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Prof. : Elda Thainara Av. Higienópolis, 769 – Sobre Loja – Centro – Londrina – PR. – CEP: 86.020-080 Fones: 43. 3354 – 2334 / 3039 – 2234 site: www.seja-ead.com.br Pag. 1 Conceitos geográficos (EAD) Estudamos até aqui o histórico da Geografia bem como a importância do seu estudo. Portanto, para darmos continuidade nos conteúdos a serem estudados nas próximas aulas, é necessário compreender que a Geografia possui alguns conceitos, que atuam como base estruturante para a mesma. Já vimos que a produção do espaço geográfico é o principal objetivo da geografia, desta maneira os conceitos geográficos atuam para melhor compreender tal fenômeno, são eles: a paisagem, a região, o lugar e o território. A Paisagem pode ser entendida como “conjunto de objetos e de relações que se realizam sobre esses objetos” (SANTOS, 1988), e ainda “ tudo aquilo que nós vemos, o que nossa visão alcança, é a paisagem. Esta pode ser definida como o domínio do visível, aquilo que a vista abarca. Não é formada apenas de volumes, mas também de cores, movimentos, odores, sons etc (SANTOS, 1988. p.61), sendo a paisagem, portanto, tudo o que a vista alcança, ela pode ser natural ou também cultural, ou seja, construída pelo homem, e pode ser além de vista, também sentida e escutada. Imagem 1: Paisagem Natural. Fonte: https://www.google.com.br/search?q=paisagem+natural&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwi_joOogOnTAhUBGJAKHS W6BmMQ_AUICigB&biw=877&bih=434#imgrc=E0QXrR9H65LxPM:

Conceitos geográficos (EAD) · Indústria moderna ou maquinofatura: surge com a Revolução Industrial. Neste processo há uma especialização do trabalhador em determinadas atividades,

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Conceitos geográficos (EAD)

Estudamos até aqui o histórico da Geografia bem como a importância do seu estudo.

Portanto, para darmos continuidade nos conteúdos a serem estudados nas próximas aulas, é

necessário compreender que a Geografia possui alguns conceitos, que atuam como base

estruturante para a mesma.

Já vimos que a produção do espaço geográfico é o principal objetivo da geografia, desta

maneira os conceitos geográficos atuam para melhor compreender tal fenômeno, são eles: a

paisagem, a região, o lugar e o território.

A Paisagem pode ser entendida como “conjunto de objetos e de relações que se realizam sobre esses objetos” (SANTOS, 1988), e ainda “ tudo aquilo que nós vemos, o que nossa visão alcança, é a paisagem. Esta pode ser definida como o domínio do visível, aquilo que a vista abarca. Não é formada apenas de volumes, mas também de cores, movimentos, odores, sons etc (SANTOS, 1988. p.61), sendo a paisagem, portanto, tudo o que a vista alcança, ela pode ser natural ou também cultural, ou seja, construída pelo homem, e pode ser além de vista, também sentida e escutada.

Imagem 1: Paisagem Natural. Fonte:

https://www.google.com.br/search?q=paisagem+natural&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwi_joOogOnTAhUBGJAKHSW6BmMQ_AUICigB&biw=877&bih=434#imgrc=E0QXrR9H65LxPM:

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Imagem 2: Paisagem cultural. Fonte:

https://www.google.com.br/search?biw=877&bih=434&tbm=isch&sa=1&q=paisagem+cultural&oq=paisagem+cultural&gs_l=img.

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4J1GM:

A Região se trata de um conceito muito utilizado pelo senso comum, empregado para

descrever basicamente a diferenciação de áreas. Para a Geografia, a região se trata de uma

construção intectual, ou seja uma criação humana, que diferencia e homogeneíza áreas de

acordo com as características em comum. Desta forma, existem diversos tipos de região,

podendo ser naturais, econômicas, políticas, entre outras. Este conceito é muito utilizado

pelos Estados-Nação para dividir o território a fim de um melhor gerenciamento do mesmo.

Pode ser adotada também por órgãos de saúde para facilitar o entendimento das áreas e

consequentemente o direcionamento de medicamentos, e pessoal para trabalhar em

determinada epidemia, por exemplo.

