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CURITIBA, SETEMBRO DE 2012 - ANO 16 - NÚMERO 210 - 4º PERÍODO DE JORNALISMO NOTURNO DA PUCPR SUSTENTABILIDADE Orgânicos viram tendência em Curitiba Página 8 TURISMO Consumidores elegem destinos gastronômicos Página 13 GERAL Mercado Municipal destaca-se pela diversidade Página 7 MÍDIA Jornalismo Gastronômico atrai novos profissionais Página 11

Comunicare 210 - Gastronomia

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O que os curitibanos consomem? Qual a influência gastronômica na cidade? Quais os lugares frequentados? Saiba tudo isso nesse edição do Comunicare

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Page 1: Comunicare 210 - Gastronomia

CURITIBA, SETEMBRO DE 2012 - ANO 16 - NÚMERO 210 - 4º PERÍODO DE JORNALISMO NOTURNO DA PUCPR

SUSTENTABILIDADE

Orgânicos viram tendência em

CuritibaPágina 8

TURISMO

Consumidoreselegem destinos

gastronômicosPágina 13

GERAL

Mercado Municipaldestaca-se peladiversidadePágina 7

MÍDIA

Jornalismo Gastronômico atrai novos profissionaisPágina 11

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FALA, ALUNA

“ O Comunicare é um espaço onde o aluno

pode praticar o que lhe é ensinado em sala”.

Bruna Kurth, 2º período de Jornalismo da

PUCPR

GASTRONOMIA DAS ENTRANHAS CURITIBANAS

Curitiba afirma-se como polo gastronômico por meio de investimentos diversos que corroboram o crescimento do setor

Curitiba, Setembro de 2012 opinião02

Aromas para todas as bocasSem pois, pois: Curitiba é for-

te em gastronomia. Vejam vocês: restaurantes segmentados e típi-cos; os fast food, enlatados grin-gos que tanto apetecem o povo com pressa. Feiras livres exalam cheirinho de fome repentina. Aromas para todas as bocas.

Engana-se aquele crente na gastronomia curitibana centrali-zada nas veredas de Santa Felici-dade. O gosto por comer, e comer bem, incentiva a evidente plura-lidade do comércio alimentício em cada cantinho da capital. Eis o ponto explorado em “O convite gastronômico dos curitibanos”. A matéria personifica em deter-minados estabelecimentos os pa-ladares dos seres viventes nessa

parte fria do planeta, turistas em sua própria cidade.

Quiçá a Copa do Mundo, evento que, daqui menos de dois anos, Curitiba espera no papel de cidade-sede, agita o cenário gas-tronômico. Perspectivas de inves-timentos, que objetivam fortale-cer pontos turísticos da capital paranaense como polos gastronô-micos, são revelados em “Copa do Mundo impulsiona turismo”. Desde os restaurantes já concei-tuados a antros do bom paladar ocultos em segredo por peque-nos estabelecimentos, cantinhos escondidos em vielas da cidade, são representantes em potencial de sabores curitibanos.

Aromas para todas as bocas,

inclusive aquelas regidas não apenas pelo gosto pessoal como por ideologia. Personagens de “O mundo é dos vegetarianos”, matéria de Comportamento, de-batem a posição de vegans como um meio de preservar os animais, assim como o próprio bem-estar. Curitiba, conhecida como a “ca-pital do hambuerguer de soja”, possui redes de restaurantes ex-clusivamente vegetarianos.

Mesmo a comunicação cresce em função da gastronomia. “Tem-pero fino da imprensa” apresenta, na editoria Mídia, um novo nicho aberto aos profissionais de comu-nicação, propiciado pela abertura dos veículos e investimentos dos empreendedores alimentícios em

comunicação. Desde a seção gas-tronômica aberta ao jornalista no suplemento diário, passando pelo minucioso trabalho visual do pu-blicitário, à organização de even-tos sob a responsabilidade do profissional de relações públicas. Cocares para todas as tribos.

Do Abranches à Caximba, sofisticação e baixa gastronomia misturam-se e impregnam a terra dos pinheirais com cheirinho de almoço dominical em casa de vó. O curitibano que gosta de comer bem viaja sua cidade. Que Curi-tiba viaja? Esta que fisga-o pelo estômago. Sirva-se.

FACES DA NOITE CURITIBANA VÃO ALÉM DO CENTRO DA CIDADE

Jornalismo é feito de pluralidadeÉ muito difícil fugir do lugar

comum quando falamos da cida-de onde vivemos. Criar um jor-nal inteiro sobre como Curitiba e curitibanos se comportam duran-te a noite é, no mínimo, arrisca-do. Confesso que fiquei apreen-siva com a proposta. Ainda mais considerando a pouca vida pós-sol que Curitiba tradicionalmen-te oferece, se comparada a outras capitais brasileiras.

Para compensar, a edição do Comunicare analisada por mim trouxe boas surpresas. A matéria “Empreendedores lucram com alimentação”, sobre as famosas barraquinhas de cachorro-quen-te da capital, misturou diversão, dados – os quais nem imaginava que existiam – e perspectivas. Isso sem considerar as dicas para quem busca abrir seu próprio ne-gócio.

Destaco também as reporta-gens da editoria de Cultura e as duas que tratam do transporte noturno na capital paranaense: “Usuários do transporte madru-gueiro da capital pedem mais segurança” e “Assaltos a taxistas aumentam à noite”.

Os editores não deveriam ter esquecido a existência do homô-nimo programa paulista - policia-lesco e sensacionalista – à man-chete da edição: “Cidade alerta”. Impossível não relacionar os dois. Opção errada para a proposta do jornal.

A equipe do Comunicare também falhou ao ouvir e dar destaque em excesso a fontes ofi-ciais. Inclusive destaco a incômo-da presença do nome de uma das secretarias municipais na gravata da matéria “Evento promove en-contros noturnos”.

Semelhante aconteceu na re-portagem “Câmeras ajudam na

segurança da cidade”. Se o go-verno municipal investiu uma quantia considerável em seguran-ça através de câmeras, uma saída seria utilizar no chapéu “Curitiba investe R$ 8 milhões em video-monitoramento”. Evita-se assim que a reportagem pareça uma propaganda da prefeitura.

Na matéria “As diferentes faces da Curitiba noturna”, ape-sar do inspirado e belo primeiro parágrafo – que não funciona como lead, mas prende o leitor em publicações mais atemporais –, a imagem do bar quase vazio não comprova a gravata da ma-téria “Movimento à noite mostra

que frieza do curitibano é mito”. Muito pelo contrário.

Senti falta de uma abordagem além da Curitiba-classe-média que conhecemos. Uma matéria de como ficam os bairros mais afastados à noite, que possuem verdadeiros centros muito além da Rua XV de Novembro, cairia muito bem na edição.

Talita Boros é jornalista formada pela PUCPR. Chefe de redação da revista Ideias e cor-respondente do UOL em Curitiba

FALA, PROFESSOR

“O Comunicare é um sinal da força dos impressos. Xô, para a crise. O texto

escrito, democrático, hierarquizado com

inteligência, tem poder de mobilizar e pôr o mundo

para funcionar”.

José Carlos Fernandes, Professor da PUCPR

NOSSA CAPA

“A ideia é apresentar a diversidade de alimentos da mesa do brasileiro”.

Felipe Raicoski

CURITIBA, SETEMBRO DE 2012 - ANO 16 - NÚMERO 210 - 4º PERÍODO DE JORNALISMO NOTURNO DA PUCPR

SUSTENTABILIDADE

Orgânicos viram tendência em

CuritibaPágina 8

TURISMO

Consumidoreselegem destinos

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GERAL

Mercado Municipaldestaca-se peladiversidadePágina 7

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Renan Machado

EXPEDIENTEJornal Laboratório da Pontifícia Universidade Católica do Paraná

Edição nº 210 | Setembro/2012

PUCPRRua Imaculada Conceição 1.155, Prado Velho - Curitiba/PRwww.pucpr.br

ReitorClemente Ivo Juliatto

Decana da Escola de Comunicação e ArtesEliane C. Francisco Maffezzolli

Coordenador do Curso de JornalismoJulius Nunes

Jornalista ResponsávelCícero Lira - DRT 1681

Coord. de Projeto GráficoAlessandro Foggiatto

Editor-chefeGuilherme Zuchetti

Editor de arteFelipe Raicoski

CapaFelipe Raicoski

EditoriasComportamento: Rafaela GabardoCultura: Raíssa MeloEconomia: Diego LaskaEducação: Shaiene RamãoEntrevista: Luize SouzaEsporte: Rogério FerreiraGeral: Daniela HendlerMídia: Renan MachadoOpinião: Renan MachadoSaúde: Shaiene RamãoSustentabilidade: Luize SouzaTecnologia: Mariana D´AlbertoTurismo: Rodrigo de Lorenzi

Page 3: Comunicare 210 - Gastronomia

HISTÓRIA DOS POVOS SE CONFUNDE COM SEUS HÁBITOS ALIMENTARES

Professora Ana Paula Nadalini explica como a alimentação interfere na cultura de uma sociedade

Curitiba, Setembro de 2012entrevista 03

História de hoje: gastronomiaFo

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Ana Paula aposta em Curitiba como um reduto para os profissionais do ramo

Mais do que um ato ineren-te à sobrevivência, a alimenta-ção caminha junto com histó-ria humana marcando hábitos e definindo costumes. No país, a culinária é resultado de uma grande mistura de tradições. Os ingredientes da gastronomia bra-sileira foram introduzidos por di-ferentes culturas que compõem o cenário desta terra. Por isso, cada região passou a ter sua peculia-ridade gastronômica formada de acordo com aspectos geográficos e históricos. No sul, em especial, há forte referência das cozinhas italiana, alemã, portuguesa e espanhola. Em entrevista para o jornal Comunicare, Ana Paula Nadalini, professora do curso de Tecnologia em Gastronomia da PUCPR explica a relação entre a gastronomia e a construção de hábitos em uma cultura.

Comunicare: O que é gastro-nomia?

Ana Paula Nadalini: É muito difícil definir gastronomia em poucas palavras visto que temos uma bibliografia extensa sobre isso. Se pensarmos na etimolo-gia da palavra, “gastro” significa estômago ou sistema digestivo e “nomia” significa uma série de normas. Isso nos leva à essên-cia da nossa atividade, pois um profissional desse ramo trabalha com uma série de técnicas para transformar o alimento algo pra-zeroso, nutritivo e atrativo para o consumidor. Esse trabalho envolve o alimento, o comensal (aquele que come) e o meio em que essa interação ocorre.

Comunicare: Como surgiu a gastronomia no mundo?

Ana Paula: A gastronomia nasce junto com o homem e suas primeiras necessidades fisiológi-cas. Podemos aplicar isso tanto à história da humanidade quan-to à história de um indivíduo. Quando os primeiros homens das cavernas se reuniam para se alimentar de um animal, eles já estavam praticando a gastrono-mia. Da mesma forma, podemos considerar que o bebê, quando divide afeto com sua mãe durante a amamentação, também está in-serido na gastronomia.

Seguindo mais adiante na história, podemos mencionar a alimentação dos gregos e roma-nos em seus banquetes e simpó-sios. Podemos citar futuramente figuras marcantes como Catarina de Medici e seu exército de cozi-nheiros, Luis XIV e os banquetes da corte, Vatel, Carême, Esco-ffier, Pellegrino Artusi, Paul Bo-

cuse, Ferran Adriá, Alex Atala e tantos outros chefs famosos cujo trabalho foi de suma importância para o desenvolvimento da gas-tronomia. A gastronomia que não tem data de nascimento, mas tem uma papel crucial na vida de todo ser humano.

Comunicare: Que relação po-demos fazer entre alimentação e o desenvolvimento da humanida-de?

