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SAÚDE Equipe Comunicare comprova descaso em postos de saúde Pág 03 POLICIAL Passa de 1400 o número de mortes registradas no ano | Pág 06 GERAL Abre temporada de Natal do HSBC com o espetáculo “O poder da música” | Pág 13 ECONOMIA Liberação do 13º movimenta economia e diminui inadimplência | Pág 08

Comunicare 24h

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Vs. online do Comunicare 24h realizado nos dias 26 e 27 de novembro de 2011 pelos alunos do 4o. período de Jornalismo da PUC-PR

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Page 1: Comunicare 24h

SAÚDE Equipe Comunicare comprova descaso em postos de saúde Pág 03

POLICIALPassa de 1400 o número de mortes registradas no ano | Pág 06

GERALAbre temporada de Natal do HSBC com o espetáculo “O poder da música”

| Pág 13

ECONOMIALiberação do 13º movimenta economia e diminui inadimplência

| Pág 08

Page 2: Comunicare 24h

FALA, ALUNA

“A linguagem é direta e coerente com os

assuntos pertinentes à Universidade. Mas acho que o jornal deveria dar mais ênfase ao cenário

cultural curitibano”.

Mariely Czelusniak, 4º período de Design de

Produtos - PUC PR

AS FASES DE PRODUÇÃO DE UM JORNAL IMPRESSO

Cresce 5,1 % as vendas de jornais impressos no Brasil, contrariando o pessismo que anuncia o fim do meio até 2020

Curitiba, novembro de 2011 opinião02

24 horas em 16 páginasAs previsões mais pessimis-

tas anunciam o fim do jornal im-presso para antes do ano de 2020. Por outro lado, dados divulgados recentemente pelo Instituto Veri-ficador de Circulação (IVC), in-formam que o volume de vendas avulsas de jornais cresceu 5,1% do primeiro semestre de 2010 até o mesmo período de 2011. A média diária de circulação de jornais no país foi de mais de 4.4 milhões, um recorde histórico, e 73 milhões de pessoas afirmam ler jornal impresso. Além disso, dados da Associação Nacional de Jornais (ANJ), mostram que exis-tiam 4056 periódicos em circula-ção no país em 2010.

Essas informações demons-tram que o jornal impresso ainda tem seu espaço, e que ele é gran-de, com tendência inclusive a crescer. Por isso devemos buscar aproveitar esse espaço da melhor forma possível, participando na

publicação dessa infinidade de projetos editoriais, e tentando inovar e fazer diferente, transfor-mar a experiência de produzir um jornal impresso, que talvez seja o ponto alto do jornalismo.

Desde suas origens lá na pren-sa tipográfica de Guthemberg, a emoção de receber uma pauta e sair pra rua cobrir; o fotojorna-lismo; vivenciar uma história; a montagem e o conceito gráfico visual de uma edição; e por fim a distribuição orgulhosa dos exem-plares finalmente impressos, são essas as fases essenciais da pro-dução jornalística.

Tudo isso faz parte do proces-so de descobrir, para o qual de-vemos estar preparados e motiva-dos, e a forma utilizada para esse aprendizado deve ser determi-nante no progresso profissional. Sentir o clima de uma redação jornalística de verdade propicia a inserção e o comprometimento

com a profissão escolhida. Viver o pique de precisar completar a reportagem, o box, ou o gráfico a tempo. E aquele deadline pres-sionando insistentemente a cada tique e taque do relógio.

Durante o ano de 2011 fo-ram produzidas cinco edições do Jornal Comunicare, todas com o prazo um pouco mais estendido, chegando a dois meses desde a escolha de pautas até a impres-são. O 24 horas é a sexta publi-cação do ano, e a primeira com prazo reduzido, simulando a ex-periência real da produção jorna-lística diária.

E toda essa experiência se potencializa quando surge o de-safio de começar e terminar uma edição inteira do Comunicare no período de 24 horas. Desafio prontamente aceito, iniciado e concluído nas páginas que você leitor tem agora em mãos. O tra-balho não é pouco, inicia-se com

o planejamento da edição, levan-do-se em conta as pautas a serem realizadas, afinal com a data es-colhida, é importante saber o que acontece em Curitiba nesses dias. Claro que nem tudo pode ser pre-visto, e isso é o que deixa o jorna-lismo ainda mais emocionante.

E a produção começou na sexta-feira dia 25, e acabou no sábado dia 26. Vinte e quatro horas de notícias e de informa-ções, vivendo o jornalismo com mais intensidade, gratificante para quem está acostumado a um jornal laboratório, onde as regras de redação não são seguidas tão a risca. Aproveite este resultado que se reflete no mais fiel pro-cesso de produção da notícia, no mais vivo do factual.

Boa leitura.

COMUNICARE 24 HORAS COBRE O FINAL DE SEMANA CURITIBANO

O desafio na produção das pautas factuais Os primeiros a chegar à reda-

ção são o editor e o pauteiro, pois a questão a ser resolvida é sempre a mesma: “o que vai entrar no jor-nal hoje?”. No Comunicare, a coi-sa muda de figura: essa decisão é em geral resolvida coletivamen-te, afinal somos adeptos do velho ditado que “duas cabeças pensam melhor do que uma, três melhor que duas...”. Por isso, a cada reu-nião de pauta temos um novo desafio, novas discussões até que finalmente sejam fechadas as ma-térias que produziremos.

Esta é a primeira edição anu-al do Comunicare que não tem um tema, e por consequência a busca por pautas foi um tanto quanto diferente. Ao invés de nos preocuparmos com assuntos que convergissem para o mesmo pon-to tivemos que buscar pautas fac-tuais, realizáveis dentro da reda-ção do Comunicare e ao mesmo tempo, interessantes aos nossos leitores.

Como resultado dessa chuva de ideias, nessa edição você po-derá ler um pouco mais sobre a abertura dos autos de natal do Pa-lácio Avenida, conferir o balanço cultural do ano em Curitiba, ob-servar uma investigação jornalís-tica sobre os postos de saúde da cidade, e conhecer os candidatos às presidências dos clubes de fu-tebol da capital.

Com uma boa mescla de notí-cias, nossos repórteres cobriram os principais acontecimentos da cidade neste final de semana, e agora, você leitor pode fazer aquele balanço e ver que Curitiba não parou. Votações na câmara municipal, a 6ª etapa do campe-onato de motovelocidade para-naense e as ações sociais, como a feijoada do projeto Tomba La-

tas, são mais algumas de nossas reportagens.

O convite da nossa redação é: leia e aproveite para conhecer um pouco mais sobre a sua cidade, temos certeza que alguma coisa vai te surpreender!

EXPEDIENTE

Jornal Laboratório da Pontifícia Universidade Católica do Paraná

Edição nº 202 | Novembro/2011

PUCPRRua Imaculada Conceição 1.155, Prado Velho - Curitiba/PRwww.pucpr.br

ReitorClemente Ivo Juliatto

Decano do CCJSAlvacir Alfredo Nicz

Decano-Adjunto do CCJSMarilena Winters

Diretora do Curso de JornalismoMônica Fort

COMUNICAREJornalista ResponsávelCícero Lira - DRT 1681

Coord. de Projeto GráficoAlessandro Foggiatto

EDITORES-CHEFE

Jhonny Castro Letícia Martins Donadello Virginia Crema

PAUTEIROS Isadora Domingues Julio Cesar Glodzienski Lidyane Pereira EDITORA DE ARTE Etiene Mandello

FALA, PROFESSOR

“O Comunicare 24h foi um desafio aceito com muito entusiasmo pelos alunos. Uma experiência estimulante e próxima da realidade do mercado de

trabalho”.

Cícero Lira, Professor do Curso de

Comunicação Social - Jornalismo PUC PR

NOSSA CAPA

“ O relógio com vários momentos do dia cobre a rotina de produção do jornal, demonstrando a pressão e a beleza de produzir em 24 horas”.

Equipe Comunicare

Jhonny Castro

Virginia Crema

Page 3: Comunicare 24h

O choro do menino preocu-pado com a frágil saúde da avó, após passar o dia inteiro sem ser atendida, e o desespero do pa-ciente com inflamação na bexiga, que espera a internação desde as 20h de terça-feira – o fechamen-to da matéria ocorreu na noite de sexta-feira (25) – são situações comuns na rotina das Unidades Básicas de Saúde em Curitiba. Para descobrir a realidade do atendimento nos hospitais pú-blicos, a equipe do Comunicare visitou os chamados “pos-tinhos de saúde”.

Primeiramente, o jornal visitou os hospitais públicos identif icando-se como equipe de reportagem e expli-cando que se trata-va de uma matéria jornalística. A primeira parada foi no Ouvidor Pardinho, localizado no centro da capital paranaense. A quan-tidade de pessoas para ser aten-dida era grande e a maioria não estava satisfeita. Rebeca Silva* chegou ao posto de atendimento às 6h e quatro horas depois ainda não havia sido atendida. “Ontem passei o dia inteiro aqui e não me chamaram. Por isso, tive que vol-tar hoje, mas acho que vou voltar para casa sem conseguir consul-ta”, afirma. Rebeca contou que está atrás de 17 mil pessoas na fila de espera do oculista e há cin-co anos tenta descobrir a causa de suas dores na perna. “O que a gente pode fazer? Daqui a pouco, o jeito vai ser ficar em casa espe-rando a morte chegar”, conclui.

Ao tentar saber como fun-ciona o atendimento médico no local, a equipe do Comunicare foi informada, pela chefia da unidade, que essas informações são fornecidas apenas com uma autorização da Secretaria Muni-cipal de Saúde. “Somente após isso, somos orientados a falar”, explicou uma das representantes sanitárias. Na unidade de saúde da Vila Hauer, o resultado foi o mesmo. O posto abriu às 6h, mas só o vigia e alguns pacientes se

encontravam no local. A equipe foi informada de que as enfer-meiras chegariam às 7h e esperou para conversar com uma delas. Ao tentar perguntar quantos mé-dicos atendiam no local e como funcionava o atendimento, a res-posta foi unânime: “não pode-mos dar informações desse tipo”. O horário que a representante sanitária do local chega não foi revelado ao certo, pois uma das fontes disse ser às 8h enquanto

outro membro do posto infor-mou ser às 9h.

O que de fato o Comu-nicare teve conhecimen-to foram as conversas da fila de espera. Pacientes ar-

riscam dizer que na Unidade de Saúde Ouvidor Pardinho exis-tem apenas dois clínicos geral. Já na unidade Salgado Filho, a enfermeira Helena Barcellos* in-formou que no local atuam dois clínicos geral e, caso seja ne-cessário, os pacientes são enca-minhados para um especialista. Apesar disso, algumas pessoas não se queixam do sistema. Ro-seli Almeida* argumentou que tem levado sorte, pois conseguiu ser atendida em menos de um dia em todas as vezes que procurou pelo serviço de saúde da capital.

