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1 e-Book CONCEITOS - MIXAGEM/MASTERIZAÇÃO MODULO 1 Por Rodrigo Silva, Produtor do jeto Vimanna e Criador do Underbase Tutorials Seja Muito bem vindo ao Guia de Masterização Master Express! O conteúdo desse e-book servirá exclusivamente para qualquer produtor musical que queira ter uma base sobre masterização digital. O conteúdo é quebrado em várias etapas para que o aluno possa assimilar o conhecimento passo a passo e consiga obter melhores resultados de estudo. O que é masterizaçao? Antes de começar, vamos entender, Que diabos é masterização?? O significado original do termo masterização veio da época do vinil. Era o trabalho de pós produção da música que funcionava resumidamente em torno de: Transferir o áudio pra um dispositivo de armazenamento que era chamado MASTER, e que a partir daí seria a fonte de onde todas as cópias seriam produzidas para mercado. Esse processo era feito de 3 formas diferentes.. Através de prensagem, duplicação, e a replicação. Tudo com equipamentos específicos e através de um método 100% analógico. Hoje em dia, o método digital já domina grande parte do mercado. A tecnologia trouxe a possibilidade de adaptar e transformar o significado do termo ‘’Masterização’’, Bem como facilitar a vida do profissional. O processo feito com equipamentos analógicos continua sendo de altíssima qualidade, porém, o mercado aderiu o método digital pela alta performance e eficiência dos plugins. Se você for comparar o custo de um equipamento analógico com o de um plugin, você verá que a diferença entre a relação custo benefício é absurda. Os equipamentos analógicos ainda costumam performar melhor, pra montar um setup de master analógico, o gasto superaria R$30.000. Master Express

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e-BookCONCEITOS - MIXAGEM/MASTERIZ AÇ ÃO

MODULO 1

Por Rodrigo Silva, Produtor do jeto Vimanna e Criador do Underbase Tutorials

Seja Muito bem vindo ao Guia de Masterização Master Express! O conteúdo desse e-book servirá exclusivamente para qualquer produtor musical que queira ter uma base sobre masterização digital.

O conteúdo é quebrado em várias etapas para que o aluno possa assimilar o conhecimento passo a passo e consiga obter melhores resultados de estudo.

O que é masterizaçao?

Antes de começar, vamos entender, Que diabos é masterização??

O significado original do termo masterização veio da época do vinil. Era o trabalho de pós produção da música que funcionava resumidamente em torno de: Transferir o áudio pra um dispositivo de armazenamento que era chamado MASTER, e que a partir daí seria a fonte de onde todas as cópias seriam produzidas para mercado.

Esse processo era feito de 3 formas diferentes.. Através de prensagem, duplicação, e a replicação. Tudo com equipamentos específicos e através de um método 100% analógico.

Hoje em dia, o método digital já domina grande parte do mercado. A tecnologia trouxe a possibilidade de adaptar e transformar o significado do termo ‘’Masterização’’, Bem como facilitar a vida do profissional. O processo feito com equipamentos analógicos continua sendo de altíssima qualidade, porém, o mercado aderiu o método digital pela alta performance e eficiência dos plugins.

Se você for comparar o custo de um equipamento analógico com o de um plugin, você verá que a diferença entre a relação custo benefício é absurda. Os equipamentos analógicos ainda costumam performar melhor, pra montar um setup de master analógico, o gasto superaria R$30.000.

Master Express

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Por isso, grandes gravadoras estão migrando para o formato de trabalho digital atualmente.Quando esse método digital surgiu, a definição de masterização também sofreu uma mudança.

Hoje em dia a definição que eu costumo dar é: ‘’Masterização é o processo final de adequação da música para as mídias’’.

O que isso significa? Hoje em dia existe uma vasta gama de diferentes Mídias, e o papel da master é fazer com que a música soe BEM, na maior quantidade de mídias de reprodução possível.

Tem gente que vai ouvir a música no carro, tem gente que vai ouvir no celular dentro do ônibus, tem gente que vai ouvir em um sistema de som de shows ou em boates, e por aí vai...

Masterização é o processo final de adequação da música para as mídias

Como é feito o processo de Masterização Digital?

