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PESQUISA-AÇÃO E SALA DE AULA
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PESQUISA-AÇÃO E AGÊNCIA EM SALA DE AULA
Laís LEMOS, Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC)Jadson BORGES, Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC)
Orientador: Dr. Rodrigo Camargo Aragão ([email protected])
RESUMO
Argumenta-se nesse estudo a importância da pesquisa-ação como uma possibilidade de agência dos participantes de uma sala de aula. Embasado nas considerações da linguística crítica, cuja postura visa transformações para uma prática crítico - reflexiva e problematizadora, procura-se pensar as contribuições da convergência entre pesquisa e ensino para a transformação dos envolvidos em atividades de sala de aula de inglês. Procura-se observar a partir de referencial teórico como a prática de pesquisa-ação no campo da linguística aplicada pode propiciar o agenciamento dos seus participantes. Pretende-se lançar luz à importância da pesquisa-ação como uma estratégia de conhecer pautado no viver e assim voltado para as transformações. Para tanto, aporta-se nos estudos sobre a Biologia do Conhecer (MATURANA, 1998; 2001), as Emoções (ARAGÃO, 2005; 2007; 2008; 2014) nos estudos sobre a prática de pesquisa-ação (ADORNO, 2012; BALDISSERA, 2001; ENGEL, 2000; TELLES, 2002). Destaca-se a importância das convergências entre teoria e prática (PENNYCOOK, 2001), bem como entre ensino e pesquisa (JORDÃO, 2010; LEFFA, 2003), o que é um ponto de ação do grupo de pesquisa FORTE- Formação, Tecnologia e Ensino, da Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC, em que esse estudo se situa. A percepção a ser fundamentada advém de uma reflexão sobre a abordagem metodológica da pesquisa-ação, que integra nossos projetos no processo de mestrado, fazendo parte do nosso campo de pesquisa. Justificamos nosso interesse na temática pela crença de que o papel do ensino e da pesquisa não pode ser negligenciado na sala de aula e que as emoções que se estendem no processo de ensino/aprendizagem devem ser cuidadosamente consideradas como possibilidades de agenciamento. Neste processo, a reflexão de estudantes e professores, a consciência de si mesmo e a responsabilidade nas possibilidades de transformação na convivência (ARAGÃO, 2005; 2007; 2008; 2014), devem ser consideradas nos processos de posicionamentos de voz e afirmação de identidades.
Palavras-chave: Pesquisa-ação; Ensino/aprendizagem; Agência.
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
A sala de aula de inglês tem sido marcada pela identidade híbrida do professor
de língua estrangeira, a qual interpola identidade da língua/cultura nativa com esses
mesmos aspectos da língua inglesa, refletindo algumas heranças de concepções pós-
coloniais. Em acréscimo, a heterogeneidade e a diferença na construção dos saberes
caracterizam o público para o qual essa formação de professores se destina, os alunos.
Esses estudantes têm apresentado resistência aos modelos de ensino de inglês, que nos
parece não atender nem a necessidade dos aprendizes, nem dos professores (JORDÃO,
2010).
Ao pensarmos essas (des) identificações (JORDÃO, 2010) dos participantes de
sala de aula de inglês com os modelos de ensino postos, acreditamos na pesquisa-ação
(ADORNO, 2012; BALDISSERA, 2001; ENGEL, 2000; TELLES, 2002), uma
metodologia de pesquisa que procura soluções para problemas situacionais em
colaboração com os participantes desse contexto, como uma forma de construir sentidos
para o ensino/aprendizagem de inglês, possibilitando a agência de professores e alunos
junto à universidade, refletindo a importância das convergências entre teoria e a prática,
ensino e pesquisa, a fim de promover a responsabilidade e consciência de si pelos
participantes (ARAGÃO, 2008).
Acreditamos que por meio da pesquisa-ação, ao envolver alunos e professores na
investigação sobre o ensino/aprendizagem de inglês, pensando a realidade deles, suas
identidades e formas de construção de saber, podemos promover um letramento crítico
em concordância com o papel educativo de ensino de uma língua estrangeira, que vai
muito além de ensinar a língua viabilizada por modelos pré - estabelecidos como
soluções universais (BRASIL, 2006; JORDÃO, 2010). Importa para isso, conceber a
amplitude que o ensino de uma língua estrangeira tem no mundo, bem como
compreender algumas variáveis que interferem nesse aprendizado.
Por isso, fazemos esse estudo pautado nas considerações do movimento da
linguística aplicada crítica (PENNYCOOK, 2001) que considera a política das
diferenças no ensino/aprendizagem de inglês, bem como nos aportamos na Biologia do
Conhecer (MATURANA, 1998; 2001), que argumenta a interferência das emoções
(ARAGÃO, 2005, 2007, 2008, 2014), como disposições biológicas do ser humano
nesse processo.
