Concílio de Nicéia - A Condenação dos Evangelhos Apócrifos

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O Conclio de Nicia - Condenao dos Evangelhos Apcrifos

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O Conclio de NiciaCondenao dos Evangelhos Apcrifos

O Conclio de Nicia325 D.C realizado o Conclio de Nicia, atual cidade de Iznik, provncia de Anatlia (nome que se costuma dar antiga sia Menor), na Turquia asitica. A Turquia um pas euro-asitico, constitudo por uma pequena parte europia, a Trcia, e uma grande parte asitica, a Anatlia. Este foi o primeiro Conclio Ecumnico da Igreja, convocado pelo Imperador Flavius Valerius Constantinus (285 - 337 d.C), filho de Constncio I. Quando seu pai morreu em 306, Constantino passou a exercer autoridade suprema na Bretanha, Glia (atual Frana) e Espanha. Aos poucos, foi assumindo o controle de todo o Imprio Romano.

Desde Lcio Domcio Aureliano (270 - 275 d.C ), os Imperadores tinham abandonado a unidade religiosa, com a renncia de Aureliano a seus "direitos divinos", em 274. Porm, Constantino, estadista sagaz que era, inverteu a poltica vigente, passando, da perseguio aos cristos, promoo do Cristianismo, vislumbrando a oportunidade de relanar, atravs da Igreja, a unidade religiosa do seu Imprio. Contudo, durante todo o seu regime, no abriu mo de sua condio de sumo-sacerdote do culto pago ao "Sol Invictus". Tinha um conhecimento rudimentar da doutrina crist e suas intervenes em matria religiosa visavam, a princpio, fortalecer a monarquia do seu governo.

Na verdade, Constantino observara a coragem e determinao dos mrtires cristos durante as perseguies promovidas por Diocleciano, em 303. Sabia que, embora ainda fossem minoritrios (10% da populao do imprio), os cristos se concentravam nos grandes centros urbanos, principalmente em territrio inimigo. Foi uma jogada de mestre, do ponto de vista estratgico, fazer do Cristianismo a Religio Oficial do Imprio: Tomando os cristos sob sua proteo, estabelecia a diviso no campo adversrio. Em 325, j como soberano nico, convocou mais de 300 bispos ao Conclio de Nicia. Constantino visava dotar a Igreja de uma doutrina padro, pois as divises, dentro da nova religio que nascia, ameaavam sua autoridade e domnio. Era necessrio, portanto, um Conclio para dar nova estrutura aos seus poderes.

E o momento decisivo sobre a doutrina da Trindade ocorreu nesse Conclio. Trezentos Bispos se renem para decidir se Cristo era um ser criado (doutrina de Arius) ou no criado, e sim igual e eterno como Deus Seu Pai (doutrina de Atansio). A igreja acabou rejeitando a idia ariana de que Jesus era a primeira e mais nobre criatura de Deus, e afirmou que Ele era da mesma "substncia" ou "essncia" (isto , a mesma entidade existente) do Pai. Assim, segundo a concluso desse Conclio, h somente um Deus, no dois; distncia entre Pai e Filho est dentro da unidade divina, e o Filho Deus no mesmo sentido em que o Pai o . Dizendo que o Filho e o Pai so "de uma substncia", e que o Filho "gerado" ("nico gerado, ou unignito", Joo 1. 14,18; 3. 16,18, e notas ao texto da NVI), mas "no feito", o Credo Niceno, estabelece a Divindade do homem da Galilia, embora essa concluso no tenha sido unnime. Os Bispos que discordaram, foram simplesmente perseguidos e exilados.

Com a subida da Igreja ao poder, discusses doutrinrias passaram a ser tratada como questes de Estado. E na controvrsia ariana, colocava-se um obstculo grande realizao da idia de Constantino de um Imprio universal que deveria ser alcanado com a uniformidade da adorao divina.

O Conclio foi aberto formalmente a 20 de maio, na estrutura central do palcio imperial, ocupando-se com discusses preparatrias na questo ariana, em que Arius, com alguns seguidores, em especial Eusbio, de Nicomdia; Tegnis, de Nice, e Maris, de Chalcedon, parecem ter sido os principais lderes. Como era costume, os bispos orientais estavam em maioria. Na primeira linha de influncia hierrquica estavam trs arcebispos: Alexandre, de Alexandria; Eustquio, de Antioquia e Macrio, de Jerusalm, bem como Eusbio, de Nicomdia e Eusbio, de Cesaria. Entre os bispos encontravam-se Stratofilus, bispo de Pitiunt (Bichvinta, reino de Egrisi). O ocidente enviou no mais de cinco representantes na proporo relativa das provncias: Marcus, da Calbria (Itlia); Cecilian, de Cartago (frica); Hosius, de Crdova (Espanha); Nicasius, de Dijon (Frana) e Domnus, de Stridon (Provncia do Danbio). Apenas 318 bispos compareceram, o que equivalia a apenas uns 18% de todos os bispos do Imprio. Dos 318, poucos eram da parte ocidental do domnio de Constantino, tornando a votao, no mnimo, tendenciosa. Assim, tendo os bispos orientais como maioria e a seu favor, Constantino aprovaria com facilidade, tudo aquilo que fosse do seu interesse.

As sesses regulares, no entanto, comearam somente com a chegada do Imperador. Aps Constantino ter explicitamente ordenado o curso das negociaes, ele confiou o controle dos procedimentos a uma comisso designada por ele mesmo, consistindo provavelmente nos participantes mais proeminentes desse corpo. O Imperador manipulou, pressionou e ameaou os partcipes do Conclio para garantir que votariam no que ele acreditava, e no em algum consenso a que os bispos chegassem. Dois dos bispos que votaram a favor de Arius foram exilados e os escritos de Arius foram destrudos. Constantino decretou que qualquer um que fosse apanhado com documentos arianistas estaria sujeito pena de morte.

Mas a deciso da Assemblia no foi unnime, e a influncia do imperador era claramente evidente quando diversos bispos de Egito foram expulsos devido sua oposio ao credo. Na realidade, as decises de Nicia foram fruto de uma minoria. Foram mal entendidas e at rejeitadas por muitos que no eram partidrios de rio. Posteriormente, 90 bispos elaboraram outro credo (O "Credo da Dedicao") em, 341, para substituir o de Nicia. (...) E em 357, um Conclio em Smirna adotou um credo autenticamente ariano.

Portanto, as orientaes de Constantino nessa etapa foram decisivas para que o Conclio promulgasse o credo de Nicia, ou a Divindade de Cristo, em 19 de Junho de 325. E com isso, veio a conseqente instituio da Santssima Trindade e a mais discutida, ainda, a instituio do Esprito Santo, o que redundou em interpolaes e cortes de textos sagrados, para se adaptar a Bblia s decises do conturbado Conclio e outros, como o de Constantinopla, em 38l, cujo objetivo foi confirmar as decises daquele.

A concepo da Trindade, to obscura, to incompreensvel, oferecia grande vantagem s pretenses da Igreja. Permitia-lhe fazer de Jesus Cristo um Deus. Conferia a Jesus, que ela chama seu fundador, um prestgio, uma autoridade, cujo esplendor recaia sobre a prpria Igreja catlica e assegurava o seu poder, exatamente como foi planejado por Constantino. Essa estratgia revela o segredo da adoo trinitria pelo conclio de Nicia.

Os telogos justificaram essa doutrina estranha da divinizao de Jesus, colocando no Credo a seguinte expresso sobre Jesus Cristo: Gerado, no criado. Mas, se foi gerado, Cristo no existia antes de ser gerado pelo Pai. Logo, Ele no Deus, pois Deus eterno! Espelhando bem os novos tempos, o Credo de Nicia no fez qualquer referncia aos ensinamentos de Jesus. Faltou nele um "Creio em seus ensinamentos", talvez porque j no interessassem tanto a uma religio agora scia do poder Imperial Romano.

Mesmo com a adoo do Credo de Nicia, os problemas continuaram e, em poucos anos, a faco arianista comeou a recuperar o controle. Tornaram-se to poderosos que Constantino os reabilitou e denunciou o grupo de Atansio. Arius e os bispos que o apoiavam voltaram do exlio. Agora, Atansio que foi banido. Quando Constantino morreu (depois de ser batizado por um bispo arianista), seu filho restaurou a filosofia arianista e seus bispos e condenou o grupo de Atansio.