Imagem 3: Regiões brasileiras-IBGE. Fonte: http://brasilescola.uol.com.br/brasil/regioes-brasileiras.htm

O Lugar tem uma ligação direta com a percepção de cada indivíduo, e pode ser desta

forma mais humanista, relativo, diz respeito as experiências vividas por este indivíduo bem

como suas relações interpessoais e socioambientais e desta forma, a maneira particular como

cada um concebe e entende o espaço em que está inserido, ou seja, seu espaço vivido. O

conceito de Lugar, por esta perspectiva, está ligado as questões culturais, de identidade e de

pertencimento.

O Território muitas vezes é associado ao âmbito político ou geopolítico, pode ser

entendido como a delimitação do espaço físico de um país por exemplo, mas vai muito além

do território de um Estado-Nação, pelo contrário ele pode se materializar em diversas escalas,

podendo ir desde o território de um país até mesmo o território dentro de uma sala de aula.

Mas o que isto quer dizer? Isso diz respeito ao real sentido deste conceito, que só existe

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através do poder, ou melhor, das relações de poder exercidas pelos diversos grupos nos

diversos segmentos da sociedade.

Peguemos o exemplo da sala de aula, o território da sala é delimitado por um outro

conceito importante na geografia, as fronteiras, que delimitam este território. Neste caso a

“fronteira” da sala são as paredes, e dentro da mesma existe um poder sendo exercido, cujo

este é exercido pelo professor, autoridade máxima neste ambiente. Logo esta sala de aula

pode estar dividida entre o grupo das meninas, o dos meninos, o do pessoal do “fundão”,

desta forma, todos estes grupos, atuam como pequenos territórios dentro da sala,

estabelecidos pelas relações de poder exercidas e estabelecidas entre eles.

Para ficar mais claro, podemos utilizar o exemplo clássico dos Estados-Nação. Sabemos

que para um país existir, este necessita ter um espaço físico, delimitado, que é o território,

para esta delimitação são necessárias as fronteiras, que podem ser naturais (rios, montanhas,

etc.) ou então artificiais (ponte, rua, muro, cerca, etc). Através desta delimitação, através do

poder, pode se distinguir onde termina um território de um país e onde começa o de outro

país.

Imagem 4: Tríplice Fronteira Brasil/Argentina/Paraguai, exemplo de fronteira natural. Fonte:

http://www.criatives.com.br/2015/11/19-fotos-que-mostram-como-e-a-fronteira-entre-alguns-paises-do-mundo/

Imagem 5: Fronteira entre E.U.A e México, exemplo de fronteira artificial. Fonte:

http://www.folharondoniense.com.br/mundo/mexico-diz-que-nao-pagara-por-muro-na-fronteira-com-os-estados-unidos/

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Referencias

FARIA, Elda. T. A FOTOGRAFIA E O ESTUDO DA CATEGORIA DE PAISAGEM NO ENSINO

FUNDAMENTAL. XII Encontro de Ensino de Geografia, mostra de estágio e de pesquisa- I

Fórum Paranaense deformação. UEL, 2014.

SANTOS, M. Metamorfoses do espaço habitado. São Paulo: Hucitec, 1988.

Mundo Educação-Categorias e conceitos da Geografia. Disponível em:

http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/categorias-conceitos-geografia.htm Acesso

em: 11 maio.2017.

A Industrialização Mundial as Mudanças no Espaço Geográfico

Desde a Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra a partir do final de século XVIII e depois disseminada para outros países de industrialização clássica, em muito o processo industrial evoluiu. Ao compararmos os processos produtivos anteriores e posteriores a este marco histórico, podemos dividi-los em três fases:

Artesanato: técnica conhecida há milhares de anos, onde utiliza-se apenas a capacidade braçal do ser humano, que individualmente, elabora o produto do começo ao fim, apenas com o uso de ferramentas simples.

