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Concelhos do Douro - 150 Anos de Eça de Queiroz - promovido por Artur Victoria

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Percorrer as Aldeias, as Vilas e as Cidades do Douro, sem guia, nem tempo limitado, é uma aventura, e é fascinante. Contudo, essa disponibilidade não é fácil, para o comum das gentes. E então, o fio condutor é o Rio Douro e os seus afluentes, ribeiros e riachos. Dar um suporte gráfico de percursos ao meio físico do Rio e das Montanhas, é o mérito do Roteiro. Ele ajuda a indicar o lugar próprio, o sitio escolhido, para a cada instante, conhecer e amar o Douro e as suas gentes.Paulo ValladaEstas são as palavras ricas em vivência com que o Senhor Engenheiro Paulo Vallada prefaciou o Roteiro do Douro apresentado pelo seu promotor Dr. Artur Victoria como Presidente da Federação da Cultura Portuguesa nas comemorações dos 150 anos do nascimento de Eça de Queirós

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INSTITUTO PARA ODESENVOLVIMENTODA BACIA DO DOURO

150 ANOS DO NASCIMENTO,

D'EÇA DE QUEIROSCONCELHOS DO DOURO

1995

EXECUCÀODE

MARTINS &IRMAo, LDARUA DA W\~EIÇÀO, 31 ~ü.-\{) PORTO

TELEF.IFAX 2OO2OJ~

DEPÓ5110 lEGAL N' 867"1195· JUNHO 95

fOOEX

"Na Régua há uma demora (. .. ) Olha para o rio!Rolavamos na vertente de Ulna serra, sobre penhascos que

desabavam até largos solcalcos de vinhedo. Em baixo, numaesplanada, branquejava uma casa nobre(. ..). Pelo rio, onde a

água turva e tarda nem se quebrava contra as rochas, desciacom a vela cheia, um barco lento carregado de pipas. Para

além, U111 verde pálido de reseda, com oliveiras (. .. ).- O Douro, hem?... "

Eça de Queirozin A Cidade e as Serras

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PREFÁCIO

Percorrer as Aldeias, as Vilas e as Cidades do Douro, se711

guia, nem tempo limitado, é uma aventura, e é fascinante.

Contudo, essa disponibilidade não é fácil, para o comum das

gentes. E então, o fio condutor é o Rio Douro e os seus afluentes,

ribeiros e riachos. Dar um suporte gráfico de percursos ao meio

físico do Rio e das Montanhas, é o mérito do Roteiro. Ele ajuda a

indicar o lugar próprio, o sitio escolhido, para a cada instante,

conhecer e amar o Douro e as suas gentes.

Paulo Vallada

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ALIJÓ

40 Km a NE - 2824 h. Vila do distrito de Vila Real, sede de:;oncelho e de comarca; dista 45 Km da sede do distrito. Situa-se a500 m de altitude, nas faldas do serro granítico do Vilarelho e no~ebordo setentrional de uma ampla plataforma de terras férteis,)rodutoras de apreciados vinhos tanto de mesa como generosos.~ecebeu foral em 1226; a área concelhia actual abrange as dos~xtintos concelhos de Favaios, São Mamede de Ribatua e Vilar de\1açada. Na vila há de interesse o singelo pelourinho, a igreja)aroquial vizinha de um enorme plátano centenário, a anta da Fonte:oberta, a Pousada do Barão Forrester e o tribunal inaugurado em1966. Na zona norte do concelho abundam os vestígios de vidalolménica e castreja, sendo notável entre todos a anta da Chã, a 7 Kml NNE. ° píncaro da Senhora da Cunha, a 8 Km a E, constitui onais belo mirante do concelho, debruçado sobre o vale do Tua."?avaios, a 3 Km a SO, foi sede de concelho de 1211 a 1853, situadala margem esquerda do vale do rio Pinhão, é famosa pelo seuaboroso vinho moscatel; conserva um castro, um valioso chafariz,olares como o da família Sepúlveda e a casa dos Távoras, e tem na:apela de Santa Bárbara um execelente miradouro. A 6 Km a SE fica:ão Mamede de Ribatua, empoleirada sobre o majestoso vale do Tua,[ue recebeu em 1262 do arcebispo de Braga um foral perpétuo e queinda guarda o seu velho pelourinho. Sanfins do Douro, 7 Km a NO,á mencionada em 1258, possui castro de Cheires, o Solar det1onterroio e o Santuário de Nossa Senhora da Piedade que oferecem panorama admirável sobre o vale do Pinhão. A 10 Km a NEncontra-se a freguesia de Carlão, com a ruínas dum castro, oliradouro de Santa Catarina e as suas caldas, ao abandono comascentes de águas sulforosas radiactivas.

É Alijó a sede de um concelho, no coração do Douro,ssencialmente agrícola, que se estende desde a margem direita do'jo Douro até aos limites do concelho de Murça e, ainda, entre os

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Rios Tinhela, Tua e Pinhão que lhe conferem uma área aproximada de300 Km2 com 19 freguesias, 49 povoações e quase 20 000habitantes.

O concelho foi criado por decreto em 24 de Outubro de 1855(D. Pedro V), tendo a VILA DE ALIJÓ, segundo alguns autores,origem datada da época dos Romanos, sendo-lhe dado foral porD. Sancho II, em 1225, o qual também mandou proceder ao seupovoamento. Foi donatório desta Vila o Marquês de Távora.

Porém, a presença humana neste concelho vem da "noite dostempos", como o testemunham entre outros, a existência de Castros,as Pinturas Rupestres da Pala Pinta em Carlão e a Anta da FonteCoberta na freguesia de Vila Chã.

O património arqueológico é ainda enriquecido por Igrejas eSantuários dispersos neste concelho.

A actividade agrícola é a principal fonte de riquezanomeadamente Produtos Alimentares (Batata, Fruta, Azeite e Vinho)o Sector Florestal (Pinheiros, Castanheiros e Carvalhos). Permite-sedestacar o Vinho Fino, comercializado sob o nome de PORTO, oVinho Moscatel, ex-libris de Alijó e Favaios e as laranjas de SãoMamede de Riba Tua.

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ARMAMAR

o rio Douro enquadra o concelho a norte.É terra de gente que rompeu as entranhas duras da montanha à

força do pulso e à custa de muito suor para se tornar paraíso degostoso Vinho Fino.

Fusão da Beira (a que já pertenceu) e de Trás-os-Montes e AltoDouro, predomina por este facto, a policultura, caracterizando-se awna ribeirinha por culturas mediterrânicas e pelo vinho fino e~eneroso e a região sul por terrenos propícios à fruticultura com~randes e significativas áreas de pomar, sobretudo maçã.

Contudo, o concelho apesar de toda esta riqueza natural vê-se a)faços com uma das piores crises de mão-de-obra de que há memória:levido aos fluxos migratórios para os países europeus.

Abundam testemunhos arqueológicos que recuam, pelo menos,1 cultura Castreja. A Igreja de fundação românica, a capela de). Domingos, romano-gótica e um valioso património etnográfico diz)em da história desta terra.

O concelho tem uma área aproximada a 115 Km2 distribuída)or 19 freguesias com uma população residente de 9426 habitantes.

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As artes tradicionais quase em vias de extinção têm aindallguma presença na cestaria (cestos vindimos), na tamancaria e naanoana.

O cesto vindimo, genuíno símbolo da actividade vinícola do)ouro tem, na robustez da verga de castanho na morfologia da suaonstrução sobre a altura, a melhor adaptação aos ombros do homem[ue o transporta nos declinosos e estreitos caminhos das vinhas.

Os tamancos, de brando pau de amieiro e couro por vezeslvrado com desenhos tradicionais eram a mais eficaz forma de calçargente do povo para os maus caminhos da encosta.

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BAIÃO

Vila do distrito e diocese do Porto, sede de concelho e de::omarca, e cuja freguesia tem a denominação de Campelo; dista doPorto 67 km. Está situada numa das vertentes ocidentais da serra do\1arão, a 520 m de altitude, face ao chamado Castelo de Matos,;obranceira a um vale irrigado pela ribeira de Ovi!. Na sua área hámmerosos vestígios de ocupação pré-histórica. O topónimo recorre10 rico-homem D. Arnaldo de Baião, antepassado de Egas Moniz, quelesta terra por ele conquistada aos Mouros, terá fixado a sua casa;enhorial entre 985 e 990. Baião foi concedida a D. Froila em 1112 e'ecebeu foral manuelino em 1513. A igreja paroquial conserva o arluma igreja românica adulterada. Baião possui casas solarengas dos:éculos XVII e XVIII, como a Casa de Esmeriz (da família Pinto~onseca), a Casa do Mosteiro (antigo Solar dos Negrões), Casa da)enalva (Solar dos Azevedo Pintos), Casa de Arouce em Laivos doJante, e, em Santa Cruz do Douro, as Casas da Capela, de:abaceção, de Agrelos e de Vila Nova (Tormes) imortalizada por Eçale Queirós em A Cidade e as Serras. Em Ancede, 9 km a S, podem'er-se as ruínas do velho convento beneditino do Ermelo com a igrejaomânica de três naves com capelas rectangulares, apresentando umos capitéis da abside o escudo das quinas sustentado por dois anjos.Ja área concelhia de Baião, do que é o mais rural de todos osoncelhos do distrito do Porto, abundam os locais de interesseaisagístico: O Miradouro da Serrinha, de perfil cómico, 10 km a NE;s Padrões da Teixeira, 15 km a NE, a 760 m e 830 m de altitude.

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CARRAZEDA DE ANSIÃES

As ruinas do Castelo de Ansiães, da cerca, das Igrejas deS. Salvador e de S. João (extramuros) datam da idade Média. Foineste período que Ansiães teve o ponto mais alto da sua históriamilenar.

Ansiães teve o seu 1.0 foral dado por Fernando Magno Rei deLião e Castela no século IX que foi confirmado por D. Afonso I(supõe-se que foi em 1160).

Em 1734, a sede do concelho é transferida para Carrazeda. Em1789, Ansiães estava completamente deserta.

Os atractivos desta região são inúmeros desde as encostas doDouro onde se produzem as famosas cepas doiradas que dão origemao tão famoso "vinho do Porto". Na zona planáltica a actividadepredominante é a agricultura com destaque para pastorícia, a culturada batata e a produção da maçã.

Carrazeda é toda ela um miradouro. O seu património históricoé inestimável, como o testemunham as inúmeras antas ali existentes,as quintas romanas, os castelos de Ansiães e Linhares, e pinturarupestre do cachão da Rapa. Com a navegabilidade do rio Douro;' sãoinúmeros os turistas que se deixam fascinar por tão belas paisagens. Aregião é constantemente penetrada por embarcações que nos chegampor via fluvial. Para isso existem já algumas infrastruturas de apoiocomo sejam o cais da sa. da Ribeira e de Foz-Tua.