Ana Paula: A alimentação está diretamente ligada à cultura de um povo. A gastronomia sem-pre acompanha os caminhos que a humanidade trilha. O mundo moderno, com falta de tempo o e o trabalho excessivo mostra dois tipos de alimentação contradi-tórios: uma alimentação rápida, centrada na facilidade, nos lan-ches e na alimentação pouco sau-dável, ao mesmo tempo em que há uma valorização de uma dieta saudável, de produtos orgânicos e “receitas da avó”.

Comunicare: O que a alimen-tação pode dizer sobre a cultura de um povo?

Ana Paula: A alimentação, assim como dança, música, lite-ratura, os modos de vestir e de pensar fazem parte da cultura de um povo. Brillat-Savarin, um renomado gastrônomo francês do século XVIII falou em seu livro

A Fisiologia do Gosto: “Dize-me como que comes e te direi quem és”.

Comunicare: Como podemos descrever a posição da gastrono-mia no mundo contemporâneo?

Ana Paula: Com a globaliza-ção, temos fácil acesso a produ-tos do mundo todo. Ao mesmo tempo há uma valorização cada vez maior dos produtos e receitu-ário local, principalmente com o movimento do slow food.

Comunicare: Como podemos definir a gastronomia no Brasil?

Ana Paula: Mais uma vez, a gastronomia brasileira nasce jun-to com a identidade brasileira. E podemos definir a gastronomia brasileira com uma única pala-vra: diversidade.

Comunicare: E quais as ca-racterísticas do cenário curitiba-no?

Ana Paula: Curitiba tem seus estabelecimentos históricos de gastronomia, como o Bar Palá-cio, Confeitaria das Famílias e Padaria América. Falando ape-nas de três estabelecimentos, falamos da diversidade de nossa cidade com influência das imi-grações e dos produtos.

Esta é uma cidade que está em franca expansão nesse ramo. Está se tornando cada vez mais hospitaleira, turística e voltada aos negócios. Por isso, é preciso bons profissionais para suprir essa demanda de um mercado cheio de inovações.

Juliana OshimaLiris Weinhardt

Luize Souza

“A gastronomia acompanha os caminhos que a humanidade

trilha”

Veja abaixo uma linha do tempo com as principais mudanças na alimentação ao longo da históriaDa caça ao fast-food

Page 4: Comunicare 210 - Gastronomia

ALIMENTAÇÃO COMPROMETE 10% DA RENDA DOS ESTUDANTES

Estudantes de ensino superior dizem não ter muita opção para economizar com lanches

Gastos de alunos superam cem reais por mês

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Os gastos dentro das insti-tuições de ensino superior são maiores que o previsto, em mé-dia essas despesas chegam a comprometer 21% do orçamento familiar, o que inclui alimenta-ção, transporte, livros e servi-ços de cópias. Desses gastos, a alimentação é um dos maiores vilões entre os estudantes. Um aluno que se alimenta todos os dias fora de casa, gasta em média R$105,00 e R$130,00 por mês.

Segundo a Economista Elia-ne Otília Brandão, se for con-siderado o salário mínimo do Paraná, a alimentação compro-mete aproximadamente 10% da renda, já analisando o salário de um estagiário que trabalha qua-tro horas, e receba uma bolsa de aproximadamente 400 reais, gastando seis reais por dia, ele terá uma despesa equivalente a cerca de 40% da renda mensal.

Esse é o caso de Patrícia dos

Santos Valente, estudante de Tec-nologia em Gestão de Recursos Humanos. Ela gasta diariamente seis reais e ganha pouco mais de um salário mínimo. A aluna re-lata que já chegou a desembolsar R$ 200,00 em um mês, com ali-mentação na instituição onde es-tuda. “Não temos muita escolha, por ter apenas uma cantina den-tro da faculdade, não há concor-rência de preços, e os alimentos custam mais”, diz.

No caso de Alexandre Lima, estudante de Engenharia Civil da PUCPR, não é diferente, os custos com alimentação variam entre cinco e oito reais por dia. O aluno comenta que procura re-duzir os gastos, mas que há mui-ta saída. “Procuro economizar buscando qualidade por menos preço, mas, ainda a economia é pouca, variando apenas alguns centavos, muitas vezes a solução é deixar o requisito da qualidade

para trás e partir para outras op-ções, onde o custo reduz signifi-cativamente”, conclui.

Já a estudante de Administra-ção, Grazielly Aparecida Men-des, procura economizar quando o assunto é alimentação. A jovem comenta que prefere comer antes

de sair de casa, pois comer fora não é barato e não tem boa qua-lidade. “São raras as vezes que compro alguma coisa para comer na faculdade, além dos alimentos terem um tamanho menor deve-ria ser mais barato”, aponta.

De acordo com a economista Eliane, normalmente no valor do lanche na cantina está incluso os gastos da matéria prima, conces-são do ponto, o salário dos fun-cionários e o lucro do empresário. “Optar por lanches comprados no supermercado pode ser bem mais barato e econômico, a compra do

supermercado é feita em grande quantidade o que dá diferença do preço final, além da maior con-corrência que também influência nos preços”, conclui.

Aline dos Santos Valkiu

“Não temos muita escolha, por

ter apenas uma cantina”

PESSOALMENTE, POR TELEFONE E VIA INTERNET O CONSUMIDOR INOVA PARA GASTAR MENOS

Curitibanos podem economizar na compra de alimentosCom o objetivo de melhorar

a qualidade da alimentação do cidadão curitibano, sem pesar o orçamento doméstico, foram criados pela Prefeitura o Varejão Capão Raso e o Varejão Capão da Imbuia, que depois se trans-formaram, em abril deste ano, no Mercado Regional Cajuru.

No Varejão Capão Raso, que fica ao lado terminal de ônibus do bairro, são 17 lojas que co-mercializam frutas, verduras, ovos, artesanato, flores e conser-vas. No local há comerciantes e produtores rurais, que oferecem preços mais atraentes.

Para a consumidora Joice Priscila, que faz compras há 14 anos no varejão, a estrutura é muito importante. “O varejão está num lugar estratégico, pois está perto do terminal e com isso não preciso pagar outra passa-gem. Além de fazer as compras, tenho a disposição muitos outros serviços em um só ambiente”,

diz. Sobre a relação de preços e sua economia em relação ao su-permercado comum, Joice afirma que a diferença é grande. “Aqui, diferente do supermercado, os produtos são mais baratos, inclu-sive consigo negociar diretamen-te com o produtor um preço mais baixo ainda”, salienta.

O Mercado Regional Cajuru, está localizado perto do Termi-nal do Capão da Imbuia, a uma quadra e meia de distância do an-tigo varejão, que se transformou na Rua da Cidadania do Cajuru. O antigo local foi o primeiro va-rejão da cidade, criado na déca-da de 80. Atualmente existem no local 40 permissionários que vendem desde hortifrutigran-jeiros até produtos de mercearia japonesa. Segundo Luis Mikosz, chefe responsável pelos vare-jões, haverá em breve uma nova licitação para ocupação das duas últimas unidades disponíveis no local, uma banca de hortifruti e

um box destinado ao comércio de massas.

O responsável diz que não há limite de renda para fazer com-pras nas unidades. “Qualquer pessoa pode comprar nos vare-jões, não precisa de carteirinha ou cadastro”, ressalta. O sistema é diferente do praticado no Ar-mazém da Família, outro projeto da Prefeitura, onde produtos são vendidos a preço de custo para famílias com renda de até R$ 1395,00.

Disque Economia

Criado em 1994, o Disque Economia tem por função infor-mar a população curitibana dia-riamente o preço de 302 itens em 16 supermercados da cidade.

De acordo com Henry Paulo Lira, Coordenador do projeto, os preços estão disponíveis pelo telefone 3262-6564, a partir das 14h30 e a partir das 16h no portal Diego Fernando Laska

da prefeitura (http://www.disque-economia.curitiba.pr.gov.br).O projeto tem, em média, 300 con-sultas por mês via telefone e 2000 consultas via internet.

Curitiba, Setembro de 2012 economia04

Para mostrar a diferença de preços entre os produtos o Comunicare, pesquisou quatro itens importantes no dia 17/08: Pão Francês, Café Almofada, Feijão Preto Tipo

1 e Arroz Branco Tipo 1.

Page 5: Comunicare 210 - Gastronomia

UMA PROFISSÃO EM ALTA

Com o crescimento da procura pelo curso de gastronomia, escolas estão aperfeiçoando a grade curricular

Kauanna Batista Ferreira

Gastronomia vem conquistando o mercado de trabalhoFo

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SuperioresEspaço Gourmet(41) 3019-0437 - espacogourmetgastronomia.com.br

Centro Europeu(41) 3222-6669 - centroeuropeu.com.br

Pontifícia Universidade Católica do Paraná[email protected]

Universidade Positivo(41) 3317-3000 - up.com.br

TécnicosSESC Paraná(41) 3304 2266 - sescpr.com.br

Colégio Estadual Julia Wanderley(41) 3242-2512 - ctajuliawanderley.seed.pr.gov.br

Colégio Paulo Leminski(41) 3366-6373

Colégio Pinheiro do Paraná(41) 3364-6581 - infopinheiro.wordpress.com/

Jovem estudando gastronomia

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Livro da autora Maria Leonor Leal

A gastronomia é uma área que está em alta, o mercado é crescente principalmente com a instalação de hotéis e resorts de luxo que têm abastecido o mer-cado com boas e promissoras va-gas de trabalho.

Para ter a técnica de preparar alimentos e bebidas e gerir res-taurantes é necessária uma boa formação, com isso muitos in-teressados na área procuram se capacitar para se profissionalizar na área. Com essa visão de mer-cado, hoje muitas instituições de ensino superior e médio estão adaptando sua grade curricular e acrescentando a gastronomia, pois é uma área que está crescen-do e se destacando, a prefeitura já implantou o curso em três es-colas do estado, nas chamadas CMEI - Centro Municipal de Educação Infantil.

Não se pode negar que a gas-tronomia vai além de uma comi-da boa, tem que ser de acordo com a região e o perfil dos fre-gueses, esses que buscam varie-dade, qualidade, inovação e so-fisticação dos pratos oferecidos.

De acordo com Bianca Leti-cia Demarchi, assistente do cur-so de gastronomia do Centro Eu-ropeu, a cada semestre o número de procura está crescendo, e são variados os perfis desde pessoas que procuram redirecionamento de carreira, profissionais já atu-antes no mercado que buscam atualização e uma formação em gastronomia, estudantes, donas

de casa e pessoas que pretendem ingressar no mercado de gastro-nomia e tornar esta sua profissão.

Bianca declara que para aden-trar na atividade gastronômica, o mercado busca profissionais com bom conhecimento técnico, vocacionado para atividade da gastronomia e, se possível com alguma experiência obtida em programas de estágios, para a partir daí, iniciar seu encarreira-mento profissional, demonstran-do seu preparo e capacitação para ascender na carreira.

O mundo gastronômico está sendo mais apreciado e visível para as pessoas com a ajuda da mídia, principalmente da inter-net, que vai ao alcance de todos, muitas pessoas postam receitas, vídeos com dicas e isso vai fazen-do crescer a vontade, curiosidade

e o estimulo a essa atividade.

Grade Curricular

Na maioria das instituições se segue um padrão, no caso do Centro Europeu é um curso com duração de um ano letivo, com aulas de segunda a quinta-feira, essencialmente prático (70% de aulas práticas e 30% de teóricas). Possui carga horária regular de 592 horas distribuídas em dis-ciplinas que abrangem desde a parte de gestão, onde os alunos tomam conhecimento de como montar cardápios, os custos en-volvidos no dia a dia de uma co-zinha, seu planejamento físico, fichas técnicas, controladoria, gestão de pessoas entre outros te-mas relacionados à gestão, além de conteúdos práticos que englo-bam todo o conhecimento de pre-paros, desde o ensino de técnicas de mise en place (cortes de legu-mes, carnes, aves e peixes) pas-sando pelas cozinhas clássicas francesas, Italiana, cozinha con-temporânea, criativa e cozinha de vanguarda. Apos o período de aulas regulares, são oferecidos programas de estágio em redes hoteleiras e restaurantes, com duração média de 460 horas.

