Conceito e Metodologia para implantação de Projetos de Assentamentos Agroextrativistas

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Cartilha com as portarias de criação da modalidade e metodologia de implantação de Projetos de Assentamentos Agroextrativistas (PAE), assentamento de reforma agrária criado pelo Instituto Nacional de Reforma Agrária (Incra) para populações tradicionais.

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    ~ ~...~ . INSTITUTONACIONALDECOLONIZAOEREFORMAAGRRIA- INCRA." DIRETORIADEASSENTAMENTO- DP .BRASILGOVERNOFEDERAL

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  • MINISTRO DE ESTADO EXTRAORDINRIO DE POLTICA FUNDIRIA

    RAUL BELENS JUNGMANN PINTO

    PRESIDENTE DO INCRARAUL BELENS JUNGMANN PINTO

    PROCURADORA GERALOTHILIA BAPTISTA MELO DE SAMPAIO

    DIRETOR DE ASSENTAMENTOACIO MARCOS DE M. GOMES DE MATOS

    DIRETOR DE RECURSOS FUNDIRIOLUIZ FERNANDO DE MATTOS PIMENTA

    DIRETOR DE CADASTRO RURALEDUARDO HENRlQUE FREIRE

    DIRETOR DE ADMINISTRAO E FINANASWILSON WELLISCH JNIOR

    DIRETOR DE RECURSOS HUMANOSJOS NIVALDO GOMES

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    PORTARIAlINCRAIP/N DE DE DE 1996.

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    o MINISTRO DE ESTADO EXTRAORDINRIO DEPOLTICA FUNDIRIA, no exerccio da PRESIDNCIA DOINSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAO E REFORMAAGRRIA-INCRA, no uso das atribuies que lhe so conferidas pelosartigos 4, pargrafo 2, e 20 da Estrutura Regimental, aprovada pelo Decreton.o966, de 27 de outubro de 1993, combinados com o artigo 24 do RegimentoInterno da Autarquia, aprovado pela Portaria MAARAIN 812, de 16 dedezembro de 1993, publicada no Dirio Oficial do dia 20 dos mesmos ms eano, considerando as recomendaes do Grupo de Trabalho - PortariaIP/n.o41/96, e ainda;

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    CONSIDERANDO que o Plano Nacional de Reforma Agrria -PNRA integra o homem as peculiaridades naturais e culturais decada regio, viabilizando o equilbrio ambiental e aracionalizao do uso dos recursos naturais;

    CONSIDERANDO que a preservao do meio-ambiente e orespeito s populaes rurais das diferentes regies compe,plenamente, a "funo social da propriedade", permitindo aperfeita integrao do trinmio homem-propriedade-uso da terra,previsto no Estatuto da Terra;

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    CONSIDERANDO que a especificidade ecolgica dedeterminadas regies do pas possibilita o desenvolvimento deatividades agro-extrativistas, as quais propiciam s populaesdelas dependentes base econmica auto-sustentvel, nointerferindo sobre os ecosistemas colocados em uso e

    assegurando a manuteno das condies naturais nelespredominantes;

    CONSIDERANDO que a atividade agro-extrativista afirma-secomo alternativa para os projetos de assentamentos executados

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  • pelo INCRA, de modo particular na Amaznia e em reas quemeream uma proteo especial, RESOLVE:

    I - Criar em substituio modalidade de Projeto deAssentamento Extrativista, a modalidade de Projeto deAssentamento Agro-Extrativista, destinado explorao de readotadas de riquezas extrativas, atravs de atividadeseconomicamente viveis, socialmente justas e ecologicamentesustentveis, a serem executada pelas populaes que ocupem ou .venham ocupar as mencionadas reas;

    II - Estabelecer que a destinao das reas para tais projetos dar-se- mediante concesso de uso, em regime comunial, segundo aforma decidida pelas comunidades concessionriasassociativista, condominial ou cooperativista;

    III - Constituir o Grupo Executivo do Projeto de AssentamentoAgro-Extrativista, composto pr um representante das Diretoriasde Assentamentos, de Recursos Fundirios, Cadastro eProcuradoria Jurdica, para, sob a coordenao do primeiro,conduzir as atividades operatlvas dos Projetos dessa modalidade,ficando o Grupo autorizado a solicitar das demais instnciasadministrativas da Autarquia, eventual colaborao na execuode suas atividades.