As festas e romarias alegram o concelho, quase eexlusivamente na época de verão, com destaque para a festa dese. Agueda na sede do concelho e a festa de Sta. Eufémia ou da"Marrã" em Lavandeiras.

O concelho é composto por 19 freguesias, distribuidas por umaárea de 290 Km2 onde residem cerca de 9000 habitantes.

Como em tantas outras terras também aqui o povo foijescobrindo técnicas próprias para fazer os seus pertences, fabricar as

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suas alfaias e utensílios, equipar a sua habitação, produzir bens paravenda. Muitas peças de uso continuam a ser artesanais: cestaria emcastanho, tanoaria, tecelagem e latoaria.

Há ainda um tipo de artesanato que se revela pelo valorartístico das sua obras, e esculturas em madeira para arte sacra.

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CASTELO DE PAIVA

6asis de Ternura

Terra de Martim de Bulhões e D. Teresa Taveira, Senhores deGodim e Vegide e pais de Santo António.

Tem foral dado por EI-Rei D. Manuel I em 1 de Dezembro de1513 (há quem defenda porém que em 1260 D. Afonso III teriaoutorgado um primeiro foral a esta terra).

Síto a escassos 50 kms. da cidade do Porto, é o concelho maislongíquo da sede do Distrito a que pertence (Aveiro), estendendo-sedos limites de Arouca até ao Rio Douro, entre os Concelhos deCinfães, Gondomar, e Santa Maria da Feira.

É limitado a norte pelo rio Douro que o separa dos concelhosde Marco de Canaveses, Penafiel e Gondormar; está separado, a Sul,do concelho de Arouca por uma cordilheira de serras (a Serra Alta oude Santo Adrião, Cerquidelo, Gamarão e a Serra da Vala); serve-lhede termo, a Este, o rio Paiva que o separa do concelho de Cinfães; aOeste, é limitado pelo rio Arda, Serra do Cabeço de Sobreiro e oRibeiro de Areja, que o separam dos concelhos de Arouca eGondomar.

Nele se fixaram, no passado, os Romanos, os Germanos(alanos e visigodos) e os Muçulmanos.

Área: 109 Km2. 18.000 Habitantes. 9 Freguesias.Pertence à Região de Turismo da "Rota da Luz".

4..ctividades Produtivas:

* Agricultura - em pequenas explorações, com a cultura donilho, frutas, batata, produtos hortícolas, azeite e vinho verde.

* Silvicultura" Indústria - transformação de madeira, calçado,nobiliário, vestuário, construção civil, exploração de rochas (granito)

* Comércio e Serviços I» O Subsolo é rico em recursosninerais, como o carvão, o antimónio, o chumbo e o zinco.

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Monumentos e Locais de Interesse:* Monumento Funerário de Sobrado* Fonte existente nos jardins da Quinta da Boavista* Pelourinho da Freguesia de Raiva* Solar e Quinta da Fisga* Capela da Quinta de Vegide* Igreja da Freguesia de Real* Penedo de Vegide, com 2 sepulturas escavadas* Edifício da Cadeia - Vila* Monte de S. Domingos* Monte de Santo Adrião* Margens dos tios Douro, Paiva e Arda.

Feiras e Romarias de Maior Interesse:* S. Domingos (Romaria religiosa) - 3 e 4 de Agosto* Santa Eufémia (Romaria religiosa / profana) - 14, 15 e 16 de

Setembro* Nossa Senhora das Amoras (Festa religiosa / profana) - 6, 7,

e 8 de Setembro* Festejos Populares de S. João - mês de Junho* Feira de Castelo de Paiva - dias 6 e 21 de cada mês

Artesanato:* Fabrico de objectos artísticos em cobre, latão e estanho* Manufacturação de mantas e cestos.

Praias Fluviais:Nas margens dos rios Paiva e Douro

Pesca:Nos rios Douro, Paiva e Arda, do muge, tainha, enguia, boga,

lampreia, barbo e truta.

Cozinha Regional:Arroz de lampreia, na época devida, bacalhau e cabrito

assados, doces de Serradêlo e o vinho verde renomado da região.

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CINFÃES

o actual concelho de Cinfães corresponde às áreas das "terras"medievais de Sanfins., S. Salvador e Ferreiros de Tendais.

Na pré-nacionalidade foi seu "rico-homem" Egas Moniz, o aiodo primeiro rei, que por estas terras e vizinhanças terá passado algumtempo da sua infância.

Acompanhando, a Norte, a margem esquerda do rio Douro,num percurso de cerca de 30 quilómetros e desenvolvendo-se por todaa vertente norte da serra do Montemuro, o concelho apresenta, porisso, características muito diferentes na sua área geográfica.

A principal actividade é a agricultura, em pequenasexplorações, predominando a cultura do milho, vinho verde e frutas.Na zona serrana a pastorícia e em cota intermédia a silvicultura são asactividades mais importantes.

O património histórico-cultural é muito rico. É na grandemaioria de cariz religioso e às igrejas e capelas andam associadasmuitas festas e romarias.

O concelho é composto por 17 freguesias, distribuídas por umaárea de 248 Km2 onde residem cerca de 25.000 habitantes.

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Talvez devido a um certo isolamento que se tem mantido já pordemasiado tempo, muitas das actividades artesanais resistiram e aindahoje se podem encontrar artefactos de latoaria, tanoaria, trança depalha (chapéus e ceiras), marcenaria, correaria, tamancaria, tecelageme cestaria (vime, verga, palha e silva).

As miniaturas, do barco rabelo evocam e preservam o saber artesãodos construtores de um dos mais interessantes meios da transporte adaptadaa um lio (o Douro) e uma função (carregamento de pipas de vinho).

Os chapéus de palha, de elegantes formas e a agradável presençada palha dourada do centeio, sua matéria-prima, expressam uma antigaeconomia agro-pastoril de suficiência. Hoje o seu uso estendeu-se a umaalargada vivência urbana.

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FIGUEIRA DE CASTELO RODRIGO

Vila do distrito e da diocese da Guarda, sede de concelho e de~omarca; dista da Guarda 64 km. Fica no sopé setentrional da serra da\1orofa, num amplo chão a 627 m de altitude, a 3.5 km da margem~squerda da ribeira de Aguiar, afluente do Douro. Em 1836 Figueiraje Castelo Rodrigo substituiu a Castelo Rodrigo como sede de:oncelho que recebeu foral de D. Sancho I em 1209 e foral novo de). Manuel I em 1508, e foi fortificada por D. Dinis em 1296. Na vila;ão dignos de nota: a igreja matriz, de fachada barroca e torre sineiraluadrangular, apresentando no interior um admirável vão de arcolbatido que sustenta o coro, a ponte românica (século XIV) sobre a'ibeira .de Aguiar, o Solar dos Saraivas, no alto da Sapadinha e a serrala Morofa que tem no cimo, a 976 m de altitude, a imagem de Cristo­(ei, donde se desfruta de um vasto e grandioso panorama, sobretudo[uando as amendoeiras estão em flor. A 2 km a NE encontra-se ov1osteiro de Santa Maria de Aguiar, já existente em 1165 e.bandonado pelos Cistercienses em virtude da extinção das ordenseligiosas pelos liberais em 1834; do convento conserya-se a Sala do:apítulo com magnífico tecto artesoado; igreja româncio-gótica, del'és belíssimas banes com tecto artesoado, tem um portal manuelinoa sacristia onde se conserva uma imagem quinhentista de Santa:atarina, de mármore. A 3 km a SE fica Castelo Rodrigo com oselhos muros desmantelados do seu castelo (séculos XV-XVII)lcandorado num cabeço a 820 m de altitude, guarnecido de treze)rreões redondos que fazem lembrar a cidade castelhana de Ávila,om a cisterna dos tempos muçulmanos (contém uma portada em arcoe ferradura), com a pequena igreja matriz românica modificada no~culo XVII, com as ruínas do palácio que pertenceu ao traidor:ristóvão de Moura, com o pelourinho manuelino de gaiola e váriasmelas manuelinas na Rua da Cadeia. Em Freixedo de Numão, 6 km aI, encontra-se a Casa e Torre do Metelos (séculos XV-XVII). Na'eguesia de Mata de Lobos, 6 km a E, ergue-se a Cruz de Pedro

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Jacques, em comemoração da vitória de 3 de Julho de 1664 obtida nolocal durante a Guerra da Restauração. A 8 km a NNE encontra-seEscalhão com os restos de um castelo medieval e uma igrejagrandiosa, de raíz medieval, com pinturas murais de valia riquíssima,talha dourada. Escarigo, 15 km a SE, na fronteira espanhola,apresenta uma igreja com tecto hispano-árabe de laçaria graciosa eoriginal.

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FREIXO DE ESPADA À CINTA

o concelho de Freixo de Espada à Cinta fica situado na RegiãoNorte e pertence ao distrito de Bragança. Como limites tem, a NorteMogadouro; a Este Espanha; a Sul o Concelho de Figueira de CasteloRodrigo, e por fim a Oeste o concelho de Moncorvo.

O concelho é composto por 6 freguesias, distribuídas porLIma área 297 Km2 onde residem cerca de 4.914 habitantes.

Sem problemas significativos de poluição, o concelho deFreixo de Espada á Cinta apresenta grande qualidade paisagística comJma intervenção humana equilibrada.

Existe um cabaz de produtos locais que revelam uma grande:ipicidade e apresentam uma invulgar qualidade de fabrico, no campo:la produção agrária. Freixo de Espada á Cinta é um concelhoJfofundamente agricola e é nas actividades agricolas que reúne asnaiores potencialidades de desenvolvimento, é de destacar aJfodução do vinho generoso, azeitona de conserva, mel, laranja elmêndoa.

Porém nestas zonas isoladas onde o desenvolvimento parece~ternamente condenado a não singrar há trunfos a considerar; umanão de obra flexível, que se poderá adaptar a novas formas de)roduzir; um significativo património cultural, natural elrquitectónico que poderá também ser uma sólida base de trabalho.

Locais a visitar: Miradouro do "Penedo Durão", Praia Fluvialla Congida, Circuito da Ribeira de S. Tiago contemplando anaravilhosa estrada do Candedo, Calçada de Alpajares, até Barca)' Alva. Miradouro de Lagoaça sob as Arribas do Douronternacional, miradouro do Alto Pirocão e Cabeço de Nossa Senhoralos Montes Ermos protectora dos Freixenistas.