Investigação

Para conseguir relatos da população que precisa de aten-dimento através da rede pública, a equipe do Comunicare enviou um repórter para a Unidade Bási-ca de Saúde 24 horas do Pinhei-rinho, para tentar agendar uma consulta com o médico e obser-var a real situação do atendimen-to. “Hoje não demora muito”, respondeu a recepcionista quan-do questionada sobre a demora no pré-atendimento. Após meia hora na espera, o repórter e mais quatro pessoas foram chamadas para medir a pressão e falar com o médico, que dava pulseiras de

diferentes cores para os pacien-tes, conforme a gravidade do problema.

Roberto Guimarães* deu entrada no postinho no mesmo horário que o repórter enviado do Comunicare e ganhou uma fita amarela, que significa aten-dimento urgente. Menos de 15 minutos depois, Roberto já havia passado pela consulta com o mé-dico de plantão e ficou à espera da ambulância para ser transfe-rido, pois não havia na farmácia do Pinheirinho o medicamento necessário para o tratamento. O veículo demorou duas horas e meia para chegar. A mãe do pa-ciente ficou no local e explicou o que acontecia: “Minha filha foi junto com o Roberto e eu fiquei,

porque depois a ambulância volta com eles e só uma pessoa podia acompanha-lo”.

Carolina Zuckniz* não teve a mesma sorte. A moça deu en-trada no hospital com hemorra-gia no útero, ouviu no primeiro atendimento que isso era normal e recebeu uma pulseira verde, re-ferente a atendimento sem urgên-cia. “Vou chamar a mídia aqui para ver se é normal”, exclamou indignada Carolina. Após quatro horas de espera, saiu da sala do médico com uma receita de remé-dio para a dor e a recomendação para procurar um especialista. “O ginecologista do postinho do meu bairro está de férias e nin-guém consegue resolver o meu problema” afirma.

Nosso enviado recebeu pul-seira verde, alegando um incômo-do alimentar e, enquanto espera-va sua consulta, conheceu Felipe Augusto Grosskopf*, o jovem com infecção na bexiga, já citado no início do texto, que procurou a unidade de saúde na terça-feira à noite e demorou seis horas para ver o médico. Há três dias espe-rando a internação, Felipe Au-gusto não consegue autorização para dormir nas macas do posto, então se acomoda nas cadeiras da espera. “Isso é brincar com o ser humano. Ainda bem que eu moro aqui perto e vou escondido lá para tomar banho e comer algo, mas se alguém do posto sabe, eu perco a minha vez”.

Com quase quatro horas dentro da unidade de saúde do Pinheirinho, o repórter foi cha-mado para consulta e ouviu a opinião da médica Maria Adelai-de* sobre a demora: “A gente não tem estrutura e pessoal suficiente para atender a todos com rapidez, e a população ainda coloca a cul-pa nos médicos que estão aqui. É difícil”, lamenta Maria. Um dos guardas municipais que cuidam da segurança do local, Valdir Damasceno*, pensa que alguns dos problemas teriam solução se os profissionais fossem mais dedicados. “Às vezes, as pessoas perdem a paciência e descontam na secretária, ou na segurança, mas se os médicos não ficassem andando de um lado para o outro e atendessem logo, a situação es-taria bem melhor”.

Composta por 1,752 milhão de habitantes, Curitiba é a oitava cidade mais populosa do Brasil, de acordo com dados do IBGE. Para atender toda a população, a rede de saúde municipal divulga em seu site que, atualmente, exis-tem 50 unidades básicas de saú-de, ou seja, cada postinho precisa atender 35.040 cidadãos.

* Os nomes foram modificados.

EqUIPE COMUNICARE VISItA POStOS DE SAúDE DA CIDADE

A falta de estrutura, médicos e informações concretas comprometem o funcionamento das Unidades Básicas de Saúde de Curitiba

Curitiba, novembro de 2011saúde 03

O retrato do sistema de saúde curitibano

Quatro horas de espera, duas receitas e um remédio na farmácia. Alexandre Senechal Gabriela Campos

“O jeito vai ser ficar em casa

esperando a morte chegar”

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Page 4: Comunicare 24h

O calendário acadêmico de 2011 da Universidade Federal do Paraná, UFPR, foi alterado devi-do às greves gerais que ainda re-percutem no meio acadêmico. As aulas vão até o dia 22 de dezem-bro, e as provas finais acontece-rão em janeiro de 2012. As aulas do ano letivo de 2012 têm início marcado para março.

As greves tiveram início e término em datas diferentes, a dos servidores técnico-adminis-trativos foi de 15 de junho a 26 de setembro de 2011, os estudantes estiveram entre 04 e 31 de agos-to de 2011, e os professores entre 16 de agosto e 01 de setembro de 2011.

A paralização realizada pelos estudantes foi uma maneira deles apoiarem a manifestação dos ser-vidores técnico-administrativos, que já estava em curso. Após a adesão dos professes à paralisa-ção, o apoio dos estudantes foi estendido a eles, em forma de

greve.Entre as reinvindicações, os

servidores pediam uma jornada de trabalho de 30 horas semanais, além de um aumento de salário – de 1,8 do salário mínimo para três, e um reajuste de 5% a cada dois anos de serviço completado. Os professores solicitavam uma equiparação salarial deles com outros servidores do governo. A classe defendia a ideia de que em certos casos, um professor que possui doutorado recebe o mes-mo que um servidor que tem ape-nas a graduação. Além disso, re-clamavam do excesso de aulas e tamanho de turmas, pedindo um limite por alunos em cada turma e uma carga horária de trabalho definida, entre outras reinvindi-cações. Os alunos que entraram em greve assinavam em baixo de todas as exigências feitas.

A estudante Tainá dos Santos Navolar, de 21 anos, em nome do centro acadêmico de biologia, fala

que foi realizado uma pesquisa no curso, e devido ao resultado, em uma assembleia dos estudantes, a entidade de base resolveu entrar em greve apoiando servidores e professores. Segundo ela, a gre-ve em uma instituição pública é o meio de reivindicar algo. “O que professores e funcionários que-riam é para o bem de todos, pela melhoria dos cursos da universi-dade. Não tem porque não apoiar a causa, se ela é para o bem dos estudantes”. Sobre a questão do calendário acadêmico, Tainá afirma que isso, em um contexto geral, é insignificante, segundo ela as pessoas devem olhar mais a frente, e visar o bem da univer-sidade. “Além do mais, as aulas em 2012 só começam em março, as pessoas vão ter um período de férias normal, só que em outra data”, conclui Tainá.

O estudante de medicina Bru-no Vianna, de 23 anos, rebate os argumentos daqueles a favor da

greve. Ele afirma que esta não é a maneira correta dos alunos rei-vindicarem alguma coisa. Para Vianna, é errado atropelar os ca-minhos, antes dos universitários entrarem em greve, deveriam realizar reclamações protocola-das pela reitoria da Universidade. “Fora, que dar as mãos para os professores nessa paralização é meio irônico. Muitos problemas que temos no curso acontecem

porque os professores simples-mente não aparecem em sala. Es-tão mais preocupados com outras atividades, do que com as aulas em si”, afirma. De acordo com o estudante, a UFPR dá condições para o aluno estudar, tem livros, professores e laboratórios, que acabam não sendo aproveitados corretamente pelos docentes.

Estudantes de ensino médio esperam ansiosamente a chegada do final de ano para que possam logo sair da escola. A expecta-tiva da nova vida que se inicia quando saem do colégio, a ten-são pré-vestibular, o mercado de trabalho, as responsabilidades da vida adulta, são inúmeras os motivos que os fazem querer en-cerrar esse período. Em algumas escolas os alunos são dispensados antes mesmo do término do ano letivo e não pre-cisam mais fre-quentar as aulas.

Marcelo Pas-tre, coordenador do ensino médio no Colégio Me-dianeira explica que todas as es-colas têm um calendário de aulas com 200 dias letivos que devem obrigatoriamente cumprir. Po-

rém, no Medianeira, passados 190 dias é feita uma lista de dis-pensa para os alunos que já pas-saram de ano, assim eles têm a opção de não ir mais as aulas.

O colégio particular trabalha com um método de recuperação processual, onde os estudos são realizados durante o ano letivo, dentro do processo e em perío-dos com aulas especiais no con-

tra turno. Mas alguns colégios públicos ainda trabalham com a recuperação de final de ano.

Regina Kum-mer, estudante do Colégio Estadual Pilar Maturana, conta que está

com notas aprovadas, mas ainda frequenta as aulas para finalizar o conteúdo e alguns alunos pre-cisam de frequência para não se-

rem reprovados.Em ambas as instituições, os

professores continuam cumprin-do o banco de horas normalmen-te para o fechamento de notas e para auxiliar os alunos no vesti-bular. Marcelo ainda destaca que no colégio Medianeira, o princi-pal objetivo não é formar somen-te os alunos para o vestibular e sim para a vida lá fora.

Vestibular

Em Curitiba os vestibulares acontecem antes do término das aulas, muitas vezes os alunos fa-zem as provas sem ter o conheci-mento de todo o conteúdo, visto que a data escolhida pelas facul-dades normalmente acontecem quando o ano letivo ainda não se encerrou.

No entanto, Regina conta que prestou vestibular e teve algumas dificuldades, mas apenas pelo

fato de já ter aprendido o conteú-do há algum tempo e não lembrar mais, mesmo assim foi aprovada no curso de Fisioterapia na Uni-Brasil.

Pastre salienta que a apro-vação no vestibular dos alunos

do Medianeira são praticamente 100%, o fato das provas aconte-cerem antes mesmo de terminar as aulas, não influencia no in-gresso a universidade.

Curitiba, novembro de 2011 educação04

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Marcelo Pastre conta sobre a rotina de fim de ano no Medianeira

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Alunos da UFPR terão aulas em janeiro

Rosane Cadena

“Com 190 dias alguns alunos são dispensados das

aulas”

PARALISAÇÃO AINDA REPERCUTE NA VIDA ACADÊMICA

Greves alteram calendário acadêmico 2011 da UFPR

Isadora Domingues

JOVENS ESPERAM ANCIOSAMENTE O FIM DAS AULAS PARA QUE POSSAM INICIAR SUA NOVA VIDA

O vestibular inicia antes que as aulas acabem, mas isso não influencia a aprovação de alunos de colégio público e particular

Alunos dispensados antes do tempo

Page 5: Comunicare 24h

O projeto da Lei Seca que está em tramitação na Câmara dos Deputados e pode ser aprova-do no Senado, penaliza quem di-rigir sob efeito de qualquer nível de concentração de álcool. Pela nova emenda, a comprovação do grau alcoolico do motorista, poderá ser feita através de testu-munhas, imagens ou vídeos, caso o condutor se recu-se a fazer o teste do bafômetro.

As novas san-ções previstas aos condutores sob efeito de ál-cool (entre 0,1 mg e 0,29 mg de álcool por litro de ar expelido) são enquadradas no artigo 165 do Código de Trânsito Brasileiro, CTB, como infração gravíssima (7 pontos na CNH), com penali-dade de multa (R$ 957,70) e sus-pensão do direito de dirigir por

doze meses. O veículo ainda fica retido até que se apresente outro condutor habilitado e em condi-ções de dirigir.