Funções do Gastrônomo

- Elaborar e preparar cardá-pios sofisticados de acordo com a cozinha comandada;

- Especializar-se em confeita-ria, preparando pratos decorados doces e salgados;

- Prestar assessoria e consul-toria para restaurantes novos ou já em funcionamento;

- Vistoriar cozinhas indus-triais e restaurantes para verificar o cumprimento das regras de se-gurança alimentar;

- Criar pratos novos e - Administrar todo o funcio-

namento de um restaurante.

Comtemplando a gastrono-mia

A descoberta de uma nova receita culinária é mais impor-tante para a humanidade do que a descoberta de uma nova estrela.”Brillat-Savarin, escritor e advogado francês.

“Depois de fazer uma boa

refeição, somos capazes de per-doar a todos, mesmo aos nossos parentes.”Oscar Wilde, escritor Irlandês.

Como as outras profissões a gastronomia é muito importante e bem aceita, mas ainda precisa de mais reconhecimento e in-vestimento de órgãos públicos e instituições de ensino superiores, de acordo com dados das escolas de gastronomia, o número de de-sistencia é de 3 % de 10%, isso quer dizer que a desistencia é miníma e os “aprendizes” estão realmente interessados em se for-mar, receber conhecimento para se transformar em grandes chefes de cozinha e serem reconhecidos, por seus belos pratos.

Onde encontrar Cursos

Curitiba, Setembro de 2012educação 05

Page 6: Comunicare 210 - Gastronomia

PADRÃO DE BELEZA TRAZ PROBLEMAS E DISTORCE A IMAGEM QUE O PACIENTE TEM DO PRÓPRIO CORPO

92% das mulheres estão insatisfeitas com o corpo e 1% das mulheres do mundo sofrem alguma doença alimentar

Curitiba, Setembro de 2012 saúde06

Transtorno Alimentar: o drama da busca pela perfeiçãoFo

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Remédios usados por Ana Mendes durante o tratamento da Bulimia

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Características das doenças e principais causas de transtornos

Que menina nunca se olhou no espelho e desejou mudar algo em seu corpo? E quem nun-ca pensou em fazer um regime para acabar com aquelas “gor-durinhas” indesejadas? Segundo uma pesquisa feita pela empresa Sophia Mind e divulgada no ano passado pela Fundação Onode-ra, 92% das mulheres estão in-satisfeitas com o próprio corpo. Isso porque, o padrão de beleza estipulado pelos concursos, pela televisão e pelo mundo fashion são bem diferentes da realidade da maioria das mulheres.

Graças a essa busca exces-siva pelo corpo perfeito, muitas mulheres fazem loucuras para ter o corpo parecido com o da-quela atriz famosa ou daquela modelo de sucesso. Por isso, os Transtornos Alimentares (TA) têm crescido rapidamente, prin-cipalmente entre mulheres com idade entre 18 e 40 anos. Os TA, como são chamados pelos espe-cialistas, são comportamentos alimentares que causam prejuízo à saúde e que são portas de entra-da para doenças mais graves, que podem levar à morte.

A jovem Ana Mendes, de 20 anos hoje leva uma vida saudá-vel, mas conta que viu a morte de perto quando tinha 18 anos. Por causa de uma depressão profun-da, a jovem sofreu de Bulimia, um dos transtornos mais comuns entre as meninas de sua idade, que consiste na alimentação compulsiva, seguida de vômito auto induzido ou o uso de medi-camentos. Ela conta que comia o dia todo e que depois, tomava la-xante para não se sentir culpada. “Eu nunca vomitava, só tomava laxante. Eu sabia que o que eu es-tava fazendo era ruim pra mim, mas eu não queria engordar ao mesmo tempo em que minha de-pressão me fazia comer demais.” Mendes explica que a bulimia trouxe sérios prejuízos para o corpo, como desnutrição, cas-pa, dermatite e alergias. “Com o tempo, eu fui ficando desnutrida demais e aí meu corpo se alimen-tava da própria gordura para se nutrir. Por isso eu tive dermatites

e era horrível. Se alguém apertas-se o meu braço, a pele ia afundan-do e depois ficava toda vermelha em volta e demorava pra voltar. Foi a pior época da minha vida”, ressalta. A jovem, que hoje cur-sa Ciências Econômicas, diz que a doença foi um atraso em sua vida. “Foi muito difícil, muito mesmo. Eu vivi um ano pratica-mente dentro dos hospitais. Eu tinha médico de segunda a sex-ta e nem podia fazer faculdade por causa dos tratamentos. Per-di um ano, mas pelo menos, ganhei uma nova vida.”, explica ela. Mendes ainda está em tratamento, mas já está com a pele e a saúde em dia. E a cura da bulimia aconteceu graças ao diagnóstico precoce.

A nutricionista Débora Rus-so, médica que acompanha o pro-cesso de cura de Ana, explica que o tratamento dos transtornos ali-mentares deve ser feito por uma equipe multidisciplinar com nu-tricionistas, psicólogos, psiquia-tras, dermatologistas e outros especialistas, para que a pessoa seja tratada com eficiência desde o psicológico até o físico.

Além da Bulimia, existem ou-tros quatro transtornos que estão se tornando bem comuns entre as jovens. São eles: Anorexia, Trans-torno da Compulsão Alimentar Periódica (TCAP), Obesidade e Transtorno de Ruminação.

A anorexia é um conjunto de várias alterações de apetite e dis-torções na imagem corporal que afetam principalmente meninas adolescentes e adultas de classe média e média-alta, que geral-mente aspiram trabalhar com profissões que ressaltam a ma-greza, ex-gordas e mulheres ob-sessivas por dietas. Segundo José Carlos Appolinário, membro do Grupo de Obesidade e Trans-tornos Alimentares do Instituto Estadual de Diabetes e Endocri-

nologia e do Institu-to de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ, a anorexia ge-ralmente tem início com a eliminação de alimentos conside-rados “engordantes”, como os carboidra-

tos. As pacientes passam a apre-sentar certa insatisfação com os seus corpos assim como pas-sam a se sentir obesas apesar de muitas vezes se encontrarem já magérrimas. A Dra. Russo tam-bém ressalta que a anorexia está ligada diretamente a desnutrição, pois existe uma falta total ou par-cial de nutrientes.

Se na Anorexia há restrição na alimentação, o Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica é o contrário. Apollinário des-taca que os pacientes com essa doença apresentam compulsão na alimentação, mas não utilizam de medidas extremas para frear

o ganho de peso. Dessa forma, o TCAP é um dos principais causa-dores da Obesidade, que é o ex-cesso de gordura corporal.

“A obesidade geralmente pre-dispõe o paciente à hipertensão, ao diabetes tipo 2 (não depen-dente de insulina), ao câncer, às dislipidemias (alteração do coles-terol e triglicerídeos), esteatose hepática , entre outras”, explica a nutricionista. Já o Transtorno de Ruminação consiste na “remas-tigação” ou na regurgitação dos alimentos.

Existem também outros transtornos alimentares que são poucos conhecidos pela socieda-de. São eles: Síndrome do Gour-met, Alotriofagia, Transtorno Alimentar Noturno e a Síndrome de Prader-Willy.

A Síndrome do Gourmet é um transtorno que faz com que as pessoas criem uma preocu-pação exagerada com a compra, produção ou ingestão de pratos diferentes, especiais, exóticos ou da alta gastronomia. Segundos os médicos, essa síndrome pode ser causada por alterações do lado direito do cérebro, como tumo-res, derrames, traumas, etc.

De acordo com o site Psi-qWeb, as pessoas com Alotrio-fagia se sentem impulsionadas a ingerir sustâncias não comes-tíveis: sabonete, argila, gesso, casquinhas de pintura, alumínio, cera, tijolo, etc. Trata-se de uma condição rara onde existe apeti-te por coisas ou substâncias não alimentares, como por exemplo, terra, moedas, carvão, sabonete, giz, tecido, ou uma vontade anor-

mal de ingerir produtos conside-rados ingredientes de alimentos, como diferentes tipos de farinha, batatas cruas, milho, mandioca. E, para diagnosticá-lo, a pessoa precisa persistir com esses sinto-mas por pelo menos um mês.

O Transtorno Alimentar No-turno atinge entre 1% e 3% da população e é comum em pessoas que geralmente não se alimentam direito durante o dia ou trocam o dia pela noite. É o famoso hábito que acordar a noite para comer. “Os pacientes com Síndrome do Comer Noturno geralmente co-mem mais de 55% das calorias totais de um dia entre 8h e 6h da manhã. Eles podem acordar vá-rias vezes durante a noite só para comer e, concomitantemente, apresentam uma piora do humor durante a noite.”, segundo GL Ballone, do site PsiqWeb.

As crianças também são afe-tadas por transtornos alimenta-res. Um deles é a Síndrome de Prader-Willy que é um problema congênito associado a algum tipo de retardo mental. O portador da síndrome geralmente come em excesso e acaba morrendo por problemas relacionados ao ex-cesso de comida e gorduras.

De uma maneira geral, os Transtornos Alimentares são problemas graves que podem dar entrada a outras doenças mais graves e consequentemente, levar o paciente à morte. O diagnóstico precoce é o primeiro passo para a cura.

Shaiene Ramão

“Foi a pior época da

minha vida”

Page 7: Comunicare 210 - Gastronomia

O QUE FAZ O MERCADO MUNICIPAL SER TÃO CONHECIDO

História da cidade, produtos exóticos, bom atendimento e serviços com qualidade são os principais destaquesVariedade de produtos atrai o público

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O primeiro Mercado no Brasil com espaço exclusivo para Orgânicos

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A fila para a entrada do Restaurante Popular Matriz as 11:20h

O Mercado Municipal de Curitiba existe desde 1820, mas só em 1956 foram incorporadas novas características que per-mitiram a esse mercado se dife-renciar. Primeiramente instalado no Largo da Cadeia, atual Praça Generoso Marques, também es-teve pouco tempo no bairro do Batel até se estabelecer no local em que fica hoje. Passou – e con-tinua passando – por reformas e ampliações, a última e mais rele-vante delas foi em 2008, com a inauguração da nova ala de Or-gânicos. A próxima ambição é a construção de um estacionamen-to com cerca de 500 vagas.

As histórias dentro da História

Vencedor do prêmio “Melhor Sabor Popular de Curitiba em 2011” pelo site Gourmet, o “Pra-to Feito do Box do Eliseu”, custa

cerca de R$11,00 e faz grande su-cesso com a clientela do Mercado Municipal. Eliseu Marcio, pro-prietário do restaurante, herdou o box da sua falecida mãe, que cuidou do local de 1976 a 1986. “Trabalho com isso há 26 anos e gosto do que faço. Aqui você encontra de tudo, e com muita qualidade. O pessoal só reclama da falta de estacionamento, mas logo isso deve ser resolvido”, sa-lienta.

Outra questão levantada por Eduardo Sanson, também comer-ciante do Mercado Municipal, é o horário de funcionamento do local. Todos os dias (exceto nas segundas-feiras e aos domingos, em que o comércio fecha mais cedo), o estabelecimento encerra as atividades às 18h. “Nós sabe-mos que muitas crianças saem da escola mais tarde, ou que os pais só conseguem um horário de des-canso a partir das 19h, então pen-

so que seria legal ficar aberto por mais umas horinhas”, explica.

História que se confunde com a do Mercado Municipal é a de Osvaldo Cardoso Vieira. Vindo do interior de São Paulo, Vieira comanda uma banca de frutas, verduras e grãos. Trabalhando no local há 54 anos, ele é um dos fundadores vivos do mercado. “O Mercado Municipal é muito bom, a clientela é muito fiel e gosto da amizade entre os vendedores”.

