Concilios Da Igreja

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Estudo sobre os Concilio da Igreja

Citation preview

  • Um conclio uma reunio de autoridades eclesisticas com o objetivo de discutir e deliberar sobre questespastorais, de doutrina, f e costumes (moral). Os conclios podem ser ecumnicos, plenrios, nacionais,provinciais ou diocesanos, consoante o mbito que abarquem.

    O primeiro conclio ocorreu em Jerusalm, conforme pode ser lido no livro dos Atos dos Apstolos, quandoos Apstolos se reuniram para tratar sobre os temas que estavam dividindo os primeiros cristos: de um ladoos judaizantes (judeus convertidos) e do outro os gentios (no-judeus convertidos).

    Um conclio ecumnico (portugus europeu) ou conclio ecumnico (portugus brasileiro) uma reunio de todos osbispos ( epskopos ) cristos convocada para discutir e resolver as questes doutrinais ou disciplinares daIgreja Crist. A palavra ecumnico deriva do grego " ", que significa literalmente "o mundohabitado". Inicialmente, ela foi usada para se referir ao Imprio Romano e, posteriormente, passou a seraplicado para designar o mundo em geral. Devido aos cismas, a aceitao desses conclios varia muito entreas diferentes denominaes do cristianismo.

    As Igrejas crists que se separaram com as demais por causa de divergncias cristolgicas aceitam somenteos conclios ecumnicos que se realizaram antes da sua separao: assim, a Igreja Assria do Oriente aceita osdois primeiros e as Igrejas no-calcedonianas os trs primeiros. At ao sculo IX, sete conclios ecumnicosreconhecidos tanto pela Igreja Catlica como pela Igreja Ortodoxa foram realizadas, antes da sua separao(sculo XI). Desde ento, a Igreja Ortodoxa no tem reconhecido como ecumnico mais nenhum conclio,pois no h mais a "ecumene", ou seja, o imperador. De qualquer forma, a Igreja Ortodoxa continuarealizando conclios com a mesma autoridade dos ecumenicos, chamados Conclios Pan-Ortodoxos. A IgrejaCatlica continuou a convocar e realizar conclios ecumnicos em comunho plena com o Papa, que passou aser a ecumene. Anglicanos, luteranos e algumas outras denominaes protestantes reconhecem os quatroprimeiros conclios ecumnicos e, em alguns casos, os primeiros sete.

    Conclios pr-NicenosOs conclios ou snodos pr-Nicenos foram, na sua maior parte, reunies de natureza regional, nuncachegando a reunir todos os bispos da Igreja. Apesar disso, estes conclios eram muito importantes paraclarificar vrios aspectos doutrinais ou disciplinares nos primrdios do Cristianismo e as suas decises, emgeral, so seguidas por muitos cristos e bispos que no participaram nestes encontros. O exemplo maisparadigmtico destes conclios o Conclio de Jerusalm (49 d.C.), que libertou a Igreja crist nascente dasregras antigas da Sinagoga e, por isso, marcou definitivamente o desligamento do cristianismo do judasmo econfirmou para sempre o ingresso dos gentios (no-judeus) na cristandade. O primeiro conclio com oobjectivo de reunir todos os bispos da Igreja, e portanto ecumnico, realizou-se somente em 325 e chama-sePrimeiro Conclio de Niceia.

    N.PapasDurante oConclio

    Local edesignao

    DuraodoConclio

    Temas principais

    1 So Pedro Jerusalm Outono de51

    Os convertidos do paganismo (novos cristos) isentos dealgumas prticas da lei mosaica, como a circunciso. VerControvrsia da circunciso

    2 So Vtor I Conclio (Snodo)de Roma 197Examina a questo da data da Pscoa, celebradadiferentemente no Oriente e no Ocidente. VerControvrsia da Pscoa.

    3 Santo EstevoIConclio (Snodo)de Cartago 256

    Cipriano, bispo de Cartago, rene 87 bispos africanos.Discutem o Cisma novaciano.

    4 Conclio (Snodo)de Elvira 306Rene 19 bispos e 24 presbteros da pennsula Ibrica.Decretam o celibato do clero.

    5 So Silvestre I Conclio (Snodo)da Glia 314Constantino convoca em Arles, 33 bispos africanos, natentativa de evitar o Cisma donatista.

  • Da Igreja CatlicaSegundo os cnones 337 e 341 do Cdigo de Direito Cannico, um conclio ecumnico (ecumnico:universal, ou seja, toda a Igreja Catlica) uma reunio de todos os Bispos da Igreja para reflectir sobrepontos de doutrina e de disciplina que precisam de ser esclarecidos, promulgar dogmas, corrigir errospastorais, condenar heresias e, em suma, dirimir sobre todas as questes de interesse para a Igreja universal. convocado e presidido pelo Papa ou por algum Bispo, isso porque no necessrio o Papa estar presentepara a realizao de um conclio, mas para ele ser vlido precisa de sua confirmao.

    So 21 os conclios ecumnicos, entendendo "ecumnico", aqui, com o sentido de "universal", com aparticipao de todos os bispos catlicos do mundo.

    Segundo a doutrina da Igreja Catlica, alm do Papa (quando fala ex cathedra), o episcopado catlico pleno tambm infalvel (em matrias de f e moral) s quando, reunido num conclio ecumnico, deseja proporcomo definitiva e obrigatria uma doutrina 1 , em comunho (unio) com o Papa, que a cabea doepiscopado. Mas, fora da comunho com o Papa e da sua autoridade suprema, o conclio tem apenas podersinodal.

    N.PapasDurante oConclio

    Local e designao Durao doConclio Temas principais

    1. So SilvestreI Niceia I20 de Maio a25 de Julhode 325

    Primeiro a reunir a Cristandade. Condena oArianismo como heresia e exila rio. Proclama aigualdade de natureza entre o Pai e o Filho.Compe a redao do Smbolo Apostlico ouCredo que se recita na missa.

    2. So Dmaso I Constantinopla I Maio a Julhode 381

    Afirma a natureza divina do Esprito Santo.Estabelece que o bispo de Constantinoplareceber as honras logo aps o de Roma.

    3. So CelestinoI feso22 de Junhoa 17 deJulho de 431

    Condena o Nestorianismo como heresia. Afirmaa unidade pessoal de Cristo e a maternidadedivina de Maria.A Igreja Assria do Oriente no reconhece esteconclio e nenhum dos posteriores.

    4. So Leo I,Magno Calcednia

    8 deOutubro a 1deNovembrode 451

    Condenao do monofisismo. Afirma a unidadedas duas naturezas, completas e perfeitas emJesus Cristo, humana e divina. escrita a cartadogmtica "Tomo a Flaviano" pelo Papa Leo I.As Igrejas no calcedonianas no reconhecemeste conclio e nenhum dos posteriores.

    5. Papa Viglio Constantinopla II5 de Maio a2 de Junhode 553

    Condena os ensinamentos de Orgenes e outros.Condena os documentos nestorianos designadosOs Trs Captulos.

    6. Santo Agato Constantinopla III

    7 deNovembrode 680 a 16de Setembrode 681

    Dogmatiza as duas naturezas do Cristo. Condenao monotelismo.

    7. Papa AdrianoI Niceia II

    24 deSetembro a23 deOutubro de787

    Regula a questo da venerao de imagens(cones). Condena os iconoclastas.

    8. Papa Adriano Constantinopla IV 5 de Condenao e deposio de Fcio, patriarca de

  • II

    Outubro de869 a 28 deFevereiro de870

    Constantinopla. Encerra temporariamente oprimeiro Cisma Ocidental.

    9. Papa CalistoII Latro I18 de Maroa 6 de Abrilde 1123

    Encerra a Questo das investiduras.Independncia da Igreja perante o podertemporal.

    10. PapaInocncio II Latro IIAbril de1139

    Torna obrigatrio o celibato para o clero naIgreja Ocidental. Fim do cisma do AntipapaAnacleto II

    11. PapaAlexandre III Latro IIIMaro de1179

    Normas para a eleio do Papa (maioria de 2/3) eda nomeao de bispos (idade mnima de 30anos). Excomungam-se os bares que, na Frana,apoiavam os Ctaros.

    12. PapaInocncio III Latro IV

    11 deNovembro a30 deNovembrode 1215

    Determina que todo o cristo, chegado ao uso darazo, obrigado a receber a Confisso e aEucaristia na Pscoa. Condenao dosAlbigenses, Maniquestas e Valdenses. Definiode transubstanciao.

    13. PapaInocncio IV Lio I

    28 de Junhoa 17 deJulho de1245

    Deposio do Frederico II.

    14. BeatoGregrio X Lio II7 de Maio a17 de Julhode 1274

    Tentativa de reconciliao com a IgrejaOrtodoxa. Regulamentao do conclave para aeleio papal. Cruzada para libertar Jerusalm.Institui o conceito de Purgatrio.

    15. PapaClemente V Vienne

    16 deOutubro de1311 a 6 deMaio de1312

    Supresso dos Templrios. Discute-se a questodos bordis de Roma e a nomeao de umarcebispo em Pequim, na China.

    16.

    PapaGregrio XIIe PapaMartinho V

    Constana

    5 deOutubro de1414 a 22 deAbril de1418

    Extingue o Grande Cisma do Ocidente.Condenao de John Wycliffe e de Jan Hus.Decreta a supremacia do conclio sobre o Papa(posteriormente ab-rogado pelo ConclioVaticano I). Eleio do Papa Martinho V

    17. Papa EugnioIV Basileia-Ferrara-Florena 1431-1432

    Sanciona o cnon catlico (relao oficial doslivros da Bblia), tenta nova unio com as Igrejasorientais ortodoxas. Reconhecimento no romanopontfice de poderes sobre a Igreja Universal.Ratifica a figura do Purgatrio.

    18.Papa Jlio IIe Papa LeoX

    Latro V

    10 de Maiode 1512 a 16de Maro de1517

    Condenao do conclio cismtico de Pisa (1409-1411) e do conciliarismo. Reforma da Igreja.

    19.

    Papa PauloIII, Papa JlioIII, PapaMarcelo II,Papa PauloIV e Papa PioIV

    Trento

    13 deDezembrode 1545 a 4deDezembrode 1563

    Reforma geral da Igreja, sobretudo por causa doprotestantismo. Confirmao da doutrina acercados sete sacramentos e dos dogmas eucarsticos.Decreta a verso da Vulgata como autntica.

  • 20. Beato Pio IX Vaticano I

    8 deDezembrode 1869 a 18de Julho de1870

    Refora a ortodoxia estabelecida no Conclio deTrento. Condena o Racionalismo, o Naturalismoe o Modernismo. Dogmas sobre o Primado doPapa e da infalibilidade papal na definioexpressa de doutrinas de f e de costumes.

    21.So JooXXIII e PapaPaulo VI

    Vaticano II

    11 deOutubro de1962 a 8 deDezembrode 1965

    Abertura ao mundo moderno. Reforma daLiturgia. Constituio e pastoral da Igreja,Revelao divina, liberdade religiosa, novoecumenismo (visto que o modo tradicional deecumenismo bem diferente, como mostra aEncclica Mortalium Animos, de Pio XI),apostolado dos leigos. Este Conclio gera muitaspolmicas, inclusive por no ser um Concliodogmtico. Os ditos tradicionalistas dizem que oConclio Vaticano II rompe de modo herticocom a tradio bimilenar da Igreja: a MissaTridentina e o Canto Gregoriano perdemimportncia; o modo como todos os setesacramentos so celebrados sofreu tambmmudanas.

