32
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ COORDENAÇÃO DO CURSO DE TECNOLOGIA EM ALIMENTOS DANIEL VEIGA CORRÊA LIRA OSORIO JOSÉ FRANCISCO DOS SANTOS SILVEIRA JUNIOR COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS DE FARINHA OBTIDA DO BAGAÇO DE UVA cv. CONCORD(Vitis labrusca L.) SOB DOIS MÉTODOS DE CULTIVO CONVENCIONAL E ORGÂNICO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO FRANCISCO BELTRÃO 2013

COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/1197/1/FB_COALM... · COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS DE

  • Upload
    lamnga

  • View
    250

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/1197/1/FB_COALM... · COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS DE

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

COORDENAÇÃO DO CURSO DE TECNOLOGIA EM ALIMENTOS

DANIEL VEIGA CORRÊA LIRA OSORIO

JOSÉ FRANCISCO DOS SANTOS SILVEIRA JUNIOR

COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS DE

FARINHA OBTIDA DO BAGAÇO DE UVA cv. ‘CONCORD’ (Vitis

labrusca L.) SOB DOIS MÉTODOS DE CULTIVO – CONVENCIONAL E

ORGÂNICO

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

FRANCISCO BELTRÃO

2013

Page 2: COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/1197/1/FB_COALM... · COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS DE

DANIEL VEIGA CORRÊA LIRA OSORIO

JOSÉ FRANCISCO DOS SANTOS SILVEIRA JUNIOR

COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS DE

FARINHA OBTIDA DO BAGAÇO DE UVA cv. ‘CONCORD’ (Vitis

labrusca L.) SOB DOIS MÉTODOS DE CULTIVO – CONVENCIONAL E

ORGÂNICO

Trabalho de Conclusão de Curso de

graduação, apresentado a disciplina de

Trabalho de Conclusão de Curso II, do

Curso de Tecnologia em Alimentos da

Universidade Tecnológica Federal do

Paraná – UTFPR, Câmpus Francisco

Beltrão, como requisito parcial para

obtenção do título de Tecnólogo em

Alimentos.

Orientador: Profª. Drª. Ivane Benedetti

Tonial.

Co-orientador: Prof. Dr. Luciano

Lucchetta.

FRANCISCO BELTRÃO

2013

Page 3: COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/1197/1/FB_COALM... · COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS DE

FOLHA DE APROVAÇÃO

COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS DE FARINHA OBTIDA DO BAGAÇO DE UVA cv. ‘CONCORD’ (Vitis labrusca L.) SOB DOIS

MÉTODOS DE CULTIVO – CONVENCIONAL E ORGÂNICO

Por

Daniel Veiga Corrêa Lira Osório José Francisco dos Santos Silveira Junior

Trabalho de Conclusão de Curso aprovado como requisito parcial para a obtenção

do título de Tecnólogo em Alimentos, no Curso Superior de Tecnologia em Alimentos

da Universidade Tecnológica Federal do Paraná.

BANCA AVALIADORA

Profa. MSc. Ellen Porto Pinto Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR

Prof. Dr. Luciano Lucchetta Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR

Profª. Dra. Ivane Benedetti Tonial Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR

(Orientador)

Profª. Dra. Cleusa Weber Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR

(Coordenadora do curso)

Francisco Beltrão, 29 abr. 13.

“A Folha de Aprovação assinada encontra-se na Coordenação do Curso.”

Page 4: COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/1197/1/FB_COALM... · COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS DE

RESUMO

SILVEIRA, José F. dos S.; OSÓRIO, Daniel V. C. L. Composição Centesimal e Perfil de

Ácidos Graxos de Farinha obtida do Bagaço de Uva cv. ‘Concord’ (Vitis Labrusca L.) sob

Dois Métodos De Cultivo - Convencional E Orgânico. 2013. 31f. Trabalho de Conclusão de

Curso (Curso de Tecnologia em Alimentos), Universidade Tecnológica Federal do Paraná.

Francisco Beltrão, 2013.

Este trabalho teve como principal objetivo determinar a composição centesimal e a perfil de

ácidos graxos da farinha de uva cv. ‘Concord’ (Vitis labrusca L.), sob dois sistemas de

produção: convencional e orgânico. A farinha de uva é produzida a partir de resíduos

industriais, tidos como subprodutos da fabricação de sucos e vinhos. Foram avaliadas farinhas

obtidas a partir do bagaço da uva cv. “Concord” cultivadas em sistema convencional e

orgânico de produção, sendo analisada a composição centesimal e o perfil de ácidos graxos

por cromatografia gasosa. A farinha obtida em sistema convencional de cultivo apresentou

maior quantidade de umidade, proteína, lipídios, valor calórico e de ácidos graxos saturados e

monoinsaturados, porém a farinha proveniente do sistema de cultivo orgânico apresentou

maior quantidade cinzas, carboidratos e de ácidos graxos poliinsaturados, em especial

ômega-3 através do LNA e ômega-6 através do LA. que apresentam compostos nutricionais

essenciais, prevenindo doenças e riscos a saúde humana.

Palavras-chave: Farinha de resíduos de uva. Composição Nutricional. Lipídeos. Sistema

Convencional. Sistema Orgânico.

Page 5: COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/1197/1/FB_COALM... · COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS DE

ABSTRACT

SILVEIRA, José F. dos S.; OSÓRIO, Daniel V. C. L. Proximate Composition and Fatty

Acid Profile of flour obtained from grape pomace cv. 'Concord' (Vitis labrusca L.) under

Two Cultivation Methods - Conventional and Organic.. 2013. 31f. Trabalho de Conclusão

de Curso (Curso de Tecnologia em Alimentos), Universidade Tecnológica Federal do Paraná.

Francisco Beltrão, 2013.

This study aimed to determine the chemical composition and fatty acid profile of the flour

grape cv. 'Concord' (Vitis labrusca L.) under two production systems: conventional and

organic. The grape flour is produced from industrial waste, taken as by-products from the

manufacture of juices and wines. Were evaluated flours obtained from the pulp of the grape

cv. "Concord" grown in conventional and organic production, and analyzed the chemical

composition and fatty acid profile by gas chromatography. The flour obtained in tillage

system had higher amounts of moisture, protein, fat, calorie and saturated and

monounsaturated fatty acids, but the flour from the organic system had higher amounts ash,

carbohydrates and polyunsaturated fatty acids in especially omega-3 through the LNA and

omega-6 through LA. presenting essential nutritional compounds, preventing diseases and

risks to human health.

Keywords: Flour residues grape. Nutritional Composition. Lipids. Conventional Systen.

Organic Systen.

Page 6: COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/1197/1/FB_COALM... · COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS DE

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 6

2 OBJETIVOS .......................................................................................................................... 8 2.1 Objetivo Geral ...................................................................................................................... 8 2.2 Objetivos Específicos ........................................................................................................... 8

3 REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................................. 9 3.1 UVA ...................................................................................................................................... 9

3.1.1 Tipos de cultivo ................................................................................................................. 9 3.1.1.1 Sistema Convencional de cultivo ................................................................................... 9

3.1.1.2 Sistema orgânico de cultivo .......................................................................................... 10

3.1.2 Uva “Concord” ................................................................................................................ 12 3.1.2.1 Produtos e Subprodutos da uva .................................................................................... 13 3.2 BAGAÇO DA UVA ............................................................................................................ 13 3.3 FARINHAS ........................................................................................................................ 15

3.3.1 Farinha do bagaço da uva ................................................................................................ 15 3.4 ÁCIDOS GRAXOS ............................................................................................................ 15

3.4.1 Ácidos graxos da uva ....................................................................................................... 15 3.5 CROMATOGRAFIA GASOSA ACOPLADA AO ESPECTRÔMETRO DE MASSAS

(GC/MS) ................................................................................................................................... 16

4 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................. 17 4.1 AMOSTRAGEM ................................................................................................................ 17

4.2 METODOLOGIAS DE ANÁLISES .................................................................................. 17 4.2.1 Determinação de Umidade .............................................................................................. 17

4.2.2 Determinação de Resíduo Mineral (cinzas)..................................................................... 18 4.2.3 Determinação de Proteínas Totais ................................................................................... 18 4.2.4 Deternimação de Lipídios Totais ..................................................................................... 18

4.2.5 Determinação de Carboidratos ........................................................................................ 18

4.2.6 Valor calórico ................................................................................................................... 19 4.2.7 Transesterificação lipídica ............................................................................................... 19 4.2.8 Determinação de ácidos graxos ....................................................................................... 19 4.2.9 Análise estatística ............................................................................................................ 19

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................................... 20

6 CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 25 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 26

Page 7: COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/1197/1/FB_COALM... · COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS DE

6

1 INTRODUÇÃO

A quantidade de resíduos orgânicos gerados pelas indústrias de sucos e vinhos

representa problemas de ordem econômica e ambiental, havendo ainda poucas alternativas

para a utilização desses resíduos. Com pouco aproveitamento são utilizados em pequena

escala para produção de fertilizantes orgânicos, ministrado na nutrição animal, ou até mesmo

despejado no ambiente sem qualquer tipo de tratamento (LAUFENBERG; KUNZ;

NYSTROEM, 2003).

