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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE Comunicação: fator preponderante para minimizar os conflitos entre o indivíduo e a organização escolar Por: Leonardo Magalhães de Araújo Monteiro Orientador Prof. Carlos Cereja Rio de Janeiro 2004

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

Comunicação: fator preponderante para minimizar

os conflitos entre o indivíduo e a organização escolar

Por:

Leonardo Magalhães de Araújo Monteiro

Orientador

Prof. Carlos Cereja

Rio de Janeiro

2004

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

Comunicação: fator preponderante para minimizar

os conflitos entre o indivíduo e a organização escolar

Apresentação de monografia à

Universidade Candido Mendes como

condição prévia para a conclusão do

Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu”

em Administração Escolar.

Por: Leonardo Magalhães de Araújo

Monteiro.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço ao meu orientador pelo

seu trabalho incessante, cuidadoso e

esclarecedor e, principalmente, à professora

Helenice Carvalho que por intermédio de

suas aulas me fez despertar um grande

interesse e consciência sobre o papel

indispensável que a Dinâmica das Relações

Humanas ocupa dentro de uma

Administração Escolar. Agradeço também a

todos os colegas de trabalho que sempre

foram solícitos quando precisei fazer

minhas entrevistas e questionamentos e,

finalmente, agradeço a todos aqueles que

participaram de uma maneira incisiva ou

discreta durante esta empreitada.

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DEDICATÓRIA

A friend is one who believes in you before you believe in yourself.

LMAM

Each friend represents a world in us, a world possibly not born until they arrive, and it is only by this meeting that a new world is born.

Anaïs Nin

Portanto, esta monografia é dedicada a todos aqueles que de maneira direta e/ou indiretamente estiveram presentes nesta minha caminhada. Dedicado principalmente àquela pessoa que sempre está ao meu lado nos bons momentos e principalmente naqueles momentos mais turbulentos. Muito obrigado por tudo!

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RESUMO

A escola notoriamente considerada uma organização que se dedica à

aprendizagem necessita estar sempre aberta e pronta para uma série de mudanças que

devem acontecer, sobretudo, no perfil do administrador, que precisa ser alguém que

consiga transmitir os seus ideais e idéias com clareza, consistência e eficácia. Este

administrador escolar deve prestar atenção incondicional ao modo que ele se dirige aos

seus funcionários, sempre que possível motivando e averiguando as necessidades do

indivíduo no que tange o seu quotidiano. Assim, à medida que os administradores

escolares sejam capazes de motivar, influenciar ou dirigir o comportamento das pessoas

conseguirão exercer a autêntica liderança que só é atingida por intermédio de um

processo de comunicação claro que se preocupa em analisar as habilidades pessoais de

cada indivíduo para que a equipe possa assim ser eficaz em seu trabalho.

É evidente que essas mudanças passam por uma série de resistências,

provocadas pelo modelo institucional de ensino, que limita a iniciativa, a criatividade e

o livre arbítrio dentro das empresas. Este trabalho procura demonstrar a importância da

comunicação organizacional, com o objeto de que essa comunicação passe a ser

utilizada nas escolas através da conscientização e da implementação deste recurso, o

que só pode se tornar efetivo pelo diretor e por toda a equipe administrativa. O

administrador escolar deve, portanto, ser o multiplicador de informações, aquele que

permitirá a comunicação entre os membros de todas as escalas do corpo docente e

discente.

Como a comunicação é um processo complexo e intrínseco a toda a

organização, podendo fluir tanto através de canais reconhecidos pela estrutura formal da

organização, quanto por meios informais, é necessário compreender as características e

funções dessas redes para que possamos aplicar esse processo à enorme estrutura que é

a escolar.

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METODOLOGIA

Os métodos que levaram ao problema proposto e a resposta foram as inúmeras

entrevistas com coordenadores pedagógicos, diretores escolares e equipes

administrativas de diversos estabelecimentos de ensino que sempre ressaltaram uma

dificuldade intrínseca em se fazer compreendidos por seus funcionários e não só por

seus alunos. A partir da percepção desta dificuldade foi realizada uma extensiva

pesquisa de campo, bibliográfica seguida da observação de fatos do quotidiano destes

estabelecimentos de ensino que viessem a reiterar ou esclarecer as questões relativas à

comunicação, principalmente durante as reuniões entre professores e diretor e diretor e

equipe administrativa. Evidentemente durante o processo de produção da monografia

torna-se imprescindível mencionar a importância das matérias lecionadas ao decorrer do

curso e reconhecer a importância das instituições que visitei e que cederam o material

ou que foram o objeto de observação e estudo.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - Comunicação organizacional 09

CAPÍTULO II - A Cultura Organizacional 16

CAPÍTULO III – Comunicação Interna 20

CAPÍTULO IV – Multiplicadores de informação 25

CAPÍTULO V – Lideranças Organizacionais 35

CAPÍTULO VI – Motivação Organizacional 40

CONCLUSÃO 43

ANEXOS 45

BIBLIOGRAFIA 46 ÍNDICE 48

FOLHA DE AVALIAÇÃO 49

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INTRODUÇÃO

Devido ao fenômeno da globalização que provocou uma corrida desenfreada

por parte das empresas à procura de aquisição de padrões internacionais de

competitividade, a comunicação tornou-se uma ferramenta importante para

proporcionar agilidade e eficácia às organizações.

Diversos métodos e técnicas de informação são utilizados pelas empresas para

que elas alcancem os propósitos desejados. A estrutura comunicacional é utilizada para

conseguir o comprometimento dos membros da organização, possibilitando a

compreensão da missão da empresa e de suas metas, filosofias e políticas.

Por esse motivo, a linguagem usada nas organizações está sendo aprimorada,

pois elas sabem que a contribuição dos funcionários é um fator decisivo para sua

sobrevivência. Termos como "empregados" são riscados dos vocabulários de algumas

instituições e substituídos por palavras mais atuais, como "colaboradores", que agrega o

conceito de trabalho em conjunto.

Nesse sentido, a comunicação organizacional trabalha não só com aspectos

individuais, mas corporativos. Os funcionários passaram a executar suas funções em

equipe e as estratégias de comunicação são implantadas de forma a transmitir as

informações para todo o grupo.

Algumas empresas têm utilizado a figura de um multiplicador de informações

em suas redes de comunicação, ou seja, um representante organizacional responsável

pela recepção e difusão de comunicação interna dentro de seus grupos. Essa estratégia

tem sido aplicada pela Qualidade Total, mas está sendo adequada a outras situações.

Vale ressaltar que a Qualidade Total não é objeto de estudo do presente trabalho, mas

sim um método usado por ela que são os multiplicadores de informação.

Nesse estudo analisou-se, primeiramente, o conceito de comunicação

organizacional, apresentando como o conhecimento da cultura da empresa pode auxiliar

na implantação dos projetos de comunicação e qual a importância da comunicação

interna.

Espera-se, com esta monografia, contribuir com uma nova estratégia para a

atividade de Relações Públicas e estimular discussões e aperfeiçoamentos de novos

estudos sobre o tema.

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CAPÍTULO I

COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL

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I – COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL

O avanço tecnológico a partir da revolução industrial causou uma profunda

alteração no relacionamento das empresas com seus diversos públicos. As mudanças

sociais, econômicas e tecnológicas, conseqüentes da industrialização, influenciaram

aspectos políticos, culturais e ideológicos. As transformações que acontecem no mundo,

principalmente após a Segunda Grande Guerra, aproximam as nações, encurtando as

distâncias. Surge, assim, a necessidade de maior informação entre todos os envolvidos

com a organização, de forma ágil e objetiva.

A sociedade necessita de respostas cada vez mais imediatas. A vida social está

"mediada pelo mercado global de estilos, lugares e imagens, pelas viagens

internacionais, pelas imagens da mídia e pelos sistemas de comunicação globalmente

integrados". (Hall, 1997, p.79)

Com a globalização, é necessário manter a comunicação viva dentro das

instituições. O autor identifica a globalização como um complexo de processos de

forças de mudança, que atuam mundialmente, atravessando fronteiras, aproximando

pessoas e organizações, seja por meio das telecomunicações ou pela interdependência

econômica, devido a integração dos mercados econômicos.

O que acontece em um local está intimamente ligado com processos

decorrentes de outras situações, tornando-se necessário "acompanhar as tendências

sociais e os mecanismos que tornam cada vez mais interdependentes as economias

mundiais". (Torquato, 1991, p.199)

A atuação administrativa enfrenta outras exigências, que alteram o

relacionamento entre a instituição e seus diversos públicos. Com a rapidez das

alterações de espaço e tempo, que têm como conseqüência a proximidade, integração,

rapidez e agilidade nos processos de mudança, as organizações também são atingidas.