Nossas percepções, a serem fundamentadas, são uma reflexão sobre a
metodologia de pesquisa-ação que integra nossos projetos em desenvolvimento no
mestrado, que estão voltados para a compreensão do ensino/aprendizagem de inglês na
sala de aula em colaboração com seus participantes. Esses estudos estão inseridos no
grupo de pesquisa FORTE – Formação, Tecnologia e Ensino, da Universidade Estadual
de Santa Cruz – UESC, no tocante a uma de suas temáticas centrais, que é o ensino/
aprendizagem de línguas. A equipe tem como objetivo aprofundar-se nesse tema,
ampliando e estabelecendo ponte entre a UESC e as escolas públicas da região sul da
Bahia. O grupo FORTE trabalha com a escola e a formação de professores, em busca de
transformações e intervenções positivas nessa realidade.
Nessa empreitada, realizamos um levantamento sobre a pesquisa-ação, de modo
a pensá-la como uma possibilidade de agência dos participantes de sala de aula de
inglês, levando em consideração a postura da linguística aplicada critica e as emoções
no ensino/aprendizado de inglês, estimulando a convergência entre teoria e prática,
pesquisa e ensino, a fim de promover a reflexão de estudantes e professores, a
consciência de si e a responsabilidade nas possibilidades de transformação na
convivência (ARAGÃO, 2003, 2005, 2007, 2014) no ambiente de sala de aula,
propiciando seus posicionamentos de voz e afirmação de identidades.
1. PESQUISA-AÇÃO
No âmbito da Linguística Aplicada (LA), a importância de um olhar atento para
os procedimentos éticos na pesquisa voltada para o ensino/aprendizagem de línguas tem
evidenciado a necessidade do equilíbrio das relações de poder entre os participantes e a
responsabilidade social da pesquisa (CAVALCANTI, 1986; CELANI, 2005; PAIVA,
2005; TELLES, 2002). A postura da LA crítica (PENNYCOOK, 2001) tem destacado a
relevância da compreensão da diferença dos valores culturais e situacionais no
desenvolvimento da pesquisa, considerando a interferência de variáveis especificas de
cada contexto no ensino/aprendizagem de línguas. Neste sentido, estudos têm apontado
para a demanda de práticas de pesquisa que pensem essas questões da diversidade
cultural, subjetiva e atentas para tais procedimentos éticos (ARAGÃO, 2005, 2008).
Diante dessas considerações, argumentamos a relevância da pesquisa-ação para estudos
no campo da LA voltados para o ensino/aprendizagem e nessa finalidade, realizamos
um levantamento sobre essa metodologia de pesquisa.
Conforme Baldissera (2001), a pesquisa-ação é oriunda das ciências sociais e no
Brasil foi introduzida na educação pelo sociólogo João Bosco Pinto. Tal pesquisa,
segundo a autora, surge como nova proposta metodológica, reflexo de um contexto
marcado por preocupações teóricas e práticas que advêm da busca por novas formas de
intervenção e investigação, privilegiando a participação em vista da transformação da
realidade. De acordo com Thiollent (1985, apud BALDISSERA, 2001, p.6), esse tipo
de pesquisa objetiva ampliar o conhecimento dos pesquisadores sobre um fenômeno e o
conhecimento e/ou conscientização dos sujeitos envolvidos no fenômeno, contribuindo
para discussões. Para Bosco (1989, apud BALDISSERA, 2001, p.7), uma proposta de
pesquisa-ação implica em promover acesso ao conhecimento técnico-científico,
possibilitando a participação e “desvelamento” da realidade e efetiva transformação pela
ação; propiciar que o sujeito/agente atue na sua mudança; e incentivar a criatividade,
gerando novas formas de participação.
Baldissera (2001, p.8-10) argumenta que o modo de fazer a pesquisa-ação, o
conhecimento da realidade já é a ação, inclusive de sensibilização e conscientização.
Esse tipo de estudo, nas palavras da autora, é participativo e deve democratizar o saber,
refletindo “intercambio, socialização de experiências e conhecimentos”. Esse tipo de
estudo, ao ser desenvolvido pela troca de saberes e experiências, traz contribuições reais
e significativas para todos os participantes da pesquisa, pois “a pesquisa-ação como
metodologia de pesquisa e de ação cria espaços onde as pessoas participam do projeto
de atuação organicamente estabelecido”. Ainda segundo Baldissera (2001), a pesquisa-
ação revela-se como um estudo em que o conhecer é construído pelas ações coletivas
dos participantes. A autora define a pesquisa-ação como uma metodologia do conhecer
e do agir coletivo, em que o conhecer e o agir acontecem de forma simultânea numa
relação dialética dobre a realidade social, e ao privilegiar a participação visa a
transformação desse contexto.
