36
CONGREGAÇÃO DE SÃO JOSÉ JOSEFINOS DE MURIALDO Ano XLII - Nº 1 | ISSN 2447-9004 Edição 111 - Junho de 2016 www.agirecalar.com.br

CONGREGAÇÃO DE SÃO JOSÉ JOSEFINOS DE MURIALDO … · altares para a ordenação sacerdotal há ... Estou há 29 anos em Ana Rech ... aqui e ago-ra e em todos os momentos

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: CONGREGAÇÃO DE SÃO JOSÉ JOSEFINOS DE MURIALDO … · altares para a ordenação sacerdotal há ... Estou há 29 anos em Ana Rech ... aqui e ago-ra e em todos os momentos

CONGREGAÇÃO DE SÃO JOSÉ JOSEFINOS DE MURIALDO

Ano XLII - Nº 1 | ISSN 2447-9004 Edição 111 - Junho de 2016

www.agirecalar.com.br

Page 2: CONGREGAÇÃO DE SÃO JOSÉ JOSEFINOS DE MURIALDO … · altares para a ordenação sacerdotal há ... Estou há 29 anos em Ana Rech ... aqui e ago-ra e em todos os momentos

Editorial

EntrevistaPe. Marcial Pivatto

CotidianoANALAM realiza XIII Congresso-Assembleia

Experiência e encantamento juvenilLíderes do amanhã

Percorrendo os caminhos de Murialdo...Conferência Interprovincial de 2016

FormaçãoProfessores em Construção

III Seminário Pedagógico Internacional

CapaMisericórdia: gesto de humildade,

expressão de coragem

Marcas do que se foiA oração do Padre João Schiavo

Ir. Elisa Anna Rigon na Casa do Pai

Ponto de VistaDez direitos do coração

Misericórdia5 atitudes para transformar sonhos em realidade

NotíciasPe. Marcial e Pe. Valdir celebram Jubileu Sacerdotal

Curso de preparação aos Votos PerpétuosBiomas e defesa da vida é o tema da CF 2017

Josefi nos de Murialdo são homenageadosILEM recebe “Medalha Cidade de Porto Alegre”

Conheça o novo símbolo da Juventudes de Murialdo “Cuidar da Casa Comum é nossa missão”

Madre Tereza de Calcutá será canonizada

DicasDica de FilmeDica de Livro

CuriosidadesVocê Sabia?

Refl exãoO menino, a avó e o lápis

4

78

101214

1621

18

2426

2827

29

303030313131

3232

3333

34

35

Revista da Província Brasileira Josefi nos de Murialdo

Ano XLII - Edição 111 - Número 1Jun./2016 | ISSN 2447-9004

ProvincialPe. Antônio Lauri de Souza

Equipe TécnicaPe. Joacir Della Giustina

Júlio César RodriguesBernardete Chiesa

Jornalista ResponsávelBernardete Chiesa - MTb 10187

Projeto Gráfi coJúlio César Rodrigues

EditoraçãoJúlio Rodrigues | Jerônimo Galvan

Morgana Vanin

RevisãoRoberta Tomé

Pré-impressão (CTP) e Impressão Gráfi ca Murialdo

grafi camurialdo@grafi camurialdo.com.brFone: (54) 3221.1422

Nosso EndereçoCasa Provincial | Rua Hércules Galló, 515Centro | 95020.330 | Caxias do Sul (RS)

Fone: (54) 3221.4711www.josefi nosdemurialdo.com.br

Atendimento ao [email protected]

Tiragem2.500 exemplares

O conteúdo dos artigos publicados são deinteira responsabilidade de seus autores.

Depois de uma pausa, que não foi abandono nem fuga e menos ainda por falta de assunto, com saudades de vocês, retornamos cheios de vida para abraçá-los e oferecer este brinde de Agir&Calar.

Trazemos na bagagem muitas notícias, relatos de viagem, entrevistas e refl exões relevantes e atu-ais.

