente na base de dados LISA
- Library Information Science Abstracts.
2.5 Consideraes finais sobre comportamento informacional
Sintetizando, os estudos sobre comportamento informacional tm mostrado
tendncias quanto a maneira de agir dos indivduos na busca e uso da informao
como consequncia de uma necessidade.
Observou-se que em relao ao comportamento informacional dos
professores, a maior parte dos estudos no Brasil se concentra nos professores
universitrios, evidenciando, portanto, a necessidade de estender esses estudos
para professores que lecionam em outros nveis de ensino.
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3 FORMAO DO PROFESSOR E INFRA-ESTRUTURA DE INFORMAO
Este captulo dedicado s questes educacionais que esto diretamente
ligadas investigao. Na medida em que o professor da Educao Bsica visto
nesse estudo como um profissional que necessita de informaes especficas para
desempenhar suas funes no trabalho - portanto um usurio de informao - a
anlise da literatura que embasa o estudo no pode renunciar a discusso sobre a
formao dos mesmos. Adicionalmente, o uso das novas tecnologias e a biblioteca
escolar so includas nessa reviso em funo do papel que tm exercido nessa
formao. Finalmente, o conceito de Centro de Recursos de Aprendizagem
explorado como um modelo para a infra-estrutura informacional formao desses
profissionais.
3.1 A formao do professor
A necessidade de atualizao constante sempre constituiu questo importante
na atividade docente. No entanto, as transformaes econmicas, polticas, sociais
e culturais que tm ocorrido de forma acelerada nas ltimas dcadas adicionam
novos desafios profisso docente. Os professores precisam estar engajados em
um processo de formao continuada para estarem aptos a auxiliar os educandos a
lidarem com as novas informaes. Nesse sentido, a formao do professor
constitui um tema de importncia crucial para a melhoria do processo educativo e
do sistema educacional como um todo. Logicamente, a conjuno de vrios
fatores que influencia positiva ou negativamente o xito de um sistema. Porm, no
se pode deixar de considerar que os professores, como os profissionais
diretamente envolvidos na questo do ensino e aprendizagem, tm participao
ativa nas questes relacionadas reforma educacional ou a inovaes no processo
educativo.
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Formao 'aao ou o efeito de formar ou formar-se; maneira pela qual se
constitui um carter, mentalidade; disposio; constituio'. Esta definio sugere
duas idias: uma, a de processo;outra, a de constituio de conhecimento ou de
competncia. Portanto, formao diz respeito a um processo de desenvolvimento
contnuo para a aquisio de conhecimentos e competncias gerais.
As duas idias esto presentes na definio de Hadji (2001, p.13), que
entende formao do professor como uma atividade que se realiza (processo)
visando a conferir competncias (conhecimento funcional) ao sujeito em formao
para o exerccio de uma atividade social bem-definida. A formao, desse modo,
vincula-se ao espao do exerccio profissional. Hadji considera que a poltica de
formao de professores bidimensional, pois deve ao mesmo tempo contemplar o
domnio cientfico (saberes cientficos) e o pedaggico (domnio das competncias e
habilidades de ordem metodolgica); precisa ser ao mesmo tempo profissional
(aprender o ofcio) e pessoal (ser capaz de exercer esse ofcio), tanto de uso
externo (produo de trabalhador social) quanto interno (esse trabalhador deve serum formador).
Portanto, ao se pensar em formao de professores, necessrio que o
modelo de formao seja coerente com os mtodos que se pretenda que o
professor aplique em sua classe e propicie a articulao entre as atividades de
desenvolvimento pessoal e profissional. tambm necessrio que exista uma
preocupao em relacionar o trabalho de apropriao dos saberes com o de
construo de competncias (os quais tm relao direta com a prtica).
Hernndez (1998, p. 9) endossa essas idias, revelando preocupao sobre a
importncia de se conhecer como os professores aprendem para que se possa
planejar uma abordagem coerente de formao. Entende-se que no deve haver
diferenas significativas na maneira como esse profissional aprende e como ele
ensina. Talvez essa seja uma questo que precise ser revista pelas universidades eescolas em geral, pois exige-se que o professor ensine de maneira inovadora,
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quando muitas vezes na prpria universidade ou cursos oferecidos em servio o
ensino ainda tradicional.
A grande quantidade de informao parece incidir diretamente no ofcio do
professor, que deve estar apto a avaliar a relevncia e pertinncia desses
conhecimentos para a organizao do currculo escolar, de maneira que
incorporem, na medida do possvel, os conhecimentos emergentes bsicos e
estabelea o mximo possvel a vinculao entre os saberes que constituem o
currculo. Entende-se que essa e outras funes igualmente complexas que se
relacionam com a escolarizao do conhecimento devem ser objeto de reflexo do
profissional do ensino, pois para efetiv-la necessrio:
conciliar os conhecimentos cientficos que presidem a produomoderna e o exerccio da cidadania plena, a formao tica e aautonomia intelectual, as competncias cognitivas e as sociais, ohumanismo e a tecnologia; considerar as mltiplas interaes entre os contedos dasdisciplinas e a abertura e a sensibilidade para identificar as relaesentre escola e vida pessoal e social, entre o aprendido e o
observado, entre o aluno e o objeto do conhecimento e entre a teoriae suas consequncias e aplicaes prticas como pressupostosdecisivos de sua organizao; reconhecer a natureza condicionante da linguagem na constituiode idias, relacionamentos, condutas e valores;considerar o conhecimento como construo coletiva; aceiiar a aprendizagem como mobilizadora de afetos, emoes erelaes humanas. (TESCAROLO, 2002, p.3)
Da decorre a exigncia de se pensar em estratgias diversificadas,