    Das denominaes ProtestantesAnglicanos, luteranos, calvinistas e algumas denominaes protestantes reconhecem os quatro primeirosconclios ecumnicos catlicos e, em alguns casos, os primeiros sete. As demais tm vises variadasconforme a sua doutrina.

    Das Igrejas no-calcedonianas e da Igreja Assria do OrienteAs Igrejas no-calcedonianas s aceitam os trs primeiros conclios ecumnicos catlicos e rejeitam asdecises do Conclio de Calcednia (8 de Outubro a 1 de Novembro de 451) e dos outros concliosposteriores.

    A Igreja Assria do Oriente s reconhece os primeiros dois conclios ecumnicos catlicos, acabando porrejeitar o Primeiro Conclio de feso.

    Da Igreja OrtodoxaA Igreja Ortodoxa aceita oficialmente os sete primeiros conclios ecumnicos catlicos. 2 que so osseguintes:

    I Conclio de Niceia I, convocado no ano 325, II Conclio de Constantinopla I, do ano 381, III Conclio de feso, do ano 431, IV Conclio de Calcednia, do ano 451, V Conclio de Constantinopla II, do ano 553, VI Conclio de Constantinopla III, do ano 680,

    Conclio Quinissexto, ou Segundo Conclio in Trullo, do ano 692 (considerado culminao dos doisanteriores),

    VII Conclio de Niceia II, convocado no ano 787.

    Existem muitos ortodoxos que reconhecem tambm o Conclio Quinissexto (692), o Quarto Conclio deConstantinopla (879-880), o Quinto Conclio de Constantinopla (1341-1351) e o Snodo de Jerusalm (1672)como ecumnicos. Mas, improvvel que estes quatro conclios, apesar da importncia e ortodoxia das suasdecises, venham a ser declarados oficialmente ecumnicos.3

  • N. Convocado por Local edesignao

    DuraodoConclio

    Temas principais

    1 Imperador JustinianoII

    ConclioQuinissexto ouConclio InTrullo

    692

    Tanto o Segundo Conclio de Constantinopla (oquinto ecumnico) quanto Terceiro no emitiramnenhum cnone sobre a disciplina e este conclioteve como objetivo resolver esta questo,"completando" assim o trabalho de ambos. Por issoo nome "Quinissexto" (em latim: ConciliumQuinisextum; Penthekte Synodos em grego koin),ou seja, o "Conclio Quinto-Sexto".

    2 Imperador Baslio I, oMacednioConstantinoplaIV 879-880

    Convocado pelo imperador como resposta aoConclio de Constantinopla IV realizado dez anosantes e apoiado pelo Papa Adriano II. Anulou asdecises do Conclio anterior e reabilitou Fcio.

    3

    ImperadoresAndrnico IIIPalelogo, Joo VICantacuzeno, JooXIV e Isidoro I

    Constantinopla V 1341 -1351

    Uma srie de conclios patriarcais realizados emConstantinopla entre 1341 e 1351 para lidar comuma disputa sobre o hesicasmo. Por isto, estesconclios tambm so conhecido como o ConcliosHesicastas ou Conclios Palamitas, uma vez queeles discutiram a teologia de Gregrio Palams(Palamismo), disputada por Barlao de Seminarano primeiro e por outros nos demais cinco.

    4Patriarca Grego-Ortodoxo de JerusalmDositeu Notaras

    Snodo deJerusalm 1672

    Como na ocasio tambm foi consagrada a Igrejada Natividade em Belm, ele tambm chamadode Snodo de Belm. Este snodo afirmou o cnonbblico a ser utilizado pela Igreja Ortodoxa.

  • Anexo

    A predestinao e os Conclios

    Conclio de Orange ou Arleshttp://ec.aciprensa.com/wiki/Concilios_de_Orange

    INTRODUO

    Um dos meus comentrios anteriores foi sobre o tema da predestinao, e compartilhei oensino do Cardeal Charles Journet explicando sobre esta questo complexa. Agora que elelevantou o caminho direto para entender a doutrina da predestinao, quero compartilhar oque o Magistrio da Igreja definiu a este respeito.UM POUCO DE HISTRIA

    Entre os conflitos e heresias que Santo Agostinho teve que combater estava o pelagianismo,que no s negou a doutrina do pecado original, mas a necessidade da graa para a salvao.Na batalha campal que o santo se envolvia com os pelagianos, se encontra a dificuldade paraequilibrar a relao entre a graa e o livre-arbtrio, e em algumas de suas obras, a doutrina dapredestinao parece introduzir o conceito de dupla predestinao: Onde Deus salva pelagraa aos eleitos, e deixa o resto em seu pecado. Por exemplo na obra Da predestinao dossantos escreve: Todas as veredas do Senhor so graa e fidelidade (Sl 24,10). Pois so impenetrveis seuscaminhos (Rm 11,33). Por conseguinte, so impenetrveis a misericrdia pela qual libertagratuitamente e a verdade pela qual julga com justia.(Santo Agostinho DaPredestinao dos Santos VI, 11)Santo Agostinho acusado pelos pelagianos negar o livre arbtrio, o que Agostinho defenderepetidamente. Em sua resposta a Juliano escreve:Afirmas que em outro de meus livros eu disse: 'Nega-se o livre-arbtrio se se defende agraa e nega-se a graa se se defende o livre-arbtrio'. Pura calnia! Eu no disse isso. Oque eu disse foi que essa questo apresenta enormes dificuldades que poderia parecer que senega uma quando se admite a outra. E como minhas palavras so poucas, irei repeti-las paraque meus leitores vejam como distorces os meus escritos e com que m-f abusas daignorncia dos retardados e privados de inteligncia, para fazer-lhes crer que merespondeste porque no sabes calar-te. Eu disse no final do primeiro livro, dedicado aovirtuoso Piniano, cujo ttulo 'De gratia contra Pelagium': 'Nesta questo que trata do livre-arbtrio, parece se negar a graa de Deus; e quando se defende a graa de Deus, parece sedestruir o livre-arbtrio'. Porm, tu, homem honesto, vers que suprimes as palavras que eudisse e colocas outras de tua inveno. Disse sim que esta questo era difcil de se resolver,no que era impossvel. E muito menos afirmei, como falsamente me acusas, que 'se sedefende a graa, nega-se o livre-arbtrio; se se defende o livre-arbtrio, nega-se a graa deDeus'. Citai minhas palavras textuais e evaporam-se as tuas calnias.(Resposta a Juliano

  • 4,47).Tambm se defende quando lhe acusam de chamar de pelagiano todos que reconhecem olivre-arbtrio:No certo, como dizes, 'que chamamos pelagianos ou celestianos a todo aquele quereconhece no homem o livre-arbtrio e afirma que Deus o Criador das crianas', mas quedamos este nome aos que no atribuem liberdade, qual fomos chamados, a graa divina;e aos que recusam reconhecer Cristo como Salvador das crianas; aos que no admitem nosjustos a necessidade de dirigir a Deus petio alguma da orao do Senhor. A estes sim, oschamamos de pelagianos e celestianos, porque participam de seus erros criminosos.(Resposta a Juliano 3,2).Assim, ele rejeita a ideia da no necessidade da graa. a graa para Agostinho, que lhe d opoder de livre vontade para fazer a vontade de Deus.Dizes que 'louvo a continncia dos tempos cristos no para suscitar nos homens o amor virgindade, mas para condenar o matrimnio institudo por Deus'. Mas para que ningumacredite, te atormenta a suspeita de uma m interpretao dos meus sentimentos - me dizes -como querendo aprovar: 'Se com sinceridade exortas aos homens virgindade, devesconfessar que a virtude da castidade pode ser observada por aqueles que quiserem, de sorteque qualquer um pode ser santo em corpo e esprito'. Respondo que admito isso, mas no noteu sentido. Tu atribuis este poder apenas s foras do livre-arbtrio; eu o atribuo vontadeauxiliada pela graa de Deus. No entanto, pergunto: sobre o qu exerce o esprito seu poderpara no pecar seno sobre um mal que, se vence, nos faz cair em pecado? E para no terque dizer, com os maniqueus, que este mal provm de uma natureza m, estranha a ns e coma qual se mistura, resta-nos confessar que existe em nossa natureza uma ferida que necessrio curar e cuja mancha nos torna culpveis se no for lavada pelo sacramento daregenerao (=batismo). (Resposta a Juliano 5,65).PRONUNCIA-SE O MAGISTRIO

    Apesar disso, os textos obscuros de Santo Agostinho mais tarde deram origem a umpensamento exagerado sobre ele. Um deles era um sacerdote chamado Lcido, que teve deser corrigido pelo Conclio de Arles em 475 d.C. Se conserva o memorial de sua sujeio:Da graa e a PredestinaoSua correo salvao pblica e seu julgamento remdio. Da, tambm, eu tenho que, pelosanto remdio, retratar-me dos erros do passado acusando-os, e por saudvel confissopurificar-me. Portanto, de acordo com os recentes decretos do venervel conclio, condenojuntamente com vs aquela sentena que disse que no se deve juntar a graa divina com aobra da obedincia humana; que diz que aps a queda do primeiro homem, foicompletamente extinto o arbtrio da vontade; que diz que Cristo Senhor e Salvador nomorreu para a salvao de todos; que diz que a prescincia de Deus violentamenteempurra o homem para a morte, ou que pela vontade de Deus perecem os que perecem;Que diz que depois de legitimamente recebido o batismo, morre em Ado qualquer um que peca; que diz que alguns esto destinados a morrer e outros predestinados a vida; que dizque ningum desde Ado at Cristo, dentre os gentios so salvos com vista da vinda deCristo pela graa de Deus, isto , pela lei da natureza, e que perderam o livre-arbtrio noprimeiro pai; que diz que os patriarcas e profetas e grandes santos, viviam no paraso,

  • mesmo antes do momento do resgate. Tudo isso condeno como mau e cheio de sacrilgio . Detal modo, no entanto, afirmo que graa de Deus sempre adicionado graa do esforoe empenho do homem e proclamo que a liberdade da vontade humana no extinta, masatenuada e enfraquecida, que est em perigo aquele que est na graa, e aquele que est nopecado pode se salvar.Tambm confesso que Cristo, nosso Deus e Salvador, no que diz respeito as riquezas da suabondade, ofereceu por todos o preo de sua morte e no quer que ningum perea, Ele que o Salvador de todos, especialmente dos fiis, rico para com todos os que o invocam [Rom.10, 12]... Agora, no entanto, pela autoridade dos testemunhos sagrados que copiosamenteesto nas divinas Escrituras, pela doutrina dos antigos, como demonstrado pela razo, deboa vontade confesso que Cristo tambm veio pelos homens perdidos e que contra a suavontade foram perdidos. No lcito, com efeito, limitar as riquezas da sua grande bondadee os benefcios divinos para somente aqueles que aparentemente foram salvos. Porque sedissermos que Cristo s trouxe remdios para aqueles que foram redimidos, parecer queabsolvemos os no redimidos, os que negam vo ser condenados por desacato a redeno.Afirmo tambm que foram salvos, segundo a razo e a ordem dos sculos, alguns pela lei dagraa, outros pela lei de Moiss, outros pela lei da natureza, que Deus escreveu nos coraesde todos em espera do advento de Cristo; No entanto, desde o incio do mundo, eles noestavam livres do pecado original, seno pela intercesso do sagrado sangue. Eu tambmprofesso que o eterno fogo do inferno e as chamas esto preparadas para pecados capitais,porque segue corretamente o juzo divino para a culpa humana persistente; e sentencioaqueles que no acreditam nessas coisas de todo corao. Ore por mim, senhores santos epadres apostlicos.Lcido, presbtero, assinei de prprio punho esta minha carta, e o que nela afirmado,afirmo, e o que condenado, condeno. (Conclio de Arles, 475 d.C. Do memorial dasujeio de Lcido, presbtero. Retirado do Enchiridion Symbolorum)Aqui foram estabelecidos ento quatro pontos bsicos da reta doutrina da predestinao:1 - O livre arbtrio colabora com graa, mas o livre arbtrio, sem graa nada pode. 2 - Cristo morreu por todos os homens e no para um grupo seleto. 3 O Livre-arbtrio enfraquecido, mas no extinto. 4 Os que so condenados no so condenados por vontade de Deus.Mais tarde, no II Conclio de Orange contra os Semipelagianos reafirmada a corretadoutrina da predestinao.Acreditamos tambm segundo a f catlica, depois de receber a graa por meio do batismo,todos os batizados podem e devem, com a ajuda e cooperao de Cristo desde que fielmenteeles queiram trabalhar, cumprir o que pertence a sade da alma. No entanto, sobre algunsserem predestinados pelo poder divino para o mal, no s no cremos, como tambm sehouve qualquer um que se atreva a crer em tamanho erro, com toda detestaopronunciamos o antema contra ele.Tambm professamos e cremos saudavelmente em toda a boa obra, e ento ns nocomearmos, mas somos ajudados pela misericrdia de Deus, mas que Ele nos inspiraprimeiro - sem mrito algum precedente de nossa parte a f e ao amor a Ele, para quefielmente busquemos o sacramento do batismo, e para que aps o batismo, com a sua ajuda,possamos realizar o que lhe agrada. Assim, a de se crer com todas as provas que estamaravilhosa f do ladro que o Senhor chamou a ptria do paraso [Lucas. 23, 43], do

