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Relatório de prática referente à disciplina de Eletrônica analógica. Consta comparações entre dados experimentais e os esperados pela teoria.Agradecimentos ao colega Vitor Nunes.
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCOCENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIÊNCIA
DEPARTAMENTO DE ELETRÔNICA E SISTEMAS
CONFIGURAÇÃO EMISSOR COMUM
Henrique Müller VasconcelosVitor Nunes de Lima
11 de Julho de 2004
Conteúdo1 Objetivo 2
2 Metodologia 22.1 Diagrama do circuito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22.2 Resultados esperados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22.3 Resultados obtidos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
2.3.1 Comportamento de VCE X VBE e IC X VBE . . . . . . . . . . 42.3.2 Comportamento do Ganho X VBE do Ganho X IC . . . . . . . 62.3.3 Medição da resistência de entrada e saída e da transcondutância 7
2.4 Análise . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72.4.1 Cálculo de IS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72.4.2 Relação entre as análises para pequenos e grandes sinais . . . 8
3 Conclusão 10
4 Apêndice - Preparação 11
1
1 ObjetivoO transistor é um dispositivo de fundamental importância para a eletrônica, suas
aplicações variam desde amplificação de sinais a até o projeto de circuitos lógicodigitais e de memória.
Essa prática teve como objetivo estudar o comportamento desse dispositivo, maisespecificamente, obter os parâmetros do modelo para pequenos sinais da configu-ração emissor comum e relacioná-los com a curva para grandes sinais.
2 Metodologia
2.1 Diagrama do circuito
O circuito básico utilizado na prática foi o seguinte:
+12V
R110k 50%
Ven
R247k
Rb3,3k
Rcarga20k
Figura 1: Diagrama do circuito utilizado. Configuração emissor comum com otransistor bipolar NPN.
Foram feitas alterações no circuito da figura 1 em algumas etapas do experimento,essas alterações serão mostradas no momento adequado.
2.2 Resultados esperados
Utilizando valores obtidos no datasheet do transistor 2N3904 e sabendo que:
Ie = −IES(eVbeVT − 1) + αRICS(e
VbcVT − 1) (1)
Ic = −ICS(eVbcVT − 1) + αDIES(e
VbeVT − 1) (2)
Ib = −(Ie + Ic) (3)
Os resultados esperados para os gráficos de VCE X VBE, IC X VBE, ganho detensão X VBE e ganho de tensão X IC estão mostrados nas figuras 2,3,4 e 5.
2
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
0
2
4
6
8
10
12
VC
E
VBE
(V)
VCE
X VBE
Figura 2: Comportamento esperadopara VCEXVBE
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
831,52872n
2,26033µ
6,14421µ
16,7017µ
45,39993µ
123,4098µ
335,46263µ
I C
VBE
IC
X VBE
Figura 3: Comportamento esperadopara ICXVBE
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
0
50
100
150
200
250
300
350
Ganho
de
tensão
VBE
Ganho de tensão X VBE
Figura 4: Comportamento esperadopara o Ganho X VBE
0,0 100,0µ 200,0µ 300,0µ 400,0µ 500,0µ 600,0µ 700,0µ
0
50
100
150
200
250
Ganho
de
tensã
o
IC
(A)
Ganho de tensão X IC
Figura 5: Comportamento esperadopara o Ganho X IC
Para obter os resultados esperados para a resistência de entrada, resistência desaída e a transcondutância do circutio, deve-se refazer o modelo para pequenos docircuito sinais usando os valores do datasheet. Esse procedimento está mostradoabaixo.
Vp
rp
+
-Rcarga20k
Vsa
Rsa
R110k 40%
R247k
VenRb
3,3k
g vm p
Figura 6: Circuito equivalente para pequenos sinais da configuração utilizada
3
Segundo o datasheet e as condições de da prática, utilizou-se β = 300, IC =0, 3mA, VT = 28mV , VA = 100V . Logo temos:
gm =IC
VT
=0, 3mA
28mV= 10, 7mΩ−1
rπ =β
gm
=300
10, 7m= 28kΩ
rsa =VA
IC
=100
0, 3m= 333, 3kΩ
Como esses valores pode-se estimar a resistência de entrada e saída e a transcon-dutância do circuito como todo.