    IV- Incumbir a Diretoria de Assentamento de orar, provisionar econtrolar os recursos destinados ao atendimento dos Projetos deAssentamento Agro-Extrativista.

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    PORT ARIAlINCRAlPIN.o DE DE 1996.DE

    o MINISTRO DE ESTADO EXTRAORDINRIO DEPOLTICA FUNDIRIA, no exerccio da PRESIDNCIA DOINSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAO E REFORMAAGRRIA-INCRA, no uso das atribuies que lhe so conferidas pelosartigos 4, pargrafo 2, e 20 da Estrutura Regimental, aprovada pelo Decreton.o966, de 27 de outubro de 1993, combinados com o artigo 24 do RegimentoInterno da Autarquia, aprovado pela Portaria MAARA/N.o 812, de 16 dedezembro de 1993, publicada no Dirio Oficial do dia 20 dos mesmos ms eano, considerando que a modalidade de Projeto de Assentamento Agro-Extrativista, criados pela Portaria P/N.o de de de 1996requermetodologia apropriada para sua implantao, RESOLVE;

    I - APROVAR a Metodologia paraimplantao de Projetos de Assentamento de Base Agro-Extrativista, apresentada pelo Grupo de Trabalhoinstitudo pela Portaria INCRAlP/N.o41/96.

    11- Autorizar o Diretor de Assentamento apromover as modificaes e adaptaes que no curso daexecuo, se fizerem necessrias para a consecuo dosobjetivos propostos.

    111- Determinar Diretoria de Assentamentoque organize o Conselho Interistitucional paraimplementao dos PAEls,~oordenado pelo INCRA e comparticipao de Organizaeo'8.s Governamentais e NoGovernamentais.

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    NDECE

    APRESENTAO .1INTRODUO ... ...21 - CONCEITO. ..52 - METODOLOGIAPARA IMPLANTAODO PAE 52.1 -CRIAO ...5

    2.1.1 - SELEODEREA 52.1.2 - OBSTENODAREA 62.1.3 - ATODE CRIAO 6

    2.2 -IMPIANT AO 62.2.1- LEVANTAMENTOSCIO-ECONMICO 62.2.2 - CADASTRO 72.2.3 - SELEO 82.2.4 - ASSENTAMENTO ...82.2.5 - DEMARCAOPERMETRO 8

    2.3 -CONSOLIDAO 92.3.1 - ORGANIZAOSOCIAL 92.3.2 - PLANODEUTILIZAO 112.3.3 - PLANODE DESENVOLVIMENTO 142.3.4 - CAPACITAO ,..162.3.5 - INFRA-ESTRUTURA 172.3.6 - EDUCAO 172.3.7 - SADE ..182.3.8 - ASSISTNCIATC.E EXTENSORURAL 182.3.9 - CRDITOS 202.3.10- COMERCIALIZAO 212.3.11- CONCESSODE USO 212.3.12- SUPERVISOIFISCALIZAO 22

    2.4 -EMANCIPAO 253. ANEXOS .27

    3.1 - Portaria GT 293.2 - Modeloe Contrato de Concessode Uso 333.3 - Modelode LevantamentoScio-Econmico 393.4 - Plano de Utilizao ..65

    4. BIBLIOGGRAFIA 79

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    ,111 APRESENTACO

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    Este trabalho resultado de uma ampladiscusso, envolvendo todo segmento representativo dacomunidade extrativista.

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    o INCRA reconhecendo a necessidade de

    atender aos constantes e justos apelos dos moradores dosProjetos de Assentamento Extrativista - PAE's, promoveuatravs de sua Diretoria de Assentamento e SR-14/AC,Seminrio de "Reforma Agrria e Assentamento Extrativista -A Realidade Atual". Este Seminrio foi uma continuidade da

    Reunio realizada no Amap e do Seminrio Meio Ambiente eReforma Agrria - O Papel dos Assentamentos Extrativistaspromovidos pelo CNS e INESC.