Parte da população mundial possui grande dificuldade para conseguir alimento com

teor nutritivo satisfatório, diante deste cenário, é incompreensível o não aproveitamento de

subprodutos da agroindústria, cujo seu valor nutricional é bastante elevado, podendo ser

utilizado em ingredientes na fabricação de outros produtos alimentícios (CARVALHO et al.,

2006).

A segunda fruta de maior produção mundial é a uva, com aproximadamente 61

milhões de toneladas por ano. No Brasil, a viticultura é cultivada em, aproximadamente, 77

mil hectares, onde é produzido cerca de 1,2 milhões de toneladas/ano de uvas. Deste volume,

aproximadamente 45% são destinados à produção de vinhos, sucos e outros derivados, e 55%

comercializado como uvas de mesa (INSTITUTO BRASILEIRO DE VINHOS, 2010).

A viticultura na Região Sudoeste do Paraná surgiu a partir da colonização da região,

sendo que, transformou-se em uma alternativa de renda viável para investimentos produtivos

somente a partir da década de 1990. Para que haja estruturação e desenvolvimento efetivo

deste setor faz-se necessário reduzir o seu risco produtivo e de mercado. Para que tal fato

ocorra, ações como conhecer as potencialidades e problemas desse setor são de suma

importância (ZARTH et al., 2011).

O sudoeste do Paraná expõe forte potencial e representatividade na atividade da

vitivinicultura, sendo basicamente exercida por pequenos produtores rurais, com forte

vertente na tradição familiar e é praticada, predominantemente, por pessoas com idade

superior a 50 anos e com escolaridade até a quarta série do ensino fundamental. A grande

maioria das propriedades rurais produtoras têm no máximo um hectare de parreiras, cuja

contribuição na renda bruta anual da propriedade é, em média, de 28%. A região apresenta

características favoráveis ao cultivo de uvas, principalmente “uvas rústicas” (Vitis Labrusca),

as quais demonstraram boa adaptação a região. Observa-se uma forte tendência de não

continuidade da atividade vitivinícola pela evasão do jovem e falta de mão-de-obra

qualificada principalmente para as atividades que exigem maior conhecimento técnico

Page 8: COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/1197/1/FB_COALM... · COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS DE

7

(ZARTH et al., 2011).

A Vitis Labrusca é a espécie de uvas conhecida pelas cultivares comuns, excelentes

para o consumo in natura, fabricação de sucos e vinhos de mesa devido a suas características

sensoriais, como aroma, cor e equilíbrio açúcar/acidez. Ela possui uma excelente qualidade

nutricional, porém não é recomendada para a fabricação de vinhos finos devido ao seu baixo

teor de sólidos solúveis totais quando comparado as variedades das Vitis Vinífera (RIZZON;

MENEGUZZO, 2007) . A cultivar Concord, oriunda da França, pertence a esta espécie, sendo

uma das mais cultivadas no Brasil. Esta possui uma boa aceitação devido à alta resistência a

doenças fúngicas e a alta produtividade e é muito utilizada em vinhos e sucos. O teor de

sólidos totais pode variar de 14 a 17º Brix, e sua acidez total é baixa em comparação a outras

uvas (RIZZON; MENEGUZZO, 2007).

As dificuldades de produção advindas das oscilações climáticas, e a vulnerabilidade

aos ataques biológicos são fatores que estimulam a décadas o uso de agroquímicos. Porém,

nas sucessivas safras tem-se verificado um aumento da resistência a fungos em relação ao

tratamento convencional. O cultivo orgânico, que tem como característica principal a

substituição de fertilizantes químicos e agrotóxicos por adubação orgânica e manejo

diferenciado, apresenta-se como uma alternativa de manejo sustentável, além de possibilitar a

obtenção de uma uva isenta de resíduos químicos (GRIGOLETTI JUNIOR; SÔNEGO, 1993).

As cascas, sementes, engaços e sólidos resultantes do processo de extração do suco

da uva, são bastante ricos em compostos bioativos, e possuem um potencial antioxidante. São

constituídos basicamente de açúcares, ácidos, pectinas, gomas, compostos aromáticos e

compostos fenólicos. Na semente são encontrados ácidos graxos insaturados como o ácido

linoleico, que apresenta diversas atividades farmacológicas, prevenindo doenças por tratar-se

de uma valiosa fonte de gordura dietética, reduzindo assim riscos à saúde (CAO; ITO, 2003).

A grande maioria desses resíduos sólidos não são aproveitados, por esse motivo são utilizados

para compostagem e outros tratamentos de resíduos sólidos, evitando uma possível poluição

ambiental caso fosse descartar direto ao meio ambiente (GIOVANNINI, 2001).

Page 9: COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/1197/1/FB_COALM... · COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS DE

8

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Avaliar a composição centesimal e o perfil de ácidos graxos da farinha do bagaço da

uva obtida sob dois sistemas de produção: convencional e orgânico.

2.2 Objetivos Específicos

Elaborar farinha a partir do bagaço da uva c.v ‘Concord’ cultivada sob dois sistemas

de produção: convencional e orgânico;

Avaliar o teor de umidade, cinzas, proteínas, carboidratos e lipídeos em farinhas de

bagaço de uva considerando os sistemas de cultivo convencional e orgânico;

Determinar o perfil de ácidos graxos nas farinhas obtidas do bagaço de uva

considerando o cultivo convencional e o orgânico;

Comparar os resultados da composição centesimal e do perfil de ácidos graxos nos

dois sistemas de cultivo: convencional e orgânico.

Page 10: COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/1197/1/FB_COALM... · COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS DE

9

3 REVISÃO DE LITERATURA

3.1 UVA

A uva é uma das frutas mais consumidas no mundo, seja na forma in natura, seja na

forma processada e, está também recebendo atenção como uma importante fonte de

compostos biologicamente ativos, benéficos à saúde humana (ORAK, 2007; SHRIKHANDE,

2000).

A uva apresenta compostos cientificamente reconhecidos com benefícios específicos

como o potencial antioxidante dos polifenóis, que atuam como redutores de oxigênio singleto

atuando beneficamente também na inibição das reações de oxidação lipídica e na quelação de

metais. Além disso, a uva e seus derivados apresentam uma vasta quantidade de propriedades

farmacológicas, como antialergênicas, antiarteriogênicas, anti-inflamatórias, antimicrobianas,

antitrombóticas e ainda efeitos cardioprotetores (ROESLER et al., 2007).

Estudos recentes têm mostrado evidências de que antioxidantes fenólicos de cereais,

frutas e vegetais contribuem de forma significativa na redução da incidência de doenças

crônicas e degenerativas, razão pela qual justifica o crescente estudo na área nos últimos anos

(ROESLER et al., 2007).

Composta essencialmente de açúcares, ácidos, pectinas, gomas, compostos

aromáticos e compostos fenólicos a uva é acometida por acréscimo de alguns destes

constituintes durante o período de maturação, sendo açúcares, ácidos, compostos fenólicos,

vitaminas, minerais, promotores de crescimento da baga da uva, ocorrendo acumulação de

açúcares, formação de taninos, diminuição de ácidos, resultando na formação de aromas

(PEIXOTO, 2000).

A composição química da uva é definida pelo estágio de maturação, potencial

genético, clima e manejo, sendo que suas propriedades e a sua composição estão vinculadas

as condições e fatores envolvidos durante o seu desenvolvimento (MOTA et al., 2009).

3.1.1 Tipos de cultivo

3.1.1.1 Sistema Convencional de cultivo

Embora a cultivar ‘Concord’ apresente rusticidade, há de se considerar a

possibilidade de problemas fitossanitários dependentes das condições climáticas do ano

Page 11: COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/1197/1/FB_COALM... · COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS DE

10

agrícola, o que motivaria o emprego de fungicidas no controle de fitopatias (antracnose, oídio

e míldio). Porém, nas sucessivas safras tem-se verificado aumento da resistência a fungos em

relação aos tratamentos químicos o que, em muitos casos, levaria a um incremento no número

de pulverizações e de aditivos utilizados (GRIGOLETTI JUNIOR; SÔNEGO, 1993).

No sistema de cultivo convencional as folhas tiveram quedas precocemente

comparando com o sistema de cultivo orgânico, isto pode estar relacionado a respostas de

fitotoxidez pelos agroquímicos aplicados ou doenças fúngicas (MULLINS et al., 1992).

