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CONCRETO Revista da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas - AICCOPN n.º 225 » Janeiro / Fevereiro 2011 » Bimestral » 5 euros ALVARÁS AICCOPN Concretiza Ambição Antiga Economia e Fiscalidade do Sector em Debate

Concreto 225

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Revista Referente aos meses de Janeiro e Fevereiro de 2011

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CONCRETO Revista da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas - AICCOPN

n.º 225 » Janeiro / Fevereiro 2011 » Bimestral » 5 euros

ALVARÁSAICCOPN Concretiza Ambição Antiga

Economia e Fiscalidade do

Sector em Debate

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NESTA EDIÇÃO...

N.º 225 - Janeiro / Fevereiro 2011 Publicação da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas - AICCOPN | NIPC: 500 989 567 | Sede e Administração - Rua Álvares Cabral, 306 - 4050-040 Porto - Telf.: 223 402 200 | Fax: 223 402 297 - e-mail: [email protected] - www.aiccopn.pt | Registo na D.G.C.S. - 119 471 | Depósito Legal nº 84 432/94Tiragem: 9.300 exemplares | Distribuição: Gratuita a associados Director - Reis Campos, Presidente da Direcção da AICCOPN | Editora - Susana Gomes, Secretária-geral | Execução e Paginação - Rui Silva / Hélder Barbosa | Colaboradores Permanentes - Técnicos dos Serviços de Economia, Engenharia, Jurídicos e Laborais, Informática, Núcleo de Apoio à Internacionalização | Publicidade e Produção - Yellowstreet - Rua das Artes Gráficas, 78 - 4100-090 Porto | Telf.: 225 438 650 | Fax: 225 438 699 | [email protected] | Linha de Apoio a Clientes: 225 438 651 | Proibida a reprodução total ou parcial dos textos sem citar a fonte |A CONCRETO está aberta à colaboração e opinião procedentes do sector

CONCRETO Editorial reforço das competências nos alvarás permite concretizar ambição antiga da aiccopn - pág. 5

Actividades da Direcçãopresidente da confederação recebido por presidente da república - pág. 6

cip elege novos órgãos sociais - pág. 6

assembleia de delegados reúne na aiccopn - pág. 6

presidente da aiccopn participa nas jornadas parlamentares do psd - pág. 7

congresso das exportações - pág. 8

ccp debatido na ordem dos engenheiros - pág. 9

reforço das competências nos alvarás permite concretizar ambição antiga da aiccopn - pág. 10

debate do quadro de referência para a sustentabilidade dos mercados imobiliários - pág. 13

aiccopn participou no workshop da crescer ser norte - pág. 14

economia e fiscalidade do sector em debate na aiccopn - pág. 15

Tomadas de Posiçãolimitações ao subsídio de desemprego determinam exposição ao primeiro ministro - pág. 18

associação contesta aumento inconcebível das taxas dos explosivos - pág. 19

aiccopn reclama a criação de um novo regime de extensão de prazos do licenciamento municipal - pág. 20

aiccopn analisou iniciativa “licenciamento zero” - pág. 21

Formação AICCOPNmoçambique em debate na aiccopn - pág. 23

campanha europeia de segurança no trabalho 2011 - coimbra - pág. 24

sessão sobre a análise e preenchimento do anexo ao balanço e demonstração de resultados - pág. 24

Direitoccp - suprimento dos erros e omissões aceites pela entidade adjudicante - pág. 26

consultório jurídico - pág. 29

Economiacódigo contributivo da segurança social - pág. 32

construção e imobiliário em 2010 - pág. 42

pessimismo empresarial acentua-se em 2010 - pág. 46

consultório fiscal - pág. 50

Engenharia

exercício da actividade da construção, protolo aiccopn/inci - pág. 51

medidas para a sustentabilidade da construção (parte 1) - pág. 56

novas regras para a microprodução - pág. 60

Segurançaficha técnica de equipamentos de movimentação de terras – tractor - pág. 65

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EDITORIAL

5

Tal como tenho referido por diversas vezes, sobretudo no actual momento, considero imprescindível identificar e ac-tuar sobre os vectores necessários para que a construção e o imobiliário possa reassumir a sua vocação como força motriz para a recuperação económica. É, pois, fundamental melhorar a competitividade do tecido empresarial do sector, o que passa, necessariamente, pela supressão de muitos dos obstáculos que se colocam ao normal desenvolvimento da actividade das empresas e, nesta matéria, são particularmen-te relevantes os custos de contexto que, no nosso País, ainda continuam a apresentar um peso demasiadamente excessivo. Se é certo que, neste âmbito, poderia facilmente identificar muitos outros constrangimentos, tais como o acesso ao cré-dito e as dificuldades de financiamento ou os recorrentes atrasos nos pagamentos por parte do Estado, a burocracia, a regulação e a concorrência continuam a desempenhar um papel central. Com efeito, é fundamental que a actividade das empresas se possa desenvolver em condições, se não iguais, pelo menos semelhantes, às das suas congéneres europeias, pelo que, só com uma política assente neste princípio, a competitividade e a produtividade da economia portuguesa poderá ser sal-vaguardada, permitindo às nossas empresas o desempenho da sua actividade em condições concorrenciais face a um mercado cada vez mais agressivo.Neste contexto, onde se insere a necessidade de uma maior adequação do nosso quadro regulativo às expectativas das empresas, permitindo corresponder com maior eficácia e rapidez às exigências dos nossos associados, cabe assinalar que no início deste ano, firmámos, com o Instituto da Cons-trução e do Imobiliário (InCI), na presença do Secretário de Estado Adjunto, das Obras Públicas e Comunicações, Paulo Campos, um Protocolo de Cooperação, o qual constitui um passo decisivo na concretização de um objectivo há muito ambicionado pelo Sector: a intensificação do nosso papel no processo de atribuição dos alvarás e títulos de registo, tendo por base um reforço das competências da AICCOPN nesta área.

Esta é, na verdade, uma conquista para o Sector, para a As-sociação e, sobretudo, para os seus associados, que têm na AICCOPN um interlocutor privilegiado no tratamento dos seus processos de alvará e de título de registo, na medida em que, beneficiando de uma ligação permanente ao sistema do InCI, todos os processos passarão a ser tratados directamente pela Associação, assegurando, assim, a AICCOPN, de forma gratuita, permanente e descentralizada, a eficácia, economia e maior rentabilização na utilização dos recursos disponí-veis, essenciais a uma maior celeridade na conclusão des-tes processos, de modo a permitir às empresas associadas, corresponder às novas exigências impostas pela dinâmica do mundo globalizado em que nos inserimos.Este protocolo, que só foi possível concretizar, por força do reconhecimento da competência da AICCOPN na organiza-ção dos processos de alvará, adquirida ao longo de mais de 50 anos de experiência, permite às empresas de construção recorrer aos nossos serviços, os quais, em ligação directa com o InCI, podem agora dar resposta aos pedidos de concessão, reclassificação e revalidação destes títulos habilitantes, o que constitui um serviço que, dada a sua importância para as em-presas será disponibilizado não só na sede da Associação, na cidade do Porto, como, de igual modo, nas nossas oito delegações distritais, situadas em Aveiro, Braga, Bragança, Coimbra, Guarda, Viana do Castelo, Vila Real e Viseu.É, assim, nossa preocupação continuar a contribuir para uma sã concorrência e para um melhor funcionamento do mercado, pelo que a assinatura deste Protocolo enquadra-se, ainda, num objectivo de melhoria contínua dos serviços que disponibilizamos, com os quais a Associação procura ir de encontro às reais necessidades das empresas e do Sector que lhe cumpre representar.Estes são desafios cada vez mais prementes, aos quais procuraremos sempre dar resposta, em prol do fortalecimento do nosso tecido empresarial e do crescimento consolidado do nosso Sector.

Reforço das Competências nos Alvarás Permite Concretizar Ambição Antiga da AICCOPN

Reis Campos, Presidente da Direcção da AICCOPN

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ACTIVIDADES DA DIRECÇÃO

Presidente da Confederação Recebido por

Presidente da República

O Presidente da República recebeu, em audiência, no

passado dia 4 de Fevereiro, a CPCI, tendo sido discutida a

competitividade da economia portuguesa e, em particular,

abordados os factores críticos de competitividade do

Sector da Construção e do Imobiliário. O Presidente da

Confederação, Reis Campos, apresentou um conjunto

de medidas consideradas fundamentais para o tecido

empresarial da Construção e do Imobiliário, que abarcam

áreas diversas como o financiamento da actividade, a

regulação e a concorrência, o planeamento do investimento

em construção, a internacionalização, a fiscalidade, a

simplificação e desburocratização, o mercado Laboral e a

reabilitação urbana.

CIP Elege Corpos Sociais

Reis Campos participou na Tomada de Posse dos Corpos

Sociais da nova CIP – Confederação Empresarial de Portugal,

que resultou da fusão da Confederação da Indústria de

Portugal com a Associação Empresarial de Portugal (AEP) e

a Associação Industrial Portuguesa (AIP). Esta Confederação

será liderada no triénio 2011-2013 por António Saraiva.

Assembleia de Delegados Reúne na

AICCOPN

No passado dia 13 de Janeiro reuniu a Assembleia de

Delegados da AICCOPN, com a participação do Presidente

da Direcção, tendo-se debatido as perspectivas do sector

para o ano de 2011.

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7

ACTIVIDADES DA DIRECÇÃO

Presidente da AICCOPN participa nas

Jornadas Parlamentares do PSD

No passado dia 31 de Janeiro, Reis Campos Presidente da

Direcção da AICCOPN, e da Confederação Portuguesa da

Construção e do Imobiliário (CPCI), participou nas Jornadas

Parlamentares do PSD, realizadas na cidade de Braga,

subordinadas ao tema “Solidariedade e Crescimento”.

Na sua intervenção colocou a enfase na construção e

no imobiliário que devem ser actividades económicas

estratégicas, que permitirão ao nosso país ultrapassar a crise,

criando emprego e estimulando a economia. Querendo

contribuir para o estabelecimento de prioridades e para

uma definição de uma política capaz de conduzir Portugal

a um novo ciclo económico, o Presidente da AICCOPN

apresentou o estudo desenvolvido pela Confederação,

denominado “Estratégia para a dinamização da Construção

e do Imobiliário”, no qual foram definidas áreas de

intervenção em domínios tidos por essenciais.

Em primeira linha apontou-se a concretização dos

designados investimentos de proximidade, essenciais

para o desenvolvimento local e regional e para o reforço

da competitividade do País, defendendo, ainda, uma

aposta firme na reabilitação urbana, à semelhança do que

aconteceu na Europa, matéria que assume, pois um carácter

verdadeiramente prioritário. Referiu ainda que urge intervir

ao nível do financiamento da reabilitação, desenvolvendo

instrumentos financeiros, tais como linhas de crédito

bancário, especialmente destinadas ao financiamento de

projectos de reabilitação urbana, tornando-se imperiosa a

mobilização dos fundos comunitários do QREN.

Com efeito, o problema da reabilitação e da requalificação

urbana, não pode, abstrair-se dos actuais condicionalismos

impostos ao mercado do arrendamento. Na verdade, para

existir uma dinâmica de reabilitação urge adequar a Lei das

Rendas à realidade, que tem dado mostras de não servir os

objectivos que se propôs atingir, o Presidente da Direcção

desta Confederação focou alguns aspectos considerados

relevantes para esse efeito, nomeadamente ao nível da

simplificação dos processos de despejo, permitindo maior

celeridade na resolução das situações de incumprimento

contratual, e o respeito pela livre negociação das condições

contratuais, com particular ênfase para os mecanismos de

actualização das rendas. Terminando a sua intervenção

Reis Campos pôs a tónica no papel da construção e do

imobiliário, que é essencial para garantir o emprego e para

a convergência da nossa economia com a média europeia.

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8 •

ACTIVIDADES DA DIRECÇÃO

Congresso das Exportações

Promovido pelo Ministério da Economia, da Inovação e do

Desenvolvimento e pela AICEP Portugal Global, decorreu

no passado dia 8 de Fevereiro, no Europarque, o Congres-

so das Exportações, iniciativa que contou com a presença

de vários elementos do Governo, nomeadamente, com o

Primeiro-Ministro e o Ministro da Economia. A Reis Cam-

pos, convidado na qualidade de relator do Painel Sectorial

“Construção e Materiais de Construção”coube, ainda a

apresentação das respectivas conclusões na sessão de encer-

ramento dos trabalhos, ocorrida ao final da manhã, na qual,

perante uma audiência de mais de um milhar de participan-

tes ligados ao mundo empresarial, referiu que a Construção

e o Imobiliário, que representa 18,6% do PIB e cerca de

820 mil trabalhadores, assume um papel decisivo no pro-

cesso de Internacionalização nacional. Referindo, ainda, os

expressivos números da actividade no exterior, com cerca de

5,4 mil milhões de euros de volume de negócios nos mer-

cados internacionais de Construção e 2,2 mil milhões de

euros de exportações de materiais de Construção, o dirigen-

te associativo apontou os principais pontos fortes da inter-

nacionalização, bem como as áreas que necessitam de ser

trabalhadas para aumentar a presença externa das empresas

da Construção e do Imobiliário, chamando especial atenção

para a necessidade de alargar este processo às PME’s, que

constituem a esmagadora maioria deste tecido empresarial.

A experiência adquirida no mercado interno, o reconheci-

mento mundial da qualidade da construção, dos materiais

de construção e da engenharia portugueses, a capacidade

instalada, a mão-de-obra qualificada, experiente e capaz,

são condições únicas, para o intensificar das actividades das

empresas da fileira no exterior.

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ACTIVIDADES DA DIRECÇÃO

Por outro lado, Reis Campos destacou a necessidade de criar

incentivos que vão de encontro às reais necessidades das

empresas, de promover uma diplomacia económica que

permita impulsionar, além fronteiras, as empresas portugue-

sas do sector. De acordo com o dirigente, factores como a

existência de linhas de financiamento e seguros de crédito,

o preço da energia, a flexibilidade do mercado laboral, e

questões fiscais como os acordos de dupla tributação e os

impostos incidentes sobre os trabalhadores expatriados, de-

vem ser repensados de forma a permitir uma presença mais

intensa nos mercados internacionais. Reafirmando o seu

carácter fundamental, Reis Campos concluiu dizendo que,

dada a importância da internacionalização da Construção

e do Imobiliário na economia, a criação de condições que

garantam o seu desenvolvimento, constitui hoje, mais do

que nunca, um objectivo essencial, a que é absolutamente

necessário dar resposta.

Código dos Contratos Públicos, debatido

na Ordem dos Engenheiros, Região Norte

Nos passados dias 17 de Janeiro e 7 de Fevereiro, o Pre-

sidente da AICCOPN, Reis Campos participou em debates

promovidos pela Ordem dos Engenheiros - Região Norte, os

quais tiveram por objectivo discutir a experiência recolhida

ao longo de mais de dois anos de vigência do Código dos

Contratos Públicos.

Depois de reconhecer a relevância do tema, não só para as

empresas de construção, mas de igual modo para todos os

demais agentes do processo construtivo como é o caso dos

engenheiros que diariamente têm de lidar com um diplo-

ma que é vital para o Sector, o Presidente da Associação,

salientou que, em muitos e importantes aspectos o Código

representou uma ruptura com o anterior Regime Jurídico,

constante do Decreto-Lei nº 59/99, de 2 de Março, pois

tendo presente todo o património legislativo relativo às em-

preitadas de obras públicas com um regime coerente desde

1969 este foi o sector mais penalizado, com a perda de re-

gulamentação que este diploma determinou.

A inexistência de um mecanismo eficaz de combate aos pre-

ços anormalmente baixos, o regime dos erros e omissões, a

generalização dos ajustes directos e dos concursos urgentes,

as exigências desproporcionadas feitas no âmbito dos con-

cursos limitados com prévia qualificação, os limites impos-

tos aos trabalhos a mais, a ausência de um contencioso glo-

bal e final, com a consequente necessidade de o empreiteiro

ter de recorrer aos tribunais, ao longo da execução de uma

mesma obra, sempre que ocorra um conflito, com o dono da

obra e a eliminação da tentativa de conciliação extrajudicial

obrigatória, foram algumas das situações evidenciadas ao

longo da sua intervenção. Assim, depois de ter referido os

principais problemas que as empresas enfrentam, Reis Cam-

pos considerou que esta legislação se tratou de mais uma

oportunidade perdida, concluindo ser fundamental a ade-

quação do normativo legal à realidade, em favor da transpa-

rência do mercado e de uma mais eficiente e rigorosa gestão

dos dinheiros públicos.

Reis Campos, Vitor Correia e Gerardo Saraiva

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10 •

ACTIVIDADES DA DIRECÇÃO

Reforço das Competências nos Alvarás

Permite Concretizar Ambição Antiga da

AICCOPN

Em Cerimónia presidida pelo Secretário de Estado Adjun-

to, das Obras Públicas e das Comunicações, celebrou-se no

passado dia 24 de Janeiro, nas instalações do Ministério das

Obras Públicas, a assinatura de protocolo de cooperação en-

tre a AICCOPN e o Instituto da Construção e do Imobiliário

(InCI), o qual tem por objectivo intensificar a colaboração

entre os dois organismos, no que respeita a processos re-

lativos à concessão, reclassificação e revalidação das habi-

litações para o exercício da actividade da construção dos

associados desta Associação.

Reis Campos, Paulo Campos e António Flores de Andrade

Do Protocolo celebrado destacamos:

“A AICCOPN – Associação dos Industriais da Construção Civil e

Obras Públicas é associação representativa de empresas de cons-

trução de todas as áreas de actividade do sector e serviços rela-

cionados, que, no âmbito da prestação de serviços especializados

aos seus associados, tem demonstrado possuir experiência e saber,

adquiridos ao longo de mais de 50 anos”

“pode contar, de resto, com meios humanos e técnicos habilitados

para o efeito e com centros de atendimento e delegações distribu-

ídos por diversos distritos que lhe permitem, de forma permanente

e descentralizada, assegurar uma prestação adequada na prepa-

ração e organização dos referidos processos”“com benefícios no

domínio da simplificação e celeridade procedimentais na atribui-

ção das habilitações para o exercício da actividade da construção”

“o presente protocolo visa intensificar a colaboração da AICCOPN

com o InCI na organização de processos relativos à concessão,

reclassificação e revalidação das habilitações para o exercício da

actividade da construção em que sejam interessadas as empresas

associadas”

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ACTIVIDADES DA DIRECÇÃO

Debate do Quadro de Referencia Para a

Sustentabilidade dos Mercados Imobiliá-

rios

Numa organização conjunta entre a Associação dos Pro-

fissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal

(APEMIP), a Comissão Económica das Nações Unidas para

a Europa (UNECE-REM) e a Federação Internacional do Imo-

biliário (FIABCI ), decorreu a 27 de Janeiro, em Lisboa, uma

Mesa Redonda subordinada ao tema “Quadro de referência

para a sustentabilidade dos Mercado Imobiliários” que con-

tou com a presença do Presidente da CPCI, Reis Campos.

Nesta sessão, foi apresentado o estudo promovido pela UNE-

CE que aborda as condições consideradas essenciais para

o desenvolvimento imobiliário, e que determinam a possi-

bilidade deste sector reassumir a sua vocação como força

motriz para a recuperação económica, num quadro de de-

senvolvimento sustentado, denominado “Policy Framework

for Sustainable Real Estate Markets”.

Reis Campos realçou a importância do documento, uma vez

que pode auxiliar uma melhor compreensão do papel que

os mercados imobiliários devem cumprir nas economias

modernas. Num momento em que é necessário perspecti-

var o futuro, considerou fundamental apontar caminhos e

apresentar soluções globais, que contribuam para superar as

dificuldades que o País e as empresas atravessam.

