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EUROBARÓMETRO ESPECIAL “Provedor de Justiça Europeu” Eurobarómetro especial “Provedor de Justiça Europeu” Conduzido por TNS Opinion & Social, a pedido do Parlamento Europeu e do Provedor de Justiça Europeu TNS Opinion & Social Avenue Hermann Debroux, 40 1160 Bruxelas Bélgica

Conduzido por TNS Opinion & Social, a pedido do Parlamento ...com outras instituições da EU, a fim de colocar os cidadãos europeus no centro do seu trabalho. Além disso, inquirir

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EUROBARÓMETRO ESPECIAL “Provedor de Justiça Europeu”

Eurobarómetro especial

“Provedor de Justiça Europeu”

Conduzido por TNS Opinion & Social, a pedido do Parlamento Europeu e do Provedor de Justiça Europeu

TNS Opinion & Social Avenue Hermann Debroux, 40

1160 Bruxelas Bélgica

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EUROBARÓMETRO ESPECIAL “Provedor de Justiça Europeu”

Índice

INTRODUÇÃO .....................................................................................................3 SÍNTESE .............................................................................................................6 1. PERCEPÇÕES DO PROVEDOR DE JUSTIÇA E DOS DIREITOS DOS CIDADÃOS ..7 1.1. Informação das pessoas sobre a Carta dos Direitos Fundamentais da UE ...7 1.2 Interesse do público em conhecer o papel do Provedor de Justiça ...........11 2. O PAPEL E O DESEMPENHO DA ADMINISTRAÇÃO DA UE...............................14 3. DOMÍNIOS PRIORITÁRIOS...........................................................................20 3.1 As responsabilidades do Provedor de Justiça .............................................20 3.2 Os direitos dos cidadãos da UE.................................................................24 CONCLUSÃO .....................................................................................................28

ANEXOS ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS QUESTIONÁRIO QUADROS

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SPECIAL EUROBAROMETER “European Ombudsman”

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INTRODUÇÃO O Provedor de Justiça Europeu1 procede a inquéritos sobre casos de má administração nas instituições e organismos da União Europeia (UE). As instituições sujeitas ao controlo do Provedor de Justiça são, a título de exemplo, a Comissão Europeia, o Conselho da UE e o Parlamento Europeu. Entre os organismos sujeitas ao seu controlo encontram-se, por exemplo, a Agência Europeia de Avaliação dos Medicamentos e a Fundação Europeia para a Melhoria das Condições de Vida e de Trabalho. Apenas o Tribunal de Justiça, o Tribunal de Primeira Instância e o Tribunal da Função Pública, quando actuam no exercício das suas funções jurisdicionais, estão excluídos de um eventual inquérito conduzido pelo Provedor de Justiça Europeu. As queixas apresentadas ao Provedor de Justiça incidem, nomeadamente, em casos de falta de transparência, irregularidades administrativas, parcialidade e abuso de poder, estando frequentemente relacionadas com alegadas violações dos direitos dos cidadãos consagrados, no âmbito do direito da União, na Carta dos Direitos Fundamentais2. Um dos principais objectivos da Carta e do Tratado de Lisboa, que tornou a Carta juridicamente vinculativa para as instituições da União e para os Estados-Membros, quando aplicam o direito comunitário,*** consiste em melhorar a ligação entre os cidadãos e a UE. Um objectivo importante deste inquérito consiste, pois, em avaliar quão próximo o cidadão comum se sente da União e até que ponto está bem informado sobre os seus direitos consagrados na Carta. Estas informações são importantes para o Provedor de Justiça, não só porque os cidadãos necessitam, naturalmente, de conhecer os seus direitos para saberem quando esses direitos são violados, mas também porque este tipo de informação reforça a capacidade do Provedor para trabalhar proactivamente com outras instituições da EU, a fim de colocar os cidadãos europeus no centro do seu trabalho. Além disso, inquirir os europeus sobre o desempenho da administração da UE deve contribuir para identificar os domínios em que podem ser realizados progressos e, em consequência, para evitar futuras queixas de cidadãos europeus. Para além de sensibilizar os cidadãos para os seus direitos, o Provedor de Justiça procura igualmente sensibilizá-los para o facto de o Provedor de Justiça ser um recurso disponível, do mesmo modo que os provedores de justiça nacionais ou regionais que existem nos Estados-Membros, junto do qual podem apresentar as suas queixas. Assim, o inquérito irá igualmente avaliar a forma como os cidadãos entendem o papel do Provedor de Justiça e perguntar-lhes em que é que, na sua opinião, o Provedor de Justiça se devia concentrar para proteger os direitos dos cidadãos.

1 Para mais informações sobre o Provedor de Justiça Europeu, queira consultar: http://www.ombudsman.europa.eu. 2Para mais informações sobre a Carta dos Direitos Fundamentais, queira consultar: http://europa.eu/legislation_summaries/human_rights/fundamental_rights_within_european_union/l33501_en.htm.

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No decurso deste inquérito Eurobarómetro, a rede TNS Opinion & Social entrevistou, entre 9 de Fevereiro e 8 de Março de 2011, 26 836 cidadãos europeus de todos os Estados-Membros da União Europeia sobre o Provedor de Justiça e os direitos dos cidadãos3. Foi utilizada a mesma metodologia que nos inquéritos realizados para a Direcção-Geral da Comunicação do Parlamento Europeu (Unidade “Investigação e Análise Política”)4. Em anexo ao relatório figura uma nota técnica sobre a metodologia utilizada nas entrevistas realizadas pelos institutos da rede TNS Opinion & Social, que indica os métodos de entrevista e os intervalos de confiança5. O estudo oferece uma análise aprofundada do grau de compreensão do Provedor de Justiça e dos direitos dos cidadãos da União em toda a UE e nos diferentes Estados-Membros. O estudo procurou ainda obter a avaliação dos inquiridos sobre o desempenho da União em diversas áreas-chave, bem como a sua percepção acerca das áreas em que o Provedor de Justiça deve concentrar a sua atenção no futuro. O inquérito oferece ainda uma análise demográfica, para ajudar a compreender que alguns sectores da sociedade europeia encaram a questão dos direitos dos cidadãos de forma diferente de outros. A discriminação estatística inclui: masculino/feminino, faixa etária, impacto dos níveis de ensino e rendimentos do agregado familiar e uma série de outros factores socioeconómicos.