A comunicação passa a ser uma ferramenta de gestão, que possibilita à

organização transmitir para a sociedade suas concepções, já que essa, como analisa

Kunsch (1986) é um sistema social, no qual existe um processo de troca com o seu

meio-ambiente e uma interdependência de funções com a sociedade.

Para responder aos questionamentos de seus públicos, a organização precisa

analisar profundamente o meio onde está inserida. Dessa forma ela poderá prever suas

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possíveis variações, bem como planejar suas estratégias, o que a torna apta para atuar de

acordo com as atuais exigências.

Paulo Nassar (1998), explica que a realidade da empresa pode ser melhor

compreendida com base no estudo de alguns indicadores, como o seu desempenho

(participação mercadológica), eficiência (rentabilidade, produtividade), capacitação

tecnológica, reestruturação patrimonial (aquisições e fusões), inovações organizacionais

(terceirização, Projetos de Qualidade Total) e investimentos.

Com a entrada do país no cenário internacional, vale lembrar que muitos

desses indicadores podem acontecer no contexto mundial, como fusões de

multinacionais, por exemplo, sendo necessário uma adaptação para a realidade

brasileira. Aqui a comunicação organizacional torna-se fundamental, pois vivemos em

um "mundo de fronteiras dissolvidas e de continuidades rompidas". (Hall, 1997, p.90)

Como adverte Torquato (1991), a inserção da empresa brasileira no cenário

internacional exige uma profunda reformulação de postura, modelos, estruturas e

processos nas organizações. Os envolvidos (cliente, empregado, fornecedores,

acionistas e sociedade) exigem clareza nas informações recebidas. A

contemporaneidade, como salienta o autor, sugere a transparência, o diálogo, o contato

direto. Assim, a comunicação organizacional prioriza ações para a excelência na

realização das atividades e os projetos de comunicação são planejados de forma a

possuir uma continuidade.

A comunicação auxilia para que os objetivos da empresa sejam alcançados,

pois o sistema de informação supre todas as unidades da organização. Como o fluxo de

mensagens transmite os dados necessários para a execução das atividades para os

colaboradores, a comunicação pode ser vista como "o processo pelo qual as pessoas que

trabalham em uma empresa transmitem informações entre si e interpretam o seu

significado". (Hampton, 1990, p.249)

Ao analisar a sociedade como sistema onde ocorre troca de informações,

Kunsch (1986) verifica a importância da comunicação nas organizações. A autora

argumenta que:

As organizações constituem um sistema cujos elementos são

interdependentes, formando um todo unitário. A dinâmica organizacional, que

visa coordenar recursos humanos e materiais para atingir objetivos definidos, se

processa por meio da interligação e do relacionamento dos membros. Estes, por

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sua vez, são informados e informam ininterruptamente, fornecendo a um centro

comum o andamento da organização. Daí o que poderíamos chamar de

imprescindibilidade da comunicação para uma organização social. (1986, p.29)

No que corresponde à interdependência das organizações, ela analisa que esse

fator as leva ao relacionamento e integração com as demais e com seu mundo externo e

interno, sendo que esse processo só ocorre por meio da e na comunicação.

Mas o que se entende por comunicação organizacional? Verifica-se a

existência de vários conceitos para esse termo. Entre eles, Goldhaber, apud Kunsch

(1986), explica que é um processo dinâmico pelo qual as empresas se relacionam com a

sociedade e através dele as subpartes da organização se coligam. Por isso o autor

considera a comunicação organizacional o fluxo de mensagens dentro de uma rede de

relações interdependentes.

Já Kreeps, também citado pela autora na mesma obra, ao conceituar a

comunicação organizacional ressalta os fatores referentes ao envolvimento dos

funcionários, salientando que através dela eles recebem as informações e ficam sabendo

das mudanças que estão ocorrendo. A comunicação permite que os integrantes da

organização discutam suas experiências e desenvolvam conceitos sobre o que realmente

está acontecendo.

O sucesso da organização está intimamente ligado à sua estrutura de

comunicação. Kunsch (1995) acredita que o sistema organizacional se viabiliza graças

ao sistema de comunicação nele existente, o que designa a necessidade de identificar a

direção e a rede de transmissão das informações nas instituições, existindo um total

conhecimento de todos os elementos que fazem parte desse processo.

Hampton (1990) confirma essa idéia, ao considerar que uma parte da

eficiência da empresa é determinada pelo grau de perfeição do padrão ou rede de

comunicação, que possibilita o conhecimento necessário para o andamento do trabalho,

tendo em vista o objetivo geral da organização.

Sendo um processo dinâmico, como analisa Goldhaber (1994), onde o fluxo de

mensagens ocorre através de redes interdependentes, a comunicação organizacional

permite que a instituição se relacione com o meio no qual está inserida, enviando as

informações que seus diversos públicos necessitam.

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Esse sistema de comunicação (conjunto de canais e meios) pode ser formal ou

informal, podendo ocorrer através de três fluxos (ascendente, descendente ou lateral) e

em duas direções: vertical ou horizontal.

É necessário um melhor conhecimento dessa estrutura, em que o funcionário

esteja equipado para responder às solicitações de sua atividade e receber informações de

outros setores da empresa. Nesse sentido, Kunsch (1986) indica a necessidade de

trabalhar com uma comunicação integrada, com uma visão sistêmica da organização,

eliminado as perdas e reduzindo os custos totais. A comunicação organizacional deve

ser encarada como a somatória de todas as atividades de comunicação da instituição,

relacionando Recursos Humanos, Relações Públicas, os públicos... ou seja, todos os

envolvidos com a organização. Encarada como um sistema integrado, ela produz

maiores vantagens nas atividades.

No que corresponde ao papel de Relações Públicas nesse processo, a autora

considera que elas "devem ser vistas sob a ótica da interdisciplinaridade, como um

subsistema de apoio, ao lado dos muitos outros subsistemas que compõe uma

organização social". (Kunsch, 1986, p. 107)

A necessidade da comunicação integrada, desenvolvendo de forma conjugada

as atividades, pode ser melhor entendida quando se analisa o desempenho de funções

dentro da empresa. Com a idéia do todo da organização, é possível poupar esforços,

pois determinado setor será informado dos objetivos que se pretende atingir e qual a

função que executará para o seu alcance. Por comunicação integrada entende-se:

O composto da comunicação organizacional, que inclui, sinergicamente: a

comunicação administrativa (redes formal e informal, fluxos descendente,

descendente e horizontal), a comunicação institucional (relações públicas,

jornalismo, editoração, propaganda institucional, identidade visual, marketing

social e cultural) e a comunicação mercadológica (propaganda comercial,

promoção de vendas, merchandising, venda pessoal, demonstração de produtos,

exposições e feiras comerciais, treinamento de vendedores, assessoria ao cliente,

assistência e pós venda.

(Kunsch, 1986, p.91)

Contudo, de modo que as organizações atinjam os objetivos propostos e

alcancem um perfeito desempenho, a autora destaca a necessidade de um centro

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aglutinador, responsável por coordenar todas as unidades diretamente, em função de um

sistema integrante, propiciando que todos os envolvidos no processo passem a agir de

modo mais grupal, perseguindo as metas supra individuais.

A necessidade de coordenação também é confirmada por Ribeiro (1995), no

sentido de centralizar a concepção, o que implica na ordem dentro da organização, e

descentralizar a execução, o que permite liberdade aos colaboradores. O autor lembra

que é necessário uma vontade política para resolver os problemas que surgirem, no

entanto, para solucioná-los, a organização deve analisar sua diversidade cultural, mas

não pode perder a sua unidade.

Percebe-se que a comunicação vista de forma integrada somente será possível

se bem estruturada, bem coordenada. Seguindo um plano ordenado, é possível

disseminar as informações para os funcionários de forma que eles, bem orientados em

relação às suas funções, saibam o que devem fazer tendo em vista os objetivos gerais da

organização. Isso será possível através do planejamento das atividades.

Kunsch (1986) acredita que o planejamento é imprescindível para uma

organização, pois permite que ela se prepare para o futuro e seja uma força ativa

permanente, possibilitando um revigoramento constante das atitudes da empresa.

Planejar possibilita uma maior integração da corporação com seu ambiente, que está em

mutação constante, já que agir preventivamente propicia meios de conscientização sobre

a escolha dos melhores métodos de ação.