Diversidade

Com várias opções de pro-dutos e serviços, que envolvem desde uma ala especial de orgâni-cos até açougue, armazéns, taba-carias, cabeleireiro e artesanato, o local atrai visitantes tanto de Curitiba quanto de outros esta-dos. É o caso da Larissa Ângela Oliveira, de Uberlândia. A estu-dante de 18 anos mora em Curiti-

ba há três anos e visita o Mercado Municipal quase todo fim de se-mana. “Gosto da comida, de ver pessoas de todos os tipos, do bom atendimento. Acho que se você quer levar uma vida mais sau-dável e gastar pouco, o Mercado Municipal é uma boa escolha”.

Serviço:

O Mercado Municipal fica na Avenida Sete de Setembro, 1865. Funciona segunda, das 7h às 14h, de terça a sábado, das 7h às 18h e domingo, das 7h às 13h.

Daniela Hendler

NO CENTRO DA CIDADE, ALMOÇO CUSTA R$1,00 E TEM CARDÁPIO VARIADO TODOS OS DIAS

Restaurante Popular Matriz serve cerca de 2 mil refeições por diaInaugurado em 2007, o Res-

taurante Popular de Curitiba é uma opção para refeições balan-ceadas e baratas. Atualmente com três unidades na cidade, sendo a maior delas a Rua da Cidadania Matriz, na Praça Rui Barbosa, o Restaurante Popular é responsá-vel por servir 2 mil refeições di-árias. As outras duas sedes ficam nos bairros Sítio Cercado e CIC, cada uma servindo mil refeições por dia.

Com um cardápio elaborado pelas nutricionistas Ação Social do Paraná, o menu varia diaria-mente, “mas todos os dias ofere-cemos arroz e feijão a vontade, acrescidos de complementos, sendo eles uma carne, uma guar-nição, uma salada e uma fruta”, explica Anne Lise Kindl, que há quatro meses trabalha no Restau-rante Popular Matriz.

O preço de um real atrai um público variado. Por ser localiza-do no centro, com muitas esco-

las, faculdades e lojas ao redor, estudantes e jovens comparecem em grande número. O mesmo acontece com moradores de rua e idosos – sendo que vários deles vêm para o centro da cidade es-pecialmente para o almoço.

Esse é o caso de Olíbio San-tos, 78 anos, e Irineu Giongo, de 80 anos. Os dois se conheceram na fila do Restaurante e são ami-gos até hoje. Santos mora em Rio Bonito, na Fazenda Rio Grande e Giongo no bairro São Braz. Am-bos vêm de ônibus para o centro, quase que diariamente para apro-veitar a refeição. Dependendo do dia, eles gastam mais de meia hora nas filas para comprar as fichas e entrar no Restaurante. “Vale a pena, é muito barato... E por um real, a gente tem que dizer que a comida é boa”, co-menta Santos. Giongo completa, “têm restaurantes aqui perto que são melhores, mas daí o preço é ‘melhor’ também. Não dá para

almoçar em lugares caros todos os dias”, destaca.

Os problemas

Há duas semanas, a FAS (Fundação de Ação Social) en-caminha para o Restaurante Po-pular Matriz dois funcionários para acompanhar as filas, numa espécie de vigia. Segundo eles, o problema que mais acontece são os moradores de rua ameaçando e pedindo esmola enquanto as pessoas esperam para comprar suas fichas.

“Não podemos obrigá-los a não pedir esmola, dá dinheiro quem quer, mas se começarem a ameaçar, tomamos alguma pro-vidência”, ressalta o fiscal. Outro problema citado por eles são os ‘cambistas’, “só é permitido com-prar uma ficha por pessoa, mas ou eles vendem a deles, ou fazem algum esquema”.

Pessoas furando filas ou não Daniela Hendler

respeitando a preferencial para idosos também são um aconteci-mento comum, mas os funcioná-rios da FAS evitam se intrometer, “quando eles estão em um banco ou algo do tipo, respeitam a fila. Não entendo o porquê de não res-peitarem aqui também. Mas na maioria das vezes nem as pessoas que ficam para trás reclamam, já devem estar acostumadas”.

Serviço

Os Restaurantes Populares funcionam de segunda à sexta, exceto feriados, das 10:30h às 14:00h.

Curitiba, Setembro de 2012geral 07

Page 8: Comunicare 210 - Gastronomia

Curitiba, Setembro de 2012 sustentabilidade08 Curitiba, Setembro de 2012 09

A Assembleia Legislativa do Paraná sediou o Encontro Sul Brasileiro de Engenheiros Agrô-nomos – AGROSUL 2012, no mês de agosto. O evento, que teve como tema “Os agrotóxicos e o papel dos Engenheiros Agrôno-mos na Produção de Alimentos Seguros e Sustentabilidade Am-biental”, reuniu diversas autorida-des do país que discutiram, entre outros assuntos, a presença de re-síduos e contaminação de alimen-tos na produção orgânica.

Fora da assembleia, os orgâni-cos viraram tendência em restau-rantes, feiras e lares de Curitiba. Para o coordenador do curso de gastronomia da PUCPR, Alexan-dre Dhein, além do meio ambien-te, os orgânicos interferem tam-bém na economia. “O primeiro impacto quem sofre é o produtor rural que terá um valor financeiro agregado a seu produto. Como ele oferece um alimento de melhor qualidade, tanto nutricional quan-to de sabores, texturas e aromas, ele é o primeiro a ser beneficiado. Em segundo lugar, os consumido-res diretos, a família do produtor e as pessoas que compram os seus produtos. Terceiro, os cozinheiros

e chefs apresentam diferenciais em seus cardápios orgânicos para clientes cada vez mais exigentes e preocupados com a qualidade dos ingredientes em seu prato”, explica. Segundo o chef Celso Freire, coordenador do Movimen-to Gastronomia Responsável, que envolve diversos restaurantes de Curitiba, é possível tornar essa alternativa acessível a toda a po-pulação. “Lembro que, quando criança, em Colombo, tínhamos uma horta e tudo era orgânico. Faltam hortas nas casas das pes-soas! Hoje, no mercado, os orgâni-cos são mais caros e isso restringe o consumo. Mas, a cada dia per-cebemos o aumento da procura”. Para ele, a melhor forma de garan-tir a uma comunidade uma dieta saudável e acessível são ações de pequeno porte que envolvam as comunidades: mais hortas e edu-cação.

Embora esteja se tornando di-fundida, a prática da sustentável à mesa só não é mais explorada porque, a população da cidade ainda não possui uma cultura que prioriza este tipo de alimentação. “Muitas pessoas confundem co-mida orgânica com a vegetariana.

O que muita gente não sabe é que as carnes fazem parte de muitos pratos orgânicos, falta informa-ção”, explica Guilherme Wagner Oswald, chef do restaurante Or-gânicos Du Chef. A combinação entre alimentação saudável e a preocupação com o meio ambien-te já faz parte do cardápio do esta-belecimento, que começou há um ano, apenas fornecendo refeições delivery, com o intuito de ser uma opção àqueles que desejam man-ter uma vida saudável por meio de uma alimentação adequada, rica em nutrientes e sem agrotóxicos. Depois de cerca de quatro meses de experiência, e o aumento de seus clientes – e também a pedido deles - o espaço do restaurante foi inaugurado. “O nosso cardápio é composto por 95% de alimentos orgânicos, que são provenientes do setor de pequenos produtores e fornecedores do Mercado Munici-pal de Curitiba”, conta o chef.

Além de contar com os ali-mentos orgânicos, que sozinhos já mostram uma grande avanço para a contribuição de uma sociedade sustentável (sua produção é menos agressiva aos solos, pois, evitam sua contaminação, e ainda servem

Juliana OshimaLiris Weinhardt

Luize souza

1 - Os produtos orgânicos possuem mais antioxidantes, que melhoram a imunidade. O seu consumo também evita pro-

blemas de saúde causados pela ingestão de substâncias químicas e tóxicas.

2 - Alimentos orgânicos são mais nutritivos. Solos ricos e balanceados com adu-bos naturais aumentam o poder nutritivo dos alimentos.

3 - Alimentos orgânicos são mais saborosos. A cor, o sabor e o aroma são mais intensos nos alimentos sem insumos químicos.

4 - A intensa utilização de fertilizantes durante o cultivo dos alimentos afeta o ar, o solo, a água, os animais e as pessoas.

5 - Evitar a erosão do solo. A terra se mantém fértil e produtiva devido as técnicas orgânicas tais como rotação de culturas e compostagem.

6 - Proteger a qualidade da água. Os agrotóxicos alcançam os lençóis d’água, poluindo lagos e rios.

7 - Proteção da biodiversidade. A cultura sustentável respeita o equilíbrio da natureza, preservando espécies.

8 - Ajudar os pequenos agricultores. Grande parte da produção orgânica provém de pequenos produ-tores que tem na terra a sua forma de sustento.

9 - Economizar energia. Diferente da agricultura convencional, o consumo orgânico dispensa os agrotóxicos e a mecanização para o trato dos canteiros.

10 - Os produtos orgânicos são certificados. A qualidade do produto orgânico é assegurada por um Selo de Certificação fornecido pelas associações de agricultura orgânica ou por órgãos cer-tificadores independentes.

Dez motivos para abraçar a dieta orgânica

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Benefícios da Agricultura Orgânica Método de

Plantio Convencional Método de

Plantio Orgânico Preparo de Solo Aração e gradagens intensivas Menor revolvimento do solo

Adubação Doses elevadas de adubos Químicos altamente solúveis

Uso de adubos orgânicos

Controle de pragas

Produtos Químicos como inseticidas e fungicidas

Medidas preventivas e produtos naturais

Controle de ervas

Mato é considerado erva daninha. Controle químico com herbicidas,

na maioria dos casos

Mato é considerado um aliado. Controle preventivo, manual e mecânico

Sintomas ao Meio Ambiente

Poluição das águas e degradação do solo

Preservação do solo e das fontes de água

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Onde encontrar Orgânicos em Curitiba

Feira Mista, orgânico e convencional - EMATER

Quarta-feira - das 7h às 12h

Feira

Praça do Japão Quinta-feira - das 7h às 12h

Mercado Municipal Segunda-feira das 7h às 14h Terça-feira a sábado das 7h

às 18h Domingo das 7h às 13h

Feira Praça do Expedicionário

Quarta-feira - das 7h às 12h

Feira Praça da Ucrânia

Sábado - das 7h às 12h

Feira

Jardim Botânico Sábado - das 7h às 12h

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de incentivo à agricultura familiar e aos pequenos produtores), Gui-lherme afirma que sempre procura aproveitar ao máximo os produtos que utiliza na cozinha. Um de seus melhores exemplos é a utilização de cascas, como a da cenoura ou da abóbora, para fazer caldas.

Mas para quem pensa que a comida sustentável só está aces- sível em restaurantes e exige técnicas aprimoradas de preparo está enganado. Além da prática de exercícios físicos e do cuidado com a saúde, Julio Vallim, assis-tente administrativo de uma ONG da cidade, começou a se preocu-par com a relação entre sua ali-mentação e o planeta. Após con-tato com informações do Green Peace e artigos científicos, passou a adotar uma dieta rica em orgâni-cos. “Acompanhei por alguns anos os danos que os agrotóxicos cau-sam ao corpo humano e ao meio ambiente. Creio que o homem não está respeitando os ciclos produ-tivos da natureza”, explica. Ao mesmo tempo em que seus hábi-tos beneficiam o planeta, sua saúde também agradece. Em uma consulta médica recen-te, ficou bastante impressio-nado com os resultados la-boratoriais. A dica de receita sustentável preferida de Julio é simples e barata. “Corto a berin-jela em três fatias longitudinais, adiciono molho de soja (orgâni-co), alho poró em finas fatias e queijo ralado. Depois, basta levar ao micro-ondas por 4 a 5 minutos. Pronto: um belo ‘bife’ de berinjela e bom apetite!”, ensina.