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    O Grupo de Trabalho criado pela PortoINCRA/PIN.o41/96 , foi encarregado de elaborar esta propostapara implantao dos Projetos de Assentamentos Extrativista.

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    importante destacar que a elaboraodesta proposta fruto dos trabalhos e seminrios j citados,contando com a presena do trabalhador extrativista, dirigentesdas SR's, representantes de Prefeituras, Sindicatos, Associaes,Cooperativas, Servidores do INCRA, CNS (Conselho Nacionaldos Seringueiros),Universidades ligadas aos estudos extrativistase Organizaes No Governamentais, em todas as discusses,inclusive com o destaque de introduzir o componente "Agro" nassuas atividades como forma de desenvolvimento.

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    JORGE LUIZ SILVA FURTADO

    COORDENADOR GT/PORT.41/96

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    INTRODUO

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    Neste final de milnio, a humanidade sedebate pela preservao do planeta, j em grande parte erodidopelas medidas impensadas do homem. A Amaznia, pelaexuberncia das suas riquezas naturais, exerce um papelimportante na sustentao e manuteno de vrios sistemas.

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    :/o modelo de Reforma Agrria para a

    Amaznia, com base nos Projetos Agro-Extrativistas, aReforma Agrria Diferencial, dinmica e mQderna e com osseguintes objetivos:

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    1. Respeitar o modelo de ocupao daspopulaes tradicionais;

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    2. Preservar a biodiversidade. A floresta

    considerada como um reservatrio de "gens" a servio dohomem, a maior reserva econmica. A cincia poder descobrire extrair dela os mais variados elementos qumicos para a curadas vrias doenas at ento incurveis. Tudo isso poder trazerdividendos significativos para as populaes assentadas;

    3. Introduzir sistemas de manejo florestale de recuperao das reas degradadas;

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    4. Reduzir os custos de implantaoconsiderando que, a infra-estruturanecessria mnima, secomparadaaosassentamentostradicionais;

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    5. Evitar a poluio, com a diminuio daqueima da matria orgnica e das derrubadas;

    1- CONCEITO

    6. Maiores dividendospolticos a nvelnacional,pela introduodo modeloreclamadopela sociedadee,a nvelinternacional,coma preservaodo ambiente.

    1.1 - Projeto de Assentamento Agro-Extrativista (PAE) uma modalidade de assentamento destinado populaes tradicionais, para explorao de riquezas extrativas,por meio de atividades economicamente viveis eecologicamente sustentveis, introduzindo a dimenso ambientals atividades agroextrativistas. Tais reas, de domnio pblico,sero administradas pelas populaes assentadas atravs de suaforma organizativa, que receber a concesso de direito real deuso.

    Esta modalidade de assentamentohumano, - o Projeto de AssentamentoAgro-Extrativista- deabrangncia nacional, afirma-se como opo natural para as reasdotadas de riquezas extrativistas, e um adequado instrumentode Reforma Agrria.

    Doravante, com a aprovao destametodologia, cabe ao INCRA normatiz-Ia e impulsionar osProjetos de Assentamento Agro-Extrativistas, proporcionando Amaznia o seu novo modelo de Reforma Agrria.

    2 - METODOLOGIAPARAIMPLANTACODO PAE

    2.1 -CRIA CO2.1.1- SELECO DE REA

    Alm do INCRA, a comunidade atr&vsda suas representaes, indicaro reas prprias para implantaodos PAE's.

    o INCRA priorizar a criao de Projetosde Assentamentos Agro-Extrativistas em reas onde houverpopulao organizada, tradio extrativista e interesse nodesenvolvimento sustentado.

    Caso a mdicao parta do lNCRA, acomunidade, atravs de sua epresentao, ser previamenteconsultada quanto ao interess.' na implantao do Projeto deAssentamento Agro-Extrativista.

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    2.1.2 - OBTENCO DA REA Os levantamentosdevem ser regulares,atualizadosa cada03 (trs)anos.

    Aps aprovao pela comunidade e peloINCRA da criao do Projeto, sero tomadas as providnciaspara aquisio da rea dentro das modalidades possveis(Desapropriao, Arrecadao, Compra e Venda, etc.).