A operacionalização do processo de planejamento preocupa-se basicamente

com o que fazer e como fazer, a fim de otimizar e maximizar resultados. Como é um

processo sistematizado, ele busca alternativas eficazes, traduzidas nos planos de ação,

programas e projetos, que permitem ordenar o processo. O Planejamento se constitui

como "uma das funções básicas de Relações Públicas ao lado das funções de

assessoramento, pesquisa, execução e avaliação". (Kunsch,1986, p.79)

A comunicação organizacional, onde os públicos têm caráter prioritário, terá

como referência o planejamento estratégico. Pode-se conceituar planejamento

estratégico como "um processo gerencial que possibilita ao executivo estabelecer o

rumo a ser seguido pela empresa, com vistas a obter um nível de otimização na relação

da empresa com o ambiente". (Rebouças, 1997, p. 46)

Ele é uma força contínua, evita que as ações sejam executadas aleatoriamente,

sistematizando estratégias para o alcance dos objetivos traçados. Através dele é possível

controlar os fluxos de mensagens da empresa, coordenando a "coerência do discurso

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que a empresa emite, para que ele seja homogêneo em todas as suas manifestações e de

acordo com os objetivos organizacionais". (Schuler,1996, p. 117)

A autora ainda lembra que a administração da comunicação organizacional

permite localizar, selecionar e distribuir as informações necessárias que mantém a

companhia eficaz e estratégica. Ela entende cada elemento do sistema da organização

como um canal de comunicação, pois possuem ligações entre si e, consequentemente,

com os públicos da empresa. Também destaca que deve-se manter sob controle todos os

fluxos de comunicação da instituição, existindo uma coordenação do todo.

No sentido de manter uma relação coerente da organização com seus públicos,

Ribeiro (1995) destaca que ela é um sistema aberto, que transcende limites em sua

parceria com todos os envolvidos: funcionários, fornecedores e clientes.

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CAPÍTULO II

CULTURA ORGANIZACIONAL

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II – CULTURA ORGANIZACIONAL

Para que o processo de comunicação organizacional ocorra eficientemente,

alimentando com informações todos os públicos da empresa, é necessário conhecer a

cultura da organização, sua história, funções, objetivos, interesses, realidade e as

relações com os públicos. Torquato (1991) indica que a cultura da organização é

formada pelas redes de comunicação formal e informal, sendo que esta é aferida pelas

expressões dos funcionários e laços informais, a outra ponta do sistema cultural.

Cultura é definida pelo autor como "a somatória dos inputs técnicos,

administrativos, políticos, estratégicos, táticos, misturados às cargas psicossociais, que

justapõem fatores humanos individuais, relacionamentos grupais, interpessoais e

informais". (1991, p.3)

Já para Schein, apud Freitas (1991), cultura é o aprendizado coletivo ou

compartilhado, desenvolvido por uma unidade social ou qualquer grupo de acordo com

a sua capacidade para fazer face ao ambiente externo e lidar com suas questões internas.

Freitas (1991) cita duas concepções relativas à sustentação da cultura. Uma

delas é abordada por Kilmam, que acredita na capacidade de sustentação devido a três

causas: à força controladora do comportamento existente em todos os níveis, às regras

não escritas presentes em todas as organizações, e ao papel do grupo na organização

destas normas. A outra é levantada por Richard Pascale, ao argumentar que as culturas

se mantêm através do processo de socialização, dividido nas seguintes etapas: seleção

dos empregados, humildade, treinamento, sistema de avaliação e de resultados e

recompensa, aderência a valores, reforço ao folclore e consistência das funções dos

modelos.

Como reforçadores da cultura, Torquato (1991) indica como quatro principais

fatores: o aspecto histórico da empresa, a natureza técnica (do que ela produz), o

modelo de gestão da organização e o que o autor chama de osmose geográfica, que é a

influência de culturas de outras empresas, conseqüência da proximidade entre elas.

No planejamento de qualquer plano de comunicação organizacional é

necessário o entendimento dessa cultura. Busca-se conhecer a história da organização,

seus objetivos, anseios e costumes dos funcionários para propor um plano de trabalho

que seja aceito por todos os seus colaboradores. No sentido de entender os motivos reais

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que movem a empresa, ou seja, descobrir quais os objetivos não declarados que devem

ser levados em conta, surge a necessidade de "pesquisar, de forma sistemática e

planejada, a temperatura do clima interno e verificar as disfunções que provocam os

ruídos, insatisfações e anseios". (1991, p.8)

O conhecimento das relações entre os grupos, indivíduos, departamentos e

setores que compõe a instituição possibilita a implantação de um projeto voltado para

aquela realidade. Sabendo quais os interesses dos funcionários, diretores e acionistas,

além dos problemas que prejudicam o andamento da empresa será mais fácil adequar os

projetos de acordo com a cultura da organização.

Como afirma o autor, preparar a cultura de uma organização para que o

ambiente esteja adequado à implantação de novos projetos é um dos maiores desafios

das instituições. Ele estabelece alguns passos a serem seguidos para aproximar as

organizações das exigências dos seus públicos, a serem aplicados na implantação de um

projeto de comunicação.

Primeiramente, é necessário conhecer o perfil do consumidor, seguido pela

formação dos objetivos, pela escolha da linguagem, definição do canal de comunicação

dirigida, organização da promoção, visibilidade e sinalização, treinamento, adequação

sócio-ambiental, e, para a finalização, as reações precisam ser controladas.

Um novo ambiente cria incertezas e expectativas, gerando crises. O grupo

deve aprender a superar estas, evitando desconfortos futuros. A fim de acompanhar as

mudanças, as culturas necessitam ajustar-se aos tempos atuais. Contudo, "as mudanças

organizacionais não podem sair da cabeça de uma pessoa. Devem ser planejadas por

equipes profissionais". (Torquato, 1991, p.55)

A fim de que a inovação, a mudança organizacional, ocorra referente com a

cultura, o autor indica que é necessário analisar determinados elementos, como: a

preparação sócio-psicológica da comunidade interna, natureza da mudança e inovação,

preparação dos agentes da mudança (equipe preparada para a implantação dos projetos)

definições conceituais, técnicas e operacionais (necessidade de esclarecer a importância,

significado e natureza das mudanças), cronograma de ações, simplificação e

racionalidade, controle freqüente de climas e priorização das mudanças.

O sucesso da organização não sofrerá alterações se os colaboradores

entenderem por que a mudança é necessária e aderirem a ela, conforme ilustra Torquato:

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As políticas, normas, sistemas, maneiras de atuação

precisam ser aceitas pela comunidade a fim de que se

possa preservar a normalidade da vida empresarial e,

consequentemente, o fluxo produtivo. O primeiro passo,

portanto, de um amplo esforço de Recursos Humanos e

Comunicação é fazer com que as pessoas concordem com

o que lhes exibe a empresa. (1991, p.63)

Aceitando as situações, entendendo por que elas acontecem e o que significam,

os colaboradores partem para a participação. Como conseqüências do engajamento, o

autor destaca que as normas são internalizadas pelos funcionários e que estes passam a

ter uma atitude de predisposição pró-ativa, colando os interesses e sentimentos

comunitários aos objetivos da organização.

Vale ressaltar que mudança de comportamento não produz necessariamente

mudança cultural. A análise da cultura implica em identificar o conjunto de

pressupostos dos funcionários e a experiência atuais dos envolvidos com a instituição,

sendo importante compartilhar os pressupostos, levando-se em conta tanto os aspectos

internos quanto os externos. Ou seja, torna-se fundamental considerar o clima interno da

organização, e, como expressa o autor, verificar quais são os desejos, satisfações,

alegrias, frustrações, expectativas, dúvidas, comportamentos e atitudes dos

colaboradores.

O desenvolvimento da cultura organizacional depende do grau de maturidade

da própria organização. Essa cultura é formada por todos os colaboradores da empresa,

que apresentam comportamentos e atitudes influentes nas unidades de trabalho, e com

alguns traços impostos, muitas vezes, pelos fundadores da instituição.

Após o conhecimento dos fatores que movem a empresa, é possível mudar

alguns aspectos da cultura organizacional, de forma a preparar a organização para uma

otimização de suas atividades.

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CAPÍTULO III

COMUNICAÇÃO INTERNA

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III – COMUNICAÇÃO INTERNA

Qualquer mudança na cultura organizacional requer um trabalho direcionado

ao público interno, pois a comunicação auxilia no engajamento dos funcionários para o

sucesso de novos projetos. Assim, vale discutir a importância desse público para a

organização e qual o papel da comunicação nesse processo, pois os principais

divulgadores das empresas são os funcionários, cujo engajamento apresenta-se como

uma ferramenta importantíssima para o crescimento destas.

Vale lembrar que um bom trabalho direcionado para o público interno auxilia

na divulgação de uma imagem positiva da organização a todas as pessoas com quem ele

se relaciona. A empresa não será eficaz ao transmitir suas concepções para a sociedade

se os funcionários não estiverem contentes, pois uma comunidade interna insatisfeita

não consegue atuar e "acaba com qualquer esforço de comunicação institucional

externa". (Torquato, 1991, p.8)

A satisfação do funcionário é analisada pelo autor, ao relacionar alguns

elementos que influenciam na participação, motivação e engajamento dos funcionários:

salário, benefícios, sistema normativo, comunicações, lazer, promoções, associativismo,

mérito, sistema participativo-ascendente, cultura corporativa.