TENDÊNCIA SUSTENTÁVEL CHEGA À MESA CURITIBANA

Alimentos orgânicos aliam sabor, saúde e respeito ao meio ambiente Uma combinação irresistível

Alexandre Dhein, coordenador do curso de Gastronomia da PUCPR

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Page 9: Comunicare 210 - Gastronomia

Curitiba, Setembro de 2012 sustentabilidade08 Curitiba, Setembro de 2012 09

A Assembleia Legislativa do Paraná sediou o Encontro Sul Brasileiro de Engenheiros Agrô-nomos – AGROSUL 2012, no mês de agosto. O evento, que teve como tema “Os agrotóxicos e o papel dos Engenheiros Agrôno-mos na Produção de Alimentos Seguros e Sustentabilidade Am-biental”, reuniu diversas autorida-des do país que discutiram, entre outros assuntos, a presença de re-síduos e contaminação de alimen-tos na produção orgânica.

Fora da assembleia, os orgâni-cos viraram tendência em restau-rantes, feiras e lares de Curitiba. Para o coordenador do curso de gastronomia da PUCPR, Alexan-dre Dhein, além do meio ambien-te, os orgânicos interferem tam-bém na economia. “O primeiro impacto quem sofre é o produtor rural que terá um valor financeiro agregado a seu produto. Como ele oferece um alimento de melhor qualidade, tanto nutricional quan-to de sabores, texturas e aromas, ele é o primeiro a ser beneficiado. Em segundo lugar, os consumido-res diretos, a família do produtor e as pessoas que compram os seus produtos. Terceiro, os cozinheiros

e chefs apresentam diferenciais em seus cardápios orgânicos para clientes cada vez mais exigentes e preocupados com a qualidade dos ingredientes em seu prato”, explica. Segundo o chef Celso Freire, coordenador do Movimen-to Gastronomia Responsável, que envolve diversos restaurantes de Curitiba, é possível tornar essa alternativa acessível a toda a po-pulação. “Lembro que, quando criança, em Colombo, tínhamos uma horta e tudo era orgânico. Faltam hortas nas casas das pes-soas! Hoje, no mercado, os orgâni-cos são mais caros e isso restringe o consumo. Mas, a cada dia per-cebemos o aumento da procura”. Para ele, a melhor forma de garan-tir a uma comunidade uma dieta saudável e acessível são ações de pequeno porte que envolvam as comunidades: mais hortas e edu-cação.

Embora esteja se tornando di-fundida, a prática da sustentável à mesa só não é mais explorada porque, a população da cidade ainda não possui uma cultura que prioriza este tipo de alimentação. “Muitas pessoas confundem co-mida orgânica com a vegetariana.

O que muita gente não sabe é que as carnes fazem parte de muitos pratos orgânicos, falta informa-ção”, explica Guilherme Wagner Oswald, chef do restaurante Or-gânicos Du Chef. A combinação entre alimentação saudável e a preocupação com o meio ambien-te já faz parte do cardápio do esta-belecimento, que começou há um ano, apenas fornecendo refeições delivery, com o intuito de ser uma opção àqueles que desejam man-ter uma vida saudável por meio de uma alimentação adequada, rica em nutrientes e sem agrotóxicos. Depois de cerca de quatro meses de experiência, e o aumento de seus clientes – e também a pedido deles - o espaço do restaurante foi inaugurado. “O nosso cardápio é composto por 95% de alimentos orgânicos, que são provenientes do setor de pequenos produtores e fornecedores do Mercado Munici-pal de Curitiba”, conta o chef.

Além de contar com os ali-mentos orgânicos, que sozinhos já mostram uma grande avanço para a contribuição de uma sociedade sustentável (sua produção é menos agressiva aos solos, pois, evitam sua contaminação, e ainda servem

Juliana OshimaLiris Weinhardt

Luize souza

1 - Os produtos orgânicos possuem mais antioxidantes, que melhoram a imunidade. O seu consumo também evita pro-

blemas de saúde causados pela ingestão de substâncias químicas e tóxicas.

2 - Alimentos orgânicos são mais nutritivos. Solos ricos e balanceados com adu-bos naturais aumentam o poder nutritivo dos alimentos.

3 - Alimentos orgânicos são mais saborosos. A cor, o sabor e o aroma são mais intensos nos alimentos sem insumos químicos.

4 - A intensa utilização de fertilizantes durante o cultivo dos alimentos afeta o ar, o solo, a água, os animais e as pessoas.

5 - Evitar a erosão do solo. A terra se mantém fértil e produtiva devido as técnicas orgânicas tais como rotação de culturas e compostagem.

6 - Proteger a qualidade da água. Os agrotóxicos alcançam os lençóis d’água, poluindo lagos e rios.

7 - Proteção da biodiversidade. A cultura sustentável respeita o equilíbrio da natureza, preservando espécies.

8 - Ajudar os pequenos agricultores. Grande parte da produção orgânica provém de pequenos produ-tores que tem na terra a sua forma de sustento.

9 - Economizar energia. Diferente da agricultura convencional, o consumo orgânico dispensa os agrotóxicos e a mecanização para o trato dos canteiros.

10 - Os produtos orgânicos são certificados. A qualidade do produto orgânico é assegurada por um Selo de Certificação fornecido pelas associações de agricultura orgânica ou por órgãos cer-tificadores independentes.

Dez motivos para abraçar a dieta orgânica

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Benefícios da Agricultura Orgânica Método de

Plantio Convencional Método de

Plantio Orgânico Preparo de Solo Aração e gradagens intensivas Menor revolvimento do solo

Adubação Doses elevadas de adubos Químicos altamente solúveis

Uso de adubos orgânicos

Controle de pragas

Produtos Químicos como inseticidas e fungicidas

Medidas preventivas e produtos naturais

Controle de ervas

Mato é considerado erva daninha. Controle químico com herbicidas,

na maioria dos casos

Mato é considerado um aliado. Controle preventivo, manual e mecânico

Sintomas ao Meio Ambiente

Poluição das águas e degradação do solo

Preservação do solo e das fontes de água

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Onde encontrar Orgânicos em Curitiba

Feira Mista, orgânico e convencional - EMATER

Quarta-feira - das 7h às 12h

Feira

Praça do Japão Quinta-feira - das 7h às 12h

Mercado Municipal Segunda-feira das 7h às 14h Terça-feira a sábado das 7h

às 18h Domingo das 7h às 13h

Feira Praça do Expedicionário

Quarta-feira - das 7h às 12h

Feira Praça da Ucrânia

Sábado - das 7h às 12h

Feira

Jardim Botânico Sábado - das 7h às 12h

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de incentivo à agricultura familiar e aos pequenos produtores), Gui-lherme afirma que sempre procura aproveitar ao máximo os produtos que utiliza na cozinha. Um de seus melhores exemplos é a utilização de cascas, como a da cenoura ou da abóbora, para fazer caldas.

Mas para quem pensa que a comida sustentável só está aces- sível em restaurantes e exige técnicas aprimoradas de preparo está enganado. Além da prática de exercícios físicos e do cuidado com a saúde, Julio Vallim, assis-tente administrativo de uma ONG da cidade, começou a se preocu-par com a relação entre sua ali-mentação e o planeta. Após con-tato com informações do Green Peace e artigos científicos, passou a adotar uma dieta rica em orgâni-cos. “Acompanhei por alguns anos os danos que os agrotóxicos cau-sam ao corpo humano e ao meio ambiente. Creio que o homem não está respeitando os ciclos produ-tivos da natureza”, explica. Ao mesmo tempo em que seus hábi-tos beneficiam o planeta, sua saúde também agradece. Em uma consulta médica recen-te, ficou bastante impressio-nado com os resultados la-boratoriais. A dica de receita sustentável preferida de Julio é simples e barata. “Corto a berin-jela em três fatias longitudinais, adiciono molho de soja (orgâni-co), alho poró em finas fatias e queijo ralado. Depois, basta levar ao micro-ondas por 4 a 5 minutos. Pronto: um belo ‘bife’ de berinjela e bom apetite!”, ensina.

TENDÊNCIA SUSTENTÁVEL CHEGA À MESA CURITIBANA

Alimentos orgânicos aliam sabor, saúde e respeito ao meio ambiente Uma combinação irresistível

Alexandre Dhein, coordenador do curso de Gastronomia da PUCPR

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Page 10: Comunicare 210 - Gastronomia

A TECNOLOGIA AINDA É POUCO EXPLORADA PELOS ESTABELECIMENTOS CURITIBANOS

O destaque fica por conta das redes sociais e aplicativos, que já são sucesso em outras áreas

Curitiba, Setembro de 2012 tecnologia10

Tecnologia na gastronomia ainda é tímida

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A chefe Manoela Buffara na cozinha do restaurante Manu

Bares, restaurantes e lancho-netes têm feito uso da tecnologia de uma maneira inteligente e que, ao mesmo tempo, está tra-zendo benefícios tanto aos esta-belecimentos, quanto aos clien-tes. Um dos exemplos, são os sites de compras coletivas. Eles funcionam para promover gran-des promoções em vários estabe-lecimentos comerciais, atingin-do o maior número de clientes possível. Muitos locais do ramo alimentício têm aderido a esse tipo de site, fazendo com que um grande número de pessoas fre-quentem esses locais, pagando por uma refeição mais barata.

Redes sociais como Twitter e Facebook, também funcionam como uma forma de promoção dos serviços e podem, da mesma forma, oferecer promoções aos clientes. O Facebook, por exem-plo, é o espaço perfeito para pos-tagem de fotos com pratos ape-titosos que incentivem a vontade de ir ao restaurante.

Como qualquer capital, Curi-

tiba está fazendo parte de toda essa inovação tecnológica, mas ainda de maneira tímida, no que diz respeito à inovação como um todo. Com exceção do destaque para alguns estabelecimentos e serviços, que saem na frente. Na rede de pizzarias Pizza Hut, o cliente pode optar por fazer o delivery diretamente do site. Se-gundo a gerente de home service da rede em Curitiba, Patricia Fo-rigo, os pedidos feitos pelo siste-ma representam 7% das vendas. Levando-se em conta que 62% da população curitibana têm inter-net e, outra parcela significativa possui celular com acesso à ban-da larga, o número ainda é baixo.

A empresa curitibana CVW Soluções Tecnológicas, foi a pri-meira a lançar um cardápio digi-tal em tablet no país e, segunda no mundo. O cardápio digital So-phia foi lançado há quase 2 anos e, atualmente, 3 estabelecimentos da cidade contam com o sistema. O restaurante pode baixar o car-dápio direto da Apple Store ou

Google Play e solicitar a licença de uso do sistema para a empre-sa.

Segundo Rodrigo Horst Viei-ra, diretor de novos negócios da empresa, 99.9% dos clientes do cardápio digital são de fora da ca-pital paranaense, embora Vieira acredite que a cultura tradicio-nalista e fechada para coisas no-vas de Curitiba, esteja mudando. “Nos surpreendemos, podemos afirmar que 90% das pessoas que utilizaram o cardápio gostaram muito e, indicaram para algum amigo ou parente. Outro fato que nos surpreendeu foi a questão da usabilidade do sistema pelas pes-soas com mais idade, a grande maioria gostou e aprovou”, afir-ma com entusiasmo o diretor.

Da mesma forma, o chefe de cozinha e professor do Centro Europeu, Washington Silveira, confirma o ritmo lento com que Curitiba entra no mundo da tec-nologia aliada à gastronomia. Para ele, a cidade está mais avan-çada nas indústrias alimentícias

do que nos restaurantes em si. O chefe diz que as redes sociais estão trazendo a divulgação da cultura gastronômica. “Na rede, trocamos receitas, produtos e experiências. Justamente hoje, recebi imagens de uma aluna que foi a um restaurante na Noruega.

