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PECUÁRIA: Boi gordo atinge recorde em valores reais revistaconexaorural.com.br ENTREVISTA: Fabio Meirelles, presidente da Agrishow LAVOURA: Multinacionais investem alto no controle biológico Máquinas do futuro Pesquisadores e engenheiros debruçam-se sobre projetos diversificados, tentando vislumbrar e antecipar as necessidades do campo para os próximos 50 anos Ano 1 - Edição 3 - Abril/2015 ANTS, da Valtra: O trator conceito da marca e constituído por dois ou mais módulos independentes

Conexão Rural Ed. 03 - Abril de 2015

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Revista Conexão Rural – A conexão no campo (www.revistaconexaorural.com.br) A publicação da VP GROUP traz para o setor que mais cresce no País as principais tendências do agronegócio nas áreas de economia, tecnologia, análise de mercado, artigos técnicos e entrevistas. Tudo para auxiliar os profissionais e empresários do campo, na era da inovação e da conectividade.

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PECUÁRIA: Boi gordo atinge recorde

em valores reais

revistaconexaorural.com.br

ENTREVISTA: Fabio Meirelles, presidente

da Agrishow

LAVOURA: Multinacionais investem alto

no controle biológico

Máquinas do futuroPesquisadores e engenheiros debruçam-se sobre projetos diversi� cados, tentando vislumbrar e antecipar as necessidades do campo para os próximos 50 anos

Ano

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ANTS, da Valtra: O trator conceito da marca e constituído por dois ou mais módulos independentes

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Janeiro 2015 | 3

DiretoriaPresidência e CEO

Victor Hugo [email protected]

RedaçãoEditora

Fátima [email protected]

ColaboradoresAlf Ribeiro (Fotos), Béth Mélo (texto),

Iara Siqueira (texto) eMárcio Mingardo (texto)

Articulistas Marcelo Pupin (AGCO)

ArteFlávio Bissolotti

fl [email protected] Dalmas

[email protected]

Web DesignRobson Moulin

[email protected] Macedo

[email protected]

Comercial Diretor ComercialChristian Visval

[email protected] de Contas

Viviane Romãoviviane.romã[email protected]

Ismael [email protected]

MarketingAnalista

Thiago [email protected]

AssistenteMichelle Visval

[email protected]

SistemasFernanda Perdigão

[email protected] Martins

[email protected]

FinanceiroRodrigo Oliveira

[email protected]

CONEXÃO RURALwww.revistaconexaorural.com.br

Tiragem: 10.000 exemplaresImpressão: duograf

Al. Madeira, 53, cj 92 - 9º andar - Alphaville 06454-010 - Barueri – SP – Brasil

+55 11 4197-7500 www.vpgroup.com.br

Ano 1 • N° 3 • Abril de 2015

EDITORIAL

O AGRONEGÓCIONÃO PARA

N o instante em que esta edição estava sendo finalizada, o merca-do do agronegócio se preparava para mais uma nova edição da Agrishow, a segunda maior feira agrícola do mundo e a maior da América Latina. Inspirada em similares norte-americanas, a

Agrishow nasceu em 1993 causando reboliços. Isso porque, não tinha quem não comentasse, na época, a proposta de levar as máquinas para o campo em simulacros e simulações de preparação do solo. Pioneira a oferecer ao agricultor a possibilidade de ver o equipamento em ação antes da compra, a Agrishow passou a ter um papel importante no faturamento do setor. Como acontece anualmente, as indústrias seguram seus lançamentos e as recen-tes inovações tecnológicas, para exibi-los durante esse grande evento.Nos últimos anos, não há sequer uma semana em que não apareça no mercado uma solução ou, pelo menos, uma versão aprimorada de equipa-mentos, máquinas e implementos já existentes. Inúmeros profissionais se empenham em pesquisas e desenvolvimento de produtos e serviços para garantir que a roda da evolução tecnológica continue a girar. A mecaniza-ção, afinal, é um caminho sem volta e fundamental nos dias atuais. E quem dirá daqui a dez, vinte, cinquenta anos? Pensando nisso, a edição deste mês da Revista Conexão Rural tratou de tentar buscar essa respos-ta. Como o aumento da produtividade, a economia de combustíveis e a crescente automação das lavouras estão mudando a indústria de tratores e equipamentos agrícolas? As máquinas do futuro já chegaram. Vale a pena também conferir a reportagem especial sobre o segmento da pecuária. Em dezembro do ano passado, durante o VII Simpósio “O Futuro está aqui, realizado em Rondonópolis (MT)”, especialistas afirmavam que os dois anos seguintes seriam de bons resultados para o setor. O evento reuniu criadores, pesquisadores, técnicos e especialistas, que debateram o tema: pecuária sob a ótica da política, manejo e mercado. Os pecuaristas comemoram a chegada dos bons tempos de valorização na arroba, porém sem perder de vista os desdobramentos da crise econômica e o ritmo de consumo do mercado aqui dentro e também lá fora. Espera-se que, os bons ventos permaneçam por muito tempo no pasto.

Boa leitura.

Fátima CostaEditora

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4 | Abril 2015

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SUMÁRIO

Entrevista

Femagri EntrevistaPecuária

News VitrineTecnologia

Capa

Fabio Meirelles, presidente da Agrishow - Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação

Da produção à colheita, a mecanização tem provocado uma transformação na produtividade e uma alternativa para reduzir custos

Nei César Mânica, presidente da Cotrijal Cooperativa Agropecuária e Industrial

Mercado do boi decola e continuará aquecido em 2015, com preços pagos aos pecuaristas perto de patamares recordes

Os dados, que integram o Índex da Asbia, indicam alta no mercado da inseminação

As novidades da Agrishow 2015

Indústria nacional de pneus agrícolas investe na linha dos radiais

24SustentabilidadeBichinhos do bem: o avanço do controle biológico nas lavouras

A crescente automação das lavouras está mudando a indústria de máquinas e equipamentos agrícolas10

Abril 2015 | 5

ENTREVISTA | ESPECIAL AGRISHOW | Fabio Meirelles, presidente da Agrishow ENTREVISTA

Texto: Fátima Costa | Fotos: Alf Ribeiro

Em um ano de desafios, a Agrishow terá, novamente, umpapel de protagonismo

Inovaçãotecnológica poderá ser vista

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp) e novo dirigente da Agrishow – Feira Inter-nacional de Tecnologia Agrícola em Ação,

Fábio Meirelles, anunciou no dia 25/03, durante uma coletiva de imprensa, em São Paulo, as at-rações de um dos principais eventos do agronegócio na América Latina. Em entrevista à Revista Conexão Rural, Meirelles destaca a expressiva contribuição do evento para o desenvolvimento tecnológico do segmento, para o aprimoramento de técnicas de

manejo no campo, e para a adoção de inovações que auxiliaram a elevar o patamar de produtividade, de produção e de lucratividade da agropecuária nacio-nal. Meirelles comandará pela primeira vez a Agri-show, que neste ano ocorre entre 27 de abril e 1º de maio, em Ribeirão Preto (SP).

Revista Conexão Rural – Qual é a contribuição da Agrishow para o agronegócio brasileiro?Fábio Meirelles – O Brasil nunca precisou tanto do agronegócio como neste momento. E a Agrishow tem

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ENTREVISTA | ESPECIAL AGRISHOW | Fabio Meirelles, presidente da Agrishow

“ESTE ANO, PODEMOS SONHAR COM O MESMO MONTANTE PERTO DE R$ 2,7 BILHÕES DE FATURAMENTO. APESAR DE

TODAS AS DIFICULDADES QUE PASSAMOS NO MOMENTO

TEREMOS UMA BOA AGRISHOW”

um papel fundamental nesse sentido, porque os agri-cultores do Norte ao Sul do País se encontram na feira para trocar informações e ver novidades. A� nal, eles têm a responsabilidade de produzir para alimentar 210 milhões de pessoas. A Agrishow é um instrumen-to nacional para pequenos, médios e grandes produ-tores rurais, ao mostrar a evolução tecnológica do agronegócio brasileiro, possibilitar o intercâmbio de informação entre eles e, também, garantir o in-cremento de produtividade por meio da adoção de inovações. É uma feira completamente inovadora, por causa da área de demonstração que possui. E as empresas do segmento seguram seus lançamentos an-uais para serem vistos lá.

Conexão Rural – Quais as atrações da Agrishow? Meirelles – A Agrishow contará com a participação de mais de 800 marcas, que preparam uma série de novidades em máquinas, implementos agrícolas, sistemas de irrigação, acessórios, peças, e outros produtos, com o intuito de elevar a produtividade do cultivo dos produtores rurais e, assim, reduzir custos com insumos, recursos naturais e hora tra-balhada do equipamento no campo, aumentando a rentabilidade. A feira terá lançamentos nas áreas

de: agricultura de precisão, agricultura familiar, armazenagem [silos e armazéns], corretivos, fertil-izantes, defensivos, equipamentos de segurança de irrigação, ferramentas, implementos e máquinas agrícolas, para construção, peças, autopeças, pne-us, pecuária, produção de biodiesel, sacarias e em-balagens, seguros, sementes, so� ware e hardware, telas, arames, cercas, válvulas, bombas, motores e veículos. Tradicionalmente, são esperadas as princi-pais lideranças do segmento bem como a participação de importantes representantes das três esferas do gov-erno – municipal, estadual e federal. Com a promessa da visita da presidente Dilma Rousse� . Em termos de visitação, a expectativa é receber, em uma área de 440 mil metros quadrados, 160 mil visitantes do Brasil e do exterior, um público quali� cado e interessado em conhecer tecnologias para o campo.

Conexão Rural – Qual é o ponto alto da edição 2015?Meirelles – Idealizado pelas principais entidades do agronegócio no País: Associação Brasileira do Agronegócio, Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos, Associação Nacional para Difusão de Adubos, a Federação da Agricultura e da Pecuária do Estado de São Paulo e a Sociedade Rural Brasileira, o evento é organizado pela BTS Informa, integrante do Grupo Informa. Nesta edição, são espe-radas as caravanas de produtores rurais promovidas pela Faesp que estará promovendo a visita de mais de 15 mil agricultores. A feira sediará a etapa � nal do Prêmio Trator do Ano 2015, onde será anunciado o modelo vencedor bem como os primeiros lugares nas quatro categorias de produto – até 80 cv, de 80 a 130 cv, de 130 a 200 cv e acima de 200 cv – e na categoria Especiais. O vencedor do Prêmio Trator do Ano será aquele que, entre os � nalistas, obtiver a melhor aval-iação do júri técnico. Já o trator que receber a maior votação da mídia especializada receberá o título de “Design do Ano”.

Conexão Rural – O volume de negócios esperado pas-sará de R$ 2 bilhões?Meirelles – Apesar do cenário econômico, o agricultor está entusiasmado em produzir cada vez mais. Mesmo perante aos impactos de pessimismo e da incerteza em torno da economia do País, nesta edição cremos que iremos superar a edição anterior. Este ano, po-demos sonhar com o mesmo montante perto de R$ 2,7 bilhões de faturamento. Apesar de todas as di� cul-dades que passamos no momento teremos uma boa Agrishow. A� nal, a agropecuária não pode parar.

Conexão Rural – O atual cenário da economia brasile-ira, com elevação da taxa de juros e maior controle do crédito, podem prejudicar os negócios durante a 22ª edição da Agrishow?Meirelles – A Faesp [Federação da Agricultura e da Pecuária do Estado de São Paulo], a Anfavea [Asso-ciação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automo-tores], em conjunto com outras associações do setor, como a Abimaq [Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos], enviaram há duas sem-

mantidas, uma vez que a manutenção dos juros traz mais segurança ao produtor, que poderá, com maior facilidade de pagamento, modernizar a frota agrícola. Sabemos das di� culdades que o governo tem em manter as taxas de juros. Estamos tentan-do convencê-lo que caso não haja investimento no campo, haverá menos produtividade. Estamos no aguardo de boas notícias.

Conexão Rural – A feira pretende “abraçar” out-ros setores, como aves e suínos, assim como fez com a pecuária?Meirelles – Essa é uma questão técnica que precisa ser analisada, mas não é tendência da Agrishow avançar nesse campo.

Conexão Rural – Será a sua primeira edição no co-mando de uma Agrishow, qual é a expectativa?Meirelles – Como presidente da Faesp, a entidade representa todo o poder agrícola do Estado, desde o pequeno produtor ao agricultor ao empresário. É um honra, uma vez que ao longo desses mais de 20 anos, a feira tem sua expressiva contribuição para o desen-volvimento tecnológico do segmento, para o aprimo-ramento de técnicas de manejo no campo, e para a adoção de inovações que auxiliaram a elevar o patam-ar de produtividade, de produção e de lucratividade da agropecuária nacional.

Abril 2015 | 7

“O BRASIL NUNCA PRECISOU TANTO DO AGRONEGÓCIO COMO NESTE MOMENTO. E A AGRISHOW TEM UM PAPEL FUNDAMENTAL NESSE

SENTIDO, PORQUE OS AGRICULTORES DO NORTE AO SUL DO PAÍS SE ENCONTRAM NA FEIRA PARA TROCAR INFORMAÇÕES E VER NOVIDADES”

anas uma carta aos ministérios da Fazenda e da Ag-ricultura com um pedido para que, até o � nal desta safra, não haja alterações nas condições, volumes de � nanciamento e taxas de juros do Programa Mo-derfrota [Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Col-heitadeiras]. Atualmente, o Moderfrota oferece tax-as de juros de 4,5% ao produtor rural para compra de máquinas agrícolas.

Conexão Rural – Em edições anteriores, a ex-posição foi palco de anúncios governamentais im-portantes, como em 2011, com a entrada de uma linha de � nanciamento para grandes máquinas colheitadeiras, dentro do Programa Mais Alimen-tos, do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), o que vocês espe-ram para essa edição?Meirelles – Neste ano, esperava-se o sucesso dos negócios que depende da sinalização do governo federal em manter inalteradas as regras para o � -nanciamento agrícola da atual safra e, ainda, do anúncio antecipado do Plano Agrícola e Pecuário para a safra 2015/16, que está previsto para en-tre maio e junho. Temos de fato uma preocupação quanto à linha de � nanciamento do Moderfrota, operada pelo BNDEs, para que permaneçam inal-teradas. Esperamos que as taxas de juros sejam

8 | Abril 2015

PECUÁRIA

O mercado de sêmen bovino cresceu 4,49% em comparação com o ano anterior. O movimento total do mercado foi de 13,6 milhões em 2014, diante de pouco mais de 13 milhões em 2013. Os dados, que integram o Índex da Associação Brasileira de Inseminação Arti� cial (Asbia), foram divulgados pela entidade, no dia 12 de março, na sede da Sociedade Rural Brasileira, em São Paulo (SP). O Index aponta que as vendas foram de 12 milhões de doses de sêmen e as exportações de sêmen de gado de leite tiveram aumento de 23,4%. O relatório, no período de 2009 a 2014, aponta um crescimento no mercado de vendas na ordem de 59% para as doses de gado de corte e 41% de doses de leite. Também houve um crescimento nas vendas de botijões, com aumento de mais de 6,4%, o que indica claramente a entrada de novos usuários na utilização da técnica. Os Estados que mais adquiriram doses de corte foram MT, MS, GO, RS e PA. Já no leite, os maiores compradores foram de MG, RS, PR, SC e GO.

Uma nova linha de produtos que promove uma rápida adaptação dos animais ao sistema de con� namento, menor taxa de refugo de cocho, maior ganho de peso e rendimento de carcaça. Esses são alguns dos benefícios oferecidos pelos novos suplementos nutricionais da marca DSM Tortuga. Lançados o� cialmente, no dia 19 de março, em São Paulo, os produtos da linha Fosbovi Con� namento com Crina e RumiStar prometem revolucionar a pecuária de corte. Os produtos compostos pela linha contêm Minerais Tortuga (Carbo-amino-fosfoquelastos). O Crina é um aditivo já utilizado na União Europeia em gado de leite que substitui o uso de antibióticos e ionóforos

Mercado em alta

PRODUTOS

DSM lançalinha desuplementos

NEGOCIAÇÃO

BayerCropScienceanuncia nova aquisição

na ração de bovinos con� nados. O RumiStar é uma enzima alfa-amilase, que atua diretamente no rúmen do animal, auxiliando na digestão do amido, melhorando a e� ciência alimentar e reduzindo o custo de produção da arroba produzida no con� namento. “Os animais tratados com os produtos apresentaram um ganho de carcaça de até 12 kg a mais que o grupo controle, cuja ração continha monensina, melhorador de desempenho mais utilizado pelos con� nadores”, diz Flávio Portela, professor da Esalq/USP, responsável pela equipe cientí� ca que conduziu os trabalhos.

Seguindo sua estratégia global de avançar cada vez mais no mercado de sementes no Brasil, a Bayer CropScience anunciou a aquisição do negócio de sementes da Cooperativa Central Gaúcha (CCGL), do Rio Grande do Sul. Atuando fortemente nos segmentos de laticínios, logística e tecnologia voltada para pesquisa, desenvolvimento e melhoramento de sementes de soja, trigo e forrageiras – bem como tecnologia de manejo agrícola e pecuária de leite – a CCGL é uma das mais tradicionais cooperativas agrícolas do País. “O negócio possibilitará à Bayer CropScience expandir ainda mais o seu trabalho de pesquisa e desenvolvimento de variedades de sementes para atender às demandas e necessidades dos produtores brasileiros. Esta importante aquisição viabiliza nosso acesso a um banco de germoplasma de qualidade para o desenvolvimento de variedades e traits”, diz Eduardo Mazzieri, diretor de Negócios de Sementes da companhia.

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A Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) divulgou a programação preliminar da 81ª edição da ExpoZebu, que acontece de 03 a 10 de maio, no Parque Fernando Costa, em Uberaba (MG). Como destaques para 2015, entre leilões, eventos técnicos, culturais, palestras e julgamentos de animais, a principal exposição de gado zebuíno do Brasil terá o lançamento do Centro de Referência da Pecuária Brasileira – Zebu (CRPB – Zebu), além da 3ª. edição da ExpoZebu Dinâmica. Segundo Luiz Claudio Paranhos, presidente da ABCZ, a produtividade na pecuária foi o tema que guiou a formatação da programação desta edição. A 81ª ExpoZebu conta com o patrocínio do Banco do Brasil, Coca-Cola, DSM Tortuga, Dow AgroSciences e Marfrig e o apoio da Vale, Governo de Minas, Senar, Cemig, Apex-Brasil, Fazu e Ministério da Agricultura.

EXPOZEBU

ABCZ divulga programação

O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em parceria com a The Nature Conservancy (TNC) e a Dow, empresa do setor químico, realizaram a primeira reunião do AgroLAC 2025. Fundada pelo BID, o evento pretende colocar em prática as recomendações do relatório The Next Global Breadbasket: How Latin America Can Feed the World, fomentando parcerias e ações para suportar práticas de agricultura sustentável na América Latina e no Caribe, de forma a ajudar o agronegócio destas regiões a atingir seu potencial como uma parte importante da solução para a segurança alimentar global e regional. Atuando com diversos doadores e colaboradores dos setores públicos e privados, o AgroLAC busca levantar US$ 30 a 50 milhões em três ou cinco anos, para apoiar projetos que promovam a agricultura sustentável. América Latina e Caribe estão sendo cada vez mais vistos como um celeiro mundial.

HISTÓRIA

Husqvarnaquer crescer mais

O Grupo Husqvarna, que em 2014 comemorou 325 anos de história, mostrou que pretende crescer ainda mais. A multinacional sueca está presente em mais de cem países e conta com mais de 25 mil revendedores e cerca de R$ 11 bilhões em vendas global, dados de 2013. “Nossa intenção é dobrar de tamanho. Queremos ser uma empresa de R$ 400 milhões até 2019 e com uma concentração grande de produtos para a América Latina”, diz Eloi Fernandes, vice-presidente de vendas e serviços para a América Latina. Em 1900, a Husqvarna teve seu primeiro contato com a área de agronegócio, quando adquiriu a Norrahammars Bruk, e passou a ter cortadores de grama manuais. Hoje, ela mantém em sua linha motosserras, roçadeiras, podadores, sopradores, pulverizadores, atomizadores, motocultivadores, tratores, cortadores de grama e Giro Zero. No ano passado, a marca trouxe a Derriçadora de café Husqvarna CH12. Para 2015, estão previstos produtos a bateria, com tecnologia AutoTune e tratores de jardim.

SUSTENTABILIDADE

Fórum Global de Segurança Alimentar

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10 | Março 2015

CAPA | ESPECIAL AGRISHOWCAPA

Texto: Fátima Costa | Fotos: Divulgação

Fabricantes mundiais de máquinas e implementos agrícolastentam prever quais serão as necessidades dos agricultores em 2050. No campo, os conceitos de soluções integradas jásinalizam o que está por vir

O futuro chegouo,

Imagine como serão as máquinas agrícolas e os tratores que estarão nos campos por volta de 2050. É possível visualizar robôs voadores, atuando solitários e de forma absurdamente

rápida? No filme Interestelar (EUA, 2014), que tem como ponto de partida a escassez dos recursos na-turais e da produção agrícola, colheitadeiras robo-tizadas e drones já são uma realidade nas lavouras.

Certamente, da ficção à realidade, muitas boas e produtivas mudanças serão percebidas no agrone-gócio durante as próximas décadas. Isso porque em todo o mundo pesquisadores e engenheiros debru-çam-se sobre projetos diversificados, tentando vis-lumbrar e antecipar as necessidades da agricultura no futuro. Afinal, terá a Terra alimentos suficientes

para 9 bilhões, número de pessoas que deverão ha-bitar o planeta em 2050, segundo dados da Orga-nização das Nações Unidas (ONU)? Para garantir a alimentação para tanta gente, questões como essa são pré-requisito para desenvolver qualquer novo projeto. Não é de hoje que as empresas vêm bus-cando soluções para otimizar a produção no campo.

Em 2011, no ano de seu sexagenário, a Valtra apresentou no Centro de Exposição de Paviljonki, em Jyväskylä, na Finlândia, um conceito futurista de trator. Reunida no centro de tecnologia da mar-ca, que pertence ao Grupo AGCO, uma equipe de de-sign industrial desenvolveu o projeto que recebeu o nome de Ants (tradução de formigas em português, pela semelhança com o inseto).

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O futuro chegouo,Trator movido a gás metano da New Holland, empresa que pertencente ao grupo CNH. Motor de quatro cilindros, fabricado pela Fiat Powertrain, promete reduzir em até 80% as emissões que os tratores convencionais a diesel produzem

ANTS, com grandes rodas e vários eixos, tem mobilidade na cabine, painel de controle 3D, operável no vidro do para-brisa

O trator Ants, que também faz referência aos atu-ais modelos da Valtra das séries A, N, T e S, trata-se de uma máquina-conceito constituída por dois ou mais módulos independentes, projetada para desem-penhar grande parte das atividades agrícolas, desde o preparo do solo até o transbordo do produto colhi-do. A partir da unidade geradora de potência, é per-mitido acoplar implementos para a colheita de grãos, forragem e pulverização, entre outras operações.

Com grandes rodas e vários eixos, a máquina tem mobilidade na cabine, painel de controle 3D,

operável no vidro do para-brisa, no qual aparecem detalhes sobre volume de combustível, velocida-de, temperatura externa e condições do solo e da planta. Seus comandos são executados em alavancas semelhantes a um joystick. “A evolução tecnológica mostra as projeções da Valtra quanto ao avanço da agricultura de precisão no mundo. A expectativa tra-çada pelo projeto é de que nas próximas décadas as máquinas possam trabalhar de forma independente em diferentes operações controladas automatica-mente. Dependendo cada vez menos do operador”, enfatiza Marco Antônio Gobesso, gerente de marke-ting de equipamentos de cana-de-açúcar da AGCO.

Outras companhias do setor também vêm inves-tindo em pesquisa e desenvolvimento de produtos. A maioria dos modelos poderá estar disponível no mercado logo cedo. Como é o caso do trator movido a gás metano da New Holland, empresa pertencente ao grupo CNH. O protótipo NH2 há dois anos estava sendo testado em uma propriedade perto de Turim, na Itália e, segundo o setor de engenharia da empre-sa, é focado no objetivo da companhia de proporcio-nar mais independência ao produtor em termos de recursos energéticos para o trabalho. Projetos como este têm como foco o conceito de sustentabilidade, assim como reduzir a dependência de combustíveis fósseis, como o óleo diesel, que tendem a subir de preço a médio e longo prazos. “É uma evolução na-tural, dentro de uma história de desenvolvimento contínuo da indústria. Além disso, muitas fazendas europeias são produtoras de gás metano a partir de resíduos de animais. E foi pensando nisso que a empresa trabalhou esse conceito. É um recurso renovável, produzido na própria unidade de bio-gás da propriedade, o que permite independência e redução de custos”, explica Nilson Righi, gerente de marketing para trator da New Holland. O projeto

12 | Abril 2015

“As expectativas é que nas próximas décadas as máquinas possam trabalhar de forma independente em diferentes operações controladas automaticamente”, diz Marco Antonio Gobesso, gerente de marketing de equipamentos de cana-de-açúcar da AGCO.

“É uma evolução natural, dentro de uma história de desenvolvimento contínuo da indústria. Além disso, muitas fazendas europeias são produtoras de gás metano a partir de resíduos de animais. E foi pensando nisso que a empresa trabalhou este conceito”, diz Nilson Righi, gerente de marketing para trator da New Holland

“Há quinze anos, quando a agricultura de precisão chegou ao campo, muitos ainda se impressionam. Foi um período difícil em

que as empresas junto com a Embrapa começaram a divulgar a tal tecnologia. Hoje, elas chegam a um ambiente muito

mais preparado. Acredito que período de grandes evoluções já aconteceu”, diz Gregory Riordan, gerente de marketing de

agricultura de precisão para a América Latina da CNH Industrial

inicial era fabricar um trator movido a hidrogênio. “Ele substituiria o tradicional motor de combustão com células de combustível de hidrogênio para ge-rar eletricidade. Entretanto esbarramos no acesso a esse tipo de combustível”.

O trator que já rendeu à montadora prêmios de design no exterior não deve tardar em se tornar um modelo comercial, apesar do aspecto futurista, está em sua segunda atualização. A proposta da New Holland é disponibilizá-la ao mercado europeu no final do ano que vem. O T6.180 é um modelo de 175 cv, padrão com as características de um T6, mo-tor de quatro cilindros, fabricado pela Fiat Power-train. “Ele é capaz de realizar todas as funções de qualquer outro trator, opera de maneira silenciosa e promete reduzir em até 80% as emissões que os tratores convencionais a diesel produzem”, explica.

De acordo com Gregory Riordan, gerente de marketing de agricultura de precisão para a Améri-ca Latina da CNH Industrial, detentora das marcas New Holland e Case, as tecnologias hoje passam pela agricultura de precisão. “Atualmente todas as máquinas já contam com o piloto automático. Com as tecnologias, já é possível realizar o moni-toramento da produtividade das colheitadeiras, por exemplo, já é possível ler todas as informações da máquina, inclusive quanto ela está colhendo”, diz. E podem muito mais.

As máquinas do futuro utilizam-se da base de uma máquina normal automatizada para conseguir substituir e fazer o processo que um operador faz. No futuro próximo, as máquinas tomarão decisões e assumirão a responsabilidade que o operador as-sumia antes. “Provavelmente a tendência é de que a estrutura de uma cabine, por exemplo, vá evo-

luindo até que o local onde o operador se sentava não seja mais necessário.” Os protótipos assim são pensados para atender, por exemplo, ao segmento hortifrúti, no qual o operador fica exposto no mo-mento da aplicação de defensivos. Modelos assim já estão trabalhando, rodando em operações, porém a companhia não informa onde e quantos estão ro-dando. Riordan lembra que há quinze anos, quando a agricultura de precisão chegou ao campo, muitos ainda se impressionavam. “Foi um período difícil, e as empresas, junto com a Embrapa, começaram a divulgar a tal tecnologia. Hoje elas chegam a um ambiente muito mais preparado. Acredito que o pe-ríodo de grandes evoluções já aconteceu”, diz.

Enquanto o futuro não chegaAs empresas do setor preparam novidades no

curto e médio prazos. Para isso, as montadoras de

CAPA | ESPECIAL AGRISHOW

Abril 2015 | 13

A colhedora de cana da Valtra, a BE1035 é acionada com a chave cartão (similar a um cartão de crédito), que trabalhará de acordo com o que foi confi gurada.

Para completar o seu portfólio, a New Holland traz o trator mais potente da linha T7, com 230 cv

máquinas agrícolas instaladas no País trabalham duro para aproximar os produtores dessa realida-de futurista. A Valtra, por exemplo, traz a BE1035. Trata-se da primeira colhedora de cana da marca. “A companhia sempre atuou junto ao mercado ca-navieiro com outros produtos. Agora essa máquina vem para completar o seu portfólio”, diz Marco An-tônio Gobesso, da AGCO.

A máquina tem alta performance e ao mesmo tempo é econômica, uma vez que tem o motor ajus-tado para o baixo consumo de combustível, baixa emissão de poluentes e maior vida útil. Além de um pacote de soluções que combina uma cabine confortável, pensada de forma ergonômica para o operador e com um sistema eletrônico desenvolvi-do realmente para facilitar o trabalho no campo, a colhedora traz ainda um novo sistema de teleme-tria. “Pela primeira vez em um equipamento do gru-po, ele permitirá o monitoramento da máquina em tempo real, quer seja da fábrica, da concessionária Valtra ou até mesmo do cliente”, explica. Em come-moração ao lançamento, a marca oferecerá gratui-tamente esse serviço de monitoramento a todos os clientes que fecharem negócio na Agrishow ou até o final desta safra.

Outra inovação da colhedora é a chave-cartão que pode ser codificada para diferentes níveis de acesso. O que quer dizer que a colhedora, quando acionada com a chave-cartão (semelhante a um cartão de cré-dito), trabalhará de acordo com a configuração. E essa programação pode variar segundo o nível de especialidade do profissional, ou seja, de quem re-gula a máquina, que pode ser o líder ou o coorde-nador de colheita. “A proposta é tirar do operador a responsabilidade de regulagem do equipamento e,

assim, garantir que a colhedora opere sempre nas melhores condições”, diz. De acordo com ele, como é uma colhedora de operação simples, isso diminui o problema que as usinas têm também com a falta de mão de obra qualificada.

Uma nova safra de supermáquinas está pronta para acelerar nos campos brasileiros. É o que pro-mete a New Holland. Durante a Agrishow, a empresa apresenta a colheitadeira de classe 5 e 8, que agora é fabricada no Brasil. A nova colheitadeira CR8090 vem com o rotor duplo, exclusivo da linha CR, e também traz um tanque graneleiro de 14.500 litros, tubo de descarga de 8,6 metros e com velocidade de descarga de 142 litros por segundo, motor FPT cursor 13 de 489 hp, podendo alcançar até 550 hp de potência máxima, solução completa de agricul-tura de precisão e piloto automático e o exclusivo

sistema Opti Spreader, que distribui a palha perfei-tamente para até 45 pés. “A colheitadeira é uma das supermáquinas do agronegócio. Ela tem espaço na cabine que pode até abrigar um frigobar e tem siste-ma de ar-condicionado”, diz Righi. Para completar o portfólio, a companhia traz o trator mais potente da linha T7, com 230 cv, e a plantadeira PL5000, com a maior autonomia do segmento.

Do mesmo grupo da CNH, a Case IH apresenta sua mais nova linha de plantadeiras com tanque central de sementes, a Easy Riser. Desenvolvido no centro tecnológico de Piracicaba (SP), o imple-mento chega ao mercado em seis opções: 11, 13, 15, 17, 19 e 24 linhas. Segundo Giovani Polastro, espe-cialista de marketing da Case IH, a base de desen-volvimento das novas plantadeiras segue alinhada à filosofia das tecnologias eficientes da Case IH, o conceito Efficient Power. Segundo ele, a linha Easy Riser contém tanque de sementes com autonomia 30% superior aos principais produtos do mercado, além de apresentar baixo índice de manutenção e alta porcentagem de acerto da semente.

Reforçando a equipe de grandes máquinas, a Massey Ferguson traz a MF 9695 Trident, nova co-lheitadeira classe 6 da marca, a linha de tratores MF 6700R Dyna-4, demonstrada anteriormente como conceito e que chega aos campos nos modelos de 112, 122 e 130 cv, todos com o reconhecido câmbio automático Dynashift. E, pela primeira vez também, a plantadeira MF 700 CFS, com o sistema único para colocação de sementes. Outros destaques ficam por conta dos tratores gigantes da série MF 8600, os maiores e mais tecnológicos da marca.

14 | Abril 2015

A Case IH apresenta sua mais nova linha

de plantadeiras com tanque central de

sementes, a Easy Riser. O implemento chega

ao mercado em seis opções: 11, 13, 15, 17, 19

e 24 linhas

A Massey Ferguson traz a MF 9695 Trident, nova colheitadeira classe 6 da marca

A linha de tratores MF 6700R Dyna-

4, demonstrada anteriormente como

conceito chega aos campos, nos

modelos de 112, 122 e 130 cv, todos com o

reconhecido câmbio automático Dynashift

CAPA | ESPECIAL AGRISHOW

Abril 2015 | 15

A marca também se prepara para o futuro apresentando os seus chamados Drones ou Master and Slave, no qual o operador possa controlar mais de uma máquina e até uma colheitadeira

A John Deere apresenta dois novos modelos de colhedora de cana: a CH570 e a CH670, de duas linhas. Máquinas que chegam ao campo com menor consumo de combustível, melhor limpeza da cana colhida e maior conforto para o operador

Do passado, presente e futuroNa cidade de Moline, Estado de Illinois (EUA), há

uma atração turística que agrada principalmente aos agricultores e entusiastas ligados às tecnologias e ao campo. É nessa cidade que está a sede da fabricante de máquinas agrícolas John Deere, que nasceu no Meio-Oeste americano como produtora de arados, há 178 anos. Lá também há um museu da companhia americana, uma espécie de miniparque temático rural que abriga desde as máquinas pioneiras até os equipamentos futuristas – como um protótipo de trator que funciona sem operador. Em destaque, a máquina “andarilha”, que parece ter saído de um filme de ficção científica. Com seis pernas, ela foi projetada para operar na área florestal, adaptando-se automaticamente às variações de terreno.