Reconhecer o esforço do colaborador acarreta em satisfação por parte deste,

que falará das vantagens de sua empresa para os conhecidos, divulgando pontos

positivos da organização.

Observa-se que a motivação dos funcionários é um fator que lhes permite um

maior envolvimento com a empresa. Como obrigação da organização para com os

funcionários, é permitido considerar que a "empresa deve esforçar-se para pagar-lhe

bem, respeitando-o como ser humano e dando-lhe a oportunidade de crescer como

pessoa e no seu trabalho". (Campos, 1992, p.11)

A valorização estimula os funcionários no melhor desempenho de suas

funções, o que traz vantagens para o crescimento da organização. Ribeiro (1995)

destaca que o salário não é a única forma de remuneração existente, como consideram

as empresas convencionais. Existe o reconhecimento do trabalho, que pode indicar a

obtenção de um status maior a quem deseja se destacar, ou maior poder e

responsabilidade a alguém.

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Outro fator que auxilia para que o funcionário se sinta bem dentro da empresa,

é lembrado por Kunsch (1995), que garante ser necessário um ambiente interno

adequado, já que o empregado passa a maior parte de seu tempo dentro da organização.

A autora ainda aborda a necessidade do público interno ser reconhecido como integrante

das redes de comunicação de forma consistente e contínua, recebendo todas as

informações necessárias para um ótimo desempenho de suas atividades.

Uma comunicação eficaz auxilia no esclarecimento de dúvidas por parte do

público interno quanto às divergências dentro da instituição, impedindo que estas se

desenvolvam e prosperem. Não se pode esquecer que "todos os empregados, inclusive

os gerentes, exigem informações adequadas sobre os aspectos motivadores,

coordenados e técnicos de seus cargos". (Hampton, 1990, p.250)

A fim de atingir o objetivo geral da organização através da execução das

funções de cada colaborador, surge a necessidade de informação para auxiliar no seu

desempenho. O autor acredita que é responsabilidade da comunicação alimentar todos

os membros da organização com informações a fim de permitir e estimular que eles

realizem suas atividades eficientemente.

A comunicação interna tem um papel fundamental, pois ela viabiliza o fluxo de

mensagens dentro das redes interdependentes. O autor acentua que quanto mais

adaptado estiver o sistema de comunicação aos requisitos do processamento de

informação, maior é a probabilidade de que as atividades sejam desempenhadas com

eficiência. Ele considera que o modo como o sistema de comunicação da organização é

estruturado faz diferença na capacidade da instituição processar as informações.

A fim de envolver profundamente os funcionários com o ambiente

organizacional, Corrado (1994) propõe a união da área de Comunicação com a de

Recursos Humanos. Ele argumenta que na implantação de um novo programa há a

necessidade de esclarecimento para os empregados, salientando que o desenvolvimento

de um projeto pode ocorrer no nível corporativo, mas é responsabilidade do gerente

informá-lo e esclarecer dúvidas a respeito, assegurando sua implementação.

O autor ainda adverte para a necessidade de desenvolver de forma conjunta

entre os setores de Recursos Humanos e Comunicação o material de comunicação

apropriado, a fim de resultar em mensagens claramente vinculadas às filosofias da

organização e aos objetivos de nível corporativo de Recursos Humanos.

A estrutura de comunicação estabelece canais diretos para esclarecer as

dúvidas dos funcionários e integrá-los no ambiente organizacional. A informação é

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imprescindível, pois "num ambiente em que os empregados querem ouvir informações

de seus supervisores, o pessoal das comunicações internas precisa produzir material que

o supervisor possa utilizar para públicos específicos: trabalhadores da produção, pessoal

de escritório, outros gerentes, mão-de-obra sindicalizada etc". (Corrado, 1994, p.76)

Para que as informações sejam bem interpretadas por todos os envolvidos no

processo comunicativo, a comunicação interna deve ser entendida como um composto

de propostas encadeadas, destacando, assim, a importância dos programas e projetos de

comunicação voltados aos funcionários, que fazem com que eles assimilem e introjetem

valores, normas e rotinas da organização.

Os funcionários podem receber essas informações pelos canais formais da

corporação ou por outros meios, como conversas entre colegas, mas será dentro do

sistema de comunicação da organização. As informações chegam para todos os

membros da instituição através de suas redes de comunicação. Goldhaber (1994)

caracteriza o que são as redes de comunicação dentro da estrutura organizacional. De

acordo com ele, as organizações são formadas por indivíduos que ocupam determinadas

posições e comunicam-se entre si, sendo que o fluxo de mensagens entre eles segue um

caminho denominado de rede de comunicações.

O autor explica que através das redes de comunicação, as funções são

delegadas para quem terá a responsabilidade de executá-las. As mensagens detalhadas

permitem que os problemas sejam resolvidos de forma ágil e eficaz pela esfera

competente, evitando que mais tarde outras posições envolvam-se novamente com esses

conflitos.

Por serem conectadas por pessoas, essas redes implicam em estudar as relações

interpessoais. Como argumenta o autor, "las redes por las que flueyen los mensagens de

las organizaciones están conectadas por personas. Em consecuencia, debemos estudiar

las relaciones existentes entre las personas. Una organización es un sistema vivo y

aberto, sus partes de conexión están en manos de la gente". (Goldhaber, 1994, p.31)

Para ele, essa análise abrange três níveis, o âmbito individual, o grupal e o

organizacional, e a direção da rede pode ser dividida em ascendente (dos funcionários

para os superiores), descendente (dos superiores para os subordinados) e horizontal

(intercâmbio lateral entre quem possui o mesmo nível de autoridade na instituição).

A classificação da direção da rede varia um pouco na concepção adotada por

Hampton (1990). Ele considera que a comunicação pode ser ascendente (informações

que os subordinados dão para a chefia a fim de auxiliar na tomada de decisões),

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descendente (informações fornecidas pelos supervisores), diagonal (contato com

pessoas de outros departamentos de status mais elevado ou mais baixo) e lateral

(comunicação com pessoas de outros departamentos de igual status social).

As características de cada rede depende de muitos fatores, como a direção do

fluxo de mensagens, bem como sua natureza e conteúdo, além das relações formais e

informais entre os indivíduos. A comunicação interna pode, de acordo com Torquato

(1991), ser dividida em duas grandes redes. Uma podemos chamar de rede formal e a

outra de rede informal. Ambas processam formas variadas, situações próprias, projetos

específicos.

Por redes de comunicação formal entendemos aquela em que existe um

"controle por parte da organização, onde o processo de transferência de informações

segue o organograma da instituição". (Ferreira, 1995, p.81)

O autor também faz uma classificação dos níveis das redes em intrapessoal,

interpessoal, organizacional e tecnológico e do fluxo de informações nas seguintes

direções: ascendente, descendente, transversal e extraorganizacional.

No que diz respeito à rede informal, ela é considerada "um amálgama de

interesses, expectativas, frustrações, alegrias, espontaneidades, desconcentração da

comunidade. Por ela, vazam os sentimentos mais genuínos do público interno".

(Torquato, 1991, p.202)

Um aspecto importante que o autor ressalta nesse sentido é que ao estudar a

rede informal é possível situar todos os integrantes no espírito da organização, através

da argumentação e do convencimento.

Essa rede surge da interação humana, não sendo controlada pela instituição,

através das relações sociais. Kunsch (1986) explica que o sistema informal de

comunicações emerge das relações sociais dos membros da organização, sendo neste

caso destacada a importância da formação de lideranças e comissões de trabalhadores,

que, sem aparecer na estrutura formal, desempenham papel importante dentro das

organizações.

Kreeps, citado por Kunsch (1986), propõe a análise dessas redes informais de

comunicação, buscando identificar os membros da empresa que desempenham papel de

destaque a fim de utilizá-los como disseminadores de informações.

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CAPÍTULO IV

MULTIPLICADORES DE INFORMAÇÃO

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IV – MULTIPLICADORES DE INFORMAÇÃO

Com as alterações sociais que afetam o ambiente organizacional, algumas

vezes provocadas pelas fusões entre empresas em nível mundial, ou outros fatores

decorrentes da globalização, as organizações buscam estratégias para adequarem-se às

novas exigências. Na área da comunicação, uma das estratégias encontradas é a

implantação de uma rede de comunicação através de pessoas responsáveis por

multiplicar informações dentro de seu grupo de trabalho.

Ao envolverem seus diversos públicos, as organizações trabalham com

públicos multiplicadores (ou líderes de opinião), utilizando-se de várias técnicas.

Identifica-se um centralizador e difusor de informações, pois "o trabalho de Relações

Públicas consiste muito mais em multiplicar as informações, por meio de líderes de

opinião". (Kunsch, 1986, p.114)

Comunicação aqui estabelecida no sentido de troca, intercâmbio, interação,

obtenção de respostas e integração do público com o ambiente organizacional.

