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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS FÍSICAS E MATEMÁTICAS DEPARTAMENTO DE QUÍMICA GRUPO DE ESTUDOS EM MATERIAIS POLIMÉRICOS - POLIMAT COMPÓSITOS DE PVC/NANOTUBOS DE CARBONO: INFLUÊNCIA DO ESTABILIZANTE NAS PROPRIEDADES TÉRMICAS E ELÉTRICAS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO SUBMETIDO Á UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE BACHAREL EM QUÍMICA ACADÊMICA: Larissa Moreira Ferreira ORIENTADOR: Prof. Dr. Alfredo Tibúrcio Nunes Pires Florianópolis, novembro 2009.

COMPÓSITOS DE PVC/NANOTUBOS DE CARBONO: INFLUÊNCIA …

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO DE CIÊNCIAS FÍSICAS E MATEMÁTICAS DEPARTAMENTO DE QUÍMICA

GRUPO DE ESTUDOS EM MATERIAIS POLIMÉRICOS - POLIMAT

COMPÓSITOS DE PVC/NANOTUBOS DE CARBONO: INFLUÊNCIA DO ESTABILIZANTE

NAS PROPRIEDADES TÉRMICAS E ELÉTRICAS

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO SUBMETIDO Á UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE BACHAREL EM QUÍMICA

ACADÊMICA: Larissa Moreira Ferreira ORIENTADOR: Prof. Dr. Alfredo Tibúrcio Nunes Pires

Florianópolis, novembro 2009.

2

COMPÓSITOS DE PVC/NANOTUBOS DE CARBONO: INFLUÊNCIA DO

ESTABILIZANTE NAS PROPRIEDADES TÉRMICAS E ELÉTRICAS

Trabalho de conclusão de curso de Bacharelado em

Química, executado durante o semestre de 2009.2, no

Grupo de Estudos em Materiais Poliméricos da

Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC.

Apresentando à disciplina QMC5512 – Estágio II, como

requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em

Química.

Coordenadora de Estágio: Profª. Dra. Inês M. C. Brighente

Orientador do Estágio: Prof. Dr. Alfredo Tiburcio Nunes Pires

Florianópolis / SC Semestre 2009.2

3

AGRADECIMENTOS

Ao Professor Alfredo Tibúrcio Nunes Pires, por toda dedicação, paciência, conhecimentos transmitidos ao longo desse tempo.

Ao colega Rogério Araújo pelos ensinamentos e pelo suporte oferecidos ao

longo do trabalho. Aos Professores que contribuíram para a minha formação.

À minha família, por todo o apoio que me foi dado ao longo de minha vida.

Aos amigos do POLIMAT. Aos amigos e todos que de alguma forma contribuíram para minha

formação. A UFSC, pela infraestrutura. Ao CNPq e CAPES, pelo apoio financeiro.

ii

SUMÁRIO

ÍNDICE DE FIGURAS....................................................................................................... iii

ÍNDICE DE TABELAS......................................................................................................iv

SIGLAS E ABREVIATURAS..............................................................................................v

RESUMO ...........................................................................................................................vi

1.INTRODUÇÃO................................................................................................................ 1

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ......................................................................................... 2

2.1 PVC .......................................................................................................................... 2

2.2 Nanotubos de Carbono.......................................................................................... 3

2.3 Estabilizantes térmicos.......................................................................................... 5

3. OBJETIVOS .................................................................................................................. 7

4. MATERIAIS E MÉTODOS............................................................................................. 8

4.1 Materiais.................................................................................................................. 8

4.2 Métodos................................................................................................................... 8

4.2.1 Preparação dos filmes sem estabilizante térmico...............................................8 4.2.2 Preparação dos filmes com estabilizante térmico...............................................8

4.3 Métodos de Caracterização ................................................................................... 9

4.3.1 Condutividade elétrica ........................................................................................9 4.3.2 Análise Termogravimétrica .................................................................................9 4.2.3. Espectroscopia na região do infravermelho.......................................................9

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................................... 10

5.1 Aspecto geral dos filmes ..................................................................................... 10

5.2 Condutividade elétrica ......................................................................................... 11

5.3 Análise Térmica.................................................................................................... 13

6. CONCLUSÃO.............................................................................................................. 17

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................ 18

iii

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1. Esquema da reação de polimerização do cloreto de vinila, onde n denota

repetições da unidade indicada...........................................................................................2

Figura 2. Representação da molécula de PVC...................................................................3

Figura 3. Estruturas de nanotubos de carbono.................................................................. 3

Figura 4. Representação esquemática de estrutura de nanotubo de carbono funcionalizado com o grupo carboxila..................................................................................4 Figura 5. Esquema da reação de degradação do PVC por ação de calor e

radiação...............................................................................................................................5

Figura 6. Representação das estruturas de estabilizantes térmicos

do tipo organoestanho.........................................................................................................6