Porém, aquele condutor que ultrapassar o limite de 0,30 mg comete crime de trânsito, pelo artigo 306 do CTB, que prevê pe-

nas de detenção de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proibição de ob-ter a permissão ou a habilitação para dirigir veí-culo.

Segundo o advogado e Se-

cretário de Trânsito de Curitiba, Marcelo José Araújo, quaisquer medidas que visem restringir o condutor sob qualquer nível de influência de álcool podem sal-var vidas e são válidas. “Através dessas medidas podemos baixar o nível de acidentes em todo o

país”, afirma Araújo.O Brasil está passando por um

época de reeducação “forçada” no trânsito. A única maneira que os governantes vêem para que os brasileiros respeitem a Lei Seca é quando de fato essa lei entrar em vigor, havendo fiscalização e punição efetiva para quem não a cumpre.

Segundo a Polícia Rodoviária Federal, o índice de acidentes no Brasil tem aumentado a cada ano que passa, isso é demonstrado pelos números. Todo ano 35 mil pessoas morrem em decorrências de acidentes de trânsito, sendo que a maioria deles acotecem em virtude de condutores que inge-rem álcool.

Na maioria das vezes, os mo-toristas alcoolizados potencialia-zam a gravidade dos acidentes, uma vez que a ingestão destes entorpecentes gera uma forte depressão do Sistema Nervoso Central, prejudiancado os refle-

xos dos motoristas. Eles ficam mais corajoso, conduto reagem de forma lenta e perdem a noção de distância. Quando é vítima de desastre de trânsito, resiste me-nos tempo aos ferimentos, já que as hemorragias quase sempre são fatais.

Ainda de acordo com Araújo, a tolerância zero para a ingestão de álcool pode até criar algumas situações absurdas, pois segundo

a nova lei o condutor não pode-rá ingerir nenhuma miligrama de álcool. Um exemplo disso é caso o condutor for a uma festa e comer alguns bombons de licor, ao fazer o teste do bafômetro, este vai indicar que o condutor está embriagado. Por isso, a lei tem seus prós e contras, e deve ser analisada com todo cuidado possível.

A promessa de que as novas taxas do DETRAN-PR serão usadas para investimentos em se-gurança pública pode não passar de uma forma de mascarar o au-mento. Erro de digitação pode ser desculpa do Governo para justifi-car o aumento. A nova proposta é considerada inconstitucional e a população se mostrou contrária à utilização desta verba para ou-tros fins.

Segundo o deputado estadual Tadeu Veneri (PT), na segunda-feira, 7 de novembro, chegou às pressas para ser aprovado o pro-jeto de Lei que aumenta em até 500% as taxas do DETRAN-PR. Em sessão extraordinária o pro-jeto foi aprovado por 38 votos fa-voráveis e 7 contrários. Porém, os deputados da situação admitiram que houve um erro de digitação e os valores foram alterados poste-riormente. “Acredito que não foi erro de digitação, e sim vontade de arrecadar mais. No entanto,

devido à exposição que teve, o governo acabou alterando alguns números” afirma Veneri.

No dia 22 de novembro a bancada da oposição entrou com duas ações para derrubar o “ta-rifaço” criado pelo governador Beto Richa (PSDB). O argumen-to da oposição é que o projeto fere a constituição estadual que diz que as verbas arrecadadas pelos órgãos públicos têm que servir somente para cobrir custos admi-nistrativos. Ademar Traiano, de-putado líder da situação, afirma que ficou claro no projeto que o dinheiro será repassado para se-gurança pública. O qual necessita urgente de melhorias pois, segun-do Traiano, em 8 anos o governo Requião deixou a segurança um verdadeiro caos.

Porém, o deputado Tadeu Veneri contradiz a afirmação do líder da base governista. “A se-gurança pública tem problema há mais de vinte anos. O objetivo

de passar o dinheiro arrecadado para o FUNESP (Fundo Esta-dual de Segurança Pública) não vai acontecer, porque foi deter-minado que este recebesse verba oriunda de multas, e não de taxas. Não se sabe para onde vai esta ar-recadação de excedentes, pois no projeto está escrito que fica a de-creto do governador definir isto”, salienta.

Hoje qualquer medida que faça com que a população pague mais taxas, que crie impostos mascarados, faz com que prati-camente todos tenham a mesma opinião sobre o assunto. Como a do taxista Marcelo Bonfim: “É absurdo isso. Com certeza este dinheiro não será utilizado para investimentos. O que é feito com todos os impostos que pa-gamos? O DETRAN-PR sempre está cheio, e para onde vai este dinheiro?”, questiona Bonfim. O estudante Davi Macarini comen-ta que “a segurança pública é um

problema, existe verba, mas eles não sabem aplicar. Não tem por-que fazer a população pagar mais isso”.

Para saber onde será aplicado, é necessário estar de olho no or-çamento público de 2012. Além

de cobrar dos deputados e do próprio governador. Para que este dinheiro realmente seja utilizado para o benefício do nosso Estado, sem que surjam mais impostos.

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Tarifaço do DETRAN-PR coloca oposição e situação frente a frente

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Marcelo José de Araújo, Secretário de Trânsito de Curitiba

Lucas Molinari

“Através dessas medidas podemos baixar o nível de

acidentes”

LEI SECA TERÁ TOLERÂNCIA ZERO PARA ÁLCOOL E DIREÇÃO

Motoristas que consumirem uma gota de álcool podem ter punição

Raphael Ribeiro

BANCADA DA OPOSIÇÃO CONSIDERA O REAJUSTE INCONSTITUCIONAL

“Tarifaço” do órgão poderá não ser investido em segurança pública, e a verba arrecadada pode virar um novo imposto

Novas taxas do DETRAN causam polêmica

Curitiba, novembro de 2011trânsito 05

Page 6: Comunicare 24h

Até o mês de outubro, Curi-tiba e região metropolitana já haviam registrado mais de 1400 mortes violentas, sendo 90% das vítimas compostas de homens, entre 16 e 35 anos. A capital li-dera o ranking da criminalidade, tendo o bairro da Cidade Indus-trial como o mais violento. Entre os meses de janeiro e setembro, homicídios com arma de fogo corresponderam a 1204 mortes, seguidos de 135 casos com arma branca, e 107 por agressão físi-ca.

Segundo o superintendente da Delegacia de Homicídios, Ediu Roberto Fernandes, mais de 80% dos crimes na capital e região tem envolvimento com o tráfico de drogas, seguidos de outros 10% de homicídios passionais, entre casais e famílias. O bairro Tatuquara tem disparado os índi-ces de violência, principalmente com a guerra entre gangues e o tráfico de drogas.

Para o investigador, o traba-lho da Polícia Civil nestes casos é de fundamental importância, por

terem como maior patrimônio a vida humana. “Os garo-

tos que p a r -

tici-

pam d e s s a s gangues procuram proteção e aquilo que não tiveram em casa. Infelizmente, eles não têm essa noção que nós temos do que é uma vida”, lamenta Ediu.

Sobre o tráfico de drogas, Ediu revela que o Oxi, droga de-vastadora e que tem preocupado

as autoridades do país, não tem tanta força em Curitiba. “Duran-te um tempo tivemos apreensão desta droga, mas acredito que os carregamentos não estejam mais chegando à cidade”, revela.

Porém, os pais devem ter atenção máxima aos filhos, prin-cipalmente em comunidades carentes, onde o tráfico traz a falsa promessa de uma vida me-lhor. “Uma coisa que eu aprendi

desde que en-

t re i na po- lí-cia foi: pai adote o seu filho, antes

que o tráfico o adote”, comenta o investigador.

A polícia con-ta com a parti-

cipação da po-pulação para

desvendar os casos. Através do telefone 3360-1400 pode-se fazer denuncias anônimas e ajudar na resolução dos crimes. O supe-rintendente da DH garante sigilo absoluto e diz que em pouco tem-po a delegacia estará trabalhando com um telefone gratuito.

A Delegacia de Homicídio-sos está localizada na Av. Sete de Setembro, 2077, no centro de Curitiba.

O choro de Scheremeta

O ex-comandante da Polícia Militar, Coronel Marcos Sche-remeta, chorou ao conceder en-trevista nesta sexta-feira (25), e revela que o maior desafio de seu sucessor será diminuir os índices de violência na cidade.

Poucos dias após ser exo-nerado do cargo, o qual estava em posse há 11 meses, o coro-nel revelou desgastes pessoais, e discordâncias em relação às decisões de seus superiores. Em principal, citou o Hospital da Po-lícia Militar e a polêmica envol-

vendo o possível atendimento aos servidores públicos. De acordo com o coronel, o hospital estaria passando por dificuldades e a de-cisão teve repercussão negativa entre os oficiais, que descontam parte do salário para aumentar o fundo financeiro do local.

Outros pontos que culmina-ram em sua saída do cargo, foram as denúncias em relação a supos-tos apadrinhamentos dentro da corporação, e ao envolvimento do coronel com o jogo do bicho e máquinas caça níquel. Schere-meta chegou inclusive a citar o pai, que segundo ele, era gerente de uma casa lotérica e tinha en-volvimento com o jogo do bicho. Porém, garante que não tem en-volvimento com o caso.

O Coronel Sheremeta se emocionou ao citar a família, em especial os filhos, e disse que já sabia de sua saída, porém ficou surpreso ao ser avisado pelos familiares que a decisão já havia saído na imprensa. O cargo será assumido pelo coronel Roberson Luiz Bondaruk.

Bala perdida mata criança no Tatuquara

Um menino de 8 anos foi atin-gido por uma bala perdida por vol-ta das 22h de quinta feira, no bair-ro Tatuquara, em Curitiba.

Segundo relatos, dois sus-peitos teriam descido de um Gol verde e disparado con-tra um jovem de 18 anos. Um dos tiros atingiu a criança que estava no mesmo estabeleci-mento comprando figurinhas. Luiz Henrique Katruski che-gou a ser socorrido pelo pai, sen-do levado ao Centro Municipal de Urgências médicas do bairro Pinheirinho, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no local.

O jovem baleado encontra-se no hospital em estado grave. Nenhum dos suspeitos foi pre-so e a polícia investiga o caso.

Policial em folga atira em suspeito

Dois assaltantes fugiram e um foi baleado em assalto a uma agência de empregos, na sexta-feira (25), na Alameda Augusto Stellfeld, em Curitiba. Segundo uma das vítimas, era dia de pa-gamento e a ação dos bandidos não durou mais que dois minu-tos. “Foi muito rápido. Havia cerca de 15 pessoas no local, e eles ameaçaram atirar caso al-guém reagisse”, revelou a vítima que não quis ser identificada.