Eu não tenho como te explicar como é feita a masterização sem antes falar um pouco sobre MIXAGEM!

A masterização está diretamente conectada com a mixagem, que por sua vez, é um dos trabalhos mais importantes que um produtor precisa fazer em termos de qualidade Sonora.

A mixagem é a forma como você regula os níveis, as frequências e todo o conteúdo que envolve dinâmica e imagem da sua música.

Para se fazer uma boa masterização é necessário que a mixagem esteja bem balanceada e bem feita.

Pra se fazer uma boa mixagem é necessário fazer todos os elementos conversarem entre sí claramente sem que um interfira no espaço do outro.

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Já notou que as vezes, enquanto você está no processo de produção de uma música, um mínimo detalhe que você modifica em algum canal ou timbre acaba modificando a característica da música por completo?

A mixagem é nada mais nada menos que esses pequenos retoques que juntos, fazem a sua música brilhar. Os processos envolvem equalização, compressão, níveis, edição, etc. Nós abordaremos vários desses temas ao longo desse curso. Mas por ora, vamos entender a relação entre Mixagem e Masterização.

A master é um toque final pra melhorar a qualidade do som e conseguir o melhor resultado possível entre a relação Loundness/Quality.

É praticamente essencial que a música tenha uma boa masterização para conseguir se destacar no mercado sonoro hoje em dia. Porém, a master é completamente proporcional e DEPENDENTE de tudo o que foi feito antes da música ser exportada para o processo final. tanto o trabalho de composição quanto o de mixagem.

Se uma música está com a mixagem ruim e os níveis desregulados, é praticamente impossível que ela tenha qualidade depois do processo de masterização. A master vai servir para dar um retoque apenas.

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Os elementos da música precisam estar perfeitamente encaixados de forma que um não apague o outro e o ouvinte consiga entender tudo o que está acontecendo ali, sem perder a noção de nenhum instrumento ou elemento.

Vamos imaginar a relação da mixagem com a música como se fosse um sapato. Você tem um sapato sujo, velho e mal cuidado (é a sua música sendo produzida), e depois você leva esse sapato em um engraxate e ele fica brilhando (sua música após o processo de mixagem). e aí vem o sapateiro e conserta aqueles arranhões, aqueles spots em que o couro estava rasgado, aí seu sapato fica novinho em folha (sua música após a masterização)

Então, agora que você já sabe o que é masterização, o que é mixagem, e qual a relação que ambos tem entre sí, já podemos passar para os processos de masterização na próxima etapa do curso.

Material de estudos:Eu aconselho que até passar para a próxima etapa, você pesquise e estude à respeito de mixagem e suas funções.

No canal do UB Tutorials no Youtube temos alguns conteúdos sobre mixagem, pode ajudar.https://goo.gl/fFZQrm

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VISÃO GER AL

MODULO 1Etapa 2

Nessa etapa iremos desvendar alguns mitos sobre Masterização e desenvolver uma visão geral dos processos.

Essa Etapa ainda não irá te ensinar como masterizar uma música, a finalidade do conteúdo desse capítulo é esclarecer algus equívocos e te dar uma compreensão mais abrangente do processo de masterização.

Vamos começar desmascarando os Mitos mais comuns quando se fala em ‘’Mastering’’

Com a facilidade que temos hoje em dia para espalhar informações é comum encontrarmos mitos à respeito de qualquer assunto, e o termo Masterização não está blindado quanto à isso. O joão fala pra Maria que deve ser feito de tal forma, então a Maria conta para o Pedro, que escreve um artigo sobre isso no seu blog disseminando aquela informação para mais algumas milhares de pessoas. O problema é que, se o joão estiver errado todas aquelas pessoas afetadas também estarão, e assim surge mais um ‘mito’.

Desvendando alguns mitos

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MITO 1: ‘Deixa assim, isso se resolve na Master’

Não se resolve não! Como vimos na etapa anterior, a qualidade final da música está diretamente ligada à qualidade de composição e mixagem. O trabalho do engenheiro de masterização é pegar a música em sua forma de origem e adapta-la para que seja entregue como um produto lapidado para o público.