Destacou a importância e o peso das actividades da fileira

da Construção e do Imobiliário e o seu papel para o cres-

cimento económico e para a manutenção e incremento do

emprego, mas também o facto de o Sector viver numa situ-

ação limite, enfrentando a maior crise da sua história. Com

efeito, a Construção e Imobiliário perdeu, desde 2002, cerca

de 201 mil trabalhadores e conheceu uma quebra acumu-

lada da produção de cerca de 36%, com o mercado resi-

dencial a apresentar uma redução da produção, nos últimos

9 anos, de 59%. Defendendo que é fundamental delinear

estratégias para que estas actividades possam desempenhar

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13

ACTIVIDADES DA DIRECÇÃO

eficazmente o seu papel de motor da economia, Reis Cam-

pos considera que, salvaguardadas as especificidades da re-

alidade portuguesa, o estudo apresentado, evidencia muitas

das preocupações e está em linha com as propostas que têm

vindo a ser desenvolvidas pela Confederação Portuguesa da

Construção e do Imobiliário.

“Desde logo, é essencial uma aposta firme na reabilitação

urbana que, neste momento, congrega, como poucas maté-

rias, um alargado consenso nacional e constitui uma priori-

dade do governo” referiu o Presidente da CPCI.

AICCOPN participou no workshop da

Crescer Ser sobre responsabilidade social

A convite da Crescer Ser, Sá Machado, Vice-Presidente da

AICCOPN, representou a Associação no workshop “Apoiar

com criatividade? Ajudar é um Investimento” que se realizou

no dia 16 de Fevereiro, na Quinta de Bonjóia, no Porto.A

Crescer Ser, Associação Portuguesa para o Direito dos Me-

nores e da Família (APDMF), é uma instituição fundada em

1986 que desenvolve a sua actividade nos domínios da pro-

tecção e defesa dos direitos da criança e da família, com a

qual a AICCOPN tem mantido ao longo dos anos uma enri-

quecedora colaboração institucional. Durante o workshop,

Sá Machado teve oportunidade de reflectir e partilhar formas

inovadoras de responsabilidade social, com algumas das

principais instituições sem fins lucrativos da região, como a

Santa Casa da Misericórdia do Porto, o Banco Alimentar do

Porto e a União Distrital das Instituições de Solidariedade

Social. O workshop contou ainda com a participação da Câ-

mara Municipal do Porto, da Associação Comercial do Porto,

da SonaeCom e da Acembex. Na sua intervenção, o dirigen-

te associativo salientou que é precisamente neste momento,

em que o País vive uma profunda crise, que faz mais sentido

desenvolver iniciativas de carácter social, cultural e ambien-

tal que estimulem a ligação entre os trabalhadores, as em-

presas e a comunidade. Destacando que a responsabilidade

social está bem presente nas preocupações das empresas da

construção, Sá Machado deu como exemplo o crescente nú-

mero de empresas de construção que desenvolvem acções

mecenáticas e de solidariedade social. A concluir, o Vice-

-Presidente da AICCOPN realçou que a responsabilidade so-

cial é muito importante para o sucesso dos negócios e para a

construção de uma sociedade mais justa e solidária.

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14 •

ACTIVIDADES DA DIRECÇÃO

Economia e Fiscalidade do Sector em de-

bate na AICCOPN

Decorreu, a 24 de Fevereiro, no Auditório da AICCOPN,

o seminário anual “Orçamento do Estado e Fiscalidade no

Sector da Construção”, que teve por objectivo abordar o en-

quadramento económico e fiscal do Sector e contou com a

presença do Secretário de Estado Adjunto, da Indústria e do

Desenvolvimento, Fernando Medina, com intervenções de

Miguel Cadilhe e Mira Amaral e de distinguidos especialistas

em matéria de fiscalidade.

Durante as intervenções sobre o tema “Perspectivas para a

economia portuguesa”, Miguel Cadilhe e Mira Amaral iden-

tificaram com clareza os principais desafios para a econo-

mia nacional e apontaram para a necessidade concretizar

reformas urgentes e estruturais. Rui Valente e Joana Oliveira

da Sociedade de Advogados Garrigues intervieram sobre “O

Código Contributivo, impacto das novas regras nas empresas

de Construção”, no sentido de esclarecer dúvidas e preo-

cupações do regime fiscal que entrou em vigor a partir do

início deste ano. No início da tarde, João Rodrigues e Marisa

Daniela Pereira, da PricewaterhouseCoopers esclareceram

os efeitos da aplicação do Sistema de Normalização Conta-

bilística (SNC) no fecho de contas de 2010, durante a apre-

sentação do tema “ Exercício de 2010 - Impacto do SNC nos

Resultados e na Tributação”. Miguel Reis da Sociedade de

Advogados Garrigues abordou “A relação entre a Adminis-

tração Fiscal e os Contribuintes”. Por sua vez, os fiscalistas

Emanuel Lima e Pinheiro Pinto apresentaram as “Principais

novidades fiscais do Orçamento de Estado de 2011 com re-

flexos nas empresas”.

Perante uma audiência de mais de 300 empresários, Reis

Campos destacou que, no actual contexto, é preciso definir

um rumo, apresentar prioridades e avançar com determina-

ção para construir um País mais dinâmico e capaz de ofere-

cer um futuro melhor, algo que só acontecerá com um forte

Reis Campos, Luis Mira Amaral e Miguel Cadilhe

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15

ACTIVIDADES DA DIRECÇÃO

contributo da construção e do imobiliário.

Apontando para a situação limite em que o Sector se en-

contra, o dirigente referiu a necessidade de tomar medidas

para combater problemas como a falta de obras, um Código

dos Contratos Públicos desadequado em face das necessi-

dades do mercado, uma concorrência excessiva, que induz

a práticas reiteradas de preços anormalmente baixos, o re-

curso generalizado ao Ajuste Directo, as exigências abusi-

vas no âmbito de concursos limitados com prévia qualifi-

cação, a proliferação dos concursos urgentes, as crescentes

dificuldades no acesso ao crédito, os crónicos atrasos nos

pagamentos por parte do Estado e a falta de planeamen-

to e de capacidade na execução do investimento público.

Reis Campos realçou o papel central da Construção e do

Imobiliário para o País, aspecto que também foi reafirmado

pelo Secretário de Estado, Fernando Medina, a quem cou-

be encerrar a sessão. O governante teve oportunidade de

referir a importância que o sector assume na estratégia de

crescimento delineada pelo Governo, anunciando que em

breve será anunciado um conjunto de medidas de refor-

ço e disponibilização dos recursos financeiros previstos no

QREN, apoio à internacionalização das empresas do sector

e reabilitação urbana, vectores assentes num denomina-

dor comum: a importância da construção e do imobiliário

enquanto motores do desenvolvimento económico. Nesta

perspectiva, apontou como objectivo para 2011, acelerar

o QREN e injectar cerca de 3,7 mil milhões de euros na

economia, desenvolver a segurança jurídica no mercado

de arrendamento, simplificando a legislação para licencia-

mento de projectos e financiando as iniciativas de reabili-

tação urbana.

Joana Oliveira, Paulo Lobo e Rui Valente

Fernando Medina e Reis Campos

João Rodrigues, Marisa Pereira, Paulo Lobo e Miguel Reis

Pinheiro Pinto, Susana Gomes e Emanuel Lima

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TOMADAS DE POSIÇÃO

Limitações ao Subsidio de Desemprego no

âmbito dos acordos de revogação de con-

tratos de trabalho, determinam exposição

ao Primeiro-Ministro

No passado dia 24/01/2011, a AICCOPN, em sede de fede-

ração da construção, reclamou junto do Primeiro-ministro

alterações à legislação em vigor, no que concerne à existên-

cia de quotas trienais de acesso ao subsídio de desemprego,

nos casos e que os contratos de trabalho cessam por acordos

de revogação.

Atendendo à situação extremamente difícil que o Sector da

Construção atravessa, que se consubstancia inclusivamente

numa quebra de produção, e não obstante as proclamadas

medidas constantes da Iniciativa para a Competitividade e

o Emprego aprovadas pelo Governo e constantes da Reso-

lução do Conselho de Ministros n.º 101-B/2010, de 27 de

Dezembro, que visam a adopção “de um novo modelo de

compensação pela cessação do contrato de trabalho, de

base empresarial, que permita incentivar as novas contra-

tações e a criação de emprego, reduzindo o risco dos cus-

tos de reestruturação empresarial”, diminuindo o impacto

da compensação devida pela empresa, mas apenas aplicá-

veis aos contratos a celebrar após a data da sua entrada em

vigor, a Associação solicitou especificamente para o Sector

que representa, a suspensão imediata das quotas de acesso

ao subsídio de desemprego, na sequência de revogação de

contratos de trabalho por mútuo acordo.

Com efeito, entende-se que o estabelecimento de limites

quantitativos para o acesso ao subsídio de desemprego nas

situações de cessação por mútuo acordo, conforme o consa-

grado no n.º 4 do art. 10.º do DL. 220/2006, de 3 de Novem-

bro, não se coaduna com a actual conjuntura, em que os

processos de redução de efectivos são condição necessária

para a viabilidade das empresas.

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TOMADAS DE POSIÇÃO

Associação Contesta o Aumento Inconce-

bível das Taxas de Explosivos

O aumento inconcebível do valor das taxas do Fundo de

Fiscalização de Explosivos e Armamento, estabelecido pela

Portaria n.º 1307/2010, de 23 de Dezembro motivou uma

exposição ao Ministro da Administração Interna. Entre os

aumentos das novas taxas são de realçar os casos da taxa

por quilograma de explosivo industrial, saído das fábricas ou

importado, para consumo ou revenda, que passou de 0,04

€ para 0,1 €, ou seja, teve uma subida de 150%, da taxa

para autorizações para compra e emprego de explosivos

até 100 kg, com as correspondentes cápsulas detonadores,

que passou de 3 € para 10 €, representando um aumen-

to de 233,3%, e da taxa para autorizações para compra e

emprego de explosivos além 100 kg, por cada 100 kg ou

fracção e respectivas cápsulas detonadores, a qual passou

de 1 € para 5 €, reflectindo um aumento de 400%. Na ex-

posição enviada, a AICCOPN, em sede da CPCI, Confede-

ração Portuguesa da Construção e do Imobiliário, salientou

as repercussões muito significativas da subida das taxas em

termos dos custos das empresas de construção que utilizam

explosivos na execução das suas actividades. Foi também

mostrado o nosso desagrado pelo facto de não ter sido feita

qualquer consulta aos organismos representativos das em-

presas do sector sobre as alterações nas taxas de explosi-

vos, refereindo-se ainda que se desconhece a realização de

qualquer análise do impacto económico-financeiro desta

medida ao nível da actividade das empresas. Manifestando

a nossa veemente contestação perante os valores muitíssimo

desproporcionados da actualização das taxas, que vem agra-

var, ainda mais, o equilíbrio financeiro de muitas empresas

que se encontram já numa situação muito difícil, foi solici-

tado o estabelecimento de novos valores para as taxas do

Fundo de Fiscalização de Explosivos e Armamento, os quais

obedeçam a um mínimo de razoabilidade e equilíbrio e que,

até que tal se verifique, seja suspensa a aplicação da Portaria

n.º 1307/2010, de 23 de Dezembro.

Page 19: Concreto 225

19

TOMADAS DE POSIÇÃO

AICCOPN Reclama a Criação de Um Novo

Regime de Extensão de Prazos no âmbito

do Licenciamento Municipal

A AICCOPN, em conjunto com as demais Associações que

integram a Federação da Construção, remeteu ao Primeiro-

-Ministro uma exposição reclamando a consagração legal

de um “novo regime de extensão de prazos” no âmbito do

licenciamento municipal, destinado a atenuar os proble-

mas que afectam as empresas e os condicionalismos que

têm de enfrentar, bem evidentes, em particular, no segmento

habitacional. Com efeito, não desconhecendo que, corres-

pondendo a uma exposição já anteriormente remetida pela

AICCOPN, no âmbito da Federação, em Janeiro de 2009,

o Governo criou a título transitório, um “Regime Excepcio-

nal de extensão de prazos” para a apresentação de reque-

rimento de emissão de título de operação urbanística, de

execução e de caducidade, medida prevista no Decreto-Lei

n.º 26/2010, de 30 de Março, verificou-se, porém, que, não

obstante ainda seja possível a sua aplicação aos prazos que

estavam em curso no momento da publicação daquele di-

ploma, ou cuja contagem se tenha iniciado até 90 dias após

a sua publicação, isto é, até 28 de Junho de 2010, neste

momento, eventuais promotores ou investidores não podem

beneficiar daquela prerrogativa dado estar esgotado o perío-

do estabelecido para a aplicação de tal medida.

Tendo presente esta realidade, e porque a conjuntura econó-

mica e financeira se agravou ainda mais, a AICCOPN, soli-

citou ao Primeiro Ministro que seja criado um “novo regime

de extensão de prazos”, aplicável às operações urbanísticas

que já não possam usufruir do regime transitório findo, por

forma a viabilizar a manutenção em actividade das empre-

sas de construção e de promoção, obstando à respectiva dis-

solução e ao correspondente aumento do desemprego. Tal

regime excepcional de extensão de prazos deveria ser apli-

cável aos prazos em curso desde 29 de Junho de 2010 ou

cuja contagem se inicie até 1 ano após a sua publicação. A

criação de um “novo regime de extensão de prazos” para a

apresentação de requerimento de emissão de título de ope-

ração urbanística, de execução de obras e de caducidade,

permitirá às empresas ajustar o ritmo de realização das obras

e da concretização das operações urbanísticas já objecto de

controlo prévio às circunstâncias conjunturais actuais/exis-

tentes e será decisiva para a atenuação dos efeitos da crise

que se vive no Sector.

Page 20: Concreto 225

20 •

TOMADAS DE POSIÇÃO

AICCOPN analisou Iniciativa “Licencia-

mento Zero”

A Secretaria de Estado da Modernização Administrativa, re-

meteu à Confederação Portuguesa da Construção e do Imo-

biliário - CPCI, cuja presidência é detida pelo Presidente da

AICCOPN, Reis Campos, o Projecto de Decreto-Lei que sim-

plifica o regime de acesso e de exercício de diversas activi-

dades económicas, no âmbito da iniciativa “Licenciamento

Zero”.

Reconhecendo o mérito dos objectivos assumidos pelo Go-

verno, dado que, tal como é unanimemente reconhecido o

excesso de burocracia ao nível dos serviços da administra-

ção pública, é um dos mais relevantes obstáculos que se

colocam ao desenvolvimento da actividade e ao empre-

endedorismo dos agentes económicos, Justificando-se, por

isso, um outro modelo no relacionamento entre a Adminis-

tração Pública, seja ela Central ou Local, e os cidadãos, a

AICCOPN e as demais associações que integram a Confe-

deração, alertaram para a necessidade de “definir as regras

e, depois, agilizar os processos para que as decisões sejam

tomadas com rigor mas em tempo útil”. Em especial, o li-

cenciamento municipal e o ordenamento do território foram

identificadas como duas das áreas que deveriam merecer

uma especial atenção por parte do Governo, na sua inter-

venção simplificadora.

Page 21: Concreto 225

21

Page 22: Concreto 225

22 •

FORMAÇÃO AICCOPN

Moçambique em debate na AICCOPN

A AICCOPN promoveu, a 22 de Fevereiro, um Encontro Em-

presarial sobre Moçambique, que contou com a presença de

cerca de 30 empresas e dos consultores Telmo Fernandes e

Carlos Seventine, da MarketAccess.

O Presidente da Associação, Reis Campos, destacou o im-

portante papel da Construção e do Imobiliário no processo

de internacionalização da economia portuguesa, apontando

para a crescente intensificação das actividades neste âmbi-

to desenvolvidas AICCOPN, com enfoque no reforço das

relações institucionais e na promoção do contacto com os

mercados externos de elevado potencial para o Sector, con-

tributo que tem criado oportunidades de negócio efectivas

para muitas das empresas associadas e, em particular, para

aquelas que estão a iniciar a sua actividade nesta área.

Esta iniciativa surge na sequência de outras acções, nome-

adamente da realização de uma missão empresarial a Mo-

çambique e da celebração de diversos protocolos de colabo-

ração com entidades moçambicanas que, de acordo com o

Presidente da Associação, têm estabelecido uma verdadeira

aproximação institucional da AICCOPN com as entidades

governamentais mais relevantes para o Sector e demonstra

um forte empenhamento no alargamento da presença por-

tuguesa naquele país, por parte das autoridades moçambi-

canas.

Destacando o interesse estratégico das empresas portugue-

sas em Moçambique, Reis Campos diz que o reforço da

diplomacia económica e a criação de incentivos fiscais à

internacionalização são compromissos que foram recente-

mente assumidos pelo Governo e que devem ser rapidamen-

te concretizados, de forma a que este Sector, que regista um

volume de negócios anual de cerca de 5,4 mil milhões de

euros nos mercados internacionais da Construção, e que ex-

porta 2,2 mil milhões de euros de materiais de Construção,

possa manter a dinâmica positiva que tem revelado, alar-

gando assim esta área de negócio a um maior número de

empresas.

Page 23: Concreto 225

23

FORMAÇÃO AICCOPN

Campanha Europeia de Segurança no Tra-

balho 2011 - Locais de Trabalho Seguros e

Saudáveis

Inserido no âmbito da Campanha Europeia de Segurança

e Saúde no Trabalho para 2010-2011 “Locais de Trabalho

Seguros e Saudáveis”, a AICCOPN, em colaboração com a

Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho e

com o CICCOPN, iniciou um ciclo de sessões de esclareci-

mentos, subordinados ao tema da campanha, junto das suas

delegações. A primeira sessão realizou-se na Delegação de

Coimbra, no passado dia 27 de Janeiro e contou com a par-

ticipação, para além das entidades organizadoras, da Autori-

dade para as Condições do Trabalho – Centro Local do Mon-

dego. A sessão, amplamente participada, abordou em parti-

cular os temas “Prevenção na Construção”, “Inspecção das

Condições de Trabalho na Construção”, “Obrigações Gerais

do Empregador” e “Importância da Formação/Certificação”.

Sessão de Esclarecimento - Análise e

Preenchimento do Anexo ao Balanço e

Demonstração de Resultados de 2010

Decorreu, a 17 de Fevereiro, no Auditório da AICCOPN,

uma sessão de esclarecimento subordinada ao tema “Análi-

se e Preenchimento do Anexo ao Balanço e Demonstração

de Resultados de 2010”. Esta iniciativa, que contou com a

colaboração da AFA - Álvaro, Falcão & Associados – Soc. de

Revisores de Contas, permitiu conhecer de um ponto de vista

prático, o modo de preparação das primeiras Demonstrações

Financeiras de Anuais ao abrigo das Normas Contabilísticas

de Relato Financeiro (NCRF).

Manuela Calado, Luis Saraíva, Renata Rodrigues e Maria de Lurdes Padrão

AFA - Álvaro Falcão & Associados

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25

DIREITO

Código dos Contratos Públicos

Suprimento dos erros e omissões aceites pela entidade adjudicante

Na sequência da questão que reiteradamente nos tem sido

colocada por diversas empresas Associadas e que se prende

com o facto de saber qual a “forma/formato” que devem

revestir os termos de suprimento dos erros e omissões acei-

tes pelo dono de obra na proposta dos concorrentes e, bem

assim, o valor, incorporado no preço ou preços indicados

na proposta, atribuído a cada um dos respectivos suprimen-

tos (cf. alínea b) do nº 1 do artigo 57º e do nº 7 do artigo

61º do Código dos Contratos Públicos (CCP), aprovado pelo

Decreto-Lei nº 18/2008, de 29 de Janeiro), e no sentido de

melhor esclarecer a questão, a qual, inexplicavelmente, tem

sido alvo de interpretações diversas por parte das entidades

adjudicantes, propomo-nos, nesta sede, transmitir ao leitor

qual o nosso entendimento sobre a matéria.