Manufatura: estágio de transição entre o artesanato e a maquinofatura, perdurando na Europa do séc. XVI ao XVIII e ainda existindo em países de economia atrasada. Neste método são utilizados máquinas simples com a divisão do trabalho, ou seja, cada funcionário trabalha em uma parte do processo. Todas as tarefas são complementares para a obtenção do produto final.

Indústria moderna ou maquinofatura: surge com a Revolução Industrial. Neste processo há uma especialização do trabalhador em determinadas atividades, apresentando uma grande divisão do trabalho, com o funcionário perdendo a idéia de como se faz o produto final. O uso de maquinários movidos à modernas tecnologias torna-se comum, para que haja uma elevada produtividade de objetos iguais, aumentando o volume, diminuindo os custos e ampliando-se os lucros.

Industrialização

A Europa Ocidental foi o berço da Revolução Industrial que se apoiou na exploração de carvão e

ferro na Grã-Bretanha e no Vale do Reno e posteriormente na França, a partir do que se desenvolveram

as siderúrgicas e as indústrias de mecânica pesada. Com o desenvolvimento da indústria e

consequentemente do comércio, o litoral da Europa Ocidental se tomou o mais ativo centro de

atividades portuárias do mundo. As principais regiões industriais são: o Vale do Reno/Rhur na

Alemanha, o Vale do Pó no norte da Itália, o Vale do Sena (Bacia de Paris) e do Ródano (Lyon) na França.

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Atualmente, o parque industrial europeu é um dos mais importantes do mundo. A consolidação

da União Europeia (UE), a integração dos mercados e o estabelecimento da moeda, o euro, fortaleceram

ainda mais a economia dos países europeus. As empresas europeias iniciaram, por meio de fusões, um

processo de concentração que fez crescer uma união empresarial mais europeia e menos apegada aos

Estados nacionais.

O espaço de economia mais dinâmica da Europa do qual fazem parte países altamente

industrializados, como a Alemanha, a França o Reino Unido, a Itália, a Holanda, a Bélgica e Luxemburgo,

conta com importantes centros tecnológicos e indústrias de ponta (informática, engenharia genética,

aeroespacial, nuclear etc.) ao lado de indústrias clássicas (siderúrgicas, química, automobilística, têxtil,

alimentícia, etc).

Pode-se afirmar que a Europa Ocidental é o “atelier”, o banqueiro e o árbitro do mundo. Tal

afirmação se baseia na poderosa indústria do vestuário da França e da Itália, na importância dos bancos

suíços para o mundo e na sede da Corte Internacional de Justiça, localizada na cidade de Haia, nos

Países Baixos.

Revolução Industrial: Conjunto de transformações técnicas, econômicas e sociais que

assinalaram a plena configuração do sistema capitalista (ou modo de produção capitalista).

Dentre as principais causas da Revolução Industrial, podemos citar:

a)Expansão do comércio: acumulação de capital nas mãos da burguesia;

b)Crescimento do mercado consumidor: exigências de novos produtos;

c)Abolição das restrições impostas pelo mercantilismo e abandono das práticas absolutistas de

governo;

d)Novas descobertas.

Aspectos Fundamentais da Revolução Industrial

Na geopolítica, verificou-se a consolidação de uma multipolaridade de poder na Europa.

O pioneirismo britânico na Revolução Industrial, consequente da acumulação de capital, mão-

de-obra abundante, liberalismo político e econômico, inovações técnicas e poder naval,

contribuiu para seu desenvolvimento econômico e expansão colonial. Se tornou a nação mais

rica do período. Entretanto, ao seu fim, novos impérios como EUA e Japão, cresceram rápido e

acentuadamente, ameaçando o deixo de poder hegemônico da Europa ocidental.

Entre as relações internacionais constatou-se um duplo movimento: ampliação das

formas de exploração e dominação capitalista e nova forma de organização político

econômico, que é o Sistema Socialista (critica o sistema vigente). A primeira é materializada

pelo Imperialismo, essencialmente atuante nos continentes africano e asiático. Um marco para

a segunda é a Revolução Russa de 1917.