Monumentos: Castelo ou Torre dv Galo, importante Torreleptagonal, Igreja Matriz, Pelourinho, Igreja àa Misericórdia (século(VI), Convento de S. Filipe de Neri, Estátuas de Jorge Alvares,}uerra Junqueiro e Almirante Sarmento Rodrigues, três grandes'ultos de Freixo.

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Vestigios castrejos em Lagoaça, Castelo de Alva em Poiares,Convento de S. Filipe de Neri.

A gravura rupestre de Masouco e as pinturas rupestres dasMinhas da Fonte de Santa em Lagoaça, AltarMor de talha dourada,(século XVII), da Capela de Fornos.

Gastronomia: Empadas e enchidos, queijo de ovelha e cabra,doces de amêndoa Vinho Fino, laranjas, azeitonas de conserva.

Romarias: Romaria da Senhora dos Montes Ermos (15 deAgosto) em Freixo. Festa de Nossa Senhora das Graças em Lagoaça(Setembro). Festa de Nosso Senhor da Rua Nova (Setembro) emFornos. Festa de Santa Bárbara (2a semana de Agosto) em Ligares.Festa de S. Isidoro em honra de Santa Bárbara (última semana deAgosto).

Artesanato: Colchas em seda e lã, tapetes, toalhas e colchasde renda.

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GONDOMAR

Vila do distrito e diocese do Porto, sede de concelho e de~omarca. O casario estende-se por um pequeno plano, a 124 m delatitude, rodeado de terrenos acidentados onde emergem montes'elativamente elevados e vales ubérrimos de estuante verdura.

Características as suas indústrias de ourivesaria com aJrodução de filigrana e a de mobiliário; possui também o:lesenvolvimento da pecuária e do cultivo de produtos hortícolasradicionalmente exportados para a cidade do Porto. No concelho hálinda a exploração de madeiras e pesca do sável e da lampreia. Nalécada de 80 começou a realizar-se em Gondomar, anualmente, com) patrocínio da Câmara Municipal, a Feira Agrícola e Industrial de::iondomar (Agrindústria), verdadeiro espelho da actividade~conómica do concelho gondomarense. As vias de comunicaçãolctuais não correspondem ao crescimento do tráfego registado na área10 concelho cuja densidade populacional é das mais elevadas do País,~stando por isso em projecto a abertura de novas estradas e,lOmeadamente, de uma via que ligue Gondomar à cintura interna da:idade do Porto.

O topónimo parece relacionar-se com o rei visigodo Flávio:Jundemário que terá habitado esta área entre 610 e 612. Mas o localá tinha sido povoado muito antes como o demonstram os vestígios~ncontrados no monte Crasto. A povoação de Gondomar encontra-selocumentada a partir de 994, mas já em 897 surge mencionada agreja de Santa Eulália na área do concelho gondomarense, em7ânzeres. D. Sancho I em 1191 demarcou o couto de Gondomar,loando-o ao bispo do Porto e concedendo-lhe em 1193 carta de foral,[ue viria a ser confirmada em 1213 por D. Afonso II. Nessa alturaséculo XIII), a Terra de Gondomar ia desde o rio Sousa até à cidadelo Porto, incluindo a área de Campanhã que só nos últimos anos doéculo XIX seria integrada na Cidade da Virgem. Mas anos antes, ooncelho de Gondomar absorvera São Pedro da Cova (1836) e Rio'into (1868). Em 1514 Gondomar recebeu foral manuelino, mas areguesia de São Cosme, sede do concelho, só foi elevada a vilam 1927.

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A actual igreja, datada de 1727, contém na frontaria asimagens expressivas dos seus padroeiros, os médicos São Cosme eSão Damião. São de 1713 os cruzeiros do monte Calvário. Os Paçosdo Concelho, construídos entre 1899 e 1901, ocupam um amploedifício neoclássico com fachada simétrica. A Casa da Quinta é umamoradia senhorial do século XVIII com uma capelinha singela emhonra de Nossa Senhora dos Homens. A vila possui algumas casas doséculo XVIII dignas de nota e uma ou outra do século XIX revestidasde azulejos.

Típico de Gondomar é o fabrico da filigrana: as suas arrecadas,brincos, corações e cordões, feitos de ouro, são jóiasindissociavelmente unidas ao tradicional trajo das lavradeiras de EntreDouro e Minho.

A sua principal romaria, em honra de Nossa Senhora doRosário, realiza-se no primeiro fim-de-semana de Outubro, havendosimultaneamente a Feira das Nozes, anual. No monte Crasto a festaem honra do patrono, Santo Isídro, realiza-se no domingo de pascoela,e em memória de São Cosme e São Damião a 27 de Setembro. A festado monte Calvário ao Senhor dos Aflitos ocorre no último domingode Agosto.

Há na vila o Grupo de Futebol de Gondomar.Ergue-se em Gondomar, a 194m de altitude, o arborizado

Monte Crasto, encimando pela capela dedicada a Santo Isídro, emcujo terreiro há cruzeiros datados de 1757 e 1759: a subida ao montefaz lembrar, em escala diminuta, a da serra de Sintra e lá no altodesfruta-se duma vista admirável sobre a cidade do Porto. Jovim, 5km a E, a 173m de altitude, oferece amplos panoramas de além­Douro, em direcção às históricas Terras de Santa Maria. Andandomais 3 km para E chega-se à Foz do Sousa, com a sua moderna eesbelta ponte de betão e as instalações da captação de água para oGrande Porto. Em Melres, 19 km a E de Gondomar, que foi vila até1834 e mantém o topónimo Largo do Pelourinho, pode admirar-se oziguezague do rio Douro, que forma uma utêntico cotovelo, fruto doseu trabalho desgastador para abrir caminho para o mar vencendo amuralha silúrica que vai do Pejão a Valongo. Fronteira a Melres, na

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margem esquerda do rio Douro - única freguesia situada além-Douro ­ergue-se a povoação da Lomba, que no alto do Camouco, a 145m dealtitude, oferece um miradouro donde se obtém um espectáculodesconcertante sobre o rio Douro, pois não se descortina facilmentepara que lado corre o rio que banha o concelho numa extensão de 30km.

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LAMEGO

Uma história fascinante

A origem de Lamego perde-se na noite de tempos imemoriais.Diferentes povos foram atraídos pela beleza das suas paisagens, pelariqueza das suas terras e rios, pela amenidade dos seu clima e pelovalor estratégico e militar da respectiva localização.

Onde Nasceu Portugal

Nos alvores da nacionalidade, temos notícia de ser o territóriode Riba Douro tenência de D. Egas Moniz, aio do primeiro Rei dePortugal, tendo Lamego ficado indissoluvelmente ligada á fundaçãode Portugal e não constituindo surpresa a eleição desta cidadehistórica como palco da realização das lendárias primeiras cortesnaCIOnaiS.

Sempre leal e a mais portuguesa de todas as cidades, guardanas suas ruas e praças a memória de grandeza e esplendor do passado,num património bem cuidado e preservado para as geraçõesvindouras.

A Fé e a Espada

À sombra do Castelo e da Catedral, da Espada e da Fé, cresceuLamego. O Castelo, construido no século XII, com a sua emblemáticac altaneira Torre de Menagem é o melhor ex-libris da cidade. No seulnterior conserva uma curiosa cisterna, obra única e admirável, provalnequívoca da influência mourisca.

A Sé Catedral com a bela Torre, também do mesmo século, e ama rica fachada já do século XVI é um imponente e vistoso exemplar:lo gótico flamejante da época aurea dos Descobrimentos. A preciosaalha dourada, os azulejos histriados, os gradeamentos trabalhados em'erro forjado, os frescos das abóbodas da autoria de Nasoni e os'espeitosos orgãos da Capela Mor, tornam-no um monumento de)eleza ímpar.

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A romaria dos Portugueses

Sobranceiro à cidade, distinto no alto dos seus quase 600metros de altitude, incrustados corno um pérola no meio de umverdejante parque, está o Santuário da Nossa Senhora dos Remédios,a padroeira de Lamego.

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MARCO DE CANAVESES(um concelho de desenvolvimento)

o concelho de Marco de Canaveses nasceu em 1852, pordecreto de D. Maria II. Está administrativamente ligado ao DouroLitoral e integrada na Região de Turismo da Serra do Marão. Mas asafinidades animicas das suas gentes são preferencialmente com as doEntre-Douro-e-Minho, em ambos os lugares, o homem é realizador,criativo, empreendedor e pluriprofissional, tanto quanto laborioso epersistente.

Um relativo afastamento (com os dias contados, aliás, porforça das nova propostas rodoviárias para a região) da principal via decomunicação entre o Porto e o interior transmontano não constituiuimpedimento para que o concelho de Marco de Canaveses não tivesseprogredido notavelmente no plano económico, sem com isso perder oseu interesse turístico-cultural. De facto, são essas duas valências - aprosperidade econónomica e a riqueza turístico-cultural - que maismobilizam a atenção de quem passa pelo Concelho.

As actividades agrícolas predominam, naturalmente, e éforçoso reconhecer que o Concelho tem potencialidades para vir aconstituir uma das origens principais de hortaliças, saladas e frutaspara os mercados abastecedores da Área Metropolitana do Porto. Masa indústria, seja em média escala ou em dimensão quase artesanal,está também presente um pouco por toda a parte; simplesmente souberespeitar todo um complexo de elementos naturais, etnográficos,históricos e monumentais que continua a atrair a atenção daqueles quebuscam mais do que fábricas e grandes aglomerados populacionais.Em certos casos, a própria indústria foi mais longe; constituiu-se elaprópria em elemento gerador de sinais de cultura. Basta ter presenteos granitos e cantarias, que aqui são explorados e geram prosperidade,mas por outro lado dão corpo a uma notável riqueza arquitectónica,nomeadamente em termos de românico e de barroco.

O concelho de Marco de Canaveses tem um destino e umavocação marcados pelos dois rios que o delimitam: o Douro e o

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Tâmega, daí a expressão "Entre o Douro e o Tâmega, onde começa oMarão". Esta condição fluvial é favorável ao turismo baseado nosdesportos: a vela, o windsurf, a canoagem... As albufeiras artificiaisde Carrapatelo (no Douro) e do Torrão (no Tâmega) prestam-se àmaravilha para essas saudáveis actividades. O rio Douro é, além,disso, uma ampla estrada liquida por onde circulam barcos turísticos,percorrendo um dos mais impressionantes itenerários que é possívelencontrar seja onde for.

