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Congada de Santa Ifigênia de Mogi das Cruzes

Congada de Santa Ifigênia de Mogi das Cruzes · 2017. 7. 8. · de caráter guerreiro, estruturadas em torno das figuras do Rei do Congo, representante da Cristandade, e de seu oponente

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Page 1: Congada de Santa Ifigênia de Mogi das Cruzes · 2017. 7. 8. · de caráter guerreiro, estruturadas em torno das figuras do Rei do Congo, representante da Cristandade, e de seu oponente

Congadade Santa I f igênia de Mogi das Cruzes

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A Congada é uma dança dramática que remete à coroação de reis africanos, introduzida no Brasil com a chegada de grandes contingentes de negros escravi-zados, trazidos pelo tráfico atlântico. A presença de africanos de etnia bantu em diversas regiões bra-sileiras fez com que se difundissem várias formas de manifestações dramáticas e/ou coreografico-musicais de caráter guerreiro, estruturadas em torno das figuras do Rei do Congo, representante da Cristandade, e de seu oponente pagão - Rainha Nzinga ( Jinga)-, Embaixador de Luanda e outros.

Cortejos como o Congo, o Moçambique, o Maracatu, os Cambindas, o Cacumbi, o Ticumbi, entre outros, manifestam a presença de elementos reveladores de uma visão de mundo africana. Estes elementos ajudaram a propiciar, desse modo, uma forma de inclusão dos negros na sociedade colonial por ocasião das festividades religiosas ou oficiais. Assim como as corporações de ofício, os africanos e seus descend-entes participavam do desfile público nos grupos de Congos ligados às Irmandades Religiosas de Ho-mens Pretos, colocadas sob o patronato dos santos de devoção negra, como São Benedito, Santa Ifigênia ou Nossa Senhora do Rosário.

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Embora a prática de se coroar reis esteja adormecida atualmente no Estado de São Paulo, as Congadas estão vivamente presentes nas festividades populares, seja por ocasião de comemorações regionais ou de datas do catolicismo popular, como as festas de São Benedito e do Divino Espírito Santo. Em Mogi das Cruzes, há indícios de que a Festa do Divino seja realizada desde o século XVII, sob influência dos colonos portugueses, tendo entre seus grandes momentos a Entrada dos Palmitos, as Alvoradas, o Impé-rio, a Passeata das Bandeiras e a Procissão Solene do Domingo de Pentecostes.

Nestes momentos, além da participação da Folia do Divino, destaca-se o significativo número de grupos de Congos ou Maruja-das, alguns provenientes da região de Conselheiro Lafaiete, Minas Gerais.

Dentre estes grupos, destaca-se a Congada de Santa Efigênia, re-criada em 7 de janeiro de 1984 por José Batista Afonso, o lendário Capitão Zé Baiano, como continuação da congada fundada por seus pais, Maria Bahiana e Passarinho Afonso, em sua cidade natal, Santana dos Montes, MG.

Com o falecimento do Capitão Zé Baiano em 1999, o grupo passa a ser liderado por sua filha, a Capitã-mor Gislaine Afonso, que herda do pai o bastão de capitão que é passado de geração para geração há 190 anos, tendo ainda como Capitã sua mãe, Iracema Afonso.

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1 – (tradicional)Prá chegar nesta Festa MaiorDá licença, ê, dá licençaPrá chegar nesta Festa MaiorDá licença, ê, dá licença

2 – (tradicional)Chorei, choreiChorei quando aqui chegueiChorei, choreiQuando eu vi Santa IfigêniaNa bandeiraChorei

3 – (tradicional)Somos marujosQue viemos devagarDefender a pátriaE o nosso general, ôBandeira brancaRoxa, encarnadaHoje é o diaDa nossa chegada

4 – (tradicional)Lá no céu tá trovejandoMas não é para choverMarinheiro tá na terraMarinheiro quer viver

5 – (tradicional)Santa Ifigênia é uma florSou devoto de Santa IfigêniaDe Nossa SenhoraEu sou

6 – (tradicional)Me dá o pé, meu loroMe dá o bico, papagaioPeguei a fruta maduraDeixei a verde no galho

7 – (tradicional)Oh, minha Santa IfigêniaMãe de MisericórdiaEla é mãe do batalhãoTem com piedade de nós

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8 – (tradicional)Peneirou, balãoPeneirou no arPeneirou balão de sedaFoi cair dentro do mar