Determina o nº 7 do já citado artigo 61º, cujo conteúdo nos

permitimos transcrever, para uma mais fácil compreensão,

que “ nos documentos previstos na alínea b) do nº1 do arti-

go 57º, os concorrentes devem identificar, expressa e inequi-

vocamente (sublinhado nosso):

a) Os termos do suprimento de cada um dos erros ou

das omissões aceites nos termos do disposto no nº 5,

do qual não pode, em caso algum, resultar a violação

de qualquer parâmetro base fixado no caderno de en-

cargos;

b) O valor, incorporado no preço ou preços indicados

na proposta, atribuído a cada um dos suprimentos a que

se refere a alínea anterior.”

A identificação de erros e omissões das peças do procedi-

mento em desconformidade com o referido, importa a ex-

clusão das propostas, nos termos da alínea j) do nº 2 do

artigo 146º.

Ora, conforme se constata pela leitura do preceito (nº 7 do

artigo 61º), o legislador não definiu claramente qual o for-

malismo que os concorrentes deveriam respeitar ao incorpo-

rarem na sua proposta os termos de suprimento dos erros e

omissões aceites pela entidade adjudicante, bem como o va-

lor incorporado nos preços da proposta, atribuído a cada um

dos suprimentos, antes optando por referir a maneira como

Page 26: Concreto 225

26 •

DIREITO

o devem fazer com recurso à expressão “expressa e inequi-

vocamente”. Aspecto que tem suscitado inúmeras dúvidas e

variadíssimas interpretações por parte das diversas entidades

adjudicantes, conduzindo a aplicações díspares do quadro

legal, permitindo que se possa excluir ou não excluir pro-

postas, argumentando com a “largueza” que a expressão

“expressa e inequivocamente” parece, na prática, admitir.

Com efeito, alguns donos de obra têm entendido que para

cumprimento do já citado nº 7 do artigo 61º, os concorren-

tes têm de apresentar, em separado, uma lista identificadora

dos erros e omissões aceites e uma outra, definitiva e global,

respeitante às condições dos concorrentes no domínio dos

vários atributos.

Além disso, há entidades adjudicantes que exigem para este

efeito, a apresentação de uma terceira lista a acrescer às de-

mais referidas, contendo os preços unitários-base.

Igualmente, tem-se verificado a exclusão de propostas por

não respeitarem determinado destaque “físico/gráfico” dos

“items” a alterar, quando da análise das mesmas resulta cla-

ramente o modo de efectivação do referido suprimento.

Trata-se de uma situação que pela indeterminação e incer-

teza que potencia junto das empresas, foi desde o início da

vigência do Código denunciada pela nossa Associação junto

das entidades competentes, tendo sido suscitada na Comis-

são de Acompanhamento do Código dos Contratos Públi-

cos, onde a AICCOPN, que integra a FEPICOP, tem assento.

Solicitou-se inclusivamente àquela Comissão, clarificação

da norma garantindo que compete à entidade adjudicante

e não aos concorrentes a obrigação de apontar as soluções

destinadas a colmatar os erros e omissões por si aceites ou

reconhecidos, impendendo sobre os mesmos apenas a in-

dicação dos “items” e preços corporizadores da proposta e

resultantes da correcção efectuada e aceite pela entidade

adjudicante.

De notar que a “clarificação” proposta apenas pretende a

dissipação das dúvidas interpretativas que o preceito (nº7

do artigo 61º) parece, na prática, suscitar, consagrando-se

expressamente o sentido que, na nossa perspectiva, a sua

letra já indicia e o seu espírito confirma. Com efeito, não

resulta do referido preceito a obrigação de seguimento de

algum formalismo especial para a evidenciação do modo

de suprimento de erros e omissões pelos concorrentes nas

Page 27: Concreto 225

27

DIREITO

suas proposta, designadamente a apresentação, de listas em

separado. Resulta, isso sim, que das propostas apresentadas

se apreenda que as quantidades indicadas (com os corres-

pondentes preços unitários globais) e referentes aos artigos

constantes da lista de erros e omissões correspondam aos

valores corrigidos. E, do confronto dos documentos originais

que instruem o procedimento com a lista de aceitação de

erros e omissões, logo se obtenha a elencagem expressa e

inequívoca dos suprimentos dos erros e omissões e respec-

tivos valores.

O cumprimento do referido nº 7 do artigo 61º, basta-se,

pois, com a apresentação de propostas que, de forma clara

e explícita, consagrem os valores corrigidos inseridos nos

respectivos capítulos e “items” de medição.

Neste sentido e perfilhando cabalmente o nosso entendimen-

to podem ler-se, designadamente os Acordãos do Tribunal de

Contas n.º 2/10-26 JAN.-1ªS/SS, nº 36/2010, de 21/OUT-1ªS/

SS e nº 18/2010 de 15/Junho – 1ª Secção/PL entre outros.

Assim, afigura-se-nos ilegítima e desprovida de suporte le-

gal, a exclusão de propostas nos termos da alínea j) do artigo

146º (incumprimento do nº 7 do artigo 61º, conjugado com

a alínea b) do nº 1 do artigo 57º), pela não apresentação dos

termos de suprimento de erros e omissões em listas sepa-

radas ou pelo simples facto de não cumprirem determina-

do destaque “físico/gráfico” dos “items” a alterar ou, ainda,

pelo incumprimento de outros “requisitos” estritamente for-

mais, quando da análise de tais propostas resulta claramente

o modo de efectivação do referido suprimento.

Face ao exposto e em nome da certeza e segurança na apli-

cação da lei, consideramos essencial que esta questão seja

devidamente entendida por todas as entidades adjudicantes,

tendo sido já, conforme foi referido, formalmente suscita-

da junto da Comissão de Acompanhamento do Código dos

Contratos Públicos, estando neste momento a aguardar-se

que esta entidade proceda à clarificação da norma garan-

tindo a dissipação das dúvidas interpretativas que o preceito

(nº7 do artigo 61º) parece, na prática, suscitar, no sentido da

consagração do entendimento acima manifestado.

Isabel Rodrigues

Page 28: Concreto 225

28 •

DIREITO

No sentido de esclarecer as dúvidas mais frequentes dos

nossos Associados em matéria laboral, iniciamos nesta edi-

ção da Revista “Concreto” a rubrica “Consultório Jurídico-

-Laboral”, onde procuraremos dar resposta às questões que

entendam formular, através do seguinte endereço de cor-

reio electrónico: [email protected]

A entidade empregadora pode proceder

ao pagamento do subsídio de Natal e de

férias aos seus colaboradores em parcelas

duodecimais ?

No que respeita à liquidação do subsídio de Natal, o nº 5 da

Clª 41ª do Contrato Colectivo de Trabalho (CCT) aplicável

ao Sector da Construção Civil e Obras Públicas, rectificado

e republicado no Boletim do Trabalho e Emprego (B.T.E.) nº

17, de 8 de Maio de 2010, determina que “o subsídio de

Natal será pago até 15 de Dezembro de cada ano, salvo no

caso da cessação do contrato de trabalho, em que o paga-

mento se efectuará na data da cessação referida.”

Nessa conformidade, e assumindo a existência de um acordo

escrito entre entidade empregadora e os seus colaboradores

nesse sentido, afigura-se-nos admissível que se proceda ao

pagamento do montante do subsídio de Natal em parcelas a

liquidar mensalmente. Cumpre salientar, porém, que estabe-

lecendo a fórmula específica para a atribuição do subsídio

de Natal um determinado número de situações de ausência

verificadas ao longo do ano que podem ser descontadas no

cômputo do montante do subsídio, a adopção da prática de

pagamento em duodécimos, implicará forçosamente, para

a entidade empregadora, um controlo mensal destas ausên-

cias para efeitos de apuramento da parcela a liquidar no mês

respectivo. Por outro lado, e quanto ao subsídio de férias,

estipula o nº 2 da Clª 53ª do referido CCT, que “(…) os tra-

balhadores têm direito a um subsídio de férias de montan-

te equivalente à retribuição mensal que será pago antes do

início de um período mínimo de 15 dias úteis consecutivos

de férias e proporcionalmente no caso de gozo interpolado

de férias, salvo acordo escrito em contrário.” Desta forma,

considerando o direito do trabalhador a receber o pagamen-

to de um mês completo de retribuição, a título de subsídio

de férias, no momento imediatamente anterior ao gozo de,

pelo menos, 15 dias úteis de férias consecutivos, não se afi-

gura viável a adopção da regra do pagamento fraccionado

desta prestação, por exemplo, em duodécimos. O acordo

escrito em contrário que a norma do CCT contempla, visa,

outrossim, abrir a possibilidade de se fixar o pagamento do

subsídio de férias em determinado período do ano, inde-

pendentemente do momento para o qual esteja agendado o

gozo das férias.

Face ao exposto e nos termos das disposições legais supra

mencionadas, concluímos que, ao contrário do subsídio de

Natal, não será admissível o pagamento do subsídio de fé-

rias em parcelas duodecimais.”

Consultório Jurídico

Page 29: Concreto 225
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Page 31: Concreto 225

31

ECONOMIA

Código Contributivo da Segurança Social

Em 1 de Janeiro de 2011 entrou em vigor o Código Contri-

butivo da Segurança Social, aprovado pela Lei n.º 110/2009,

de 16 de Setembro (posteriormente alterado pela Lei n.º

119/2009, de 30 de Dezembro, e pela Lei n.º 55-A/2010,

de 31 de Dezembro que aprovou a Lei do Orçamento de

Estado). Mais recentemente, foi publicado o Decreto Regu-

lamentar n.º 1-A/2011, de 3 de Janeiro, que procedeu à Re-

gulamentação deste Código.

Recordamos que, não obstante o Código Contributivo me-

recer, por parte da AICCOPN uma forte contestação, so-

bre alguns aspectos que considera muito graves para as

empresas do Sector da Construção, tendo por esse motivo

solicitado ao Governo a introdução de alterações, e neste

contexto ter sido possível adiar por um ano a sua imple-

mentação, todavia, entre as medidas que entraram em

vigor de forma faseada para aumentar a receita da Se-

gurança Social e combater o défice orçamental, já em

2011, está o referido Código. Descrevem-se, de seguida,

as principais alterações promovidas por esta legislação.

Regime geral dos trabalhadores por conta de outrem – Arti-

gos 24.º a 60.º e Artigos 81.º a 131.º

A admissão de trabalhadores deve ser obrigatoriamente co-

municada pelas entidades empregadoras, por meio escrito

ou online no site da Segurança Social, entre a data da cele-

bração do contrato e as 24 horas anteriores ao início da pro-

dução de efeitos do contrato de trabalho. O empregador de-

clara o Número de Identificação da Segurança Social (NISS),

se o houver, bem como se o contrato é a termo ou sem termo

e demais elementos necessários ao enquadramento do tra-

balhador, como por exemplo, a autorização de residência

de trabalhador estrangeiro (Art.º 29.º OE’2011).

Na falta de comunicação da admissão do trabalhador, pre-

sume-se que o trabalhador iniciou a prestação de trabalho 6

meses antes da verificação do incumprimento e se respeitar

a trabalhadores a receber prestações de doença ou desem-

prego a entidade empregadora é solidariamente responsável

pela devolução da totalidade dos montantes indevidamente

recebidos pelo trabalhador.

As entidades empregadoras são obrigadas a comunicar à Se-

gurança Social a cessação, suspensão e alterações do con-

Page 32: Concreto 225

32 •

ECONOMIA

trato de trabalho (Art.º 32.º). Enquanto não for cumprida esta

obrigação, presume-se a manutenção da relação laboral,

mantendo-se a obrigação contributiva.

A obrigação contributiva vence-se no último dia de cada

mês do calendário (Artigo 38.º).

No que respeita à entrega da Declaração de Remunerações,

o prazo estabelecido passa a ser entre o dia 1 e o dia 10 do

mês seguinte àquele a que diga respeito. (Artigo 40.º). Re-

gra geral, a Declaração de Remunerações é apresentada por

transmissão electrónica de dados, através do sítio da segu-

rança social (Artigo 41.º). O pagamento é efectuado do dia

10 até ao dia 20 do mês seguinte (Artigo 43.º)

Integram a base de incidência contributiva, designadamen-

te, as prestações (n.º 2 do Artigo 46.º):

a) A remuneração base, em dinheiro ou em espécie;

b) As diuturnidades e outros valores estabelecidos

em função da antiguidade dos trabalhadores ao ser-

viço da respectiva entidade empregadora;

c) As comissões, bónus e outras prestações de natu-

reza análoga;

d) Os prémios de rendimento, de produtividade, de

assiduidade, de cobrança, de condução, de econo-

mia e outros de natureza análoga, que tenham ca-

rácter de regularidade;

e) A remuneração pela prestação de trabalho suple-

mentar;

f) A remuneração por trabalho nocturno;

g) A remuneração correspondente ao período de fé-

rias a que o trabalhador tenha direito;

h) Os subsídios de Natal, de férias, de Páscoa e ou-

tros de natureza análoga;

i) Os subsídios por penosidade, perigo ou outras

condições especiais de prestação de trabalho;

j) Os subsídios de compensação por isenção de ho-

rário de trabalho ou situações equiparadas;

l) Os valores dos subsídios de refeição, quer sejam

tributados em dinheiro, quer em título de refeição

(1);

m) Os subsídios de residência, de renda de casa e

outros de natureza análoga, que tenham natureza

análoga;

n) os valores efectivamente devidos a título de des-

pesas de representação desde que se encontrem

pré-determinados e dos quais não tenham sido pres-

tadas contas até ao termo do exercício (3);

o) As gratificações, pelo valor total atribuído, devi-

das por força do contrato ou das normas que o re-

gem, ainda que a sua atribuição esteja condiciona-

da aos bons serviços dos trabalhadores, bem como

as que, pela sua importância e carácter regular e

permanente, devam, segundo os usos, considerar-se

como elemento integrante da remuneração;

p) As importâncias atribuídas a título de ajudas de

custo, abonos de viagem, despesas de transporte e

outras equivalentes (1); (3) e (4);

q) Os abonos para falhas (1); (3) e (4);

r) Os montantes atribuídos aos trabalhadores a título

de participação nos lucros da empresa, desde que

ao trabalhador não esteja assegurado pelo contrato

uma remuneração certa, variável ou mista adequa-

da ao seu trabalho (2) e (3);

s) As despesas resultantes da utilização pessoal pelo

trabalhador de viatura automóvel que gere encargos

para a entidade empregadora nos termos do artigo

seguinte (3) e (5);

t) As despesas de transporte, pecuniárias ou não,

Page 33: Concreto 225

33

ECONOMIA

suportadas pela entidade empregadora para custear

as deslocações em benefício dos trabalhadores, na

medida em que estas não se traduzam na utilização

de meio de transporte disponibilizado pela entidade

empregadora ou em que excedam o valor de passe

social ou, na inexistência deste, o que resultaria da

utilização de transportes colectivos, desde que quer

a disponibilização daquele quer a atribuição destas

tenha um carácter geral (3);

u) Os valores correspondentes às retribuições a cujo

recebimento os trabalhadores não tenham direito

em consequência de sanção disciplinar (1);

v) A compensação por cessação do contrato de tra-

balho por acordo apenas nas situações com direito

a prestações de desemprego (1); (3) e (4);

x) Os valores despendidos obrigatória ou faculta-

tivamente pela entidade empregadora com aplica-

ções financeiras, a favor dos trabalhadores, designa-

damente seguros do ramo “Vida”, fundos e PPR ou

quaisquer regimes complementares de segurança

social, quando sejam objecto de resgate, adianta-

mento, remição ou qualquer outra forma de ante-

cipação de correspondente disponibilidade ou fora

dos condicionalismos legalmente definidos (3);

z) As importâncias auferidas pela utilização de auto-

móvel próprio em serviço da entidade empregadora

(1); (3) e (4);

aa) As prestações relacionadas com o desempenho

obtido pela empresa quando, quer no respectivo

título atributivo quer pela sua atribuição regular e

permanente revistam carácter estável independen-

temente da variabilidade do seu montante (3).

(1) As prestações mencionadas nas alíneas l), p), q),

u), v), e z), do n.º 2, do artigo 46.º, estão sujeitas

a taxa social única, nos mesmos termos que estão

sujeitas a IRS.

(2) As prestações das alíneas r) x) e aa) do n.º 2 do

Artigo 46.º e a alteração das taxas de 23,75% para

22,75% nos contratos sem termo, e para 26,75%,

nos contratos a termo (Artigo 55.º) só entram em

vigor após regulamentação e nunca antes de 1 de

Janeiro de 2014 (Artigos 4.º e 6.º-OE’2011).

(3) A integração das prestações referidas nas alíne-

as, n), p), q), s), t), v) e z) do n.º 2, do artigo 46.º

do Código, na base de incidência contributiva, será

feita de forma progressiva (Artigo 277.º):

2011 33% 2012 66%

2013 e Seguintes 100%

(4) Para as prestações a que se referem as alíneas p),

q), u), v), e z) do número anterior, o limite previsto

no Código de IRS pode ser acrescido até 50%, des-

de que o acréscimo resulte de aplicação, de forma

geral por parte da entidade empregadora, de instru-

mento de regulação colectiva de trabalho.

(5) Considera-se que a viatura é para uso pessoal

sempre que tal se encontre previsto em acordo es-

crito entre o trabalhador e a entidade empregadora

do qual conste: (i) a afectação, em permanência,

ao trabalhador, de uma viatura automóvel con-

creta; (ii) que os encargos com a viatura e com a

Page 34: Concreto 225

34 •

ECONOMIA

sua utilização sejam integralmente suportados pela

entidade empregadora; (iii) menção expressa da

possibilidade de utilização para fins pessoais ou da

possibilidade de utilização durante 24 horas por dia

e o trabalhador não se encontre sob o regime de

isenção de horário de trabalho; (iv) A possibilidade

de utilização nos dias de descanso semanal; (v) o

valor sujeito a incidência contributiva corresponde

a 0,75% do custo de aquisição da viatura (Artigo

46-A OE’2011).

Além das prestações acima referidas, estão ainda sujeitas a

contribuições todas as outras prestações atribuídas ao tra-

balhador, com carácter de regularidade (n.º 5 Artigo 46.º).

Considera-se que uma prestação reveste carácter de regu-

laridade quando constitui direito do trabalhador, por se

encontrar pré-estabelecida segundo critérios objectivos e

gerais, ainda que condicionais, por forma a que, este possa

contar com o seu recebimento, independentemente da fre-

quência da concessão (Artigo 47.º).

Não integram a base contributiva, designadamente (Artigo

48.º):

a) Os valores compensatórios pela não concessão

de férias ou de dias de folga;

b) As importâncias atribuídas a título de comple-

mento de prestações do regime geral de segurança

social;

c) Os subsídios concedidos a trabalhadores para

compensação de encargos familiares, (creches,

jardins-de-infância, estabelecimentos de educação,

lares de idosos, etc.);

d) Os subsídios eventuais destinados ao pagamento

de despesas com assistência médica e medicamen-

tosa do trabalhador e seus familiares;

e) Os valores correspondentes a subsídios de férias,

de Natal, e outros análogos relativos a bases de inci-

dência convencionais (ex. Regime de Seguro Social

Voluntário);

f) Os valores das refeições tomadas pelos trabalha-

dores em refeitórios das respectivas entidades em-

pregadoras;

g) As importâncias atribuídas ao trabalhador a título

de indemnização, por força de declaração judicial

Page 35: Concreto 225

35

ECONOMIA

da ilicitude do despedimento;

h) A compensação por cessação do contrato de tra-

balho no caso de despedimento colectivo, por ex-

tinção do posto de trabalho, por inadaptação, por

não concessão de aviso prévio, por caducidade e

por resolução por parte do trabalhador;

i) A indemnização paga ao trabalhador pela cessa-

ção, antes de findo o prazo convencional, do con-

trato de trabalho a prazo;

j) As importâncias referentes ao desconto concedido

aos trabalhadores na aquisição de acções da própria

entidade empregadora ou de sociedade do mesmo

grupo.

Regime dos Membros de Órgãos Estatutários das pessoas

colectivas e entidades equiparadas - Artigos 61.º a 70.º

São abrangidos os Membros dos Órgãos Estatutários (MOE),

designadamente os administradores, directores e gerentes

das sociedades e cooperativas (Artigo 62.º). A base de in-

cidência contributiva dos MOE de pessoas colectivas com

fins lucrativos corresponde ao valor das remunerações efec-

tivamente recebidas, com o limite mínimo igual ao valor

do Indexante de Apoio Social (IAS) de 419,22€ e o limite

máximo igual a 12 vezes o IAS, de 5.030,64€. Este limite

máximo é aferido em relação a cada uma das pessoas co-

lectivas em que exerçam actividade (Artigo 66.º).

Exemplo: MOE trabalha em 2 empresas, sendo que numa

recebe uma remuneração mas noutra não recebe qualquer

remuneração

Regime Anterior

a 2011

Novo Código

Contributivo

Base de Incidência con-tributiva:

12 x IAS = € 5 030,64(da empresa onde é

remunerado)+

€ 0,00(da empresa onde não

tem remuneração)

Base de Incidência con-tributiva:

12 x IAS = € 5 030,64(da empresa onde é

remunerado)+

1 x IAS = € 419,22(da empresa onde não

tem remuneração)

Estão excluídos do regime contributivo os MOE de pessoas

colectivas com fins lucrativos que não recebam pelo exercí-

cio da respectiva actividade, qualquer tipo de remuneração,

mas que sejam abrangidos por regime obrigatório de protec-

ção social em função do exercício de outra actividade em

acumulação (*) com aquela, pela qual aufiram rendimento

superior a uma vez o valor do IAS ou sejam pensionistas de

invalidez ou velhice de regimes obrigatórios de protecção

social, nacionais ou estrangeiros (Artigo 64.º).

(*) Consideram-se regimes obrigatórios de protecção social

os referido no n.º 2, artº 64º:

· Regime geral de segurança social dos trabalhadores

por conta de outrem

· Regime de segurança social dos trabalhadores in-

dependentes

· Regime de protecção convergente dos trabalhado-

res que exercem funções públicas

· Regime que abrange os advogados e solicitadores

· Regime de protecção social estrangeiros relevantes

para efeitos de coordenação com regimes de segu-

rança social portugueses

Encontram-se igualmente excluídos do regime contributivo

de MOE das pessoas colectivas os trabalhadores por conta

de outrem eleitos, nomeados ou designados para cargos de

Page 36: Concreto 225

36 •

ECONOMIA

gestão nas entidades a cujo quadro pertencem, cujo contra-

to de trabalho tenha sido celebrado há pelo menos um ano

(Artigo 63.º).

Os MOE têm direito à protecção nas eventualidades de do-

ença, parentalidade, doenças profissionais, invalidez, velhi-

ce e morte, mas está excluída a protecção do desemprego

(Artigo 65.º).

Integram ainda a remuneração do MOE os montantes pagos

a título de gratificação, desde que atribuídos em função do

exercício da actividade de gerência sem adstrição à qualida-

de de sócio e sem que sejam imputáveis aos lucros, os quais

devem ser parcelados por referência aos meses a que se re-

portam bem como os montantes pagos a título de senhas de

presença (Artigo 68.º).

A taxa contributiva deste regime é de 29,6%, sendo que a

parcela a cargo da entidade empregadora é de 20,3% e do

MOE é de 9,3% (Artigo 69.º).

Os MOE cessam a sua actividade por destituição, renúncia

ou quando se verificar o encerramento por liquidação da

empresa. Excepcionalmente podem requerer a cessação da

respectiva actividade desde que a pessoa colectiva tenha

cessado a actividade para efeitos de IVA e não tenha traba-

lhadores ao serviço (Artigo 70.º).

Regime dos Trabalhadores Independentes - Artigos 132.º a

168.º

Entre outros, estão abrangidos pelo regime dos trabalhado-

res independentes, as pessoas que exerçam actividade pro-

fissional por conta própria geradora de rendimentos a que se

reportam os Artigos 3.º e 4.º do Código IRS (Categoria B) e os

cônjuges destes trabalhadores que com ele exerçam efectiva

actividade profissional com carácter de regularidade e de

permanência (Artigo 133.º).

A protecção social conferida pelo regime dos trabalhadores

independentes integra a protecção nas eventualidades de

doença, parentalidade, doenças profissionais, invalidez, ve-

lhice e morte, mas está excluída a protecção do desemprego

(Artigo 141.º).

Os trabalhadores independentes estão isentos da obrigação

de contribuir, quando acumulem actividade independente

com actividade profissional por conta de outrem desde que,

o exercício da actividade independente e a outra actividade

sejam prestadas a empresas distintas, o outro regime cubra a

totalidade das eventualidades abrangidas e o valor conside-

rado para o outro regime seja igual ou superior a 12 vezes o

valor do IAS (Artigo 157.º).

No entanto, se o profissional independente acumular com

trabalho por conta de outrem para a mesma empresa ou para

empresa do mesmo agrupamento empresarial, é abrangido

pelo regime geral, e a base de incidência contributiva inclui

o montante ilíquido de honorários (Artigos 129.º a 131.º).

Neste regime destacam-se ainda os seguintes aspectos:

• O rendimento relevante dos trabalhadores independentes

é determinado por 70% do valor total dos serviços presta-

dos e/ou 20% dos rendimentos da produção e venda de

bens no ano anterior; e no regime da contabilidade organi-

zada pelo valor do lucro tributável, sempre que este seja de

valor inferior ao que resulta do critério que resulta dos itens

anteriores. Este rendimento é apurado pela Segurança So-

cial com base nos valores declarados para efeitos fiscais na

categoria B do CIRS (Artigo 162.º OE’2011), sendo a base

de incidência contributiva fixada pela Segurança Social em

Outubro e produz efeitos nos 12 meses seguintes (Artigo

163.º);

• A base de incidência contributiva determinada por refe-

rência ao duodécimo (1/12) do rendimento relevante, con-

Page 37: Concreto 225

37

ECONOMIA

vertido em percentagem do IAS, e corresponde ao escalão

de remuneração convencional cujo valor seja imediata-

mente inferior. Os escalões variam de 1 a 12 vezes o IAS e

o limite mínimo é o segundo escalão: 1,5 vezes o IAS;

• Ajustamento progressivo - em 2011 e seguintes, a base

de incidência contributiva dos trabalhadores independentes

cujos rendimentos relevantes, determine um escalão supe-

rior àquele que o trabalhador se encontre a contribuir, tem

um ajustamento progressivo. Estas regras cessam a partir do

ano em que o rendimento relevante do trabalhador deter-

mine o escalão pelo qual o trabalhador contribuiu no ano

transacto (Artigo 279.º);

• A base de incidência contributiva dos cônjuges de traba-

lhadores independentes pode ser escolhida entre o 1.º es-

calão e aquele que for fixado ao trabalhador independente

(Artigo 166.º);

• A taxa contributiva dos trabalhadores independentes é de

29,6% (Artigo 168.º OE’2011);

• Os trabalhadores independentes são obrigados a declarar

à instituição de segurança social por referência ao ano civil

anterior: a) o valor total das vendas realizadas; b) o valor

total da prestação de serviços a pessoas singulares que não

tenham actividade empresarial; c) o valor total da prestação

de serviço por pessoa colectiva e por pessoa singular com

actividade empresarial. A declaração deve ser apresentada

até 15 de Fevereiro do ano civil seguinte ao que respeitar

(Artigo 152.º OE’2011);

• Foi criada uma nova contribuição de 5% a pagar pelas

entidades contratantes de trabalhadores independentes,

desde que tal actividade constitua, no mesmo ano civil,

pelo menos 80% do valor total da actividade do traba-

lhador independente, considerando-se como prestados à

mesma entidade quando prestados a empresas do mesmo

agrupamento empresarial, sendo a base de incidência con-

tributiva a cargo da entidade contratante, o valor total dos

serviços que lhe foram prestados, por trabalhador indepen-

dente no ano civil a que respeita. A obrigação contributiva

da entidade contratante é devida até ao dia 20 do mês se-

guinte ao da emissão do documento de cobrança. Sempre

que se verifique esta obrigação da entidade contratante, são

notificados os serviços de inspecção da Autoridade para as

Condições do Trabalho ou os serviços de fiscalização do

Instituto da Segurança Social, I.P., com vista à averigua-

ção da legalidade da situação (Artigos 140.º, 150.º, 155.º

e 168.º OE’2011).

Incumprimento da obrigação contributiva - Artigos 185.º

a 246.º

Consideram-se dívidas à segurança social, para efeitos do

presente Código, todas as dívidas contraídas perante as ins-

tituições do sistema de segurança social pelas pessoas sin-

gulares, pelas pessoas colectivas e outras entidades a estas

legalmente equiparadas, designadamente as relativas às

contribuições, quotizações, taxas, incluindo as adicionais,

os juros, as coimas e outras sanções pecuniárias relativas a

contra-ordenações, custos e outros encargos legais (Artigo

185.º).

A dívida à segurança social é regularizada através do seu pa-

gamento voluntário, nos termos previsto no presente Códi-

go, no âmbito da execução cível ou no âmbito da execução

fiscal (Artigo 186.º).

A obrigação do pagamento das contribuições e das quoti-

zações prescreve no prazo de cinco anos a contar da data

em que aquela obrigação deveria ter sido cumprida (Artigo

187.º).

A dívida à segurança social extingue-se nos termos previstos

Page 38: Concreto 225

38 •

ECONOMIA

no presente Código, sem prejuízo das regras aplicáveis ao

processo de execução fiscal, pelo pagamento, pela dação

em pagamento, por compensação de créditos, por retenção

de valores por entidades públicas, por conversão em parti-

cipações sociais, e pela alienação de créditos (Artigo 188.º).

A autorização de pagamento em prestações de dívida à se-

gurança social, a isenção ou redução dos respectivos juros,

só podem ser autorizadas quando cumulativamente sejam

requeridas pelo contribuinte, sejam indispensáveis para

a viabilidade económica deste e desde que o contribuin-

te se encontre numa das seguintes situações: processo de

insolvência ou de recuperação; procedimento extrajudicial

de conciliação; contratos de consolidação financeira e ou

de reestruturação empresarial; conforme se encontram de-

finidos no Dec. Lei n.º 81/98, de 2 de Abril; contratos de

aquisição do capital de uma empresa por quadros ou pelos

trabalhadores para a revitalizar e modernizar (Artigo 190.º).

O Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social pode

autorizar a regularização da dívida através de acordo o pa-

gamento em prestações (Artigo 189.º e Artigos 80.º e 81.º

do Decreto Regulamentar). O incumprimento das condições

previstas no artigo anterior determina a resolução do acor-

do prestacional pela instituição de segurança social (Artigo

193.º).

A segurança social pode aceitar em pagamento a dação de

bens móveis ou imóveis, por parte do contribuinte, para ex-

tinção total ou parcial de dívida vencida (Artigo 196.º).

O Estado, as outras pessoas colectivas de direito público e

as entidades de capitais exclusiva ou maioritariamente pú-

blicos, só podem conceder algum subsídio ou proceder a

pagamentos superiores a 5.000€, a contribuintes com decla-

ração comprovativa da situação contributiva destes peran-

te a segurança social. Esta declaração é dispensada sempre

que o contribuinte preste consentimento à entidade paga-

dora para consultar a sua situação contributiva. Se existir

dívida à Segurança Social, é retido o montante em débito,

nunca podendo a retenção total exceder o limite de 25% do

pagamento a efectuar (Artigo 198.º).

Pelo não pagamento de contribuições e quotizações nos

prazos legais, são devidos juros de mora por cada mês de

calendário ou fracção (Artigo 211.º).

Considera-se situação contributiva regularizada a inexistên-

cia de dívidas de contribuições, quotizações, juros de mora

e de outros valores do contribuinte (Artigo 208.º).

A declaração de certificação da situação contributiva é emi-

tida no prazo máximo de 10 dias e o prazo de validade é de

quatro meses (Artigos 82.º, 83.º e 84.º do Dec. Regulamen-

tar).

Os contribuintes que não tenham a situação contributiva

regularizada não podem celebrar contratos, ou renovar o

prazo dos já existentes, de fornecimentos de empreitadas de

obras públicas e de prestações de serviços com o Estado,

Regiões Autónomas, institutos públicos, autarquias locais e

IPSS comparticipadas pelo orçamento da segurança social

(Artigo 213.º).

A segurança social procede à divulgação de listas de contri-

buintes cuja situação contributiva não se encontre regulari-

zada (Artigo 214.º).

Constitui contra-ordenação para efeitos do presente Código

todo o facto ilícito e censurável, nele previsto e na legislação

que o regulamentam, que preencha um tipo legal para o qual

se impõe uma coima. Só é punido como contra-ordenação o

facto descrito e declarado passível de coima por anterior ao

momento da sua prática (Artigo 221.º e Artigo 222.º).

Constitui contra-ordenação leve, a falta de apresentação de

declaração de apresentação de declaração ou de outros do-

Page 39: Concreto 225

39

ECONOMIA

cumentos legalmente exigidos, não especialmente punida

(Artigo 231.º).

Quem tiver praticado várias contra-ordenações é punido

com uma coima cujo limite máximo resulta da soma das

coimas concretamente aplicadas às infracções em concurso,

não podendo exceder o dobro do limite máximo mais eleva-

Contra OrdenaçõesLeve Grave Muito Grave

Falsas Declarações (art.º 22) X

Falta ou atraso de comunicação atempada da admissão de trabalhadores (Artigo 29.º n.º 1,3 e 6)

X X

Falta de declaração de cessação, suspensão e alterações da modalidade do contrato de trabalho (Artigo 32.º n.º 1 e 3)

X

Omissão das comunicações obrigatórias: alteração de qualquer elementos relativos à identificação, incluindo os dos estabelecimentos, bem como o início, suspensão ou cessação de actividade (Artigo 36.º)

X X

A não inclusão de trabalhador na declaração de remunerações (Artigo 40.º n.º 5 e 6) X X X

A falta de comprovação de elementos solicitados pela segurança social (Artigo 149.º) X X

A falta de declaração pelos trabalhadores independentes de valor de vendas realizadas, valor de serviços prestados a pessoas singulares particulares e valor de serviços prestados a pessoa colectiva e por pessoa singular com actividade empresarial (Artigo 152.º)

X X

Falta ou atraso no pagamento das contribuições (Artigo 155.º, n.º 4) X X

Omissão de qualquer outro elemento que deva obrigatoriamente constar de declaração de remunerações nos termos previstos na legislação regulamentar (Artigo 229.º)

X

A acumulação de prestações com o exercício de actividade remunerada, contrariando a legislação específica (Artigo 230.º)

X

Falta de apresentação de declaração ou de outros documentos legalmente exigidos, não especialmente punida (Artigo 231º)

X

A determinação da medida da coima faz-se em função da

gravidade da contra-ordenação, para o que deve atender-

se ao tempo de incumprimento da obrigação e ao número

de trabalhadores prejudicados com a actuação do agente,

da culpa do agente e dos seus antecedentes na prática de

infracções e os montantes são os seguintes (Artigos 233.º,

234.º, 237.º e 241.º):

Montante das Coimas Aplicadas

Tipo de Infracção

Natureza do Infractor

Pessoa Singular

Pessoa Colectiva

Até 50 Trabalhadores

> De 50 Trabalhadores

LevesNegligência 50 a 250€ 75 a 375€ 100 a 500€

Dolo 100 a 500€ 150 a 750€ 200 a 1.000€

GravesNegligência 300 a 1.200€ 450 a 1.800€ 600 a 2.400€

Dolo 600 a 2.400€ 900 a 3.600€ 1.200 a 4.800€

Muito GravesNegligência 1.250 a 6.250€ 1.875 a 9.375€ 2.500 a 12.500€

Dolo 2.500 a 12.500€ 3.750 a 18.750€ 5.000 a 25.000€

Em caso de reincidência, com nova violação no prazo de 2 anos após a condenação anterior, os limites má-ximos e mínimos são elevados em 1/3 do correspondente valor.

Page 40: Concreto 225

40 •

ECONOMIA

do das contra-ordenações em concurso. Mas não pode ser

inferior à mais elevada das coimas concretamente aplicadas

às várias contra-ordenações (Artigo 235.º).

Considera-se reincidente quem pratica uma contra-ordena-

ção grave com dolo ou uma contra-ordenação muito grave,

no prazo de dois anos após ter sido condenado por outra

contra-ordenação grave praticada com dolo ou contra-or-

denação muito grave. Em caso de reincidência, os limites

mínimos e máximos são elevados em um terço do respectivo

valor (Artigo 237.º).

A reincidência em contra-ordenações graves ou muito graves

implica sanções acessórias de privação de acesso a medidas

de estímulo à criação de postos de trabalho (Artigo 238.º).

Sempre que determinadas obrigações, sejam cumpridas

dentro dos primeiros 30 dias seguintes ao último dia do pra-

zo, os limites máximos das coimas aplicáveis não podem

exceder em mais de 75% o limite mínimo previsto para o

tipo de contra-ordenação praticada.

Sem prejuízo das causas de suspensão e interrupção da

prescrição prevista no regime geral das contra-ordenações

as coimas prescrevem no prazo de cinco anos a partir do

carácter definitivo ou do trânsito em julgado da decisão con-

denatória (Artigo 246.º).

O Código Contributivo apresenta uma vantagem que é reu-

nir todas as regras que estavam dispersas por múltiplos di-

plomas. Mas agrava substancialmente a carga contributiva,

porque alarga a base de incidência, bem como apresenta

um enorme volume de alterações que vão perturbar nesta

fase de crise a aplicação das novas regras e o cumprimento

das respectivas obrigações contributivas. Todavia esta pertur-

bação foi atenuada pelo adiamento para 2014 de algumas

matérias, designadamente do agravamento de 3% da taxa a

cargo da entidade empregadora nos contratos a termo.

Por fim, informamos que poderá consultar informação sobre

esta matéria, incluindo a legislação aplicável, no site da AIC-

COPN (www.aiccopn.pt).

Mais se informa que continuarão a ser promovidas sessões

de esclarecimento sobre este tema, sugerindo-se a consulta

do Calendário de Formação AICCOPN 2011.

Page 41: Concreto 225

41

ECONOMIA

Construção e o Imobiliário em 2010

Em 2010, a actividade das empresas da Construção e do

Imobiliário foi fortemente condicionada pela crise da dívida

pública, pela quebra do investimento público e privado, pelo

aumento do desemprego, por um nível muito reduzido de

procura de habitação, por elevadas dificuldades na obten-

ção de crédito bancário e pelas sucessivas medidas de aus-

teridade inscritas nos Planos de Estabilidade e Crescimento.

Os efeitos da pressão dos mercados sobre a dívida dos países

periféricos da Zona Euro, têm determinado fortes restrições

à actividade das empresas, não só por via da redução do

investimento, ou seja, da procura orientada para os produtos

da Construção e do Imobiliário, mas também pela degrada-

ção induzida na situação financeira das empresas, através

da conjugação de vários factores, entre os quais se destacam

os constrangimentos no acesso ao crédito, e o aumento dos

spreads bancários, tanto para os particulares como para as

empresas, que acrescem a factores internos como a eleva-

da concorrência, o esmagamento das margens de negócio

ou os crónicos atrasos nos pagamentos por parte do Estado.

Neste cenário e apesar das várias iniciativas tomadas pelo

Governo no sentido de regularizar as dívidas do Estado e

demais Administrações Regionais e Locais, os prazos de pa-

gamento às empresas da fileira da Construção e do Imobiliá-

rio continuaram muito elevados, situando-se, em média, em

torno dos sete meses, quando o prazo máximo legalmente

estabelecido para liquidação das dívidas é de dois meses.

Embora as taxas Euribor, taxas que servem de referência

para os empréstimos às empresas e aos particulares, ainda

se encontrarem num nível historicamente muito reduzido,

segundo os inquéritos mensais à actividade, os spreads prati-

cados pelos bancos às empresas de construção e imobiliário

chegam a superar, em muitos casos, os 600 pontos base.

O Banco de Portugal, no boletim estatístico de Dezembro,

revelou que o montante global de dívida das empresas da

fileira da Construção e do Imobiliário em Novembro de

2010 era de 41,3 mil milhões de euros, o que correspon-

de a uma quebra de 5,5%, face ao mesmo mês do ano an-

terior, e traduz claramente a dificuldade das empresas em

aceder ao crédito. Note-se que o montante global em dívi-

da das empresas da fileira não verificava qualquer decrés-

cimo, em termos homólogos, desde Dezembro de 1990.

O Investimento em Construção e Imobiliário (FBCF) diminuiu

5,8%, nos três primeiros trimestres de 2010, face ao período ho-

Page 42: Concreto 225

42 •

ECONOMIA

mólogo. Quanto ao Valor Acrescentado Bruto do ramo Cons-

trução, verifica-se uma redução de 3,9%, no mesmo período.

O consumo de cimento, nos primeiros dez meses de 2010,

registou uma contracção de 7,3%, em termos homólogos,

e uma quebra de 47,5%, face aos mesmos meses de 2001.

No mesmo sentido, verificou-se um aumento de 22,0% do nú-

mero de desempregados oriundos do sector da Construção, até

Outubro, por comparação com o período homólogo do ano

anterior. Quanto ao emprego, verificou-se uma contracção de

5,5% até Setembro, na fileira da Construção e do Imobiliário.

Assim, as estimativas quanto à evolução da produção do

Sector da Construção e do Imobiliário, em 2010, apontam

para um cenário extremamente negativo, com uma contrac-

ção da produção que deverá ter-se situado nos 6,5%, em re-

sultado de quedas em todos os segmentos de actividade. O

segmento da construção de edifícios residenciais foi o mais

atingido pela actual conjuntura, registando uma quebra da

produção de 15%, seguido do segmento da construção de

edifícios não residenciais, com uma diminuição de produ-

ção de cerca de 4,9%. No segmento das obras de Engenha-

ria Civil, a redução da produção foi menor, cerca de 1%, em

resultado do aumento de 12,3% das adjudicações de obras

públicas registado em 2009.

Produção da Fileira da Construção e do Imobiliário

Segmento 2008 2009 2010

Habitação -10,3% -22,0% -15,0%

Não Residencial 0,2% -10,5% -4,9%

Engenharia Civil 3,0% 5,0% -1,0%

SECTOR -3,1% -9,0% -6,5%

Fonte: AICCOPN/CPCI

A – Segmento da Habitação

A construção de edifícios para habitação vem decli-

nando desde finais de 2001. Contudo, com o início

da crise financeira internacional assistiu-se a um in-

tenso agravamento da crise neste segmento, de tal for-

ma que os actuais níveis de produção correspondem

já a apenas 41,1% do volume de produção de 2001.

Em 2010, a quebra de produção na habitação atingiu os

15%, em virtude do mercado da reabilitação ter um peso

muito reduzido em Portugal e da forte redução da pro-

cura de habitação nova, dada a deterioração das con-

dições de acesso ao crédito para compra de habitação.

O inquérito aos bancos sobre o mercado de crédito, realiza-

do pelo Banco de Portugal, relativo ao 3º trimestre de 2010,

revelou uma diminuição significativa na procura de emprés-

timos para habitação, e aponta como explicação para essa

queda, por um lado, a diminuição da confiança dos con-

sumidores e as perspectivas desfavoráveis face ao mercado

da habitação e, por outro lado, os critérios de aprovação

de empréstimos a particulares para aquisição de habita-

ção, que se tornaram mais restritivos durante o 3º trimestre.

As maiores exigências na concessão de crédito consubs-

tanciaram-se na aplicação de spreads mais elevados e na

aplicação de regras mais apertadas em outras condições

contratuais, nomeadamente no rácio entre o valor do em-

préstimo e da garantia. De salientar que a maioria dos ban-

cos inquiridos pelo Banco de Portugal antecipa que no 4º

trimestre do ano deverá ter-se registado, novamente, uma

diminuição na concessão de empréstimos para habitação.

De acordo com o inquérito à avaliação bancária de ha-

bitação do INE, registou-se, em Novembro de 2010, uma

quebra de 2,2%, em termos homólogos. Esta quebra foi

resultado de uma contracção de 2,3% nos apartamentos

e de uma diminuição de 1,6% nas moradias. Note-se que

este indicador avalia os preços das transacções imobiliárias

efectivadas com recurso ao crédito, facto que, desde logo,

constitui um obstáculo a uma efectiva análise do ponto de

Page 43: Concreto 225

43

ECONOMIA

vista de evolução dos preços de mercado, uma vez que in-

corpora factores como a diferente composição das casas

transaccionadas ou alterações em critérios de avaliação.

Em 2010, verificou-se uma quebra no número de tran-

sacções imobiliárias de 7%, valor que, ainda assim, se

situou significativamente acima das reduções de 12%

e 16%, registadas em 2009, e 2008, respectivamente.

Por seu turno, o licenciamento de edifícios para habitação

registou, até Outubro de 2010 e em termos homólogos, uma

quebra de 9,3%, em resultado de uma variação negativa de

7,8% nas construções novas e de 13,6% nas licenças para

reabilitação e demolição. Ao nível dos fogos licenciados em

habitação nova, a redução foi de 9,2%, e na área licencia-

da registou-se uma queda de 10,0%, em termos homólogos.

Efectivamente, o número de fogos licenciados em 2010

não deverá ultrapassar os 24.500, o que contrasta com os

114.254 licenciados em 2001 e traduz uma redução de

78,6%, face a 2001.

0

20.000

40.000

60.000

80.000

100.000

120.000

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 (E)

Fogos Licenciados

Fonte: INE; 2010 Estimativa AICCOPN/CPCI

A quebra registada ao nível da procura e o consequen-

te ajustamento de produção, afecta fortemente toda a ca-

deia de valor da fileira da Construção e do Imobiliário,

desde os projectistas à extracção, produção e comerciali-

zação de materiais de construção, passando pela Avalia-

ção Imobiliária e culminando na Mediação Imobiliária.

B – Segmento dos Edifícios Não Residenciais

A produção de edifícios não residenciais registou uma que-

bra de 4,9%, em 2010, fruto de uma redução muito acentu-

ada da procura privada por este tipo de edifícios, que regis-

tou uma variação negativa de 9,0% e que acumula com os

17,0% registados no ano anterior.

Produção de Edifícos Não Residênciais

Segmento 2008 2009 2010

Não Residencial 0,2% -10,5% -4,9%

Particulares 2,6% -17,0% -9,0%

Públicos -5,4% 5,5% 3,0%

Fonte: AICCOPN/CPCI

O número de edifícios não residenciais novos licencia-

dos pelas Câmaras Municipais, até Outubro de 2010,

registou uma forte queda de 8,9%, e a área licenciada

reduziu-se em cerca de 239 mil m2 (-7,6%), face ao pe-

ríodo homólogo de 2009. Os destinos com mais peso no

total e onde estas quebras foram mais acentuadas foram o

comércio (-37,8%) e a indústria (-16,2%), só parcialmen-

te compensadas com o crescimento da área licenciada

e destinada à agricultura (+7,6%) e ao turismo (+6,9%).

Na componente do investimento público em edifícios não

residenciais realizado em 2010, verificou-se um aumento

da produção de cerca de 3%, que se deve ao incremento

de contratações públicas realizadas nesse ano, com especial

destaque para a reabilitação do parque escolar, que totali-

zam 2,5 mil milhões de euros em promoções e os 1,8 mil

milhões de euros em adjudicações, nos últimos dois anos.

C – Segmento da Engenharia Civil

No Segmento da Engenharia Civil, assistiu-se a uma contrac-

Page 44: Concreto 225

44 •

ECONOMIA

ção da produção em 2010 de cerca de 1%, que resultou de

um progressivo agravamento deste mercado, ao longo do ano.

Por outro lado, em 2010, continuou-se a assistir a um cons-

tante adiamento dos grandes projectos de investimento pú-

blico, gerando elevados níveis de incerteza nas empresas

que operam neste segmento quanto à sua evolução futura

e colocando em causa a manutenção do nível de emprego

que estas têm vindo a assegurar.

Em 2010, a procura pública consubstanciou-se num aumen-

to das promoções de obras públicas de 21,9% em valor e

por uma queda de 6,0% em número. Quanto às adjudica-

ções de obras públicas, registou-se uma redução de 38,9%

em valor e de 37,4%, em número, face ao ano anterior.

0500

1.0001.5002.0002.5003.0003.5004.0004.5005.000

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Milh

ões

de e

uros

Concursos de Obras Públicas

Promoções AdjudicaçõesFonte: AICCOPN/CPCI

Efectivamente, em 2010, a produção deste segmento de ac-

tividade beneficiou ainda dos 4,5 mil milhões de euros de

adjudicações registadas em 2009, e cujas obras se prolon-

garam por 2010. Contudo, para o próximo ano, o nível de

encomendas encontra-se num nível muito reduzido, preven-

do-se grandes dificuldades, em 2011, para este segmento de

actividade.

D – Actividade Internacional

As empresas portuguesas do Sector da Construção e do

Imobiliário têm desenvolvido uma aposta clara e expressiva

nos mercados internacionais, com especial destaque para

o reforço e consolidação da actividade nos mercados afri-

canos, o que permitiu atenuar os efeitos negativos da cri-

se prolongada que o Sector atravessa no mercado interno.

O continente africano é o principal mercado para as empre-

sas nacionais, com 61,2% do volume de negócios desenvol-

vidos, seguido dos países da União Europeia, responsáveis

por 32,6% da facturação.

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Milh

ões d

e €

Actividade das Empresas Portuguesas nos Mercados Internacionais da Construção

Volume de Negócios Novos Contratos

Fonte: AICCOPN/CPCI, European International Contractors

O volume de negócios no exterior apresenta, desde 2000,

um crescimento médio anual de 39,5%, tendo atingido em

2009 um volume de cerca de 5,37 mil milhões de euros, o

que equivale a 30,4% da produção apurada nesse ano. Este

valor representa ainda um crescimento de 63%, face a 2008.

Por outro lado, foram celebrados novos contratos no valor

de 2,97 mil milhões de euros, o que traduz uma quebra de

27,4%, face a 2008.

Page 45: Concreto 225

45

ECONOMIA

Pessimismo Empresarial acentua-se em

Janeiro de 2011

A conjuntura do sector da construção até ao final de Ja-

neiro de 2011 prosseguiu a tendência negativa que vi-

nha registando até ao final do ano de 2010. Observando

os resultados do inquérito mensal à actividade realizado

pela FEPICOP em colaboração com a UE constata-se que,

no trimestre terminado em Janeiro de 2011 em compara-

ção com o período homólogo, tanto o indicador de con-

fiança, como a carteira de encomendas, como a aprecia-

ção da actividade, mantiveram todos as variações negativas

que apresentaram até ao final de 2010. O indicador de

confiança que, no final de 2010 apresentava uma variação

homóloga trimestral de menos 20%, no final de Janeiro

observava uma variação negativa de 19% em resultado da

variação trimestral negativa do saldo da carteira de enco-

mendas que no trimestre acabado em Janeiro apresentava

uma quebra de 28.3%. Quanto à apreciação da activida-

de no sector, os empresários inquiridos são de opinião que

a mesma continua a evoluir negativamente, daí a variação

trimestral homóloga de menos 17.7% no final de Janeiro.

A falta de encomendas em carteira que, mensalmente, se vai

repercutindo em reduções de actividade em todos os seg-

mentos do Sector, toma particular expressão no segmento

das obras de engenharia civil, o qual registava uma redução

muito significativa (-28.5%) do índice de produção FEPI-

COP no trimestre acabado em Janeiro face a igual trimestre

de 2010. Os níveis de actividade do segmento residencial

continuam a ser muito reduzidos prosseguindo a trajectó-

ria descendente que vêm apresentando nos últimos anos.

Em termos de comparação com a avaliação média dos em-

presários do Sector dos países da União Europeia é indu-

bitável que os empresários portugueses estão muito mais

pessimistas que os seus congéneres. De facto, enquanto, no

trimestre terminado em Janeiro de 2011 e para os 27 países

da União Europeia, a variação homóloga trimestral do indi-

cador de confiança se fixou em 3.5%, já para os empresários

nacionais a variação homóloga trimestral do indicador de

confiança atingiu menos 12.4%, traduzindo estarem estes

bem mais pessimistas.

Page 46: Concreto 225

46 •

ECONOMIA

Níveis de actividade da Construção con-

tinuam em quebra até ao final de Janeiro

de 2011

Observando a evolução trimestral de todos os indicadores

qualitativos apurados no inquérito mensal à actividade rea-

lizado pela FEPICOP em colaboração com a UE constata-se

que, todos eles apresentam variações negativas em compa-

ração com o trimestre acabado em Janeiro de 2010. O indi-

cador de confiança, cuja evolução trimestral até ao final de

Dezembro se fixou em -20.1%, no final de Janeiro apresen-

tava uma variação trimestral negativa de 19.0%, resultando

esta avaliação negativa, sobretudo, das fortes reduções de

encomendas em carteira, as quais se traduzem numa quebra

trimestral de 31% em Janeiro face a igual período de 2010.

A variação trimestral do indicador relativo às perspectivas

de emprego, mantendo-se negativa até ao final de Janeiro

de 2011 (menos 13.4%), apresenta no entanto uma redu-

ção menos intensa que a registada no indicador da carteira

de encomendas, amortecendo de alguma forma a variação

negativa do indicador de confiança. Saliente-se, contudo,

que, ao longo de 2010, as perspectivas de emprego dos em-

presários inquiridos pela FEPICOP tornaram-se gradualmen-

te mais negativas de tal forma que, no final de Dezembro

de 2010, a variação trimestral homóloga já se situava em

-13.7%.

Número de desempregados oriundos da

Construção aumenta 19% em 2010

No final de Dezembro de 2010, estariam inscritos nos cen-

tros de emprego cerca de 70 990 desempregados que seriam

oriundos do sector da Construção, número que representava

14.2% do número total de desempregados inscritos que su-

peravam as 500 mil pessoas.

Em termos de variação média anual, os desempregados

oriundos da construção aumentaram mais (18.6%) do que

a variação média do total que se ficou em mais 12.2%, tra-

duzindo esta diferença ser muito mais intensa a redução de

postos de trabalho que, em 2010, se verificou na Construção

do que em termos médios nacionais.

Na verdade, sendo a construção uma actividade principal-

mente intensiva na utilização de mão-de-obra, ao reduzir-se

o investimento público e privado, como se tem observado

nos últimos três anos, são postos de trabalho que têm de ser

suprimidos e, em consequência, são desempregados que,

mensalmente, se vêem na necessidade de se inscreverem

nos centros de emprego à procura de outras actividades.

Page 47: Concreto 225

47

ECONOMIA

Obras de Engenharia Civil acentuam que-

bras de actividade em Janeiro de 2011

Depois da forte quebra de investimento público observada

em 2010 em resultado das medidas de austeridade imple-

mentadas para consolidação das finanças públicas, quebra

que deu origem a um acentuado decréscimo de produção

de obras de engenharia civil neste mesmo ano, constata a

FEPICOP que a variação trimestral do índice de produção

de obras de engenharia civil no final de Janeiro de 2011

se situa em menos 20.3%, prosseguindo a conjuntura deste

segmento a tendência negativa que evidenciou até ao final

do ano anterior.

As quebras de actividade na engenharia civil resultam, prin-

cipalmente, da desaceleração generalizada que se verificou

no ritmo de adjudicações de obras públicas ao longo de todo

o ano anterior, ficando o valor total adjudicado 39% abai-

xo do valor apurado em 2009, o que não surpreende se se

considerar que, neste ano de 2009, o investimento público

foi utilizado como instrumento de política económica para

atenuar os impactos negativos da crise financeira mundial.

Considerando o acréscimo significativo que o valor contra-

tado pela Administração para a realização de empreitadas

registou no mês de Janeiro de 2011 (mais 190% que no mes-

mo mês de 2010) espera-se que, nos próximos meses, seja

visível algum incremento de actividade sobretudo no seg-

mento dos edifícios não residenciais públicos.

De facto, no mês de Janeiro, cerca de 66% do valor total ad-

judicado (mais de 300 milhões de euros) tem por objectivo

realizar empreitadas no âmbito da 3ª Fase do Programa de

Modernização do Parque Escolar, promovido pela empresa

pública Parque Escolar, EPE. Assim sendo, espera-se que os

índices de produção de edifícios não residenciais públicos

venham a alterar, no curto prazo, a tendência de evolução

negativa que apresentavam recentemente (decréscimo de

11.5% no final do trimestre acabado em Janeiro de 2011

face ao mesmo trimestre de 2010).

Todavia, na presente conjuntura, a variação negativa do ín-

dice de produção de edifícios não residenciais públicos em

conjunção com idêntica evolução negativa da produção de

edifícios não residenciais privados (menos 11.8% como va-

riação homóloga trimestral em Janeiro de 2011), fez com

que os níveis de actividade no segmento não residencial ti-

vessem permanecido em níveis muito baixos até ao final de

Janeiro (variação homóloga trimestral de menos 11.7%).

Resultando as quebras de actividade dos edifícios não

residenciais privados da forte contracção do investi-

mento privado que se tem traduzido em níveis de li-

cenciamento cada vez mais reduzidos, também o seg-

mento da habitação continua a registar descidas con-

tínuas, tanto no licenciamento de edifícios residen-

ciais, como no índice de produção mensal da FEPICOP.

De facto, até ao final de Dezembro de 2010, terão sido li-

cenciados menos 8.9% dos metros quadrados apurados em

2009 para a construção de edifícios de habitação, eviden-

ciando as contínuas quebras de procura deste tipo de edi-

fícios, quer por parte dos particulares, quer das empresas

Page 48: Concreto 225

48 •

ECONOMIA

promotoras. Por esta razão, o índice FEPICOP de produção

de edifícios residenciais observava uma variação homóloga

trimestral de -13.7% no final de Janeiro de 2011, prolon-

gando a tendência desfavorável que se tem verificado nos

últimos anos.

Sendo conhecida a correlação existente entre a actividade

do segmento de edifícios e a criação de postos de trabalho

nestas áreas, dificilmente se poderá reduzir o peso de 14%

que o número de desempregados oriundos da construção

representa no desemprego total enquanto permanecer a re-

cessão que se verifica sobretudo no segmento da habitação.

Até ao final de Janeiro de 2011 não se registam, por conse-

guinte, alterações significativas da conjuntura da Constru-

ção, permanecendo a actividade do Sector em níveis muito

reduzidos e sem “sinais” evidentes de alterações significati-

vas no curto prazo.

Empresários da Construção em Portugal

revelaram-se em 2010 muito mais pessi-

mistas que os seus congéneres europeus

Por fim e observando o gráfico abaixo, é possível consta-

tar que, em Janeiro de 2011, se mantém o diferencial de

evolução do indicador de confiança apurado pela Comissão

Europeia para Portugal e o mesmo indicador apurado como

média para os 27 estados membros da União Europeia. De

facto, enquanto a evolução trimestral do saldo do indicador

de confiança para Portugal continua a degradar-se, registan-

do menos 12.4% no trimestre acabado em Janeiro de 2011,

ao contrário, a variação do saldo médio apurado para a UE

melhora face a igual trimestre de 2010.

Esta diferença de evolução positiva do indicador de confian-

ça para os 27 Estados membros e negativa para o de Portu-

gal, traduz estarem os empresários nacionais do Sector bem

mais pessimistas na actual conjuntura que os seus congéne-

res europeus, o que se deve a reduções muito mais drásticas

de encomendas em carteira que os empresários nacionais

registaram até ao final do trimestre acabado em Janeiro de

2011 (-9.1%) em comparação com igual período homólogo,

do que os empresários europeus que, em média, registam

uma subida de 3.7% no mesmo indicador.

Page 49: Concreto 225

49

ECONOMIA

No sentido de esclarecer as dúvidas mais frequentes dos

nossos Associados em matéria fiscal, iniciamos nesta edição

da Revista “Concreto” a rubrica “Consultório Fiscal”, onde

procuraremos dar resposta às questões que entendam for-

mular, através do seguinte endereço de correio electrónico:

[email protected].

A nossa empresa está a estudar a possibilida-

de de serem pagos aos Administradores os

quilómetros feitos em viatura própria. Qual

é o enquadramento fiscal destas verbas?

O pagamento de quilómetros efectuados, em viatura própria,

por Administradores, quando este se deslocam ao serviço da

empresa, pode ser efectuado isento de IRS e de Contribui-

ções para a Segurança Social, até ao limite de 0,36€ por km.

Salienta-se que, a Administração Fiscal exige um mapa com

a discriminação detalhada dos quilómetros efectuados, com

informação do local de partida, local de chegada, motivo da

deslocação, identificação da viatura e do respectivo proprie-

tário e valor pago, conforme o art. 45º do CIRS.

CIRS - Art. 45º Alínea 3-d) “As ajudas de custo e as

importâncias auferidas pela utilização de automóvel

(......) viagens ou representação de que não tenham

sido prestadas contas até ao termo do exercício.”

A não existência do referido mapa, implica a não dedutibi-

lidade do referido encargo para efeitos fiscais, conforme o

disposto no art. 45º do Código do IRC.

CIRC - Art. 45º 1-f) As ajudas de custo e os encargos

com compensação pela deslocação em viatura pró-

pria do trabalhador, ao serviço da entidade patronal,

(..........) em que haja lugar a tributação em sede de

IRS na esfera do respectivo beneficiário;

Estes encargos são tributados autonomamente à taxa de 5%,

conforme o artigo 88º, alínea 9, do Código do IRC, sendo

elevadas em 10 pontos percentuais quando os sujeitos pas-

sivos apresentem prejuízo fiscal no período de tributação a

que respeitem (art. 88º alínea 14, do CIRC).

Note-se que, dado tratarem-se de despesas efectuadas sem

comprovativos externos à empresa e isentos de tributação,

por norma, a Administração Fiscal presta uma atenção espe-

cial a este assunto, de forma a confirmar que não se trata de

um rendimento do trabalhador/Administrador, não tributado

na esfera pessoal, e a aferir da sua indispensabilidade para

a realização dos rendimentos sujeitos a imposto ou para a

manutenção da fonte produtora (art.23º do CIRC).

Consultório Fiscal

Page 50: Concreto 225

50 •

ENGENHARIA

Exercício da Actividade da Construção

Protocolo AICCOPN / InCI

No passado dia 24 de Janeiro a Associação dos Indus-

triais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN)

celebrou um Protocolo com o Instituto da Construção e

do Imobiliário (InCI), o qual veio dar resposta a uma ve-

lha ambição de intensificar o papel da AICCOPN no pro-

cesso de concessão, revalidação e reclassificação dos Al-

varás e dos Títulos de Registo das empresas Associadas.

Assinado na presença do Secretário de Estado Adjun-

to, das Obras Públicas e Comunicações, Paulo Campos,

o Protocolo representa um passo importante, há mui-

to reclamado pelas empresas do sector, visando a sim-

plificação e agilização dos procedimentos necessários

para a atribuição dos Alvarás e dos Títulos de Registo.

Como é sabido, o sector da construção é um dos secto-

res que é objecto de uma maior regulação, fruto do seu

complexo enquadramento jurídico. De facto, recorde-se

que já desde 1961, com a publicação da Portaria 18.475,

de 16 de Maio, à qual se seguiu, em 1971, a Portaria n.º

351/71, de 30 de Junho, que aprovou o Regulamento de

Inscrição e Classificação dos Empreiteiros de Obras Pú-

blicas e Industriais de Construção Civil, ao qual sucedeu,

em 1988, o Decreto-Lei n.º 100/88, de 23 de Março, em

1999, o Decreto-Lei n.º 61/99, de 2 de Março e, por fim,

em 2004, o vigente Regime Jurídico do Ingresso e Perma-

nência na Actividade, ou seja, o actual Decreto-Lei n.º

12/2004, de 9 de Janeiro, que a actividade da constru-

ção é regulamentada e sujeita a um apertado controlo.

Com efeito, o exercício desta actividade está depen-

dente de uma prévia autorização administrativa, a

qual tem sempre por pressuposto o preenchimen-

to cumulativo de requisitos de idoneidade, capaci-

dade técnica e capacidade financeira e económica.

E, sublinhe-se, a revalidação dos alvarás das empresas é um

processo anual, pressupondo a análise de diversa documen-

tação e o preenchimento de vários requisitos, comprovando a

sua idoneidade para a manutenção do exercício da actividade.

Feito este enquadramento prévio, centrar-nos-emos ago-

ra no já mencionado Decreto-Lei n.º 12/2004, de 9 de

Janeiro, o vigente Regime Jurídico do Ingresso e Perma-

nência na Actividade, para, com base no mesmo, recor-

darmos algumas das noções cujo conhecimento o mesmo

Page 51: Concreto 225

51

ENGENHARIA

pressupõe. Verifica-se, antes de mais, que a actividade da

construção é definida como aquela que tem por objecto

a realização de “obra”, em cuja definição se integra todo

o trabalho de construção, reconstrução, ampliação, al-

teração, reparação, conservação, reabilitação, limpeza,

restauro e demolição de bens imóveis, bem como qual-

quer outro trabalho que envolva processo construtivo.

Assim, o exercício desta actividade depende da posse de

Alvará ou de Título de Registo, a conceder pelo Instituto

da Construção e do Imobiliário – InCI, independentemen-

te do valor, natureza e tipo de obra, pública ou particular.

As empresas detentoras de Alvará ficam, pois, autorizadas a

executar os trabalhos enquadráveis nas habilitações de que

sejam titulares, definindo-se habilitação como a qualifica-

ção em subcategoria de qualquer categoria ou em emprei-

teiro geral ou construtor geral, numa determinada classe (ver

Quadros I e II). As empresas detentoras de Título de Registo

ficam habilitadas a executar trabalhos até 10% do valor li-

mite da Classe 1, enquadráveis nas subcategorias, previstas

na Portaria n.º 14/2004, de 10 de Janeiro (ver Quadro III).

Estes documentos habilitantes (Alvará e Título de Re-

gisto) são intransmissíveis a qualquer título e para qual-

quer efeito, sendo o Alvará válido pelo período de 12

meses, caducando no dia 31 de Janeiro, se não for reva-

lidado. Por seu turno, a validade do Título de Registo é

de 5 anos, podendo ser revalidado por iguais períodos.

Desta forma, sendo este um processo essencialmente adminis-

trativo, sujeito a formalidades e a prazos imperativos e, ainda,

ao cumprimento de requisitos diversos, cujo conhecimento é

essencial para a concessão e manutenção do título habilitante

requerido para o exercício da actividade, é fundamental que

os processos sejam, não só correctamente instruídos, mas,

sobretudo, previamente analisados, de forma a evitar poten-

ciais indeferimentos, com todos os riscos daí decorrentes.

Foi tendo em consideração esta necessidade e reconhe-

cendo a importância de salvaguardar as condições do

exercício legal da actividade da construção e contribuir

para o melhor funcionamento do mercado, preocupa-

ções sempre presentes na actividade da AICCOPN, que

a Associação desenvolveu esforços junto do INCI no

sentido de ver intensificadas e reforçadas as suas com-

petências e a cooperação institucional neste âmbito.

A celebração do Protocolo com o InCI surge, assim,

como o corolário desta colaboração, trazendo bene-

fícios claros para as empresas associadas, num mo-

mento em que o sector atravessa uma profunda crise.

Este Protocolo de Cooperação vem permitir à AICCOPN, em

ligação directa com o InCI, dar resposta aos processos para

concessão, reclassificação e revalidação de Alvarás e Títulos

de Registo, de forma mais simples e célere, assegurando-se

aos Associados da AICCOPN, de forma gratuita, permanente

e descentralizada, um serviço essencial ao desenvolvimento

das suas actividades, tudo isto se traduzindo numa maior

eficácia, economia e rentabilização de recursos disponíveis.

Enquadrando-se ainda num objectivo de melhoria contínua

dos serviços que presta, a Associação irá disponibilizar este

atendimento na sede (Porto) e nas oito delegações distritais –

Aveiro, Braga, Bragança, Coimbra, Guarda, Viana do Castelo,

Vila Real e Viseu –, procurando assim corresponder às neces-

sidades das empresas e do Sector que lhe cumpre representar.

No âmbito deste Protocolo, a AICCOPN fará, on-line,

a organização e a verificação da conformidade dos do-

cumentos de cada processo de concessão, revalida-

ção e reclassificação de alvarás e títulos de registo.

Assim, e no que respeita aos processos de alvará, serão veri-

ficados e registados os requisitos de:

Page 52: Concreto 225

52 •

ENGENHARIA

Idoneidade: os empresários em nome

individual, as sociedades comerciais e os seus

representantes legais devem possuir idoneidade

comercial;

Capacidade Técnica: determinada em função

da estrutura organizacional da empresa e da

avaliação dos seus meios humanos e técnicos

empregues na produção, na gestão de obra

e na gestão da segurança, higiene e saúde

no trabalho, bem como do seu currículo na

actividade;

Capacidade Económica e Financeira: avaliada

através de valores de capitais próprios, volume

de negócios global e em obra e equilíbrio

financeiro, tendo em conta os indicadores de

liquidez geral e autonomia financeira;

Experiência em obras executadas e ou em curso

(no caso das elevações de classe).

No que respeita aos processos de ingresso e revalidação dos

títulos de registos, são verificados e registados os requisitos

relativos a:

Idoneidade: os empresários em nome

individual, as sociedades comerciais e os seus

representantes legais devem possuir idoneidade

comercial;

Objecto social ou Ramo de actividade

adequado às subcategorias pretendidas.

No entanto, a assinatura deste Protocolo só foi possível

graças aos conhecimentos e à experiência adquirida pela

AICCOPN, ao longo de mais de 50 anos de prestação de

serviços aos seus Associados na organização e instrução de

processos de alvarás. De facto, como foi reconhecido por

parte do InCI, a associação dispõe de meios humanos e

técnicos habilitados para o efeito e de delegações distribuídas

pelos diversos distritos que lhe permitem assegurar uma

prestação adequada na preparação e organização dos

referidos processos.

A celebração deste Protocolo terá certamente como resul-

tado imediato a simplificação procedimental na atribuição

dos títulos habilitantes para o exercício da actividade, por

outro lado a intensificação das relações e a crescente inte-

racção entre o InCI e a AICCOPN torna possível e desejável

o alargamento da cooperação e do papel da associação a

novas áreas de intervenção, tendo sempre em vista poten-

ciar a capacidade competitiva das empresas associadas,

atendendo a que ninguém melhor do que as associações

do sector, conhece as necessidades e a forma como tornar

mais competitivas as empresas de construção, dando assim

um maior contributo para o desenvolvimento do sector e do

País.

Serviços de Engenharia/Segurança e

Serviços Jurídico-Laborais

Page 53: Concreto 225

53

ENGENHARIA

Quadro I Habilitações - Categorias e Subcategorias dos Alvarás

(Portaria n.º 19/2004, de 10 de Janeiro)

1ª Categoria - Edifícios e Património Construído 4ª Categoria - Instalações Eléctricas e Mecânicas

1ª Estruturas e elementos de betão 1ª Instalações eléctricas de utilização de baixa tensão

2ª Estruturas metálicas 2ª Redes eléctricas de baixa tensão e postos de transformação

3º Estruturas de madeira 3ª Redes e instalações eléctri. de tensão de serviço até 60 KV

4ª Alvenarias, rebocos e assentamento de cantarias 4ª Redes e insta. eléctri. de tensão de serviço superior a 60 KV

5ª Estuques, pinturas e outros revestimentos 5ª Instalações de produção de energia eléctrica

6ª Carpintarias 6ª Instalações de tracção eléctrica

7ª Trabalhos em perfis não estrutrais 7ª Infra-estruturas de telecomunicações

8ª Canalizações e condutas em edifícios 8ª Sistemas de extinção de incêndios, segurança e detecção

9ª Instalações sem qualificação específica 9ª Ascensores, escadas mecânicas e tapetes rolantes

10ª Restauro de bens imóveis histórico-artísticos 10ª Aquecimento, ventilação, ar condicionado e refrigeração

2ª Categoria - Vias de Comunicação, Obras de Urbanização e Outras Infra-estruturas

11ª Estações de tratamento ambiental

1ª Vias de circulação rodoviária e aeródromos 12ª Redes de distribuição e instalações de gás

2ª Vias de circulação ferroviária 13ª Redes de ar comprimido e vácuo

3º Pontes e viadutos de betão 14ª Instalações de apoio e sinalização em siste. de transportes

4ª Pontes e viadutos metálicos 15ª Outras instalações mecânicas e electromecânicas

5ª Obras de arte correntes 5ª Categoria - Outros Trabalhos

6ª Saneamento básico 1ª Demolições

7ª Oleodutos e gasodutos 2ª Movimentação de terras

8ª Calcetamentos 3ª Túneis e outros trabalhos de geotecnia

9ª Ajardinamentos 4ª Fundações especiais

10ª Infra-estruturas de desporto e de lazer 5ª Reabilitação de elementos estruturais de betão

11ª Sinalização não eléctrica e dispositivos de protecção e segurança

6ª Paredes de contenção e ancoragens

3ª Categoria - Obras Hidraulicas 7ª Drenagens e tratamento de taludes

1ª Obras fluviais e aproveitamentos hidraúlicos 8ª Reparações e trata. superficiais em estruturas metálicos

2ª Obras portuárias 9ª Armaduras para betão armado

3º Obras de protecção costeira 10ª Cofragens

4ª Barragens e diques 11ª Impermeabilizações e isolamentos

5ª Dragagens 12ª Andaimes e outras estruturas provisórias

6ª Emissários 13ª Caminhos agrícolas e florestais

Page 54: Concreto 225

54 •

ENGENHARIA

Quadro II Classificação em Empreiteiro Geral ou Construtor Geral

Categoria Empreiteiro Geral ou Construtor Geral Subcategorias determinantes

1ª Edifícios de construção tradicional 1ª Estruturas e elementos de betão

4ª Alvenarias, rebocos e assentamento de cantarias

1ª Edifícios com estruturas metálica 2ª Estruturas metálicas

4ª Alvenarias, rebocos e assentamento de cantarias

1ª Edifícios de Madeira 3ª Estruturas de madeira

6ª Carpintarias

1ª Reabilitação e conservação de edifícios 4ª Alvenarias, rebocos e assentamento de cantarias

5ª Estuques, pinturas e outros revestimentos

2ª Obras rodoviárias1ª Vias de circulação rodoviária e aeródromos

3ª Pontes e viadutos de betão

2ª Obras ferroviárias

2ª Vias de circulação ferroviária

3ª Pontes e viadutos de betão, ou4ª Pontes e viadutos metálicos

2ª Obras de urbanização1ª Vias de circulação rodoviária e aeródromos

6ª Saneamento básico

Quadro III

Subcategorias dos Títulos de Registo

(Portaria n.º 14 / 2004, de 10 de Janeiro)

Alvenarias, rebocos e assentamento de cantarias

Estuques, pinturas e outros revestimentos

Carpintarias

Trabalhos em perfis não estruturais

Canalizações e condutas em edifícios

Instalações sem qualificação específica

Calcetamentos

Ajardinamentos

Instalações eléctricas de utilização de baixa tensão

Infra-estruturas de telecomunicações

Sistemas de extinção de incêndios, segurança e deteção

Armaduras para betão armado

Cofragens

Impermeabilizações e isolamentos

Page 55: Concreto 225

55

ENGENHARIA

Medidas para a Sustentabilidade da Construção (parte 1)

De acordo com Kibert (1994) entende-se por Sustentabili-

dade da Construção “a criação e gestão responsável de um

ambiente construído saudável, baseado na eficiência de re-

cursos e princípios ecológicos”. Ora, a concretização dos

objectivos subjacentes ao conceito da Sustentabilidade da

Construção torna necessário a implementação de um con-

junto alargado de medidas ao longo de todo o ciclo de vida

de um empreendimento que se podem enquadrar em cinco

campos de acção.

Campos de Acção para a Sustentabilidade da Construção

A - Integração Territorial

B- Preservação dos Recursos Naturais

C- Qualidade Ambiental

D- Eficiência Energética

E- Habitabilidade

A - Integração Territorial

A Integração Territorial é um dos campos fundamentais para

a sustentabilidade das construções, já que, para além do

seu contributo específico para a sustentabilidade, possibilita

uma enorme economia de recursos para a obtenção de bons

resultados nos restantes campos.

Com efeito, o campo da integração territorial, onde se in-

cluem medidas ao nível da Implantação territorial, da Área

de implantação, da Cercea da construção, da Preservação

da biodiversidade e da Valorização do património constru-

ído, tem um efeito directo e expressivo na sustentabilidade

de qualquer empreendimento.

A1- Implantação territorial – respeitando as orientações dos

Planos Directores Municipais, a escolha do local para im-

plantação de um empreendimento deve, sempre que possí-

vel, contribuir para reduzir os impactes da sua construção e

utilização. A implantação deve tirar partido das característi-

cas ambientais, designadamente da vegetação, da tempera-

tura, da orientação solar, da precipitação, da direcção dos

ventos, etc.

A execução de um empreendimento poderá também ser a

oportunidade para se recuperar uma determinada área de-

gradada ou abandonada e para se aproveitar e melhorar as

infra-estruturas existentes (vias de comunicação, redes de

abastecimento de água, esgotos, etc.).

A2- Área de implantação – deve procurar reduzir-se a área

de implantação do empreendimento de modo a disponibi-

lizar a maior área possível para espaços verdes e a maxi-

mizar a permeabilização do terreno. De igual modo, deve

Page 56: Concreto 225

56 •

ENGENHARIA

procurar-se assegurar uma boa integração entre a área de

implantação do empreendimento com as edificações próxi-

mas e os espaços verdes.

A3- Cercea da construção – é obrigatório respeitar os indica-

dores e índices urbanísticos estabelecidos pelos instrumen-

tos de gestão territorial (Plano Director Municipal, Plano de

Urbanização e Plano de Pormenor), não ultrapassando os

limites de altura estabelecidos para cada espaço.

A4- Preservação da biodiversidade – integrar, respeitar e

valorizar as zonas naturais existentes, assegurando a manu-

tenção das funções ecológicas do solo, nomeadamente a ca-

pacidade de suporte das actividades ecológicas do ciclo da

água, tais como a drenagem, a infiltra-

ção das águas e a protecção das zonas

mais susceptíveis à erosão. Preservar no

local todas as espécies de fauna e flora,

promovendo a continuidade da estrutu-

ra verde, de modo a favorecer a interli-

gação de habitats (vegetação sem inter-

rupções entre ruas e espaços públicos).

A5- Envolvente paisagística – conciliar

a paisagem construída com a paisagem

natural, possibilitando a valorização do

conjunto. Devem procurar-se manter as características e di-

nâmicas específicas dos locais, utilizando os materiais e os

matizes típicos e respeitando as tipologias construtivas pre-

dominantes.

A6- Valorização do património construído – quando a cons-

trução se realiza em espaços ou em edifícios com interesse

patrimonial devem implementar-se práticas de reabilitação

e de restauro. Importa, por todos os meios exequíveis, pre-

servar e valorizar a identidade e as características pré-exis-

tentes, designadamente ajustando a arquitectura e os futuros

usos aos tradicionalmente existentes.

Campo B - Preservação dos Recursos Naturais

A preservação de recursos naturais como a água e os ma-

teriais é um campo que na perspectiva da sustentabilidade

adquire um papel determinante para o equilíbrio ambiental,

na medida em que os impactes da utilização desmesurada

destes recursos podem ser muito negativos não só para o

território mas também para o próprio empreendimento.

Para evitar que tal aconteça é necessário que no empreen-

dimento se tomem medidas ao nível da Utilização de água

potável, do Escoamento de águas pluviais, do Tratamento e

reutilização das águas residuais, da Aplicação de materiais

locais, da Aplicação de materiais de bai-

xo impacte ambiental e da Durabilidade

dos materiais.

B1- Utilização de água potável – a água

deve ser consumida de forma sustentá-

vel, o que implica maior adequabilidade

e eficiência na sua utilização. Procura-

-se assim reduzir o consumo de água

primária proveniente da rede de abaste-

cimento público que deverá aproximar-

-se dos 80 l/hab.dia (o que representa

um poupança superior a 50% face ao consumo actual) e

de água secundária para valores próximos de 95 l/hab.dia.

A obtenção deste objectivo passa pela utilização de águas

de menor qualidade, quando isso seja possível, e pelo re-

curso a equipamentos eficientes tais como torneiras com re-

dutor, torneiras com misturadora, torneiras com sensores e

de autoclismos de dupla descarga ou de sistemas sanitários

“waterless”. É ainda muito importante a utilização de águas

pluviais para consumo secundário, a colocação de sistemas

de monitorização acessíveis aos utilizadores, bem como a

Page 57: Concreto 225

57

ENGENHARIA

diminuição da necessidade de consumo de água do exterior.

B2- Escoamento de águas pluviais – redução da quantidade

e velocidade de escoamento à superfície das águas pluviais,

através por exemplo do aumento do atrito do solo (tipo de

piso, tipo de vegetação de espaços verdes e jardins) e da

criação de zonas de retenção (terrenos pantanosos, lagos de

sedimentação, piscinas de retenção, bacias de infiltração,

cursos de drenagem ou filtros naturais) atenuando desta for-

ma as possibilidades de cheias em períodos de pluviosidade

muito intensa. Deve aumentar-se a área de permeabilização

do solo permitindo uma maior infiltração da água e poten-

ciar a drenagem para linhas de água naturais. Entre as medi-

das a tomar encontram-se os cuidados ao nível do desenho

do escoamento das águas pluviais em parques de estacio-

namento, vias de comunicação, telhados e coberturas. Des-

ta forma, pretende-se, também, evitar a contaminação (por

químicos, etc.) das águas locais, sobretudo nas zonas mais

sensíveis em termos ambientais.

B3- Tratamento e reutilização das águas residuais – a reutili-

zação das águas residuais para actividades como a descarga

de autoclismos, a rega e lavagem de espaços exteriores, etc.,

permitem um menor consumo de água potável. Os empre-

endimentos devem, sempre que possível, possuir sistemas

de tratamento das águas residuais no local, recorrendo no-

meadamente a sistemas biológicos adequados e de baixa in-

tensidades em energia e materiais (produtos de tratamento),

diminuindo assim a pressão sobre as estações de tratamento

municipais. As fito-ETAR’s são um bom exemplo do trata-

mento das águas residuais ao possibilitarem a sua posterior

reutilização.

B4- Aplicação de materiais locais – deve recorrer-se, sempre

que viável, à utilização de materiais existentes na região,

o que contribui para a redução das necessidades de trans-

porte (são admissíveis tempos de deslocação até cerca de

1 hora), logo também para a diminuição de emissões e do

consumo de energia. O emprego de materiais com origem

local promove uma maior harmonia na paisagem e estimula

a economia regional.

B5- Aplicação de materiais de baixo impacte ambiental –

fomentar a utilização de materiais com reduzido impacte

ambiental, nomeadamente através do recurso a materiais

certificados ambientalmente (pelo rótulo ecológico ou por

outros sistemas de certificação reconhecidos), de materiais

reciclados ou de materiais com bom desempenho ambien-

tal. É de evitar a utilização de materiais perigosos que con-

tenham compostos de amianto, arsénico, benzeno, cádmio,

chumbo, crómio, mercúrio, resinas fenólicas, solventes clo-

rados, sulfato, entre outros.

B6- Durabilidade dos materiais – deve procurar-se aumen-

tar a durabilidade dos materiais empregues nas construções,

o que permite reduzir o consumo de materiais e prolongar

a vida útil dos empreendimentos. Deste modo, diminuem

igualmente os custos ambientais que estão associados aos

processos de demolição dos espaços construídos, de recon-

versão ou de nova construção. Neste sentido, a forma como

se elaboram os projectos e se escolhem os materiais (durá-

veis e com fácil manutenção) é essencial. Particular atenção

deve merecer a durabilidade da estrutura, dos acabamentos

e das redes prediais. São valores aceitáveis 25 anos para as

redes prediais, 5 anos para os acabamentos e de 5 a 10 anos

para os equipamentos (elevadores, instalações eléctricas,

painéis solares, fotovoltaico, tratamento de efluentes, cal-

deiras, etc.).

Campo C - Qualidade Ambiental

Inserem-se no campo da Qualidade Ambiental medidas

associadas com a Redução, reciclagem e a reutilização os

Page 58: Concreto 225

58 •

ENGENHARIA

resíduos da construção e demolição (RCD’s), os Resíduos

perigosos, a Redução das emissões atmosféricas, o Contro-

lo das emissões de ruído e os Efeitos Térmicos, que podem

contribuir para reduzir os impactes das construções na am-

biente, tornando-as mais sustentáveis.

C1- Redução de resíduos da construção e demolição –

constitui um importante objectivo a diminuição da produ-

ção de resíduos nas várias fases de vida do empreendimen-

to, devendo ser definidas, ainda em projecto, as técnicas,

soluções e materiais que permitam não só produzir menos

quantidades de RCD’s, mas também reciclar e reutilizar os

resíduos em outros processos construtivos.

C2- Reciclagem e reutilização de resíduos da construção e

demolição – fomentar o aumento da percentagem de RCD’s

reciclados e reutilizados, tanto nas operações de constru-

ção, como de demolição. É preferível a reutilização de

RCD’s pois, em princípio, a energia necessária para o seu

processo de reaproveitamento é menor do que no caso dos

produtos reciclados.

C3- Resíduos perigosos – reduzir a produção de resíduos

perigosos durante a construção, o funcionamento e o fim

da vida útil dos empreendimentos. Isto implica a selecção

rigorosa dos materiais utilizados na construção e manuten-

ção dos empreendimentos (evitando-se o recurso a produtos

nocivos), tendo-se igualmente muito cuidado nas condições

de armazenamento e destino final dos materiais. A elabo-

ração de um plano de gestão e monitorização de resíduos

perigosos permite prever adequadamente locais para o ar-

mazenamento e a eliminação de resíduos perigosos (óleos,

tintas, pesticidas, pilhas, lâmpadas, cloro, etc.).

C4- Redução das emissões atmosféricas – diminuição das

actividades da construção que originam a emissão de partí-

culas, sobretudo de dióxido de enxofre (SO2) e de nitrogé-

nio (NOx). Assim sendo, devem ser eliminados ou reduzi-

dos os equipamentos que funcionem através de combustão

(aquecedores de querosene, lareiras, fogões, esquentadores,

caldeiras, etc.).

C5- Controlo das emissões de ruído – considera-se essen-

cial que os níveis de ruído causados pelos empreendimentos

sejam ambientalmente admissíveis, tanto para os humanos

como para os animais. Isto pressupõe o controlo rigoroso

das fontes de ruído, nomeadamente apostando em soluções

que permitam limitar as emissões de ruído para o exterior.

Devem assim ser tomadas as seguintes medidas: colocar

equipamentos silenciosos (potência sonora inferior a 50dB)

e elementos de redução de ruído nos equipamentos; locali-

zar adequadamente os equipamentos que produzam ruído;

aplicar deflectores que reduzam a propagação do som; co-

locar isolamentos apropriados nas paredes interiores ou ex-

teriores envolventes aos equipamentos que emitem ruídos.

C6- Efeitos Térmicos – o denominado efeito de ilha de ca-

lor, caracterizado por alterações do balanço térmico local,

conduz ao aumento de temperatura em alturas de calor, e

a um rápido arrefecimento em períodos de frio, cria des-

conforto e obriga a protecções suplementares no edificado

que permitam diminuir as alterações térmicas. São boas so-

luções: a utilização de cores claras nas fachadas, coberturas

e/ou telhado dos edifícios, assim como nos passeios e vias;

a utilização de vegetação sobre as coberturas; a limitação

das superfícies impermeáveis nas ruas, passeios e parques

de estacionamento exteriores; a utilização de vegetação nas

áreas exteriores; o aumento dos panos de água.

Branco Teixeira

(o artigo continuará no próximo número da revista)

Bibliografia: Pinheiro, M. D., Lider A - Apresentação sumá-

ria do Sistema de Avaliação Voluntário da Sustentabilidade

da Construção «www.lidera.info»

Page 59: Concreto 225

59

ENGENHARIA

Novas regras para a Microprodução

O regime jurídico aplicável à microprodução de electrici-

dade constante do Decreto-Lei n.º 363/2007, de 2 de No-

vembro foi recentemente alterado pelo Decreto-Lei n.º 118-

A/2010, de 25 de Outubro, que também procedeu à sua

republicação. Este diploma encontra-se integralmente em

vigor desde 9 de Dezembro de 2010.

O novo diploma vem criar condições mais favoráveis, mais

simples e mais transparentes para a produção de electricida-

de em baixa tensão e aplica-se:

a) à microprodução de electricidade a partir de recursos

renováveis e à microprodução de electricidade e calor

em co-geração, ainda que não renovável, mediante a uti-

lização de uma unidade ou instalação, monofásica ou

trifásica, em baixa tensão, com potência de ligação até

5,75 kW;

b) aos condomínios que integrem seis ou mais fracções,

em que sejam utilizadas instalações trifásicas com uma

potência até 11,04 kW.

O que é a Microprodução?

A microprodução consiste na produção de electricidade ou

de calor por intermédio de instalações de pequena potência,

designadas unidades de Microprodução.

Segundo o novo diploma, podem ser produtores electrici-

dade por intermédio de unidades de microprodução as en-

tidades que:

i. Disponham de uma instalação de utilização de energia

eléctrica com consumo efectivo de energia e que sejam ti-

tulares de contrato de compra e venda de electricidade em

baixa tensão celebrado com um comercializador, utilizan-

do, para tal, como energia primária, recursos renováveis

ou produzindo combinadamente electricidade e calor;

ii. A unidade de microprodução seja instalada no lo-

cal servido pela instalação eléctrica de utilização;

iii. A potência da unidade de microprodução não seja

superior a 50% da potência contratada, excepto se a ins-

talação eléctrica de utilização estiver em nome de con-

domínio, que integre seis ou mais fracções.

Principais alterações face ao diploma anterior

O Decreto-Lei n.º 118-A/2010 prevê que o procedimento

de acesso à microprodução seja processado em plataforma

electrónica, denominada Sistema de Registo da Microprodu-

ção (SRM), e remete para despacho do membro do Gover-

Page 60: Concreto 225

60 •

ENGENHARIA

no responsável pela área da energia, a publicar no SRM, a

definição dos elementos instrutórios do pedido de registo, a

marcha do respectivo procedimento e os termos da aceita-

ção e recusa de registo e atribuição da potência de ligação à

rede, bem como das demais instruções destinadas a assegu-

rar o disposto no referido diploma legal.

O Decreto-Lei n.º 118-A/2010, estabelece ainda que o

acesso à actividade de microprodução de electricidade está

sujeito a registo e subsequente obtenção de certificado de

exploração da instalação, no Sistema de Registo de Micro-

produção (SRM) que constitui uma plataforma electrónica

de interacção entre a Administração Pública e os produtores,

acessível através do Portal Renováveis na Hora.

Das alterações agora introduzidas ao regime jurídico aplicá-

vel à microprodução, destacam-se:

1. Aumento da quantidade de electricidade que pode

ser produzida, em que a potência atribuída passa para

25MW por ano, sendo que aos 14 MW já instalados no

ano de 2010 serão adicionados 10MW;

2. Criação de mecanismos que garantem o acesso à mi-

croprodução, com base em critérios de interesse públi-

co, a entidades que prestem serviços de carácter social,

tais como estabelecimentos na área da saúde, educação,

solidariedade, protecção social, defesa e segurança e ou-

tros serviços do Estado e autarquias locais;

3. Os procedimentos relacionados com o registo da pro-

dução em regime de microprodução passa a ser mais

simples e transparente, e é feito através de um registo

aberto que só deixa de estar disponível quando é atingi-

da a potência máxima para o ano em causa;

4. A generalidade dos comercializadores que fornecem a

electricidade fica obrigada a compararem a electricidade

microgerada;

5. Reajustamento do regime bonificado de venda de elec-

tricidade de modo a se tornar mais adequado aos custos

dos equipamentos associados às unidades de micropro-

dução e a privilegiar a adopção de medidas de eficiência

energética, exigindo que o local de consumo disponha

de colectores solares térmicos, caldeiras de biomassa;

6. Promoção e incentivo à investigação científica nesta

área, através da criação de um regime para que os labo-

ratórios do Estado e de outras entidades públicas possam

investigar, desenvolver, testar e aperfeiçoar novas tecno-

logias de produção eléctrica.

Remuneração e Facturação

A microprodução permite uma remuneração compensatória

da produção de energia que deve ser suficiente para incen-

tivar o aumento da produção.

O produtor de microprodução que entrega a totalidade de

energia produzida à rede eléctrica de serviço público, está

sujeito a um dos regimes remuneratórios:

- Regime geral – aplicável a todos os que tenham acedido à

actividade de microprodução e não se enquadrem no regi-

me bonificado;

- Regime bonificado – aplicável a produtores que preen-

cham cumulativamente os seguintes requisitos:

-A potência de ligação da respectiva unidade de

microprodução não seja superior a 3,68 kW ou no

Page 61: Concreto 225

61

ENGENHARIA

caso de condomínios, a 11,04 kW;

- A unidade de microprodução utilize uma das se-

guintes fontes de energia: Solar, Eólica, Hídrica,

Co-geração a biomassa, pilhas de combustível

com base em hidrogénio proveniente da micro-

produção renovável, e co-geração não renovável;

- O local de consumo associado à microprodução

disponha de colectores solares térmicos com um

mínimo de 2m 2 de área útil de colector ou de cal-

deira de biomassa com produção anual de energia

térmica equivalente.

O regime bonificado aplica-se ainda:

- À unidade de microprodução que seja uma co-geração

e esteja integrada no aquecimento do edifício (desde que

cumpra os dois primeiros pontos atrás);

- Aos condóminos, mediante uma auditoria energética e des-

de que a implementação de medidas de eficiência energéti-

ca identificadas na auditoria preveja um retorno até 2 anos.

No que diz respeito às tarifas aplicadas caso do regime ge-

ral, a potência máxima de ligação para venda é de 5,75 kW,

sendo aplicada a tarifa igual ao custo da energia do tarifário

aplicável pelo comercializador de último recurso (EDP).

Quanto ao regime bonificado, este é aplicável por 15 anos

(contados a partir do 1º dia do mês seguinte ao do início

de funcionamento), em que nos primeiros 8 anos a energia

é vendida a 400€/MWh, e nos 7 anos seguintes é aplicada

uma tarifa de 240€/MWh (estes são os valores de referência,

os quais dependem do tipo de fonte de energia que é utili-

zada para a produção de electricidade – ver Quadro I). Após

o período inicial de 15 anos, o produtor ingressa no regime

geral (preço de custo).

O valor fixado, à data do registo da unidade de Micro-

produção, mantém-se pelos períodos indicados. Aos

novos registos, realizados nos anos seguintes e após

esgotamento da potência máxima actual, será aplica-

da uma tarifa reduzida anualmente em € 200/MWh.

Quadro I

Tarifa referência a aplicar varia consoante o tipo de energia primária utilizada

Fonte de Energia % 1º Período 2º Período

Solar 100% 0,40€ 0,24€

Éolica 80% 0,32€ 0,19€

Hídrica 40% 0,16€ 0,10€

Co-geração a bio-Massa

70% 0,28€ 0,17€

Pilhas de Com-bustivel com base em Hidrogénio proveniente da microprodução renovável

Percentagem prevista nas alíneas anteriores aplicável ao tipo de energia renovável utili-zado para a produção do hidrogénio.

Co-Geração não renovável

40% 0,16€ 0,10€

Procedimentos de registo e certificação

Os procedimentos de registo e certificação (ver Quadro II)

da unidade de microprodução são efectuados através do re-

gisto electrónico no Portal SRM. Após o registo, deverá ser

solicitada a inspecção à instalação num período máximo de

120 dias. A inspecção é efectuada até 10 dias após o respec-

tivo pedido, e caso não sejam levantadas não conformidades

é entregue o respectivo certificado.

Page 62: Concreto 225

62 •

ENGENHARIA

Quadro II

Seja Microprodutor em 4 Passos

1º Avaliação

• Consulte a oferta de serviços das entidadas instaladoras registados no SRM - Sistema de Registo de Micro-produção;

• Solicite propostas comerciais às en-tidades instaladoras e avalie a renta-bilidade do investimento;

• Verifique se cumpre os requisitos previstos na lei

2º Registo

Registe a sua unidade de microprodução no SRM: • Preencha o formulário electrónico;• Pague a taxa de registo da instalação

de microprodução , por multibanco ou sistema de homebanking no pra-zo máximo de 5 dias.

3º Instalação

• Instale a unidade de microprodução no prazo máximo de 120 dias, para não perder o registo.

• Solicite a inspecção no SRM após a conclusão da instalação, com vista à obtenção do Certificado de Exploração.

4º Comercialização

• Assine e reenvie o contrato de com-pra e venda de electricidade que lhe será enviado automaticamente pelo seu comercializador após a emissão do certificado de Exploração;

• Notifique online no SRM a ssinatura do contracto. O SRM solicitará auto-maticamente a ligação da sua insta-lação à rede pela EDP distribuição;

• Com ligação à rede conclui o pro-cesso e tornou-se um microprodutor de electricidade.

Após a emissão do certificado, o microprodutor adere ao

contrato de compra e venda de electricidade, em que o co-

mercializador, comunica ao SRM a conclusão deste proce-

dimento, e em que a ligação da unidade de microprodução

é efectuada num prazo de 10 dias.

Entidades Competentes

A competência pela coordenação e fiscalização do processo

de gestão da microprodução é da Direcção-Geral de Ener-

gia e Geologia (DGEG). No entanto, a DGEG, mediante a

celebração de um protocolo, delegou parte das suas com-

petências à CERTIEL, cujos órgãos sociais a AICCOPN in-

tegra, como entidade legalmente constituída e reconhecida

para o desempenho destas funções. Cabe, então, à CERTIEL

a gestão e manutenção do SRM, bem como a realização de

inspecções às instalações de unidade de microprodução e a

emissão do respectivo certificado.

Aguarda-se agora que, com os novos incentivos criados,

este novo diploma produza resultados, permitindo a efectiva

consolidação da microprodução no nosso País de modo a

impulsionar o cumprimento dos objectivos definidos na Es-

tratégia Nacional para a Energia 2020 (ENE 2020), aprovado

pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 29/2010, de

15 de Abril.

Renata Rodrigues

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SEGURANÇA

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SEGURANÇA

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SEGURANÇA

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SEGURANÇA

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SEGURANÇA

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70 •

SEGURANÇA

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71

ENGENHARIA

Correspondência entre as Classes das ha-

bilitações constantes dos Alvarás de Cons-

trução e os Valores das obras que os seus

Titulares ficam Autorizados a Executar

Foi publicado, no Diário da República n.º 20 , 1ª Série de

28 de Janeiro, a Portaria n.º 57\2011, que vem fixar a cor-

respôndencia entre as classes em que são atribuídas as ha-

bilitações (categorias/subcategorias que ficam habilitados a

realizar.

Tendo por fundamento a actual situação económica do Sec-

tor, não foram alterados os valores das obras corresponden-

tes a cada uma das classes, pelo que se mantêm os valores

estabelecidos pela Portaria n.º 21/2010, de 11 de Janeiro, de

acordo com o indicado no quadro abaixo.

A presente portaria entrou em vigor no dia 1 de Fevereiro

do corrente ano, revogando a Portaria n.º 21/2010, de 11

de Janeiro.

Classe de Habilitações Valores das Obras (em Euros)

Classe 1 até 166 000

Classe 2 até 332 000

Classe 3 até 664 000

Classe 4 até 1 328 000

Classe 5 até 2 656 000

Classe 6 até 5 312 000

Classe 7 até 10 624 000

Classe 8 até 16 600 000

Classe 9 acima de 16 600 000

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Page 73: Concreto 225

73

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Plano de Saúde Prime - 15%;

Plano de Saúde Oral - 15%;

C a r t r a ck

Empresa líder nas técnologias de localização de viaturas e máquinas. A Cartrack oferece uma ampla

solução de gestão de frotas por GPS. Descontos para Associados da AICCOPN de 10% na Aquisição

de produtos.

I n C I

A AICCOPN e o InCI, celebraram um protocolo, no qual intensifica o seu papel de reforço de compe-

tências no âmbito dos Alvarás e Títulos de Registo. Este protocolo permite à AICCOPN uma ligação di-

recta ao InCI, dar resposta aos processos para concessão, reclassificação de alvarás e títulos de registo.

Estes é um serviço assegurado de forma gratuíta, permanente e descentralizada.

D i g i t a l s i g n

No âmbito do processo de Contratação Electónica, resultante do CCP - Código dos Contratos Públicos,

bem como o envio das comunicaçoes obrigatórias ao InCI e das obrigações estabelecidas pelo Regime

Jurídico da Urbanização e da Edificação, a AICCOPN celebrou um protocolo no qual os Associados

usufruem de um desconto, na nova funcionalidade de “Certificação Digital”.

P r e ve n s i s

Empresa especializada em Serviços de Higiene e Segurança no Trabalho (SHST), que trabalha na área

da prevenção e controlo de riscos laborais, colocando à disposição das empresas, uma série invadora

de serviços, a preços competitivos. Certificada pelo ACT. Descontos nos, “Serviços Base” - Serviços

Mínimo para cumprir a legislação e “Serviço Adicional” - Estaleiro ou Empresa.

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Regalias

AICCOPN

Fo r m a ç ã o \ E n s i n oCICCOPN - Centro de Formação Profissional da Industria da Construção Civil e Obras Públicas do Norte EGP-UPBS - University of Oporto Business School - Desconto de 12% a 15% em Pós Graduações Universidade Fernando Pesssoa - Descontos de 10% a 30%

As melhores Regalias para os Melhores Associados

S a ú d e \ C l í n i c a sHPP - SAUDE

Desconto de 10% em consulta externaDesconto de 15% em cirurgia\internamento

HOSPITAL DA TRINDADEDesconto de 15% sobre a tabela geral

FARMÁCIA DA TRINDADEDesconto de 10% sobre a tabela geral

CLIPÓVOA - HOSPITAL PRIVADODesconto de 7% em todos os serviços

HOSPITAL PRIVADO DA TROFADesconto de 15% sobre a tabela geral

FARMÁCIA DE COSTA CABRALDescontos de 10 a 30% em Medicamentos

CLÍNICA DENTÁRIA - SOS DENTEORMASA, LDA.

To d a s a s D e s p e s a s c o m Q u o t i z a ç õ e s a f avo r d a A I C C O P N s ã o D e d u t í ve i s e m 1 5 0 % d o s e u va l o r a t é 2 % º d o vo l u m e d e n e g ó c i o s d a e m p r e s a , p a r a e f e i t o s d e I R C ( a r t . º 4 4 d o C I R C ) .

C a r t ã o A z u l B PEste é um cartão direccionado para os Associados da AICCOPN, e às suas frotas de veiculos, sendo este um cartão de desconto e não de pagamento. O desconto é de 0,05€ (5 cêntimos) por litro.

S a ú d e P r i m eA Saúde Prime disponibiliza a sí e à sua Familia, um conjunto de Serviços Médicos e Seguro de Saúde que lhe proporcionam o máximo da qualidade e economia. Descontos desde 7,5% a 15% em:Seguro de Saúde Plano de Saúde PrimePlano de Saúde Oral

C a r t r a ckEmpresa líder nas técnologias de localização de viaturas e máquinas. A Cartrack oferece uma ampla solução de gestão de frotas por GPS. Descontos para Associados da AICCOPN de 10% na Aquisição de produtos.

I n C IA AICCOPN e o InCI, celebraram um protocolo, no qual intensifica o seu papel de reforço de competên-cias no âmbito dos Alvarás e Títulos de Registo. Este protocolo permite à AICCOPN uma ligação directa ao InCI, dar resposta aos processos para concessão, reclassificação de alvarás e títulos de registo. Estes é um serviço assegurado de forma gratuíta, perma-nente e descentralizada.

D i g i t a l s i g nNo âmbito do processo de Contrata-ção Electónica, resultante do CCP - Código dos Contratos Públicos, bem como o envio das comunicaçoes obrigatórias ao InCI e das obrigações estabelecidas pelo Regime Jurídico da Urbanização e da Edificação, a AICCOPN celebrou um protocolo no qual os Associados usufruem de um desconto, na nova funcionalidade de “Certificação Digital”.

I S QEste Protocolo visa a prestação de Serviços pelo ISQ nas suas diversas áreas de especialidade, nomeadamente nas inspecções técnicas, ensaios laboratoriais, consultoria, formação e investigação e desenvolvimento. Os Associados da AICCOPN, poderão usufruir, em condições muito vantajosas.

P r e ve n s i sEmpresa especializada em Serviços de Higiene e Segurança no Trabalho (SHST), que trabalha na área da prevenção e controlo de riscos laborais, colocando à disposição das empresas, uma série invadora de serviços, a preços competitivos. Certificada pelo ACT. Descontos nos, “Serviços Base” - Serviços Mínimo para cumprir a legislação e “Serviço Adicional” - Estaleiro ou Empresa.

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REGALIAS PARA ASSOCIADOS

A l o j a m e n t o

G r u p o s

Pe s t a n a H o t e l s & R e s o r t s e Po u -s a d a s d e Po r t u g a l

Central de Reservas Pousadas de Por-tugal - Tel. 21 844 20 [email protected]% de desconto sobre as tarifas / promoções publicadas no site www.pousadas.ptCódigo - 42033Central de Reservas Pestana Hotels & Resorts - Tel. 282 240 [email protected]

G r u p o C o n t i n e n t a l

Choice Hotels Europe Holiday Inn ExpressTel. 210 046 046 [email protected]

S a n a H o t e l s

www.sanahotels.com

Tivo l i H o t e l s & R e s o r t s

www.tivolihotels.com

M o n t e b e l o H o t e l s & R e s o r t s

Visabeira TurismoTel. 232 420 000 [email protected]

A l g a r ve

B o a Vi s t a H o t e l & S p a * * * *

Rua Samora Barros, 20 8200-178 AlbufeiraTel. 289 589 175Fax. 289 589 [email protected]% de desconto

B o a A l g a r ve C a s i n o * * * * *

Praia da Rocha 8500-802 PortimãoTel. 282 400 000Fax. 282 402 [email protected]

H o t e l d a A l d e i a * * * *

Av. Dr. Francisco Sá Carneiro 8200-280 AlbufeiraTel. 289 588 861/2/3Fax. 289 588 [email protected]% de desconto

Po r t o D o n a M a r i a G o l f & R e s o r t * * * * *

Sítio dos Montinhos da Luz Apartado 58 - Praia da Luz8601-901 Luz-LagosTel. 282 690 300Fax. 282 697 [email protected]% de desconto

Ave i r o

H o t e l A f o n s o V

Rua Dr. Manuel das Neves, 65 3810-101 AveiroTel. 234 425 191/2/3Fax. 234 381 111

H o t e l A p a r t . º S o l ve r d e * * * * *

Rua 21, 85 4500-267 EspinhoTel. 22 731 31 44Fax. 22 731 31 [email protected]

P r a i a G o l f e H o t e l * * * *

Rua 6 4500-357 EspinhoTel. 22 733 10 00Fax. 22 733 10 [email protected]% de desconto

G ra n d e H o t e l d a C u r i a G o l f & S p a * * * *

Avenida dos Plátanos - Curia 3780-541 Tamengos - AnadiaTel. 231 515 720Fax. 231 515 [email protected]% de desconto

C u r i a C l u b e

Apartamentos Turísticos Apartado 18 - 3780 - CuriaTel. 231 504 197Fax. 231 515 [email protected]% de desconto

H o t e l M é l i a R i a * * * *

Cais da Fonte Nova, Lote 5 3810-200 AveiroTel. 234 401 000Fax. 234 401 [email protected]% de desconto

B ra g a

H o t e l A x i s O f i r * * * *

Avenida Raul Sousa Martins 4740-405 Offir - EsposendeTel. 253 989 [email protected]% de desconto (excepto Agosto)

É vo ra

H o t e l R u ra l M o n t e d o C a r m o

Apartado 7 7006-901 AzarujaTel. 266 970 050Fax. 266 978 [email protected]% de desconto

L i s b o a

H F F é n i x L i s b o a * * * *

Praça Marquês de Pombal, 8 1269-133 LisboaTel. 21 386 21 21Fax. 21 386 01 [email protected]

H o t e l B r i t â n i a * * * *

Rua Rodrigues Sampaio, 17 1100 LisboaTel. 21 315 50 16Fax. 21 315 50 215% de desconto

H F F é n i x G a r d e n * * * *

Rua Joaquim António de Aguiar, 3 1050-010 LisboaTel. 21 384 56 50Fax. 21 385 56 [email protected]

H F F é n i x U r b a n * * * *

Av. António Augusto de Aguiar, 3 1069 LisboaTel. 21 357 50 00Fax. 21 357 99 [email protected]

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REGALIAS PARA ASSOCIADOS

H o t e l L i s b o a P l a z a * * * *

Travessa Salitre, 7 Avenida da Liberdade 1296-066 LisboaTel. 21 321 82 18Fax. 21 347 16 305% de desconto

A s j a n e l a s Ve r d e s

Rua das Janelas Verdes, 47 1200-670 LisboaTel. 21 396 81 43Fax. 21 396 81 [email protected]% de desconto

S o l a r d o C a s t e l o

Rua das Cozinhas, 2 (ao castelo) 1100-081 LisboaTel. 21 887 09 09Fax. 21 887 09 [email protected]% de desconto

H o t e l A l i f * * *

Campo Pequeno, 511000-304 LisboaTel. 21 782 62 10Fax. 21 795 41 [email protected]

H o t e l P r í n c i p e R e a l * * * *

Rua da Alegria, 53 1250-006 LisboaTel. 21 340 73 50Fax. 21 342 21 [email protected]% de desconto

H o t e l S . M a m e d e E s t o r i l

Av. Marginal, 7105 2765-248 EstorilTel. 21 465 91 10Fax. 21 467 14 [email protected]

H e r i t a g e Ave n i d a d a L i b e r d a d e H o t e l * * * *

Av. da Liberdade, 28 1250-145 LisboaTel. 21 340 40 40Fax. 21 340 40 [email protected]% de desconto

H o t e l V I P E x e c u t i v e A r t ’s

Av. D. João II, Lote - 1.18 1998-028 Lisboa Tel. 21 002 04 06Fax. 21 002 04 [email protected]

E u r o s t a r s H o t e l d a s L e t r a s * * * * *

Rua do Castilho, 6-12 1250-069 LisboaTel. 21 357 30 94Fax. 21 316 12 [email protected]

A l t i s H o t e l s

www.altishotels.com5% de desconto sobre a melhor tarifa publicada no site.

Po r t o

Ti a r a Pa r k A t l a n t i c Po r t o * * * * *

Avenida da Boavista, 1466 4100-114 PortoTel. 22 607 25 00Fax. 22 600 32 [email protected]% de desconto (excepto Agosto)

S h e r a t o n Po r t o H o t e l & S p a * * * * *

Rua Tenete Valadim, 146 4100-476 PortoTel. 22 040 04 41Fax. 22 040 41 [email protected]% de desconto

H o t e l S o l ve r d e S p a & We l n e s s C e n t e r * * * * *

Avenida da Liberdade 4405-362 S. Félix da MarinhaTel. 22 733 80 30Fax. 22 731 31 [email protected]

H F F é n i x Po r t o * * * *

Rua Gonçalo Sampaio, 282 4450-365 PortoTel. 22 607 18 00Fax. 22 607 18 [email protected]

H o t e l D. H e n r i q u e * * * *

Rua Guedes de Azevedo,179 4049-009 PortoTel. 22 340 16 16Fax. 22 340 16 00

H F I p a n e m a Po r t o * * * *

Rua do Campo Alegre, 156 4150-169 PortoTel. 22 607 50 59Fax. 22 606 33 [email protected]

H F I p a n e m a Pa r k * * * * *

Rua de Serralves, 124 4150-702 PortoTel. 22 532 21 00Fax. 22 610 28 [email protected]

H F Tu e l a Po r t o * * *

Rua Arq. Marques da Silva, 200 4150 [email protected]. 22 600 47 47 Fax. 22 600 37 09

E s t a l a g e m d a Vi a N o r t e * * * *

Via Norte - Leça do Balio, 124 4465-764 Leça do BalioTel. 22 944 82 94/5Fax. 22 944 83 22

B e t a Po r t o H o t e l & H e l t h C l u b * * * *

Rua do Amial, 601 a 607 4200-062 PortoTel. 22 834 86 60Fax. 22 834 86 [email protected]% de desconto

H o t e l E u r o s t a r s d a s A r t e s

Rua do Rosário, 160 a 164 4050-521 PortoTel. 22 207 12 50Fax. 22 207 12 59

B e s s a H o t e l * * * *

Rua Dr. Marques Carvalho, 1114100-325 PortoTel. 22 60 50 000Fax. 22 60 50 [email protected]

H o t e l To r r e M a r * *

Rua Gomes Amorim, 2121A Ver-o-mar4490-091 Póvoa do VarzimTel. 252 298 670Fax. 252 298 [email protected]% de desconto(Excepto de 15 de Julho a 31 Agosto)

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REGALIAS PARA ASSOCIADOS

H o t e l C i d n ay * * * *

Praça do Municipio 4789-909 Santo TirsoTel. 252 859 300Fax. 252 859 [email protected]% de desconto

Po r t o Pa l á c i o C o n g r e s s H o t e l & S p a * * * * *

Avenida da Boavista, 12694100-130 PortoTel. 22 608 66 00Fax. 22 609 14 [email protected]

H o t e l D o u r o

Rua da Meditação, n.º 71 4150-487 PortoTel. 22 600 11 22Fax. 22 600 10 [email protected]

Vi a n a d o C a s t e l o

H o t e l M o n t e P r a d o * * * * *

Monte Prado Melgaço 4960-320 PradoTel. 251 400 130Fax. 251 400 [email protected]

C a s a d o A n q u i ã o

Turismo de Habitação, Fornelos EN 2014990 - 620 Ponte de LimaTel. 253 989 800Fax. 258 900 [email protected]% de desconto(Excepto Agosto)

H o t e l A x i s Po n t e d e L i m a

Quinta de Pias - Fornelos 4990-620 Ponte de LimaTel. 258 900 250Fax. 258 900 [email protected]% de desconto (Excepto Agosto)

Q u i n t a d a Fo z d o s C a s t e l h a n o s

Rua Campo do Souto, n.º 244/310 4905-370 Barroselas Viana do CasteloTel. 963 239 [email protected]% de desconto

Vi l a R e a l

H o t e l Pe t r u s * * *

Rua Família de Camões, 20 Junto às Termas 5400-239 ChavesTel. 276 351 409 / 500Fax. 276 348 [email protected]

H o t e l C a s i n o d e C h ave s

Lugar do Extremo - Chaves 5400-239 ChavesTel. 276 309 600Fax. 276 348 [email protected]

20% de desconto(Excepto de 15 de Julho a 31 Agosto)

C o n s u l t o r i a

Tu r n & Wi n

Recuperação de EmpresasAv. Dr. Germano Vieira, 614 - 1º TGueifões - MaiaTel. 22 960 21 61

G i n á s i o s

G a i a S p o r t C e n t e r

Rua Gen.Torres, 1162 D - Ed. Douro4600-164 Vila Nova de GaiaTel. 223 714 375Fax. 223 708 [email protected]

Te t r a H e a l t h C l u b

Rua Domingos Sequeira, 224 C 4050-230 Portowww.tetra.pt

A g ê n c i a s d e Vi a g e n s

D - Vi a g e m

Grupo Orizonia Praça da Alegria, 654050-496 PortoTel. 22 207 13 30Fax. 22 208 58 [email protected]

Pa m To u r s

Largo Ferreira da Lapa, 48 - Bom Sucesso Tel. 22 600 79 72Fax. 22 600 80 [email protected]% de desconto em viagens (Pacotes Turísticos)

O u t r o s S e r v i ç o s

C a r l o s R a m ô a , L d a .

Certificação Energética de EdifíciosRua da Vila Velha, 454490-555 Póvoa de VarzimTel. 252 684 967Fax. 252 688 [email protected]% de desconto

E x p o f o r m a , S . A .

Rua Tomás Ribeiro, 132 - 1º4450-293 MatosinhosTel. 229 373 982 / 229 370 755Fax. 229 372 392Montagem de stands, lojas e sho-wrooms10% de desconto

I n s t i t u t o Ó p t i c o A l p i a r ç a

Praça José Rodrigues Faustino Pi-nhão, n.º 62090-054 AlpiarçaTel. 243 556 500Fax. 243 556 500Descontos diversos

I n s t i t u t o Ó p t i c o d o C a r t a x o

Travessa do Comendador, n.º 2G/V c/ Rua Batalhoz2070-134 CartaxoTel. 243 703 073Fax. 243 703 073Descontos diversos

I n s t i t u t o Ó p t i c o d a C h a m u s c a

Rua Direita de S. Pedro, n.º 1702140-665 ChamuscaTel. 249 768 074Fax. 249 768 074Descontos diversos

I n s t i t u t o Ó p t i c o d a G o l e g â

Largo da Imaculada Conceição, n.º 62150-123 GolegâTel. 249 976 762Fax. 249 976 762Descontos diversos

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REGALIAS PARA ASSOCIADOS

Ó p t i c a C e n t r a l d o C a r t a x o

Rua de Serpa Pinto, n.º 12070-116 CartaxoTel. 243 702 005Descontos diversos

Ó p t i c a C e n t r a l d e A b ra n t e s

Rua Bernardino Machado, n.º 132200-379 AbrantesTel. 241 372 374Fax. 241 361 979Descontos diversos

O p t i +

Rua Mártires da Liberdade, n.º 3364050-350 PortoTel. 220 146 [email protected] de optometria e contactolo-gia gratuítos25% de desconto em armações, len-tes oftálmicas e óculos de sol

N ave n t o

GS - Sistemas de Localização, Lda. Rua Teixeira Lopes, 192 - Loja 14400-320 Vila Nova de GaiaTel. 309 879 959 [email protected]% de desconto na aquisição dos localizadores e nas taxas de acesso aos serviços na modalidade de paga-mento anual

A p o i o & C o m p a n h i a

Apoio DomiciliárioRua do Campo Alegre, 11624415-173 PortoTel. 220 967 385 [email protected]% de desconto

C â m a ra d e C o m é rc i o e I n d u s -t r i a L u s o - E s p a n h o l a

Delegação do PortoRua Júlio Dinis, 247 - Loja 24Edifcío Mota GAliza4050-145 PortoTel. 226 094 828Fax. 226 094 829 [email protected]% de desconto nos cursos de for-mação ministrada pela Câmara de Comércio

N o t a :

N o c a s o d a s e n t i d a d e s o n d e n ã o s e e n c o n t r a e s p e c i f i c a d a a r e g a l i a c o n c e d i d a , d e ve m o s S e n h o r e s A s s o c i a d o s , c o n t a c t a r o D e p a r t a m e n t o d e C o m u n i c a ç ã o d a A I C C O P N .

A A I C C O P N n ã o s e r e s p o n s a b i l i z a p o r e ve n t u a i s a l t e r a ç õ e s à s r e g a l i a s a q u i d i v u l g a d a s q u e n ã o s e j a m a t e m p a d a m e n t e c o m u n i c a d a s p e l a e n t i d a d e s .

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