Um policial militar, que não estava em serviço, foi avisado do assalto e deu voz de prisão. Houve troca de tiros e um dos assaltan-tes foi atingindo no pé esquerdo. Durante a fuga, ele ainda tentou invadir uma residência, porém foi cercado. Com ele a polícia apreendeu um revólver calibre

38, com quatro cartuchos defla-grados. Os outros dois homens conseguiram fugir a pé com os malotes de dinheiro. Segundo o Tenente Emerson, do 12º Ba-talhão, a chave de um carro Fiat Uno, placa ANK 7282, foi encon-trada com o homem capturado. Dentro do carro, foram encontra-dos telefones celulares, além de um GPS, o que facilitará a busca aos homens que fugiram.

Segundo informações das vítimas, um deles seria negro e encorpado, e o outro polaco. Am-bos estariam com calça jeans e camisetas de time de futebol. A polícia esta investigando o caso.

Apreensão de armas e drogas no Sabará

Na tarde de sexta-feira (25),

uma apreensão foi realizada pela Polícia Militar na vila Sabará,

Cidade Industrial. A ocorrência aconteceu na Rua Júlio Gamete, onde seis armas foram apreen-didas, entre elas pistolas 9mm, uma espingarda calibre 12 e re-vólveres calibre 38. Ainda foram encontrados 20kg de drogas.

Foram levados a delegacia Josiel Barbosa, 29 anos, Jo-siane Foques, 20 anos, Lean-dro Gonçalves Dias, 27 anos e Willian de Oliveira, 22 anos.

A polícia acredita que pelo menos dois dos suspeitos tem envolvimento com a série de mortes ocorridas na Vila Saba-rá, e através destas prisões quer desvendar a sequência de cri-mes e prender os envolvidos.

Relembre o caso

A primeira morte ocorreu em 1º de novembro, quando o jovem Loredo Messias da Silva,

de 15 anos, foi baleado em fren-te a escola Cândido Portinari, onde estudava. No dia seguinte, Maicon Wilian de Lima Patrí-cio, 16 anos, também foi atin-gido próximo a mesma escola, não resistindo aos ferimentos.

Menos de uma semana de-pois dos assassinatos, Eduardo de Toledo, de 18 anos, foi atin-gido com 2 tiros, e permaneceu internado até o dia 13 de no-vembro, quando recebeu alta.

Todos os jovens fariam parte de gangues rivais que disputam a região e tem en-volvimento com o tráfico.

A polícia investiga o caso, que na semana passada (19), fez a primeira vítima inocente, o jovem Wellington Vujanski Caires.

80% DOS CRIMES NA CAPITAL TEM ENVOLVIMENTO COM O TRÁFICO

Homens, entre 16 e 35 anos, continuam sendo as maiores vítimas da violência urbana

A cara do crime em Curitiba

Camila Galvão

Curitiba, novembro de 2011 policial06

Ronda Curitiba 24 horas

Page 7: Comunicare 24h

Após 11 anos, a Lei Orgânica de Curitiba será renovada. No dia 18 de novembro, o prefeito Lucia-no Ducci, os vereadores e a po-pulação curitibana apresentaram sugestões para essa mudança. A Comissão Revisora teve até o dia 25 desse mês, última sexta-feira, para analisar tais propostas. Na terça-feira, 29, deverão ser reco-lhidas um terço das assinaturas de todos os vereadores para que as propostas sejam votadas. Caso isso ocorra, a votação acontece entre os dias 29 de novembro e dois de dezembro.

A Lei Orgânica é um conjun-to de leis que regem um municí-pio. Funciona como uma Consti-tuição municipal, em que prefeito e vereadores votam e decidem se uma norma será ou não aprova-da. De acordo com a vereadora professora Josete, PT-PR, mem-bro da comissão de análise, essa lei é a mais importante de uma cidade. “Ela que rege o bom fun-cionamento dos poderes executi-vo e legislativo”, afirma a profes-sora ao apontar a importância da reforma.

Dentre as propostas, a princi-pal, e que gera mais discórdia en-tre os vereadores, é a de redução do tempo de recesso parlamentar. Segundo a petista, “esta será a emenda mais difícil de aprovar, pois desfavoreceria os próprios políticos”. A jornada atual de tra-balho da Câmara de Curitiba é de 30 horas semanais, de segunda a sexta-feira. Aos finais de semana e também aos feriados, não há expediente.

Outra emenda sugerida é o aumento da fiscalização em rela-ção à alimentação da população. O objetivo é aumentar a fiscali-zação da qualidade dos serviços prestados dentro dos restaurantes populares, bem como aumentar o número desses estabelecimentos que cobram um real pela refei-ção.

Essa reestruturação no pro-cesso administrativo do municí-pio tem, também, como um dos objetivos, a conscientização da população. “Uma das ideias da reforma desta lei, é fazer com

que as pessoas conheçam essa lei”, afirma a professora Josete. Segundo a parlamentar, a popu-lação tem o direito de saber da existência deste recurso para a melhoria da capital paranaense, como também tem o dever de propor e apresentar sugestões e emendas ao projeto de reforma.

A vereadora ainda afirma que, como educadora, a proposta de aumentar de 25% para 30% a verba mínima para a educação, é um dos princi-pais meios para o desenvolvimento do cidadão e do município como um todo, assim como já foi feito em outros esta-dos brasileiros. “Essa é a minha principal mis-são”, conta Josete.

Apelo Popular

“A parceria entre população e políticos é fundamental para que o município se desenvolva”, afirma Josete. Porém, a maioria

da população ainda desconhece a Lei Orgânica, o que atrapalha o trabalho feito pela Câmara. Dentre os dez entrevistados des-ta reportagem, apenas um sabia do que se referia. O funcionário público, João Carlos Nunes, afir-ma que falta interesse político da população e a mídia pouco divulga a norma legal. “Somen-te com uma população engajada politicamente viveremos em um mundo melhor”, afirma.

Já a estudan-te de Letras, Ja-queline Marceli-no, diz que não conhecia a lei e que a população não se interessa por política. “A corrupção tam-bém desanima a população para

que seja atuante. Se passasse na novela das oito, talvez alguém pudesse ficar bem informado e agir”, brinca. “Tenho 18 anos e já sou eleitora, porém não sabia da lei. Agora que já estou infor-mada a respeito, vou procurar me inteirar das informações junto à

Câmara Municipal para ser mais ativa. Ano que vem é ano de elei-ção, temos que ficar atentos com os candidatos”, afirma preocu-pada pelo seu desconhecimento, a estudante de biologia Letícia Souza.

Alan Pereira, estudante de Engenharia Mecânica também diz que também não tinha conhe-cimento da Lei. “Meu negócio é carros e cálculos. Política não me interessa muito, mas admito que eu deveria saber mais. A mídia poderia divulgar mais este tipo de informação. Os políticos tam-bém poderiam usar a mídia para isso, mas só lembra da gente em ano de eleição”, conclui.

Rodrigo Amaral, estudante de Direito diz que já possui título de eleitor e julga ser importante a participação popular acerca dos acontecimentos políticos. De acordo com ele, falta o enga-jamento político que se tinha na época de seis pais, na ditadura militar por exemplo. “Hoje se tem tudo muito fácil”, reclama.

vOTAçãO TEM PREviSãO PARA DEzEMbRO DESTE ANO

Mesmo fundamental para o desenvolvimento da cidade, população curitibana desconhece o significado e importância da Lei

Curitiba, novembro de 2011política 07

Lei Orgânica municipal sofre reformasFo

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Vereadora Professora Josete, membro da comissão de análise da Lei Orgânica.

André RecchiaYan Carlos Londero

“A parceria entre população

e políticos é fundamental”

“ Os Inúmeros casos de corrupção desaniman

a população a engajar-se politicamernte. A

população prefere ver a novela do que ver o

notíciário”.

Jaqueline Marcelino Estudante do curso de

Letras PUC-Pr

E A LEI ORGÂNICA?

“A lei orgânica é de extrema importância

para o município. Com uma população ativa

politicamente haverá uma vida melhor ”.

João Nunes Funcionário Público

“ Os jovens deveriam se espelhar nos seus pais que fizeram parte de

movimentos importantes no país, como os “Cara

pintadas” .

Alan Pereira Estudante de Eng.

Mecânica

Page 8: Comunicare 24h

Curitiba, novembro de 2011 economia08 Curitiba, novembro de 2011 09

A época mais esperada para os comerciantes está se aproxi-mando. O Natal e as festas de final de ano costumam proporcionar aumento no movimento de clien-tes, nas vendas e, consequente-mente, nos lucros. A entrada do 13º salário, que é pago nos dias 30 de novembro (1ª parcela) e 20 de dezembro (2ª parcela), os pre-sentes e, até mesmo as chamadas “lembrancinhas” acenam de for-

ma positiva para os empresários que, em contrapartida, contratam e investem mais, o que resulta em um conjunto de fatores importan-tes para o crescimento econômico.

Segundo Camilo Turmina, vice-presidente da Associação Comercial do Paraná e proprietá-rio da Camilo Joalheiros, o 13º na conta dos paranaenses gera uma movimentação de R$ 4,7 bilhões na economia do estado, sendo que mais da metade acontece na Gran-de Curitiba. “Isso acontece por-que, com 25% da população total do Paraná, a capital detém 42% de toda renda estadual”, explica.

Formado em Economia, Tur-mina diz que o crescimento das vendas, em relação a 2010, gira em torno de 8%. “Temos uma renda maior, o reajuste salarial e maior número de empregos. O salário médio do curitibano, hoje, por exemplo, é R$ 2.143”, afirma.

O mês de dezembro tem um

faturamento de 30% em relação ao ano inteiro e, do dia 21 ao dia 24, a quantidade de vendas equi-vale a dos primeiros 20 dias. Para estar de acordo com essa deman-da, o comerciante precisa estar preparado para o movimento in-tenso e pensar em estratégias de marketing para chamar a atenção do consumidor. “No final do ano é quando mais gastamos com publi-cidade e decoração, principalmen-

te natalina. Também contratamos funcionários temporários e faze-mos um treinamento específico com todos da loja para que pos-samos atender aos clientes da me-lhor maneira possível”, diz o co-merciante Luis Alex Martins, 50.

Segundo a previsão da ACP, o cartão de crédito e a facilidade do parcelamento em várias vezes pro-metem ser a maneira preferida de pagamento de cerca de 70% dos curitibanos e o valor dos presen-tes de Natal giram em torno de R$ 100. “Quando o presente é mais caro, eu uso o cartão de crédito, de preferência quando a loja me dá a opção de parcelar sem juros e quando o valor não é tão alto prefiro pa-gar à vista, em dinheiro, para não ter que me preocupar depois”, afir-ma a designer

de moda Laila Thais Purim, 23.

Quitação de dívidas

Além de toda movimen-tação que causa no comércio, o 13º salário também é usado para o pagamento de dívidas.

Com o aumento da inadim-plência e, consequentemente, maior quantidade de registros no Serviço de Proteção ao Crédito

(SPC), o principal obje-tivo de quem recebe a gratificação de final de ano é reestabelecer o crédito e lim-par o nome. Mesmo que o 13º salário não seja sufi-ciente para liquidar to-talmente a dívida, é possível, pelo m e n o s ,

adiantar o pagamento de algu-mas parcelas para ter descontos.

