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COMUNICAÇÃO TÉCNICA ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Nº 174607 A realidade dos laboratórios nacionais e as adequações desse setor para atendimento à ABNT NBR 15575/2013 Fulvio Vittorino Palestra apresentado na 13. Oficina da Norma de Desempenho: Módulo Inovação, Capacitação Laboratorial e Especificações por Desempenho, Goiás, 2017. 47 slides. A série “Comunicação Técnica” compreende trabalhos elaborados por técnicos do IPT, apresentados em eventos, publicados em revistas especializadas ou quando seu conteúdo apresentar relevância pública. ___________________________________________________________________________________________________ Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo S/A - IPT Av. Prof. Almeida Prado, 532 | Cidade Universitária ou Caixa Postal 0141 | CEP 01064-970 São Paulo | SP | Brasil | CEP 05508-901 Tel 11 3767 4374/4000 | Fax 11 3767-4099 www.ipt.br

COMUNICAÇÃO TÉCNICA - escriba.ipt.brescriba.ipt.br/pdf/174607.pdf · Desempenho, Goiás, 2017. 47 slides. ... Ambientais Representativa. Equipe Qualificada ... GT Protocolos de

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COMUNICAÇÃO TÉCNICA ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Nº 174607

A realidade dos laboratórios nacionais e as adequações desse setor para atendimento à ABNT NBR 15575/2013 Fulvio Vittorino

Palestra apresentado na 13. Oficina da Norma de Desempenho: Módulo Inovação, Capacitação Laboratorial e Especificações por

Desempenho, Goiás, 2017. 47 slides. A série “Comunicação Técnica” compreende trabalhos elaborados por técnicos do IPT, apresentados em eventos, publicados em revistas especializadas ou quando seu conteúdo apresentar relevância pública. ___________________________________________________________________________________________________

Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo S/A - IPT

Av. Prof. Almeida Prado, 532 | Cidade Universitária ou Caixa Postal 0141 | CEP 01064-970

São Paulo | SP | Brasil | CEP 05508-901 Tel 11 3767 4374/4000 | Fax 11 3767-4099

www.ipt.br

A realidade dos laboratórios nacionais e as adequações desse setor para atendimento à

ABNT NBR 15575/2013. Eng. Dr. Fulvio Vittorino (11) 3767-4553 [email protected]

O que se entende por Ensaio

Ensaio é a determinação de uma ou mais características de acordo com um ou mais procedimentos, conforme ABNT NBR ISO 9000:2005.

Fonte: http://www.sitedoconsumidor.gov.br/metcientifica/FAQ.asp - Acessado em 14/04/2017

Norma de Desempenho

Normas tradicionais

Orientação objetual ou prescritiva, estabelecendo requisitos com base no uso consagrado de produtos ou procedimentos, buscando atender aos requisitos dos usuários de forma indireta.

Normas de desempenho

Buscam atender aos requisitos dos usuários, referindo-se aos sistemas construtivos que compõem as edificações habitacionais, independentemente dos seus materiais constituintes e do próprio sistema construtivo adotado.

Componente – especificação e métodos de ensaio Procedimento de projeto, execução e controle

Abrangência da ABNT NBR 15575/2013

A norma 15575 aplica-se a

edificações habitacionais com

qualquer número de pavimentos,

unifamiliares, geminadas ou isoladas,

multifamiliares, construídas com

qualquer tipo de tecnologia, ...

Dr. Fulvio Vittorino IPT 25.08.2016

ABNT NBR 15575 e as demais Normas

As Normas de Desempenho traduzem as exigências dos usuários em requisitos e critérios, e são consideradas como complementares às Normas Prescritivas, sem substituí-las.

A utilização simultânea delas visa atender aos requisitos dos usuários com soluções tecnicamente adequadas.

NBR 15575

Incumbências dos intervenientes - Projetista

Cabe ao projetista o papel de especificar materiais, produtos e processos que atendam ao desempenho mínimo estabelecido nesta Norma com base nas normas prescritivas e no desempenho declarado pelos fabricantes dos produtos a serem empregados em projeto.

Quando as normas específicas de produtos não caracterizem desempenho, ou quando não existirem normas específicas, ou quando o fabricante não publicar o desempenho de seu produto, é recomendável ao projetista solicitar informações ao fabricante para balizar as decisões de especificação.