**********

O sítio Web do Eurobarómetro pode ser consultado no seguinte endereço: http://ec.europa.eu/public_opinion/index_en.htm

Gostaríamos de aproveitar esta oportunidade para agradecer aos inquiridos de toda a União que se disponibilizaram a participar neste inquérito.

Sem a sua participação activa, este inquérito não teria sido possível.

3 A nota técnica, que especifica os métodos de entrevista e os intervalos de confiança, fornece mais informações sobre a metodologia utilizada. 4 http://ec.europa.eu/public_opinion/index_en.htm. 5 Do anexo constam igualmente os quadros de resultados. Importa notar que o total das percentagens constantes dos quadros do presente relatório pode ser superior a 100%, nos casos em que os inquiridos podem dar mais de uma resposta à mesma pergunta.

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No presente relatório, os países são referidos pela sua abreviatura oficial:

ABREVIATURAS

EU-27 União Europeia – 27 Estados-Membros

DK Não sabe

BE Bélgica BG Bulgária CZ República Checa DK Dinamarca DE Alemanha EE Estónia EL Grécia ES Espanha FR França IE Irlanda IT Itália CY República de Chipre LT Lituânia LV Letónia LU Luxemburgo HU Hungria MT Malta NL Países Baixos AT Áustria PL Polónia PT Portugal RO Roménia SI Eslovénia SK Eslováquia FI Finlândia SE Suécia UK Reino Unido

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SÍNTESE

Apenas 14% dos cidadãos da União se consideram bem ou razoavelmente bem informados sobre a Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia.

72% dos inquiridos afirmam não se sentir informados sobre a Carta.

Cerca de metade dos inquiridos da UE gostaria de saber mais sobre aquilo que o Provedor de Justiça faz, enquanto a outra metade manifesta pouco interesse em saber mais sobre o papel do Provedor de Justiça.

Cerca de um em cada quatro afirma não saber o suficiente sobre a UE para avaliar o seu desempenho em termos de eficácia, sentido de serviço ou transparência.

O nível de interesse no Provedor de Justiça varia consideravelmente consoante os Estados-Membros, indo de 74% de interessados em Chipre a 21% de interessados na Eslováquia.

Apesar de a satisfação ser, de um modo geral, bastante baixa em relação aos três parâmetros, a impressão dominante é a de que o desempenho da UE em termos de transparência é menos bom do que o seu desempenho em termos de eficácia ou sentido de serviço.

A maioria dos inquiridos (52%) pensa que a função mais importante do Provedor de Justiça consiste em assegurar que os cidadãos da UE conheçam os seus direitos e saibam como exercê-los.

O direito de circular e residir livremente na UE é considerado o direito mais importante dos cidadãos, com 48% dos inquiridos a considerarem-no significativo.

Apenas um em cada três inquiridos considera que o direito a uma boa administração é um dos seus direitos mais importantes.

As pessoas informadas acerca da Carta dos Direitos Fundamentais da UE tendem a classificar melhor o desempenho da UE do que aquelas que admitem pouco saber sobre a Carta.

A percentagem de inquiridos mais jovens que pensa que o desempenho da UE em termos de eficácia, sentido de serviço e transparência é mais elevada do que a de inquiridos mais velhos.

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1. PERCEPÇÕES DO PROVEDOR DE JUSTIÇA E DOS DIREITOS DOS CIDADÃOS 1.1. Informação das pessoas sobre a Carta dos Direitos Fundamentais da UE - A maior parte dos cidadãos sente-se pouco informada acerca da Carta da UE; uma pequena minoria nunca ouviu falar na Carta - Uma clara maioria dos cidadãos (72%) não se sente informada acerca da Carta dos Direitos Fundamentais da UE. 36% afirmam não estar muito bem informados e uma proporção idêntica afirma não estar de todo informada6. Outros 13% revelaram espontaneamente que nunca tinham ouvido falar da Carta. Comparativamente, apenas 14% dos inquiridos da UE afirmam estar bem informado sobre esta matéria, considerando 12% estar razoavelmente informados e apenas 2% estar muito bem informados.

Se analisarmos os resultados por Estado-Membro, observamos que em apenas três países – Luxemburgo (25%), República Checa (22%) e Itália (21%) – mais de 20% dos inquiridos se consideram informados7. Apenas 6% dos letões e 8% dos franceses, lituanos e romenos se consideram bem informados. Pelo menos 70% dos inquiridos afirmaram não estar informados8 em 18 Estados-Membros, com a Espanha (88%) e a Finlândia (85%) a apresentarem proporções particularmente elevadas. Apesar de, em Portugal, apenas 49% dos inquiridos se consideram não informados, uma proporção

6 QB1: “Quão informado se sente acerca da Carta dos Direitos Fundamentais da UE?” Respostas possíveis: muito bem informado, razoavelmente informado, não muito bem informado, nada informado, nunca ouvi falar disso (ESPONTÂNEA). 7 Por “informado” entende-se “muito bem informado” ou “razoavelmente informado”. 8 Por “não informado” entende-se “não muito bem informado” ou “nada informado”.

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muito elevada de portugueses (39%) afirma nunca ter ouvido na Carta dos Direitos Fundamentais de União, contra 28% de irlandeses e 27% de gregos. “Não muito bem informado” é a resposta mais frequente em 15 Estados-Membros, enquanto “nunca ouvi falar nisso” é a resposta mais comum em Portugal9.

A análise dos dados sociodemográficos revela algumas diferenças consoante a categoria dos inquiridos. Observam-se pequenas variações em função do género, com os homens a tenderem a considerar-se mais informados (15% contra 11% de mulheres). Um número ligeiramente superior de mulheres afirma nunca ter ouvido falar da Carta dos Direitos Universais da União (15%, contra 12% de homens). Contudo, em ambos os géneros, a proporção daqueles que se consideram informados é marginal, com 72% dos homens e 73% das mulheres a afirmar que não estão informados.

9 Em França, igual número de pessoas (36%) afirma-se "não muito bem informado" ou "nada informado".

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A idade do inquirido também tem um impacto praticamente nulo no seu conhecimento da Carta da União. Apenas 12% dos inquiridos com 55 ou mais anos se afirmam informados, contra 13% dos inquiridos com 25-39 e 40-54 anos e 14% dos inquiridos com 15-24 anos. 75% dos inquiridos na faixa etária 40-54 afirmam não estar informados, como o afirmam 74% na faixa 25-39. Contudo, esta proporção cai para 72% junto dos inquiridos com 55 ou mais anos e para 69% junto dos inquiridos com 15-24 anos. O nível de ensino dos inquiridos influencia ligeiramente o seu conhecimento da Carta da UE. 18% das pessoas que terminaram os estudos com 20 ou mais anos de idade afirmam-se informadas, percentagem que não vai além de 11% nas pessoas que terminaram os estudos com 16-19 anos e de 8% nas pessoas que terminaram os seus estudos até aos 15 anos. 76% das pessoas que terminaram os estudos com 16-19 anos afirmam não estar informadas, contra 73% das pessoas que terminaram os seus estudos com 20 ou mais anos e 66% das pessoas que ainda estão a estudar. Enquanto 70% das pessoas que terminaram os estudos até aos 15 anos afirmam não estar informadas, 20% das pessoas deste grupo afirmam nunca ter ouvido falar da Carta da UE. No que respeita à profissão, as pessoas que ocupam lugares de direcção tendem a afirmar-se informadas, o que é o caso de 19% das pessoas desta categoria. 18% dos trabalhadores independentes afirmam-se igualmente informados, mas apenas 6% das pessoas que não trabalham e 9% dos desempregados dizem a mesma coisa. 18% das pessoas que não trabalham afirmam nunca ter ouvido falar da Carta da UE, tal como 16% dos reformados, mas apenas 5% das pessoas que ocupam cargos de direcção. Os inquiridos em situação económica menos favorável tendem a afirmar que nunca ouviram falar na Carta da UE. Apenas 11% dos inquiridos que “quase nunca” têm dificuldades em pagar as contas nunca ouviram falar na Carta, percentagem que sobe para 15% nas pessoas que “de vez em quando” têm dificuldade em pagar as contas e para 19% nas pessoas que “na maior parte das vezes” têm dificuldade em pagar as contas. 14% das pessoas que quase nunca têm dificuldade em pagar as contas afirmam-se informadas, mas apenas 9% das pessoas que têm quase sempre dificuldade em pagar as contas se consideram informadas. As pessoas que se consideram na base da “escada” social10 são as que mais tendem a afirmar espontaneamente que nunca ouviram falar na Carta. 18% destes inquiridos assim o afirmam, contra 13% dos que se colocam a meio da “escada” social e 9% dos que se colocam no topo da “escada” social.

10 Esta variável é construída mostrando aos inquiridos uma escada com dez degraus e solicitando-lhes que se posicionem num desses degraus. (O primeiro degrau corresponde ao “nível mais baixo da sociedade” e o décimo degrau corresponde ao “nível mais elevado da sociedade”.)

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Total 'Informed'

Total 'Not informed'

Have never heard of it

(SP.)DK

EU27 14% 72% 13% 1%

Male 15% 72% 12% 1%

Female 11% 73% 15% 1%

15-24 14% 69% 16% 1%

25-39 13% 74% 12% 1%

40-54 13% 75% 11% 1%

55 + 12% 72% 15% 1%

15- 8% 70% 20% 2%

16-19 11% 76% 12% 1%

20+ 18% 73% 8% 1%

Still studying 17% 66% 15% 2%

Self-employed 18% 69% 12% 1%

Managers 19% 75% 5% 1%

Other white collars 16% 74% 9% 1%

Manual workers 11% 75% 13% 1%

House persons 6% 74% 18% 2%

Unemployed 9% 75% 14% 2%

Retired 11% 72% 16% 1%

Students 17% 66% 15% 2%

Most of the time 9% 70% 19% 2%

From time to time 13% 71% 15% 1%

Almost never 14% 74% 11% 1%

Low (1-4) 8% 73% 18% 1%

Medium (5-6) 12% 74% 13% 1%

High (7-10) 19% 71% 9% 1%

Self-positioning on the social staircase

Respondent occupation scale

Difficulties paying bills

QB1 How informed do you feel you are about the Charter of Fundamental Rights of the EU?

Sex

Age

Education (End of)

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1.2 Interesse do público em conhecer o papel do Provedor de Justiça

- Metade dos cidadãos da UE manifesta interesse em saber mais sobre as responsabilidades do Provedor de Justiça, enquanto a outra metade manifesta pouco

interesse nesta matéria - Os cidadãos da União dividem-se quanto ao interesse em saber mais sobre as responsabilidades do Provedor de Justiça da União11, com metade a afirmar-se interessada (49%) e outra metade a não expressar qualquer interesse (48%)12. Apenas 10% das pessoas se afirmam muito interessadas, enquanto 39% se afirmam algo interessadas. Em contrapartida, 29% dos inquiridos afirmam-se não muito interessados e 19% afirmam-se nada interessados.

Uma leitura destas respostas por país revela-nos que em apenas 11 Estados-Membros pelo menos metade dos inquiridos afirma estar interessada em saber mais sobre o papel do Provedor de Justiça. Os níveis de interesse são mais elevados em Chipre, com 74% das pessoas interessadas, no Luxemburgo (64%) e em Malta (62%). Em contrapartida, apenas 21% dos eslovacos, 30% dos letões e 32% dos dinamarqueses manifesta algum interesse no assunto. O número de inquiridos que afirma não estar interessado em saber qual é o papel do Provedor de Justiça é mais elevado na Eslováquia (78%), na Letónia (68%) e na Dinamarca (67%). “Muito interessado” é a resposta mais frequente em apenas um Estado-Membro – Chipre (40%) -, enquanto “não muito interessado” é a resposta mais frequente em oito países – Dinamarca (49%), Letónia (47%) Finlândia (45%), República Checa (43%), Eslováquia (40%), Hungria (36%), Polónia (36%) e Bulgária (32%).

11 QB4: “Está pessoalmente interessado em ser informado sobre as responsabilidades do Provedor de Justiça Europeu? Diria que está…” Respostas possíveis: muito interessado, algo interessado, não muito interessado, nada interessado. 12 Por “interessado” entende-se “muito interessado” ou “algo interessado”. Por “não interessado” entende-se “não muito interessado” ou “nada interessado”.

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Podem observar-se variações sociodemográficas entre as diferentes categorias: os dados sugerem que as variações em função do género são negligenciáveis e que as diferenças entre os inquiridos de diferentes grupos etários não são muito marcadas. Contudo, enquanto 53% dos inquiridos do grupo dos 40-54 anos e 51% dos do grupo 25-39 anos se afirmam interessados em saber mais sobre o papel do Provedor de Justiça, apenas 46% das pessoas dos grupos dos 15-24 e 55 ou mais anos afirmam a mesma coisa. Também os inquiridos com um nível de ensino superior tendem mais a manifestar interesse pelo trabalho do Provedor de Justiça. 59% das pessoas que terminaram os estudos com 20 ou mais anos de idade afirmam-se interessadas, percentagem que não vai além de 48% nas pessoas que terminaram os estudos com 16-19 anos e de 40% nas pessoas que terminaram os seus estudos até aos 15 anos. As pessoas que se colocam no topo da “escada” social tendem mais a

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considerar-se interessadas em receber mais informação sobre o Provedor de Justiça. 56% dos inquiridos que se colocam no topo da “escada” social afirmam-se interessados, contra 49% dos que se colocam a meio da “escada”e 42% dos que se colocam na base da “escada”. Os inquiridos que se consideram informados sobre a Carta dos Direitos Fundamentais da UE manifestam muito maior interesse em saber mais sobre o Provedor de Justiça do que os que dizem não estar informados sobre a Carta. 69% das pessoas que estão informadas sobre a Carta estão interessadas em saber mais sobre o Provedor de Justiça, contra 49% das pessoas que estão pouco informadas sobre a Carta. Por último, apenas 31% das pessoas que responderam espontaneamente que nunca ouviram falar da Carta dos Direitos Fundamentais da UE estão interessadas em ser informadas sobre as responsabilidades do Provedor de Justiça Europeu.

Total 'Interested'

Total 'Not interested'

DK

EU27 49% 48% 3%

Male 51% 47% 2%

Female 48% 49% 3%

15-24 46% 51% 3%

25-39 51% 47% 2%

40-54 53% 45% 2%

55 + 46% 51% 3%

15- 40% 56% 4%

16-19 48% 49% 3%

20+ 59% 39% 2%

Still studying 49% 48% 3%

Low (1-4) 42% 54% 4%

Medium (5-6) 49% 48% 3%

High (7-10) 56% 43% 1%

Informed 69% 30% 1%

Not informed 49% 49% 2%

Self-positioning on the social staircase

Informed about the Charter of Fundamental Rights

QB4 How interested are you personally to get informed about the responsibilities of the European Ombudsman? Would you say

you are…?

Sex

Age

Education (End of)

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2. O PAPEL E O DESEMPENHO DA ADMINISTRAÇÃO DA UE

- Apenas uma pequena minoria dos cidadãos da União pensa que a UE tem um desempenho satisfatório em termos de eficácia; um em cada quatro inquiridos

ignora se a UE ou não eficaz - A impressão que os cidadãos têm da administração da UE relativamente aos três parâmetros em apreço – eficácia, sentido de serviço e transparência – é a de que o nível de desempenho é baixo13. No conjunto dos três, são mais os inquiridos que consideram que o desempenho da administração da UE é "insatisfatório" do que aqueles que o consideram “moderadamente satisfatório” ou “satisfatório”14.

Na pergunta relativa à eficácia da administração, são mais numerosos (35%) os inquiridos que pensam que o nível de eficácia da administração da UE é insatisfatório do que aqueles que expressam um nível de satisfação moderado ou elevado. Três em cada dez inquiridos consideram o desempenho da UE moderadamente satisfatório (31%), enquanto apenas 10% o consideram satisfatório. Um quarto das pessoas afirma não saber se a administração é ou não eficaz (24%). Na escala de 1 a 10 utilizada, a resposta média situa-se em 4,4.

13 QB2: “Com base no que conhece e numa escala de 1 a 10, como avalia o desempenho da administração da UE em cada um dos seguintes domínios? “1” significa que o desempenho da administração da UE num domínio específico “não é nada satisfatório” e “10” significa que o seu desempenho é “muito satisfatório”. QB2_1: “eficácia da administração da UE”; OB2_2: “sentido de serviço da administração da UE”; OB2_3: “transparência da administração da UE”. 14 “Insatisfatório” corresponde a respostas de 1 a 4 na escala; "medianamente satisfatório" corresponde a respostas de 5 a 6 (no relatório, preferimos utilizar a expressão “moderadamente satisfatório”); “satisfatório” corresponde a respostas de 7 a 10.

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No que respeita ao sentido de serviço da administração da UE, os inquiridos da UE tendem mais a pensar que o desempenho da UE é insatisfatório (33%) do que a pensar que é moderadamente satisfatório (30%) ou satisfatório (10%). 27% das pessoas afirmam não saber se a administração da UE tem ou não sentido de serviço. A resposta média da UE é 4,4. De um modo geral, o desempenho da UE em termos de transparência é considerado menos bom do que em termos de eficácia e sentido de serviço. 42% das pessoas estão insatisfeitas com o desempenho da UE em termos de transparência, enquanto 25% se afirmam moderadamente satisfeitas e apenas 9% se consideram satisfeitas. 24% das pessoas afirma ignorar se a UE é ou não transparente. A resposta média dos inquiridos de toda a UE situa-se em 4,0, a mais baixa dos três tópicos em apreço. A análise dos dados por país revela claramente quais os países que têm uma impressão mais favorável do desempenho da administração da UE. Os inquiridos de Malta e da Eslováquia são aqueles que têm uma impressão mais positiva da UE relativamente aos três parâmetros, embora os índices de aprovação sejam igualmente elevados na Bulgária e na Roménia. No outro extremo da escala, os inquiridos alemães e britânicos são aqueles que têm a pior impressão do desempenho da administração da UE. No que respeita à eficácia da administração da UE, em 12 países, uma maioria relativa de inquiridos afirma “não saber” se a administração da UE é ou não eficaz. O resultado médio é mais elevado em Malta (5,6), na Bulgária (5,4) e na Eslováquia (5,4), e mais baixo no Reino Unido (3,7), na Alemanha (3,9) e na Suécia (3,9). Os resultados pormenorizados são os seguintes: um número de pessoas relativamente elevado em Malta (26%), na Eslováquia (26%) e na Roménia (22%) considera o desempenho da administração da UE satisfatório em termos de eficácia, enquanto apenas 4% dos inquiridos britânicos e 6% dos inquiridos franceses e suecos têm a mesma opinião. 48% dos inquiridos belgas consideram o desempenho da UE moderadamente satisfatório, contra 45% dos inquiridos neerlandeses e 43% dos inquiridos luxemburgueses. Contudo, apenas 20% dos inquiridos romenos, 21% dos inquiridos búlgaros e 22% dos inquiridos britânicos consideram o desempenho da UE moderadamente satisfatório. Uma elevada proporção dos inquiridos na Suécia (55%), na Dinamarca (49%) e na Áustria (48%) consideram a eficácia da UE insatisfatória, contra apenas 17% dos inquiridos na Bulgária e em Malta. Na Bulgária (47%) e na Irlanda (42%) uma proporção

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importante de pessoas afirma não saber se a administração da UE é ou não eficaz. A análise das impressões acerca do sentido de serviço da administração da UE por país revela que “não sei” é a resposta mais frequente em 17 Estados-Membros. O resultado médio é mais elevado em Malta (5,5) e na Eslováquia (5,5), e mais baixo no Reino Unido (3,7), na Alemanha (3,9). Um número relativamente elevado de inquiridos na Eslováquia (26%), na Roménia (22%) em Malta (20%) considera o desempenho da administração da UE satisfatório em termos de sentido de serviço, enquanto apenas 5% dos inquiridos britânicos e 6% dos inquiridos franceses e suecos têm a mesma opinião. 43% dos inquiridos belgas, 40% dos inquiridos finlandeses e 39% dos inquiridos neerlandeses consideram o desempenho da UE moderadamente satisfatório, contra apenas 20% dos inquiridos búlgaros e britânicos. Uma proporção significativa dos inquiridos na Áustria (47%), na Alemanha (44%) e na Dinamarca (43%) consideram o nível de eficácia insatisfatória, contra apenas 16% dos inquiridos na Bulgária e 17% dos inquiridos em Malta. Na Bulgária (48%) e na Irlanda (45%) uma proporção elevada de pessoas afirma não saber se a administração da UE tem ou não sentido de serviço. No que respeita à transparência, “não sei” é também, de longe, a resposta mais frequente em 17 Estados-Membros. O resultado médio é mais elevado na Eslováquia (5,4) e na Roménia (5,3), e mais baixo na Dinamarca (3,1), na Alemanha (3,2) e no Reino Unido (3,2). Um número relativamente elevado de inquiridos na Eslováquia (24%) e na Roménia (21%) considera o desempenho da administração da UE em termos de transparência satisfatório, enquanto apenas 3% dos inquiridos dinamarqueses e 3% dos inquiridos britânicos têm a mesma opinião. 40% dos inquiridos na Finlândia e 36% dos inquiridos em Itália consideram o desempenho da UE moderadamente satisfatório, contra apenas 14% dos inquiridos no Reino Unido e 18% dos inquiridos na Dinamarca e na Alemanha. 64% dos inquiridos na Dinamarca e 62% dos inquiridos na Áustria afirmam que o desempenho da UE é insatisfatório, mas apenas 20% dos inquiridos na Bulgária e 23% dos inquiridos na Roménia são tão críticos. Uma vez mais, uma proporção elevada de inquiridos na Bulgária (46%) e na Irlanda (44%) afirma não saber se a administração da UE é ou não transparente.

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Os dados sociodemográficos revelam que os homens tendem a exprimir mais insatisfação com o desempenho da UE; por exemplo, na pergunta relativa à eficácia, 39% dos homens afirmam que o desempenho da UE neste domínio é insatisfatório, contra 31% das mulheres. De um modo geral, as mulheres tendem mais a afirmar não saber se o desempenho da UE é ou não satisfatório: 28% afirmam-no na pergunta relativa à eficácia, contra 20% dos homens, e 31% afirmam-no em relação ao sentido de serviço, contra 22% dos homens.