Para que os leitores (as) se aproximem cada vez mais da Pedagogia do Amor e Educação do Coração, um diferencial dos Josefi nos de Murialdo, Pe. Joacir Della Giustina, faz um relato refl etindo sobre o III Seminário Pedagógico Internacional da Família de Murialdo celebrado em Turim- Itália. É isso mesmo! Bem perto de Murialdo e do Colégio Artigianelli, onde nasceu a Congregação.

Não custa nada apresentar-lhes alguns pontos do referido semi-nário: O carisma é memória viva aberta ao futuro; somos chamados à renovação de atitudes e mentalidades; a questão educativa é cada vez mais uma questão de contexto relacional; a experiência educacio-nal nos envolve profundamente em nosso caminho pessoal; as fragili-dades podem ser força e momento fecundo; deixemo-nos inspirar por Jesus-educador e pela pedagogia de Deus; a expressão de Murialdo: “Ne perdantur”, nos abre a todos os meninos e jovens pobres, e nos faz “habitar” o ponto de vista deles; o documento, “Educar no estilo do Bom Pastor” - Orientações para uma Pastoral Josefi na, constitui uma excelente ferramenta para manter viva a sensibilidade educativa murialdina; onde quer que estejamos presentes, precisamos saber perceber as novas emergências educativas; a misericórdia está no coração do nosso carisma e pode oferecer inspiração e perspectiva para a nossa educação.

O tema da misericórdia, centro do carisma Josefi no, no III Semi-nário foi abordado pelo Pe. Salvatore Curró, expoente internacional em campo pedagógico pastoral. A sua explanação constitui o tema central do Agir&Calar desta edição. Confi ram com muita atenção e desejo.

Carlos e Beth narram o percurso que fi zeram nos caminhos por onde Murialdo passou e onde suas memórias vivas são guardadas, lá em Turim.

Agir& Calar deseja que cada leitor e leitora percorra, aqui e ago-ra, com mente, coração e atitudes, os caminhos da sua espiritualida-de de nosso santo, encarnada em seu compromisso de misericórdia com os pequenos.

Pe. Antonio Lauri de Souza - csjProvincial

Page 3: CONGREGAÇÃO DE SÃO JOSÉ JOSEFINOS DE MURIALDO … · altares para a ordenação sacerdotal há ... Estou há 29 anos em Ana Rech ... aqui e ago-ra e em todos os momentos

A presente edição da revista Agir&Calar traz a entrevista com o religioso Josefi no Padre Marcial Pivat-to que, no dia 10 de julho, celebrou o Jubileu Sacerdotal em Ana Rech (Caxias do Sul – RS). Alegre e com espírito empreendedor, ele conversou com a equipe do Agir&Calar sobre sua vida e história vocacional. Parabéns, Pe. Marcial pelos seus 50 Anos de Sacerdócio!

“O sacerdócio é “O sacerdócio é uma opção feita uma opção feita para sempre”para sempre”

A&C: Pe. Marcial, o senhor subiu aos altares para a ordenação sacerdotal há 50 anos. O senhor era jovem. Mas, com certeza, no coração, carregava uma grande decisão. O seu lema é: “Não te-mas, Eu estarei sempre contigo”. Por que escolheu essa frase evangélica que lhe acompanha ainda hoje?

Pe. Marcial: Antes de ser ordenado sacerdote, passei por difi culdades. No 4º ano de Teologia, na Itália, tive um momen-to de cansaço, uma pequena depressão e decidi interromper os estudos. E, após re-fl exão, retomada, passei a ter a certeza de que Deus nos ama infi nitamente e não nos abandona nunca, apesar das nossas fragi-

lidades. De lá para cá, esse passou a ser o meu lema de vida. Somos instrumentos nas mãos amorosas de Deus.

A&C: Desde a sua ordenação, muita coisa mudou no mundo, na Igreja e na Congregação. Quais são os principais desafi os da evangelização para um Jo-sefi no que quer ser autêntico ao caris-ma evangélico?