No campo político, especificamente na forma de organização do poder, percebe-se a

generalização do Estado. Desde o séc. XVIII observa-se o surgimento do Estado moderno

europeu, que veio a se consolidar no séc XIX. Sinteticamente pode ser entendido como uma

forma de organização que progressivamente centraliza o poder e consolida o princípio de

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territorialidade. O poder passa a abranger todas as relações políticas. Também o espaço

precisa ser demarcado por fronteiras e tratados. Esse Estado é gerenciado pela burguesia

(classe dominante) sob os princípios de liberdade política e igualdade de participação. O

Estado burguês acelerou o acúmulo de capital favorecendo o imperialismo, expandindo seus

polos de poder.

O processo de produção industrial foi, consequentemente, difundido pelo mundo. O

capital foi transferido do comércio para a indústria, baseada na mecanização da produção,

caminhando conjuntamente com o desenvolvimento de novas tecnologias. Desta forma, as

estruturas sociais e relações geopolíticas passaram por mudanças.

1ª REVOLUÇÃO INDUSTRIAL (1780 – 1850)

Revolução do carvão e ferro;

Desenvolvimento do capitalismo industrial/ liberal;

Liberdade de comércio e produção;

Livre concorrência e livre iniciativa.

2ª REVOLUÇÃO INDUSTRIAL (1850 – 1914)

Revolução do aço e da eletricidade;

Capitalismo monopolista;

Grandes monopólios.

CONSEQUÊNCIAS DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL:

A Revolução industrial implicou em mudanças substanciais na evolução dos processos

de produção e o rumo econômico-político e social em escala internacional. Dentre as

consequências produtivas estão a utilização constante de máquinas e o aumento de produção.

Os meios de transportes e comunicações evoluíram. A ruína dos artesãos, com dificuldades de

competir com a produtividade da máquina, e a divisão do trabalho (internamente dentro das

fábricas e no processo como um todo) envolvendo produções particionadas em locais

distantes. A crescente urbanização e despovoamento do campo, compondo novas classes

sociais nesse palco de ação: os burgueses industriais e o proletariado. Em escala externa, o

colonialismo foi ampliado, combinado ao imperialismo e expandindo o capitalismo pela Europa

e suas colônias.

Evolução no mundo do trabalho

O modelo atual de organização social e econômica conhecido como capitalismo, é

consequência de uma série de fenômenos e acontecimentos desencadeados há séculos atrás.

A evolução do trabalho nesse âmbito sempre esteve à mercê das modificações desse

fenômeno, alterando-se em vários aspectos, sejam eles técnicos, sociais, espaciais ou

econômicos. A história do sistema capitalista revela que houveram determinadas divisões do

trabalho em períodos históricos que dinamizaram esse modelo e foram primordiais para a

atual distinção entre nações desenvolvidas e subdesenvolvidas. A partir dessas divisões

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internacionais do trabalho ou DIT, como são mais conhecidas, esta unidade pretende abordar

a evolução e as modificações no mundo do trabalho e suas consequências na organização

global.

Imagem 1: Evolução da DIT-Divisão Internacional do Trabalho. Fonte:

https://br.pinterest.com/pin/486599934715614581/

A divisão internacional do trabalho pode ser resumida de forma sintética em quatro

fases:

• Origem - Colonialismo

• Consolidação – RI e Imperialismo

• Mundialização do Capital – Pós 2ª GM

• Globalização – Pós Modernidade

Origem da DIT

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No final do século XV, o capital estava presente em grande intensidade na distribuição e

circulação das mercadorias entre as metrópoles e suas colônias. As diversas regiões do mundo

passaram a desenvolver diferentes funções com a crescente colonização, pois cada uma

passou a especializar-se principalmente no fornecimento de matéria-prima, metais

preciosos, produtos manufaturados entre outros. Dessa maneira, as metrópoles detinham a

função de exportar manufaturas e as colônias de exportarem matérias-primas para as

metrópoles.

Consolidação da DIT

Graças à consolidação do sistema capitalista no século XVIII, houve uma intensa

transformação no processo produtivo, que ficou conhecida como Revolução Industrial. Nesse

período, a divisão internacional do trabalho sofreu mudanças, por causa do novo modelo de

produção em que as fábricas tomam o lugar da produção artesanal.

