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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE AGRONOMIA PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DO SOLO CONDICIONADORES HÙMICOS DE SOLO E DESENVOLVIMENTO DE PLANTAS DE ALFACE. Andressa Classer Bender (DISSERTAÇÂO)

CONDICIONADORES HÙMICOS DE SOLO E DESENVOLVIMENTO … · 2020. 8. 11. · plantas de alface. andressa classer bender (dissertaÇÂo) universidade federal do rio grande do sul faculdade

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE AGRONOMIA

PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DO SOLO

CONDICIONADORES HÙMICOS DE SOLO E DESENVOLVIMENTO DE PLANTAS DE ALFACE.

Andressa Classer Bender (DISSERTAÇÂO)

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE AGRONOMIA

PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DO SOLO

CONDICIONADORES HÚMICOS DE SOLO E DESENVOLVIMENTO DE PLANTAS DE ALFACE.

ANDRESSA CLASSER BENDER Engenheira Agronôma

(UNOESC)

Dissertação apresentada como um dos requisitos para a obtenção do

Grau de Mestre em Ciência do Solo

Porto Alegre (RS) Brasil Abril de 2018

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ANDRESSA CLASSER BENDER Engenheira Agrônoma

(UNOESC)

DISSERTAÇÃO Submetida como parte dos requisitos

para obtenção do Grau de

MESTRE EM CIÊNCIA DO SOLO

Programa de Pós-Graduação em Ciência do Solo Faculdade de Agronomia

Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre (RS) Brasil.

Aprovada em

Homologada em

BANCA EXAMINADORA:

Prof. Dr. Enilson Luiz Saccol de Sá UFRGS

Prof. Dr. Pedro Escosteguy UPF

Dr. Otávio dos Anjos Leal UFSM

Orientadora: Deborah Pinheiro Dick

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Dedico

Aos meus pais Ademir e Marlei Bender. A minha querida e amiga irmã Maiara Bender

Amo vocês.

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AGRADECIMENTOS

Aos meus pais Ademir Jose Bender e Marlei Classer Bender pelo carinho e apoio de sempre. Obrigada pelas milhares chamadas de vídeo, onde mesmo distantes vocês enxugaram minhas lágrimas e comemoraram minhas alegrias. Vocês são perfeitos! A minha linda e querida irmã Maiara Classer Bender, que me faz sorrir todos os dias com sua alegria. Ao meu “fada” Alsemiro Classer e minha Vovó Edi-Anna Bender pelas palavras, carinho e mimos de todas as vezes que os visito. A minha “muta” Herica Classer (in memoria) pois ela sempre foi a inspiração de todas as mulheres da família. A minha orientadora Deborah Pinheiro Dick, sem você profe eu não conseguiria chegar aqui. Obrigada pela paciência sem limites! Obrigada por passar com tanta alegria e animação seus conhecimentos a nós orientados! Aos meus amigos Adriana Cancian e Vitor Ambrosini que foram muito mais que meus amigos nesses dois anos de mestrado: foram meus irmãos. As oncinhas Ana Paula Lima, Juscilaine Gomes Martins e Júlia Ferreira. Admiro muito vocês! Obrigada por tantos momentos de alegria e por aturarem todas as minhas manias, infantilidades e zoeira sem fim. Aos meus colegas de apartamento Edu e Luana. Obrigada pela paciência comigo nesses últimos dias e por todas as comidinhas deliciosas. Aos meus amigos da salinha do manejo: Magno Amorim, Murilo Veloso, Osmar Henrique Pias, Anaí Otonelli, Mario Mezzari, Lucas Telles, Cristhian Gamboa e Caroline Jerke. Agradeço todas as risadas, debates e discussões da hora do café. Aos meus amigos do Laboratório K-104 B: Cristiano Fontaniva, Maurifran, Ana Cristina Ludtke, Itauane Oliveira e Gabriel Garcia. Obrigada pela ajuda de sempre, tanto nos experimentos como em discussões sobre este trabalho. Ao meu segundo orientador Daniel Hanke. Obrigada pelo apoio, ideia e críticas construtivas e de reflexão durante o trabalho. Nos últimos dias fiquei distante, mas sempre lembro de suas palavras e conselhos. A todos os colegas do Programa de Pós Gradução em Ciência do solo. Agradeço a todos pela ajuda nos laboratórios, trocas de ideias nos corredores e também pelas festas divertidas na garagem dos solos.

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A todos os professores com quem tive a honra de ser aluna do Programa de Pós Graduação em Ciência do Solo e do Programa de Pós Graduação em Fitotecnia. Ao professor Enilson Saccol de Sá pela disponibilidade em esclarecer sempre minhas dúvidas e também pelo espaço cedido em seu laboratório no último experimento deste trabalho. Ao professor Pedro Escosteguy pelo solo cedido para a realização do segundo experimento do capítulo II deste trabalho. Aos laboratoristas Luíz Antonio e Adão e secretáiro Jader do PPGCS-UFRGS. Obrigada pela competência e paciência com nós alunos. Na minha opinião, a faculdade de Agronomia sem vocês não funciona. Aos meus professores da Universidade do Oeste de Santa Catarina – UNOESC, que tanto me incentivaram e apoiaram na escolha da vida acadêmica. Em especial a: Cristiano Nunes Nesi, Mauricio Vicente Alves, Marcieli Maccari, Gilberto Luiz Curti, Marcellus Fontenelle e Elizandra Pocojeski. Aos meus amigos engenheiros agrônomos: Albino Borges dos Santos, Ailson Moraes Rosa, Denis da Silva, Débora Antunes da Cruz e Joana Trizotto. Aos meus amigos da vida toda: Tanara Beatriz Weber, Aline Engel, Bernardo Bocalon, Thais Pavelski, Thais Belo e Annik Camello. A empresa GrowMate Internationall pela parceria na realização do trabalho. Ao Programa de Pós Graduação e Ciência do Solo. Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPQ, pela concessão da bolsa de estudo. E a todos que diretamente ou indiretamente participaram desta etapa da minha vida.

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CONDICIONADORES HÚMICOS DE SOLO E DESENVOLVIMENTO DE PLANTAS DE ALFACE. AUTORA: Andressa Classer Bender ORIENTADORA: Deborah Pinheiro Dick RESUMO Substâncias húmicas (SH) têm sido relatadas na literatura como bioativadoras de processos metabólicos nas plantas, cujos principais efeitos são aumento na absorção de nutrientes, estímulo ao crescimento e produtividade. Os objetivos gerais desse trabalho foram investigar o efeito de condicionadores húmicos oriundos de leonardita na produtividade de alface em diferentes solos (Estudo 1) e no desenvolvimento de raízes (Estudo 2). No Estudo 1 avaliou-se o efeito dos condicionadores na produtividade de alface em função da textura e fertilidade. O experimento de vasos foi realizado com um Argissolo Vermelho Típico com teores baixos de fertilidade, 2,7 % de matéria orgânica (MOS) e 24% de argila, e com um Latossolo Vermelho Distrófico húmico, com teores médios a altos de fertilidade, 3,2% de MOS e 41% de argila. Em ambos os experimentos foram avaliadas diferentes doses de NPK em combinação com condicionadores Growmate Soil® (GS), rico em ácidos húmicos (AH) e Growmate Plant® (GP), rico em ácidos fúlvicos (AF) em dois níveis diferentes de pH do solo. No Argissolo, a adição de GP e GS em combinação com NPK em pH 4.9 promoveu uma maior produtividade do que a mesma dose de NPK isoladamente, evidenciando um efeito sinérgico desses componentes. Tal comportamento se verificou também na absorção de P, K, Ca, Mg e Fe nas folhas. Em pH 5,5 esses efeitos foram menos expressivos. No Latossolo, essas diferenças não foram encontradas de forma tão expressiva. No Estudo 2, foi avaliado o efeito dos condicionadores GS e GP em diferentes concentrações no desenvolvimento de plântulas de alface. Para responder a esse objetivo, plântulas de alface foram transferidas para meios com solução nutritiva Saruge e com apenas água destilada. Em ambos meios foram aplicados 100% e 50% das doses recomendadas de GP e de GS. Uma solução com Saruge (SN) e outra com água destilada (H2O) foram utilizadas como tratamentos de controle. As plântulas foram colhidas aos 20 e 35 dias após transplante (DAT). Os tratamentos com GS (rico em AH) estimularam o crescimento das raízes (volume e área) em relação aos respectivos controles. Quando os nutrientes estavam disponíveis na solução, 50% da dose de GS recomendada foi suficiente para um maior rendimento da raiz quando comparado ao tratamento SN. Na ausência de nutrientes (meio de H2O destilada), o uso de 100% da dose GS é recomendado para se alcançar o mesmo resultado. Em contrapartida, os tratamentos com GP (rico em AF) inibiram o desenvolvimento de raízes. Conclui-se que condicionadores húmicos quando aplicados na raiz da planta de alface podem apresentar um efeito sinérgico com o fertiizante inorgânico em solos da baixa fertilidade. A aplicação diretamente em plântulas, no entanto, é benéfica apenas para condicionadores ricos em AH (144 a 278 mg L-1). Em contrapartida condicionadores ricos em AF (135 a 270 mg L-1) apresentam um efeito deletério no crescimento de raiz de plântulas. Nossos

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resultados indicam que os efeitos de SH no crescimento de plantas dependem principalmente do nível de fertilidade do solo e da concentração e tipo de SH.

HUMIC SOIL CONDITIONERS AND THE DEVELOPMENT OF LETTUCE PLANTS AUTHOR: Andressa Classer Bender Advisor: Deborah Pinheiro Dick ABSTRACT Humic substances (HS) have been reported in the literature as bioactivators of metabolic processes in plants, whose main effects are increase in nutrient absorption, and stimulation to growth and productivity. The effects of HS will depend on the type of evaluated crop, type of soil, level of soil fertility, among others. The main objectives of this work were to investigate the effect of leonardite humic conditioners on lettuce yield in different soils (Study 1) and on root development (Study 2). In Study 1 we evaluated the effect of conditioners on lettuce productivity as a function of texture and fertility. Pot experiments were carried out with a Argissolo Vermelho Típico with low fertility level, 2.7% of soil organic matter (SOM) and 24% of clay, and with a Latossolo Vermelho Distrófico húmico, with medium to high levels of fertility, 3.2% of SOM and 41% clay. In both experiments, different doses of NPK were evaluated in combination with Growmate Soil® (GS), rich in humic acids (HA), and Growmate Plant® (GP), rich in fulvic acids (FA) at two different soil pH levels. In Argisol, the addition of GP and GS in combination with NPK at pH 4.9 promoted a higher productivity than the same NPK dose alone, evidencing a synergistic effect of these components. Such behavior was also observed in the absorption of the nutrients P.K Ca, Mg and Fe in the leaves. At pH 5.5 these effects were less relevant. In the Latosol, these differences were not found so expressively. In Study 2, the effect of GS and GP conditioners, applied in concentrations, on lettuce seedlings development was evaluated. To respond to this goal, lettuce seedlings were transferred to media with Saruge nutrient (SN) solution and with only distilled water. In both media, 100% and 50% of the recommended doses of GP and GS were applied. A solution with Saruge (SN) and another with distilled water (H2O) were used as control treatments. Seedlings were harvested at 20 and 35 days after transplantation (DAT). GS treatments (rich in HA) stimulated root growth (volume and area) when compared to the respective controls. When nutrients were available in the solution (SN media), 50% of the GS recommended doses was sufficient for a higher root yield when compared to the SN treatment. In the absence of nutrients (H2O media), the use of 100% of the GS dose is recommended to achieve the same result. In contrast, treatments with GP (rich in FA) inhibited the development of roots. We concluded that humic conditioners when applied to the root of the lettuce plant may have a synergistic effect with the inorganic fertilizer in low fertility soils. Its application directly to seedlings, however, is beneficial only for conditioners rich in HA (144 to 278 mg L-1). On the other hand, FA-rich conditioners (135-270 mg L-1) exert a deleterious effect on the root growth of seedlings. Our results

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indicate that the effects of HS on plant growth depend primarily on the level of soil fertility and the concentration and type of HS.

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO GERAL................................................................................ 1

2. CAPÍTULO I - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................ 3

2.1 SUBSTÂNCIAS HÚMICAS ............................................................................ 3

2.2 BIOATIVIDADE DAS SUBSTÂNCIAS HÚMICAS ................................................. 4

2.3 UTILIZAÇÃO DE SUBSTÂNCIAS HÚMICAS NA HORTICULTURA ........................... 7

3. CAPÍTULO II – EFEITO DAS SUBSTÂNCIAS HÚMICAS EM

DIFERENTES SOLOS NA PRODUTIVIDADE DE ALFACE.............................. 9

3.1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 9

3.2 MATERIAL E MÉTODOS............................................................................ 11

3.2.1 Condicionadores, fertilizantes, plantas utilizadas e delineamento

experimental ............................................................................................... 11

3.2.2 Experimento 1 ................................................................................... 11

3.2.3 Experimento 2 ................................................................................... 12

3.2.5 Características avaliadas no solo ...................................................... 13

3.2.6 Análises estatísticas .......................................................................... 14

3.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................ 14

3.3.1 EXPERIMENTO 1: SUBSTÂNCIAS HÚMICAS E PRODUTIVIDADE E

NUTRIENTES EM PLANTAS DE ALFACE CULTIVADAS EM ARGISSOLO

DE BAIXA FERTILIDADE NATURAL NO VERÃO. .................................... 15

3.3.1.1 Atributos de produtividade das plantas de alface e massa fresca e

seca das folhas e raízes: ........................................................................ 15

3.3.1.2 Macronutrientes e micronutrientes na parte aérea ..................... 24

3.3.2 EXPERIMENTO 2: SUBSTÂNCIAS HÚMICAS E PRODUTIVIDADE

DE ALFACE EM LATOSSOLO DE ALTA FERTILIDADE NO INVERNO. .. 30

3.3.2.1 Atributos de produtividade das plantas de alface e massa fresca e

seca das folhas e raízes: ........................................................................ 30

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3.3.2.2 Macronutrientes e micronutrientes na parte aérea ...................... 39

3.4 CONCLUSÕES ............................................................................................ 44

3.5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. 44

4. CAPÍTULO III - SUBSTÂNCIAS HÚMICAS E O DESENVOLVIMENTO DE

RAÍZES DE PLANTAS DE ALFACE ............................................................... 46

4.1 INTRODUÇÃO ......................................................................................... 46

4.2 MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................... 47

4.2.1 Composição dos condicionadores húmicos ...................................... 47

4.2.2 Ensaios de crescimento de raízes e tratamentos .............................. 48

4.2.3 Avaliações de desenvolvimento das plantas de alface..................... 49

4.2.4 Análise estatística ............................................................................. 49

4.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................... 49

4.3.1 Avaliação aos 20 dias ........................................................................ 49

4.3.2 Avaliação aos 35 dias ........................................................................ 51

4.4 CONCLUSÕES ........................................................................................ 54

4.5 CONSIDERAÇÃO FINAL ............................................................................ 54

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................... 58

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RELAÇÃO DE TABELAS

Página

Tabela 1: Composição química (base peso úmido) e pH dos condicionadores de solo. (dados fornecidos pelo fabricante)..........................................................................................................14

Tabela 2: Teor de cátions trocáveis, matéria orgânica do solo, pH em água e teor de de argila dos solos utilizados no Estudo I..............................................14

Tabela 3: Quadro da ANOVA (Análise de Variância) para altura de plantas (AP) (cm), de alface em Argissolo e fatores de variação (FV) durante o experimento.......................................................................................................15

Tabela 4: Quadro da ANOVA (Análise de Variância) para número de folhas

(NF) em Argissolo, e fatores de variação (FV) durante o experimento.............16

Tabela 5: Altura de planta (AP) de alface em função do tempo de avaliação em Argissolo. (Valores médios para os níveis de pH 4,9 e 5,5). (n=6)....................20

Tabela 6: Relação entre a altura da planta (AP) e 14 DAT (dias após o transplante) em solo Argissolo. Média dos diferentes níveis de pH do solo. n= 6. Equação: f = y0+a*x.......................................................................................20

Tabela 7: Número de folhas (NF) de alface em função do tempo de avaliação em Argissolo. (Valores médios para os níveis de pH 4,9 e 5,5). (n=6)..............21

Tabela 8: Relação entre o número (NF) e 28 DAT (dias após o transplante) em

solo Argissolo. Média dos diferentes níveis de pH do solo. n= 6. Equação

linear: f = y0+a*x ...............................................................................................21

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Tabela 9: Atributos de produtividade de plantas de alface em dois níveis de pH de solo (4,9 e 5,5) em Argissolo sob diferentes tratamentos ( Legenda dos tratamentos vide material e métodos). MFPA: massa fresca da parte aérea; MSPA: massa seca da parte aérea ; MFR: massa fresca da raiz ; MSR: massa seca da raiz; MFT: massa fresca total; MFR/MFPA: razão da massa fresca da raiz pela massa fresca da parte aérea. (n= 3)..................................................22

Continuação Tabela 9: Atributos de produtividade de plantas de alface em dois níveis de pH de solo (4,9 e 5,5) em Argissolo sob diferentes tratamentos ( Legenda dos tratamentos vide material e métodos). MFPA: massa fresca da parte aérea; MSPA: massa seca da parte aérea ; MFR: massa fresca da raiz ; MSR: massa seca da raiz; MFT: massa fresca total; MFR/MFPA: razão da massa fresca da raiz pela massa fresca da parte aérea. (n= 3).......................23