Pe. Marcial: Penso que o maior desafi o é continuar acreditando na Vida Religiosa, nos seus valores evangélicos e permane-cer fi rme na opção feita desde o Noviciado. Precisamos ter sempre presente a escolha de vida, pois o sacerdócio é uma opção fei-

Foto

: Mor

gana

Van

in

4

Page 4: CONGREGAÇÃO DE SÃO JOSÉ JOSEFINOS DE MURIALDO … · altares para a ordenação sacerdotal há ... Estou há 29 anos em Ana Rech ... aqui e ago-ra e em todos os momentos

ENTREVISTA

ta para sempre. E isso precisa ser renovado todos os dias. Estou há 29 anos em Ana Rech (Caxias do Sul). Me ordenei sacerdote em 1966. Fiz o curso de Teologia na Itália. Fiquei lá por seis anos. Naquela época, as opções eram muito mais estáveis. Não tinha toda essa demanda e possibilidades de escolhas de hoje. Atualmente, depois que deixei os cargos administrativos, comecei a me dedicar à Pastoral. Tenho uma devoção especial aos doentes. Te-nho cegos que visito. Pessoas en-cantadoras. Para sentir o prazer da vida, não precisa ter tantas coi-sas, mas sim a simplicidade. Ela é o que mais nos aproxima de Deus. Não devemos ser acomodados, mas também não devemos ser dis-persos. O travesseiro dá boas ins-pirações e, às vezes, as soluções. Eu vivo a pobreza, a simplicidade e meu trabalho específi co é visitar doentes. Sinto-me instrumento nas mãos de Deus. Para um religioso Josefi no ser autênctico, ele precisa viver o evangelho. Isso não é pouca coisa.

A&C: O sacerdócio é um dom. Como é ser padre no século 21 mantendo o bom propósito de 50 anos atrás?

Pe. Marcial: São Leonardo Mu-rialdo nos deu um carisma especial e o legado da certeza da experiên-cia do amor de Deus: “Deus me ama com amor infi nito, terno, pessoal, atual e misericordioso”, aqui e ago-ra e em todos os momentos. Nós somos frutos da bondade infi nita de Deus. Desde a eternidade, estáva-mos nos planos de Deus. A vida é um dom de Deus. Sermos sacerdo-tes hoje é estarmos a serviço e ser-mos pessoas de bem, com boas re-lações humanas. Sermos pessoas que cativam pela nossa simplicida-

de, doação, carinho, bondade... sem esperarmos nada em troca. Dar um sorriso, dar um abraço... é disso que as pessoas precisam.

A&C: Pe Marcial, o senhor foi responsável pela administração fi nanceira da Província dos Jo-sefi nos de Murialdo por muito tempo. O dinheiro pode ser um “mau”, mas é necessário. O bom uso dele é o segredo evangélico. Então.,. o que o senhor guarda desse bom uso do seu período de administrador provincial?

Pe. Marcial: Eram outros tem-pos, mas nunca faltou o essencial. Creio que fui um tesoureiro decente para aqueles tempos. Com parcimô-nia e atenção, comprei a Fazenda Estrela por 150 mil dólares à vista (573ha) e aquela bela estrutura. Fo-ram nove anos a serviço da admi-nistração do Instituto Leonardo Mu-rialdo como tesoureiro. Sempre nos dedicamos para qualifi car as obras e dar condições dignas para o pes-soal em terras missionários. Isso só foi possível com a doação e o sacri-fício de cada religioso da Província.

A&C: As pessoas costumam dizer que não fi caram padres para administrar dinheiro. Mas sem administradores não tem como garantir a sobrevivência da Província. Jesus também tinha um administrador no seu grupo. Como conciliar ministério sacer-dotal e administração fi nanceira?

Pe. Marcial: O sacerdócio é o ápice e a administração é um meio. Com os nossos quatro grandes co-légios, mantemos o setor vocacional e de formação fi losófi ca e teológica e os projetos sociais e do carisma religioso. O bem que se faz é muito grande e nossos profi ssionais são verdadeiros braços de São Leonar-do Murialdo. Fui 9 anos tesoureiro provincial, de 1979 a 1988. Eram outros tempos, outras necessidades e outros meios. Vivíamos na parci-mônia, nunca faltou nada. Confesso que é bastante difícil comparar 50 anos atrás com os tempos de hoje. Atualmente, quem tem a missão de cuidar da administração dos bens não pode perder de vista a missão, razão da nossa existência enquanto Josefi nos de Murialdo. E nós temos pessoas bem preparadas para exer-cer essa missão.