No Rio Grande do Sul são realizadas aproximadamente 14 pulverizações com

fungicídas onde 8 a 10 pulverizações são realizadas para controlar o míldio da videira

(FREIRE, 1992).

O método de calendário realiza de forma corrente pulverizações semanais,

procurando garantir a sua produção (MENDES, 2002).

No sistema convencional os vinhedos aplicam geralmente herbicida Glifosato, e

pulverizam inicialmente em intervalos de 8 a 10 dias com Metalaxil, Mancozeb, Cymoxamil e

Tiofanato Metílico, variando de acordo com a necessidade. Após aproximadamente 45 dias da

aplicação do Glifosato, é realizado de 2 a 3 aplicações de calda bordalesa. Destaca-se a

importância da preocupação com a segurança dos alimentos devido a aplicações sucessivas a

cada safra acumulando produtos à base de cobre (calda bordolesa) e fungicidas sintéticos e

orgânicos no solo, correndo o risco de contaminação e toxicidade em lençóis freáticos

(ROMBALDI, 2004) embora radiação solar degrada parte das moléculas de fungicidas

(CHAVARRIA et al., 2007) ainda assim há riscos de intoxicação e impacto ambiental

(LAPOLLI et al., 1995).

3.1.1.2 Sistema orgânico de cultivo

Atualmente as pessoas estão cada vez mais à procura de alimentos mais saudáveis e se

preocupando com os impactos causados ao meio ambiente, causados pela agricultura

convencional, surgindo uma forte tendência para o mercado de orgânicos. Após uma forte

fiscalização de órgãos com leis e normas de certificação com relação aos produtos orgânicos,

os consumidores adquiriram uma confiança maior nestes produtos (WINTER; DAVIS, 2006).

A International Federation Organic Agriculture Moviment (IFOAM) publicou em

2009, números sobre a produção orgânica certificada, onde possuía 35 milhões de hectares de

plantio orgânico certificado, sediados em 154 países. Os países com maior área de produção

de orgânicos em ordem são Austrália, Argentina, China, Estados Unidos e Brasil. O mercado

Page 12: COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/1197/1/FB_COALM... · COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS DE

11

de produtos orgânicos no mundo cresceu em média 21% ao ano, totalizando 235% de 1999 a

2008 (IFOAM, 2009).

No Brasil houve aproximadamente 350 registros emitidos em 2006, esse número

demonstra um lento crescimento no mercado de produtos orgânicos comparando com a

França. A Ecocert, uma das grandes responsáveis por certificar orgânicos na França, outorgou

aproximadamente 2,3 mil indústrias com o selo orgânico (ESCOLA; LAFORGA, 2006).

Atualmente São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Espírito Santo correspondem à

70% da produção de alimentos orgânicos no Brasil. Os principais clientes do Brasil em

produtos orgânicos são União Européia, Estados Unidos e Japão, porém ainda muito recente.

Café, cacau, soja, açúcar mascavo, erva mate, suco de laranja, óleo de dendê, frutas secas e

castanha de caju são os produtos mais exportados pelo Brasil (ESCOLA; LAFORGA, 2006).

É de grande importância para o consumidor a qualidade nutricional dos produtos

orgânicos. É necessário verificar se realmente os alimentos orgânicos são mais nutritivos.

Porém não há estudos conclusivos que comprovem este ganho nutritivo (vitaminas, minerais,

etc) em produtos orgânicos (STRINGHETA, 2003).

Dani et al. (2009) e Dani et al. (2007) encontraram em sucos de uvas orgânicas níveis

de catequinas, resveratrol e compostos fenólicos, maiores que em sucos de uvas de agricultura

convencional, Os artigos sugerem uma maior quantidade de compostos antioxidantes em

produtos fabricados de uva orgânica.

Vian et al. (2006) relata o oposto dos resultados obtidos por Dani et al. (2009) e Dani

et al. (2007), onde o cultivo convencional das uvas, obtiveram uma quantidade maior de

antocianinas, em comparação ao cultivo orgânico de uvas. O resultado obtido pelos autores

foi de grande surpresa, pois quanto maior o estresse causado as plantas, menor o acúmulo de

compostos fenólicos.

A incidência severa de doenças e moléstias nos cultivares da cv. ‘Concord’, são

fatores pelos quais justificam a utilização de agro defensivos severos. Visando uma produção

mais limpa, estudos sugerem a criação de um micro clima restrito a partir de um isolamento

artificial, manejo este capaz de diminuir a incidência de podridões nos cachos, possibilitando

assim o desuso de fungicidas durante o ciclo de produção. No sistema convencional no

cultivo da uva normalmente utilizam-se grandes quantidades de agro defensivos, podendo

estes gerar uma elevada concentração de resíduos no produto final e consequentemente nos

subprodutos, além de promover um forte impacto ao meio ambiente (CHAVARRIA et al.,

2007).

Os produtores tem buscado junto as instituições de pesquisa e extensão, passando do

Page 13: COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/1197/1/FB_COALM... · COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS DE

12

estágio atual de sistema de cultivo convencional, onde se empregam capinas e/ou herbicidas, e

elevado número de pulverizações com fungicidas sintéticos orgânicos e não orgânicos, para

um sistema tecnologicamente mais “limpo”, onde se reduzem o uso de insumos, o impacto

ambiental e os riscos de intoxicações. Essa etapa tem sido denominada de Sistema de Cultivo

de Transição – SCT (LAPOLLI et al., 1995).

O cultivo orgânico, em que se substituem fertilizantes químicos e agrotóxicos por

adubação orgânica e manejo diferenciado, têm surgido como uma alternativa de manejo

sustentável (CHAVARRIA et al., 2007).

3.1.2 Uva cv.’Concord’

A cv. ‘Concord’ foi introduzida no Brasil no final do século XIX. Na década de 70

com o aumento da produção de concentrado de suco de uva, houve um aumento em sua

produção. O suco de uva produzido por esta variedade possui características destacadas

devido ao seu aroma e sabor (EMBRAPA, 2010).

A variedade de uva ‘Concord’, Vitis labrusca, é uma das uvas de mesa mais

consumidas e apreciadas. Características relacionadas a rusticidade e resistência a moléstias,

despertando interesse dos viticultores brasileiros, pela adaptação as condições de cultivo. A

notável expansão do cultivar deu-se devido à fácil adaptação as variações climáticas, bem

como pela boa produtividade, relativamente precoce, longevidade e relativa rusticidade

(ZANUZ, 1991; CAMARGO; MAIA, 2004).

Seu plantio é recomendado para regiões onde existe um descanso definido, ou seja,

não é recomendado para regiões de clima tropical, sendo assim seu plantio é limitado na

região sul até o norte do Paraná (BRASIL, 2002).

Sua utilização se dá desde o consumo in natura até a indústria e artesanalmente para

elaboração de vinho tinto, suco, vinagre, geléias e, devido a sua precocidade de produção. É

umas das uvas mais utilizadas na produção de sucos no Brasil (RIZZON, 1998).

A uva cv. ‘Concord’ possui uma acidez total de aproximadamente 60 meq.L-1

, um

teor de açúcar aproximado de 15º Brix e uma forte coloração. Esta variedade destaca-se pelas

características de cor, sabor, aroma e nota geral (EMBRAPA, 2010).

Na região sudoeste a vitivinicultura é praticada por produtores rurais menores, com

grande influência na tradição familiar e é exercida, por sua grande maioria, por agricultores

com idade acima de 50 anos e com grau escolaridade até a quarta série do ensino fundamental

em setenta por cento das propriedades de uvas, possuem no máximo um hectare de parreiras.

Page 14: COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/1197/1/FB_COALM... · COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS DE

13

A região apresenta características favoráveis ao cultivo de uvas, principalmente “uvas

rústicas” (Vitis labrusca), as quais demonstraram boa adaptação à região. Observa-se uma

forte tendência de não continuidade da atividade vitivinicola pela evasão do jovem e falta de

mão-de-obra qualificada principalmente para as atividades que exigem maior conhecimento

técnico (PROTAS; CAMARGO, 2011).

3.1.2.1 Produtos e subprodutos da uva

Do total de produtos industrializados, setenta e sete por cento são vinhos de mesa e

nove por cento são sucos de uva, o restante são doces, geleias, graspa e outros, todos

elaborados a partir de uvas de origem americana, especialmente cultivares de Vitis labrusca,

Vitis bourquina e híbridos interespecíficos diversos. Cerca de 13% são vinhos finos,

elaborados com castas de Vitis vinifera; o restante dos produtos industrializados, um por cento

do total, são outros derivados da uva e do vinho. Grande parte da produção brasileira de uvas

e derivados da uva e do vinho são destinados ao mercado interno. O principal produto de

exportação, em volume, é o suco de uva, sendo cerca de 15% do total destinado ao mercado

externo; apenas 5% da produção de uvas de mesa é destinada à exportação e menos de 1% dos

vinhos produzidos são comercializados fora do país (INSTITUTO BRASILEIRO DE

VINHOS, 2010).

A graspa é um destilado obtido do bagaço da uva, geralmente é consumida pela

população rural. Trata-se de um destilado forte, seu grau alcóolico pode variar de 38º GL a 60º

GL, seu aroma é particular, provindo da destilação e retificação do bagaço de uva. A produção

de graspa vem caindo devido a dificuldade de estocar o bagaço, baixo rendimento de

produção, conservação dos alambiques e qualidade da matéria – prima. (INSTITUTO

BRASILEIRO DE VINHOS, 2010).

3.2 BAGAÇO DA UVA

Resíduos das indústrias de sucos e vinhos no Brasil são utilizados na produção de

ração animal e adubos após passarem pelo processo de compostagem. É possível a utilização

desses resíduos com maior valor agregado, ou seja, utilizá-los nas indústrias fitoterapêuticas,

óleos vegetais e farinhas de trigo como enriquecimento (MARASCHIN et al., 2002).

A semente da uva representa uma importante fonte de lipídeo. As sementes de uva

possuem de 10 a 20% de lipídeo, que é especialmente rico em ácidos graxos insaturados.

Page 15: COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/1197/1/FB_COALM... · COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS DE

14

Ácidos graxos poliinsaturados, como os ácidos linoléico (LA, 18:2n-60 e α-linolênico (LNA,

18:3n-3), são essenciais para o corpo humano porque este não é capaz de sintetizá-los. Desta

forma, o óleo das sementes e do bagaço da uva, rico em ácidos graxos essenciais, pode

representar uma fonte valiosa de óleo dietético (CAO; ITO, 2003).

Como consequência da expressiva atividade agroindustrial brasileira, assim como em

outros setores, produtores e indústrias da área vitivinícola enfrentam o problema de descarte

da biomassa residual, que, embora seja biodegradável, necessita de um tempo mínimo para

ser mineralizada, constituindo-se numa fonte de poluentes ambientais. Dados da indústria

mostram que para 100 L de vinho produzidos geram-se 31,7 Kg de resíduos, dos quais 20 Kg

são de bagaço (CAMPOS, 2005). Dessa forma existe atualmente um interesse crescente na

exploração dos resíduos gerados pela indústria do vinho, que na maioria das vezes são

descartados ou subaproveitados (ARVANITOYANNIS; LADAS; MAVROMATIS, 2006).

Os subprodutos da vinificação são representados, pelo bagaço, sementes, folhas,

engaço, borras e o sarro (SILVA, 2001).

O bagaço é oriundo da prensagem das matérias primas da vinificação, constituídas

pelas partes sólidas das uvas e pelo mosto. Contendo na sua composição açúcares e outros

glicídios, proteínas e, nas sementes, um alto teor lipídico, o bagaço representa 12 a 15% em

peso da matéria prima inicial. A composição química do engaço sofre uma grande variação de

acordo com a natureza das castas de onde provém, a forma de vinificação, condições

atmosféricas em que a vegetação da vinha é submetida, fatores estes que exercem influência

na composição das uvas, o que reflete também na composição de seus produtos (SILVA et al.,

2005).

Acompanhando as tendências mundiais, o consumidor brasileiro passou a valorizar

alimentos produzidos em sistemas que estabeleçam compromissos com a preservação do

meio-ambiente, da saúde do produtor e da estrutura de produção, que possibilitem interação

consumidor/produtor, com produto final que atenda aos requisitos de segurança alimentar

(MARS, 2003).

Por outro lado, destaca-se que os subprodutos da vinificação podem ser objetos de

valorização, sendo que o composto obtido com resíduos da vinificação apresenta

características adequadas para a produção de novos produtos, destinados a nutrição humana

(SILVA, 2001).

Page 16: COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/1197/1/FB_COALM... · COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS DE

15

3.3 FARINHAS

Segundo a legislação brasileira vigente, farinha é o produto obtido pela moagem da

parte comestível de vegetais, podendo sofrer previamente processos tecnológicos adequados

(BRASIL, 2005).

As farinhas são classificadas de acordo com as suas características, como sendo

farinha simples os produtos obtidos da moagem ou raladura dos grãos, rizomas, frutos ou

tubérculos de uma só espécie vegetal. Como farinha mista, os produtos obtidos pela mistura

de diferentes espécies vegetais (BRASIL, 2005).

3.3.1 Farinha do bagaço da uva

A produção de farinha de uva a partir de resíduos industriais, tidos como

subprodutos, está diretamente relacionada ao aproveitamento dos resíduos do processamento

da uva, possuindo grande potencial benéfico à saúde humana pela elevada atividade

antioxidante, além de ser um resíduo produzido abundantemente e de baixo custo. O processo

de fabricação do vinho e suco gera uma quantidade estimada de resíduo sólido de 20% do

peso inicial, sendo assim a utilização desses resíduos uma notável alternativa econômica de

agregação de valor à matéria prima (GÓMEZ-PLAZA; MIÑANO; LÓPEZ-ROCA, 2006).

A farinha de uva pode ser aplicada na produção de panificados, barras de cereais,

massas caseiras, sucos, e incorporada em demais alimentos, sendo uma excelente alternativa

para diabéticos que não podem consumir o fruto in natura devido ao elevado teor de açúcar.

Com um elevado teor de fibras a farinha de uva ainda conta com uma alta quantidade de

flavonóides, estes com similar disponibilidade à uva, sendo um dos melhores antioxidantes,

com alta capacidade de combater os radicais livres e prevenir doenças degenerativas

(ARAÚJO, 2010).

3.4 ÁCIDOS GRAXOS

3.4.1 Ácidos graxos da uva

Segundo Turatti (2002), está havendo um crescimento no consumo de óleo vegetal

no Brasil, isso se deve a sua riqueza nutricional. Alguns óleos estão ganhando valor comercial

e estão sendo utilizados em formulações para agregar valor como girassol, oliva, linhaça e

Page 17: COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/1197/1/FB_COALM... · COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS DE

16

palma, colaborando para melhorias em produtos acabados como farinhas.

O óleo de uva tem sido muito estudado, principalmente sua composição química e

funcional, por esses motivos ele também se enquadra no mesmo mercado dos demais citados

acima (FREITAS, 2007).

De acordo com Mendes e Araújo (2006) a semente de uva possui aproximadamente

10% a 20% de óleo comestível de boa qualidade, dependendo da cultivar da uva pode variar.

As sementes de uva possuem um alto valor nutricional em seu óleo comestível, cor clara

tendendo ao verde, sem odor e de gosto agradável (BASILE, 1986).

O principal interesse pelo óleo de semente de uva deve-se a seu alto conteúdo de

ácidos graxos insaturados, como o ácido linoléico (72 a 76% m/m), maior que em outros

óleos como girassol (60 a 62%) e soja (50 a 55%), dessa forma, o óleo de semente de uva é

uma valiosa fonte de gordura dietética (CAO; ITO, 2003).

Estudos tem demonstrado que o óleo de semente de uva apresenta diversas atividades

farmacológicas, como propriedades contra a oxidação das lipoproteínas de baixa densidade

(LDLs), prevensão de trombose, doenças cardiovasculares, redução do colesterol, dilatação

dos vasos sanguíneos, e regulação do sistema nervoso autônomo (NEGRO; TOMMASI;

MICELI, 2003).

3.5 CROMATOGRAFIA GASOSA ACOPLADA AO ESPECTRÔMETRO DE

MASSAS (GC/MS)

É um método utilizado para a identificação de ácidos graxos devido aos ésteres

metílicos de ácidos graxos (previamente formados mediante a esterificação) serem compostos

voláteis. Os éteres metílicos de ácidos graxos são injetados no cromatógrafo gasoso e os

componentes do mesmo se separam e, em seguida, penetram no espectrômetro de massas, que

permite registrar o correspondente espectro de cada uma das substâncias separadas. Os ácidos

graxos são separados e identificados por comparação aos tempos de retenção de padrões da

marca sigma. A cromatografia gasosa acoplada ao espectrômetro de massa permite realizar em

uma só operação, para uma amostra da ordem de 1µL, uma análise qualitativa junto com uma

indicação das proporções em que se encontram os componentes. Quando se dispõe de

substância padrão, a calibração do equipamento permite uma análise quantitativa exata da

amostra (BANDONI, 2008).

Page 18: COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/1197/1/FB_COALM... · COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS DE

17

4 MATERIAL E MÉTODOS

4.1 AMOSTRAGEM

Para o desenvolvimento deste trabalho foram utilizadas bagaços de uvas Vitis labrusca

cv. ‘Concord’ safra 2011/2012, cultivadas no município de Verê, região Sudoeste do Paraná.