Incumbências dos intervenientes

Fornecedor de insumo, material, componente

e/ou sistema

Cabe ao fornecedor do produto ou do sistema caracterizar o desempenho de acordo com a ABNT NBR 15575; Se for material ou componente alvo de norma prescritiva, demonstrar a conformidade, além do desempenho.

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Ensaio de Caracterização – Normas Prescritivas

Determinar propriedades básicas de um material/produto.

Absorção de água de uma telha;

Condutividade térmica de um isolante térmico;

Resistência à compressão de um bloco;

Etc.

Ensaio de Caracterização – Normas Prescritivas

Fazer o acompanhamento/controle de produção, tanto na obra como nas unidades de produção.

Recebimento de materiais em canteiro;

Indústria de materiais.

Ensaio de Desempenho

Determinar o desempenho potencial de uma solução construtiva para uso em geral.

Isolamento Acústico, de vedações medido em Laboratório – Rw;

Resistência ao Fogo de uma solução de parede;

Desempenho térmico de unidades habitacionais via simulação computacional.

Ensaio de Desempenho

Caracterizar o desempenho de uma edificação.

Isolamento Acústico entre dormitórios;

Resistência a impacto em guarda- corpo (NBR 14718);

Desempenho Lumínico de uma unidade em um conjunto;

Etc.

Ensaios “Preliminares”.

Testar, preliminarmente, uma nova ideia para o desenvolvimento de um produto ou uma solução.

Método não normalizado pode ser usado nessas fases iniciais do desenvolvimento. O resultado não é válido para uso geral.

Fontes de variabilidades em Resultados

ISO 5725-1/94 - Accuracy (trueness and precision) of measurement methods and results — Part 1: General principles and definitions

Many different factors (apart from variations between supposedly identical specimens) may contribute to the variability of results from a measurement method, including:

a) the operator; b) the equipment used; c) the calibration of the equipment; d) the environment (temperature, humidity, air pollution, etc.); e) the time elapsed between measurements.

Não bastam só procedimentos

Resultado Confiável Resultado Confiável

Equipe Procedimento Equipamento

e sua calibração

Condições

Ambientais

Amostra

Representativa

Equipe Qualificada

Engenheiros com domínio dos conceitos de desempenho.

Domínio sobre os fundamentos dos métodos de ensaio de desempenho.

Técnicos treinados para execução de ensaio

Experiência em sistemas inovadores, quando for o caso.

Equipamentos

Equipamentos que normalmente não estão disponíveis em laboratórios de ensaios de caracterização;

Com precisão adequada, robusto, calibrável etc.

Display: 5 ½ dígitos

Precisão: 1,5 dB

Preço: R$ 220,00

Display: 3 ½ dígitos

Precisão: 1,4 dB

Preço: R$ 8.000,00

Display: Gráfico + ...

Resolução: Classe 1 (1,1 dB -1kHz)

Preço: Dezenas de Milhares R$

Uma situação recente Foi solicitado, em meados de 2014, formalmente, por carta assinada pela SNH- Secretária Nacional de Habitação – a fabricantes, construtoras, ITAs e laboratórios que atuam com avaliação de desempenho o envio de relatórios de ensaio para compor um catálogo nacional de resultados de desempenho de soluções TRADICIONAIS.

Até 31/06/2015 foram recebidos: ±1500

resultados.

173 Relatórios de ensaio •Desempenho Estrutural

•Estanqueidade

•Durabilidade – Choque térmico

•Segurança no uso e operação

49%

10%

41%

Resultados gerais

Número deresultadosnão aceitos

Número deresultadosaceitos

Exemplos do Aproveitamento dos Resultados

Desempenho Acústico

77%

17%

6%

Resultados Gerais

Descartado

Reanalisar

Aproveitado

Causas da Perda de Informações

Caracterização incompleta das amostras ensaiadas: as amostras não estão suficientemente caracterizadas para se identificar o elemento ensaiado.

Métodos de ensaios: Uso de métodos improvisados ou implantados de forma diferente entre laboratórios.

Relatórios que não trazem as informações para que o uso dos dados seja generalizável.

Descrição Imprecisa das Amostras

“JANELA EM ALUMÍNIO DE CORRER COM 2 FOLHAS 1,00 x 1,20 m; E= 3,00 mm”

Seção dos Perfis? Gaxetas de vedação? Desenhos/Projeto?