Eu vou de passo em passoVou chegar no pé da cruzCom a Santa IfigêniaEu vou visitar Jesus

9 – (tradicional)Encontrei Santa IfigêniaJunto com São BeneditoEle carrega nos braçosO filho de Maria Madalena

10 – Potpourri (tradicional)Ô, lua nova

Noite escura é madrugadaÉ madrugada, é madrugada

Noite escura é madrugada

Ô, viva Santa IfigêniaÕ, santa madrugada

Quero ver, quero olharQuero ver fita verde voar

Tô passeando sóTô passeando só

Cadê Santa IfigêniaTô passeando só

Tô levantando poeiraTô levantando poeira

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11 – (tradicional)Bendito, louvado sejaÉ o Santíssimo SacramentoOs anjosTodos os anjosLouvemos a DeusPara sempreAmém

12 – (tradicional)Santa Ifigênia tem pena de mimTem dóToma conta do marujoQue ele é um menino só

13 – (tradicional)Ô, ô, marinheiroOlha as ondas do marSeu marinheiroSó, só, sóAreia no marSanta Ifigênia na cabeçaDeixa o barco navegar

14 – (tradicional)Marinheiro não embarcaQue o mar está ventandoOlha a folha do coqueiroComo está balanceando

15 – (tradicional)Joguei uma pratinha no mar

Para aprender a nadarMarinheiro eu sou

Ô marinheiro eu souSou marinheiro da praia do mar

Eu sou, eu sou, eu souSou marinheiro da praia do mar

16 – Potpourri (tradicional) Eu naveguei

Nas ondas do SumaréTrouxe cravo, trouxe rosa

E a coroa de Guiné

Meia de chitaSapato de ouro

Vamos levar Rainha FulôLelelê, lelelê

Vamos levar Rainha Fulô

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17 – (tradicionalOh, que estrela belaNesse mundo apareceuEla vem lá de BelémAonde Nosso Senhor nasceuFoi lá em BelémAonde Nosso Senhor nasceu

18 – Potpourri (tradicionalÔ balancêBalanceouBalanceia bonitoSenhor Rei foi quem mandouÔ Virgem do RosárioÔ Virgem nossa Mãe Santa Maria

Õ, SinháÔ, SinháVamos fazer maravilhaSinhá

19 – Potpourri (tradicional)Rei Congo

Rainha do CongoFoi Nossa Senhora

Que abençoou

Olha o solOlha a lua

Olha as estrelasQue alumiou

Ô verde e brancoÕ eu tenho certeza

A bandeira de Santa Ifigênia É de Santa Teresa

20 – (tradicional)Adeus, terra diferente

Que meu coração tá doendoQue Santa Ifigênia nos leva

Pelo mesmo caminhoQue viemos

21 – (tradicional)Sá Rainha pega a bandeiraÉ hora de descansarEu que não faço nadaSem meu capitão mandar

22 – (tradicional)Boa noite, boa noite

Meu senhor, minha senhoraBoa noite, boa noite

Passe bem que eu já vou-meEmbora

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Músicos participantes

Gislaine Afonso (Capitã-mor) - vozIracema Afonso (Capitã) - vozJoão Santana – caixa dobradeiraEduarda Afonso – caixa de chamaFredisson – caixa de centro (corte)Milton Vasco – caixa de centro (marcação)Ariane Estéfane – caixaAna – caixaDavid Willian – tarolRafael da Silva – caixaBrunielle Afonso – pandeiroAndressa – pandeiroAdrielle Orcena - pandeiroHenry Durante - PandeiroVanessa Queiroz - coroRosana Afonso – coroMaria de Fátima – coroFernanda – coroBreno - coroShawanda Nicole – coroAlessandra da Silva - coroIsabel Bernardino – coroAna Cláudia Bernardino – coroRosemeire – coroMarcela Ferreira - coro

Idealização e direção de produção Henry DuranteDireção de gravação Matias Capovilla e Henry Durante

Gravação in loco ENG EstúdioGravação adicional do coro Estúdio 185

Edição, mixagem e masterização Matias Capovilla (Estúdio Das Trilhas Coração) e Henry Durante

Fotos Moacir Simplício e Reinaldo MeneguimProjeto gráfico André Hosoi

Realização Candombe Cultura e Arte

AgradecimentosAdriana Sales

Beto MendonçaMargarete Silvestrini

Sílvio Antônio OliveiraRenata Amaral

Apoio cultural Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes