160
MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA CURSO DE MESTRADO EM ENGENHARIA DE TRANSPORTES CAP FRANCISCO LOPES DE MAGALHÃES JUNIOR CONCRETO ARMADO REFORÇADO COM FIBRAS SOB CARGAS DE IMPACTO PARA A SEGURANÇA DE VIAS PÚBLICAS Rio de Janeiro 2012

concreto armado reforçado com fibras sob cargas de impacto para a

Embed Size (px)

Citation preview

MINISTÉRIO DA DEFESA

EXÉRCITO BRASILEIRO

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA

INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA

CURSO DE MESTRADO EM ENGENHARIA DE TRANSPORTES

CAP FRANCISCO LOPES DE MAGALHÃES JUNIOR

CONCRETO ARMADO REFORÇADO COM FIBRAS SOB CARGAS DE IMPACTO

PARA A SEGURANÇA DE VIAS PÚBLICAS

Rio de Janeiro

2012

1

INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA

CAP FRANCISCO LOPES DE MAGALHÃES JUNIOR

CONCRETO ARMADO REFORÇADO COM FIBRAS SOB CARGAS

DE IMPACTO PARA A SEGURANÇA DE VIAS PÚBLICAS

Dissertação de Mestrado apresentada ao Curso de

Mestrado em Engenharia de Transportes do Instituto

Militar de Engenharia, como requisito parcial para a

obtenção do título de Mestre em Ciências em Engenharia

de Transportes.

Orientadores: Prof. Luiz Antonio Vieira Carneiro, D.Sc. e

Prof. Carlos Alexandre Bastos de Vasconcellos, D.Sc.

Rio de Janeiro

2012

2

c2012

INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA

Praça General Tibúrcio, 80 – Praia Vermelha.

Rio de Janeiro - RJ CEP: 22290-270

Este exemplar é de propriedade do Instituto Militar de Engenharia, que poderá incluí-

lo em base de dados, armazenar em computador, microfilmar ou adotar qualquer

forma de arquivamento.

É permitida a menção, reprodução parcial ou integral e a transmissão entre

bibliotecas deste trabalho, sem modificação de seu texto, em qualquer meio que

esteja ou venha a ser fixado, para pesquisa acadêmica, comentários e citações,

desde que sem finalidade comercial e que seja feita a referência bibliográfica

completa.

Os conceitos expressos neste trabalho são de responsabilidade do autor e dos

orientadores.

625.7 Magalhães Junior, Francisco Lopes de

M188c Concreto armado reforçado com fibras sob cargas de impacto para a

segurança de vias públicas / Francisco Lopes de Magalhães Junior;

orientado por Luiz Antonio Vieira Carneiro, Carlos Alexandre Bastos de

Vasconcellos – Rio de Janeiro: Instituto Militar de Engenharia, 2012.

159 f.: il.

Dissertação (mestrado). – Instituto Militar de Engenharia. – Rio de

Janeiro, 2012. 1. Engenharia de Transportes. 2. Concreto armado. 3. Impacto

balístico. 4. Fibras de aço. I. Carneiro, Luiz Antonio Vieira. II. Vasconcellos, Carlos Alexandre Bastos. III. Título. IV. Instituto Militar de Engenharia.

CDD 625.7

3

INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA

CAP FRANCISCO LOPES DE MAGALHÃES JUNIOR

CONCRETO ARMADO REFORÇADO COM FIBRAS SOB CARGAS

DE IMPACTO PARA A SEGURANÇA DE VIAS PÚBLICAS

Dissertação de Mestrado apresentada ao Curso de Mestrado em Engenharia de

Transportes do Instituto Militar de Engenharia, como requisito parcial para a

obtenção do título de Mestre em Ciências em Engenharia de Transportes.

Orientadores: Prof. Luiz Antonio Vieira Carneiro, D.Sc.

Prof. Carlos Alexandre Bastos de Vasconcellos, D.Sc.

Aprovada em 27 de julho de 2012 pela Banca Examinadora:

_____________________________________________________________ Prof. Luiz Antonio Vieira Carneiro, D.Sc. do IME

_____________________________________________________________ Prof. Carlos Alexandre Bastos de Vasconcellos, D.Sc. do IME

_____________________________________________________________ Profª. Maria Elizabeth da Nóbrega, D.Sc. da UERJ

_____________________________________________________________ Prof. Giuseppe Barbosa Guimarães, Ph.D. da PUC/RJ

_____________________________________________________________ Prof. Alaelson Vieira Gomes, D.Sc. do IME

Rio de Janeiro

2012

4

AGRADECIMENTOS

A Deus pela vida e pela oportunidade de estar nesse mundo aprendendo a cada

dia mais.

A minha esposa Lenise pelo companheirismo, apoio e cumplicidade durante

todos os obstáculos da vida e da carreira.

A minha sogra Márcia e ao meu sogro Ferlin pelo carinho e apoio nos momentos

de dificuldades durante o trabalho.

Aos meus orientadores Profº Dsc Carneiro e Profº Dsc Vasconcellos pelas

orientações e conselhos durante todas as fases de desenvolvimento do mestrado.

Aos companheiros do CAEx (TC Gatti, Maj Malizia, ST Cézar, 1º Sgt Lima, 2º

Sgt Marcelo Alves, 3º Sgt Santiago, 3º Sgt Machado e 3º Sgt Paiva) pelo apoio

durante os intermináveis ensaios na linha de tiro.

Aos técnicos do laboratório de concreto do IME (3º Sgt Mauro e Vanderley) pelo

apoio durante a confecção dos corpos de prova e ensaios de caracterização dos

materiais.

Ao Sr. Eng. Rodrigo Menegaz Müller, Supervisor de Assessoria Técnica/RJ da

Holcim Brasil S.A., pela doação do cimento utilizado neste trabalho.

A Sr. Carlos Rafael Vieira Guimarães do Departamento de Soluções Ambientais

da Maccaferri América Latina, pelo fornecimento das fibras de aço utilizadas neste

trabalho.

A FAPERJ pelo apoio financeiro para realização da pesquisa.

A todos os professores do IME pelo ensinamento.

Ao IME e ao Exército Brasileiro por proporcionar todas as condições para a

conclusão do mestrado.

5

SUMÁRIO LISTA DE ILUSTRAÇÕES............................................................................................9

LISTA DE TABELAS...................................................................................................13

LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS ................................................................16

LISTA DE SIGLAS......................................................................................................18

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 21

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ....................................................................... 26

2.1 Breve Resumo Sobre Blindagem ................................................................ 26

2.2 Conceitos Balísticos .................................................................................... 29

2.3 Munição ....................................................................................................... 30

2.3.1 Propelente ................................................................................................... 31

2.3.2 Espoleta ....................................................................................................... 32

2.3.3 Estojo ........................................................................................................... 33

2.3.4 Projéteis ....................................................................................................... 33

2.3.5 Calibre ......................................................................................................... 34

2.3.6 Calibres Utilizados ....................................................................................... 34

2.3.6.1 Calibre 9 mm ................................................................................................ 34

2.3.6.2 Calibre 7,62 mm ........................................................................................... 35

2.3.6.3 Calibre 0.50 pol ............................................................................................ 36

2.4 Efeitos de Cargas de Impacto Sobre o Concreto ........................................ 36

2.5 Reforço de Estuturas de Concreto Contra Impactos Balísticos ................... 39

2.5.1 Fibras de Aço ............................................................................................... 40

2.5.2 Fibras de Carbono ....................................................................................... 40

2.5.3 Fibras de Vidro............................................................................................. 40

2.6 Modelos de Previsão do Comprimento de Penetração................................ 41

2.6.1 Método PETRY MODIFICADO .................................................................... 41

2.6.2 Método UKAEA ............................................................................................ 42

2.6.3 Método WHIFFEN ........................................................................................ 43

2.6.4 Método ACE ................................................................................................ 43

2.6.5 Método HALDAR ......................................................................................... 44

2.6.6 Método ADELI e AMIN ................................................................................. 45

6

2.6.7 Método NDRC MODIFICADO ...................................................................... 45

2.6.8 Método AMMANN e WHITNEY.................................................................... 46

2.6.9 Método BRL MODIFICADA ......................................................................... 46

2.7 Estudos Existentes Sobre Cargas de Impacto em Concreto ....................... 48

2.7.1 FORRESTAL et al. (1996) ........................................................................... 48

2.7.2 FREW et al. (1998) ...................................................................................... 50

2.7.3 LUO et al. (2000) ......................................................................................... 52

2.7.4 SONG et al. (2005) ...................................................................................... 55

2.7.5 ZHANG et al. (2005) .................................................................................... 57

2.7.6 VOSSOUGHI et al. (2007) ........................................................................... 63

2.7.7 DANCYGIER et al. (2007) ........................................................................... 66

2.7.8 MOHAMED et al. (2009) .............................................................................. 69

2.7.9 SOBRAL (2011) ........................................................................................... 72

3 PROGRAMA EXPERIMENTAL .................................................................. 75

3.1 Introdução .................................................................................................... 75

3.2 Ensaios Executados .................................................................................... 76

3.2.1 Nomenclatura Adotada para as Placas ........................................................ 76

3.3 Materiais Utilizados...................................................................................... 79

3.3.1 Concreto ...................................................................................................... 79

3.3.2 Barras de Aço .............................................................................................. 82

3.3.3 Fibras de Aço ............................................................................................... 84

3.3.4 Fibras de Carbono ....................................................................................... 85

3.3.5 Fibras de Vidro............................................................................................. 86

3.3.6 Resina de Imprimação ................................................................................. 87

3.3.7 Resina Epóxi ................................................................................................ 88

3.3.8 Compósito de Resina e Fibras de Carbono ................................................. 89

3.3.9 Compósito de Resina e Fibras de Vidro ...................................................... 89

3.4 Execução das Placas .................................................................................. 90

3.5 Aplicação do Reforço de Resina e Fibras .................................................... 95

3.6 Ensaios Balísticos ....................................................................................... 98

3.6.1 Projéteis Empregados ................................................................................ 104

3.7 Ensaios de Tração Uniaxial nos Compósitos ............................................ 105

7

3.7.1 Ensaio de Tração CFRP ............................................................................ 105

3.7.2 Ensaio de Tração GFRP ............................................................................ 106

4 RESULTADOS DOS ENSAIOS ................................................................ 109

4.1 Resistência do Concreto à Compressão ................................................... 109

4.2 Módulo de Elasticidade do Concreto ......................................................... 112

4.3 Resultados Ensaios Compósito de Resina e Fibras de Vidro .................... 115

4.4 Resultados Ensaios Compósito de Resina e Fibras de Carbono .............. 115

4.5 Variação de Massa das Placas de Concreto ............................................. 116

4.6 Danos nas Faces Anterior e Posterior ....................................................... 119

4.7 Comprimento de Penetração e Estilhaçamento ........................................ 123

4.8 Descrição das Placas Após o Ensaio ........................................................ 128

5 ANÁLISE DOS RESULTADOS ................................................................ 135

5.1 Introdução .................................................................................................. 135

5.2 Resistência do Concreto à Compressão ................................................... 135

5.3 Módulo de Elasticidade Longitudinal do Concreto ..................................... 135

5.4 Variação de Massa das Placas de Concreto ............................................. 136

5.5 Danos nas Faces Anterior e Posterior ....................................................... 138

5.6 Comprimento de Penetração ..................................................................... 141

5.6.1 PETRY MODIFICADO apud VOSSOUGHI et al. (2007) ........................... 142

5.6.2 UKAEA apud LI et al. (2005) ...................................................................... 143

5.6.3 WHIFFEN apud LI et al. (2005) ................................................................. 144

5.6.4 Método ACE apud VOSSOUGHI et al. (2007) ........................................... 145

5.6.5 HALDAR apud VOSSOUGHI et al. (2007) ................................................. 146

5.6.6 ADELI e AMIN apud LI et al. (2005) ........................................................... 147

5.6.7 Método NDRC MODIFICADO apud VOSSOUGHI et al. (2007) ................ 147

5.6.8 AMMANN e WHITNEY apud LI et al. (2005) ............................................. 148

5.6.9 Método BRL MODIFICADO apud VOSSOUGHI et al. (2007) ................... 149

5.6.10 Considerações Gerais ............................................................................... 150

5.7 Comprimento de Estilhaçamento ............................................................... 153

6 CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA FUTUROS TRABALHOS .......... 154

8

7 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA .............................................................. 157

9

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIG. 1.1 “Após tiroteio na Linha Vermelha, polícia busca infratores fugitivos”...........22

FIG. 1.2 Barreira acústica da Linha Vermelha é alvo de tiros.................................... 23

FIG. 1.3 “Atirador entra em escola em Realengo, mata alunos e se suicida”. ........... 24

FIG. 2.1 Fuzil AR-15. ................................................................................................. 28

FIG. 2.2 FAL e Parafal. .............................................................................................. 28

FIG. 2.3 Aramas por níveis de proteção. ................................................................... 28

FIG. 2.4 Trajetória do projétil dentro do cano. ........................................................... 29

FIG. 2.5 Projétil após sair da arma com ação dos gases. ......................................... 29

FIG. 2.6 Viagem de projétil ao alvo. .......................................................................... 30

FIG. 2.7 Projétil após interagir com seu alvo. ............................................................ 30

FIG. 2.8 Partes de um cartucho. ................................................................................ 31

FIG. 2.9 Pólvora. ....................................................................................................... 31

FIG. 2.10 Diversos tipos de espoletas. ...................................................................... 32

FIG. 2.11 Espoletas retiradas do estojo. ................................................................... 32

FIG. 2.12 Estojos diversos. ........................................................................................ 33

FIG. 2.13 Projétil em deslocamento. ......................................................................... 33

FIG. 2.14 Projéteis. .................................................................................................... 34

FIG. 2.15 Projéteis 9 mm. .......................................................................................... 35

FIG. 2.16 Cartuchos 7,62 mm. .................................................................................. 35

FIG. 2.17 Munição comum de 0.50 pol. ..................................................................... 36

FIG. 2.18 Penetração e destacamento no concreto. ................................................. 37

FIG. 2.19 Perfuração, destacamento e estilhaçamento no concreto. ........................ 38

FIG. 2.20 Penetração, destacamento e estilhaçamento no concreto. ....................... 38

FIG. 2.21 Estilhaçamento por punção no concreto. ................................................... 39

FIG. 2.22 Curva fc versus Kp. ..................................................................................... 42

FIG. 2.23 Velocidade projétil versus Penetração no concreto. .................................. 52

FIG. 2.24 Blocos ensaiados por LUO et al. (2000). ................................................... 54

FIG. 2.25 Distribuição de frequência dos ensaios por SONG et al. (2000). .............. 56

FIG. 2.26 Croqui do ensaio de impacto. .................................................................... 57

FIG. 2.27 Efeito da resistência do concreto à compressão no comprimento de

penetração dos corpos de prova de concreto ensaiados por ZHANG et al. (2005). .. 60

10

FIG. 2.28 Aspecto pós-ensaio balístico dos corpos de prova .................................... 61

FIG. 2.29 Efeito da velocidade de impacto no comprimento de penetração dos

concretos NCF90 ensaiados por ZHANG et al. (2005). ............................................. 62

FIG. 2.30 Corpo de prova após impacto. ................................................................... 63

FIG. 2.31 Armadura interna das placas de concreto. ................................................ 67

FIG. 2.32 Placa de concreto reforçada com a malha de aço. .................................... 70

FIG. 2.33 Seção transversal das placas SC1 e SW1-2. ............................................ 71

FIG. 2.34 Fibras de aço empregadas no experimento. ............................................. 72

FIG. 3.1 Adição e aditivo ao concreto. ....................................................................... 80

FIG. 3.2 Confecção das placas e corpos de prova cilíndricos. .................................. 81

FIG. 3.3 Prensa Amster de 5000 kN de capacidade do IME. .................................... 81

FIG. 3.4 Instrumentação dos corpos de prova cilíndricos. ......................................... 82

FIG. 3.5 Detalhamento das armaduras de aço. ......................................................... 83

FIG. 3.6 Formas com barras de aço para concretagem. ........................................... 84

FIG. 3.7 Geometria da fibra FF1. ............................................................................... 85

FIG. 3.8 Conjunto de fibras de Aço FF1. ................................................................... 85

FIG. 3.9 Rolo de folha unidirecional de fibras de carbono. ........................................ 86

FIG. 3.10 Rolo de tecido de fibra de vidro ................................................................. 86

FIG. 3.11 Componentes A e B da resina de imprimação. ......................................... 88

FIG. 3.12 Componentes A e B da resina epóxi. ........................................................ 89

FIG. 3.13 Betoneira de 320 l de capacidade. ............................................................ 90

FIG. 3.14 Formas de madeira de 30 cm x 30 cm de diferentes espessuras.............. 91

FIG. 3.15 Material pesado para concretagem. .......................................................... 91

FIG. 3.16 Sequência de execução do concreto do trabalho. ..................................... 92

FIG. 3.17 Sequência de execução do concreto com fibras. ...................................... 93

FIG. 3. 18 Concreto pronto. ....................................................................................... 93

FIG. 3.19 Equipamentos utilizados no adensamento do concreto. ............................ 94

FIG. 3.20 Corpos de prova recém-moldados com plástico na superfície. ................. 94

FIG. 3.21 Placas de concreto após a desforma. ........................................................ 95

FIG. 3.22 Etapas de execução do sistema de reforço estrutural nas placas. ............ 96

FIG. 3.23 Etapas para a execução da 2ª camada do reforço. ................................... 97

FIG. 3.24 Placas reforçadas com compósitos. .......................................................... 97

FIG. 3.25 Túnel aberto e equipamentos para o ensaio balístico. ............................ 100

11

FIG. 3.26 Mira sendo feita no túnel fechado. ........................................................... 101

FIG. 3.27 Canos e culatras. ..................................................................................... 101

FIG. 3.28 Provetes de tiro utilizados. ....................................................................... 102

FIG. 3.29 Barreira ótica. .......................................................................................... 103

FIG. 3.30 Pórtico de aço. ......................................................................................... 103

FIG. 3.31 Grampos tipo "c". ..................................................................................... 103

FIG. 3.32 Técnico do CAEx colocando pólvora no estojo. ...................................... 104

FIG. 3.33 Ensaio de tração uniaxial de corpos de prova de CFRP. ........................ 105

FIG. 3.34 Prensa de 1000 kN de capacidade utilizada no ensaio de tração uniaxial

dos compósitos de reforço. ...................................................................................... 106

FIG. 3.35 Prensa de 1000 kN de capacidade utilizada no ensaio de tração uniaxial

GFRP. ..................................................................................................................... 107

FIG. 3.36 Ensaio de tração uniaxial de corpos de prova de GFRP. ........................ 108

FIG. 4.1 Determinação dos comprimentos dos semi-eixos da elipse. ..................... 119

FIG. 4.2 Comportamento placas de concreto. ......................................................... 124

FIG. 4.3 Aspecto da placa de concreto CS70-38,1-FA80 após impacto de projétil de

9 mm de calibre. ...................................................................................................... 124

FIG. 4.4 Aspecto da placa de concreto CA70-38,1-FA80-FV2 após impacto balístico

de 7,62 mm de calibre. ............................................................................................ 124

FIG. 4.5 Aspecto da placa de concreto CS70-50,8-FA80-FC2 após impacto balístico

de projétil de 7,62 mm de calibre. ............................................................................ 125

FIG. 4.6 Aspecto da placa de concreto CA70-125,0-FA80 após impacto balístico de

projétil de 0.50 pol de calibre. .................................................................................. 125

FIG. 4.7 Placas de 38,1 mm. ................................................................................... 129

FIG. 4.8 Placas de 50,8 mm. ................................................................................... 130

FIG. 4.9 Placa CA70-50,8-FA80-FC2. ..................................................................... 131

FIG. 4.10 Placas de 70,0 mm. ................................................................................. 131

FIG. 4.11 Placas de 100,0 mm. ............................................................................... 132

FIG. 4.12 Placas de 125,0 mm, tiro 0.50 pol. .......................................................... 133

FIG. 4.13 Placas 150,0 mm. .................................................................................... 134

FIG. 5.1 Danos nas faces anterior e posterior (cm2), calibre de 9 mm. ................... 139

FIG. 5.2 Danos nas faces anterior e posterior (cm2), calibre de 7,62 mm. .............. 140

FIG. 5.3 Danos nas faces anterior e posterior (cm2), calibre de 0.50 pol mm. ........ 141

12

FIG. 5.4 Valores de xp experimental e teórico segundo PETRY MODIFICADO apud

VOSSOUGHI et al. (2007). ...................................................................................... 143

FIG. 5.5 Valores de xp experimental e teórico segundo UKAEA apud LI et al.

(2005)..... ................................................................................................................. 144

FIG. 5.6 Valores de xp experimental e teórico segundo WHIFFEN apud LI et al.

(2005). ..................................................................................................................... 145

FIG. 5.7 Valores de xp experimental e teórico segundo ACE apud VOSSOUGHI et al.

(2007). ..................................................................................................................... 146

FIG. 5.8 Valores de xp experimental e teórico segundo HALDAR apud VOSSOUGHI

et al. (2007). ............................................................................................................ 147

FIG. 5.9 Valores de xp experimental e teórico segundo NDRC MODIFICADO apud

VOSSOUGHI et al. (2007). ...................................................................................... 148

FIG. 5.10 Valores de xp experimental e teórico segundo AMMANN e WHITNEY apud

LI et al. (2005). ........................................................................................................ 149

FIG. 5.11 Valores de xp experimental e teórico segundo BRL MODIFICADO apud

VOSSOUGHI et al. (2007). ...................................................................................... 150

FIG. 5.12 Valores de xp experimental relativo ao calibre do projétil em função da

velocidade de impacto do projétil. ........................................................................... 152

FIG. 5.13 Valores de xp experimental relativo à espessura da placa em função da

velocidade de impacto do projétil. ........................................................................... 152

13

LISTA DE TABELAS

TAB. 2.1 Nível de proteção do sistema de blindagem quanto ao impacto. ............... 27

TAB. 2.2 Formulações existentes para previsão do comprimento de penetração. .... 47

TAB. 2.3 Resultados dos alvos cilíndricos de argamassa 30 cm e 13,5 MPa. .......... 48

TAB. 2.4 Resultados dos alvos cilíndricos de argamassa 48 cm e 19,5 MPa. .......... 49

TAB. 2.5 Resultados dos alvos cilíndricos de argamassa 41 cm e 21,6 MPa. .......... 49

TAB. 2.6 Resultados dos alvos cilíndricos de concreto 51 cm e 62,8 MPa. .............. 50

TAB. 2.7 Resultados dos alvos cilíndricos de concreto 91 cm e 51,0 MPa. .............. 50

TAB. 2.8 Dados de penetração de projéteis com diâmetro de 20,3 mm. .................. 51

TAB. 2.9 Dados de penetração de projéteis com diâmetro de 30,5 mm. .................. 52

TAB. 2.10 Traço das misturas utilizadas. .................................................................. 53

TAB. 2.11 Resultados dos impactos nos blocos de concreto. ................................... 55

TAB. 2.12 Composição dos concretos. ..................................................................... 58

TAB. 2.13 Efeito da resistência à compressão na penetração e no diâmetro da

cratera. ...................................................................................................................... 59

TAB. 2.14 Efeito da fibra de aço na penetração e no diâmetro da cratera. ............... 59

TAB. 2.15 Efeito da temperatura de cura na penetração e no diâmetro da cratera. .. 60

TAB. 2.16 Resultado do experimento. ....................................................................... 65

TAB. 2.17 Resultado do experimento. ....................................................................... 68

TAB. 2.18 Descrição das placas ensaiadas. ............................................................. 70

TAB. 2.19 Resultados de comprimento de penetração nas placas ensaiadas. ......... 71

TAB. 2.20 Concretos grupo de 30 MPa. .................................................................... 73

TAB. 2.21 Concretos grupo de 70 MPa. .................................................................... 74

TAB. 2.22 Concretos grupo de 90 MPa. .................................................................... 74

TAB. 3.1 Resumo dos corpos de prova confeccionados. .......................................... 76

TAB. 3.2 Placas de concreto simples ensaiadas. ...................................................... 77

TAB. 3.3 Placas de concreto armado ensaiadas. ...................................................... 78

TAB. 3.4 Composição do concreto dos corpos de prova (fc = 70 MPa). .................... 79

TAB. 3.5 Distribuição das barras por espessura de placa. ........................................ 82

TAB. 3.6 Especificações nominais das barras de aço. .............................................. 83

TAB. 3.7 - Especificações do fabricante das fibra de aço Wirand FF1. ..................... 84

TAB. 3.8 Especificações da folha unidirecional de fibras de carbono da RheoSet. ... 86

14

TAB. 3.9 Especificações do tecido bidirecional de fibras de vidro. ............................ 87

TAB. 3.10 Especificações da resina de imprimação. ................................................. 87

TAB. 3.11 Especificações da resina epóxi................................................................. 88

TAB. 3.12 Placas impactadas com 9 mm. ................................................................. 98

TAB. 3.13 Placas impactadas com 7,62 mm. ............................................................ 99

TAB. 3.14 Placas impactadas com 0.50 pol. ........................................................... 100

TAB. 3.15 Características do projéteis utilizados. ................................................... 104

TAB. 4.1 Resultados de fc concretos sem fibras de aço. ........................................ 109

TAB. 4.2 Resultados de fc concretos com fibras de aço. ........................................ 110

TAB. 4.3 Resultados do Ec concretos sem fibras de aço. ....................................... 112

TAB. 4.4 Resultados do Ec concretos com fibras de aço. ....................................... 113

TAB. 4.5 Propriedades do compósito de resina e fibras de vidro. ........................... 115

TAB. 4.6 Propriedades do compósito de resina e fibras de carbono. ...................... 116

TAB. 4.7 Variação percentual de massa nas placas de 38,1 mm. .......................... 116

TAB. 4.8 Variação percentual de massa nas placas de 50,8 mm. .......................... 117

TAB. 4.9 Variação percentual de massa nas placas de 70,0 mm. .......................... 117

TAB. 4.10 Variação percentual de massa nas placas de 100,0 mm. ...................... 118

TAB. 4.11 Variação percentual de massa nas placas de 125,0 mm. ...................... 118

TAB. 4.12 Variação percentual de massa nas placas de 150,0 mm. ...................... 119

TAB. 4.13 Danos nas faces anterior e posterior das placas de 38,1 mm. ............... 120

TAB. 4.14 Danos nas faces anterior e posterior das placas de 50,8 mm. ............... 120

TAB. 4.15 Danos nas faces anterior e posterior das placas de 70,0 mm. ............... 121

TAB. 4.16 Danos nas faces anterior e posterior das placas de 100,0 mm. ............. 122

TAB. 4.17 Danos nas faces anterior e posterior das placas de 125,0 mm. ............. 122

TAB. 4.18 Danos nas faces anterior e posterior das placas de 150,0 mm. ............. 123

TAB. 4.19 Comprimentos de penetração e estilhaçamento placas de 38,1 mm. .... 125

TAB. 4.20 Comprimentos de penetração e estilhaçamento placas de 50,8 mm. .... 126

TAB. 4.21 Comprimentos de penetração e estilhaçamento placas de 70,0 mm. .... 127

TAB. 4.22 Comprimentos de penetração e estilhaçamento placas de 100,0 mm. .. 127

TAB. 4.23 Comprimentos de penetração e estilhaçamento placas de 125,0 mm. .. 128

TAB. 4.24 Comprimentos de penetração e estilhaçamento placas de 150,0 mm. .. 128

TAB. 5.1 Comprimento de penetração médio nas placas. ...................................... 142

TAB. 5.2 Valores de razão (xp teórico/xp experimental) média dos modelos. ..................... 151

15

TAB. 5.3 Valores de comprimento de estilhaçamento (xe). ..................................... 153

16

LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS

ABREVIATURAS

AAR – Argamassa de alta resistência.

a/c – Fator água-cimento.

ARI – Alta resistência inicial.

CA – Concreto armado.

CAR – Concreto de alta resistência.

CFRP – Carbon Fiber Reinforced Polymer.

CP – Cimento Portland.

CS – Concreto simples.

d – Diâmetro do projétil.

Dmax – Dimensão máxima do agregado graúdo.

Ec – Módulo de elasticidade do concreto.

Eci – Módulo de deformação tangente inicial do concreto.

FA – Fibra de aço.

FAL – Fuzil automático leve.

fc – Resistência à compressão do concreto.

FC – Fibra de carbono.

FV – Fibra de vidro.

G – Parâmetro adimensional.

GFRP – Glass Fiber Reinforced Polymer.

he – Espessura para que não ocorra perfuração.

hs – Espessura para que não ocorra estilhaçamento.

I – Parâmetro adimensional.

Kp – Coeficiente dependente da resistência à compressão do concreto.

m – Massa do projétil.

N – Fator de ponta do projétil.

t – Espessura da placa de concreto.

v – Velocidade do projétil.

Vi – Velocidade inicial do projétil.

Vr – Velocidade residual do projétil após a perfuração.

xp – Comprimento de penetração.

xp exp/d – Comprimento de penetração experimental relativo à bitola do projétil.

xp exp/t – Comprimento de penetração experimental relativo à espessura da placa.

xp, med – Comprimento de penetração médio.

xe – Comprimento de estilhaçamento.

17

SIMBOLOS

ρs – Taxa geométrica de armadura.

ρ – Densidade do material.

Δm – Perda percentual de massa.

ᴓ – Bitola da barra de aço.

18

LISTA DE SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas.

ACE Army Corps of Engineers.

BRL Ballistic Research Laboratory.

CAEx Centro de Avaliação do Exército.

FAPERJ Fundo de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro.

IME Instituto Militar de Engenharia.

NDRC National Defense Research Committee.

UKAEA United Kingdom Atomic Energy.

19

RESUMO

Este trabalho teve por objetivo estudar o comportamento de concretos simples ou armado submetidos a cargas de impacto de projéteis e verificar sua viabilidade de emprego em vias públicas como barreiras de proteção. Para tal, elaborou-se um programa experimental que contemplou ensaios balísticos em 110 placas quadradas de 30 cm de dimensão de concretos de resistência média à compressão de 70 MPa com diferentes composições e espessuras. Os parâmetros que foram variados neste programa experimental foram a espessura das placas (38,1 mm, 50,8 mm, 70,0 mm, 100,0 mm, 125,0 mm e 150,0 mm), o calibre (7,62 mm, 9 mm e 0.50 pol) e a velocidade de impacto dos projéteis (v = 419,7 m/s a 906,7 m/s), a taxa de armadura interna de barras de aço (0% ou cerca de 1,35%), a quantidade das fibras de aço (0 kg/m3 ou 80 kg/m3), o número de camadas (0, 1 ou 2) e o tipo de fibras (vidro ou carbono) do compósito de reforço. Todas as placas foram submetidas a apenas um tiro próximo da sua região central, com ângulo de impacto igual a 90o.

Concluiu-se que, sob o impacto a altas velocidades de projéteis com calibres utilizados neste trabalho, o concreto armado com fibras de aço e reforçado com compósito de resina e fibras de carbono ou de vidro pode resistir à perfuração ou ao estilhaçamento, o que o torna uma boa alternativa para o uso em barreiras de proteção em vias públicas.

20

ABSTRACT

This work aimed to study the behavior of plain or reinforced concrete impacted by projectiles and verify its viability for using on public roads as protection barriers. To this end, it was conducted an experimental program which included ballistic tests on 110 (one hundred and ten) 30 cm square concrete plates with average compressive strength of 70 MPa and with different mix and thicknesses. The variables were the thickness of the plates (38.1 mm, 50.8 mm, 70.0 mm, 100.0 mm, 125.0 mm to 150.0 mm), the caliber (7,62 mm, 9 mm or 0.50 inch) and the impact velocity of the projectile (v = 419,7 m/s to 906,7 m/s), the amount of internal reinforcement steel bar (0% or about 1.35 %), the amount of steel fibers (0 kg/m3 to 80 kg/m3), the number of layers (0, 1 or 2) and the type of fibers (glass or carbon) of the composite. All plates were subjected to a single shot near its central region with an 90° angle of impact.

It was concluded that, under the impact of high speed projectiles, the steel fiber reinforced concrete strengthened with carbon or glass fiber reinforced polymer can resist perforation or scabbing, which makes it a good alternative to the use in protective barriers on public roads.

21

1 INTRODUÇÃO

A indústria da construção civil utiliza constantemente o concreto como material

empregado para diversos fins devido à facilidade com que elementos estruturais

podem ser executados, numa variedade de formas e tamanhos, além de possuir um

bom desempenho estrutural e durabilidade.

Na área de infra-estrutura de transporte, o concreto tem uma participação muito

marcante, quer seja como revestimento, obras de arte corrente (meio-fio, sarjetas,

bueiros, caixas de passagem e dispositivos de drenagem em geral), obras de arte

especiais (pontes, passarelas, túneis, viadutos e pontilhões), defensas de concreto,

guaritas de segurança, instalações de apoio ou dispositivos de segurança às vias.

Assim o seu estudo aprofundado justifica-se no que se refere ao seu emprego em

tais obras de infra-estrutura.

Durante a sua vida útil, qualquer estrutura de concreto empregada em infra-

estrutura de transportes está sujeita a cargas de impacto, que podem ser oriundas

de colisão de veículos, impactos ou quedas de cargas içadas ou impactos balísticos

(tiro de armas de baixo calibre). Esta realidade é bastante verificada nos grandes

centros. Devido a isso, há a necessidade de estudar e avaliar a resistência do

concreto a tais carregamentos.

Dentro da limitação que cada material apresenta, o concreto possui grande

resistência à compressão e baixa resistência à tração, sendo necessária a adição de

outros materiais na sua composição para garantir uma maior resistência e atender,

além da função estrutural, a de segurança e proteção nas vias públicas.

Além da função de segurança, o reforço do concreto contribui para sua

durabilidade, pois o reforço diminui a necessidade de reparos constantes nas

estruturas que são ocasionadas por possíveis carregamentos de impactos que

deterioram as estruturas das vias e diminuem a sua vida útil.

A cidade do Rio de Janeiro possui diversos problemas de segurança pública. A

violência urbana e os constantes tiroteios em vias públicas, escolas e áreas

residenciais tem ocorrido com certa frequência.

22

FIG. 1.1 “Após tiroteio na Linha Vermelha, RJ, polícia busca infratores fugitivos”, 24/05/12.

Disponível em: <http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2012/05/apos-tiroteio-na-linha-vermelha-rj-policia-busca-infratores-fugitivos.html>

Acessado em: Junho, 2012.

As reportagens retratam uma amostra de acontecimentos localizados na cidade

do Rio de Janeiro, que podem demonstrar o problema da violência urbana:

-“Barreiras acústicas na Linha Vermelha já têm marcas de tiros” (06/05/10 -

http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2010/05/barreiras-acusticas-na-linha-

vermelha-ja-tem-marcas-de-tiros.html);

-“Muro que separa favela das vias no Rio já foi depredado” (07/05/10 -

http://noticias.limao.com.br/geral/ger158687.shtm);

-“Tiroteio fecha vias no subúrbio do Rio” (07/10/10 - http://g1.globo.com/rio-

de-janeiro/noticia/2010/10/tiroteio-fecha-vias-no-suburbio-do-rio.html);

-“Homens fazem arrastão e trocam tiros com PMs na Avenida Brasil”

(03/12/10 -

http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/rj/homens+fazem+arrastao+e+trocam+tiros+co

m+pms+na+avenida+brasil/n1237847817896.html);

-“Record flagra tiroteio em ruas da zona norte do Rio” (24/01/11 -

http://videos.r7.com/record-flagra-tiroteio-em-ruas-da-zona-norte-do-

rio/idmedia/f0442ee7cdf22ea13cead1e05d125264.html);

23

-“Tiroteio assusta motoristas em vias expressas do Rio” (02/06/11 -

http://videos.r7.com/tiroteio-assusta-motoristas-em-vias-expressas-do-

rio/idmedia/4de7833792bbb54508258e30.html);

-“Tiroteio causa pânico na Avenida Dom Hélder Câmara” (19/10/11 -

http://rionews.ws/?p=10220);

-“Carro da PM é alvo de tiros na Avenida Brasil, no RJ, diz polícia” (10/02/12

- http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2012/02/carro-da-pm-e-alvo-de-tiros-na-

avenida-brasil-no-rj-diz-policia.html);

-“A difícil arte de andar pelas ruas do Rio de Janeiro” (07/03/12 -

http://curtacronicas.com/2012/03/07/a-dificil-arte-de-andar-pelas-ruas-do-rio-de-

janeiro/);

-“Após tiroteio na Linha Vermelha, RJ, polícia busca infratores fugitivos”

(24/05/12 - http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2012/05/apos-tiroteio-na-linha-

vermelha-rj-policia-busca-infratores-fugitivos.html).

FIG. 1.2 Barreira acústica da Linha Vermelha é alvo de tiros. Disponível em: <http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2010/05/barreiras-

acusticas-na-linha-vermelha-ja-tem-marcas-de-tiros.html> Acessado em: Junho, 2012.

Devido a isso, o governo e a sociedade estão despertando a preocupação com a

segurança e tem buscado soluções para amenizar ou neutralizar os efeitos deste

24

problema, pois as vias públicas são locais utilizados por pessoas, e devem ter sua

segurança garantida.

O governo do estado do Rio de Janeiro, no intuito de buscar soluções para o

problema da violência nas áreas urbanas, através da Fundação de Amparo à

Pesquisa do estado do Rio de Janeiro (FAPERJ) incentiva o estudo e

desenvolvimento de materiais para emprego em blindagem.

No Brasil, as pesquisas relacionadas a esta área são recentes. O Instituto Militar

de Engenharia (IME), por ser uma instituição voltada para o desenvolvimento de

tecnologias bélicas para emprego pelas Forças Armadas, está sendo pioneiro nesta

linha de pesquisa no Brasil.

Além do emprego na segurança de vias urbanas, as placas de concreto

reforçadas poderão ser empregadas em unidades militares, tais como: guaritas,

muros, pára-balas, estande de tiro, paióis de munição, entre outros empregos em

Organizações Militares do Exército Brasileiro.

FIG. 1.3 “Atirador entra em escola em Realengo, mata alunos e se suicida”, 07/04/11.

Disponível em: <http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/fotos/2011/04/veja-imagens-do-caso-de-tiros-em-escola-na-zona-oeste-do-rio.html>

Acessado em: Junho, 2012.

Dentro desse contexto, o presente trabalho pretende analisar o comportamento

de placas de concreto simples, concreto armado, concreto com fibras de aço e

25

concreto reforçados com materiais compósitos de resina e fibras de vidro e carbono,

sendo solicitados por impactos de armas de fogo.

Para isso, esta dissertação está organizada em seis capítulos. Após este

primeiro capítulo introdutório, será apresentado o segundo capítulo que trará uma

breve revisão bibliográfica sobre conceitos de blindagem balística, concreto

submetido a carregamentos de impacto e reforço do mesmo e estudos existentes

sobre cargas de impacto em concreto.

O desenvolvimento do programa experimental é apresentado no terceiro capítulo,

detalhando-se os procedimentos, os materiais empregados, a descrição e execução

das placas de concreto e os ensaios.

No quarto capítulo são apresentados todos os resultados obtidos durante o

trabalho para análise.

No quinto capítulo é feita a análise dos resultados de resistência média do

concreto à compressão, e dados dos corpos de prova (variação de massa dos

corpos de prova, danos nas faces anterior e posterior e os comprimentos de

penetração e de estilhaçamento).

O sexto capítulo apresenta as principais conclusões do estudo e as propostas

para futuros trabalhos.

26

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 BREVE RESUMO SOBRE BLINDAGEM

A blindagem balística é o anteparo de proteção projetado para oferecer

resistência à penetração de projéteis provenientes de armas de fogo (NBR

15000:2005), podendo ser projetada e incorporada a automóveis, veículos de

transporte de valores, veículos de emprego militar, edificações, fachadas, unidades

militares (SAFE, 2010) e locais onde exijam tal proteção. A blindagem balística é

empregada tanto no meio militar como no meio civil.

Devido às ocorrências de violência no meio urbano, conforme se verificou no

capítulo 1, a tecnologia de blindagem torna-se necessária, não só no cenário de

guerra, mas também nos cenários urbanos dos grandes centros. Os avanços

constantes das tecnologias levam a produção de armas com poderes destrutivos

maiores, que impulsionam o estudo e o desenvolvimento de tecnologias na área de

blindagem balística para assegurar às Forças Armadas e toda a área de segurança

a proteção necessária.

A blindagem desenvolvida para pessoas e/ou veículos deve respeitar os fatores

de baixo peso e baixo volume para se tornarem competitivos no mercado e

proporcionarem a mobilidade necessária. Para instalações e vias esses fatores são

considerados secundários, passando a ser mais importante a durabilidade, a

facilidade de execução e manutenção.

A blindagem arquitetônica vem sendo utilizada como meio de proteção para

garantir a segurança dos bens materiais e principalmente as pessoas. Essa

blindagem engloba portas, portões, janelas, paredes, passa documentos ou malotes

e guaritas.

Nesse contexto, o uso de concreto, simples ou armado, reforçado com fibras de

aço, barras de aço e materiais compósitos de resina e fibras de vidro ou carbono

pode ser uma boa opção para execução de tais serviços de proteção contra

projéteis.

Devido à inexistência de norma brasileira que aborde e oriente a blindagem

balística utilizando concreto, para os testes experimentais balísticos foi utilizada a

norma NBR 15000:2005 - Blindagens para impactos balísticos - Classificação e

27

critérios de avaliação, que classifica as blindagens para impactos balísticos e fixa

seus critérios de avaliação.

De acordo com o poder destruidor do armamento e com a proteção necessária, a

blindagem balística é dividida em diferentes níveis de blindagem de acordo com a

NBR 15000:2005, v. FIG. 2.3 e TAB. 2.1.

TAB. 2.1 Nível de proteção do sistema de blindagem quanto ao impacto.

Nível Munição Massa do projétil (g)

v (m/s)

Número de impactos

I .22 LRHV Chumbo 2,6 ± 0,1 320 ± 10 5

.38 Especial RN Chumbo

10,2 ± 0,1 254 ± 15 5

II-A 9 FMJ 8,0 ± 0,1 332 ± 12 5

.357 Magnum JSP 10,2 ± 0,1 381 ± 12 5

II 9FMJ 8,0 ± 0,1 358 ± 15 5

.357 Magnum JSP 10,2 ± 0,1 425 ± 15 5

III-A 9FMJ 8,0 ± 0,1 426 ± 15 5

.44 Magnum SWC GC 15,6 ± 0,1 426 ± 15 5

III 7,62 x 51 FMJ

(.308 Winchester) 9,7 ± 0,1 838 ± 15 5

IV .30 – 06 AP 10,8 ± 0,1 868 ± 15 1

LRHV – Long Rifle High Velocity- Rifle de alta velocidade. RN – Round Nose – Munição para .38 especial de ponta redonda. FMJ – Full Metal Jacketed – Munição com núcleo mole (chumbo), envolto em uma concha de metal mais duro, totalmente jaquetada. JSP – Jacketed Soft Point – Munição de.357 com ponta macia. Jaquetada com ponta macia. SWC GC – Semi WadCutter Gas Check – Munição de .44 que tem uma ponta arredondada em um cilindro ligeiramente maior que a ponta, tornando o projétil mais aerodinâmico. Ponta semicanto-vivo. AP – Armor Piercing- suporta o choque de perfuração de blindagem. Perfurante.

(NBR 15000:2005).

Os níveis de blindagem mais baixos protegem contra disparos de armas de mão,

enquanto que os mais altos protegem contra disparo de fuzil AR-15 (v. FIG. 2.1) e do

fuzil automático leve – FAL e Parafal (FIG. 2.2).

28

FIG. 2.1 Fuzil AR-15.

Disponível em: < http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Stag2wi.jpg> Acessado em: Janeiro, 2012.

FIG. 2.2 FAL e Parafal. Disponível em: <http://www.forte.jor.br/2010/07/19/o-novo-parafal/fal-parafal/>

Acessado em: Fevereiro, 2012.

FIG. 2.3 Aramas por níveis de proteção. Disponível em: <http://www.bcatextil.com.br/portugues/TAB./TAB._1.pdf>

Acessado em: Janeiro, 2011.

29

2.2 CONCEITOS BALÍSTICOS

A balística tem a missão de estudar o comportamento de projéteis desde seu

movimento no interior da arma até quando atinge o alvo, levando em consideração

todos os fenômenos que ocorrem durante esse intervalo. É dividida em balística

interna, intermediária, externa e terminal.

A balística interna é responsável por explicar os acontecimentos no interior do

cano da arma durante o disparo. A FIG. 2.4 mostra a trajetória de um projétil dentro

do cano de uma arma após o acionamento do gatilho da arma até o momento em

que o mesmo sai do cano.

FIG. 2.4 Trajetória do projétil dentro do cano.

Disponível em: <http://www.apaginadomonteiro.net/balistica.htm> Acessado em: Junho, 2012.

A balística intermediária ou de transição é responsável por estudar o movimento

do projétil desde o momento que sai do cano da arma até o momento que deixa de

sofrer influência dos gases gerados pelo propelente, v. FIG. 2.5.

FIG. 2.5 Projétil após sair da arma com ação dos gases. Disponível em: <http://www.fotocomedia.com/tiro-fotografia-em-alta-velocidade>

Acessado em: Junho, 2012.

30

A balística externa estuda as forças que influenciam o projétil após a ação dos

gases propelentes até ao presumível choque com o alvo. As principais forças que

atuam no projétil são a gravidade, a resistência do ar e a ação do vento. A FIG. 2.6

mostra um projétil seguindo sua trajetória sofrendo ação das forças externas.

FIG. 2.6 Viagem de projétil ao alvo. Disponível em: <http://mundoryu.blogspot.com.br/2008/10/trajetria-do-tiro.html>

Acessado em: Junho, 2012.

A balística terminal estuda a interação entre o projétil e o alvo (v. FIG. 2.7).

FIG. 2.7 Projétil após interagir com seu alvo. Disponível em: <http://www.fotocomedia.com/tiro-fotografia-em-alta-velocidade>

Acessado em: Maio, 2012.

2.3 MUNIÇÃO

Um fator de grande importância no estudo de balística é a munição empregada e

suas características.

Munição está ligada diretamente ao cartucho, pois as munições são um conjunto

de cartuchos necessários para a utilização de um armamento. O cartucho é dividido

em quatro partes: propelente, espoleta, estojo e projétil, conforme FIG. 2.8.

31

FIG. 2.8 Partes de um cartucho. Disponível em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAALTsAD/ciencia-forense-

balistica> Acessado em: Maio, 2012.

2.3.1 PROPELENTE

Propelente é a parte constituinte do cartucho responsável diretamente pelo

lançamento do projétil ao alvo. Normalmente é constituído por pólvora que ao ser

iniciada sua queima produz uma grande quantidade de energia e gases que geram

uma enorme pressão no interior do estojo que destaca e lança o projétil do cartucho.

A pólvora química utilizada como propelente pode ser de dois tipos: de base

simples (constituída à base de nitrocelulose que gera menos calor durante sua

queima, aumentando assim a durabilidade da arma) e a de base dupla (constituída à

base de nitrocelulose e nitroglicerina, tem maior poder energético).

A FIG. 2.9 mostra a pólvora retirada de um cartucho.

FIG. 2.9 Pólvora. Disponível em:

<http://quimicaabbd.blogspot.com.br/2011_04_01_archive.html> Acessado em Maio, 2012.

32

2.3.2 ESPOLETA

A espoleta é a parte do cartucho responsável por iniciar a queima do propelente.

O acionamento da espoleta se dá pelo amassamento desta através de mecanismo

mecânico do armamento, onde é armazenada uma mistura detonante. A FIG. 2.10

mostra alguns tipos de espoletas.

FIG. 2.10 Diversos tipos de espoletas.

Disponível em: <http://www.blindage.com.br/municoes/mun_espoletas.html>; Acessado em: Junho, 2012.

A FIG. 2.11 mostra espoletas retiradas de seus estojos.

FIG. 2.11 Espoletas retiradas do estojo. Disponível em: <http://thehunter.com.br/archive/index.php/thread-851.html>

Acessados em: Junho, 2012.

33

2.3.3 ESTOJO

Estojo, cápsula ou invólucro é o componente do cartucho responsável por unir

todos os demais componentes necessários que o constituem. Pode ter sua

constituição de metal, plástico ou papelão, de acordo com o armamento e a

finalidade do seu emprego, conforme FIG. 2.12.

FIG. 2.12 Estojos diversos.

Disponível em: <http://www.jorgemussa.com.br/?pg=municao.php> Acessado em: Abril, 2012.

2.3.4 PROJÉTEIS

O projétil é a única parte do cartucho que é lançada pelo cano da arma em

direção ao alvo. Podem ser encontrados diversos tipos de projéteis, destinados aos

mais diversos usos, seu material constituinte pode ser de chumbo ou aço. A

FIG.2.13 mostra o deslocamento de um projétil lançado pela sua arma.

FIG. 2.13 Projétil em deslocamento. Disponível em: <http://abordagempolicial.com/wp-

content/uploads/2010/03/projetil.jpg> Acessado em: Março, 2012.

34

A FIG. 2.14 mostra alguns projéteis ainda não alojados nas cápsulas.

FIG. 2.14 Projéteis. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Municao_Projeteis.jpg>

Acessado em: Março, 2012.

2.3.5 CALIBRE

O calibre da munição é padronizado pelo projétil empregado no cartucho, que

representam o diâmetro ou bitola e o diâmetro interno do cano do armamento.

A maioria dos calibres é dada em milímetros (6,35 mm, 7,62 mm, 9mm e etc) e

representa a arma, por exemplo, a pistola 9 mm possui seu calibre 9 mm. Outra

unidade para exprimir o calibre é dada em polegadas, geralmente é utilizada para

calibres maiores (0.50 pol, 0.30 pol e etc) ou para munições de armas ligeiras

(calibre 38, o projétil possui 0,38 pol valor igual a 9,65 mm).

2.3.6 CALIBRES UTILIZADOS

Devido a diversidades de armamentos e seus calibres, foram escolhidos os

calibres mais conhecidos e utilizados pelas Forças Armadas e Auxiliares no Brasil.

Foram utilizados os calibres 9 mm, 7,62 mm e 0.50 pol.

2.3.6.1 CALIBRE 9 MM

O calibre 9 mm Parabellum (FIG. 2.15) foi criado na Alemanha para ser utilizado

na Pistola Parabellum, sendo adotada pela marinha e exército do país. Atualmente é

o calibre de pistola adotado pelas Forças Armadas do Brasil.

35

Devido ao seu uso e bom desempenho durante as guerras, tornou-se famoso e

conhecido no emprego em pistolas e submetralhadoras.

FIG. 2.15 Projéteis 9 mm.

A arma com calibre 9 mm não é recomendada para defesa pessoal, pois é

extremamente letal e possui enorme poder de penetração, que no perímetro urbano

pode vir a atingir um inocente num tiro perdido, além do que o agressor poderia ser

perfurado e não ser derrubado, podendo revidar e tomar a arma de quem está com a

pistola em ato de legítima defesa. Entretanto, o poder de penetração do calibre 9

mm pode ser alterado pelo uso de cartuchos com projéteis de ponta oca que

diminuem a penetração e aumentam o poder de impacto e parada.

2.3.6.2 CALIBRE 7,62 MM

O calibre 7,62 foi desenvolvido durante a Segunda Guerra Mundial para uso em

carabinas. Atualmente tem seu uso em fuzil, sendo os mais conhecidos: AR-15

(v.FIG. 2.1), FAL e Parafal (v. FIG. 2.2), AK-47 e outros.

A FIG. 2.16 mostra cartuchos de calibre 7,62 mm.

FIG. 2.16 Cartuchos 7,62 mm.

36

2.3.6.3 CALIBRE 0.50 POL

O cartucho de calibre 0.50 pol (v. FIG. 2.17) foi concebido para emprego na arma

0.50 Bowing Machine Gun.

A munição se assemelha bastante com os cartuchos de fuzil 7,62 mm, porem

com dimensões maiores e maior quantidade de propelente para lançar um projétil

mais pesado.

Atualmente esse calibre é comercializado com as seguintes versões: de ponta

arredondada, traçante (para observação), perfurante (para penetração em

blindagem), incendiária (para alvos inflamáveis) e comum.

FIG. 2.17 Munição comum de 0.50 pol.

2.4 EFEITOS DE CARGAS DE IMPACTO SOBRE O CONCRETO

Devido às guerras e aos conflitos, quer sejam urbanos ou não, tem-se buscado

estudar a resistência de diversos materiais ao impacto balístico objetivando melhorar

sua resistência e suas características. Um desses materiais é o concreto, que é um

material muito usado na construção civil.

A solicitação decorrente de um impacto balístico, por ser um carregamento

dinâmico e instantâneo, atua solicitando o concreto a esforços de tração, levando a

danos globais e locais. Os danos globais que consistem em deformação por flexão,

cisalhamento e rachaduras macroscópicas que dependem da capacidade do alvo

37

em absorver energia, os danos locais podem levar a fragmentação do concreto na

parte anterior ou posterior do impacto, penetração, podendo até perfurar o alvo.

A extensão dos danos depende de uma variedade de fatores como velocidade de

impacto, rigidez do alvo e propriedades do projétil (massa, geometria,

deformabilidade e etc).

Segundo BANGASH (2009), os danos gerados podem ser de penetração,

perfuração, destacamento, estilhaçamento e estilhaçamento por punção.

A penetração ocorre quando o projétil adentra a espessura da estrutura de

concreto sem atravessá-la por completo (v. FIG. 2.18). O comprimento de

penetração é dado pela profundidade da cratera formada no alvo no local do

impacto.

FIG. 2.18 Penetração e destacamento no concreto.

(BANGASH, 2009).

A perfuração ocorre quando o projétil atinge, penetra e atravessa toda a

espessura da estrutura e sai pelo lado oposto ao impacto, ou seja, é uma

penetração completa conforme mostrado na FIG. 2.19. Da mesma forma que a

penetração, pode vir acompanhada do destacamento e estilhaçamento.

O destacamento se caracteriza pela liberação de fragmento da estrutura na

direção de onde veio o impacto. O estilhaçamento ocorre quando há a liberação de

fragmento da estrutura para o lado oposto onde ocorreu o impacto (v. FIG. 2.20).

38

FIG. 2.19 Perfuração, destacamento e estilhaçamento no concreto.

(BANGASH, 2009).

A penetração pode acontecer com o destacamento e/ou estilhaçamento

(v. FIG. 2.20).

FIG. 2.20 Penetração, destacamento e estilhaçamento no concreto.

(BANGASH, 2009).

O estilhaçamento por punção ocorre quando acontece do estilhaçamento não

sair em fragmentos pequenos, mas como um corpo quase que inteiro em forma de

tronco de cone (FIG. 2.21).

Devido aos diversos parâmetros que envolvem o impacto balístico, seus efeitos

na estrutura de concreto são complexos e dificultam as previsões matemáticas dos

danos na estrutura. Um desses parâmetros é a falta de homogeneidade do concreto,

outro, é a deformabilidade dos projéteis.

39

FIG. 2.21 Estilhaçamento por punção no concreto.

(BANGASH, 2009).

2.5 REFORÇO DE ESTUTURAS DE CONCRETO CONTRA IMPACTOS

BALÍSTICOS

Na pesquisa é estudada uma possível solução para a segurança de vias

públicas, que é o emprego de barreiras de concreto que possibilitem a contenção de

projéteis oriundo de tiroteios para evitar que adentrem as vias urbanas.

O concreto para se tornar uma estrutura resistente à flexão é necessária a adição

de barras de aço, tornando-o um estrutura de concreto armado. No intuito de

empregar o concreto em barreiras é imprescindível o uso de tais barras.

No estudo buscou-se estudar a adição de materiais ao concreto no intuito de

aumentar a resistência à tração da estrutura de concreto para garantir a segurança

contra impactos balísticos. Para isso foi utilizado um concreto de alta resistência,

com a finalidade de melhorar e aumentar sua resistência, também foram

adicionados materiais de reforço interno e externo ao concreto. Como reforços

internos foram adicionados barras e fibras de aço e como reforços externos foram

colados, na superfície da estrutura de concreto, materiais compósitos de resina e

fibras de carbono e vidro.

O objetivo do reforço é aumentar as propriedades mecânicas da estrutura de

concreto, diminuir o estilhaçamento e destacamento e evitar a perfuração da

mesma.

40

2.5.1 FIBRAS DE AÇO

SOBRAL (2011) concluiu no seu estudo que o concreto reforçado com fibras

pode apresentar-se como uma alternativa para a proteção balística e como camada

de absorção de impactos para proteção estrutural.

LUO et al (2000) verificou em seu trabalho que a adição de fibras de aço minorou

a propagação de fissuras no concreto.

2.5.2 FIBRAS DE CARBONO

A indústria da construção civil utiliza cada vez mais materiais compósitos na

forma de folhas ou tecidos para executar serviços de reforço e/ou reparo de

estruturas. Isso é devido à sua versatilidade, rápida e fácil aplicação, elevada

resistência à fadiga e à corrosão e o seu excelente desempenho.

As fibras de carbono são caracterizadas pelo baixo peso próprio, alta resistência,

alta rigidez, grande durabilidade e por poder assumir diferentes formas devido a sua

flexibilidade de aplicação. Sua alta resistência e elevado módulo de elasticidade

estão associada ao paralelismo entre os eixos das fibras, o que permite a fabricação

de forma continua, sem limites no comprimento do rolo.

2.5.3 FIBRAS DE VIDRO

As fibras de vidro tem seu uso ascendente na construção civil, devido ao seu

custo-benefício favorável. São feitas com a mistura de diversos elementos químicos

e pelo fato do vidro ser um material fluido, ele permite uma boa adaptação às cargas

dinâmicas, possuindo deformações últimas maiores que as fibras de carbono

(SILVA, 2002).

A fibra de vidro nas estruturas se comporta como a armadura de aço, tornando a

estrutura de concreto resistente a impactos, flexão e tração, tem como vantagens:

baixa densidade, excelentes propriedades mecânicas, grande flexibilidade de

aplicação, capacidade de isolamento térmico, resistência à deterioração química e

umidade, grande durabilidade, resistente ao fogo (500 ºC) e baixo custo de

aquisição.

41

Apesar de suas propriedades mecânicas serem menores às fibras de carbono,

tende-se a serem mais utilizadas pelo baixo custo.

Segundo DOS SANTOS (2003), apesar dos custos das fibras de vidro ser

menores, há casos que este não é o fator determinante do material a ser empregado

no reforço, e pelo fato de nos últimos anos o valor da fibra de carbono vem baixando

consideravelmente, pode-se imaginar, em um futuro próximo, que as fibras de

carbono possam substituir as de vidro na maioria das aplicações.

2.6 MODELOS DE PREVISÃO DO COMPRIMENTO DE PENETRAÇÃO

Alguns estudos, experimentos e simulações numéricas foram realizados no

intuito de estudar o comportamento do concreto quando solicitado ao impacto

balístico, sendo elaboradas formulações empíricas para prever a penetração do

projétil no concreto. Essas fórmulas admitem como parâmetros de entrada a

resistência à compressão do concreto, o fator de forma da ponta do projétil, a

velocidade do projétil e outros fatores que intervêm na penetração do concreto pelos

projéteis.

Para uma melhor compreensão dos métodos foram mostradas as expressões e

os parâmetros que envolvem cada modelo.

2.6.1 MÉTODO PETRY MODIFICADO

O método PETRY MODIFICADO foi referenciado por VOSSOUGHI et al (2007),

a formulação objetiva a avaliação do comprimento de penetração de projéteis em

concreto.

p , . p.m

d .log 1

v

1

Equação 2.1

Onde: xp – é a máxima penetração do projétil em m;

d – é o diâmetro do projétil em m;

m – é a massa do projétil em kg;

v – é a velocidade do projétil em m/s;

kp – coeficiente tirado do gráfico em função do fc (v. FIG. 2.22).

42

FIG. 2.22 Curva fc versus Kp. (Fonte: VOSSOUGHI et al, 2007).

2.6.2 MÉTODO UKAEA

O método UKAEA (United Kingdom Atomic Energy) foi citado por LI et al (2005) e

sua elaboração foi uma modificação da proposta pelo NDRC (National Defense

Research Committee) através de estudos sobre proteção de estruturas de usinas

nucleares no Reino Unido. Serve para avaliar o comprimento de penetração em tais

estruturas.

p

d. , - , -G , , G ,

d. .G- , , , I 1,

d. G , 3 , G 1,

Equação 2.2

e

-5 1,8

2,8

c

3,8.10 .N.m.vG=

f .d

Equação 2.3

Onde: xp – é a máxima penetração do projétil em m;

d – é o diâmetro do projétil em m;

m – é a massa do projétil em kg;

v – é a velocidade do projétil em m/s;

G – parâmetro adimensional;

43

N – fator de forma da ponta do projétil, sendo igual a 0,72 para

projétis de ponta chata; 1,00 para projéteis de ponta esférica; e

1,14 para projéteis pontiagudos;

fc - resistência a compressão do concreto em Pa.

As equações foram desenvolvidas para os seguintes intervalos: 25 m/s < v < 300

m/s e 22 MPa < fc < 44 MPa.

2.6.3 MÉTODO WHIFFEN

O método de WHIFFEN (LI et al, 2005) foi elaborado baseado num grande banco

de dados, obtido de ensaios de penetração de estilhaços de bombas lançadas em

estruturas de concreto formado por diferentes agregados, sendo proposta a

formulação empírica abaixo.

p , 1

fc .

m

d .

d

dma ,1

. v

33,

, 1

fc ,

Equação 2.4

Onde: xp – é a máxima penetração do projétil em m;

d – é o diâmetro do projétil em m;

m – é a massa do projétil em kg;

v – é a velocidade do projétil em m/s;

fc - resistência à compressão do concreto em Pa;

Dmax – dimensão máxima do agregado graúdo do concreto em m.

Essa formulação é válida para os seguintes intervalos: 5,5 MPa < fc < 69,0 MPa;

0,14 kg < m < 9966,0 kg; 12,7 mm < Dmax < 965,2 mm e v < 533,4 m/s.

2.6.4 MÉTODO ACE

VOSSOUGHI et al (2007) mostrou a fórmula empírica elaborada pelo ACE (Army

Corps of Engineers) que tem sua origem em 1943 resultado de estudos

44

experimentais realizados para a previsão do comprimento de penetração de

projéteis de altas velocidades impactados sobre alvos de concreto.

p 3, .1

-

fc.

m

d .d

, 1 .v1, , .d

Equação 2.5

Onde: xp – é a máxima penetração do projétil em m;

d – é o diâmetro do projétil em m;

m – é a massa do projétil em kg;

v – é a velocidade do projétil em m/s;

fc - resistência à compressão do concreto em Pa.

2.6.5 MÉTODO HALDAR

A formulação elaborada por HALDAR (VOSSOUGHI et al, 2007) utiliza um

parâmetro adimensional I para o cálculo da penetração do projétil em concreto.

- , 3 .d , 1.I.d, ,3 I ,

, .d , .I.d, , I 1, 1,1 .d , .I.d, 1, I ,

Equação 2.6

2

3

c

m.N.vOnde: I=

d .f

Equação 2.7

xp – é a máxima penetração do projétil em m;

d – é o diâmetro do projétil em m;

m – é a massa do projétil em kg;

v – é a velocidade do projétil em m/s;

I – parâmetro adimensional;

N – fator de forma da ponta do projétil;

fc - resistência a compressão do concreto em Pa.

45

2.6.6 MÉTODO ADELI E AMIN

O método de ADELI e AMIN (LI et al, 2005) foi elaborado baseado na formulação

de HALDAR com o uso do parâmetro adimensional I para avaliar o comprimento de

penetração no concreto.

. , 1 ,1 .I- , .I , ,3 I ,

. , 1 3 ,1 .I- , .I , 1.I3 , , I 1,

Equação 2.8

Onde: xp – é a máxima penetração do projétil em m;

d – é o diâmetro do projétil em m;

m – é a massa do projétil em kg;

v – é a velocidade do projétil em m/s;

I – parâmetro adimensional;

N – fator de forma da ponta do projétil;

fc - resistência a compressão do concreto em Pa.

A formulação é válida para os seguintes intervalos: 0,11 kg < m < 343 kg e d <

0,3 m.

2.6.7 MÉTODO NDRC MODIFICADO

VOSSOUGHI et al (2007) mencionou o método NDRC MODIFICADO. A

formulação empírica foi apresentada pelo Comitê Nacional de Pesquisa de Defesa

dos EUA em 1946, tendo por base a formulação apresentada pelo Corpo de

Engenheiros Americanos (ACE). Sua concepção tinha como objetivo estimar o

comprimento de penetração de projéteis rígidos em concreto maciço.

p .d. G, G 1, d. 1 G , G 1,

Equação 2.9

Onde: xp – é a máxima penetração do projétil em m;

d – é o diâmetro do projétil em m;

m – é a massa do projétil em kg;

46

v – é a velocidade do projétil em m/s;

G – parâmetro adimensional (Equação 2.3);

N – fator de forma da ponta do projétil, sendo igual a 0,72 para

projétis de ponta chata; 1,00 para projéteis de ponta esférica; e

1,14 para projéteis pontiagudos;

fc - resistência a compressão do concreto em Pa.

2.6.8 MÉTODO AMMANN E WHITNEY

A formulação de AMMANN e WHITNEY (LI et al, 2005) foi elaborada para prever

o comprimento de penetração de pequenos fragmentos com velocidade maiores que

300 m/s em estruturas de concreto.

p .1

- .m. .v1,

d1,

fc Equação 2.10

Onde: xp – é a máxima penetração do projétil em m;

d – é o diâmetro do projétil em m;

m – é a massa do projétil em kg;

v – é a velocidade do projétil em m/s;

N – é fator de ponta do projétil;

fc - resistência à compressão do concreto em Pa;

2.6.9 MÉTODO BRL MODIFICADA

VOSSOUGHI et al (2007) mostrou o método BRL MODIFICADA (Ballistic

Research Laboratory) elaborado em 1941 para prever o comprimento de penetração

em alvos de concreto atingidos por projéteis de aço não deformáveis de grandes

velocidades.

p 1,33.1

-3.m.v1,33

d1,

fc Equação 2.11

Onde: xp – é a máxima penetração do projétil em m ;

d – é o diâmetro do projétil em m;

47

m – é a massa do projétil em kg;

v – é a velocidade do projétil em m/s;

fc – resistência a compressão do concreto em Pa.

A TAB. 2.2 agrupa de forma resumida as formulações existentes na literatura

para a previsão do comprimento de penetração em alvos de concreto.

TAB. 2.2 Formulações existentes para previsão do comprimento de penetração.

AUTORES xp (m)

PETRY MODIFICADA

p , . p.m

d .log 1

v

1

UKAEA p

d. , , G , , G ,

d. .G , , , I 1, d. G , 3 , G 1,

WHIFFEN p , 1

fc .

m

d .

d

ma

,1

. v

33,

, 1

fc ,

ACE p 3, .1

fc. m

d .d , 1 .v1, , .d

HALDAR p , 3 .d , 1.I.d, ,3 I ,

, .d , .I.d, , I 1,

1,1 .d , .I.d, 1, I ,

ADELI e AMIN p d. , 1 ,1 .I , .I , ,3 I ,

d. , 1 3 ,1 .I , .I , 1.I3 , , I 1,

NDRC MODIFICADA

p .d. G, G 1,

d. 1 G , G 1,

AMMANN e WHITNEY

p .1

.m. .v1,

d1, fc

BRL MODIFICADA

p 1,33.1

3.m.v1,33

d1, fc

48

2.7 ESTUDOS EXISTENTES SOBRE CARGAS DE IMPACTO EM CONCRETO

2.7.1 FORRESTAL ET AL. (1996)

Os autores conduziram experimentos de impactos balísticos em 3 tipos de alvos

cilíndricos de argamassa (fc = 13,5 MPa, 19,5 MPa e 21,6 MPa) e 2 tipos de alvos

cilíndricos de concreto (fc = 51 MPa e 62,8 MPa).

Os alvos cilíndricos de argamassa com fc = 13,5 MPa e 30 cm de diâmetro, foram

alvejados com projéteis de aço de 12,9 mm de diâmetro e massa 64 g, lançados a

velocidades entre 350 m/s e 1200 m/s e obtiveram os seguintes resultados

mostrados na TAB. 2.3.

Os alvos cilíndricos de argamassa com fc = 19,5 MPa e 48 cm de diâmetro foram

alvejados com projéteis de aço de 12,9 mm de diâmetro e massa 64 g, lançados a

velocidades entre 1300 m/s e 1700 m/s e obtiveram os seguintes resultados de

penetração, conforme TAB. 2.4.

TAB. 2.3 Resultados dos alvos cilíndricos de argamassa 30 cm e 13,5 MPa.

Nr Alvo Comprimento Cilindro (cm)

Velocidade (m/s)

Penetração (cm)

Perda de massa do Projétil (%)

6-2374 31 371 13 1,1

6-2363 60 590 31 2,7

6-2367 63 670 36 3,4

6-2364 62 722 41 3,9

6-2370 104 945 64 4,6

6-2368 103 1126 85 5,3

6-2373 31 345 11 1,1

6-2362 62 585 31 3,3

6-2365 62 722 44 4,4

6-2371 103 900 66 5,7

6-2369 102 1063 86 6,3

(Fonte: FORRESTAL et al., 1996)

Os alvos cilíndricos de argamassa com fc = 21,6 MPa e 41 cm de diâmetro, foram

alvejados com projéteis de aço de 12,9 mm de diâmetro e massa 64 g, lançados a

velocidades menores que 1200 m/s e obtiveram os resultados de penetração

conforme TAB. 2.5.

49

TAB. 2.4 Resultados dos alvos cilíndricos de argamassa 48 cm e 19,5 MPa.

Nr alvo Comprimento Cilindro (cm)

Velocidade (m/s)

Penetração (cm)

1-0331 182 1356

Trajetória desviou da linha central de 0,4 m e foi parar perto

da borda do alvo com 106 cm profundidade final

1-0329 182 1408 A ponta do projétil amassou e

penetrou 58cm.

1-0330 182 1682 Projétil fraturou.

1-0333 182 1311 Projétil saiu pelo lado do alvo a

uma profundidade de 78 cm.

1-0334 182 1359 Projétil saiu pelo lado do alvo a uma profundidade de 100 cm.

1-0332 182 1430 Projétil saiu pelo lado do alvo a

uma profundidade de 84 cm.

(Fonte: FORRESTAL et al., 1996)

Os alvos cilíndricos de concreto com fc = 62,8 MPa e 51 cm de diâmetro, foram

alvejados com projéteis de aço de 20,3 mm de diâmetro e massa 480 g, lançados a

velocidades entre 450 m/s e 1224 m/s e obtiveram os resultados de penetração

conforme TAB. 2.6.

TAB. 2.5 Resultados dos alvos cilíndricos de argamassa 41 cm e 21,6 MPa.

Nr Alvo Comprimento Cilindro (cm)

Velocidade (m/s)

Penetração (cm)

Perda de massa do Projétil (%)

6-2460 76 492 17 1,8

6-2467 102 618 25 2,0

6-2461 102 788 45 5,3

6-2469 127 910 55 6,8

6-2464 127 1029 75 6,9

6-2466 127 1142 85 7,0

6-2459 76 473 17 1,9

6-2468 127 660 27 4,0

6-2462 102 775 41 5,0

6-2470 127 921 57 7,3

6-2463 127 1050 76 7,9

6-2465 127 1190 88 7,5

(Fonte: FORRESTAL et al., 1996)

Os alvos cilíndricos de concreto com fc = 51 MPa e 91 cm de diâmetro, foram

alvejados com projéteis de aço de 30,5 mm de diâmetro e massa 1600 g, lançados a

velocidades entre 405 m/s e 1358 m/s e obtiveram os seguintes resultados de

penetração, conforme TAB. 2.7.

50

TAB. 2.6 Resultados dos alvos cilíndricos de concreto 51 cm e 62,8 MPa.

Nr Alvo Comprimento Cilindro (cm)

Velocidade (m/s)

Penetração (cm)

Perda de massa do Projétil (%)

1-0335 91 450 30 1,5

1-0336 91 612 48 2,7

1-0337 122 821 76 4,5

1-0341 152 926 95 5,5

1-0346 152 987 92 6,6

1-0338 152 1024 94 6,2

1-0339 183 1224 - -

(Fonte: FORRESTAL et al., 1996)

Verificou-se que, independentemente da resistência do concreto à compressão, a

profundidade de penetração aumentou conforme o incremento da velocidade, mas

nem sempre ocorreu maior perda de massa.

Constatou-se que a velocidade limite para que não ocorresse perfuração ou

ruptura do alvo de concreto foi de cerca de 1200 m/s.

TAB. 2.7 Resultados dos alvos cilíndricos de concreto 91 cm e 51,0 MPa.

Tipo alvo Comprimento Cilindro (cm)

Velocidade (m/s)

Penetração (cm)

Perda de massa do Projétil (%)

LROD-2 183 405 37 1,2

LROD-3 183 446 42 1,5

LROD-6 213 545 56 2,0

LROD-4 213 651 78 3,1

LROD-8 213 804 105 4,7

LROD-5 213 821 123 4,4

LROD-9 244 900 141 5,4

LROD-10 244 1009 175 6,4

LROD-11 274 1069 196 7,0

LROD-12 274 1201 203 6,8

LROD-13 274 1358 - -

(Fonte: FORRESTAL et al., 1996)

2.7.2 FREW ET AL. (1998)

Os autores realizaram experimentos de impactos balísticos em concreto com

projéteis de aço. Foram utilizados dois tipos de projéteis (4340 Rc45 e AerMet Rc

53), tendo sido variado seu diâmetro (20,3 mm com 478 g de massa e 30,5 mm com

1620 g de massa).

51

Os corpos de prova de concreto foram confeccionados em formato cilíndrico com

diâmetros de 51 cm e 91 cm. O concreto tinha fc de , M a, ρ de 3 g/m3 e foi

feito com agregado graúdo de 9,5 mm de diâmetro. O comprimento dos cilindros de

51 cm de diâmetro (atingidos pelo projétil de 20,3 mm) variou entre 94 cm e 228 cm,

enquanto o de 91 cm de diâmetro (atingidos pelo projétil de 30,5 mm), 107 cm a 305

cm. Os projéteis atingiram velocidades de impacto na faixa de 400 m/s a 1200 m/s.

A TAB. 2.8 mostra os resultados de penetração nos corpos de prova cilíndricos

de 51 cm de diâmetro com o projétil de 20,3 mm. A TAB. 2.9 mostra os resultados

experimentais para os cilindros de 91 cm de diâmetro atingidos pelos projéteis de

30,5 mm.

TAB. 2.8 Dados de penetração de projéteis com diâmetro de 20,3mm.

Tipo Projétil Comprimento Concreto (m)

Velocidade Projétil (m/s)

Penetração (m)

Perda de massa do Projétil (%)

4340 Rc 45 0,94 442 0,287 0,81

4340 Rc 45 0,94 610 0,491 1,55

4340 Rc 45 1,07 815 0,84 2,69

4340 Rc 45 1,52 1009 1,30 3,52

4340 Rc 45 1,93 1162 1,59 4,12

AerMet Rc 53 2,28 791 0,73 2,58

AerMet Rc 53 1,98 994 1,16 3,76

AerMet Rc 53 2,28 1165 1,46 4,64

4340 Rc 45 1,07 815 0,84 2,69

4340 Rc 45 2,03 797 1,01 2,85

4340 Rc 45 2,26 803 1,226 3,02

(Fonte: FREW et al., 1998)

Com base nos resultados de profundidade de penetração nos alvos de concreto

em função da velocidade de impacto dos projéteis, os autores apresentaram as

curvas situadas na FIG. 2.23.

Como era de se esperar, verificou-se que com o incremento da velocidade de

impacto do projétil, o comprimento de penetração nos alvos de concreto

(v. FIG. 2.23) e a perda de massa dos projéteis aumentaram.

Concluiu-se que a dureza do material do projétil apenas afetou os danos na

ponta do projétil, não tendo grande influência no comprimento de penetração.

52

TAB. 2.9 Dados de penetração de projéteis com diâmetro de 30,5mm.

Tipo Projétil Comprimento Concreto (m)

Velocidade Projétil (m/s)

Penetração (m)

Perda de massa do Projétil (%)

4340 Rc 45 1,07 445 0,46 0,7

4340 Rc 45 1,07 584 0,79 1,5

4340 Rc 45 1,68 796 1,23 2,5

4340 Rc 45 2,44 980 1,95 3,5

4340 Rc 45 2,44 992 1,96 3,4

4340 Rc 45 3,05 1176 2,67 3,8

AerMet Rc 53 2,74 972 1,96 3,1

AerMet Rc 53 3,05 1225 2,83 3,6

(Fonte: FREW et al., 1998)

FIG. 2.23 Velocidade projétil versus Penetração no concreto.

(Fonte: FREW et al., 1998)

2.7.3 LUO ET AL. (2000)

Os autores realizaram um programa experimental que contemplou o uso de

concreto armado de alta resistência (CAR) e de argamassa fluida de alta resistência

(AAR) com fibras de aço em blocos quadrados submetidos a impactos balísticos.

53

O objetivo desse programa foi estudar o comportamento dos materiais e levantar

dados no intuito de prever o comprimento de penetração nos blocos (v. FIG. 2.24a).

Os blocos de CAR tinham 500 mm x 300 mm de dimensões, enquanto os de

AAR, 400 mm x 300 mm.

A armadura interna dos blocos de CAR foi composta por 8 barras de 6 mm

diâmetro em cada face. Nos blocos de AAR foram empregados dois tipos de fibra

aço: CZ (comprimento 31 mm e fator de forma 60) e YL (comprimento 21 mm e fator

de forma 35). O projétil de aço utilizado tinha 37 mm de diâmetro, 150 mm de

comprimento e cerca de 900 g de massa.

A TAB. 2.10 mostra dados sobre a composição dos blocos e valores de

resistência das misturas.

TAB. 2.10 Traço das misturas utilizadas.

Material Argamassa com

fibras CZ Argamassa com

fibras YL Concreto

Armado - CA

Cimento (kg/m3) 1062,0 1062,0 328,0

Água (kg/m3) 276,1 276,1 85,3

Areia (kg/m3) 1062,0 1062,0 446,1

Brita (kg/m3) - - 1600,6

Aditivo redutor de água (kg/m3) 15,9 15,9 13,1

Aditivo retardador (kg/m3) 2,7 2,7 -

Teor volumétrico de fibras (%) 7 10 -

Barras de aço - - ᴓ 6 mm c 15 cm

Resistência à compressão (MPa) 116,1 107,1 72,4

Resistência à flexão (MPa) 54,6 36,5 -

(Fonte: LUO et al., 2000)

Os blocos de concreto armado, alvejados sob velocidade de impacto entre 302

m/s e 334 m/s, sofreram ruptura e não foi possível a coleta de dados, como pode ser

visto na FIG. 2.24b. Os blocos de AAR com fibras de aço, mesmo atingidos com

velocidades de impacto superiores a dos blocos de CAR (de 365 m/s a 378 m/s),

permaneceram intactos, apresentando apenas danos radiais em suas faces, como

ilustra as FIG. 2.24c e d.

Verificou-se que o impacto no bloco gerou ondas de tensão de compressão, que

se refletiram ao longo do volume de concreto produzindo ondas de tensão de tração.

Como o concreto tem resistência à tração baixa, as ondas de tensão de tração

provocam fissuras que se propagaram com facilidade nos blocos de concreto

armado, ocasionando o colapso da estrutura.

54

(a) Blocos de concreto antes do impacto; (b) Bloco de concreto armado (CA) após o

impacto;

(c) Bloco de argamassa com fibras de aço CZ; (d) Bloco de argamassa com fibras de aço YL.

FIG. 2.24 Blocos ensaiados por LUO et al. (2000).

A adição de fibras de aço à AAR ocasionou uma diminuição da propagação de

fissuras geradas pelo impacto. Os blocos de argamassa com fibras de aço

permaneceram com a face posterior ao tiro intacta, tendo ocorrido apenas algumas

fissuras nas faces laterais destes.

As faces laterais dos blocos de AAR com fibras YL apresentaram maiores

aberturas de fissuras que as das faces laterais destes blocos com fibras CZ. Além

disto, os comprimentos de penetração do projétil nestes blocos com a fibra YL

(16,1 cm e 17,7 cm, v. TAB. 2.11) foram maiores que os nos blocos com fibras CZ

(13,2 cm a 15,1 cm, v. TAB. 2.11). Estes fatos podem ser explicados pelo fato das

fibras YL terem menor comprimento e fator de forma que os das fibras CZ.

55

TAB. 2.11 Resultados dos impactos nos blocos de concreto.

Espécime Massa do projétil (g)

Velocidade projétil (m/s)

Penetração (cm)

Situação final do projétil

CZ-1 901,0 368,1 13,2 Ricocheteado

CZ-2 901,5 374,8 14,7 Ricocheteado

CZ-3 905,6 369,1 13,2 Ricocheteado

CZ-4 904,2 378,3 15,1 Ricocheteado

CZ-5 909,0 374,9 15,0 Ricocheteado

YL-1 904,2 368,7 16,1 Embutido

YL-2 906,0 364,9 17,7 Embutido

CA-1 909,5 301,5 - -

CA-2 909,5 326,5 - -

CA-3 909,5 300,4 - -

CA-4 903,0 334,3 - -

CA-5 902,5 321,7 - -

(Fonte: LUO et al., 2000)

Os autores concluíram que os blocos de AAR com fibras de aço tiveram melhor

comportamento ao impacto balístico que os blocos de concreto armado. Os blocos

de CAR sofreram ruptura, enquanto os de AAR permaneceram intactos apenas com

danos radiais nas faces lateral e frontal.

2.7.4 SONG ET AL. (2005)

Os autores estudaram o comportamento de CAR submetidos a impactos, através

de comparação dos resultados entre corpos de prova moldados com concreto

simples e concreto com fibras de aço.

Confeccionaram-se corpos de prova cilíndricos de 150 mm x 300 mm de

dimensões de concreto simples (fc = 66 MPa) e concreto com fibras de aço

(fc = 76 MPa).

Cada corpo de prova moldado foi cortado com um disco diamantado, dividindo-o

em 4 unidades de 150 mm de diâmetro e 64 mm de espessura. Estas unidades

foram submetidas ao impacto de um peso na vertical e monitorados os números de

impactos necessários para ocasionar a primeira fissura visível e a ruptura destas.

Verificou-se que o concreto com fibras de aço tem uma melhor resposta a

solicitações de impacto do que a do concreto simples.

Os autores notaram também que, com o uso de teste estatístico, o concreto de

alta resistência simples teve uma distribuição aproximadamente normal dos dados

56

de resistência ao impacto para a formação da primeira fissura e para a ruptura, o

que não ocorreu com os dados referentes ao concreto com fibras de aço, conforme

FIG. 2.25.

FIG. 2.25 Distribuição de frequência dos ensaios por SONG et al. (2000).

Constatou-se que a resistência ao impacto do concreto de alta resistência com

fibras de aço, expressa pelo número de golpes para ocasionar danos nos corpos de

prova, foi superior à do concreto simples: 3,9 vezes maior no que se refere à

formação da primeira fissura e 4,2 vezes maior em se tratando de ruptura.

De posse dos resultados e com o uso de modelos de regressão, foi possível

gerar intervalos de estimativa para o número de golpes necessário para ocasionar

danos aos concretos de alta resistência.

57

2.7.5 ZHANG ET AL. (2005)

Os autores investigaram a influência da resistência à compressão do concreto,

da presença de agregados graúdos e fibras de aço no concreto e a temperatura de

cura do concreto no comportamento de concretos submetidos a impacto balístico.

O estudo experimental contemplou corpos de prova de concreto de 300 mm x

170 mm de dimensões, todos com 150 mm de espessura. A resistência do concreto

à compressão variou de 45 MPa a 237 MPa. Os projéteis tinham 12,6 mm de

diâmetro e 15 g de massa. Na execução dos testes balísticos, a velocidade de

impacto dos projéteis variou entre 620 m/s e 700 m/s.

A FIG. 2.26 mostra um croqui do ensaio de impacto balístico.

FIG. 2.26 Croqui do ensaio de impacto. (Fonte: ZHANG et al., 2005)

A dimensão máxima do agregado graúdo utilizado nos concretos NC40 e NC60

foi de 20 mm, enquanto a dos concretos NC90 e NC120, 10 mm. A TAB. 2.12

mostra a composição das misturas de concreto utilizado na confecção dos corpos de

prova.

58

TAB. 2.12 Composição dos concretos.

Identificação Mistura

Fator a/c

Cimento (kg/m

3)

Sílica Ativa

(kg/m3)

Água (kg/m

3)

Agregado Graúdo (kg/m

3)

Areia Natural (kg/m

3)

Areia de

Quartz (kg/m

3)

Fibra de Aço (kg/m

3)

Aditivo (kg/m

3)

NC40 0,55 360 - 198 1105 737 - - -

NC60 0,45 440 - 198 1090 666 - - -

NC90 0,31 475 - 143 1064 709 - - 10a

NCF90 0,31 468 - 141 1048 698 - 118 10a

NC120 0,27 475 48 133 952 779 - - 15a

NCF120 0,27 468 47 131 938 767 - 118 15a

CM 0,23 714 179 188 - - 1320 - 18b

QFF 0,23 704 176 185 - - 1300 119 18b

QWF 0,23 704 176 185 - - 1300 119 18b

QOF-1 0,23 704 176 185 - - 1300 119 18b

QOF-2 0,18 707 177 145 - - 1365 119 18b aRetardador de pega. bSuperplastificante. Fibras de aço: retas com 13 mm de comprimento, 0,2 mm de diâmetro e fator de forma igual a 65.

(Fonte: ZHANG et al., 2005)

Para se avaliar os efeitos da temperatura de cura nos corpos de prova de

concreto, foram executados alguns procedimentos. A maioria dos corpos de prova

foi curada em uma câmara úmida a aproximadamente 30 ºC por 7 dias e depois

permaneceu exposta ao ambiente do laboratório (cerca de 30 ºC) até a data do teste

balístico. A mistura QWF foi à cura úmida nas primeiras 24 horas, após o que foi

imersa em banho-maria (em torno dos 90 ºC) por 1 dia e depois exposta ao

ambiente do laboratório por 27 dias. As placas de concreto das misturas QOF-1 e

QOF-2, após a cura úmida, foram curadas à temperatura de cerca de 250 ºC por 1

dia e, então, expostas ao ambiente do laboratório por 7 dias.

A TAB. 2.13 mostra os resultados do efeito da resistência à compressão na

penetração e no diâmetro da cratera nos diversos corpos de prova.

A TAB. 2.14 expõem os resultados de penetração e o diâmetro das crateras

geradas nos diversos corpos de prova devido a presença de fibras de aço.

A TAB. 2.15 apresenta os resultados gerados pelo efeito da temperatura de cura

do concreto na penetração e no diâmetro da cratera dos corpos de prova.

59

TAB. 2.13 Efeito da resistência à compressão na penetração e no diâmetro da cratera.

Tipo a/c Agregado Dmáx fc

(MPa) Velocidade

(m/s)

Diâmetro de danos

(mm)

Penetração (mm)

NC40-1

0,55

granito

20 mm

45,5

668,5 157,5 48,0

NC40-2 675,6 155,0 48,5

NC40-3 667,7 162,5 46,5

NC60-1

0,45 58,3

694,4 149,0 46,0

NC60-2 684,9 151,0 45,0

NC60-3 657,9 128,0 39,0

NC60-4 657,9 115,5 38,0

NC90-1

0,31

10 mm

87,8

675,5 133,0 41,0

NC90-2 670,7 110,0 38,5

NC90-3 679,3 145,0 41,0

NC120-1

0,27 112,5

677,5 108,0 31,0

NC120-2 670,7 115,0 28,5

NC120-3 678,2 115,0 30,5

CM-150-2

0,23 quartzo 1,18 mm

150,9

646,6 125,0 31,0

CM-150-3 634,2 178,0 36,5

CM-150-4 675,7 105,0 31,5

CM-150-5 684,9 123,0 33,5

(Fonte: ZHANG et al., 2005)

TAB. 2.14 Efeito da fibra de aço na penetração e no diâmetro da cratera.

Tipo a/c Fibra

de aço (%)

Agregado Dmáx fc (MPa) Velocidade

(m/s)

Diâmetro de danos

(mm)

Penetração (mm)

NC90-1

0,31

-

granito 10 mm

87,8

675,5 133,0 41,0

NC90-2 670,7 110,0 38,5

NC90-3 679,3 145,0 41,0

NCF90-1 1,5 93,5

665,0 82,5 38,0

NCF90-2 640,5 93,0 36,5

NC120-1

0,27

- 112,5

677,5 108,0 31,0

NC120-2 670,6 115,0 28,5

NC120-3 678,2 115,0 30,5

NCF120-1 1,5 115,0

678,0 70,0 33,5

NCF120-2 650,0 57,0 28,0

CM-150-2

0,23

-

quartzo 1,18 mm

150,9

646,6 125,0 31,0

CM-150-3 634,2 178,0 36,5

CM-150-4 675,7 105,0 31,5

CM-150-5 684,9 123,0 33,5

QFF-1

1,5 187,2

644,3 85,0 39,0

QFF-2 694,4 67,5 30,5

QFF-3 704,2 75,0 39,5

(Fonte: ZHANG et al., 2005)

60

TAB. 2.15 Efeito da temperatura de cura na penetração e no diâmetro da cratera.

Tipo a/c Temperatura

cura (°C) fc (MPa)

Velocidade (m/s)

Diâmetro de danos (mm)

Penetração (mm)

QFF-30-1

0,23

30 187,2

644,3 85,0 39,0

QFF-30-2 694,4 67,5 30,5

QFF-30-3 704,2 75,0 39,5

QWF-90-1

90 183,6

637,6 85,0 35,5

QWF-90-2 621,3 82,0 35,5

QWF-90-3 694,4 87,5 30,0

QOF-1-1

250

203,5

653,0 87,0 35,0

QOF-1-2 644,5 85,1 31,0

QOF-1-3 625,0 80,0 32,0

QOF-2-1

0,18 237,0

620,0 81,0 28,5

QOF-2-2 647,5 85,0 30,5

QOF-2-3 636,0 84,5 28,5

(Fonte: ZHANG et al., 2005).

Verificou-se dos ensaios que os danos nos corpos de prova dependem da

velocidade de impacto, da massa, da geometria e do tipo do material do projétil, bem

como das propriedades do concreto e do reforço adicionado à estrutura do corpo de

prova.

Os resultados indicaram que o comprimento de penetração (v. FIG. 2.27) e o

diâmetro da cratera nos corpos de prova apresentam uma redução com o

aumento da resistência do concreto à compressão até certo valor.

FIG. 2.27 Efeito da resistência do concreto à compressão no comprimento de

penetração dos corpos de prova de concreto ensaiados por ZHANG et al. (2005).

61

A FIG. 2.28 ilustra o aspecto pós-ensaio dos corpos de prova de concreto

impactados com projéteis.

(a) corpo de prova da mistura NC 45; (b) corpo de prova da mistura NC 60;

(c) corpo de prova da mistura NC 90; (d) corpo de prova da mistura NC 120;

(e) corpo de prova da mistura CM 150.

FIG. 2.28 Aspecto pós-ensaio balístico dos corpos de prova

(Fonte: ZHANG et al., 2005)

62

Para concreto de fc = 115 MPa, o comprimento de penetração e o diâmetro da

cratera foram, respectivamente, 40% e 60% inferiores aos do concreto de

fc = 45 MPa.

Da FIG. 2.29, averiguou-se que, para maiores valores de velocidade de impacto

do projétil, maior o comprimento de penetração.

FIG. 2.29 Efeito da velocidade de impacto no comprimento de penetração dos concretos NCF90 ensaiados por ZHANG et al. (2005).

Constatou-se que a presença de agregados graúdos de granito parece ser

benéfica na redução do comprimento de penetração, do diâmetro da cratera e

da propagação de trincas.

Pode-se conseguir um aumento na resistência à compressão do concreto com a

redução do fator água-cimento, isso porem não implica necessariamente na

diminuição do comprimento de penetração ou no diâmetro da cratera.

Ao se incorporar fibras de aço no concreto, notou-se que ocorre redução do

diâmetro da cratera e da propagação de trincas nos corpos de prova, porém não foi

verificada uma diminuição significativa no comprimento de penetração.

O aumento na temperatura de cura de 30 ºC para 250 ºC não alterou de forma

significativa a resistência ao impacto dos corpos de prova de concreto.

Concluiu-se que, baseado nos resultados alcançados e nos custos, o concreto de

alta resistência com fibras de aço com fc de 100 MPa é um material eficiente na

proteção contra impactos balísticos.

63

2.7.6 VOSSOUGHI ET AL. (2007)

Os autores estudaram o comportamento de placas de concreto reforçadas por

tecidos de polipropileno e zylon submetidas a impacto balístico. Foram avaliados o

comprimento de penetração (xp), a espessura de perfuração (he), e a espessura de

estilhaçamento (hs). Através de modelos empíricos disponíveis para a previsão do

comprimento de penetração, foram feitas comparações com o programa

experimental, dentre esses modelos, foi dada ênfase no método modificado do

National Defense Research Comitee (NRDC) e o modelo de expansão de cavidade.

FIG. 2.30 Corpo de prova após impacto. (Fonte: VOSSOUCHI et al., 2007).

As placas de concreto (fc entre 30 MPa e 43 MPa) tinham seção quadrada de

30,5 cm de dimensão e espessuras de 2,54 cm ou 3,81 cm. Confeccionaram-se 30

placas, sendo 9 delas sem tecido. O reforço foi executado colando-se tecidos na

face posterior à face do tiro ou nas duas faces. Para a confecção das placas seguiu-

Vi – velocidade inicial do projétil;

Vr – velocidade após a perfuração;

d – diâmetro do projétil;

t – espessura da placa;

xp – profundidade de penetração;

kd – profundidade da fragmentação.

t

Área de Estilhaçamento

Área de Fragmentação

Perfuração

Completa

Penetração Parcial

64

se as proporções de 1 : 2,33 : 1,76 : 0,57, respectivamente, cimento, areia, brita

(Dmax = 6,35 mm) e água.

Para as amostras com tecido, este foi colocado no fundo do molde e o concreto

foi lançado sobre o tecido, a outra folha de tecido foi posicionada na parte superior

do concreto lançado na forma. Não foi usado adesivo no processo. Verificou-se que

o tecido colocado no topo não aderiu bem ao concreto quando comparado ao da

outra face. As placas de espessura nominal de 2,54 cm foram ensaiadas com a

idade de 28 dias e as de 3,81 cm foram ensaiadas com 52 dias.

Os tecidos de reforço tinham resistência máxima ao carregamento linear

1550 N/cm (Zylon) e 180 N/cm (polipropileno).

Para os testes balísticos foi utilizada uma arma de pressão (gás nitrogênio –

pressão máxima 10,3 MPa, calibrada de acordo com a velocidade necessária) com

cano de 1,27 cm de diâmetro e 132 cm de comprimento, para lançar projéteis

cilíndricos de 12,7 mm de diâmetro e 34 g de massa.

Os painéis de concreto foram fixados a uma placa grossa de aço de 1,27 cm de

espessura por 4 braçadeiras, uma em cada extremidade. A placa de aço ficava na

parte frontal do painel e tinha uma abertura circular para passagem do projétil.

A nomenclatura utilizada tinha o seguinte significado: “ ” – indica a geometria de

painel; “C” – espécimes sem tecido; “ ” – reforço de polipropileno; “Z” – reforço de

Zylon; números de “1 a 3” – corresponde a espessura de 3, 1 cm e de “ a ” –

espessura de 2,54 cm. As amostras PP4, PP6, PZ4 e PZ6, tinham tecido apenas em

um lado.

Durante os ensaios verificaram-se as seguintes respostas do projétil no corpo de

prova: perfurado (P) - o projétil passou inteiramente através da placa, perfuração

limitada (PL) - projétil ficou alojado entre a placa e o tecido, perfurado e expulso (PB)

- o projétil atravessou o painel e foi expulso para a retaguarda e não perfurado (UP) -

painel foi atingido, mas o projétil foi rebatido.

Os resultados dos testes de impacto incluindo as velocidades inicial (Vi) e

residual (Vr) são apresentados na TAB. 2.16.

O valores de he e hs, para prever espessuras mínimas do corpo de prova para

que não ocorra perfuração e estilhaçamento, respectivamente, foram calculadas

baseadas no método do NDRC.

65

Verificou-se da TAB. 2.16 que as placas de 3,81 cm de espessura reforçadas

com tecidos de zylon foram as mais eficientes, pois o concreto por si só foi capaz de

absorver quase toda a energia cinética e o tecido segurou os estilhaços de concreto.

No entanto, para as amostras mais finas o tecido foi capaz de absorver uma parte da

energia do impacto junto com o concreto.

TAB. 2.16 Resultado do experimento.

Tipo fc (MPa) Vi Vr Resposta x/d hs (cm) he (cm)

PC1

41

235 - UP 0,86 4,18 2,81

PC2 167 - P 1,37 5,06 3,83

PC3 192 22 P 1,55 5,37 4,11

PP1

40

200 0 PL 1,62 5,49 4,23

PP2 189 0 PL 1,54 5,35 4,10

PP3 188 9 P 1,54 5,35 4,10

PZ1

43

187 0 PB 1,50 5,28 4,04

PZ2 184 0 PB 1,48 5,24 4,00

PZ3 196 0 PL 1,56 5,39 4,14

PP1

30

187 13 P 1,65 5,54 4,27

PP2 186 24 P 1,64 5,53 4,26

PP3 171 9 P 1,52 5,31 4,07

PC4 99 21 P 0,87 4,19 2,83

PC5 92 11 P 0,82 4,1 2,70

PC6 82 0 PB 0,73 3,96 2,48

PC7

35

84 0 PB 0,73 3,95 2,46

PC8 72 0 PB 0,63 3,77 2,18

PC9 90 0 PB 0,77 4,02 2,57

PP4

30

142 72 P 1,29 4,91 3,70

PP5 103 34 P 0,96 4,35 3,05

PP6 89 14 P 0,85 4,16 2,78

PP7

37

106 0 PB 0,93 4,31 2,99

PP8 9 12 P 0,85 4,16 2,78

PP9 87 0 PL 0,79 4,05 2,63

PZ4 106 0 PB 0,94 4,31 3,00

PZ5 113 0 PL 0,99 4,40 3,12

PZ6 123 0 PB 1,07 4,55 3,30

PZ7

39

131 0 PL 1,12 4,62 3,39

PZ8 143 0 PL 1,21 4,78 3,56

PZ9 142 17 P 1,20 4,77 3,55

(Fonte: VOSSOUCHI et al., 2007).

Verificou-se que, nas placas de concreto reforçadas com tecido na face posterior,

houve considerável redução no estilhaçamento do concreto, tendo sido os

fragmentos de concreto contidos pelos tecidos.

66

Os resultados de penetração foram comparados com fórmulas empíricas

disponíveis na literatura. Demonstrou-se que as atuais formulações não predizem

com precisão o comprimento de penetração do projétil no concreto reforçado com

tecido.

Observou-se em todas as placas de concreto simples (sem tecido) ruptura frágil.

A face posterior ao tiro apresentou fissuras que dividiram a placa em quatro partes.

A formulação do NDRC para avaliação do comprimento de penetração levou a

resultados coerentes com os das placas de concreto sem reforço, o que não ocorreu

quando as placas tinham reforço.

Concluiu-se que a espessura dos painéis de concreto tem um significativo efeito

na resistência à penetração

2.7.7 DANCYGIER ET AL. (2007)

Os autores estudaram o desempenho do CAR submetido a impacto balístico,

com o objetivo de investigar a influência dos materiais empregados na confecção do

concreto e de reforço na resistência à penetração de projétil. Foram variados a

dimensão máxima dos agregados graúdos (12 mm, 22 mm e 50 mm), as fibras de

aço (2 tipos: 60 mm de comprimento e fator de forma 67; 30 mm de comprimento e

fator de forma 60 na taxa de 60 kg/m3), barras de aço e adição de microssílica.

Inicialmente foram testadas placas de 400 mm x 400 mm x 50 mm de concreto

alvejadas por projéteis de 25 mm de diâmetro e 165 g de massa.

Observou-se que a resistência à compressão do concreto não é o único

parâmetro que deve ser levado em conta no projeto de estruturas submetidas a

impacto, mas também a necessidade de incluir fibras ou barras de aço e selecionar

os materiais componentes do concreto. Também foi notado que os danos nas faces

foram diminuídos com a adição de fibras e/ou barras de aço. ALMANSA e CANOAS

(1999), ONG et al. (1999) e LI et al. (2005) constataram que a adição de fibras ao

concreto melhora sua resistência ao impacto.

Depois foram confeccionadas 39 placas de concretos (fc entre 30 MPa e

119 MPa) com 800 mm x 800 mm x 200 mm de dimensões para serem submetidas

ao impacto de projéteis de aço com 50 mm de diâmetro e 1500 g, cuja velocidade

máxima de 315 m/s foi controlada por uma arma propulsora.

67

As placas foram armadas com barras de aço com taxas de armadura iguais a

0,14% na face anterior (face do tiro) e a 0,28% na face posterior, respectivamente

ᴓ 8 mm c 20 cm e ᴓ 8 mm c 10 cm, conforme mostra a FIG. 2.31.

Para os corpos de prova de concreto de resistência normal foram utilizados

agregado graúdo com dimensão máxima de 22 mm, teor de cimento de 290 kg/m3 e

fator água-cimento de 0,65, resultando num concreto com fc aos 28 dias de 30 MPa.

Para o CAR foram utilizados 425 a 495 kg/m3 de cimento, 1430 kg/m3 a 1595

kg/m3 de agregados graúdos, fator água-cimento entre 0,27 e 0,33 e nas misturas

com adição de microssílica, o fator água-cimento foi 0,25 a 0,29. Adicionou-se

também um super-plastificante em quantidades que variaram de 11 l/m3 a 18 l/m3.

Além disso, todas foram dosadas para fc = 100 MPa, obtendo uma faixa de 93 MPa a

119 MPa.

FIG. 2.31 Armadura interna das placas de concreto. (Fonte: DANCYGIER et al., 2007)

Como resultados foram medidas a velocidade do projétil, o comprimento de

penetração e as áreas de danos nas faces anterior e posterior, conforme TAB. 2.17.

.

68

TAB. 2.17 Resultado do experimento.

Tipo Micro Sílica

Fibras Aço

Barras Aço Dmax (mm)

Fck (MPa)

Vel (m/s)

Penetração (mm)

Diâmetro de danos (mm)

Anterior Posterior Anterior Posterior

Normal - -

ᴓ8mm c 20cm

ᴓ 8mm c 10cm

22

40

204 127 313 482

203 135 279 436

250 200 249 525

245 200 345 545

Concreto Alta

Resistência

- S 108

285 200 229 379

273 142 235 455

276 200 209 456

282 152 224 490

- - 119 270 200 363 600

254 200 375 546

S S 102

309 200 315 430

243 90 224 0

276 152 260 550

289 200 232 430

281 180 242 490

S - 117 282 200 543 700

278 200 338 602

S S

50

104 291 200 290 423

287 180 319 600

S S 113 289 200 216 469

262 128 259 0

S S 22 109 279 150 220 525

289 145 280 0

S S 12 106 291 135 250 465

307 200 301 300

- S

50

101 292 200 172 445

286 147 290 0

S S 93 292 168 355 530

313 200 305 470

S S 94 313 200 274 588

314 163 299 497

S S ᴓ 8mm c

10cm ᴓ 8mm c

10cm

22

114 270 140 290 430

286 165 283 475

S S ᴓ 8mm c

10cm ᴓ 8mm c 5cm 102

287 170 300 440

289 200 345 390

S S

ᴓ 8mm c 10cm

+ ᴓ 8mm c

10cm (transversal)

ᴓ 8mm c 10cm

+ ᴓ 8mm c

10cm (transversal)

110

286 200 270 385

284 200 290 420

S S

ᴓ 6mm c 10cm

+ ᴓ 6mm c

10cm (intermediária)

ᴓ 6mm c 10cm

+ ᴓ 6mm c

10cm (intermediária)

103

287 200 268 595

292 175 315 540

(Fonte: DANCYGIER et al., 2007)

Verificou-se que todas as placas com CAR tiveram maior resistência à

penetração que as com concreto de baixa resistência. Quanto maior o tamanho e a

dureza do agregado, maior resistência à penetração.

Constatou-se que os danos na face anterior foram maiores nas placas de CAR

que os nas placas de concreto convencional. Quando se adicionou fibras de aço ao

concreto, menores foram os danos nesta face. A adição de microsílica ao concreto

não influenciou estes danos e pouco contribuiu para a redução do comprimento de

69

penetração do projétil no concreto. O aumento do reforço de barras de aço não

contribuiu para a sua diminuição.

Com relação aos danos na face posterior, verificou-se que a adição de fibras

contribuiu para a diminuição dos danos, resultado semelhante foi obtido e relatado

por ZHANG et al. (2005), pois promovem redução da propagação das fissuras no

concreto. A adição de microsílica causou um ligeiro aumento dos danos.

Foi observado que quanto mais duro é o agregado, maior é a resistência à

penetração e menores são os danos nas faces da placa de concreto após o teste

balístico, porém quanto maior é seu tamanho, maiores são os danos nestas faces,

porque o agregado tende a sair por inteiro.

As barras de aço da armadura interna tiveram efeito insignificante na redução do

comprimento de penetração, porém contribuíram para a redução dos danos na face

posterior ao tiro.

Concluiu-se que as formulações existentes para prever o comprimento de

penetração do projétil em CAR não levam a resultados satisfatórios.

Os autores depreenderam que, para aumentar a resistência de placas de

concreto submetidas a impacto balístico, é necessário melhorar as propriedades da

estrutura, não somente aumentar a resistência do concreto à compressão.

2.7.8 MOHAMED ET AL. (2009)

Os autores estudaram a influência do uso de malhas de aço no reforço de placas

de concretos simples e armado submetidos a impacto balístico. Variou-se o número

de camadas de malhas de aço (1 a 3), foi medido o comprimento de penetração do

projétil e monitoraram-se os danos nas faces anterior e posterior ao tiro.

As placas tinham seção quadrada com 550 mm x 200 mm de dimensões. No

reforço foi utilizada malha de aço quadrada com 500 mm de tamanho, tendo

abertura e espessura de 50 mm e 2 mm, respectivamente, conforme mostra a

FIG. 2.32.

70

FIG. 2.32 Placa de concreto reforçada com a malha de aço. (Fonte: MOHAMED et al., 2009)

A TAB. 2.18 reúne dados das placas de concreto ensaiadas sem ou com reforço.

TAB. 2.18 Descrição das placas ensaiadas.

Nr Tipo Espessura

(cm) Descrição

Camadas de aço na placa anterior

Camadas de aço na placa

posterior

1 SC 1 60 3 placas CS - -

2 SC 2 40 2 placas CS - -

3 SW 1-3 40 CA3 + CS 3 -

4 SW 2-3 40 CA3 + CA3 3 3

5 SW 1-2 40 CA2 + CA2 2 2

6 SW 1-1 40 CA1 + CA1 1 1

7 SW 2-1 40 CA2 + CA1 2 1

CA – concreto armado e CS – concreto simples. CA1, CA 2 ou CA3 – 1, 2 ou 3 camadas de aço.

(Fonte: MOHAMED et al., 2009)

As placas SC1 e SW1-2 estão detalhadas de acordo com a FIG. 2.33.

O concreto possuía resistência à compressão de 35 MPa, resistência à tração de

3,1 MPa e módulo de elasticidade longitudinal de 29 GPa e massa específica de

2350 kg/m3, dosado com o traço de 1:2:4:0,5; respectivamente cimento, areia, brita

(dimensão máxima do agregado graúdo de 19 mm) e água.

Os projéteis utilizados nos testes balísticos tinham 23 mm de diâmetro e 175 g de

massa. A velocidade média destes atingiu 970 m/s.

Na TAB. 2.19 encontram-se os resultados de comprimento de penetração do

projétil nas placas ensaiadas.

71

FIG. 2.33 Seção transversal das placas SC1 e SW1-2. (Fonte: MOHAMED et al., 2009)

TAB. 2.19 Resultados de comprimento de penetração nas placas ensaiadas.

Nr Tipo Espessura (cm) Velocidade (m/s) Penetração (cm)

1 SC 1 60 974 40,0

2 SC 2 40 976 40,0

3 SW 1-3 40 976 40,0

4 SW 2-3 40 978 28,0

5 SW 1-2 40 996 28,7

6 SW 1-1 40 994 29,0

7 SW 2-1 40 979 28,5

(Fonte: MOHAMED et al., 2009)

Dos testes balísticos constatou-se que o uso da malha de aço reduziu

aproximadamente 30% do comprimento de penetração dos projéteis nas placas de

concreto, conforme pode ser visto na TAB. 2.19.

O uso da malha de aço também levou a diminuição dos danos nas faces anterior

e posterior das placas, sendo que na face anterior esta redução de danos ficou em

torno de 50%.

Verificou-se também que quanto maior o número de camadas de malhas de aço,

menores foram os danos na face posterior das placas de concreto e pouca mudança

no comprimento de penetração do projétil.

Concluiu-se que o número ideal e econômico de camadas de malhas de aço é de

somente 2, podendo ser aplicada uma camada de malha de aço na face anterior e

outra camada na face posterior da placa de concreto.

O processo de penetração/perfuração nas placas de concreto foi visível em três

fases: cratera frontal, túnel na região central e cratera posterior, e essas fases são

válidas para as placas com armação ou sem reforço.

72

2.7.9 SOBRAL (2011)

A autora estudou o comportamento de placas quadradas, de 30 cm de dimensão,

de concreto simples e concreto reforçado com fibras de aço quando submetidas à

carga de impacto balístico.

Os parâmetros variados neste programa experimental foram a resistência do

concreto à compressão (fc = 30 MPa, 70 MPa e 90 MPa), o tipo de fibras de aço

(fibras longas e fibras médias) e a massa volumétrica das fibras de aço (40 kg/m³, 80

kg/m³ e 120 kg/m³), a espessura das placas (t = 25,4 mm, 38,1 mm, 50,8 mm,

70,0 mm, 100,0 mm e 150,0 mm), e o calibre (0.50 pol, 7,62 mm e 9 mm) e a

velocidade de impacto dos projéteis (v = 326,8 m/s a 915,5 m/s).

As fibras de aço empregadas no experimento são vista na FIG. 2.34.

No estudo foi criada uma nomenclatura para cada corpo de prova para melhor

identificá-los (por exemplo: C30-25,4-AL80: corpo de prova de 25,4 mm de

espessura, concreto de 30 MPa, reforçado com fibras longas e massa de fibras igual

a 80 kg/m³ e C70-50,8-S: corpo de prova de 50,8 mm de espessura, concreto de

70 MPa, placa de concreto simples).

(a) Fibra Média - BSF 36; (b) Fibra Longa - BSF 49.

FIG. 2.34 Fibras de aço empregadas no experimento.

(Fonte: SOBRAL, 2011).

O ensaio balístico consistiu da execução de um tiro por placa na região central

da mesma. Foi utilizada uma arma para a execução do tiro, um túnel para medida da

velocidade e um pórtico de aço para fixação dos corpos de prova.

73

Como resultados dos ensaios balísticos foram obtidos a velocidade do projétil e o

comprimento de perfuração. Nas TAB. 2.20 a TAB. 2.22 serão mostrados apenas os

resultados nas placas em que os projéteis penetraram, pois os corpos de prova onde

aconteceram a perfuração ou a ruptura da placa serão desprezados.

TAB. 2.20 Concretos grupo de 30 MPa.

Placa Velocidade

(m/s) Calibre

Penetração (mm)

C30-38,1-S 426,0 9 19,00

C30-50,8-S 416,0 9 18,50

C30-50,8-S 431,5 9 17,00

C30-38,1-AL-40 432,0 9 22,00

C30-50,8-AL-40 420,0 9 17,50

C30-50,8-AL-40 439,4 9 15,50

C30-38,1-AM-40 435,1 9 19,00

C30-38,1-AM-40 350,0 9 18,50

C30-50,8-AM-40 439,2 9 16,00

C30-50,8-AM-40 337,0 9 14,00

C30-38,1-AL-80 438,4 9 21,50

C30-38,1-AL-80 341,0 9 13,50

C30-50,8-AL-80 442,5 9 17,50

C30-50,8-AL-80 349,0 9 11,00

C30-38,1-AM-80 416,0 9 20,00

C30-38,1-AM-80 326,8 9 11,00

C30-50,8-AM-80 417,0 9 17,50

C30-100-S 845,6 7,62 44,78

C30-150-S 840,4 7,62 41,34

C30-70-AL-80 833,2 7,62 33,49

C30-100-AL-80 832,3 7,62 41,42

C30-150-AL-80 838,0 7,62 41,06

(Fonte: SOBRAL, 2011).

Ao final do experimento, verificou-se que todas as placas com espessura de

25,4 mm de espessura sofreram perfuração após o impacto, independente do calibre

do projétil ou da quantidade de fibras de aço. As placas de concreto com fibras,

espessura de 38,1 mm, resistiram ao impacto de projéteis 9 mm com destacamento

de material na face oposta ao tiro. As placas reforçadas com fibras de 50,8 mm de

espessura resistiram ao impacto de projéteis 9 mm sem haver perda de material na

face oposta ao tiro. As placas reforçadas com fibras de 70 mm e 100 mm de

74

espessura resistiram ao impacto 7,62 mm e as reforçadas com fibras de 150 mm de

espessura resistiram ao impacto do 7,62 mm e 0.50 pol.

Todas as placas sem fibras de aço se romperam com o impacto do projétil

0.50 pol. As placas sem reforço de 100 mm e 150 mm resistiram ao impacto do

7,62 mm.

TAB. 2.21 Concretos grupo de 70 MPa.

Placa Velocidade

(m/s) Calibre

Penetração (mm)

C70-70-AL-80 840,81 7,62 28,48

C70-100-AL-80 837,36 7,62 25,84

C70-150-AL-80 838,15 7,62 29,39

C70-150-AL-80 791,33 0.50 55,86

C70-100-S 832,87 7,62 28,75

C70-150-S 834,93 7,62 28,44

(Fonte: SOBRAL, 2011).

A autora concluiu que o concreto sem fibras não apresentou resultados

satisfatórios para os projéteis de maior calibre, pois não ofereceu qualquer tipo de

segurança ao usuário deste concreto para fins de proteção balística, sendo o

concreto de alta resistência com fibras de aço uma eficiente alternativa para

proteção balística.

TAB. 2.22 Concretos grupo de 90 MPa.

Placa Velocidade

(m/s) Calibre

Penetração (mm)

C90-70-AL-120 837,4 7,62 27,02

C90-100-AL-120 839,58 7,62 31,55

C90-150-AL-120 776,74 0.50 62,36

C90-150-AL-120 835,75 7,62 29,45

C90-100-S 842,72 7,62 28,21

C90-150-S 843,1 7,62 28,44

C90-70-AL-80 839,28 7,62 23,24

C90-100-AL-80 836,56 7,62 31,05

C90-150-AL-80 777,97 0.50 63,51

C90-150-AL-80 842,46 7,62 30,80

(Fonte: SOBRAL, 2011).

75

3 PROGRAMA EXPERIMENTAL

3.1 INTRODUÇÃO

Com o objetivo de ampliar os dados disponíveis sobre impacto balístico em

estruturas de concreto, foi elaborado um programa experimental que englobou o

ensaio balístico em 110 placas de concreto.

Em função dos resultados de SOBRAL (2011), utilizou-se apenas uma

resistência média à compressão para o concreto de todo o estudo (fc = 70 MPa).

Os parâmetros variados no experimento foram a espessura das placas de

concreto, as armaduras e o calibre e a velocidade dos projéteis.

A espessura das placas assumiu seis valores: 38,1 mm, 50,8 mm, 70,0 mm,

100,0 mm, 125,0 mm e 150,0 mm.

A armadura interna com o uso de barras de aço também ficou limitada ao

emprego de uma mesma taxa de armadura para cada espessura de corpo de prova,

sendo cerca de quatro vezes a armadura mínima de acordo com a NBR 6118:2007.

Também foram adicionadas internamente fibras de aço, mas não houve variação na

quantidade, tendo sido empregada apenas uma taxa em massa por metro cúbico de

concreto, sendo 80 kg/m3.

O reforço em folhas unidirecional de resina e fibra de carbono e tecido

bidirecional de resina e fibra de vidro foi variado em função do número de camadas

(uma ou duas camadas) nas placas de concreto.

O diâmetro dos projéteis utilizados foram de 9 mm, 7,62 mm e 12,7 mm (calibre

0.50 pol), tendo suas velocidades variando entre v = 419,7 m/s e 907,7 m/s.

Todas as placas quadradas de concreto, de 30 cm de dimensão, foram

solicitadas por um tiro próximo à região central, com ângulo de impacto de 90o com

relação ao plano da placa (obliqüidade nula).

A descrição dos ensaios, os materiais empregados, a execução e os resultados

são apresentados a seguir.

76

3.2 ENSAIOS EXECUTADOS

Os corpos de prova foram distribuídos em dois grupos: concreto simples (CS) e

concreto armado (CA). Foram adicionados, externamente, às placas, compósitos de

carbono (FC) e de vidro (FV), e internamente, fibras de aço (FA).

Foram confeccionadas 110 placas para a realização dos ensaios balísticos,

distribuídas conforme TAB. 3.1.

TAB. 3.1 Resumo dos corpos de prova confeccionados.

Espessura (mm)

Quantidade

Calibre

9 mm 7,62 mm 0.50 pol

38,1 27 25 2 -

50,8 20 5 15 -

70,0 19 - 16 3

100,0 19 - 11 8

125,0 19 - 7 12

150,0 6 - 1 5

total 110 30 52 28

Todas as placas foram ensaiadas balisticamente com apenas um tiro na região

central da placa com 9 mm, 7,62 mm ou 0.50 pol em câmara de tiro destinada a esta

finalidade.

No intuito de caracterizar o concreto executado em betoneira, foram realizados

ensaios de compressão de corpos-de-prova cilíndricos, conforme NBR 5739:2007,

para avaliação da resistência do concreto à compressão (fc) e de módulo de

elasticidade longitudinal, de acordo com a NBR 8522:2008.

Nos compósitos de resinas e fibras de carbono e vidro foram executados ensaios

de tração para determinação da sua resistência à tração, do seu módulo de

elasticidade e da sua deformação última.

3.2.1 NOMENCLATURA ADOTADA PARA AS PLACAS

Cada placa possuía sua nomenclatura respeitando o padrão adotado pelo

trabalho. Para isso o experimento foi dividido em dois grandes grupos: concreto

armado (CA) e concreto simples (CS), ou seja, com e sem barras de aço. Como a

resistência média do concreto à compressão era de 70,0 MPa, adotou-se CA70 ou

77

CS70. Para evidenciar a espessura do corpo de prova quadrado, escreveu-se tal

como CA70-38,1 ou CS70-70,0. A adição de fibras de aço na proporção de 80 kg

por m3 ao concreto foi designada FA80. O reforço com uma camada de compósito

de resina e fibras de vidro ou para 2 camadas foi expresso por FV1 ou FV2; para o

compósito de resina e fibras de carbono, FC1 ou FC2.

Assim uma placa com a denominação CA70-125,0-FA80-FV2 foi confeccionada

com concreto fc = 70 MPa, possuía espessura 125,0 mm, sendo armada com barras

de aço e fibras de aço no consumo de 80 kg/m3 de concreto e reforçada com duas

camadas de compósito de resina e fibras de vidro.

