Conflitos No Espaço Agrário

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resumo de conflitos no espaço brasileiro.

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Espao Agrrio Brasileiro O assunto mais abordado de Geografia no ENEM.Fala, galera!! Para finalizarmos o Top 5 do Enem com chave de ouro, vamos ao campeo de questes : Espao Agrrio Brasileiro.

Crditos: Reproduo https://almanaque.abril.com.brO espao agrrio brasileiro marcado por contrastes. Se avaliarmos a histria de nosso pas observamos que, j no sculo XVI com a diviso do litoral em capitanias hereditrias, tem incio a concentrao de terras. As primeiras lavouras desenvolvidas em solo brasileiro eram de cana-de-acar, e ocupavam a zona da mata nordestina (litoral). Elas se baseavam no sistema deplantations, que consistia em grandes monoculturas (apenas um cultivo), com o emprego da mo de obra escrava, cuja produo destinava-se exportao.Em meado do sculo XIX, em uma tentativa de regularizar a posse da terra no Brasil, foi estabelecida a chamadaLei de Terras, que determinava que a posse da terra s seria reconhecida mediante compra. Com essa medida, pretendia-se eliminar ousucapio, ou seja, a titulao da posse da terra pela ocupao, sem a compra efetiva da mesma. Os maiores beneficiados dessa medida foram os membros da elite agrria brasileira, que expandiram suas propriedades, elevando a concentrao de terras no pas.Na segunda metade do sculo XX, eclodiram reformas agrrias na Amrica Latina, com no Mxico e na Bolvia. No Brasil, crescia o temor de uma revoluo camponesa, que traria como consequncia a reforma agrria. Assim, em 1964, os militares recm chegados ao poder, elaboram oEstatuto da Terra, uma tentativa de apaziguar os nimos dos camponeses brasileiros por uma reforma na distribuio de terras. O Estatuto previa basicamente a execuo da reforma agrria brasileira, mas no estabelecia prazos para que isso acontecesse.As questes ligadas a terraA estrutura fundiria de um pas diz respeito a distribuio e ocupao da terra, bem como as questes sociais presentes no campo. O espao agrrio construdo por meio de processos histricos que produziram diferentes formas de apropriao da terra. Na Amrica Latina e frica, a colonizao produziu formas desiguais de acesso a ela, principalmente em consequncia do emprego do sistema deplantation, que exigiu a incorporao de vastas reas, tendo em vista a grande demanda no hemisfrio Norte por gneros agrcolas tropicais.Nos dois casos, o aumento da produo implicou tambm no significativo crescimento da concentrao de terras, bem como do poder econmico, j que a terra naquele momento era o principal fator produtivo disponvel. Simultaneamente ao surgimento dos grandes latifndios (e latifundirios), o poder econmico converteu-se em poder poltico, o que permitiu o surgimento da elite agrria. As dificuldades na obteno da terra acabou por produzir uma massa de excludos, alm de grande desigualdade e pobreza no campo.O resultado do histrico processo de concentrao de terras nos pases subdesenvolvidos e em desenvolvimento da Amrica Latina e sia, consolidou uma estrutura fundiria extremamente desigual. No Brasil, embora a populao urbana tenha superado a populao rural, a desigualdade no acesso a terra ainda grande.Agricultura Familiar x Agricultura ComercialA produo agrcola no Brasil est organizada basicamente em dois modelos. A agricultura familiar representa boa parte do estabelecimento agrcolas brasileiros, e se dedica basicamente produo de alimentos que abastecem o mercado interno. Nesse tipo de agricultura, as tcnicas empregadas so em geral rudimentares, ou seja, sem um elevado grau tecnolgico. So utilizadas tcnicas que no contribuem para elevada produtividade, como por exemplo as queimadas, ou mesmo a rotao de culturas e pousio. Esse agricultores contam com o apoio de programas de acesso ao crdito, como o Pronaf, contudo ainda tem dificuldades na aquisio dos insumos agrcolas, como fertilizantes e maquinrio.Por outro lado, a agricultura comercial, tambm conhecida como agronegcio, baseia-se na produo em larga escala das chamadasCOMMODITIESagrcolas, principalmente de gros como a soja, milho e caf. Esses produtos tem grande demanda mundial, e tem seus valores definidos por ela. So produzidos em grandes extenses de terra, uma vez que a abundncia delas no Brasil reduz seu valor. Como esses agricultores detm elevado poder econmico ocorre a aquisio de largas faixas do territrio brasileiro, com destaque para as regies Centro-Oeste e mais recentemente Norte e Nordeste (oeste da Bahia, Tocantins, Piau e Maranho).Em termos de tecnologia, a agricultura comercial faz uso intensivo de maquinrio, fertilizantes qumicos, pesticidas, ou mesmo organismos geneticamente alterados (OGM`s). O emprego da tecnologia garante a esses produtores agrcolas grande eficincia na produo, o que tambm repercute em lucros elevados. As lavouras tambm so restritas a um nico tipo de cultivo, as chamadas monoculturas de exportao. importante destacar que essas lavouras respondem por 22% do PIB brasileiro e que promovem crescimento econmico tambm no setor secundrio, por meio da produo de mquinas e equipamentos utilizados no plantio/colheita, bem como no setor tercirio, uma vez que dependem do armazenamento, transporte e comrcio de sua produo.Em resumo, enquanto a agricultura familiar marcada pela diversidade de cultivos, a agricultura comercial est diretamente a atrelada a elevada produo de apenas um gnero agrcola.A Geografia dos conflitos fundirios no BrasilOs conflitos fundirios so disputas pela posse da terra presentes aolongo de toda a histria brasileira. Eles esto ligados basicamente a grande abundncia desse fator produtivo (a terra), aliada aos processos concentradores, bem como a consolidao de um cenrio de grande desigualdade social no campo. Em 1850, a promulgao daLei de Terras, estabeleceu a compra como nico meio de obteno desse importante recurso produtivo. Dessa forma, as elites agrrias foram beneficiadas, dado que elas dispunham do poder econmico, o que lhes conferiu grande vantagem na aquisio de vastas reas. Ao mesmo tempo, os pequenos agricultores, destitudos do poder econmico (e tambm poltico), acabaram por se manter a margem da aquisio de terras.Os resultados da Lei de Terras associados a outros fatos histricos, repercutem nos dias atuais. No entanto, h uma ntida concentrao das disputas que envolvem a terra na regio de expanso dafronteira agrcola, basicamente na regio Norte do pas. Entende-se como fronteira agrcola, as reas incorporadas pela agropecuria ao longo do sculo XX. Ao final dos ano 1940, a elevao dos preos da terra na regio Sudeste e Sul, associada necessidade de expanso das lavouras, motivou a abertura de novas faixas produtivas no territrio brasileiro. Elas se concentraram, inicialmente, ao norte do estado do Paran, e na poro sul do atual Mato Grosso do Sul.A baixa aptido agrcola dos solos do Cerrado, tpicos da regio Centro-Oeste do Brasil, foi resolvida por meio da biotecnologia utilizada pela Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecurias (EMBRAPA), que desenvolveu sementes adaptadas s restries pedolgicas. Simultaneamente, o governo brasileiro, por meio de incentivos fiscais (descontos e isenes de impostos) na compra da terra, estimulou o avano da agropecuria para a fronteira agrcola. Contudo, a medida que a agropecuria se consolidava nessa poro do territrio brasileiro, as empresas agrcolas, detentoras de capital, e tecnologia de ponta, passaram a se estabelecer no espao antes ocupados por pequenos e mdios agricultores.30/03/2015 13h05- Atualizado em30/03/2015 18h18Dilma assentou menos famlias que Lula e FHC; meta 120 mil at 2018No 1 mandato, foram 107 mil; nova presidente do Incra tomou posse.Para CPT, h retrocesso e abandono da reforma agrria; governo nega.Thiago Reis e Renan RamalhoDo G1, em So Paulo e em Braslia

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A nova presidente do Incra, Lcia Falcn, afirmouaps tomar possenesta segunda-feira (30) que at o final do ano pretende realizar o assentamento de 11 mil famlias em reas destinadas reforma agrria. Ao final dos quatro anos do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff, disse, a meta assentar 120 mil famlias, conforme compromisso da prpria presidente.No primeiro mandato de Dilma, o nmero de famlias assentadas menor que o registrado por Luiz Incio Lula da Silva em seu primeiro e em seu segundo mandatos e por Fernando Henrique Cardoso em cada um de seus dois governos.De 2011 a 2014, 107.354 famlias sem-terra foram beneficiadas pelo governo federal, segundo dados do Instituto Nacional de Colonizao e Reforma Agrria (Incra). Nos governos Lula e FHC, o nmero de assentados jamais foi inferior a 200 mil. No ano passado, por exemplo, 32 mil famlias foram assentadas, superando a meta estipulada pelo governo de 30 mil. Mesmo assim, o nmero inferior ao de todos os anos dos antecessores de Dilma.Para Jos Batista Afonso, da Comisso Pastoral da Terra, foi consolidado no governo Dilma um movimento de abandono da reforma agrria. O governo elegeu como modelo de desenvolvimento no campo o agronegcio. Alm disso, houve acordos com a bancada ruralista no Congresso que fizeram com que o governo sacrificasse no s o assentamento de famlias sem-terra, como tambm a demarcao de terras indgenas e a regularizao de reas de comunidades remanescentes de quilombos. Houve um retrocesso imenso.O total de rea incorporada para a reforma agrria no governo Dilma tambm bem menor que nos governos anteriores. Foram 2,9 milhes de hectares de terra em quatro anos. Antes, a pior marca era a do segundo governo FHC (8,6 milhes de hectares).Presidente do IncraQuestionada sobre como avalia o ritmo menor de assentamento nos ltimos anos, a nova presidente do Incra disse que a prioridade foi a qualidade do processo de reforma agrria.Tivemos necessidade, em alguns momentos, de acelerar o assentamento e, nestes ltimos anos, foi priorizada a qualificao desses assentamentos. Foi priorizado investimento para agregar valor no processo produtivo. Agora, estamos entrando numa terceira fase, eu diria, em que precisamos fazer as duas coisas ao mesmo tempo, disse Falcon aoG1.A nova presidente do Incra disse que em 30 dias apresentar uma proposta para desburocratizar a obteno de terras, uma das metas de sua gesto.[Temos] que providenciar no somente o assentamento dessas famlias, mas principalmente agregar valor ao processo produtivo. Temos que pensar no desenvolvimento dos territrios. Eu no acredito no desenvolvimento de um assentamento isolado. Como uma fbrica isolada no muda o desenvolvimento de uma regio, ela precisa formar uma cadeia produtiva, um arranjo produtivo. assim que eu penso os assentamentos, formando cadeias de proteo, com produo de alimentos saudveis, segurana alimentar, segurana hdrica inclusive, completou.Qualidade e quantidadeAntes mesmo da posse da nova presidente, o discurso do Incra no governo Dilma sempre foi o de "combinar quantidade e qualidade", convertendo os assentamentos em comunidades rurais autnomas integradas, um diferencial em relao a governos anteriores.O rgo diz alcanar ano a ano uma maior cobertura de assistncia tcnica, com mais e mais famlias atendidas em todo o pas. Em 2014, o Incra diz ter atendido o maior nmero de famlias de toda a sua histria: 332.941. Foram feitos investimentos de R$ 369,4 milhes.Para Jos Batista Afonso, o discurso falso. Na verdade no melhorou a qualidade dos assentamentos. Boa parte das polticas executadas pelo Incra foi retirada do rgo, como a construo de casas, que ficou sob responsabilidade do programa Minha Casa, Minha Vida. Aqui em Marab (PA), por exemplo, o resultado que nos ltimos dois anos no foi feita nem uma casa sequer nos assentamentos. E no adianta dar assessoria tcnica se no houver recursos para abertura de estradas e construo de pontes e crdito para investir na produo.saiba mais Engenheira agrnoma Lcia Falcn toma posse como presidente do Incra Patrus defende reforma agrria e diz que no basta 'derrubar cercas' Dilma promete acelerar reforma agrria no pas Ministro fala em 'tenso' com campo e diz que assentamento virou 'favela'Em nota, o Incra informa que as obras de infraestrutura, como acesso a estradas e pontes, so executadas por meio de uma chamada pblica nacional que possibilitou ao rgo fazer convnios com governos estaduais e municipais. Por meio dos convnios, em 2014 foram contratadas obras para recuperao e abertura de estradas vicinais, com investimentos de R$ 221 milhes, afirma. Para 2015, o Incra diz que o oramento para a rea ser de igual valor ou com perspectivas de crescimento.Sobre a nova poltica do Minha Casa, Minha Vida, o Incra diz que a incluso dos assentados entre o pblico atendido, sob a responsabilidade do Ministrio das Cidades, representou um passo significativo para a ampliao dos investimentos em infraestrutura j realizados. Contratos assinados por quase 5,3 mil famlias com Banco do Brasil ou Caixa Econmica para construo ou reforma de casas e projetos entregues nessas entidades financiadoras relativos a 18,7 mil famlias demandaram recursos de R$ 474,5 milhes, diz a nota.O Incra cita ainda outros programas, como o gua para Todos, que abastece 55 mil famlias assentadas, e o Terra Forte, que fomenta a agroindstria em assentamentos e alcana 26 mil famlias, como exemplos de investimentos no pas.