A&C: Nestes 50 anos de sa-cerdócio, qual a maior lição que a vida lhe deu?

Pe. Marcial: A maior lição que fi ca é que levamos o que deixamos: bondade, simplicidade, atenção, vi-vência, perdão. É preciso estar fo-cado continuamente na missão de sacerdote Josefi no de São Leonar-

Levamos o que deixamos: bondade,

simplicidade, atenção, vivência,

perdão

com Pe. Marcial Pivatto

Foto

: Mor

gana

Van

in

Foto

: Arq

uivo

Pes

soal

Ordenação Sacerdotal - 1966

5

Page 5: CONGREGAÇÃO DE SÃO JOSÉ JOSEFINOS DE MURIALDO … · altares para a ordenação sacerdotal há ... Estou há 29 anos em Ana Rech ... aqui e ago-ra e em todos os momentos

ENTREVISTA

do Murialdo. Viver a consagração religiosa com os votos de pobreza, castidade e obediência, e na vida comunitária vivenciar o legado de São Leonardo Murialdo: “estamos nas mãos de Deus, estamos em boas mãos”. Nós da vida religiosa temos um grande meio de vivermos a comunhão: a vida comunitária. Vi-vemos em comunidade, nela faze-mos as refeições, partilhamos nos-sos sonhos e angústias, rezamos e celebramos a Eucaristia.

A&C: Qual a maior alegria vivi-da, desde quando entrou no Se-minário com 12 anos de idade?

Pe. Marcial: Entrei no Seminá-rio Josefi no de Fazenda Souza em 5 de janeiro de 1949. A maior lição que a vida me deu é que a história é mestre da vida. A cada dia fi zemos uma história e a cada dia devemos aprender, progredir, perdoar, saber ser amigo. Dar impulso àquilo que queremos. É o que se faz de lindo com a Educação do Coração. Lem-bro-me com emoção quando, de-pois de anos fora do Brasil, voltei de Roma; minha mãe me abraçou e disse: “agora estou feliz, muito con-tente... vou morrer nos teus braços.” 20 anos depois meu irmão me cha-mou para visitarmos nossa mãe que estava muito doente. Cheguei em casa e dei a Unção dos Enfermos... em seguida, morreu em meus bra-ços. Que lembrança! Até hoje lem-bro com muita emoção do encontro e da despedida.

A&C: A família parece ser sempre muito decisiva na esco-lha vocacional. O mesmo se diga da vocação religiosa. Como isso interferiu no seu caso? Como o senhor descreve sua família?

Pe. Marcial: Sou de família sim-ples, que se amava e ajudava. Vivia

os valores cristãos. Somos em sete irmãos e tenho duas irmãs. Meus pais eram agricultores e desde cedo aprendemos a importância do tra-balho, das conquistas com sacrifício e dedicação. Minha família era mui-to religiosa, principalmente a mãe. Lembro que eu a presenteei com um livrinho das orações da Santa Missa e ela as rezava com muita convic-ção. Fazia até a consagração com pão e vinho e assim comungava. O nome dela é Honesta Adolphina Zucatto Pivatto e o pai, José. Meus pais compraram um terreno próximo à Igreja de São José de Roca Sa-les e ali viveram até os seus últimos dias. Agradeço todos os dias pela minha família.

A&C: Pe. Marcial, os padres costumam contar sobre a voca-ção e dizem coisas simples para explicar o transcendente, o cha-mado. O senhor lembra como foi que sentiu esse apelo da vida religiosa, de ser padre, de consa-grar-se ao Reino de Deus?

Pe. Marcial: Eu era bem crian-ça, com 6 anos de idade. Os meus pais e avós estavam colhendo uva. Recebemos a visita do Pe. Ivo Co-ppi, da Congregação Passionista.