“Paredes em Placas cimenticias duplas.”

Espessura total da parede? Densidade da chapa? Forma de fixação/Montagem?

“Paredes em Bloco em argamassa de Cimento de 14,00cm”

Classe do Bloco? Peso do bloco?

Uso de maçarico

ao invés de fazer ensaio

em forno

Uso de Métodos de Ensaio não Normatizados

Ensaio de Resistência ao Fogo

Execução Inadequada do Método Normatizado

Por norma, d = 5 a 7m.

d

d

Uso de fonte sonora não padronizada e não reprodutível: “Radio CBN” ou “Música”.

Avaliação de desempenho térmico em dias com clima “ameno” (outono/primavera) ao invés de verão/inverno.

Uso de Métodos de Ensaio não Normatizados

Qual o método correto?

1º Caso

2º Caso

Diferenças no método ou na descrição?

?

Correto:

Método de Medição: ISO 140-7 - Faixa 50 ou 100 Hz a 5000 Hz

Método de Cálculo: ISO 717-2 – Faixa 100 Hz a 3150 Hz

Rede Sibratec de Desempenho em Edificações Habitacionais (RSDH)

Objetivo Formar a Rede de ICTs para o apoio às empresas na adequação da Norma de Desempenho NBR 15.575/13.

Objetivos Específicos

Capacitar laboratórios para prestação de serviços de ensaios de avaliação de desempenho.

Apoiar as ICTs na elevação da oferta de conhecimento científico e tecnológico dos problemas afetos à implementação da Norma de Desempenho.

Apoiar os esforços do MCidades no fomento ao uso da Norma de Desempenho pela cadeia produtiva da Construção Civil e sua relação com o SINAT.

Focos de Atuação

Gargalos: algumas instituições/laboratórios não conseguem atender à demanda por determinados ensaios, devido ao volume demandado, fazendo com que seja necessário o país possuir pelo menos mais um laboratório com as mesmas características.

Vazios: até mesmo algumas instituições/laboratórios de grande fluxo de atendimento ainda não possuem a oferta completa de ensaios, por subtemas da Norma, motivados pelo elevado custo de determinados equipamentos.

Metas

Seja formada uma rede de ICTs que atendam aos Gargalos e Vazios, nos temas Acústica, Segurança ao Fogo, Durabilidade e Segurança Estrutural.

Priorize o apoio à criação de infraestrutura laboratorial para ensaios que dependem de instalações de maior porte, que não necessitam ser replicadas em grande número no território nacional.

Fortaleça os laboratórios que já possuam experiência no subtema, para que que estejam capacitados para todos os ensaios de desempenho em determinado subtema.

Viabilize que o país possua pelo menos duas ICTs que ofereçam os ensaios completos em cada subtema.

Componentes da Rede

LACTEC USP IPT

SENAI BA

SENAI SC

ITEP

CCB

UFSC

UFG

UNISINOS UFRGS

SERVIÇOS:

REDE DE DESEMPENHO

AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO

Ensaios

Análise Projeto

Inspeção de Protótipos

Simulação

ASSESSORIA

Implantação do Conceito de

Desempenho

Apoio no desenvolvimento

de produtos e Serviços

Gestão de Desempenho

CAPACITAÇÃO

Curso de Formação

Curso de Informação

Treinamento Laboratórios

Ofertas totais de serviços atual (2105) e futura

Nº Entidade UF

Atualmente, oferece o serviço (ensaio, análise, simulação etc) ao mercado?

Se sim, está acreditado?

Se não, pretende ofertá-lo nos próximos 12

meses?

Tem interesse em participar de interlaboratorial

para esse serviço?

1 SENAI BA BA 7 0 30 24 2 UFG GO 5 0 3 0 3 ITEP PE 31 0 32 39 4 LACTEC PR 35 0 0 0 5 UFRGS RS 66 0 38 104 6 UNISINOS RS 96 0 8 7 7 SENAI SC SC 4 1 7 7 8 UFSC SC 39 0 18 50 9 CCB SP 24 14 22 18

10 IPT SP 104 37 5 45 11 USP SP 0 0 7 0 - TOTAL -x- 410 52 170 294

Oferta Segurança Estrutural

Oferta Desempenho Acústico

Oferta Segurança ao Fogo

Oferta Durabilidade - NBR 15575

Conclusões e Reflexões

Não temos grandes vazios na oferta de serviços explicitados na ABNT/NBR 15.575 – 2013, como um todo, a menos da área de segurança ao fogo.

Os gargalos na área de desempenho estrutural e desempenho acústico não parecem ser significativos e são muito mais decorrentes de falta de agilidade para atendimento da demanda.

É relevante a iniciativa de buscar reduzir os tempos de atendimento em laboratório.

Diagnóstico Durabilidade

Avaliações de durabilidade podem requerer abordagens “sob medida”.

Instituições modernizando/implantando novos equipamentos capazes de serem utilizados na avaliação de materiais e produtos de várias naturezas: cimenticios, plásticos etc. Não estão associados a ensaios específicos.

Busca-se criar campos de envelhecimento natural para apoiar ensaios acelerados.

Diagnóstico Durabilidade

Poucos ensaios são apresentados de forma explícita na ABNT NBR 15575:

Ausência de danos em sistema de pisos de áreas molhadas e molháveis pela presença de umidade: ANEXO C da pt. 3

Ausência de danos em sistemas de pisos pela presença de agentes químicos

Desgaste por abrasão de pisos

Ação de calor e choque térmico em paredes

Estabilidade da cor de telhas e outros componentes das coberturas: Ensaio conforme ISO 105-A02 (escala de cinza)

Ensaios nas normas de produtos

Análise documental.

Reflexões

Há vazios de conhecimento em:

mecanismos de degradação e durabilidade de sistemas inovadores e em alguns aspectos dos convencionais;

alguns temas combinados, como resposta estrutural de alvenarias estruturais em condição de incêndio;

limitação de risco de ocorrência de condensação superficial para evitar o crescimento de bolor em paredes e coberturas;

mecanismos de transmissão de ruído de impacto em lajes etc.

Diferenças na implementação dos Métodos de Ensaio

Mesmo quando os ensaios são realizados de acordo com normas de métodos de ensaios, tais normas deixam aspectos flexíveis que são adotados de forma diferente entre laboratórios → Pode influir sobre a comparabilidade dos resultados;

GT Protocolos de Ensaios

Precisamos harmonizar métodos de trabalho para se garantir maior homogeneidade de resultados.

O GT tem o objetivo inicial de padronizar:

a) a caracterização das amostras,

b) os métodos de ensaios; e

c) a forma de apresentação de resultados.

GT Protocolos de Ensaios

O GT também tem como objetivo buscar a confiabilidade metrológica sobre o ponto de vista da reprodutibilidade dos resultados:

Elaborar o processo de participação orquestrada em ensaios interlaboratoriais dos laboratórios da Rede e definir os primeiros interlaboratoriais.

Sumário da Demanada por Interlaboratoriais - 5 Solicitações Acústica:

Isolação ao som aéreo de paredes e pisos em campo e isolação ao som aéreo em laboratório;

Segurança estrutural:

Impacto de corpo mole e corpo duro em paredes e pisos - pt1;

Resistência a peças suspensa em paredes;

Resistência a carga vertical excêntrica em paredes.

Durabilidade:

Choque térmico em paredes

Sumário da Demanada por Interlaboratoriais - 4 Solicitações

Acústica:

Isolação ao ruído de impacto em cobertura.

Segurança ao Fogo:

Reação ao fogo de materiais: NBR 9442 e EN 13823;

Segurança estrutural:

Impacto de corpo mole e corpo duro em pisos;

Impacto de corpo mole e corpo duro em coberturas acessíveis;

Solicitação transmitida por portas;

Planejamento e modelagem da Rede - concluído

Manual de gestão da qualidade da Rede e documentos relacionados – concluído e em constante revisão

Mapeamento de competências das ICTs membro e definição dos serviços a serem oferecidos - concluído

Definição dos processos de prestação de serviços – em andamento

Definição dos processos para interlaboratoriais – em andamento

Apoio aos laboratórios que ainda não implantaram 17.025 - em andamento

Criação de TGs temáticos, com um plano de ação mínimo a ser cumprido

Aproximação com stakeholders estratégicos - em andamento

Início da prestação de serviços

Ações até o momento

Agradeço pela Atenção!

Eng. Dr. Fulvio Vittorino (11) 3767-4553 [email protected]