Figura 7. Fotos dos filmes dos compósitos a diferentes composições dos constituintes

conforme indicado..............................................................................................................10

Figura 8. Análise Termogravimétrica de PVC e PVC mantido em estufa a 100ºC por 8 h

...........................................................................................................................................14

Figura 9. Exemplos de cloros lábeis em cadeia polimérica..............................................15

Figura 10. Espectros de infravermelho de filmes de PVC Puro, de PVC em estufa a

100ºc por 8h e PVC com Barostab na proporção de 2% deixado em estufa a 100ºc por

8h.......................................................................................................................................16

iv

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1. Lista de compostos utilizados e suas respectivas procedências........................8

Tabela 2. Resistividade dos filmes de PVC com nanotubos de carbono (MWCN-nf).......11

Tabela 3. Resistividade dos filmes de PVC com o estabilizante térmico e nanotubos de

carbono (MWCN-nf)...........................................................................................................12

Tabela 4. Resistividade dos filmes de PVC com nanotubos de carbono (MWCN-

COOH)...............................................................................................................................13

Tabela 5. Resistividade dos filmes de PVC e estabilizante térmico com nanotubos de

carbono (MWCN-COOH)...................................................................................................13

Tabela 6. Razão entre as alturas das bandas de absorção no espectro de

infravermelho.....................................................................................................................16

v

SIGLAS E ABREVIATURAS

MWCNT Multi Walled Carbon Nanotubes – Nanotubos de carbono de parede

0 múltipla

MWCNT-COOH Nanotubos de Carbono de Parede Múltipla funcionalizados com

grupoasdasda sd o grupo carboxila

MWCNT-nf Nanotubos de Carbono de Parede Múltipla não-funcionalizados

PVC Poly(vinyl chloride) - Poli(cloreto de vinila)

SWCNT Single Walled Carbon Nanotubes – Nanotubos de carbono de parede

0 simples

TGA Thermogravimetrical Analysis – Análise termogravimétrica

THF Tetraidrofurano

vi

RESUMO

O advento da nanotecnologia abre um novo horizonte de possibilidades na área da

ciência dos materiais. Os nanotubos de carbono são estrelas deste novo ramo da ciência

por suas propriedades únicas, tais como alta resistência mecânica e condutividade

elétrica, cujas características tornam este material um interessantíssimo objeto de

estudo.

O presente trabalho visa estudar as propriedades elétricas e térmicas de matriz de

poli(cloreto de vinila) com dispersão de nanotubos de carbono. Para preparação dos

compósitos, os nanotubos de carbono foram inicialmente dispersos em THF e em

seguida adicionados a uma solução PVC no mesmo solvente, sendo mantido sob

agitação e em banho de ultrassom. Diferentes composições nanotubos/polímeros foram

utilizadas. O mesmo procedimento foi realizado para a obtenção do sistema

nanotubos/polímero/estabilizante. Foram avaliadas a estabilidade térmica e

condutividade elétrica dos corpos de provas em diferentes composições componentes.

A estabilidade térmica do sistema quando em presença de estabilizante foi

avaliada por espectroscopia de infravermelho e a influência na condutividade elétrica dos

corpos de prova estudados mostrou um aumentando da condutividade dos compósitos

em relação ao PVC puro.

1

1.INTRODUÇÃO

Em 1872, E. Baumann conseguiu pela primeira vez obter o polímero poli(cloreto

de vinila), não imaginando o tamanho do avanço tecnológico que este fato

representaria. Somente em 1912, iniciou a produção comercial deste composto e

desde então seus usos e seu mercado vêm crescendo cada vez mais. Sua aplicação é

imensa, sendo usado desde embalagens alimentícias até construção civil.1

A ciência de polímeros vem se desenvolvendo cada vez mais, e de forma vasta

conquista novos espaços e inova em tecnologia. É possível modificar as propriedades

de um polímero de inúmeras maneiras: incorporando aditivos, fazendo misturas de

polímeros – blendas poliméricas, como também adicionando constituintes de baixa

massa molar que não reagem com o polímero, mas que alteram suas propriedades –

os compósitos.

Há muito se faz blendas e compósitos utilizando os mais variados polímeros.

Contudo, com o advento da nanotecnologia, grande interesse tem sido direcionado

para os nanocompósitos. Os nanocompósitos nada mais são do que compósitos

obtidos a partir da dispersão de partículas de dimensões nano em matriz polimérica. No

presente trabalho, as nanopartículas são os nanotubos de carbono e a matriz

polimérica o PVC.

Além da adição dos nanotubos de carbono também será adicionado estabilizante

térmico para aumentar a resistência térmica do nanocompósito. O objetivo do trabalho

é obter nanocompósitos, avaliar e comparar as propriedades elétricas dos corpos de

prova a diferentes composições dos componentes na presença e ausência de

estabilizante térmico.

