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4| Jornal de Negócios | Quarta-Feira, 11 de Abril de 2012 . Primeira Linha CONFERÊNCIA PORTUGAL GLOBAL “Big bang” nas ex p “É previsível que sejam pedidos sacrifícios dolorosos a todos”, mas o crescimento das exportações prova que “austeridade não é incompatível com competitividade”. Pedro Reis, presidente da AICEP, traçou, ontem, no Porto, na conferência “Portugal Global”, promovida pelo Negócios, o caminho para sair desta crise RUI NEVES [email protected] “Durante o período de ajustamento económico e financeiro, em que estamos a construir as bases de um novo modelo económico mais produtivo e competitivo para o País, é previsível que sejam pedidos sacrifícios dolorosos a todos como nação”, admitiu o presidente da AICEP. “Mas tenho duas convicções”, enfatizou Pedro Reis: sem a execução deste plano “estaríamos numa situação muito pior do que a que enfrentamos, porque insustentável e insuportável”, e “sem as reformas em curso estaríamos a hipotecar o futuro de Portugal e a condenar o presente das nossas empresas”. Troika impõe mais “sacrifícios dolorosos” Nos primeiros dois meses do ano, no “top 10” dos países clientes de Portugal com maior crescimento em valor, sete são extra-comunitários. Estes resultados constituem, para Pedro Reis, “um sinal claro para comunidade internacional de que a economia portuguesa tem capacidade de afirmação nos mercados externos e de que está a conseguir enfrentar este momento de adversidade desbravando novos caminhos de crescimento, desta feita saudáveis e sustentáveis”. Há assim que “concentrar todos os esforços no apoio às empresas que já são exportadoras e àquelas que têm capacidade de internacionalização”. Desbravar novos caminhos na frente externa Pedro Reis aproveitou a ocasião para “partilhar” os dados divulgados pelo INE no dia anterior, “que confirmam a boa prestação das nossas exportações de bens nos dois meses de Janeiro e Fevereiro, que registaram um crescimento de 13,3%” face ao mesmo período do ano anterior. Uma performance que o líder da AICEP apresentou como prova de que “austeridade não é incompatível com competitividade”. Mais: 28% do total das vendas ao exterior são para os mercados fora da UE, “o que solidifica a aposta clara da AICEP na importância da diversificação geográfica das nossas exportações”. Austeridade e competitividade? “Yes, we can!” [Sem o plano de austeridade] estaríamos numa situação muito pior, porque insustentável e insuportável.

CONFERÊNCIAPORTUGALGLOBAL “Bigbang”nasexp · em mercados com taxas de crescimento estimadas de 5%: na Colômbia, Peru, Índia e nos Emirados Árabes Unidos. Esta última, que

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  • 4 | Jornal de Negócios | Quarta-Feira, 11 de Abril de 2012.

    Primeira Linha

    CON F E RÊ N CI A PORTU G AL G LOBAL

    “Big bang” nas exp“É previsível quesejam pedidossacrifíciosdolorosos atodos”, maso crescimentodas exportaçõesprova que“austeridade nãoé incompatívelcomcompetitividade”.Pedro Reis,presidente daAICEP, traçou,ontem, no Porto,na conferência“PortugalGlobal”,promovidapelo Negócios,o caminho parasair desta criseRUI NEVES [email protected]

    “Durante o período deajustamento económico efinanceiro, em que estamos aconstruir as bases de um novomodelo económico maisprodutivo e competitivo para oPaís, é previsível que sejampedidos sacrifícios dolorosos atodos como nação”, admitiu opresidente da AICEP. “Mastenho duas convicções”,enfatizou Pedro Reis: sem aexecução deste plano“estaríamos numa situaçãomuito pior do que a queenfrentamos, porqueinsustentável e insuportável”,e “sem as reformas em cursoestaríamos a hipotecar o futurode Portugal e a condenar opresente das nossas empresas”.

    Troika impõemais “sacrifíciosdolorosos”

    Nos primeiros dois meses doano, no “top 10” dos paísesclientes de Portugal com maiorcrescimento em valor, sete sãoextra-comunitários. Estesresultados constituem, paraPedro Reis, “um sinal claro paracomunidade internacional deque a economia portuguesa temcapacidade de afirmação nosmercados externos e de queestá a conseguir enfrentar estemomento de adversidadedesbravando novos caminhos decrescimento, desta feitasaudáveis e sustentáveis”. Háassim que “concentrar todos osesforços no apoio às empresasque já são exportadoras eàquelas que têm capacidade deinternacionalização”.

    Desbravarnovos caminhosna frente externa

    Pedro Reis aproveitou a ocasiãopara “partilhar” os dadosdivulgados pelo INE no diaanterior, “que confirmam a boaprestação das nossasexportações de bens nos doismeses de Janeiro e Fevereiro,que registaram um crescimentode 13,3%” face ao mesmoperíodo do ano anterior. Umaperformance que o líder daAICEP apresentou como provade que “austeridade não éincompatível comcompetitividade”. Mais: 28% dototal das vendas ao exterior sãopara os mercados fora da UE, “oque solidifica a aposta clara daAICEP na importância dadiversificação geográfica dasnossas exportações”.

    Austeridade ecompetitividade?“Yes, we can!”

    [Sem o planode austeridade]estaríamosnuma situaçãomuito pior,porqueinsustentávele insuportável.

  • Jornal de Negócios | Quarta-Feira, 11 de Abril de 2012 | 5.

    portações

    “Sem menosprezar oaprofundamento dos actuaismercados tradicionais ondeainda há muito por explorar”, aAICEP decidiu abrir três novasrepresentações no exterior, quevão apoiar as empresas lusasem mercados com taxas decrescimento estimadas de 5%:na Colômbia, Peru, Índia e nosEmirados Árabes Unidos. Estaúltima, que irá também cobrir aArábia Saudita e o Qatar,funcionará ainda “como antenapara a atracção de investi-mento” desta região. A AICEPorganizou, “há semanas, avinda exploratória de um grupode investidores do Qatar e estáagora a preparar a vinda de umsegundo grupo dos Emirados”.

    Exportar e atrairinvestimento dosEmirados Árabes

    O Magrebe e a Áfricasubsaariana, com Angola eMoçambique em destaque, sãooutros “’focal point’ a explorarnos próximos anos”, assimcomo os Estados Unidos, oMéxico e a Turquia. Quanto àÁsia, Reis está “convencido quea China irá encarnar umarealidade nova da qual vamosbeneficiar por muitas décadas”.O líder da AICEP defendeu que“as recentes tomadas departicipação na EDP e RENpodem constituir um verdadeiro‘big bang’ para a aproximaçãoentre os dois países, arrastandonovo investimento chinês paraPortugal, além de abrir novasoportunidades para as nossasempresas no mercado chinês”.

    Atracção chinesaà boleia da EDPe da REN

    Apontados alguns eixos (uma“localização geoestratégicaúnica”, por exemplo) em queassenta a “proposta-valor” dePortugal enquanto destino deinvestimento directoestrangeiro, o líder da AICEPconsiderou então ter traçado “ocaminho para Portugalreconquistar o seu futuro eassegurar um novo eimportante papel” numaeconomia globalizada. “Assimnos entendamos no essencial enos foquemos no importante, oque às vezes parece pedir muitoneste nosso País que anda hátanto tempo desencontrado desi próprio”, lamentou. “Façamo-lo ao menos pelas nossasempresas e pelos nossos filhos.”

    A importânciada focalizaçãono que é essencial

    [O crescimentodas exportaçõesé a prova que]austeridadenão éincompatívelcom competiti-vidade.

    Concentraresforços noapoio àsexportadorase às que têmcapacidade deinternacionali-zação.

    Participaçãona EDP e RENpodemconstituir umverdadeiro“big bang” [nasrelações coma China].

    Que nosentendamos noessencial (...)neste nosso Paísque anda hátanto tempodesencontradode si próprio.

    PE RG U N TAS A

    “Falinhas mansas” tornamGoverno “mais arrogante”O economista Alberto Castro,umdosoradoresdaconferência“Portugal Global”, frisou que“exportar apenas não basta”,pois que “é sobretudo necessá-rio fazê-lo com uma alta incor-poração nacional, que seja aomesmo tempo competitiva”. Éque, lembrou, algumas dasmaioresexportadorasnacionaisestão também no “top” dasmaiores importadoras.

    Portugal continua a crescer a dois dígitos nas exportações. É possível manter este ritmo no resto do ano? Achoquevaiserdifícil.Acho

    quenãoháumaanálisesuficien-temente cuidada do que é queestáaacontecer.Talvezhajaal-guns epifenómenos, algumasevoluções circunstanciais, queexpliquem esta evolução. Mas,sobretudo, mesmo que hajaaqui alguma sustentabilidade,achomuitocomplicadomantereste ritmo, porque os nossosprincipaismercadosdedestinoestãoaapresentarfragilidades...

    Não acredita que o forte cresci-mento que ocorre nas exportações para os chamados mercados emer-gentes possa, de alguma forma, compensar essa fragilidade que se verifica nos tradicionais? Não.Parajá,porquedoister-

    ços, ou três quartos, das expor-taçõesaindacontinuamaregis-tar-seforadosmercadosemer-gentes,sendoqueestestambémtêm o seu limite. Diria que “sofar, so good”, mas aconselhariaprudência em termos de pers-pectivas. Porque algumas dasexportaçõespodemserdecasospontuais – vendas de ouro, au-mento das de combustíveis, asquais, sendo importantes, nãose reflectem depois em termosde crescimento, pois têm umamargem de valor acrescentadorelativamente diminuta. O quenos interessa é que as exporta-ções sejam o motor de cresci-mento,sendoqueestepodeserum motor que não tem grandeforçaporquenãotemmuitova-loracrescentado.

    É um conhecido defensor das cau-

    sas do Norte, origem de quase me-tade das exportações e que apre-senta uma balança comercial po-sitiva. Acha que o Governo está a tratar mal a região? A região Norte ouve os elo-

    gios,mas,aseguir,vêoqueoGo-vernofez,ou,pior,oquenãofez– este protelar das nomeaçõesdas administrações da Metro[do Porto], da STCP, da APDL[Porto de Leixões], daCCDRN,da Casa da Música, do arrastarda SRU [Sociedade de Reabili-taçãoUrbana],enfim,todoestearrastar de pés leva a que a re-gião desconfie. Porque o que sepromete são apenas palavras.Talvez o Norte, neste caso con-creto, tenha mais instituiçõesdependentes do Governo cen-tral do que algumas outras re-giõesquenãoLisboa,e,portan-to,queistoacabeporserorefle-xo de uma certa inércia gover-namental. Há eventualmenteaqui um centralismo até quasecultural, de alguma arrogânciade que esses problemas virão aser resolvidos, e, sobretudo, deuma falta de sensibilidade emrelaçãoàimportânciadotempo[de demora].

    Arrogância? Háváriasformasdearrogân-

    cia: haviaasocráticae háoutra,em que se pode ser ainda maisarrogante,comfalinhasmansase lentas, quando se tem a pre-sunçãointelectualdequesetema solução. E este é meio cami-nho andado para que as coisasnão funcionembem.

    Acha que é isso que está a aconte-cer com este Governo? Eutemoquepossaestaraha-

    verumaobsessão com aconta-bilidade e que prejudica as ou-tras dimensões, ao ter uma vi-são quase mecânica das coisas:“Asreformasvão-seoperareda-quiatrêsanosestarátudobem.”Penso que é preciso gerir estatransição e dá-me a sensaçãoque alguns dos “timings” falha-ramcompletamente.Eistocriamal-estar, desconfiança, e per-de-seassimumcerto“élan”queestavaaexistir. RN

    � ALB E RTO CASTROECONOMISTA

    Rica

    rdo

    Cast

    elo

  • .6 | Primeira Linha | Jornal de Negócios | Quarta-Feira, 11 de Abril de 2012

    ANTÓNIO [email protected]

    Diz o slogan que “hámais naCaixado que você imagina”. Sobretudoparaasempresasexportadoras,quetêm prioridade quando batem àporta do banco público para se fi-nanciar. Uma facilidade que as pe-quenasemédiasempresasempro-cesso de internacionalização agra-decem,masemqueasgrandesem-

    presasparecempoucointeressadas.Nesta fase, preferem financiar-sejunto da banca estrangeira e, emparticularparaalgumasgeografias,nos bancos dos países onde estão alançarnovos investimentos.

    OdirectorcentraldogabinetedeComércio Externo e Bancos Cor-respondentes do banco público re-feriu ontem, no Porto, que, se esti-veraanalisarduaspropostasseme-lhantes, aCGD “privilegiaum pro-

    jecto de exportação”. SegundoapontouLuís Rego, as exportaçõessãotambémum“imperativoestra-tégico”paraobanco,poisénasem-presasquevendemforadoPaísque“está o negócio com potencial decrescimento, as empresas dinâmi-cas e os melhores riscos”. “Do pon-todevistadaliquideznãohárestri-çãoparaasempresasexportadoraseparaasquesequeiraminternacio-nalizar”, acrescentou. “A não ser

    pelo preço, que é mais caro”, corri-giude seguida.

    Aavaliar pelo painel de “consa-grados” que ontem participou naconferência“PortugalGlobal–Em-presas Exportadoras”, organizadapelo Negócios e pelaCaixaGeral deDepósitos,essaslinhasdefinancia-mentopoderãoserreservadasparaasPME.Istoporque,àsemelhançado que divulgaram recentementeoutras grandes empresas, como a

    Caixa atrai exportadoras,mas as grandes preferemfinanciar-se no exterior

    Face a dois pedidos semelhantes de financiamento, o bancopúblico está a discriminar positivamente quem estiver ainternacionalizar-se. Porém, as grandes exportadoras estãoa reduzir a exposição à banca nacional e a financiar-se noestrangeiro, onde conseguem vantagens competitivas

    Conferência Portugal Global

    As peças criadaspor Paula Sousa,CEO da Munna,podem serapreciadas emhotéis de todoo mundo.

    A Munna, empresa de design demobiliário, foi criada em 2008“sempre com o objectivo dainternacionalização”, conta a CEO,Paula Sousa. O mercado nacional sóabsorve 5% do produto e a aposta énos mercados maduros, sobretudoEuropa. A empresária de Leça doBalio vê o design como “ferramentade gestão” e resume o sucesso àpersistência da equipa”. Em 2008,uma conceituada revista britânicapublicou uma peça sua na capa.

    Design português para mercados maduros

    Adelino Mendes,administradorda AmbiPombal,diz ser “maisvalia” conhecerbem o mercadode destino.

    A AmbiPombal é uma empresa degestão de resíduos industriais, cuja“internacionalização passa pelainstalação noutros países deunidades de valorização de resíduossemelhantes à que tem cá”, conta oadministrador, Adelino Mendes. EmJunho, concretizou a compra de 80%de uma empresa em Marrocos, sócom capitais próprios, e pensa jánoutros mercados. As condições sãoa dinâmica da indústria e a legislaçãoambiental nesses países de destino.

    Pombal valoriza resíduos em Marrocos

    Carlos Melo, CEOda Idealbuy, dizser essencial terparceiros locaispara ajudar a“diminuir asbarreiras”.

    Dos canais de compras s

    “CASE STU DI ES”: EM PRESAS PORTU G U ESAS DE F U TU RO

    Obrigado, mas... | Luís Rego, representante da Caixa (terceiro a contar da esquerda)

    Seria erro crassoinvestir dinheiroeuropeu num paísafricano. Lá, aindapor cima, as taxassão melhores.ADELINO DA SILVA MATOSPresidente da A. Silva Matos

  • .Jornal de Negócios | Quarta-Feira, 11 de Abril de 2012 | Primeira Linha | 7

    Sonaecom,tambémaAmorim&Ir-mãoseaaA.SilvaMatosestãoare-duziraexposiçãoàbancanacional.

    Opresidentedahistóricaempre-sade metalomecânica, que apartirde 2006 investe tambémnas ener-gias renováveis – representam jámetade da facturação, que totaliza60 milhões de euros –, anunciou oprojecto “de uns milhões” numaunidade industrial “num país doMagrebe”, sem identificar. Será fi-

    nanciadoem50%porcapitaispró-prios,orestanteporcapitaisalheios.Dequem?“Deumbancolocal.Aliásseria erro crasso investir dinheiroeuropeu num país africano, aindapor cimaas taxas são melhores lá”,responde Adelino da Silva Matos,frisando que “quanto menos di-nheiro forde Portugal e das nossasempresas, melhor”. No que toca àbancanacional, diz que nuncateve“razões de queixa, anão serdo pre-

    çododinheiro”.“Há32anosquees-tou habituado a ganhar dinheirocom dinheiro emprestado e tenhoconseguido ganhar para pagar [devolta]”, frisou o empresário, cujaempresavende50%a60%daquiloque produz.

    VictorRibeiro,CEOdaAmorim& Irmãos, cujo negócios da cortiçaé “relativamente imune à crise”,comocomprovaafacturaçãoacres-cer10%aoano,entendequeorisco

    doPaíscondicionaabancanacionale sobe o custo do financiamento,masnementranesse“jogo”,estan-do adiversificaras fontes de finan-ciamento.“Dapoucadívidaquete-mos, jápoucareside em Portugal”,disse,sustentandoqueconseguefi-nanciar-se “mais barato” junto dabanca estrangeira, o que constitui“umfactorde competitividade”.

    Flexibilidade “ajuda sempre” Convidado pelo director do Negó-cios, Pedro Guerreiro, afalarsobreas reformas estruturais, sobretudoa que está em curso nas leis do tra-balho, “sem usaradesculpade quea lei é tão inflexível que não deixatrabalhar”,oCEOdaAmorim&Ir-mãosfrisouqueaflexibilidade“aju-dasempre”. Ribeiro sustentouqueisso é válido, por exemplo, para asempresasquetêmencomendasemexcesso,mas“medodeaumentaroscustosfixos”,quepossamviracom-prometerasustentabilidadese,poralgum motivo, ocorrer uma “que-brabrusca” nessaprocura.

    JáAdelinodaSilvaMatos,ques-tionado sobre a subsidiação à pro-dução energética – “contra mimfalo”–, surpreendeuaodefender“ofim desses subsídios para as reno-váveisououtrasenergias”.“Inicial-mentetalvezhouvesseanecessida-dedepagarsubsídiosparaocresci-mento da actividade, mas a inova-ção, o crescimento daprópriaacti-vidade, possibilitaram a produçãode energia ao preço do mercado”,sustentouo empresário nortenho.

    Microalgas de Olhão nos cosméticos franceses Com menor expressão mediática,suscitou idêntico interesse na au-diênciaaactividadeeinternaciona-lização da Necton, empresa algar-via do sector da biotecnologia ma-rinha,queproduzecomercializasalmarinhotradicionalpara35países,emicroalgasparaasgrandesmulti-nacionais de cosméticae acupunc-tura.Exceptuando“unsquilosdeal-gas”vendidosaoOceanário,“99,9%vai para fora”, sobretudo França eEspanha. Cresce 10% a15% ao anoeem2011investiu800mileuros,fi-nanciadospelaCaixa,paraduplicaracapacidade de produção.

    Ricardo Castelo

    Marco Soares éo CEO daInovretail, uma“start-up” doPorto disposta air para qualquermercado.

    Criada em Maio, a Inovretail propõe-se a “melhorar o ambiente de loja e acriar experiências de compra maisatractivas para o consumidor, quetragam retorno aos retalhistas”, quesão os seus clientes, explica o CEO,Marco Soares. A exportação vale40% e a internacionalização estápensada “desde o início” para omercado único europeu para evitarproblemas logísticos e burocráticos.“Este ano temos propostas do Brasil,vamos onde os clientes quiserem”.

    Tornar o retalho ‘sexy’ em qualquer língua

    Nuno Mesquitadiz que o grandeimpulso lá forachegou em2004 quando aArqui300 foipara o Bahrein.

    A Arqui300 factura dois milhões“mas dá muitas dores de cabeça”,brinca o administrador, NunoMesquita. Dedica-se à produção defilmes e imagem 3D para mercadosimobiliário, turístico, institucional epublicitário e vende em 25 países, daEuropa, África, América e MédioOriente. A AICEP presta uma “grandeajuda” na busca de parceiros locais,pois, além de um bom produto, épreciso “capacidade de resposta paracompetir com o concorrente local”.

    Sem “filmes” para fazer filmes pelo mundo

    Criada em meados do ano passado, aIdealbuy ajuda os seus clientes,sobretudo PME, a “proporcionareficácia no processo de compras” dasempresas. Entretanto juntou a áreado “procurement” e negociação à dapromoção de produtos nacionais(vinhos, azeites, calçado, material deconstrução...) através dos canais dedistribuição que entretanto criaram,contou o CEO, Carlos Melo. Nestaárea trabalham com os países daEscandinávia e também em África.

    surgiram as vendas

    Há 32 anos queestou habituadoa ganhardinheiro comdinheiroemprestado.ADELINO DA SILVA MATOSPresidente da A. Silva Matos

    Da pouca dívidaque temos, jápouca reside emPortugal. É maisbarato e factorcompetitivo.VICTOR RIBEIROCEO da Amorim & Irmãos

    É do interesseda CGD apoiaras exportadoras.É onde estão asempresasdinâmicas e osmelhores riscos.LUÍS REGODirector Central do Gabinete deComércio Externo e BancosCorrespondentes da CGD

    Alguns anoscrescemos 20%e nunca demospassos maioresque as pernas.VITOR VERDELHO VIEIRAPresidente da Necton

    assegurou liquidez para as exportadoras, mas as grandes estão a financiar-se fora, a um custo mais reduzido.

  • .8 | Primeira Linha | Jornal de Negócios | Quarta-Feira, 11 de Abril de 2012

    Debates dentro e fora da sala | A terceira ediçãoda conferência “Portugal Global”, a primeira que

    decorreu no Porto, serviu para a comunidadeeconómica ligada às exportações trocar ideias e trilhar

    potenciais caminhos para reforçar a aposta dasempresas portuguesas nos mercados externos.

    Plateia de gestorese empresários“exportaram”ideias globais

    Centro e trinta pessoas,sobretudo gestores eempresários, encheram ontema sala do hotel Sheraton,no Porto, onde decorreua terceira edição daconferência Portugal Global,uma iniciativado Negócios e da CGD

    Conferência Portugal Global

  • .Jornal de Negócios | Quarta-Feira, 11 de Abril de 2012 | Primeira Linha | 9

    Rego e Castro | Luís Rego,da Caixa Geral de Depósitos(ao centro na foto maior),e Alberto Castro,economista (ao centro nafoto em baixo), foram doisdos oradores da terceiraedição da conferência“Portugal Global”.

    Pub

    As conversas paralelas | Hélio Cecílio, um dos grandes exportadoresnacionais de pinhão, com Victor Ribeiro, da Amorim & Irmãos (na foto emcima). Já na foto mais à direita, Pedro Santos Guerreiro, director do Negócios,com Pedro Reis, presidente da Aicep.