Disse-me que a vida de padre era vida boa. Convidou-me para ir ao Seminário em Pinto Bandeira. Mo-rávamos em Caravaggio e continu-amente passavam os procuradores vocacionais que iam nas paróquias à procura de vocacionados. Lembro muito bem que foi o Padre Armando Pietrobelli quem me “pescou” para os Josefi nos de Murialdo. Ele era muito brincalhão e, ao mesmo tem-po, muito sério. Era um bom “ca-çador”.

A&C: Qual a sua mensagem aos leitores do Agir&Calar?

Pe. Marcial: A nossa vida é muito bela. É o maior dom que re-cebemos de Deus Pai. Busquemos sempre a felicidade. Diz o apóstolo: “Sede felizes, alegrai-vos sempre”. O Papa Francisco, com que terei a graça de fazer 3 dias de retiro com todos os Padres Jubilandos da América Latina, também nos diz: “Que alegria e o júbilo não nos falte nunca.” O jovem também deve ter um foco, um horizonte, sonhos reais para a vida. O coração vai amadu-recendo. Lembro que a família é a célula essencial para a vida da hu-manidade. E desta célula vai brotar o que chamamos família: pai, mãe, fi lhos. A primeira grande escola é a família.

com Pe. Marcial Pivatto

Foto

: Vol

ga

Jubileu Sacerdotal - 10/07/2016

6

Page 6: CONGREGAÇÃO DE SÃO JOSÉ JOSEFINOS DE MURIALDO … · altares para a ordenação sacerdotal há ... Estou há 29 anos em Ana Rech ... aqui e ago-ra e em todos os momentos

COTIDIANO

ANALAM realiza XIII congresso

assembleia

Nos dias 29 e 30 de julho de 2016, na cidade de Ibotirama (BA), reuniram-se representantes dos núcleos da Nacional dos Leigos Amigos de Murialdo (ANALAM), bem como religiosos e re-

ligiosas, no Hotel Serra do Rio, para o XIII Congresso-As-sembleia. O evento teve como tema, a partir do Subsídio de Formação número 13, “Deixar-se surpreender por Deus”.

Na sexta-feira, 29 de julho, aconteceu a abertura do Congresso através da composição da mesa de autorida-des, chamando a atenção para a primeira pessoa que com-pôs a mesa, a educanda do Centro de Apoio à Criança e ao Adolescente de Ibotirama (CACAIS), Anna Clara Silva, representando a missão e o carisma de Murialdo. Após, ocorreu o pronunciamento da mesa e a acolhida ofi cial aos presentes do sul a norte do país.

A manhã de sábado iniciou com a liturgia conduzida pelo núcleo do ALAMI, com o tema “O anjo apareceu a Maria e Maria se deixou surpreender por Deus”. Logo de-pois, Padre Lauri dissertou sobre o tema “As surpresas de Deus na ótica de São Leonardo Murialdo”. Em seguida, os participantes do XIII Congresso-Assembleia da ANALAM realizaram uma passeata pelo centro da cidade. No tra-jeto, foi possível conhecer o Centro Murialdo, o barco-es-cola que se localiza às margens do Rio São Francisco, o CACAIS, que atende a aproximadamente 250 crianças e adolescentes, além de mostrar para a cidade de Ibotirama a existência do grupo de leigos local.

Na tarde de sábado, foi aberta a Assembleia da ANA-LAM, com leitura e aprovação do Regimento e prestação de contas da Diretoria, da Tesouraria e do Conselho Formativo da ANALAM.

A Assembleia, após a plenária e votação, indicou as prioridades para o próximo triênio 2016-2019 e defi niu a cidade de PLANALTINA (DF) como local para o XIV Congresso-Assem-bleia, com o tema: “Família de Murialdo - uma realidade a ser construída em sua identidade e mística”.