Este município pertence à microrregião de Francisco Beltrão e está localizado a uma altitude

de 485m, latitude de 25 º 52 ' 43 '' S e longitude de 52 º 54 ' 28 '' W, sob clima subtropical. As

uvas foram colhidas na safra de 2011 e 2012 de dois vinhedos de 10 anos, conduzidos em

sistema latada, um de produção convencional e outro de produção orgânica de propriedades

próximas (5,3 km) e, portanto sob condições climáticas semelhantes.

A farinha de uva foi elaborada a partir do resíduo do processamento do suco de uva.

Para isso, o resíduo da uva foi secado em estufa a 60ºC por 7 dias. Após o resfriamento, o

resíduo seco foi triturado em processador de alimentos, obtendo-se a farinha, que então foi

peneirada para obter um tamanho padronizado em um jogo de peneiras de 20 a 50 mesh, à

temperatura ambiente e sob abrigo de luz. A farinha foi embalada à vácuo e armazenada

adequadamente até utilização.

As análises dos parâmetros correspondentes à composição físico-química da farinha

do bagaço da uva foram realizadas segundo metodologia oficial, considerando as

metodologias da Association of Official Analytical Chemists (AOAC, 2008), do Instituto

Adolfo Lutz (IAL, 2005) e do Bligh e Dyer (1959).

O perfil de ácidos graxos foi determinado com o auxílio de um cromatógrafo gasoso

acoplado a um espectrômetro de massas – CG/EM, da marca Varian.

4.2 METODOLOGIAS DE ANÁLISES

4.2.1 Determinação de Umidade

A determinação de umidade foi realizada, em estufa, a 105ºC, até peso constante

(AOAC, 2008).

Page 19: COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/1197/1/FB_COALM... · COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS DE

18

4.2.2 Determinação de Resíduo Mineral (cinzas)

A determinação de cinzas foi realizada em mufla, a 600ºC, por 6 horas ou até obtenção

de uma cinza clara (AOAC, 2008).

4.2.3 Determinação de Proteínas Totais

O nitrogênio total foi determinado pelo método Kjeldahl. Foi utilizado o fator 5,30,

para convertê-lo em percentagem de proteína. Foram transferidos 200 mg de farinha de

bagaço de uva para o tubo de Kjeldahl, adicionando-se 5 mL de ácido sulfúrico e 1 g de

mistura catalítica. As misturas da solução digestora e a amostra foram submetidas ao bloco

digestor, até queima total, em 50ºC, com aumento gradativo até 400ºC. Em seguida, deixou-se

resfriar, fez-se adição de 10 mL de água e esfriou-se. Adicionou-se 18 mL de solução de

hidróxido de sódio, a 50%, e, posteriormente, fez-se a destilação. O destilado foi recolhido em

erlenmeyer, com 25 mL de ácido bórico, a 2% e uma gota de indicador misto de vermelho de

metila e verde de bromocresol. Procedeceu-se a titulação, com ácido clorídrico 0,1 N (AOAC,

2008).

4.2.4 Deternimação de Lipídios Totais

A extração foi realizada com uma mistura de solvente a frio, método de Bligh e Dyer

(1959) que utiliza uma mistura de 3 solventes: clorofórmio/metanol/água na proporção de

2:2:1,8v. A amostra foi misturada com metanol e clorofórmio que estão numa proporção que

forma uma fase só com a amostra. Após adicionou-se mais clorofórmio e água de maneira a

formar duas fases distintas, uma de clorofórmio, contendo lipídios, e outra de metanol e água,

contendo substâncias não lipídicas. A determinação quantitativa dos lipídios totais foi

realizada gravimetricamente, eliminando-se o clorofórmio (fração clorofórmio-lipídios) em

evaporador rotatório a vácuo, com banho a 30°C (BLIGH e DYER, 1959).

4.2.5 Determinação de Carboidratos

O teor de carboidratos foi obtido pela diferença entre 100 e a somatória dos níveis de

proteína, lipídios, umidade e cinzas (IAL, 2005).

Page 20: COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/1197/1/FB_COALM... · COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS DE

19

4.2.6 Valor calórico

O valor calórico foi obtido pela somatória dos teores de carboidratos e

proteínas, multiplicados por quatro, e de lipídeos, multiplicados por nove, de acordo com os

coeficientes de Atwater (TAGLE, 1981).

Valor calórico (Kcal/100) = (Proteína total x 4) + (Glicídeos x 4) + (Lipídeos x 9)

4.2.7 Transesterificação lipídica

A transesterificação dos lipídios totais foi realizada conforme método 5509 da ISO

(1978).

4.2.8 Determinação de ácidos graxos

Os ésteres de ácidos graxos foram analisados utilizando um cromatógrafo gasoso

modelo 431-GC da marca Varian, equipado com detector de massa modelo 210-MS da mesma

marca e coluna capilar de sílica fundida VF-5ms, coluna capilar (30m, 0,25mm, 0,25m). Foi

programada temperatura de coluna a 8oC/min de 100

oC a 250

oC. O fluxo de gás (He) foi de

1,0 mL.min-1

. A razão de divisão da amostra (split) foi de 1/50. Identificação de ácidos graxos

foi feita comparando os tempos de retenção relativo dos picos de (EMAG) de amostras com

padrões de ésteres metílicos de ácidos graxos (Sigma).

4.2.9 Análise estatística

Para análise estatística dos resultados foi utilizada a análise de variância (ANOVA) a

5% de probabilidade, pelo teste de Tukey, através do software Statística, versão 7.0

(STATSOFT INC, 2004).

Page 21: COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/1197/1/FB_COALM... · COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS DE

20

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados da caracterização físico-química da farinha de bagaço da uva cv.

‘Concord’ sob dois modos de cultivo são apresentados na tabela 1.

Tabela 1- Composição centesimal da farinha de bagaço de uva sob duas formas de cultivo: CC – Cultivo

Convencional e CO – Cultivo Orgânico. Parâmetros Farinha (CC)

(%± d.p)

Farinha (CO)

(%± d.p)

Umidade (%) 9,86±0,10a 8,99±0,06b

Cinzas (%) 1,90±0,03a 2,04±0,02b

Proteína (%) 6,54±0,08a 5,20±0,29b

Lipídios (%) 5,10±0,05a 3,62±0,04b

Carboidratos (%) 76,60±0,11a 80,15±0,32b

Valor calórico (Kcal) 378,45±0,40a 374,00±0,33b

Os resultados são médias de 3 replicatas com as respectivas estimativas do desvio padrão. Valores na mesma linha seguidos de letras iguais

não diferem entre si (p>0,05). [Analise de variância – ANOVA e teste de Tukey].

Ao analisar os resultados obtidos da variável umidade, observa-se um valor de 9,86%

para farinha obtida com o bagaço proveniente de uva cv. ‘Concord’ cultivada pelo sistema

convencional, diferindo (p>0,05) da farinha obtida com o bagaço proveniente da mesma uva,

produzida pelo sistema orgânico de cultivo que apresentou resultado de 8,99%. Os valores de

umidade obtidos neste estudo são superiores aos encontrados em farinha de semente e casca

de uva obtidos por Oliveira, Veloso e Teran-Ortiz (2009), que encontrou o valor de 7,50%.

Esta variação pode ser justificada devido à fatores como a forma de cultivo e processos

tecnológicos empregados na obtenção da farinha.

Segundo a legislação que regulamenta produtos de cereais, amidos, farinhas e farelos o

teor máximo de umidade permitido é 12% para farinhas obtida de frutos e sementes, portanto

as amostras analisadas neste estudo encontram-se de acordo com a legislação

(BRASIL,2005).

O teor de cinzas para a amostra de farinha de bagaço de uva proveniente do sistema

convencional de cultivo apresentou o valor de 1,90% diferindo ao nível de significância de

5% da farinha orgânica (2,04%). Esta diferença no percentual de mineral fixo pode ser

justificável devido a maior disponibilidade mineralógica do solo no cultivo orgânico, assim

como variações em virtude da natureza do solo, do clima e dos métodos culturais (irrigação,

emprego de adubação) (INSTITUTO BRASILEIRO DE VINHOS, 2010).

Ao avaliar a porcentagem de minerais em uvas da variedade ‘Rubi’ e ‘Niagara’ e

‘Brasil’, Souza, Lima e Vieites (2010), encontraram valores de 0,43% a 2,11% nas cascas e

0,39% a 1,10% nas polpas, valores similares aos encontrados nesse estudo, o que evidencia a

similaridade entre os teores de minerais em cultivares Vitis Labrusca.

Page 22: COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/1197/1/FB_COALM... · COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS DE

21

Os resultados de proteína mostraram que as amostras diferiram entre si (p<0,05),

sendo encontrado valor de 6,54% para farinha de bagaço da uva obtida pelo sistema

convencional e 5,20% para o sistema orgânico. Oliveira, Veloso e Teran-Ortiz (2009), ao

analisar farinha de casca e semente de uva ‘Niágara’ obtiveram valores similar a este (6,79%),

assim como Bampi et al. (2010) que encontrou valor de 5,73% em farinha de uva-do-japão.

O teor de lipídios apresentou valores de 5,10 e 3,62%, para farinha de sistema

convencional e orgânico, respectivamente. Ao nível de 5% de significância as amostras

diferiram entre si. Os valores encontrados foram superiores aos obtidos por Bampi et al.,

(2010) na farinha de uva-do-japão (1,82%), enquanto encontraram-se inferiores ao obtido por

Oliveira, Veloso e Teran-Ortiz (2009), 5,35%, em farinha de casca e semente de uva

‘Niágara’.

Para carboidratos os valores obtidos diferiram entre si (p<0,05). Para farinha do

bagaço da uva obtida em sistema convencional foi encontrado valor 76,60%, enquanto para

farinha de sistema orgânico foi de 80,14%. Esta diferença possivelmente ocorreu devido ao

superior metabolismo celular vegetal durante o desenvolvimento da cultivar submetida ao

sistema orgânico, sendo a composição química da uva definida pelo estágio de maturação,

potencial genético, clima e manejo, estando vinculadas às condições de composição aos

fatores envolvidos durante o desenvolvimento (MOTA et al., 2009).

Em trabalho similar, ao caracterizar farinha do bagaço de uva ‘Isabel’, Vieira, Paz e

Giovanni (2007), obtiveram valor inferior (67,16%) ao encontrado neste estudo.

Os resultados obtidos para valor calórico são de 378,45 Kcal para farinha de bagaço de

uva de cultivo convencional e 374,00 Kcal para a farinha de bagaço de uva cultivada no

sistema orgânico, diferindo significativamente entre si (p<0,05). Bampi et al. (2010) e Vieira,

Paz e Giovanni (2007), encontraram valores de 216,09 Kcal e 444 Kcal, respectivamente para

as farinhas obtidas do bagaço de uvas de mesa.

A composição percentual de ácidos graxos, somatório e razões, em amostras de farinha

do bagaço da uva cv. ‘Concord’ obtidas sob dois sistemas de produção, estão apresentados na

Tabela 2.

Page 23: COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/1197/1/FB_COALM... · COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS DE

22

Tabela 2. Composição, somatório e razões de ácidos graxos de amostras de farinha de uva cv. ‘Concord’ sob

dois sistemas de produção: convencional e orgânico. Ácidos Graxos Farinha (CC) Farinha (CO)

12:0 5,66 ± 0.01a 3,13 ± 0,01b

14:0 3,14 ± 0,01a 2,16 ± 0,01b

15:0 0,94 ± 0,01a 3,41 ± 0,02b

16:0 6,11 ± 0,02a 0,76 ± 0,01b

16:1n-5 1,29 ± 0,02a 1,28 ± 0,02b

17:0 7,11 ± 0,02a 8,06 ± 0,02b

17:1n-9 6,76 ± 0,01a 5,63 ± 0,01b

18:1n-9 4,04 ± 0,01a 5,01 ± 0,01b

18:1n-7 10,61 ± 0,01a 14,43 ± 0,01b

18:2n-6 25,77 ± 0,01a 27,70 ± 0,02b

18:3n-6 1,00 ± 0,02a 2,71 ± 0,01b

18:3n-3 3,23 ± 0,02a 3,68 ± 0,01b

20:1n-9 10,15 ± 0,02a 11,02 ± 0,02b

20:1n-7 14,19 ± 0,02a 11,02 ± 0,02b

Somatórios

AGS 22,96 ± 0,01a 17,52 ± 0,01b

AGMI 47,04 ± 0,01a 34,09 ± 0,01b

AGPI 30,00 ± 0,01a 48,39 ± 0,01b

n-6 26,77 ± 0,01a 30,41 ± 0,01b

n-3 3,23 ± 0,01a 3,68 ± 0,01b

Razões

AGPI/AGS 1,31 ± 0,01a 2,76 ± 0,01b

n-6/n-3 8,29 ± 0,01a 8,26 ± 0,01a

Os resultados são médias de duas repetições expressas em porcentagem de área relativa com as respectivas estimativas do desvio padrão.

Valores na mesma linha seguidos de letras iguais não diferem entre si (p>0,05). [Analise de variância – ANOVA e teste de Tukey]. Abreviaturas: CC: Cultivo Convencional; CO: Cultivo orgânico; AGS: ácidos graxos saturados; AGMI: ácidos graxos monoinsaturados;

AGPI: ácidos graxos polinsaturados (insaturação igual ≥2); n-6: ácidos graxos ômega-6; n-3: ácidos graxos ômega-3; AGPI/AGS: razões

entre ácidos graxos polinsaturados/saturados; n-6/n-3: razões entre ácidos graxos ômega-6/ômega-3.

De um total de 14 ácidos graxos encontrados nas amostras de farinha do bagaço de

uva cv. ‘Concord’, provenientes de sistema convencional e orgânico de cultivo, cinco (5) são

saturados, seis (6) são monoinsaturados e quatro (4) são poliinsaturados.

Os ácidos graxos predominantes encontrados para farinha do bagaço de uva cv.

‘Concord’ proveniente de sistema convencional de cultivo na fração lipídica foram os ácidos:

linoléico (18:2n-6) com 25,77%; paullínico (20:1n-7) 14,19%; cis-vaccênico (18:1n-7)

10,61%; gondóico (20:1n-9) 10,15% e o margárico (17:0) 7,11%.

Estes ácidos graxos foram também na sua maioria predominantes no bagaço de uva cv.

‘Concord’ proveniente de sistema orgânico de cultivo, apresentando percentuais médios de

27,70% para ácido linoléico (18:2n-6); 14,43% para ácido cis-vaccênio (18:1n-7); 11,02%

para os ácidos paullínico e gondóico e 8,06% para o ácido margárico.

Em estudo realizado por Cao e Ito (2003) foram encontrados valores de ácido linoléico

no óleo de semente de uva entre 48 e 57,2%. Göktürk Baydar e Akkurt (2001) estudando 18

diferentes variedades de uva encontraram teores de ácido linoléico no óleo da semente entre

60,1 e 70,1 %. Ohnishi et al., (1990) obtiveram 69,2 a 80,5 % de ácido linoléico em sementes

de cinco diferentes variedades de uva. Os valores encontrados pelos autores citados

encontram-se diferentes dos encontrados neste estudo, isto pode ser explicado primeiramente

Page 24: COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/1197/1/FB_COALM... · COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS DE

23

pelo fato de que neste estudo, foram utilizados para análise farinhas obtidas do bagaço da uva,

ou seja, além da semente a amostra continha a casca da uva. Outro fator que pode estar

envolvido na diferença destes percentuais trata-se da tecnologia utilizada para a produção da

farinha analisada, podendo ainda ter interferência de fatores como as práticas de cultivo, a

sazonalidade, maturidade do cultivar e fatores climáticos (EMBRAPA, 2010)

A composição de ácidos graxos do bagaço de uva é similar a de óleos como, girassol,

soja, milho e semente de algodão. Os dados obtidos são inferiores aos encontrados por

Göktürk Baydar, Özkan e Çetin (2007) que avaliaram as variedades ‘Merlot’ e ‘Cabernet

Sauvignon’, obtendo resultados de 47,63 a 60,02% para o ácido linoléico.

Em humanos, os ácidos linoléico (LA, 18:2n-6) e alfa-linolênico (LNA, 18:3n-3) são

necessários para manter sob condições normais, as membranas celulares, as funções cerebrais

e a transmissão de impulsos nervosos. Esses ácidos graxos também participam da

transferência do oxigênio atmosférico para o plasma sanguíneo, da síntese da hemoglobina e

da divisão celular, sendo denominados essenciais (APARÍCIO et al., 1999).

Os ácidos graxos saturados (AGS) apresentaram valores percentuais de 22,95% para

amostras de farinha de bagaço de uva provenientes do sistema convencional de cultivo e

17,52% para amostras oriundas de farinha de bagaço de uva do sistema orgânico de cultivo,

diferindo entre si (p<0,05).

Nos somatórios de AGMI e AGPI foram encontrados valores percentuais de 47,04% e

30,00%, respectivamente, para as amostras de farinha de bagaço de uva provenientes do

sistema convencional de cultivo, diferindo de forma significativa (p<0,05) para as amostras

originadas de sistema orgânico que apresentaram valores de 34,09% e 48,39%,

respectivamente, para os mesmos somatórios.

Os ácidos graxos poliinsaturados (LNA e LA) estão presentes tanto em espécies

vegetais como animais e são empregados na alimentação humana, possuindo grande

importância em termos nutricionais, por serem precursores dos demais ácidos graxos da série

n-3 e n-6 (SIMOPOULUS, 2002).