Nesse momento, o mundo estava dividido entre países especializados em fornecer

matéria-prima e países que utilizavam dessas matérias-primas para faturar produtos

industrializados. Os que forneciam matéria-prima estavam atrelados ao subdesenvolvimento e

os que produziam produtos industrializados se tornariam líderes do sistema capitalista.

Mundialização do Capital

Após a Segunda Guerra Mundial muitos países subdesenvolvidos iniciaram um processo

de industrialização calcados no tripé “capital nacional, capital estatal e capital multinacional”.

Com isso, muitos conglomerados se instalaram em países da periferia.

O que havia nesses países que atraiu as grandes empresas? A possibilidade de maiores

lucros, pois eles ofereciam mão-de-obra abundante, politicamente desmobilizada e, portanto,

barata; fontes de energia e matérias-primas a baixo custo; mercado interno em crescimento;

facilidades de exportação e de remessa de lucros para as sedes dessas empresas; incentivos

fiscais e subsídios governamentais e, mais recentemente, ausência de legislação de proteção

ao meio ambiente ou a possibilidade de burlar essa norma, caso ela exista.

No período imediatamente após a Segunda Guerra, esses fatores, com destaque para a

mão-de-obra barata, constituíam vantagens comparativas importantíssimas para a alocação

dos investimentos no exterior. Evidentemente, nem todos os países subdesenvolvidos

apresentavam essas vantagens. Por isso apenas alguns se industrializaram e se reposicionaram

na tradicional divisão internacional do trabalho. Muitos deles passaram gradativamente de

exportadores de matérias-primas para exportadores de produtos industrializados. No entanto,

não é possível situá-los, pelo menos por enquanto, no mundo desenvolvido. Eles fazem parte

de uma nova divisão internacional do trabalho.

O processo de industrialização ocorrido nos países subdesenvolvidos foi, em grande

parte, decorrente da implantação de um modelo que dependia de capitais e de tecnologias do

exterior. Trata-se de um processo desigual e complementar ao dos países desenvolvidos, uma

vez que é comandado por interesses externos, embora muitas vezes em associação aos

capitais nacionais (privados ou estatais). O processo foi desigual porque em geral os tipos de

indústria e a tecnologia empregada não são os mesmos das matrizes.

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Esse modelo de industrialização é complementar ao mundo desenvolvido porque

garante a manutenção da produção, circulação, consumo e portanto, o acúmulo de capitais

em grande escala nos países desenvolvidos. As noções que se industrializaram seguindo este

modelo são conhecidas como países recentemente industrializados.

A mais nova DIT

Com o desenvolvimento da economia informacional e da globalização, estruturou-se

uma nova organização da produção no mundo. O sociólogo espanhol Manuel Castells

denominou-a “a mais nova divisão internacional do trabalho”, que está disposta em quatro

posições diferentes no capitalismo informacional-global: os produtores de alto valor com base

no trabalho informacional, os produtores de grande volume baseado no trabalho de baixo

custo, os produtores de matérias-primas que se baseiam em recursos naturais e, finalmente,

os produtores redundantes, limitados ao trabalho desvalorizado. A posição privilegiada dos

lugares dentro dessa nova especialização produtiva em escala mundial deve-se ao domínio

tecnológico, sobretudo da tecnologia da informação, ao nível educacional da população e,

consequentemente, a qualidade da mão-de-obra.

A grande diferença da atual divisão internacional do trabalho em relação as anteriores é

que ela não ocorre entre países, portanto não coincide com seus limites territoriais. Essa nova

divisão se estabelece entre agentes econômicos localizados nas quatro posições mencionadas

por Castells ao longo de uma estrutura global de redes e fluxos. Esses agentes podem aparecer

em posições diferentes de um mesmo país (desenvolvido ou não). A posição mais importante,

a dos produtores de alto valor com base no trabalho informacional, que compreende as

indústrias de alta tecnologia – informática, telecomunicações, robótica, biotecnologia – e os

trabalhadores mais qualificados, concentra-se predominantemente nos países desenvolvidos,

sobretudo nos tecnopolos, como o do Vale do Silício na Califórnia. Mas aparece também em

países emergente como Brasil, Coréia do Sul e Índia.

A atual divisão internacional do trabalho reforça as desigualdades internacionais que já

existem em suas formas precedentes, gerando uma nova categoria do ponto de vista sócio

espacial: a das regiões e países excluídos. A emergência desta nova divisão não suprime as

anteriores, pois a maioria dos países da África, América Latina e Ásia continuam exportando

produtos primários, inserindo-se na divisão antiga.

Os Modos de Produção-Capitalismo

O capitalismo, que surge no final da Idade Média em substituição ao modo de produção

feudal, está associado às atividades comerciais e à expansão europeia para outros locais do

planeta (África, Ásia América e Oceania). Os mecanismos políticos, sociais e econômicos

existentes nessas áreas sofreram adaptações de forma bastante desigual no espaço e no

tempo, mas as disparidades são observadas principalmente entre os países desenvolvidos e

subdesenvolvidos.

Mesmo com profundos contrastes entre os países capitalistas, algumas características

são comuns a todos eles, pois elas fazem parte da estrutura central do sistema capitalista,

como:

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• Propriedade dos meios de produção: setor privado.

• Objetivo: obtenção de lucros.

• Mecanismo de funcionamento da economia: lei da oferta e da procura.

• Relação de trabalho: assalariado.

• Meios de troca e instrumento de crédito: moeda metálica ou papel moeda.

• Relação social: proprietários x proletários.

Para compreender melhor o capitalismo é possível distinguir quatro fases: capitalismo

comercial (pré-capitalismo), capitalismo industrial, capitalismo financeiro ou monopolista e o

capitalismo informacional.

Cada fase é mercada por características particulares com relação às formas de

produção, trabalho, circulação e consumo de mercadorias.

As Fases do capitalismo:

* CAPITALISMO COMERCIAL

* CAPITALISMO INDUSTRIAL

* CAPITALISMO FINANCEIRO

* CAPITALISMO INFORMACIONAL

Capitalismo Comercial

A partir do séc. XV, as relações mercantis ampliaram-se geograficamente com as

grandes navegações e a inserção de novas terras no sistema capitalista de produção.

Desenvolveu-se então a fase do chamado capitalismo comercial; o ciclo de reprodução

do capital estava alicerçado principalmente na circulação e distribuição de mercadorias

realizadas entre as metrópoles e as colônias (Pacto Colonial).

Nesse período inaugurou-se a Divisão Internacional do Trabalho (DIT), caracterizada pela

produção de matérias-primas nas colônias em troca de manufaturas das metrópoles.

O mercantilismo, doutrina econômica e política do capitalismo comercial, criou

as bases de uma nova geografia europeia e mundial. Fortaleceu a unificação territorial a partir

de um governo centralizado, dando origem aos Estados nacionais modernos europeus.

Tais Estados fortaleceram-se e acumularam riquezas com o protecionismo de seus

mercados internos e com o comércio. Com isso, ampliaram-se as relações espaciais, baseadas

na escravização e comercialização dos escravos e na exploração colonial. Nessa época, a

riqueza e o poder de um país eram medidos pela quantidade de metais preciosos (ouro e

prata) que possuíam. Esse princípio ficou conhecido como metalismo.

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O mercantilismo foi fundamental para o desenvolvimento do capitalismo, pois permitiu,

como resultado do comércio altamente lucrativo e pela exploração das colônias, grande

acúmulo de capitais (acumulação primitiva do capital).

Capitalismo Industrial

O sistema capitalista só iria se consolidar no século XVIII, com a substituição da

manufatura pelas máquinas a vapor, iniciada nas indústrias têxteis da Inglaterra. A

mecanização imprimiu um novo ritmo à produção de mercadorias.

1ª Revolução Industrial.

- Líder: Reino Unido.

- Fonte de Energia: Carvão mineral.

- Tipos de Indústria: têxtil, siderúrgica, naval e carbonífera.

2ª Revolução Industrial.