Engel (2000, p.182) define a pesquisa-ação como “um tipo de pesquisa
participante engajada, em oposição à pesquisa tradicional, que é considerada como
‘independente’, ‘não-reativa’ e ‘objetiva’.” O autor aponta para o modelo tradicional de
pesquisa, ressaltando que uma das principais diferenças da pesquisa-ação em relação a
ela é a junção da pesquisa à ação ou à prática, uma necessidade que a pesquisa-ação
deseja superar desde o seu surgimento, conforme pode ser percebido na apresentação
das características essenciais da pesquisa-ação e as suas fases, que começam com a
definição de um problema, seguida de uma pesquisa preliminar, formulação de hipótese,
desenvolvimento e implementação de um plano de ação, coleta de dados para avaliação
dos efeitos da implementação do plano, avaliação do plano de intervenção e
comunicação dos resultados.
Engel (2000, p.182) acrescenta que umas das características deste modelo de
pesquisa é que “através dela se procura intervir na prática de modo inovador já no
decorrer do próprio processo de pesquisa e não apenas como possível consequência de
uma recomendação na etapa final do projeto”. Essa intervenção é inovadora porque,
além de fugir do padrão tradicional de apresentar ou dar a solução (como se o
pesquisador finalmente descobrisse a verdade ao final da pesquisa), ela não tem a
pretensão de apresentar verdades científicas absolutas, mas, pelo contrário, tem o
objetivo de dialogar crenças e práticas com os participantes da pesquisa, o que, segundo
o autor, “pode levar a um resultado específico imediato, no contexto do ensino-
aprendizagem” (ENGEL, 2000, p.183). O autor afirma que a pesquisa-ação “pode ser
aplicada em qualquer ambiente de interação social que se caracterize por um problema,
no qual estão envolvidos pessoas, tarefas e procedimentos” (ENGEL, 2000, p.183).
A abordagem utilizada neste tipo de pesquisa normalmente é de cunho
qualitativo, o que consoante Telles (2002, p. 102) “pode contemplar a dimensão
humana, a pluralidade e interdependência dos fenômenos educacionais”. Os
participantes atuam de forma determinante no movimento da pesquisa, interferindo
ativamente na direção do estudo. Alunos e professores tem acesso à teoria e constroem a
pesquisa com as intervenções da prática real. O pesquisador por sua vez, se insere no
contexto para a compreensão do fenômeno, que é analisado junto com os participantes,
nesse tipo de pesquisa “a construção dos significados é feita pelo pesquisador e pelos
participantes, em negociações [...] os “sujeitos” passam a ser participantes, parceiros”
(CELANI, 2005, p.109). Nesse tipo de investigação, pesquisador e docentes trabalham
em conjunto, procurando compreender a prática do cotidiano escolar (TELLES, 2002).
Isso possibilita uma contextualização mais próxima da realidade de sala de aula, visto
que se desenvolve a partir de preocupações e interesses dos participantes cotidianos
desse cenário, acontecendo “de dentro para fora”, consoante Nunan (1993, apud
ENGEL, 2000, p. 183).
Com referência a pesquisa-ação, Oliveira (2012, p.58-9) argumenta que essa
modalidade de pesquisa se destina à promoção de ações dialógicas, cujo diálogo entre
os participantes pode promover a emancipação dessas pessoas, na construção de
sentidos no mundo. Oliveira (2012) relaciona a pesquisa-ação colaborativa com a
prática de ensino localmente situada, considerando o papel desse tipo de pesquisa na
formação docente crítica. Oliveira, na fala de Jorge (2005), afirma que “essa
modalidade de pesquisa destina-se à promoção de ações dialógicas entre formadores de
professores e professores em formação” (OLIVEIRA, 2012, p.58). A autora baseia-se
nos trabalhos de Freire (1982, 1997) e de Kumaravadivelu (2003), sendo que o segundo
teórico também se fundamenta no primeiro. Assim, Oliveira (2012) aborda a pedagogia
do pós-método (postmethod pedagogy), proposta por Kumaravadivelu (2001), que
apresenta três dimensões principais de sua pedagogia: particularidade, praticabilidade e
possibilidade. A autora aborda a coerência dessas dimensões com a formação crítica e
com a pesquisa-ação colaborativa, sugerindo a importância da construção de saberes
localmente situados. Para a autora, a ação pode levar à reflexão crítica, possibilitando
movimentos de mudança, devendo a ação pedagógica empoderar os participantes ao
atuarem de forma engajada na pesquisa.