A nível de Brasil, uma pesqui-sa feita pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças Ad-ministração e Contabilidade (Ane-fac) afirma que 76% das dívidas que os consumidores pretendem quitar com o salário bônus são de cartão de crédito e cheque espe-cial. Os compromissos com car-tão de crédito atingiram 39% do endividamento e as dívidas com cheque especial alcançaram 37%.

Antes do pagamento e qui-tação das dívidas, o consumidor deve, em primeiro lugar, tentar fazer a negociação com seu credor para que haja uma redução no valor. “Todo mundo que está com restrições no nome espera o final de ano para quitar suas dívi-das, porém quan-do a negociação não ocorre como o desejado ou a pessoa não tem o di-

nheiro suficiente, ela desiste, e esse dinheiro é, mais uma vez, direcionado para o consumo. E assim continua o ciclo, por isso que não existe Natal ruim, ou é bom ou é ótimo”, finaliza Turmina.

Começaram na última quarta-feira (23), as feiras sazonais

de Natal nas Praças Osório e Santos An-drade. Com barracas de

artesanato e gastronomia de diversas localidades

do país e do mundo, funcionam dia-

riamente de segunda a

sábado

das 9h às 22h. Na Praça Osório são 57 barra-

cas ao total. Doze de produtos para decoração de Natal e nove de op-ções de presentes. Outras seis são usadas para exposição de produtos feitos em programas da Prefeitura, e mais 25 barracas gastronômicas. Já na Praça Santos Andrade há 31 barracas, sendo seis de gastrono-mia e 25 de artesanato em geral.

O comerciante Isaias Teixeira trabalha há 30 anos em feiras de Curitiba. Ele conta que já pas-sou por todas da cidade, mas que atualmente exerce seu trabalho de venda de couro, roupas, ma-rionetes e demais artesanatos na

Praça Osório e no Largo da Or-dem. “A Feira do Largo da

Ordem é a melhor, a mais tradicional.

Mas o lucro da Osório é maior

porque ficamos todo dia”.

Roseli de Mou-ra, feirante há seis

anos, trabalha no ramo

da ali-

mentação. Ela é de Guaratuba, e conta que se tornou comerciante quando soube que na feira da Pra-ça Osório não existia nenhuma barraca de alimentação típica do litoral.

Roseli e sua equipe trabalham em Curitiba nas feiras de 30 dias, e nesse tempo os produtos vêm di-retamente do litoral. “Nós ficamos aqui durante o período das feiras sazonais, mas entre elas as de fi-nal de ano com certeza dão mais lucro”, afirma Roseli.

A baiana Amanda Alves tra-balha na barraca de comida típica de terça a domingo em diversas feiras da cidade. “Trabalhamos com feira há 18 anos, e resolve-mos trazer a comida baiana para Curitiba porque o povo da região sul não conhecia muito o acarajé e a tapioca. Nas feiras de Natal a clientela duplica, principalmente porque tem muitos turistas na ci-dade”, conta Amanda.

Cristina Lavagnoli trancou a faculdade de contabilidade e in-vestiu no ramo alimentício nas feiras de Curitiba. A ideia surgiu há quatro anos para complementar renda, mas como as vendas toma-ram grandes proporções, há um ano ela trabalha na feira da Praça

Osório e pretende futuramen-te abrir uma confeitaria.

Cristina conta que pediu demis-são do Hos-pital em que t rabalhava porque ob-tém mais

renda com a venda de doces finos.

Cerino Correa de Mello era gerente bancário e

atualmente vende ar tesanato

em fei-

ras da cidade. “A Feira de Inverno também dá muito lucro, mas a de Natal ainda está em primeiro lu-gar por causa dos turistas que vêm na Osório para assistir ao Coral”, conta Cerino. Ele fala que atende em média 500 pessoas por dia, e que nessa época o movimento é grande em qualquer horário.

Feiras Livres Volantes

Existem também as feiras livres volantes, onde

predomina a co-mercialização de

produtos horti-frutigranjeiros, sendo respon-

sáveis por 60% do movimento. Como complemento tem ainda produtos de primeira necessidade e uso doméstico.Elas acontecem de terça-feira a domingo, das 7h às 11h30 em 41 diferentes pontos da cidade. São seis feiras diárias e nove que acon-tecem aos sábados e domingos. As Feiras Livres volantes possuem 254 feirantes, sendo 38 produto-res. Representa aproximadamente 3240 empregos direto e indireto, e a média semestral de comerciali-zação é de 896 toneladas.

FEIRANTES AFIRMAM QuE A éPOCA DE FIM DE ANO é A MELHOR PARA AS vENDAS PELA PRESENçA DOS TuRISTAS

Nas Praça Osório e Santos Andrade o cliente pode encontrar boa gastronomia e artesanato em geralFeiras de Natal geram mais lucro aos comerciantes

MêS DE DEzEMBRO PROMETE FATuRAMENTO DE 30% EM RELAçãO AO ANO INTEIRO

Com a entrada do 13º salário, consumidores garantem os presentes de Natal enquanto outros pagam dívidas13º movimenta R$ 2,5bi na economia curitibana

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O lucro do comércio neste final de ano promete ser 8% maior em relação a 2010

Paula Lima

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Artesanato em destaque na feira de Natal

Rafaela Carvalho

Vendas de Natal aumentam extra

A época de natal traz não só a oportunidade de confraternização,

como também de ganhar um dinheiro extra. Muitas pessoas apro-veitam as festas de fim de ano para melhorar o orçamento

com a venda de produtos natalinos, como panetones e artigos para decoração.

A designer de joias, Silvia Cássia de Brito Vieira, trabalha com arte-sanato há três anos e acredita que esse tipo de trabalho está mais valorizado,

pois oferece um diferencial em comparação ao produto industrial, como em relação ao acabamento e a originalidade. “O artesanato me dá a liberdade de criar coisas diferentes”,

comenta Silvia.

Para o comércio de embalagens e artigos natalinos, essa época é de aumento nas vendas, com previsão de crescimento de 10% a 30%, nas vendas desses artigos, em comparação ao ano passado. “As pessoas procuram tanto para

consumo próprio, como para vender”, comenta o vendedor Vanderson Mesquita, 22, que trabalha há mais de três anos no ramo. Os produtos mais vendidos são as embalagens para panetone e artigos para decoração da árvore de natal.

Silvia comenta que essa é a época de maior procura por seus produtos, e que prefere vender no ‘boca a boca’. “Vendo para conhecidos, e meus amigos acabam ajudando na divulgação também”, completa a comerciante.

A designer não trabalha somente com artesanato, e diz que as vendas de fim de ano ajudam bastante no orçamento, e que o público que conso-me seus produtos é bastante diversificado. “Vendo produtos do mais barato ao mais caro, para todo tipo de público”, destaca Silvia.

Aline Przybysewski Jasson Wolff

Page 9: Comunicare 24h

Os aplausos da plateia curi-tibana foram calorosos e cons-tantes durante o ano de 2011. A cidade recebeu diversos espetá-culos e eventos culturais. Shows e artistas nacionais e internacio-nais; peças teatrais, das gratuitas até as mais caras; exposições de obras de arte que mostraram tra-balhos de fotógrafos, escultores e pintores; festivais de dança de companhias reconhecidas; mos-tras de cinema que destacaram a criação e inovação na área e grandes lançamentos literários.

Para Paulo Biscaia Filho, pro-fessor dos cursos de teatro e de cinema na Faculdade de Artes do Paraná e diretor da Compa-nhia de Teatro Curitibana Vigor Mortis, o ano foi muito bom. “Foi bastante produtivo, tiveram espetáculos de qualidade na ci-dade, produções boas e shows bacanas. Teve muita coisa, tanto que eu não tive tempo de ver to-dos, porque também estava mon-tando três peças”, conta Biscaia. Ele também comenta que um dos espetáculos que se destacou foi a peça Vida, baseada na obra do

poeta curitibano Paulo Leminski e que apresenta dois homens e duas mulheres fechados numa sala vazia, exilados em uma ci-dade imaginária.

O diretor de teatro pensa que apesar de haver muitos espetá-culos na cidade, ainda há espaço para mais produções, e que é im-portante buscar novas possibili-dades de espaços, além dos tradi-

cionais. Para ele o público ainda está muito concentrado nos even-tos principais como o Festival de Curitiba e a Virada Cultural. “É preciso que eles saibam que há espetáculos interessantes em

outras épocas também, como agora no final do ano”, lem-bra Biscaia. Já Marcos Etien, vocalista e gui-tarrista da banda Drakmazero, concorda que o ano de 2011 foi movimentado nessa cena, mas que poderia ter mais

atrações. Para ele falta união en-tre músicos e organizadores de eventos. “Tem público, artistas, bandas e espaço de sobra, só falta a sincronia”, afirma Etien.

Aldrin Cordeiro, colunista do Caderno G da Gazeta do Povo, diz que foi um ano bom, mas poderia ser me-lhor. “Curitiba sempre dei-xa muito a desejar perto de capitais como São Paulo e Rio de Janeiro. Aqui acon-tece muito de shows serem

cancelados e também falta um espaço para grandes eventos”, diz o jornalista. Para ele existe

público na cidade, mas as pesso-as não tem a cultura de consumir e prestigiar, principalmente as produções locais. Entre os even-tos ele relembra o show da banda grunge norte-americana Pearl Jam que trouxe a turnê comemo-rativa de 20 anos do álbum Ten, que aconteceu na Vila Capanema. Outro evento importante para ele foi a exposição Noite de Paris, do fotógrafo húngaro Brassaï, que esteve em cartaz no Museu Oscar Niemeyer até o mês de agosto.

Aldrin acredita também que se o movimento A Pedreira é Nossa conse-guir reabrir um importante es-paço cultural, a Pedreira Pau-lo Leminski, a cidade poderá entrar no circui-to dos grandes eventos. “Há um movimento para reabertura da Pedreira, então provavelmen-

te virão shows maiores e outras atrações diferentes”, comenta Cordeiro.

Retrospectiva

No início do ano o Festival de Férias Literário, realizado pela Fundação Cultural de Curitiba, conseguiu atrair e aproximar a literatura de novos leitores.

Em fevereiro o Museu Oscar Niemeyer recebeu a exposição De Picasso a Gary Hill, que trou-xe obras de artistas consagrados mundialmente, como Salvador Dalí e Vincent Van Gogh.

O Festival de Curitiba reuniu vários artistas do teatro e movi-mentou a capital paranaense em março. Peças foram apresentadas nas ruas e espaços culturais, di-versos gêneros da dramaturgia conquistaram os espectadores.

No mês de maio a Cinemateca de Curitiba promoveu a exibição de diversos filmes clássicos do ci-nema italiano. As sessões faziam parte do evento Mia Cara Curiti-ba, que comemorou o aniversário de 150 anos da unificação da Itá-lia e homenageou os imigrantes que aqui se estabeleceram.