Tabela 10: Teor de macronutrientes em folhas de plantas de alface aos 28 DAT cultivadas em dois níveis de pH do solo em Argissolo sob diferentes tratamentos. (n=3) Legenda tratamentos: Vide material e métodos.................27

Tabela 11: Teor de micronutrientes em folhas de plantas de alface aos 28 DAT,

cultivadas em dois níveis de pH do solo em Argissolo sob diferentes

tratamentos. Legenda tratametos: Vide material e métodos.............................29

Tabela 12: Quadro da ANOVA (Análise de Variância) para altura de plantas (AP) de alface em Latossolo, dos fatores de variação (FV) durante o experimento. Valores de Pr menores que 0,05 apresentam interação significativa........................................................................................................31

Tabela 13: Altura de planta (AP) em plantas de alface em função do tempo de avaliação em Latossolo (Valores médios dos tratamentos em cada tempo) (n=15).................................................................................................................31

Tabela 14: Altura de planta (AP) de alface em função do tempo de avaliação em Latossolo. (Valores médios para os níveis de pH 5,8 e 6,1). (n=8).............33

Tabela 15: Quadro da ANOVA (Análise de Variância) para número de folhas

(NF) de alface em Latossolo, e fatores de variação (FV) durante o

experimento.......................................................................................................34

Tabela 16: Número de folhas (NF) de plantas de alface em função do tempo de

avaliação em Latossolo (Valores médios dos diferentes níveis de pH 5,8 e

6,1)em todos os tratamentos) (n=15).................................................................34

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Tabela 17: Número de folhas (NF) de alface em função do tempo de avaliação em Latossolo. (Valores médios para os níveis de pH 5,8 e 6,1). (n=8).............36

Tabela 18: Atributos de produtividade de plantas de alface em dois níveis de pH de solo (5,8 e 6,1) em Latossolo sob diferentes tratamentos (Legenda dos tratamentos vide material e métodos). MFPA: massa fresca da parte aérea; MSPA: massa seca da parte aérea ; MFR: massa fresca da raiz ; MSR: massa seca da raiz; MFT: massa fresca total; MFR/MFPA: razão da massa fresca da raiz pela massa fresca da parte aérea. (n= 4)..................................................37

Continuação Tabela 18: Atributos de produtividade de plantas de alface em dois níveis de pH de solo (5,8 e 6,1) em Latossolo sob diferentes tratamentos (Legenda dos tratamentos vide material e métodos). MFPA: massa fresca da parte aérea; MSPA: massa seca da parte aérea ; MFR: massa fresca da raiz ; MSR: massa seca da raiz; MFT: massa fresca total; MFR/MFPA: razão da massa fresca da raiz pela massa fresca da parte aérea. (n= 4).......................38

Tabela 19: Teor de macronutrientes em folhas de plantas de alface aos 28 DAT cultivadas em dois níveis de pH do solo em Latossolo sob diferentes tratamentos. (n=3) Legenda tratamentos: Vide material e métodos..................41

Continuação Tabela 19: Teor de macronutrientes em folhas de plantas de alface aos 28 DAT cultivadas em dois níveis de pH do solo em Latossolo sob diferentes tratamentos. (n=3) Legenda tratamentos: Vide material e métodos.............................................................................................................42

Tabela 20: Teor de micronutrientes em folhas de plantas de alface aos 28 DAT,

cultivadas em dois níveis de pH do solo em Latossolo sob diferentes

tratamentos. Legenda tratametos: Vide material e métodos.............................43

Tabela 21: Volume, área, diâmetro ponderado e comprimento das raízes de plântulas de alface aos 20 e 35 dias. ................................................................53

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RELAÇÃO DE FIGURAS

Página

Figura 1: Plântulas de alface aos 20 dias. 1 = solução nutritiva Saruge + 16%

m/m de GS (SN+GS100), 2 = solução nutritiva Saruge + 8% m/m de GS

(SN+GS50), 3 = solução nutritiva Saruge + 35,5% m/m de GP (SN+GP100), 4

= solução nutritiva Saruge + 17,75% m/m de GP (SN+GP50), 5 = água

destilada + 16% m/m de GS (H2O+GS100), 6 = água destilada + 8% m/m de

GS (H2O+GS50), 7 = água destilada + 35% m/m de GP (H2O+ GP100), 8 =

água destilada + 17,75% m/m de GP (H2O+GP50), 9 = solução nutritiva

Saruge (SN) e 10 = água destilada (H2O).........................................................55

Figura 2: Plântulas de alface aos 20 dias. 1 = solução nutritiva Saruge + 16% m/m de GS (SN+GS100), 2 = solução nutritiva Saruge + 8% m/m de GS (SN+GS50), 3 = solução nutritiva Saruge + 35,5% m/m de GP (SN+GP100), 4 = solução nutritiva Saruge + 17,75% m/m de GP (SN+GP50), 5 = água destilada + 16% m/m de GS (H2O+GS100), 6 = água destilada + 8% m/m de GS (H2O+GS50), 7 = água destilada + 35% m/m de GP (H2O+ GP100), 8 = água destilada + 17,75% m/m de GP (H2O+GP50), 9 = solução nutritiva Saruge (SN) e 10 = água destilada (H2O).........................................................56

Figura 3: Plântulas de alface aos 35 dias. 1 = solução nutritiva Saruge + 16% m/m de GS (SN+GS100), 2 = solução nutritiva Saruge + 8% m/m de GS (SN+GS50), 3 = solução nutritiva Saruge + 35,5% m/m de GP (SN+GP100), 4 = solução nutritiva Saruge + 17,75% m/m de GP (SN+GP50), 5 = água destilada + 16% m/m de GS (H2O+GS100), 6 = água destilada + 8% m/m de GS (H2O+GS50), 7 = água destilada + 35% m/m de GP (H2O+ GP100), 8 = água destilada + 17,75% m/m de GP (H2O+GP50), 9 = solução nutritiva Saruge (SN) e 10 = água destilada (H2O).........................................................57

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1

1. INTRODUÇÃO GERAL

A adubação orgânica em plantas é uma prática milenar. Porém, nos

anos 1960, na Revolução Verde, essa prática foi esquecida devido a

intensificação de técnicas modernas como utilização de plantas geneticamente

modificadas, utilização de fertilizantes químicos, medidas de proteção de

lavoura (inseticidas, fungicidas e herbicidas) e mecanização intensiva (Singh,

2000). Na época, a Revolução Verde tinha a intenção de aumentar a

produtividade das grandes lavouras, e isso realmente aconteceu. Porém, ao

mesmo tempo também contribuiu para o aumento da exclusão social no

campo, intensificação da degradação ambiental e aumento da erosão dos

solos, devido a diminuição considerável de matéria orgânica e biomassa

microbiana (Zandonadi, 2006).

Assim, a partir dos anos 1990 surgiram no Brasil e no mundo,

movimentos de agricultura alternativos contrapondo-se ao uso abusivo de

insumos agrícolas industrializados, da dissipação do conhecimento tradicional

e da deteriorização da base social de produção de alimentos. Esse movimentos

tinham (e tem) uma visão agroecológica para produção de alimentos (Assis,

2006).

Atualmente, os próprios consumidores exigem alimentos de qualidade e

que sejam produzidos de forma que respeite o meio ambiente e seja

socialmente justo (Henz, et al. 2007). E por isso, a utilização de produtos

orgânicos esta cada vez mais disseminada. No mercado agrícola existem uma

infinidade de condicionadores e fertilizantes de solos a base de produtos

orgânicos.

Vários deste produtos, são obtidos através do processo de

fracionamento químico da matéria orgânica, onde são extraídas diferentes

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2

frações de substância húmicas (SH), como ácidos húmicos (AH), ácidos fúlivos

(AF) e humina. As frações de AH e AF são moléculas ligadas por ligações

fracas (Ligações de H-H e Van der Wals), com grupos funcionais distintos e

muito reativos (Canelas e Santos 2005). E que quando aplicados no solo ou

plantas apresentaram efeito bioativador em processos fisiológicos e

metabólicos nas plantas (Canellas et al. 2015).

Zandonadi et al. (2014) salientam que a bioatividade das SH estão

relacionados a espécie da planta, estágio de desenvolvimento da planta, dose

recomendada, fonte do material orgânico e as características físico-químicos

das substâncias húmicas.

Levando em consideração os efeitos positivos que os produtos a base

de SH podem oferecer as plantas, o fato deles serem orgânicos e estarem

presentes no mercado, é imprescindível estudos que verifiquem os reais efeitos

destes produtos, para que além de aumentar a produtividade esses produtos

também possam ser utilizados como uma alternativa agroecológica, ao alcance

de todas as classes trabalhadoras do meio rural. Para iniciar os

esclarecimentos que devem ser feitos em torno destes produtos, os objetivos

gerais deste trabalho foram investigar o efeito de condicionadores húmicos

oriundos de leonardita na produtividade e no desenvolvimento de raízes de

plantas de alface. Para isso, foram desenvolvidos dois estudos:

Estudo I: Efeito das substâncias húmicas em diferentes solos na

produtividade de alface

O objetivo deste estudo foi avaliar a influência da textura e da fertilidade do

solo no efeito exercido por SH oriundas de leonardita, na produtividade e

composição da alface.

Estudo II: Substâncias húmicas e o desenvolvimento de raízes de plantas

de alface

O objetivo deste estudo foi investigar o desenvolvimento de raízes na fase de

plântulas de alface. em função da dose e do tipo de SH oriundos de leonardita.

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2. CAPÍTULO I - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Substâncias húmicas

As substância húmicas (SH) constituem a fração coloidal da matéria

orgânica do solo e são formadas por processo bióticos e abióticos,

contribuindo, em torno de 85 a 90% do teor total do carbono orgânico (Dick et

al. 2009).

A estrutura das SH foi muito discutidada no mundo cientifico (Canellas e

Santos, 2005). Uma das teorias mais aceitas foi a de Steveson (1994) que

estabeleceu SH como macromoléculas. O autor, sugeriu que as SH fossem

macromoléculas por três mecanismos básicos de formação das SH: i)

compostos nitrogenados oriundos da atividade microbiológica que reagem com

ligninas modificadas (ii) polifenóis são oxidados até quinonas e, posteriormente,

condensados através de reações com compostos aminados e (iii) açúcares

reduzidos reagem com compostos aminados evoluindo até macropolímeros de

coloração escura e massa molecular elevada. Essa teoria foi aceita por muitos

anos, mas Piccolo (2002) sugeriu a estrutura supramolecular e derrubou todos

conceitos que poderiam justificar SH como macromoléculas.

Então, atualmente, as SH são tratadas como supramóleculas

(associação de moléculas orgânicas) ou micelas formadas por moléculas

menores, em que estruturas hidrofóbicas estão posicionadas no interior da

micela e as estruturas contendo grupos hidrofílicos na parte externa. Estas

moléculas são ligadas por forças fracas (ligações de H-H, de Van der Wals,

etc), e por isso, podem ser rompidas através dos ácidos orgânicos exsudados

pelas raízes de plantas ou por micro-organismos do solo (Piccolo, 2002).

As SH apresentam uma natureza complexa, pois decompõem-se muito

lentamente (Passos et al. 2007). Além disso, as SH podem ser extraídas de

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diversas fontes, por exemplo, como em solos, compostagens, resíduos,

leonarditas e turfas. E de acordo com a fonte, as SH apresentam

características diferentes em suas frações.

As frações das SH são divididas de acordo com sua solubilidade em

função do pH: ácidos fúlvicos (AF) que se apresentam solúveis tanto em pH

ácido como em pH básico, ácidos húmicos (AH) são insolúveis em pH

fortemente ácido (≥4) e as huminas que são insolúveis em qualquer pH

(Seteveson, 1994).

A solubilidade das diferentes frações das SH, deve-se aos seus grupos

funcionais e como eles se comportam. Por exemplo, os AF possuem uma

grande quantidade de grupos funcionais oxigenados e que independente do pH

do meio, este não se protonam ou desprotonam. Já os AH são insolúveis em

meio ácido, justamente pela protonação dos seus grupos funcionais que

ocasionam o colapso da estrutura fazendo com que as macromoléculas

precipitem. E a humina é insolúvel pois esta fortemente ligada à fração mineral

do solo (Gabriel e Santos 2005).

As diferentes frações das SH (principalmente os AH) estão sendo

amplamente estudados de diversas formas. Por exemplo, Santos et al. (2007),

verificou que AH de turfa, possuem uma forte capacidade de complexar metais

pesados, principalmente o Al+3. Já Cardoso et al. (2011) verificou aumento de

matéria orgânica, cálcio, magnésio e CTC de um solo Latossolico quando

aplicou diferentes doses de composto orgânico (cama de frango). Outros

autores, verificaram o efeito positivo de AH no desenvolvimento de raízes de

plantas de milho, ocasionando maior produtividade destas (Nardi et al. 2002;

Façanhas et al. 2002 e Canellas et al. 2010).

A maioria dos trabalhos na literatura, como os citados acima,

demosntram efeitos positivos das diferentes frações das SH, porém como já

mencionado, há diversidade de SH, faz com que torne-se importante a

realização de mais estudos, inclusive para confirmar a estrutura das SH.

2.2 Bioatividade das substâncias húmicas

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As SH alteram o crescimento e desenvolvimento das plantas alterando o

metabolismo químico delas (Rosa, et al. 2009). Além disso, também aumentam

a absorção de macro e micronutrientes (Mora et al. 2012; Janin et al. 2012;

Ertani et al. 2013).

Nannipieri et al. (1993), já resumia os efeitos bioativos das substâncias

húmicas no desenvolvimento de plantas como resultado da i) influência

positiva sobre o transporte de íons facilitando a sua absorção; ii) aumento da

respiração celular e da velocidade das reações enzimáticas do Ciclo de Krebs;

iii) aumento na velocidade e síntese de ácidos nucleicos; iv) aumento no

conteúdo de clorofila v) efeito seletivo sobre a síntese protéica; vi) aumento ou

inibição da atividade de diversas enzimas.

Vários autores atribuiram esses efeitos ao estímulo ou indução na

síntese de H+ATPases de membrana plasmática de raízes que esta

diretamente ligada ao maior desenvolvimento destas em área, volume,

comprimento e/ou diametro (Nardi et al., 2002; Façanha et al., 2002; Canellas

et al., 2010; Busato, et al. 2010). Trabalhos com diferentes doses de SH,

confimam isso. Adani, et al (2008), verificaram que com doses de 20 e 50 mg.L-

1 de AH oriundos de leonardita, já eram suficientes para aumentar o

crescimento de plântulas de tomate e Mora et al. (2010), também com AH de

leonardita, obtiveram massa fresca de plântulas de pepino maior quando foi

empregada 100 mg.L de AH.

Muitos estudos mostram que plantas tratadas com AH apresentaram

teores superiores de nutrientes em comparação ao controle (Chen & Aviad,

1990; Mora et al. 2010; Mora et al., 2012, Jannin et al., 2012; Ertani et al.,

2013). Alguns exemplos são observado por (Eyheraguibel, Silvestre, & Morard,

2008) que em plantas de milho verificou uma maior absorção de Mg, S e N

após aplicação de AH de vermicomposto. Adani et al. (2008) verificaram

aumento significativo de teores de Fe e P em raízes de tomate tratadas com

produto comercial húmico à base de Leonardita porém, os teores nas folhas

não diferiram do controle. Alguns autores apontaram que o aumento de

absorção de Ca e N após aplicação de SH pode estar associado ao aumento

de pH promovido pela aplicação (Ramos et al., 2015; Tavares et al., 2017)

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A explicação para esses resultados, segundo Canellas e Santos, 2005 e

(Zandonadi et al., 2013), é que a maior absorção de nutrientes pelas plantas

quando há presença de SH, ocorre porque ácidos orgânicos que compõem os

exsudatos das raízes, podem romper as ligações intermoleculares que forma

as micelas húmicas formando subunidades que podem ativar receptores na

superfície ou no interior das células das raízes. Além disso, repentindo o efeito

do crescimento das raízes, ácidos orgânicos da própria estrutura da SH

também podem ativar as bombas de prótons, que tem como consequência a

ativação da enzima H+ATPase, cuja principal função é ativar o transporte

secundário de íons. O transporte secundário de íons pode acontecer contra ou

a favor do gradiente eletroquímico, através do transporte ativo por meio dos

transportadores simporte, uniporte e antiporte ou pelo transporte passivo com

abertura e fechamento de canais específicos de íons.

A maioria dos trabalhos relata os efeitos bioativos dos AH e poucos

relatam os dos AF. Vaughan e Malcolm (1985) postularam que os AF teriam

capacidade de ativar as enzimas responsáveis pelo crescimento das plantas

sem passar por nenhuma quebra, o que poderia otimizar seu efeito em relação

ao AH. Entretanto Muscolo et al. (2007) e Zandonadi et al. (2003)

demosntraram que AH quando separados por peso molecular, os de massa

mais baixa, possuem o mesmo efeito dos AF e podem apresentar atividade

equivalente à do ácido indol-3-acético (AIA), podendo operar estimulando a

produção endógena desse fitormônio ou inibir as oxidases responsáveis pela

sua degradação.

Além destes trabalhos, tem sido reconhecido desde 1996 por Nardi et al.

que as SH podem regular o crescimento das plantas através de uma atividade

do tipo auxínica. Zandonadi (2006), explica que pode haver duas interpretações

diferentes para o processo de crescimento vegetal induzido pelas auxinas: o

primeiro é baseado numa ativação de curto prazo e/ou uma indução da síntese

de novo da H+-ATPase de membrana plasmática, a qual acidifica o apoplasto e

ativa enzimas que promovem a plasticidade da parede celular (Teoria do

Crescimento Ácido, Rayle e Cleland, 1972); o segundo postula uma modulação

combinada das bombas de H+ do tonoplasto e a absorção de íons, resultando

na entrada de água no vacúolo para dar origem à pressão de turgor necessária

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à expansão da célula (Maeshima et al., 1996). Trevisan et al. (2014), em

plantas Arabidopsis, realmente verificaram que SH estimularam a sinalização

de auxinas, aumentando o crescimento de pelos radiculares destas plantas.

Um estudo com objetivo de verificar justamente os dois principais efeitos

das SH no alongamento e maior absorção de nutrientes das raízes, concluiu

que esse efeito se deve há uma “maquinaria” de sinalização celular, como

fluxos de Ca2+ e H+, H+ATPases, atividade CDPK e transportadores de Ca2+.

Nenhum desses efeitos esta totalmente elucidado, porém avançaram no

sentido de concluir que todos estes efeitos consistem em fenômenos

dependentes do pH (Ramos et al., 2015).

Assim, mostra-se imprescindível estudos que avaliem de forma mais

efeicaz a bioatividade das SH de diversas fontes e doses em diferentes

espécies de plantas.

2.3 Utilização de substâncias húmicas na horticultura

Segundo a Associação Brasileira do Comércio de Sementes e de Mudas

(ABCSEM, 2018), cerca de 20 milhoes de toneladas de hortaliças são

produzidas por ano no Brasil, gerando uma renda de US$ 2 mil e US$ 20 mil

por hectare (SEBRAE, 2018).

Segundo o SEBRAE (2018), os consumidores a cada ano, redirecionam

mais sua alimentação para hortaliças. Ainda, eles salientam que há uma

crescente demanda por hortaliças produzidas em sistema orgânico e semi-

orgânico.

Considerando que o Brasil entre 1992 e 2010 dobrou a quantidade de

fertilizantes e agrotóxicos exportados (IBGE, 2012), é imprescindível que novas

práticas para produção de alimentos sejam incentivadas e introduzidas nas

horticultura brasileira. Principalmente, pelo fato do consumidor preferir

alimentos sem adição de químicos. Lopes e Pedroso (2017), salientam a

importância de se pensar em uma produção horticula sustentável com o intuito

de preservar os recursos naturais, potencializar a produção e diminuir o custo

com químicos pelos agricultores.

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A produção orgânica de hortaliças além de incrementar a produtividade

deixa as plantas com características qualitativas e quantitativas melhores que

as cultivadas exclusivamente com fertilizantes minerais (Silva, et al. 2012).

Essa teoria também foi comprovada por Batista et al. (2012) que avaliando a

influencia da adubação orgânica em plantas de alface (cv. Elba), verificou a

mesma produtividade em relação as plantas que foram produzidas com adubo

mineral.

Outro fator relevante na horticultura, e que Billard et al., (2013) salientam

é a falta de nutrientes nos vegetais. Segundo o autor, é necessário que os

produtos hortículas não sejam deficientes em nutrientes como Fe, Zn, Mg e Ca.

Teores adequados destes nutrientes nos alimentos contribuem para a

diminuição de desnutrição mundial segundo a Organização Mundial da Saude

(2002).

Os AH de algas, aumentaram a concentração de S, Fe, Zn e Mg nas

semente de Colza (Billard et al., 2013). Bettoni et al., (2016), em bulbos de

cebola, que foram aplicados SH a base de AF e AH de leonardita, obtiveram

melhor qualidade nutricional, teores de açúcares e carboidratos superiores que

os bulbos onde SH não foram aplicados.

Assim, produtos a base de SH tem se tornando importantes na

horticultura brasileira, já que a maioria dos produtos podem ser utilizados no

sistema orgânico e aumentam a absorção de nutrientes pelas plantas

deixando-as mais biofortificadas.

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3. CAPÍTULO II – EFEITO DAS SUBSTÂNCIAS HÚMICAS EM

DIFERENTES SOLOS NA PRODUTIVIDADE DE ALFACE

3.1 Introdução

Estima-se que até 2050 a produção mundial de alimentos deverá

aumentar 60% a fim de suprir a demanda da crescente população (FAO, 2016).

O uso de promotores de crescimento de plantas derivados de substâncias

húmicas (SH) é uma alternativa para aumentar a produtividade das plantas.

Nannipieri et al. (1993), resumiram os efeitos das substâncias

húmicas no desenvolvimento de plantas como resultado da i) influência

positiva sobre o transporte de íons facilitando a sua absorção; ii) aumento da

respiração celular e da velocidade das reações enzimáticas do Ciclo de Krebs;

iii) aumento na velocidade e síntese de ácidos nucleicos; iv) aumento no

conteúdo de clorofila v) efeito seletivo sobre a síntese protéica; vi) aumento ou

inibição da atividade de diversas enzimas.

Os efeitos de SH no crescimento e no desenvolvimento das plantas

foram relatados em vários trabalhos na literatura. Dentre estes trabalhos, vários

foram realizados em soluções nutritivas ou em soluções diluídas de CaCl2

visando avaliar o efeito das SH no desenvolvimento de raízes e o efeito

hormonal das SH no crescimento de plantas (Canellas et al. 2002, (Façanha et

al., 2002) Nardi et al, 2005, Zandonadi et al. 2007; (Busato et al.,

2010)(Canellas et al., 2010). Com AH extraídos de vermicompostos e de

resíduos vegetais, os autores citados verificaram de maneira geral que a

aplicação de ácidos húmicos (AH) na dose de aproximadamente 40 mg.L-1

estimulou o desenvolvimento de raízes de plantas de milho e intensificou

reações enzimáticas de síntese de H+ATPase e demais bombas de prótons em

comparação ao tratamento onde não foi utilizado AH. Outros autores,

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investigaram a absorção de nutrientes e verificaram que plantas tratadas com

AH apresentaram teores superiores de nutrientes em comparação ao controle

(Mora et al. 2010; Mora et al. 2012; Ertani et al. 2013. Eyheraguibel et al.,

(2008) observaram em plantas de milho uma maior absorção de Mg, S e N

após aplicação de AH de vermicomposto. Adani et al. (2008) verificaram

aumento significativo de teores de Fe e P em raízes de tomate tratadas com

produto comercial húmico à base de Leonardita porém, os teores nas folhas

não diferiram do controle. Alguns autores apontaram que o aumento de

absorção de Ca e N após aplicação de SH pode estar associado ao aumento

de pH promovido pela aplicação (Ramos et al., 2015; Tavares et al., 2017). O

efeito das SH no crescimento de raízes, parte aérea e na absorção de

nutrientes parece estar relacionado à dose aplicada (Tahir et al. 2011; Kolodziej

et al. 2013; Bettoni et al., 2016; Bezuglova, et al. 2017). Atiye et al. (2011), por

exemplo, observaram em plantas de tomate que doses de até 200 mg.L de AH

estimularam de forma mais expressiva a parte áerea das plantas enquanto que

para as raízes, as doses podem chegar até 500 mg.L de AH.

O efeito das SH pode também depender das condições do solo. Por

exemplo, Kołodziej B. et al. (2013) verificaram que em solo arenoso com baixo

teor de matéria orgânica e baixa fertilidade as SH exerceram um efeito

significativamente superior na produtividade de Rodhiola rosea do que em solo

argiloso com maior teor de matéria orgância e com bom nível de fertilidade.

As informações relatadas evidenciam que os efeitos das SH na

produtividade e absorção de nutrientes em plantas são diversos, e podem

depender do tipo de cultura avaliada, tipo de solo, nível de fertlidade do solo,

entre outros. Portanto, o objetivo deste estudo foi avaliar a influência da textura

e da fertilidade do solo no efeito exercido por SH oriundas de leonardita, na

produtividade e composição da alface. Considerando a crescente oferta no

mercado de produtos comercias à base de SH oriundas leonardita, existe uma

necessidade em testar estes produtos.

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3.2 Material e Métodos

3.2.1 Condicionadores, fertilizantes, plantas utilizadas e delineamento

experimental

Os condicionadores, GrowMate Plant® (GP) rico em ácidos fúlvicos (AF)

(1,35% m/m) e GrowMate Soil® (GS) rico em ácidos húmicos (AH) (1,44% m/m)

(GROWMATE, 2014) (Tabela 1). Os fertilizantes inorgânicos para a

composição do NPK consistiram em: ureia (42% N), superfosfato triplo (43% de

P2O5) e cloreto de potássio (60% de K2O). Para a correção do pH foi utilizado

calcário de natureza física tipo filler.

Cada unidade experimental consistiu de vasos de polietileno de 2,02

dm3, utilizando-se 2 kg de solo como substrato para cada vaso. A umidade do

solo foi corrigida para 80% da capacidade de vaso e mantida nesse teor

durante o experimento, monitorando-se os pesos do vaso e adicionando-se

água quando necessário. As mudas de alface (Lactuca sativa) da variedade

Verônica ao serem transplantadas apresentavam 3 folhas definitivas. Cada

vaso recebeu uma planta de alface. A recomendação da dose de NPK foi

realizada de acordo com o Manual de Adubação e Calagem do Rio Grande do

Sul e Santa Catarina (SBCS, 2016) aplicando-se: ureia (180 kg.ha-1 de N),

parcelada em três aplicações (cada 7 dias); superfosfato triplo (240 kg.ha-1 de

P) e cloreto de potássio (150 kg.ha-1 de K). Ambos os condicionadores, GS e

GP, foram aplicados na dose de 4 L.ha-1, que é a recomendada pelo fabricante

A solução de GS ou de GP foi preparada diluindo-se 20 mL do produto

comercial em 1 L de água, e aplicando-se 5 mL dessa solução na raiz da

planta, no momento do plantio. O delineamento experimental constitui-se de

parcelas subdivididas.

3.2.2 Experimento 1

Para este experimento, foi utilizado um Argissolo Vermelho Distrófico

Típico (Eldorado do Sul, RS; 30 ° 50’52’’ S ; 51°38’ 08’’ W) sob vegetação de

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campo nativo, composto principalmente por gramíneas rasteiras e desmódio

(Desmodium sp.). Amostras foram coletadas na camada de 0-20 cm. O

experimento foi realizado durante o verão (fevereiro a março de 2017) onde as

temperaturas médias eram de 37,5 °C, na casa de vegetação da Faculdade de

Agronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, (30º04’26” S e

51º08’07” W). Para a correção do pH do solo de 4,9 (pH natural) para 5,5,

foram aplicadas 10,7 ton.ha-1 de calcário filler, de acordo com a recomendação

de calagem do Manual de Adubação e Calagem do Rio Grande do Sul e Santa

Catarina (SBCS, 2016). Os tratamentos, em ambos os níveis de pH do solo,

foram: CNT (tratamento controle, sem adubação e sem condicionador), GS

(tratamento com GrowMate Soil na dose recomendada), GP (Tratamento com

GrowMate Plant na dose recomendada), GS 100 (tratamento GS + 100% da

dose recomendada de NPK), GS 75 (tratamento com GS + 75% da dose

recomendada de NPK), GS 50 (tratamento com GS + 50% da dose

recomendada de NPK), GP 100 (tratamento com GP + 100% da dose

recomendada de NPK), GP 75 (tratamento com GP + 75% da dose

recomendada de NPK), GP 50 (tratamento com GP + 50% da dose

recomendada de NPK) e NPK 100 (tratamento com 100% da dose de NPK).

3.2.3 Experimento 2

Para este experimento foram coletadas amostras de na profundidade 0 -

15 cm de um Latossolo Vermelho Distrófico Húmico, sob lavoura de soja

(plantio direto consolidado), Passo Fundo, RS (28°13'24.2"S 52°23'24.4"W). O

experimento foi realizado durante o inverno (julho a agosto de 2017) com

temperaturas médias de 25,4 °C, na casa de vegetação na Faculdade de

Agronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul / Departamento de

Solos (30º04’26” S e 51º08’07” W). Para a correção do pH do solo de 5,8 (pH

natural) a 6,1, foram aplicadas 6,0 ton.ha-1 de calcário filler, de acordo com a

recomendação de calagem do Manual de Adubação e Calagem do Rio Grande

do Sul e Santa Catarina (SBCS, 2016). Os tratamentos, em ambos os níveis de

pH do solo, foram os mesmos já descritos no experimento 1 acrescidos de: GS

25 (tratamento com GS + 25% da dose recomendada de NPK), GP 25

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(tratamento com GP + 25% da dose recomendada de NPK), NPK 75 (75% da

dose recomendada de NPK), NPK 50 (50% da dose recomendada de NPK)

NPK 25 (25% da dose recomendada de NPK). Os condicionadores GP e GS

foram aplicados na mesma recomendação do experimento 1, porém além da

aplicação no momento do plantio, estes também foram aplicados no colo da

planta aos 20 dias após o transplante.

3.2.4 Características avaliadas nas plantas

A cada sete dias após o transplante (DAT) e ao longo de 28 dias foram

avaliados número de folhas (NF) e altura de planta (AP). A altura da planta foi

medida, entre o colo da planta até a extremidade mais alta das folhas, com

régua graduada em mm.

Aos 30 DAT as plantas foram coletadas.

A parte aérea e as raízes foram separadas, lavadas com água destilada

para retirada do solo, secas sobre papel filtro e posteriormente pesadas para

obtenção de massa fresca da parte aérea (MFPA) e de raízes (MFR). A seguir,

essas frações foram condicionadas em sacos de papel e secas em estufa de ar

forçado a 65 ºC até peso constante, determinando-se assim, a massa seca da

parte aérea (MSPA) e a massa seca da raíz (MSR). As amostras foram

pesadas em balança analítica de precisão 0,001g (Digimed – DG 500).

A partir dos resultados de MFPA, MSPA, MFR e MSR, foram calculadas

massa fresca total (MFT) e massa seca total das plantas. Na massa seca da

parte aérea foram determinados os teores de macronutrientes e

micronutrientes (Tedesco et al.; 1995).

3.2.5 Características avaliadas no solo

Na amostras de solo antes da implantação do experimento foram

determinadas os teores de cátions trocáveis (Ca, Mg, K e Al), teor de matéria

orgânica, pH do solo em água destilada e teor de argila conforme Tedesco et

al. (1995) (Tabela 2).

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3.2.6 Análises estatísticas

Os resultados de altura e número de folhas das plantas de alface nas

diferentes avaliações foram submetidos à análise de variância e comparados

pelo teste de Tukey à 5%. Nestes dados também foram aplicados regressões

lineares simples, com o objetivo de verificar a correlação entre os tempo de

avaliação (DAT) e a altura e número de folhas de plantas de alface. Para os

demais dados, foram aplicados a análise de variância e comparadas pelo teste

de Tukey à 5%. As análises estatísticas foram realizadas com o software

Assistat versão 7.7 (Silva. 2017) e SisVar versão 5.6 (Ferreira) .

Tabela 1: Composição química (base peso úmido) e pH dos condicionadores de solo. (dados fornecidos pelo fabricante).

Característica GrowMate Plant (GP) GrowMate Soil (GS)

CO (g.kg-1)* 310 398 N – total (g.kg-1) 9,7 9,7

P (g.kg-1) 52,1 54,5 K (g.kg-1) 1,3 5,9

Ca (g.kg-1) 0,3 0,3 Mg (g.kg-1) 6,4 7,1 Cu (g.kg-1) 0,01 0,01 Mn (g.kg-1) 0,01 0,01 Fe (g.kg-1) 246,4 47,38 Zn (g.kg-1) 23,78 26,99

pH 6,6 6,6

Tabela 2: Teor de cátions trocáveis, matéria orgânica do solo, pH em água e teor de de argila dos solos utilizados no Estudo I.

Solo P K Ca Mg Al MOS

(%)

pH

(H2O)

Argila

(%) mg.dm3 Cmolc.dm-3

Argissolo 3,7 103 1,9 1,2 0,9 2,7 4,8 24

Latossolo 14,1 287 5,3 2,4 0,0 3,2 5,4 40,7

3.3 Resultados e Discussão

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3.3.1 EXPERIMENTO 1: SUBSTÂNCIAS HÚMICAS E PRODUTIVIDADE E

NUTRIENTES EM PLANTAS DE ALFACE CULTIVADAS EM ARGISSOLO DE

BAIXA FERTILIDADE NATURAL NO VERÃO.

3.3.1.1 Atributos de produtividade das plantas de alface e massa fresca e seca

das folhas e raízes:

Ao longo do experimento o fator de variação pH não foi significativo na

variação de AP e de NF de alface. Já tratamentos e diferentes épocas de

avaliação interferiram significativamente na AP e NF e ocorreu interação

significativa entre estes dois fatores (Tabelas 3 e 4). Em função disso os

resultados obtidos nos dois níveis de pH serão discutidos conjuntamente para

cada atributo. Aos 7 DAT não ocorrem diferenças significativas na AP entre os

diferentes tratamentos (Tabela 5). Já na avaliação aos 14 DAT, os tratamentos

nos quais foram aplicados simultaneamente o fertilizante inorgânico e os

condicionadores GP e GS, AP diferiu significativamente daquela observada nos

tratamentos CNT, GP 0 e GS 0, e não diferiu do valor observado para NPK.

Este mesmo efeito se estendeu até a avaliação aos 21 DAT . Na avaliação aos

28 DAT, AP nos tratamento GP 75, GP 100 e GS 100 foi maior do que nos

demais tratamentos, diferindo significativamente dos tratamento CNT, GP 0,

GP 50. Aos 28 DAT o tratamento NPK apresentou valor de AP que não diferiu

aos observados em GP50, GP 75, GP 100 e GS 50, GS 75 e GS 100 (Tabela

5).

Tabela 3: Quadro da ANOVA (Análise de Variância) para altura de plantas (AP) (cm), de alface em Argissolo e fatores de variação (FV) durante o experimento.

FV GL SQ QM Fc Pr

Ph 1 3,63 3,63 0,78 0,47 Repetição 2 9,81 4,90 1,06 0,49 Tratamento 9 1.136,23 126,25 115,51 0,00 Tratamento * pH 9 22,34 2,48 2,27 0,06 Tempo 4 4.517,91 1.129,48 730,39 0,00 Tempo * pH 4 3,02 0,75 0,49 0,74 Tempo * Tratamento 36 641,89 17,83 11,53 0,00 Tempo * Tratamento * pH 36 45,18 1,25 0,81 0,77

Total 299 6.684,20 1,55

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Tabela 4: Quadro da ANOVA (Análise de Variância) para número de folhas (NF) em Argissolo, e fatores de variação (FV) durante o experimento.

FV GL SQ QM Fc Pr

Ph 1 1,08 1,08 0,30 0,64 Repetição 2 3,92 1,96 0,54 0,65 Tratamento 9 1.356,33 150,70 121,53 0,00 Tratamento * pH 9 7,12 0,79 0,64 0,75 Tempo 4 1.525,77 381,44 256,07 0,00 Tempo * pH 4 5,75 1,44 0,97 0,43 Tempo * Tratamento 36 805,57 22,38 15,02 0,00 Tempo * Tratamento * pH 36 47,71 1,32 0,89 0,65

Total 299 4.048,00

Considerando apenas as avaliações feitas até aos 14DAT, resulta uma

relação linear entre AP e tempo de avaliação (Tabela 6). A taxa de crescimento

da AP nesse período (inferida a partir da declividade) foi maior no tratamento

GP100 do que em NPK, sugerindo que a aplicação desse condicionador

nessas dose de NPK pode otimizar o seu efeito nessa etapa do crescimento.

O NF não diferiu entre tratamentos até a avaliação aos 7 DAT (Tabela

7). Entre as avaliações de 14 e 21 DAT, o NF dos tratamentos com NPK + GP

ou GS e o tratamento NPK, foi significativamente superior ao observado nos

tratamentos CNT, GP 0 e GS 0. Na última avaliação, aos 28 DAT, o tratamento

GP 100 produziu significativamente mais folhas que os tratamentos NPK, GS

100, GS 50, GS 0, GP 0 e CNT, e não diferiu dos tratamentos GS 75, GP 75 e

GP 50 (Tabela7). Os valores de taxa de crescimento do número de folhas

obtida a partir das respectivas regressões lineares (Tabela 8) corroboram o

efeito sinérgico de GP na dose de 100% de NPK no NF: a taxa foi 0,39 folhas

dia-1 para GP100, 0,34 a 0,35 folhas dia-1 para GP 50, GP75 e GS75, e 0,26 a

0,30 folhas dia-1 para GS50, GS100 e NPK.

O pH do solo não interferiu na MFPA e, portanto, os resultados de

atributo de planta serão discutidos conjuntamente para as duas séries de

experimentos em diferentes pH’s de solo.

Os tratamentos GP 50, GP 75, GP 100, GS 50, GS 75, GS 100 e NPK

não apresentaram diferença significativa entre si quanto a esse atributo, porém

diferiram dos tratamentos CNT, GP0 e GS0 (Tabela 9). Considerando-se que

comercialmente as plantas de alface são adquiridas por unidade e por seu

aspecto visual, os resultados de MFPA sugerem que o agricultor pode diminuir

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em até 50% a dose de NPK adicionando GP ou GS, para alcançar a mesma

produção, em função do efeito sinérgico entre o condicionador húmico e o

fertilizante inorgânico.

Em relação à MSPA, ocorreu interação entre o pH do solo e os

tratamentos (Tabela 9). Os tratamentos GP 75, GP 100, GS 75 em solo com

pH 5.5 apresentaram valores, significativamente, inferiores aos

respectivamente obtidos no solo com pH com 4,9. O tratamento NPK

apresentou maior MSPA no solo com pH 5,5, sugerindo que a diminuição da

acidez do solo otimiza o efeito do NPK. Esse resultado porém não está

relacionado ao aumento da absorção de P ou K uma vez que o teor desses

nutrientes na parte aérea não foram afetados pelo pH do solo (Tabela 10). Em

relação ao efeito do tratamento, o comportamento foi semelhante ao observado

com MFPA: ostratamentos CNT, GP 0 e GS 0 apresentaram valores inferiores

aos demais e os maiores valores foram observados para GP 100, GP75 e GS

100.

Ocorreu interação significativa entre pH do solo e tratamentos na MFR

(Tabela 9). Comparando-se os dois niveis de pH do solo, MFR foi superior em

solo com pH 5,5 no tratamento NPK , enquanto nos tratamentos GP 50, GP

75, GS 75 e GS 100 os valores foram superiores no solo em pH 4,9. No solo

com pH 5,5, MFR do tratamento NPK foi superior aos demais e não diferiu dos

tratamentos GP 100, GS 50 e GS 75. Os demais tratamentos no pH 5,5 não

diferiram entre si. No solo com pH 4,9 o tratamento que apresentou o maior

valor de MFR foi GS 75, diferindo significativamente do NPK. Os tratamentos

com GP e GS em combinação com diferentes doses de NPK não diferiram

entre si. O tratamento NPK, também não diferiu dos tratamentos CNT GP e

GS.

Em relação à MSR, os valores obtidos em solo com pH 4,9 foram

semrpe superiores àqueles obtidos em solo com pH 5,5 (Tabela 9). Os

tratamentos GP 100 e GS 75 apresentaram os maiores valores e diferiram

significativamente em relação aos tratamentos CNT, GP 0 e GS 0. Os demais

tratamentos não apresentaram diferença significativa entre os valores máximos

e mínimos de MSR.

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Nossos resultados de MFPA e MFR vão ao encontro de resultados

obtidos anteriormente por outros autores com diferentes doses de SH, em

diferentes culturas e solos. Em solo arenoso da cidade de Pisa (Toscana), AH

extraídos de compostagem verde, aumentaram significativamente a massa

fresca e massa seca de plantas de Chicória, em doses acima de 1000 mg/kg

de AH (Valdrighi et al., 1996). Já Adani et al. (2008), testando duas doses (20 e

50 mg.L-1) de AH a base de leonardita junto com solução nutritiva de Hoglande

e Snyder, observaram aumento significativo na massa fresca e seca da parte

aérea e das raízes de plantas de tomates em relação a testemunha que

continha somente solução nutritiva. Em Rhodiola rosea L. foi observado apenas

aumento da massa de raizes e não da parte aérea após aplicação e AH e AF

de leonardita no solo (Kołodziej B. et al.2013). Bezuglova et al. (2017),

verificaram incremento de 35% na produção de trigo de inverno com a

utilização de AH de vermicomposto, na quantidade de 1 L.ha-1.

Na MFT das plantas de alface, não houve efeito do pH do solo (Tabela

9).Os valores obtidos nos tratamentos CNT, GP 0 e GS 0 foram

significativamente inferiores aos demais tratamentos, que não diferiram entre si

(Tabela 9). Comparando-se os dados de MFT com aqueles MFPA e MFR é

possível avaliar a contribuição diferenciada dessas duas partes da planta

(Tabela 9). O valor de MFT de GP50 GP 75 foi afetado principalmente pela

MFPA enquanto para GS50 e GS 75, a maior contribuição se originou da MFR.

Já para GP100, GS100 e NPK tanto parte aérea como raiz contribuiram

semelhantemente para os elevados valores. Esses resultados sinalizam que as

diferentes frações húmicas apresentam diferentes efeitos no desenvolvimento

da planta e estudos posteriores devem ser realizados sobre esse tema.

No presente estudo, os valores mais altos de produtividade (MFPA)

foram obtidos quando foi utilizado o produto comercial GP que tem

concentração 1,35 % (m/m) de AF. Este efeito poderia ser explicado pelo

tamanho da supra-molécula AF ser menor do que a de AH, o que levaria a um

menor número de ligações intra-moleculares (Piccolo, Pietramellara, &

Mbagwu, 1997). Assim, a quantidade de ácidos orgânicos necessários para

“quebrar” estas supramoléculas seria menor do que a necessária para romper

as estruturas e AH. Vaughan e Malcolm (1985) postularam que os AF teriam

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capacidade de ativar as enzimas responsáveis pela crescimento das plantas

sem passar por nenhuma quebra, o que poderia otimizar seu efeito em relação

ao AH. Esta teoria, ainda pode ser aceita, pois fracionando AH de

vermicomposto em faixas de tamanho moleculares através de cromatografia

por exclusão Zandonadi et al. (2003) demonstraram que o estímulo sobre a H+-

ATPase da membrana plasmática foi menor nas frações separadamente do

que nas plantas tratadas com AH. Zandonadi et al.(2007) sugerem que o

tamanho molecular, a conformação e a mobilização de sub-unidades funcionais

parecem estar relacionadas com o aumento observado na atividade dessa

ezima.

Os resultados da razão MFR/MFPA indicam que os tratamentos sem

adição de NPK ( CNT, GP e GS) apresentaram comparativamente maior

desenvolvimento de raíz do que os outros tratamentos, cuja razão foi sempre ≤

0.38. Dentre os tratamentos em que houve simultaneamente adição de NPK e

condicionador húmico, os tratamentos com GP apresentaram MFR/MFPA

entre 0,16 e 0,23, enquanto os tratamentos com GS, essa razão variou entre

0,24 e 0,38. Esses resultados corroboram a hipótese feita anteriormente sobre

o efeito diferenciado das frações húmicas: o condicionador GP (rico em AF)

estimularia mais o crescimento da parte aérea, enquanto o condicionador GS

(rico em AH) desenvolveria mais a raiz.

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Tabela 5: Altura de planta (AP) de alface em função do tempo de avaliação em Argissolo. (Valores médios para os níveis de pH 4,9 e 5,5). (n=6)

Tempo. CNT GP 0 GP 50 GP 75 GP 100 GS 0 GS 50 GS 75 GS 100 NPK

DAT cm

0 3,00 a 3,00 a 2,83 a 3,00 a 3,00 a 3,00 a 3,00 a 3,00 a 3,00 a 3,00 a 7 8,17 ab 7,66 b 8,00 b 8,00 b 10,33 a 7,83 b 8,66 ab 9,00 ab 8,66 ab 8,33 ab

14 7,33 c 7,66 c 12,33 b 13,66 ab 15,17 a 7,00 c 12,50 b 13,67 ab 14,00 ab 13,17 ab 21 7,83 b 8,67 b 13,67 a 15,00 a 15,50 a 7,83 b 14,83 a 14,67 a 15,17 a 14,17 ab 28 9,00 c 8,00 c 14,17 b 17,00 a 16,67 a 9,33 c 15,17 ab 15,50 ab 16,83 a 15,16 ab

Letras iguais na linha, não diferem entre si pelo teste de TuKey a 5% de probabilidade. DAT: dias após transplante

Tabela 6: Relação entre a altura da planta (AP) e 14 DAT (dias após o transplante) em solo Argissolo. Média dos diferentes níveis de pH do solo. n= 6. Equação: f = y0+a*x

Tratamento Equação Valor de r Valor de pr

NPK f = 3,08 + 0,73 * x 0,99 0,02 GP 50 f = 2,97 + 0,68 * x 0,99 0,03 GP 75 f = 2,89 + 0,76 * x 0,99 0,02

GP 100 f = 3,41 + 0,87 * x 0,98 0,08 GS 50 f = 3,30 + 0,68 * x 0,99 0,07 GS 75 f = 3,22 + 0,76 * x 0,99 0,05

GS 100 f = 3,08 + 0,73 * x 0,99 0,02 Valores de pr menor que 0,05 apresentam interação significativa

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Tabela 7: Número de folhas (NF) de alface em função do tempo de avaliação em Argissolo. (Valores médios para os níveis de pH 4,9 e 5,5). (n=6)

Tempo CNT GP 0 GP 50 GP 75 GP 100 GS 0 GS 50 GS 75 GS 100 NPK

DAT

0 3,00 a 3,00 a 3,00 a 3,00 a 3,00 a 3,00 a 3,00 a 3,00 a 3,00 a 3,00 a 7 5,17 a 5,17 6,17 a 6,17 a 6,50 a 4,83 a 5,33 a 6,33 a 6,00 a 5,67 a

14 2,83 b 2,50 b 7,67 a 8,50 a 8,83 a 1,83 b 7,50 a 8,33 a 8,50 a 8,33 a 21 3,00 b 2,67 b 10,00 a 10,50 a 10,83 a 3,50 b 9,50 a 10,66 a 10,50a 10,00a 28 3,83 d 3,50 d 12,83 ab 12,66 ab 14,33 a 3,33 d 10,00 c 13,17 ab 11,67 bc 11,33 bc

Letras iguais na linha, não diferem entre si pelo teste de TuKey a 5% de probabilidade.

Tabela 8: Relação entre o número (NF) e 28 DAT (dias após o transplante) em solo Argissolo. Média dos diferentes níveis de pH do solo. n= 6. Equação linear: f = y0+a*x

Tratamento Equação Valor de r Valor de pr

NPK f = 3,47 + 0,30 *x 0,99 0,01

GP 50 f = 3,24 + 0,34 * x 0,99 0,00

GP 75 f = 3,43 + 0,34 * x 0,99 0,00

GP 100 f = 3,30 + 0,39 * x 0,99 0,00

GS 50 f = 3,43 + 0,26 * x 0,99 0,07

GS 75 f = 3,36 + 0,35 * x 0,99 0,05

GS 100 f = 3,57 + 0,31 * x 0,99 0,02 Valores de pr menor que 0,05 apresentam interação significativa

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Tabela 9: Atributos de produtividade de plantas de alface em dois níveis de pH de solo (4,9 e 5,5) em Argissolo sob diferentes tratamentos ( Legenda dos tratamentos vide material e métodos). MFPA: massa fresca da parte aérea; MSPA: massa seca da parte aérea ; MFR: massa fresca da raiz ; MSR: massa seca da raiz; MFT: massa fresca total; MFR/MFPA: razão da massa fresca da raiz pela massa fresca da parte aérea. (n= 3).

MFPA (g)

pH CNT GP 0 GP 50 GP 75 GP 100 GS 0 GS 50 GS 75 GS 100 NPK Média

4,9 3,06 2,86 18,89 22,92 17,12 1,88 12,49 17,71 16,67 13,52 12,78 a

5,5 1,54 1,02 12,32 22,23 22,25 1,13 13,74 15,82 19,66 18,09 12,71 a

Média 2,30 c 1,94 c 15,61 ab 22,57 ab 19,68 ab 1,51 c 13,11 b 16,77ab 18,17 Ab 15,8 ab

MSPA (g)

pH CNT GP 0 GP 50 GP 75 GP 100 GS 0 GS 50 GS 75 GS 100 NPK Média

4,9 0,36 aD

0,30 aD

1,84 aC

2,70 aAB

2,97 Aa

0,27 aD

1,93 aBC

2,40 aAB

2,44 aAB

1,67 bC

1,40 a

5,5 0,28 aC

0,14 aC

1,50 aB

1,91 bAB

2,22 bAB

0,15 aC

1,53 aB

1,65 bAB

2,25 aAB

2,35 aA

1,69 a

Média 0,32 d 0,22 d 1,67 c 2,31 ab 5,60 a 0,21 d 1,73 c 2,02 bc 2,34ab 2,01 bc

MFR (g)

pH CNT GP 0 GP 50 GP 75 GP 100 GS 0 GS 50 GS 75 GS 100 NPK Média

4,9 1,83 aD

1,95 aCD

5,42 aAB

5,00 aAB

5,14 aAB

1,75 aD

4,72 aAB

7,01 aA

5,17 aAB

3,71 bBCD

2,99 b

5,5 1,63 aCDE

0,82 aE

1,72 bCDE

2,13 bBCDE

3,87 aABCD

1,13 aDE

4,87 aABC

4,46 bABC

2,95 bBCDE

6,50 aA

4,90 a

Média 1,73 cd 1,38 d 3,57 bc 3,56 Bc 4,51 ab 1,44 d 4,79 ab 5,74 a 4,06 ab 5,11 ab

MSR (g)

pH CNT GP 0 GP 50 GP 75 GP 100 GS 0 GS 50 GS 75 GS 100 NPK Média

4,9 0,17 0,17 0,61 0,65 0,67 0,17 0,48 0,81 0,51 0,32 0,28 b 5,5 0,13 0,06 0,24 0,18 0,49 0,07 0,43 0,38 0,28 0,58 0,45 a

Média 0,15 b 0,11 b 0,42 ab 0,42 ab 0,58 a 0,12 b 0,45 ab 0,60 a 0,40 ab 0,45 ab

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Continuação Tabela 9: Atributos de produtividade de plantas de alface em dois níveis de pH de solo (4,9 e 5,5) em Argissolo sob diferentes tratamentos ( Legenda dos tratamentos vide material e métodos). MFPA: massa fresca da parte aérea; MSPA: massa seca da parte aérea ; MFR: massa fresca da raiz ; MSR: massa seca da raiz; MFT: massa fresca total; MFR/MFPA: razão da massa fresca da raiz pela massa fresca da parte aérea. (n= 3).

MFT (g)

pH CNT GP 0 GP 50 GP 75 GP 100 GS 0 GS 50 GS 75 GS 100 NPK Média

4,9 4,89 4,81 24,31 27,92 26,12 3,63 17,36 24,72 21,85 17,23 15,78 a

5,5 3B,18 1,84 14,04 24,36 22,26 2,27 18,46 20,29 22,61 24,59 16,90 a

Média 4,03 b 3,32 b 19,18 a 26,14 a 24,19 a 2,95 b 17,91 a 22,51 a 22,23 a 20,91 a

Razão MFR/MFPA

pH CNT GP 0 GP 50 GP 75 GP 100 GS 0 GS 50 GS 75 GS 100 NPK Média 4,9 1,08 0,80 0,15 0,10 0,17 1,01 0,36 0,28 0,15 0,36 0,45 a 5,5 0,75 0,70 0,29 0,23 0,29 0,97 0,39 0,40 0,32 0,27 0,46 a

Média 0,91 a 0,75 a 0,22 b 0,16 b 0,23 b 0,99 a 0,38 b 0,34 b 0,24 b 0,31 b Letras minúsculas: diferença entre pH (coluna). Letras maiúsculas: diferença entre tratamentos (linhas). As médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

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3.3.1.2 Macronutrientes e micronutrientes na parte aérea

Os teores de todos os macronutrientes apresentaram interação

significativa entre o pH do solo e os diferentes tratamentos (Tabela 10).

Solo com pH 4,9 os teores de P absorvido pelas folhas das plantas de

alface não diferiram entre os tratamentos GP 50, GP 75, GP 100, GS 50, GS

75 e GS 100, e foram maiores do que os valores observados para NPK, CNT,

GP 0 e GS 0. (Tabela 10). Já no solo com pH 5,5 os tratamentos GP 50, GP

75, GP 100, GS 75, GS 100 e NPK não diferiram entre si. Ainda que não

diferindo significativamente, é possível observar, que a combinação do NPK na

dose 75% e 100% com o GP e GS, leva á uma concentração de P na folha 38

a 62% superior do que no tratamento com NPK. O teor de P na folha não

diferiu do valor obtido nos tratamentos CNT GP 0 e GS 0 em solo com pH 5,5

Nossos resultados vão ao encontro daqueles obtidos em frutos de

tomate (Adani, F. et al. 2008), e na parte aérea da planta de trigo (Bezuglova

O. S., et al. 2017) após aplicação de AH de diferentes fontes. Segundo os

autores, a mobilidade do P do solo para as plantas aumentou

significativamente em todos os estágios de desenvolvimento das plantas

devido ao estímulo ao desenvolvimento de raízes pelas SH. O maior sistema

radicular leva ao aumento da produção de exsudatos, levando a maior

capacidade de regulação de absorção e imobilização do P em comparação ao

meio em que SH não foram aplicadas. No presente trabalho não foi observado

aumento do sistema radicular em função da adição de GS ou GP (Tabela 9) e o

o efeito na absorção de P deve estar relacionado com outro mecanismo.

O tratamento GS 100 foi o que mais acumulou K nas folhas das plantas,

no solo com pH 4,9, diferindo do tratamento NPK. Os tratamentos GP 100, GS

50 e GS 75 não apresentaram diferença entre o tratamento GS 100 e NPK. No

solo com pH 5,5 os tratamentos com GP 50, GP 75, GP 100, GS 50, GS 75,

GS 100 e NPK apresentaram a concentração de K significativamente superior à

obtida nos tratamentos CNT, GP 0 e GS 0.

Quanto ao teor de Ca na folha, o tratamento GS 100 apresentou o maior

valor em pH 4,9 e não diferiu do tratamento GP 100. O tratamento GS 100

diferiu significativamente dos demais tratamentos (Tabela 10). No solo com pH

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5,5, teor de Ca na parte aérea nos tratamentos GP 50, GP 75, GP 100, GS 50,

GS 75, GS 100 e NPK foi significativamente superior ao teor de Ca nos

tratamentos CNT, GP 0 e GS 0.

O teor de de Mg na folha em solo com pH 4,9 foi maior para o

tratamento GP100 , que não diferiu dos tratamentos GP 75 e GS 100 e diferiu

dos outros tratamentos, inclusive do tratamento NPK. No solo com pH 5,5, o

teor de Mg dos tratamentos GP 75, GP 100, GS 50, GS 75, GS 100 e NPK foi

maior do que para os tratamentos CNT, GP 0 e GS 0 (Tabela 10).

Em pH 4,9, o tratamento GP 100 foi o que mais acumulou S e apenas

não diferiu do tratamento GS 100 (Tabela 10). Já em pH 5,5 o teor de S na

folha dos tratamentos GP 50, GP 75, GP 100, GS 50, GS 75, GS 100 e NPK foi

significativamente superior ao observado para os tratamentos CNT, GP 0 e GS

0.

Interessante observar que o aumento do pH do Argissolo de 4,9 para 5,5

provocou em geral aumento dos macronutrienets na folha da alface. Uma

possível explicação para esses resultados seria a maior acessibilidade da raiz

aos cátions via complexação com SH em nível de pH maior.

Ocorreu interação significativa para o teor de Mn nos diferentes

tratamentos e o pH do solo. O aumento do pH do solo levou à diminuição da

absorção de Mn para os tratamentos GP50, GP75, GS 50 e GS75, porém não

houve diferença entre os tratamentos para um dado pH (tabela 11).

Em contrapartida, o micronutriente Fe não apresentou interação

significativa entre os fatores pH e tratamento, porém apresentou diferença

significativamente maior do tratamento GP 100 em relação aos tratamentos

CNT, GP 0, GP 50, GS 0 e NPK (Tabela 11). Foi observado um aumento

relevante da ordem de 100%,no teor de Fe absorvido pelas plantas após

aplicação de AF em conjunto com NPK em plantas de pepino (Rauthan e

Schnitzer, 1981). Os tratamentos GP 50, GS 50, GS 75 e GS não diferiram dos

demais tratamentos em relação a absorção de Fe pelas plantas de alface

(Tabela 11).

O teor de Zn não foi afetado pelo pH do solo e os valores obtidos para

os tratamentos com NPK apresentaram valores maiores que o CNT, GS0 e

GP) (tabela 11).

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26

O teor de Cu apresentou interação significativa entre pH do solo e os

tratamentos, sendo nos tratamentos sem adição de NPK, a presença deste

micronutriente não foi detectada. Aumento da absorção de Cu e Zn devido à

presença de SH foi observada apenas quando a adição dos micronutrientes e

as SH foram adicionados simultaneamente (Garcia-Mina et al. 2004; Billard et

al. 2013), Nossos resultados vão ao encontro aos obtidos por Eyheraguibel et

al. (2007), que verificaram que plantas tratadas com AH de resíduos orgânicos

absorveram 15% a 30% mais macronutrientes (N, P, K, Mg e S) e

micronutrientes (Mn, Zn e Fe) da solução nutritiva do que as plantas sem

adição de AH. Os autores atribuem esse resultado ao efeito direto sobre o

crescimento e metabolismo que os AH causam na planta (Nardi et al. 2002).

Rauthan e Schnitzer (1981), já haviam observado uma absorção altamente

significativa de macro e micronutrientes por plântulas de pepinos, comparadas

ao tratamento controle, tratadas com 100 a 300 mg/kg de AF advindos de um

horizonte Bh, de Podzol da Islândia. Eles atribuíram esse efeito, ao fato dos

AF, assim como AH, também aumentarem a permeabilidade das raízes na

absorção de nutrientes.

A maior absorção de nutrientes pelas plantas quando há presença de

SH, ocorre porque ácidos orgânicos que compõem os exsudatos das raízes,

podem romper as ligações intermoleculares que forma as micelas húmicas

formando subunidades que podem ativar receptores na superfície ou no interior

das células das raízes (Canellas e Santos, 2005; Zandonadi et al., 2013). Além

disso, ácidos orgânicos da própria estrutura da SH também podem ativar as

bombas de prótons, que tem como consequência o crescimento radicular e a

ativação da enzima H+ATPase, cuja principal função é ativar o transporte

secundário de íons. O transporte secundário de íons pode acontecer contra ou

a favor do gradiente eletroquímico, através do transporte ativo por meio dos

transportadores simporte, uniporte e anitporte ou pelo transporte passivo com

abertura e fechamento de canais específicos de íons.

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27

Tabela 10: Teor de macronutrientes em folhas de plantas de alface aos 28 DAT cultivadas em dois níveis de pH do solo em Argissolo sob diferentes tratamentos. (n=3) Legenda tratamentos: Vide material e métodos.

P (mg.kg-)

pH CNT. GP 0 GP 50 GP 75 GP 100 GS 0 GS 50 GS 75 GS 100 NPK

4,9 0,13 aD

0,59 aD

32,44 aB

47,81 bB

67,88 bAB

0,33 Ad

32,35 Ab

40,07 aB

50,33 aAB

18,50 aC

5,5 0,44 aD

0,32 aD

48,29 aAB

72,20 aA

87,67 aA

0,13 aD

38,68 aBC

55,06 aAB

54,45 aB

33,64 aBC

K (mg.kg-1)

CNT. GP 0 GP 50 GP 75 GP 100 GS 0 GS 50 GS 75 GS 100 NPK

4,9 2,92 aE

8,00 aCDE

374,74 bBC

373,06 bBC

593,98 bAB

5,16 aDE

537,72 aAB

546,04 bAB

835,47 aA

321,49 aBC

5,5 10,21 aC

4,97 aC

651,59 aAB

832,20 aA

874,92 aA

3,50 aC

606,62 aAB

813,85 aA

742,25 aA

507,15 aB

Ca (mg.kg-1)

CNT. GP 0 GP 50 GP 75 GP 100 GS 0 GS 50 GS 75 GS 100 NPK

4,9 1,80 aC

3,44 aC

166,57 bBC

216,45 bBC

269,62 bAB

2,05 aC

183,04 bBC

194,70 bBC

440,98 aA

143,25 bBC

5,5 6,57 aB

4,38 aB

369,00 aA

542,70 aA

515,33 aA

2,03 aB

394,57 aA

502,65 aA

454,03 aA

328,86 aA

Mg (mg.kg-1)

CNT. GP 0 GP 50 GP 75 GP 100 GS 0 GS 50 GS 75 GS 100 NPK

4,9 1,02 aD

2,17 aD

101,97 bCD

137,00 bABC

229,63 aA

1,19 aD

111,21 bC

122,16 bBC

220,95 aAB

78,34 bBC

5,5 3,50 aC

2,02 aC

183,97 aAB

263,76 aA

249,95 aA

0,93 aC

190,72 aA

247,24 aA

232,10 aA

163,23 AB

S (mg.kg-1)

CNT. GP 0 GP 50 GP 75 GP 100 GS 0 GS 50 GS 75 GS 100 NPK

4,9 0,33 aD

0,62 aD

32,97 aB

42,21 aB

72,38 aA

0,35 aD

34,74 aB

34,18 bB

50,32 aAB

22,99 bBC

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28

5,5 0,93 aC

0,63 aC

43,93 aAB

56,21 aA

58,05 aA

0,30 Ac

37,81 aAB

54,03 aA

52,79 aA

44,29 aAB

Letras minúsculas diferença entre pH (coluna). Letras maiúsculas diferença entre tratamentos (linhas). As médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade

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Tabela 11: Teor de micronutrientes em folhas de plantas de alface aos 28 DAT, cultivadas em dois níveis de pH do solo em Argissolo sob diferentes tratamentos. Legenda tratametos: Vide material e métodos. .....

Mn (mg.kg-1)

pH CNT GP 0 GP 50 GP 75 GP 100 GS 0 GS 50 GS 75 GS 100 NPK Média

4,9 0,06 aA

0,19 aA

10,13 aA

11,06 Aa

9,07 aA

0,12 aA

11,86 aA

11,17 Aa

10,70 aA

2,44 aA

3,15 a

5,5 0,08 aA

0,01 aA

1,26 bA

2,47 bA

1,37 aA

0,01 aA

1,41 bA

2,12 bA

6,64 aA

4,34 aA

5,50 a

Média 0,07 a 0,10 a 5,69 a 6,76 a 5,22 a 0,06 a 6,64 a 6,64 a 8,66 a 3,39 a

Fe (mg.kg-1)

pH CNT GP 0 GP 50 GP 75 GP 100 GS 0 GS 50 GS 75 GS 100 NPK Média

4,9 0,15 0,92 12,31 43,36 46,33 0,28 14,74 29,79 42,34 22,29 18,78 a 5,5 0,17 0,10 7,10 18,61 38,14 0,06 24,19 27,94 33,43 10,10 18,46 a

Média 0,16 D

0,51 D

9,71 cd

30,98 abc

42,23 A

0,17 D

19,46 abcd

28,87 abc

37,89 ab

16,20 bcd

Zn (mg.kg-1)

pH CNT GP 0 GP 50 GP 75 GP 100 GS 0 GS 50 GS 75 GS 100 NPK Média

4,9 0,01 0,02 0,93 1,19 1,11 0,01 0,97 0,99 1,12 0,68 0,70 a 5,5 0,03 0,02 0,93 0,91 1,34 0,01 0,72 1,05 1,18 0,84 0,70 a

Média 0,02 b 0,02 b 0,93 a 1,05 a 1,23 a 0,01 b 0,85 a 1,02 a 1,15 a 0,76 a

Cu (mg.kg-1)

pH CNT GP 0 GP 50 GP 75 GP 100 GS 0 GS 50 GS 75 GS 100 NPK Média

4,9 0,00 aC

0,00 aC

0,09 bBC

0,12 aB

0,28 aA

0,00 aC

0,10 aB

0,11 bB

0,16 aB

0,14 Ab

0,01 a

5,5 0,01 aB

0,00 aC

0,17 aA

0,17 aA

0,18 bA

0,00 aC

0,14 aA

0,18 aA

0,15 aA

0,11 aA

0,11 a

Média 0,00 c 0,00 c 0,13 b 0,15 b 0,23 a 0,00 c 0,12 b 0,14 b 0,15 b 0,13 Letras minúsculas diferença entre pH (coluna). Letras maiúsculas diferença entre tratamentos (linhas). As médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

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30

3.3.2 EXPERIMENTO 2: SUBSTÂNCIAS HÚMICAS E PRODUTIVIDADE DE

ALFACE EM LATOSSOLO DE ALTA FERTILIDADE NO INVERNO.

3.3.2.1 Atributos de produtividade das plantas de alface e massa fresca e seca

das folhas e raízes:

Ocorreu interação significativa na AP de alface entre os fatores de

variação tempo de avaliação e o pH do solo e entre o tempo de avaliação e os

diferentes tratamentos (Tabela 12).

Considerando apenas o efeito do pH, verificou-se que nas avaliações

aos 21 e aos 28 DAT o solo com pH 6,1 apresentou AP significativamente

superior ao do solo com pH 5,8 (Tabela 13) Nas avaliações finais (35 e 42

DAT) essa diferença deixou de ser significativa.

Em relação a AP, na interação avaliação e tratamentos, não ocorreram

diferenças significativas nas avaliações aos 7 DAT (Tabela 14). A partir da

avaliação aos 14 DAT, os tratamentos NPK 75, NPK 100, GP 75, GP 100, GS

75 e GS 100 não diferem entre si até o final do experimento (42 DAT) Os

tratamentos que apresentaram os menores valores para AP foram NPK 0, NPK

25, GP 0, GP 25, GS 0 e GS 25; porém estes não diferem significativamente

dos tratamentos NPK 50, GP 50 e GS 50 (tabela 14)

As regressões lineares entre AP e tempo de avaliação forneceu

coeficientes de correlação que variaram de 0,81 a 0,93 e o p ≤ 0,016 (dados

não mostrados) . A taxa de variação de AP com o tempo (declividade das

regressões) variou de 0,29 (NPK0) a 0,38 (NPK100) com o aumento da dose

da NPK, independente da presença de GP e GS.

O parâmetro NF segue o mesmo comportamento observado para AP:

ocorreu interação significativa entre avaliações e o pH do solo, e entre as

avaliações e os tratamentos (Tabela 15). Em relação ao efeito do pH, NF aos

14 e 21 DAT foi maior no solo com pH 6,1 do que no solo com pH 5,8. Aos 28

e 35 DAT essa diferença deixa de ser significativa e no término do

experimento, 42 DAT, essa diferença volta a ser significativa. Em geral, essas

variações são muito discretas e não significado prático.

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31

Tabela 12: Quadro da ANOVA (Análise de Variância) para altura de plantas (AP) de alface em Latossolo, dos fatores de variação (FV) durante o experimento. Valores de Pr menores que 0,05 apresentam interação significativa.

FV GL SQ QM Fc Pr>Fc

pH 1 3,60 3,60 0,108 0,76 Repetição 3 56,90 18,97 0,569 0,67 Tratamento 14 728,36 52,03 9,70 0,00 Tratamento * pH 14 108,13 7,72 1,44 0,17 Tempo 6 21.593,69 3.598,95 2.491,616 0,00 Tempo * pH 6 28,92 4,82 3,34 0,00 Tempo * Tratamento 84 267,27 3,18 2,20 0,00 Tempo * Tratamento * pH

84 99,97 1,19 0,82 0,85

Total 839 24.052,70

Tabela 13: Altura de planta (AP) em plantas de alface em função do tempo de avaliação em Latossolo (Valores médios dos tratamentos em cada tempo) (n=15)

Avaliação (DAT) pH 6,1 pH 5,8

AP (cm)

0 4,98 a 4,98 a 7 7,18 a 7,38 a 14 13,53 b 14,03 a 21 16,5 a 15,57 b 28 17,30 a 16,70 b 35 18,33 a 17,92 a 42 19,15 a 18,93 a

Letras iguais na linha, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

Nas avaliações de 0 e 7 DAT, NF não diferiu entre os tratamentos. Aos

28 e 35 DAT, ocorrem diferenças discretas entre os tratmentos NPK 100, GP

50, GP 75, GS 50, GS 75 e GS 100 em relação aos tratamentos NPK 0, NPK

25, GP 0, GP 25, GS 0 e GS 25, que apresentarma menroes valores de NF

(Tabela 17). Aos 42 DAT dias, o maior valor de NF foi observado no tratamento

GS100, que diferiu dos valores obtidos nos tratamentos NPK 0, NPK25,

NPK50, NPK75, GP 0, GP25, GS 0 e GS25 (Tabela 17).

O efeito mais pronunciado das SH a partir dos 28 dias no NF, pode ser

devido à segunda aplicação do produtos comerciais GP (AF) e GS (AH) aos 20

dias de experimento no colo da planta.

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32

As regressões lineares entre NF e tempo de avaliação forneceu

coeficientes de correlação que variaram entre 0,89 a 0,97 e o p ≤ 0,005 (dados

não mostrados). A taxa de variação de NF com o tempo (declividade das

regressões) variou de 0,20 (NPK0) a 0,30 (NPK100) com o aumento da dose

da NPK, independente da presença de GP e de GS.

Nossos resultados indicam que a presença de condicionadores húmicos

não afetou o NF e Ap relevantemente, nem sua respectiva taxa de crescimento.

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33

Tabela 14: Altura de planta (AP) de alface em função do tempo de avaliação em Latossolo. (Valores médios para os níveis de pH 5,8 e 6,1). (n=8)

Aval. CNT NPK 25

NPK 50

NPK 75

NPK 100

GP 0

GP 25

GP 50

GP 75

GP 100

GS 0

GS 25

GS 50

GS 75

GS 100

0 5,00 a

5,00 a

5,00 a

5,00 a

5,00 a

4,75 a

5,00 a

5,00 A

5,00 a

5,00 a

5,00 a

5,00 a

5,00 a

5,00 a

5,00 a

7 7,50 a

6,50 a

7,00 a

7,50 a

7,50 a

6,50 a

6,87 a

7,50 a

7,25 a

7,50 a

7,37 a

7,62 a

7,25 a

7,37 a

7,50 a

14 11,87 d

12,37 bcd

13,75 abcd

15,50 a

14,75 a

12,50 bcd

12,62 bcd

14,12 abc

15,12 a

14,87 a

12,12 cd

13,87 abcd

13,62 abcd

15,25 a

ab

21 13,75 e

14,87 cde

15,50 bcde

18,00 a

17,50 ab

14,37 ed

14,75 cde

16,25 abcd

16,75 abc

17,12 ab

13,50 e

14,62 de

16,37 abcd

17,50 ab

17,00 ab

28 15,12 f

16,00 cdef

16,37 bcdef

18,75 a

18,62 a

15,75 ef

15,76 cdef

17,37 abcd

17,62 abc

18,37 ab

15,25 ef

16,37 bcdef

17,25 abcde

18,37 ab

18,37 ab

35 16,25 fg

16,87 efg

17,75 bcdefg

20,00 a

19,37 abc

16,12 g

17,12 defg

18,25 abcdef

18,75 abcde

19,37 abc

16,25 fg

17,37 cdefg

18,12 abcdefg

19,75 ab

19,00 abcd

42 17,00 f

17,75 def

18,75 abcdef

20,37 ab

19,87 abc

17,37 ef

18,25 cdef

19,50 abcd

20,00 abc

20,50 ab

17,50 def

18,62 bcdef

19,12 abcde

20,75 a

20,25 abc

Letras iguais na linha, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

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Tabela 15: Quadro da ANOVA (Análise de Variância) para número de folhas (NF) de alface em Latossolo, e fatores de variação (FV) durante o experimento.

FV GL SQ QM Fc Pr>Fc

pH 1 29,34 29,34 1,26 0,34 Repetição 3 1,38 0,46 0,020 0,99 Tratamento 14 325,41 23,20 4,18 0,00 Tratamento * pH 14 110,07 23,24 1,41 0,19 Tempo 6 11.532,35 1.922,06 1.477,74 0,00 Tempo * pH 6 26,66 4,44 3,42 0,00 Tempo * Tratamento 84 212,51 2,53 1,94 0,00 Tempo * Tratamento * pH

84 130,05 1,55 1,90 0,13

Total 839 13.428,14

Tabela 16: Número de folhas (NF) de plantas de alface em função do tempo de avaliação em Latossolo (Valores médios dos diferentes níveis de pH 5,8 e 6,1)em todos os tratamentos) (n=15)

Avaliação (dias após transplante)

pH 6,1 pH 5,8

0 4,00 a 4,00 a 7 6,82 a 6,87 a 14 10,57 a 10,00 b 21 11,27 a 10,68 b 28 11,85 a 11,37 a 35 12,70 a 12,65 a 42 16,85 a 15,87 b

Letras iguais na linha, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade

Para MFPA e MSPA não houve interação entre o pH e os tratamentos

(tabela 18). Em geral MFPA e MSPA aumentam conforme aumenta a dose de

NPK, independente da adição de GS ou de GP, sendo que os maiores valores

forma observados para os tratamentos com NPK ≥ 50 % da dose,

independente do condicionador húmico (Tabela 18).

Para MFR ocorreu interação significativa entre o pH do solo e os

diferentes tratamentos (Tabela 18). O solo com pH 5,8 apresentou valores

superiores em relação ao solo com pH 6,1. Em pH 5.8, apenas os tratamentos

NPK 0 e GP 0 apresentaram os menores valores em comparação aos demais

(Tabela 18). Em pH 6.1, o valor de MFR de GS100 foi maior que o valor obtido

para NPK0, NPK25 GP0 e GS0, e não diferiu dos valores dos demais..

A MSR não apresentou interação entre o pH do solo e os tratamentos

(tabela 18). O tratamento GS 75 apresentou o maior valor do grupo e não

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35

diferiu dos tratamentos GS 100 e NPK 75 (Tabela 18) A MFT das plantas

apresentou o mesmo comportamento observado para MFPA e MSPA, ou seja,

quanto maior a dose de NPK, maior a MFT, independente da adição de GS ou

GP (Tabela 18).

Como esperado, a razão MFR/MFPA não diferiu entre os tratamentos,

confirmando que raízes e a parte aérea cresceram independentemente da

adição do condicionador húmico.

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36

Tabela 17: Número de folhas (NF) de alface em função do tempo de avaliação em Latossolo. (Valores médios para os níveis de pH 5,8 e 6,1). (n=8)

Aval. CNT NPK 25

NPK 50

NPK 75

NPK 100

GP 0

GP 25

GP 50

GP 75

GP 100

GS 0

GS 25

GS 50

GS 75

GS 100

0 4,00 a

4,00 a

4,00 a

4,00 a

4,00 a

4,00 a

4,00 a

4,00 a

4,00 a

4,00 a

4,00 a

4,00 a

4,00 a

4,00 a

4,00 a

7 6,87 a

6,75 a

7,12 a

7,50 a

7,00 a

6,50 a

6,62 a

6,00 A

6,75 a

7,12 a

7,12 a

6,37 a

6,37 a

7,37 a

7,12 a

14 9,37 bc

10,00 abc

10,50 abc

10,87 abc

11,37 ab

9,12 c

10,12 abc

10,37 abc

10,87 abc

10,37 abc

9,37 bc

9,25 c

9,87 abc

11,75 a

11,25 ab

21 10,12 ab

10,62 ab

11,25 ab

11,25 ab

11,25 ab

11,87 ab

10,00 b

10,62 ab

11,37 ab

11,75 ab

10,00 b

10,25 ab

10,62 ab

12,00 a

12,00 a

28 10,50 c

11,50 abc

11,50 abc

12,00 abc

12,25 abc

10,75 bc

11,00 abc

11,50 abc

12,00 abc

12,37 abc

10,75 bc

11,75 abc

10,87 bc

12,87 a

12,50 ab

35 11,25 f

12,00 bcdef

12,00 bcdef

13,37 abcde

13,75 ab

11,75 cdef

11,62 def

13,25 abcde

13,62 abc

13,25 abcd

11,50 ef

12,87 abcdef

12,62 abcdef

13,62 abcd

14,12 a

42 14,00 e

15,37 cde

15,37 cde

16,50 bcd

17,12 ab

14,25 e

15,87 cde

17,00 abcd

18,25 ab

17,00 abcd

15,12 de

15,62 cde

16,87 abc

18,12 ab

18,87 a

Letras iguais na linha, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

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37

Tabela 18: Atributos de produtividade de plantas de alface em dois níveis de pH de solo (5,8 e 6,1) em Latossolo sob diferentes tratamentos (Legenda dos tratamentos vide material e métodos). MFPA: massa fresca da parte aérea; MSPA: massa seca da parte aérea ; MFR: massa fresca da raiz ; MSR: massa seca da raiz; MFT: massa fresca total; MFR/MFPA: razão da massa fresca da raiz pela massa fresca da parte aérea. (n= 4).

MFPA (g)

pH CNT

NPK 25

NPK 50

NPK 75

NPK 100

GP 0

GP 25

GP 50

GP 75

GP 100

GS 0

GS 25

GS 50

GS 75

GS 100

M

5,8 61,3 82,6 86,0 92,4 101,6 55,7 72,8 79,0 94,7 91,6 75,5 71,9 86,5 89,4 97,7 82,6 a 6,1 53,7 82,5 86,0 92,4 101,6 65,4 71,6 89,4 90,4 97,3 65,5 72,8 83,8 98,6 106,7 83,8 a M 57,5

d 82,6 bc

86,0 abc

92,4 ab

101,6 a

60,6 D

72,2 cd

84,2 abc

92,6 ab

94,4 ab

70,5 cd

72,4 cd

85,2 abc

94,0 ab

101,9 a

MSPA (g)

pH CNT

NPK 25

NPK 50

NPK 75

NPK 100

GP 0

GP 25

GP 50

GP 75

GP 100

GS 0

GS 25

GS 50

GS 75

GS 100

M

5,8 2,96 4,88 5,36 5,71 7,08 3,83 3,79 4,21 4,75 4,97 4,14 3,96 5,24 5,11 5,23 4,75 a 6,1 3,31 3,98 4,16 6,60 5,97 3,50 4,81 5,25 5,46 5,26 3,93 4,18 5,14 5,60 6,38 4,90 a M 3,13

f 4,43 cdef

4,76 bcde

6,16 ab

6,52 A

3,66 ef

4,31 cdef

4,73 bcdef

5,11 abcd

5,11 abcd

4,03 def

4,07 def

5,19 abcd

5,35 abcd

5,80 abc

MFR (g)

pH CNT

NPK 25

NPK 50

NPK 75

NPK 100

GP 0

GP 25

GP 50

GP 75

GP 100

GS 0

GS 25

GS 50

GS 75

GS 100

M

5,8 19,1 aC

32,2 aAB

20,0 aBC

33,8 aA

23,3 aABC

15,5aC

21,1 aBC

22,9 aABC

24,9 aABC

27,2 aABC

17,2 aABC

23,6 aAB

C

26,7 bABC

15,7 bC

26,0 aABC

23,9 a

6,1 13,8aB

14,1 bB

18,9 aAB

20,5 aAB

23,4 aAB

14,aB

19,1aAB

19,8 aAB

22,8 aAB

20,9 aAB

14,2 bB

18,9 aAB

17,1 bAB

25,1 aAB

27,2 aA

19,4b

M 16,4 bc

23,2 abc

19,5 abc

27,2 a

23,4 abc

14,9 c

20,1 abc

21,4 abc

23,8 abc

24,1 ab

15,7 bc

21,2abc

21,9 abc

20,4 abc

26,6 a

Page 52: CONDICIONADORES HÙMICOS DE SOLO E DESENVOLVIMENTO … · 2020. 8. 11. · plantas de alface. andressa classer bender (dissertaÇÂo) universidade federal do rio grande do sul faculdade

38

Continuação Tabela 18: Atributos de produtividade de plantas de alface em dois níveis de pH de solo (5,8 e 6,1) em Latossolo sob diferentes tratamentos (Legenda dos tratamentos vide material e métodos). MFPA: massa fresca da parte aérea; MSPA: massa seca da parte aérea ; MFR: massa fresca da raiz ; MSR: massa seca da raiz; MFT: massa fresca total; MFR/MFPA: razão da massa fresca da raiz pela massa fresca da parte aérea. (n= 4).

MSR (g)

pH CNT

NPK 25

NPK 50

NPK 75

NPK 100

GP 0

GP 25

GP 50

GP 75

GP 100

GS 0

GS 25

GS 50

GS 75

GS 100

M

5,8 1,72 2,50 1,75 2,70 2,01 1,57 1,97 1,99 2,01 2,10 2,11 1,54 2,04 1,64 2,12 1,98 a 6,1 1,53 1,54 1,69 1,83 2,03 1,54 1,88 1,90 2,01 2,00 1,54 1,72 1,68 1,98 2,15 1,80 a M 1,62

cd 2,52

a 1,72 cd

2,26 ab

2,02 bc

1,55 cd

1,92 bc

1,94 bc

2,01 bc

2,05 bc

1,83 bcd

1,63 cd

1,86 bcd

2,63 a

2,13 abc

MFT (g)

pH CNT

NPK 25

NPK 50

NPK 75

NPK 100

GP 0

GP 25

GP 50

GP 75

GP 100

GS 0

GS 25

GS 50

GS 75

GS 100

M

5,8 80,3 114,8 106,0 126,2 124,9 71,3 93,9 101,9 119,6 118,8 102,7 95,5 113,2 105,1 123,7 106,5 a

6,1 67,58

96,71 104,9 112,9 125,0 79,9 90,7 109,2 113,2 118,2 79,7 91,7 100,9 123,6 133,3 103,2 a

M 73,9 e

105,7 bcd

105,5bcd

119,5 ab

124,9 ab

75,6 e

92,3de

105,6 bcd

116,4 ab

118,5 ab

91,2 de

93,6 cde

107,1 bcd

114,4 abc

128,5 a

Razão MFR/MFPA (g)

pH CNT

NPK 25

NPK 50

NPK 75

NPK 100

GP 0

GP 25

GP 50

GP 75

GP 100

GS 0

GS 25

GS 50

GS 75

GS 100

M

5,8 0,31 aAB

0,39 aA

0,23 bAB

0,37 aA

0,23 bAB

0,28 bAB

0,29 bAB

0,29 bAB

0,26 bAB

0,30 aAB

0,36 aA

0,33 aAB

0,31 aAB

0,17 bB

0,26 bAB

0,29 a

6,1 0,26 bA

0,17 bA

0,22 bA

0,23 bA

0,23 bA

0,22 bA

0,27 bA

0,22 bA

0,25 bA

0,21 bA

0,22 bA

0,26 bA

0,21 bA

0,26 aA

0,26 bA

0,23 b

m 0,29 a

0,28 A

0,22 A

0,30 A

0,23 a

0,25 a

0,28 a

0,25 a

0,26 a

0,26 a

0,29 a

0,30 a

0,26 a

0,22 a

0,26 a

Letras minúsculas diferença entre pH (coluna). Letras maiúsculas diferença entre tratamentos (linhas). As médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

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39

3.3.2.2 Macronutrientes e micronutrientes na parte aérea

Todos os macro nutrientes apresentaram interação significativa entre o

pH do solo e os diferentes tratamentos (Tabela 19). No solo com pH 6,1 as

folhas absorveram mais P, K, Ca e Mg do que as plantas no solo com pH 5,8.

O teor de S na folha não diferiu entre os diferentes níveis de pH.

Em relação aos tratamentos, o teor de P no tratamento GS 75 em pH 5,8

foi maior do que no tratamento NPK 100 (Tabela 19). Além disso, mesmo não

diferindo significativamente, a absorção de P nesse pH foi em torno de 10% a

30% superior nos resepctivos tratamentos com adição de GS ou GP ao NPK

em comparação aos mesmos tratamentos com somente NPK. Já em pH 6,1,

esse efeito não ocorre, e não há diferenças significativas entre os diferentes

tratamentos para concentração de P. Em solos com pH acima de 7,0, a dose

de AH (0 a 90 mg kg-1) não afetou a absorção de P pelas plantas de trigo

(Tahir et al., 2011).