Diante dessas considerações sobre a metodologia da pesquisa-ação, podemos
inferir que tal metodologia propicia “o estudo de uma situação social com vistas a
melhorar a qualidade da ação dentro dela”, conforme define Elliott (1991, apud Tripp,
2005, p. 463), pois na construção colaborativa do saber, alunos, professores (e também
pesquisador) são expostos a reflexões que favorecem a consciência de si, podendo
transformar a conduta dessas pessoas em relação ao ensino/aprendizagem (ARAGÃO,
2008). A ação da pesquisa contribui para uma reflexão crítica e teoricamente informada
em busca de movimentos concretos de mudança, favorecendo a capacidade de agência
dos envolvidos no processo, ao convergir ensino e pesquisa, abrindo espaço para
professores e alunos produzirem pesquisa, deixando de ser apenas consumidores
(JORDÃO, 2010; LEFFA, 2003; OLIVEIRA, 2012).
A pesquisa-ação reforça a crença na importância da integração entre
Universidade e Escola na construção de saberes a partir da convergência entre teoria e
prática, na práxis (LEFFA, 2003; PENNYCOOK, 2001). Bem como reconhece a
necessidade de intervenções de pesquisa que tenha como fundamento relações de
simetria de poder entre os participantes, visando à responsabilidade social (CELANI,
2005, p. 109), a real contribuição para a as partes (TELLES, 2002, p.101),
possibilitando o agenciamento e autonomia dos sujeitos envolvidos (JORDÃO, 2010),
priorizando o caráter ético, imprescindível a uma pesquisa (CELANI, 2005; PAIVA,
2005).
Desse modo, acreditamos ser importante para a área da linguística aplicada
voltada para o ensino-aprendizagem de línguas, a ponte entre escola e universidade,
fortalecendo o processo a partir da práxis. Portanto, refletimos nesse estudo a prática de
pesquisa-ação como um espaço para o agenciamento de professores e alunos em sala de
aula, processo no qual os sujeitos colaboradores, passam de consumidores para co-
produtores, atuando na construção de sentidos no mundo, abandonando as verdades
tidas como universais e oportunizando a criação de propostas universalizantes
(JORDÃO, 2010, p. 433-439).
2. A IMPORTÂNCIA DA AGÊNCIA DOS SUJEITOS EM SALA DE AULA
A sala de aula de inglês tem refletido as identidades híbridas dos professores de
língua estrangeira e a visão conflitante sobre o papel do ensino de línguas na educação
pública. As crenças dos professores e dos alunos têm sido influenciadas por heranças do
pós-colonialismo, que pressupõe um imperialismo cultural e econômico sobre as nações
em desenvolvimento, neste caso, no Brasil. A reprodução de modelos de
ensino/aprendizagem internacionais, a dicotomia valorativa entre nativo e não-nativo, a
compreensão do inglês como um produto no mundo, reforçam esse conflito (JORDÃO,
2010). Em face disso, as Orientações Curriculares para o Ensino Médio – OCEMs de
Línguas Estrangeiras (BRASIL, 2006) discutem a prática da noção de ensino de línguas
voltada para questões de inclusão e cidadania, em oposição a um ensino que vise apenas
o objetivo linguístico, repercutindo uma perspectiva imperialista e excludente de ensino
de língua. Nesse sentido, as OCEMs argumentam que:
Com essas disciplinas, busca-se a formação de indivíduos, o que inclui o desenvolvimento de consciência social, criatividade, mente aberta para conhecimentos novos, enfim uma nova reforma na maneira de pensar e ver o mundo (BRASIL, 2006, p.90).
As OCEMs atentam para um ensino de línguas que propicie o desenvolvimento
da cidadania do aluno, promovendo uma compreensão dele sobre seu lugar na
sociedade. As Orientações defendem que “o valor educacional da aprendizagem de uma
língua estrangeira vai muito além de meramente capacitar o aprendiz a usar uma
determinada língua estrangeira para fins comunicativos” (BRASIL, 2006, p.92). As
OCEMs (BRASIL, 2006, p.96) argumentam que esse ensino não deve apenas estar
voltado a uma demanda do mercado no contexto da globalização, mas também, na fala
de Maturana (1999), “criar possibilidades de o cidadão dialogar com outras culturas sem
que haja a necessidade de abrir mão de seus valores”.
Do mesmo modo, Jordão (2010) aponta a resistência dos alunos e professores
aos modelos de ensino em função das crenças pós-coloniais e a frustração deles quando
inseridos numa prática restrita a objetivos puramente linguísticos. A autora defende que
a identidade do professor de língua inglesa no Brasil é marcada pelo processo em fluxo
de representações simbólicas, construído discursivamente, abrindo espaço para a
construção de sentidos e o acontecimento de resistência e agência. A resistência para
Jordão (2010, p.431) trata-se de uma “consequência do posicionamento do sujeito num
local de fronteira, na margem do processo [...]”. Esse espaço é híbrido e nele há o
desafio das narrativas totalizadoras, em que há a percepção do caráter conflitante das
representações. Já a agência, trata-se de uma “forma de intervir no processo discursivo
de construção de sentidos e representação de mundo” (JORDÃO, 2010, p. 432). Na
agência, discursos de formas de representação distintas se interpõem e transformam-se.