Paisagisticamente, os rios completam-se com a montanha,numa simbiose quase perfeita. Quem, um dia, desceu uma das muitasestradas secundárias que levam ao Douro, dificilmente esquece omomento em que, no desfazer de uma curva, o rio surgiu finalmentelá no fundo - uma superficie preguiçosa, repousada, em vivo contrastecom o ritmo agitado dos acidentes da orografia. As serras daAboboreira e de Montedeiras são uma sequência quase ininterrupta depontos de vista de uma grandiosidade esmagadora. Além disso, oprimeiro interesse no plano arqueológico; ali se encontramimportantes vestigios pré-históricos, nomeadamente antas e mamoas.Também no plano cinegético: ali foi recentemente criada uma zona decaça turística, repartida pelos concelhos de Marco de Canaveses eBaião, fazendo justiça à abundância de espécies.

Por falar em arqueologia, um outro local merece atenção evisita detalhada; os vistígios de Tongóbriga, numa chamada ÁreaArqueológica do Freixo. Tongóbriga era uma importante povoaçãoromana, de que restam ( e são objecto de cuidadoso estudo epreservação) as termas, o forum, zonas habitacionais e umanecrópole.

Depois, ao longo dos tempos, o homem foi deixando outrosvestígios artísticos e hoje é possivel falar, por exemplo, de umimportante circuito románico (de igreja, sobretudo; Vila Boa deQuires, Tabuado, Santo Isidoro, Sobretâmega, São Nicolau ... ), que seprolonga pelos concelhos de Penafiel e Amarante. O barroco estátambém presente com grande força em igrejas (designadamente dosconventos de Vila Boa de Bispo e de alpendorada) e sobretudo casassolarengas:· as Obras do Fidalgo (interessante palacete inacabada, em

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Vila Boa de Quires), o solar dos Mourões (cidade), o solar do Ribeiro(São Lourenço do Douro), a Casa Grande (Ariz), as Casas de Quintã(Soalhães) e da Picota (Tuias), de Carrapatelo (Penhalonga), do Cabo(Várzea de Ovelha e Aliviada), de Cavalhõesinhos (Vila Boa doBispo), de Bustelo (Banho e Carvalhosa), etc.

Qualquer igreja é capaz de nos surpreender ou então de nosemocionar nem que seja apenas por um pormenor de talha dourada(Vila Boa do Bispo, Soalhães, Alpendorado, Manhuncelos e SãoNicolau), de azulejo (Soalhães, Vila Boa do Bispos e Vila Boa deQuires) ou uma pintura interior (frescos em Santo Isidoro, Tabuado eSão Nicolau).

Depois há os castros, sobressaindo o de Arados, na partilha deAlpendorada, Ariz e Fuís as sepulturas antropomóricas, ospelourinhos (São Nicolau, Vila Boa de Quires, Soalhães), o curiosomemorial de Alpendorada...

Próximo da sede do Concelho existe uma estância hidrológicade grande potencial, as Caldas de Canaveses, de águas sulfurosasarsenicais muito activas, utilizadas e famosas já em tempos romanos.O termalismo é, assim, mais uma valência turística deste Concelhomulifacetado.

Nenhum prospecto promocional fica completo sem uma alusãoaos aspectos etnográficos nomeadamente hoje que o interesse pelaantropologia não cessa de crescer. Assim, refira-se o artesanato, emiue avultam os cobres, a cestaria, os chapéus de palha, a tanoaria, asrendas, os bordados e a cantaria. Refira-se também a gastronomia,:om destaque para o caldo verde, o cabrito com arroz de forno, o anholssado e a famosa lampreia, ali mesmo ao lado, em Entre-os-Rios.\Jão se esqueçam, obviamente, os vinhos verdes, únicos no mundo,ios quais existem uma dúzia de bons produtores engarrafadores, e aioçaria regional, onde pontificam o pão-de-ló, as cavacas de Freixo eie Favões, os biscoitos da Duriense e as fatias de Casa dos:"-enteirões, em Freixo. As Feiras, Festas e Romarias são outra·valência capazes de motivarem o turista, pelo seu colorido e pelo que'evelam da alma do povo. Na cidade há feiras animadas a 3 e 15 de~ada mês; em Feira Nova, (Ariz), a 12 e 27. Quanto a festas, uma

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capitosa mistura de sagrado e profano, mencionam-se as Festas daCidade, em honra de Santa Marinha (Julho); da Senhora da Livração(Maio), em Toutas; da Senhora do Socorro (último Domingo deJulho), em Vila Boa de Quires; da Senhora da Ascensão (15 deAgosto), em Vila Boa do Bispo; e da Senhora do Castelinho (8 deSetembro), em Avessadas, feriado municipal.

A prosperidade de que falámos acima manifesta-se de modoespecial na cidade de Marco de Canaveses, povoação moderna earejada, com uma notável animação urbana e comercial e dotada,além disso, de muito bom equipamento desportivo (estádio de futebol,complexo de piscinas, pavilhão gimnodesportivo) e cultural (MuseuCarmen Miranda, cujo nome homenageia uma célebre vedeta dacanção e do cinema, no Brasil e em Hollywood, nos anos 30 e 40,nascida no Concelho; Biblioteca e Auditório Municipais e Posto deTurismo; etc.).

Por fim, e porque é ponto que interesse particularmente aovisitante, refiram-se os equipamentos hoteleiros e da restauração.Diversas intenções de investimento nestas áreas, quer na sede doConcelho, quer na área de influência da albufeira do Torrão, virãobrevemente reforçar uma oferta que já é apreciável.

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MESÃO FRIO

Vila do distrito de Vila Real, sede de concelho e de comarca;lista 39 km da sede do distrito. O casario acompanha a estrada desde350 a 500 m de altitude, nas faldas da serra do Marão, sobranceira aocio Douro, defronta da serra de Montemuro. D. Afonso Henriques:.:oncedeu-Ihe foral e a rainha D. Mafalda, sua mulher, dotou-a comLlma albergaria e instituiu no Douro a passagem gratuita de barca que..;e manteve durante séculos. A vila conserva o pelourinho; a Igreja deSão Nicolau de raiz românico-gótica, mas alterada a meados do..;éculo XVIII, com sete arcas tumulares românicas do adro; aMisericórdia, em bom estilo renascentista; o antigo Convento de SãoFrancisco onde se instalaram os paços do Concelho; as moradiasJrasonadas: Casa da Picota, Casa dos Guedes e Casa de São~icolau (século XVIII). A 5 km a SO fica a freguesia de BarqueirosJnde teve início a demarcação pombalina do vinho do Porto; situada~ntre despenhadeiros, com o Douro outrora a correr ao fundo entre::aóticas penedias agora submersas pela Barragem do Carrapatelo,::onserva o seu velho pelourinho e a Torre do Pilar. A 5 km a S~ncontra-se a estação ferroviária da Rede que serve a sede do::oncelho; nela são dignas de ver-se a casa da família Alpoim (séculoXVIII) e a Quinta de Santiago. Em Vila Marim, 5 km a NE, situa-se) Miradouro da Boa Vista, que proporciona ao visitante dos lados e O,) 10 grande anfiteatro do "país do vinho", sendo uma autênticavaranda do vale do Douro e da montanha fronteira de Montemuro.

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PENAFIEL

Penafiel é hoje um extenso e desenvolvido Concelho no Centrodas Terras Verdes do Vale do Sousa.

Conhecida por Arrifana de Sousa até ao século XVIII, seriaelevada a cidade em 1770 pelo rei D. José r.

Singularmente, a bula de 1 de Junho da mesma data (dopontífice Clemente XIV) elevou-a sede episcopal abrangendo 102paróquias e a "Comarca".

Também conhecida por Capital do Vale do Sousa, Penafiel éactualmente sede de um vasto concelho, a 30 Km do Porto, que seestende por 212 Km2 e 38 Freguesias, num total de 75000 habitantes.

Grande centro aglutinador de vias de comunicação, o seu::rescimento económico e, naturalmente, demográfico irá assumir umatlova dinâmica se tivermos em conta a proximidade da auto-estrada eJutros itenerários principais.

Refira-se, igualmente a proximidade ao 2° maior centro urbanoio País.

O Concelho estende-se entre os rios Sousa, Tâmega e DouroJor vales fertilíssimos, onde se produzem excelentes vinhos verdes,Tutas, cereais e lacticínios.

Refira-se que o afamado vinho da Quinta da Aveleda, a 3 Km10 centro da cidade, assume uma projecção nacional e internacionallerdadeiramente assinalável.

A relação deste Concelho com os seus recursos hídricoslaturais é já notável e a defesa, protecção e aproveitamento'acionalizado deste património natural será, em cada momento, uma)reocupação do actual Executivo; o Vale do Tâmega com o rio e tudolue ele significa (pesca, desporto naútico, lazer); o Vale do Douro de~ntre-os-Rios a Rio Mau a propocionar desportos e cruzeiros:ircunscritos a belas paisagens; o resplandescente Vale do Sousa...

Penafiel tem vivido, nas últimas décadas uma autênticaevolução industrial merecendo especial destaque a industria têxtil e axtracção dos granitos.

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Actualmente, o concelho representa o mais importante Centrode Comércio de toda a região circundante.

O território do Concelho é igualmente rico em monumentoshistórico-culturais: a Igreja Matriz em estilo Renasccentista um dosmais valiosos monumentos reconstruídos em 1561, a Igreja daMisericórdia (outrora sede episcopal), o Santuário neogótico­bizantino da Nossa Senhora da Piedade (Parque do Sameiro), o queconstitui um excelente miradouro donde se vislumbra todo o Vale doSousa e uma extensa área que vai desde a Serra de Arouca até aoGerês; os Paços do Concelho cuja construção remonta ao séculoXVIII, o Castro do Monte do Mozinho (da Idade do Ferro), a Anta,também conhecida pelos Fornos dos Mouros, em Santa Marta, a 2 Kmda cidade e que consta praticamente de todos os manuais de História,o Mosteiro de S. Salvador de Paços de Sousa, notável conjuntomedieval (milinário/1994), a Torre e as Termas de S. Vicente, as ruastípicas da cidade e os monumentos em diferentes estilos Uá referimosalguns), o Convento de Bustelo e os ricos solares espalhadas peloconcelho, com as suas belas capelas, a Torre de Coreixas, a Casa eHonra de Barbosa, as Igrejas Romãnticas de Boelhe, Eja, Gandra eAbragão, as ruínas do Castelo, o curioso Cruzeiro das Lampreias, etc.

As festas e romarias populares sobretudo a do Corpo de Deusna Primavera, a de S. Bartolomeu no Verão e a do S. Martinho noOutono (as duas últimas são feiras anuais que se realizam no dia 24 deAgosto e 11 de Novembro - Feriado Municipal - respectivamente),acompanham uma etnografia rica e uma gastronomia preservada.Destaque-se aqui a Feira Agrival - Feira Agricola do Vale do Sousaque tem lugar em Agosto e no qual participam os Municipiosassociados, e não só, bem como industriais, comerciantes, associaçõesvárias, etc; é a maior feira representativa da lavoura e expoente daRegião, visitada por milhares de pessoas.

Da riqueza gastronómica, deste concelho, fazem parte o cabritoassado com arroz do forno e o cozido à portuguesa, pratosrecomendados por excelência.

Nas freguesias ribeirinhas de Entre-os-Rios, Rio Mau eSebolido, a ligação ao Douro faz da Lampreia, na época própria, umprato típico e muito apreciado, tal como o sáve1.

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PESO DA RÉGUA

Pequena História

"A Régua é uma terra nova". Não pode esta frase ser de todoverdadeira. Se sabemos que em meados do Século XVIII, foi criada acompanhia das Vinhas do Alto Douro, pelo Marquês de Pombal o quea partir dessa data a Régua teve um crescimento e ganhou umaimportância invulgar, não é menos certo, que também háconhecimento, embora um pouco encoberto pela voragem do tempo,que esta terra foi habitada nas épocas remotas das invasões Romanase Bárbaras.

O seu nome, deriva mesmo da existência de uma casa romanade campo presumível soterrada em lugar da cidade - A Villa Regula.

Durante a existência do Condado Portucalense passou a serpertença por doação de D. Teresa, dos Bispos do Porto. Já nessasépocas recuadas aqui se fazia o cultivo da vinha que encontrava nestaregião um clima propício ao seu desenvolvimento.

Até que se chegou ao tempo em que o Marquês de Pombal,criou a companhia da Vinhas do Alto Douro e a partir dessa altura aRégua passou a ser uma terra próspera, desenvolvida económicamentee em crescimento populacional.

No ano de 1836 foi elevada à categoria de Concelho e hoje éuma Cidade que se quer em constante mudança correndo para oprogresso mas não esquecendo a sua origem de terra agrícola onde obucolismo da natureza deveria estar sempre ligado à criação de novossuportes económicos, não deixando perder o perfume do seu passadona ganância do presente.

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PORTO

Cidade da província do Douro Litoral, sede de Concelho, decomarca e de diocese, e capital de distrito. Com uma área de 4500hectares, situa-se na margem direita do rio Douro, ao longo de 7 kmaté à sua foz, numa sucessão de ondulações graníticas cujas cotas vãodos 80 aos 140m; as altitudes extremas do núcleo urbano são 4 m e163 m, sendo a altitude média da cidade de 114 m. Ligada à cidade deVila Nova de Gaia por cinco pontes, a metrópole portuense temcontíguas as cidades de Matosinhos e Maia, e as vilas de ÁguasSantas, Ermesinde, Gondomar, Rio Tinto, São Mamede de Infesta,Senhora da Hora e Valbom. Administrativamente o Porto estádividido em 15 freguesias agrupadas em 2 bairros. São ribeirinhas asfreguesias (de E para O) de Campanhã com 48 555 h., Miragaia com7108 h., Massarelos com 10 508 h., Lordelo do Ouro com 22225 h. eFoz do Douro com 12 964 h. Ficam na orla marítima, além da Foz doDouro, as freguesias de Nevogilde com 5497 h. e Aldoar com 12 646h. No extremo norte, além de Aldoar, situam-se Ramalde com 37 225h. e Paranhos com 53 703 h. Na parte central encontram-se Cedofeitacom 37 651 h., Vitória com 6789 h. e Santo Ildefonso com 53 703 h.O rio Douro, o mais caudaloso dos rios portugueses, atinge 150 m delargura junta à Ponte D. Luís e perto de 300 m na Ribeira e emMassarelos; a corrente é profunda e rápida, tornando a foz, fortementeestrangulada e bastante perigosa para a navegação.

Verdadeira capital do Norte, a cidade do Porto disputa comLisboa a primazia de pólo dinamizador nos sectores agrícola,:.:omerial e industrial. É a capital das indústrias têxtil, de confecções,ie calçado e de mobiliário. Possui, além disso, fábricas de produtos:]uímicos, metalurgia diversificada, ourivesaria e artes gráficas. OPorto está ligado por auto-estrada a Lisboa, Braga e Amarante, e porvias rápidas a Matosinhos e Maia. Grande centro ferroviário, daEstação de Campanhã partem comboios para Lisboa, Póvoa deVarzim, Valença, Vilar Formoso, Braga, Guimarães e Barca de Alva.

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Cinco grandiosas pontes ligam, na área do Porto, as duas margens doDouro. A cidade está dotada de porto fluvial podendo os barcos ir atéà Régua graças ao sistema de comportas existente nas albufeiras, e deporto marítimo em Leixões, a uma légua do centro da cidade. Oaeroporto internacional, em Pedras Rubras, fica a 13 km.

O núcleo primitivo da cidade do Porto tudo indica ser anteriorà ocupação romana. Chamava-se Cale e localizar-se-ia em Miragaia;teria essa denominação por ser o lugar de "passagem" (por barco)para a outra margem. Com os Romanos o local tornou-se o lugarobrigatório da travessia do rio para quem seguia a via militar que ia deBraga a Lisboa, e por isso ficou a ser conhecido por portus ("porto")de Cale, e daqui o topónimo. Para refúgio dos moradores do pequenopovoado, em caso de ataque de piratas ou outros invasores, construiu­se um castro no monte da Pena, depois chamado Ventosa devido à suaexposição aos ventos, onde viria a erguer-se a actual Sé. Este castroluso-romano caiu, em 417, na mão dos Suevos que não tardaram aconstruir ali a primeira muralha do núcleo populacional - o burgo ­depois denomidado Porto. Nas actas do Concílio de Lugo, realizadoem 569, a diocese do Porto vem designada por Portucale castrumnovum. O topónimo Portucale aparece em moedas dos reis visigodos(567-620), o que denota a importância do Porto naquela época.Portucale foi totalmente destruída pelos Mouros de Ablelazis que aconquistaram em 716. Uma frota de Gascões, chefiada por VímaraPeres, reconquistou Portucale em 868, ficando ele a administrar apresúria da Terra Portucalense então criada (ou reconstruída) comodelegado de Afonso III das Astúrias. O renascido burgo, que deu oseu nome ao Condando Portucalense e ao País que se chamariaPortugal, levou vida atribulada e obscura até os seus destinos seremconfiados ao bispo de Porto, cuja diocese foi restaurada após apresúria de Vímara Peres e confirmada a 15 de Agosto de 1115. ARainha D. Teresa, a 18 de Abril de 1120 fez doação de couto do burgodo Porto ao bispo D. Hugo e seus sucessores; D. Hugo, por seu lado, a14 de Julho de 1123, outorgou carta de foral aos habitantes do burgoportucalense. Durante a 1a dinastia a autonomia do Porto provocougraves litígios entre os monarcas e os bispos. É que a crescente

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importância económica do burgo portuense, dependendo da mitra,provocava a cobiça dos poderosos e dos próprios reis, que porconcessão régia não se podiam instalar dentro dos muros da cidade;até ao século XV nenhum porto português dispunha de mais barcospróprios, que faziam comércio com a Flandres, a França, a Inglaterrae os portos do Mediterrâneo. D. João I pôs termo aos insanáveisconflitos resgatando as concessões outorgadas por D. Teresa, masconcedendo autonomia judicial à cidade, com a eleição dos juízes aser feita pelos moradores. Esta última prerrogativa autonómica veio aser revogada por D. Manuel I ao conceder à cidade o foral novodatado de 20 de Junho de 1517. Entretanto a expansão da cidade e asua importância na vida do País levou os monarcas a amuralharemdevidamente o casario: a construção da forte muralha, depoiscognominada "Fernandina", iniciou-a D. Afonso IV e concluíu-a D.João I, que residiu por largas temporadas no Porto, onde casou comD. Filipa de Lencastre a 2 de Fevereiro de 1387 e onde a 4 de Marçode 1394 nasceria o infante D. Henrique. Este veio a organizar na suacidade natal uma poderosa esquadra que se juntou à de D. João I, emLisboa, e se cobriu de glória na conquista de Ceuta em 1415. Tal foi oempenho das gentes do Porto em abastecer de alimentos as naus quearmaram para a expedição a África, que entregaram toda a carne quepossuíam para alimentação própria guardando para si apenas as tripas- daqui a alcunha de "tripeiros" dada aos habitantes do Porto. Nãomenos valioso foi o contributo dos Portuenses para as descobertas,conquistas, colonização e contribuíra para a conquista de Lisboa em1147 com forças chefiadas pelo seu bispo D. Pedro Pi tões queacompanhou os cruzados ingleses, participou nas expedições aAlcácer Ceguer e Arzila, e perdeu o seu bispo D. Aires da Silva quemorreu lutando em Alcácer Quibir. Graças ao "vinho do Porto",iurante o século XVIII a cidade conheceu grande prosperidade,:endo-se instalado no Porto muitos comerciantes ingleses, surgindo~m 1717 a Feitoria Britânica. No último quartel do século XVIIIiveram acção preponderante na expansão urbanística da cidade osJois Almadas, pai e filho. O Porto, durante a 2a invasãolapoleónica, foi cenário da tragédia da Ponte das Barcas ocorrida a 29

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de Março de 1809: a entrada das forças francesas provocou o pânicofazendo com que uma multidão buscasse refúgio em Gaia através daoscilante ponte que, ou por excesso de peso ou por medida protectoraignorada dos populares, através dos alçapões abertos lançou ao rio unscinco milhares de pessoas que pereceram afogadas. O movimentoliberal, iniciado no Porto com a revolução de 24 de Agosto de 1820,nesta cidade consolida-se com a derrota dos miguelistas ao fim deonze meses de cerco após o desembarque de D. Pedro IV a 8 de Julhode 1832 em Arnosa de Pampelido a Sul de Mindelo, o que levou estemonarca a legar o seu coração à cidade "invicta". O Porto foi teatroda fracassada revolução de 31 de janeiro de 1891, a 1a rebeliãorepublicana na qual se viu envolvida a figura aureolada de Antero deQuental e que teve como dirigente inspirador o filósofo portuenseJosé Sampaio Bruno. De 19 de Janeiro a 23 de Fevereiro de 1919 oPorto foi sede da Junta Governativa do Norte, que restaurara amonarquia, tendo a presidi-la o coronel Henrique Paiva Couceiro. Emcomeços de 1927 de novo nesta cidade eclode um movimentopolítico-militar em ordem a repor a Constituição de 1911 suspensapela revolução de 28 de maio de 1926: após mn cerco de três dias (3 a6 de Fevereiro), dirigido pelo general Passos e Sousa, os revoltososdepõem as armas. A área urbana foi-se alargando ao longo dosséculos. Até 1583 a cidade contava apenas a paróquia da Sé; neste anoforam criadas as paróquias de São Nicolau,Vitória e São João deBelmonte (esta viria a ser extinta em1592). A partir do século XVII aárea citadina extravasou para além da cerca ou muralha, abrangendoCedofeita, Massarelos, Miragaia e Santo Ildefonso. A 26 deNovembro de 1836 são integradas na cidade as então criadasfreguesias de Campanhã, Lordelo do Ouro e São João da Foz. Em1837 foi anexada ao Porto a freguesia de Paranhos pertencente àMaia. Em 1841 é construída a freguesia de Bonfim com áreasextraídas da Sé e de Santo Ildefonso. A divisão em dois barirros,Ocidental e Oriental, data de 21 de Outubro de 1868; em 1895 foramcriadas as novas freguesias de Aldoar, Nevogilde e Ramalde. O Portotem por epítetos: "Cidade da Virgem" em virtude das armas da cidadeincluírem a imagem de Nossa Senhora de Vandoma, padroeira do

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Porto; "leal cidade, donde teve / origem (como é fama) o nomeeterno / de Portugal" (Lusíadas) "antiga, muito nobre e sempre lealcidade do Porto" (decreto de D. Maria II).

No Porto há: o Museu Nacional de Soares dos Reis, instaladono Palácio dos Carrancas (século XVIII) e que apresenta um ricoespólio de pintura antiga e moderna, de escultura, cerâmica,numismática, ourivesaria e arte religiosa; o Museu de Etnografia eHistória, que ocupa 28 salas duma castiça moradia do século XVIII,em São João Novo; Museu do Instituto de Zoologia Dr. AugustoNobre; Museu e Laboratório Antropológico; Museu e LaboratórioMineralógico e Geológico; Museu Nacional de História e MedicinaMaximiliano Lemos; Museu Romântico, na Quinta da Macieirinha;Museu Municipal de Etnografia e História; Casa-Museu de GuerraJunqueiro; Casa-Oficina de António Carneiro; Casa de VitorinoRibeiro; Jardim Botânico. A cidade, além da Universidade do Estado,tem algumas faculdades da Universidade Católica Portuguesa· e asUniversidades Portucalense e Lusíada; que possui InstitutoPolitécnico.

As agremiações desportivas mais importantes são: o FutebolClube do Porto com o seu grandioso complexo desportivo das Antas,o Boavista Futebol Clube com o Estádio do Bessa, o Sport Comércioe Salgueiros com o campo Engenheiro Vidal Pinheiro e o clubeFluvial Portuense.

Proporcionam excelentes vistas panorâmicas: na cidade, aTorre dos Clérigos, o torreão dos Paços do Concelho, a torre da Igrejaia Lapa, , a Ponte de D. Luís e a Ponte da Arrábida; nos arredores, avaranda da igreja da serra do Pilar e sobretudo, o monte da Virgem,~m Vila Nova de Gaia, a serra de Valongo, do alto de Jovim e o monteio Crasto em Gondomar.

Dentro da área do Porto encontram-se as pequenas praias da=<'oz do Douro até ao Castelo do Queijo, para além do qual se estende1 grande praia de Matosinhos. Em plena cidade situa-se o parque de~ampismo da Quinta da Prelada.

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RESENDE

Terra de fixação e de passagem de muitos povos, Resende teveno seu termo uma importante circunscrição romana, mas a sua maiorimportância remonta aos tempos da reconquista cristã e aosprimórdios da nacionalidade.

A maior parte das terras do concelho constituiram a honra deEgas Moniz que aqui tinha o seu paço senhorial, embora outrasfamílias ilustres aqui tivessem a sua origem.

Antas, igrejas, pelourinhos, mosteiros, solares, expressam ariqueza do seu património arquitectónico a fazem sentir toda a forçado seu passado cultural.

A construção da ponte sobre o Douro que vai ligar Resende aoIP4 (Porto - Bragança) e ao IP 3 (Vila Real - Viseu), odesenvolvimento das Caldas de Aregos, o turismo de habitação, ogrande investimento que se vem fazendo nas áreas do ensino, culturae desporto, aliados à sua imensurável beleza paisagística farão embreve deste concelho um importante fulcro de atracção turística.

O concelho estende-se por 120.6 Km2 com uma população de13.332 habitantes em 15 freguesias.

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As artes e ofícios tradicionais permanecem vivos e firmesgraças a diversos apoios e incentivos. Enumeram-se: a olaria de barronegro, a chapelaria, a cestaria de verga e de palha, a pirotecnia, atamancaria, a esteiraria de junco (graças), os pentes de tear, atecelagem de linho e de lã, a execução de violinos.

O construtor de violinos de Felgueiras, tem o génio de umartista. As madeiras que selecciona e combina, a melodia que arrancadas cordas tensas constituem velhos segredos de família. Ranchos devindimas, tunas de festa, voltas de romarias, fizeram-se ao som detesviolinos.

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Os oleiros de Fazamões usavam há mil anos uma roda baixa,repetem modelos castrejos e romanos de louça comum vendida para ovale do Douro e serra do Montemuro. Cozem louça numa cova abertano chão - a soenga - e utilizam torrões de turfa arrancados da velhalagoa da serra.

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SABROSA

o Concelho de Sabrosa, com cerca de 180 Km2, tem uma~onfiguraçãooblonga, orientada no sentido N/S, com o comprimento:le 40 Km e largura de 8 Km.

E delimitado a Norte por Vila Pouca de Aguiar e Murça; a\fascente, por Alijó, com Rio Pinhão a acompanhar a linha de:'ronteira em quase toda a sua extensão; a Poente, por Vila Real e Pesoia Régua; a Sul pelo Rio Douro, com o qual "segue" ao longo de11 Kms. de extensão.

Todo o Concelho disfruta de paisagens magníficas, conjugando:lois factores muito favoráveis, que são uma orografia bem)ronunciada com os seus vinhedos ímpares, e o Rio Douro.

Terras de vestígios Neolíticos, mantem muitos monumentos'unerários - Antas ou Dólmenes - Mamoas.

A cultura castreja está representada por alguns Castros; é de;alientar o da Sancha, que sofreu um processo de romanização,:locumentado pela descoberta de moedas e outro espólionegavelmente romano. Há, ainda, restos de estradas da época da·omanização.

Há, da Idade Média, algumas sepulturas paleocristãs escavadasla rocha, em vários lugares.

Temos uma Povoação, que remonta a data anterior à fundaçãoia Nacionalidade - PROVESENDE.

É já no século XV, que é possível rastrear na região uma classel.obre, com apreciáveis previlégios e valimento. É no seio de umaiessas classes que nasceu o navegador Fernão de Magalhães, na Casala Pereira. Esta nobreza reforçou o seu poder e influência no Século{VIII, face à prosperidade económica dessa época, baseada na)rodução do vinho e estimulada pela criação da Ca

• da Agricultura dosvinhos do Alto Douro, e a primeira Região Demarcada do Mundo, em756, pelo Marquês de Pombal.

O Concelho de Sabrosa foi criado por Decreto de 6 de'lJovembro de 1836, tendo sido concedido em 12 de Maio de 1837, o3rasão d' Armas.

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Tem 7 500 habitantes e compõe-se de 15 Freguesias.A sua economia assenta nas vinhas e no vinho, fruta, azeite,

batata e legumes.Assiste-se à produção artesanal de: Socaria, Cestaria, Tanoaria e

Latoaria.

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SANTA MARIA DA FEIRA

Cidade do distrito de Aveiro e da diocese de Porto, sede deconcelho e de comarca; dista do Porto 30 km. Encontra-se a 186 m dealtitude, na orla marítima, 12 km a SE de Espinho, numa área dehorizontes dilatados e harmoniosos, junto ao pequeno rio Lavandeiraque vai desaguar na ria de Aveiro.

As suas terras são agricolamente férteis, produzindo cereais,fruta e vinho, e criando gado bovino. É cabeça duma região queconstitui o maior centro mundial da indústria da cortiça, havendomanufacturas deste produto principalmente em Lourosa, Mozelos,Paços de Brandão e Santa Maria de Lamas. Há ainda indústriasmetalomecânica, calçado, papel, cerâmica e lacticínios, extracção decaulino (freguesia do Souto) e pedreiras de granito. A cidade é servidapela Auto-Estrada do Norte e pela via-férrea de Espinho a Viseu.

Há quem pretenda localizar na cidade a povoação célticadepois designada Lancóbriga, que segundo o Itinerário de Antoninose situava a 13 milhas de Cale e a 18 milhas de Talábriga, e que viriaa ser destruída pelas invasões dos bárbaros do Norte, mas é maisverosímil que ela se situasse no monte Redondo, 8 km a NO, emFiães. O que não há dúvida é de que a Feira foi centro vital das Terrasde Santa Maria, referenciadas desde os primórdios da Nacionalidade.A rainha D. Teresa, em documento de 1117 designa a povoação por"Terra de Santa Maria onde chamam Feira". Foi, pois, a feirarealizada junto ao monte do castelo que deu origem ao povoado, ou,pelo menos, ao seu desenvolvimento. Com o nome de Feira apareceele nas Inquirições de D. Afonso III, de 1251. A povoação foi dadapor D. Dinis como parte do dote a D. Isabel de Aragão, depois RainhaSanta. D. João I, em paga de serviços feitos à Coroa, fez o cavaleiroRui Pereira "senhor da Terra da Feira" e concedeu que fossequinzenal a feira ali efectuada. D. Manuel I, em 1514, ao outorgarforal novo dá à terra a designação de Vila da Feira e Terra de SantaMaria. E desde então até nossos dias o topónimo era oficialmenteFeira, mas vulgarmente ampliado para Vila da Feira. Ao passar à

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categoria de cidade por lei de 14 de Agosto de 1985 a povoaçãopassou a ter a denominação de Santa Maria da Feira.

O castelo da Feira é um dos monumentos mais representativosdo Portugal medieval, quer pela sua história quer pela suaarquitectura. Assenta num alto morro, a 195 m de altitude, dominandoa parte meridional da povoação onde antes terá havido uma santuárioluso-romano e, posteriormente, uma fortificação visigótica que teráservido de núcleo embrionário para o edifício actual (séculos XII­XV): em 1127 desde essa pequena fortaleza ergueu o grito derebelião, secundando os barões das Terras da Maia e das deRibadouro, o senhor da Terra da Feira de nome Ermígio Moniz; o queconduziu ao combate de São Mamede, em Guimarães, decisivo naformação de Portugal. O possante castelo românico, como o deixamantever as Inquirições de 1251, com o rodar dos tempos e asvicissitudes guerreiras da primeira dinastia caiu na ruína; D. AfonsoV, em 1448 concedeu-o a Fernão Pereira, senhor da Feira, com aobrigação de o reparar, e deste modo surgiu o actual edificio, emestilo gótico e feição provençal como nenhum outro se apresenta emtodo o território português. Rodeado de sólido cinto de muralhasemerge imponente a torre de menagem quadrangular coroada porquatro torreões cónicos. Na Rua Direita, que desce a encosta docastelo no sentido N-S, podem ver-se exemplares de moraias dosséculos XVIII e XIX, os Paços de Concelho e o gracioso chafariz,com duas taças sobrepostas, do século XVIII. Do antigo rossio da vilaparte um escadório que conduz ao que foi Convento de Santo Elóicom um robusto templo barroco, de granito, com fachada revestida deazulejos do século XVII, e que actualmente serve de igreja matriz. EmRomariz, 8 km a E, há uma citânia.

Em Santa Maria de Lamas situa-se o Museu ComendadorHenrique Alves de Amorim, com secções de etnografia e arte sacra.

Característicos da região são os trabalhos de cortiça,mármores decorativos, objectos de cerâmica e fabrico de jugos.

As festas da cidade, conhecidas por Fogaceiras ou das Fogaças,realizam-se em honra de São Sebastião, a 20 de Janeiro, dia de feriado

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municipal desde o século XVI. A 20 de Dezembro efectua-se a Feirado Mel; cada dia 20 há feira mensal.

Pratos regionais são o carneiro assado servido com arroz deforno. No capítulo da doçaria são conhecidas as suas fogaças, aletriase caladinhos.

Entre as agremiações desportivas contam-se o Clube Feirense eo Club Desportivo Feirense.

Na área do concelho há vários centros urbanos como sejam asvilas de Argoncilhe, Fiães, Lourosa, Paços de Brandão e Santa Mariade Lamas. Na cidade proporcionam algumas visitas de interesse quero castelo quer o patamar do antigo Convento de Santo Elói.

Há águas minero-medicinais nas Caldas de São Jorge, a 7 kmde Santa Maria da Feira.

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SÃO JOÃO DA PESQUEIRA

Uma antiga "pesqueira" do rio Douro que percorre o limitenorte do concelho explicará o topónimo da vila. Paisagensesplendorosas caracterizam esta terra quente, terra de encosta comvinhedos de vinhos generosos, de trigais antigamente, de papoulas àbeira dos caminhos de Maio dando-lhes profundos toques de poesia.

A vila possui um notável centro histórico desenvolvendo-se àvolta de uma belíssima praça interior, (a Praça da República) rodeadade arcadas e com as notáveis edificações de Misericórdia. O Santuáriode S. Salvador do Mundo, conjunto de ermidinhas alcandoradas numrochedo sobranceiro ao Douro onde o silêncio é total, e densa anatureza, é de uma grandiosidade perturbadora.

A Casa do Cabo é dos mais belos solares durienses, maisoutros se vêm na vila e seus termos, particularmente notável o deParedes da Beira e a Casa dos Azevedos.

O concelho tem um área de 226 Km2 que se distribuem por 14freguesias com um população de 10.000 habitantes.

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Os mestres artesãos desapareceram para além dos cesteiros deParedes da Beira e Trevões e, dos latoeiros da vila, de Vilarouco e deTrevões que não deixam aprendizes.

Os latoeiros cortam folha de Flandres para candeeiros deazeite, almotolias, regadores, cantarinhas de água ou bilhas de leite.Quase tudo desnecessário para pastores ou camponeses que trocaramtais artefactos pelos produtos industriais. Mas há gente que comparaestas memórias a testemunhos autênticos de um desusado viver ouformoso enfeite dentro do lar.

Os cestos de verga e as cestas grandes ou pequenas trazemainda grande utilidade para o campo e a casa revelando a permanênciade um viver marcado por tão frágeis testemunhos.

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TABUAÇO

Tabuaço é um concelho duriense que namora a serra e a3eira numa simbiose perfeita de xisto e granito, de montes e vales,lo belo deslumbrante e até do medo que extasia e liberta o coração~ a alma.

As águas do Tedo, do Távora e do Douro circulam como

;angue nas veias dos que aqui vivem numa doação permanente à terra

;alpicada de vinhedos e olivais.

Vive-se essencialmente da agricultura e dela se destaca o vinho

mo de excelente qualidade, amanhado nas encantadoras quintas que

;e erguem sobre o Douro. Também o azeite, a batata, os cereais, a

Jaga de sabugueiro e as deliciosas cerejas de Távora fazem farta a

nesa dos lavradores do concelho.

O comércio vai-se diversificando e a indústria, ainda

nsipiente, começa a dar sinais de alguma vitalidade.

Nos tempos que correm, o progresso e o desenvolvimento

Jatem à porta desta autêntica varanda sobre o Douro. Será no domínio

las acessibilidades que se deverá nortear a acção dos poderes

Júblicos, melhorando as vias existentes e rasgando novos horizontes

~om ligações dignas ao IP 3 (nó de Valdigem) e a Moimenta da Beira,

ltravés do futuro IC 26.Em termos de equipamento, muito há ainda a fazer, mas as

)bras em curso, designadamente as piscinas municipais e o pavilhãosimnodesportivo, a par de um salão de espectáculos em fase de~onclusão, farão de Tabuaço uma vila capaz de dar resposta às;olicitações da juventude e dos visitantes que a queiram conhecer.)ispondo de alguns restaurantes, pensões e uma boa residencial, afila sabe receber com hospitalidade e conforto todos quantos tenham) bom gosto de serpentear as estradas que do Douro sobem até

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Tabuaço. Dr. Joaquim Gomes Mota, ilustre tabuacense falecidorecentemente, escreveu um dia o seguinte poema sobre a sua terra;

"Desta varanda que é a amurada de um barcoVejo no horizonte vagalhões de serras.Eu sou a seta, o tempo é o arco.Invento aqui as minhas vitoriosas guerrasE com um movimento de fé firme e largoSemeio-me a mim mesmo nestas terras. 1/

o Douro e a Beira de mãos dadas

Tabuaço situa-se a sul do rio Douro, com o qual confronta. Fazfrente a ocidente com Armamar, servindo de divisória natural o rioTedo, a sul com Moimenta da Beira e Sernancelhe, e a leste com SãoJoão da Pesqueira.

Indícios da cultura castreja garantem que o território deTabuaço era já habitado em época anterior à Idade do Ferro, existempor todo o concelho, mas o exemplar mais expressivo há-de ser acitânia da Longa de idade incerta, por falta de escavações e deestudos. Os romanos deixaram os sinais da sua passagem em castrosocupados, calçadas, pontes e achados arqueológicos. E a dominaçãoárabe está, por assim dizer, documentada na curiosa lenda, comaspectos verdadeiros, da princesa moura Ardínia ou Ardinga, filha dovali de Lamego, rei de Alboacem.

Assim se conta andando por estas bandas pelejando contra amourama, os irmãos D. Tedo e D. Rausendo, valentes cavaleiros enotáveis nas tarefas de reconquista a sul do Douro, encantou-seArdínia pelo que lhe chegou aos ouvidos dos feitos heróicos docristão D. Tedo. E fugiu do castelo à sua procura, abrigando-se numeremitério. Ali pediu o baptismo e suplicou a presença do platónicoamado. O pai, dando-lhe pela falta, partira entretanto em busca darenegada e, encontrando-a, degolou-a e atirou o seu corpo ao Távora.

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Soube D. Tedo do desgraçado sucedido fez voto de celibato e desepultura cristã à jovem mártir no local onde mandou erigir com oirmão o primitivo mosteiro de São Pedro de Águias. Nas lutas que seseguiram o rei mouro matou D. Tedo nas margens do rio ficando-lhe onome.

A maior parte das povoações do actual concelho, umas maisimportantes do que outras, mas todas então com fraca expressãopopulacional, era ainda no século XI terra sob jurisdição do senhor doCouto de Leomil (Leomir) por cedência do Conde D. Henrique deantes da nacionalidade. Por isso, até ao século XIV, as Inquiriçõespouco se lhes referem. Segundo o Cadastro de População do Reinoem 1527, no actual concelho de Tabuaço havia onze pequenosconcelhos que vieram a ser extintos.

À ponte romana Granja do Tedo e a outras que de sua primitivafábrica terão sido romanas - casos da que atravessa o mesmo rio emSanta Leocádia e Santo Adrião e a do Fumo - acrescenta-se comoreportório monumental a justificar demanda um largo e interessanteconjunto de Pelourinhos: de Arcos, Chavães, Granja do Tedo, Aldeiade Sendim e Valença do Douro. E falta, infelizmente, o da sede doconcelho de pé ainda por 1915 mas entretanto destruído.

Mais dois marcos graníticos, pombalinos, em Adorigo, um dosquais na Quinta de Valongo, e outros tantos em Távora - todosconsiderados imóveis de interesse público. E ainda o Mosteiro e oConvento de São Pedro de Águias; a Igreja de Barcos e a capelaromânica do Sabrosa; as casas senhoriais brasonadas por todo oconcelho; o altar sacrificial do Jardim do Calvário, o Cabeço dasPombas, em Pinheiros; a Pedra do Cavalo, em Paradela; a mata daforca e a Casa da Roda, em Barcos.

As festas da vila tem o São João como figura dominante erealizam-se no dia 24 de Junho. Mas também pelas freguesias o fervordevoto pelo santo patrono ou a ânsia de folia encontram num extensocalendário de romarias o seu espaço próprio.

A saber: Nossa Senhora do Bom Juízo (8, 9 e 10 de Agosto),em Adorigo; São Silvestre (31 de Dezembro) em Arcos; Senhora doSocorro e Santa Bárbara (14, 15 e 16 de Agosto) em Barcos; Santo

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Aleixo (17 de Julho) em Santo Aleixo; Nossa Senhora dos Milagres(1 e 2 de Agosto) em Chavões; Santo Antão (17 de Janeiro) naDesejosa; Nossa Senhora das Neves (5 de Agosto) em Granja doTedo; São Pedro (29 de Junho) na Granjinha; Nossa Senhora da Saúde(1, 2 e 3 de Agosto) em Longa; São Mamede (17 e 18 de Agosto) emParadela; Santa Eufémia e Santa Bárbara (11 e 17 de Setembro) emPinheiros; Santa Bárbara (10, 11 e 12 de Agosto) em Santa Leocádia;Santa Barbara (10 11 e 12 de Agosto) em Sendim; Santa Bárbara emTávora (20,21 e 22 de Agosto) e em Valença do Douro (16 17 e 18 deAgosto).

O mercado de Tabuaço está combinado para os sábados entreos dias 22 e 29 de cada mês e Valença do Douro tem a sua feira anual- Senhora da Ribeira - a 25 de Março.

A gastronomia local, não destoando da cozinha de toda aregião - e aqui não falta, por isso, o inevitável cabrito assado ­individualiza-se nos deliciosos peixinhos do rio em molho deescabeche e no singular bolo-rei de Tabuaço. Mas de todo em todo,não termine a sua visita sem saborear o vinho fino ou de pastoproduzido nestas encostas. E em boa hora o faça. De ponteirosacertados pelo Rijomax, já tantas, não o sabiam "o relógio maiscompleto do mundo" nesta terra construído.

Distrito: ViseuSuperfície: 141 km2

População: 8000Freguesias (17): Adorigo, Arcos, Barcos, Chavães, Desejosa, Granjado Tedo, Granjinha, Longa, Paradela, Pereira, Pinheiros, SantaLeocádia, Sendim, Tabuaço, Távora, Vale de Figueira e Valença doDouro.Principais actividades económica: agricultura, comércio e serviços,panificação e a campitagem de trutas.

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TORRE DE MONCORVO

o Concelho de Torre de Moncorvo corresponde à área dasmedievais "Terras da Vilariça", constituindo-se já como uma unidadeautónoma no tempo dos suevos que aqui terão cunhado moedas.

A deslocação da sede do município para as fraldas da serra doRoboredo onde actualmente se situa, aconteceu no século XIII.

O anticlinal da serra do Roboredo e o palustre vale daVilareiça são dois acidentes que definem a geografia do concelhonuma variedade impressionante de paisagens naturais. Terra deamendoeiras e oliveiras, é um pedaço do Algarve plantado nasmontanhas do Nordeste Transmontano onde o castanheiro e ocarvalho dominam.

O património arquitectónico da vila é significativo,destacando-se a grandiosa matriz entre elegantes solares brasonadose casas setecentistas de arquitectura transmontana.

Persistem numerosas actividades artesanais como sejam aconfecção de deliciosas coroas cobertas ou o fabrico de cera e velasno lagar comunitário as cestas de vime ou os tapetes em pura lã deovelha.

Terra de ferro por excelência, os antigos ferreiros dedicam-sehoje a fabricar miniaturas dos objectos a que antes davam corpo emsuas forjas as fráguas. Museu do Ferro da Região de Moncorvoconta-se a história desta milenar actividade metalúrgica.

Da gastronomia regional, destaque para os enchidos(salpicões, chouriças e alheiras), presuntos e os queijos; a caldeiradade cabrito e as migas de bacalhau. Os seus vinhos e as suas geropigassão das mais afamadas de toda a região.

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VILA NOVA DE FOZ CÔA

Vila alegre e acolhedora, situada no limite Sul deTrás-os-Montes e Alto Douro, bem próximo do lugar onde o Rio Côase aventura pelo Douro adentro, Vila Nova de Foz Côa oferece aosviajantes ávidos de paisagens os mais diferentes e deslumbrantespanoramas. Implantada numa zona planáltica, a 421 metros dealtitude, está separada do escarpado Nordeste Transmontano pelasmargens que o Douro entretece, e avista o turbulento Rio dos vinhedos,hoje domesticado pelas barragens, na rica bacia da Veiga, a cerca de 5 Km.

Predominantemente agrícola e com as características de "TerraQuente" do Douro, nas suas paisagens se manifesta a curiosavariedade das terras da Beira Douro e da Beira Alta.

Com uma superficie de 381,04 Km2, distribuida por 17freguesias, é sede de concelho e de comarca. Situa-se a 84 Km a NNEda Guarda, capital de Distrito, e a 105 Km de Lamego, Diocese aque pertence. Dista ainda 194 Km do Porto, por estradas onduladas,e a 380 Km de Lisboa.

De povoamento muito anterior à nacionalidade, o território doactual concelho de Vila Nova de Foz Côa engloba uma populaçãototal de 11.506 habitantes.

Outro dos factores que a torna acolhedora, é o microclima deque Vila Nova de Foz Côa goza, nelas suas característicasmediterrânicas com uma ligeira tendência para o interior continental,o que lhe determina as suas particulares aptidões agrícolas. Aqui seproduzem, com efeito, a amêndoa, o vinho, o azeite, o figo e outrosprodutos igualmente ricos.

Entretanto, vários monumentos arquitectónicos fazem tambémas delícias de quem visita Vila Nova de Foz Côa. Estão neste caso asua Igreja Matriz e o Pelourinho. Sendo alguns deles consideradosmonumentos nacionais, existem ainda, disseminados pelas diversasfreguesias do concelho, alguns pelourinhos que constituem umacolecção preciosa, como os de Muxagata, Almendra, Freixo deNumão, Touça, Cedovim e Sebadelhe, cada um deles apresentandocaracterísticas arquitectónicas muito diferenciadas.

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VILA NOVA DE GAIA

Cidade do distrito e diocese do Porto, sede de concelho e de:.:omarca. O seu casario dispõe-se em anfiteatro na margem esquerdaJo rio Douro, a 85 m de altitude, defronte da cidade do Porto, entre a~erra do Pilar a N e o monte do Candal a O. É constituída pelasfreguesias de Mafamude com 29 747 h. e de Santa Marinha comn 895 h., sendo esta ribeirinha e estando a outra na parte alta da:.:idade.

É o maior centro de melhoramento e exportação do chamadovinho do Porto, nela estando sediadas praticamente todas as grandes~mpresas de comercialização deste produto. Possui indústrias de:.:erâmicas, couros, madeiras, metalurgia, ourivesaria, plásticos e:anoaria, e fabrico de carroçarias para autocarros. Encontra-se ligada10 Porto pela Auto-Estrada do Norte através da Ponte da Arrábida,Jela Ponte de D. Luís, pela Ponte ferroviária de S. João e a Ponte doFreixo.

A origem da cidade e a sua existência até ao século XIII estão~nvoltas no manto da lenda ou da dúvida. Tudo parece indicar que oopónimo Gaia provenha de Gale ("passagem"), por ser o lugar maisJróximo da foz do Douro onde o rio era mais estreito e portanto mais'ácil de atrevessar de barco. Por isso supõe-se ter sido o lugar de::::andal o local ocupado pela povoação castreja e mercantillenominada Gale e posteriormente Gaia. Este teria em frente o Portus::::ale onde actualmente se encontra Miragaia (Porto). Quando). Afonso III, devido a litígios violentos e prolongados com os bisposJo Porto, por motivos fiscais e políticos em 1255 deu carta de foral àlila da margem esquerda do rio Douro incitando com isso osnoradores do Porto a que fossem povoá-lo, chamou-lhe Vila Velha doJorto, em contraste com a designação dada por D. Teresa ao burgoJortuense na concessão feita ao bispo portucalense ao chamar-lhe3urgo Novo do Porto, o que parece indicar ser então considerada a)ovoação de Gaia mais antiga que a do Porto. Mas Gaia abrangeambém Mafamude, a área mais distante do rio, o que revela a

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demorada ocupação daquela zona pelos Mouros. A 12 de Agosto de1288 D. Dinis outorgou novo foral a Gaia, designando-a "Vila Novad'El Rei". D. João I em 1423 chama à povoação "Vila Nova do Rei epar de Gaia". No foral de D. Manuel I, outorgado a 20 de Janeiro de1518, faz-se distinção entre Vila Nova (parte inferior da povoação) eVila de Gaia (zona superior do actual aglomerado urbano); ainda noséculo XIX Vila Nova do Concelho de Baixo se diferenciava de Gaiaou Concelho de Cima; em 1834 Vila Nova e Gaia fundiram-se dandoorigem a Vila Nova de Gaia; este viria a ser elevada a cidade por leide 28 de Junho de 1984.

Os principais monumentos da cidade são o Mosteiro e Igrejada Serra do Pilar, e o Convento e Igreja do Corpus Christi. Na serrado Pilar, o mosteiro que pertenceu aos Cónegos Regrantes de SantoAgostinho, ali instalados em meados do século XVI, conserva umformoso claustro circular do século XVII, único no seu género emPortugal; a sua igreja, com nave alta e circular, coberta por umacúpula com lanternim, é um templo de feição italiana dos maisoriginais da Europa. O convento dominicano do Corpus Christiremonta ao século XIV, mas o edifício sofreu profundas alterações cacréscimos no século XVII: a igreja joanina, com forma de rotundapoligonal, apresenta no coro um sumptuoso tecto apaineladoconstituído por 49 caixotões com grandes molduras, e conserva a arcatumular de Álvaro de Cernache, que morreu em 1442, e foi alferes dabandeira da Ala dos Namorados em Aljubarrota, e os restos mortaisde D. Leonor de Alvim, mulher de D. Nuno Álvares Pereira, e de suaavó, D. Maria Mendes Petite, falecida em 1355, fundadora doconvento.

Tradicionais de Vila Nova de Gaia são a olaria, que nos séculosXVIII e XIX daria origem a uma pujante indústria de cerâmica e àsoficinas de santeiros e canteiros onde se formaram figuras que viriama celebrizar-se como escultores. Outras artes tradicionais são o fabricode bonecos de madeira e os trabalhos de ferro fOljado.

A sua romaria em honra de São Cristóvão e de São Gonçalo,no 2° domingo de Janeiro, é das mais originais festas populares detodo o País. Tem feira anual a 15 de Agosto, por ocasião da Festa da

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Senhora do Pilar. No alto do Monte da Virgem há uma capela aondeocorrem muitos peregrinos a 15 de Agosto.

Próprios da culinária local são o sável assado no espeto eafogado em molho de cebolada, e lampreia marinada comacompanhamento de pão torrado e arroz branco. Na doçaria sãotípicos os velhotes e os doces de lamber.

Entre as agremiações desportivas contam-se o Futebol Clubede Gaia, o Sporting Clube de Coimbrões e o Vilanovense FutebolClube.

Proporcionam vistas panorâmicas: o varandim circular daIgreja da Serra do Pilar (lO m de altitude), o alto de Santo Ovídio, notermo da artéria que dá acesso à Ponte de D. Luís e,principalmente, o monte da Virgem (216 m de altitude), donde seobtém um vasto e deslumbrante panorama do Grande Porto. Fica naárea do concelho o monte da Senhora da Saúde, nos Carvalhos, que étambém um belo miradouro; igualmente o é o monte de São Caetanoem Vilar do Paraíso. Dentro do Concelho situa-se, no Douro, aBarragem de Crestuma-Lever.

Na área do concelho de Vila Nova de Gaia encontram-se aspraias da Granja, da Aguda, de Miramar, de Francelos, de Valadares,de Madalena e de Lavadores.

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