2

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1 PVC

Polímeros são materiais de origem natural ou sintética, de natureza orgânica ou

inorgânica, constituídos por muitas macromoléculas, sendo que cada uma dessas

macromoléculas possui uma estrutura interna em que há a repetição de pequenas

unidades. Assim, a palavra polímero vem do grego, onde poli significa muitos e meros,

partes.

A palavra plástico também é derivado do grego, cujo significado é “moldável”. São

divididos em duas categorias: termoplásticos (materiais que podem ser repetidamente

amolecidos e resfriados pela variação da temperatura) e termofixos ou termorrígidos

(materiais que não podem ser reamolecidos por aquecimento).

O poli(cloreto de vinila), denotado por PVC, é obtido a partir da polimerização do

cloreto de vinila, conforme representado na Figura 1, onde o subíndice n representa o

grau de repetição da unidade entre parênteses.

Figura 1: Esquema da reação de polimerização do cloreto de vinila, onde n

denota repetições da unidade indicada.

O PVC, representado na Figura 2, é um homopolímero, ou seja, é constituído de

apenas um tipo de unidade monomérica. Tem massa molar que varia entre 20.000 e

150.000 g/mol. Por ser um polímero bastante resistente a água e a solventes comuns,

tem aplicações na fabricação de canos, tubos, mangueiras, revestimento de cabos

elétricos e outras aplicações na área de construção civil, bem como em embalagens.

Contudo, é solúvel em solventes orgânicos, como tolueno e tetraidrofurano.

Assim como outros polímeros, a condutividade elétrica do PVC é ínfima. As

ligações entre seus átomos são covalentes e as cadeias poliméricas interagem por

forças de van der Waals e/ou dipolo induzido. Isto resulta em grandes distâncias

intermoleculares e grande dificuldade de transferir cargas. Por isso, os polímeros são

usualmente isolantes elétricos.2

3

Normalmente o PVC necessita de aditivos para ser processado devido à sua

baixa estabilidade térmica. Por outro lado, o PVC tem a capacidade de incorporar

grandes quantidades de aditivos sólidos e líquidos, possibilitando a sua aplicação na

forma de compostos rígidos e flexíveis. Tal capacidade também o habilita para o uso

como matriz em nanocompósitos.3

2.2 Nanotubos de Carbono

Logo após a descoberta do fulereno, em 1985, os nanotubos de carbono foram

obtidos e desde então uma grande variedade de estudos têm sido feitos a respeito

destas estruturas4. O grande interesse nos nanotubos de carbono deve-se

principalmente às suas propriedades elétricas e

mecânicas.

A descoberta dos nanotubos de carbono ocorreu

em 1991 pelo Dr. Sumio Ijima, que os encontrou nos

eletrodos que usava para preparar fulerenos5. Hoje, um

dos métodos de fabricação mais utilizados é o CDV

(Método de decomposição catalítica de vapor de

hidrocarboneto) por permitir a produção em larga escala.

Este método consiste, de maneira simplificada, pela

queima do acetileno a 700ºC em uma superfície de sílica

mesoporosa6. Este processo resulta na deposição dos

nanotubos de carbono sobre esta superfície.

Há, basicamente, dois tipos de nanotubos de

carbono: os de parede simples (SWCNT – single

walled carbon nanotubes) e os de parede múltipla

(MWCNT – multi walled carbon nanotubes). 7 A

diferença entre os dois tipos pode ser observada na

Figura 3: Estruturas de nanotubos de carbono7

SWCNT – Nanotubos de carbono de parede simples

MWCNT – Nanotubos de carbono de parede múltipla

Figura 2: Representação da molécula de PVC

4

Figura 3. Nos nanotubos de parede simples há apenas um tubo formado por átomos de

carbono enquanto no de parede múltipla há vários tubos concêntricos.

Os nanotubos de carbono possuem intensa condutividade elétrica. Nos

nanotubos de carbono, três, dos quatro elétrons de valência – um elétron s e dois

elétrons p formam a hibridização sp2, que tem ligações σ trigonais em um plano. Estes

orbitais σ formam fortes ligações covalentes com os orbitais σ dos carbonos vizinhos.

Esta característica é responsável pela alta resistência mecânica dos nanotubos de

carbono.

O quarto elétron localiza-se em um orbital perpendicular ao plano e forma uma

fraca ligação π com os orbitais perpendiculares dos outros carbonos. As bandas- π

resultantes definem uma superfície de Fermi, que é responsável pelas propriedades de

transporte dos elétrons, de forma que os elétrons passam por esta sem qualquer

impedimento, em um efeito balístico. Por esta propriedade, os nanotubos são de

grande interesse no uso de materiais para aumentar sua condutividade elétrica.8

Os nanotubos de carbono encontram aplicações nas mais diversas áreas. Podem

ser usados em baterias, sensores químicos, em compósitos poliméricos e até mesmo

no desenvolvimento de músculos artificiais5.