Sentidos são construídos em ação edificada no processo discursivo, em que pessoas,
ideia, conhecimento e modos de conhecer definem-se.
Essa concepção de agência, como maneira de representação e transformação, em
função da construção de sentidos num processo reflexivo nos interessa, pois
acreditamos que a pesquisa-ação ao pensar sobre o ensino/aprendizagem de língua
inglesa no contexto da sala de aula junto com alunos e professores, possibilita esse
espaço e pode transformar essa realidade por meio da consciência de si mesmo. Nessa
compreensão de que o que está posto como universal pode não contemplar a diferença,
a heterogeneidade e a complexidade de uma sala de aula de inglês, ressaltamos a
importância da agência dos sujeitos desse contexto de forma responsável. A articulação
entre escola e universidade, pode desta forma, contribuir para a reflexão desses sujeitos,
promovendo práticas situadas e significativas para eles. Essa integração favorece tanto à
pesquisa como ao ensino, pois as contribuições podem trazer ganhos para ambos ao
pensarem em colaboração uma prática de ensino/aprendizagem condizente com
demanda global e local (ARAGÃO, 2008; JORDÃO, 2010; LEFFA, 2003).
Nesse sentido, Jordão (2010) propõe que a escola deveria almejar sujeitos
críticos, os quais pudessem desenvolver suas potencialidades de agência, ou seja, de
agir discursivamente sobre os discursos que o constituem. Por isso, a autora, na fala de
Maturana, argumenta que a escola deve atentar para a produção de entendimentos no
campo das “emoções”, enquanto um “determinante do domínio de racionalidade por
meio do qual construímos nossos argumentos”. (MATURANA, 2001 apud HALU,
2010, p.18). Essas emoções, que Jordão (2010) atenta ser importante para o
ensino/aprendizagem, são apresentadas na Biologia do Conhecer (1998; 2001) como
“disposições corporais que determinam ou especificam domínios de ações”
(MATURANA, 1998, p. 16) e ao determinar as ações humanas, interferem na própria
razão. Assim todo agir do homem é modulado pelas emoções, as quais estão imbricadas
com conhecimento e linguagem (ARAGÃO, 2005). Neste sentido, Jordão (2010, p.435)
defende que o objetivo principal da escola deveria ser permitir que os sujeitos que dela
participam, sejam capazes de desenvolver e construir possibilidades de agência
(racional e emocional) sobre as práticas sociais e seus posicionamentos na sociedade.
Em consonância com a abordagem de ensino/aprendizagem de língua estrangeira (LE)
proposta pelas OCEM (BRASIL, 2006), Jordão argumenta:
O potencial que uma LE tem de transformar nossos procedimentos interpretativos e as maneiras como nos relacionamos com diferentes conhecimentos e formas de conhecer, [...] de nos levar a perceber o mundo de outras maneiras, de vislumbrar formas alternativas de significar e de construir nossas identificações e desidentificações, nosso engajamento com o mundo (JORDÃO, 2010, p.434).
Por isso, a autora ressalta a importância da conscientização no processo e de um
letramento crítico pautado numa perspectiva pós-estruturalista, que busque alternativa
para narrativas universalizantes e não um letramento crítico, que seja visto como um
caminho da libertação, enquanto uma alternativa universal. Jordão (2010, p.435)
defende um letramento que forme sujeitos críticos propiciando a eles “desenvolver suas
potencialidades de agir discursivamente sobre os discursos que os constituem, sobre as
relações e práticas sociais [...]”, construindo conhecimento, sem desconsiderar o papel
das emoções nesse processo.
Jordão (2010) aponta a importância da escola como um espaço de agência, que
envolva razão e emoção, sobre as posições e funcionamentos sociais, como uma
maneira de legitimar as diferentes visões de mundo, valorizando as formas heterogêneas
do saber. Esse agenciamento dos sujeitos da sala de aula de língua estrangeira rompe
com a formação hierárquica do conhecimento, pautando-se na compreensão de que o
conhecer é um produto cultural, que envolve distintas maneiras de perceber e construir
sentidos e tal proposta coaduna-se com as concepções da metodologia da pesquisa-ação.
Pois, essa se aporta no entendimento da importância da voz desses sujeitos, que atuam
como participantes na construção do conhecimento, ao pensar que um estudo sobre o
contexto dinâmico de sala de aula só pode ser legitimado se desenvolvido em
colaboração com aqueles que vivenciam esse conhecer no cotidiano.