Conheci o ambiente e vi o que ela degustou por meio dos vídeos. Acho isso fantástico, porque in-crementou meu conhecimento”, relata Silveira.

Mariana D’Alberto El-Fazary

EM CURITIBA, NÃO HÁ DESTAQUE PARA ESTABELECIMENTOS QUE UTILIZEM A TÉCNICA

Gastronomia Molecular é o que há de mais inovador na alimentaçãoEletrônicos e utensílios para a

cozinha estão cada vez mais fun-cionais e modernos. Mas a comi-da também pode ser tecnológica. Embora a Gastronomia Molecu-lar não seja muito difundida no Brasil, ela mostra um pouco de si aqui e ali, proporcionando expe-riências únicas de sabor, aroma e textura.

Criada nos final dos anos 80, essa técnica estuda os fenômenos físicos e químicos que ocorrem durante o preparo dos alimen-tos. Já a Cozinha Molecular, se refere à nova tendência culinária que utiliza as novas ferramentas, ingredientes e métodos desenvol-vidos por meio das pesquisas da Gastronomia Molecular.

O cardápio sempre traz uma mistura inesperada de aromas, sabores e texturas, que podem ser, por exemplo, azeite em pó,

fusões de dois peixes ou frituras, que são preparadas a menos 196 graus.

Em Curitiba, encontra-se apenas um restaurante, que pode ser classificado como de vanguarda no que diz respeito à preparação dos pratos. Manoela Buffara, chefe que comanda o restaurante Manu, não gosta de rótulos e, prefere classificar sua cozinha como “autoral”. Ela diz não gostar da palavra molecu-lar, mas utiliza sim produtos que facilitam e transformam alguns pratos. Buffara diz que utiliza suas raízes para cozinhar e que usa técnicas para facilitar, mudar e transformar os pratos.

Embora seja bastante modes-ta quanto ao seu lugar no mundo da gastronomia atual, a profissio-nal tem sido classificada como uma representante da nova gera-

ção de chefes de cozinha do país. Seu restaurante utiliza técnicas da gastronomia molecular, asso-ciadas à utilização de ingredien-tes regionais, com base nos con-ceitos de slow food, que celebra o alimento de qualidade e o prazer da alimentação.

Para a professora do curso de gastronomia da PUCPR, Patricia Lisboa, essa pouca expressão da Gastronomia Molecular na ci-dade, acontece devido ao senso crítico e alto grau de exigência do curitibano, que também são aplicados à gastronomia. Mas ela afirma que as pessoas da cidade são ao mesmo tempo curiosas e costumam pagar “sem reclamar muito”, para conhecer novas ten-dências.

Lisboa acredita que a Cozinha Molecular veio para ficar. “As técnicas desenvolvidas, a contri-

Mariana D’Alberto El-Fazary.

buição para as apresentações dos pratos, a potencialização dos sa-bores, a valorização das texturas e os métodos alternativos de coc-ção, são contribuições que não podem ser ignoradas”, afirma a professora.

Mas ela não acredita em pre-parações exclusivas dessa área e sim, nas técnicas como forma

de agregar valor aos cardápios propostos pelos restaurantes. “A gastronomia molecular sem dúvi-da, fará parte do futuro, mas de forma complementar”, garante Patricia.

Eat with me: Esta rede social proporciona uma refeição com novas pessoas. Para quem gosta de cozinhar e de festas, é possível criar um evento, definir o tipo, o local, e a companhia será garantida.

FriendsEat: Comunidade que disponibiliza informações acerca de receitas, guia de restaurantes e comidas de todo o mundo.

Cooklet: Comunidade online cuja finalidade é compilar o maior número de receitas culinárias, para que qualquer pessoas possa aprender de forma rápida e descompli-cada.

Fonte: www.ferramentasdemarketing.com

Gastronomia X Redes Sociais

Page 11: Comunicare 210 - Gastronomia

NOVO MERCADO PARA COMUNICAÇÃO

Setor ainda é pouco explorado por comunicadores

Felipe RaicoskiRenan Machado

Tempero fino da imprensa

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Dico Kremer, mais de 40 anos de experiência em fotografia

Fala-se em comunicar, no infinitivo, e, desde o “blogger”, provedor informal de informa-ção, ao jornalista de ofício, ocor-re a necessidade de observar ten-dências. A imprensa adapta-se a novos moldes, senão por iniciati-va própria, por livre e espontânea pressão ocasionada pelo nasci-mento de novas mídias.

Jornalismo gastronômico

Área relativamente nova, pouco procurada pelos profissio-nais de comunicação. Contudo, um nicho considerado fortíssi-mo. Jussara Voss, formada em 1989 pela Universidade Tuiuti do Paraná, que o diga. A jornalista tem vinte anos de experiência em comunicação, no setor de as-sessoria de imprensa. Há quatro anos passou a desenvolver ati-vidades voltadas ao jornalismo gastronômico. “Eu já gostava de cozinhar, sempre gostei. Quando o Jornale, meio de comunicação curitibano, foi fundado, recebi o convite para manter uma se-

ção sobre gastronomia, mas a princípio não aceitei, devido a grande demanda de informação a ser produzida”, afirma. Eis o começo. O convite instigou Jus-sara a dedicar-se à área. Criou um blog, com seu nome, a fim de divulgar a gastronomia em ge-ral. O grande número de acessos fez do blog um sucesso, referência Brasil afora. Atualmen-te, a jornalista, além de atuar como assessora de imprensa, escreve men-salmente para a Revista Ideias.

Segundo Jussara, o jornalismo gastronômi-co tende ao crescimen-to, tanto em espaços do impresso e online quanto em assessoria de imprensa. “Os meios de comunicação dedicam seções à gastronomia. A área de assessoria é pou-co explorada, mas for-tíssima. O restaurante

pode ser bom, estruturado, mas ainda tem na comunicação um ponto essencial. Nesse contexto, as novas mídias aparecem para reafirmar esse crescimento”, diz.

Água na boca

Gastronomia e publicidade andam de mãos dadas. Que o diga Dico Kremer, fotógrafo de publi-cidade renomado e experiente. Kremer, que na juventude cursou Direito, sem concluir o curso, tem mais de quarenta anos de fotogra-fia. Por um bom período viveu na Europa, onde consolidou nome, como no Brasil, prestando ser-viço a empresas multinacionais, como a New Holland. Atualmen-te mantem-se no ramo com um estúdio próprio.

Para ele, o ponto fundamen-tal para o sucesso da aliança en-tre publicidade e gastronomia é ser capaz de provocar o apetite. “Quando se trata de gastronomia, a publicidade deve priorizar o vi-sual. A pessoa precisa colocar os olhos sobre a imagem e imediata-mente a boca encher-se d’água”.

Segundo Kremer, outro re-curso utilizado pelos publicitá-rios para fisgar o cliente pelas sensações é a “enganação” vi-

sual. Inúmeras vezes, diga-se de passagem, salvo exceções, a maioria, compra-se gato por lebre em restaurantes e lanchonetes. O painel luminoso apresenta um farto prato suculento, enquanto o paladar experimenta gororoba de qualidade questionável. “Isso é recorrente. Lembro-me de um caso clássico”, diz Kremer. “Fiz um trabalho para um restaurante de comida mexicana, fotografias produzidas, pratos de alto nível. Dias depois de entregarmos as peças, um rapaz que trabalha-va comigo revelou-me a farsa: ‘Dico, comi no restaurante. O enorme hambúrguer na foto pare-ce, na realidade, uma sola de sa-pato’. Essa propaganda enganosa é na verdade bastante normal”, completa.

Eventos

“Os eventos gastronômicos começam a aparecer com maior frequência no calendário de eventos”, afirma Andressa Me-deiros Vianna, no último período do curso de Relações Públicas da UFPR, que trabalha com assesso-ria e eventos gastronômicos des-de 2010.

Muito disso deve-se à comu-

nicação. “Apesar de o ‘boca-a-boca’ ainda ser muito forte nesse ramo, a comunicação dirigida faz com que as informações sobre o estabelecimento cheguem muito antes no seu público alvo”, diz Andressa. De acordo com ela, di-versos restaurantes contam com atendimento impecável, comida saborosa e localização privile-giada e, ainda assim, sofrem com movimento fraco devido à falta de divulgação. “A comunicação leva ao público um diferencial, uma novidade, ou até mesmo reforça a imagem do estabeleci-mento”, completa.

Pela experiência adquirida acerca do universo gastronômico, Andressa critica o monopólio da realização de eventos nas mãos de pouquíssimos chefes e seus respectivos restaurantes. Segun-do ela, as “figurinhas carimba-das” ofuscam estabelecimentos pouco conhecidos que buscam emergir no contexto gastronômi-co. “Curitiba está formando uma ‘panelinha da gastronomia’ e não abre espaço para quem não per-tence à turma”, completa.

O crescimento do mercado da gastronomia no Brasil e no mundo e a fa-cilidade que a internet garante a todos propicia o crescimento de um nicho do jornalismo gastronômico baseado especialmente nos blogs.

Existem inúmeros deles sobre gastronomia que são “alimentados” por estudiosos, entre eles está o Terroir Gourmet, blog paulista sobre Alta Gas-tronomia e Vinhos. Indicações de restaurantes, vinhos, receitas e ingre-dientes que compõe os pratos refinados são o principal foco deste veiculo.

Sebastian Puglia, reponsável pelo Terroir Gourmet, diz que o número de veículos sobre o assunto cresceu nos últimos tempos e que a especializa-ção em um assunto é importante para manter a qualidade das publicações, garantindo assim um bom número de acessos.

Quando se fala em formação de profissionais, ele acredita na prática como a melhor forma de aprendizado na área. “Existe uma grande oferta de cursos voltados para a gastronomia, mas poucos abordam a cobertura jornalística. A prática é sem dúvida a melhor formação”, diz Sebastian.

Blog: a popularização da gastronomia

Curitiba, Setembro de 2012mídia 11

Page 12: Comunicare 210 - Gastronomia

ANTROPÓLOGO DIZ QUE ALIMENTOS TRAZEM EXPECTATIVAS

Comida perpassa aspectos culturais e da sociedade

Curitiba, Setembro de 2012 cultura12

Simbolismo e Alimentação

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A carne de onça é uma iguaria Curitibana

Muito mais que um ato bio-lógico, a alimentação humana é um ato social e cultural. O ato de se alimentar implica representa-ções e imaginários, envolve es-colhas, classificações e símbolos que organizam as diversas visões de mundo no tempo e no espaço.

O antropólogo Roberto OMauá estabelece uma distinção entre comida e alimento, segun-do qual “comida não é apenas uma substância nutritiva, mas é também um modo, um estilo e um jeito de se alimentar. Além disso, o jeito de comer define não só aquilo que é ingerido, como também aquele que o ingere”.

A famosa frase “Digas o que comes e te direi quem és” pode ser transformada em “Diga o que comes e te direi de onde vens”, e indo mais longe se torna “Dize-me o que comes e te direi qual Deus adoras, sob qual latitude vives, de qual cultura nasceste e

em qual grupo social te incluis”. Para o antropólogo, as culturas gastronômicas surgem por meio de um processo histórico unindo elementos tradicionais e singu-lares de um povo, criando uma identidade social e cultural sujei-ta a constantes transformações.

Além dos fatores culturais ele também destaca as crendices, o saber científico, e principalmente o imaginário humano que ronda cada refeição. “Os alimentos são carregados de expectativas, seja sorte, promessa de curar ou pre-venir doenças e principalmente os valores agregados como, por exemplo, o brinde com champa-nhe para simbolizar sucesso.”

A comida e a religiosidade A criação de regras, prescri-

ções e proibições cercando os alimentos são comuns em quase todas as religiões. Os grandes li-

vros sagrados estabelecem tabus alimentares, orientações sobre o que, quando , quanto, e como co-mer. Com o objetivo de purificar ou punir.