Comportamento semelhante ao P foi observado com o Ca em pH 5.8

nas doses de 75% e 100% de NPK + AF (GP) e em todos os tratamentos com

GS (inclusive GS 0): o teor de Ca nas folhas de alface foram em torno de 20 %

supriroes aos observados para os tratamentos com NPK apenas. E em pH 6,1

não ocorreu diferença de teor de Ca entre os tratamentos.

O teor dos macronutrientes K, Mg e S, não apresentaram diferença entre

os tratamentos, ou seja, as plantas de todos os tratamentos absorveram esses

nutrientes de forma semelhante em ambos os pHs (Tabela 19).

Com exceção do teor de Fe que não diferiu em função do pH nem do

tratamento, todos os demais micronutrientes apresentaram interação

significativa entre o pH do solo e os tratamentos (Tabela 20). Esse resultado

discorda do obtido com o Argissolo nos dois níveis de pH testados (4,9 e 5,5),

em que a adição de SH aumentou a absorção de Fe.

Garcia-Mina et al. (2004) em solos alcalinos não observaram aumento

de absorção de Fe pelas plantas de trigo e alfafa quando foi adicionada SH.

Burau et al. (1960), testaram em solo alcalino e em solo acidificado a absorção

de Fe com adição de SH, e concluíram que em solos ácidos a absorção de Fe

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40

por plantas de feijão foi significativamente superior, sendo que nos solos

alcalinos essa diferença não ocorria.

O teor de Mn nas plantas do solo com pH 5,8 foi superior ao observado

no solo com pH 6,1 para todos os tratamentos (tabela 20). Em pH 5,8 o teor de

Mn da folha nos tratamentos NPK 0, NPK 25, GP 0, GP 25 e GP 50 foi menor

do o verificado nos tratamentos GP 75 e GP 100. Os demais tratamentos não

diferiram entre si quanto ao teor de Mn. Em pH 6,1, não foi observada

diferença no teor de Mn entre os tratamentos. Os teores de Cu e Zn não

diferiram relevantemente entre tratamentos e entre os níveis de pH.

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41

Tabela 19: Teor de macronutrientes em folhas de plantas de alface aos 28 DAT cultivadas em dois níveis de pH do solo em Latossolo sob diferentes tratamentos. (n=3) Legenda tratamentos: Vide material e métodos.

P (mg.kg-1)

pH CNT NPK 25

NPK 50

NPK 75

NPK 100

GP 0

GP 25

GP 50

GP 75

GP 100

GS 0

GS 25

GS 50

GS 75

GS 100

5,8 57,1 bAB

51,2 bAB

45,9 bB

47,9 bAB

48,6 bB

45,6 bB

54,2 bAB

56,7 bAB

62,6 aAB

66,6 aAB

56,2 aAB

56,4 bAB

48,2 bB

72,7 aA

66,9 aAB

6,1 79,9 aA 71,4 aA

69,3 aA

60,7 aA

69,8 aA

75,4 aA

70,0 aA

75,2 aA

61,8 aA

72,0 aA

71,4 aA

75,7 aA

73,8 aA

66,3 aA

69,3 aA

K (mg.kg-1)

pH CNT NPK 25

NPK 50

NPK 75

NPK 100

GP 0

GP 25

GP 50

GP 75

GP 100

GS 0

GS 25

GS 50

GS 75

GS 100

5,8 645,0 aAB

603,4 aABC

641,2 aAB

619,3 aAB

515,9 aAB

C

609,2 aAB

C

658,5 aAB

646,8 aAB

605,5 aAB

C

760,7 aA

473,9 bBC

584,2 aABC

33,81 bC

676,8 aAB

483,5 aAB

C

6,1 593,3 aA

622,5 aA

601,4 aA

547,3 aA

629,7 aA

517,4 aA

506,1 aA

665,9 aA

634,8 aA

720,27 aA

693,2 aA

699,47 aA

664,6 aA

617,8 aA

588,2 aA

Ca (mg.kg-1)

pH CNT NPK 25

NPK 50

NPK 75

NPK 100

GP 0

GP 25

GP 50

GP 75

GP 100

GS 0

GS 25 GS 50 GS 75

GS 100

5,8 206,1 bABCD

209,9 bABC

D

196,1 bABC

D

187,7 aBC

D

168,8 bD

181,8 bCD

192,3 aABC

D

192,2 bABC

D

249,4 aAB

254,8 aA

242,4 aAB

C

216,9 bABC

D

213,6 bABC

D

240,5 aAB

C

235,6 aAB

C 6,1 255,5

aA 274,5

aA 269,9

aA 214,6

aA 257,5

aA 252,9

aA 229,8

aA 279,5

aA 237,7

aA 256,9

aA 263,9

aA 274,9

aA 266,6

aA 228,8

aA 233,9

aA

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42

Continuação Tabela 19: Teor de macronutrientes em folhas de plantas de alface aos 28 DAT cultivadas em dois níveis de pH do solo em Latossolo sob diferentes tratamentos. (n=3) Legenda tratamentos: Vide material e métodos.

Mg (mg.kg-1)

pH CNT NPK 25

NPK 50

NPK 75

NPK 100

GP 0

GP 25

GP 50

GP 75

GP 100

GS 0

GS 25

GS 50

GS 75

GS 100

5,8 138,4 bA

127,2 bA

117,0 bA

113,0 bA

103,4 bA

115,9 bA

115,4 bA

111,6 bA

149,48 aA

141,78 aA

138,7 bA

121,7 bA

118,56 bA

142,0 aA

152,3 aA

6,1 199,1 aA

189,3 aA

185,8 aA

154,4 aA

181,1 aA

195,7 aA

176,84 aA

208,2 aA

151,0 aA

174,49 aA

190,9 aA

194,9 aA

196,9 aA

153,2 aA

152,3 aA

S (mg.kg-1)

pH CNT NPK 25

NPK 50

NPK 75

NPK 100

GP 0

GP 25

GP 50

GP 75

GP 100

GS 0

GS 25

GS 50

GS 75

GS 100

5,8 47,9 bAB

40,5 bAB

32,0 bB

35,8 bAB

31,4 bB

32,3 bB

41,88 bAB

41,9 bAB

48,3 aAB

48,4 aAB

48,2 bAB

46,5 bAB

40,7 bAB

52,8 aA

47,5 aAB

6,1 65,7 aA

53,9 aAB

57,9 aAB

48,36 aB

52,5 aAB

62,8 aAB

59,0 aAB

55,9 aAB

47,3 aB

53,1 aAB

62,7 aAB

64,0 aAB

61,5 aAB

46,8 aB

48,7 aAB

Letras minúsculas diferença entre pH (coluna). Letras maiúsculas diferença entre tratamentos (linhas). As médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

Page 57: CONDICIONADORES HÙMICOS DE SOLO E DESENVOLVIMENTO … · 2020. 8. 11. · plantas de alface. andressa classer bender (dissertaÇÂo) universidade federal do rio grande do sul faculdade

43

Tabela 20: Teor de micronutrientes em folhas de plantas de alface aos 28 DAT, cultivadas em dois níveis de pH do solo em Latossolo sob diferentes tratamentos. Legenda tratametos: Vide material e métodos.

Mn (mg.kg-1)

pH CNT NPK 25

NPK 50

NPK 75

NPK 100

GP 0

GP 25

GP 50

GP 75

GP 100

GS 0

GS 25

GS 50

GS 75

GS 100

5,8 3,04 aC

3,41 aC

3,74 aBC

4,12 aABC

4,45 aABC

3,31 aC

2,89 aC

2,84 aC

5,89 aA

5,60 aAB

3,92 aABC

3,93 aABC

4,80 aABC

4,88 aABC

4,28 aABC

6,1 1,47 bA

2,24 aA

1,41 bA

1,57 bA

1,91 bA

2,21 aA

1,48 bA

1,28 bA

1,28 bA

1,17 bA

1,00 bA

1,22 bA

1,49 bA

1,31 bA

1,31 bA

Fe (mg.kg-1)

pH CNT NPK 25

NPK 50

NPK 75

NPK 100

GP 0

GP 25

GP 50

GP 75

GP 100

GS 0

GS 25

GS 50

GS 75

GS 100

5,8 83,57 a

65,08 a

87,74 a

73,36 a

124,29 a

63,57 a

38,81 a

52,48 a

91,81 a

59,16 a

77,59 A

42,77 a

61,96 a

74,53 a

56,68 a

6,1 71,47 a

37,46 a

41,92 a

72,59 a

93,70 a

67,49 a

85,09 a

61,73 a

50,30 a

39,05 a

35,63 A

44,92 a

88,63 a

80,61 a

49,95 a

Zn (mg.kg-1)

pH CNT NPK 25

NPK 50

NPK 75

NPK 100

GP 0

GP 25

GP 50

GP 75

GP 100

GS 0

GS 25

GS 50

GS 75

GS 100

5,8 0,91 aA

0,3 aBCD

0,75 aCD

0,82 aBCD

0,80 aBCD

0,72 bD

0,76 aCD

0,81 aBCD

1,17 aA

1,06 aABC

0,99 aABCD

0,96 aABCD

0,96 aABCD

1,10 aAB

0,97 aABCD

6,1 0,98 aA

0,95 aA

0,88 aA

0,82 aA

0,96 aA

1,04 aA

0,91 aA

0,87 aA

0,73 bA

0,81 bA

0,82 aA

0,91 aA

0,95 aA

0,82 aA

0,81 aA

Cu (mg.kg-1)

pH CNT NPK 25

NPK 50

NPK 75

NPK 100

GP 0

GP 25

GP 50

GP 75

GP 100

GS 0

GS 25

GS 50

GS 75

GS 100

5,8 0,23 aA

0,20 aA

0,18 aA

0,19 aA

0,20 aA

0,16 bA

0,18 bA

0,19 bA

0,25 aA

0,22 aA

0,22 aA

0,19 aA

0,20 bA

0,25 aA

0,25 aA

6,1 0,26 aAB

0,22 aAB

0,22 aAB

0,21 aAB

0,25 aAB

0,33 aA

0,26 aAB

0,27 aAB

0,20 aB

0,23 aAB

0,22 aAB

0,26 aAB

0,28 aAB

0,24 aAB

0,23 aAB

Letras minúsculas diferença entre pH (coluna). Letras maiúsculas diferença entre tratamentos (linhas). As médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

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44

3.4 Conclusões

Com os dois experimentos, podemos concluir que:

1 . Em solos com menores teores de argila é recomendado o uso de AF

e AH a base de leonardita, pois estes melhoram os atributos de produtividade

das plantas além de torna-las mais biofortificadas devido a maior absorção de

nutrientes pelas plantas.

2. Em solos com mais de 30% de argila e com teores de fertilidade

adequados, pode-se aplicar 50% da dose de NPK e adicionar AH ou AF para

melhorar os níveis de nutrientes nas plantas.

3. No mesmo solo, o pH menor, responde de forma mais significativa a

adição de SH do que o solo com pH superior.

3.5 Considerações Finais

Neste estudo foi possível concluir que no Argissolo, a aplicação de SH

junto aos fertilizantes, ocasionou maior produtividade de plantas de alface e

maior absorção de nutrientes quando comparado ao controle, do que a mesma

comparação no Latossolo. Porém, no Latossolo, as produtividades de plantas

de alface foram superiores do que no Argissolo. Assim como Kołodziej B. et

al.(2013), demonstraram que em solos arenosos a adição de AH de leonardita

é mais eficiente para o desenvolvimento e qualidade de Rhodiola rosea L, o

mais indicado é que essas plantas sejam estabelecidos em solos argilosos e

consequentemente maiores teores de matéria orgânica. (Yanarda et al., 2017),

que compararam a adição de esterco de suíno liquido, sólidos de esgoto e

biocarvão em diferentes tipos de solo (Regosol, Luvisol e Kastanozem),

verificaram que o Regosol, que tinha características de fertilidade inferior e

menor teor de matéria orgânica, respondeu de forma significativamente mais

positiva na qualidade da matéria orgânica e no aumento da atividade

enzimática do que os demais solos, comparado ao tratamento controle.

(Ramos et al., 2015), realizaram um estudo com objetivo de verificar o

mecanismo responsável pelo alongamento e maior absorção de nutrientes das

raízes quando são aplicados SH, e concluíram que esse efeito se deve há uma

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“maquinaria” de sinalização celular, como fluxos de Ca2+ e H+, H+ATPases,

atividade CDPK e transportadores de Ca2+. Nenhum desses efeitos esta

totalmente elucidado, porém concluíram que todos estes efeitos consistem em

fenômenos dependentes do pH. Assim, é possível explicar a heterogeneidade

dos resultados não somente em relação aos diferentes solos, mas também em

relação aos diferentes pHs.

Assim, mostra-se necessário mais estudos que comprovem os efeitos

das SH nas plantas cultivadas em solo e em níveis mais moleculares, pois, na

literatura os efeitos positivos já foram muitas vezes descritos, porém há

carência de estudos nos alvos moleculares primariamente envolvidos.

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46

4. CAPÍTULO III - SUBSTÂNCIAS HÚMICAS E O

DESENVOLVIMENTO DE RAÍZES DE PLANTAS DE ALFACE

4.1 Introdução

Substância húmicas (SH) tem sido relatadas na literatura como

bioativadoras de processos metabólicos nas plantas, cujos principais efeitos

são: aumento na absorção de nutrientes, estímulo ao crescimento e

produtividade (Vaughan e Malcolm, 1985; Façanha et al., 2002; Canellas et al.

2005; Zandonadi et al., 2013). Esses efeitos são atribuídos ao estímulo e/ou

indução na síntese de H+ATPases de membrana plasmática de raízes de

diversas plantas com SH derivadas de diferentes fontes (Nardi et al. ,2002,

Façanhas et al. ,2002; Canellas et al., 2005; Canellas et al., 2010) Em estudos

sobre esses efeitos em plântulas de milho e em raízes de café e cana de

açúcar o aumento da sínteses de H+ATPases está diretamente relacionado ao

aumento do desenvolvimento das raízes em volume, área, comprimento e/ou

diâmetro (Façanha et al. 2002; Busato et al. 2010; Mora et al. 2012).

Em geral, os estudos têm sido realizados com AH enquanto os ácidos

fúlvicos (AF) são estudados com menos frequência. Além disso, os efeitos das

SH observados nos diferentes estudos são frequentemente distintos e até

contraditórios devido às diferentes fontes de SH e às diferentes doses usadas.

(Atiyeh et al., 2002) verificaram que apenas doses acima de 150 mg.L-1

de AH oriundos de vermicomposto promoveram o aumento de área e

comprimento de raizes de plântulas de tomates cultivadas em solução nutritiva.

Adani. et al. (2008), com doses de 20 e 50 mg.L-1 de AH oriundos de

leonardita, verificaram que estas concentrações já eram suficientes para

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aumentar o crescimento de plântulas de tomate. Mora et al. (2010), também

com AH de leonardita, obtiveram massa fresca de plântulas de pepino maior

quando foi empregada 100 mg.L de AH do que na dose de 5 mg.L-1.

Assim, como diferentes fontes de SH podem ter efeitos distintos no

crescimento de um mesmo tipo de planta SH de uma determinada fonte podem

afetar diferentemente plantas distintas. Por exemplo, em plantas de milho e

café a dose de 40 mg.L de AH de vermicomposto foi suficiente para estimular o

crescimento de raízes, enquanto a dose de 80 mg.L de AH apresentou um

efeito inibidor (Façanha et al. 2002)

Já em plantas de tomate, doses de AH de vermicomposto entre 250 e

1000 mg.L-1 de AH promoveram o maior desenvolvimento de parte aérea de

raiz em comparação a doses maiores e menores desse intervalo (Aragon. et al.

2006).

Considerando-se os distintos efeitos em função do tipo, fonte e dose de

SH empregadas no crescimento de plantas, esse trabalho se propôs a

investigar e comparar o efeito de produtos comerciais à base de AH (Growmate

Soil) e AF (Growmate Plant) em diferentes concentrações no desenvolvimento

de plântulas de alface. Uma vez que um dos principais efeitos das SH é

verificado nas raízes das plantas (Vaughan e Malcolm, 1985; Façanhas et al.

2002; Canellas et al. 2005; Zandonadi et al. 2013), nesse trabalho foi

investigado o desenvolvimento de raízes em função da dose e do tipo de SH

oriundos de leonardita.