3. ENSINO E PESQUISA: UMA CONVERGÊNCIA NECESSÁRIA
Na lógica da ciência moderna as dicotomias têm encontrado guarita. As relações
dicotômicas parecem representar o alívio de ter uma resposta. O perigo, porém, é
quando este alívio torna-se uma espécie de conforto perpétuo, pressupondo-se uma
verdade alcançada. Contra este risco, Leffa (2003) propõe a valorização das
convergências face às dicotomias, argumentando que é o que se vislumbra para o futuro,
“um processo generalizado de convergência, fundindo tecnologias, métodos e teorias.”
(LEFFA, 2003, p.232). O autor discute, então, quatro convergências para o futuro do
ensino do inglês: ensino e pesquisa, inteligência e emoção, global e local, real e virtual.
A primeira convergência que ele sugere é a do ensino e pesquisa, em que ele
defende a possibilidade do professor pesquisar e não simplesmente, nas palavras do
autor, “aceitar a verdade dos outros” (LEFFA, 2003, p.234). Para ele, o professor não
deve apenas consumir pesquisa, mas também produzir, dentro de sua própria realidade,
pois “o trabalho de pesquisa é imprescindível, inseparável do ensino” (LEFFA, 2003,
p.234). O autor expõe a sua concepção de pesquisa-ação e sobre a contextualização do
ensino:
Entendo que a pesquisa-ação, vista aqui como uma investigação feita pelo professor para resolver um problema de sua sala de aula, pode tornar a pesquisa muito local, sem possibilidade de ser generalizada; o que é verdade em uma aula de inglês em Juiz de Fora pode não ser verdade numa aula de inglês em Nova York, o que é verdade hoje pode não ser mais verdade amanhã. Seria uma verdade extremamente contextualizada, válida apenas para um determinado local, numa determinada hora (LEFFA, 2003, p.234).
Leffa (2003) concebe a pesquisa-ação como um instrumento de investigação
local, que não pode ser generalizado, porque não inclui as variações dos diferentes
contextos. Daí a importância do professor ser ele mesmo um pesquisador, que identifica
os problemas locais e propõe soluções de acordo a realidade local, que enxerga a sala de
aula como espaço para produção e não somente para recepção.
Por outro lado, Jordão (2010) aborda a importância do professor-pesquisador sob
os aspectos do agenciamento, hibridismo e consciência de si. Este último implica,
segundo a autora, que o professor e o aluno conheçam o seu posicionamento para agir
sobre o processo de construção de sentidos e tem um papel essencial na relação entre
ensino e pesquisa.
A autora define a agência como “a interpolação discursiva de diferentes formas
de representação (de si mesmo e dos outros) e sua transformação [...], uma forma de
intervir no processo discursivo de construção de sentidos e representações do mundo”
(JORDÃO, 2010, p.432). Agenciamento aqui é colocado como o oposto à resistência e
ressalta o caráter híbrido de cada indivíduo na participação do processo de construção
de sentidos na sala de aula.
O pressuposto do agenciamento aqui é o mesmo que encontramos em Leffa
(2003), embora sem essa terminologia, que o papel do professor não é simplesmente o
de “passar conhecimento para os alunos, mas também gerar o conhecimento necessário
para uma melhor aprendizagem da língua” (LEFFA, 2003, p.235). Sendo assim, a
consciência de si vem antes do agenciamento e os dois são interdependentes, uma vez
que não se pode conceber um espaço de compartilhamento de conhecimento se a
consciência das práticas individuais não tiver prioridade. Jordão (2010) conclui
ressaltando que a noção freireana de práxis está atrelada ao conceito de agência:
Para Freire (1998; 1999) existe uma profunda interação entre teoria e prática, tanto que chega a borrar a distinção entre as duas, e a trazer à tona a noção de teoria como uma forma de prática. Isso significa que discussões teóricas e as alternativas que tais discussões possibilitam são práticas em si mesmas, e como tal constituem modos de saber e construir realidades. Outra implicação da noção freireana de práxis é a reconceituação de agência em discurso, numa compreensão de agência como uma prática reflexiva que desafia constantemente, em vários campos ideológicos, seus próprios pressupostos e desdobramentos, enfocando a transformação e constante reavaliação de procedimentos interpretativos de construção de sentidos, e os conhecimentos por eles produzidos (JORDÃO, 2010, p.438).
Essa prática reflexiva que a autora chama de agência em discurso pode também
ser vista como um dos frutos da convergência ensino e pesquisa, que é defendida pelos
autores que ora apresentamos. Observa-se que ao tratar da convergência entre ensino e
pesquisa indica-se outra convergência, que é entre teoria e prática.