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Os inquiridos mais jovens tendem mais a considerar o desempenho da administração da UE satisfatório do que os inquiridos mais velhos. Por exemplo, em termos de eficácia, 15% das pessoas do grupo etário 15-24 afirmam que o desempenho da UE é satisfatório, contra 8% dos inquiridos com 55 ou mais anos. Por outro lado, 39% dos inquiridos do grupo etário 40-54 afirmam que o desempenho da UE é insatisfatório, contra apenas 25% dos inquiridos do grupo etário 15-24. Os resultados são praticamente idênticos no que respeita ao sentido de serviço e à transparência. É igualmente possível identificar uma tendência relacionada com o posicionamento dos inquiridos na “escada” social, com aqueles que se colocam no topo da escada a tenderem mais a considerar o desempenho da UE satisfatório do que aqueles que se colocam na base ou a meio. No que respeita à eficácia da UE, por exemplo, 16% das pessoas que se colocam na parte superior da “escada” social, avaliam o desempenho da administração como satisfatório, contra 9% das que se colocam no meio e 7% daquelas que se colocam na base. Os inquiridos que se consideram informados sobre a Carta dos Direitos Fundamentais da UE tendem a fazer uma apreciação muito mais favorável do desempenho da UE do que os que dizem não conhecer a Carta. Por exemplo, 24% das pessoas informadas afirmam que a UE tem um desempenho satisfatório em termos de eficácia, enquanto apenas 8% das que afirmam não estar bem informadas têm a mesma opinião, resultados que, no essencial, se aplicam aos dois outros parâmetros. Globalmente, os dados sociodemográficos suportam as conclusões anteriores de que a impressão geral sobre o desempenho da UE não é boa e de que o desempenho da UE em termos de transparência é um pouco menos bom do que em termos de eficácia e de sentido de serviço. Contudo, é evidente que as pessoas com acesso a melhor informação sobre a UE tendem a ter uma opinião um pouco mais favorável sobre o desempenho da UE.

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3. DOMÍNIOS PRIORITÁRIOS

3.1 As responsabilidades do Provedor de Justiça

- A maioria dos inquiridos pensa que a função mais importante do Provedor é manter os cidadãos da União Europeia devidamente informados acerca dos seus direitos -

Para muitos, a mais importante responsabilidade do Provedor de Justiça consiste em assegurar que os

cidadãos da UE conhecem os seus direitos e sabem como exercê-los15 - 52% dos inquiridos consideram que

esta é uma das principais funções do Provedor de Justiça. 34% dos inquiridos pensam que é importante que o

Provedor de Justiça Europeu trabalhe com os provedores de justiça dos diferentes Estados-Membros da UE para

assegurar que as queixas dos cidadãos sobre a UE têm uma resposta eficaz, enquanto 30% considera que

incumbe ao Provedor de Justiça promover o direito dos cidadãos a uma boa administração por parte das

instituições da UE. Procurar uma solução para as queixas de má administração é considerado importante por

27% dos inquiridos, enquanto 22% consideram que a promoção do direito dos cidadãos de aceder aos

documentos da UE deveria constituir uma prioridade para o Provedor de Justiça. 19% dos inquiridos afirmam

pretender que o Provedor de Justiça se concentre no reforço do sentido de serviço da UE e 11% admitem não

saber quais deveriam ser os aspectos mais importantes do papel do Provedor de Justiça.

15 QB3: Na sua opinião, quais das seguintes responsabilidades do Provedor de Justiça Europeu é mais importante? Promover o direito dos cidadãos da UE a uma boa administração por parte das instituições da UE, promover o direito dos cidadãos da UE a aceder a documentos das instituições da UE, procurar reforçar o sentido de serviço da administração da UE, assegurar que os cidadãos da UE conhecem os seus direitos e sabem como exercê-los, procurar dar resposta às queixas de má administração dos cidadãos, trabalhar com os provedores de justiça dos Estados-Membros para assegurar que as queixas dos cidadãos sobre a UE são tratadas eficazmente, outras (ESPONTÂNEAS). máximo 3 respostas

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“Assegurar que os cidadãos da UE conhecem os seus direitos e sabem como exercê-los” é a primeira resposta dada em todos os Estados-Membros, com excepção dos países Baixos, onde a resposta mais frequente é “trabalhar com os provedores de justiça dos Estados-Membros para assegurar que as queixas dos cidadãos sobre a UE são tratadas eficazmente”, e da Irlanda, onde “promover o direito dos cidadãos da UE a uma boa administração por parte das instituições da UE” é considerado tão importante como “assegurar que os cidadãos da UE conhecem os seus direitos”. “Assegurar que os cidadãos da UE conhecem os seus direitos e sabem como exercê-los” é considerada uma responsabilidade particularmente importante na Dinamarca e na Suécia, onde 69% dos inquiridos escolheu esta resposta, mas não é considerada assim tão essencial na Roménia (38%), na Irlanda (43%) e em Portugal (43%). “Trabalhar com os provedores de justiça dos Estados-Membros para assegurar que as queixas dos cidadãos sobre a UE são tratadas eficazmente” é considerado uma função essencial do Provedor de Justiça Europeu na Dinamarca (61%), na Suécia (59%) e nos Países Baixos (53%, em primeiro lugar), enquanto na Roménia (16%) e na Lituânia (22%) são relativamente poucos os inquiridos que lhe conferem tanta importância. Os inquiridos cipriotas (49%), suecos (43%) e irlandeses (para 43% é a resposta mais dada, a par de “assegurar que os cidadãos da UE conhecem os seus direitos e sabem como exercê-los”) consideram que “promover o direito dos cidadãos da UE a uma boa administração por parte das instituições da UE” constitui uma das mais importantes responsabilidades do Provedor de Justiça, mas apenas 18% dos inquiridos polacos e 20% dos inquiridos lituanos têm a mesma opinião. “Procurar dar resposta às queixas de má administração dos cidadãos” é considerado muito importante por 52% das pessoas na Finlândia e por 48% das pessoas em Chipre; em contrapartida, apenas 12% das pessoas na Estónia e 16% das pessoas na Suécia consideram este domínio prioritário. Os inquiridos suecos (38%) e dinamarqueses (36%) consideram que “promover o direito dos cidadãos da UE a aceder a documentos das instituições da UE” constitui uma responsabilidade muito importante, contra apenas 13% dos inquiridos lituanos e 14% dos inquiridos checos, letões e polacos. “Procurar reforçar o sentido de serviço da administração da UE” constitui uma prioridade importante, de acordo com 36% dos inquiridos na Áustria e 31% dos inquiridos na Grécia, mas não é considerado tão prioritário na Letónia (11%), no Luxemburgo (13%) ou no Reino Unido (13%). Um número relativamente elevado de inquiridos romenos (26%), estónios (22%) e lituanos (22%) afirma não saber quais deveriam ser as principais responsabilidades do Provedor de Justiça.

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Os dados sociodemográficos sugerem apenas ligeiras variações de género, sendo a diferença mais marcada entre 32% de homens e 28% de mulheres que consideram que “promover o direito dos cidadãos da UE a uma boa administração por parte das instituições da UE” deveria ser uma das mais importantes tarefas do Provedor de Justiça. As variações em função da idade são igualmente negligenciáveis. Os inquiridos dos grupos etários 25-39 e 40-54 tendem mais a considerar os seis deveres em apreço componentes importantes das funções do Provedor de Justiça do que os dos grupos com idades inferiores e superiores.

Já o nível de ensino dos inquiridos influencia mais a sua opinião acerca das prioridades do Provedor de Justiça. 42% das pessoas que terminaram os estudos com 20 ou mais anos de idade afirmam que o Provedor de Justiça deveria “trabalhar com os provedores de justiça dos Estados-Membros para assegurar que as queixas dos cidadãos sobre a UE são tratadas eficazmente”, percentagem que cai para 34% nas pessoas que terminaram os estudos com 16-19 anos e para 28% nas pessoas que terminaram os seus estudos até aos 15 anos. De um modo geral, este padrão repete-se para as outras funções do Provedor de Justiça em apreço.

Todas as responsabilidades do Provedor de Justiça em apreço são mais frequentemente referidas como domínios prioritários por pessoas que estão interessadas em saber mais sobre o Provedor de Justiça do que por pessoas que não estão interessadas. Por exemplo, 59% das pessoas que estão interessadas em saber mais afirmam que assegurar que os cidadãos conhecem os seus direitos e sabem como exercê-los deveria ser uma das principais funções do Provedor de Justiça, contra 47% das pessoas que não estão interessadas em saber mais. São muito mais numerosos os inquiridos que não estão interessados (16%) que afirmam não saber quais deveriam ser as prioridades do Provedor de Justiça do que os inquiridos interessados (4%).

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3.2 Os direitos dos cidadãos da UE

-Na opinião dos inquiridos, o direito a uma boa administração por parte das instituições da UE é o segundo direito mais importante dos cidadãos europeus -

O direito de circular e residir livremente na UE é aquele que é considerado importante pelo maior número de inquiridos (48%), seguido do direito a uma boa administração por parte das instituições da UE (33%), surgindo o direito a apresentar queixas ao Provedor de Justiça Europeu (32%) como o terceiro mais importante direito dos cidadãos16 aos olhos dos inquiridos. 21% das pessoas consideram o direito de aceder a documentos das instituições da UE um dos seus direitos mais importantes, com o mesmo número de pessoas a referir o direito de votar em eleições europeias em caso de mudança para outro Estado-Membro. 20% das pessoas consideram o direito apresentar petições ao Parlamento Europeu como um dos seus direitos mais significativos, enquanto o direito de propor legislação através de iniciativas de cidadãos é considerado um direito importante por 19% dos inquiridos. 9% dos inquiridos afirmam não saber quais dos seus direitos enquanto cidadãos europeus são os mais importantes.

O direito de circular e residir livremente na UE é considerado o mais importante em 21 Estados-Membros. O direito a uma boa administração por parte das instituições da UE é considerado o mais importante em três países (Grécia, Espanha e Itália), enquanto o direito a apresentar queixas ao Provedor de Justiça Europeu é considerado o mais importante noutros três (República Checa, Malta e Portugal).

16 QB5: “Dos direitos dos cidadãos a seguir referidos, quais são os que, pessoalmente, considera mais importantes? Máximo de 3 respostas de entre as seguintes possibilidades: o direito a uma boa administração por parte das instituições da UE, o direito a apresentar queixas ao Provedor de Justiça, o direito de aceder aos documentos das instituições europeias, o direito a apresentar petições ao Parlamento Europeu, o direito de circular e residir livremente na UE, o direito de propor legislação através de iniciativas de cidadãos, o direito de votar em eleições europeias se mudar para outro Estado-Membro, outros (ESPONTÂNEOS).

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O direito de circular e residir livremente na UE é considerado particularmente importante na Finlândia (74%) e na Suécia (73%); em contrapartida, os italianos (28%) e espanhóis (31%) não o consideram uma prioridade. O direito de apresentar queixas ao Provedor de Justiça Europeu é muito valorizado na Grécia (46%) e na Eslovénia (44%), mas apenas 16% dos lituanos e 21% dos letões o consideram um direito importante. 32% dos dinamarqueses e dos suecos consideram que o direito de aceder aos documentos das instituições da UE é um direito importante, enquanto apenas 13% dos espanhóis e dos lituanos é desta opinião. Uma percentagem anormalmente elevada de cipriotas (53%) e 36% dos gregos consideram que o direito a apresentar petições ao Parlamento Europeu é um dos seus direitos mais importantes, direito que é muito menos valorizado pelos búlgaros (6%) e pelos dinamarqueses (8%). 31% dos inquiridos na Áustria e 30% dos inquiridos em Chipre consideram importante o direito de propor legislação através de iniciativas de cidadãos; em contrapartida, na Polónia e na Bulgária, apenas 7% e 11% das pessoas, respectivamente, consideram este direito particularmente importante. Um número relativamente elevado de inquiridos irlandeses (17%), portugueses (16%), búlgaros (15%) e britânicos (15%) afirma não saber quais dos seus direitos enquanto cidadãos europeus são os mais importantes.