Ren =ven
ien= 21, 18kΩ
Rsa =vsa
isa= 18, 87kΩ
Gm =isavsa
= 9, 03mΩ−1
O que resulta no seguinte circuito equivalente:
g vm p
Vsa
18,87k
Ven
21,18k
Figura 7: Circuito equivalente ao da figura 6
2.3 Resultados obtidos
A obtenção dos dados foi feito em três etapas diferentes que serão apresentadasa seguir em separadamente.
2.3.1 Comportamento de VCE X VBE e IC X VBE
Nessa etapa o circuito utilizado foi seguinte:
+12V
Vsa
R1
R247k
Rcarga20k
2N3904
Figura 8: Circuito utilizado para os construir os gráficos de VCE X VBE e IC X VBE
4
Para realizar as medidas variou-se a posição do cursor do potenciômetro a fimde que a tensão VBE assumisse valores entre 0,0V e 1,0V e coletou-se VCE para cadatensão VBE. Para obter o valor de IC basta fazer uma simples conta:
IC =12− VCE
Rcarga
As dificuldades de realizar esse procedimento apareceram no momento de coletara tensão VCE quando a tensão VBE estava entre 0,5V e 0,6V, pois ,como era esperado,nessa região a variação de VCE era muito abrupta e uma pequena variação na posiçãodo cursor do potenciômetro causava uma grande variação na tensão coletada. Asolução encontrada para esse problema foi inverter a maneira o qual se fazia a coletados dados, ao invés de variar VBE e coletar VCE, variou-se VCE e armazenou-se atensão VBE correspondente. Dessa maneira foi possível obter diversos pontos naregião de variação abrupta.
Outra dificuldade foi no momento de medir a tensão VBE, pois, como a correnteIB é muito pequena e resistência de entrada do mutímetro é aproximadamente 1MΩ,logo, ao colocar o multímetro na base há uma grande variação de VCE. A soluçãoencontrada foi colocar um resistor grande (∼ 10MΩ) para aumentar a resistênciade entrada do aparelho de medição e considerar a um divisor de tensão entre esseresistor e o multímetro. Dessa maneira a influência do multímetor no circuito ficoudesprezível.
Obteve-se o seguinte resultados:
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
0
2
4
6
8
10
12
VC
E(V
)
VBE
(V)
Resultado esperado para VCE
X VBE
Pontos experimentais
Figura 9: Resultado de VCE X VBE
5
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
16,7017µ
45,39993µ
123,4098µ
335,46263µ
Região linear
I C(A
)
VBE
(V)
Resultado esperado de IC
X VBE
Pontos experimentais
Figura 10: Resultado de IC X VBE
2.3.2 Comportamento do Ganho X VBE do Ganho X IC
Nesta etapa utilizou-se o circuito mostrado na figura 1, onde ven era uma sinalsenoidal de amplitude e freqüência igual a 20mV e 1kHz respectivamente. Para obteros dados, variou-se o cursor do potenciômetro e coletou-se os valores de IC , VBE eda amplitude do sinal senoidal da saída (vsa).
A dificuldade encontrada nessa etapa foi basicamente a mesma da anterior. Podiaser visto claramente que ao se colocar o multímetro na base o sinal de saída vistono osciloscópio mudava completamente. A solução utilizada foi a mesma descritaanteriormente.
Obteve-se os seguintes resultados:
0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0
0
50
100
150
200
250
300
350
Ganho
de
tensã
o
VBE
Resultado esperado do Ganho X VBE
Pontos experimentais
Figura 11: Resultado do Ganho X VBE
6
0,0 100,0µ 200,0µ 300,0µ 400,0µ 500,0µ 600,0µ 700,0µ
0
50
100
150
200
250G
anho
de
tensã
o
IC
(A)
Resultado esperado do Ganho X IC
Pontos experimentais
Figura 12: Resultado do Ganho X IC
2.3.3 Medição da resistência de entrada e saída e da transcondutância
Nessa etapa da prática utilizou-se o mesmo circuito da figura 1, porém o poten-ciômetro foi fixado de tal forma que corrente IC permanecesse em 0,3mA.O proced-imento usado para a medição foi o mesmo descrito na seção 2 da preparação.