Para seu uso em matriz polimérica, os nanotubos devem ser dispersos de forma a

conectarem-se uns aos outros, a isto se denomina percolação. A percolação é obtida

pela dispersão dos nanotubos na matriz e é dependente da concentração de nanotubos

no polímero.

Os nanotubos de carbono também podem receber grupos funcionais, que

modificam suas propriedades, por exemplo, o grupo carboxila. Esta funcionalização

pode ocorrer por diferentes métodos: pela reação com ácido nítrico9, com

permanganato de potássio8 ou até mesmo com ozônio em presença de H2O210.

A funcionalização do nanotubo de carbono leva a implicações nas suas

propriedades físicas. A presença do grupo carboxila diminui as interações entre os

Figura 4: Representação esquemática de estrutura de nanotubo de carbono funcionalizado com o grupo carboxila

5

nanotubos, de forma que a solubilidade do composto aumenta. Da mesma forma,

aumenta a capacidade de percolar visto que se dispersam mais facilmente na matriz

polimérica.

2.3 Estabilizantes térmicos

Por si só, os polímeros não fornecem todas as características tecnológicas

desejáveis e tornam-se comercialmente úteis apenas após a adição de um outro

componente – um modificador ou um aditivo. A diferença entre os termos consiste no

seguinte: aditivos são adicionados em pequenas proporções – até 5% em massa. Já

modificadores são usados em maiores proporções e são usados para modificar

propriedades mecânicas. 11

A exposição do PVC sem a adição de estabilizantes ao calor, radiação

ultravioleta, ou, ainda, à radiação gama, pode causar a liberação de ácido clorídrico

(HCl), acompanhado da formação de seqüências poliênicas e ligações cruzadas na

cadeia, resultando em um rápido processo de degradação, revelado normalmente pela

mudança de coloração para amarelo, até o marrom escuro. Este processo é conhecido

como desidrocloração, mostrado no Esquema 1.

O processo de degradação térmica do PVC ocorre por meio de uma série de reações

químicas em cadeia, catalisadas pelo HCl formado durante o próprio processo. Os

Figura 5: Esquema da reação de degradação do PVC por ação de calor e radiação

6

estabilizantes térmicos atuam no composto de PVC capturando e estabilizando os íons

cloreto formados, impedindo a propagação da reação e a conseqüente autocatálise do

processo de degradação. Desse modo, o estabilizante térmico não atua no sentido de

impedir a degradação do PVC, mas sim controla a formação de HCl, evitando que o

processo de degradação atinja um estágio que comprometa o desempenho do produto

final.12

Alguns exemplos de estabilizantes térmicos são: compostos orgânicos de

cádmio, bário, estanho e zinco, bem como compostos inorgânicos e orgânicos de

chumbo. Compostos baseados em organo-estanho são utilizados como estabilizantes

de PVC há muito tempo. Trata-se, basicamente, de complexos orgânicos de estanho

com a seguinte estrutura:

Onde os grupos alquila (R) são metil, butil, octil e grupos de éster acrílico, e A

são grupos do tipo carboxilato (lauratos e maleatos) e mercapto. A estrutura da

esquerda caracteriza os organoesterados dissubstituídos, enquanto a estrutura da

direita caracteriza os organoestanhos monosubstituídos. Esses últimos são menos

comuns por ser menos efetivos e de maior toxicidade. Os compostos de estanho são

usualmente utilizados em sinergia com óleos epoxidados, que aumentam a efetividade

dos mesmos.

Os estabilizantes à base de estanho estão dentre os mais eficientes na proteção

do PVC, uma vez que em níveis tão baixos quanto 0,5% podem estabilizar compostos

rígidos. Isto se deve tanto à elevada compatibilidade química com o PVC quanto à sua

forma física usualmente líquida, que facilita a rápida absorção do mesmo para dentro

dos grãos de PVC.

Figura 6: Representação das estruturas de estabilizantes térmicos do tipo organoestanho

7

3. OBJETIVOS

1 – Preparação dos filmes de nanocompósitos, a partir da evaporação do solvente.

i) Com estabilizante térmico

a) com nanotubos de carbono não-funcionalizados

b) com nanotubos de carbono funcionalizados com o grupo carboxila

ii) Sem estabilizante térmico

a) com nanotubos de carbono não-funcionalizados

b) com nanotubos de carbono funcionalizados com o grupo carboxila

2 – Análise das propriedades elétricas e térmicas dos filmes de nanocompósitos.