Nas hortaliças, o LNA é encontrado em maior abundância em espécies com folhas de

coloração verde-escura, por ser um importante componente da fração dos lipídios polares

contidos nos cloroplastos. Também ocorre em alguns cereais e leguminosas, sendo a sua

concentração muito dependente da espécie e de fatores sazonais (SIMOPOULUS, 2004).

O valor da razão de AGPI/AGS da farinha do bagaço da uva cv. ‘Concord’ cultivada

de forma convencional apresentou diferença (p<0,05) para farinha obtida do bagaço da

Page 25: COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/1197/1/FB_COALM... · COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS DE

24

mesma uva cultivada sob o sistema orgânico de cultivo, com percentuais respectivos de 1,31 e

2,76%.

Em virtude da propensa indução do aumento de colesterol sanguíneo, alimentos os

quais configuram a razão de ácidos graxos poliinsaturados e saturados (AGPI/AGS) abaixo de

0,45 situam-se como indesejáveis à dieta Department of Health and Social Security (1984),

estando as farinhas obtida do bagaço da uva cv. ‘Concord’ tanto na forma de cultivo

convencional como orgânica superior ao valor mínimo sugerido (0,45%) por Enser et al.

(1998) baseado em informações do departamento de saúde da Inglaterra.

Na razão n-6/n-3 apresentaram valores na ordem de 8,28% para farinha do bagaço de

uva cultivada de forma convencional, não diferindo (p>0,05) da farinha do bagaço de uva

cultivada de forma orgânica com percentual de 8,26%.

As razões de 5:1 a 10:1 tem sido recomendada pela Organização Mundial da Saúde e

pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, 2004), por

possibilitar uma maior conversão do ácido alfa linolênico (LNA) em ácido cervônico (DHA).

Por outro lado, dietas baseadas em razões n-6/n-3 inferiores a 1:1 não são recomendadas, por

inibirem a transformação do ácido linoléico em ácidos graxos poliinsaturados de cadeia muito

longa (AGPI-CML) (MARTIN et al., 2006).

Page 26: COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/1197/1/FB_COALM... · COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS DE

25

6 CONCLUSÃO

A partir dos resultados obtidos nas análises físico-químicas e cromatográfica fica

evidente a diferença existente entre a farinha proveniente do bagaço da uva cv. ‘Concord’

cultivada pelo sistema convencional de cultivo, frente à farinha proveniente do sistema

orgânico de cultivo para todos os parâmetros, evidenciando a importância dos ácidos

poliinsaturados encontrados no presente estudo para a saúde humana.

O sistema convencional de cultivo apresentou maior quantidade de umidade, proteína,

lipídios, valor calórico e de ácidos graxos saturados e monoinsaturados, porém o sistema de

cultivo orgânico apresentou maior quantidade cinzas, carboidratos e de ácidos graxos

poliinsaturados, em especial a quantidade de ômega-3 através do LNA e ômega-6 através do

LA, os quais são de extrema importância para a nutrição humana por serem considerados

essenciais e precursores de outros ácidos graxos n-3 e n-6 de fundamental importância para a

saúde. Estes resultados mostram que ambas as farinhas obtidas do bagaço de uva, um

subproduto da indústria de vinificação, podem ser recomendadas para utilização em produtos

farináceos podendo contribuir para melhoria nutricional dos produtos, no entanto, a farinha de

uva obtida pelo cultivo orgânico por apresentar valores maiores de LNA e LA pode ser

considerada uma excelente fonte de ácidos graxos essenciais.

Page 27: COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/1197/1/FB_COALM... · COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS DE

26

REFERÊNCIAS

APARÍCIO, R. et al. Effect of various compounds on virgin olive oil stability measured by

Rancimat. Journal of Agricultural and Food Chemistry, Washington, v. 47, p. 4150-4155,

1999.

ARAÚJO, J. Como fazer farinha de uva. 2010, disponível em:

<http://blog.jarioaraujo.com/2010/nutricao/143/como-fazer-farinha-de-uva/>. Acesso em: 17

abril 2012.

ARVANITOYANNIS, Loannis S.; LADAS, Demetrios.; MAVROMATIS, Athanasios.

Potential uses and applications of treated wine waste: a review. International Journal of

Food Science & Technology, v. 41, n. 5, p. 475–487, mai. 2006.

ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official methods of analysis.

18th ed. Gaitherburg, 2008.

BANDONI, A. L. Os recursos vegetais aromaticos no Brasil: seu aproveitamento industrial

para a producao de aromas e sabores. Vitoria: EDUFES, 2008.

BAMPI, M.; BICUDO, M. O. P.; FONTOURA, P. S. G.; RIBANI, R. H. Composição

centesimal do fruto, extrato concentrado e da farinha da uva-do-japão. Ciência Rural,

v.40, n.11, 2010

BLIGH, E.G.; DYER. W.J. A rapid method of total lipid estraction and purification. Canadian

Journal of Biochemistry. , v. 37, p. 911-17, 1959.

BRASIL, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução nº 263 de 22 de setembro de

2005. Regulamento Técnico para produtos de cereais, amidos, farinhas e farelos. Diário

Oficial da União, Brasília, 23 de setembro de 2005.

BASILI, Daniel. Óleo de semente de uva. In: Alimentos e tecnologia. Rio de Janeiro n.2

(1986), p.19

CAMARGO, Umberto A.; MAIA, João D. G. BRS Cora: Nova cultivar de uva para suco,

adaptada a climas tropicais. Comunicado Técnico, Bento Gonçalves, n. 53, 2004. Disponível

em: <http://hortibrasil.org.br/jnw/images/stories/Uva/u.118.pdf>. Acesso em 18 abr. 2012.

CAMPOS, L. Obtenção de extratos de bagaço de uva Cabernet Sauvingnon (Vitis vinifera):

Page 28: COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/1197/1/FB_COALM... · COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS DE

27

parâmetros de processo e modelagem matemática. 2005. Tese (Mestrado em Engenharia de

Alimentos) - Departamento de Engenharia de Alimentos, Universidade Federal de Santa

Catarina, Florianópolis.

CAO X; ITO, Y. Supercritical fluid extraction of grape seed oil and subsequent separation of

free fatty acids by high-speed counter-current chromatography. Journal of Chromatogr A, v.

1021, n. 1-2, p. 117-124, dez, 2003.

CARVALHO, Patrícia G. B. et al. Hortaliças como alimentos funcionais. Horticultura

Brasileira, Brasília, v. 24, n.4, p. 397-404, out/dez, 2006.

CHAVARRIA, Geraldo et al. Incidência de doenças e necessidade de controle em cultivo

protegido de videira. Revista Brasileira de Fruticultura, v. 29, n. 3, p. 477-482, 2007.

DANI, Caroline et. al. Antioxidant and Antigenotoxic Activies of purple Grape Juice Organic

and Conventional in Adult Rats. Journal of Medicinal Food. v.12, n.5, p.1111-1118,

out.2009.

DANI Caroline et. al. Phenolic content and antioxidant activies of white and purple juices

manufactured with organically-or conventionally-produced grapes. Foods and Chemical

Toxicology, v.45, n.12, p.2574-2580, 28 jun.2007.

DEPARTMENT OS HEALTH AND SOCIAL SECURITY. Diet and cardiovascular disease.

Report on Health and Social Subjects, n.28. London:HMSO, 1984

ESCOLA R.; LAFORGA G. Mercado de produtos orgânicos: Abordagem da produção

orgânica no município de Itápolis. Disponível em

<http://www.sober.org.br/palestra/6/127.pdf> Acesso em 17 abr. 2012.

ENSER, M.; HALLET, K. G., FURSEY, G.A.J.; WOOD, J.D.; HARRINGTON, G. Fatty acid

content and composition of UK beef and lamb muscle in relation to production system and

implications for human nutrition. Meat Science. v.49, n.3, p.329-341, 1998.

FAO. (2004) - FIGIS. Fisheries Statistics. Fisheries global information system. Disponível em

<http://www.fao.org/figis/servlet/static/dom=root&xml=tseries/index.xml. Acesso em:

15/03/2013.

FREIRE, L.M.M.; FREIRE, J.M.;CALDART, V.Z. Transformação na estrutura produtiva dos

viticultores da Serra Gaúcha, Embrapa – CNPUV, 1992. 44p. (Documento, 7)

Page 29: COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/1197/1/FB_COALM... · COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS DE

28

FREITAS, Lisiane dos Santos. Desenvolvimento de procedimentos de extração do óleo de

semente de uva e caracterização química dos compostos extraídos. 2007. 205 f. Tese

(Doutorado em Química). Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2007.