Para Mauá, os tabus religiosos em relação à alimentação seriam regras culturais criadas a partir de problemas de adaptação ecoló-gica. Ao explicar a origem do tabu da carne de porco no judaísmo, ele afirma que a cria-ção de suínos se-ria uma atividade incompatível com o nomadismo dos pastores judeus que habitavam os desertos nos tempos bíblicos. “Os porcos se alimentam diaria-mente, ao contrário dos animais ruminantes descritos no Velho Testamento. A proibição seria, assim, uma forma de se impedir o

consumo de uma carne cuja cria-ção era inviável economicamente para o grupo”, diz.

Ele também argumenta que período de jejum de carne esta-belecido pelos cristãos católicos é comum ao período de seca no Oriente Médio, quando muitos

animais morriam e trigo está pronto para colheita. De acordo com o an-tropólogo, coinci-dências climáticas também aconte-cem aos períodos de jejum do Isla-mismo.

Para a teólo-ga Rosângela Freire as regras alimentares estabelecidas pelos livros sagrados não são ordem prática como propõe o antropólo-go, mas sim de ordem simbólica e partem de noções de santidade e integridade. “O jejum é feito

com o intuito de purificar o cor-po para receber Deus, o pão é comungado como o corpo de um Deus para seus fiéis, as religiões que não consomem carne acredi-tam que as vibrações do espírito no animal estão presentes no ali-mento”, aponta.

De acordo com Rosângela todos esses rituais fazem parte de um objetivo comum a todas as religiões que é tornar o corpo o mais próximo do sagrado. Ela acredita que existem sim alguns fatos antropológicos e culturais por trás dos rituais, como a pre-sença do pão em quase todas as religiões devido a sua facilidade do preparo e na obtenção de seus ingredientes, “Jamais coincidên-cias podem ser mais importantes do que o valor simbólico e espi-ritual presente nesses alimentos,” finaliza.

Raíssa Melo

NOVE EM CADA DEZ ENTREVISTADOS NÃO APOSTAM NOS PRATOS TÍPICOS DA REGIÃO.

Paranaenses não conhecem a gastronomia regional As comidas regionais não

fazem parte do cotidiano dos paranaenses. De acordo com a pesquisa realizada pelo jornal Comunicare, nove em cada dez entrevistados desconhecem a culinária local e também não sa-bem onde encontrar.

A secretaria de Estado e Tu-rismo do Paraná informa que existem 44 festas gastronômicas ao longo do ano. E o Governo disponibiliza uma cartilha online com receitas típicas do Paraná.

De norte a sul, de leste a oes-te, são muitas as receitas que possuem um sabor típico do Estado. A festa do Pierogui em Araucária, festival do caranguejo em Paranaguá e diversos outros festivais gastronômicos exem-plificam isso. Além das muitas receitas regionais especificadas na cartilha estadual como car-neiro no buraco, charque a vapor, Barreado, Leitão a Dois vizinhos entre outros.

Mas mesmo assim a maioria dos paranaenses conhecem pou-co e não encontram toda essa diversidade pela região. E a prin-cipal queixa é o difícil acesso aos pratos.

É o caso do comerciante Fa-biano Fogaça que mesmo co-nhecendo só o barreado, uma refeição típica do litoral do Esta-do, disse que o acesso à comida paranaense é complicado não só pela dificuldade de encontrar um restaurante que a inclui no cardá-pio, mas pelo preço do prato. “O meu desconhecimento da culiná-ria paranaense não é só por igno-rância, mas também por não ter acesso a um restaurante que sirva esse tipo de comida”. diz

Ele ainda afirma que hoje é mais fácil desfrutar de uma co-mida de outro estado ou país do que do próprio Paraná.

Já há advogada Cristina Lan-gowski conhece e participa de festivais como a festa nacional do

Carneiro do buraco em Campo Mourão. Ela conta que desde me-nina os pais já incentivavam a co-nhecer bem o próprio Estado. Ela destaca uma iguaria Curitibana servida em muitos bares, a Car-ne de Onça e afirma ser uma das suas refeições favoritas. Mesmo assim, ela também diz também que o acesso à culinária regio-nal é difícil. “A comida regional é uma delicia, mas achar lugares que servem é raro” conclui Cris-tina.

O Coordenador do curso de gastronomia da PUCPR Alexan-dre Roberto Dhein explica que Curitiba e o Paraná estão rodea-dos da Culinária Regional e ela é extremamente rica por ter várias raízes étnicas que compõe o povo paranaense como Indígenas, Ale-mãs e Japoneses entre outras. Ele ainda conta que os restaurantes que servem esse tipo de refeição não têm tanto destaque porque eles não têm recursos para con- João Paulo Nunes Vieira

tratar ou produzir um setor que cuide do marketing da empresa “são restaurantes anunciados de boca a boca” ele ainda comenta que a hoje a população procura mais os restaurantes internacio-nais por achar que o cardápio é melhor e ter mais variedade as-sim cresce o número desses esta-belecimentos facilitando a visibi-

lidade e acesso.O Governo do Paraná dispo-

nibiliza uma cartilha online gra-tuita que contém receitas de todo o Paraná, o endereço do site é http://www.prdagente.pr.gov.br/arquivos/File/culinaria_ parana-ense.pdf

“Os alimentos são carregados

de expectativas”

Page 13: Comunicare 210 - Gastronomia

INDICAÇÕES DOS PRÓPRIOS MORADORES MOSTRAM OPÇÃO DE ESCOLHA PARA QUEM VISITA A CIDADE

Em vez de guias prontos, curitibanos dizem qual o melhor programa gastronômico para levar alguém de outro estadoO caminho gastronômico dos curitibanos

Para quem viaja, uma das etapas é conhecer a gastronomia do lugar. Para isso, estão disponí-veis guias, livros, sites, chefes re-nomados indicando restaurantes, estabelecimentos badalados e pratos finos. Porém, um detalhe é deixado de lado: quem realmente sabe o que vale a pena na cida-de são os próprios cidadãos que vivem nela. Curitiba vem conso-lidando seu cenário gastronômi-co. Segundo um levantamento inédito feito pelo Paraná Pesqui-sas, 50% dos curitibanos buscam conhecer novos restaurantes. Por outro lado, um dado importante é que 20% das pessoas definem o destino desse programa gastro-nômico de olho em restaurantes próximos de casa, para evitar trânsito e outras complicações. O resultado também mostrou que quase metade da população sai para jantar mensalmente, no qual 43% dela tem o jantar como um programa familiar e quase 25% fazem suas saídas gastronômicas entre amigos.

As novidades estão nas ruas – muitas das quais se tornaram pontos de referência culinária –, em cursos regulares e rápidos de cozinha e em eventos populares como o Gastronomix, Empório Soho e Restaurant Week. A in-fluência dos imigrantes asiáticos e europeus mudou os sabores da região. Os muitos restaurantes da cidade oferecem pratos ins-pirados em culturas diferentes: churrascos, comidas naturais, frutos do mar, pratos japoneses, italianos, suíços, espanhóis, por-tugueses, alemães, poloneses, árabes, franceses, chineses, in-dianos, mexicanos, casas de chá, pizzarias e o que mais o paladar desejar.

No meio de todo esse movi-mento, o protagonista é o curiti-bano. E, para quem vem conhe-cer Curitiba, nada melhor do que ouvir dos moradores onde é o melhor lugar para se comer. Por isso, o Comunicare entrevistou algumas pessoas e perguntou: se você fosse receber uma pessoa de outro estado e tivesse que levá-la para comer, onde seria? Raffaela Silvestre Porcote Rodrigo de Lorenzi Oliveira

Curitiba, Setembro de 2012turismo 13

Page 14: Comunicare 210 - Gastronomia

O VEGETARIANISMO CONQUISTA CADA VEZ MAIS ADEPTOS

Seja por saúde, estética, religião ou questões ambientalistas, cada vez mais pessoas aderem à prática

Curitiba, Setembro de 2012 comportamento14

Rafaela Gabardo

O mundo é dos vegetarianos Fo

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80% do buffet é feito com ingredientes orgânicos

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Curitiba é uma das capitais brasileiras com mais opções para os ve-getarianos. São pelo menos dez restaurantes voltados para os adeptos dessa prática. Um deles, o Restaurante Bouquet Garni, antigo Green Life, foi inaugurado há 20 anos na cidade. O proprietário Rafael An-dré Konzem observou o crescimento da população vegetariana durante esse tempo. “As pessoas estão mais preocupadas com o que conso-mem. Sabem da forma agressiva com que os animais são criados, com muitos hormônios e antibióticos”, defende.

De acordo com Konzem, o público ainda é seletivo, a grande maioria das classes A e B. “O consumidor mais consciente, esse com maior grau de instrução, busca alternativas. Preocupado com a saúde, eles pagam um pouco mais”, afirma. Para o empresário, a carne é uma questão cultural, e existe uma ideia equivocada de que os alimentos naturais não suprem as necessidades de ferro ou proteína animal.

A maior parte da clientela do restaurante, que serve 300 refeições por dia, em média, tem mais de 40 anos, sendo 30% da terceira idade. “As pessoas começam a cuidar da alimentação quando já tem algum problema, e não para evitar. Os jovens estão preocupados com a es-tética, querem ter o corpo perfeito, independente do que consomem, o que pode causar danos mais tarde”, saliente. André completa; “Temos a responsabilidade de levar saúde às pessoas e a consciência do valor de se alimentar bem”

ServiçoRestaurante Bouquet Garni.

Alameda Carlos de Carvalho, 271, esquina da Rua Visconde de Nacar .

Tel: (41) 3223-8490. Funciona das 11 às 15 horas. Bufê livre, R$ 18 nos dias de semana,crianças

até 6 anos R$9, R$ 23 aos sábados, domingos e feriados, crianças até 6 anos R$11,50.

Maioria vegetariana é das classes A e B

Eloísa e Marcos: ele se tornou vegetariano depois dela

A Organização Mundial da Saúde (OMS) aconselha que a ingestão de carne vermelha não ultrapasse 300 gramas por sema-na. Algumas pessoas são ainda mais radicais com a recomenda-ção e vetam a carne da dieta. De acordo com pesquisas do Ibope, 9% da população brasileira é ve-getariana - e esse número tende a crescer. Os motivos que levam uma pessoa a seguir essa dieta são muitos. Entre os principais estão o incentivo de amigos, de-sejo de perder de peso, saúde, compaixão pelos animais ou re-ligião.

A estudante de psicologia Ilana Cavichiolo afirma que por meio de campanhas em redes sociais passou a conhecer e se interessar pelo vegetarianismo. “Foram três motivos pelos quais eu tomei essa decisão: pelo meio ambiente, pela minha saúde e pelos animais. O que mais pesou foi o sofrimento dispensável que causamos aos bichos”, declara. Assim como Ilana, a estudante de engenharia mecânica Eloísa Car-dozo também viu no sofrimento animal um dos motivos para ade-rir à dieta vegetariana. “O animal é sensível, consciente como nós e sofrem”. Além disso, depois de ler e pesquisar sobre o assunto, Eloísa descobriu outras formas de degradação do meio ambien-te que o consumo de carne pode causar. “A pesca predatória pode destruir ecossistemas inteiros, o processo de preparação da carne consome recursos importantís-simos como água e eletricidade que para a produção agrícola de vegetais são utilizados em menor quantidade. Para a alimentação dos animais utiliza-se grande quantidade de vegetais, que seria mais que suficiente para alimen-tar toda a humanidade”.

É comum o indivíduo tornar-se vegetariano e tentar incentivar pessoas próximas a seguir essa alimentação. Mesmo defenso-ra da causa, Ilana não gosta de provocar discussões. “Quando eu tomei minha decisão, decidi também não ser ‘terrorista’ nem ficar tentando ‘catequizar’ todo

mundo”. Porém, ela acrescenta: “Geralmente fico na minha para não provocar polêmicas, mas se puxam assunto não hesito em de-fender essa ideologia que eu tanto acredito”.