Nos anos seguintes, a disputa poltica continuou, at que os arianistas abusaram de seu poder e foram derrubados. A controvrsia poltico/religiosa causou violncia e morte generalizadas. Em 381 d.C, o imperador Teodsio (um trinitarista) convocou um conclio em Constantinopla. Apenas bispos trinitrios foram convidados a participar. Cento e cinqenta bispos compareceram e votaram uma alterao no Credo de Nicia para incluir o Esprito Santo como parte da divindade. A doutrina da Trindade era agora oficial para a Igreja e tambm para o Estado. Com a exclusiva participao dos citados bispos, a Trindade foi imposta a todos como "mais uma verdade teolgica da igreja". E os bispos, que no apoiaram essa tese, foram expulsos da Igreja e excomungados.

Por volta do sculo IX, o credo j estava estabelecido na Espanha, Frana e Alemanha. Tinha levado sculos desde o tempo de Cristo para que a doutrina da Trindade "pegasse". A poltica do governo e da Igreja foram as razes que levaram a Trindade a existir e se tornar a doutrina oficial da Igreja. Como se pode observar, a doutrina trinitria resultou da mistura de fraude, poltica, um imperador pago e faces em guerra que causaram mortes e derramamento de sangue.

As Igrejas Crists hoje em dia dizem que Constantino foi o primeiro Imperador Cristo, mas seu "cristianismo" tinha motivao apenas poltica. altamente duvidoso que ele realmente aceitasse a Doutrina Crist. Ele mandou matar um de seus filhos, alm de um sobrinho, seu cunhado e possivelmente uma de suas esposas. Ele manteve seu ttulo de alto sacerdote de uma religio pag at o fim da vida e s foi batizado em seu leito de morte.

OBS: Em 313 d.C., com o grande avano da "Religio do Carpinteiro", o Imperador Constantino Magno enfrentava problemas com o povo romano e necessitava de uma nova Religio para controlar as massas. Aproveitando-se da grande difuso do Cristianismo, apoderou-se dessa Religio e modificou-a, conforme seus interesses. Alguns anos depois, em 325 D.C, no Conclio de Nicia, fundada, oficialmente, a Igreja Catlica...

H que se ressaltar que, "Igreja" na poca de Jesus, no era a "Igreja" que entendemos hoje, pois se lermos os Evangelhos duma ponta outra veremos que a palavra Igreja, no sentido que hoje lhe damos, nem sequer neles mencionada exceto por aproximao e apenas trs vezes em dois versculos no Evangelho de Mateus (Mt 16, 18 e Mt 18, 17), pois a palavra grega original, usada por Mateus, ekklsia, significa simplesmente assemblia de convocados, neste caso a comunidade dos seguidores da doutrina de Jesus, ou a sua reunio num local, geralmente em casas particulares onde se liam as cartas e as mensagens dos apstolos. Sabemo-lo pelo testemunho de outros textos do Novo Testamento, j que os Evangelhos a esse respeito so omissos. Veja-se, por exemplo, a epstola aos Romanos (16, 5) onde Paulo cita o agrupamento (ekklsia) que se reunia na residncia dum casal de teceles, quila e Priscila, ou a epstola a Filmon (1, 2) onde o mesmo Paulo sada a ekklsia que se reunia em casa do dito Filmon; num dos casos, como lemos na epstola de Tiago (2, 2), essa congregao crist designada por sinagoga. Nada disto tem a ver, portanto, com a imponente Igreja catlica enquanto instituio formal estruturada e oficializada, sobretudo a partir do Conclio de Ncia, presidido pelo Imperador Constantino, mais de 300 anos aps a morte de Cristo.

Onde termina a IGREJA PRIMITIVA dos Atos dos Apstolos e comea o Catolicismo Romano?

Quando Roma tornou-se o famoso imprio mundial, assimilou no seu sistema os deuses e as religies dos vrios pases pagos que dominava. Com certeza, a Babilnia era a fonte do paganismo desses pases, o que nos leva a constatar que a religio primitiva da Roma pag no era outra seno o culto babilnico. No decorrer dos anos, os Lderes da poca comearam a atribuir a si mesmos, o poder de "senhores do povo" de Deus, no lugar da Mensagem deixada por Cristo. Na poca da Igreja Primitiva, os verdadeiros Cristos eram jogados aos lees. Bastava se recusar a seguir os falsos ensinamentos e o castigo vinha a galope. O paganismo babilnico imperava a custa de vidas humanas.

No ano 323 d.C, o Imperador Constantino professou converso ao Cristianismo. As ordens imperiais foram espalhadas por todo o imprio: As perseguies deveriam cessar! Nesta poca, a Igreja comeou a receber grandes honrarias e poderes mundanos. Ao invs de ser separada do mundo, ela passou a ser parte ativa do sistema poltico que governava. Da em diante, as misturas do paganismo com o Cristianismo foram crescendo, principalmente em Roma, dando origem ao Catolicismo Romano. O Conclio de Nicia, na sia Menor, presidido por Constantino era composto pelos Bispos que eram nomeados pelo Imperador e por outros que eram nomeados por Lderes Religiosos das diversas comunidades. Tal Conclio consagrou oficialmente a designao "Catlica" aplicada Igreja organizada por Constantino: "Creio na igreja una, santa, catlica e apostlica". Poderamos at mesmo dizer que Constantino foi seu primeiro Papa. Como se v claramente, a Igreja Catlica no foi fundada por Pedro e est longe de ser a Igreja primitiva dos Apstolos ...

Em resumo: Por influncia dos imperadores Constantino e Teodsio, o Cristianismo tornou-se a religio oficial do Imprio Romano e entrou no desvio. Institucionalizou-se; surgiu o profissionalismo religioso; prticas exteriores do paganismo foram assimiladas; criaram-se ritos e rezas, ofcios e oficiantes. Toda uma estrutura teolgica foi montada para atender s pretenses absolutistas da casta sacerdotal dominante, que se impunha aos fiis com a draconiana afirmao: "Fora da Igreja no h salvao".

Alm disso, Constantino queria um Imprio unido e forte, sem dissenes. Para manter o seu domnio sobre os homens e estabelecer a ditadura religiosa, as autoridades eclesisticas romanas deviam manter a ignorncia sobre as filosofias e Escrituras. A mesma Bblia devia ser diferente. Devia exaltar Deus e os Patriarcas mas, tambm, um Deus forte, para se opor ao prprio Jeov dos Hebreus, ao Buda, aos poderosos deuses do Olimpio. Era necessrio trazer a Divindade Arcaica Oriental, misturada s fbulas com as antigas histrias de Moiss, Elias, Isaas, etc, onde colocaram Jesus, no mais como Messias ou Cristo, mas, maliciosamente, colocaram Jesus parafraseado de divindade no lugar de Jezeu Cristna, a segunda pessoa da trindade arcaica do Hindusmo.

Nesse quadro de ambies e privilgios, no havia lugar para uma doutrina que exalta a responsabilidade individual e ensina que o nosso futuro est condicionado ao empenho da renovao interior e no simples adeso e submisso incondicional aos Dogmas de uma Igreja, os quais, para uma perfeita assimilao, era necessrio admitir a quintessncia da teologia: "Credo quia absurdum", ou seja, "Acredito mesmo que seja absurdo", criada por Tertuliano (155-220), apologista Cristo.

Disso tudo deveria nascer uma religio forte como servia ao imprio romano. Vieram ainda a ser criados os simbolismos da Sagrada Famlia e de todos os Santos, mas as verdades do real cnone do Novo Testamento e parte das Sagradas Escrituras deviam ser suprimidas ou ocultadas, inclusive as obras de Scrates e outras Filosofias contrrias aos interesses da Igreja que nascia.

Esta lgica foi adotada pelas foras clericais mancomunadas com a poltica romana, que precisava desta religio, forte o bastante, para impor-se aos povos conquistados e reprimidos por Roma, para assegurar-se nas regies invadidas, onde dominava as terras, mas no o esprito dos povos ocupados. Em troca, o Cristianismo ganhava a Universalidade, pois queria se tornar "A Religio Imperial Catlica Apostlica Romana", a Toda Poderosa, que vinha a ser sustentada pela fora, ao mesmo tempo que simulava a graa divina, recomendando o arrependimento e perdo, mas que na prtica, derrotava seus inimigos a golpes de espada.

Ento no era da tolerncia pregada pelo Cristianismo que Constantino precisava, mas de uma religio autoritria, rgida, sem evasivas, de longo alcance, com razes profundas no passado e uma promessa inflexvel no futuro, estabelecida mediante poderes, leis e costumes terrenos.

Para isso, Constantino devia adaptar a Religio do Carpiteiro, dando-lhes origens divinas e assim impressionaria mais o povo o qual sabendo que Jesus era reconhecido como o prprio Deus na nova religio que nascia, haveria facilidade de impor a sua estrutura hierrquica, seu regime monrquico imperial, e assim os seus poderes ganhariam amplos limites, quase inatingveis.

Quando Constantino morreu, em 337, foi batizado e enterrado na considerao de que ele se tornara um dcimo terceiro Apstolo, e na iconografia eclesistica veio a ser representado recebendo a coroa das mos de Deus.

OS LIVROS RETIRADOS DAS SANTAS ESCRITURAS

Os quatro evangelhos cannicos, que se acredita terem sido inspirados pelo Esprito Santo, no eram aceitos como tais no incio da Igreja. O bispo de Lyon, Irineu, explica os pitorescos critrios utilizados na escolha dos quatro evangelhos (reparem na fragilidade dos argumentos...): "O evangelho a coluna da Igreja, a Igreja est espalhada por todo o mundo, o mundo tem quatro regies, e convm, portanto, que haja tambm quatro evangelhos. O evangelho o sopro do vento divino da vida para os homens, e pois, como h quatro ventos cardiais, da a necessidade de quatro evangelhos. (...) O Verbo criador do Universo reina e brilha sobre os querubins, os querubins tm quatro formas, eis porque o Verbo nos obsequiou com quatro evangelhos.

As verses sobre como se deu a separao entre os evangelhos cannicos e apcrifos, durante o Conclio de Nicia no ano 325 D.C, so tambm singulares. Uma das verses diz que estando os bispos em orao, os evangelhos inspirados foram depositar-se no altar por si s!!! ... Uma outra verso informa que todos os evangelhos foram colocados por sobre o altar, e os apcrifos caram no cho... Uma terceira verso afirma que o Esprito Santo entrou no recinto do Conclio em forma de pomba, atravs de uma vidraa (sem quebr-la), e foi pousando no ombro direito de cada bispo, cochichando nos ouvidos deles os evangelhos inspirados...

A Bblia como um todo, alis, no apresentou sempre a forma como hoje conhecida. Vrios textos, chamados hoje de "apcrifos", figuravam anteriormente na Bblia, em contraposio aos cannicos reconhecidos pela Igreja.

Segundo o Dicionrio Aurlio, o termo Apcrifos significa:

"Entre os Catlicos, Apcrifos eram os Escritos de assuntos sagrados que no foram includos pela Igreja no Cnon das Escrituras autnticas e divinamente inspiradas". (destaque nosso).

Obs - Note que o prprio Dicionrio Aurlio registra a expresso: "divinamente inspiradas". Por que ser?

Maria Helena de Oliveira Tricca, compiladora da obra Apcrifos, Os Proscritos da Bblia, diz: "Muitos dos chamados textos apcrifos j fizeram parte da Bblia, mas ao longo dos sucessivos conclios acabaram sendo eliminados. Houve os que depois viriam a ser beneficiado por uma reconsiderao e tornariam a partilhar a Bblia. Exemplos: O Livro da Sabedoria, atribudo a Salomo, o Eclesistico ou Sirac, as Odes de Salomo, o Tobit ou Livro de Tobias, o Livro dos Macabeus e outros mais. A maioria ficou definitivamente fora, como o famoso Livro de Enoch, o Livro da Ascenso de Isaas e os Livros III e IV dos Macabeus."

Perguntamos: Quais foram os motivos para excluir esses Livros das Santas Escrituras definitivamente? Ser que os "santos padres" daquela poca se achavam superiores aos Apstolos e mrtires que vivenciaram de perto os acontecimentos relacionados a Cristo e ao judasmo? De que poder esses mesmos "santos padres" se revestiam a ponto de afirmarem que alguns Textos Evanglicos no representavam os ensinamentos e a Palavra de Deus?

Visando maiores esclarecimentos, sugerimos, para aqueles que desejam aprofundar-se no assunto, uma leitura dos Livros que tratam com mais detalhe esse tema, os quais podem ser encontrados no Site Submarino:

Existem mais de 60 evangelhos apcrifos, como os de Tom, de Pedro, de Felipe, de Tiago, dos Hebreus, dos Nazarenos, dos Doze, dos Setenta, etc. Foi um bispo quem escolheu, no sculo IV, os 27 textos do atual Novo Testamento. Em relao ao Antigo Testamento, o problema s foi definitivamente resolvido no ano de 1546, durante o Conclio de Trento. Depois de muita controvrsia, acalorados debates e at luta fsica entre os participantes, o Conclio decretou que os livros 1 e 2 de Esdras e a Orao de Manasss sairiam da Bblia. Em compensao, alguns textos apcrifos foram incorporados aos livros cannicos, como o livro de Judite (acrescido em Ester), os livros do Drago e do Cntico dos Trs Santos Filhos (acrescidos em Daniel) e o livro de Baruque (contendo a Epstola de Jeremias).

Os catlicos no foram unnimes quanto a inspirao divina nesses livros. No Conclio de Trento houve luta corporal quando este assunto foi tratado. Lorraine Boetner (in Catolicismo Romano) cita o seguinte: "O papa Gregrio, o grande, declarou que primeiro Macabeus, um livro apcrifo, no cannico. O cardeal Ximenes, em sua Bblia poliglota, exatamente antes do Conclio de Trento, exclui os apcrifos e sua obra foi aprovada pelo papa Leo X. Ser que estes papas se enganaram? Se eles estavam certos, a deciso do Conclio de Trento estava errada. Se eles estavam errados, onde fica a infalibilidade do papa como mestre da doutrina?" No inicio do cristianismo, os evangelhos eram em nmero de 315, sendo posteriormente reduzidos para 4, no Conclio de Nicia. Tal nmero, indica perfeitamente as vrias formas de interpretao local das crenas religiosas da orla mediterrnea, acerca da idia messinica lanada pelos sacerdotes judeus. Sem dvida, este fato deve ter levado Irineu a escrever o seguinte: "H apenas 4 Evangelhos, nem mais um, nem menos um, e que s pessoas de esprito leviano, os ignorantes e os insolentes que andam falseando a verdade". Disse isso, mesmo diante dos acontecimentos acima relatados e que eram de conhecimento geral.

Havia ento, os Evangelhos dos Naziazenos, dos Judeus, dos Egpcios, dos Ebionistas, o de Pedro, o de Barnab, entre outros, 03 dos quais foram queimados, restando apenas os 4 sorteados e oficializados no Conclio de Nicia.

Celso, erudito romano, contemporneo de Irineu, entre os anos 170 e 180 D.C, disse: "Certos fiis modificaram o primeiro texto dos Evangelhos, trs, quatro e mais vezes, para poder assim subtra-los s refutaes".

Foi necessria uma cuidadosa triagem de todos eles, visando retirar as divergncias mais acentuadas, sendo adotada a de Hesquies, de Alexandria; e de Pnfilo, de Cesara e a de Luciano, de Antiquia. Mesmo assim, s na de Luciano existem 3.500 passagens redigidas diferentemente. Disso resulta que, mesmo para os Padres da Igreja, os Evangelhos no so fonte segura e original.

Os Evangelhos que trazem a palavra "segundo", que em grego "cata", no vieram diretamente dos pretensos evangelistas.

A discutvel origem dos Evangelhos, explica porque os documentos mais antigos no fazem referncia vida terrena de Jesus.

No razovel supor que uma "palavra divina" possa ser alterada assim to fcil e impunemente por mos humanas. Que fique na dependncia de ser julgada boa ou m por juzes e dignitrios eclesisticos.

S me foi possvel escrever este livro atravs dos conceitos que pude assimilar da obra Na Luz da Verdade, a Mensagem do Graal de Abdruschin. (Segundo o Dic. Aurlio: Graal Vaso Santo de esmeralda que segundo a tradio corrente nos romances de cavalaria, teria servido a Cristo na ltima Ceia, e no qual Jos de Arimateia haveria recolhido o Sangue que de Cristo jorrou quando o centurio lhe desferiu a lana).

Como v vimos no artigo "Qual a importncia dos apcrifos?", existem alguns livros escritos antes ou pouco depois de Cristo que tinham como inteno figurar como Escritura Sagrada.

Mas, pelo Magistrio da Igreja e assistncia do Esprito Santo, esses livros esprios foram definitivamente afastados, restando apenas o cnon bblico que guardamos at hoje. Por esse motivo, muitos desapareceram, outros sobreviveram em uma ou outra comunidade antiga, ou, ainda, em tradues, fragmentos ou citaes.

A seguir, apresentamos uma lista exaustiva de livros apcrifos do Antigo e do Novo Testamento que, embora longa, provavelmente no esgota todos os livros escritos ou existentes, porm, bem demonstra a quantidade de livros escritos com a inteno de "completar" a Bblia.

Inclumos tambm, ao final, os manuscritos encontrados em Qumran, nas grutas do Mar Morto, que foram escritos ou preservados por uma comunidade que vivia nesse deserto separada dos grupos religiosos da Palestina do tempo de Jesus (Saduceus, Fariseus, Samaritanos, etc.). Esse grupo, denominado Essnio, como podemos ver, considerava o Antigo Testamento como Escritura Sagrada (inclusive os deuterocannicos), mas tinha como caracterstica prpria seguir ainda outros "livros sagrados".

Portanto, temos como apcrifos as seguintes obras:

ANTIGO TESTAMENTO

1. Apocalipse de Ado

2. Apocalipse de Baruc

3. Apocalipse de Moiss

4. Apocalipse de Sidrac

5. As Trs Estelas de Seth

6. Ascenso de Isaas

7. Assuno de Moiss

8. Caverna dos Tesouros

9. Epstola de Aristas

10. Livro dos Jubileus

11. Martrio de Isaas

12. Orculos Sibilinos

13. Prece de Manasss

14. Primeiro Livro de Ado e Eva

15. Primeiro Livro de Enoque

16. Primeiro Livro de Esdras

17. Quarto Livro dos Macabeus

18. Revelao de Esdras

19. Salmo 151

20. Salmos de Salomo (ou Odes de Salomo)

21. Segundo Livro de Ado e Eva

22. Segundo Livro de Enoque (ou Livro dos Segredos de Enoque)

23. Segundo Livro de Esdras (ou Quarto Livro de Esdras)

24. Segundo Tratado do Grande Seth

25. Terceiro Livro dos Macabeus

26. Testamento de Abrao

27. Testamento dos Doze Patriarcas

28. Vida de Ado e Eva

NOVO TESTAMENTO

1. A Hipostase dos Arcontes

2. (grafos Extra-Evangelhos)

3. (grafos de Origens Diversas)

4. Apocalipse da Virgem

5. Apocalipse de Joo o Telogo

6. Apocalipse de Paulo

7. Apocalipse de Pedro

8. Apocalipse de Tom

9. Atos de Andr

10. Atos de Andr e Mateus

11. Atos de Barnab

12. Atos de Filipe

13. Atos de Joo

14. Atos de Joo o Telogo

15. Atos de Paulo

16. Atos de Paulo e Tecla

17. Atos de Pedro

18. Atos de Pedro e Andr

19. Atos de Pedro e Paulo

20. Atos de Pedro e os Doze Apstolos

21. Atos de Tadeu

22. Atos de Tom

23. Consumao de Tom

24. Correspondncia entre Paulo e Sneca

25. Declarao de Jos de Arimatia

26. Descida de Cristo ao Inferno

27. Discurso de Domingo

28. Ditos de Jesus ao rei Abgaro

29. Ensinamentos de Silvano

30. Ensinamentos do Apstolo Tadeu31. Ensinamentos dos Apstolos

32. Epstola aos Laodicenses

33. Epstola de Herodes a Pncio Pilatos

34. Epstola de Jesus ao rei Abgaro (2 verses)

35. Epstola de Pedro a Filipe

36. Epstola de Pncio Pilatos a Herodes

37. Epstola de Pncio Pilatos ao Imperador

38. Epstola de Tibrio a Pncio Pilatos

39. Epstola do rei Abgaro a Jesus

40. Epstola dos Apstolos

41. Eugnostos, o Bem-Aventurado

42. Evangelho Apcrifo de Joo

43. Evangelho Apcrifo de Tiago

44. Evangelho rabe de Infncia

45. Evangelho Armnio de Infncia (fragmentos)

46. Evangelho da Verdade

47. Evangelho de Bartolomeu

48. Evangelho de Filipe

49. Evangelho de Marcio

50. Evangelho de Maria Madalena (ou Evangelho de Maria de Betnia)

51. Evangelho de Matias (ou Tradies de Matias)

52. Evangelho de Nicodemos (ou Atos de Pilatos)

53. Evangelho de Pedro

54. Evangelho de Tome o Ddimo

55. Evangelho do Pseudo-Mateus

56. Evangelho do Pseudo-Tom

57. Evangelho dos Ebionitas (ou Evangelho dos Doze Apstolos)

58. Evangelho dos Egpcios

59. Evangelho dos Hebreus

60. Evangelho Secreto de Marcos

61. Exegese sobre a Alma

62. Exposies Valentinianas

63. (Fragmentos Evanglicos Conservados em Papiros)

64. (Fragmentos Evanglicos de Textos Coptas)

65. Histria de Jos o Carpinteiro

66. Infncia do Salvador

67. Julgamento de Pncio Pilatos

68. Livro de Joo o Telogo sobre a Assuno da Virgem Maria

69. Martrio de Andr

70. Martrio de Bartolomeu

71. Martrio de Mateus

72. Morte de Pncio Pilatos

73. Natividade de Maria

74. O Pensamento de Norea

75. O Testemunho da Verdade

76. O Trovo, Mente Perfeita

77. Passagem da Bem-Aventurada Virgem Maria

78. "Pistris Sophia" (fragmentos)

79. Prece de Ao de Graas

80. Prece do Apstolo Paulo

81. Primeiro Apocalipse de Tiago

82. Proto-Evangelho de Tiago

83. Retrato de Jesus

84. Retrato do Salvador

85. Revelao de Estevo

86. Revelao de Paulo

87. Revelao de Pedro

88. Sabedoria de Jesus Cristo

89. Segundo Apocalipse de Tiago

90. Sentena de Pncio Pilatos contra Jesus

91. Sobre a Origem do Mundo

92. Testemunho sobre o Oitavo e o Nono

93. Tratado sobre a Ressurreio

94. Vingana do Salvador

95. Viso de Paulo

ESCRITOS DE QUMRAN

1. A Nova Jerusalm (5Q15)

2. A Sedutora (4Q184)

3. Antologia Messinica (4Q175)

4. Bno de Jac (4QPBl)

5. Bnos (1QSb)

6. Cnticos do Sbio (4Q510-4Q511)

7. Cnticos para o Holocausto do Sbado (4Q400-4Q407/11Q5-11Q6)

8. Comentrios sobre a Lei (4Q159/4Q513-4Q514)

9. Comentrios sobre Habacuc (1QpHab)

10. Comentrios sobre Isaas (4Q161-4Q164)

11. Comentrios sobre Miquias (1Q14)

12. Comentrios sobre Naum (4Q169)

13. Comentrios sobre Osias (4Q166-4Q167)

14. Comentrios sobre Salmos (4Q171/4Q173)

15. Consolaes (4Q176)

16. Eras da Criao (4Q180)

17. Escritos do Pseudo-Daniel (4QpsDan/4Q246)

18. Exortao para Busca da Sabedoria (4Q185)

19. Gnese Apcrifo (1QapGen)

20. Hinos de Ao de Graas (1QH)

21. Horscopos (4Q186/4QMessAr)

22. Lamentaes (4Q179/4Q501)

23. Maldies de Satans e seus Partidrios (4Q286-4Q287/4Q280-4Q282)

24. Melquisedec, o Prncipe Celeste (11QMelq)

25. O Triunfo da Retido (1Q27)

26. Orao Litrgica (1Q34/1Q34bis)

27. Oraes Dirias (4Q503)

28. Oraes para as Festividades (4Q507-4Q509)

29. Os Inquos e os Santos (4Q181)

30. Os ltimos Dias (4Q174)

31. Palavras das Luzes Celestes (4Q504)

32. Palavras de Moiss (1Q22)

33. Pergaminho de Cobre (3Q15)

34. Pergaminho do Templo (11QT)

35. Prece de Nabonidus (4QprNab)

36. Preceito da Guerra (1QM/4QM)

37. Preceito de Damasco (CD)

38. Preceito do Messianismo (1QSa)

39. Regra da Comunidade (1QS)

40. Rito de Purificao (4Q512)

41. Salmos Apcrifos (11QPsa)

42. Samuel Apcrifo (4Q160)

43. Testamento de Amran (4QAm)

OUTROS ESCRITOS

1. Histria do Sbio Ahicar

2. Livro do Pseudo-Filon

Fonte: Wikipdia