ELEIÇÃO DA DIRETORIA DA ANALAM TRIÊNIO 2016-2019

Durante o Congresso, aconteceu a Assembleia dos Lei-gos Amigos de Murialdo. E foi esta que aprovou e empos-sou a nova Diretoria, formada pelos seguintes integrantes:

- PRESIDENTE: Carmelita Masiero Fontanella (Araran-guá/ALAMA)

- VICE-PRESIDENTE: Leonel Wasem dos Reis (Caxias do Sul/Aamur)

- 1ª SECRETÁRIA: Cristiane Sant’helena Guse (Ara-ranguá/ALAMA)

- 2º SECRETÁRIO: Carlos Mazzochi (Caxias do Sul/Alambosco)

- 1ª TESOUREIRA: Dione Maria Munari (Araranguá/ALAMA)

- 2º TESOUREIRO: Walter Trindade (Porto Alegre/APALAM)

A Diretoria apresentou o Conselho Formativo da ANA-LAM, visto que os membros deste, segundo rege o es-tatuto, são indicados pela Diretoria e referendados pela Assembleia. São eles: Elo João Back (Caxias/Aamur), Po-liana Carla Molon (Caxias/Aamur), Volmir Tomiello (Caxias/Alambosco) e Izabel Buffon Troian (Caxias/ALAMSCHIA-VO).

IBOTIRAMA – BA

Foto

: Div

ulga

ção

A&

C

7

Page 7: CONGREGAÇÃO DE SÃO JOSÉ JOSEFINOS DE MURIALDO … · altares para a ordenação sacerdotal há ... Estou há 29 anos em Ana Rech ... aqui e ago-ra e em todos os momentos

niciei esta caminhada de muita luta, ternura e resistência muito cedo, aos 14 anos, em um grupo de base com identidade Josefi na

(JAMUR), na Paróquia Cristo Bom Pas-tor, em Londrina. Meu grupo chamava--se “ACUCA”, um nome meio curioso, mas que tinha todo um signifi cado para nós, defi nido como “Adolescentes Cató-licos Unidos com Alegria”. Foi muito ca-tivante estar em meio a outros jovens e adolescentes celebrando a vida.

Pelos bons exemplos, testemunhos de seminaristas, fráteres e padres desta Congregação, a quem sou imensamen-te grata pelas partilhas e conhecimen-tos, me encantei ao conhecer a Pastoral da Juventude. Comecei a perceber que meu espaço como jovem dentro da Igre-ja era muito mais que ir à missa e ajudar na catequese. Eu precisava ser uma jo-vem protagonista e lutar pelos direitos e espaços de todos, principalmente pelos da juventude.

Comecei a me inserir cada vez mais na congregação dos padres e irmãos Josefi nos de Murialdo, onde nos articu-

lamos com alguns amigos e assessores em diversos grupos de base da nossa paróquia e das 8 comunidades, reali-zando dinâmicas, cantos, rodas de con-versas, momentos de espiritualidade, formações e ações nas comunidades e nas missas, eventos com as outras pas-torais.

Daí, então, percebemos que não es-távamos sozinhos e que havia diversos jovens que lutavam pela vida da juventu-de em nossa cidade. Jovens da Pastoral da Juventude e do Setor Juventude com seus diversos carismas. Começamos a nos organizar e participar de formações, gincanas arquidiocesana, DNJ – Dia Nacional da Juventude e escola de lide-ranças.

Em 2009, na 2º Escola de Liderança da Pastoral da Juventude, em Londrina, “Passo a Passo-Pé Vermelho,” apro-fundei meus conhecimentos pessoais e pastorais. Conheci-me melhor, criei uma visão diferente de mundo, acreditando que um novo mundo é possível, que a juventude pode fazer a diferença em qualquer espaço e que aquela história

I

Experiência e encantamento juvenil: com Murialdo,

construindo caminhos...

Foto

: Div

ulga

ção

A&

CFo

to: D

ivul

gaçã

o A

&C

8

Page 8: CONGREGAÇÃO DE SÃO JOSÉ JOSEFINOS DE MURIALDO … · altares para a ordenação sacerdotal há ... Estou há 29 anos em Ana Rech ... aqui e ago-ra e em todos os momentos

COTIDIANO

de que o jovem é o futuro era só uma forma de nos moldar, porque na verdade nós somos protagonistas do presente. Conheci a origem e a história da PJ, Mística, Espiritualidade, Metodologia e os Projetos Nacionais e percebi um trabalho que acontece além da minha comunidade e arquidiocese. Um trabalho do Brasil inteiro! Estávamos atuando em sintonia todo o tempo, nas diversas realidades e culturas do país; estávamos trabalhando em Rede.