  • centurio Cornlio, que foi enviado um anjo [lei. 10, 3] e de Zaqueu, que mereceu acolher oprprio Senhor [Lc. 19, 6], no vm da natureza, mas era um dom de liberalidade divina.(II Concilio De Orange, 529 Confirmado por Bonifacio II (contra los semipelagianos))Papa Adriano I volta a corrigir os erros em uma carta aos bispos da Espanha:Sobre o que alguns deles dizem que a predestinao para a vida ou a morte est no poderde Deus e no a nossa, eles retrucam: Por que se esforar para viver, se ele tudo est nopoder de Deus?; e o outro, por sua vez: Por que orar a Deus para no sermos vencido pelatentao, se isso est em nosso poder, pela liberdade do arbtrio?. Porque na realidade, noso capazes de dar ou receber, nenhuma razo, ignorando o julgamento de Fulgencioabenoado... [contra certo Pelagiano]:'Ento, Deus preparou as obras de misericrdia e justia na eternidade de suaincomutabilidade [...] preparou, pois os mritos para os homens que haviam de serjustificados; tambm preparou prmios para a glorificao dos mesmos; mas no preparouos mpios para ms vontades ou ms aes, para eles, preparou justos e eternos tormentos.Esta a predestinao eterna das futuras obras de Deus e como sabemos que fomos sempreincutidos pela doutrina apostlica, to confiantemente a pregamos... (Da Carta universalisInstitutio, aos bispos da Espanha - 785 Retirado do Enchiridion Symbolorum)Posteriormente o concilio de Quierzy novamente teve que se pronunciar contra ospredestinacionistas (O que pregavam a dupla predestinao de cu e inferno)Da redeno de da graaCap. 1 Deus onipotente criou o homem perfeito, sem pecado, com livre arbtrio e colocou noparaso, e queria permanecer na santidade da justia. O homem, fazendo mau uso do seulivre arbtrio, pecou e caiu, e tornou-se massa de destruio de toda a humanidade. MasDeus, bom e justo, elegeu segundo sua prescincia, da mesma massa de perdio, os que porsua graa predestinou vida [Rom. 8, 29 ss; Ef. 1, 11] e predestinou para a vida eterna;outros, no entanto, que, por juzo de justia deixou na massa da perdio, ele sabia pelasua prescincia que tinham perecido, mas no os predestinou a perecer; mas, por ser justo,lhes predestinou um castigo eterno. E assim dizemos que existe apenas uma predestinaode Deus, que pertence ao dom da graa ou a retribuio da justia.Cap. 2 A Liberdade do arbtrio, perdemos no primeiro homem, e recuperamos por Cristo,nosso Senhor, e ns temos o livre arbtrio para o bem, prevenido e ajudado pela graa; e nstemos o livre arbtrio para o mal, abandonando a graa. Mas temos o livre arbtrio, porquefoi lanado pela graa, e pela graa foi curado da corrupo.Cap. 3 Deus Todo-Poderoso quer que todos os homens, sem exceo sejam salvos [1 Tm. 2,4], embora nem todos sejam salvos. Agora, alguns so salvos, com o dom Dele que salvar;mas se alguns se perdem, merecimento prprio.Cap. 4 Como no h, houve ou haver homem algum cuja natureza no foi assumida por ele;assim no h, houve ou haver ningum por quem no tenha padecido Jesus Cristo, nossoSenhor, embora nem todos sejam resgatados pelo mistrio da sua paixo. No entanto, se nemtodos so resgatados pelo mistrio de sua paixo, no olha para a extenso e prolixidade depreo, mas para a parte dos infiis que no creem que f que atua pelo amor [Gal. 5, 6];porque beber da bebida da sade humana, que composta de nossa fraqueza e da virtudedivina, tem certamente em si mesma, virtude para aproveitar a todos, mas se no se beber,no cura. (Conclio de Quiersy 853 (Contra Gottschalk e predestinacionistas) Retirado do

  • Enchiridion Symbolorum)Os cnones dois e trs do IV conclio de Valence em 855 d.C, se mantm na mesma linha:Cann 2 Fielmente mantemos que Deus sabe de antemo e eternamente soube tanto osbens que os bons fariam como os males que os maus cometeriam porque temos a palavra daEscritura que diz: Deus eterno, que s conhecedor do oculto e sabe de tudo antes queacontea [Dan. 13, 42]; e nos agrada manter que sabia absolutamente de antemo que osbons seriam bons por sua graa e que pela mesma graa receberiam as recompensaseternas;e previu que os maus seriam maus por suas prprias maldades e teria que conden-los ao castigo eterno por sua justia, como de acordo com o salmista: Porque de Deus opoder e do Senhor a misericrdia para dar a cada um segundo as suas obras [Ps. 61 12 s] ecomo a doutrina do Apstolo ensina: a vida eterna aos que, com perseverana da boa obra,procuram a glria, a honra e a imortalidade; ira e indignao aos que so, no entanto, deesprito de discrdia e no aceitam a verdade, mas acreditam na iniqidade; tribulao eangstia sobre toda a alma do homem que faz o mal [Rom. 2, 7 ss]. E, no mesmo sentido emoutro lugar: No apocalipse fala-se de nosso Senhor Jesus tanto no cu com seus anjos de seupoder, quanto no fogo da chama que tomar a vingana contra os que no conhecem a Deusnem obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo, que sofrero a punio eternapara a sua runa[...] quando ele vier para ser glorificado nos seus santos e mostrar-seadmirvel em todos os que crem [2 Tessalonicenses. 1, 7 ss]. Tambm no para seracreditado que a prescincia de Deus impe algum mau em absoluto e que no se poderiafazer otura coisa, mas que o homem faz por sua prpria vontade o que Deus, que sabe detudo antes que acontea, previu pela majestade onipotente e imutvel. E no acho quealgum condenado por juizo prvio, mas por mrito de sua prpria iniqidade, nem queos mesmos maus foram perdidos porque no poderiam ser bons, mas porque no queriamser bons e por sua culpa permaneceu na massa de condenao do pecado original, oumesmo pelo pecado atual.. Cnon 3. E tambm sobre a predestinao de Deus satrifeito e fielmente coloca, de acordocom a autoridade apostlica que diz: Ou no tem o oleiro poder sobre o barro para fazer damesma massa um vaso de uso nobre e outro de uso vulgar? [Rom. 9, 21], a passagem a quallogo acrescenta: em ter Deus, para mostrar a sua ira e manifestar o seu poder, suportadocom muita pacincia os objetos de ira preparados para a perdio, mostrando as riquezas dasua glria para com os objetos de misericrdia, que de antemo preparou para a glria?[Rom. 9, 22 s]: Corajosamente, confessamos a predestinao dos eleitos para a vida, epredestinao dos mpios para a morte; no entanto, na escolha daqueles que se salvaro, amisericrdia de Deus precede o grande mrito; na condenao, no entanto, dos queperecero, o mau mrito precede o justo juzo de Deus. Mas pela predestinao, Deusvestabeleceu o que Ele mesmo faria ou misericrdia gratuita ou julgamento justo, diz aEscritura: Aquele que fez o que tinha que fazer [Is. 45, 11; LXX]; nos maus, no entanto, deantemo conheceu sua malcia, porque deles , mas no predestinou, porque no vem deDeus. A pena que ao mal mrito, como Deus que tudo prev, esse que sabia e predestinado,porque justo aquele no qual, como diz Santo Agostinho, fixa est a sentena sobre todas ascoisas, por sua prescincia. Aqui cabe certamente o que disse o sbio: As varas estopreparadas para os malfeitores e os golpes para o dorso dos insensatos. [Prov. 19, 29].Sobre esta imobilidade da prescincia da predestinao de Deus, pela qual no futuro, nElej um fato tambm se entende bem o que se diz em Eclesiastes: Reconheci que tudo o queDeus fez subsistir sempre, sem que se possa ajuntar nada, nem nada suprimir. Deus procede

  • desta maneira para ser temido. [Eclesiastes. 3, 14]. Mas que alguns so predestinados parao mal pelo poder divino, isto , como se eles no pudessem ser outra coisa, no s noacreditamos, mas se h alguns que acreditam em tamanho mal contra eles, como o Snodo deOrange, dizemos antema com toda a repulsa..Apesar disso, o cnon 4 deste conclio se ops ao Canne 3 do conclio de Quiersy:Igualmente sobre a redeno atravs do sangue de Cristo, em razo do erro excessivo quetem surgido sobre este assunto, a tal ponto que alguns, como seus escritos indicam, definemque foi derramado por aqueles mpios que desde o incio do mundo at a paixo do Senhor,morreram em sua maldade e foram punidos com a condenao eterna. (Cnon 4 IVConclio de Valence)Mas v esta expiao limitada do ponto de vista da prescincia divina. Ou seja, Deus sabedesde a eternidade o que acontecer. Assim, apesar do conflito entre estes dois conclioslocais, a Igreja manteve-se estvel a sua posio a favor da vontade salvfica universal deDeus, que deseja que todos os homens sejam salvos e que quem condenado por suaprpria vontade e no por Deus. Deus prev sua condenao, no a impe, e, portanto, apredestinao deve ser entendida a partir da perspectiva de que Deus tem isto para ele, masDeus no quer isto.A PREDESTINAO NA REFORMA PROTESTANTE

    Mais tarde, William de Ockham entendeu que a obra de Deus era inescrutvel a tal ponto quepode condenar o bom e salvar o perverso, pensamento que teve bastante vigor dentro dareforma. Muito possivelmente, o seu pensamento influenciou os reformadores protestantes(especialmente Calvino e Zwinglio), a ponto que as heresias sobre a doutrina dapredestinao no s foram ressuscitadas, mas amplificadas.O concilio de Trento se pronunciou contra estas doutrinas:Cap. 12 Presuno temerria de ser predestinado805. Ningum, enquanto peregrina por esta vida mortal, deve querer penetrar tanto nomistrio oculta da predestinao divina, que possa afirmar com segurana ser ele, semdvida alguma, do nmero de predestinados [cn. 15], como se o justo no pudesse maispecar [cn. 23] ou, que se tiver pecado, poder com certeza prometer-se a si mesmo umanova converso. Pois, sem uma revelao toda especial de Deus, no se pode saber quais osque Deus escolheu para si [cn. 16]. (Conclio de Trento Decreto Sobre a Justificao)Foi s mais tarde que dentro das fileiras protestantes um telogo chamado Jac Armniopregava que o livre-arbtrio humano pode existir sem limitar o poder de Deus ou contradizer aBblia, opondo-se as doutrinas calvinistas que enfatizavam a predestinao.Arminio, que estudou em Genebra com o telogo evanglico francs Teodoro Beza, retornou sua Holanda natal e foi professor de Teologia (1603-1609) na Universidade de Leiden.Afirmava que a predestinao era bblica e verdadeira, ou seja, Deus tinha a inteno dealgumas pessoas para o cu e outras para o inferno, como indicado pela referncia a Jesusovelhas e bodes. Mas focado mais no amor de Deus, do que em seu poder no momento daescolha, o processo pelo qual Deus escolheu os que so destinados para o paraso.Depois da morte de Armnio, um grupo de ministros que simpatizavam com suas opiniesdesenvolveram uma teologia sistemtica e racional com base em seus ensinamentos. Em sua

  • declarao publicada em 1610, arminianos afirmam que a escolha foi condicionada pela f,que a graa pode ser rejeitada, que a obra de Cristo foi feita para todas as pessoas, e erapossvel que os crentes pudessem cair da graa.Em uma reunio em Dort ou Dordrecht (1618 -1619), os calvinistas prevaleceram sobre ogrupo de arminianos e condenaram aqueles que no concordavam com sua teoria. Elesdeclararam que a obra de Cristo foi destinada apenas queles que foram escolhidos para asalvao, que as pessoas criam no poderiam perder a graa, e que a escolha de Deus noestava dependente de qualquer condio.Os evanglicos armnianos foram ento totalmente proibidos na Holanda pelo resto deprotestantes calvinistas at 1630, e, desde ento, sem reservas, at 1795, no entanto, atradio arminiana permaneceu na Holanda at o final do sculo XX.O telogo britnico John Wesley estudou e confirmou o trabalho de Arminio em seumovimento metodista no sculo XVIII, na Inglaterra. Para as pessoas, o Arminianismo seresume na idia de que no h predestinao e que as pessoas so livres para seguir ou rejeitaro evangelho.Atualmente dentro do protestantismo existem diferentes nuances entre essas posiesconflitantes, mas, em essncia seguem amargas como no tempo de reforma, mas oCalvinismo tem perdido gradualmente a fora que j teve dentro do protestantismo.PARA CITAR

    ARRAIZ, Jos Miguel. A predestinao e os Conclios. Disponvel em: Desde: 03/10/2014 Tradutor: Rafael Rodrigues.

  • Anexo 2

    Historia de la Iglesia: Avance del Clericalismo parte 6Autor: Paulo Arieu

    Si slo para esto los brbaros fueron enviados dentro de las fronteras romanas, para que [ ] la iglesia de Cristo se llenase de hunos y suevos, de vndalos y borgoones, de diversos e innumerables pueblos de creyentes, loada y exaltada ha de ser la misericordia de Dios, [ ] aunque esto sea mediante nuestra propia destruccin. (Pablo Orosio) [0]

    Goya, San Gregorio Magno.

    Confirmacin del II Concilio de Orange [1][De la Carta Per filium nostrum, a Cesreo de Arls, de 25 de enero de 531]

    El Concilio de Orange es uno de los concilios en donde se afirma la soberana y la gracia de Dios correctamente.

    1) No hemos diferido dar respuesta catlica a tu pregunta que concebiste con laudable solicitud de la fe. Indicas, en efecto, que algunos obispos de las Galias, si bien conceden que los dems bienes provienen de la gracia de Dios, quieren que slo la fe, por la que creemos en Cristo, pertenezca a la naturaleza y no a la gracia; y que permaneci en el libre albedro de los hombres desde Adn cosa que es crimen slo decirla no que se confiere tambin ahora a cada uno por largueza de la misericordia divina. Para eliminar toda ambigedad nos pides que corfirmemos con la autoridad de la Sede Apostlica vuestra confesin, por la que al contrario vosotros defins que la recta fe en Cristo y el comienzo de toda buena voluntad, conforme a la verdad catlica, es inspirado en el alma de cada uno por la gracia de Dios previniente.

    2). Mas como quiera que acerca de este asunto han disertado muchos Padres y ms que nadie el obispo Agustn, de feliz memoria, y nuestros mayores los obispos de la Sede Apostlica, con tan amplia y probada razn que a nadie deba en adelante serle dudoso que tambin la fe nos viene de la gracia; hemos credo que no es menester muy larga respuesta; sobre todo cuando, segn las sentencias que alegas del Apstol: He conseguido misericordia para ser fiel (1 Cor. 7,:25), y en otra parte: A vosotros se os ha dado, por Cristo,no slo que creis en l, sino tambin que padezcis por l (Fil. 1: 29), aparece evidentemente que la fe, por la que creemos en Cristo, as como tambin todos los bienes, nos vienen a cada uno de los hombres, por don de la gracia celeste, no por poder de la naturaleza humana. Lo cual nos alegramos que tambin tu Fraternidad lo haya sentido segn la fe catlica, en la conferencia habida con algunos obispos de las Galias; en el punto, decimos, en que con unnime asentimiento, como nos indicas, definieron que la fe por la que creemos en Cristo, se nos confiere por la gracia previniente de la divinidad, aadiendo adems que no hay absolutamente bien alguno segn Dios que pueda nadie querer, empezar o acabar sin la gracia de Dios, pues dice el Salvador mismo: Sin m nada podis hacer (Jn. 15: 5). Porque cierto y catlico es que en todos los bienes, cuya cabeza es la fe, cuando no queremos an nosotros, la misericordia divina nos previene para que perseveremos en la fe, como dice David profeta: Dios mo, tu misericordia me prevendr (Sal.. 58: 11). Y

  • otra vez: Mi misericordia con l est (Sal. 88:25); y en otra parte: Su misericordia me sigue (Sal. 22:6). Igualmente tambin el bienaventurado Pablo dice: O, quin le dio a l primero, y se le retribuir? Porque de l, por l y en l son todas las cosas (Rom. 11:35 ss). De ah que en gran manera nos maravillamos de aquellos que hasta punto tal estn an gravados por las reliquias del vetusto error, que creen que se viene a Cristo no por beneficio de Dios, sino de la naturaleza, y dicen que, antes que Cristo, es autor de nuestra fe el bien de la naturaleza misma, el cual sabemos qued depravado por el pecado de Adn, y no entienden que estn gritando contra la sentencia del Seor que dice: Nadie viene a m, si no le fuere dado por mi Padre (Jn. 6:44). Y no menos se oponen al bienaventurado Pablo que grita a los Hebreos: Corramosal combate que tenemos delante, mirando al autor y consumador de nuestra fe, Jesucristo (Heb. 2:1 s). Siendo esto as, no podemos hallar qu es lo que atribuyen a la voluntad humana para creer en Cristo sin la gracia de Dios, siendo Cristo autor y consumador de la fe.

    La falsa idea de los Pelagianos que niegan el pecado original y creen el libre albedrio que dicen que el hombre es pecador porque comete pecado es una doctrina que no tiene base biblica y por lo tanto una herejia.El Pelagianismo fue considerado una herejia por los siguientes concilios durante la historia Cristiana:

    I) Catlicos a) Concilio de Cartago (412, 416 y 418) b) Concilio de Efeso (431) c) El Concilio de Orange (529) d) Concilio de Trento (1546) Romano

    II) Reformistas e) Segundo Concilio Helvetico (1561/66) 8-9. (Swiss-German Reformed) f) La Confesion de Augsburgo (1530) Art. 9, 18 (Lutheran) g) La Confesion Galica (1559) Art. 10 (French Reformed) h) La Confesion Belgica (1561) Art. 15 (Lowlands, French/Dutch/German Reformed) i) Los Articulos Anglicanos (1571), 9. (English) j) Los Canonces de Dot (1618-9), 3/4.2 (Dutch/German/French Reformed).

    Avance del clericalismo (s.VII):El perodo de crecimiento del poder papal empez con el pontificado de Gregorio I, el Grande, y lleg a su apogeo bajo Gregorio VII, mejor conocido como Hildebrando. Debe notarse que desde los tiempos primitivos cada papa al asumir su oficio cambiaba de nombre y Gregorio VII es el nico papa cuyo nombre de familia se destaca en la historia despus de su ascensin a la silla papal. Gregorio I fue el eclesistico del que se cuenta la conocida historia de que al ver algunos cautivos en Roma de cabello claro y de ojos azules, yal preguntar quines eran, se le contest que eran angli (ingleses).

    A esto respondi: Non angli, sed angeli (no anglos, sino ngeles). Despus, cuando lleg a ser papa, envi misioneros a Inglaterra para cristianizar al pueblo. Extendi el reino de su iglesia animado de un intersactivo en la conversin de las naciones europeas que an permanecan paganas y trayendo a la fe ortodoxa a los arrianos visigodos en Espaa. Gregorio resisti con xito las pretensiones del patriarca de Constantinopla al ttulo de obispo universal. Convirti a la iglesia en virtual gobernante en la provincia alrededor de Roma. De esta manera prepar el poder temporal o poltico.

    A medida que nos acercamos al fin de este perodo, ao 604, notamos una pronunciada decadencia en la fe, vida y costumbres de los cristianos. Por todas partes, es verdad, se oyen gritos de protesta, los que demuestran que los verdaderos cristianos todava existen, y que la fe que fue dada una vez a los santos cuenta con un gran nmero de testigos y defensores ardientes que no sucumben bajo el peso de las nuevas circunstancias creadas por la gran apostasa. La fe ya no es la misma; una multitud de creencias antibblicas obscurecen el brillo de la verdad trada al mundo por el Seor Jesucristo.

    La organizacin ha degenerado en extremo; en lugar de congregaciones autnomas y altamente democrticas,hallamos las pretensiones episcopales de varios patriarcas, que terminan con un franco pronunciamiento hacia el papado, encarnacin del despotismo espiritual y religioso. Referimos aqu lo que fue la organizacin de las iglesias apostlicas para que resalte el contraste que ofrecen con la organizacin al fin de este perodo, cuando los grandes patriarcas han tomado la direccin del rebao.

  • Los patriarcas de Constantinopla, de Alejandra y de Antioquia gobiernan en Oriente. El patriarca de Roma, en Occidente, aunque su autoridad no era generalmente reconocida en Espaa ni en la Galia.

    Bonifacio III

    En el ao 604 muri Gregorio I, y en el ao 606 fue elegido papa Bonifacio III, quien por medio de bajas e indignas adulaciones al tirano Poca, consigui se le diese el ttulo de obispo universal, ttulo que desde entonces han usado los que ascienden al papado.

    Los emperadores continuaron interviniendo en todos los asuntos eclesisticos y ejerciendo el patronato. Los favores que reciba la iglesia eran cada vez mayores.

    El permiso de recibir legados que le fue concedido, aument asombrosamente los bienes inmuebles delas comunidades.

    El clero fue exceptuado del servicio militar, y de otros deberes pblicos. Los bienes eclesisticos quedaron exceptuados del pago de contribuciones, y a menudo se dispona

    del tesoro pblico a favor de ciertas obras y ciertas personas. El Cdigo o Institutos de Justiniano, promulgado el ao 529, indica el carcter de esta unin. Se ve el deseo de cristianizar el Imperio por medio de leyes y medidas oficiales lo que, como siempre,

    dio funestos resultados. La esclavitud, si no abolida, perdi su antiguo carcter cruel. La vida humana, antes de tan poco valor, empez a ser respetada; y ya no moran decenas y centenas

    de hombres en los combates de los gladiadores, los que llegaron a quedar del todo prohibidos. Las relaciones de familia, que haban llegado a su ltimo grado de relajacin, fueron dignificadas en

    las nuevas leyes. Se limit el derecho de los padres sobre los nios, y el infanticidio fue declarado crimen. La mujer adquiri ms derechos y ms nobleza. Las leyes contra la inmoralidad se hicieron severas, y el divorcio qued limitado slo a los casos ms

    graves. El estado tambin se constituy en defensor de la ortodoxia, y ste fue el mayor de sus errores; pues

    para lograr su fin persigui a los herejes. El Cdigo de Justiniano califica de herejes a todos los que no se conforman a las creencias esta-

    blecidas por la mayora llamada Iglesia Catlica, de modo que el rigor de la ley se aplic a todos los que lucharon contra las innovaciones contrarias a la fe primitiva.

    Corrupcin en la iglesiaEl cristianismo apareci primeramente en la historia como movimiento y como el camino de Cristo. Es anterior a su sedimentacin en los cuatro evangelios y en las doctrinas. El carcter de camino espiritual significa un tipo de cristianismo que posee su propio curso. Generalmente vive al margen y, a veces, a distancia crtica de la institucin oficial. Pero nace y se alimenta de la fascinacin permanente de la figura y el mensaje libertario y espiritual de Jess de Nazaret. Inicialmente considerado como hereja de los Nazarenos (Hechos 24,5) o simplemente hereja (Hechos 28,22) en el sentido de grupillo, el cristianismo fue adquiriendo autonoma hasta que sus seguidores, segn los Hechos de los Apstoles (11,36), fueron llamados cristianos.

    El movimiento de Jess es ciertamente la fuerza ms vigorosa del cristianismo, ms que las Iglesias, por no estar encuadrado en instituciones ni aprisionado en doctrinas y dogmas. Est compuesto por todo tipo de gente, de las ms variadas culturas y tradiciones, hasta por agnsticos y ateos que se dejan tocar por la figura valiente de Jess, por el sueo que anunci, un Reino de amor y de libertad, por su tica de amor incondicional, especialmente a los pobres y a los oprimidos, y por la forma como asumi el drama humano, en medio de humillaciones, torturas, y su ejecucin en la cruz. Present una imagen de Dios tan ntima y amiga de la vida que es difcil prescindir de ella hasta por quien no cree en Dios. Mucha gente dice: si existeDios, tiene que ser como el Dios de Jess.

    Este cristianismo como camino espiritual es lo que realmente cuenta. Sin embargo, de ser un movimiento pas muy pronto a ser una institucin religiosa con varios modos de organizacin. En su seno se elaboraron las distintas interpretaciones de la figura de Jess que se transformaron en doctrinas y fueron recogidas por

  • los evangelios oficiales. Las Iglesias, al asumir carcter institucional, establecieron criterios de pertenencia y de exclusin, doctrinas como referencia identitaria y ritos de celebracin propios. Quien explica tal fenmenoes la sociologa, no la teologa. La institucin vive siempre en tensin con el camino espiritual. Lo ptimo es que caminen juntos, pero eso es raro. Lo decisivo es, en todo caso, el camino espiritual. ste tiene futuro y anima el sentido de la vida.

    La corrupcin de las iglesias y decadencia espiritual que caracteriza a este perodo, alarm a muchas almas sinceras, que buscaron en el retiro y soledad un asilo donde poder vivir en contacto ntimo con Dios y ocupados completamente en el desarrollo de la vida interior.

    La intencin que animaba a los primeros anacoretas y ermitaos era buena, pero completamente extraviada.

    Olvidaban que los cristianos tienen que ser la luz del mundo y la sal de la tierra; que Cristo or para que los suyos fuesen librados del mal pero no quitados del mundo; y que los cristianos del tiempo apostlico, nunca pensaron en el retiro y soledad, sino en lidiar como buenos soldados en el campo de batalla de este mundo corrompido.

    Durante todos estos siglos, no solamente en el orden disciplinario, sino tambin en la teologa y culto, se notan grandes diferencias entre este perodo y el siglo apostlico. Al principio, Cristo erael Alfa y la Omega. No haba creencia ni prctica que no tuviese a l por centro y por fundamento. Paulatinamente los cristianos, sin negar a Cristo ni rechazar su sacrificio, introducennuevas ideas y nuevas costumbres que los distraen, y hacen apartar la mirada de aquel en quien habita la plenitud de la divinidad, y quien por los siglos de los siglos debe recibir el ms completohomenaje de los que han sido redimidos por su sangre.

    Herejas en la IglesiaGreorio I fue un gran defensor de la vida monstica, habiendo sido monje l mismo. Fue uno de los administradores ms capaces en la historia de la iglesia romana y bien mereca su ttulo el Grande. Bajo una serie de papas y durante cientos de aos la autoridad del pontificado romano aument y se reconoci en sentido general. Se pueden nombrar ciertas causas para este creciente poder del papado. Una razn de por qu tantos aceptaban el gobierno de la sede romana se deba a que en las primeras pocas de este perodo, la influencia de los papas estaba sobre todo en su poder para ejercer la justicia. La iglesia estaba colocada entrelos prncipes y sus sbditos para reprimir la tirana e injusticia, para proteger a los dbiles y para demandar los derechos del pueblo. En los palacios se persuadi a ms de un gobernante a recibir de nuevo una esposa repudiada injustamente y a observar cuando menos la forma exterior de la decencia. Hubo muchas excepciones, pues se sabe de papas que adulaban a prncipes impos, pero el espritu general del papado al principio de la Edad Media era en favor del buen gobierno. Las rivalidades e incertidumbres del gobierno secular estaban en marcado contraste con la firmeza y uniformidad del gobierno de la iglesia.

    Gregorio I, tambin desarroll ciertas doctrinas de la iglesia romana, sobre todo la adoracin de las imgenes,el purgatorio y la transubstanciacin, o la creencia de que en la misa o comunin el pan y el vino se transforman milagrosamente en el verdadero cuerpo y la sangre de Cristo.

    1) La mariolatra: El amor y recuerdo respetuoso que se tuvo desde el principio a la madre de Jess, empeza degenerar en una supersticin y culto idoltrico. Los nestorianos se opusieron enrgicamente al ttulo de madre de Dios que muchos .le daban, y sostenan que ella era slo madre de Cristo, segn la carne, pero node su divinidad. La doctrina de Nestorio fue condenada y abierto as el camino a la mariolatra. Un libro gnstico del siglo tercero o cuarto, refiere la leyenda de la asuncin de Mara, la cual, aunque popular, era tenida slo como leyenda, y a nadie se le ocurra hacer de ella un hecho histrico. Pero los partidarios del culto a Mara empezaron a ensea que hubo tal ascensin corporal, y Gregorio de Tours, a fines del siglo sexto, escribi como sigue:

    Cuando la bienaventurada Mara termin su carrera en esta vida y fue llamada a salir de este mundo, todos los apstoles, venidos de todas partes del mundo, estaban reunidos en su casa, y cuando oyeron que ella deba de partir, estaban velando con ella, y he aqu el Seor Jess vino con sus ngeles, y tomando su alma, se la entreg a Miguel, el arcngel, y se fue. A la maana losapstoles tomaron el cuerpo con el lecho y lo colocaron en un sepulcro, y velaron, esperando que el Seor viniese. Y, he aqu, el Seor apareci por segunda vez y orden que fuese llevada en una nube al Paraso, quien habiendo tomar o de nuevo su alma, goza ahora de las bendiciones sin fin

  • de la eternidad, regocijndose con su predilecto.

    El abate Migne hace notar que ese relato de Gregorio ha sido tomado del Lber de Transitu, del pseudo Melitn, que est clasificado por el papa Gelasio entre los apcrifos.

    2) Invocacin de los santos. La costumbre de invocar a los santos tuvo origen en la exagerada veneracin deque eran objeto los mrtires y otros hroes de la fe. Las iglesias empezaron dedicando ciertos das del ao para recordar los sufrimientos que los tales haban soportado, y se daba gracias a Dios porque tales hombres haban militado entre los cristianos, mostrando as que la fe que profesaban puede crear energa y valor. Se exhortaba al pueblo a imitar sus virtudes y seguir sus huellas. Los panegricos que se hacan en las iglesias, ensalzando con demasa a estos mrtires, bajo el influjo de la hiprbole oratoria, fue creando la idea de que eran seres casi divinos; y pronto se estableci la costumbre de invocarlos como intercesores y mediadores, olvidndose la enseanza de que Cristo es el nico mediador entre Dios y los hombres, segn lo establece San Pablo en su epstola a Timoteo.

    3) La eucarista. Hemos visto cmo la cena del Seor era el centro del culto cristiano, y as contina siendo an en este perodo de innovaciones y cambios, aunque ya pueden hallarse algunas ideas que cambian fundamentalmente el carcter de sta ordenanza. Se empieza a creer en la presencia real, y los elementos no se miran como smbolos del cuerpo y sangre del Seor. En tiempos de Crisstomo, vemos en sus obras, que an no se conoca la costumbre de privar a los miembros de las iglesias de la participacin del vino. Pero ya amediados del siglo quinto, algunos intentan introducir lo que se llama comunin bajo una sola especie; pero tropiezan con la fuerte oposicin de Gelasio, obispo de Roma, quien condena severamente la innovacin y la hace cesar.

    4) El purgatorio. La idea de un fuego donde las almas tengan que purificarse despus de la muerte, es ajena y contraria a las doctrinas del Nuevo Testamento, que ensean que la sangre de Cristo nos limpia de todo pecado. El primer cristiano que menciona un fuego purificador es Orgenes, en el siglo ni, quien sostena la doctrina de la salvacin universal y restauracin final de todas las cosas. Gregorio el Grande es el primero que habla del purgatorio como de doctrina cristiana. Pronto se aade a ella la idea de que las oraciones podan ayudar a los que estaban en este fuego. Esta innovacin demuestra que haba decado la confianza en el valor infinito de los mritos de Cristo, que excluyen toda obra humana, y hacen intil todo otro sacrificio.

    5) Templos e imgenes. La riqueza siempre creciente de las iglesias, y los continuos donativos de prncipes yofrendas de ricos y pobres, facilitaban la construccin de edificios artsticos destinados al culto, y cada vez sedaba ms importancia al lugar donde ste se celebraba. Las primeras estatuas y pinturas introducidas en estos edificios dieron lugar a muchas y largas controversias, aun cuando se destinaban slo al ornato y a la instruccin del pueblo, y en ningn caso a la adoracin o veneracin. Pero en las comunidades que acababan de salir de la idolatra, estas representaciones no podan sino ser un tropiezo a los indoctos. Un obispo de Marsella, viendo que las imgenes conducan a la idolatra, mand destruirlas, y cuando el caso lleg a odos del papa Gregorio, ste le escribi diciendo que lo alababa por su celo contra la adoracin de cosas hechas con manos, aunque no aprueba su iconoclasmo y sostiene que las imgenes son los libros de los ignorantes.

    Si alguien quiere hacer imgenes, no se lo impidas, pero por todos los medios impide el culto de las imgenes.

    Estas pinturas fueron matando el verdadero carcter del culto cristiano, y llevando al pueblo a una nueva forma de paganismo. Las imgenes adquirieron gran valor ante los ojos de los adoradores, y pronto se lleg aconfiar en ellas mismas y a creerlas milagrosas. La imaginacin popular se encenda al or los relatos de las maravillas que se les atribuan y la gente iba cada vez ms depositando en ellas su confianza.

    Pontificado de Bonifacio III (Roma, ? Roma, 12 de noviembre de 607)Bonifacio III, fue el Papa n 66 de la Iglesia Catlica Apostlica Romana entre el 19 de febrero del ao 607 hasta el da de su muerte. Hijo de Juan Cataadioce, era romano de nacimiento, pero griego de origen. A pesar de la relativa brevedad de su pontificado, contribuy de manera significativa a la organizacin de la Iglesia Catlica.

    Siendo dicono, Bonifacio ya llam la atencin de Gregorio I, quien lo describi como de probada fe y carcter y le nombr apocrisiario (legado o nuncio papal) en la corte bizantina en el 603. Esta fue una etapa muy importante en la vida de Bonifacio que influira en su posterior papado. Como apocrisiario en

  • Constantinopla, logr ganarse la estima del emperador Focas y demostr ser un diplomtico excelente, lo quefue muy til al recomendar a Gregorio Magno que intercediese ante el emperador por el obispo Alcison de Casiopea, de la isla de Crcega.

    Alcison alegaba que su posicin obispal le haba sido arrebatada por el obispo Juan de Euria en piso, que haba huido de su hogar junto a su clero a fin de escapar de los ataques de los eslavos y avarios. Juan, habindose encontrado a salvo en Crcega, no estaba contento de servir bajo el obispo Alcison, por el contrario, conspir para usurpar su autoridad episcopal. Normalmente, este comportamiento no habra sido tolerado, pero el emperador Focas tena simpata con el obispo Juan y prefiri no intervenir. Alcison apel a Gregorio Magno, quien dej a Bonifacio resolver el problema. En un golpe de genialidad diplomtica, Bonifacio se las ingeni para reconciliar a todas las partes, manteniendo la confianza del emperador.

    A la muerte del papa Sabiniano en febrero de 606, Bonifacio fue elegido como sucesor, pero su regreso desdeConstantinopla a Roma se retras durante casi un ao. Se ha debatido mucho acerca del por qu de este largo interregno; algunos historiadores opinan que la intencin era permitir que Bonifacio concluyera su trabajo en Constantinopla, aunque muchos ms piensan que esto se debi a problemas en la eleccin.Se cree que Bonifacio insisti en que la eleccin papal fuese libre y justa y que quiz se neg a asumir el cargo pontificio hasta convencerse de que as haba sido.

    En cualquier caso, una vez accedi al cargo, convoc un concilio en Roma en el que efectu dos cambios importantes en lo concerniente a la eleccin papal:

    a) En primer lugar, prohibi que en vida de un papa se discutiese sobre su sucesin, bajo pena de excomunin.

    b) En segundo lugar, estableci que no se podran tomar medidas para la eleccin de un sucesor hasta al menos tres das despus del entierro del papa. Estos tres das de duelo se ampliaron a nueve en 1741 bajo el pontificado de Benedicto XIV. Lo que indica que Bonifacio tena una seria intencin de mantener libres de interferencias externas las elecciones papales.

    Otra accin notable de su pontificado result de su corte de relaciones con el emperador Focas. Busc y obtuvo un decreto de Focas que restaur

    La opinin de que el Bendito Pedro el Apstol debe ser la cabeza de todas las Iglesias.

    Lo cual asegur que el ttulo de Obispo Universal perteneciese exclusivamente al obispo de Roma y termin con el intento del patriarca Ciraco de Constantinopla de establecerse con dicho ttulo. Aunque algunas fuentes citan como evidencia que Bonifacio fund la Iglesia Catlica, este decreto simplemente afirm una visin planteada haca mucho tiempo por Justiniano I, quien haba dado reconocimiento legal a la primaca del pontificado romano.

    Conclucin:No creo hacer una lectura psima de la referencia histrica del concilio de Orange, el que fue uno de los concilios en donde se afirm las doctrinas biblicas de la soberana de Dios y de la gracia de Dios correctamente. Me animo a decir que fueron biblicos en muchos sentidos. Pero lamentablemente, todo esto sefue perdiendo con en el transcurso del tiempo!!!!

    Del Concilio de Orange, y de los otros concilios tambin (4 catlicos romanos, 6 reformistas), a la luz de la Biblia, concluimos que la doctrina pelagiana es hertica:

    EL HOMBRE NACE EN PECADO PORQUE SOMO CONSTITUIDOS COMO TAL PORLA DESOBEDIENCIA DE ADAN.

    La herejia Pelagiana que el hombre no nace en pecado sino que es pecador porque hace pecado es inescritural.

    Bonifacio III fue enterrado en la Baslica de San Pedro el 12 de noviembre de 607. Durante casi todos estos siglos de la Edad Media, Europa estuvo en condicin decadente, pues sus gobernantes se levantaban y caan,

  • un castillo luchaba contra otro y no exista autoridad plena y duradera. El antiguo imperio cay en el siglo quinto y Europa estuvo casi en un caos hasta el siglo noveno, cuando el imperio de Carlomagno se estableci.Casi todos sus sucesores inmediatos fueron hombres dbiles, muchos de ellos buscaron la ayuda de Roma y estuvieron dispuestos a hacer concesiones de poder para obtenerla. Una vez que la iglesia obtena el poder a expensas del estado, lo retena con firmeza.

    Como alguien me cit:

    Las Escrituras nos ensea claramente que el hombre es responsable delante de Dios de obedecer sus mandatos y al mismo tiempo nos ensea que el hombre es incapaz de cumplir la Ley de Dios y aun de tener el deseo de buscar a Dios. Ambas enseanzas parecen contradecirse una a otra, pues si Dios manda al hombre a obedecer Sus mandatos como entonces tambien se nos dice que el hombre es incapaz de obedecer esos mismos mandatos? Es Dios un ser injusto que se goza en la inhabilidad del hombre de obedecer Su Ley? Si el hombre est muerto en delitos y pecados y su voluntad esta esclavizada al pecado y hace por naturaleza lo su naturaleza caida le inclina a hacer, como entonces Dios puede esperar que cumpla su ley y crea en el evangelio? Jess nos ofrece una respuesta, la cual explica la razn porque el hombre en su estado caido decide creer enJess, Todo lo que el Padre me da, vendra a mi ( Jn. 6:37). En este texto Jess ensea que el acto de creer no se origina en la voluntad del hombre, pero mas bien en la voluntad de Dios, el cual trabaja en el hombre caido para que este creea en Jess.

    En este perodo el clericalismo se fue desarrollando completamente. Tambin se introdujeron herejias como a) La mariolatra, b) Invocacin de los santos c) La eucarista d) El purgatorio e) Templos e imgenes.El desarrollo de la doctrina romanista del papado tomo suficiente fuerza durante este perodo, donde ya se perdi del todo la sencillez de vida de los ministros de los primeros tiempos del cristianismo. Y se fue uniendo el estado con la Iglesia. Habr que esperarar hasta la reforma protestante para que esto cambie.

    El problema de la cristiandad que fu surgiendo en aquellos dias, la que sera la Iglesia romano-catlica, como se ver en los proximos siglos, es su pretensin de ser la nica verdadera. Cuando uno puede observar al estudiar la historia del cristianismo y la situacin de separacin actual de las grandes religiones cristianas, lo correcto y lo ideal sera que todas las iglesias cristianas se respeten y reconozcan su parte buena en su concepcin del mensaje de Jess. Si analizamos bien la doctrina, y separamos la paja del trigo, lo ortodoxo de lo heterodoxo, podemos ver que las iglesias en muchos casos revelan dimensiones diferentes y complementarias del mensaje del Nazareno . Por supuesto, esto solo es un concepto teolgico filosfico, sin caer en el error del ecumenismo. Que es tan solo un idealismo mas. Porque andarn dos juntos si no estuvieran de acuerdo? Imposible. Respetar al otro, no significa estar de acuerdo. Solo es respetar, no apoderarse de la verdad y no caer en la infalibilidad de nuestras tradiciones. Ni de nuestros lideres, que son tan humanos como lo son los papas, aunque ellos an hoy en da se hacen llamar vicarios de Cristo, y lideres infalibles.

    El Vaticano ha asumido un camino de confrontacin con dos importantes episcopados, el alemn y el francs,al introducir la misa en latn; ha articulado una reconciliacin rebuscada con la Iglesia de los seguidores de Lebfrevre; ha vaciado las principales intuiciones renovadoras del Concilio Vaticano II, especialmente el ecumenismo, negando absurdamente el ttulo de Iglesia a las Iglesias que no sean la Catlica y la Ortodoxa; siendo cardenal se mostr gravemente permisivo con los pedfilos; su relacin con el sida roza loslmites de lo inhumano.

    La Iglesia Catlica actual se ha sumergido en un invierno riguroso. La base social de apoyo al modelo anticuado del actual papa est formada por grupos conservadores, ms interesados en las realizaciones mediticas, en la lgica del mercado, que en proponer un mensaje adecuado a los graves problemas actuales. Ofrecen un cristianismo-lexotn apto para calmar conciencias angustiadas, pero alienado frente a la humanidad sufriente.(L. Boff)

    Como vemos en este artculo, el cristianismo de aquellos dias se fue apartando mas y mas de la verdad, y lo que deca la Biblia debi ser entendido y aceptado a la luz de esas nuevas tradiciones que fueron surgiendo y no al revs, como es lo correcto. Lamentablemente, la figura del sacerdote en lugar del pastor bblico se apoder de la presidencia de la Grey de Dios, y los cristianos fueron perdiendo su libertad de conciencia.Y ahogando los otros ministerios de la Biblia.

  • Pero, hablando a nuestros dias, lo importante es que el cristianismo mantenga su carcter de camino espiritual. l puede sustentar a tantos cristianos y cristianas frente a la mediocridad e irrelevancia en la que ha cado la Iglesia actual , al igual que sucedi en aquellos dias de constantinizacin de la cristiandad. Por supuesto, cada lider cristiano de nuestros dias debe procurar guardar la sana doctrina.

    Actualmente hay mucha decepcin con las iglesias institucionales. Se est dando una doble emigracin: una exterior, personas que abandonan sencillamente la Iglesia, y otra interior, las que permanecen en ella pero no la sienten ya como un hogar espiritual. Continan creyendo en Dios y en su Palabra, a pesar de las iglesias.

    El movimiento de Jess es ciertamente la fuerza ms vigorosa del cristianismo, ms que las Iglesias, por no estar encuadrado en instituciones ni aprisionado en doctrinas y dogmas. Est compuesto por todo tipo de gente, de las ms variadas culturas y tradiciones, hasta por agnsticosy ateos que se dejan tocar por la figura valiente de Jess, por el sueo que anunci, un Reino de amor y de libertad, por su tica de amor incondicional, especialmente a los pobres y a los oprimidos, y por la forma como asumi el drama humano, en medio de humillaciones, torturas, y su ejecucin en la cruz. Present una imagen de Dios tan ntima y amiga de la vida que es difcil prescindir de ella hasta por quien no cree en Dios. Mucha gente dice: si existe Dios, tiene que ser como el Dios de Jess.(L. Bofff)

    Notas[0] Justo L. Gonzalez, Historia del Cristianismo Tomo I,pag. 109 ,ed. Unilit[1] http://www.conoze.com/doc.php?doc=1002Articulos relacionados:

    El Progreso del Peregrino: HEREJIAS EN LA HISTORIA DE LA hombre, esclavo del pecado, creer El Progreso del Peregrino

    Bibliografia consultada Robert A. Baker, Comendio de Historia Cristiana, C.B.P. http://es.wikipedia.org/wiki/Bonifacio_III Justo L.Gonazalez, Historia del Cristianismo Tomo I,pag. 109 ,ed. Unilit Jesse Lyman Hurlbut, Historia de la Iglesia Cristiana, ed. Vida http://servicioskoinonia.org/boff/articulo.php?num=448 El Progreso del Peregrino: ROMANOS 5:17 Y EL PECADO ORIGINAL

    Fonte: http://elteologillo.com/tag/concilio-de-orange/10 junho 2015

  • Anexo 3

    Los Concilios y la predestinacin

    En el post anterior trataba el tema de la predestinacin, y comparta la didctica explicacin del cardenal Charles Journet de este tema tan complejo. Ahora que se se ha planteado la forma recta de entender la doctrina de la predestinacin, deseo compartir lo que el magisterio de la Iglesia ha definido al respecto.

    Un poco de historiaEntre los conflictos y herejas que tuvo que combatir San Agustn estuvo el pelagianismo, el cual no solo negaba la doctrina del pecado original sino la necesidad de la gracia para la salvacin. En la batalla campal que el santo entabla con los pelagianos, encuentra dificultades para equilibrar la relacin entre la gracia y el libre albedro, y en algunas de sus obras donde trata la doctrina de la predestinacin parece introducir el concepto de predestinacin doble: Donde Dios salva por pura gracia a los elegidos, y abandona al resto en su pecado. As por ejemplo en De la predestinacin de los santos escribe en VI,11

    Todas las sendas de Yahveh son misericordia y verdad. Pero inescrutables sus caminos. Por tanto, inescrutables son tambin la misericordia, por la cual gratuitamente salva, y la verdad, por la que justamente condena San Agustn, De la predestinacin de los santos VI,11

    San Agustn es acusado por los pelagianos de negar el libre albedro, a lo que San Agustn se defiende en varias ocasiones. En su rplica a Juliano escribe:

    Afirmas que en otro de mis libros dije: Se niega el libre albedro si se defiende la gracia, y seniega la gracia si se defiende el libre albedro". Pura calumnia. No dije esto; lo que dije fue que esta cuestin presenta tan enormes dificultades que pudiera parecer que se niega uno si se admite la otra. Y como mis palabras son pocas las voy a repetir para que vean mis lectores cmoamaas mis escritos y con qu mala fe abusas de la ignorancia de los tardos y romos de inteligencia, para hacerles creer que me has respondido porque no sabes callar.

    Dije hacia el final del primer libro, dedicado al virtuoso Piniano, cuyo ttulo es De gratia contra Pelagium: En esta cuestin que trata del libre albedro y de la gracia de Dios es tan difcil delimitar el campo, que, cuando se defiende el libre albedro, parece se niega la gracia de Dios, y cuando se defiende la gracia de Dios, parece se destruye el libre albedro. Pero t, varn honesto y vers, suprimes las palabras que dije y pones otras de tu invencin. Dije, s, que esta cuestin era difcil de resolver, no que fuera imposible. Y mucho menos afirm, como falsamente me acusas, que, si se defiende la gracia, se niega el libre albedro, si se defiende el libre albedro, se niega la gracia de Dios. Cita mis palabras textuales y se evaporan tus calumniasReplica a Juliano IV,47Tomado de Obras Completas de San Agustn XXXV. BAC 457, pag 703

    Tambin se defiende cuando le acusan de llamar pelagiano a todo el que reconoce el libre albedro:

    No es cierto, como dices que llamamos pelagianos o celestianos a todo el que reconoce en el hombre el libre albedro y afirme que Dios es el creador de los nios", sino que damos este nombre a los que no atribuyen la libertad, a la que hemos sido llamados, a la gracia divina; y alos que rehsan reconocer a Cristo como Salvador de los nios; a los que no admiten en los justos la necesidad de dirigir a Dios peticin alguna de la oracin dominical. A stos s, los llamados pelagianos y celestianos, porque participan de sus criminales errores.Replica a Juliano III,2Tomado de Obras Completas de San Agustn XXXV. BAC 457, pag 574

    As, rechaza la idea pelagiana de la no necesidad de la gracia. Es la gracia para San Agustn la que le da la facultad al libre albedro de hacer la voluntad de Dios.

  • Dices que alabo la continencia de los tiempos cristianos no para encender a los hombres en amor a la virginidad, sino para condenar el matrimonio, instituido por Dios". Mas para que nadie crea te atormenta la sospecha de una mala interpretacin de mis sentimientos, me dices, como queriendo aprobar: Si con sinceridad exhortas a los hombres a la virginidad, has de confesar que la virtud de la castidad puede ser observada por los que quieran, de suerte que cualquiera puede ser santo en el cuerpo y en el espritu". Respondo que lo admito, pero no en tu sentido. T atribuyes este poder slo a las fuerzas del libre albedro; yo lo atribuyo a la voluntad, ayudada por la gracia de Dios. Sin embargo, pregunto: Sobre qu ejerce el espritu su poder para no pecar sino sobre un mal que, si vence, nos hace caer en pecado? Y para no tener que decir, con los maniqueos, que este mal viene de una naturaleza mala, a nosotros extraa y con la cual se mezcla, nos resta confesar que existe en nuestra naturaleza una herida que es necesario curar, y cuya mancha nos hace culpables si no es lavada por el sacramento de la regeneracinReplica a Juliano V,65Tomado de Obras Completas de San Agustn XXXV. BAC 457, pag 825

    Se pronuncia el magisterioA pesar de esto, los textos oscuros de San Agustn dieron pie a que posteriormente se exagerara su pensamiento. Uno de ellos fue un sacerdote de nombre Lcido, que tuvo que ser corregido por el concilio de Arles en el 475. Se conserva el memorial de su sujecin:

    De la gracia y la predestinacin

    Vuestra correccin es pblica salvacin y vuestra sentencia medicina. De ah que tambin yo tengo por sumo remedio, excusar los pasados errores acusndolos, y por saludable confesin purificarme. Por tanto, de acuerdo con los recientes decretos del Concilio venerable, condeno juntamente con vosotros aquella sentencia que dice que no ha de juntarse a la gracia divina el trabajo de la obediencia humana; que dice que despus de la cada del primer hombre, qued totalmente extinguido el albedro de la voluntad; que dice que Cristo Seor y Salvador nuestro no sufri la muerte por la salvacin de todos; que dice que la presciencia de Dios empuja violentamente al hombre a la muerte, o que por voluntad de Dios perecen los que perecen; que dice que despus de recibido legtimamente el bautismo, muere en Adn cualquiera que peca; que dice que unos estn destinados a la muerte y otros predestinados a la vida; que dice que desde Adn hasta Cristo nadie de entre los gentiles se salv con miras al advenimiento de Cristo por medio de la gracia de Dios, es decir, por la ley de la naturaleza, y que perdieron el libre albedro en el primer padre; que dice que los patriarcas y profetas y los ms grandes santos, vivieron dentro del paraso aun antes del tiempo de la redencin. Todo esto lo condeno como impo y lleno de sacrilegios. De tal modo, empero, afirmo la gracia de Dios que siempre aado a la gracia el esfuerzo y empeo del hombre, y proclamo que la libertad de la voluntad humana no est extinguida, sino atenuada y debilitada, que est en peligro quien se ha salvado,y que el que se ha perdido, hubiera podido salvarse.

    Confieso tambin que Cristo Dios y Salvador, por lo que toca a las riquezas de su bondad, ofreci por todos el precio de su muerte y no quiere que nadie se pierda, l, que es salvador de todos, sobre todo de los fieles, rico para con todos los que le invocan [Rom. 10, 12] Ahora, empero, por la autoridad de los sagrados testimonios que copiosamente se hallan en las divinas Escrituras, por la doctrina de los antiguos, puesta de manifiesto por la razn, de buena gana confieso que Cristo vino tambin por los hombres perdidos que contra la voluntad de l se han perdido. No es lcito, en efecto, limitar las riquezas de su bondad inmensa y los beneficios divinos a solos aquellos que al parecer se han salvado. Porque si decimos que Cristo slo trajo remedios para los que han sido redimidos, parecer que absolvemos a los no redimidos, los que consta han de ser castigados por haber despreciado la redencin. Afirmo tambin que se han salvado, segn la razn y el orden de los siglos, unos por la ley de la gracia, otros por la ley de Moiss, otros por la ley de la naturaleza, que Dios escribi en los corazones de todos, en la esperanza del advenimiento de Cristo; sin embargo, desde el principio del mundo, no se vieron libres de la atadura original, sino por intercesin de la sagrada sangre. Profeso tambin que los

  • fuegos eternos y las llamas infernales estn preparadas para los hechos capitales, porque con razn sigue la divina sentencia a las culpas humanas persistentes; sentencia en que incurren quienes no creyeren de todo corazn estas cosas. Orad por mi, seores santos y padres apostlicos.

    Lcido, presbtero, firm por mi propia mano esta mi carta, y lo que en ella se afirma, lo afirmo, y lo que se condena, condeno.CONCILlO DE ARLES, 475Del memorial de sujecin de Lcido, presbteroTomado del Enchiridion Symbolorum

    Ya aqu se establecan cuatro puntos bsicos de la recta doctrina de la predestinacin:

    1. El libre albedro colabora con la gracia, pero el libre albedro sin la gracia nada puede.2. Cristo muri por todos los hombres y no por unos cuantos escogidos.3. El libre albedro est debilitado ms no extinguido.4. Los que se condenan no lo hacen por voluntad de Dios.

    Posteriormente en el II Concilio de Orange contra los semipelagianos se reafirma la recta doctrina de la predestinacin.

    Tambin creemos segn la fe catlica que, despus de recibida por el bautismo la gracia, todos los bautizados pueden y deben, con el auxilio y cooperacin de Cristo con tal que quieran fielmente trabajar, cumplir lo que pertenece a la salud del alma. Que algunos, empero, hayan sido predestinados por el poder divino para el mal, no slo no lo creemos, sino que si hubiere quienes tamao mal se atrevan a creer, con toda detestacin pronunciamos anatema contra ellos.

    Tambin profesamos y creemos saludablemente que en toda obra buena, no empezamos nosotros y luego somos ayudados por la misericordia de Dios, sino que l nos inspira primero sin que preceda merecimiento bueno alguno de nuestra parte la fe y el amor a l, para que busquemosfielmente el sacramento del bautismo, y para que despus del bautismo, con ayuda suya, podamos cumplir lo que a l agrada. De ah que ha de creerse de toda evidencia que aquella tanmaravillosa fe del ladrn a quien el Seor llam a la patria del paraso [Lc. 23, 43], y la del centurin Cornelio, a quien fue enviado un ngel [Act. 10, 3] y la de Zaqueo, que mereci hospedar al Seor mismo [Lc. 19, 6], no les vino de la naturaleza, sino que fue don de la liberalidad divina.II CONCILIO DE ORANGE, 529Confirmado por Bonifacio II (contra los semipelagianos)Tomado del Enchiridion Symbolorum

    El Papa Adriano I vuelve a corregir los mismos errores en una carta a los obispos de Espaa

    Acerca de lo que algunos de ellos dicen que la predestinacin a la vida o a la muerte est en el poder de Dios y no en el nuestro, stos replican: A qu esforzarnos en vivir, si ello est en el poder de Dios?; y los otros, a su vez: Por qu rogar a Dios que no seamos vencidos en la tentacin, si ello est en nuestro poder, como por la libertad del albedro?. Porque, en realidad,ninguna razn son capaces de dar ni de recibir, ignorando la sentencia del bienaventurado Fulgencio [contra cierto pelagiano]:

    Luego Dios prepar las obras de misericordia y de justicia en la eternidad de su inconmutabilidad prepar, pues los merecimientos para los hombres que haban de ser justificados; prepar tambin los premios para la glorificacin de los mismos; pero a los malos, no les prepar voluntades malas u obras malas, sino que les prepar justos y eternos suplicios. Esta es la eterna predestinacin de las futuras obras de Dios y como sabemos que nos fue siempre inculcada por la doctrina apostlica, as tambin confiadamente la predicamosDe la Carta Institutio universalis, a los obispos de Espaa, del ao 785Tomado del Enchiridion Symbolorum

  • Posteriormente el concilio de Concilio de Quierzy nuevamente se tiene que pronunciar ante los predestinacianos (que predicaban la doble predestinacin)

    De la redencin y la gracia

    Cap. 1. Dios omnipotente cre recto al hombre, sin pecado, con libre albedro y lo puso en el paraso, y quiso que permaneciera en la santidad de la justicia. El hombre, usando mal de su libre albedro, pec y cay, y se convirti en masa de perdicin de todo el gnero humano. Pero Dios, bueno y justo, eligi, segn su presciencia, de la misma masa de perdicin a los que por su gracia predestin a la vida [Rom. 8, 29 ss; Eph. 1, 11] y predestin para ellos la vida eterna; a los dems, empero, que por juicio de justicia dej en la masa de perdicin, supo por su presciencia que haban de perecer, pero no los predestin a que perecieran; pero, por ser justo, les predestin una pena eterna. Y por eso decimos que slo hay una predestinacin de Dios, que pertenece o al don de la gracia o a la retribucin de la justicia.

    Cap. 2. La libertad del albedro, la perdimos en el primer hombre, y la recuperamos por Cristo Seor nuestro, y tenemos libre albedro para el bien, prevenido y ayudado de la gracia; y tenemos libre albedro para el mal, abandonado de la gracia. Pero tenemos libre albedro, porque fue liberado por la gracia, y por la gracia fue sanado de la corrupcin.

    Cap. 3. Dios omnipotente quiere que todos los hombres sin excepcin se salven [1 Tim. 2, 4], aunque no todos se salvan. Ahora bien, que algunos se salven, es don del que salva; pero que algunos se pierdan, es merecimiento de los que se pierden.

    Cap. 4. Como no hay, hubo o habr hombre alguno cuya naturaleza no fuera asumida en l; as no hay, hubo o habr hombre alguno por quien no haya padecido Cristo Jess Seor nuestro, aunque no todos sean redimidos por el misterio de su pasin. Ahora bien, que no todos sean redimidos por el misterio de su pasin, no mira a la magnitud y copiosidad del precio, sino a la parte de los infieles y de los que no creen con aquella fe que obra por la caridad [Gal. 5, 6]; porque la bebida de la humana salud, que est compuesta de nuestra flaqueza y de la virtud divina, tiene, ciertamente, en s misma, virtud para aprovechar a todos, pero si no se bebe, no cura.CONCILIO DE QUIERSY, 853(Contra Gottschalk y los predestinacianos)Tomado del Enchiridion Symbolorum

    El canon 3 del tercer concilio de Valencia se mantiene en la misma lnea:

    Can. 2. Fielmente mantenemos que Dios sabe de antemano y eternamente supo tanto los bienes que los buenos haban de hacer como los males que los malos hablan de cometer, pues tenemos la palabra de la Escritura que dice: Dios eterno, que eres conocedor de lo escondido y todo lo sabes antes de que suceda [Dan. 13, 42]; y nos place mantener que supo absolutamentede antemano que los buenos haban de ser buenos por su gracia y que por la misma gracia haban de recibir los premios eternos; y previ que los malos haban de ser malos por su propia malicia y haba de condenarlos con eterno castigo por su justicia, como segn el Salmista: Porque de Dios es el poder y del Seor la misericordia para dar a cada uno segn sus obras [Ps.61, 12 s], y como ensea la doctrina del Apstol: Vida eterna a aquellos que segn la paciencia de la buena obra, buscan la gloria, el honor y la incorrupcin; ira e indignacin a los que son, empero, de espritu de contienda y no aceptan la verdad, sino que creen la iniquidad; tribulaciny angustia sobre toda alma de hombre que obra el mal [Rom. 2, 7 ss]. Y en el mismo sentido en otro lugar: En la revelacin dicede nuestro Seor Jesucristo desde el cielo con los ngeles de su poder, en el fuego de llama que tomar venganza de los que no conocen a Dios ni obedecenal Evangelio de nuestro Seor Jesucristo, que sufrirn penas eternas para su ruina cuando viniere a ser glorificado en sus Santos y mostrarse admirable en todos los que creyeron [2 Thess.1, 7 ss]. Ni ha de creerse que la presciencia de Dios impusiera en absoluto a ningn malo la necesidad de que no pudiera ser otra cosa, sino que l haba de ser por su propia voluntad lo que Dios, que lo sabe todo antes de que suceda, previ por su omnipotente e inconmutable

  • majestad. Y no creemos que nadie sea condenado por juicio previo, sino por merecimiento de su propia iniquidad, ni que los mismos malos se perdieron porque no pudieron ser buenos, sino porque no quisieron ser buenos y por su culpa permanecieron en la masa de condenacinpor la culpa original o tambin por la actual .

    Can 3. Mas tambin sobre la predestinacin de Dios plugo y fielmente place, segn la autoridad apostlica que dice: Es que no tiene poder el alfarero del barro para hacer de la misma masa un vaso para honor y otro para ignominia? [Rom. 9, 21], pasaje en que aade inmediatamente: Y si queriendo Dios manifestar su ira y dar a conocer su poder soport con mucha paciencia los vasos de ira adaptados o preparados para la ruina, para manifestar las riquezas de su gracia sobre los vasos de misericordia que prepar para la gloria [Rom. 9, 22 s]: confiadamente confesamos la predestinacin de los elegidos para la vida, y la predestinacin de los impos parala muerte; sin embargo, en la eleccin de los que han de salvarse, la misericordia de Dios precede al buen merecimiento; en la condenacin, empero, de los que han de perecer, el merecimiento malo precede al justo juicio de Dios. Mas por la predestinacin, Dios slo estableci lo que l mismo haba de hacer o por gratuita misericordia o por justo juicio, segn la Escritura que dice: El que hizo cuanto haba de ser [Is. 45, 11; LXX]; en los malos, empero, supo de antemano su malicia, porque de ellos viene, pero no la predestin, porque no viene de l. La pena que sigue al mal merecimiento, como Dios que todo lo prev, sa si la supo y predestin, porque justo es Aquel en quien, como dice San Agustn, tan fija est la sentencia sobre todas las cosas, como cierta su presciencia. Aqu viene bien ciertamente el dicho del sabio:Preparados estn para los petulantes los juicios y los martillos que golpean a los cuerpos de los necios [Prov. 19, 29]. Sobre esta inmovilidad de la presciencia de la predestinacin de Dios, por la que en l lo futuro ya es un hecho, tambin se entiende bien lo que se dice en el Eclesiasts: Conoc que todas las obras que hizo Dios perseveran para siempre. No podemos aadir ni quitara lo que hizo Dios para ser temido [Eccl. 3, 14]. Pero que hayan sido algunos predestinados al mal por el poder divino, es decir, como si no pudieran ser otra cosa, no slo no lo creemos, sino que si hay algunos que quieran creer tamao mal, contra ellos, como el Snodo de Orange, decimos anatema con toda detestacin

    A pesar de esto, el canon 4 de este concilio se opuso a los cnones del Concilio de Quiersy Can. 4. Igualmente sobre la redencin por la sangre de Cristo, en razn del excesivo error que acerca de esta materia ha surgido, hasta el punto de que algunos, como sus escritos lo indican, definen haber sido derramada aun por aquellos impos que desde el principio del mundo hasta la pasin del Seor han muerto en su impiedad y han sido castigados con condenacin eterna. Pero ve esta expiacin limitada desde el punto de vista de la presciencia divina. Esto es, Dios desde la eternidad sabe que acontecer. As, a pesar del conflicto entre estos dos concilios locales, la Iglesia ha mantenido constante su postura a favor de la voluntadsalvfica universal de Dios que quiere que todos los hombres se salven, y quien se condena lo hace por su propio albedro y no por voluntad de Dios. Dios prevee su condenacin no la impone, y por eso la predestinacin debe ser entendida desde la perspectiva de que Dios quiere que esto sirva para aquello, pero Dios no quiere estoLa predestinacin en la reforma protestantePosteriormente Guillermo de Ockham entendi que la obra de Dios era inexcrutable hasta tal punto que puede condenar al bueno y salvar al malvado, pensamiento que cobr mucho vigor dentro de la reforma. Muyposiblemente su pensamiento haya influenciado a los reformadores protestantes (especialmente Calvino y Zwinglio) al punto que las herejas de la doctrina de la predestinacin se vieron no solamente resucitadas sinoamplificadas.

    El concilio de Trento se pronunci contra estas doctrinas

    Cap. 12. Debe evitarse la presuncin temeraria de predestinacinNadie, tampoco, mientras vive en esta mortalidad, debe hasta tal punto presumir del oculto misterio de la divina predestinacin, que asiente como cierto hallarse indudablemente en el nmero de los predestinados [Can. 15], como si fuera verdad que el justificado o no puede pecarms [Can. 28], o, si pecare, debe prometerse arrepentimiento cierto. En efecto, a no ser por revelacin especial, no puede saberse a quines haya Dios elegido para si [Can. 16].

  • Concilio de Trento SESION VI (13 de enero de 1547) Decreto sobre la justificacinTomado del Enchiridion Symbolorum

    Fue solo tiempo despus que dentro de las finas protestantes un telogo de nombre Jacobo Armio predic que la libre voluntad humana puede existir sin limitar el poder de Dios o contradecir la Biblia, oponiendose a las doctrinas calvinistas que hacan nfasis en la predestinacin.

    Arminio, quien estudi en Ginebra con el telogo evanglico francs Teodoro Beza, regres a su Holanda nativa y fue catedrtico de teologa (1603-1609) en la Universidad de Leiden. Afirmaba que la predestinacinera bblica y verdadera, es decir, que Dios haba destinado a algunas personas al cielo y a otras al infierno, como se indica por la referencia de Jess, ovejas y cabritos. Pero se centraba en el amor de Dios ms que en su poder a la hora de elegir, proceso por el cual Dios eligi a aquellos destinados al paraso.

    Tras la muerte de Arminio, un grupo de ministros que simpatizaban con sus puntos de vista desarrollaron una teologa sistemtica y racional basada en sus enseanzas. En su declaracin, protesta publicada en 1610, los arminianos afirmaban que la eleccin estaba condicionada por la fe, que la gracia poda ser rechazada, que la obra de Cristo estaba pensada para todas las personas, y que era posible que los creyentes cayeran en desgracia.

    En el Snodo de Dort o Dordrecht (1618 -1619), los Sumos Calvinistas prevalecieron sobre el grupo de los arminianos y condenaron a los que estaban en desacuerdo con su teora. El Snodo de Dort declar que la obra de Cristo estaba destinada slo a aquellos elegidos para la salvacin, que la gente que crea no poda perder la gracia, y que la eleccin de Dios no dependa de ninguna co