    A equipe responsvel pela realizao doLev. Scio-Econmico deve ser interdisciplinar, envolvendoprofissionais tais como: Agrnomo, Economista, Eng. Florestal,Antroplogo, Socilogo, Assistente Social, etc.

    2.1.3 - ATO DE CRlACO Os levantamentos subsequentes aoprimeirodeveroser resumidos,voltadospara a produoe seusresultados.Aps a obteno da rea o INCRA criar

    o Projeto com o nome discutido com a comunidade, atravs dePortaria assinada pelo Superintendente. Haver necessidade de implantao de

    mecanismo de difuso das informaes levantadas, medianteencontros comunitrios, acesso base de dados, boletins simples,etc.

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    2.2 - IMPLANTACO

    - LEVANTAMENTO SCIO - 2.2.2 - CADASTRO2.2.1ECONMICO

    O Levantamento Scio-Econmico ser

    feito em parceria com organizaes governamentais, nogovernamentais e representantes da comunidade, e se constituinum instrumento fundamental para a implantao dos PAE's, porfornecer as informaes das potencialidades econmicas esociais.

    O cadastro identifica, quantifica e da operfil dos ocupantes, sendo tambm o instrumento de inscriodos candidatos.

    O Cadastro tomar por base o 10levantamento Scio-Econmico, que quantificar o nmero decandidatos ao Projeto de Assentamento.

    O questionrio deve ter uma amplitudeque contemple as mais variadas informaes, considerando asdiferenas existentes entre os PAE's. As perguntas devem serclaras e os entrevistadores treinados, com domnio suficientepara extrair o mximo de elementos informativos que seaproximem da realidade.

    Havendo excedente de rea o

    cadastramento de novos candidatos ser feito pela OrganizaoRepresentativa dos Moradores -ORM.

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    2.2.3 - SELECO 2.3 - CONSOLIDACO

    Os critrios de seleo so dispositivoslegais transformados em indicadores estatsticos com o objetivo'de medir a incidncia das caractersticas individuais, sociais eeconmicas do candidato. Utilizar-se- como critrio principalclassificatrio e de eliminao a avaliao da tradio naatividade do extrativismo e/ou agroextrativismo, e a ocupao daterra.

    2.3.1 - ORGANIZACO' SOCIAL DOASSENTAMENTO

    O trabalho com a organizao dosassentados dever constituir-se de trs vertentes interligadasentre si, capazes de sustentar integralmente a "UnidadeProdutiva" e sua organizao extrativa como:

    A seleo deve ser criteriosa, exigente,em no permitir que sejam assentadas pessoas no identificadascom a atividade agroextrativista.

    - Melhoria de nvel organizacionaldosgruposinformaisassistidos;

    - Contribuio na implantao daverticalizao da produo junto s organizaes dos Agro-Extrativistas, visando a melhoria no processo de comercializaodos produtos agroflorestais dos extrativistas assistidos e de suasorganizaes;

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    "2.2.4 - ASSENTAMENTO

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    Nesta etapa se considera efetivamenteassentado, o candidato cadastrado e selecionado.

    - Direito a obteno da concesso de uso.

    2.2.5 DEMARCA CO1I

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    DO Este trabalho ter por objetivo contribuirpara a independncia de fatores exgenos, bem como, permitir acriao de condies favorv.eis aos Agro-Extrativistas e suasorganizaes, com vistas ao desenvolvimento coletivo de suasatividades, para a melhoria da qualidade e da competitividadedos produtos no mercado consumidor, buscando formas depromover a autogesto e o fortalecimento do aspecto financeiro-econmico.

    PERMETRO

    A demarcao do permetro viabiliza,entre outras coisas, a concesso de uso, por definio exata darea. Favorece a definio do projeto, impondo limites derespeito e o planejamento e aplicao do Plano deDesenvolvimento.

    Os assentados obtero o domnio da terra

    atravs de concesso real de uso, que dever apoiar-se nosresultados obtidos no levantamento scio-econmico e na

    identificao das vrias formas de organizaes sociais. As

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