Através do aprendizado na Escola de Liderança, passei por um processo de liderança do grupo, na paróquia, e continuei a estar presente em diversos espaços com a juventude. Entrei para a equipe de apoio da PJ da arquidiocese; logo, tive uma das ex-periências mais marcantes da minha vida.

A arquidiocese de Londrina (PR) convidou alguns jovens para ajudar na organização da estrutura do 10º ENPJ - Encontro Nacional da Pastoral da Juventude, pois nosso regional (SUL II) iria re-ceber diversos jovens do país, neste encontro. Começamos a nos reunir com jovens do regional e nos animar cada vez mais, com a chegada dos que não conhecíamos. No primeiro dia do ENPJ, na missa de abertura com 600 jovens, tive a contempla-ção de sentir a presença de Jesus pertinho de mim...Foi uma sensação incrível; percebi que Ele, de algu-ma forma, dizia “sim, esse é seu caminho! ”. Depois comecei a reconhecê-lo no contado com a natureza e seus elementos e nos jovens, com culturas, sota-ques e vivências diferentes, mas com os mesmos anseios. Isso me fortaleceu e não consegui mais me distanciar do trabalho com a juventude. Retornei ini-ciando uma atividade na comunicação da Pastoral da Juventude arquidiocesana.

E a caminhada só continuava; nos organizamos com outro movimento de juventude para participar-mos da JMJ 2013 e do Encontro Internacional da Ju-ventude de Murialdo no Rio de Janeiro. Depois des-sa experiência, me engajei na criação da Rede de

JuventudeS de Murialdo devido à necessidade que tínhamos de articular a juventude dentro da Congre-gação. Começamos empoderando nossos adoles-centes e jovens nas bases do Carisma de São Leo-nardo Murialdo. Dialogamos mais com outros grupos juvenis acompanhados pelos Josefi nos de Murialdo e trabalhamos a unidade na diversidade dentro de nossa Igreja. Começamos a sonhar com um encon-tro nacional da juventude da nossa congregação. E, assim, iniciaram-se os trabalhos, e muito trabalho... nos dividimos em equipes para conseguir alcançar todos os jovens. Realmente foi um grande desafi o mobilizar, organizar e acreditar em todo trabalho or-gânico de gestação da Rede-JuventudeS de Murial-do.

Em julho de 2014, na cidade de Brasília, reuni-mos cerca de 100 jovens com o objetivo de discutir nossa cami-nhada. Fomos iluminados pelo tema: “JuventudeS, com Murialdo, construindo caminhos” e a passa-gem bíblica “Jovem, eu lhe orde-no, levante-se!” (Lc 7,14).

Toda a juventude estava cheia de anseios, medos e curiosida-des; porém, movidos pelo amor

de Murialdo e pelo desejo de uma Igreja e Congre-gação Jovem que lute e celebre a vida da juventude. Foram dias realmente incríveis. E por que não dizer como John Lennon e cantar como Raul Seixas “So-nho que se sonha só é só um sonho que se sonha só. Mas sonho que se sonha junto é realidade”.

2015 foi um ano de muitas emoções; reafi rmei minha opção pelo trabalho com a juventude no 11º ENPJ, em Manaus (AM), no encontro das águas do Rio Negro e Solimões, e missão com o povo ma-nauara, partilhando novas experiências para a vida e para a caminhada com a juventude. Também concluí a faculdade de Artes Visuais Multimídia com muito esforço e apoio da minha grande inspiração, Dona Nena, minha Mãe.

Aline Querino dos Santos Aline Querino dos Santos Artista Visual, Integrante da Rede de JuventudeS de Murialdo, Coor-Artista Visual, Integrante da Rede de JuventudeS de Murialdo, Coor-

denadora Arquidiocesana da Pastoral da Juventude de Londrina (PR)denadora Arquidiocesana da Pastoral da Juventude de Londrina (PR)

Aline Querino dos Santos Aline Querino dos Santos

Foto

: Div

ulga

ção

A&

Cg

ç

“Jovem, eulhe ordeno,levante-se!”