- Líderes: EUA e Alemanha.

- Fontes de Energia: Petróleo e Eletricidade.

- Tipos de Indústria: Petrolífera, elétrica, química e de motores.

Consequências:

• Aumento do potencial de transformar a natureza;

• Aceleração na circulação de pessoas e mercadorias;

• Doutrina econômica: Liberalismo;

• Expansão imperialista na África e Ásia;

• Partilha da África (1885 – Conferência de Berlim).

• Marxismo

Na Ásia também em fins do século XIX, o Japão emergiu como potência, sobretudo após

a ascensão do Imperador Mitsuhito, que deu início a chamada Era Meiji.

Capitalismo Financeiro

Durante a Segunda fase da Revolução Industrial, o desenvolvimento da industrialização

em outros países e a aplicação de novas tecnologias à produção e ao transporte modificaram

profundamente a orientação liberal. As novas tecnologias foram empregadas nas indústrias

metalúrgica, siderúrgica, no transporte ferroviário, entre outros. Esses setores industriais

dependiam de investimentos maiores que aqueles realizados na primeira fase da Revolução

Industrial. Era necessário a união de vários empreendedores para a produção das novas

mercadorias. Boa parte da indústria passou a contar com o capital bancário ou financeiro.

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No final do séc. XIX, a fusão entre o capital industrial e o financeiro e, mesmo a fusão

entre indústrias, levou ao aparecimento de empresas gigantescas, os monopólios e oligopólios

(empresas de grande porte que se associam para controlar o mercado), ocorrendo, com isso,

um enfraquecimento da livre concorrência. Pela baixa competitividade, as pequenas

empresas, que não acompanharam essa nova tendência do desenvolvimento econômico

capitalista, faliram ou foram absorvidas pelas grandes. Nesse período, o estrondoso aumento

da produção através da tecnologia, não encontrou mercado consumidor correspondente, o

que ocasionou uma queda brutal nos preços, abalando a bolsa de valores de Nova York. Esse

período ficou conhecido como a Crise de 1929. Essa crise gerou uma acumulação maior de

capital pelos monopólios e oligopólios remanescentes.

Para contornar a crise, o Estado passou a interferir diretamente na economia

(Keynesianismo), elaborando planos econômicos, construindo grandes obras públicas,

controlando preços, definindo regras para o mercado, etc. O impacto da crise obrigou o Estado

a definir políticas específicas para a satisfação das necessidades sociais da população.

Estrutura-se o chamado Estado do bem-estar Social (Wellfare State). Segundo essas novas

determinações, o Estado nacional assumiu o papel de mediador nas relações estabelecidas

entre a sociedade e as empresas, defendendo os interesses dos trabalhadores, consumidores e

apoiando as atividades sindicais.

Em cada setor da economia - petrolífero, elétrico, siderúrgico, têxtil, etc - passam a

dominar alguns grandes grupos. São os trustes.

Quando esses trustes fazem acordos entre si, estabelecendo um preço comum,

dividindo os mercados potenciais e, portanto, inviabilizando a livre concorrência criam um

cartel. Muitos trustes surgidos no final do século XIX e início do século XX, transformaram-se

em conglomerados, resultantes de um processo mais amplo de concentração e centralização

de capitais, de uma brutal ampliação e diversificação nos negócios, visando dominar a oferta

de determinados produtos ou serviços no mercado, os conglomerados, são o exemplo mais

perfeito de empresas que atuam no capitalismo monopolista.

Dentro da Segunda Revolução Indústria dois aspectos ou processos se destacam, ambos

típicos do século XX: o Taylorismo e, em especial, o Fordismo.

Capitalismo Informacional

Atual fase do capitalismo:

3ª Revolução Industrial - Técnico cientifica (1970);

- Líderes: Japão e EUA.

- Tipo de Indústrias: Informática, Robótica, Biotecnologia e Telecomunicações.

• Doutrina econômica: Neoliberalismo;

• Globalização da economia e dos problemas mundiais;

• Conhecimento em tecnopólos;

• Aceleração da produtividade econômica, fluxo de capitais e mercadorias;