Essa necessidade de participação, a importância da comunicação e do difusor

(ou multiplicador) de informações, vem sendo percebida para a eficácia da implantação

dos programas de Qualidade Total, que é um sistema integrado para um melhor

desempenho em todos os níveis.

Campos (1992) declara que a Qualidade Total é o verdadeiro objetivo de

qualquer organização humana, pois busca a satisfação das necessidades básicas de todas

as pessoas.

Scholtes (1998) afirma que a finalidade da qualidade é o cliente, tanto o

externo quanto o interno: "só os clientes podem determinar o que é qualidade. Só eles

podem nos dizer o que querem e como querem". (Scholtes, 1998, p. 6)

Para o sucesso desses programas, Campos sugere a implantação do Controle da

Qualidade Total (TQC), "o controle exercido por todas as pessoas para a satisfação das

necessidades de todas as pessoas." (1992, p.15) Destacando o gerenciamento da rotina

do trabalho diário, ele ressalta que a todos cabe a tarefa de gerenciar a rotina de seu

próprio processo.

Um dos principais problemas das empresas brasileiras na implantação dos

projetos de qualidade é que não há uma padronização. Em alguns casos há o

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desconhecimento de sua verdadeira função por parte dos próprios colaboradores e

"quando se encontra alguma padronização, ela é montada de forma inadequada e as

pessoas não conhecem o tema". (Campos, 1992, p.55)

A fim de evitar essa situação, decorrente da falta de informação, surge a

necessidade das organizações utilizarem as estratégias de comunicação. A informação

precisa ser transmitida para todos os envolvidos com os projetos, não se pode esquecer

que "o êxito de um projeto depende da qualidade de comunicação dos membros da

equipe sobre o que estão fazendo, não apenas entre si". (Scholtes, 1998, p. 6)

No que corresponde ao papel da comunicação no processo de implantação dos

projetos, o autor indica que ela deve ser clara, sucinta, objetiva, a fim de auxiliar no

desempenho das atividades.

Nesse sentido, a importância da comunicação é reforçada por Campos, que

destaca sua necessidade para evitar possíveis confusões, estabelecendo e informando "a

data de início da nova sistemática, quais as áreas que serão afetadas para que a aplicação

do padrão ocorra em todos os locais necessários ao mesmo tempo e por todos os

envolvidos". (1992, p.217)

Para que o fluxo de informações percorra todos os níveis da organização, o

autor propõe um responsável, dentro dos grupos de trabalho, pela coordenação das

atividades e treinamento dos funcionários, chamado de facilitador, que é considerado,

em seu setor, como o elemento de ligação com o escritório central, responsável pelo

programa de Educação e Treinamento em Controle da Qualidade (planejamento e

execução); coordenador das atividades de Controle da Qualidade e do orçamento da

implantação do TQC.

Além disso, o facilitador elabora o programa da auditoria do controle da

qualidade conduzido pelo presidente e alta direção em seu setor, acompanha os

resultados; participa da implantação das atividades do CCQ (Círculo de Controle da

Qualidade) e do programa de sugestões, além de propor as metas a serem atingidas com

o Controle da Qualidade Total em seu grupo de trabalho.

Por sua vez, Scholtes (1998) também sugere uma nova forma de organização

para as empresas. Valendo-se de um líder para difundir informações dentro dos times

(células de trabalho), ele fala sobre equipes de projeto. O autor revela as vantagens de se

trabalhar em conjunto, destacando a liderança em qualidade, que concentra-se em criar

um ambiente de trabalho que incentiva todos a contribuir para a companhia.

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Esse líder é o ponto de contato para a comunicação entre a equipe e o resto da

organização; tem a guarda oficial dos registros do grupo, deve ser um membro com

grande conhecimento e experiência e, segundo o autor, detém autoridade, como gerente

e supervisor.

A fim de estar apto para executar a função de disseminar as informações, quer

seja exercendo a função de facilitador, de líder ou multiplicando as informações de

trabalho, as organizações devem investir no treinamento desses líderes.

Após a seleção para exercer essas determinadas atividades, o trabalho dentro da

organização requer um assessoramento. Esse aspecto é esclarecido por Corrado (1994),

ao explicar que as informações recebidas pelos gerentes para serem transmitidas aos

funcionários é apenas parte do trabalho de união entre Comunicação e Recursos

Humanos, que envolve os colaboradores com a organização. Ele revela que atualmente

as organizações treinam gerentes de todos os níveis com o objetivo de que eles se

integrem na prestação de serviços típicos de Recursos Humanos.

Não só os gerentes, mas toda a forma de coordenação existente dentro da

estrutura organizacional necessita entender como esse processo de transmitir

informações é importante para o seu trabalho. O autor admite que os gerentes de

Recursos Humanos não têm as habilidades para desenvolver e implementar programas

de comunicação, sendo que o pessoal da comunicação normalmente tem um melhor

senso do que pode ou não ser comunicado e qual a melhor forma de fazer isso. Para se

comunicarem melhor com os colaboradores, o autor sugere que os gerentes sejam

aperfeiçoados, pois eles necessitam "receber treinamento em comunicação interpessoal

e sua recompensa financeira precisa ser, ao menos em parte, baseada na maneira como

se comunicam com seus subordinados. Somente então um sistema descentralizado

funciona". (Corrado, 1994, p.76)

Cada organização determina sua própria necessidade de treinamento, como

afirma Hampton (1990), com base na sua experiência em planejamento de recursos

humanos, recrutamento e seleção. O autor argumenta que as instituições podem

comparar a habilidade e o desempenho de seus funcionários com os interesses e

necessidades reais, para elaborar programas adequados à sua realidade, desenvolvê-los e

avaliar sua eficiência.

Na escolha da melhor forma de preparar os envolvidos para a nova situação,

também são analisados pelas organizações os aspectos específicos de cada indivíduo.

Algumas pessoas possuem características que são reconhecidas pela organização,

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principalmente em determinadas situações de mudança, pois, como constatou Lewin,

citado por Amado e Gittet, (1978, p. 96), "certas pessoas desempenham o papel de

facilitadores da mudança".

Essas pessoas destacam-se dentro de seu grupo de trabalho ao receberem as

informações e divulgá-las para os colegas. São indivíduos que filtram as mensagens

recebidas e julgam o que é aceitável para o grupo, comportando-se como líderes de

opinião. Os autores acreditam que ao identificar essas pessoas é necessário atingi-las em

primeiro lugar, já que em razão de seu status particular elas transmitirão para todo o

conjunto do grupo as informações consideradas importantes.

Sendo os líderes identificados como responsáveis por disseminarem as

mensagens em seu setor, a figura desses multiplicador de informações só pode ser

estudada dentro dos grupos de trabalho. Para isso, é necessário analisar esses grupos, e,

principalmente, como se dá a comunicação neles.

IV.1 – Grupo de Trabalho

O grupo de trabalho pode ser entendido como uma coleção de indivíduos que

trabalham na mesma organização, comunicam-se face a face com alguma freqüência e

podem exercer alguma influência uns sobre os outros. No entanto, para que essas

pessoas convivam, as atividades nas organizações são divididas mediante um

planejamento, considerando determinados aspectos. A pessoa que planeja a separação

dos trabalhos se defronta com algumas limitações naturais, levando em conta fatores

como as aspirações dos empregados, as estruturas sociais dos grupos, os planos de

organização que se superpõem e o fato de que diversas alternativas de especialização

contém valores que se chocam.

Campos (1992) salienta que a divisão do trabalho também implica em

respeitar os empregados como seres humanos independentes, e para que as funções

sejam executadas adequadamente, é necessário padronizar toda a tarefa individual

específica, educar, treinar e familiarizar os empregados, delegar tarefas após

certificação, solicitar sua criatividade para manter e melhorar sua rotina diária, além de

desenvolver as capacidades individuais.

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Ribeiro (1995) reforça a idéia de educação e aperfeiçoamento dos funcionários

para o cumprimento das atividades. Ao sugerir a adoção do trabalho em células,

argumenta que o treinamento permite que eles assimilem e introjetem valores, normas e

rotinas da organização. Educados para se autodeterminarem, os empregados não

precisarão mais de chefias imediatas que lhes controlem.

No sistema de células indicado pelo autor, compartilhar informações aumenta

a competitividade. Como as pessoas sabem de suas funções, são educadas para isso,

quando têm que fazer alguma coisa, já sabem como fazer e o que se deve fazer,

representando uma vantagem real de tempo sobre outras instituições.

Nesse ponto, vale destacar o papel de uma estrutura interna de comunicação a

fim de possibilitar o fluxo de informações. Warlich (1986) acentua que o sistema de

comunicação permite que divergências internas sejam esclarecidas. Existindo uma

comunicação eficiente entre o topo e a base de uma organização, as diferenças de pensar

entre os integrantes da corporação são reconhecidas mais claramente.