MITO2:‘Os Plugins e os hardwares que você tem é o que mais importa’

Isso não é verdade. Embora Plugins chamativos e equipamentos caros sejam ótimos recursos para atingir qualidade na masterização, eles não vão tomar as decisões por você.Os ouvidos, o que eles podem detectar e as decisões que você vai tomar baseadas naquilo que está ouvindo são o que realmente diferenciam um engenheiro de masterização de um daqueles programinhas ‘’masterize sua track automaticamente’’

MITO3: ‘Masterização é deixar a música com um volume alto’

Diga essa frase perto de um engenheiro experiente e você nunca mais vai ousar dar uma opinião sobre master em público (hahaha)

Isso é uma generalização muito pobre sobre o que é um trabalho de masterização.Masterização é criar um produto apresentável extraindo o máximo possível de qualidade final.

Apesar de alguns estilos de música apresentarem uma preferência e necessitárem de uma atenção especial no quisito Loudness (volume), existem muitos outros processos envolvidos e nós abordaremos todos eles nas próximas etapas do curso.

Agora que já desvendamos alguns Mitos podemos conhecer um pouco dos processos:

1 - Preparação para a Masterização:

Ao contrário do que muitos pensam, o processo de Masterização começa muito antes de qualquer sinal de áudio passar por um plug-in ou hardware. O processo começa com um dialogo entre o artista e o engenheiro.

É importante que haja uma comunicação muito clara entre você (o masterizador) e o artista. Você precisa entender de onde vem e onde vai chegar com aquela música, e para isso o artista precisa deixar muito claro suas intenções.

Essa pré-comunicação desenvolve uma compreensão mais apurada e lhe permite ser empatico na sua abordagem para os mais pequenos detalhes/correções que o artista necessita.

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No caso de você estar masterizando uma produção própria, você já saberá exatamente onde quer chegar. Porém, alguns grandes engenheiros de master defendem a ideia de que a masterização é exatamente a oportunidade de a sua música ser entendida e interpretada por outro par de ouvidos, que consequentemente terão uma visão (audição) menos distorcida daquele trabalho e poderão corrigir certas deficiencias. Então saiba que, masterizando a sua própria música você pode também estar abrindo mão de um pouco da qualidade final.

2 - Controle de Qualidade

Como você já sabe, uma boa mix permite uma boa masterização, assim como uma péssima mix limitará o seu trabalho como masterizador.

Por isso é muito importante que você ouça a música atentamente e tome nota de alguns pontos que povavelmente irão forçar o produtor à voltar para a mix e fazer um processo de correção.

Frequentemente a correção será feita em torno de: * Excesso de low end (sub grave)* Excesso de Sibilancia (Agudos Distorcidos)* Elementos que causam Picos de volume* Problemas com fase(abordaremos isso nas próximas etapas)

O produtor não tem a obrigação de voltar para a mix e corrigir esses problemas, mas você, como bom profissional, tem a obrigação de alerta-lo que esses detalhes prejudicarão a qualidade final da Master.

Além disso é necessário que você peça ao produtor uma faixa de referencia (alguma música da mesma vertente que tenha uma masterização agradavel para os ouvidos dele/dela)E é claro, você precisa saber também qual será a Midia de reprodução Alvo para qual aquele áudio será entrege. (CD, Digital, Vinil, Caixas de som de Festas, Clubs).

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PROCESSOS

MÓDULO 2

Nessa etapa iremos entender quais são os processos trabalhados na masterização e conhecer um pouco sobre cada um deles.

Todo masterizador deve ficar atento à alguns detalhes

Níveis

Muita gente acredita que masterizar uma música é deixar ela alta. Se fosse só isso, bastava jogar o fader do canal lá no alto e estaria finalizada a nossa master. Mas como já foi visto na etapa anterior, isso não passa de um mito.

Na verdade nós queremos SIM deixar a música alta. Porém, precisamos controlar os níveis de volume levando em consideração alguns fatores:

O primeiro fator é preservar a qualidade independente de qualquer coisa. À partir do momento em que os picos transients da música começam a passar do 0 decibél digital, a música começa a perder qualidade. Portanto quanto mais volume você coloca pra cima disso, menos qualidade Sonora você terá. Isso será explicado mais detalhadamente nas próximas etapas, mas por enquanto tenha em mente que, se você coloca ganho demais você está trocando qualidade por volume.

No caso de você ter que masterizar um álbum ou um EP por exemplo, você precisará deixar tudo numa média. Não adianta você conseguir fazer uma masterização com os níveis absurdamente altos em apenas uma das músicas do álbum, pois o álbum não ficaria coerente, as outras músicas teriam uma diferença muito grande de volume em relação à essa primeira, portanto você precisa encontrar um volume médio do álbum, uma média de níveis que tenha um ganho agradável de todas as tracks, e ainda evitando o máximo possível de perda de qualidade. Se você fez isso e não ficou satisfeito com o resultado é hora de voltar pro processo da mixagem e fazer alguns ajustes.

Entendendo os processos

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Caracteristicas tonais (Equalização)

Muitas Vezes, a mixagem vem com algumas frequências massacradas. É muito comum que você receba uma faixa com algumas ressonâncias e frequências com excesso de boost. Isso acontece até com produções feitas em estúdios profissionais, por que enquanto o trabalho de mixagem mixagem é feito sem uma certa compressão no Master channel, o produtor ou o engenheiro de mix vai tentar manter os níveis longe dos 0db digitais para enviar para você. Por isso, muitas vezes, uma frequência ressonante passa despercebida. Por que não tem nada clipando no processo de mix, logo o engenheiro de

mix tem mais dificuldade pra captar as frequências ressonantes pelo fato de as ondas que não passam do 0db também não estarem soando quadradas.

Então muitas vezes o engenheiro de masterização regular algumas frequências com um equalizador ou um exciter. Mas lembrando que, se você modifica uma frequência na masterização você estará modificando essa frequência de todos os instrumentos e elementos daquela música. Por isso, equalização é algo que precisa ser feito muito cautelosamente.

Compressão

A compressão é basicamente usada para regular a diferença excessiva que existe entre os sinais mais altos e mais baixos do áudio.

Ela é uma técnica extremamente poderosa, porém, devemos evitar usar ao máximo! A compressão não é necessária em todos os processos de master, na verdade ela deve ser feita em canais separados no processo de mixagem. Pois basicamente ela irá prejudicar a dinâmica da sua música.

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Dinâmica

A dinâmica é a variação de volumes, e é exatamente isso que dá vida ao som, que deixa agradável para os ouvidos. No Caso por exemplo, de você ser um produtor de psytrance, apesar de a música eletrônica ser um som de pouquíssima dinâmica (principalmente as vertentes do trance), a dinâmica continua sendo essencial pra qualidade final do som.

Aqui nós temos um exemplo de ondas sonoras com muita dinâmica. Perceba que do início ao fim da WaveForm os Níveis variam bastante.

Já na representação de baixo, você encontra uma onda sonora quase sem dinâmica. Para você entender melhor o papel que a dinâmica tem na música, basta imaginar um baterista profissional fazendo uma percussão de groove no hat fechado e imaginar uma criança batendo com toda sua força com a colher na panela sem parar. O baterista tem bastante dinâmica e a colher na panela promove um som alto, irritante, e sem muita variação (dinâmica).

Então basicamente o que a compressão faz é, diminuir os picos de volume que analisamos na imagem à cima para poder aumentar o restante dos níveis mais baixos. Assim você tem um volume geral mais alto e um som menos dinâmico. Se você fizer uma compressão muito forte na master você pode matar a definição do som.

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Ruído

Algumas Faixas podem chegar nas mãos do engenheiro de masterização repletas de ruídos. Porém, você precisará se preocupar com isso somente no caso de ele estarem perceptíveis na reprodução do áudio. Os ruídos sempre estarão presentes, até mesmo no processo da masterização é natural que alguns plug-in produzam ruídos dependendo do algoritmo de emulação e oscilação, porém, existe um limite aceitável no caso de sinais sonoros não audíveis.

Quando você utiliza um analisador de spectrum para detectar ruídos, algumas vezes serão detectados sinais sonoros a baixo dos 100 decibéis digitais, os quais jamais serão percebidos pelo ouvido humano. Nesse caso o masterizador não precisa se preocupar, Mas se existe algum ruído audível, que fique muito aparente na reprodução da faixa, temos alguns artifícios que podem fazer a correção.

Voltando no assunto da compressão, quando estamos comprimindo uma track devemos ter em mente que os picos estão sendo diminuídos pra poder aumentar os sinais sonoros que ta lá em baixo.

E o que está a baixo de tudo o que podemos ouvir?? Exatamente! Os ruídos! Então, se você está aumentando o volume médio do som, conseqüentemente, também estará aumentando os ruídos.

De-Essing:

Uma das técnicas que um masterizador pode vir à utilizar é o De-Esser, que apesar de corrigir um problema que deveria ser resolvido TAMBÉM na mixagem, em casos de sibilâncias mais suaves,podemos fazer a redução usando uma técnica de compressão dependente de freqüência.

Para que você entenda melhor o que é Sibilância, basta imaginar uma pessoa cantando em microfone sem equalização nenhuma.

Quando você está em um show, ou algum evento ao vivo, geralmente você percebe que alguns ‘’SS’’ saem ressonantes. Aquele excesso de ‘S’ é chamado de sibilância, mas, no caso da musicaeletrônica por exemplo, em que quase não existem vocais, a sibilância também pode estar presente, percebemos algumas freqüências agudas que incomodam o ouvido, como por exemplo no caso de um prato de bateria extremamente ressonante, que promove aquele (TSSH) engolindo todo o resto da música.

Então, para isso temos alguns plugins que nos permitem utilizar a técnica do De-Essing, que irá trabalhar somente em função do corte dessa sibilância.

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Adição de efeitos

Em alguns casos isolados o engenheiro de masterização pode ter que usar algum efeito adicional como eco ou delay.

Geralmente quando a música é produzida em poucos canais, quando existem lacunas no som, temos alguns artifícios pra dar aquela preenchida no som, fazendo com que soe mais completo.

Em alguns casos, também podemos ter que fazer automações de volume pra regular os níveis ou então pra promover algum efeito punch no som.

Edição

Em diversos casos, você receberá a musica com erros de exportação, e as vezes não tem jeito, a gente tem que pedir para o produtor exportar a música toda de novo. Porém, algumas vezes, fazendo alguma edição somos capazes de corrigir aquele probleminha.

No caso Por exemplo de uma música que termina com um delay no final, e o produtor exportou o arquivo cortando aquele tempo do finalzinho do delay, a música vai acabar do nada, com um corte muito aparente no final. Nesse caso poderíamos usar um fader ou criar um outro delay por cima daquele, pra não cortar a música de repente.

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FOR A DO SOFT WARE

MÓDULO 3

Nessa etapa iremos abordar os Principais cuidados e técnicas utilizadas do lado de fora do computador.

Tenha Sempre um monitor ou uma caixa de som como referencia.

Caso você não tem monitores de referencia, eu aconselho à pegar uma caixa de som qualquer emprestada ou até mesmo comprar um aparelho de som barato. É um equipamento de grande ajuda para que você possa ter uma noção completa da atuação da resistência do ar. (explicarei mais à frente)

Mesmo que você tenha ótimos monitore de referencia, se você não tiver um estúdio com a acústica tratada, jamais faça uma master usando um único tipo de equipamento para referência.

No caso de você ter pouco dinheiro pra investir, O meu conselho é que invista em bons headphones ao invés de bons monitores, mas ainda sim, tenha monitores da melhor qualidade que o seu bolso aguentar ou uma caixa de som qualquer.

Mas Rodrigo, agora fiquei confuso, é pra ter bons monitores ou bons headphones??_ No caso de pouco dinheiro para investimento, priorize ter bons headphones, mas procure ter alguma outra caixa de som à sua disposição.

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O que acontece é que, no caso de você estar usando headphones,A única coisa que existe entre os dois auto falantes é o seu cérebro. Você estará ouvindo o som da exata forma que o algoritmo codificado no digital é interpretado pela sua placa de som, mas você nunca terá uma referencia exata dos níveis, e também, jamais terá a noção certa de como aquele áudio estaria soando em uma caixa de um club ou uma festa open air. Existe um fator da física que o fone elimina, que é chamado de Resistencia do ar.

Quando o dispositivo de reprodução são caixas de som, antes que o sinal sonoro possa atingir seu ouvido, ele primeiro passa pelas moleculas de ar, que consequentemente acabam modificando a forma como o seu ouvido irá interpretar aquele som. Esse é o fator principal que me leva a crer ser ESSENCIAL ter um par de monitores como referencia, mesmo que sejam monitores de má qualidade.

Você não precisa de monitores super caros pra entender como a resistência do ar está atuando.É claro que, quanto melhor for o seu equipamento, mais qualidade você conseguirá atingir. Mas sabemos que, muitas vezes, os recursos são totalmente limitados. então aí vai a MINHA dica pessoal sobre como você deve agir em caso de falta de recursos:

Lembrando que isso é a forma que EU, Rodrigo encontrei pra driblar a falta de dinheiro, mas é sempre importante que você use a sua criatividade, faça seus próprios testes, até encontrar a melhor estratégia para o seu workflow.

Para começar devemos priorizar os fones.Por que priorizar os fones?

Na maioria dos casos, você terá uma referencia mais precisa utilizando os fones.

O ambiente influencia muito no som que vai chegar em seus ouvidos. (explicarei nas próximas aulas)É claro que é sempre bom fazer alguns ajustes no quarto, colocar algumas espumas e deixar a acústica da melhor forma que a gente puder em nosso ambiente de trabalho, mas pra ter um ambiente 100% confiável, você vai precisar de um profissional que faça o projeto da sua acústica.

Por isso, na maioria dos casos é melhor ter um bom par de headphones. O fone já estará eliminando todas as reflexões do seu home-studio e a maior parte dos seus problemas com acústica também.

Porém, essa dica só vale se o headphone for próprio para estúdio! Ele precisa ser feito pra isso!

Por melhor que seja o seu par de headphones e por mais caros que tenham custado, se não for um par desenvolvido propriamente para estúdio, ele não será linear.

Isso significa que a resposta de frequencia dele não será real. Esses fones comerciais geralmente são feitos com a resposta de frequencia afetada de acordo com o objetivo da empresa para seu público alvo.

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Os pares mais comerciais, costumam vir com um boost nas frequencias médio-agudas pra deixar o som mais brilhante e agradável. No caso do beats pró por exemplo (usei por um bom tempo), Você pode sentir o grave extremamente avantajado e ficar completamente empolgado, mas quando vai ouvir em outro sistema sonoro você percebe que o som não tem aquele bass todo que aparentava ter.

Portanto, quando Fizer a sua pesquisa de headphones no mercado procure sempre por fones lineares, próprios pra estúdio. Os chamados ‘’Fones de Referencia’’.

Então, agora que você já tem HeadPhones adequados, você vai fazer a sua masterização e em seguida, irá exportar o áudio de 3 formas diferentes:No meio do processo de master você certamente vai ficar em duvida entre as melhores decisões que poderia tomar para aquele determinado som, então você vai fazer 3 masterizações diferentes. (não precisa fazer o trabalho todo de novo. Basta usar o mesmo set up com pequenas modificações em cada um). Depois de exportar as 3 versões, você vai ouvir as 3 em tudo quanto é som que você tiver acesso!

Ouve no som do carro, no foninho de celular, na casa do amigo, na casa da avó.

Após ouvir as 3 versões no máximo de sistemas sonoros possível você irá primeiro identificar qual das 3 masterizaçoes atingiu a melhor qualidade. Depois você vai ouvir novamente essa versão escolhida em vários sistemas sonoros diferentes. Porém, dessa vez você estará tentando identificar as falhas e entendendo o que pode ser melhorado. Feito isso, você volta para o projeto aberto e resolve os problemas identificados.

Da trabalho? da trabalho! por isso, você vai precisar fazer algum investimento algum dia, mas eu garanto que essa é uma ótima forma de caçar com o gato!

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FOR A DO SOFT WARE - PAR TE 2

MODULO 3Parte 2

Entendendo um pouco de acústicaAcústica

É muito importante para um Engenheiro de Masterização saber um pouco sobre acústica. Se você não conhece bem a sua sala ou o seu ambiente de produção, pode ser enganado por ele.

Quando se fala em manipulação sonora, subentende-se que estamos trabalhando o tempo todo com ondas, e frequências. As ondas ficam soltas na sala, e por isso elas também vão gerar reflexões, que por sua vez, podem causar uma confusão mental e alterar as ondas sonoras quando chegam aos ouvidos.

Quer entender na prática? Escolha uma música de sua preferencia, algo que você já esteja bem familiarizado de preferencia, Coloque para tocar e preste atenção no som que o seu ouvido interpreta em 4 posições diferentes: sentado em frente ao computador, no fundo do quarto (ou da sala), encostado em alguma parede lateral, e sentado no chão do quarto em qualquer posição.

Você vai notar como é diferente em cada canto.

Existem diversos fatores que podem interferir na forma como o som chega em seus ouvidos. Os principais fatores são: o equilíbrio da sua sala e o equilíbrio dos seus monitores, embora existam outros fatores que também afetam a resposta do ouvido. Por exemplo, se você dormiu bem na ultima noite, ou quem sabe você já ouviu muita música naquele dia?! o seu ouvido também não terá uma resposta precisa.

Quanto mais você usa seus ouvidos durante o dia, mais terá a sensação de que eles vão se descalibrando aos poucos. Os ouvidos se cansam, Por isso eu sempre digo que a melhor hora pra fazer uma mixagem ou uma masterização é pela manhā, pouco tempo depois de você ter acordado. É nessa hora que o seu ouvido já está 100% calibrado e com uma resposta de frequência bem precisa.

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Devemos evitar fazer uma masterizarização em um dia em que estamos gripados. Aquela sensação de quando a gente sente o ouvido tampado de gripe, na verdade são as frequências agudas que não estão sendo percebidas.

Então além de um tratamento acústico e o equipamento, tudo tem que estar em dia no seu corpo e mente.

A primeira coisa que você deve saber, é o ponto da sala que devemos evitar qualquer tipo de reflexão. É exatamente esse ponto em vermelho na imagem a seguir onde você deve ficar sentado. A sala inteira deve ser tratada exatamente pra esse ponto. Sabendo disso podemos entender a melhor posição para seu desktop e monitores:

Vou te ensinar algumas dicas que podem te ajudar a melhorar o ambiente onde trabalha. Lembrando que isso são só alguns truques pra dar uma melhorada, mas que o ideal mesmo seria você contratar um projetista acústico e seguir suas orientações.

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Na Hora de ajustar sua mesa, é legal medir o quarto antes, e tentar deixar ela exatamente com a mesma distancia entre as paredes laterais, e ao mesmo tempo tente não deixa-la muito próxima da parede de trás ok? Isso irá influenciar na percepção dos graves.

Em relação à altura das caixas, o ideal é que seus ouvidos estejam sempre entre o woofer e o tweeter, que é aquele pequeno espaço que fica à cima do auto falante de baixo (o maior) e o de cima (o menor). Caso você não tenha um suporte temos que usar a criatividade para regular a altura da melhor forma possível. É muito importante lembrar também de colocar alguma espuma em baixo dos monitores. O contato dos monitores, com a prateleira geralmente afetará o som.

Geralmente, o maior problema das salas não tratadas é a sobra de graves. Para dar um basta nisso temos um tipo de espuma densa, algumas vezes com areia, chamado BassTrap. Os bass Trap devem ser posicionados sempre nos cantos da sala com a função de dar uma segurada nos graves para que você possa ouvir o som real.

No caso dos monitores, temos que formar um triangulo perfeito entre, Lado esquerdo, lado direito, e os seus ouvidos, Ou seja, se a distancia entre um monitor e outro é de 2 metros, a distancia entre você e os monitores também deverá ser de mais ou menos 2 metros, formando um triangulo igual ao da imagem.