GIOVANNINI, E. Uva agroecológica. Porto Alegre: Renascença, 2001. 136p

GÓMEZ-PLAZA, E.; MIÑANO, A.; LÓPEZ-ROCA, J.M. Comparison of chromatic

properties, stability and antioxidant capacity of anthocyanin-based aqueous extracts from

grape pomace obtained from different vinification methods. Food Chemistry, v. 97, p. 87-94,

2006.

GÖKTÜRK BAYDAR, N.; AKKURT, M. Oil content and oil quality properties of some

grape seeds. Turkish Journal of Agriculture and Forestry, Ankara, v. 25, p. 163-168, 2001.

GÖKTÜRK BAYDAR, N.; ÖZKAN, G.; ÇETIN, E. S. Characterization of grape seed and

pomace oil extracts. Grasas y Aceites, Sevilla, v. 58, n. 1, p. 29-33, 2007.

GRIGOLETTI JUNIOR, A.; SÔNEGO, O. R. Principais doenças fúngicas da videira no

Brasil. EMBRAPA-CNPUV. Circular Técnica, v. 17, 1993.

FiBL and IFOAM. 2009. The World of Organic Agriculture. Statistics and Emerging

Trends 2009. FiBL (Frick, Switzerland) and IFOAM (Bonn).

INSTITUTO ADOLPHO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolpho Lutz:

Métodos Químicos para Análise de Alimentos. 4.ed. São Paulo: Instituto Adolpho Lutz,

2005.

INSTITUTO BRASILEIRO DE VINHOS/ IBRAVIN. A vitivinicultura Brasileira, 2010.

Disponível em <http://www.ibravin.org.br/brasilvitivinicola.php>. Acesso em 20 abr. 2012.

INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION- ISO. Animal and

vegetable fats and oils – Preparation of methyl esters of fatty acids. Geneve: ISO. Method ISO

5509. p.1-6. 1978.

LAPOLLI, Jayme N. et al. A competitividade da vitivinicultura brasileira: análise setorial

e programa de ação com destaque para o Rio Grande do Sul. Banco do Estado do Rio

Grande do Sul, 1995.

Page 30: COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/1197/1/FB_COALM... · COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS DE

29

LAUFENBERG, G; KUNZ B; NYSTROEM, M. Transformation of vegetable waste into

value added products: (A) the upgrading concept; (B) practical implementations. Bioresource

Tecnologia, v. 87, p. 167-198, abr., 2003.

MARASCHIN, Renata dos Passos et. al. BIOMASSA RESIDUAL PROVENIENTE DA

INDUSTRIA VITI-VINÍCOLA: Perspectivas de aproveitamento. Biotecnologia Ciência &

Desenvolvimento, Florianópolis, v. 29, n. 05, p. 142 - 145, nov-dez. 2002;

MARS, M. D. Agroecological innovation, increasing food production with participatory

development. London: Norman Uphoff, 2003. 306p.

MARTIN, C. A. et al. Ácidos Graxos poliinsaturados ômega-3 e ômega-6: importância e ocorrência

em alimentos. Revista de Nutrição, Campinas, v.19, p.761-770, 2006.

MENDES, C. S. Flutuação de inóculo no ar, desenvolvimento e validação de um sistema

de previsão do míldio da videira. 2002. 123f. Dissertação (Mestrado em Fitopatologia) -

Universidade de Passo Fundo, Passo Fundo, RS.

MOTA, Renata V. et al. Produtividade e composição físico-química de bagas de cultivares de

uva em distintos porta-enxertos. Pesquisa Agropecuária brasileira, Brasília, v. 44, n.6,

p.576-582, 2009.

MULLINS, M.G.; BOUQUET, A.; WILLIAMS, L.E. Biology of the Grapevine.

Cambridge: Cambridge University Press, 1992. 239p.

NEGRO C.; TOMMASI L.; MICELI A. Phenolic compounds and antioxidant activity from

red grape marc extracts. Bioresource Technology, v. 87, n. 1, p. 41-44, mar. 2003.

ORAK, H. H. Total antioxidant activities, phenolics, anthocyanins, polyphenoloxidase

activities of selected red grape cultivars and their correlations. Scientia Horticulturae, v. 111,

p. 235-241, 2007.

OLIVEIRA, L. T.; VELOSO, J. C. R.; TERANORTIZ, G. P. Caracterização físico-quimica

da farinha de semente e casca de uva. II Semana de Ciência e Tecnologia do IFMG campus

Bambuí e II Jornada Científica. 2009.

OHNISHI M, HIROSE S, KAWAGUCHI M, ITO S, FUJINO Y. 1990.Chemical composition

of lipids, especiallytriaglycerol, in grape seeds.Agric. Biol. Chem. 54(4), 1035-1042.

Page 31: COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/1197/1/FB_COALM... · COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS DE

30

PEIXOTO, Carla. Enologia e outras bebidas, 46 p, 2000. Disponível Em:

<http://opac.iefp.pt:8080/images/winlibimg.exe?key=&doc=69677&img=705>. Acesso em:

15 de abril de 2012.

PROTAS, J. F.; CAMARGO, U. A. Vitivinicultura brasileira: panorama setorial de

2010. IBRAVIN: Embrapa Uva e Vinho. Brasília–DF, p. 110, 2011.

RIZZON, Luiz A.; MENEGUZZO, Júlio. Suco de uva. Brasília: DF. Embrapa Informação

Tecnológica, 2007. Disponível em:

<http://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/58597/1/RIZZON-SucodeUva-

2007.pdf>. Acesso em 18 abr. 2012.

ROESLER, Roberta. et al. Atividade antioxidante de frutas do cerrado. Revista Ciência e

Tecnologia de Alimentos, Campinas, v. 27, n. 1, p. 53-60, jan/mar, 2007.

ROMBALDI, C. V. et al. Produtividade e qualidade de uva, cv. Bordô (ives), sob dois

sistemas de cultivo. Current Agricultural Science and Technology, v.10, n.4, 2004.

SHRIKHANDE, A. J. Wine by-products with health benefits. Food Research International,

v. 33, p. 469 - 474, 2000.

SILVA, L. M. Aproveitamento de Subprodutos da Vinificação. IN: Seminário do

Curso de Mestrado em Controle da Qualidade, Universidade do Porto, Porto, 2001.

SILVA, Sandra et al . Identificação de glicósidos deflavonóis em subprodutos da vinificação

por HPLC com diferentes detectores e hifenado comespectrometria de massa. Ciência Téc. Vitiv.,

v. 20, n. 1, p. 17-33, 2005.

SIMOPOULOS A. P. Omega-6/Omega-3 essential fatty acid ratio and chronic diseases. Food

Rev Inter. v.20, n.1, p.77-90, 2004.

SIMOPOULOS A. P. Omega-3 fatty acids in wild plants, nuts and seeds. Asia Pacific J Clin

Nutr. v.11, n.6, p.163-73, 2002.

DE SOUZA, Angela Vacaro; LIMA, Giuseppina Pace Pereira; VIEITES, Rogério Lopes.

Avaliação nutricional de diferentes variedades de uva (Vitis sp). Naturalia, v. 33, 2011.

STRINGHETA. Alimentos Orgânicos: produção, tecnologia e certificação. Viçosa: UFV,

2003.

Page 32: COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/1197/1/FB_COALM... · COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS DE

31

STATSOFT INC. Statistica data analysis system version 7.0. Tulsa: Statsoft Inc., 2004.

TAGLE, M.A. Nutrição. São Paulo. Editora Artes Médicas. 1981. 233p.

TURATTI, J. M. Óleos vegetais como fonte de alimentos funcionais. Óleos & Grãos, v.56, p.

20-27, 2002.

VIAN, MA et. al. Comparison of the anthocyanin composition during ripening of Syrah

grapes grown using organic or conventional agricultural practices. Journal of Agricultural

and Food Chemistry, v.54 n.15, p.5230-5235, 26 jul. 2006.

VIEIRA, Evilazio; PAZ, M. F.; GIOVANNI, Rodrigo Nogueira. Cultivo de pleurotus sajor-

caju em bagaço de uva pela técnica junção. IN: SIMPÓSIO NACIONAL DE

BIOPROCESSOS, v. 16, 2007.

ZARTH Nelson A. et al. Perfil sócio-econômico da vitivinicultura na região sudoeste do

Paraná. Synergismus scyentifica UTFPR, v. 06, n.1, 2011. Disponível em <

http://revistas.utfpr.edu.br/pb/index.php/SysScy/article/viewArticle/1248>. Acesso em 21 abr.

2012.

ZANUZ, Mauro C. Efeito da maturação sobre a composição do mosto e qualidade do suco de

uva. 1991. 177 f. Dissertação (Mestrado em Fitotecnia) – Faculdade de Agronômia,

Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 1991.

WINTER, Carl K.; DAVIS, Sarah F. Organic Foods. Journal of Food Science, Chicago, p.

R117-124. 2006. Disponível em ‹www.ift.org›. Acesso em: 20 mar. 2012.