A dificuldade encontrada foi manter a corrente do coletor fixa em 0,3mA, porémesse problema foi resolvido reajustando o cursor do potenciômetro.
Obteve-se o seguinte resultado:
Rsa = 18, 4kΩ
Ren = 12, 98kΩ
Gm = 8, 3mΩ−1
2.4 Análise
Para fazer a análise dos resultados obtidos, primeiro iremos determinar o valorde IS do transistor e verificar se está de acordo com os valores típicos. Em seguidaserá feita um relação entre as análise para pequenos e grande sinais.
2.4.1 Cálculo de IS
Na região linear mostrada na figura 10, a equação de IC pode ser simplificadada seguinte forma:
Como nessa região VBE > 0 e VBC < 0 podemos reescrever a equação 2 de umaforma mais simplificada.
7
Ic = −ICS(eVbcVT − 1)︸ ︷︷ ︸
∼0
+ αDIES(eVbeVT − 1)︸ ︷︷ ︸
∼αDIESeVbeVT
(4)
Ic ≈ ISeVbeVT (5)
Fazendo a regressão linear de ln Ic X VBE dos pontos experimentais da devidaregião, temos:
0,56 0,57 0,58 0,59 0,60 0,61 0,62 0,63 0,64
-10,0
-9,5
-9,0
-8,5
-8,0
-7,5
IS
= 0,268pA
ln(I
C)
VBE
(V)
Pontos na região ativaRegressão Linear
Figura 13: Regressão linear para o cálculo de IS
O resultado obtido para IS foi na ordem de 10−13, o que se encaixa perfeitamentecom os valores típicos.
2.4.2 Relação entre as análises para pequenos e grandes sinais
Os resultados mostrado nas figuras 9 e 10 representa o comportamento do tran-sistor para grandes sinais e as figuras 11 e 12 mostra o ganho de pequenos sinaispara cada ponto de operação. O que será feito agora é mostrar a relação entre essesresultados.
Na configuração emissor comum a tensão de entrada é Vbe e a tensão de saída éVsa, o ganho de tensão será alto se para uma pequena variação de Vbe (o pequenosinal) haja uma grande variação de Vce, ou seja, ∆Vce
∆Vbedeve ser um valor alto. Dessa
relação podemos chegar a seguinte conclusão:
Ganho = |∂Vce
∂Vbe
| (6)
Superpondo o dois gráficos (VCE X VBE e Ganho X VBE) pode-se enxergar essefato claramente.
8
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
Ponto de ganho máximo
Ponto onde |DVCE
/DVBE
| é máximo
VBE
(V)
Pontos de VCE
X VBE
Pontos do ganho X VBE
Figura 14: Gráficos superpostos de VCE X VBE e Ganho X VBE
Pode-se perceber que o valor de VBE onde ∆Vce
∆Vbeé máximo é o mesmo valor onde
o Ganho é máximo, o que está de acordo com o que foi dito acima.A relação entre o gráfico IC X VBE e Ganho X IC pode ser visto comparando
os valores de IC correspondente a região linear da figura 10 e os valores de IC ondeo ganho é relativamente alto da figura 12. Percebesse que a faixa de valores é amesma, ou seja, essa é a região ativa do transistor.
9
3 ConclusãoEssa prática foi bastante gratificante em dois aspectos, tanto no ponto de vista
de verificar os conhecimentos teóricos no laboratório, como também no momento deimplementar soluções a problemas inesperados.
Pelo lado de verificar os conhecimentos teóricos, foi possível observar claramenteo transistor funcionado como um amplificador de sinais, que é uma das principaisfunções do transistor, como também foi visto que seu comportamento para grandessinais se encaixou muito bem com o resultado esperado e a relação entre pequenose grandes sinais ficou bastante clara e bem explicada pela teoria. Ou seja, em geralo transistor se comportou muito bem com aquilo que era previsto.
Além disso, outro fato que deve ser comentado é o aprendizado adquirido com asdificuldades que surgiam durante a realização da prática. A situação de se depararcom um problema, entender o porquê, achar uma solução prática e depois dissotudo verificar de os resultados obtidos estão de acordo com o esperado foi umatarefa bastante motivadora.
10
4 Apêndice - Preparação
11