Por enquanto, o que chega aos campos brasileiros da marca são os dois novos modelos de colhedora de cana: a CH570 e a CH670, de duas linhas. Estas novas

máquinas têm como grande diferencial um menor consumo de combustível, melhor limpeza da cana colhida e maior conforto para o operador. Entre as inovações apresentadas está o sistema de alimentação, com divisores de linhas e facas laterais móveis, rolos alimentadores sincronizados e rolos transportadores ovalados, com um novo picador modular. Durante a feira, a companhia americana comemora os 50 anos de fabricação da primeira colheitadeira de grãos autopropelida do Brasil, expondo inclusive um exemplar deste modelo de quando ainda era fabricada na cor vermelha. O feito aconteceu em 5 de novembro de 1965, quando foi montado o modelo SLC 65-A, em Horizontina (RS). O equipamento, produzido pela empresa Schneider Logemann & Cia (SLC), era inspirado no modelo 55 da John Deere – uma das mais avançadas máquinas de então, e que representou um marco na mecanização da colheita de grãos no Brasil.

Segundo o diretor comercial da Massey Ferguson, Carlito Eckert, a Agrishow, um dos eventos mais impor-tantes do setor, é uma excelente oportunidade para que o produtor rural que busca produzir mais, melhor e em menos tempo possa conhecer todos os produtos e solu-ções da marca, que já prepara para o futuro apresentar seus chamados drones ou “master and slave”, em que o operador poderá controlar mais de uma máquina e até uma colheitadeira futurista.

16 | Abril 2015

TECNOLOGIA | ESPECIAL AGRISHOW TECNOLOGIA

Empresas e fabricantes de pneus agrícolas investem na tecnologia dos radiais para modernizar o equipamento queé a base para uma boa operação

Nova Geração no Campo

Texto: Fátima Costa | Fotos: Divulgação

O pneu é item de extrema importância para as di-versas operações realizadas no campo. Além da capacidade de tração, ele responde pela susten-tação de todo o peso do equipamento e sua diri-

gibilidade, ou seja, a capacidade de direcionar a máquina conforme a necessidade do operador. Diante dessas atri-buições, o que não falta são opções para o agricultor, que hoje procura por pneus mais resistentes. Atualmente, a aposta é na tecnologia dos radiais, que chegou ao mercado há quase vinte anos. Até então, no Brasil, o fornecimento desses pneus era feito somente por meio de produtos im-portados. Hoje, a indústria nacional fabricante de pneus agrícolas dispõe de suas próprias linhas. “O mercado demanda por pneus que além de fazer com que o trator trabalhe mais, dê tração para a máquina, melhore a distri-buição do peso, resultando em menor compactação. Além de oferecer uma economia de combustível”, diz Leandro Pavarin, gerente de vendas Brasil da Titan Pneus.

Presente na fabricação de rodas e pneus para máqui-nas agrícolas desde 1993, o grupo Titan se mantém � rme no mercado da América do Norte. Na América Latina, no � nal de 2010, a empresa adquiriu a marca e a fábrica Goodyear Farm Tires e, em 2011, passou a ser responsá-vel pela produção e comercialização de pneus agrícolas e convencionais de veículos pesados com a marca Goodyear América Latina. No que se refere ao mercado de reposi-

ção agrícola, um ano após a aquisição, a multinacional deu um salto de 20% no faturamento deste segmento e se manteve na marca dos 10%. “A nossa expectativa é elevar as vendas, principalmente no que se refere aos radiais. A Titan tem uma vocação neste nicho de mercado e desenvolve rapidamente novas medidas que o atendam. Por essa razão, em 2015, esperamos manter os 10%. A meta é incrementar ainda mais a linha agrícola, trazendo até medidas de pneus que não são fabricadas ainda hoje no País”, a� rma Pavarin. A companhia apos-ta na linha de produtos destinada para pulverizadores, colhedoras e tratores de grande potência. Trata-se dos pneus de alta � utuação radial, com a tecnologia Increased Flexion (IF), com destaque para os pneus IF320/90R42 e IF380/90R46 – Ultra Sprayer, que permite maior su-porte de carga sem a necessidade de aumentar a pressão interna. “Até o momento, o pneu era importado, porém, a partir de maio será produzido aqui na fábrica, no Brasil”, diz. A novidade chega durante a Agrishow e uma de suas principais vantagens é a sua construção radial, que visa atender ao mercado sucroalcooleiro. Outro reforço são os pneus destinados para pulverizadores autopropelidos.

Leandro Pavarin, gerente de vendas

Brasil da Titan Pneus

Com sede em Tóquio, no Japão, a compa-nhia é uma das maiores fabricante mun-diais de pneus e detentora das marcas

Bandag BTS e Firestone. De acordo com Marcos Aoki, diretor de Vendas e Marketing da Brid-gestone Bandag, a multinacional aposta alto no segmento agrícola. “Considerando um au-mento do ciclo médio de vida em horas, bem como a tendência crescente de vendas de equi-pamentos nos últimos anos, nossa expectativa é que tenhamos nível intenso de substituição de pneus a curto e médio prazos. A reposição

será gradativa”, explica Aoki.Há dois anos, a Bridges-tone investiu US$ 14 mi-

lhões na fábrica que mantém em Santo André (SP) com a intenção de dobrar a capacidade de produção. Na linha dos radiais, a com-

panhia trouxe o All Traction DT, antes im-

portado dos Estados Uni-

Bridgestone

Pirelli

Aa companhia tem se pautado em oferecer equipamentos e soluções cada vez mais e� cientes tanto como equipamento original como de reposição. A empresa � ncou raízes no Brasil e por aqui produz toda a sua linha de pneus para o setor. E com o objetivo de expandir rapi-

damente a gama de produtos radiais para o mercado brasileiro, a Pirelli leva à feira novas medidas das linhas agrícolas radiais PHP e de alta � utuação HF85. Destinada para transbordos de cana, a linha HF85 garante alto índice de carga em velocidades superiores, chegando a mostrar grande e� ciência até 65 km/h, além de benefícios assegurados pelo baixo ruído, segundo a companhia. “Todos os nossos produtos foram desenvolvidos com materiais que diminuem o impacto no meio ambiente e compostos capazes de aumentar a vida útil”, diz Alexandre Stucchi, gerente de marketing para América Latina dos segmentos Agrícola e Fora de estrada. “Desti-nados a máquinas e implementos de alta potência, eles são projetados para ganho de rendimento horário e apresentam características como melhor capacidade de tração, redução de emissão de CO², economia de combustível e menor compactação do solo”, a� rma.

E com os bons resultados gerados nos campos agrícolas brasileiros, a companhia espera por tem-pos ainda melhores e aposta no aumento de potên-cia dos tratores e na expansão de culturas. Por isso, a empresa traz também durante a feira o primeiro produto da marca destinado exclusivamente ao uso � orestal. De acordo com Stucchi, Inicialmente, a Pi-relli disponibiliza este pneu nas três principais me-didas do mercado e, considerando o plano estratégico deste segmento, novas medidas serão apresentadas ao mercado até 2016.

Abril 2015 | 17

dos e que passou a ser produzido no Brasil. Atu-almente, a empresa conta com um exclusivo campo de provas nos EUA, para o desenvolvi-mento de pneus agrícolas. “Dentre as tecnolo-gias empregadas a Firestone AD2 Advanced De-� ection Design, que representa a nova geração em performance e produtividade”, diz Aoki. Ela oferece maior capacidade de carga, melhor tra-ção, maior economia de combustível e menor compactação do solo. “Somado a isso, os pneus com tecnologia AD2 contam com a designação IF [Increased Flexion], que indicam que o pneu suporta 20% mais carga com a mesma pressão de um pneu radial padrão”.

Dentre o portfólio que a empresa apresenta na Agrishow está o Radial All Traction Deep Tread, que é indicado para maior tração. Em seguida vem o Radial All Traction Row Crop, que é projetado com a mais nova tecnologia AD2 e é indicado especi� camente para aplica-ção em pulverizadores. Os radiais Deep Tread 23° que oferecem excelente desempenho nos diversos tipos de solo, proporcionando maior tração e economia de combustível. E os radiais All Traction 23° e o Radial 9000.

Marcos Aoki, diretor de Vendas e Marketingda Bridgestone

18 | Abril 2015

TECNOLOGIA | ESPECIAL AGRISHOW

Dpaschoal

Alpha Pneus

Empresa com sede em Ribeirão Preto (SP), a Alpha Pneus aposta na implementação de di-versas tecnologias. “Por exemplo, o pneu Country King Brasil, que nós e a fabricante � nlan-desa Nokian Heavy Tyres desenvolvemos em conjunto para as necessidades brasileiras e

são muito utilizados nas operações de transbordo de cana-de-açúcar. Também temos soluções para tratores que operam em pisos pavimentados, como aeroportos por exemplo. Também temos soluções especí� cas para o setor de corte e colheita � orestal, seja para as máquinas ou os pró-prios tratores que operam nestas situações”, diz Thiago Evaristo de Melo, gerente de Marketing da Alpha Pneus. Ele acredita que as novas máquinas, mais potentes e com mais tecnologia, devem impulsionar a utilização dos pneus radiais. “No mercado de reposição esta migração deve ser um pouco mais lenta. Isso porque em muitos casos é necessário também se trocar as rodas das máquinas, o que gera um custo não só com os pneus. Mas, já observamos que muitos produtores com visão de futuro estão propensos ou já estão realizando essa migração”, a� rma.

Trelleborg

Presente no Brasil desde 1995, a história da companhia iniciou em 1905 na Suécia e, desde lá, vem acompanhando a evolução do setor agrícola, apresentando inovações como os pneus com banda de rodagens maiores. “Dentre elas o radial. Cada vez mais, o mercado de pneus agrícolas tende a se pro� ssionalizar. No setor sucroalcooleiro seu uso chega a 20%”, diz Mauro Oliveira, especialista de

produto para os pneus agrícolas da Trelleborg do Brasil. “São produtos com durabilidade de 5 a 7 mil horas, muito acima da média dos convencionais”, completa. Com o aumento da potência das máquinas agrícolas – também tendência dadas as características da agricultura brasileira – surge a necessidade de pneus cada vez maiores. Entretanto, a tecnologia também tem espaço para tratores 125 cv. “O radial já está chegando às médias propriedades”, diz.

Hoje, a linha de produtos é dividida em seis categorias, disponíveis em várias medidas: a TM900 HP é formada por pneus para tratores e colhedoras de alta potência; a TM800 é voltada para tratores e colhedoras de alta e média potência, com elevada capacidade de carga; a TM700 é para tratores de média potência e com uma linha especialmente destinada para o setor frutífero; a TM600 também é para tratores de média potência; a TM2000 é voltada para colhedoras; e a Twin Radial, que é a linha para trailers, carretas e transbordos, com banda de rodagem especialmente desenvolvida para esses veículos.

O Grupo DPaschoal, com sede em Campinas, possui 66 anos de atuação no mercado de pres-tação de serviços automotivos também fez sua aposta na comercialização dos radiais. “Hoje, o mercado de vendas do setor agrícola representa 25% do faturamento da companhia. Para

esse ano, a expectativa é de um crescimento esperado na ordem de 12%”, diz Stéfano Mercurio, coordenador de serviços à frota Dpaschoal. Na linha agrícola, a empresa destaca o pneu Dyna Torque II, que tem como característica um desenho com barras curtas e longas, que proporciona melhor distribuição de força no centro e nos ombros dos pneus o que signi� ca maior poder de tração com menor índice de patinagem. “Vamos levar para os eventos toda nossa linha de pneus agrícolas e linha pesada. A procura por maquinários e itens que os compõem está muito alta nas regiões agrícolas. O consumidor brasileiro está con� ando mais nos produtos nacionais, que consegue alinhar qualidade e bons preços. Nossa expectativa é aumentar as vendas no evento.”

Mauro Oliveira, especialista de produto para os pneus agrícolas da Trelleborg do Brasil

Stéfano Mercurio, coordenador de serviços à frota Dpaschoal

Abril 2015 | 19

Biomassa: uma solução renovável para ampliar as fontes de energia no BrasilTexto: Marcelo Pupin * | Fotos Divulgação

“ATUALMENTE, CERCA DE 50% DA ENERGIA PRODUZIDA EM NOSSO

TERRITÓRIO É PROVENIENTE DE FONTES RENOVÁVEIS,

PRINCIPALMENTE DA ENERGIA HIDRELÉTRICA E BIOMASSA.“

ARTIGO | MÁQUINA ESPECIAL AGRISHOWARTIGO

Pode um País suprir suas próprias demandas de energia com fontes renováveis? Num cenário global, este tipo de questionamento soa até como utópico. Mas, não no Brasil. Atualmente, cerca de

50% da energia produzida em nosso território é prove-niente de fontes renováveis, principalmente da energia hidrelétrica e biomassa. Sendo que, a biomassa responde por mais de 30% da matriz energética brasileira, com po-tencial para ser muito melhor aproveitada.

Estudos comprovam que a cada hectare (10 mil me-tros quadrados) de um canavial são gerados de 10 a 15 t de palha. E, neste tipo de cultura também é possível apro-veitar materiais como palhiço, � bra do colmo e o bagaço da cana-de-açúcar, que possuem praticamente as mesmas características para produção de energia. A biomassa re-presenta um terço do conteúdo de energia do canavial e o restante � ca por conta do próprio caldo da cana que será transformado em açúcar ou etanol, e do bagaço, que será transformado em energia térmica e elétrica.

A geração de energia por meio do bagaço da cana tem potencial para iluminar uma cidade inteira. Mas, ainda hoje, observa-se um alto índice de palha deixada no cam-po. Apesar do setor sucroenergético já utilizar a energia proveniente do bagaço da cana para gerar eletricidade para consumo próprio ou para comercialização, a palha da cana ainda é subaproveitada, o que representa um des-perdício energético para o País.

Isto porque, cada tonelada de palhiço destinada à bio-massa rende de 1,2 a 2,8 megawatts de energia bruta. Sem contar que, além de gerar energia, a biomassa evita a polui-ção ambiental, diminuindo o risco de incêndio e até o de incidência de novas populações de pragas.

No Brasil, a técnica mais utilizada para trabalhar com biomassa é o enfardamento da palha, que ocorre logo após a colheita. Neste processo é necessário o uso de uma enfar-dadora para a confecção de fardos que servirão de matéria-prima para combustão em caldeiras.

Esta é uma das tecnologias mais novas da atualidade e também uma das mais acessíveis aos produtores de médio e grande porte. É por isso, que uma das principais empresas do setor de máquinas agrícolas, a Valtra, acredita que este mercado possa triplicar nos próximos sete anos. A� nal, as atuais crises energéticas e hídricas em nosso País têm dei-xado cada vez mais evidente a necessidade de investimento em fontes renováveis de energia.

*Marcelo Pupin, coordenador de

marketing de produto da AGCO, fabricante

e distribuidora global de equipamentos

agrícolas.

20 | Abril 2015

VITRINE | ESPECIAL AGRISHOW

A Husqvarna relança a Motosserra 281 XP. Recomendado para o uso pro� ssional, como no manejo sustentável de � orestas, o equipamento combina alta potência, força e robustez. Entre os seus diferenciais estão o exclusivo sistema antivibração e a empunhadura dianteira angulada, permitindo que pro� ssional manuseie o equipamento durante longas jornadas de trabalho de forma segura e confortável. Garantido a durabilidade do produto, a empresa se preocupou com a qualidade das peças que compõem o produto, como o virabrequim produzido em três peças forjadas e cárter de magnésio, o que permite a utilização até mesmo em aplicações mais pesadas.

A Agritech, fabricante dos tratores e cultivadores motorizados Yanmar Agritech, passa a atuar no mercado de tratores com potência acima de 80 cv, com o modelo 1185 S Turbo. O modelo com motorização de 85 cv oferece mais torque e operações silenciosas e econômicas. Com câmbio sincronizado, o sistema de direção hidrostática com grande precisão, o trator tem um eixo dianteiro mais robusto e com maior e� ciência de tração. Ele traz também o sistema de refrigeração de água e óleo integrado e o levantador hidráulico com Sistema Autoli� que são os outros diferencias que ele possui.

HUSQVARNA

AGRITECH

Motosserra 281 XP

1185 S Turbo

Um show de tecnologiaUm showUm showUm showUm showTexto Redação | Fotos Divulgação

Fique por dentro de algumas novidades apresentadas durante a Agrishow 2015

A Husqvarna relança a Motosserra 281 XP. Recomendado para o uso pro� ssional, como no manejo sustentável de � orestas, o equipamento combina alta potência, força e robustez. Entre os seus diferenciais estão o exclusivo sistema antivibração e a empunhadura dianteira angulada, permitindo que pro� ssional manuseie o equipamento durante longas jornadas de trabalho de forma segura e confortável. Garantido a durabilidade do produto, a empresa se preocupou com a qualidade das peças

A Coimma traz seu mais recente lançamento: o tronco Robust. Ele proporciona importantes vantagens em termos de praticidade e acabamento em metal. Por outro lado, mantém a tradição da marca em oferecer aos pecuaristas produtos robustos e resistentes, com estrutura em aço de alta resistência construída em um conceito de anéis soldados, promovendo a integração dos componentes e aumentando sua rigidez e resistência. O produto traz inclusive os fechamentos laterais e portas do tronco em madeiras de lei, para evitar que os animais se machuquem. As guilhotinas no sistema duas folhas proporcionam um sistema de contenção, pescoço e vazio com um novo formato anatômico.

COIMMA

Tronco Robust

Abril 2015 | 21

A partir de uma série de acessórios como garfos, garras, espetos ou caçambas, a máquina da JCB pode atuar em diferentes setores da agropecuária, como na manipulação de bags de grãos, fertilizantes, fardos de algodão ou feno, carregamento de fardos de palha de cana em usinas de cana-de-açúcar. Nesta edição da Agrishow, a empresa leva para seu estande, além do manipulador telescópico, as Retroescavadeiras 1CX, 3C e 4CX, Pá Carregadeira 422ZX e Carregadeira Compacta SSL 155.

A Scania terá cinco caminhões: dois da linha o� -road – G 440 6x4 e G 480 6x4 – os rodoviários P 360 6X2 e R 620 6x2 – e o semipesado P 310 8x2. Os modelos atuam em diferentes fases, desde a colheita e transporte da cana, até o escoamento do produto acabado (açúcar e etanol), por distâncias curtas e longas, e também de grãos. Os caminhões pesados G 440 e G 480, com con� guração de rodas 6x4 e versões plataforma ou cavalo-mecânico, por exemplo, oferecem a alternativa mais e� caz entre os concorrentes para as usinas que utilizam veículos nesses modelos.

JCB

JACTO

SCANIA

Soluções em Manipulação

K 3500

Fora de estradaA Scania terá cinco caminhões: dois da linha o� -road – G 440 6x4 e G 480 6x4 – os rodoviários P 360 6X2 e R 620 6x2 – e o semipesado P 310 8x2. Os modelos atuam em diferentes fases, desde a colheita e transporte da cana, até o escoamento do produto acabado (açúcar e etanol), por distâncias curtas e longas, e também de grãos. Os caminhões pesados G 440 e G 480, com con� guração de rodas 6x4 e versões plataforma ou cavalo-mecânico, por exemplo, oferecem a alternativa mais e� caz entre os concorrentes para as usinas que utilizam veículos nesses modelos.

Após 36 anos do lançamento da primeira colhedora de café do mundo, que possibilitou a mecanização da cultura, a Jacto, seguindo seu pioneirismo, inova e apresenta um novo conceito de mecanização, a K 3500: uma máquina de múltiplo uso desenvolvida para trabalhar durante todo o ano realizando as operações de colheita, pulverização e poda. O equipamento trata-se de um veículo automotriz no qual é possível acoplar individualmente os sistemas de colheita, pulverização, poda e outros que poderão ser desenvolvidos. Ao se encerrar o ciclo de colheita, o produtor poderá trocar o sistema de colheita pelo sistema de pulverização, por exemplo. A K 3500 foi desenvolvida para trabalhar em plantios tradicionais e também nos plantios adensados com até 2,50 metros entre linhas, garantindo o trabalho do equipamento durante todo o ano.

22 | Abril 2015

A vez do caféFEMAGRIFEMAGRI

Texto: Iara Siqueira, de Guaxupé (MG) | Fotos: Divulgação

Da produção à colheita, a mecanização e a tecnologia são ferramentas que podem favorecer no aumento da produtividade e na redução de custos

Em março, a Cooperativa Regional de Cafeicul-tores (Cooxupé) – maior cooperativa de café do mundo que atua predominantemente no sul de Minas Gerais –, Estado que responde por cerca

de metade da safra nacional – divulgou que a severa seca, nos meses de janeiro e fevereiro, atingiu a produ-ção de grãos arábica da região. Com isso, a safra que ainda será colhida deverá � car estagnada em 4,6 mi-lhões de sacas (de 60 kg), na comparação com a tem-porada 2014.

O presidente da Cooxupé, Carlos Paulino da Costa, confirmou que uma pesquisa realizada em 200 cida-des da região havia apontado 4,2 milhões de sacas de café, no ano passado, após a severa seca também. “Os grãos nas árvores estão todos ainda verdes, eles vão começam a amadurecer a partir de agora, antes de a colheita começar em maio e junho. A qualidade deles dependerá das chuvas durante a colheita”, afirmou Costa, durante a Feira de Máquinas, Implementos e Insumos Agrícolas (Femagri), promovida pela coope-rativa e que em aconteceu, entre os dias 18 a 20 de março, em Guaxupé (MG).

Mesmo perante as adversidades climáticas e das os-cilações do preço – uma vez que no ano passado – a

saca do grão fechou em torno de R$ 500 e terminou em fevereiro a R$ 432, os cafeicultores estão investindo. Nos últimos anos, a busca por produtividade e redução de custos para ganhar mais rentabilidade tem sobre-posto a máquina às mãos. A feira sinalizou tal acon-tecimento. Ela superou a expectativa da organização. Foram gerados em volume de negócios R$ 55 milhões e o evento contou com a presença de 30 mil visitantes. O superintendente de desenvolvimento do cooperado da Cooxupé, José Eduardo dos Santos Júnior, atribuiu aos números, considerados recordes, ao entendimento dos produtores sobre a importância em levar tecnologias para suas lavouras.

Na propriedade do senhor Paulo Gelvane Batista e de sua esposa Claudia Batista, localizada na zona ru-ral de Muzambinho, cidade vizinha a Guaxupé, a me-canização entrou para � car. “Os Batistas, junto com os demais moradores, integram a Associação Comunitária dos Produtores de Café. Atualmente são 47 famílias associadas. A entidade possui lavador, secador e má-quina para limpar os grãos de café. Tudo isso graças a uma parceria com a Eletrobrás, Prefeitura Municipal e Emater”, diz Marco Antônio Ferreira, o extensionista da Empresa de Assistência Técnica e Expansão Rural

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“Os grãos nas árvores estão todos ainda verdes, eles vão começam a amadurecer a partir de agora, antes de a colheita começar em maio e junho. A qualidade deles dependerá das chuvas durante a colheita”, afi rmou Carlos Paulino do Costa, presidente da Cooxupé

A sul-coreana LS Mtron trouxe para o mercado cafeeiro tratores entre 40 e 100 CV, voltados para médios e pequenos produtores

de Minas Gerais (Emater/MG), em Muzambinho. “Aos poucos esses produtores aprendem técnicas para que o grão não seja comprado somente no ‘cheiro’. Eles já diferenciam os tipos de café como bebida mole, dura, dentre outras”, diz.

A família faz parte de um crescente grupo de cafei-cultores que já colhem mecanicamente 20% da produ-ção nacional, volume equivalente a cerca de 10 milhões de sacas. A maior parte dessa lavoura mecanizada está concentrada no Cerrado mineiro e no oeste da Bahia. A mecanização da lavoura promovida pelos cafeicultores e a busca por mais qualidade dos grãos têm incentiva-do a indústria de equipamentos agrícolas a investir em novas tecnologias. Uma delas a Brudden, empresa de implementos, do município de Pompeia (SP), levou soluções para o “apanha” do café. A empresa lançou durante a feira o Derriçador de café DCM-15, com duas

velocidades: normal e turbo. “Embora os preços pagos pelo grão diminuam existe um aumento na produtivi-dade. Aqui no Sul de Minas, por exemplo, esse mercado não está tão ruim. Já temos perspectivas positiva nas vendas e apostamos nos produtos”, diz Bruno Silva, ge-rente comercial da empresa.

Thiago Henrique Pereira Reis, especialista agronô-mico da Yara Brasil Fertilizantes, a� rma que o cafei-cultor deverá estar animado, mas é preciso olhar com cautela o mercado. “Por causa do dólar e das recentes crises, a perspectiva para esse ano ainda é boa”. Porém, Reis faz uma alerta em relação às condições climáticas que podem provocar perdas de até 30% na produção. Diante da situação, a multinacional apostou em faci-litar a vida do produtor. Eles levaram para a Femagri uma mistura de grânulos compostos de: Nutrientes, Magnésio, Enxofre, Boro e Zinco, fórmula conhecida anteriormente como NPK.

“Daqui para frente é preciso aguardar os movimen-tos do setor cafeeiro. As vendas de máquinas retraí-ram 5%. Entretanto, a queda não afetou diretamente a empresa”, diz José Carlos Flomming, técnico de pós-vendas da Yanmar Agritech. Na oportunidade, a com-panhia situada em Indaiatuba (SP), lançou mão dos tra-tores estreitos, pequeno e de baixa potência ideal para os cafeicultores.

Outra que aposta no mercado, após desembarcar no Brasil, a sul-coreana LS Mtron, situada em Garuva (SC), trouxe para o setor tratores entre 40 e 100 CV, voltados para médios e pequenos produtores. Sem em 2013, a empresa participou “institucionalmente” da Femagri, nesta edição, ela trouxe sua linha de tratores e a mo-dalidade – chamada de Barter – criada para facilitar a aquisição do equipamento, por parte do cafeicultor. Cristiano Duma, gerente de marketing da companhia, explica que o cliente ao fechar o negócio opta por pagar em saca de café e pode fazer isto com prazo de três sa-fras. “Uma das alternativas usadas no ano passado está sendo reutilizada nesta edição”, a� rma Dumas.

24 | Abril 2015

Microbichinhosdo bem

SUSTENTABILIDADE SUSTENTABILIDADE

Texto: Béth Mélo | Fotos: Divulgação

O controle biológico, tecnologia que utiliza um “exército de guardiões amigos”, formado por micro e pequenos insetos e parasitas, é um grande aliado da agricultura no combate a pragas e doenças

Sustentabilidade é à base do controle biológico, técnica que promove o equilíbrio entre as pra-gas e seus inimigos naturais sem deixar resí-duos tóxicos no solo, nas águas, nas lavouras

e nos alimentos. A ferramenta utiliza microrganismos bené� cos (fungos, vírus e bactérias e insetos) para combater agentes causadores de doenças nas lavouras e no armazenamento da safra.

O mercado de biológicos representa menos de 2% dos produtos de proteção de cultivos, segundo estima-tiva do Ministério da Agricultura, que prevê que esta fatia deve chegar a 15% até 2020. De acordo com a Associação Brasileiras das Empresas de Controle Bio-lógico (ABCBio), o Brasil tem 107 produtos biológi-cos comerciais registrados, sendo 78 microbiológicos (fungos, bactérias e vírus), 7 feromônios e 22 macro-

biológicos (parasitas, predadores e parasitoides).Especialmente após o relato de Helicoverpa armi-

gera no País, em 2012/2013, começou uma “corrida” para o controle biológico. “As multinacionais têm adquirido pequenas empresas desse setor e deverão liderar, em futuro próximo, o controle biológico de pragas”, prevê o professor do Departamento de Ento-mologia e Acarologia da Escola Superior de Agricultu-ra Luiz de Queiroz (Esalq/USP), José Roberto Postalli Parra. “Somos um país de químicos, embora com uma grande pressão para modi� car tal situação, o que sina-liza o avanço dos biológicos, para atender às exigên-cias da agricultura sustentável”, diz Parra. Porém, ele aponta a necessidade de transpor obstáculos, dentre os quais a ‘cultura de agroquímicos’; a falta de um bom serviço de extensão, para transferir a tecnologia;

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a disponibilidade e a qualidade do insumo biológico; o conhecimento sobre o armazenamento e o transpor-te desses agentes; além de uma legislação adequada para inimigos naturais.

A Esalq desenvolve um grande programa de con-trole biológico em cana-de-açúcar. Metade da área com essa cultura já é controlada por insetos, contra a broca (Diatraea saccharalis), e por fungo, contra a cigarrinha-da raiz (Mahanarva � mbriolata). “São mais de três milhões de ha tratados com Cotesia � avipes, parasitoide larval de Diatraea saccharalis, e mais 500 mil ha tratados com Trichogramma galloi, parasitoide de ovos da mesma praga. Também utiliza-se o fungo Metarhizium anisopliae contra a cigarrinha-da-raiz, Mahanarva � mbriolata, em cerca de dois milhões de hectares de cana”, a� rma Parra.

Vespa contra Vespa Outras culturas, como os citros, também são bene-

� ciadas com o uso de inimigos naturais. Em março, o Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) inaugu-rou em Araraquara (SP) no interior de São Paulo, um laboratório de controle biológico, onde funciona uma biofábrica da vespinha Tamarixia radiata que parasi-ta o psilídeo Diaphorina citri, transmissor da bactéria

Gigantes do setor de proteção de cultivo, como Basf, Bayer CropScience FMC, entre outras, voltaram suas atenções para esse segmento, antes dominados por empresas menores e biofábricas, como a BUG Agentes Biológicos e a ABR Controle Biológico. “O Brasil é um exemplo de sucesso no controle biológico. Os exemplos são os produtos à base de Bacillus thuringiensis, Baculovírus, Metarhizium, Trichoderma e Cotesia”, enumera Giuliano Pauli, da FMC. Na visão de João Paulo Vilela Guimarães, da Basf, os biológicos são uma opção, junto com os defensivos agrícolas, com a vantagem de agir de no controle de pragas por meio de inimigos naturais, feromônios, bactérias, vírus e extratos ou óleos vegetais. “A tendência é que os biológicos sejam tão efetivos quanto os químicos num futuro próximo”, prevê. Na opinião de Fábio Matos Maia, da Bayer CropScience, os biológicos vivem uma nova fase no Brasil, com a alteração na legislação de registro, a partir de janeiro de 2014, que autorizou a indicação de uso nas bulas e rótulos apenas do alvo biológico. “Essa mudança ampliou o número de culturas que comportam o manejo biológico”, diz.

Controle em massaDiogo Rodrigues Carvalho, CEO da BUG, a� rma que o controle biológico

é a primeira opção para um número cada vez maior de produtores. “A

e� ciência no controle de pragas contribui para a expansão do setor em 30% a 40% ao ano”, comenta. A empresa produz agentes biológicos em larga escala, de forma massal, para atender do pequeno produtor às grandes fazendas. “Nossa produção atual supera 127 bilhões de insetos e 105 bilhões de ovos”, dimensiona. E garante que o controle convencional (pesticidas) de pragas (lagartas) � ca em torno de R$ 270,00 por hectare, ante R$ 190,00, na mesma área, com o controle biológico, “‘uma economia de 30% a 40%’”.

Eder Barros, sócio da ABR, aponta dois motivos para a expansão dos biológicos: “a alta contaminação de agricultores, de consumidores e do solo, devido ao uso exagerado de agrotóxicos, e o aumento dos custos com defensivos químicos, em razão da resistência das pragas”. A empresa concentra sua produção no Trichogramma pretiosum, para o controle de mais de 200 diferentes tipos de lagartas que atacam principalmente as culturas de milho, soja, algodão, hortifrútis. “Seu uso reduz os custos em mais de 50% em relação aos defensivos químicos”, diz.

O Grupo PHD aderiu ao controle biológico há três anos. Começou por meio das cartelas da BUG, em uma área de 200 ha, no controle da broca-de-cana. “Hoje, utilizamos esse método uma área de 3.000 ha. Com essa técnica, conseguimos evitar perdas econômicas de 20% com a incidência dessa praga”, conta o engenheiro agrônomo da empresa, Carlos Stati.

Grandes empresasestão de olho

“As multinacionais têm adquirido pequenas empresas desse setor e deverão liderar, em futuro próximo, o controle biológico de pragas”, diz José Roberto Postalli Parra, professor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP)

comprovamos a e� ciência dos biológicos, em larga es-cala, contra lagartas desfolhadeiras da soja e do milho, com produtividade semelhante à obtida com o uso de agroquímicos e com custos compatíveis”, a� rma o en-genheiro agrônomo José Fernando Jurca Grigolli, da Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso (Fundação MT).

Entre os agentes mais usados em Mato Grosso, ele cita a vespa Trichogramma pretiosum, capaz de matar os ovos das principais espécies de lagartas da soja e as lagartas Helicoverpa (H. zea e H. armigera). “Um agente muito esperado é a vespa Telenomus podisi, capaz de matar ovos do percevejo marrom da soja, de difícil controle”.

Biológicos X Defensivos“O controle biológico, em complemento ao quími-

co, é uma tendência para a estratégia de sustentabi-lidade com ganhos de produtividade”, atesta Giuliano Pauli, coordenador de Pesquisa e Desenvolvimento de Produtos Biológicos da FMC Agricultural Solutions. Para ele, a melhor forma de lidar com biológicos e defensivos agrícolas é o manejo integrado de pragas e doenças. “Embora os resultados a campo sejam equi-

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causadora do Huanglongbing (HLB), doença também conhecida como “Greening”. O local tem capacidade para criar 100 mil T. radiatas, por mês.

O Fundecitrus aderiu ao controle biológico em 1996, a partir de um surto do bicho-furão (Ecdytolo-pha aurantiana), quando � rmou parcerias com insti-tuições de pesquisa para isolar o feromônio sexual do inseto que, depois de aprovado pelo Mapa, foi libera-do em 2001. Em 1996, outra praga, a larva-minadora-dos-citros, começou a preocupar os citricultores, por favorecer a disseminação do cancro cítrico. Dois anos mais tarde, o laboratório de Quarentena da Embrapa Meio Ambiente, em Jaguariúna (SP), recebia dos EUA o primeiro lote do parasitoide da lagarta, a vespinha Ageniaspis citrícola, para reprodução, em larga escala, e liberação em 200 pomares paulistas.

Gargalos e VantagensNa visão de Ivan Cruz, pesquisador da Embrapa

Milho e Sorgo, um dos maiores desa� os do controle biológico é a sua aplicação em grandes áreas. “Atual-mente, esse problema está sendo contornado com pes-quisas envolvendo liberações por aviões, motos e até mesmo por drones”, diz. “Em dois anos de pesquisas,

Único no Brasil, credenciado pelo Mapa desde 1991, o Laboratório de Quarentena “Costa Lima” (LQC), da Embrapa Meio Ambiente, atua na introdução de agentes biológicos exóticos, eliminando contaminantes, como esporos de fungos, bactérias, vírus, micro-ácaros, hiperparasitos e outros organismos que possam vir com o material biológico importado.

“Nossa função é eliminar todo material suspeito ou indesejável, identificar, realizar a criação e estudos biológicos dos organismos exóticos a serem liberados no País, além de manter, em coleção, os espécimes padrões que passaram por quarentena”, explica Luiz Alexandre Nogueira de Sá, PhD em entomologia, pesquisador do laboratório.

De 1991 a 2014, o LQC introduziu 773 espécies de organismos, para o controle biológico de pragas, em diversas culturas e � nalidades. Um dos sucessos é o controle biológico da larva-minadora-da-folha-dos-citros.

O laboratório atuou na busca e nas coletas da vespinha na Universidade da Flórida e na quarentena deste bioagente importado dos EUA.

Para o Planalsucar e a Coopersucar, o LQC atuou na importação de uma vespa para o controle biológico da broca-da-cana-de-açúcar, do Texas, nos EUA, utilizada com sucesso em viveiros para a produção de material vegetativo (toletes de cana). Também contribuiu na importação, da Suíça, do ácaro predador do ácaro vermelho da maçã, que causou muitos danos aos pomares de maçãs de Santa Catarina.

Outra parceria, envolvendo o Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais (Ipef), a Unesp Campus de Botucatu e empresas do setor florestal, tem como foco os controles do psilídio-de-concha, do percevejo-bronzeado e da vespa-da-galha, que atacam as florestas de Eucaliptus camaldulensis, entre outros híbridos de eucalipto. Os inimigos naturais foram importados do México, da Austrália e da África do Sul.

Barreira aos organismos indesejáveis

SUSTENTABILIDADE

valentes a outros métodos de combate a pragas e doenças, onde há igualdade na e� ciência, dis-ponibilidade comercial [ou produção própria de agentes biológicos] e assistência técnica compe-tente, os biológicos são a melhor opção e ainda tem têm o apelo de tecnologia limpa”, recomen-da Cruz, da Embrapa.

“Os biológicos agem de forma complementar aos químicos, e não deverão substituí-los”, diz João Paulo Vilela Guimarães, coordenador de Marketing de Biológicos da Unidade de Proteção de Cultivos para a América Latina da Basf.

Fábio Matos Maia, gerente de Marketing Es-tratégico Frutas e Vegetais da Bayer CropScien-ce, também concorda que o manejo da lavoura deve ser feito de forma integrada. “Os defensivos químicos e biológicos podem ser utilizados em sinergia, alternando as aplicações desses produ-tos, para e� ciência de controle, sustentabilidade e segurança alimentar”, diz.

Inimigos naturaismais utilizadosAgente: Fungo Metarhizium anisopliae Ação: Cigarrinha das raízes e das folhas da cana-de-açúcar e Broca dos citros

Agente: Fungo Beauveria bassianaAção: Besouro moleque-da-bananeira

Agente: Fungo Insectonrum sporothrixAção: Percevejo mosca-de-renda da seringueira

Agente: Baculovírus anticarsiaAção: Lagarta da soja (Anticarsia gemmatallis)

Agente: Vespas Cotesia � avipes e Trichogramma galoiAção: Broca da cana-de-açúcar

Agente: BaculovIrus spodopteraAção: Vespa-da-madeira

Agente: Bactéria Bacillus thuringiensisAção: Lagartas desfolhadoras

Agente: Vespinha Tamarixia radiata Ação: Diaphorina citri, transmissor da bactéria do greening (huanglongbing/HLB)

Agente: Vespinha Ageniaspis citricolaAção: Larva minadora dos citros

Agente: Vespa Trichogramma pretiosumAção: Complexo de lagartas da cana-de-açúcar, milho, algodão, tomate e da soja, além deHelicoverpa zea e Helicoverpa armigera

“Os biológicos agem de forma complementar aos químicos, e não deverão substituí-los“, diz João Paulo Vilela Guimarães, coordenador de Marketing de Biológicos da Unidade de proteção da Basf

“O controle biológico, em complemento ao químico, é uma tendência para a estratégia de sustentabilidade com ganhos de produtividade”, atesta Giuliano Pauli, FMC Agricultural Solutions

Na opinião de Fábio Matos Maia, gerente de marketing estratégico frutas e vegetais da Bayer CropScience, com a alteração na legislação ampliou o número de culturasque comportam o manejo biológico

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28 | Abril 2015

ENTREVISTA | Nei César Mânica, presidente da Cotrijal Cooperativa Agropecuária e Industrial ENTREVISTA

Texto: Márcio Mingardo | Fotos: Assessoria/ Expodireto Cotrijal

A Cotrijal tem como estratégia a qualidade dos seus produtos, a diferenciação em serviços e relacionamento com seus associados

Gestãopro� ssionalizada

Grande parte da visibilidade foi alcançada pela Expodireto Cotrijal, feira de tecnolo-gia agrícola, promovida pela cooperativa no município de Não-Me-Toque (RS), entre os

dias 9 a 13 de março. Nesta 16ª edição, o total ge-ral de negócios gerados encerrou em R$ 2,1 bilhões. Para o presidente da Cotrijal, Nei César Mânica, “dentro do cenário atual do País, acreditamos que os números são muito positivos”. Em entrevista à Re-vista Conexão Rural, ele analisa que o bom resul-tado é atribuído por uma gestão profissionalizada, com foco no desenvolvimento do agronegócio local.

Revista Conexão Rural – Qual o balanço que o sr. faz da Expodireto Cotrijal 2015? Nei César Mânica – Os nossos objetivos, que era or-ganizar uma exposição em cima de um norte que tra-

çamos há 15 anos, com uma definição muito clara do que queríamos: inovação, tecnologia e oportunidade de negócio, foram alcançados. Orgulhamos em dizer que nunca perdemos esse foco. O total geral de negó-cios dos 530 expositores encerrou em R$ 2,1 bilhões. Dentro do cenário atual do País, nós acreditamos que os números são muito positivos.

Conexão Rural – Qual é o perfil do produtor coo-perado da Cotrijal?Mânica – Temos produtores, sócios da cooperativa com áreas pequenas, mas com alto grau de profissio-nalismo, gestão nos trabalhos e negócios. O nosso co-operado está muito coerente com os tempos em que estamos vivendo. A agricultura é bastante complexa, seletiva, com uma demanda para o produtor muito maior e mais complexo, mais capacitados.

onde a grande maioria dos produtores tenha acesso.

Conexão Rural – Quais foram na sua avaliação as grandes conquistas do cooperativismo ao longo dos últimos anos no Brasil e, em especial, no Rio Grande do Sul?Mânica – Para analisar o cooperativismo hoje, temos que olhar os 13 ramos que ele abrange. No Brasil, te-mos sete mil cooperativas, com mais de 300 mil fun-cionários diretos. No Rio Grande do Sul, temos em torno de 550 cooperativas, com 50 mil colaboradores diretos. No Brasil, mais de dez milhões de pessoas são ligadas a algum ramo do cooperativismo, aqui esse número chega a dois milhões. Quando olhamos o ramo agropecuário, chegamos ao número de 1.450 cooperativas ligadas ao agro no Brasil, que correspon-dem por mais 30% do PIB do agronegócio brasileiro. Dessa forma, é bem clara a dimensão e o papel que o cooperativismo tem na economia, nas exportações, no desenvolvimento social e que atua como uma impor-tante fonte de geração de renda e emprego.

Conexão Rural – Um fenômeno que ocorre natu-ralmente na produção agrícola no Brasil, como em outros setores, é o envelhecimento dos trabalha-dores cooperados. Como a Cotrijal enxerga esse tema e quais ações são desenvolvidas pensando neste público?Mânica – Vivemos um processo de urbanização, que é irreversível. Hoje temos 15% a 16% das pessoas no campo, ligadas à atividade agrícola. Alguns estu-dos da Embrapa mostram que em 2030 deveremos ter a metade desses produtores fora da atividade e isso nos estabelece uma preocupação, quem serão os que deixarão a atividade? Dentro desse desafio, de redução de gente no campo, a cooperativa desenvol-ve ações para que o associado e produtor da Cotrijal sejam o menos impactado por isso. Que ele já dis-cuta com sua família a sucessão das propriedades, com um plano organizado. Temos um País que nossa principal vocação é agrícola, nosso principal negócio é a agricultura, então a sucessão não pode ser perce-bida só como acolher todos de uma família dentro de um módulo rural independente do seu tamanho, mas que a cadeia do agronegócio possa ser avaliada, com o aproveitamento de pessoas em outras atividades ligadas ao negócio.

Abril 2015 | 29

“QUANDO OLHAMOS O RAMO AGROPECUÁRIO, CHEGAMOS AO

NÚMERO DE 1.450 COOPERATIVAS LIGADAS AO AGRO NO BRASIL,

QUE CORRESPONDEM POR MAIS 30% DO PIB DO AGRONEGÓCIO

BRASILEIRO.“

Conexão Rural – O setor cooperativista investe pe-sado em infraestrutura e melhora na prestação de serviços aos seus cooperados. Neste sentido, como está estruturada atualmente a Cotrijal? Mânica – A Cotrijal tem como estratégia a qualida-de dos seus produtos, a diferenciação em serviços e relacionamento com seus associados. Assim, a cooperativa hoje busca investir em tecnologia, na organização do quadro social e na gestão, com a infraestrutura da cooperativa sendo montada para atender a essa estratégia. Por exemplo, hoje por meio de um estudo desenvolvido pela Fundação Ge-túlio Vargas, nós sabemos que não existe nenhum associado distante mais de 10 quilômetros de um ponto de recebimento ou de negociação da coopera-tiva. Isso impacta em facilidade, menor custo com transporte, menor risco e exposição do produto. A cooperativa investe cada vez mais em estruturas mais modernas; capacitação dos seus colaboradores para atendimento melhor ao produtor; e a incorpo-ração de serviços por meio do corpo técnico, com mais de 60 profissionais, em contato direto com o produtor. Levar soluções que realmente agreguem valor às atividades dos nossos associados.

Conexão Rural – A unidade de beneficiamento de sementes que está sendo construída representa um importante investimento da Cotrijal, apostan-do no futuro da agricultura na região. Quais bene-fícios que este projeto trará?Mânica – A semente cada vez mais será o principal vetor de tecnologia para os agricultores. E nós, como uma cooperativa de produtores de grãos, não pode-mos ficar separados desse insumo tão importante. Para realizar as alianças e parcerias necessárias, jun-to às instituições de pesquisa que geram materiais novos, precisávamos ter uma unidade de beneficia-mento de sementes, ou seja, um local para padro-nizar essa semente produzida, para disponibilizar

30 | Abril 2015

Virandoa página

ECONOMIAECONOMIA

Texto: Márcio Mingardo | Fotos: Divulgação

Pecuarista comemora a chegada dos bons tempos de valorização na arroba, porém, sem perder de vista os desdobramentos da crise econômica e o ritmo de consumo do mercado aqui dentro e também lá fora

O ano de 2015 ao que tudo indica ficará mar-cado positivamente na cabeça do pecuarista por registrar, se não o maior, um dos maiores ciclos de valorização nos preços do boi gor-

do da pecuária brasileira. Os preços do boi gordo vêm atingindo recorde em valores reais. Descontando-se pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Inter-na (IGP-DI) de fevereiro de 2015, o valor da arroba chegou a R$ 147,97 no dia primeiro de abril. O recor-de anterior tinha sido registrado em 27 de novembro de 2014 (R$ 147,79 por arroba), segundo toda a série histórica medida pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), órgão da Esalq/USP, de Piracicaba, no interior de São Paulo.

Apenas nos três primeiros meses do ano, já são mais de 30% de alta seguida e indicadores do boi futuro sinalizando para valores ainda mais elevados na entressafra. O clima de ânimo, que trouxe de vol-ta a esperança para o pecuarista, é algo que para os analistas surge como consequência natural diante da atual perspectiva de precificação para a arroba, momento que também pede atenção do produtor ao mercado e muito cuidado na hora de reinvestir seus lucros.

Alex Lopes, zootecnista e consultor de mercado da Scot Consultoria, destaca que o risco está na forma como muitas vezes o pecuarista tira suas conclusões, sem considerar aspectos importantes, levando-se apenas ao movimento de precificação da arroba. “Um olhar menos atencioso ao atual cenário econô-mico e político do País pode levar a grandes equívo-cos, já que o ano está começando muito bom para o pecuarista. É preciso ficar atento também quanto ao

consumo”, diz. Ao considerar que o boi representa aproximadamente 80% do custo total do frigorífico, existe neste momento um elo bastante estrangulado desta cadeia produtiva, que é a indústria. “Ela está pagando caro para adquirir sua matéria-prima e não está encontrando formas de posicionar seus produ-tos de maneira competitiva ao varejo”, afirma.

Novo ajuste de rotaHá dois anos, a seca histórica ocasionou a falta de

pasto para alimentar o gado e trouxe consequências sérias que afetou o rebanho de uma maneira geral, deixou reflexos mais visíveis naquela que vista como a fase mais sensível da criação, a cria. Mortalidade maior de bezerros no pré-desmama, redução do nú-

Aril 2015 | 31

O Brasil produziu 8,5 milhões/t de carne

Consumiu 7 milhões/t

Exportou 1,5 milhão/t

Faturou US$ 5 bilhões

O Brasil produzirá 17,6 milhões/t de carne

Consumo interno será de 8,5 milhões/t

Exportações pulando para 8,5 milhões/t

em uma movimentação total de US$ 28 bilhões

(Fonte: Estimativas da ABCZ)

que sejam con� nados 828 mil animais por um grupo de

85 pecuaristas, ante os 770 mil em 2014

(Fonte: Assocon)

2012: Produção+Consumo

2042: Produção+Consumo

2015: Previsão

mero de matrizes prenhes e maior intervalo entre partos das fêmeas foram apenas algumas das inter-corrências registradas.

Como resultado, o setor amargou a diminuição da produtividade média dos rebanhos, que se estima bateu em duas arrobas por animal na região Centro Sul – Paraná, São Paulo, Triângulo Mineiro, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso – que responde por 55% da produção de carne bovina do País. “Essa perda corresponde a um mês de abate registrado em toda a indústria frigorífica em âmbito nacional”, diz Sergio De Zen, responsável pela pesquisa sobre os mercados de proteína animal do Cepea. Segundo o pesquisador e professor, a palavra de ordem é agir com cautela. “O pecuarista deve aproveitar o momento de fluxo de

“Um olhar menos atencioso ao atual cenário econômico e político do País pode levar a grandes equívocos, já que o ano está começando muito bom para o pecuarista. É preciso fi car atento também quanto ao consumo”, diz Alex Lopes, zootecnistas e consultor de mercado da Scot Consultoria

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ECONOMIA

caixa positivo e fazer a renovação do seu plantel de matrizes, por exemplo, produto que certamente terá seu preço valorizado”, afirma De Zen.

Na opinião dele, se ao invés da euforia, o senti-mento que prevalecer na cabeça do pecuarista nes-te momento for o da prudência, e se seu olhar se manter, não no lucro de curto prazo, mas sim nos investimentos que trarão ganhos sustentáveis em longo prazo, as chances de elevar seus ganhos ain-da mais no futuro próximo estão garantidas. Estudo publicado pela Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) sobre a potencialidade da pecuária mostra que a atividade poderá duplicar sua produ-ção e quintuplicar as exportações de carne nas pró-ximas três décadas. Os dados mostram que em 2012, o Brasil produziu 8,5 milhões de toneladas de carne, consumiu 7 milhões/t e exportou 1,5 milhão/t, fatu-rando US$ 5 bilhões. A ABCZ aponta que a melhoria genética e das pastagens e o crescimento do mercado levarão o País a produzir 17,6 milhões/t de carne, em 2042, ficando o consumo interno em 8,5 milhões/t e as exportações pulando para 8,5 milhões/t, em uma movimentação total de US$ 28 bilhões.

Antônio Pitangui de Salvo, diretor da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) e presiden-te da comissão de bovinocultura de corte da Confe-deração Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), acredita no crescimento da atividade e a cautela na hora de falar sobre o momento vivenciado pela pe-cuária, destacando que o Brasil enfrenta uma crise sem precedentes, mas que a criação é uma atividade que está presente nas raízes da cultura do nosso País. “O criador acredita que os setores da pecuária, não apenas do corte, mas os de leite continuarão avan-çando. E isso, graças ao trabalho de melhoramento genético por meio de seus principais programas, do

trabalho da Embrapa que vem melhorando a quali-dade das pastagens e, principalmente, do pecuarista aprendendo que seu pasto precisa ser melhorado, que o uso de genética melhorada é fundamental, que o investimento em modernização da gestão traz ga-nhos em longo prazo”, diz o dirigente da ABCZ, que também atua no melhoramento genético. A entidade organizará entre os dias 03 a 10 de maio, a 81ª edi-ção da Expozebu, em Uberaba (MG).

Reposição segue incerta O ano para o con� nador começou com a divisão do mer-

cado, que por um lado apresenta cenário de valorização garantida nos contratos futuro e por outro as incertezas em relação à continuidade da valorização dos preços, pagos na

“A preocupação maior recai sobre o segundo semestre do ano e no consumo que já mostra sinais de enfraquecimento, ao que tudo indica não deve melhorar”, diz Bruno de Jesus Andrade, gerente executivo da Assocon

32 | Abril 2015

indústria que já sofre os efeitos da crise � nanceira. A aposta está sendo na produção que deve mais uma vez crescer em média 7,5%, elevando a oferta de rebanho para 4,5 milhões de cabeças, estimativas de números nacionais.

Recentemente, a Associação Nacional dos Con� nado-res (Assocon) divulgou os dados do seu levantamento e o resultado mostra uma tendência pelo fechamento do gado já a partir de março, com 74% do rebanho já nego-ciado de alguma maneira pelo produtor. A previsão para 2015 é que sejam con� nados 828 mil animais por um grupo de 85 pecuaristas, ante os 770 mil em 2014.

Para Bruno de Jesus Andrade, gerente executivo da Assocon, o boi magro valorizado é neste momento o fator que mais está pesando na decisão � nal do con� nador. “A preocupação maior recai sobre o segundo semestre do ano e no consumo que já mostra sinais de enfraqueci-mento, ao que tudo indica não deve melhorar”, diz.

Abril 2015 | 33

“O pecuarista deve aproveitar o momento de fl uxo de caixa positivo e fazer a renovação do seu plantel de matrizes, por exemplo, produto que certamente terá seu preço valorizado”, afi rma Sergio De Zen, responsável pela pesquisa sobre os mercados de proteína animal do Cepea/ Esalq/ USP

“O criador acredita que os setores da pecuária, não apenas do corte, mas os de leite continuarão avançando. E isso, graças ao trabalho de melhoramento genético por meio de seus principais programas, do trabalho da Embrapa que vem melhorando a qualidade das pastagens e, principalmente, do pecuarista aprendendo que seu pasto precisa ser melhorado, que o uso de genética melhorada é fundamental, que o investimento em modernização da gestão traz ganhos em longo prazo”, diz Antônio Pitangui de Salvo, diretor da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) e presidente da comissão de bovinocultura de corte da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA)

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Mercado externo aquecido, será? No cenário externo, a piora das economias de

países que historicamente mais importam carne do Brasil é o fator que mais preocupa os setores ligados à cadeia produtiva, que teme uma queda no consumo motivada, principalmente, pela baixa histórica nos preços do petróleo. Rússia, Hong Kong e Países do Oriente Médio que respondem por quase a metade da carne que sai dos portos brasileiros encabeçam a lista

das economias em recessão, neste momento.Apesar das atenções, a Associação Brasileira das

Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), entidade que representa o segmento de exportações de carne, aposta em novo recorde de vendas ao exterior em 2015. A indústria de carne bovina brasileira registrou um faturamento de US$ 432 milhões em fevereiro, com embarques de mais de 98 mil toneladas. Com relação a janeiro, os números mostram recuperação, com crescimento de 1,39% em faturamento e 1,90% em volume. Já no acumulado do ano, somando os meses de janeiro e fevereiro, foram exportadas 194 mil toneladas de carne bovina brasileira – 28% menos do que no mesmo período do ano passado. Somado o faturamento nos dois primeiros meses do ano chega a um valor de US$ 859 milhões, queda de 26% em relação a 2014.

De acordo com o presidente da Abiec, Antônio Jorge Camardelli, apesar disso o setor teve recentemente a reabertura de importantes mercados, como Iraque e África do Sul, além de boas perspectivas com o fim definitivo dos embargos de China, Arábia Saudita e Japão. Além da possibilidade de abertura para os Estados Unidos. “Isso tudo nos permite manter a expectativa de atingir novo recorde em 2015”, diz Camardelli.

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