4. TEORIA E PRÁTICA: PRÁXIS
Ao propor a convergência entre ensino e pesquisa, Leffa (2003) relaciona,
consequentemente, teoria e prática, sendo esta uma dicotomia há muitos séculos, difícil
de destituir. Sobre as teorias, o autor assume a postura de Diderot e retoma-o quando
declara que diante de diversas teorias “a verdade é uma prostituta: dorme com todos e
não é fiel a ninguém” (LEFFA, 2003, p.232). O autor ainda declara que “diante de uma
teoria é melhor ser promíscuo do que fiel. A história não caminha se as teorias não
forem traídas” (LEFFA, 2003, p.233).
Sobre essa relação entre teoria e prática, Pennycook (2001) aponta para duas
tendências problemáticas na linguística aplicada: a primeira, que diz que aplicações
pedagógicas não estão baseadas em contextos específicos de prática; e a segunda, que
rejeita a teoria da linguística aplicada, como se ela não tratasse do mundo real. O autor
rejeita as duas posturas e prefere ver a linguística aplicada “em todo o seu contexto
como relações recíprocas constantes entre teoria e prática1” (PENNYCOOK, 2001, p.3).
Citando Simon (1992, apud PENNYCOOK, 2001, p. 3), o autor acrescenta que prefere
vê-la como “aquela contínua integração reflexiva de pensamento, desejo e ação algumas
vezes chamada de práxis”. Assim, ele prefere evitar a postura de teoria na prática e
propõe que elas são inter-relacionadas de forma mais complexa.
Pennycook (2001, p.4) afirma que “pensamento crítico é usado para descrever
uma maneira de trazer uma análise mais rigorosa para a solução de um problema ou
compreensão textual”2. Assim, ele aponta para a importância de ser crítico para a
problematização e desenvolvimento de determinada prática. O autor ainda ressalta o
cuidado na condução desse pensamento crítico para não incorrer numa prática em
“contextos descontextualizados” (decontextualized contexts). Por isso, deve-se atentar
para as relações micro e macro, ou seja, as relações globais e locais; e ele sugere que se
faça isso através de um mapeamento dessas relações, que possam relevar a maneira de
pensar local para que a prática possa ser contextualizada:
1 Tradução livre do trecho: “I want to resist both versions of applied linguistics and instead look at applied linguistics in all its contexts as a constant reciprocal relation between theory and practice, or preferably, as ‘that continuous reflexive integration of thought, desire and action sometimes referred as Praxis’ (Simon, 1992, p.49).”2 Tradução livre do trecho: “Critical thinking is used to describe a way of bringing more rigorous analysis to problem solving or textual understanding.”
Um elemento central da linguística aplicada crítica, portanto, é uma maneira de explorar a língua em contextos sociais que vão além de meras correlações entre língua e sociedade, levantando mais questões críticas relacionadas a acesso, poder, disparidade, desejo, diferença e resistência3 (PENNYCOOK, 2001, p. 6).
Deste modo, Pennycook (2001) defende que uma teoria crítica deve tomar a
desigualdade social e a transformação social como trabalho, a fim de fundamentar uma
prática contextualizada e não simplesmente fazer conexões entre as micro relações da
língua em contexto com as macro relações de questões sociais. É neste pressuposto que
a pesquisa-ação revela a sua importância e o seu papel na urgência desta convergência
entre teoria e prática.
5. EMOÇÕES, REFLEXÃO E CONSCIENCIA DE SI
Diante das considerações sobre o papel educativo do ensino/aprendizagem de
línguas estrangeira, inglês, norteado pelas OCEMs (BRASIL, 2006) e defendido por
Jordão (2010), bem como da importância da agência dos sujeitos em sala de aula, da
práxis e da convergência entre ensino e pesquisa, argumentamos que as emoções que
participam do processo devem ser cuidadosamente apreciadas como possibilidade de
agenciamento. Isto porque, consoante a BC (1998), as nossas ações são moduladas pelas
emoções, que nos possibilitam operar de determinado modo, e como tal devem ser
consideradas como variáveis fundamentais no ensino/aprendizagem. Estudos na área da
linguística aplicada têm demonstrado a importância das emoções como variáveis
envolvidas no complexo processo de ensino/aprendizagem de línguas em sala de aula
(ARAGÃO, 2005, 2007, 2008, 2011, 2014).
Aragão (2005) argumenta a inter-relação entre linguagem, conhecimento e
emoção como fundamental para a compreensão do contexto de sala de aula, mostrando-
nos que as emoções são variáveis envolvidas no complexo processo de
ensino/aprendizagem, evidenciando a necessidade de “práticas de pesquisa que sejam
sensíveis às diferenças e às variações individuais e contextuais e que evidenciem a
mutualidade entre teoria e prática [...]” (ARAGÃO, 2005, p. 102).
3 Tradução livre do trecho: “A central element of critical applied linguistics, therefore, is a way of exploring language in social contexts that goes beyond mere correlations between language and society and instead raises more critical questions to do with access, power, disparity, desire, difference, and resistance.”
