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1 Seminário Internacional Fazendo Gênero 11 & 13 th Women’s Worlds Congress (Anais Eletrônicos), Florianópolis, 2017, ISSN 2179-510X CONCEPÇÕES DE GÊNERO NO MUNDO DA ENGENHARIA CIVIL: UM ESTUDO DE CASO SOBRE AS ACADÊMICAS DA UDESC - CAMPUS JOINVILLE SOB A ÓTICA DO MERCADO DE TRABALHO Luísa Kinas de Aguiar 1 Myrrena Inácio 2 Resumo: O desinteresse das mulheres em atuar como engenheiras, numa área tão promissora e carente de profissionais qualificados, tem sido amplamente discutido (FRIGO; YEVSEYEVA; POZZEBON, 2013). O documento Women in STEM: A Gender Gap to Innovation (BEED et al., 2011) mostra a inequidade de gênero que vem se mantendo constante na última década, apesar do aumento da presença de mulheres no ensino superior em ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM). Essa pesquisa visa investigar as concepções das acadêmicas e acadêmicos matriculados nas 2ª e 8ª fases do curso de Engenharia Civil na Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) - Campus Joinville no que tange à discriminação de gênero e o mercado de trabalho na Engenharia Civil. Propõe-se identificar, a partir de diferentes dimensões, os possíveis desafios encontrados pelas acadêmicas e acadêmicos nos ambientes acadêmico e profissional, bem como apresentar estratégias em termos de políticas públicas e mercado de trabalho. A metodologia consiste em um estudo de caso, a partir da aplicação de um questionário, com o intuito de analisar o perfil, as experiências e as demais concepções das acadêmicas sobre o tema. Ao final, defende-se a efetiva participação das universidades no ciclo de políticas públicas que versam sobre mercado de trabalho, educação e gênero, adotando-se projetos de extensão para fortalecer o debate na universidade e comunidade, ampliar as diferentes visões de mundo(s) das próprias acadêmicas e acadêmicos e promover o empoderamento feminino. Palavras-chave: Gênero e mercado de trabalho. Mulheres na Engenharia Civil. Políticas públicas INTRODUÇÃO A engenharia moderna surge primeiramente no ambiente militar, com aplicações na construção de armamentos, fortificações e pontes, na abertura de estradas, entre outras atividades. Este elemento militar contribui para que, historicamente, a engenharia seja associada ao campo de atuação do sexo masculino (LOMBARDI, 2004). Segundo Lombardi (2005), há uma sub-representação feminina na engenharia que é fruto da discriminação de gênero nos ambientes acadêmicos e de trabalho nessa área de conhecimento. Em 2015, no mercado da Engenharia Civil no Brasil, havia 179.274 engenheiros civis ativos no Conselho Federal de Engenharia e Agronomia - CONFEA para 39.754 engenheiras civis, considerando todos os estados do país (CONFEA, 2015). Já o percentual médio de ingresso de alunas até 2013 foi de 55% do total em cursos de graduação presenciais, embora essa forte presença feminina esteja atrelada aos cursos de humanas (INEP, 2013). O desinteresse das mulheres em atuar como engenheiras, numa área tão promissora e carente de profissionais qualificados, tem sido amplamente discutido (FRIGO; YEVSEYEVA; POZZEBON, 2013). O documento Women in STEM: A Gender Gap to Innovation (BEED et al., 1 Egressa do curso de Engenharia Civil da Universidade do Estado de Santa Catarina UDESC, Joinville, Brasil. 2 Professora do Departamento de Engenharia Civil da Universidade do Estado de Santa Catarina UDESC, Joinville, Brasil.

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Seminário Internacional Fazendo Gênero 11 & 13th Women’s Worlds Congress (Anais Eletrônicos),

Florianópolis, 2017, ISSN 2179-510X

CONCEPÇÕES DE GÊNERO NO MUNDO DA ENGENHARIA CIVIL: UM ESTUDO DE

CASO SOBRE AS ACADÊMICAS DA UDESC - CAMPUS JOINVILLE SOB A ÓTICA DO

MERCADO DE TRABALHO

Luísa Kinas de Aguiar1

Myrrena Inácio2

Resumo: O desinteresse das mulheres em atuar como engenheiras, numa área tão promissora e carente de profissionais

qualificados, tem sido amplamente discutido (FRIGO; YEVSEYEVA; POZZEBON, 2013). O documento Women in

STEM: A Gender Gap to Innovation (BEED et al., 2011) mostra a inequidade de gênero que vem se mantendo

constante na última década, apesar do aumento da presença de mulheres no ensino superior em ciência, tecnologia,

engenharia e matemática (STEM). Essa pesquisa visa investigar as concepções das acadêmicas e acadêmicos

matriculados nas 2ª e 8ª fases do curso de Engenharia Civil na Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) -

Campus Joinville no que tange à discriminação de gênero e o mercado de trabalho na Engenharia Civil. Propõe-se

identificar, a partir de diferentes dimensões, os possíveis desafios encontrados pelas acadêmicas e acadêmicos nos

ambientes acadêmico e profissional, bem como apresentar estratégias em termos de políticas públicas e mercado de

trabalho. A metodologia consiste em um estudo de caso, a partir da aplicação de um questionário, com o intuito de

analisar o perfil, as experiências e as demais concepções das acadêmicas sobre o tema. Ao final, defende-se a efetiva

participação das universidades no ciclo de políticas públicas que versam sobre mercado de trabalho, educação e gênero,

adotando-se projetos de extensão para fortalecer o debate na universidade e comunidade, ampliar as diferentes visões de

mundo(s) das próprias acadêmicas e acadêmicos e promover o empoderamento feminino.

Palavras-chave: Gênero e mercado de trabalho. Mulheres na Engenharia Civil. Políticas públicas

INTRODUÇÃO

A engenharia moderna surge primeiramente no ambiente militar, com aplicações na

construção de armamentos, fortificações e pontes, na abertura de estradas, entre outras atividades.

Este elemento militar contribui para que, historicamente, a engenharia seja associada ao campo de

atuação do sexo masculino (LOMBARDI, 2004).

Segundo Lombardi (2005), há uma sub-representação feminina na engenharia que é fruto da

discriminação de gênero nos ambientes acadêmicos e de trabalho nessa área de conhecimento. Em

2015, no mercado da Engenharia Civil no Brasil, havia 179.274 engenheiros civis ativos no

Conselho Federal de Engenharia e Agronomia - CONFEA para 39.754 engenheiras civis,

considerando todos os estados do país (CONFEA, 2015). Já o percentual médio de ingresso de

alunas até 2013 foi de 55% do total em cursos de graduação presenciais, embora essa forte presença

feminina esteja atrelada aos cursos de humanas (INEP, 2013).

O desinteresse das mulheres em atuar como engenheiras, numa área tão promissora e carente

de profissionais qualificados, tem sido amplamente discutido (FRIGO; YEVSEYEVA;

POZZEBON, 2013). O documento Women in STEM: A Gender Gap to Innovation (BEED et al.,

1 Egressa do curso de Engenharia Civil da Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC, Joinville, Brasil. 2 Professora do Departamento de Engenharia Civil da Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC, Joinville,

Brasil.

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2011) mostra a inequidade de gênero que vem se mantendo constante na última década, apesar do

aumento da presença de mulheres no ensino superior em ciência, tecnologia, engenharia e

matemática (STEM).

A partir desse contexto, este trabalho apresenta como estudo de caso o curso de graduação

em Engenharia Civil da Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC, Campus Joinville/SC,

estabelecido em 1979. Essa pesquisa visa investigar as concepções das acadêmicas matriculadas nas

2ª e 8ª fases do curso de Engenharia Civil na UDESC, no que tange à discriminação de gênero e o

mercado de trabalho na Engenharia Civil. Propõe-se identificar, a partir de diferentes dimensões, os

possíveis desafios encontrados pelas acadêmicas nos ambientes acadêmico e profissional, bem

como apresentar estratégias em termos de políticas públicas e mercado de trabalho.

Diante disso, entende-se que “é impossível abarcar o universo e a realidade das mulheres

sem ter em conta também os homens” (TEIXEIRA; FREITAS, 2014, p.332). Por isso, nesta

pesquisa foram consideradas as concepções das acadêmicas e dos acadêmicos do curso de

graduação em Engenharia Civil da UDESC, Campus Joinville/SC.

AS RELAÇÕES DE GÊNERO NA GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL E O MERCADO

DE TRABALHO

A presença de estudantes do sexo feminino nos cursos nas ditas ciências duras ou exatas tem

sido tratada como curiosa exceção. Entretanto, em que pese o aumento de mulheres nos cursos de

engenharia, as reações diversas por parte da maioria estabelecida na área, bem como das próprias

acadêmicas, tendem a deixar as discentes de engenharia e mesmo as profissionais em posição de

subordinação (LOMBARDI, 2004; 2006; CASCAES; CARVALHO, 2009).

Cascaes e Carvalho (2009) relatam que, durante as suas pesquisas realizadas Universidade

Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR, foi possível notar preconceitos velados em relação às

mulheres universitárias do curso de graduação em Engenharia Civil, que não percebiam a

discriminação e que aceitavam as atitudes preconceituosas em relação a elas como práticas normais,

por serem práticas já internalizadas, sem nenhuma crítica.

Cascaes et al. (2010) apontam a discriminação presente em editais de seleção para

estagiários ou para engenheiros na Engenharia Civil, bem como o corporativismo masculino ativo

na área, que culmina em um ambiente de trabalho, muitas vezes, hostil às mulheres.

Nesse sentido, reconhece-se que muitas mulheres deixam de pleitear cargos de comando,

permitindo a construção de um “teto de vidro” – tradução da expressão glass ceiling, criada nos

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Estados Unidos da América - EUA na década de 80 – definido como “obstáculo invisível, porém

concreto, que impede a ascensão das mulheres a determinadas posições de prestígio nas profissões”

(MESQUITA; QUIRINO, 2016, p. 6).

Em uma pesquisa recente, Lombardi (2017) entrevistou 81 profissionais (33 homens e 48

mulheres) de diversas faixas etárias e em diferentes momentos de suas carreiras e concluiu que as

vivências das entrevistadas revelaram inúmeros episódios de discriminação de gênero, mas a

maioria delas não os considera como tal. A autora destacou ainda a baixa presença de “mulheres

trabalhando como engenheiras em construtoras, menos ainda em obras e raríssimas como

engenheiras residentes ou coordenadoras de obras” (LOMBARDI, 2017, p. 145).

Políticas para equidade de gênero no mercado de trabalho

O Programa Pró-Equidade de Gênero e Raça, criado em 2005 e atualmente na sexta edição,

é uma iniciativa do Governo Federal do Brasil que, por meio da Secretaria de Políticas para as

Mulheres da Presidência da República e do II Plano Nacional de Políticas para as Mulheres,

destina-se a empresas e instituições de médio e grande porte dos setores públicos e privados,

visando contribuir para a eliminação das discriminações e desigualdades vivenciadas pelas

mulheres no ambiente de trabalho (SPM, 2016).

De acordo com o relatório de avaliação sobre os 10 anos do Programa Pró-Equidade de

Gênero e Raça (SPM, 2016), houve a participação de instituições como a Universidade Federal do

Paraná – UFPR, do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro – CREA-RJ,

além do CONFEA.

Outra iniciativa é o concurso de projetos Elas nas Exatas que visa contribuir para a redução

do impacto das desigualdades de gênero nas escolhas profissionais e no acesso à educação superior

das estudantes (ELAS, 2015). Destaca-se ainda com o intuito de incentivar a participação feminina

no setor de tecnologia e no ecossistema de inovação e startups de São Paulo, a Rede Mulher

Empreendedora e a Tech Sampa (Política municipal de estímulo à inovação e ao desenvolvimento

de startups na cidade de São Paulo) que organizam, desde 2015, o Prêmio Mulheres Tech em

Sampa (MULHERES TECH EM SAMPA, 2017).

No entanto, apesar da relevância desses projetos, há ainda poucas iniciativas e políticas

específicas para equidade de gênero na Engenharia Civil.

METODOLOGIA

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O estudo realizado envolveu o Curso de Graduação em Engenharia Civil, do Centro de

Ciências Tecnológicas - CCT, da UDESC, oferecido no campus de Joinville/SC. A população-alvo

do estudo foi composta pelos acadêmicos e acadêmicas com matrículas ativas no curso, no ano

2017/1, compreendendo 127 acadêmicos matriculados ao total na 2ª e na 8ª fase, sendo 55 do sexo

feminino e 72 do sexo masculino, por meio de dados coletados no Sistema Integrado de Gestão

Acadêmica – SIGA da UDESC.

Aplicou-se um questionário on-line, na plataforma do Google Forms, que envolveu questões

sobre as concepções relacionadas a discursos discriminatórios sobre gênero em sala de aula, em

estágios e empregos, sobre a oportunidade de estágio em empresas na área da Engenharia Civil, as

mulheres em cargo de chefia, bem como sobre as iniciativas sobre equidade de gênero a serem

desenvolvidas na universidade com enfoque no mercado de trabalho, obtendo-se o retorno de 30

questionários.

Como a pesquisa foi classificada como exploratória, utilizou-se a amostra não-

probabilística, o que impede a generalização de seus resultados, sendo que a amostra ficou limitada

aos 30 respondentes que se prontificaram a participar, equivalendo ao critério de conveniência

mencionado por Miguel et al. (2010).

As respostas foram analisadas separando o sexo e a fase, para elaboração de comparações.

Da 2ª fase, 16 acadêmicos participaram da pesquisa: 10 acadêmicas e 6 acadêmicos. Da 8ª fase, 14

acadêmicos responderam: 11 acadêmicas e 3 acadêmicos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

As concepções sobre discursos discriminatórios sobre gênero em sala de aula

Para analisar o ponto da existência de preconceitos velados em relação às mulheres

universitárias do curso de graduação em Engenharia Civil, os participantes da pesquisa foram

questionados a respeito do incômodo pela presença de discurso discriminatório sobre gênero em

sala de aula. As seguintes alternativas foram apresentadas para a pergunta “Já se sentiu

incomodado/a com algum discurso discriminatório sobre gênero em sala de aula?”: a) Sim,

inúmeras vezes; b) Sim, em alguns casos pontuais; c) Acho que sim, mas talvez seja só uma falsa

impressão. Tenho dificuldades de identificar esses tipos de discurso; d) Não, todos os discursos

estão voltados sempre para a equidade de gênero, que culminaram nas respostas apresentadas no

Gráfico 1 e no Gráfico 2:

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Gráfico 1 – Concepções sobre discursos discriminatórios sobre gênero em sala de aula (2ª fase)

Fonte: Elaborado pelas autoras, 2017.

Gráfico 2 – Concepções sobre discursos discriminatórios sobre gênero em sala de aula (8ª fase)

Fonte: Elaborado pelas autoras, 2017.

É interessante notar uma variação entre respostas das acadêmicas na alternativa “b”,

crescendo de 19% da 2ª fase para 35% na 8ª fase. Percebe-se também uma diminuição no número

de respostas masculinas para a alternativa “d”, de 19% das respostas da 2ª fase para 6% da 8ª fase.

Por esses resultados, pode-se inferir uma maior percepção para a discriminação de gênero em sala

de aula à medida em que se adentra o curso e as matérias do departamento de Engenharia Civil.

As concepções sobre discriminação por gênero com colegas de trabalho

Na sequência, buscou-se analisar as concepções sobre discriminação por gênero com

colegas de trabalho em ambientes como estágios e empregos. Para tanto, foi apresentada a seguinte

pergunta: “Você já viveu/presenciou situações de discriminação por gênero com colegas de

0%5%

10%15%20%25%30%

Sim, inúmeras vezes. Sim, em alguns casospontuais.

Acho que sim, mastalvez seja só uma falsa

impressão. Tenhodificuldades de

identificar esses tipos dediscurso.

Não, todos os discursosestão voltados sempre

para a equidade degênero.

M

F

0%5%

10%15%20%25%30%35%40%

Sim, inúmeras vezes. Sim, em alguns casospontuais.

Acho que sim, mastalvez seja só uma falsa

impressão. Tenhodificuldades de

identificar esses tipos dediscurso.

Não, todos os discursosestão voltados sempre

para a equidade degênero.

M

F

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trabalho? Ex.: Estágios, empregos”. Como possíveis respostas, foram indicadas as alternativas: a)

Sim, inúmeras vezes; b) Sim, em alguns casos pontuais; c) Acho que sim, mas talvez seja só uma

falsa impressão; d) Não, todas as relações com colegas de trabalho foram sempre pautadas na

equidade de gênero. As respostas podem ser identificadas no Gráfico 3 e no Gráfico 4:

Gráfico 3 – Concepções sobre discurso discriminatório em estágios e empregos (2ª fase)

Fonte: Elaborado pelas autoras, 2017.

Gráfico 4 – Concepções sobre discurso discriminatório em estágios e empregos (8ª fase)

Fonte: Elaborado pelas autoras, 2017.

Observa-se que há um alto percentual (31%) de mulheres na 2ª fase que identificam casos

pontuais de discriminação, assim como um alto percentual na 8ª fase de homens que consideram

que todas as relações com colegas de trabalho são pautadas na equidade de gênero (28%).

Todavia, o número de mulheres na 8ª fase a responder "inúmeras vezes" (28%) aumentou

em relação à questão anterior, o que reforça o argumento de Lombardi (2006), no sentido de que é

percebida essa sub-representação na engenharia, especialmente no ambiente de trabalho, como

observado nesta pesquisa.

As concepções sobre oportunidade de estágio em empresas na área de Engenharia Civil

Considerando as dificuldades que as engenheiras teriam para inserir em alguns setores da

engenharia onde a predominância ainda é masculina, analisou-se a questão no ambiente de estágio

0%

10%

20%

30%

40%

Sim, inúmeras vezes. Sim, em alguns casospontuais.

Acho que sim, mastalvez seja só uma falsa

impressão

Não, todas as relaçõescom colegas de trabalhoforam sempre pautadasna equidade de gênero.

M

F

0%

10%

20%

30%

Sim, inúmeras vezes. Sim, em alguns casospontuais.

Acho que sim, mastalvez seja só uma falsa

impressão

Não, todas as relaçõescom colegas de trabalhoforam sempre pautadasna equidade de gênero.

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na Engenharia Civil, levantando-se a seguinte questão: “Você considera que conseguir um estágio

na área de Engenharia Civil é mais difícil para uma mulher do que para um homem?”, apresentando

como opções de resposta, as seguintes: a) Sim, a preferência para as vagas ainda é masculina; b)

Talvez, dependendo do perfil do trabalho e da empresa; c) Nunca considerei essa possibilidade de

dificuldade; d) Não, trata-se da competência e rede de contatos de cada um. As respostas para esta

questão estão representadas no Gráfico 5 e no Gráfico 6:

Gráfico 5 – Concepções sobre oportunidade de estágio em empresas de Engenharia Civil (2ª fase)

Fonte: Elaborado pelas autoras, 2017.

Gráfico 6 – Concepções sobre oportunidade de estágio em empresas de Engenharia Civil (8ª fase)

Fonte: Elaborado pelas autoras, 2017.

O argumento central é que o perfil do trabalho e da empresa é determinante nessa

contratação, com 56% das respostas da 2ª fase e 35% da 8ª fase. Entretanto, nota-se uma

interessante disparidade quando a maioria das próprias mulheres na 8ª fase (28%) defende a

competência e rede de contatos e nega o fator gênero.

Entende-se que há uma tendência de restrição ao espaço privado para as mulheres, contudo

há que se considerar que os acadêmicos também podem enfrentar dificuldades ao se candidatar para

uma vaga que uma empresa direcione para o sexo feminino, por entender que o perfil é mais

administrativo. Sobre a dificuldade de conseguir um estágio, muitos acadêmicos provavelmente

ainda não estagiaram e isso pode ter interferido nas respostas, tendo em vista que 19% das

acadêmicas da 2ª fase e 14% da 8ª fase nunca consideraram a hipótese.

0%10%20%30%40%

Sim, a preferência paraas vagas ainda é

masculina.

Talvez, dependendo doperfil do trabalho e da

empresa.

Nunca considerei essapossibilidade de

dificuldade.

Não, trata-se dacompetência e rede decontatos de cada um.

M

F

0%10%20%30%

Sim, a preferência paraas vagas ainda é

masculina.

Talvez, dependendo doperfil do trabalho e da

empresa.

Nunca considerei essapossibilidade de

dificuldade.

Não, trata-se dacompetência e rede decontatos de cada um.

M

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As concepções sobre mulheres em cargos de chefia em empresas de Engenharia Civil

A escolha de uma questão sobre mulheres em cargos de chefia em empresas de Engenharia

Civil se deu para a exploração do conceito “teto de vidro”, que inclui obstáculos velados que

impedem a ascensão de mulheres a determinadas posições de prestígio nas profissões.

Os acadêmicos responderam à pergunta “Você considera que conseguir um cargo de chefia

numa empresa de Engenharia Civil é mais difícil para uma mulher do que para um homem?”, com

as seguintes alternativas: a) Sim, fatores como tradição, maternidade e discriminação de gênero

criam barreiras; b) Talvez, dependendo da política e do perfil da empresa; c) Nunca considerei essa

possibilidade de dificuldade; d) Não, a oportunidade aparece de acordo com a competência de cada

um. As respostas estão representadas no Gráfico 7 e no Gráfico 8:

Gráfico 7 – Concepções sobre dificuldade para mulheres em cargos de chefia em empresas de Engenharia Civil (2ª fase)

Fonte: Elaborado pelas autoras, 2017.

Gráfico 8 – Concepções sobre dificuldade para mulheres em cargos de chefia em empresas de Engenharia Civil (8ª fase)

Fonte: Elaborado pelas autoras, 2017.

Observa-se que, com relação a cargos de chefia, a percepção geral de dificuldade é maior do

que para a simples contratação no estágio, como visto na questão anterior, com a maioria das

participantes afirmando a dificuldade e barreiras, com 55% das respostas da 2ª fase e 28% das

respostas da 8ª fase, todas do sexo feminino.

0%10%20%30%40%50%60%

Sim, fatores comotradição, maternidade ediscriminação de gênero

criam barreiras.

Talvez, dependendo dapolítica e do perfil da

empresa.

Nunca considerei essapossibilidade de

dificuldade.

Não, a oportunidadeaparece de acordo coma competência de cada

um.

M

F

0%

10%

20%

30%

Sim, fatores comotradição, maternidade ediscriminação de gênero

criam barreiras.

Talvez, dependendo dapolítica e do perfil da

empresa.

Nunca considerei essapossibilidade de

dificuldade.

Não, a oportunidadeaparece de acordo com a

competência de cadaum.

M

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É interessante também observar que nenhum acadêmico em ambas as fases assinalou a

resposta da alternativa “c”, o que pode denotar maior percepção para o problema do que na questão

anterior.

Prevalece a disparidade no percentual de percepção na alternativa “a” e “d” na segunda fase,

com sua maioria respectivamente em mulheres e homens. Esse dado é interessante para a pesquisa

por traçar diferenças de concepções entre um grupo que pode ser afetado pelo fenômeno de teto de

vidro e percebe a dificuldade e outro grupo que nega a dificuldade, com a visão mais cartesiana de

que as oportunidades estão essencialmente vinculadas à competência. Na oitava fase, já se observa

uma maior sensibilidade do sexo masculino, que em sua maioria (21%) assinala a opção “b”.

Iniciativas para equidade de gênero a serem desenvolvidas na Universidade

A última questão do formulário relaciona a equidade de gênero com iniciativas e políticas

públicas: listaram-se iniciativas de promover a equidade de gênero no ambiente universitário com

enfoque no mercado de trabalho na área da Engenharia Civil.

Os participantes da pesquisa poderiam assinalar duas das seguintes alternativas: 1)

Atividades de integração envolvendo o CREA, empresas e a universidade; 2) Oficinas e palestras

sobre o tema na Semana das Engenharias; 3) Eventos periódicos com intuito de debater sobre

diferentes questões relacionadas à equidade de gênero e mercado de trabalho; 4) Projetos de

pesquisa, ensino e extensão de incentivo à equidade de gênero; 5) Campanhas de conscientização;

6) (Opção Única) Não acredito que as iniciativas acima mencionadas sejam alternativas para

solucionar esta questão. As porcentagens de respostas para esta questão se encontram no Gráfico 9:

Gráfico 9 – Preferência por iniciativas para equidade de gênero com foco no mercado de trabalho a serem

desenvolvidas na Universidade (2ª e 8ª fase)

Fonte: Elaborado pelas autoras, 2017.

A maioria dos acadêmicos e acadêmicas assinalou a opção “Atividades de integração

envolvendo o CREA, empresas e a universidade” com 60% das escolhas. Em segundo lugar, com

53% da preferência, ficou a iniciativa “Oficinas e palestras sobre o tema na Semana das

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60%

Atividades de integração envolvendo o CREAOficinas e palestras sobre o tema na Semana…Eventos periódicos com intuito de debater...

Projetos de pesquisa, ensino e extensão...Campanhas de conscientização

(Opção Única) Não acredito que as iniciativas...

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Engenharias”. A terceira principal ação escolhida foi opção relacionada a “Eventos periódicos com

intuito de debater sobre diferentes questões relacionadas à equidade de gênero e mercado de

trabalho”, com 23% das escolhas.

Observa-se também que 10% dos acadêmicos consideram que nenhuma das alternativas são

adequadas para serem desenvolvidas na Universidade, o que pode ser entendido como uma falta de

percepção da participação da universidade no processo de incorporação ao mercado de trabalho,

limitando-a ao processo de formação acadêmica apenas. Por outro lado, observa-se que a maioria

dos participantes entendem que outros atores (governo, empresas, CREA), além da universidade,

devem se preocupar com a questão da equidade no mercado de trabalho. Esse ponto fica evidente na

opção mais assinalada, com 60% dos acadêmicos, relacionada a atividades de integração

envolvendo o CREA, empresas e Universidade.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A pesquisa demonstrou que há uma maior percepção sobre a discriminação de gênero em

sala de aula à medida em que se adentra o curso e as matérias do departamento de Engenharia Civil,

além disso se reconhece que há uma sub-representação feminina na engenharia, especialmente no

ambiente de trabalho.

Os acadêmicos e acadêmicas têm a concepção de que as dificuldades das mulheres para a

ocupação de cargos de chefia são maiores do que para a simples contratação no estágio na área de

Engenharia Civil.

As principais iniciativas sobre equidade de gênero no mercado de trabalho a serem

desenvolvidas na universidade escolhidas pelos participantes da pesquisa demonstram a necessidade

da participação de outros atores (governo, empresas, CREA), além da universidade, para o

enfrentamento da equidade de gênero no mercado de trabalho.

Com uma forma de articular e fomentar as principais iniciativas selecionadas pelos

participantes nesta pesquisa, defende-se a efetiva participação das universidades no ciclo de

políticas públicas que versam sobre mercado de trabalho, educação e gênero, adotando-se projetos

de extensão para fortalecer o debate na universidade e comunidade, ampliar as diferentes visões de

mundo(s) das próprias acadêmicas e promover o empoderamento feminino. Ademais, entende-se

que o processo de formulação de políticas e de desenvolvimento de estudos sobre essa temática

precisam necessariamente abarcar as realidades de ambos os sexos.

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Seminário Internacional Fazendo Gênero 11 & 13th Women’s Worlds Congress (Anais Eletrônicos),

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Gender conceptions in the Civil Engineering world: a case study about academics of UDESC

– Campus Joinville under the job market optics

Abstract: Women’s disinterest in operating as engineers at such a promising and needy area has

been widely discussed (FRIGO; YEVSEYEVA; POZZEBON, 2013). The Women in STEM: A

Gender Gap to Innovation (BEED et al., 2011) document shows that gender inequity has remained

constant in the last decade, besides the increase of women’s presence in science, technology,

engineering and mathematics (STEM) higher education. This research aims to investigate the

conceptions of academics registered in the 2nd and 8th period of the Civil Engineering course of

Santa Catarina’s State University (UDESC) – Campus Joinville regarding gender discrimination

and labor market in Civil Engineering. The purpose is to identify, from different dimensions, the

possible challenges found by the students in the academic and professional environment, as well as

current strategies in terms of public policy and job maket. The methodology consists in a case

study, based in the application of a questionnaire, which intends to analyze the profile, experiences

and further conceptions of the academics concerning the theme. Ultimately, the defense is for

effective participation of universities in the cycle of public policy versing job market, education and

gender, by adoption of extension projects to strengthen the university and community’s debate,

amplify the diverse world(s) vision of the own academics e promote the feminine empowerment.

Keywords: Gender and labor Market. Women in Civil Engineering. Public policy