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Uma vez mais, os dados sociodemográficos revelam que as variações de género são irrelevantes, residindo a diferença mais importante no facto de 50% dos homens e 46% das mulheres considerarem o direito de circular e residir livremente na UE um direito importante. As variações etárias são igualmente pouco significativas, embora se observem algumas variações entre os inquiridos mais e menos jovens. Os jovens tendem mais a considerar o direito a circular e residir livremente na UE um direito importante: 55% dos inquiridos do grupo etário 15-24 anos afirmam que é importante, percentagem que desce para 52% no grupo 40-54 anos e para 42% no grupo de pessoas com 55 e mais anos. Os jovens tendem igualmente mais a considerar importante o direito de votar

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nas eleições europeias na eventualidade de se mudarem para outro Estado-Membro: 26% dos inquiridos do grupo etário 15-24 anos afirmam que é importante, percentagem que desce para 21% nos grupos 25-39 e 40-54 anos e para 20% no grupo de pessoas com 55 e mais anos. Contudo, os inquiridos mais velhos tendem mais do que os mais novos a considerar importantes outros direitos dos cidadãos. Por exemplo, 35% das pessoas do grupo com 55 ou mais anos consideram importante o direito a uma boa administração por parte das instituições da UE, contra 34% no grupo com 40-54 anos, 32% no grupo 25-39 anos e 28% no grupo 15-24 anos. O nível de ensino dos inquiridos influencia significativamente a importância que as pessoas conferem a alguns dos direitos dos cidadãos da UE em apreço. A diferença mais marcada diz respeito ao direito de circular e residir livremente na UE: 57% das pessoas que terminaram os estudos com 20 ou mais anos de idade consideram este direito importante, percentagem que não vai além de 48% nas pessoas que terminaram os estudos com 16-19 anos e de 34% nas pessoas que terminaram os seus estudos com 15 ou menos anos. Do mesmo modo, 26% dos inquiridos que terminaram os estudos com 20 ou mais anos pensa que o direito de votar nas eleições europeias na eventualidade de se mudarem para outro Estado-Membro é importante, contra apenas 20% entre os que terminaram os estudos com 16-19 anos e 17% daqueles que terminaram os estudos com 15 anos ou menos.

The right to move and reside freely

in the EU

The right to good administration by

EU institutions

The right to submit complaints

to the European Ombudsman

The right to have access to

documents of the EU institutions

The right to vote in European

elections if you move to another Member State

The right to petition the European

Parliament

The right to propose

legislation through a citizens' initiative

DK

EU27 48% 33% 32% 21% 21% 20% 19% 9%

Male 50% 34% 32% 22% 21% 21% 20% 7%

Female 46% 32% 32% 21% 22% 19% 18% 10%

15-24 55% 28% 29% 19% 26% 18% 18% 10%

25-39 52% 32% 31% 22% 21% 21% 20% 6%

40-54 49% 34% 33% 24% 21% 21% 20% 7%

55 + 42% 35% 33% 20% 20% 19% 16% 11%

15- 34% 32% 32% 19% 17% 18% 17% 15%

16-19 48% 33% 33% 22% 20% 21% 18% 8%

20+ 57% 36% 32% 23% 26% 22% 21% 4%

Still studying 58% 26% 28% 18% 28% 19% 20% 9%

QB5 From the following European citizens' rights, which are the most important to you personally? (MAX. 3 ANSWERS)

Sex

Age

Education (End of)

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CONCLUSÃO

O presente inquérito Eurobarómetro demonstra que muito há ainda a fazer para estabelecer uma ligação efectiva entre o cidadão comum e a União Europeia, conforme preconizado no Tratado de Lisboa. Apenas 14% dos inquiridos afirmam que estão bem ou razoavelmente informados acerca da Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia – percentagem idêntica à dos que admitem nunca ter sequer ouvido falar da Carta –, o que demonstra claramente que o principal desafio consiste em educar o grande público sobre os seus direitos enquanto cidadãos da UE. Paralelamente, é necessário informar as pessoas acerca da existência de um Provedor de Justiça com a função de defender esses direitos. Embora o cidadão comum não hesite em considerar o desempenho da UE globalmente fraco, o facto de as pessoas que estão bem informadas acerca da Carta – e, em consequência, da própria UE – fazerem uma avaliação mais positiva do seu desempenho do que aquelas que pouco ou nada sabem sobre ela constitui um sinal encorajador. É, pois, desejável educar o grande público, não só para que as pessoas conheçam melhor os seus direitos, mas também para melhorar a imagem que têm das instituições da UE. A ignorância do público é um problema tão sério para a reputação da UE como eventuais falhas das instituições da UE. O inquérito demonstra ainda muito claramente que baixos índices de aprovação e um desinteresse geral pela UE são muito mais marcados nuns Estados-Membros do que noutros. Nos primeiros, é necessário envidar esforços acrescidos para contrariar a impressão negativa que as pessoas têm da UE e para demonstrar, através da educação sobre a Carta dos Direitos Fundamentais e sobre um Provedor de Justiça incumbido de defender o direito a uma boa administração, que a UE constitui uma influência positiva nas vidas dos europeus. Naturalmente, não é razoável supor que todas as impressões negativas acerca do desempenho da UE carecem de fundamento. A geralmente fraca classificação atribuída ao desempenho da UE em matéria de eficácia, sentido de serviço e, sobretudo, transparência demonstra que a UE ainda pode melhorar nestes domínios. O Provedor de Justiça pode, neste contexto, desempenhar um papel importante, acompanhando esses esforços e certificando-se de que os pedidos de informação, por exemplo, são objecto de uma resposta pronta por parte das instituições pertinentes da UE. Contudo, o mais importante é que o Provedor de Justiça está em condições de desempenhar um papel proactivo, trabalhando com as instituições para melhorar o seu desempenho, não se limitando a dar seguimento a queixas individuais. Se os problemas sistémicos foram eficazmente solucionados, o desempenho global da UE melhorará em conformidade. No entanto, a maioria dos cidadãos da UE (52%) pensa que a função mais importante do

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Provedor de Justiça deveria ser informar as pessoas sobre os seus direitos - quando, na realidade, a principal função do Provedor de Justiça consiste em investigar queixas. Ora, isto ilustra o facto, evidente, de que as pessoas querem conhecer os seus direitos antes de começarem a pensar em protegê-los. Presentemente, o número de cidadãos da UE que conhece os seus direitos não é suficiente. Alterar este cenário deve constituir uma prioridade para toda a UE e não apenas para o Provedor de Justiça Europeu.