Aragão (2007) em seus estudos de doutorado investigou as emoções nas mais
diversas áreas e à luz da Biologia do Conhecer, indicou como as emoções interferiam no
ensino/aprendizagem de quatro graduandos em Letras-Inglês ao desempenharem
habilidades orais. O autor evidencia nessa pesquisa, a importância da reflexão sobre as
histórias de aprendizagem e conscientização das emoções como uma possibilidade de
transformação dos sujeitos.
Aragão (2008) explora a relevância das emoções na pesquisa narrativa como
elementos de transformação de aprendizagem, se estiverem atreladas como reflexão e
ação responsiva dos sujeitos, que agem de forma responsável, transformando seu
processo de aprender. O autor reforça a importância de oportunizar espaços para a
reflexão acerca da aprendizagem em sala de aula e considera a influência da pesquisa na
mudança de experiências de aprendizagem. Aragão destaca o valor da legitimação do
outro na pesquisa, como fomento de emoções que possam abrir espaço para o erro e
para a reflexão, de modo que o aprendiz possa agir de forma responsável sobre sua
aprendizagem e ter a capacidade de transformá-la.
Aragão (2011) reitera “a relevância das emoções no ensino/aprendizagem de
línguas, na reflexão sobre a ação e na responsabilidade pela consciência de nossas
emoções na convivência com alunos e professores de línguas” (ARAGÃO, 2011, p.
163). O autor considera o valor das emoções e da reflexão nesse processo, bem como a
correlação entre emoção, reflexão, engajamento responsável para a transformação no
ensino/aprendizagem.
Aragão (2014) argumenta a relação entre reflexão, identidade e emoção na
aprendizagem de inglês, evidenciando a reflexão enquanto um dar-se conta de si e das
emoções e identidades, fatores que interferem no processo. O autor nos mostra que a
postura consciente de emoções sobre a aprendizagem, de forma responsável, pode abrir
espaço para uma agir reflexivo gerador de mudanças no ensino/aprendizagem.
Diante das contribuições de Aragão, à luz da Biologia do Conhecer, podemos
perceber a importância de atentarmos para as emoções em sala de aula, bem como a
relação das emoções com a reflexão e consciência de si, de forma responsável,
possibilitando transformações no ensino/aprendizagem. Argumentamos que as emoções
devem ser cuidadosamente consideradas como formas de agenciamento, pois as mesmas
interferem diretamente no processo de ensino/aprendizagem de línguas e a tomada de
conhecimento dessas emoções pode promover reflexão, consciência de si, favorecendo a
uma transformação.
Segundo Aragão (2008, pp. 315 e 316), “quando refletimos, vivemos uma
transformação em nossa conduta e podemos observar e agir de uma forma que antes não
podíamos” e “é na reflexão sobre nossa experiência que tomamos consciência do mundo
em que vivemos e no qual queremos viver”. Por isso, a necessidade de pesquisas
sensíveis a essas variáveis (ARAGÃO, 2005), como tem se mostrado a pesquisa-ação de
forma útil e coerente com essa demanda, conforme corrobora Oliveira (2012, p. 58-9)
ao dizer que esse tipo de pesquisa propicia o empoderamento dos participantes,
contribuindo para o desenvolvimento de resultados a partir do conhecimento vivenciado
por eles, propiciando uma contínua construção identitária, favorecida pela auto-reflexão
e consciência de si.
Ao dar si conta de si, professores, alunos (e também pesquisador) abrem espaço
para a agência, pautada na reflexão e conhecimento das emoções, possibilitando
transformações no ensino/aprendizagem de inglês. Nesse processo, a reflexão de
estudantes e professores, a consciência de si mesmo e a responsabilidade nas
possibilidades de transformação na convivência devem ser consideradas nos processos
de posicionamentos de voz e afirmação de identidades dos participantes do contexto de
sala de aula.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do exposto, argumentamos que a pesquisa-ação pode favorecer a agência
dos sujeitos em sala de aula, quando eles assumem o papel de colaboradores da
investigação, podendo trazer, contribuições frente a um objeto de estudo complexo que
é a sala de aula. Acreditamos na importância das convergências entre o ensino e a
pesquisa, teoria e prática, pensando a LA de forma crítica, de modo a considerar
relações globais/locais, micro/macro, bem como variáveis tais as emoções, como
elementos que interferem no processo de ensino/aprendizagem de línguas. Por isso,
procuramos fomentar reflexões na área da LA, acerca desse processo colaborativo
propiciado pelas práticas de pesquisa-ação, no intuito de fortalecer as pesquisas na área
e ao mesmo tempo oportunizar uma conscientização e reflexão de si pelos participantes,
possibilitando-lhes a construção de sentidos no mundo de maneira contextualizada e
autêntica.
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