Para a execução do experimento foram confeccionadas as placas de concreto

simples de acordo com a TAB. 3.2 e de concreto armado, conforme a TAB. 3.3.

TAB. 3.2 Placas de concreto simples ensaiadas.

Placa Espessura

(mm) Fibras de Aço

(kg/m3)

Compósitos de fibras

Tipo das fibras

Número de camadas de reforço

CS70-38,1-FA80 38,1

80 - -

CS70-70,0-FA80 70,0

CS70-100,0-FA80 100,0

CS70-125,0-FA80 125,0

CS70-150,0-FA80 150,0

CS70-38,1-FA80-FV1 38,1

80 Vidro

1

CS70-50,8-FA80-FV2 50,8 2

CS70-70,0-FA80-FV1 70,0 1

CS70-100,0-FA80-FV1 100,0

1

CS70-100,0-FA80-FV2 2

CS70-125,0-FA80-FV1 125,0 1

CS70-38,1-FA80-FC1 38,1

80 Carbono

1

CS70-50,8-FA80-FC1 50,8

1

CS70-50,8-FA80-FC2 2

CS70-70,0-FA80-FC1 70,0

1

CS70-70,0-FA80-FC2 2

CS70-100,0-FA80-FC2 100,0 2

CS70-125,0-FA80-FC1 125,0 1

78

TAB. 3.3 Placas de concreto armado ensaiadas.

Placa Espessura

(mm) Fibras de

Aço (kg/m3)

Compósitos de fibras Barras de aço

Tipo das fibras

Número de camadas de reforço

CA70-38,1 38,1

- - - sim

CA70-50,8 50,8

CA70-70,0 70,0

CA70-100,0 100,0

CA70-125,0 125,0

CA70-150,0 150,0

CA70-38,1-FA80 38,1

80 - - sim

CA70-50,8-FA80 50,8

CA70-70,0-FA80 70,0

CA70-100,0-FA80 100,0

CA70-125,0-FA80 125,0

CA70-150,0-FA80 150,0

CA70-38,1-FV1 38,1

- Vidro

1

sim

CA70-50,8-FV1 50,8

1

CA70-50,8-FV2 2

CA70-70,0-FV1 70,0 1

CA70-100,0-FV1 100,0

1

CA70-100,0-FV2 2

CA70-125,0-FV1 125,0

1

CA70-125,0-FV2 2

CA70-38,1-FC1 38,1

- Carbono

1

sim

CA70-50,8-FC1 50,8

1

CA70-50,8-FC2 2

CA70-70,0-FC1 70,0

1

CA70-70,0-FC2 2

CA70-100,0-FC2 100,0 2

CA70-125,0-FC1 125,0 1

CA70-150-FC1 150,0

1

CA70-150-FC2 2

CA70-38,1-FA80-FV1 38,1

80 Vidro

1

sim

CA70-38,1-FA80-FV2 2

CA70-50,8-FA80-FV1 50,8

1

CA70-50,8-FA80-FV2 2

CA70-70,0-FA80-FV2 70,0 2

CA70-100,0-FA80-FV1 100,0

1

CA70-100,0-FA80-FV2 2

CA70-125,0-FA80-FV1 125,0

1

CA70-125,0-FA80-FV2 2

CA70-38,1-FA80-FC1 38,1

80 Carbono

1

sim

CA70-38,1-FA80-FC2 2

CA70-50,8-FA80-FC1 50,8

1

CA70-50,8-FA80-FC2 2

CA70-70,0-FA80-FC1 70,0

1

CA70-70,0-FA80-FC2 2

CA70-100,0-FA80-FC1 100,0

1

CA70-100,0-FA80-FC2 2

CA70-125,0-FA80-FC1 125,0 1

79

3.3 MATERIAIS UTILIZADOS

3.3.1 CONCRETO

Para o experimento decidiu-se por empregar na confecção das placas um

concreto de alta resistência com resistência média à compressão de 70 MPa, com o

uso de adição de sílica ativa e aditivo superplastificante. O fator água-cimento

utilizado foi de 0,35. Tal concreto foi escolhido em função dos resultados de

SOBRAL (2011).

O cimento utilizado foi o CP-V ARI, da HOLCIM, sendo consumidos 457 kg por

m3 de concreto. O agregado miúdo utilizado foi areia natural de rio lavada com

módulo de finura igual a 2,88 e dimensão máxima característica de 2,4 mm. O

agregado graúdo foi gnaisse britado com dimensão máxima característica de

9,5 mm (brita 0).

A adição mineral introduzida ao concreto foi uma dispersão aquosa de sílica ativa

SILITEC na taxa de 10% em massa de cimento. O aditivo superplastificante utilizado

foi uma solução de policarboxilato modificado de TEC FLOW 7000 no consumo de

2,0% em massa de cimento. A FIG. 3.1 mostra as embalagens da adição e do

aditivo empregados.

O traço em massa empregado na execução do concreto está apresentado na

TAB. 3.4.

TAB. 3.4 Composição do concreto dos corpos de prova (fc = 70 MPa).

Componentes Concreto 70 MPa

Traço (massa) Consumo (kg/m3)

Cimento CP-V ARI 1 457 kg

Areia 1,59 726 kg

Brita 0 2,27 1039 kg

Sílica ativa 0,10 46 kg

Superplastificante 0,02 9,1 kg

Água 0,35 160 kg

Nos concretos com reforço de fibras de aço, as mesmas quantidades de

materiais (v. TAB. 3.4) foram adicionadas ao concreto de forma gradual.

80

(a) Sílica ativa. (b) Superplastificante.

FIG. 3.1 Adição e aditivo ao concreto.

Por betonada de concreto foram moldados quatro corpos de prova cilíndricos

com dimensões de 150 mm x 300 mm (conforme NBR 573:2008) e em média seis

placas de concreto.

A FIG. 3.2 mostra o aspecto do concreto após sua execução e das formas

prontas de três betonadas.

Para a execução dos ensaios para determinação da resistência à compressão e

do módulo de elasticidade do concreto, foi utilizada a prensa de 5000 kN de

capacidade (v. FIG. 3.3) do Laboratório de Materiais de Construção e Concreto da

Seção de Engenharia de Fortificação e Construção do IME.

Para realização desses ensaios, buscou-se uma data próxima à execução dos

testes balísticos no intuito de obter a resistência e módulo de elasticidade os mais

próximos possíveis da realidade da vida do concreto na data do ensaio balístico,

sendo os corpos de prova mais jovens com 60 dias.

81

FIG. 3.2 Confecção das placas e corpos de prova cilíndricos.

FIG. 3.3 Prensa Amster de 5000 kN de capacidade do IME.

82

A FIG. 3.4 mostra corpos de prova cilíndricos de 150 mm x 300 mm

instrumentados com o uso de extensômetros elétricos de resistência para a

realização dos ensaios na prensa.

FIG. 3.4 Instrumentação dos corpos de prova cilíndricos.

3.3.2 BARRAS DE AÇO

Algumas placas de concreto foram armadas com uma malha de 4 barras em

cada face maior e em cada direção, com exceção das de 38,1 mm de espessura que

somente receberam uma malha de 4 barras em cada direção.

A taxa de armadura (ρs) de cada placa foi constante para cada espessura, como

pode ser vista na TAB. 3.5.

Os valores escolhidos para ρs situaram-se entre cerca de 1,1% e 1,6%, o que em

média fica em torno de 4 vezes a taxa mínima de armadura necessária para se

armar uma estrutura de concreto de fc acima de 50 MPa, conforme a

NBR 6118:2007.

TAB. 3.5 Distribuição das barras por espessura de placa.

Espessura (mm)

Bitola Barra (mm)

Nr Barras na face direção X

Nr Barras na face direção Y

Taxa de armadura

(ρs %) Anterior Posterior Anterior Posterior

38,1 6,3 4 - 4 - 1,09

50,8 6,3 4 4 4 4 1,64

70,0 6,3 4 4 4 4 1,19

100,0 8,0 4 4 4 4 1,34

125,0 8,0 4 4 4 4 1,07

150,0 10,0 4 4 4 4 1,40

83

A FIG. 3.5 mostra o detalhamento das armaduras utilizadas nas placas de

38,1 mm e de 50,8 mm a 150 mm.

(a) Armadura utilizada nas placas de 38,1 mm;

(b) Armadura utilizada nas placas de 50,8 mm a 150 mm.

FIG. 3.5 Detalhamento das armaduras de aço.

A TAB. 3.6 apresenta as especificações nominais das barras de aço empregadas

nas placas.

TAB. 3.6 Especificações nominais das barras de aço. Espessura

(mm) Massa Nominal

(kg/m) Tolerância

Resistência Característica de escoamento (MPa)

6,3 0,245 ± 7%

500 8,0 0,395

10,0 0,617 ± 6%

(Fonte: Catálogo de aço para a construção civil da Gerdau, 2009).

A FIG. 3.6 mostra as formas para execução de corpos de prova em concreto

armado.

84

FIG. 3.6 Formas com barras de aço para concretagem.

3.3.3 FIBRAS DE AÇO

As fibras de aço foram distribuídas aleatoriamente, dispersas descontinuamente,

buscando sua homogeneidade na mistura de concreto fresco.

Foi utilizado apenas um tipo de fibra de aço marca Wirand® FF1 da Maccaferri,

cujas especificações constam da TAB. 3.7.

TAB. 3.7 - Especificações do fabricante das fibra de aço Wirand FF1.

Características Wirand® FF1

Diâmetro (mm) 1,00 ± 0,1

Comprimento (mm) 50 ± 0,5

Fator de forma – comprimento/diâmetro 50

Número de fibras por kg 3244

Resistência à tração do aço (MPa) >1100

Módulo de elasticidade (GPa) 210

(Fonte: Maccaferri, 2012).

Para a confecção das placas foram adicionadas fibras de aço ao concreto numa

proporção de 80 kg/m3 de concreto, pois é um valor que conduz a aumentos na

resistência e ductilidade de concretos de alta resistência.

85

A FIG. 3.7 mostra forma geométrica das fibras de aço FF1.

FIG. 3.7 Geometria da fibra FF1.

Disponível em: <http://www.officinemaccaferri.com/products/concrete-fibre-reinforcement/steel-fibres/13300-2.html>

Acessado em: Janeiro, 2012.

A FIG. 3.8 mostra um conjunto de fibras de aço FF1.

FIG. 3.8 Conjunto de fibras de Aço FF1.

3.3.4 FIBRAS DE CARBONO

Com o objetivo de aumentar a resistência à tração da estrutura de concreto, as

placas foram reforçadas externamente com folhas unidirecional de fibras de carbono

TEC-FIBER da Rheoset, conforme mostra a FIG. 3.9.

A TAB. 3.8 mostra especificações nominais das folhas unidirecionais de fibras

de carbono da RheoSet.

86

FIG. 3.9 Rolo de folha unidirecional de fibras de carbono.

TAB. 3.8 Especificações da folha unidirecional de fibras de carbono da RheoSet.

Resistência à tração 3550 MPa

Módulo de elasticidade 235 GPa

Deformação de ruptura 1,55%

Largura da faixa 500 mm

Espessura de projeto 0,165 mm

Gramatura do material 300 g/m2 Disponível em: <http://www.rheotec.com.br/arquivos/tec-fiber.htm>.

Acessado em: Maio, 2011.

3.3.5 FIBRAS DE VIDRO

As placas de concreto foram reforçadas com tecido bidirecional de fibras de vidro

WR 800, conforme mostra a FIG. 3.10.

A TAB. 3.9 mostra especificações nominais do tecido bidirecional de fibras de

vidro WR 800 da Maxepoxi Industrial e Comercial Ltda.

FIG. 3.10 Rolo de tecido de fibra de vidro

87

TAB. 3.9 Especificações do tecido bidirecional de fibras de vidro.

Gramatura (g/m2) 799

Largura (cm) 140

Comprimento do rolo (m) 50

Área do rolo (m2) 65

Espessura (mm) 0,85

Carga de ruptura de urdume (kgf/cm) 223,3

Carga de ruptura da trama (kgf/cm) 176

Tipo de tecelagem Tela

Composição 100% vidro Disponível em: <http://www.maxepoxi.com.br/tecnica_tecidos.asp>.

Acessado em: Janeiro, 2012.

3.3.6 RESINA DE IMPRIMAÇÃO

Para o procedimento de colagem a superfície foi limpa com álcool e nela foi

aplicada a resina de imprimação TEC-POXI PR da RheoSet, que tem a função de

garantir a aderência perfeita da resina epoxídica à superfície da placa de concreto.

Na TAB. 3.10 são expostas características da resina de imprimação TEC-POXI

PR da RheoSet utilizada no trabalho.

A resina TEC-POXI PR é uma resina pré-dosada bi-componente. Para utilizá-la

deve-se misturar os componentes A e B (v. FIG. 3.11), na proporção de 66,7% e

33,3% respectivamente, manualmente por 5 minutos, até se obter uma mistura

homogênea em transparência.

TAB. 3.10 Especificações da resina de imprimação.

Aspecto / Cor Incolor

Viscosidade 65 a 75 s (CF 4)

Massa específica 1,050 g/cm3

Pot Life (tempo de vida útil da mistura) mínimo de 40 min

Secagem ao manuseio máximo 6 hs

Secagem completa máximo 10 hs

Cura inicial 7 dias

Resistência à tração 20,0 ± 2,0 MPa após 24 horas

Rendimento teórico 250 a 350 g/m2 Disponível em: <http://www.rheotec.com.br/arquivos/tec-poxipr.htm>.

Acessado em Janeiro, 2012.

88

FIG. 3.11 Componentes A e B da resina de imprimação.

3.3.7 RESINA EPÓXI

Para o procedimento de colagem das folhas de fibras de carbono e do tecido de

fibras de vidro na superfície imprimada e seca das placas, foi utilizada a resina

saturante epóxi TEC-POXI da Rheo Set, formulada para colagem e saturação das

fibras para a formação dos compósitos utilizados no reforço estrutural.

Na TAB. 3.11 são expostas características da resina epóxi TEC-POXI da

RheoSet utilizada no trabalho.

Da mesma forma que a resina de imprimação, a resina epóxi TEC-POXI é pré-

dosada bi-componente, sendo sua mistura, também, na proporção de 66,7% e

33,3% (componentes A e B, respectivamente), executada manualmente por 5

minutos, até se obter uma mistura homogênea em transparência.

TAB. 3.11 Especificações da resina epóxi.

Cor Azul transparente

Viscosidade 70 a 80 s (CF 4)

Massa específica 1,055 g/cm3

Pot Life (tempo de vida útil da mistura) mínimo de 40 min

Secagem ao manuseio máximo 6 hs

Secagem completa máximo 10 hs

Cura total 7 dias

Aderência 1,5 MPa

Resistência à tração 55,0 ± 3,0 MPa após 24 horas

Resistência à compressão mínimo 60 MPa

Rendimento teórico 250 a 350 g/m2 Disponível em: <http://www.rheotec.com.br/arquivos/tec-poxi.htm>.

Acessado em Janeiro, 2012.

89

A FIG. 3.12 mostra os componentes A e B que compõem a resina epóxi.

FIG. 3.12 Componentes A e B da resina epóxi.

3.3.8 COMPÓSITO DE RESINA E FIBRAS DE CARBONO

O compósito resultante da combinação entre a resina e as fibras de carbono é

denominado Polímero Reforçado com Fibras de Carbono ou Carbon Fiber

Reinforced Polymer (CFRP). No caso do experimento foi fabricado o sistema curado

in situ, ou seja, o tecido de carbono foi colado sobre a superfície das placas de

concreto com a resina epóxi ou sobre outra folha, no caso dos corpos de prova com

duas camadas de folha de carbono.

O CFRP apresenta as desvantagens de baixa resistência ao fogo, deterioração

quando exposto ao tempo e aos raios ultravioletas, risco de vandalismo e elevado

custo se comparados com o compósito de resina e fibras de vidro.

3.3.9 COMPÓSITO DE RESINA E FIBRAS DE VIDRO

Os compósitos formados com fibras de vidro recebem a terminologia GFRP

(Glass Fiber Reinforced Polymer).

Para a execução do GFRP foi utilizada as resinas de imprimação TEC-POXI PR

e a resina epóxi TEC-POXI, ambas de Rheo Set. Sendo executados os mesmos

procedimentos do CFRP.

O GFRP tem vantagens sobre o CFRP no que se refere a custo do material,

elevada durabilidade e capacidade de deformação (para o caso de conter os

90

estilhaços de concreto provenientes dos impactos), grande resistência quando

exposto ao tempo e ao calor. Porém, possui baixo módulo de elasticidade.

3.4 EXECUÇÃO DAS PLACAS

Todo o concreto foi produzido no Laboratório de Materiais de Construção e

Concreto da Seção de Engenharia de Fortificação e Construção do IME utilizando

uma betoneira de 320 litros (v. FIG. 3.13).

Foram confeccionadas formas de madeira resinadas para execução dos corpos

de prova quadrados de 30 cm de dimensão e espessuras de 38,1 mm, 50,8 mm,

70,0 mm, 100,0 mm, 125,0 mm e 150,0 mm, conforme FIG. 3.14.

Para facilitar o processo de desforma, aplicou-se desmoldante 6000

biodegradável, da Rheoset, antes do enchimento das formas com concreto.

Foram realizadas 15 betonadas, sendo 10 destas de concreto com fibras de aço

e 5, concreto simples.

FIG. 3.13 Betoneira de 320 l de capacidade.

91

FIG. 3.14 Formas de madeira de 30 cm x 30 cm de diferentes espessuras.

Antes de iniciar a concretagem, pesaram-se todos os materiais (v. FIG. 3.15) a

serem empregados (areia, brita 0, sílica ativa, superplastificante e fibras de aço),

organizaram-se as formas de madeira e passou-se o desmoldante nas mesmas.

(a) Areia e brita 0; (b) Sílica ativa, superpastificante e fibras de aço.

FIG. 3.15 Material pesado para concretagem.

Para a execução do concreto tomou-se o seguinte procedimento: primeiramente

colocaram-se na betoneira toda a quantidade de agregado graúdo e 1/3 da água

92

prevista (v. FIG. 3.16a), ligou-se a betoneira e fez a mistura girar cerca de 3 min para

que toda a brita fosse molhada; em seguida adicionaram-se todo o cimento, a sílica

ativa e 1/3 de água, deixando-se a betoneira girar por mais 3 min para que toda a

brita fosse envolvida pela pasta de cimento (v. FIG. 3.16b e c); adicionaram-se então

o agregado miúdo e 1/3 de água restante misturada com o superplastificante

(v. FIG. 3.16d), deixando a betoneira girar por um período de 5 minutos para a

homogeneização completa do concreto.

Para o concreto com fibras de aço, estas foram adicionadas manualmente aos

poucos de forma lenta e uniforme (v. FIG. 3.17a) após a adição da areia, seguindo

então a sequência anteriormente descrita até o final do processo de concretagem

(v. FIG. 3.17b).

(a) brita 0 e 1/3 da água; (b) Adição de cimento, sílica ativa;

(c) adição de 1/3 da água; (d) Areia, 1/3 da água e superplastificante.

FIG. 3.16 Sequência de execução do concreto do trabalho.

93

(a) colocação das fibras de aço; (b) concreto + fibras de aço.

FIG. 3.17 Sequência de execução do concreto com fibras.

Após a mistura, o concreto fresco pronto foi colocado nas formas e adensado

(v. FIG. 3. 18).

FIG. 3. 18 Concreto pronto.

No adensamento do concreto utilizou-se vibrador de imersão (v. FIG. 3.19a) com

diâmetro de 25 mm, para os corpos de prova cilíndrico, ou a mesa vibratória (v. FIG.

3.19b), para as placas quadradas. O adensamento foi realizado durante e

imediatamente após o seu lançamento manual nas formas.

94

(a) Vibrador de imersão; (b) Mesa vibratória.

FIG. 3.19 Equipamentos utilizados no adensamento do concreto.

Para diminuir a evaporação da água foram colocados sacos plásticos sobre a

superfície dos corpos de prova de concreto recém-moldados no intuito de favorecer

a cura do concreto, FIG. 3.20.

FIG. 3.20 Corpos de prova recém-moldados com plástico na superfície.

95

Após 24 horas, as placas e os cilindros de concreto foram retirados das formas e

imersos em tanque com água saturada de cal por 7 dias, após o que, foram

colocados em condições ambientes do laboratório até a data do ensaio.

A FIG. 3.21 mostra o aspecto das placas de concreto após serem retiradas das

formas de madeira.

FIG. 3.21 Placas de concreto após a desforma.

3.5 APLICAÇÃO DO REFORÇO DE RESINA E FIBRAS

O sistema de reforço das placas foi formado por compósitos de resina e fibras de

carbono ou fibras de vidro, variando-se o número de camadas de reforço (uma ou

duas camadas). A aplicação do reforço seguiu a sequência da FIG. 3.22.

96

(a) Aplicação do primer na superfície de concreto por meio de pincel;

(b) Aplicação da resina para saturação do compósito de fibras de carbono;

(c) Aplicação da resina na superfície de concreto após ter recebido primer;

(d) Aplicação da folha de fibras de carbono na superfície de concreto com rolo, após ter recebido resina;

(e) Aplicação da resina sobre folha de fibras de carbono colada com pincel;

(f) Placa com uma camada de resina e fibra de carbono pronta.

FIG. 3.22 Etapas de execução do sistema de reforço estrutural nas placas.

Para o corpo de prova com duas camadas de reforço, o procedimento foi o

mesmo, tendo sido feitas as etapas descritas na FIG. 3.23.

. O procedimento para a execução de uma e/ou duas camadas de reforço com

compósito de resina e fibras de vidro é semelhante ao das FIG. 3.22 e FIG. 3.23.

97

(a) Aplicação da resina para saturação da

2ª camadas do compósito de fibras de carbono;

(b) Aplicação da 2ª camada sobre a 1ª;

(c) Aplicar novamente resina na superfície

da 2ª camada; (d) Aplicação novamente do rolo.

FIG. 3.23 Etapas para a execução da 2ª camada do reforço.

A FIG. 3.24 mostra duas placas reforçadas com os compósitos de resina e fibras

de carbono e de vidro.

(a) Corpo de prova com duas camadas de fibra de carbono pronto;

(b) Corpo de prova com uma camada fibra de vidro pronto.

FIG. 3.24 Placas reforçadas com compósitos.

98

3.6 ENSAIOS BALÍSTICOS

As placas de concreto foram levadas para o Centro de Avaliação do Exército

(CAEx), onde foram realizados todos os ensaios de impacto balístico nas placas de

concreto.

O ensaio consistia no impacto de um tiro na região central da placa para se

avaliar o comprimento de penetração do projétil e comprimento de estilhaçamento

na placa, os danos nas faces anterior e posterior e a perda de massa após o

impacto.

Com base nos resultados de SOBRAL (2011), foi determinado qual calibre a que

cada placa seria submetida. Trinta placas foram impactadas com projétil de calibre 9

mm (v.TAB. 3.12), cinquenta e duas placas com 7,62 mm (v. TAB. 3.13) e vinte e

oito placas com 0.50 pol (v. TAB. 3.14).

Antes dos impactos todas as placas foram pesadas, sendo novamente pesadas

após o tiro no intuito de obter a perda de massa decorrente dos danos nas mesmas.

Para obter uma melhor precisão de perda de massa foi utilizada a mesma balança

de 120 kg de capacidade máxima em todas as placas antes e depois do tiro.

TAB. 3.12 Placas impactadas com 9 mm.

Tipo da placa Espessura

CS70-38,1-FA80

38,1 mm

CS70-38,1-FA80-FV1

CS70-38,1-FA80-FC1

CA70-38,1

CA70-38,1-FV1

CA70-38,1-FC1

CA70-38,1-FA80

CA70-38,1-FA80-FC2

CA70-38,1-FA80-FC1

CA70-50,8

50,8 mm CA70-50,8-FC1

CA70-50,8-FA80

99

TAB. 3.13 Placas impactadas com 7,62 mm.

Tipo da placa Espessura

CA70-38,1-FA80-FV2 38,1 mm

CA70-38,1-FA80-FV1

CS70-50,8-FA80-FC2

50,8 mm

CS70-50,8-FA80-FV2

CS70-50,8-FA80-FV2

CA70-50,8-FA80-FV1

CA70-50,8-FC2

CA70-50,8-FV2

CS70-50,8-FA80-FC1

CS70-50,8-FA80-FC2

CA70-50,8-FV1

CA70-50,8-FA80-FV2

CA70-50,8-FA80-FC2

CA70-50,8-FA80-FC1

CA70-50,8-FA80-FC2

CS70-70,0-FA80

70,0 mm

CS70-70,0-FA80-FC1

CS70-70,0-FA80-FC2

CA70-70,0-FV1

CA70-70,0

CS70-70,0-FA80-FV1

CA70-70,0-FA80

CA70-70,0-FC1

CA70-70,0-FC2

CA70-70,0-FA80-FC1

CA70-70,0-FA80-FC2

CS70-100,0-FA80

100,0 mm

CA70-100,0

CA70-100,0-FA80-FC1

CA70-100,0-FA80

CA70-100,0-FA80-FV1

CS70-125,0-FA80

125,0 mm CA70-125,0

CA70-125,0-FA80

CA70-150,0-FA80 150,0 mm

A estrutura utilizada para o ensaio, instalada em um túnel de tiro do CAEx, foi

composta de um provete fixo de tiro, uma barreira ótica de aferição de velocidade e

pórtico em aço para fixação da placa de concreto (v. FIG. 3.25).

100

TAB. 3.14 Placas impactadas com 0.50 pol.

Tipo da placa Espessura

CA70-70,0-FA80-FC2

70,0 mm CA70-70,0-FA80-FV2

CA70-70,0

CS70-100,0-FA80-FV2

100,0 mm

CS70-100,0-FA80-FC2

CS70-100,0-FA80-FV1

CA70-100,0-FV1

CA70-100,0-FV2

CA70-100,0-FC2

CA70-100,0-FA80-FV2

CA70-100,0-FA80-FC2

CS70-125,0-FA80

125,0 mm

CA70-125,0-FV2

CA70-125,0

CA70-125,0-FA80-FV2

CA70-125,0-FA80

CA70-125,0-FA80-FV1

CA70-125,0-FV1

CA70-125,0-FC1

CS70-125,0-FA80-FV1

CS70-125,0-FA80-FC1

CA70-125,0-FA80-FV1

CA70-125,0-FA80-FC1

CS70-150,0-FA80

150,0 mm

CA70-150,0

CA70-150,0-FA80

CA70-150-FC1

CA70-150-FC2

FIG. 3.25 Túnel aberto e equipamentos para o ensaio balístico.

101

Para o ensaio foram utilizados dois túneis de tiro. Nos tiros de 9 mm e 7,62 mm

foi utilizado um túnel fechado de 100 m de comprimento (v. FIG. 3.26) e para o tiro

de 0.50 pol, um túnel aberto de 300 m de comprimento (v.FIG. 3.25).

Provete fixo de tiro é capaz de realizar tiro com diversos calibres, sendo para isso

apenas necessário mudar o cano (FIG. 3.27a) e a culatra (FIG. 3.27b).

FIG. 3.26 Mira sendo feita no túnel fechado.

(a) Canos de diversos calibres; (b) Culatras para diversos calibres.

FIG. 3.27 Canos e culatras.

Para o ensaio foram utilizados dois tipos de provete; o primeiro foi utilizado para

os tiros de 9 mm e 7,62 mm (FIG. 3.28a) e seu acionamento era elétrico; o outro,

para o tiro de 0.50 pol (FIG. 3.28b) tinha seu acionamento manual através de um

102

cordão para acionar o armamento. O carregamento de ambos era manual e utilizado

apenas um tiro por vez (FIG. 3.28c e d).

Foi utilizada uma barreira ótica para aferir a velocidade do projétil. Seu

funcionamento se dá medindo o tempo que o projétil leva para atravessá-lo. Como

seu comprimento é 150 cm, torna possível calcular a velocidade do projétil. Para o

experimento a câmara foi posicionada a 250 cm do provete de tiro. A FIG. 3.29

mostra a barreira ótica.

O Pórtico em aço (FIG. 3.30) é a estrutura mais solicitada do aparato montado,

pois é ele que segura as placas no momento do impacto. Sua localização em

relação ao provete foi determinada pela distância mínima de segurança para a

execução dos ensaios, ficando assim distanciados em relação ao provete 5 m, para

projétil de 9 mm de calibre, 15 m para projétil de 7,62 mm de calibre e 25 m, para

projétil de 0.50 pol de calibre.

(a) Provete de tiro 9 mm e 7,62 mm; (b) Provete de tiro 0.50 pol;

(c) Um tiro por vez; (d) Carregamento manual.

FIG. 3.28 Provetes de tiro utilizados.

103

FIG. 3.29 Barreira ótica.

FIG. 3.30 Pórtico de aço.

ara a fi ação das placas no pórtico foram utilizados grampos “C” de diversos

tamanhos, como mostra a FIG. 3.31.

FIG. 3.31 Grampos tipo "c".

104

3.6.1 PROJÉTEIS EMPREGADOS

Os calibres usados foram de armas usuais das Forças Armadas ou das Forças

Auxiliares: 9 mm (pistola), 7,62 mm e 0.50 pol (fuzil ou metralhadoras).

As munições para os tiros de 9 mm e 7,62 mm foram carregadas manualmente

no laboratório (v. FIG. 3.32) com a quantidade de pólvora necessária para atingir as

velocidades de acordo com os níveis de blindagem (v.TAB. 2.1) III-A (426 ± 15 m/s)

e III (838 ± 15 m/s), respectivamente para 9 mm e 7,62 mm. Para o tiro de 0.50 pol

utilizou-se munição comercial.

FIG. 3.32 Técnico do CAEx colocando pólvora no estojo.

Na TAB. 3.15 constam especificações dos projéteis utilizados nos ensaios.

TAB. 3.15 Características do projéteis utilizados.

Característica 9 mm 7,62 mm 0.50 pol

Diâmetro do projétil 9,02 mm 7,82 mm 12,7 mm

Comprimento do estojo 19,15 mm 51,18 mm 99 mm

Tipo de iniciação Central Central Central

Massa 7,45g 9,33 g 42,4 g

105

3.7 ENSAIOS DE TRAÇÃO UNIAXIAL NOS COMPÓSITOS

3.7.1 ENSAIO DE TRAÇÃO CFRP

Baseado nos ensaios feitos por CARNEIRO (2004), realizaram-se ensaios de

tração uniaxial em corpos de prova de CFRP com uma e duas camadas de folha

unidirecional de carbono com 90 mm de largura e 720 mm de comprimento. As

espessuras dos corpos de prova foram 0,5 mm (1 camada de compósito de carbono)

e 0,9 mm (2 camadas de compósito de carbono), conforme FIG. 3.33.

(a) CFRP (1 camada) antes do ensaio; (b) CFRP (2 camadas) antes do ensaio;

(c) CFRP (1 camada) depois do ensaio; (d) CFRP (2 camadas) depois do ensaio.

FIG. 3.33 Ensaio de tração uniaxial de corpos de prova de CFRP.

106

Para a execução dos ensaios utilizou-se a prensa de 1000 kN de capacidade do

Laboratório de Materiais de Construção e Concreto da Seção de Engenharia de

Fortificação e Construção do IME, de acordo com a FIG. 3.34.

FIG. 3.34 Prensa de 1000 kN de capacidade utilizada no ensaio de tração uniaxial dos compósitos de reforço.

3.7.2 ENSAIO DE TRAÇÃO GFRP

Utilizou-se a mesma prensa de 1000 kN de capacidade do Laboratório de

Materiais de Construção e Concreto da Seção de Engenharia de Fortificação e

Construção do IME, segundo mostra a FIG. 3.35.

107

Os ensaios de tração uniaxial foram realizados em moldes semelhantes aos do

CFRP. As espessuras foram 0,6 mm (1 camada de compósito de vidro) e 1,3 mm (2

camadas de compósito de vidro), conforme FIG. 3.36.

FIG. 3.35 Prensa de 1000 kN de capacidade utilizada no ensaio de tração uniaxial GFRP.

108

(a) GFRP (1 camada) antes do ensaio; (b) GFRP (2 camadas) antes do ensaio;

(c) GFRP (1 camada) depois do ensaio; (d) GFRP (2 camadas) depois do ensaio.

FIG. 3.36 Ensaio de tração uniaxial de corpos de prova de GFRP.

109

4 RESULTADOS DOS ENSAIOS

Apresentam-se neste capítulo os resultados dos ensaios de caracterização do

concreto, de tração uniaxial dos compósitos e balísticos realizados.

4.1 RESISTÊNCIA DO CONCRETO À COMPRESSÃO

Os ensaios de resistência à compressão do concreto foram realizados nos

corpos de prova cilíndricos de 150 mm x 300 mm de dimensões extraídos das 15

betonadas executados, sendo 10 betonadas de concreto com fibras de aço e 5

betonadas de concreto simples sem fibras.

A TAB. 4.1 apresenta os resultados médios (3 corpos de prova) de resistência à

compressão dos concretos sem fibras de aço empregados para a confecção das

placas.

TAB. 4.1 Resultados de fc concretos sem fibras de aço.

Betonada fc (MPa) Placas

1 67,7

CA70-38,1

CA70-38,1-FC1

CA70-38,1-FV1

CA70-50,8-FC2

CA70-70,0

CA70-100,0

CA70-125,0

CA70-150,0

8 68,5

CA70-38,1-FV1

CA70-50,8-FV1

CA70-50,8-FC1

CA70-70,0-FC2

CA70-100,0-FV1

CA70-125,0-FC1

CA70-150-FC2

9 64,6

CA70-38,1

CA70-50,8

CA70-50,8-FC1

CA70-70,0-FC1

CA70-100,0-FV2

CA70-125,0-FV1

CA70-150-FC1

110

Continuação da TAB. 4.1.

Betonada fc (MPa) Placas

10 63,5

CA70-38,1

CA70-38,1-FV1

CA70-50,8-FC1

CA70-70,0-FV1

CA70-100,0

CA70-125,0

CA70-125,0-FV2

15 71,4

CA70-38,1-FC1

CA70-50,8-FV2

CA70-70,0

CA70-70,0-FV1

CA70-100,0-FC2

CA70-125,0

A TAB. 4.2 apresenta os resultados médios (3 corpos de prova) de resistência à

compressão dos concretos com fibras de aço (80 kg/m3) empregados para a

confecção das placas.

TAB. 4.2 Resultados de fc concretos com fibras de aço.

Betonada fc (MPa) Placas

2 77,9

CA70-38,1-FA80

CA70-38,1-FA80-FC2

CA70-50,8-FA80

CA70-70,0-FA80

CA70-100,0-FA80

CA70-125,0-FA80

CA70-150,0-FA80

3 74,5

CA70-38,1-FA80-FV2

CA70-50,8-FA80-FV2

CA70-50,8-FA80-FC1

CA70-70,0-FA80-FC2

CA70-100,0-FA80-FV2

CA70-100,0-FA80-FC1

CA70-125,0-FA80-FV1

111

Continuação da TAB. 4.2.

Betonada fc (MPa) Placas

4 76,1

CA70-38,1-FA80-FC2

CA70-50,8-FA80-FC2

CA70-70,0-FA80-FV1

CA70-70,0-FA80-FV2

CA70-100,0-FA80-FV1

CA70-100,0-FA80-FC2

CA70-125,0-FA80-FC1

5 74,2

CA70-38,1-FA80-FC1

CA70-38,1-FA80-FC2

CA70-50,8-FA80-FC2

CA70-70,0-FA80-FC2

CA70-100,0-FA80-FV1

CA70-125,0-FA80-FV1

6 75,1

CA70-38,1-FA80-FV1

CA70-50,8-FA80-FC1

CA70-70,0-FA80-FC1

CA70-100,0-FA80-FC1

CA70-100,0-FA80-FC1

CA70-125,0-FA80-FV2

7 78,1

CS70-38,1-FA80-FV1

CS70-50,8-FA80-FV2

CS70-70,0-FA80-FV1

CS70-100,0-FA80-FV2

CS70-125,0-FA80

CS70-150,0-FA80

11 84,1

CS70-38,1-FA80

CS70-38,1-FA80-FC1

CS70-50,8-FA80-FC2

CS70-70,0-FA80-FC2

CS70-100,0-FA80-FV1

CS70-125,0-FA80

CS70-125,0-FA80-FV1

12 81,2

CS70-38,1-FA80-FC1

CS70-50,8-FA80-FC1

CS70-70,0-FA80-FC1

CS70-100,0-FA80-FC2

CS70-125,0-FA80

CS70-125,0-FA80-FC1

112

Continuação da TAB. 4.2.

Betonada fc (MPa) Placas

13 78,5

CA70-38,1-FA80

CA70-38,1-FA80-FC1

CA70-50,8-FA80-FV1

CA70-70,0-FA80

CA70-100,0-FA80

CA70-125,0-FA80

CA70-150,0-FA80

14 71,6

CS70-38,1-FA80

CS70-38,1-FA80-FV1

CS70-50,8-FA80-FV2

CS70-50,8-FA80-FC2

CS70-70,0-FA80

CS70-70,0-FA80-FV1

CS70-100,0-FA80

CS70-125,0-FA80

4.2 MÓDULO DE ELASTICIDADE DO CONCRETO

A TAB. 4.3 apresenta os resultados médios (2 corpos de prova) do módulo de

elasticidade longitudinal secante dos concretos sem fibras de aço empregados para

a confecção das placas.

TAB. 4.3 Resultados do Ec concretos sem fibras de aço.

Betonada Ec (GPa) Placas

1 31,4

CA70-38,1

CA70-38,1-FC1

CA70-38,1-FV1

CA70-50,8-FC2

CA70-70,0

CA70-100,0

CA70-125,0

CA70-150,0

8 32,5

CA70-38,1-FV1

CA70-50,8-FV1

CA70-50,8-FC1

CA70-70,0-FC2

CA70-100,0-FV1

CA70-125,0-FC1

CA70-150-FC2

113

Continuação da TAB. 4.3.

Betonada Ec (GPa) Placas

9 29,9

CA70-38,1

CA70-50,8

CA70-50,8-FC1

CA70-70,0-FC1

CA70-100,0-FV2

CA70-125,0-FV1

CA70-150-FC1

10 29,2

CA70-38,1

CA70-38,1-FV1

CA70-50,8-FC1

CA70-70,0-FV1

CA70-100,0

CA70-125,0

CA70-125,0-FV2

15 33,8

CA70-38,1-FC1

CA70-50,8-FV2

CA70-70,0

CA70-70,0-FV1

CA70-100,0-FC2

CA70-125,0

A TAB. 4.4 apresenta os resultados médios (2 corpos de prova) do módulo de

elasticidade longitudinal secante dos concretos com fibras de aço (80 kg/m3)

empregados para a confecção das placas.

TAB. 4.4 Resultados do Ec concretos com fibras de aço.

Betonada Ec (GPa) Placas

2 37,2

CA70-38,1-FA80

CA70-38,1-FA80-FC2

CA70-50,8-FA80

CA70-70,0-FA80

CA70-100,0-FA80

CA70-125,0-FA80

CA70-150,0-FA80

114

Continuação da TAB. 4.4.

Betonada Ec (GPa) Placas

3 36,5

CA70-38,1-FA80-FV2

CA70-50,8-FA80-FV2

CA70-50,8-FA80-FC1

CA70-70,0-FA80-FC2

CA70-100,0-FA80-FV2

CA70-100,0-FA80-FC1

CA70-125,0-FA80-FV1

4 36,9

CA70-38,1-FA80-FC2

CA70-50,8-FA80-FC2

CA70-70,0-FA80-FV1

CA70-70,0-FA80-FV2

CA70-100,0-FA80-FV1

CA70-100,0-FA80-FC2

CA70-125,0-FA80-FC1

5 36,6

CA70-38,1-FA80-FC1

CA70-38,1-FA80-FC2

CA70-50,8-FA80-FC2

CA70-70,0-FA80-FC2

CA70-100,0-FA80-FV1

CA70-125,0-FA80-FV1

6 36,8

CA70-38,1-FA80-FV1

CA70-50,8-FA80-FC1

CA70-50,8-FA80-FC1

CA70-70,0-FA80-FC1

CA70-100,0-FA80-FC1

CA70-125,0-FA80-FV2

7 37,3

CS70-38,1-FA80-FV1

CS70-50,8-FA80-FV2

CS70-70,0-FA80-FV1

CS70-100,0-FA80-FV2

CS70-125,0-FA80

CS70-150,0-FA80

11 38,6

CS70-38,1-FA80

CS70-38,1-FA80-FC1

CS70-50,8-FA80-FC2

CS70-70,0-FA80-FC2

CS70-100,0-FA80-FV1

CS70-125,0-FA80

CS70-125,0-FA80-FV1

115

Continuação da TAB. 4.4.

Betonada Ec (GPa) Placas

12 37,4

CS70-38,1-FA80-FC1

CS70-50,8-FA80-FC1

CS70-70,0-FA80-FC1

CS70-100,0-FA80-FC2

CS70-125,0-FA80

CS70-125,0-FA80-FC1

13 37,3

CA70-38,1-FA80

CA70-38,1-FA80-FC1

CA70-50,8-FA80-FV1

CA70-70,0-FA80

CA70-100,0-FA80

CA70-125,0-FA80

CA70-150,0-FA80

14 33,8

CS70-38,1-FA80

CS70-38,1-FA80-FV1

CS70-50,8-FA80-FV2

CS70-50,8-FA80-FC2

CS70-70,0-FA80

CS70-70,0-FA80-FV1

CS70-100,0-FA80

CS70-125,0-FA80

4.3 RESULTADOS ENSAIOS COMPÓSITO DE RESINA E FIBRAS DE VIDRO

Na TAB. 4.5 constam os valores médios das propriedades do compósito de

resina e fibras de vidro, obtidos através do ensaio de tração uniaxial em três corpos

de prova conforme descritos no item 3.7.2.

TAB. 4.5 Propriedades do compósito de resina e fibras de vidro.

Número de camadas

Resistência à tração (MPa)

Módulo de elasticidade (GPa)

Deformação última (0/00)

1 262 19,1 21,4

2 520 24,2 13,7

4.4 RESULTADOS ENSAIOS COMPÓSITO DE RESINA E FIBRAS DE

CARBONO

Os valores médios das propriedades do compósito de resina e fibras de carbono,

obtidos através do ensaio de tração uniaxial em três corpos de prova conforme

descritos no item 3.7.1, estão apresentados na TAB. 4.6

116

TAB. 4.6 Propriedades do compósito de resina e fibras de carbono.

Número de camadas

Resistência à tração (MPa)

Módulo de elasticidade (GPa)

Deformação última (0/00)

1 980 71,6 13,7

2 952 78,6 12,1

4.5 VARIAÇÃO DE MASSA DAS PLACAS DE CONCRETO

A perda de massa (Δm) é um fator importante, porque está relacionada aos

danos na estrutura da placa. Por isso foram aferidas as massas antes e após o

ensaio de impacto balístico, conforme as TAB. 4.7 a TAB. 4.12, para as espessuras

38,1 mm, 50,8 mm, 70,0 mm, 100,0 mm, 125,0 mm e 150,0 mm, respectivamente.

TAB. 4.7 Variação percentual de massa nas placas de 38,1 mm.

Placa Projétil Velocidade

(m/s)

Massa Inicial (kg)

Massa Final (kg)

Variação de Massa (Δm%)

CS70-38,1-FA80

9 mm

432,33 8,64 8,60 0,46

CS70-38,1-FA80 438,37 9,02 9,00 0,22

CS70-38,1-FA80-FV1 434,08 9,44 9,43 0,11

CS70-38,1-FA80-FV1 437,27 9,50 9,48 0,21

CS70-38,1-FA80-FV1 429,50 9,47 9,45 0,21

CS70-38,1-FA80-FC1 433,97 8,98 8,97 0,11

CS70-38,1-FA80-FC1 435,57 9,01 9,00 0,11

CS70-38,1-FA80-FC1 431,37 8,96 8,95 0,11

CA70-38,1 433,14 8,88 8,73 1,69

CA70-38,1 433,69 8,84 8,70 1,58

CA70-38,1 439,14 9,14 9,06 0,88

CA70-38,1-FV1 433,09 9,52 9,51 0,11

CA70-38,1-FV1 434,10 9,60 9,58 0,21

CA70-38,1-FV1 428,80 9,54 9,53 0,10

CA70-38,1-FC1 445,47 9,16 9,15 0,11

CA70-38,1-FC1 428,30 9,20 9,19 0,11

CA70-38,1-FC1 426,43 9,14 9,13 0,11

CA70-38,1-FA80 430,95 10,18 10,12 0,59

CA70-38,1-FA80 433,29 9,12 9,10 0,22

CA70-38,1-FA80-FC2 422,27 10,08 10,07 0,10

CA70-38,1-FA80-FC2 419,70 10,10 10,09 0,10

CA70-38,1-FA80-FC2 430,97 10,11 10,10 0,10

CA70-38,1-FA80-FC1 426,91 9,18 9,16 0,22

CA70-38,1-FA80-FC1 430,03 9,21 9,18 0,33

CA70-38,1-FA80-FC1 431,18 9,16 9,15 0,11

CA70-38,1-FA80-FV1 7,62 mm

837,03 10,12 9,80 3,16

CA70-38,1-FA80-FV2 838,57 10,92 10,56 3,30

117

TAB. 4.8 Variação percentual de massa nas placas de 50,8 mm.

Placa Projétil Velocidade

(m/s)

Massa Inicial (kg)

Massa Final (kg)

Variação de Massa (Δm%)

CA70-50,8

9 mm

427,48 12,36 12,34 0,16

CA70-50,8-FC1 442,00 12,88 12,85 0,23

CA70-50,8-FC1 426,09 12,90 12,88 0,16

CA70-50,8-FC1 434,45 12,86 12,84 0,16

CA70-50,8-FA80 429,12 12,42 12,40 0,16

CS70-50,8-FA80-FC2

7,62 mm

837,50 12,36 11,96 3,24

CS70-50,8-FA80-FV2 827,43 12,82 12,26 4,37

CS70-50,8-FA80-FV2 825,01 12,75 12,16 4,63

CA70-50,8-FA80-FV1 834,26 13,16 12,86 2,28

CA70-50,8-FC2 841,59 12,24 11,76 3,92

CA70-50,8-FV2 830,82 12,86 12,32 4,20

CS70-50,8-FA80-FC1 825,54 12,46 12,04 3,37

CS70-50,8-FA80-FC2 828,32 12,26 11,70 4,57

CA70-50,8-FV1 843,81 12,74 12,22 4,08

CA70-50,8-FA80-FV2 841,33 13,20 12,76 3,33

CA70-50,8-FA80-FC2 838,27 13,40 13,02 2,84

CA70-50,8-FA80-FC1 822,89 12,94 11,71 9,51

CA70-50,8-FA80-FC1 836,21 12,98 11,74 9,55

CA70-50,8-FA80-FC1 819,56 12,91 11,57 10,38

CA70-50,8-FA80-FC2 828,23 13,66 11,72 14,20

TAB. 4.9 Variação percentual de massa nas placas de 70,0 mm.

Placa Projétil Velocidade

(m/s)

Massa Inicial (kg)

Massa Final (kg)

Variação de Massa (Δm%)

CS70-70,0-FA80

7,62 mm

854,48 16,36 15,78 3,55

CS70-70,0-FA80-FC1 827,72 17,84 17,62 1,23

CS70-70,0-FA80-FC2 825,51 16,58 16,38 1,21

CA70-70,0-FV1 806,13 17,12 16,32 4,67

CA70-70,0-FV1 819,81 17,25 16,56 4,00

CA70-70,0-FV1 829,10 17,19 16,26 5,41

CA70-70,0 847,48 16,82 16,02 4,76

CS70-70,0-FA80-FV1 831,32 18,36 18,29 0,38

CS70-70,0-FA80-FV1 830,56 18,41 18,34 0,38

CS70-70,0-FA80-FV1 833,31 18,34 18,26 0,44

CA70-70,0-FA80 840,88 18,10 17,86 1,33

CA70-70,0-FA80 833,59 18,68 18,48 1,07

CA70-70,0-FC1 841,14 17,12 16,80 1,87

CA70-70,0-FC2 844,78 17,84 17,64 1,12

CA70-70,0-FA80-FC1 824,70 19,04 18,82 1,16

CA70-70,0-FA80-FC2 843,74 18,00 17,84 0,89

CA70-70,0-FA80-FC2

0.5 pol

899,28 20,46 19,44 4,99

CA70-70,0-FA80-FV2 881,60 17,90 17,08 4,58

CA70-70,0 871,99 16,90 11,56 31,60%

118

TAB. 4.10 Variação percentual de massa nas placas de 100,0 mm.

Placa Projétil Velocidade

(m/s)

Massa Inicial (kg)

Massa Final (kg)

Variação de Massa (Δm%)

CS70-100,0-FA80

7,62 mm

844,07 22,42 22,26 0,71

CA70-100,0 842,08 25,52 25,30 0,86

CA70-100,0 830,56 24,82 24,50 1,29

CA70-100,0-FA80-FC1 827,34 26,08 25,75 1,27

CA70-100,0-FA80-FC1 833,38 26,14 25,95 0,73

CA70-100,0-FA80-FC1 835,28 25,99 25,79 0,77

CA70-100,0-FA80 847,77 24,40 24,14 1,07

CA70-100,0-FA80 831,37 24,06 23,90 0,67

CA70-100,0-FA80-FV1 832,04 25,96 25,75 0,81

CA70-100,0-FA80-FV1 849,74 25,92 25,71 0,81

CA70-100,0-FA80-FV1 844,78 25,90 25,68 0,85

CS70-100,0-FA80-FV2

0.5 pol

901,67 23,34 22,10 5,31

CS70-100,0-FA80-FC2 899,73 22,98 21,02 8,53

CS70-100,0-FA80-FV1 882,33 23,52 21,82 7,23

CA70-100,0-FV1 902,12 24,58 20,92 14,89

CA70-100,0-FV2 890,51 25,50 15,44 39,45

CA70-100,0-FC2 905,74 24,28 17,16 29,32

CA70-100,0-FA80-FV2 889,15 28,12 27,42 2,49

CA70-100,0-FA80-FC2 906,72 26,28 25,50 2,97

TAB. 4.11 Variação percentual de massa nas placas de 125,0 mm.

Placa Projétil Velocidade

(m/s)

Massa Inicial (kg)

Massa Final (kg)

Variação de Massa (Δm%)

CS70-125,0-FA80

7,62 mm

824,20 28,76 28,55 0,73

CS70-125,0-FA80 828,20 28,70 28,50 0,70

CS70-125,0-FA80 830,11 28,69 28,47 0,77

CA70-125,0 835,61 30,26 29,90 1,19

CA70-125,0 834,01 30,31 29,92 1,29

CA70-125,0 830,84 30,28 29,95 1,09

CA70-125,0-FA80 833,80 30,12 29,94 0,60

CS70-125,0-FA80

0.5 pol

891,68 29,22 27,06 7,39

CA70-125,0-FV2 902,57 30,34 23,92 21,16

CA70-125,0 895,18 28,06 23,32 16,89

CA70-125,0-FA80-FV2 899,54 30,60 29,28 4,31

CA70-125,0-FA80 897,10 29,72 28,48 4,17

CA70-125,0-FA80-FV1 898,04 30,12 29,74 1,26

CA70-125,0-FV1 896,72 29,28 21,36 27,05

CA70-125,0-FC1 901,86 30,64 26,44 13,71

CS70-125,0-FA80-FV1 896,06 29,46 27,08 8,08

CS70-125,0-FA80-FC1 900,35 28,82 26,08 9,51

CA70-125,0-FA80-FV1 902,89 29,64 29,28 1,21

CA70-125,0-FA80-FC1 904,42 30,86 30,38 1,56

119

TAB. 4.12 Variação percentual de massa nas placas de 150,0 mm.

Placa Projétil Velocidade

(m/s)

Massa Inicial (kg)

Massa Final (kg)

Variação de Massa (Δm%)

CA70-150,0-FA80 7,62 mm 837,75 37,44 37,22 0,59

CS70-150,0-FA80

0.5 pol

891,86 34,70 34,20 1,44

CA70-150,0 900,60 35,68 30,48 14,57

CA70-150,0-FA80 903,40 38,00 37,54 1,21

CA70-150-FC1 906,43 36,66 24,84 32,24

CA70-150-FC2 904,50 35,36 29,12 17,65

4.6 DANOS NAS FACES ANTERIOR E POSTERIOR

A magnitude dos danos causados, nas faces anterior e posterior, pelo impacto do

projétil foi estimada através do calculo da área de danos, admitida como sendo uma

elipse (Aelipse) dada pela Equação 4.1:

elipseA = .a.b

(Equação 4.1)

onde a e b são os semi-eixos da parábola.

A FIG. 4.1 mostra como foi realizada a aferição dos semi-eixos da elipse na face

das placas.

FIG. 4.1 Determinação dos comprimentos dos semi-eixos da elipse.

As TAB. 4.13 a TAB. 4.18 mostram os resultados da área dos danos nas faces

das placas ensaiadas, com espessuras 38,1 mm, 50,8 mm, 70,0 mm, 100,0 mm,

125,0 mm e 150,0 mm, respectivamente.

120

TAB. 4.13 Danos nas faces anterior e posterior das placas de 38,1 mm.

Placa Projétil Velocidade

(m/s)

Área de danos (cm2)

Face Anterior Face Posterior

CS70-38,1-FA80

9 mm

432,33 20 9

CS70-38,1-FA80 438,37 16 -

CS70-38,1-FA80-FV1 434,08 6 -

CS70-38,1-FA80-FV1 437,27 8 -

CS70-38,1-FA80-FV1 429,50 7 -

CS70-38,1-FA80-FC1 433,97 13 -

CS70-38,1-FA80-FC1 435,57 16 -

CS70-38,1-FA80-FC1 431,37 14 -

CA70-38,1 433,14 22 79

CA70-38,1 433,69 13 64

CA70-38,1 439,14 11 44

CA70-38,1-FV1 433,09 8 -

CA70-38,1-FV1 434,10 14 -

CA70-38,1-FV1 428,80 11 -

CA70-38,1-FC1 445,47 20 -

CA70-38,1-FC1 428,30 14 -

CA70-38,1-FC1 426,43 11 -

CA70-38,1-FA80 430,95 10 -

CA70-38,1-FA80 433,29 10 -

CA70-38,1-FA80-FC2 422,27 13 -

CA70-38,1-FA80-FC2 419,70 18 -

CA70-38,1-FA80-FC2 430,97 12 -

CA70-38,1-FA80-FC1 426,91 14 -

CA70-38,1-FA80-FC1 430,03 19 -

CA70-38,1-FA80-FC1 431,18 12 -

CA70-38,1-FA80-FV1 7,62 mm

837,03 47 90

CA70-38,1-FA80-FV2 838,57 44 112

TAB. 4.14 Danos nas faces anterior e posterior das placas de 50,8 mm.

Placa Projétil Velocidade

(m/s) Área de danos (cm2)

Face Anterior Face Posterior

CA70-50,8

9 mm

427,48 16 -

CA70-50,8-FC1 442,00 14 -

CA70-50,8-FC1 426,09 14 -

CA70-50,8-FC1 434,45 12 -

CA70-50,8-FA80 429,12 13 -

CS70-50,8-FA80-FC2

7,62 mm

837,50 79 79

CS70-50,8-FA80-FV2 827,43 64 79

CS70-50,8-FA80-FV2 825,01 71 95

CA70-50,8-FA80-FV1 834,26 57 35

CA70-50,8-FC2 841,59 95 79

CA70-50,8-FV2 830,82 79 104

CS70-50,8-FA80-FC1 825,54 123 57

CS70-50,8-FA80-FC2 828,32 165 49

121

Continuação da TAB. 4.14.

Placa Projétil Velocidade

(m/s) Área de danos (cm2)

Face Anterior Face Posterior

CA70-50,8-FV1

7,62 mm

843,81 74 141

CA70-50,8-FA80-FV2 841,33 50 113

CA70-50,8-FA80-FC2 838,27 79 74

CA70-50,8-FA80-FC1 822,89 104 50

CA70-50,8-FA80-FC1 836,21 112 41

CA70-50,8-FA80-FC1 819,56 113 53

CA70-50,8-FA80-FC2 828,23 118 57

TAB. 4.15 Danos nas faces anterior e posterior das placas de 70,0 mm.

Placa Projétil Velocidade

(m/s)

Área de danos (cm2)

Face Anterior Face Posterior

CS70-70,0-FA80

7,62 mm

854,48 95 143

CS70-70,0-FA80-FC1 827,72 64 -

CS70-70,0-FA80-FC2 825,51 87 -

CA70-70,0-FV1 806,13 109 -

CA70-70,0-FV1 819,81 79 -

CA70-70,0-FV1 829,10 113 -

CA70-70,0 847,48 79 182

CS70-70,0-FA80-FV1 831,32 71 -

CS70-70,0-FA80-FV1 830,56 75 -

CS70-70,0-FA80-FV1 833,31 82 -

CA70-70,0-FA80 840,88 94 -

CA70-70,0-FA80 833,59 64 -

CA70-70,0-FC1 841,14 113 -

CA70-70,0-FC2 844,78 64 -

CA70-70,0-FA80-FC1 824,70 71 -

CA70-70,0-FA80-FC2 843,74 57 -

CA70-70,0-FA80-FC2

0.5 pol

899,28 155 142

CA70-70,0-FA80-FV2 881,60 118 102

CA70-70,0 871,99 171 312

122

TAB. 4.16 Danos nas faces anterior e posterior das placas de 100,0 mm.

Placa Projétil Velocidade

(m/s)

Área de danos (cm2)

Face Anterior Face Posterior

CS70-100,0-FA80

7,62 mm

844,07 79 -

CA70-100,0 842,08 87 -

CA70-100,0 830,56 95 -

CA70-100,0-FA80-FC1 827,34 113 -

CA70-100,0-FA80-FC1 833,38 64 -

CA70-100,0-FA80-FC1 835,28 71 -

CA70-100,0-FA80 847,77 86 -

CA70-100,0-FA80 831,37 50 -

CA70-100,0-FA80-FV1 832,04 79 -

CA70-100,0-FA80-FV1 849,74 81 -

CA70-100,0-FA80-FV1 844,78 81 -

CS70-100,0-FA80-FV2

0.5 pol

901,67 125 247

CS70-100,0-FA80-FC2 899,73 137 371

CS70-100,0-FA80-FV1 882,33 283 239

CA70-100,0-FV1 902,12 330 214

CA70-100,0-FV2 890,51 471 245

CA70-100,0-FC2 905,74 201 355

CA70-100,0-FA80-FV2 889,15 123 108

CA70-100,0-FA80-FC2 906,72 154 71

TAB. 4.17 Danos nas faces anterior e posterior das placas de 125,0 mm.

Placa Projétil Velocidade

(m/s) Área de danos (cm2)

Face Anterior Face Posterior

CS70-125,0-FA80

7,62 mm

824,20 71 -

CS70-125,0-FA80 828,20 72 -

CS70-125,0-FA80 830,11 75 -

CA70-125,0 835,61 95 -

CA70-125,0 834,01 99 -

CA70-125,0 830,84 86 -

CA70-125,0-FA80 833,80 71 -

CS70-125,0-FA80

0.5 pol

891,68 107 361

CA70-125,0-FV2 902,57 408 264

CA70-125,0 895,18 259 354

CA70-125,0-FA80-FV2 899,54 180 220

CA70-125,0-FA80 897,10 130 156

CA70-125,0-FA80-FV1 898,04 153 -

CA70-125,0-FV1 896,72 433 280

CA70-125,0-FC1 901,86 289 370

CS70-125,0-FA80-FV1 896,06 207 313

CS70-125,0-FA80-FC1 900,35 135 207

CA70-125,0-FA80-FV1 902,89 133 -

CA70-125,0-FA80-FC1 904,42 171 -

123

TAB. 4.18 Danos nas faces anterior e posterior das placas de 150,0 mm.

Placa Projétil Velocidade

(m/s)

Área de danos (cm2)

Face Anterior Face Posterior

CA70-150,0-FA80 7,62 mm 837,75 87 -

CS70-150,0-FA80

0.5 pol

891,86 137 -

CA70-150,0 900,60 214 414

CA70-150,0-FA80 903,40 163 -

CA70-150-FC1 906,43 707 -

CA70-150-FC2 904,50 675 -

4.7 COMPRIMENTO DE PENETRAÇÃO E ESTILHAÇAMENTO

Os comprimentos de penetração (xp) e estilhaçamento (xe) foram aferidos

medindo a distância entre a superfície da face, anterior e posterior respectivamente,

e o ponto mais profundo da cratera formada pelo projétil. O procedimento de

aferição se fez com o uso de um palito de madeira para penetrar na cratera até o

fundo e uma régua para delimitar a superfície da face analisada.

Para o comportamento das placas sob impacto balístico foram verificados três

tipos de situação:

Penetração (PN) - o projétil adentrou a espessura da placa, mas não

conseguiu ultrapassar toda sua espessura, sendo depositado ou expulso

do interior da placa (v. FIG. 4.2a e FIG. 4.3);

Perfuração sem estilhaçamento (PF S/ EST) – o projétil ultrapassou toda a

espessura da placa sendo contida pelo reforço em compósito (v. FIG. 4.2b

e FIG. 4.4);

Perfuração com estilhaçamento (PF C/EST) – o projétil ultrapassou toda a

espessura da placa e do reforço de compósito, quando há a ocorrência

deste último (v. FIG. 4.2c, FIG. 4.5 e FIG. 4.6).

124

xp<t

xp=t

xp>t

(a) Penetração; (b) Perfuração sem

estilhaçamento; (c) Perfuração com

estilhaçamento. FIG. 4.2 Comportamento placas de concreto.

(a) Face anterior;

(b) Face posterior.

FIG. 4.3 Aspecto da placa de concreto CS70-38,1-FA80 após impacto de projétil de 9 mm de calibre.

(a) Face anterior;

(b) Face posterior.

FIG. 4.4 Aspecto da placa de concreto CA70-38,1-FA80-FV2 após impacto balístico

de 7,62 mm de calibre.

125

(a) Face anterior;

(b) Face posterior.

FIG. 4.5 Aspecto da placa de concreto CS70-50,8-FA80-FC2 após impacto balístico

de projétil de 7,62 mm de calibre.

(a) Face anterior;

(b) Face posterior.

FIG. 4.6 Aspecto da placa de concreto CA70-125,0-FA80 após impacto balístico de

projétil de 0.50 pol de calibre.

Os resultados dos comprimentos de penetração e estilhaçamento ao longo da

espessura das placas de concreto foram reunidos nas TAB. 4.19 a TAB. 4.24.

TAB. 4.19 Comprimentos de penetração e estilhaçamento placas de 38,1 mm.

Placa Projétil Velocidade

(m/s) Situação xp (mm) xe (mm)

CS70-38,1-FA80

9 mm

432,33 PN 9,0 14,7

CS70-38,1-FA80 438,37 PN 9,5 -

CS70-38,1-FA80-FV1 434,08 PN 9,0 -

CS70-38,1-FA80-FV1 437,27 PN 11,0 -

CS70-38,1-FA80-FV1 429,50 PN 11,0 -

CS70-38,1-FA80-FC1 433,97 PN 8,0 -

CS70-38,1-FA80-FC1 435,57 PN 9,5 -

126

Continuação da TAB. 4.19.

Placa Projétil Velocidade

(m/s) Situação xp (mm) xe (mm)

CS70-38,1-FA80-FC1

431,37 PN 9,0 -

CA70-38,1 433,14 PN 9,0 23,0

CA70-38,1 433,69 PN 8,5 14,3

CA70-38,1 439,14 PN 8,5 16,5

CA70-38,1-FV1 433,09 PN 9,5 -

CA70-38,1-FV1 434,10 PN 11,0 -

CA70-38,1-FV1 428,80 PN 9,0 -

CA70-38,1-FC1 445,47 PN 10,0 -

CA70-38,1-FC1 428,30 PN 9,5 -

CA70-38,1-FC1 426,43 PN 9,0 -

CA70-38,1-FA80 430,95 PN 8,0 -

CA70-38,1-FA80 433,29 PN 8,5 -

CA70-38,1-FA80-FC2 422,27 PN 10,0 -

CA70-38,1-FA80-FC2 419,70 PN 8,5 -

CA70-38,1-FA80-FC2 430,97 PN 10,0 -

CA70-38,1-FA80-FC1 426,91 PN 10,5 -

CA70-38,1-FA80-FC1 430,03 PN 11,0 -

CA70-38,1-FA80-FC1 431,18 PN 9,0 -

CA70-38,1-FA80-FV1 7,62 mm

837,03 PF S/EST - -

CA70-38,1-FA80-FV2 838,57 PF S/EST - -

TAB. 4.20 Comprimentos de penetração e estilhaçamento placas de 50,8 mm.

Placa Projétil Velocidade

(m/s) Situação xp (mm) xe (mm)

CA70-50,8

9 mm

427,48 PN 7,5 -

CA70-50,8-FC1 442,00 PN 10,5 -

CA70-50,8-FC1 426,09 PN 9,5 -

CA70-50,8-FC1 434,45 PN 10,0 -

CA70-50,8-FA80 429,12 PN 7,0 -

CS70-50,8-FA80-FC2

7,62 mm

837,50 PF C/EST - -

CS70-50,8-FA80-FV2 827,43 PF S/EST - -

CS70-50,8-FA80-FV2 825,01 PF S/EST - -

CA70-50,8-FA80-FV1 834,26 PF S/EST - -

CA70-50,8-FC2 841,59 PF C/EST - -

CA70-50,8-FV2 830,82 PF S/EST - -

CS70-50,8-FA80-FC1 825,54 PF C/EST - -

CS70-50,8-FA80-FC2 828,32 PF C/EST - -

CA70-50,8-FV1 843,81 PF S/EST - -

CA70-50,8-FA80-FV2 841,33 PF S/EST - -

CA70-50,8-FA80-FC2 838,27 PF C/EST - -

CA70-50,8-FA80-FC1 822,89 PF C/EST - -

CA70-50,8-FA80-FC1 836,21 PF C/EST - -

CA70-50,8-FA80-FC1 819,56 PF C/EST - -

CA70-50,8-FA80-FC2 828,23 PN 32,5 -

127

TAB. 4.21 Comprimentos de penetração e estilhaçamento placas de 70,0 mm.

Placa Projétil Velocidade

(m/s) Situação xp (mm) xe (mm)

CS70-70,0-FA80

7,62 mm

854,48 PN 31,0 23,0

CS70-70,0-FA80-FC1 827,72 PN 32,5 -

CS70-70,0-FA80-FC2 825,51 PN 27,5 -

CA70-70,0-FV1 806,13 PN 29,0 -

CA70-70,0-FV1 819,81 PN 29,5 -

CA70-70,0-FV1 829,10 PN 32,0 -

CA70-70,0 847,48 PN 28,0 34,5

CS70-70,0-FA80-FV1 831,32 PN 32,0 -

CS70-70,0-FA80-FV1 830,56 PN 32,5 -

CS70-70,0-FA80-FV1 833,31 PN 32,0 -

CA70-70,0-FA80 840,88 PN 30,5 -

CA70-70,0-FA80 833,59 PN 30,0 -

CA70-70,0-FC1 841,14 PN 30,5 -

CA70-70,0-FC2 844,78 PN 34,5 -

CA70-70,0-FA80-FC1 824,70 PN 28,5 -

CA70-70,0-FA80-FC2 843,74 PN 32,0 -

CA70-70,0-FA80-FC2

0.50 pol

899,28 PF C/EST - -

CA70-70,0-FA80-FV2 881,60 PF C/EST - -

CA70-70,0 871,99 PF C/EST - -

TAB. 4.22 Comprimentos de penetração e estilhaçamento placas de 100,0 mm.

Placa Projétil Velocidade

(m/s) Situação xp (mm) xe (mm)

CS70-100,0-FA80

7,62 mm

844,07 PN 29,0 -

CA70-100,0 842,08 PN 29,5 -

CA70-100,0 830,56 PN 34,0 -

CA70-100,0-FA80-FC1 827,34 PN 31,0 -

CA70-100,0-FA80-FC1 833,38 PN 31,5 -

CA70-100,0-FA80-FC1 835,28 PN 32,0 -

CA70-100,0-FA80 847,77 PN 32,5 -

CA70-100,0-FA80 831,37 PN 31,5 -

CA70-100,0-FA80-FV1 832,04 PN 35,0 -

CA70-100,0-FA80-FV1 849,74 PN 30,0 -

CA70-100,0-FA80-FV1 844,78 PN 34,0 -

CS70-100,0-FA80-FV2

0.50 pol

901,67 PF S/EST - -

CS70-100,0-FA80-FC2 899,73 PF C/EST - -

CS70-100,0-FA80-FV1 882,33 PF C/EST - -

CA70-100,0-FV1 902,12 PF C/EST - -

CA70-100,0-FV2 890,51 PF S/EST - -

CA70-100,0-FC2 905,74 PF C/EST - -

CA70-100,0-FA80-FV2 889,15 PF S/EST - -

CA70-100,0-FA80-FC2 906,72 PF C/EST - -

128

TAB. 4.23 Comprimentos de penetração e estilhaçamento placas de 125,0 mm.

Placa Projétil Velocidade

(m/s) Situação xp (mm) xe (mm)

CS70-125,0-FA80

7,62 mm

824,20 PN 29,0 -

CS70-125,0-FA80 828,20 PN 30,0 -

CS70-125,0-FA80 830,11 PN 30,5 -

CA70-125,0 835,61 PN 32,5 -

CA70-125,0 834,01 PN 31,0 -

CA70-125,0 830,84 PN 29,5 -

CA70-125,0-FA80 833,80 PN 29,5 -

CS70-125,0-FA80

0.50 pol

891,68 PF C/EST - -

CA70-125,0-FV2 902,57 PF S/EST - -

CA70-125,0 895,18 PF C/EST - -

CA70-125,0-FA80-FV2 899,54 PF S/EST - -

CA70-125,0-FA80 897,10 PF C/EST - -

CA70-125,0-FA80-FV1 898,04 PN 83,0 -

CA70-125,0-FV1 896,72 PF S/EST - -

CA70-125,0-FC1 901,86 PN 74,0 32,0

CS70-125,0-FA80-FV1 896,06 PF S/EST - -

CS70-125,0-FA80-FC1 900,35 PF C/EST - -

CA70-125,0-FA80-FV1 902,89 PN 77,0 -

CA70-125,0-FA80-FC1 904,42 PN 80,0 -

TAB. 4.24 Comprimentos de penetração e estilhaçamento placas de 150,0 mm.

Placa Projétil Velocidade

(m/s) Situação xp (mm) xe (mm)

CA70-150,0-FA80 7,62 mm 837,75 PN 32,5 -

CS70-150,0-FA80

0.50 pol

891,86 PN 82,0 -

CA70-150,0 900,60 PF C/EST - -

CA70-150,0-FA80 903,40 PN 77,0 -

CA70-150-FC1 906,43 PN 79,0 -

CA70-150-FC2 904,50 PN 75,0 -

4.8 DESCRIÇÃO DAS PLACAS APÓS O ENSAIO

Verificou-se que todas as placas de 38,1 mm sofreram penetração quando foram

submetidas a impacto do projétil de calibre de 9 mm (v. FIG. 4.7a e b), tendo

algumas delas sofrido estilhaçamento (v. FIG. 4.7c e d), quando impactadas por

projéteis de 7,62 mm, estas placas sofreram perfuração sem estilhaçamento devido

ao compósito de resina e fibras de vidro (v. FIG. 4.7e e f).

129

(a) Tiro 9 mm – Face anterior (Placa: CA70-38,1-FA80);

(b) Tiro 9 mm – Face posterior

(Placa: CA70-38,1-FA80);

(c) Tiro 9 mm – Face anterior

(Placa: CA70-38,1);

(d) Tiro 9 mm – Face posterior

(Placa: CA70-38,1);

(e) Tiro 7,62 mm – Face anterior (Placa: CA70-38,1-FA80-FV1);

(f) Tiro 7,62 mm – Face posterior (Placa: CA70-38,1-FA80-FV1).

FIG. 4.7 Placas de 38,1 mm.

Todas as placas de 50,8 mm sofreram penetração quando foram submetidas a

impacto do calibre de 9 mm (v. FIG. 4.8a e b). De acordo com a TAB. 4.20, quando

impactadas por tiros de 7,62 mm, todas as placas sofreram perfuração, com exceção

130

da placa de concreto armado com fibras de aço e reforçada com 2 lâminas de

compósito de carbono CA70-50,8-FA80-FC2 que sofreu penetração (v.FIG. 4.9 ).

Isto ocorreu, pois o tiro foi realizado contra a face que tinham duas camadas de

compósito de fibras de carbono e foi constatado que o projétil se chocou com uma

das barras de aço. O tiro contra a face reforçada com compósito foi executado para

se verificar a influência do compósito no comprimento de penetração do projétil. As

placas de 50,8 mm de concreto simples ou armado sem ou com fibras de aço

reforçadas com compósito de carbono sofreram perfuração com estilhaçamento.

Aquelas com compósitos de vidro sofreram perfuração sem ter ocorrido

estilhaçamento (v. FIG. 4.8c e d), o que não ocorreu com aquelas reforçadas com

compósito de carbono.

(a) Tiro 9 mm: penetração anterior

(Placa: CA70-50,8-FA80);

(b) Tiro 9 mm: face posterior sem danos

(Placa: CA70-50,8-FA80);

(c) Tiro 7,62 mm: perfuração anterior

(Placa: CS70-50,8-FA80-FV2);

(d) Tiro 7,62 mm: sem estilhaçamento

(Placa: CS70-50,8-FA80-FV2).

FIG. 4.8 Placas de 50,8 mm.

131

(a) Tiro 7,62 mm – Face anterior;

(b) Tiro 7,62 mm – Face posterior.

FIG. 4.9 Placa CA70-50,8-FA80-FC2.

Todas as placas de 70,0 mm impactadas com tiro de 7,62 mm de calibre,

independente da configuração e do tipo de reforço, sofreram penetração

(v. FIG. 4.10a e b), e todas as impactadas com 0.50 pol de calibre sofreram

perfuração com estilhaçamento (v. FIG. 4.10c e d).

(a) Tiro 7,62 mm: penetração anterior

(Placa: CS70-70,0-FA80-FC2);

(b) Tiro 7,62 mm: posterior sem danos

(Placa: CS70-70,0-FA80-FC2);

(c) Tiro 0,50 pol: perfuração anterior

(CA70-70,0-FA80-FC2);

(d) Tiro 0,50 pol: posterior com

estilhaçamento (CA70-70,0-FA80-FC2).

FIG. 4.10 Placas de 70,0 mm.

132

Todas as placas de 100,0 mm impactadas com tiro de 7,62 mm, independente da

configuração e do tipo de reforço, sofreram penetração com danos apenas na face

anterior (v. FIG. 4.11a e b). Todas as impactadas com 0.50 pol sofreram perfuração,

sendo em sua maioria havendo estilhaçamento. Aquelas que tinham reforço com

duas camadas de compósito de fibras de vidro não apresentaram estilhaçamento,

apesar de ter ocorrido a perfuração (v. FIG. 4.11c e d).

(a) Tiro 7,62 mm: penetração anterior

(Placa: CA70-100,0);

(b) Tiro 7,62 mm: posterior sem danos

(Placa: CA70-100,0);

(c) Tiro 0,50 pol: perfuração anterior

(Placa: CA70-100,0-FV2);

(d) Tiro 0,50 pol: posterior sem

estilhaçamento (Placa: CA70-100,0-FV2).

FIG. 4.11 Placas de 100,0 mm.

Todas as placas de 125,0 mm impactadas com tiro de 7,62 mm, independente da

configuração e do tipo de reforço, sofreram penetração com danos apenas na face

anterior. As impactadas com 0.50 pol sofreram penetração com danos somente na

face anterior, conforme visto nas FIG. 4.12a e c (CA70-125,0-FA80-FV1 e

CA70-125,0-FA80-FC1, respectivamente) ou penetração com danos nas faces

133

anterior e posterior, de acordo com FIG. 4.12a e e f (CA70-125,0-FC1). Também

ocorreu perfuração com estilhaçamento e sem estilhaçamento.

(a) Penetração anterior

(Placa: CA70-125,0-FA80-FV1);

(b) Posterior sem danos

(Placa: CA70-125,0-FA80-FV1);

(c) Penetração anterior

(Placa: CA70-125,0-FA80-FC1);

(d) Posterior sem danos

(Placa: CA70-125,0-FA80-FC1);

(e) Penetração face anterior (Placa: CA70-125,0-FC1);

(f) Posterior com danos e estilhaçamento

(Placa: CA70-125,0-FC1).

FIG. 4.12 Placas de 125,0 mm, tiro 0.50 pol.

134

Todas as placas de 150,0 mm impactadas com 7,62 mm (v. FIG. 4.13a e b) e

0.50 pol sofreram penetração com danos na sua face anterior (v. FIG. 4.13c e d),

exceto a placa CA70-150,0 (v. FIG. 4.13e e f), que sofreu perfuração com

estilhaçamento.

(a) Tiro 7,62 mm: penetração anterior

(Placa: CA70-150,0-FA80);

(b) Tiro 7,62 mm: posterior sem danos

(Placa: CA70-150,0-FA80);

(e) Tiro 0,50 pol: penetração anterior

(Placa: CA70-150,0-FC2);

(f) Tiro 0,50 pol: posterior sem danos

(Placa: CA70-150,0-FC2).

(c) Tiro 0,50 pol: perfuração face anterior

(Placa: CA70-150,0);

(d) Tiro 0,50 pol: posterior com

estilhaçamento (Placa: CA70-150,0);

FIG. 4.13 Placas 150,0 mm.

135

5 ANÁLISE DOS RESULTADOS

5.1 INTRODUÇÃO

Neste capítulo apresenta-se a análise dos resultados dos ensaios de

caracterização do concreto e dos ensaios balísticos executados nas placas de

concreto.

A análise dos resultados dos ensaios balísticos contemplam os dados de

comprimento de penetração do projétil, de variação de massa, de área de danos nas

faces anterior e posterior das placas de concreto.

Foram feitas comparações entre os comprimentos de penetração dos projéteis

experimentais e teóricos segundo formulações apresentadas no capítulo 2.

5.2 RESISTÊNCIA DO CONCRETO À COMPRESSÃO

Da TAB. 4.1 verificou-se que o concreto simples confeccionado em 5 (cinco)

betonadas, apresentou valores de resistência média à compressão próximos,

variando de 63,5 MPa a 71,4 MPa, com média de 67,2 MPa.

Da TAB. 4.2 constatou-se que o concreto com fibras de aço, na taxa de 80 kg/m3

de fibras e confeccionado em 10 (dez) betonadas, apresentou resultados médios de

resistência à compressão maiores, cerca de 15%, que o do concreto simples. Tal

ganho foi próximo ao encontrado por MARINHO (2010), que foi igual a 9%. Os

valores variaram entre 71,6 MPa e 84,1 MPa, com média de 77,1 MPa.

O ganho de resistência decorrente da incorporação das fibras de aço é

decorrente da transferência de carga da matriz de concreto para as fibras de aço.

5.3 MÓDULO DE ELASTICIDADE LONGITUDINAL DO CONCRETO

Da TAB. 4.3 pode ser visualizado que o concreto simples apresentou valores

médios de módulo de elasticidade parecidos, variando de 29,2 GPa a 33,8 GPa,

com média de 31,4 GPa.

Da TAB. 4.4 verificou-se que o concreto com fibras de aço apresentou, da

mesma forma que fc, resultados médios de módulo de elasticidade maiores, em

136

torno de 18%, que os do concreto simples. Estes valores variaram entre 33,8 GPa e

38,6 GPa, com média de 36,9 GPa.

5.4 VARIAÇÃO DE MASSA DAS PLACAS DE CONCRETO

Compararam-se as placas de mesmas espessuras e calibres de projétil tendo

sido pesadas antes e depois do tiro obtidas a perda percentual de massa.

Da TAB. 4.7 verificou-se que a variação da massa nas placas com espessura de

38,1 mm foi maior para aquelas alvejadas por projéteis de 7,62 mm de calibre

(valores de 3,16% a 3,30%).

Aquelas placas somente com armadura interna (barras de aço) submetidas ao

tiro de 9 mm apresentaram as maiores perdas de massa (variação entre 0,88% e

1,69%). As placas de concreto com fibras de aço, armadas ou não com barras de

aço, tiveram uma variação de perda de massa entre 0,22% e 0,59%. As placas

reforçadas com compósitos de fibras de carbono ou de vidro apresentaram os

menores valores de variação de massa, situando–se na faixa de 0,10% a 0,33%. Os

menores valores foram encontrados para as placas reforçadas com duas camadas

de compósito de fibras de carbono.

Da TAB. 4.8 constatou-se que a variação da massa nas placas com espessura

de 50,8 mm submetidas ao tiro de 9 mm foi em média 0,17%. Aquelas submetidas

ao tiro de 7,62 mm apresentaram maiores perdas de massa que as das placas sob

tiro de 9 mm.

As placas de concreto simples com fibras de aço reforçadas com compósito de

fibras apresentaram menores valores médios de perda, cerca de 60% dos de placas

de concreto armado com fibras de aço reforçadas com compósito.

As placas de concreto armado com fibras de aço e reforçadas com compósito de

carbono apresentaram as maiores perda de massa (9,51% a 10,38%), pois foram

perfuradas e sofreram estilhaçamento. A placa CA70-50,8-FA80-FC2 foi a que

apresentou a maior perda de massa (14,20%), porém não foi colocada na análise

por ter sido ensaiada de forma diferente das outras placas, pois o tiro foi impactado

na face reforçada com o compósito.

137

A TAB. 4.9 mostrou que a maior variação da massa nas placas com espessura

de 70,0 mm se deu para a placa CA70-70,0 submetida ao tiro de 0.50 pol (31,60%),

pois houve perfuração da placa. As outras duas placas solicitadas por 0.50 pol

tiveram 4,99% (CA70-70,0-FA80-FC2) e 4,58% (CA70-70,0-FA80-FV2) de variação

de massa, valores menores devido às placas terem sido perfuradas com

estilhaçamento do concreto na face posterior que ficou contido entre a placa e o

compósito de reforço.

As placas impactadas pelo tiro de 7,62 mm que apresentaram as maiores perdas

de massa foram as placas CA70-70,0-FV1 e CA70-70,0 (variação entre 4,00% e

5,41%), mostrando que o reforço somente com barras de aço e/ou compósitos de

vidro não oferece um bom desempenho. Em geral as placas reforçadas com uma ou

duas camada de compósito de resina e fibras de vidro ou carbono e fibras de aço,

tiveram uma variação de massa entre 0,38% e 1,23%.

De acordo com a TAB. 4.10, as maiores variações de massa ocorreram nas

placas de 100,0 mm submetidas ao tiro de 0.50 pol em relação às placas sob o tiro

de 7,62 mm. As maiores variações de massa (14,89% a 39,45%) aconteceram nas

placas de concreto armado com barras de aço e reforçadas com compósitos de

fibras sem fibras de aço, enquanto as menores perdas (2,49% e 2,97%) ocorreram

nestas placas com fibras de aço. As placas de 100,0 mm solicitadas por projétil 7,62

mm de calibre tiveram baixas variações de massa (entre 0,67% e 1,29%).

Na TAB. 4.11 depreende-se que as placas de 125,0 mm de espessura armadas

com barras de aço e submetidas ao projétil de 7,62 mm de calibre apresentaram

maiores variações de massa (1,09% a 1,29%) que as placas sem barras de aço e

com fibras de aço. Quando se colocaram fibras de aço na placa de concreto armado

com barras de aço (CA70-125,0-FA80), a variação de massa foi cerca da metade

encontrada para as placas de concreto armado sem fibras. As placas de 125,0 mm

impactadas com 0.50 pol de calibre que tiveram as maiores variações de massa,

CA70-125,0-FV1 e CA70-125,0-FV2 (27,05% e 21,16%, respectivamente), sofreram

perfuração sem estilhaçamento. As menores variações de massa foram verificadas

nas placas CA70-125,0-FA80-FV1 e CA70-125,0-FA80-FC1 (1,21% e 1,56%,

respectivamente), que sofreram penetração do projétil.

138

Em se tratando das placas de 150,0 mm de espessura, a TAB. 4.12 mostrou que

a ausência de fibras de aço no concreto levou a maiores variações de massa

(14,57% a 32,24% contra 1,21% e 1,44%).

Em geral, as placas solicitadas com maiores calibres de projétil e/ou sem fibras

de aço no concreto apresentaram maiores variações de massa que as das placas

sob tiro de menor calibre e/ou com fibras de aço.

Parece que as placas reforçadas com compósito de fibras de vidro tenderam a

perder menos massa do que as armadas com barras de aço e/ou reforçadas com

compósitos de fibras de carbono.

5.5 DANOS NAS FACES ANTERIOR E POSTERIOR

Em se tratando das áreas de danos nas faces anterior e posterior das placas de

38,1 mm apresentadas na TAB. 4.13, verificou-se que as placas impactadas com

projétil de 7,62 mm de calibre sofreram danos nas faces anterior e posterior, tendo

apresentado áreas de danos próximas, independente do número de camadas de

reforço. Nas outras placas submetidas ao impacto de projétil de 9 mm de calibre,

todas tiveram danos na face anterior (6 cm2 a 22 cm2). Apenas as placas CA70-38,1

(danos face posterior entre 44 cm2 e 79 cm2) e CS70-38,1-FA80 (danos face

posterior 9 cm2) sofreram danos nas duas faces.

Na TAB. 4.14 foi possível verificar que as placas de 50,8 mm impactadas por

projétil de 9 mm de calibre somente sofreram danos na face anterior (área de danos

entre 12 cm2 e 16 cm2). Todas as placas solicitadas por projétil 7,62 mm de calibre

sofreram danos nas faces anterior (50 cm2 a 165 cm2) e posterior (35 cm2 a 141

cm2). Verificou-se que a presença de barras de aço teve maior influencia em diminuir

os danos na face anterior, a presença de fibras de aço teve maior influencia em

diminuir os danos na face posterior, a presença de material compósito de vidro

diminuiu os danos na face anterior e aumentou os da face posterior, por fim, a

presença de material compósito de carbono aumentou os danos na face anterior e

diminuiu na face posterior.

A FIG. 5.1 resume os resultados de danos nas faces das placas de 38,1 mm e

50,8 mm impactadas pelo calibre de 9 mm.

139

FIG. 5.1 Danos nas faces anterior e posterior (cm2), calibre de 9 mm.

De posse da TAB. 4.15 constatou-se que a solicitação de projétil 0.50 pol de

calibre nas placas de 70,0 mm de espessura geraram danos nas faces anterior

(entre 118 cm2 e 171 cm2) e posterior (entre 102 cm2 e 312 cm2). Todas as placas

solicitadas pelo calibre 7,62 mm sofreram danos na face anterior (entre 57 cm2 e 113

cm2). Somente sofreram danos posteriores as placas CS70-70,0-FA80 (área de 143

cm2) e CA70-70,0 (área de 182 cm2). As placas CS70-70,0-FA80-FC1 e CS70-70,0-

FA80-FV1 apresentaram praticamente as mesmas áreas de danos na face anterior

das placas (média de 75 cm2), o que ocorreu para as placas CA70-70,0-FC1 e

CA70-70,0-FV1 de forma semelhante (média de 110 cm2). As placas de concreto

simples ou armado, todas com fibras de aço e alvejadas por projétil de 7,62 mm de

calibre, apresentaram áreas de danos menores (entre 64 cm2 e 95 cm2) que as das

mesmas placas reforçadas com compósitos de fibras (entre 57 cm2 e 87 cm2).

O impacto de 0.50 pol de calibre nas placas de 100,0 mm (v. TAB. 4.16) causou

danos nas faces anterior (entre 123 cm2 e 471 cm2) e posterior (entre 71 cm2 e 371

cm2). Os maiores danos ocorreram nas placas que não possuíam fibras de aço. As

placas de concreto simples com fibras de aço e reforçadas com compósitos de fibras

ficaram mais danificadas na face posterior que as de concreto armado com fibras de

aço e reforçadas com compósitos de fibras, o que leva a concluir a eficiência da

armadura interna de barras de aço. Todas as placas impactadas por 7,62 mm

sofreram apenas danos na face anterior (entre 50 cm2 e 113 cm2). As placas que

140

continham fibras de aço apresentaram área de danos menor que a de placas sem

fibras de aço.

Todas as placas de 125,0 mm (v. TAB. 4.17) solicitadas pelos projéteis de 7,62

mm de calibre apenas apresentaram danos na face anterior (entre 71 cm2 e 99

cm2). As placas impactadas com projéteis de 0.50 pol de calibre sofreram danos nas

faces anterior (entre 107 cm2 e 433 cm2) e posterior (entre 156 cm2 e 370 cm2),

com exceção das placas CA70-125,0-FA80-FV1 e CA70-125,0-FA80-FC1, que

sofreram danos apenas na face anterior.

Pela TAB. 4.18 constatou-se que, após terem sido alvejadas por projéteis de 7,62

mm e 0.50 pol de calibre, todas as placas de 150,0 mm sofreram apenas danos na

face anterior (entre 87 cm2 e 707 cm2), com exceção da placa CA70-150,0 que teve

414 cm2 de danos na face posterior. As placas sem fibras de aço, CA70-150,0-FC1 e

CA70-150,0-FC2, tiveram os maiores danos frontais, 707 cm2 e 675 cm2

respectivamente.

A FIG. 5.2 resume os resultados de danos nas faces das placas de 38,1 mm a

150,0 mm impactadas pelo calibre de 7,62 mm.

FIG. 5.2 Danos nas faces anterior e posterior (cm2), calibre de 7,62 mm.

A grande variação dos danos nas faces pode ser atribuída à região de impacto

do projétil não ser sempre a mesma, pois o projétil pode acertar uma região de

argamassa de concreto, ou sobre brita ou barra de aço, o que pode mascarar os

resultados.

141

De forma geral, independentemente da espessura, os maiores danos ocorreram

nas placas apenas armadas com barras de aço. Placas de concreto com fibras de

aço apresentaram uma área de danos menor que as sem fibras de aço. A adição de

barras de aço em placas de concreto com fibras de aço conduziu a uma diminuição

da área de danos. A colagem de compósito de fibras de vidro nas placas de

concreto levou a uma redução da área de danos na face posterior em comparação

com a das placas de concreto reforçadas com compósito de fibras de carbono.

A FIG. 5.3 resume os resultados de danos nas faces das placas de 70,0 mm a

150,0 mm impactadas pelo calibre de 0.50 pol.

FIG. 5.3 Danos nas faces anterior e posterior (cm2), calibre de 0.50 pol mm.

5.6 COMPRIMENTO DE PENETRAÇÃO

Em geral, os comprimentos de penetração dos projéteis (xp) dos três calibres nas

placas de concreto apresentaram resultados próximos. Considerando o projétil de 9

mm de calibre, independente do tipo das placas, os valores de xp situaram-se de 7,0

mm a 11 mm, com valor médio de 9,3 mm; para o projétil de 7,62 mm de calibre,

estes resultados ficaram dentro do intervalo de 27,5 mm a 35 mm, sendo o valor

médio igual a 31,1 mm, enquanto para o projétil de 0.50 pol de calibre, passaram

142

para 74 mm a 83 mm, tendo como valor médio 78,4 mm, conforme resumido na

TAB. 5.1.

TAB. 5.1 Comprimento de penetração médio nas placas.

Valores

Calibre do projétil

9 mm 7,62 mm 0.50 pol

xp (mm)

t (mm)

xp (mm)

t (mm)

xp (mm)

t (mm)

máximo 11,0 38,1 35,0 100,0 83,0 125,0

mínimo 7,0 50,8 27,5 70,0 74,0

médio 9,3 38,1 a 50,8 31,1 70,0 a 150,0 78,4 125,0 e 150,0

De posse das TAB. 4.19 a TAB. 4.24, os resultados de comprimento de

penetração dos ensaios balísticos foram comparados com os de cada modelo de

fórmulas empíricas listadas no capitulo 2. Verificou-se que a maioria dos modelos

levam a valores a favor da segurança, isto é, valores superiores aos resultados

médios experimentais, o que era de se esperar.

O modelo PETRY MODIFICADO apud VOSSOUGHI et al. (2007) conduziu a

valores de comprimento de penetração mais próximos dos resultados médios

experimentais, enquanto outros modelos WHIFFEN apud LI et al. (2005) e AMMANN

e WHITNEY apud LI et al. (2005) acarretaram valores de comprimento de

penetração muito divergentes dos resultados médios experimentais.

5.6.1 PETRY MODIFICADO APUD VOSSOUGHI ET AL. (2007)

A FIG. 5.4 mostra a comparação entre os valores de comprimento de penetração

dos projéteis nas placas de concreto experimental (xp experimental) versus teórico

(xp teórico) segundo o modelo de PETRY MODIFICADO apud VOSSOUGHI et al.

(2007). Com relação a estes valores, a razão (xp teórico/xp experimental) média foi

1,10, tendo desvio padrão de 21%.

143

FIG. 5.4 Valores de xp experimental e teórico segundo PETRY MODIFICADO apud VOSSOUGHI et al. (2007).

Nota-se nessa figura que, para projéteis de 9 mm e 7,62 mm de calibre, os

valores de xp teórico foram, em média, 29% e 3% superiores aos de xp experimental

Também verifica-se dessa figura que, para projéteis de 0.50 pol de calibre, os

valores de xp teórico foram, em média, 31% menores que os de xp experimental,

levando a concluir que o modelo de PETRY MODIFICADO apud VOSSOUGHI et al.

(2007) subestima os valores de xp.

5.6.2 UKAEA APUD LI ET AL. (2005)

De acordo com a FIG. 5.5 todos os valores de xp teórico segundo o modelo de

UKAEA apud LI et al. (2005) foram maiores que os de xp experimental. Em média, os

valores de xp teórico foram 92% superiores aos de xp experimental, com desvio

padrão de 21%.

Para os calibres de 9 mm, 7,62 mm e 0.50 pol, a média entre os valores de razão

(xp teórico/xp experimental) foi 1,88, 2,02 e 1,64, respectivamente.

0

50

100

150

200

0 50 100 150 200

xp

teó

rico

(m

m)

xp experimental (mm)

CS-FA

CS-FA-FV

CS-FA-FC

CA

CA-FA

CA-FV

CA-FC

CA-FA-FV

CA-FA-FC calibre de 9 mm

calibre de 7,62 mm

calibre de 0.50 pol

144

FIG. 5.5 Valores de xp experimental e teórico segundo UKAEA apud LI et al. (2005).

5.6.3 WHIFFEN APUD LI ET AL. (2005)

Tal qual como ocorreu para o modelo de UKAEA apud LI et al. (2005) (v. FIG.

5.6), todos os valores de xp teórico, segundo o modelo de WHIFFEN apud LI et al.

(2005) foram maiores que os de xp experimental. Em média, os valores de xp teórico

foram 139% superiores aos de xp experimental, com desvio padrão de 30%.

A média entre os valores de razão (xp teórico/xp experimental) foi igual a 2,43,

2,47 e 1,85 para os calibres de 9 mm, 7,62 mm e 0.50 pol, respectivamente.

0

50

100

150

200

0 50 100 150 200

xp

teó

rico

(m

m)

xp experimental (mm)

CS-FA

CS-FA-FV

CS-FA-FC

CA

CA-FA

CA-FV

CA-FC

CA-FA-FV

CA-FA-FC calibre de 9 mm

calibre de 7,62 mm

calibre de 0.50 pol

145

FIG. 5.6 Valores de xp experimental e teórico segundo WHIFFEN apud LI et al. (2005).

5.6.4 MÉTODO ACE APUD VOSSOUGHI ET AL. (2007)

De acordo com a FIG. 5.7, o método do ACE levou a resultados de xp, em média,

84% maiores que os xp experimental, apresentando um desvio padrão cerca de

20%.

Comparando os valores de xp segundo o método do ACE e experimental, por

calibre, a média entre os valores de razão (xp teórico/xp experimental) foi igual a

1,82, 1,91 e 1,54 para os calibres de 9 mm, 7,62 mm e 0.50 pol, respectivamente.

0

50

100

150

200

0 50 100 150 200

xp

teó

rico

(m

m)

xp experimental (mm)

CS-FA

CS-FA-FV

CS-FA-FC

CA

CA-FA

CA-FV

CA-FC

CA-FA-FV

CA-FA-FC

calibre de 9 mm

calibre de 7,62 mm

calibre de 0.50 pol

146

FIG. 5.7 Valores de xp experimental e teórico segundo ACE apud VOSSOUGHI et al. (2007).

5.6.5 HALDAR APUD VOSSOUGHI ET AL. (2007)

A tendência dos valores teóricos de xp segundo o modelo de HALDAR foi

parecida com a dos valores teóricos segundo os modelos de UKAEA e da ACE,

como mostrado na FIG. 5.8.

Todos os valores de xp teórico segundo o modelo de HALDAR foram maiores que

os de xp experimental. Em média, os valores de xp teórico foram 90% superiores aos

de xp experimental, com desvio padrão de 24%.

A média entre os valores de razão (xp teórico/xp experimental) foi igual a 1,93,

1,97 e 1,48 para os calibres de 9 mm, 7,62 mm e 0.50 pol, respectivamente.

0

50

100

150

200

0 50 100 150 200

xp

teó

rico

(m

m)

xp experimental (mm)

CS-FA

CS-FA-FV

CS-FA-FC

CA

CA-FA

CA-FV

CA-FC

CA-FA-FV

CA-FA-FC

calibre de 9 mm

calibre de 7,62 mm

calibre de 0.50 pol

147

FIG. 5.8 Valores de xp experimental e teórico segundo HALDAR apud VOSSOUGHI et al. (2007).

5.6.6 ADELI E AMIN APUD LI ET AL. (2005)

Não foi possível calcular o comprimento de penetração para esse modelo,

porque o adimensional I (v. Eq. 2.8) foram todos maiores que 21, valor este limita

para cálculo de xp.

5.6.7 MÉTODO NDRC MODIFICADO APUD VOSSOUGHI ET AL. (2007)

A formulação NDRC MODIFICADO superestimou, em média, 96% os valores

teóricos de xp em relação ao valores experimentais de xp nas placas de concreto

impactadas, independentemente do projétil, conforme pode ser visto na FIG. 5.9.

Constata-se nessa figura que, para projéteis de 9 mm, 7,62 mm e 0.50 pol de

calibre, os valores de xp teórico foram, em média, 94%, 104% e 65% superiores aos

de xp experimental.

0

50

100

150

200

0 50 100 150 200

xp

teó

rico

(m

m)

xp experimental (mm)

CS-FA

CS-FA-FV

CS-FA-FC

CA

CA-FA

CA-FV

CA-FC

CA-FA-FV

CA-FA-FC calibre de 9 mm

calibre de 7,62 mm

calibre de 0.50 pol

148

FIG. 5.9 Valores de xp experimental e teórico segundo NDRC MODIFICADO apud VOSSOUGHI et al. (2007).

5.6.8 AMMANN E WHITNEY APUD LI ET AL. (2005)

Conforme FIG. 5.10, todos os valores de xp teórico, segundo o modelo de

AMMANN e WHITNEY apud LI et al. (2005) foram maiores que os de xp

experimental. Em média, os valores de xp teórico foram 121% superiores aos de xp

experimental, com o maior desvio padrão entre todos os modelos de previsão de xp

igual a 67%.

A média entre os valores de razão (xp teórico/xp experimental) foi igual a 1,46,

2,81 e 2,33 para os calibres de 9 mm, 7,62 mm e 0.50 pol, respectivamente. Houve

discrepância entre os valores de xp teórico/xp experimental para os calibres de

7,62 mm e 0.50 pol, já que para estes projéteis a velocidade de impacto ultrapassa

800 m/s, ainda que o modelo de AMMANN e WHITNEY seja adequado para

projéteis com velocidade de impacto superior a 300 m/s.

0

50

100

150

200

0 50 100 150 200

xp

teó

rico

(m

m)

xp experimental (mm)

CS-FA

CS-FA-FV

CS-FA-FC

CA

CA-FA

CA-FV

CA-FC

CA-FA-FV

CA-FA-FCcalibre de 9 mm

calibre de 7,62 mm

calibre de 0.50 pol

149

FIG. 5.10 Valores de xp experimental e teórico segundo AMMANN e WHITNEY apud LI et al. (2005).

5.6.9 MÉTODO BRL MODIFICADO APUD VOSSOUGHI ET AL. (2007)

A média dos valores da razão (xp teórico/xp experimental) encontrada segundo o

modelo BRL foi 2,12, tendo desvio padrão de 28%.

Nota-se na FIG. 5.11 que, para projéteis de 9 mm, 7,62 mm e 0.50 pol de calibre,

os valores de xp teórico foram, em média, 94%, 133% e 87% superiores aos de xp

experimental

150

FIG. 5.11 Valores de xp experimental e teórico segundo BRL MODIFICADO apud VOSSOUGHI et al. (2007).

5.6.10 CONSIDERAÇÕES GERAIS

A TAB. 5.2 resume a média dos valores de razão (xp teórico/xp experimental) dos

modelos empregados na avaliação do comprimento de penetração xp para cada

calibre utilizado.

Da TAB. 5.2 verifica-se que a maioria das formulações teóricas apresentadas

conduz a valores de comprimento de penetração do projétil xp maiores que os

experimentais, isto é, as formulações superestimam os valores reais de xp, com

exceção do modelo de PETRY MODIFICADO aplicado ao calibre de 0.50 pol.

Verificou-se dessa tabela também que o modelo de WHIFFEN é o que conduz

aos maiores valores teóricos de xp para projétil de 9 mm de calibre, e que o de

AMMANN e WHITNEY é os que mais superestima os valores de xp para os projéteis

de 7,62 mm e 0.50 pol de calibres.

0

50

100

150

200

0 50 100 150 200

xp

teó

rico

(m

m)

xp experimental (mm)

CS-FA

CS-FA-FV

CS-FA-FC

CA

CA-FA

CA-FV

CA-FC

CA-FA-FV

CA-FA-FCcalibre de 9 mm

calibre de 7,62 mm

calibre de 0.50 pol

151

O modelo de MÉTODO WHIFFEN é o que mais está a favor de segurança, cuja

média entre os valores de razão (xp teórico/xp experimental) considerando todos os

calibre é de 2,25.

TAB. 5.2 Valores de razão (xp teórico/xp experimental) média dos modelos.

Modelo Calibre 9 mm

Calibre 7,62 mm

Calibre 0.50 pol

MÉTODO PETRY MODIFICADO 1,29 1,03 0,69

MÉTODO UKAEA 1,88 2,02 1,64

MÉTODO WHIFFEN 2,43 2,47 1,85

MÉTODO ACE 1,82 1,91 1,54

MÉTODO HALDAR 1,93 1,97 1,48

MÉTODO ADELI E AMIN - - -

MÉTODO NDRC MODIFICADO 1,94 2,04 1,65

MÉTODO AMMANN E WHITNEY 1,46 2,81 2,33

MÉTODO BRL MODIFICADA 1,94 2,33 1,87

Pode constatar da FIG. 5.12 que o comprimento de penetração experimental

relativo à bitola do projétil (xp exp/d) tem uma faixa de valores variável em função da

velocidade de impacto do projétil. Para o projétil de 9 mm de calibre, xp exp/d variou

entre 0,78 e 1,22, enquanto para o projétil de 7,62 mm de calibre, xp exp/d passou

para 3,61 e 4,60. O aumento dos valores de xp exp/d para o projétil de 7,62 mm de

calibre em relação aos de xp exp/d para o projétil de 9 mm de calibre foi devido ao

primeiro possuir velocidades de impacto (806 m/s até 854 m/s) maiores que o

segundo (420 m/s até 445 m/s), o que incrementa o valor do comprimento de

penetração. Os valores de xp exp/d situaram-se entre 5,83 e 6,54 para o projétil de

0.50 pol de calibre, que apresenta velocidades de impacto variando de 892 m/s a

906 m/s.

A FIG. 5.13 reúne valores de comprimento de penetração experimental relativos

à espessura da placa (xp exp/t) em função da velocidade de impacto do projétil.

Percebe-se que para que não ocorra a perfuração da placa, os valores de xp exp/t

para o projétil de 9 mm de calibre estão na faixa de 0,14 a 0,29. Para os projéteis de

7,62 mm e de 0.50 pol de calibre, estes valores passam para 0,22 a 0,49 e 0,50 a

0,66.

152

FIG. 5.12 Valores de xp experimental relativo ao calibre do projétil em função da velocidade de impacto do projétil.

FIG. 5.13 Valores de xp experimental relativo à espessura da placa em função da velocidade de impacto do projétil.

0

1

2

3

4

5

6

7

0 200 400 600 800 1000

v (m/s)

xp

exp/d

CS-FA

CS-FA-FV

CS-FA-FC

CA

CA-FA

CA-FV

CA-FC

CA-FA-FV

CA-FA-FC

calibre de 9 mm

calibre de 7,62 mm

calibre de 0.50 pol

0,00

0,10

0,20

0,30

0,40

0,50

0,60

0,70

0 200 400 600 800 1000

v (m/s)

xexp/t

CS-FA

CS-FA-FV

CS-FA-FC

CA

CA-FA

CA-FV

CA-FC

CA-FA-FV

CA-FA-FC

calibre de 9 mm

calibre de 0.50 pol

calibre de 7,62mm

153

5.7 COMPRIMENTO DE ESTILHAÇAMENTO

O cone de estilhaçamento, medido na face posterior ao tiro, foi observado em

somente sete placas de concreto ensaiadas, que sofreram penetração do projétil. A

TAB. 5.3 mostra o comprimento de estilhaçamento (xe) aferido.

TAB. 5.3 Valores de comprimento de estilhaçamento (xe).

Tipo placa Espessura (mm) Calibre xe (mm)

CS70-38,1-FA80 38,1 9 mm 14,7

CA70-38,1 38,1 9 mm 23,0

CA70-38,1 38,1 9 mm 14,3

CA70-38,1 38,1 9 mm 16,5

CS70-70,0-FA80 70,0 7,62 mm 23,0

CA70-70,0 70,0 7,62 mm 34,5

CA70-125,0-FC1 125,0 0.50 pol 32,0

As placas de concreto de 38,1 mm de espessura impactadas com projétil de 9

mm de calibre que apresentaram comprimento de estilhaçamento foi a que não tinha

armadura interna de barras de aço, mas possuía fibras de aço, e as que foram

armadas com barras de aço sem fibras de aço e desprovidas de compósitos de

fibras. O mesmo ocorreu para as placas de concreto de 70 mm de espessura,

submetidas ao impacto de projétil de 7,62 mm de calibre. Apenas a placa de

concreto CA70-125,0-FC1 sofreu penetração com estilhaçamento, apesar de ter sido

reforçada com uma camada de compósito de fibras de carbono.

Nota-se também da TAB. 5.3 que o comprimento de estilhaçamento tendeu a ser

menor que nas placas com fibras de aço.

Nenhuma das placas de concreto de 50,8 mm, 100 mm ou 150 mm de espessura

sofreu penetração com estilhaçamento.

154

6 CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA FUTUROS TRABALHOS

Este trabalho tratou do estudo teórico e experimental de placas quadradas de

concreto submetidas a impacto balístico. A composição das placas foi de concreto

simples ou armado, com ou sem fibras de aço, e reforçadas ou não com compósitos

de resina e fibras de carbono (CFRP) ou de vidro (GFRP). As placas tiveram

diferentes espessuras e foram utilizados de três tipos de calibres.

Com base nos ensaios realizados, nos resultados apresentados no capitulo 4 e

nas análises feitas no capitulo 5, foi possível tirar algumas conclusões, sendo

destacadas a seguir.

A resina epóxi utilizada na colagem dos compósitos ao concreto não teve bom

desempenho, pois a maioria das placas reforçadas apresentou descolamento do

compósito em função das tensões de tração oriundas das ondas de choque

provocadas pelo projétil no interior da placa de concreto. Apesar do descolamento, o

compósito colado ao concreto na face posterior ao tiro conteve os estilhaços de

concreto na maioria dos casos.

Os maiores danos nas faces anterior e posterior ocorreram nas placas de

concreto armado sem fibras de aço ou sem reforço com compósito de fibras. Os

danos ocorridos nas placas reforçadas com CFRP ou GFRP, em geral, foram

maiores na face anterior que os na face posterior ao tiro.

Para a quantidade de fibras de aço utilizada, o uso destas no concreto aumentou

sua resistência à compressão e seu módulo de elasticidade longitudinal, e diminuiu

os danos nas faces anterior e posterior e a perda de massa das placas de concreto

sob impacto balístico.

Verificou-se que quanto maior a velocidade de impacto do projétil, nem sempre

relacionada ao maior calibre do projétil, maiores são os danos gerados à estrutura

de concreto.

O uso de fibras de aço ou de compósito de resina e fibras de vidro ou de carbono

pareceu que não influencia o valor do comprimento de penetração do projétil na

placa de concreto, mas é importante para evitar a ruptura da placa de concreto ou

impedir a ocorrência de estilhaçamento do concreto na face posterior ao tiro da

placa de concreto.

155

Constatou-se que todas as placas com espessura de 38,1 mm de espessura

resistiram ao tiro de 9 mm de calibre com ou sem estilhaçamento, apresentando um

comprimento de penetração médio (xp, med) de 9,5 mm. Apesar da adição de barras

de aço e de fibras de aço ao concreto e do reforço com 1 ou 2 camadas de GFRP

das placas de 38,1 mm de espessura, estas foram perfuradas pelo tiro de 7,62 mm

de calibre.

Quando se aumentou a espessura das placas para 50,8 mm com barras de aço e

com fibras de aço ou 1 camada de CFRP, o tiro de 9 mm de calibre penetrou em

média 8,9 mm, sem ter havido perfuração ou estilhaçamento do concreto na face

posterior ao tiro. Quanto o tiro foi de 7,62 mm de calibre, houve perfuração sem ou

com estilhaçamento do concreto na face posterior ao tiro das placas sem ou com

barras de aço ou fibras de aço reforçadas com 1 ou 2 camadas de GFRP ou CFRP.

Foi verificado que todas as placas de espessura de 70 mm de espessura,

independente do tipo de concreto ou reforço, quando solicitadas pelo calibre de 7,62

mm, ocorreu penetração (xp, med = 31 mm) sem estilhaçamento ou com

estilhaçamento (placas que somente tinham fibras de aço ou barras de aço).

Quando alvejadas pelo projétil de 0.50 pol de calibre, as placas de espessura de 70

mm de espessura sofreram perfuração com estilhaçamento.

As placas de 100 mm de espessura sofreram somente penetração quando

impactadas com tiro de 7,62 mm de calibre, tendo xp, med = 32 mm. Quando alvejadas

pelo projétil de 0.50 pol de calibre, estas foram perfuradas sem ou com

estilhaçamento, mesmo tendo sido armadas ou não com barras de aço ou sem ou

com fibras de aço e todas reforçadas com 1 ou 2 camadas de GFRP ou CFRP.

Ocorreu apenas penetração sem estilhaçamento nas placas de 125 mm

impactadas com tiro de 7,62 mm de calibre (xp, med = 30 mm). Quando estas foram

atingidas pelo tiro de 0.50 pol, houve penetração (xp, med = 79 mm) nas placas de

concreto armado sem fibras de aço (com estilhaçamento) ou com fibras de aço (sem

estilhaçamento) e reforçadas com 1 camada de GFRP ou CFRP, ou perfuração sem

ou com estilhaçamento.

A placa de 150 mm de concreto armado com fibras de aço sofreu penetração

sem estilhaçamento quando foi alvejada pelo tiro de 7,62 mm de calibre (xp = 32,5

mm). Aquela de concreto armado sem fibras de aço e sem CFRP, quando

impactada pelo tiro de 0.5 pol de calibre, sofreu perfuração. Quando se adicionaram

156

fibras de aço ou 1 ou 2 camadas de CFRP nas placas de concreto de 150 mm de

espessura, estas resistiram ao tiro de 0.5 pol de calibre, tendo ocorrido apenas

penetração (xp, med = 78 mm).

Dos modelos de previsão do comprimento de penetração em concreto, o que

mais se aproximou dos resultados de comprimento de penetração do projétil no

concreto foi o de PETRY MODIFICADO apud VOSSOUGHI et al. (2007), enquanto

os de WHIFFEN apud LI et al. (2005) e AMMANN e WHITNEY apud LI et al. (2005)

foram os que levaram a resultados mais discrepantes.

Todos os modelos de previsão do comprimento de penetração projétil no

concreto listados neste trabalho superestimaram tal parâmetro, como era de se

esperar, exceto o de PETRY MODIFICADO apud VOSSOUGHI et al. (2007), que

subestimou xp em 31%, no caso de projétil de 0.50 pol de calibre.

Para dar continuidade a este trabalho, sugere-se repetir os mesmos ensaios

balísticos para concretos com diferentes valores de resistência à compressão a fim

de se verificar o desempenho das fibras de aço e dos compósitos de fibras.

Pelo fato de ter havido descolamento dos compósitos de fibras, recomenda-se

testar a concretagem da placa com o compósito de fibras no fundo da forma ou

internamente sob um cobrimento de concreto.

Sugere-se testar a variação da taxa de armadura interna com o objetivo de

verificar se há efeito de confinamento pela armadura interna na região central da

placa de concreto.

Sugere-se a utilização de alumínio, compósitos de aramida ou a combinação de

compósitos de fibras de vidro e de carbono na face posterior protegida com camada

de argamassa cimentícia, e de placas cerâmicas balísticas na face anterior das

placas de concreto.

Sabendo que as placas de concreto com espessura maior que 70 mm,

independente do reforço, sofreram apenas penetração, recomenda-se que sejam

confeccionadas placas quadradas com dimensão de 50 cm, objetivando testá-las de

acordo com a NBR 15000 (2005), com 5 tiros para nível de blindagem III, conforme

apresentado na TAB. 2.1.

157

7 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

ALMANSA, E. M., CANOVAS, M. F. Behavior of normal and steel fibers-

reinforced concrete under impact of small projectiles. Cement and Concrete

Research, v. 29, pp.1807–1814, 1999.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, ABNT. NBR 15000 –

Blindagens para impactos balísticos - Classificação e critérios de avaliação,

2005.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, ABNT, NBR 5738, Concreto

– Procedimento para moldagem e cura de corpos-de-prova, 2003.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, ABNT, NBR 5739, Concreto

- Ensaios de compressão de corpos-de-prova cilíndricos, 2007.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, ABNT, NBR 8522, Concreto - Determinação do módulo estático de elasticidade à compressão, 2008.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, ABNT, NBR 6118, Projeto

de estruturas de concreto – Procedimento, 2007.

BANGASH M.Y.H. Shock, Impact and Explosion: Structural Analysis and

Design. Ed. Springer, ISBN: 978-3-540-77067-1, Germany, 2009.

CARNEIRO, L. A. V. Reforço de vigas e pilares de concreto com materiais

compósitos de resina e fibras, Tese de doutorado apresentada ao Programa

de Engenharia Civil, COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro, 2004.

DANCYGIER, A. N., Effect of reinforcement ratio on the resistance of reinforced

concrete to hard projectile impact. Nuclear Engineering and Design, v.172, n.

1-2, pp. 233-245, 1997.

DANCYGIER, A. N., Yankelevsky, D. Z., Jaegermann, C. Response of high

performance concrete plates to impact of non-deforming projectiles.

International Journal of Impact Engineering, v. 34, n. 11, pp 1768-1779, 2007.

DOS SANTOS, A. C. Ensaio para Análise da Interface entre o Betão e Polímero

Reforçado com Fibra, Tese de doutorado apresentada à Escola Politécnica da

Universidade de São Paulo, São Paulo, 2003.

158

IOGO, T. C. ’A., Estudo Experimental do Reforço à Força Cortante de

Corpos-de-prova de Concreto com Compósito de Fibras de Carbono.

Dissertação de Mestrado da Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2010.

FORRESTAL, M. J., FREW, D. J., HANCHAK, S. J., BRAR, N. S. Penetration of

Grout and Concrete Targets with Ogive-Nose Steel Projectiles. International

Journal of Impact Engineering, v. 18, n. 5, pp 465-476, 1996.

FREW, D. J., HANCHAK, S. J., GREEN, M. L., FORRESTAL, M. J. Penetration of

Concrete Targets with Ogive-Nose Steel Rods. International Journal of Impact

Engineering, v. 21, n. 6, pp. 489-497, 1998.

GERDAU, Catálogo aços para a construção civil, 2009.

JÚDICE, F. M. S., FREITAS, L. B., CARNEIRO, L. A. V., DOMINGUES, L. C. S.,

Avaliação das Propriedades de Concretos de Alto Desempenho com Fibras

de Aço, 16p. Anais do 42º Congresso Brasileiro de Concreto-IBRACON, 2000.

LI, Q. M., REID, S. R., WEN, H. M., TELFORD, A. R. Local impact effects of hard

missiles on concrete targets. International Journal of Impact Engineering, v. 32

n. 1–4, pp. 224–284, 2005.

LUO, X., SUN, W., CHAN, S. Y. N. Characteristic of high-performance steel fiber-

reinforced concrete subject to high velocity impact. Cement and Concrete

Research, v. 30, pp. 907–914, 2000.

MACCAFERRI, Fibras como elemento estrutural para reforço de concreto,

Manual Técnico. Disponível em: < http://www.maccaferri.com.br>, acessado em

jan, 2011.

MARINHO, J. E. S. Comportamento de Concretos com Fibras para

Pavimentação sob Cargas Dinâmicas Harmônicas, Dissertação de Mestrado

apresentada ao Programa de Pós-graduação em Engenharia de Transportes,

IME, Rio de Janeiro, 2010.

MOHAMED, M. E., ELTEHAWY, E. M., KAMAL, I. M., AGGOUR, A. A. Experimental

Analysis of Reinforced Concrete Panels Penetration Resistance. Aerospace

Sciences & Aviation Technology, ASAT-13-TE-14, 2009.

159

ONG, K. C. G., BASHEERKHAN, M., PARAMASIVAM, P. Resistance of fibre

concrete slabs to low velocity projectile impact. Cement and Concrete

Composites, v. 21, pp. 391–401, 1999.

RIERA, J. D. Penetration, scabbing and perforation of concrete structure hit by

solid missiles. Nuclear Engineering and Design, v.115, n. 1, pp.1 21-131, 1989.

SAFE, Blindagem Balística, Disponível em:<

http://safeblindados.com.br/servicos/92-blindagem-balistica.html>, Acessado em:

dezembro, 2010.

SILVA, A. S. Comportamento de Pilares Curtos Confinados por Compósitos de

Fibras de Vidro e Carbono, Escola Politécnica da Universidade de São Paulo,

São Paulo, 2002.

SOBRAL, T. R. J. Concretos Sob Cargas de Impacto para a Segurança das Vias

Públicas, Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-graduação

em Engenharia de Transportes, IME, Rio de Janeiro, 2011.

SONG, P. S., WU, J. C., HWANG, S., SHEU, B. C. Assessment of Statistical

Variations in Impact Resistance of High-Strength Concrete and High-

Strength Steel Fiber-Reinforced Concrete. Cement and Concrete Research, v.

35, pp. 393–399, 2005.

VOSSOUGHI, F., OSTERTAG, C. P., MONTEIRO, P. J. M., JOHNSON, G. C.

Resistance of concrete protected by fabric to projectile impact. Cement and

Concrete Research, v. 37, pp. 96–106, 2007.

WIKIPÉDIA, Site: http://pt.wikipedia.org/wiki/Balística.

ZHANG, M. H., SHIM, V. P. W., LU, G., CHEW, C.W. Resistance of high-strength

concrete to projectile impact. International Journal of Impact Engineering, v. 31,

pp. 825–841, 2005.