No grupo de trabalho, o processo comunicativo permite que algumas

potencialidades existentes entre os funcionários na execução de um objetivo tornem-se

dinâmicas, já que "a possibilidade de realização de um desejo comum e a existência de

pessoas cujos desejos possam constituir motivo para que contribuam para tal objetivo

comum são os dois pólos do sistema cooperativo de esforço". (Warlich, 1986, p.61)

Quanto à maneira que a comunicação fluirá entre os integrantes do grupo,

Amado e Gittet (1978) informam alguns fatores que influenciam nesse processo, como

o tamanho do grupo, a natureza da tarefa, as propriedades das redes de comunicação, as

redes e a estrutura do grupo, a estrutura afetiva do grupo e o contexto da organização.

O grupo influencia, através desses aspectos, o comportamento do indivíduo.

Num grupo, os indivíduos interagem num sistema de equilíbrio. Os autores lembram

que cada grupo tem o seu próprio campo dinâmico, com seus canais, meios de

comunicação e líderes de opinião. Eles acentuam que todas as novas informações são

aceitas somente a partir do momento em que integram-se no equilíbrio do campo

psicológico do grupo.

A interação entre os membros dos grupos é analisada por Warlich (1986). Ela

acentua que o comportamento de uma pessoa determina o comportamento de outras,

afirmando que uma reação representa sempre uma relação, pois uma pessoa reage não

apenas a outra, mas também à relação que entre elas existe.

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A influência dos grupos nos indivíduos pode ser melhor entendida com a

declaração de Elton Mayo, apud Warlich (1986, p.53), ao afirmar que nas organizações

"o administrador lida com grupos humanos bem entrelaçados e não com uma horda de

indivíduos (...) o desejo que tem o homem de ser constantemente associado, em seu

trabalho, a seus companheiros, é uma forte, senão a mais forte, característica humana".

Como as pessoas interagem umas com as outras, Scholtes (1998) revela que

essa influência pode contribuir positivamente no trabalho em grupo, por apresentar

como uma clara vantagem sobre esforços isolados, o apoio mútuo que surge entre seus

integrantes.

Na dinâmica dos grupos, Hampton (1990) admite dois tipos de resultados. A

eficácia da equipe pode ser julgada pelo desempenho da tarefa e pela satisfação de seus

integrantes. Ele salienta que o próprio tamanho e estrutura dos grupos influenciam sua

capacidade de cumprir eficazmente a tarefa e dar contentamento a seus integrantes.

Os fatores individuais que auxiliam na formação do grupo também

influenciam na execução das funções. Dentro de sua unidade de trabalho, os

funcionários expressam-se como personalidades integrais, transpondo-as para suas

atividades organizacionais.

O autor acredita que todos os grupos possuem três elementos básicos. São

eles: interação (ou seja, a forma de comportamento interpessoal), atividade (o que as

pessoas fazem) e sentimento (dizendo respeito aos processos mentais e emocionais dos

indivíduos, não sendo palpáveis ou visíveis, mas cuja presença é inferida a partir das

atividades e interações das pessoas).

Ele considera que as entradas do ambiente organizacional, como os fluxos de

trabalho, equipamentos, estrutura organizacional, e de cada integrante, com sua

personalidade, habilidades técnicas e sociais, unem-se para criar grupos dentro das

organizações.

No grupo, os indivíduos isolados tomam consciência da sua interdependência,

de seus interesses comuns, a fim de atingir o mesmo objetivo. Amado e Gittet (1978)

destacam que o grupo não é apenas a soma de seus componentes. Nele, os indivíduos

interagem e criam um estado de equilíbrio que resulta de todas as forças dinâmicas

postas em jogo. Os autores acreditam que as noções de estrutura do campo perceptivo e

do equilíbrio das energias, ajudam a compreender a dinâmica dos grupos.

De acordo com seus aspectos específicos, cada grupo busca uma organização

interna que permita satisfazer as necessidades de seus integrantes. Essa organização

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também é refletida no sistema de comunicação adotado pelo grupo, já que para

sobreviver e satisfazer as necessidades dos seus membros, sendo mais eficaz, todo

grupo adota mais ou menos rapidamente uma organização das comunicações.

Além de diferir quanto a organização das comunicações, outros fatores

contribuem para que as distinções entre os grupos sejam reconhecidas. As diferenças do

grupo relacionam-se com as características de seus membros, pois "a particularidade de

um grupo baseia-se na natureza das relações que unem as pessoas que o compõe:

comunicação direta, tomada de consciência de uma finalidade comum e elaboração de

uma organização para que o projeto tenha êxito". (Amado e Gittet, 1978, p.101)

Outro aspecto que varia de acordo com a estrutura própria de cada grupo é o

tamanho. Os autores informam que o aumento do número de indivíduos enriquece

naturalmente a soma de informações disponíveis no seio do grupo, permitindo a

obtenção de uma gama de opiniões mais heterogêneas.

Contudo, eles advertem que apesar da produção das idéias aumentar em

função do tamanho do grupo, a partir de um certo limite, o acréscimo de integrantes não

traz mais vantagem alguma, não soma mais nada. A partir de uma certa dimensão, a

totalidade da informação não é mais gravada por todos os membros. De acordo com o

aumento do grupo, a coesão entre os participantes diminui.

Os autores ainda chamam a atenção para o fato de que o aumento do tamanho

do grupo traz como conseqüência o destaque dos membros mais ativos. Essa

diferenciação ocorre progressivamente, pois normalmente somente os membros mais

seguros tomam a palavra, tornando-se uma oportunidade dos líderes informais se

manifestarem.

Eles explicam que no sentido de alimentar a tarefa dentro do grupo surge um

responsável por manter viva a missão da organização, pois na execução das funções, os

integrantes precisam estar conscientes dos vínculos que os unem porque a rotina do

trabalho tende a desviar as condutas da equipe.

A concentração das informações em um indivíduo é analisada pelos autores,

ao argumentarem que a centralização aumenta a eficácia do grupo e define um papel de

organizador. Para eles, todo o indivíduo funciona como se possuísse um potencial de

relação e atinge muito depressa uma saturação de valências comunicacionais. Quanto

mais central for a posição que o membro do grupo ocupa na rede, mais informações ele

receberá e fornecerá.

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A posição na rede de comunicação influencia no papel de um indivíduo e na

maneira pela qual ele vai se comunicar, pois quanto mais central for a posição dessa

pessoa na estrutura comunicacional da equipe, mais importante se tornará seu papel.

Eles continuam, advertindo que algumas pessoas podem aproveitar-se de sua

posição na rede ou de sua competência para afirmar seu poder e confiscar a regra em

seu proveito próprio. A necessidade de escolher um centralizador a fim de receber e

transmitir informações para o restante do grupo, pode reforçar e aumentar o poder dessa

pessoa devido à acumulação de informações e sua posição. Para que o grupo dure,

sobreviva, torna-se fundamental a vigilância de seus integrantes e vontade de repensar a

organização em função dos problemas encontrados para que esse acúmulo de poder não

atinja proporções muito elevadas.

Poder pode ser entendido como a capacidade de provocar a aceitação de

ordens, sendo preciso, como salienta Etzioni, apud Kunsch (1986, p.23), "legitimidade

para designar a aceitação do exercício do poder, porque corresponde aos valores dos

subordinados, e autoridade para designar a combinação dos dois, isto é, o poder que é

considerado legítimo".

O poder não está relacionado apenas ao fato de emitir ordens. A ordem, por

indicar aos indivíduos como agir no desempenho de suas tarefas, não implica,

necessariamente, em aceitação. Warlich (1986) acentua que apenas imposições não

garantem o engajamento dos funcionários para o alcance dos objetivos da organização.

Quando se deseja provocar uma alteração profunda, a ordem precisa invocar os padrões

de ação ou sentimentos dos funcionários, fazendo com que o eles compreendam a

conveniência da mudança pretendida.

O convencimento das pessoas pode ser obtido através da influência

interpessoal que um indivíduo exerce sobre os outros integrantes do grupo. Hampton

(1990) afirma que o poder é a capacidade de exercer a influência, sendo que algum tipo

de poder deve reforçar a autoridade. Ele destaca que a mudança de comportamento de

alguém resultante das ações de outro é um fato que evidencia a força da influência.

Processo, esse, que ocorre na interação face a face, não de forma isolada.

Para o autor, toda essa ação tem como finalidade influenciar os funcionários

no cumprimento de suas funções. Ele salienta que envolto em muitos padrões da

atividade administrativa existe um processo de contato e comunicação com os

colaboradores cuja finalidade é influenciá-los para atingirem o conjunto dos objetivos

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da organização, sendo, no caso dos funcionários, convencê-los a fazerem o seu trabalho

de forma eficaz.

Torquato (1991), por sua vez, expande essa análise de poder. Na sua opinião, o

processo comunicativo agrega várias outras concepções, afirmando que o conceito da

comunicação relaciona-se, além da influência, com poder, consentimento, cooperação,

participação, imitação, liderança e solidariedade.

O autor indica como a comunicação contribui para o exercício do poder.

Esclarecendo que a influência está presente nas relações interpessoais, ele diz que por

meio da comunicação é possível convencer, persuadir, atrair, alterar conceitos, gerar

ações, despertar sentimentos, provocar expectativas e induzir comportamentos. Através

da comunicação a organização "estabelece uma tipologia de consentimento, formando

congruência, equalização, homogeneização de idéias, integração de propósitos". (1991,

p. 162).

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CAPÍTULO V

LIDERANÇAS ORGANIZACIONAIS

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V – LIDERANÇAS ORGANIZACIONAIS

É na organização dos grupos de trabalho surge a figura do líder. A necessidade

de liderança é indicada por Warlich (1986), ao considerar organizado o grupo que

possui um líder, selecionado, respeitado, que possua a confiança dos colegas. Ou seja,

um responsável pela integridade do grupo criando a relação ordenada entre o grupo e os

outros setores da organização.

A figura do líder é reconhecida quando ele é aceito como tal pelos

colaboradores, conseguindo o comprometimento dos colegas a fim de usar suas

potencialidades para o alcance dos resultados esperados.

O líder é indicado por Scholtes (1998) como a pessoa que dirige a equipe, e

tem como uma de suas atribuições convocar seu pessoal e ser o facilitador de reuniões.

Além disso "é responsabilidade do líder da equipe criar e manter canais que dêem aos

membros da equipe condições de realizar seu trabalho". (1998, p. 8)

Tanto através da estrutura formal, quanto de maneira informal, a organização

pode reconhecer o líder. Torquato (1991) esclarece que os líderes informais podem ser

identificados da seguinte maneira: primeiramente, as mensagens chegam ao líder de

opinião, que a interpretará e transmitirá, num segundo momento, sua versão da

informação aos outros. Para ele, é comprovado que os indivíduos acreditarão e

depositarão muito mais sua confiança na versão e interpretação transmitida pelo líder de

opinião. A situação é decorrente do envolvimento psicológico do líder com o grupo,

pelo contato rotineiro e amizade, que exercem confiança junto a seus companheiros,

assegurando credibilidade a suas opiniões.

O autor acentua que o líder informal não é investido de cargo ou liderança

normativa. Sua figura se impõe com naturalidade, conquistando respeito, admiração,

amizade e confiança dos colegas por ser alguém natural e autêntico.

Entre as características necessárias ao líder informal, o autor indica algumas

qualidades comunicativas, como o uso de expressões adequadas no relacionamento

grupal, a reconhecida capacidade para ouvir e silenciar, bons conhecimentos a respeito

dos códigos da empresa, fácil locomoção pelos setores, simplicidade no agir e modéstia

na apresentação. Para ele, o líder informal aprende com os colegas, é uma pessoa

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flexível, que incorpora os ideais da coletividade, cristaliza sentimentos, canaliza

aspirações e interesses do grupo de trabalho.

A comunicação informal através de lideranças é um canal que permite à

administração e aos funcionários obter velozmente as informações desejadas. Nesse

sentido, o papel do líder informal é destacado pelo autor porque dentro do processo de

comunicação essa figura é considerada uma peça-chave. As mensagens que circulam na

empresa geralmente são, até o último nível, as informações interpretadas pelo líder

informal. A fim de ouvir e respeitar os líderes, o autor sugere uma aproximação com

essas lideranças.

Se dentro dos grupos de trabalho surge uma liderança natural, devido às

características próprias dos indivíduos, a organização também busca estabelecer um elo

de ligação mais direto com os colaboradores, através da figura do líder formal. Torquato

(1991) chama essa figura de líder legal, considerando-o como aquele que aufere o

poder, pela carga burocrática do exercício do cargo e que se impõe, de maneira fria,

racional e essencialmente técnica.

Também Hampton (1990) aborda aspectos relativos ao líder. O autor analisa a

maneira como os líderes podem afetar a motivação aumentando a disponibilidade e o

grau de atração das recompensas e fortalecendo as expectativas, afirmando que o

esforço pode resultar em desempenho e este em recompensas. Ele diz que o estudo do

líder envolve a teoria da expectativa. Nessa teoria, a motivação para a realização de um

determinado projeto é uma função das expectativas conjuntas de que o esforço efetuado

para a consecução do trabalho conduz ao desempenho, acarretando em recompensa que

levará a um grau de atrativo, relacionado à satisfação das necessidades.

Para o autor, liderança pode ter dois significados. O primeiro refere-se às

atividades pelas quais os líderes formais estabelecem o caráter e a tônica de sua

organização. Essas atividades incluem a articulação e exemplificação de valores e

estilos distintos de liderança. O outro diz respeito ao processo interpessoal de influência,

de troca, através do qual os gerentes comunicam-se com subordinados sobre a

realização do trabalho. Quando as informações importantes para o funcionamento da

empresa são compartilhadas, o progresso da organização é facilitado.

Os aspectos relativos ao sucesso da liderança são analisados por Drucker

(1997). Ele diz que liderança requer capacidade de se ajustar à determinada situação,

sendo que o indivíduo realmente capaz é aquele que analisa sua função e executa as

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atividades exigidas pelo seu trabalho, mesmo que não tenha sido contratado para

exercer essa tarefa.

Para ele, os líderes de sucesso sabem pensar em equipe, entendem que sua

função é fazer a equipe funcionar. Essas pessoas "aceitam a oportunidade e não fogem a

ela, mas a equipe leva o crédito. Há uma identificação (muitas vezes inconsciente) com

a tarefa e com o grupo. É ela que cria confiança, que possibilita a execução da tarefa".

(Drucker, 1997, p.13)

Quanto à principal tarefa do líder, ele acredita que seja assegurar que todos

vejam, ouçam e vivam a missão da organização. Porém, essa missão deve ser ajustada

de acordo com as necessidades que surgirem, através de um planejamento, o que

propicia uma mudança mais adequada quando preciso, evitando erros na execução das

funções.

O autor considera que algumas características devem ser levadas em conta pela

organização na escolha de um líder. É necessário analisar os pontos fortes de cada

indivíduo, equilibrar a força pessoal com a necessidade da organização, caráter e

integridade do indivíduo e buscar pessoas que levem a sério não a si mesmas, mas aos

seus papéis.

Em relação aos aspectos particulares dos líderes, Hampton (1990) apresenta

estudos que indicam algumas habilidades próprias dos líderes de sucesso, que obtém

êxito administrativo. Entre elas, é citada a disposição de fornecer a orientação e direção

que coordenam os esforços dos subordinados, e outras capacidades, relacionadas em

menor grau, como inteligência, autoconfiança e determinação.

Contudo, o autor verifica que a abordagem dos traços de liderança não mostra-

se como um fator útil na previsão de quem será o líder mais eficiente. Ele indica que os

pesquisadores concentraram seus esforços na busca de um estilo de liderança, referente

com a forma dos líderes se relacionarem com seus colegas.

O desempenho da tarefa e a manutenção do grupo são as duas principais

funções do líder para o autor. Ele salienta que nos grupos mais eficientes, ambas as

funções são bem executadas.

A liderança requer responsabilidade para que o líder execute de maneira

adequada as suas funções. Liderança requer disciplina. O líder dá o exemplo. Drucker

(1997) acentua que através dele, os outros membros do grupo de trabalho modelam seu

comportamento, atitudes e modificam opiniões. Por ser visível, o líder representa a

organização, o que implica em agir de acordo com as expectativas relativas ao seu

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comportamento. O que os outros colaboradores da organização fazem não importa, a

postura do líder deve ser coerente com sua função. Sua figura é a representação do que

os membros da organização sabem que deveriam ser.

O autor salienta que não existem traços de liderança ou características de

liderança, mas sim habilidades que podem ser aprendidas. Para ele, é necessário que o

indivíduo seja capaz de liderar mediante algumas competências básicas. Como a

primeira dessas competências básicas, ele coloca a capacidade e autodisciplina para

ouvir. Em segundo, seria a disposição para se comunicar, para se fazer entender. A

terceira competência essencial é não desculpar a si mesmo, admitir quando alguma

coisa não está boa e alterá-la. Por fim, outra competência seria a compreensão de que a

tarefa é mais importante de que o indivíduo.

No que diz respeito ao exercício da liderança, o autor acentua que o líder é um

servidor, ele deve priorizar a tarefa. Contudo, para executá-la adequadamente, ele

precisa consultar a opinião dos subordinados, tentar encontrar soluções em conjunto. A

fim de que isso seja possível, "os líderes eficazes precisam dedicar um pouco de tempo

à atividade de se fazerem entender. Eles se reúnem com seu pessoal e dizem: é isto que

estamos enfrentando". (Drucker,1997, p.18)

Em função da responsabilidade perante a equipe, a liderança traz como

conseqüência a motivação, já que surge um comprometimento em função da atividade

para alcançar os objetivos propostos.

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CAPÍTULO VI

MOTIVAÇÃO ORGANIZACIONAL

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VI – MOTIVAÇÃO ORGANIZACIONAL

No exercício de uma determinada atividade, um elemento que influencia

profundamente o desempenho dos funcionários é a motivação. Dentro do grupo, a

própria interação entre seus membros pode ser vista como um fator que motive seus

integrantes. Em uma tarefa realizada em conjunto

"o sinergismo que vem de pessoas trabalhando juntas de maneira produtiva

em um projeto importante é em geral suficiente para manter o entusiasmo e o

apoio mesmo em tempos difíceis". (Scholtes, 1998, p.7)

A fim de que a participação dos colaboradores no processo a que estão

submetido seja efetiva, a motivação aparece como um meio para alcançar esse objetivo.

Como desafio da motivação, Hampton (1990) considera a tarefa de induzir as pessoas a

contribuírem com seu esforço para o desempenho da atividade.

O autor informa que para motivar os integrantes de um grupo, o primeiro passo

consiste em reconhecer que as pessoas agem de acordo com os seus próprios interesses,

definidos anteriormente pelas suas necessidades. Ele argumenta que os funcionários

serão motivados a esforçar-se na execução de suas tarefas organizacionais se puderem

satisfazer suas necessidades, ao mesmo tempo em que desenvolverem suas atividades.

Analisar os fatores relacionados com a motivação é uma tarefa complexa, pois

envolve aspectos psicológicos. Um desses aspectos corresponde à insatisfação,

considerada por Campos (1992) como um estado natural do ser humano. Ele adverte

que em determinados momentos o ser humano fica satisfeito, mas sempre retorna ao seu

natural, que é a insatisfação. Quando o indivíduo participa de um grupo cujas

necessidades básicas são atendidas, as situações de insatisfação serão menores e ele se

encontrará em um estado de satisfação mais freqüentemente, contribuindo para que

grupo esteja num estado elevado de moral.

Ele reforça que uma das atribuições dos coordenadores é manter elevada a

moral do grupo, seja atendendo às necessidades básicas do grupo através de elogios,

desafios, treinamento, educação, ou até mesmo da própria promoção do trabalho em

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equipe. Tudo para "construir, ao longo do tempo, um ambiente de trabalho que todos

tenham prazer de freqüentar". (Campos, 1992, p.151)

O autor percebe que não é possível analisar individualmente o grau de

satisfação nos grupos de trabalho. Para ele, é importante verificar em que grau de

comprometimento os funcionários encontram-se com os objetivos da empresa.

A satisfação dos membros da empresa não garante o engajamento para

enfrentar dificuldades. Para que o indivíduo resolva problemas de maneira criativa, ele

precisa de motivação para que essa atitude seja despertada.

Essa motivação depende do contexto no qual a pessoa se encontra, sendo

influenciada por vários fatores, como a realização pessoal na execução de uma tarefa,

ou o reconhecimento dos colegas.

Como o indivíduo possui características próprias, nada indica que os fatores

que motivam alguém irão influenciar outra pessoa. Por essa razão, a comunicação nas

organizações cria diversos meios para que as mensagens sensibilizem de maneira

diferente cada funcionário.

Uma estratégia empregada pelas organizações a fim de criar um

comprometimento entre seus membros é utilizar líderes nas equipes de trabalho para

auxiliar na comunicação de determinado assunto da empresa. Para estimular a

realização das atividades dos funcionários, essas pessoas formam uma rede de

comunicação.

Esses líderes, já abordados anteriormente, conhecidos como multiplicadores de

informação, propiciam um maior entrosamento nos grupos de trabalho e auxiliam para

que os objetivos da organização sejam alcançados.

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CONCLUSÃO

O presente trabalho foi desenvolvido para analisar as redes multiplicadoras de

informação no composto da comunicação organizacional. Através dele, buscou-se

apresentar uma nova estratégia de comunicação que vem sendo utilizada pelas empresas

no intuito de responder mais rapidamente às solicitações de seu público interno.

O embasamento teórico sobre comunicação organizacional e a definição de

multiplicadores de informação têm o objetivo de possibilitar o estudo e a

implementação da idéia das redes multiplicadoras de informação à realidade das

organizações de ensino. Cada organização pode adotar um sistema específico, o que

trará diferentes resultados ao ambiente de trabalho.

A comunicação organizacional abrange: a caracterização do multiplicador, a

multiplicação de informações e a importância da rede para a comunicação. No que

corresponde à caracterização do multiplicador, pode-se afirmar que a seleção dos

multiplicadores geralmente ocorre mediante o reconhecimento de lideranças informais

dentro do ambiente de trabalho. Quanto a multiplicação das informações as

organizações devem mantém o contato direto como o principal meio de alcançar o

funcionários.

Referente à importância dessa rede para a comunicação da organização,

acredita-se que ela possibilita a motivação do colaborador na empresa. Isso ocorre

devido ao fato dos funcionários se sentirem reconhecidos pela sistema organizacional, já

que uma atribuição dos multiplicadores é sensibilizá-los para que auxiliem no trabalho

que está sendo desenvolvido.

Para a implantação dos multiplicadores há a exigência de liderança por parte

das pessoas escolhidas dentro dos grupos de trabalho, eles devem ser aceitos e

respeitados pelos colegas. Para exercer bem sua função, eles necessitam de treinamento

para receber todos os esclarecimentos relativos ao assunto que vão transmitir. A rede

ideal é aquela em que há um responsável por disseminar as informações em cada equipe

de trabalho, contribuindo para a motivação de todos os integrantes. Nesses grupos, é

necessário que cada um conheça os objetivos da sua função, entendendo que seu esforço

é direcionado para um objetivo maior, não existindo dúvidas sobre como desempenhar

suas atividades.

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Essa rede deve ser reconhecida pela estrutura formal da empresa, indicando a

necessidade dos multiplicadores serem integrados aos planos de comunicação da

organização. O trabalho do multiplicador apresenta-se como uma atribuição que deve

ser valorizada e respeitada, a fim de evitar o acúmulo de funções.

Outro aspecto importante a salientar diz respeito às informações recebidas pelo

próprio multiplicador. A estrutura de comunicação interna de uma organização tem que

propiciar instrumentos que auxiliem o trabalho do multiplicador, além de esclarecer e

valorizar suas atividades, já que o trabalho requer dedicação e tempo para ser

executado.

Essa estratégia pode ser utilizada pela atividade de Relações Públicas como

um importante instrumento de comunicação interna. Uma rede multiplicadora de

informações, planejada e controlada por um Relações Públicas possibilitará que os

objetivos da organização sejam atingidos.

Esse profissional conhece as redes de comunicação formal e informal, os

canais de informação da empresa, possuindo habilidade para integrar efetivamente o

público interno às novidades surgidas na organização. Como o Relações Públicas

identifica os fluxos, níveis e sistemas de comunicação tendo a visão geral da

comunicação organizacional, ele está apto para coordenar a implantação do tipo de rede

descrita.

Os multiplicadores apresentam-se como um instrumento que motiva os

funcionários a participarem das ações da empresa, pois permite que através da

linguagem própria do grupo as informações recebidas sejam assimiladas mais

rapidamente pelos funcionários. Seria responsabilidade do Relações Públicas identificar

os líderes naturais que surgem nos grupos a fim de instruí-los para que auxiliem na

comunicação organizacional.

Não se pode esquecer, que essa comunicação da organização deve ser vista de

forma integrada, sendo mais fácil alcançar os objetivos que se pretende atingir quando

todas as células da organização trabalham conjuntamente.

A comunicação integrada propicia uma identidade mais forte à empresa. Se

todos os setores trabalham em conjunto, os recursos disponíveis são melhores

utilizados, tornando o processo da comunicação mais eficiente e eficaz.

Devido à análise realizada, é possível afirmar que a rede multiplicadora de

informação estudada apresenta-se como uma importante ferramenta para a comunicação

das organizações, auxiliando para que a comunicação aconteça de maneira integrada.

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ANEXO

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BIBLIOGRAFIA

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I - Comunicação organizacional 09

CAPÍTULO II - A Cultura Organizacional 16

CAPÍTULO III – Comunicação Interna 20

CAPÍTULO IV – Multiplicadores de informação 25

CAPÍTULO V – Lideranças Organizacionais 35

CAPÍTULO VI – Motivação Organizacional 40

CONCLUSÃO 43

ANEXOS 45

BIBLIOGRAFIA 46 ÍNDICE 48

FOLHA DE AVALIAÇÃO 49

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição:

Título da Monografia:

Autor:

Data da entrega:

Avaliado por: Conceito:

Avaliado por: Conceito:

Avaliado por: Conceito:

Conceito Final: