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Direção Artística: Celina Szrvinsk e Miguel Rosselini O Ministério da Cultura apresenta Temporada 2014

Concertos didaticos 2014

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Temporada 2014 dos Concertos Didáticos FEA

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Page 1: Concertos didaticos 2014

Direção Artística: Celina Szrvinsk e Miguel Rosselini

O M i n i s t é r i o d a C u l t u r a a p r e s e n t a

Temporada 2014

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Voluntariado

Adoçãode Espaços Públicos

Meioambiente

Comunidade

Cultura

Por uma vida melhor para todos e porum lugar cada vez melhor para viver.Somos uma associação sem fi ns lucrativos, que realiza o Programa de Responsabilidade Social Cooperativista da Unimed-BH. Há 11 anos, trabalhamos com 5 linhas de atuação, buscando a melhoria da qualidade de vida e a promoção da cidadania.

Conheça nossos projetos. Acesse institutounimedbh.com.br.

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Instituto Unimed-BH.Por uma vida mais saudável, em todos os sentidos.

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Queridos amigos,

Com prazer apresentamos a 14ª edição dos “Concertos Didáticos”, que, em 1990, lançava em Belo Horizonte a primeira programação regular de concertos por assinatura.

Nestes 14 anos, temos tido a sorte de contar com parceiros e público fiéis, que apoiam a iniciativa e permitem, desta forma, incluir no calendário cultural da cidade o já aguardado evento anual.

O concerto de abertura da Temporada 2014 está a cargo do jovem pianista Cristian Budu , que se apresenta pela primeira vez na capital mineira. Cristian Budu é o primeiro pianista brasileiro a conquistar, em 2013, o 1º Prêmio no Concurso Internacional Clara Haskil.

O segundo concerto, no dia 06 de setembro, traz ao palco Luis Carlos Justi, Aloysio Fagerlande e Fany Solter, reconhecidos artistas nacionais, interpretando belo programa de música brasileira, recentemente lançado em CD pelo grupo.

Apresenta-se, no dia 13 de setembro, o quinteto formado pelos músicos canadenses Emmanuel Vukovich, Victor Fournelle-Blain, Marina Thibeault, Julia MacLaine e Dominic Desautels, oferecendo-nos a oportunidade de ouvir duas obras magistrais do repertório de câmara: o Quinteto para clarineta e cordas de Mozart e o Quarteto de Cordas op.95 de Beethoven.

O Trio Brasileiro completa neste ano 39 anos de realizações ininterruptas, certamente o maior histórico de atividades de qualquer conjunto de câmera brasileiro, o que, por si só, é motivo de grande orgulho para a vida musical do país. O trio realizará o concerto de outubro, com um programa inteiramente dedicado a Schubert.

Para o encerramento da Temporada, reunem-se pela primeira vez, dois integrantes destacados da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, o violinista Rommel Fernandes e a violoncelista Elise Pittenger, com o pianista mineiro Miguel Rosselini, executando alguns dos mais consagrados trios com piano.

Esperando corresponder às exigentes expectativas de nossa platéia, agradecemos pela presença de todos, desejando momentos musicais de grande intensidade.

Celina Szrvinsk Diretora Artística da Série “Concertos Didáticos FEA”

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CRISTIAN BUDU, piano

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P R O G R A M A

ROBERT SCHUMANN (1810-1856)

Kreisleriana, op.16Äußerst bewegt (Extremamente movido)

Sehr innig und nicht zu rasch (Muito íntimo e não tão depressa)Sehr aufgeregt (Muito agitado)

Sehr langsam (Muito lentamente)Sehr lebhaft (Muito vivamente)

Sehr langsam (Muito lentamente)Sehr rasch (Muito rápido)

Schnell und spielend (Rápido e brincalhão)

FRÉDÉRIC CHOPIN (1810-1849)

24 Prelúdios, op.28

30 de agosto | sábado | 18 horas

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CRISTIAN BUDU é considerado um dos expoentes de sua geração. Dotado de musicalidade genuína e uma calorosa força de comunicação, sua personalidade artística e sensível pianismo vem sendo internacionalmente reconhecidos. Desde os 9 anos de idade, foi laureado com o primeiro lugar em diversos concursos nacionais, como o Concurso Nelson Freire (2010) e o Programa Prelúdio da TV Cultura (2007).

Em 2013, tornou-se o primeiro brasileiro a vencer o 25º Concours International de Piano Clara Haskil na Suíca, considerado um dos mais importantes concursos da atualidade, que tem entre seus vencedores em edições passadas Christoph Eschenbach, Richard Goode, Mitsuko Uchida e Evgeni Korolyov. Esse prêmio tem sido considerado pela crítica no Brasil como a mais importante premiação a um pianista brasileiro nos últimos 20 anos. Além do grande prêmio, Cristian também arrebatou o prêmio do público e o prêmio Children›s Corner. No mesmo ano venceu também o concurso “WIld Card Ensemble Honors Competition” do New England Consevatory em Boston.

Cristian desenvolve uma carreira intensa como solista e camerista, apresentando-se com na América do Sul, Europa, Estados Unidos e Israel em salas como Jordan Hall em Boston, Ateneu de Bucareste, Teatro Municipal de São Paulo, Teatro Municipal do Rio de Janeiro, Fundação Maria Luisa e Oscar Americano, Museu da Casa Brasileira, entre outras. Apresentou-se com a Orchestre de la Suisse Romande, Orquestra Sinfônica Brasileira, Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, Orquestra Sinfônica de Sergipe etc, e dividiu o palco com os artistas Frederic Chaslin, Sebastian Baverstam, Roberto Minczuk, George Li, Iosif Ion Prunner, Guilherme Mannis e Julio Medaglia.

Apresentou recital no Rockport Music Festival (EUA), ministrou masterclass na University of Massachusetts (EUA), e participou de diversos concertos em Boston, pelo projeto “Community Performances and Partnerships”. Com patrocínio do programa Young at Arts, apresentou-se na Romenia como solista junto a Orquestra Emil Nichifor e em recital no Museu George Enescu. Em Israel, apresentou recitais solo e em duo com o violinista Semion Gavrikov a convite da Organização “Zfunot Tarbut” e participou na Argentina do I Encontro de Pianistas do Mercosul, organizado por Dario Ntaca.

Cristian dedica-se também à música popular. Em 2009 participou como convidado especial de um espetáculo de Antônio Nóbrega no Auditório Ibirapuera, e em Boston é integrante de um quartet especializado em choro.

Compromissos futuros de Cristian incluem recitais no Klavier-Festival Ruhr, no Festival da Radio France e concertos com a Orquestra Sinfônica da Rádio de Stuttgart, Orquestra Sinfônica de Jerusalém, OSESP, OER, entre outros.

Cristian é Mestre em Performance Pianística pelo New England Conservatory (EUA), onde foi bolsista de 2010 a 2012, na classe de Wha Kyung Byun, com que estuda até hoje. É bacharel em Música pela USP na classe de Eduardo Monteiro e antes disso estudou com Elsa Klebanovsky (pupila de Wilhelm Kempff), Marina Brandão e Cláudio Tegg. Foi aluno do Instituo Brincante, onde teve aulas com Rosane Almeida e outros artistas populares. Participou de masterclasses com artistas como Russell Sherman, Menahem Pressler, Maria João Pires, Leif Ove Andsnes, Gilberto Tinetti, Marisa Lacorte, Flavio Augusto, entre outros.