4.2 Material E Métodos

4.2.1 Composição dos condicionadores húmicos

Os produtos utilizados no experimento foram GrowMate Soil® e

GrowMate Plant® ambos fornecidos pela empresa GrowMate™. GrowMate

Soil (GS) possui 1,44 m/m (GROWMATE, 2014)) de ácidos húmicos (AH) e é

constituído por (dados em peso úmido) 398 g.kg-1 de CO (carbono orgânico),

9,7 g.kg-1 de N-total, 54,5 g.kg-1 de P, 5,9 g.kg-1 de K, 0,3 g.kg-1 de Ca, 7,1 g.kg-

1 de Mg, 0,01 mg.kg-1 de Cu, 0,01 mg.kg-1 de Mn, 47,38 mg.kg-1 de Fe, 26,99

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mg.kg-1 de Zn. O pH do produto comercial é 6,6. GrowMate Plant (GP) possui

1,35 % m/m (GROWMATE, 2014) de ácidos fúlvicos (AF) e sua composição

(em peso seco) é:, 310 g.kg-1 de CO, 9,7 g.Kg-1 de N-total, 52,1 g.Kg-1 de P, 1,3

g.Kg-1 de K, 0,3 g.Kg-1 de Ca, 6,4 g.Kg-1 de Mg, 0,01 mg.Kg-1 de Cu, 0,01

mg.Kg-1 de Mn, 246,4 mg.Kg-1 de Fe, 23,78 mg.Kg-1 de Zn e pH em H2O de 6,6.

4.2.2 Ensaios de crescimento de raízes e tratamentos

Sementes de alface (Lactuca sativa, variedade verônica) foram

esterilizadas por meio de imersão numa solução de NaClO 2,0% por 1 minuto,

seguido de imersão em solução de CH3CH2OH a 70% por 1 minuto e por fim

foram realizadas 7 lavagens com água destilada. A seguir, as sementes foram

acondicionadas em papel de germinação, no escuro a 25ºC por 4 dias. Após a

germinação, plântulas foram transferidas para tubos de ensaio de vidro,

empregando-se 50 mL de meio de crescimento que foi água destilada ou

solução Sarruge (1975) (31 mg.L-1 KH2PO4, 48 mg.L-1 MgSO4, 200 mg.L-1

CaCl2, 234 mg.L-1 KCl, 210 mg.L-1 NH4NO3, 0,5 mg.L-1 H3BO3, 0,05 mg.L-1

ZnCl2, 0,02 CuSO4, 0,01 mg.L-1 Na2MoO).

A solução de 100% da dose empregada de GS e GP nesse trabalho foi

preparada aplicando-se um fator de diluição de 50 a partir do produto comercial

(JDMV Brasil, 2012) resultando na concentração de 270 mg L-1 de AF em GP e

288 mg L-1 de AH em GS. A dose de 50% foi preparada usando fator de

diluição 100 resultando na concentração final de 135 mg L-1 de AF em GP e

144 mg L-1 de AH em GS. Essas soluções empregadas nos tratamentos foram

preparadas diluindo-se o produto comercial diretamente na solução Sarruge

preparada previamente (tratamento SN) ou em água destilada (tratamentos

H2O). Os tratamentos empregados nos ensaios foram: solução nutritiva Saruge

+ 100% da dose recomendada de GS (SN+GS100); solução nutritiva Saruge +

50% da dose recomendada de GS (SN+GS50); água destilada + 100% da dose

recomendada de GS (H2O+GS100), água destilada + 50% da dose

recomendada de GS (H2O+GS50), solução nutritiva Saruge + 100% da dose

recomendada de GP (SN+GP100), solução nutritiva Saruge + 50% da dose

recomendada de GP (SN+GP50), água destilada + 100% da dose

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recomendada de GP (H2O+GP100), água destilada + 50% da dose

recomendada de GP (H2O+GP50). O pH de todos os tratamentos foi ajustado a

6,0 com solução de HCl (0,1M) ou NaOH (0,1 M) quando necessário. Como

tratamentos controle foram empregados os meios de crescimento com somente

solução nutritiva Saruge (SN) e somente água destilada (H2O). Plântulas de

alface.

4.2.3 Avaliações de desenvolvimento das plantas de alface

A avaliação do crescimento e desenvolvimento radicular foi realizada

aos 20 e 35 dias após o implante das plântulas nas soluções. Utilizou-se o

programa computacional para análise de imagens Safira, que determinou o

volume (mm3), área (mm2), diâmetro ponderado (mm) e comprimento das

raízes (mm).

4.2.4 Análise estatística

O delineamento utilizado foi inteiramente casualizado (DIC) com 10

repetições de cada tratamento, sendo que 5 repetições foram colhidas aos 20

dias e 5 repetições aos 35 dias após o implante.

Foi realizada análise de variância (ANOVA) para avaliação das

características das raízes. A diferença entre os tratamentos foi determinada

pelo teste de média Tukey (p<0,05).

4.3 Resultados e Discussão

4.3.1 Avaliação aos 20 dias

A aplicação de AH afetou o desenvolvimento de plântulas de alface

(Figura 1), e ocorreram diferenças significativas nos atributos de raízes das

plântulas em função da dose do condicionador (Tabela 21). Os tratamentos que

apresentaram maior volume de raízes das plântulas de alface e que diferiu do

valor do controle foram aqueles com adição de AH:, SN+GS50 e, H20+GS100.

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50

Comportamento semelhante foi observado para área de raízes, onde

novamente os tratamentos SN+GS50 e H2O+GS100 apresentaram valores

maiores que os respectivos controles (Tabela 21).

Infere-se, portanto, que que quando há nutrientes disponíveis, 50% da

dose recomendada de GS (144 mg L-1) é suficiente para promover maior

produção de raiz em relação ao controle (SN). Na ausência de nutrientes,

100% da dose recomendada de GS (288 mg L-1) promove volume e área de

raiz superiores aos respectivos valores do controle. Provavelmente, nesse

caso, a plântula utiliza a reserva de nutrientes contida no próprio GS

Hernandez et al. (2016), observaram proliferação significativa de raízes

de plantas de arroz alagado com aplicação de uma dose de 40 mg.L-1 de AH

de vermicomposto em comparação à dose de 80 mg.L-1 do mesmo AH. AH

extraídos de torta de filtro de cana-de-açúcar e aplicados em plântulas de milho

nas concentrações de 4, 40 e 400 mg.L-1 AH, aumentaram a área das raízes,

em 7 dias, em 103%, 225% e 211% respectivamente (Busato, et al. 2010).

Outros autores encontraram altas correlações entre a maior área e

comprimento das raízes com a maior atividade da membrana plasmática

H+TPAses, em presença de AH (Canellas et al., 2002; Zandonadi et al. 2007 e

Busatto et al. 2010). A maior área e comprimento da raiz promovidas pelo AH

podem ser explicados primeiramente pela teoria do crescimento ácido, que

consiste na acidificação do apoplasto pelas substâncias húmicas, que ocasiona

uma condição para o aumento da plasticidade da parede celular e a

consequente elongação da célula vegetal (Rayle e Cleland 1992).

Posteriormente, Façanhas et al. (2002) comprovaram a presença de

grupamentos auxínicos em AH de lodo de esgoto e de vermicomposto, os

quais induzem e ativam a H+ATPase da membrana plasmática e assim,

incrementam a área radicular, promovendo a acidificação do apoplasto e

consequentemente o aumento da plasticidade da parede celular.

Quanto aos diâmetro ponderado e comprimento de raiz, os tratamentos

com adição de GS não apresentaram valores superiores aos respectivos

controles aos 20 dias . O fato de volume e área de raízes nos tratamentos

SN+GS50 e H2O+GS100, terem diferido dos controles se deve ao fato que no

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51

processo de avaliação da área e volume os pelos radiculares são

contabilizados; já no diâmetro isso não ocorre.

Os tratamentos com GP não diferiram dos respectivos controles no

volume e na área de raiz (Tabela 21). Porém, de maneira geral, existe uma

tendência de inibição do crescimento de raízes na presença de GP (Tabela 21).

Observa-se que o volume e a área tendem a ser menores quanto maior a dose

de GP em solução nutritiva. Como esperado, o diâmetro ponderado e

comprimento das raízes não diferiram entre os tratamentos com GP e controles

(SN e H2O) .

Efeitos benéfico de AF no crescimento de raiz de planta de tabaco foi

observado para doses de 50 a 100 mg L-1 e AF, enquanto doses de 100 a

2000 mg.L-1 AF não apresentaram nenhum efeitom (Mylonas e Mccanti, 1980).

No presente estudo as doses de AF utilizadas foram de 135 a 270 mg.L-

-1 de AF e possivelmente essas concentrações mais elevadas apresentaram

um efeito deletério nas raízes de plântulas de alface aos 20 dias.

De maneira análoga ao efeito do herbicida 2,4-D, que é uma auxina

sintética, doses excessicas de AF poderiam causar morte da raiz pelo

afrouxamento das paredes celulares. Esse afrouxamento é causado pelo

incremento da síntese da enzima celulase, especialmente da

carboximetilcelulose nas raízes de plantas (Ferreira et al. 2005).

4.3.2 Avaliação aos 35 dias

Aos 35 dias (Tabela 21), o volume das raízes no tratamento SN não

diferiu dos tratamento SN+GS50, H20+GS100 e H20+GS50. Isso demonstra

que o uso de ácidos húmicos acelera o crescimento das raízes nos primeiros

20 dias, e que após 30 dias, seu efeito não é mais tão pronunciado. No entanto

os resultados do tratamento SN+GS100 foi menor do que o tratamento

SN+GS50, sugerindo um efeito deletério do AH em maior tempo quando usado

em dose mais elevada.

Em relação à área, o comportamento foi semelhante ao observado no

volume de raízes, o resultado obtido com SN+GS50 não diferiu do obtido no

SN, porém é maior do que o obtido em SN+GS100. Interessante observar que

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52

apesar de não ser estatisticamente menores os valores foram observados na

dose de 100 % em ambos os meios, repetindo o comportamento observado

aos 20 dias.

Nos tratamentos com GP, o volume de raízes não diferiu dos respectivos

controles aos 35 dias. Mesmo comportamento foi observado com a área de raiz

O tratamento H20+GS100 foi o que apresentou maior diâmetro

ponderado de raízes, diferindo estatisticamente do controle e dos tratamentos

SN+GP100 e H2O+GP100, que apresentaram os menores valores para este

parâmetro. Os demais tratamentos apresentaram valores intermediários entre

este tratamentos extremos, não diferindo significativamente.

Em relação ao comprimento da raiz, os tratamentos SN+GS50 e

H2O+GS50 foram os que apresentaram os maiores resultados e não diferiram

dos respectivos controles.

Os tratamentos com SN e GP novamente apresentaram valores de

comprimento significativamente inferiores ao do SN e SN+18GS aos 35 dias.

No meio aquoso essa diferença se manifesta apenas em relação ao H2O+8

GS.

Em nosso estudo, os AF (GP) apresentam massa molecular (mg) inferior

aos AH (GS) sendo esperado que as plantas consigam utilizar de maneira mais

eficientes AF do que AH. Porém, os melhores tratamentos foram os com

aplicação de GS. Canellas et al. (2010), com diferentes massas de AH (61,0 a

567,9 mg) verificaram que o crescimento de raízes de plântulas de milho, não

segue um crescimento linear de acordo com a massa, sendo o tratamento de

massa molecular 369,1 mg o que menos estimulou o crescimento de raízes

adventícias em plântulas de milho, enquanto que a doses máxima e mínimas

apresentaram o mesmo efeito. Assim, é possível relacionar o efeito superior do

condiconador GS no crescimento de raízes de plântulas de alface em relação

ao condicionador GP devido a sua característica química (maior quantidade de

grupos funcionais e consequentemente maior reatividade) e não devido a sua

massa molecular.

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53

Tabela 21: Volume, área, diâmetro ponderado e comprimento das raízes de plântulas de alface aos 20 e 35 dias.

Volume (mm3)

Tempo SN+GS100 SN+GS50 SN+GP100 SN+GP50 SN

20 dias 17,71 abc 25,41 a 6,61 d 11,99 bcd 12,26 bcd

35 dias 19,38 b 68,64 a 10,84 b 19,04 b 39,27 ab

H2O+GS100 H2O+GS50 H2O+GP100 H2O+GP50 H2O

20 dias 24,10 a 21,05 ab 9,48 cd 8,60 cd 12,42 bcd

35 dias 24,10 ab 35,21 ab 6,26 b 9,09 b 22,37 b

Área (mm2)

Tempo SN+GS100 SN+GS50 SN+GP100 SN+GP50 SN

20 dias 134,28 abcd 181,98 a 58,92 e 87,75 de 108,04 bcde

35 dias 170,33 bcd 353,07 a 86,02 cd 138,05 bcd 264,63 abc

H2O+GS100 H2O+GS50 H2O+GP100 H2O+GP50 H2O

20 dias 172,92 ab 162,75 abc 75,61 de 68,81 e 107,54 cde

35 dias 202,70 abcd 277,05 ab 58,37 d 80,34 cd 221,15abcd

Diâmetro ponderado (mm)

Tempo SN+GS100 SN+GS50 SN+GP100 SN+GP50 SN

20 dias 0,71 b 1,59 ab 1,71 ab 1,51 ab 2,11 a

35 dias 1,65 abc 2,92 ab 0,71 c 1,66 abc 1,54 bc

H2O+GS100 H2O+GS50 H2O+GP100 H2O+GP50 H2O

20 dias 1,65 ab 2,30 ab 1,40 ab 1,24 ab 1,49 ab

35 dias 3,63 a 1,90 abc 0,67 c 0,96 bc 1,38 bc

Comprimento (mm)

Tempo SN+GS100 SN+GS50 SN+GP100 SN+GP50 SN

20 dias 97,20 abc 127,6 a 53,6 c 68,6 bc 86,00 abc

35 dias 140,40 abc 212,80 a 63,80 c 100,20 bc 210,00 a

H2O+GS100 H2O+GS50 H2O+GP100 H2O+GP50 H2O

20 dias 119,40 ab 123,40 a 55,20 c 54,40 c 84,40 abc

35 dias 193,20 ab 211,60 a 43,60 c 60,80 bc 158,80 abc

Letras iguais na linha não diferem entre si pelo Teste de Tukey a 5%.

SN+GS100 (solução nutritiva Saruge + 16% m/m de GS), SN+GS50 (solução nutritiva Saruge + 8% m/m

de GS), SN+GP100 (solução nutritiva Saruge + 35,5% m/m de GP), SN+GP50 (solução nutritiva Saruge +

17,75% m/m de GP), H2O+GS100 água destilada + (16% m/m de GS), H2O+GS50 (água destilada + 8%

m/m de GS, H2O+ GP100 (água destilada + 35% m/m de GP, H2O+GP50 (água destilada + 17,75% m/m

de GP), SN (solução nutritiva Saruge) e H2O (água destilada).

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4.4 Conclusão

Nossos resultados indicam que os AH promovem efeito positivo no

crescimento de raízes de alface quando é aplicado na dose de 144 mg L-1

(SN+GS50 e H2O+GS50). Em contrapartida, o AF apresenta efeito inibitório no

desenvolvimento das plântulas de alface quando aplicado na dose de 135 a

270 mgL-1. O efeito benéfico dos AH na dose avaliada se manifesta no estágio

inicial de desenvolvimento da raiz, enquanto que os AF inibem o crescimento

ao longo de todo o processo avaliado.

4.5 Consideração Final

A fim de elucidar o mecanismo de ação das frações húmicas é necessária a

realização de mais experimentos com diferentes doses e ácidos húmicos para

verificar se ainda ocorre efeito positivo, e também para determinar qual a dose

em que os ácidos fúlvicos deixam de ser inibidores do desenvolvimento das

raízes.

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Figura 2: Plântulas de alface aos 20 dias. 1 = solução nutritiva Saruge + 16% m/m de GS (SN+GS100), 2 = solução nutritiva Saruge + 8% m/m de GS (SN+GS50), 3 = solução nutritiva Saruge + 35,5% m/m de GP (SN+GP100), 4 = solução nutritiva Saruge + 17,75% m/m de GP (SN+GP50), 5 = água destilada + 16% m/m de GS (H2O+GS100), 6 = água destilada + 8% m/m de GS (H2O+GS50), 7 = água destilada + 35% m/m de GP (H2O+ GP100), 8 = água destilada + 17,75% m/m de GP (H2O+GP50), 9 = solução nutritiva Saruge (SN) e 10 = água destilada (H2O).

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Figura 2: Plântulas de alface aos 20 dias. 1 = solução nutritiva Saruge + 16% m/m de GS (SN+GS100), 2 = solução nutritiva Saruge + 8% m/m de GS (SN+GS50), 3 = solução nutritiva Saruge + 35,5% m/m de GP (SN+GP100), 4 = solução nutritiva Saruge + 17,75% m/m de GP (SN+GP50), 5 = água destilada + 16% m/m de GS (H2O+GS100), 6 = água destilada + 8% m/m de GS (H2O+GS50), 7 = água destilada + 35% m/m de GP (H2O+ GP100), 8 = água destilada + 17,75% m/m de GP (H2O+GP50), 9 = solução nutritiva Saruge (SN) e 10 = água destilada (H2O).

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Figura 3: Plântulas de alface aos 35 dias. 1 = solução nutritiva Saruge + 16% m/m de GS (SN+GS100), 2 = solução nutritiva Saruge + 8% m/m de GS (SN+GS50), 3 = solução nutritiva Saruge + 35,5% m/m de GP (SN+GP100), 4 = solução nutritiva Saruge + 17,75% m/m de GP (SN+GP50), 5 = água destilada + 16% m/m de GS (H2O+GS100), 6 = água destilada + 8% m/m de GS (H2O+GS50), 7 = água destilada + 35% m/m de GP (H2O+ GP100), 8 = água destilada + 17,75% m/m de GP (H2O+GP50), 9 = solução nutritiva Saruge (SN) e 10 = água destilada (H2O).

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