8

4. MATERIAIS E MÉTODOS 4.1 Materiais

Os reagentes e solventes usados encontram-se listados na Tabela 1:

Tabela 1: Relação dos compostos utilizados e suas respectivas procedências

Composto Fabricante Prodecência Tetraidrofurano Vetec Brasil

PVC NORVIC® SP1000 Braskem Brasil

MWCN-nf CNT Co. Ltd Coréia do Sul

MWCN-COOH Cheap Tubes EUA

Estabilizante Térmico Barostab Baerlocher Alemanha

Aparelho de banho de Ultrassom – Ultrassom Cleaner 1600 A

4.2 Métodos

4.2.1 Preparação dos filmes sem estabilizante térmico

Os nanocompósitos MWCN-nf/PVC e MWCN-COOH/PVC com teores entre 0,2 e

1,2% em massa de nanotubos de carbono foram preparados pelo processo de mistura

em solução/evaporação conforme procedimento utilizado no grupo de pesquisa.3 Os

nanotubos de carbono foram dispersos em uma solução 6 % m/v de PVC em

tetraidrofurano (THF), mantendo-se sob agitação mecânica durante 15 min e banho de

ultrassom durante 15 min, sendo repetido este procedimento pelo menos três vezes.

Em seguida a mistura foi transferida para placas de Teflon para evaporação do

solvente em temperatura ambiente, com as placas cobertas a fim de evitar evaporação

rápida do solvente.

4.2.2 Preparação dos filmes com estabilizante térmico

O processo de obtenção dos filmes com o estabilizante térmico foi semelhante ao

descrito anteriormente, sendo o estabilizante organoestanho Barostab, inicialmente

adicionado à solução de PVC, na concentração de 2% em relação à massa do

9

polímero. Em seguida a mistura foi mantida em banho de glicerina, na temperatura de

100ºC durante 5 min. As demais etapas de preparação do filme são análogas às

descritas no item anterior.

4.3 Métodos de Caracterização 4.3.1 Condutividade elétrica

Um dos parâmetros físicos utilizados na caracterização das propriedades elétricas

de um material é a resistividade elétrica, que constitui uma grandeza relacionada ao

impedimento sofrido pelas espécies portadoras de carga. Os valores de condutividade

elétrica de um determinado material podem ser obtidos calculando-se o inverso da

resistividade.

A condutividade elétrica das blendas foi medida com a técnica padrão de duas-

pontas, utilizando um eletrômetro modelo Keithley 6517A.

4.3.2 Análise Termogravimétrica

Para as medidas de análise térmica foi utilizado um analisador termogravimétrico

(TG) modelo TGA-50 da Shimadzu. As medidas foram efetuadas com uma taxa de

aquecimento de 10 ºC min-1 da temperatura ambiente até 600 ºC. A análise foi

realizada em um porta amostra de platina, sob o fluxo de nitrogênio de 50 mL min-1. As

amostras utilizadas foram filmes de PVC puro e nanocompósitos .e deixado em estufa

por 8 h a 100 ºC.

4.2.3. Espectroscopia na região do infravermelho

A espectroscopia de infravermelho é utilizada para caracterizar a estrutura molecular

de um polímero, sendo avaliadas as bandas de absorção características da ligação C-Cl

da cadeia polimérica e formação de dupla ligação, pois conforme o mecanismo proposto

ocorre a formação de ácido clorídrico como produto da decomposição do poli(cloreto de

vinila). Os espectros infravermelho dos diferentes corpos de prova foram obtidos em um

espectrofotômetro Shimadzu FT-IR modelo IRPrestige-21 com resolução de 4 cm-1 na

região entre 4000 e 700 cm-1, pela técnica de refletância.

10

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 Aspecto geral dos filmes

Os filmes obtidos a partir da evaporação do solvente em diferentes composições

dos constituintes, com e sem estabilizante térmico são apresentados na Figura 6.

Observa-se uma diferença de intensidade de coloração entre os filmes, apresentando

uma característica mais lisa e uma coloração preta mais intensa para os filmes com

nanotubos funcionalizados, sugerindo que a funcionalização dos nanotubos favorece

uma maior dispersão destes na matriz polimérica. Este efeito é também observado

para o filme com aa maior concentração de nanotubos, conforme pode ser observado

na Figura 7, (g) e (h).

b) PVC + MWCN-nf (0,6%)

d) PVC + Barostab + MWCN-COOH (0,4%)

e) PVC + Barostab MWCN-COOH (0,6%)

f) PVC + Barostab + MWCN-COOH (0,8%)

g) PVC + Barostab + MWCN-nf (1,2%)

h) PVC + Barostab + MWCN-COOH (1,2%)

a) PVC + MWCN-nf (0,4%) c) PVC + MWCN-nf (0,8%)

Figura 7: Fotos dos filmes dos compósitos a diferentes composições dos constituintes conforme indicado.

11

Também se observa a formação de caminhos e domínios de nanotubos na

matriz polimérica, relacionado com a dificuldade de dispersão e o agregamento dos

nanotubos durante a evaporação do solvente. Este efeito também ocorre nos filmes

onde são utilizados os nanotubos funcionalizados, porém, com menor extensão.

5.2 Condutividade elétrica

A resistividade elétrica superficial dos corpos de prova de PVC puro e dos

nanocompósitos foi determinada pelo método de duas pontas em um eletrômetro

Keithley 6517A, aplicando-se uma diferença de potencial de 40,0 V. Os resultados para

os filmes obtidos com nanotubos de carbono não-funcionalizados encontram-se

descritos na Tabela 2, onde os múltiplos resultados de condutividade obtidos

representam diferentes amostras com a mesma concentração de nanotubos. O lado

denotado como “rugoso” corresponde à parte do filme que ficou em contato com a

placa de teflon e o lado denotado como “liso” corresponde a parte do filme que ficou em

contato com a atmosfera.

Amostras PVC Resistividade Superficial (Ω.cm) Porcentagem de

Nanotubos de Carbono

Lado Liso Lado Rugoso

0 1,5.1013 1,4.1013 0,2 1,5.1013 1,4.1013

1,4.1013 1,5.1013 1,3.1013 1,7.1013 1,6.1013 2,2.1013 2,4.1013 1,6.1013

0,4

1,3.1013 1,4.1013 1,7.1013 1,1.1013 3,6.1013 3,0.1013 1,5.1013 1,6.1013

0,6

1,1.1013 1,9.1013 6,9.108 1,9.1013 1,7.109 1,1.1013 7,3.1012 1,4.1013

0,8

1,1.1010 3,8.1013

1,2 1.4.107 1.4.1013

Tabela 2 Resistividade dos filmes de PVC com nanotubos de carbono (MWCN-nf)

12

A resistividade do filme de PVC puro é da ordem de 1013 Ω.cm, valor este que é

mantido apesar da adição dos nanotubos de carbono, até a concentração de 0,6 %,

indicando que não houve percolação dos mesmos, ou seja, não formaram conexões

condutivas de corrente elétrica. Contudo, para concentrações superiores a 0,8 % há

redução da resistividade e conseqüente aumento na condutividade do compósito. O

valor de condutividade variou de um valor médio da ordem de 1013 Ω.cm para 108 Ω.cm

na concentração de 0,8 %, até 107 Ω.cm para a concentração de 1,2 %. Os dados

obtidos mostram que nos filmes de PVC puro ocorre diferença de valores de

condutividade nos dois lados analisados, devido provavelmente a formação de um

gradiente de concentração dos nanotubos em um lado dos filmes durante o processo

de evaporação do solvente.

A Tabela 3 apresenta os valores de resistividade para os nanocompósitos e

mostra uma menor resistividade do filme de PVC com o estabilizante. Neste caso, a

resistividade do filme sem a adição de nanotubos é da ordem de 1012 Ω.cm. Já nos

filmes com concentração de 0,4% de nanotubos observa-se diminuição da

resistividade. A tendência de aumentar a condutividade conforme aumenta-se a

concentração de nanotubos também é observada.

Amostras PVC + Barostab Resistividade Superficial (Ω.cm) Porcentagem de

Nanotubos de Carbono Lado Liso Lado Rugoso

0 9,7.1012 9,3.1012 0,2 9,3.1012 9,4.1012

7,8.1012 8,7.1012 7,7.1012 9,6.1012 8,4.108 8,6.1012

0,4

8,0.1012 7,9.1012 6,7.1012 7,1.1012 8,1.1010 5,9.1012 1,4.107 6,8.1012

0,6 6,0.1012 5,7.1012

7,2.107 8,5.108 6,0.109 3,6.1011 1,4.107 6,4.1012 6,2.1012 5,9.1012

0,8

1,4.107 8,8.108 1,2 1.4.107 1.4.107

Tabela 3 Resistividade dos filmes de PVC com o estabilizante térmico e nanotubos de carbono (MWCN-nf)

13

Os resultados indicam que o estabilizante térmico tem influência na percolação e

condutividade elétrica do compósito. Considerando que o estabilizante Barostab,

consiste em um átomo de estanho ligado a radicais alquílicos, pode favorecer a

condutividade elétrica, bem como aumentar as conexões entre os nanotubos na matriz

polimérica influenciando na condutividade e/ou na homogeneização destes.

Os valores da resistividade para compósitos utilizando-se nanotubos

funcionalizados encontram-se na Tabela 4. Com os resultados apresentados, pode-se

concluir que os nanotubos de carbono funcionalizados não apresentam maior efeito de

aumento condutividade elétrica em comparação com os nanotubos não-

funcionalizados. Contudo, ficam claros dois efeitos observados: i) aumento da

condutividade elétrica com a adição do estabilizante térmico, ii) diferença de

condutividade entre os lados do mesmo filme.

5.3 Análise Térmica

A fim de verificar o efeito do estabilizante térmico no PVC, foram feitas análises

de TGA e Infravermelho. A técnica de TGA permite a visualização das faixas de

temperatura nas quais ocorre a perda de massa do material. A Figura 8 apresenta a

curva de TG de amostras de filmes PVC obtidos por evaporação do solvente, antes e

após aquecimento em estufa a 100ºC durante 8 h.

Amostras PVC + Barostab Resistividade

Superficial (Ω.cm) Porcentagem de

Nanotubos de Carbono Lado Liso Lado Rugoso

0,4 3,4.1010 3,2.109 0,6 3,2.109 9,0.109 0,8 1,1.1012 2,2.1012 1,2 5,6.109 2,0.1013

Amostras PVC Resistividade

Superficial (Ω.cm) Porcentagem de

Nanotubos de Carbono Lado Liso Lado Rugoso

0,4 7,1.1012 7,6.1012 0,6 6,5.1012 7,2.1012 0,8 3,4.1012 3,0.1012 1,2 2,9.107 5,2.1012

Tabela 4 Resistividade dos filmes de PVC com nanotubos de carbono

(MWCN-COOH)

Tabela 5 Resistividade dos filmes de PVC e estabilizante térmico com

nanotubos de carbono (MWCN-COOH)

14

A curva de TG do PVC antes do tratamento térmico mostra uma perda de massa

da ordem de 5 %, em temperatura acima de 100 oC correspondente ao solvente

utilizado na preparação do filme e não totalmente eliminado durante o processo de

evaporação. Efeito não observado na curva de TG do filme mantido em estufa na

temperatura de 100 oC durante 8 h, as quais são condições termodinâmicas para

eliminação do solvente. Em temperaturas superiores a 250ºC as curvas de TG para as

amostras sem e com tratamento térmico em estufa apresentaram as mesmas

características. Este fato sugere que o solvente e a possível degradação da cadeia

polimérica com formação de ácido clorídrico para o filme submetido a tratamento

térmico, não chegam a ter influência no mecanismo de degradação do polímero. A

análise dos gases liberados na degradação do PVC poderia fornecer informações para

corroborar com esta afirmação. Mesmo sem estes dados, a manutenção do PVC a

elevadas temperaturas podem favorecer a degradação do polímero, sem que ocorra

perda de massa detectável pelo método de análise térmica.13

Durante o processo de polimerização, não se produz cadeias perfeitamente

homogêneas e uma das principais conseqüências disto é que se formam cloros lábeis,

os quais estão representados na Figura 9.

Figura 8: Análise Termogravimétrica de PVC e PVC mantido em estufa a 100ºC por 8 h

PVC

PVC após tratamento térmico

15

O termo “cloro lábil” refere-se à facilidade com a qual um átomo de cloro pode se

desprender da cadeia polimérica, facilitando a iniciação do processo de degradação por

meio do qual é liberado ácido clorídrico. Isto faz com que a temperatura na qual a

degradação começa a ocorrer, diminua de previstos 300ºC para, até mesmo, abaixo de

100ºC.14 Desta forma, foi feito um acompanhamento das bandas de absorção dos

filmes de PVC com e sem estabilizante térmico após mantê-los em temperatura de

100ºC, durante 8 h, conforme espectros de infravermelho apresentados na Figura 10.

As bandas de absorção a 960 cm-1, 1250 cm-1 e 1430 cm-1 correspondem a

deformação angular do grupo –CH2.15 A banda de absorção a 830 cm-1 corresponde a

deformação angular do grupo – C-Cl. A partir dos espectros de infravermelho para as

amostras de PVC antes e depois de mantidas em estufa e do PVC com estabilizante

também mantida em estufa, foram determinadas as relações de alturas das bandas

h830/h1250 e de h830/h1430, relacionadas na Tabela 6. A razão correspondente à amostra

de PVC mantida em estufa a 100 oC apresentou um menor valor do que as razões

correspondentes as amostras com estabilizante, tendo sido mantida a 100 oC durante 8

h, e com PVC sem tratamento térmico. Sendo que as razões para estas amostras

foram próximas, sugerindo que a presença do estabilizante evita a degradação do

polímero, ou seja, as quebras das ligações C-Cl são minimizadas, atuando o

estabilizante térmico como protetor da degradação.

Figura 9: Exemplos de cloros lábeis em cadeia polimérica. (A) Cloreto alílico interno. (B) Cloreto em carbono terciário

16

Razão das alturas das bandas PVC PVC 100 ºC PVC/Barostab 100 ºC

h830/h1250 0,39 0,32 0,40

h830/h1430 0,51 0,40 0,55

Figura 10: Espectros de infravermelho de filmes de PVC Puro, de PVC em estufa a 100ºc por 8h e PVC com Barostab na proporção de 2% deixado em estufa a 100ºc por 8h

Tabela 6 Razão entre as alturas das bandas de absorção no espectro de infravermelho

17

6. CONCLUSÃO

Os compósitos de PVC com nanotubos de carbono (MWCN-nf) obtidos não

apresentam condutividade elétrica considerável a baixas concentrações de nanotubos

de carbono. Somente a partir de 0,8% ocorreu a percolação dos nanotubos e aumento

na condutividade elétrica.

Os compósitos estudados não apresentaram diferenças com relação à utilização

de nanotubos funcionalizados e não funcionalizados. Entretanto, no que concerne ao

aspecto físico, a utilização de nanotubos funcionalizados sugere que ocorreu uma

melhor homogeneização. Ainda assim, pode-se afirmar que a dispersão dos nanotubos

não é fator determinante para que a ocorrência de condutividade elétrica no compósito,

uma vez que esta propriedade foi observada nos filmes com os nanotubos não-

funcionalizados, notavelmente pouco dispersos.

O método de preparação de filmes pela evaporação do solvente produziu

compósitos de nanotubos de carbono em matriz de PVC, cujos valores de

condutividade elétrica foram diferentes nas duas superfícies dos filmes, sugerindo

gradiente de concentração dos nanotubos ao longo da espessura do filme.

O estabilizante térmico, além de ter efeito estabilizante no processo de

degradação térmica, claramente tem efeito de aumentar a condutividade do material.

Isto vale tanto para os filmes onde são usados nanotubos funcionalizados e não-

funcionalizados. Esta característica pode ser especialmente interessante no uso

comercial de tal compósito, diminuindo tempo e gastos na tentativa de

dispersar/percolar os nanotubos de carbono.

18

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1 JUNIOR, A.R; NUNES; L.R.; ORMANJI, W. Tecnologia do PVC. 2. ed. São Paulo: ProEditores, 2006. p.16. 2 ELIAS, H.G. An introduction to plastics. 1.ed. Weinheim: VCH, 1993. p.186

3 ARAÚJO, R. G.; PIRES, A. T. N; PROBST, L. D. F. Propriedades Elétricas de Compósitos de Nanotubos de Carbono em Parede Múltipla Dispersos em Matriz de Poli(Cloreto de Vinila). In: IV CONGRESSO BRASILEIRO DE CARBONO, 2007.

4 HARRIS, P. Carbon Nanotubes and Related Structures: New Materials for the Twenty-First Century, Cambridge University Press, 2001. 5 AJAYAN, P. M.; CHARLIER, J.-C.; RINZLER, A. G. Carbon nanotubes. From macromolecules to nanotechnology. Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America, 1999, p.14199-14200. 6 LI, W. Z.; XIE, S. S.; QIAN, L. X.; CHANG, B. H.; ZOU, B. S.; ZHOU, W. Y.; ZHAO, R. A.; WANG, G. Large - scale synthesis of aligned carbon nanotubes. Science, 1996. p.1701-1703. 7 DELGADO, J. L.; HERRANZ, M. A.; MARTIN, N. The nano-forms of carbon. Journal of Materials Chemistry, 2008. p. 1417–1426. 8 YI, Y. Ballistic Conduction in Multiwalled Carbon Nanotubes at Room Temperature. Dissertação – Geórgia Institute of Tecnology, Geórgia, 2004.

9 ZHANG, J.; ZOU, H.; QING, Q.; YANG, Y.; LI, Q; LIU, Z; GUO, X; DU, Z. Effect of Chemical Oxidation on the Structure of Single-Walled Carbon Nanotubes. 2003. p. 3712-3718. 10 NAEIMI, H; MOHAJERI, A; MORADI, L; RASHIDI, A.M. Efficient and facile one pot carboxylation of multiwalled carbon nanotubes by using oxidation with ozone under mild conditions. Applied Surface Science, 2009. 11 ELIAS, H.G. An introduction to plastics. 1.ed. Weinheim: VCH, 1993. p. 199

12 JUNIOR, A.R; NUNES; L.R.; ORMANJI, W. Tecnologia do PVC. 2. ed. São Paulo: ProEditores, 2006. p.101. 13 JENNINGS, T.C.; STARNES JR, W.H. PVC Stabilizers and lubricants. In: PVC Handbook. 4ed. Hanser Gardner Publishers. 2005.

14 RODOLFO JR, A.; MEI, L.H.I.Mecanismos de Degradação e Estabilização Térmica do PVC. Polímeros: Ciência e Tecnologia. 2007. p. 263-275.

15 KÓTAI, L.; KESZLER, A.; SEBESTYÉN, A.; CZIMMER, G. In situ chlorination of poly(vinyl chloride) in aqueous hydrochloric acid Die Angewandte Makromolekulare Chemie 271 (1999) p.43–45.