A escultora Désirée Sessego-lo presenteou os curitibanos com a mostra Quintessência, 200 pe-ças inéditas puderam ser vistas na Casa João Turin entre os me-ses de junho e agosto.

Para comemorar 35 anos de carreira, a bailarina Ana Botafo-go escolheu o tradicional Teatro Guaíra para se apresentar em setembro. Ana Botafogo em Mar-guerite e Armand foi inspirada na obra A Dama das Camélias do escritor francês Alexandre Dumas.

A segunda Virada Cultural de Curitiba, que aconteceu em novembro, foi um sucesso. Mais de 200 mil pessoas assistiram aos shows que aconteceram em três palcos no centro da cidade, foram 24 horas de apresentações de muitos estilos, como o violei-ro Almir Sater e a banda de rock Ultraje a Rigor.

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Membros da banda Ultraje a Rigor fazem sucesso durate a Virada Cultural de Curitiba

Público entusiasmado no show do Pearl Jam

Mia Cara: Comemoração aos 150 anos de unificação da Itália

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RETROSPECTIVA ARTÍSTICA DE CURITIBA

Em todas as épocas do ano a capital paranaense recebe grandes eventos e festivais que atraem milhares de pessoas e valorizam a arte

Cena cultural agrada público em 2011

Ana Evelyn de AlmeidaMaruza Silvério Gozer

Curitiba, novembro de 2011 cultura10

Page 10: Comunicare 24h

O projeto Garageira Curiti-bana, que teve início no dia 10 de novembro e vai até dia 03 de dezembro, sempre no TUC, é ide-alizado pelo músico e produtor Marcus Gusso e apresenta doze bandas do rock local. O evento está sendo realizado com o apoio da Fundação Cultural de Curitiba e o fundo municipal da cultura – programa de apoio e incentivo à cultura.

Gusso conta que em janeiro deste ano leu o edital bandas de garagem da Fun-dação Cultural e resolveu arriscar. “A primeira coisa que fiz foi entrar em contato com bandas de meus amigos”, conta Gusso. As bandas selecionadas para participar do evento foram as seguintes: Os Incríveis Motel

boys, Édgie, Líricos Platônicos, Pie’n’Gusso, Audac, Doloris, Co-exist, Mecanotremata, Psychode-lic Jungle, Koti & The Artictic Hollers, Krappulas, Fabyote y Coyote.

Uma das exigências do proje-to é que as doze bandas que irão se apresentar possuam produções próprias e não tenham participa-do de nenhum projeto da Fun-

dação Cultural no mesmo ano, além disso, não é possível inscre-ver o mesmo pro-jeto. “Daqui dois anos posso fazer outra produção, mas com nome e bandas diferen-tes”, acrescenta

Marcus.A banda Mecanotrematra,

que se apresentou na noite da última sexta-feira, dia 25, existe

desde 1993, possui sonoridade in-dustrial e faz uma junção de ele-mentos eletrônicos e percussão, acompanhado de baixo, guitarra, bateria e vocal com efeito. Para Brasil Ávila, vocalista e baixis-ta da banda, projetos como este são importantes para divulgar o trabalho das bandas curitiba-nas. “Existem muitas bandas de garagem, e qualquer espaço que tenham para divulgação é bem vindo”, diz Brasil.

Gusso diz que está sendo uma realização pessoal, pois como músico conhece as dificuldades encontradas e a necessidade de espaços para divulgação das pro-duções curitibanas. “Ainda não consigo dizer o que estou sentin-do, para mim é como se fosse um sonho”, revela o produtor.

Desi Alessandrini, professora de italiano, acompanha as bandas curitibanas desde a década de 90 e acredita que eventos como

a Garageira são necessários, po-rém ela sente falta de propostas inovadoras. “Eu vejo os mesmos estilos, desde que comecei a ou-vir rock, é preciso mudar”, co-menta Desi.

Além da produção do evento,

Gusso está desenvolvendo uma revista, que conta um pouco so-bre a história de cada banda e um documentário com entrevistas, cenas de apresentações e ensaios das bandas.

Anita MalfattiEm dois de dezembro do ano de 1889, nasce em São Paulo Anita Malfatti. Em 1910, a pintora viaja para Alemanha para es-tudar pintura e desenho. Mas só em 1915/16, Ani-ta consegue se desta-car, pintando suas obras mais famosas, como “A Onda” (1915/17). Em 1917, Anita participa da exposição da arte mo-derna, realizada em São Paulo. Participa da Se-mana de Arte Moderna, em 1922, fazendo parte do Grupo dos Cinco. A pintora expõe suas obras em vários salões. Em seis de novembro de 1964, Anita falece em São Paulo.

Nos 500 metros quadrados da sala Miguel Bakun, localizada no Museu Oscar Niemeyer (MON), estão expostas cerca de 100 obras da renomada artista brasileira Anita Malfatti. A exposição que desembarcou em Curitiba no dia 5 de novembro, abriga as pinturas mais importantes e admiráveis da artista ao longo de sua carrei-ra profissional, intercalando as obras com o seus gostos e anseio, além da história de um Brasil em constante mudança. A mostra de obras da pintora modernista é a sala de visita no Museu que mais está atraindo os visitantes curitibanos e até de outras cidades brasileiras. De acordo com Adão de Carvalho, segurança responsável pela sala da exposição, no dia da estreia da mostra, que inaugurou o primeiro dia da Virada Cultural de Curiti-ba, cerca de 3.000 pessoas foram conferir as obras de Anita. “As pessoas estão sendo atraídas pela

exposição pelo fato da artista ter fugido do pensamento clássico de outros pintores da época e ter sido inovadora.” afirma Carvalho. Nessa exposição realizada em

lando a importância dessa mos-tra para a cidade e para a cultura curitibana. Para Michele Cristina Antonia, professora de Artes do Estado e aluna da Faculdade de

para adequar a cultura e hábitos do nosso país, fazendo com que artistas do Brasil deixassem de produzir obras iguais a da Eu-ropa”. Michele ainda afirma que Anita foi muito criticada por construir essa linguagem moder-na nas pinturas brasileiras, por querer ousar e dar uma nova for-ma às suas obras. Para a administradora Rosa Amaral, as obras de Anita Mal-fatti são para todos os tipos de admiradores de arte, pois reve-lam-se de forma simples e ousa-das para a época em que foram pintadas. Rosa ainda conta que Anita Malfatti revolucionou a forma dos modelos clássicos de pintura, atraindo muitos olhares críticos para as suas obras. A exposição fica no Museu até 29 de janeiro de 2012, de terça a domingo, das 10h às 18h, com acesso gratuito.

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Mecanotremata se apresenta no Garageira

Aline Przybysewski

“Para mim esse evento é a

realização de um sonho”

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Exposição de obras da pintora Anita Malfatti atrai admiradores

PRODUçãO LOCAL EM EVIDêNCIA

Evento têm como objetivo principal divulgar as produções locais e incentivar o trabalho das bandas de rockProjeto Garageira divulga rock curitibano

Curitiba, novembro de 2011cultura 11

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Museu Oscar Niemeyer realiza exposição com obras de Anita Malfatti

Curitiba, o acervo contém cole-ções variadas, tanto particulares como de outros museus, além de abrigar obras que nunca foram expostas em outros lugares, reve-

Artes do Paraná, Anita Malfatti tem um espaço muito importante na história da Arte. “Anita revo-lucionou a linguagem clássica da pintura, trazendo a arte moderna

Page 11: Comunicare 24h

A Feijoada Solidária que ocorreu neste sábado, 26, no res-taurante Del Rosa, teve como objetivo arrecadar fundos para o grupo Tomba Latas, organi-zação que cuida de cachorros abandonados. Cerca de 50 pes-soas prestigiaram o evento, mas as presenças que mais chamaram a atenção foram a dos cãozinhos que o grupo atende.

O Tomba Latas é um grupo que cuida de animais, muitos deles em estado deplorável. O grupo surgiu a partir da união de amigas que decidiram proteger animais abandonados que não recebiam cuidados. São cerca de 40 animais que dependem de do-ações para pagar os tratamentos e a hospedagem no hotel. Eles lu-tam para conseguir dinheiro, de-dicam seu tempo, e fazem muitos esforços para dar uma vida dig-na a cada um dos cachorros que atendem. Os animais ficam com elas até se recuperarem, são cas-

trados, vacinados e depois ficam disponíveis para adoção.

Acontecem, duas vezes ao mês, feiras e outras ações. Os adotantes vão até o evento e co-nhecem seus futuros companhei-ros. Ao se interessarem por um animal, passam por um processo de entrevista, para ver se estão aptos para dar uma vida digna e cheia de amor a seus novos ami-gos.

Leila Andreola, 32, fez ani-versário no mesmo dia da Feijoa-da Solidária, e decidiu comemo-rar junto aos amigos do Tomba Latas. Como presente, pediu aos amigos que doassem sacos de ra-ções e/ou dinheiro para a institui-ção. Leila conta que conheceu o projeto esse ano, e se sentiu iden-tificada com a causa. “Quando descobri que o almoço do projeto seria no dia do meu aniversário, não pensei duas vezes para unir o útil ao agradável”, brinca.

Marlene Quinelo, 67, tem

dois cachorros, um deles veio da adoção. Ela teve contato com o grupo, e foi a uma visita para conhecer o trabalho da organi-zação. Quando Marlene chegou, avistou um cachorrinho enrolado em um cobertor e se apaixonou. Esse cãozinho é o brincalhão Ba-rack de apenas oito meses. Mar-lene sempre foi apaixonada por animais. “É um amor sincero, puro. Eles não pedem nada em troca”, completa.

Já Ligia Almeida, 58, não tem cachorros, mas conta com a com-panhia de sete gatos. “Esses pe-quenos seres nos dão muito amor, paz e não pedem nada em troca, apenas desejam ser amados e cuidados”, diz. Ela acredita que o trabalho voluntário voltado para animais é muito importante, por isso está sempre ligada nos even-tos do Tomba Latas. “Temos que ajudar para o projeto ir em frente, pois é de extrema importância. Eles não tem como pedir ajuda,

dependem dos nossos cuidados”, conclui.

Carla Morais, umas das idea-lizadoras do projeto, após ganhar de presente a Nily, uma cadela da raça Basset, começou a reparar no abandono de animais pelas ruas da cidade. A partir disso, iniciou o voluntariado com os cães. Ela acredita que o descaso é muito grande, sendo neces-sário que a prefeitura crie puni-

ções para conter o abandono de animais. “É dever da prefeitura cuidar dos animais nas ruas, mas isso não acontece. É preciso que eles ampliem esses projetos, pois os cães são seres vivos e também precisam de cuidado, além de ser uma questão de saúde pública”, destaca Carla.

O turismo vem crescendo consideravelmente em todo o mundo, devido à sua importância e participação no desenvolvimen-to econômico e social. Com este aumento, são gerados inúmeros empregos diretos e indiretos.

Ana Rita Massuchetto traba-lha em uma agência de viagens e diz que devido a baixa no preço das viagens, há uma grande pro-cura por diversas rotas. Conta tam-bém, que por es-tarem mais bara-tos, os cruzeiros marítimos estão sendo muito re-quisitados por diversas pessoas. Ela afirma que os destinos mais procurados são as praias do Nordeste, como Na-tal e Porto Seguro, e no exterior, Buenos Aires na Argentina. “A maior procura é sempre no final

do ano, devido às datas comemo-rativas como Natal e Ano Novo”, conclui.

A vontade por conhecer no-vos lugares e aproveitar os mo-mentos de lazer, são os grandes motivadores das viagens turísti-cas. Segundo dados divulgados em 2009 pela Organização Mun-

dial de Turismo (OMT) entre 2000 e 2008, as viagens interna-cionais cresce-ram em média 4% ao ano, al-cançando cerca de 922 milhões de turistas em 2008.

Turismo Espiritual

Uma forma diferenciada que encontra cada vez mais simpati-zantes e adeptos são as chamadas viagens espirituais. Diferente das

outras, não tem a única finalida-de de descobrir novos lugares e paisagens, mas de proporcionar novos olhares. São sempre feitas em grupos de até 50 pessoas, e há acompanhamento de um guia es-pecializado que explica a história dos locais. As viagens se comple-mentam com momentos de des-contração e de oração, regados com muita emoção que sempre causam os lugares espirituais ao redor do mundo.

Nelson Redivo é proprietário de uma agência especializada em turismo espiritual e afirma que houve um aumento significativo na procura de viagens deste porte desde 2005. Ele conta que a faixa etária que mais se interessa por estas viagens são pessoas da ter-ceira idade. A rota mais procura-da é a chamada Terra Santa, onde os viajantes conhecem todos os pontos que permeiam a história de três grandes religiões: judaís-mo, islamismo e cristianismo. A

ideia de criar uma agência dife-rente de todas as outras veio devi-do à preocupação com o bem es-tar das pessoas. Ele diz que esse tratamento diferenciado tem feito a diferença, e todos que viajam uma vez desta forma tornam-se

clientes. “Quero que cada viagem seja única, e cuido de cada um como se fosse meu pai e minha mãe”, finaliza.

“Cuido de cada um como se fosse meu pai e minha

mãe”

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Terra Santa está entre os roteiros espirituais mais procurados

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Carla e sua cadela Nily, o amor deu inicio ao projeto

Mariana Kais de Azevedo

O GRUPO QUER DIMINUIR O ABANDONO E DAR DIGNIDADE AOS ANIMAIS

Tomba Latas dá vida nova aos cães com ajuda de doações

Daphine AugustiniLidyane Pereira

TERCEIRA IDADE REPRESENTA BOA PARTE DOS CLIENTES NAS AGêNCIAS DE vIAGENS

A curiosidade em conhecer novos lugares e as datas comemorativas de final de ano fazem com que agências recebam mais clientesTurismo acende mercado brasileiro

Page 12: Comunicare 24h

Embora tradicionalmente o natal se comemore no dia 25 de dezembro, em Curitiba, ele co-meça mais cedo. O aguardado natal do Palácio Avenida teve sua abertura nesta sexta-feira (25) e como sempre, reuniu mi-lhares de pessoas no calçadão da rua XV de novembro, no centro da cidade. Há 21 anos, o espe-táculo que enche de encanto e magia a cidade, trouxe em 2011

o tema: “o poder da música”. Decorado com notas musicais, o Palácio Avenida contou com uma novidade, uma escada cui-dadosamente confeccionada em forma de piano, na qual bailari-nos dançavam conforme o ritmo da música. Além disso, os espec-tadores presentes também confe-riram a performance do famoso palhaço, Marcos Casuo, que já trabalhou no Cirque du Soleil.

O coral que conta com mais de 160 crianças, encantou a popu-lação, que respon-dia com muitos aplausos ao final de cada cançaõ.

A importância

que o evento alcançou é tanta que, segundo a diretora do Ins-tituto HSBC, Claudia Malschit-zky, o espetáculo do Palácio Avenida se tornou um cartão postal de Curitiba, “não é mais o natal do HSBC, mas sim, o natal de Curitiba”, afirma. Segundo a diretora, diversas crianças entre 7 a 16 anos, de onze casa lares de Curitiba e região metropolitana, são selecionadas para fazer parte do coral.

Durante o ano, são realizados aproximadamente 120 ensaios com as crianças que fazem par-te do projeto. O Natal do Palácio Avenida que auxilia as crianças durante o ano todo, faz parte do Programa HSBC Educação, criado em 2001. O programa

beneficia cerca de 530 pessoas e seus principais objetivos são o desenvolvimento psicossocial das crianças e jovens em situa-ção de risco e vulnerabilidade social, contribuindo assim para que retornem as suas famílias ou para que sejam adotadas.

Claudia explica que a crian-ça estar freqüentando a escola, bem como ter um bom resulta-do nos estudos, é um dos fatores de seleção para participar do espetáculo. Ela relata que o tra-balho realizado com as crianças tem como ob-jetivo torná-las pessoas seguras e com a possibilidade de um futuro melhor. Além disso, o que muitas pessoas não sabem é que atrás do espetáculo figuram pessoas importantes para a reali-zação e o sucesso deste projeto. Essas pessoas são chamadas de “anjos”, mas esse termo não é só modo de dizer.

Os “anjos” são pessoas que apadrinham as crianças caren-tes que fazem parte do coral, com o intuito de cuidar delas no momento da apresentação. Mas, como se isso não bastasse, alguns desses padrinhos e madrinhas acompanham o crescimento da criança, auxiliando no que for necessário para seu desenvolvi-mento. São ao todo, um grupo de mais de 200 voluntários formado por colaboradores, estagiários do HSBC e seus familiares. Inês Paes é o “anjo” de Renata, 13 anos, e segundo ela, o que a motivou a fazer parte do projeto foi a chance de poder ajudar ao próximo. “É uma maneira de se doar para es-sas crianças que necessitam tanto e são tão carentes”, ex-plica Inês.

Ao conversar com essas crianças, percebe-se que a oportunidade de participar de um evento como este, faz com que elas se sintam realiza-das. Renata, 13 anos, participa pela terceira vez do coral e con-

ta que se sente emocionada da mesma maneira, todos os anos. Ela revela que antes das janelas se abrirem ela pensa: “o que eu estou fazendo aqui?”, mas quan-do a música toca e ela começa a cantar, ela se sente especial. Para Sara, 8 anos, que sonha em ser cantora, o tema deste ano quer dizer muito. “A música faz com

que eu me sinta como se estives-se no céu”, afir-ma.

Pela tercei-ra vez, Mathias Schweizer assiste ao espetáculo por que acredita que

o natal do Palácio é uma marca registrada da cidade. Sobre o tema de 2011 – o poder da músi-ca – Mathias enfatiza, “a música consegue transmitir a mensagem de maneira clara e fácil e por ve-zes, só o som fala mais que mil palavras”.

Serviço: Natal do Palácio AvenidaLocal: Travessa Oliveira Belo, 34 - Centro - CuritibaDatas: 25/11 a 18/12Horário: 20h30

O ESPETÁCULO FAZ PARTE DO PROGRAMA HSBC EDUCAÇÃO, qUE BEnEFiCiA CERCA DE 530 CRiAnÇAS

Na noite da última sexta-feira (25), milhares de curitibanos conferiram a abertura do natal do Palácio Avenida no calçadão da Rua XV

Curitiba, novembro de 2011geral 13

O poder da música transformando vidas

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Claudia Malschitzky - Diretora do Instituto HSBC

Camila Barbieri

“A música faz com que eu me sinta como se

estivesse no céu”

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Page 13: Comunicare 24h

O final de 2011 está sendo de muita agitação para os clubes da capital paranaense. As eleições para a presidência dos times mo-vimentam cada vez mais os bas-tidores de Atlético-PR, Coritiba e Paraná Clube.

No Alto da Glória, a tranqui-lidade reina tanto dentro de cam-po quanto na parte administrati-va. Na eleição para a presidência, a chapa de situação “Coritiba, Competência e Profissionalismo” foi a única inscrita, vencendo sem oposição. A chapa, formada

pelo atual vice-presidente Vil-son Ribeiro de Andrade, Ernes-to Pedroso, Fernando Ghignone, Nadir Elache Filho e Márcio Schwab, tomará posse no dia 22 de dezembro.

Vilson, eleito presidente, vem comandando o Coxa nos últimos dois anos e foi o grande respon-sável pela boa fase do clube. O empresário projeta um Coritiba entre os 6 melhores times do país até 2014, e dá a receita. “Conti-nuar a recuperação financeira do clube e levar a base deste pla-

nejamento como marco para as definições estratégicas. Manter sempre times competitivos, onde o Coritiba seja respeitado e ad-mirado em todas as competições, não somente por seus torcedores, mas perante toda a mídia nacio-nal”.

Questionado sobre o motivo de não haver uma chapa de oposi-ção, Vilson acredita em um Cori-tiba unido. “O processo no Cori-tiba sempre foi democrático, mas sempre colocamos que a razão do sucesso do nosso clube está soli-dificada no espírito de união que reina na organização chamada Coritiba”, finaliza.

Disputa rubro-negra

No Furacão, a expectativa é de confronto equilibrado entre as duas chapas. A primeira é enca-beçada por nomes da história do clube, como Ênio Fornéa, Marcus Coelho, Valmor Zimmerman, e

Ademir Ardur.Diogo Fadel Braz, conselheiro

do clube há dez anos e integran-te da atual gestão, é candidato à presidência do Conselho Admi-nistrativo do Furacão, e alerta para as principais propostas da chapa ‘Paixão pelo Furacão’.

“Hoje vemos nos modelos de sucesso pelo Brasil a presença do profissional remunerado. O futebol atual tem muito aspecto de empresa, está muito profissio-nal”, explica. “ Nossa proposta é realmente ter uma profissionali-zação, um profissional que será remunerado, e que terá que apre-sentar um programa de planeja-mento e será cobrado”, completa.

Do outro lado, está Mario Cel-so Petraglia, presidente do clube no período de 1995-1997, e do conselho durante dez anos. Com a proposta de “tornar o Atlético o maior clube das Américas”, como está no site da chapa ‘CAPGI-GANTE’, o grupo se opõe à atual

gestão, e entra na disputa com propostas como a conclusão do projeto da Arena da Baixada e de total profissionalização. Porém, a assessoria da chapa informou que não serão concedidas entrevistas antes do dia 5 de dezembro, a fim de não atrapalhar o andamento do futebol do clube.

Enquanto isso, na Vila...

No Tricolor, as eleições ocor-reram na última semana. A chapa de situação, encabeçada pro Ru-bens Bohlen, venceu a oposição, representada por Ivan Ravedutti, com 412 votos contra 236. Ape-nas 653 dos cerca de quatro mil eleitores paranistas participaram da votação, reflexo da atual situ-ação vivida pelo clube dentro de campo.