Eloísa disse que várias pesso-as ficam curiosas quando ela con-ta de sua dieta. “Eu faço o possí-vel para fazer com que a pessoa entenda um pouco mais. Afinal, é nessas situações que podem nascer novos vegetarianos”. A estudante alegou que em alguns casos, sua opção não é aceita. “Muitas pessoas são agressivas, simplesmente não aceitam nossas escolhas e tentam a todo o custo colocar argumentos sem funda-mento para tentar fazer com que mudemos nossa opinião”, revela. O namorado dela decidiu acom-panhar a amada depois de um tempo. “Eu comecei primeiro. Ingeria somente carne branca, comia peixes e frango. Depois, cortei também a carne branca e depois de mais ou menos um ano, o Marcos começou eliminando a carne vermelha e branca de uma só vez”.

Os hábitos alimentares das famílias de Ilana não mudaram apesar da decisão da estudante. “Sempre digo a eles para não se preocuparem em fazer uma comida especial para mim, nos churrascos me contento com o que tiver, mesmo que seja só pão com tomate, ou até mesmo só pão”, brincou. Eloísa, que não

almoça com frequência em casa, garante que os familiares não precisaram se adaptar. “Minha família continua com os mesmos hábitos alimentares de sempre, a diferença é que eu não como a carne. Se necessário eu preparo alguma receita com soja. Só nas ocasiões especiais sempre há um prato diferenciado”.

Uma das preocupações de quem deseja aderir ao vegeta-rianismo é a falta de opções e o custo desse modo de vida. En-tretanto, Eloísa contesta e diz que é muito mais fácil do que as pessoas imaginam. “Praticamen-te todos os lugares tem uma op-ção vegetariana no cardápio. Em uma grande rede de fast-food, por exemplo, eles substituem o hambúrguer por anéis de cebola fritos. Em redes de cachorro-quente, eles têm salsicha de soja. Sem contar os estabelecimentos específicos para vegetarianos”. Ilana afirma que depois que pa-rou de consumir carne descobriu novos sabores e sempre encontra novos lugares com opções vege-tarianas. “Curitiba é ótima nesse sentido, tem várias opções. Rece-bemos nas redes sociais o apelido de capital do hamburger de soja”.

Tipos de vegetarianismo

Existem várias formas de vegetarianismo, classificadas de acordo com o grau de restrição de alimentos. Os lacto-vegetarianos

consomem leite e derivados e não consomem ovos e geralmente tem a filosofi relacionada com, a cultura indiana. Já os vegans ou Vegetarianos Puros não conso-mem nenhum produto de origem animal, inclusive ovos, leite e de-rivados, gelatina e mel. Os ovo-lacto-vegetarianos consomem ovos, leite e derivados, como é o caso de Ilana e Eloísa. Ela ain-da diz diz que pretende se tornar vegana e tenho avançado nesse sentido. “Ser vegana fora é mais difícil pois as opções geralmente tem queijo. Acredito que isso está mudando, estabelecimentos com opções veganas tem aparecido, mas por enquanto é complicado

socialmente”, salienta. Ambas afirmam que a alimen-

tação vegetariana supre todas as necessidades de ferro e proteína diárias. “Na verdade quem come carne ingere mais proteínas do que precisa, consigo o necessário com as saladas”, disse Ilana. Elo-ísa toma suplementação a base de proteína devido apenas aos trei-nos na academia. “Mas isto é um tipo de suplementação que qual-quer pessoa, independente de co-mer carne ou não poderia fazer. Há dois anos sou vegetariana e tomo suplemento há pouco tem-po. Nunca fez falta”, conclui.

Page 15: Comunicare 210 - Gastronomia

GASTRONOMIA TÍPICA CURITIBANA EXERCE PAPEL IMPORTANTE

A meta é que o visitante, estimulado pela gastronomia, tenha interesse de retornar a Curitiba após a Copa do Mundo de 2014 Copa do Mundo impulsiona o turismo

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Carne de onça é uma das apostas da petiscaria “Gruta da Onça”

Há menos de dois anos para o início da Copa do Mundo de 2014 (Curitiba é uma das doze sedes), restaurantes, Secretaria de Turismo e a Comissão de As-suntos para a Copa desenvolvem projetos para que o turista, que estiver na cidade no maior even-to esportivo do mundo, volte em outras oportunidades, impulsio-nado pela gastronomia.

Segundo o Secretário de Es-tado para assuntos da Copa, Má-rio Celso Cunha, são esperados cerca de 130 mil turistas na cida-de durante o evento, e mais 600 mil brasileiros (turismo interno) e o objetivo é que 25% deste con-tingente desenvolva a cidade tu-risticamente.

Além dos tradicionais res-taurantes italianos (Santa Feli-cidade), portugueses, japoneses, entre outros, a gastronomia tí-pica de Curitiba também devem ser uma das apostas. “Oferece-mos diversas opções culinárias.

Nossa área gastronômica é muito rica”, afirma Cunha.

No turismo, agregada a par-ques, museus, eventos, progra-mação cultural, está a gastrono-mia, no conjunto que é ‘vendido’ ao visitante. Adriane Vortolin, Gerente de Turismo do Instituto Municipal de Curitiba, diz que o setor gastronômico está cada vez mais fortalecido, e o que desperta interesse na cidade é a diversi-dade de pratos oferecidos, sejam típicos ou representativos de ou-tros países.

Fortalecer polos gastronômi-cos como a Praça da Espanha, Itupava, Batel, Santa Felicidade, é outra proposta que está sen-do analisada pela Prefeitura, a ABRASEL (Associação Brasilei-ra de Bares e Restaurantes), e as-sociações representativas. A meta é que estes polos sejam locais de visitação turística e opções a se-rem divulgadas aos turistas que estarão em Curitiba para os jogos

de 2014. “Apostamos no incre-mento do Turismo após a Copa e a gastronomia é e será um dos motivos para uma boa estada em nossa cidade”, almeja Vortolin.

Culinária típica é atrativo

Quem visitar Curitiba duran-te 2014 poderá conhecer e expe-rimentar pratos típicos paranaen-ses como o Barreado, Pinhão, e a Carne de Onça, considerada uma iguaria tipicamente curitibana.

No restaurante e petiscaria “Gruta da Onça”, propriedade de Edgar Polchlopek, localizado no bairro Parolin, o forte é justa-mente a Carne de Onça, além do Pinhão, em sua devida época.

Carlos Alberto Noviski, car-tunista e assessor de comunica-ção do estabelecimento, comenta que as metas para o futuro serão traçadas apenas em dezembro, mas adianta que caso haja um convite dos responsáveis pela

Copa em Curitiba, para inclusão da casa em roteiros turísticos/gastronômicos, aceitará. “Pode-remos firmar parcerias, com mui-to prazer”, afirma.

Outras opções para a Carne

de Onça são os bares Aos Demo-cratas e Stuart. O Barreado pode ser encontrado nos restaurantes Casa di Bel e A Batataria.

Rogério Ferreira

SEM ACOMPANHAMENTO PROFISSIONAL, AMADORES SOFREM RISCO DE LESÕES

Corrida de rua pode se tornar um problema com espaçoQ u e m

nunca prati-cou um es-porte sem acompa-nhamento profissio-

n a l ? N o m u n -

do do “ c o r p o

p e r fe i t o” em que vi-

vemos praticar atividades fí-

sicas é parte do dia-a-dia.

Dentre os esportes, a corrida de rua é um dos mais procurados e é o que mais exige do atleta. O que muitos não sabem é mais de 70% dos amadores sofrem alguma le-são por falta de um acompanha-mento profissional, seja um edu-cador físico ou uma nutricionista.

Em busca desse mercado, assessorias de corredores de rua foram criadas visando o melhor desempenho de quem escolheu a prática. Há mais de sete anos no mercado, a Trainer Curitiba é uma das assessorias da capital paranaense. Com aproximada-mente 400 alunos, ela oferece toda a infraestrutura de treina-mento e acompanhamento pro-fissional, com aulas específicas que vão desde a caminhada até as chamadas “ultramaratonas”. O educador físico Samir Cesar é corredor de rua há mais de 20 anos e integra a Seleção Brasi-leira de Atletismo, ele ressalta a necessidade do acompanhamen-

to. “O rico de lesões é grande, conheço muitas pessoas que já sofreram machucados e a maioria não tinha um acompanhamento de um profissional especializa-do, pois ser educador físico não basta para ser técnico de corrida. Alguém treinaria lutas com uma pessoa que nunca subiu ao rin-gue?”, questiona.

O professor ressalta erros – ou precauções básicas, que não são seguidas por alguns corredo-res que não têm acompanhamen-to de um profissional. “O indiví-duo não deve fazer seu treino em jejum. Carboidratos são fontes de energia e deve ser ingerido até duas horas antes do treino ou prova. Também é importante evitar novos alimentos antes das provas, é melhor fazer as adap-tações durante os treinos. É algo muito individual. O que faz bem para um, não pode fazer bem para outro”.

Para a nutricionista clínica e Lucas Dziedicz

esportiva Mariana Braga Neves, uma atividade física nunca deve ser feita em jejum e deve-se evi-tar digerir alimentos ricos em cafeína. “Comer carboidratos de baixo a médio índice glicêmico como maçã, pera, pêssego, mo-rango, sucos de frutas e biscoi-tos integrais são recomendados”, ressalta. Após o exercício, pelo contrário, o atleta deve procurar os alimentos que possuam um alto índice de glicêmico como pães, mel, leite e arroz. A alimen-tação deve ser feita logo depois do percurso para evitar a perda de massa magra.

Mariana ainda revela que nas competições longas, caso das corridas acima de 21 km, o peso da nutrição é dobrado. A marato-na é uma atividade capaz de mo-dificar a homeostase – ou seja, o equilíbrio fisiológico do corpo -, assim é preciso um planejamen-to criterioso. “Quem treina para uma prova de longa duração, pre-

cisa de uma perfeita organização das refeições pré e pós-atividade, para que seus estoques de ‘combustíveis’ sejam devida-mente repostos, o que repercu-tirá em maior rendimento e menos chance de entrar em fadi-ga rapidamente. Além disso, vita-minas e minerais antioxidantes de-vem ser usados com maior frequ-ência por quem quer se preparar para a maratona”.

Curitiba, Setembro de 2012esportes 15

Page 16: Comunicare 210 - Gastronomia

Cesta básica reflete realidade brasileiraValores Nutricionais

Arroz

Feijão

Açúcar

Café

Sal

Óleo deSoja

BiscoitoAmanteigado

Leite Integral

Produto

15g

100g

1 xícara

1 xícara

1 xícara

1 colherde sopa

100ml

1 colherde chá

Porção

225

225

45

*

0

120

484,38

150

ValorEnergéico

(Kcal)

Gorduras(g)

0

1

0

*

0

14

25

8

Valor Energético: É a energia produzida pelo nosso corpo proveniente dos carboidratos, proteínas e gorduras totais. Na rotulagem nutricional o valor energético é expresso em forma de quilocalorias (kcal).Gorduras Totais: As gorduras são as principais fontes de energia do corpo e ajudam na absorção das vitaminas A, D, E e K.

* Não especificado/quantidade abaixo da margem mínima para contagem

Fonte: http://emedix.uol.com.br

O Comunicare fez um levantamento do valor nutricional dos principais itens da cesta básica brasileira. A tabela traz informações importantes para esclarecer ao consumidor sobre as principais substâncias contidas em cada alimento, como vi-taminas, minerais, açúcares, gorduras e proteínas. Determinada por lei, as informações são funda-mentais para quem busca uma dieta equilibrada, dentro das necessidades diárias ideais.

Os produtos contidos na seleção, formam a base da alimentação do brasileiro. De norte a sul do país, a variação do conjunto de itens muda pouco, estabelecendo um padrão do que chega à mesa do consumidor.