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A música e a literatura, máximas do ideário romântico alemão, estiveram presentes em toda a produção artística de ROBERT SCHUMANN. Da infância e adolescência passadas na livraria do pai, também romancista e editor, Robert definiu não só o gosto literário, mas todo um universo poético cuja fantasia transportaria às criações musicais. Schumann foi editor-fundador e colaborador do jornal Neue Zeitschrift für Musik, veículo defensor da legítima arte musical e contrário à música dos “filisteus”, desprovida de qualidade artística. Já nesse tempo, abandonara a escola de Direito de Heidelberg em favor do curso de piano com o renomado professor Friedrich Wieck, em Leipzig. Lá, enamorara-se da filha de seu mestre, Clara, uma jovem e talentosa pianista. Por quatro anos, Friedrich Wieck opôs-se veementemente ao noivado da filha, que ocorreu somente após autorização judicial. Brotaram desse período angustiante e apaixonado as principais obras pianísticas de Schumann, como a Kreisleriana op.16 (1838), escrita em quatro dias. A obra, assim como todas as peças daquele período, foi fortemente inspirada em sua amada Clara: “tenho a intenção de chamá-la Kreisleriana, porém você e suas ideias desempenham papel principal na mesma. Quero dedicá-la a você e a mais ninguém. Quando se descobrir nela, irás sorrir docemente”, escreveu-lhe Robert. Clara, provavelmente evitando afrontar seu pai e assombrada com a força da nova obra - um avanço na produção schumaniana - recusou a dedicatória, que foi transferida à Chopin. Famoso pela crítica mordaz aos colegas de ofício, Chopin ateve seus comentários ao belo frontispício. Segundo Schumann, “o título é compreensível apenas para os alemães. Kreisler, personagem imaginário criado por E.T.A. Hoffmann, é um excêntrico, ferino e inteligente mestre-de-capela”. Diversos musicólogos costumam referir a obra musical de Schumann à antologia de contos de Hoffmann, intitulada Quadros de fantasia à maneira de Callot, do qual fazem parte dois contos chamados kreisleriana. É interessante ressaltar, porém, que no último livro de Hoffmann, o inacabado O Gato Murr, a presença de Kreisler como herói biografado é marcante e pode ter influenciado Schumann. O livro, uma ousada colagem de duas histórias propositalmente embaralhadas - a autobiografia de Murr, o gato, escrita no verso das anotações sobre a vida do exigente compositor Kreisler - dá o tom exato às alternâncias entre o fantástico e o lírico, o grotesco e o amoroso, principal característica da Kreisleriana op.16, uma das mais notáveis criações pianísticas de Schumann.

FRÉDÉRIC CHOPIN nasceu em Zelazowa-Wola, perto de Varsóvia, na Polônia. Segundo afirmações suas e de seus familiares, nasceu a 1º de março de 1810, diferentemente da certidão de batismo, datada de 22 de fevereiro, uma semana antes. Aos 21, abandonou definitivamente sua terra natal estabelecendo-se em Paris, aonde veio a falecer a 17 de outubro de 1849. Entre 1838 e 1839, Chopin visitou Maiorca - a maior das ilhas baleares ao sul da Espanha - permanecendo por 98 na Cartuxa de Valldemosa, um antigo mosteiro herdado pela romancista francesa George Sand, sua amante entre 1837 e 1847. A ideia de que Chopin viria a curar-se da tuberculose em Maiorca foi desastrosa, pois com a chegada das chuvas na região sua saúde foi gravemente afetada. A doença deixou-o depressivo e isolado e, ademais, ressentia-se dizendo que os habitantes da ilha o tratavam como se fosse vitimado pela peste bubônica. Em carta ao amigo Julien Fontana, contou sobre suas impressões de Valldemosa: “Deves imaginar-me, entre as rochas e o mar, em uma cela no interior de um imenso mosteiro abandonado. Minha cela tem a forma de um grande ataúde com uma janelinha que dá para laranjeiras e ciprestes no jardim. Na escrivaninha, Bach e os meus garranchos (...). Em outras palavras, escrevo-te de um lugar muito estranho. O piano espera há oito dias, no porto, a decisão dos empregados da alfândega, que querem montanhas de ouro”. Foi nesta atmosfera que Chopin trabalhou nos 24 Prelúdios Opus 28, a quinta-essência da criação musical romântica para piano. Escrever uma série de prelúdios em todas as tonalidades lembra obviamente os 48 Prelúdios e Fugas do Cravo Bem-Temperado de J. S. Bach, que Chopin estudou com seu primeiro professor, Zywny. A execução integral do Opus 28, seja nos salões ou em salas de concerto, seria impensável na época de Chopin. Entretanto, ele adotou um sistema de ordenação diferente da cromática proposta por Bach, preferindo apresentar as tonalidades maiores seguidas das relativas menores, a percorrer o ciclo ascendente de quintas. Ao estabelecer esta conexão tonal entre as peças, Chopin possibilitou que o Opus 28 fosse interpretado em concerto como uma obra única, não no sentido de uma só entidade, mas como uma constelação de vinte e quatro microcosmos com o infinito em si.

Marcelo Corrêa

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LUIS CARLOS JUSTI, oboé

FANY SOLTER, piano

ALOYSIO FAGERLANDE, fagote

TRIO SOLTER-JUSTI-FAGERLANDE

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P R O G R A M A

SIGISMOND NEUKOMM (1778-1858)

Nocturne

TIM RESCALA (1960)

Melodia partida em três

H. DAWID KORENCHENDLER (1948)

Serenata

JOÃO G. RIPPER (1959)

From my window nº1 (Cenários)

Biking by the Sea (Orla)

Sunset (Anoitecer)

Bossa-Nova

6 de setembro | sábado | 18 horas

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FANY SOLTER , pianista, natural de Ilhéus (BA), estu-dou com os professores Conceição Lopes, em sua cidade natal, Helena Galo e Homero Magalhães, no Rio de Janeiro, e Carl Seemann, na Escola Superior de Música de Freiburg, como bolsista do governo alemão. Desenvolveu importante carreira solo e camerística, logo após vencer concursos internacio-nais, como o de Vercelli (Itália) e Munique (Alemanha). Desde 1976, Fany Solter é catedrática de piano na Escola Superior de Música de Karlsruhe (University of Music Karlsruhe), onde foi Reitora, de 1984 a 2001. Fany tem dado recitais e masterclas-ses na Europa (Alemanha, Suíça, Itália, Rússia), no Brasil, na Argentina, em Israel e no Japão. Atua como solista de impor-tantes orquestras - Orchestre de la Suisse Romande, Sinfônica de Praga, Sinfônica da Rádio da Baviera, Israel Camerata, Filarmônica Polonesa - e várias orquestras brasileiras - OSB, OSN, OSUSP, OSBA e outras. Como solista, gravou para o selo Bayer o 1° Concerto de Shostakovich, e como camerista regis-trou em CD toda a obra de câmara de Frédéric Chopin com o violoncelista alemão Martin Ostertag, para o selo Antes. Fany Solter recebeu condecorações, dentre as quais a Medalha Villa-Lobos, do governo brasileiro, e a Grande Cruz do Mérito, do governo alemão. A Universidade Fredericiana de Karlsruhe concedeu-lhe o título de Doutora Honoris Causa. LUIS CARLOS JUSTI , natural de Piracicaba (SP), estudou com Davino Rosa e Ernst Mahle como bolsista da Escola de Música de Piracicaba, aperfeiçoando-se com o pro-fessor Ingo Goritzki, na Escola Superior de Música e Teatro de Hannover, Alemanha, como bolsista do DAAD, Serviço Ale-mão de Intercâmbio Acadêmico. Doutor em Música Brasileira pela UNIRIO, atua nesta universidade como professor de oboé e música de câmara e, desde 2011, é também professor do Programa de Pós- Graduação em Música. É oboista do Quin-teto Villa-Lobos há 28 anos, com o qual já gravou numerosos CDs de música brasileira. Tem atuado como solista à frente de orquestras do Brasil, bem como da América do Sul e Europa. Como coordenador do Projeto Unibral, da Capes com o DAAD (Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico), desde 2002 Justi coordena os Festivais Internacionais de Música Brasil & Alemanha, entre UNIRIO e UFRJ e a Escola Superior de Música de Karlsruhe, Alemanha. Recebeu da sua cidade natal a Medalha “Dr. Olenio Veiga” por méritos musicais. Foi professor na Universidade Estadual de Campinas, Unicamp, até 1984, quando se transferiu para o Rio de Janeiro.

ALOYSIO FAGERLANDE , fagotista graduado pela Escola de Música da UFRJ, estudou com Noël Devos, Gilbert Audin e Gerald Corey. É doutor em Música pela UNI-RIO, e obteve o “Prix de Virtuosité” no Conservatoire National de Région de Rueil-Malmaison, França, (1986-1987). Como camerista e integrante do Quinteto Villa-Lobos, apresentou--se nas principais salas de concerto do Brasil, América do Sul, Europa, África e Oriente Médio, além de ter registrado em CDs grande parte da produção camerística brasileira para fagote, com destaque para a obra de câmara para sopros de Heitor Villa-Lobos. Em seu trabalho solo, tem estado à frente de orquestras no Brasil, América do Sul e Europa. Em 2011, gra-vou o CD Música brasileira de concerto para fagote e orques-tra de câmara, somente com compositores da Escola de Música da UFRJ. Como professor, ministra oficinas e aulas em diversos festivais e cursos no Brasil, América do Sul e Europa. É professor de fagote da Escola de Música e do Programa de Pós-Graduação em Música da UFRJ, atuando como coorde-nador de diversos projetos de pesquisa e extensão, como o Quinteto Experimental de Sopros da EM-UFRJ

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Na segunda metade do século XIX, o trio oboé-fagote-piano se firmou em uma tímida produção de compositores franceses e alemães. No século XX, a coloração timbrística da formação inspirou obras notáveis de autores franceses, como o neoclássico Trio de Francis Poulenc, composto em 1926 e dedicado à Manuel de Falla, e o Trio de Jean Françaix, dedicado ao fagotista William Waterhouse. No século XXI, inúmeras obras para a formação têm sido comissionadas por artistas e instituições.

O trio instrumental formado por oboé, fagote e piano é uma combinação rara, porém sonoramente atraente e ainda pouco explorada. Originou-se, talvez, de uma das formações mais comuns encontradas na literatura da música clássica de câmara: o trio de violino e violoncelo e piano. Transposta das cordas para as madeiras, mais precisamente para os instrumentos de palheta dupla, oboé e fagote, a formação manteve o mesmo padrão textural, no qual um instrumento harmônico se associa a dois instrumentos melódicos de registros diferentes: um agudo e outro grave. Durante o período barroco, e mesmo no romantismo, era prática comum a substituição do violino pelo oboé, pelo trompete ou pela flauta e do violoncelo pela viola, pela trompa ou pelo fagote. Assim ocorre em Nocturne, do compositor austríaco SIGISMOND NEUKOMM: originalmente destinada para oboé, trompa e piano, a obra foi transcrita pelo próprio autor para violino ou flauta e violoncelo ou fagote. O floreado Nocturne, de feições maneiristas, a meio caminho de Beethoven e Rossini, foi composto no Rio de Janeiro em 1817, período no qual Neukomm trabalhou como tutor musical do futuro Imperador Dom Pedro I. O Trio Solter-Justi-Fagerlande realizará uma combinação entre as duas versões originais.

TIM RESCALA é o mais irreverente compositor brasileiro de sua geração. Carioca, nascido em 1961, é conhecido por sua atuação na TV como ator comediante e autor de música incidental. Possui reconhecida experiência como pianista, autor e diretor teatral, além de compositor de música eletroacústica. Sua composição Melodia partida em três foi escrita em 2013 e dedicada ao Trio Solter-Justi-Fagerlande. Nesta obra, conforme nos esclarece o autor, “os três instrumentos se dividem na tarefa de tocar uma mesma melodia, dividindo-a sempre em três partes, de diversas formas, de maneira regular ou irregular. Ora um se destaca dos demais, ficando com uma parte maior da melodia, ora os três atuam juntos para tocá-la. Muitas vezes dedicam-se a

apenas um trecho dela. A estrutura ternária da peça, refletida em seus três movimentos tocados sem interrupção, está presente também nos pequenos trechos que a integram”.

Nascido no Rio de Janeiro, em 1948, HENRIQUE DAWID KORENCHENDLER já angariou inúmeros prêmios por suas composições, ouvidas em diversos países, tais como Alemanha, Estados Unidos, Espanha, Suécia, Japão e Israel. Sua obra mantém certo academicismo, em favor da escrita tradicional, e revela vestígios de sua ascendência judaico-polonesa, associados a uma sutil brasilidade. Escrita em 1990, a Serenata para oboé, fagote e piano, possui dois movimentos, os quais devem ser executados sem interrupção. “Nela”, segundo o compositor, “contrastam o aspecto lírico e o humor, este, principalmente, no segundo movimento”.

JOÃO GUILHERME RIPPER nasceu no Rio de Janeiro, em 1959. Divide suas atividades entre composição, regência orquestral, docência e a direção da Sala Cecília Meireles. Premiado por suas óperas Domitila e Anjo Negro, Ripper tem se mostrado como um dos mais prolíficos compositores brasileiros da atualidade. Original para oboé, viola e piano, From my window nº1 foi encomendada em 2010 pela editora Jeanné Publishing Co., em Minneapolis, Estado Unidos. Nas palavras do autor, From my window nº1 “inaugura a série de três obras, com instrumentações diversas, que retratam as paisagens do Rio de Janeiro. Os títulos dos três movimentos - Biking by the sea, Sunset e Bossa-nova - sugerem diferentes cenários que procurei traduzir musicalmente através da incorporação e transformação de elementos da música popular carioca”. A obra From My Window nº2 foi escrita para quinteto de cordas e From My Window nº3 para quinteto de cordas com piano. Em 2013, Ripper regeu a estreia de seu Concertino para oboé, fagote e cordas na cidade de Rosario, Argentina, tendo como solistas Luis Carlos Justi e Aloysio Fagerlande.

O repertório deste programa encontra-se registrado no CD “Música Brasileira para Oboé, Fagote e Piano”, gravado pelo selo UFRJ-Música com o patrocínio da Fundação Carlos Cha-gas de Apoio à Pesquisa no Rio de Janeiro e com os auxílios da Bernd Moosmann GmbH e da F. Lorée-Paris. O CD é fruto da cooperação entre a UFRJ, a UNIRIO e a Escola Superior de Música de Karlsruhe e os docentes das três instituições.

Marcelo Corrêa

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EMMANUEL VUKOVICH, violino

VICTOR FOURNELLE-BLAIN, violino

MARINA THIBEAULT, viola

JULIA MACLAINE, cello

DOMINIC DESAUTELS, clarineta

QUINTETO DE CORDAS E CLARINETA

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P R O G R A M A

WOLFGANG AMADEUS MOZART (1756-1791)

Quinteto para Clarineta K.581Allegro

LarghettoMenuetto

Allegretto con variazioni

LUDWIG VAN BEETHOVEN (1770-1827)

Quarteto de Cordas nº11 op.95, “Serioso”Allegro con brio

Allegretto ma non troppo - attacca subito:Allegro assai vivace ma serioso

Larghetto expressivo - Allegretto agitato - Allegro

13 de setembro | sábado | 18 horas

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THE PARCIVAL PROJECT é um grupo de música de câmara de excelência internacional, cuja comunhão de artistas está unida por um espírito de colaboração e guiada pela busca de qualidade artística através de performances influenciadas pela herança e pela evolução da tradição musical. Criado em 2011, já realizou várias performances de repertório e instrumentação varia-dos. O conjunto atual vem se apresentando com a mesma forma-ção desde setembro de 2013 e é composto por Emmanuel Vukovich (fundador do projeto) e Victor Fournelle-Blain, violinos, Marina Thi-beault, viola, Julia MacLaine, violoncelo, e Dominic Desautels, clari-nete. Após sua performance inaugural no Royal Ontario Museum, Toronto (Canadá), em um evento beneficente para o tratamento da Distrofia Muscular, em novembro de 2013, o Quinteto excursionou pelo leste canadense, tocando nas cidades de Halifax, Montreal e Toronto. Em 2014, além das apresentações no Brasil, estão previstos concertos no Montreal’s Ahuntsic en Fugue Festival, no Canadá, e uma turnê sul-americana

EMMANUEL VUKOVICH , nascido em Calgary, o violinista canadense Emmanuel Vukovich já se apresentou em diversas cidades do Canadá, Estados Unidos, Europa e Austrália, onde tocou com artistas como Ida Haendel, Anton Kuerti e Matt Haimowitz. Ele é o vencedor do McGill University’s first Schulich Golden Violin Award e do The Canada Council for the Arts Orford String Quartet Scholarship, além de ter conquistado, como mem-bro do Lloyd Carr-Harris String Quartet, o prêmio The Fischoff International Chamber Music Competition. Tendo começado seus estudos de violino com Danuta Ciring em Calgary, Emmanuel conti-nuou seus estudos com Dorothy Delay e Masao Kawasaki na Juilliard School, em Nova York, e com Denise Lupien e André Roy na McGill University, e atualmente cursa a Pós-Graduação no New England Conservatory of Music com Lucy Chapman e Donald Weilerstein. Em 2011 fundou o Parcival Project, um grupo de música de câmara internacional com sede em Montreal. Emmanuel toca um violino ‘Miller’ 1768, Janarius Gagliano, instrumento emprestado pelo Banco do Conselho das Artes do Canadá Musical Instrument.

VICTOR FOURNELLE-BLAIN , vencedor do McGill Schulich School of Music’s 2014 Golden Violin Award and Concerto Competition e do Prix d’Europe 2012 e segundo colo-cado no 2010 OSM Standard Life Competition, o violinista Four-nelle-Blain tem solado com cárias orquestras, entre elas a Orchestre Métropolitain de Montréal, a Orchestre Symphonique de Trois-Ri-vières, Orchestre des Jeunes de Montréal e Orchestre Symphoni-que du Conservatorie de Montreal e tem colaborado com artistas como André Laplante, Jonathan Crow, Andrew Wan, Brian Manker, Antonio Lysy, Desmond Hoebig e Jean Marchand. Em 2013, concluiu o seu Mestrado em Música na Yale School of Music, onde estudou com Ani Kavafian. Atualmente, Victor está cursando o Artist Diploma in Violin and Viola na McGill, com uma bolsa da Lloyd Carr-Harris. Em 2011, ele completou seus estudos no Conservatório de Música de Montréal, na classe de Johanne Arel, recebendo o prêmio de Grande Distinção para Violino e Música de Câmara. Pelo seu grande talento, Vítor recebeu doações da McAbbie Foundation e da Hnatyshyn Fou-ndations, assim como recebeu o apoio da Canimex, QC, Canadá, através do empréstimo de um violino GF Pressenda e de um arco Sartory, por ele utilizados.

A jovem violista, MARINA THIBEAULT , iniciou seus estudos em Québec, tendo se formado no Instituto Curtis de Música, onde estudou com tanto Roberto Díaz, como com Michael Tree. Em 2011, estudou com Bruno Giuranna, no Conservatório

della Svizzera Italiana, através de apoio do Conselho do Canadá para as Artes. Marina já se apresentou como solista com a Orques-tra Sinfônica de Quebec, a Orquestra de Marienbad, North Czech Philharmonic, e a Orquestra Sinfônica Západočeský. Como vence-dora do “Les Auditions Jeunes Artistes de Radio-Canada”, de 2007, a Srta. Thibeault fez uma gravação com CBC que foi transmitido no Canadá e na França. Ela também foi premiado em 2008, no Hradec’s Beethoven International Music Competition, na República Checa, onde também realizou diversos recitais em Praga e Teplice, durante o Festival de Música de Ludwig van Beethoven.Em novembro de 2012, Marina fez sua estréia em Paris, no Centro Culturel Canadien, com um programa de viola solo. Na próxima temporada 2014-2015, ela estará em turnê com um recital de viola e piano para a “Jeunesses Musicales du Canada”.

A violoncelista canadense, JULIA MACLAINE , tem se apresentado por todo o mundo como solista e músico de câmara, com um repertório que vai do clássico ao contemporâneo, além de interpretar suas próprias composições. Recentemente, Julia se apresentou no Central Park (Nova York-USA) com a Orchestra of St. Luke’s and of The Knights, e foi elogiada pelo The New York Times que classificou sua interpretação do Concerto para Violoncelo de Schumann, como de “serenidade e graça”. Em Nova York, Julia, além de membro da Orchestra of St. Luke’s and of The Knights, é co-fun-dadora da Decoda, um conjunto que produz música de câmara em todo o mundo. Em Montreal, ela é a violoncelista do Duo Moon Palace, com o trompista Louis-Pierre Bergeron. Ela também é uma artista da SAMS (Société pour Les Arts en Milieux de Santé), um pro-grama que traz música à hospitais e centros de saúde em Montreal. Julia estudou na MCGill University (Canadá) e na Juilliard School (USA).

DOMINIC DESAUTELS , clarinetista nascido em Granby, Quebec, em 1982, Dominic Desautels é o principal clarine-tista da Sinfônica de Nova Scotia. Ele é vencedor de vários concursos e prémios no Canadá, entre eles o Radio-Canada’s Jeunes Artistes Auditions e o Université de Montréal’s Concerto Competition. Ele também ganhou 3 º lugar no prestigiado 33º International Ste-pping Stone Competition, um dos poucos instrumentistas de sopro a alcançar esta classificação na história da competição. Na tempo-rada de 2012/13, Dominic, juntamente com a pianista Tina Chong, realizou cerca de 40 recitais em uma turnê por todo o Canadá, patrocinado pelo Jeunesses Musicales of Canada, além de ter participado de vários festivais, incluindo o Scotia Festival of Music (Canadá), Festival du Bic (Canadá), Rio Folle Journée (Brasil), e o Halifax Jazz Festival (Canadá) e realizado diversas gravações para a televisão e rádios de diversos países. Dominic tem estudado prin-cipalmente com Jean-François Normand, Robert Riseling e Joaquin Valdepeñas, tendo concluído seu bacharelado na Universidade de Montreal, dando continuidade aos seus estudos na Universidade de Western Ontario e na Glenn Gould School, em Toronto. Dominic fez sua estréia como solista com a Orquestra Sinfónica de Toronto, em 2004, aos 21 anos, e logo depois de sua apresentação foi convidado a integrar a orquestra como seu clarinetista principal. De 2008 a 2012, Dominic Desautels atuou como clarinetista principal da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, uma das orquestras mais importantes do Brasil. Dominic Desautels recebeu apoio de desenvolvimento de carreira da Jeunesses Musicales do Canadá e é um artista Yamaha e toca com o novo clarinete Yamaha CSG.

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A escrita a quatro vozes foi amplamente utilizada desde o início da polifonia, na Idade Média e Renascença, a princípio baseada na divisão natural dos registros da voz humana - soprano, contralto, tenor e baixo. A maioria das obras do século XVI e XVII foi escrita em quatro partes, seja na formação vocal ou instrumental, sendo que o quarteto de cordas em sua forma clássica - dois violinos, viola e violoncelo - surgiu somente no século XVIII. Definido por Goethe como “uma conversa entre pessoas instruídas”, o gênero foi fixado por Haydn e Mozart, desenvolvido por Beethoven e cultivado pelos compositores românticos e modernos.

O Quinteto para Clarineta K581, uma das mais inspiradas obras de WOLFGANG AMADEUS MOZART, possui a formação do quarteto de cordas acrescida da clarineta-solista. Foi escrito durante o verão de 1789, paralelamente à composição da ópera Così fan Tutte, e dedicado a Anton Stadler, clarinetista da orquestra da corte de Viena. Stadler era conhecido por sua capacidade em explorar o registro grave da clarineta e por haver criado e desenvolvido uma extensão adicional para o instrumento através da implementação de novas chaves. Foi Stadler e este novo instrumento - a clarineta di bassetto ou clarinete-baixo - hoje em desuso, que inspiraram Mozart a compor um importante tríptico de obras para clarineta: o Trio K498, o Quinteto K581 e o Concerto K622. O “Quinteto de Stadler”, como o próprio compositor o chamava, foi estreado no Burgtheater de Viena, no concerto anual de natal de 1789, em beneficência das viúvas dos músicos vienenses. Stadler foi o clarinetista-solista e Mozart atuou como o violista do quarteto. Stadler e Mozart também foram colegas de maçonaria e, segundo Constanze, esposa de Mozart, eles chegaram a fundar uma sociedade secreta chamada Grotto, da qual nada mais se sabe. Constanze, após a morte do marido, acusou Stadler pelo desaparecimento do manuscrito original do Quinteto K581 e de trios inéditos para clarinete-baixo. Sempre endividado pelo envolvimento em jogos e apostas, Stadler provavelmente empenhou ou vendeu os raríssimos manuscritos autógrafos de Mozart que possuía.

Ora tempestuoso, ora fantasmagórico, o Quarteto de cordas em fá menor nº11 op.95 de LUDWIG VAN BEETHOVEN é uma de suas obras mais ousadas. O título “Serioso” foi dado pelo próprio compositor e está presente na indicação de tempo do terceiro movimento: Allegro assai vivace ma serioso. A conflitualidade presente no Quartetto Serioso reflete o momento histórico anterior no qual Viena estivera dominada pelas tropas napoleônicas. Além dos bombardeios e da escassez de alimentos, o cerco de Viena afetou Beethoven por causar a evasão de muitos de seus mecenas. Na época, a música de câmara, adequada aos salões residenciais, dependia financeiramente dos patronos da nobreza. Um dos melhores grupos vienenses de câmara, o Quarteto Schuppanzigh, por exemplo, com o qual Beethoven esteve intimamente associado, era apoiado pelo príncipe da Prússia Carl Lichnowsky e pelo conde russo Andrei Razumovsky. O dedicatário da obra, o violoncelista amador Nikolaus Zmeskall, era um militar amigo de Beethoven e não raro emprestava-lhe frequentemente pequenas somas de dinheiro. Escrito em 1810, o Quartetto Serioso é o último representante do gênero presente na fase intermediária do compositor: Beethoven só se dedicaria a compor quartetos de cordas em 1822, num hiato de doze anos, e só concluiria o próximo quarteto - Opus 127 - três anos após tê-lo iniciado. O Quartetto Serioso é o mais compacto de todos os quartetos de Beethoven e o único sem um verdadeiro movimento lento - com exceção do pouco conhecido Quarteto em fá maior, transcrição da Sonata para piano em mi maior op.14 nº1. No início do último movimento do Quartetto Serioso um Larghetto expressivo é esboçado, no entanto, o trecho lento extingue-se ao final de oito compassos, transformado, subitamente, no Allegretto agitato. Reconhecendo a singularidade da obra, Beethoven demorou em publicá-la e advertiu a um amigo: “o Quartetto foi escrito para um pequeno círculo de apreciadores e nunca deve ser apresentado em público”.

Marcelo Corrêa

Page 16: Concertos didaticos 2014

WATSON CLIS, violoncelo

ERICH LEHNINGER, violino

GILBERTO TINETTI, piano

TRIO BRASILEIRO

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P R O G R A M A

FRANZ SCHUBERT (1797-1828)

Sonata em lá menor para violino e piano D.385Allegro moderato

AndanteMenuetto. Allegro

Allegro

Trio em si bemol maior D.898Allegro moderato

Andante un poco mossoScherzo: Allegro. Trio

Rondo: Allegro vivace. Presto

18 de outubro | sábado | 18 horas

Page 18: Concertos didaticos 2014

Em Janeiro de 1975, durante o Festival Internacional de Música de Curitiba, reuniram-se pela primeira vez o pianista Gilberto Tinetti, o violinista Erich Lehninger e o violoncelista Watson Clis, para ensaiar e preparar em pouco mais de uma semana, o Trio de Maurice Ravel. Desafio instigante, ainda que assustador: trata-se de uma obra importante, belíssima, mas de execução extremamente complicada. A apresentação pública aconteceu no Teatro Guaíra, exatamente no dia 17 de Janeiro de 1975, os três músicos se entenderam muito bem em seu trabalho artístico: o desafio tinha valido a pena. E logo veio a ideia inevitável: por quê não continuar ? Estava por ali o empresário Walter Santos que “batizou” o conjunto de TRIO BRASILEIRO . Aconteceram os primeiros convites, os primeiros recitais. No Rio de Janeiro, a estreia ocorreu na Casa de Rui Barbosa e foi saudada no “Jornal do Brasil” com um artigo do compositor Edino Krieger: “É realmente excepcional esse novo conjunto, surgido quase ao acaso, do encontro de seus três integrantes no Festival de Música do Paraná. Excelentes instrumentistas, dotados de uma sensibilidade musical extrema, eles próprios por certo sentiram que o encontro casual não poderia ser uma experiência isolada, confinada ao tempo e ao espaço exíguo de um festival. Há entre eles uma afinidade maior, um tal entendimento de técnica e de intenções, que seria realmente um desperdício não continuar um trabalho em conjunto.”

Faz 30 anos que isto aconteceu: nestas 3 décadas, o TRIO BRASILEIRO , sempre com a mesma forma-ção original, tocou pelo Brasil afora, nas mais conhecidas e conceituadas salas de concerto, atuou nos mais importan-tes festivais de música do país, além de se apresentar nos Estados Unidos, Alemanha, França, Portugal e Colômbia. Suas gravações para os selos Philips e Eldorado abrangem obras de Beethoven, Schubert, Schumann, Mendelssohn, Brahms, Ravel, Marlos Nobre. Em 2004 o TRIO BRASILEIRO lançou um CD pelo selo Lami, voltado para o repertório contemporâneo brasileiro, com Trios de Francisco Braga, Radamés Gnattali, Osvaldo Lacerda e Almeida Prado. Este último dedicou ao conjunto o seu “Trio Marítimo”. Outra obra dedicada ao TRIO BRASILEIRO é “Alternâncias” de Ronaldo Miranda. Em 1999 o TRIO recebeu em São Paulo o Prêmio Carlos Gomes na categoria ‘melhor conjunto de câmara”. Nestes 39 anos de atividade ininterrupta, o TRIO BRASILEIRO tem sido reconhecido pela crítica especializada e pelo público, como um dos mais importantes exemplos de trabalho musical sério, requintado e de alto nível, no meio musical brasileiro.

GILBERTO TINETTI começou seus estudos em sua cidade natal, São Paulo. Mais tarde, enraizado em Paris, trabalhou intensamente com Magda Tagliaferro, participando também de cursos de aperfeiçoamento com Alfred Cortot e Friedrich Wührer. Na Academia Internacional de Verão do Mozarteum em Salzburgo, Tinetti foi vencedor do 1º prêmio e por conseqüência desta vitória, excursionou como solista por diversos países da Europa e pelos E.U.A. Mais tarde executou a 1ª audição do 4º Concerto de Villa-lobos. Foi aclamado o melhor pianista de música da câmara do Brasil pela crítica especializada, Tinetti foi também professor do departamento de música da Universidade de São Paulo.

ERICH LEHNINGER , nascido na Alemanha, começou seus estudos de violino com cinco anos de idade. Aos onze anos fez seu “debut” com um recital de violino e no mesmo ano passou a estudar com Helmut Zernick em Colônia. De 1963 a 1969, Lehninger passou a estudar na Escola Superior de Música de Colônia onde obteve o prêmio de Música de Câmara desta cidade. Ainda como o estudante, trabalhou como “Spalla” da Orquestra de Câmara Renana e de 1971 a 1974 foi “Spalla” de Nordwestdeutsche Philharmonie. No fim de 1974 mudou-se definitivamente para Brasil. Foi “Spalla” do Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, e continua sendo diretor artístico do “Sinfonietta Rio.”

WATSON CLIS começou seus estudos do cello em Belo Horizonte com o Prof. J. L. Musa Pompeu. Em 1964 mudou-se para o Rio de Janeiro e passou a estudar com Iberê Gomes Grosso. Participou de cursos de aperfeiçoamento com Pierre Fournier e em 1972 integrou a classe de Amadeu Baldovino na “Academia Nazionale di Santa Cecília” em Roma. Participando de grupos importantes de câmara, realizou inúmeros recitais com a participação dos maiores pianistas brasileiros. Como o solista de orquestra, esteve sob o batuta dos maestros renomados como Eleazar de Carvalho, Simon Blech, Henrique Jorda, David Machado e outro. Hoje é professor da UNIRIO e do Centro de Artes Tom Jobim em São Paulo.

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A fama do compositor austríaco FRANZ PETER SCHUBERT limitou-se por muito tempo à de um autor de canções, uma vez que sua imensa produção instrumental não havia sido publicada, nem sequer executada até o final do século dezenove. Além de extremamente tímido e modesto, sentia-se profundamente intimidado por Beethoven e afastava-se dos editores: “quem pode fazer qualquer coisa depois de Beethoven?”, receava Schubert. Nas obras sinfônicas e camerísticas em que Schubert utiliza a estrutura da forma-sonata, o dualismo entre os dois temas principais, um antagonismo exigido pela forma, não raro dá lugar ao idílio schubertiano, ao episódico, à fantasia sonora deliberadamente desprendida do legado clássico. A Sonata em lá menor para violino e piano D.385 e o Trio em si bemol maior D.898 representam duas incursões de Schubert no gênero camerístico e possuem o primeiro movimento em forma-sonata. Uma análise da estruturação dessas obras revela que o início do desenvolvimento, após a repetição da exposição temática, foi o trecho escolhido por Schubert para arquitetar momentos ousados e marcantes. Já Beethoven preferia surpreender seus ouvintes ao final do movimento, com modulações súbitas e materiais temáticos inéditos. O que difere Schubert de Beethoven não se traduz em fraqueza estrutural, mas numa nova ordem que provém de outros contrastes, talvez mais sutis, compreendidos somente um século depois como algo revolucionariamente novo.

Em março de 1816, quando Schubert compôs sua Sonata para violino D.385, Beethoven já havia escrito suas dez obras do gênero, inclusive a célebre Sonata Kreutzer, cuja duração atinge 40 minutos. Provavelmente, o editor Diabelli, em vista do legado beethoveniano - e na esperança de aumentar as vendas - ignorou o título “Sonata”, dado por Schubert a cada uma de suas três obras para piano e violino, e editou-as como

“Três Sonatinas op.137”. É necessário esclarecer que algumas obras de Schubert possuem duas numerações catalográficas. Isto se justifica, pois as obras que receberam número de opus não abarcam nem um vigésimo de sua produção. Somente em 1951, o musicólogo austríaco Otto Erich Deutsch, autor de cerca de 150 artigos sobre Schubert, publicou o primeiro catálogo completo das mil obras do compositor, indicadas pela letra “D” e numeradas pela data de composição. Das três “Sonatinas”, a segunda, em lá menor - catalogada como Opus 137 nº2 ou D.385 - é a maior e revela o jovem Schubert num brilhante ensaio dramático com reminiscências do estilo mozartiano.

Em fins de 1827, quando Schubert iniciou o Trio em si bemol D.898, Beethoven já havia falecido. No início daquele ano, Schubert estivera no funeral de Beethoven, em Viena, acompanhando o féretro e carregando uma tocha para seu herói. Não somente a morte de Beethoven entristeceu-o naquele ano, marcado também por decepções afetivas e dores físicas: Schubert pressentia a sua própria morte. Contudo, obras magníficas como o belo Trio em si bemol D.898 revelam-se nobres e arrebatadoras. Segundo Schumann, “basta uma olhadela no Trio de Schubert e os problemas de nossa existência humana desaparecem e o mundo inteiro se torna fresco e luminoso de novo”. O Trio em si bemol foi estreado num sarau em homenagem ao noivado de Joseph Spaun, amigo de infância de Schubert. Na ocasião - 28 de janeiro de 1828, último ano de vida do compositor - tocaram o violinista Ignaz Schuppanzigh e o violoncelista Joseph Linke, os mesmos músicos que estrearam o Trio Arquiduque em si bemol maior, de Beethoven, em 1814.

Marcelo Corrêa

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ROMMEL FERNANDES, violino

ELISE PITTENGER, cello

MIGUEL ROSSELINI, piano

TRIO VIOLINO, CELLO E PIANO

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P R O G R A M A

JOSEPH HAYDN (1732-1809)

Trio HobXV:21 em Dó maiorAdagio pastorale - Vivace assai

Molto andanteFinale - Presto

FELIX MENDELSSOHN-BARTHOLDY (1809-1847)

Trio nº1 op.49 em ré menorMolto allegro ed agitato

Andante com moto tranquilloScherzo: Leggiero e vivace

Finale: Allegro assai appassionato

MAURICE RAVEL (1875-1937)

Trio em lá menorModére

Pantoum-Assez vifPassacaille-Trés largo

Final-Animé

22 de novembro | sábado | 18 horas

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ROMMEL FERNANDES é atualmente o Spalla Associado da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais e mantém intensa atividade como recitalista e músico de câmara. Foi solista frente a diversas orquestras, incluindo a Filarmônica de Minas Gerais, Sinfônica do Estado de São Paulo (como vencedor do concurso Jovens Solistas), Orquestra Unisinos, Orquestra de Câmara da Unesp, Advent Chamber Orchestra (ao lado de Jacques Israelievitch, ex-spalla da Sinfônica de Toronto) e Northwestern University Chamber Orchestra. Elogiado pela crítica por sua “execução soberba e musicalidade aristocrática”, bem como por sua “releitura vibrante, modernista porém elegante” do repertório tradicional, Rommel destaca-se ainda como intérprete de música contemporânea, atuando com os grupos Oficina Música Viva e Sonante 21. Mestre e Doutor em Música com “Honors” pela Northwestern University (EUA) na classe de Gerardo Ribeiro, Rommel frequentou também o Lucerne Festival Academy (Suíça), e o Tanglewood Music Center (EUA). Ainda nos EUA, atuou como músico convidado das Orquestras Sinfônicas de Boston (em Tanglewood) e Chicago (na série MusicNOW de música contemporânea), apresentou-se em transmissões ao vivo pela WFMT (rádio FM de música erudita de Chicago), colaborou com o grupo Fifth House Ensemble e fez parte do corpo docente da North Park University. Como membro da Chicago Civic Orchestra, Rommel trabalhou com regentes e solistas como  Charles Dutoit, Christoph Eschenbach, Daniel Barenboim, Gidon Kremer, Lorin Maazel, Pierre Boulez e Pinchas Zukerman. Natural de Maria da Fé - MG, Rommel iniciou seus estudos musicais no Conservatório Estadual de Pouso Alegre e obteve o Bacharelado em Violino pelo Instituto de Artes da Unesp em São Paulo como aluno de Ayrton Pinto. Ainda em São Paulo, Rommel foi membro da Orquestra Experimental de Repertório e Spalla da Orquestra de Câmara da Unesp.

ELISE PITTENGER é chefe em atividade do naipe dos violoncelos da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais. Natural de Baltimore, EUA, ela concluiu, em 2010, seu doutorado em performance musical pela McGill University (Canadá), sob a orientação de Matt Haimovitz. Possui também mestrado pela Rice University (EUA), onde estudou com Norman Fischer, e bacharelado em literatura pela Yale University (EUA). Elise já tocou sob a regência de Kurt Masur, Seiji Ozawa, Charles Dutoit,  Rafael Frühbeck de Burgos, Kent Nagano, Larry Rachleff, entre outros, em festivais e orquestras nos EUA, Europa e Brasil. Além de seu trabalho orquestral, participa de atividades musicais que abrangem uma ampla gama de estilos. Estudou, por exemplo, cello barroco com o grupo canadense Tafelmusik, improvisação

contemporânea livre com Lori Friedman, apresentou-se com o celista Matt Haimovitz no premiado grupo de violoncelos Uccello, em turnês por Canadá e EUA, e trabalhou com Yo-Yo Ma no Silk Road Ensemble, combinando músicas orientais e ocidentais. Durante seu doutorado, Elise participou como integrante e solista do McGill Contemporary Music Ensemble e se tornou cada vez mais interessada pela música contemporânea. No Brasil, ela se apresenta com três grupos de música contemporânea: Oficina Música Viva, Sonante 21 e Duo Qattus. Elise também se dedica ao ensino, tendo sido professora em escolas e festivais nos EUA, Espanha, Honduras, México e Brasil. Antes de se mudar para o Brasil, foi integrante do Haven String Quartet, participando do projeto social Music Haven, no qual dava aulas de violoncelo e organizava concertos didáticos para crianças e adolescentes de escolas públicas do Estado de Connecticut.

MIGUEL ROSSELINI estudou no Brasil com Gilberto Tinetti e Jacques Klein. Na Alemanha, realizou cursos de Mestrado e Doutorado na Escola Superior de Música de Karlsruhe, orientado por Fany Solter. Vencedor de diversos concursos, aos dezoito anos foi detentor do Prêmio Jovens Solistas da OSESP, tendo tocado o 2º Concerto de Saint-Saëns, sob a regência de Eleazar de Carvalho. Desde então sua carreira o tem levado a algumas das principais salas de concerto do Brasil e também à Itália, Suíça, Alemanha e Canadá, sempre com notável êxito. Como solista, atuou à frente das Orquestras Sinfônica de Minas Gerais, Sinfônica Municipal de Campinas, Filarmônica de Baden-Baden, Bach Orchester Herzogtum-Lauenburg, Filarmônica de Minas Gerais, dentre outras. Como camerista, ao lado de Hanno Simons, Cláudio Jaffe, Antonio Saiote, Helen Jahren, Keyth Underwood, Roman Simovic e Dilson Florêncio. Seu duo pianístico com Celina Szrvinsk tem sido reconhecido como um dos mais destacados do país. Possui dois CDs gravados em duo com Celina Szrvinsk, tendo sido o CD de 2005 citado pela revista Diapason como uma das melhores gravações brasileiras do ano. Outro CD em parceria com o oboísta Alexandre Barros foi lançado em agosto de 2011. Desde 1985 é professor de Piano e Música de Câmera na Escola de Música da UFMG. Muitos de seus alunos são premiados em concursos nacionais e vários deles atuam como professores em universidades brasileiras. É frequentemente convidado para compor júris de concursos de piano e como docente em festivais de férias.

Page 23: Concertos didaticos 2014

O fato de LUDWIG VAN BEETHOVEN, em 1805, ter transcrito, na íntegra, sua Segunda Sinfonia para trio com piano - violino, violoncelo e piano - nos dá a dimensão da importância histórica desta formação musical. Disseminado no século dezenove, o trio com piano teve a popularidade impulsionada pela atividade amadora, por assim dizer, doméstica. Sem ser pequeno como o dueto e suficientemente sonoro, esta formação pareceu mais apropriada às execuções em pequenos espaços. As obras deste programa se enquadram perfeitamente à panorâmica da evolução estilística, tímbrica e textural do trio com piano. Os três instrumentos musicais parecem tornar-se um só elemento, uma matéria prima, moldada nas mãos de três grandes artesãos: Haydn, Mendelssohn e Ravel.

Os trios com piano de JOSEPH HAYDN podem bem ser o ponto de partida para o afloramento do gênero camerístico, pois neles, o violino e o violoncelo, muitas vezes apenas dobram, respectivamente, a mão direita e esquerda do piano. Os trios de Haydn, estruturados em dois e três movimentos, precedem os quatro movimentos fixados por Beethoven e habituais ao gênero. O Trio Hob. XV:21, publicado com outros dois trios, traz na primeira edição a seguinte indicação: “três sonatas para piano com acompanhamento de violino e violoncelo”. Há uma explicação: o piano, na época de Haydn, possuía sonoridade velada, muito aquém do sonoro piano atual, e carecia do reforço tonal, ou “acompanhamento”, de outros instrumentos. A obra foi escrita no período de maturidade do compositor, quando completara 70 anos de idade.

Considerando sua curta existência - 38 anos - o compositor alemão FÉLIX MENDELSSOHN-BARTHOLDY deixou-nos uma extensa e variada obra, escrita com a insuperável maestria que já possuía aos primeiros anos da juventude. Entre suas composições de câmara com piano destacam-se três quartetos, um sexteto e dois trios, sendo estes, os últimos a serem compostos. O Trio nº1 op.49, de 1839, provou ser um sucesso imediato desde sua estreia, em Frankfurt, com o próprio compositor ao piano. Na ocasião, Robert Schumann, em suas atribuições como crítico musical, publicou a seguinte nota: “É necessário dizer muito pouco sobre o trio de Mendelssohn uma vez que ele está nas mãos de todos. Esta obra-prima é atual assim como foram atuais os grandes trios de Beethoven e Schubert, de modo que, no futuro, esta adorável composição também servirá de deleite para nossos netos e bisnetos. Mendelssohn ergueu-se tão alto que daqui a alguns anos será reconhecido como ‘o Mozart do século dezenove’ - que foi o mais brilhante entre os músicos e aquele que primeiro e mais claramente

reconheceu as contradições de seu tempo. Depois de Mozart veio Beethoven, e este Mozart moderno será seguido por um novo Beethoven que já deve ter nascido. Bem, o que mais pode se dizer a respeito deste trio sem repetir as palavras dos que o escutaram? Os mais felizes ouviram-no pelas mãos de seu criador. Embora tenhamos arrojados virtuoses, raramente teremos uma performance de frescor tão encantador. E devo ressaltar que este trio não foi escrito para o piano tocar sozinho! Deixemos que esta obra atinja a todos, como deve ser, e prove mais uma vez a força artística de seu criador cuja maturidade surge como uma flor desabrochada.”

O Trio em lá menor de MAURICE RAVEL é uma obra surpreendentemente inovadora e conjuga colorações bascas, francesas e orientais. Foi composto em 1914, em Saint-Jean-de-Luz – uma comuna basco-francesa entre Biarritz e Ciboure, cidade-natal de Ravel. Da mãe basca, pertencente à população que vive na costa atlântica francesa junto à fronteira espanhola, Ravel herdou a afinidade com a Espanha, elemento refletido em muitas de suas obras. No primeiro movimento do Trio, Modére, o tema de abertura é uma versão lentíssima do zortizico, uma dança basca de rítmica assimétrica, porém, notada metricamente por Ravel em compasso quaternário simples. O tema é originário do projeto de um concerto para piano baseado em temas bascos, intitulado Zaspiak-Bat e infelizmente abandonado. O oriente, retratado dez anos antes em Shéhérazade – versão raveliana do conto das Mil e Uma Noites – surge no segundo movimento do trio, Assez vif, “muito rápido”, e curiosamente batizado de Pantoum. Ravel faz menção à interessante estrutura poética da Malásia, na qual uma mesma frase participa de diferentes estrofes modificando o seu sentido. Adotado por escritores franceses como Victor Hugo, Leconte de Lisle e Charles Baudelaire, o pantoum foi abordado por Ravel não só através de refrãos e estrofes melódicas, mas na superposição de compassos ternários e quaternários, intencionando talvez transportar para a música os tercetos e as quadras alternadas irregularmente na forma literária malaia. O terceiro movimento, Trés large, “muito lento”, é uma passacaglia, uma forma musical na qual um tema melódico é variado, diferentemente da chacona, cujo tema é harmônico. No finale, Animé, Ravel retorna com a ousada irregularidade rítmica do movimento inicial, desta vez com a alternância de compassos assimétricos. Nele, a proficiência técnica dos três músicos é exigida em alto grau e os instrumentos são amplamente explorados em efeitos colorísticos - trinados, trêmulos, glissandos, arpejos e rápidas sequências harmônicas - que dão tom cintilante ao desfecho arrebatador.

Marcelo Corrêa

Page 24: Concertos didaticos 2014

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30 de agosto

6 de setembro

13 de setembro

18 de outubro

22 de novembro

CRISTIAN BUDU, piano

TRIO SOLTER-JUSTI-FAGERLANDELuis Carlos Justi, oboéAloysio Fagerlande, fagoteFany Solter, piano

QUINTETO DE CORDAS E CLARINETAEmmanuel Vukovich, violinoVictor Fournelle-Blain, violinoMarina Thibeault, violaJulia MacLaine, celloDominic Desautels, clarineta

TRIO BRASILEIROErich Lehninger, violinoWatson Clis, violonceloGilberto Tinetti, piano

TRIO VIOLINO, CELLO E PIANORommel Fernandes, violinoElise Pittenger, celloMiguel Rosselini, piano

Temporada 2014