O Campeonato Paranaense de Motovelocidade 2011 conhe-ce seus campeões no final de semana. O palco das emoções e da adrenalina é, mais uma vez, o Autódromo Internacional de Curitiba, em Pinhais.

A 6ª e última etapa da com-petição tem 45 pilotos inscritos, divididos em seis categorias. As disputas são nas 250 cc, 500 cc, Streetsport, Supersport, Streetbi-ke e Superbike, todas em provas decisivas, apontando seus gran-des vencedores do ano.

No sábado, 26, acontecem os treinos-livres das 8h às 13h25 e, em seguida, das 14h as 14h40 os treinos classificatórios, onde os pilotos aceleraram para definir o grid de largada. Em seguida, acontece a primeira bateria ofi-cial, até as 16h. No domingo, 27, é a vez da segunda e decisiva ba-teria, das 10h às 11h30.

O público que comparece no

Autódromo não precisa mexer muito no bolso para ver algumas das grandes máquinas da moto-velocidade nacional. No sábado a entrada é gratuita, já no domingo os ingressos custam dez reais.

Desafios

Junto com as corridas oficiais acontecem dois eventos que vi-sam tirar os “rachas” das ruas e trazê-los para dentro do Autódro-

mo, com toda infra-estrutura e segurança necessária. Os apaixo-nados por velocidade e adrenali-na puderam se inscrever durante a semana e preparar suas motos e carros. Durante os intervalos

dos treinos de sábado acontece o Track Day de motos e no domin-go a 7ª edição do “Desafio 201 metros” que leva vários carros populares às pistas durante toda a tarde, encerrando com chave de ouro o evento.

Neste final de semana acontece o Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1, em Interlagos, São Paulo. Este é o último GP da tempora-da 2011, que já têm o ale-mão Sebastian Vettel, da RBR, como campeão de forma antecipada. Na briga para deixar o pódio verde e amarelo estão três brasilei-ros: Felipe Massa, Rubens Barrichello e Bruno Senna.

GP DO BRASIL

Curitiba, novembro de 2011 esporte14

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Candidatos: V. Ribeiro (Coritiba); D. Braz e M. Petraglia (Atlético-PR)

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FIM DO ANO E DAS ATuAIS GESTõES TRAZ PROPOSTAS PARA FuTuRO DOS CluBES

Times da capital se preparam para eleger novos dirigentes

Felipe DalkeFelipe Martins

PIlOTOS VIVEM ADRENAlINA E EXPECTATIVA NA RETA FINAl

No Autódromo Internacional de Curitiba, todas as seis categorias têm seus campeões definidos na última etapa da temporada 2011

6ª Etapa do Paranaense de Motovelocidade

Piloto durante treino classificatório para a 6ª etapa do Campeonato Paranaense de Motovelocidade

Page 14: Comunicare 24h

Sabe aquele ar natalino que contagia as pessoas da noite para o dia só porque está chegando o natal? Como se precisassem fa-zer o bem ao próximo para ter-minar o ano com o coração cheio de felicidade? Esse ar se chama solidariedade, a prática da parti-lha dos bens.

Agora, sabe as pessoas caren-tes, sem condições de comprar sapato da moda, ou a roupas chi-ques, necessitando de doação de alimentos, roupas usadas, brin-quedos, leite? Elas esperam por esse dia de solidariedade para terminar o ano bem com a famí-lia.

A solidariedade é uma das coisas que nos diferencia dos outros animais. Temos a necessi-dade de ajudar o próximo. Rose Alves da Silva, 44, faz trabalho voluntário há dez anos no bairro onde mora, Fazendinha. Durante o ano inteiro ela arrecada roupas, alimentos, brinquedos, entre ou-

tros utensílios para doar às famí-lias carentes. “São pessoas que se esforçam para conseguir uma vida melhor, mas por falta de es-tudo e, às vezes, pela quantidade de filhos, isso acaba atrapalhan-do”, diz Rose.

Esses voluntários anônimos na sociedade, papais e mamães noéis de calça jeans, às vezes contam com a ajuda de igrejas, lojas, distribuidoras, e mesmo no anonimato, ajudam o próximo sem esperar recompensa.

Ana Maria Gonçalves, 3 7 anos, faz arrecadação de roupa, alimento e material reciclável há cinco anos. A atitude começou com o voluntariado na igreja, mas como esse serviço não era men-sal, Ana preferiu deixar esse ato mais rotineiro. “Distribuo cerca de três cestas básicas por mês, fora roupas e brinquedos. Essa atitude é gratificante, não posso ser egoístas com meus ‘irmãos’”, explica.

Em 2010, foi registrado pelo Censo que o número médio de habitantes em Curitiba caiu, o que significa que há mais casais sem filhos e, entre aqueles que os têm, a quantidade diminuiu, o mesmo ocorre com as mães solteiras. Apesar da redução do número de habitantes na cidade, ainda há curitibanos que vivem com rendimento mensal per ca-pita de até meio salário mínimo, cerca de R$ 272,50. Sem contar aqueles que vivem praticamente na miséria, com renda mensal per capita de R$ 136,25.

Ou seja, essas contribuições sociais voluntárias, ajudam a vida desses indivíduos que vivem em situação crítica. A falta de es-colaridade e de incentivo diminui a chance da população de conse-guir um bom emprego e sair do índice de meio salario mínimo por pessoa.

Segundo a voluntária Rose, a atividade de ajudar o próximo

oeçou devido ao seu emocional. “Sempre me comovi vendo as pessoas passando necessidades, não é justo que eu viva bem e não ajude alguém que precisa, somos cidadãos e temos direito de viver bem”, afirma.

Ajudar não é difícil e não custa nada. Tire suas roupas do armário, doe.

“Está se sentindo vazio? Pre-encha esse espaço com solida-

riedade. Saia desse buraco. Há muita gente precisando de você.” Gabriel Chalita Serviço:Para doações ligue:3288-2651 – Suli9930-8174 – Ana / Edmon8840-9789 – Rose Alves3608-2343 – Rosina (Comunida-de Colo de Deus)

Uma ideia na cabeça e a von-tade de ajudar a comunidade onde mora, assim surgiu o Pro-jeto de Contraturno Escolar da ODPH (Organização de Desen-volvimento do Potencial Huma-no), coordenado pela estudante de Jornalismo Kauanna Batista Ferreira. Com au-las de reforço, in-formática e ativi-dades recreativas, o projeto atende dia-riamente crianças e adolescentes de 5 a 13 anos.

As aulas são mi-nistradas na Casa de Apoio da ONG, de segunda a sexta-feira, das 14h às 17h. Pela manhã, o espaço fica aberto para quem quiser utilizar o laboratório de informática e também para emprestar livros.

Doar tempo, trabalho e algu-mas vezes até dinheiro, em prol

de ações de sociais pode parecer utópico para muitas pessoas. Po-rém, o voluntariado já faz parte da vida de Kauanna. Moradora da Comunidade Vila Torres, a estudante de 19 anos representa a terceira geração de sua família a viver no local. Sua avó foi uma

das fundadoras da região e talvez isso explique sua rela-ção tão próxima com a comunida-de.

O sucesso da iniciativa é tão grande, que hoje estão registradas

20 crianças e a fila de espera para o ano que vem já soma 40. É feito um controle da frequência com o acompanhamento de cada participante. Quem faltar segui-damente sem justificativa pode perder a vaga.

A instituição sobrevive de

doações e conta com dois patro-cinadores fixos. Outras formas de arrecadação são um bazar e o chamado Bingo Comunitário, que contam com a participação dos moradores. “O objetivo é fazer com que a comunidade se integre, interaja e se envolva nos projetos, sem ficar esperando ape-nas a ajuda de fora”, diz a volun-tária. Por fim, ela se orgulha de ter o apoio dos pais, seus maiores incentivadores nessa caminhada.

A comunidade

A Vila Torres é uma comuni-dade carente de Curitiba que se formou ao longo do Rio Belém a partir da década de 1960. Ini-cialmente era uma ocupação irre-gular, mas hoje está quase 100% regularizada de acordo com a política habitacional da prefei-tura. A comunidade é composta por cerca de nove mil pessoas,

formada em sua maioria por ca-tadores de papel.

Serviço:

Casa de Apoio da ODPH (Or-ganização de Desenvolvimento do Potencial Humano). Rua Ma-

noel Martins de Abreu, 405 – Vila Torres – Prado Velho. Fone: (41) 3019-4965 Mais informações: http://kauannasocial.blogspot.com

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Aos 19 anos Kauanna se mostra engajada em projetos sociais

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Faça uma criança feliz, doe brinquedos

Rubia Lorena Curial Oliva

TEMOS A NECESSIDADE DE AJUDAR AO PRÓXIMO PELO AO MENOS UMA VEZ NA VIDA

A solidariedade fica mais evidente durante o período natalino

Lidyane Pereira

TRABALHO VOLUNTÁRIO É UMA REALIDADE CADA VEZ MAIS PRESENTE

Líder comunitária desenvolve projetos na área de educação que beneficiam crianças e adolescentes da Vila Torres

Iniciativas que fazem a diferença

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“O objetivo é fazer com que a comunidade se

integre”

Page 15: Comunicare 24h

1 hora – é o tempo que dura uma aula de inglês;2 horas – é o fuso horário do Acre em relação a Brasília;3 horas – é o tempo médio que um brasileiro gasta com games;4 horas – é o tempo médio que uma criança passa em frente à tv;5 horas – é o tempo diário médio que um estudante gasta na escola;6 horas – respirando o ar paulista equivale a 4 cigarros;7 horas – foi tempo gasto num cirurgia de reimplante de mão em Portugal;8 horas – equivale a jornada diária de trabalho;9 horas – foi o tempo que durou o ensaio fotográfico de uma modelo russa coberta por 3.500 cristais swarovski;10 horas – é a quantidade média de sono diária necessária para uma criança;11 horas – é quanto a geração Z passa em média em redes sociais;12 horas – é o tempo médio de jejum para se fazer exames de sangue;13 horas – é o tempo médio de circulação de um taxista por dia;14 horas – em média a cada 14 horas, acontece um sequestro relâmpago em Brasí-lia;15 horas – foi o tempo que durou a maratona de leitura em homenagem a José Sara-mago, em Lisboa;16 horas – é o tempo que mulheres brasileiras gastam em trabalhos não remunerados por semana;17 horas – é o tempo que dura a competição de triatletismo Ironman Brasil;18 horas – foi o tempo médio que o brasileiro ficou sem energia em 2011;19 horas – é o horário que veicula o programa de rádio A Hora do Brasil;20 horas – foi o tempo da cirurgia de separação de gêmeas siamesas na República Dominicana;21 horas – é o tempo diário de exposição do sol durante o verão na cidade de Akurey-ri, Islândia;22 horas – foi o tempo de erupção do vulcão Krakatoa, que dizimou a ilha de Java, na Islândia;23 horas – tempo de duração de um protesto no Panamá contra o sistema político do país;

24 horas – foi o tempo de produção deste Comunicare.