(Lc 7,14)

9

Page 9: CONGREGAÇÃO DE SÃO JOSÉ JOSEFINOS DE MURIALDO … · altares para a ordenação sacerdotal há ... Estou há 29 anos em Ana Rech ... aqui e ago-ra e em todos os momentos

Líderes do amanhãamanhãos dias 05, 06 e 07 de maio, novos líderes fo-ram formados. A Rede de Colégios Murialdo teve o orgulho de realizar novamente o Mu-rialdo Jovem (JOVEMUR). Desta vez, foram

reunidos 70 adolescentes com perfi s de líderes para que ideais de confi ança, empatia, união e força se sobrepusessem de uma forma única.

O III Encontro da JOVEMUR ocorreu no Seminá-rio de Fazenda Souza, Caxias do Sul. Os quatro co-légios (Araranguá, Porto Alegre, Ana Rech e Caxias do Sul) apostaram, defi nitivamente, em seus alunos. Já dizia São Leonardo Murialdo: “Não há pintor, não há escultor comparado àquele que possui a grande arte de modelar o coração dos jovens.” Com toda a certeza, modelamos os corações de muitos jovens

nesses 101 anos no Brasil; porém, também fomos modelados.

Com o tema “Quem ama cuida”, o retiro focou o desenvolvimento humano, além do intelectual e psi-cológico dos envolvidos. Foram realizadas palestras, coordenadas pelo psicoterapeuta Edvaldo Reus, e dinâmicas que desempenharam um papel extrema-mente importante para a integração do grupo. Além disso, a famosa trilha marcou o encontro. Por fi m, ocorreu a despedida: repleta de fotos, abraços de saudade e os últimos olhares de melhores amigos antes da partida. Importa educar o coração. Educa-mos o coração, a mente e o futuro de todas os seres incomparáveis que são os nossos jovens.

JOVEMUR

N

Foto

: Div

ulga

ção

A&

C

Foto

: Div

ulga

ção

A&

C

10

Page 10: CONGREGAÇÃO DE SÃO JOSÉ JOSEFINOS DE MURIALDO … · altares para a ordenação sacerdotal há ... Estou há 29 anos em Ana Rech ... aqui e ago-ra e em todos os momentos

amanhã

Aprendi que se de fato eu amo o que eu tenho e o que eu sou, devo cuidar. Aprendi que ainda é possível termos, neste mundo, corações educados. (Júlia Pierezan Vicenzi, Ana Rech – participou da 2ª e da 3ª edição)

A JOVEMUR é demais. Novas ex-periências, amizades e principalmente um novo jeito de olhar para o mundo.

(Bruna Ferreira, Porto Alegre)

Chega a ser difícil descrever em uma frase, já que poderia escrever um livro sobre esse momento único do qual jamais esquecerei. Os aprendizados, as ami-zades feitas, os momentos vividos... É um fi nal de semana que pode muito bem mudar a vida de uma pessoa. (Renan de Ávila, Caxias do Sul)

Eu estaria mentindo se dissesse que não ama-ria viver aqueles três dias novamente. Com toda a certeza levarei todos aqueles bons momentos, toda a aprendizagem e, principalmente, as amiza-des para sempre. Foi simplesmente inesquecível.

(Nathália Gil, Araranguá – participou da 1ª e da 3ª edição)

Credo da PJE (Pastoral da Juventude Juvenil)

Depoimentos de participantes da JOVEMUR

Ousamos crer?Sim, ousamos!Ousamos crer na juventude que ri, que canta, que se

faz presente na luta e na esperança, que ousa trilhar os ca-minhos de uma vivência solidária, que abre o seu coração aos valores do Evangelho.

Ousamos crer num Deus presente “no sopro tênue da realidade”, encarnado nos homens e nas mulheres de boa vontade, num Deus amigo que derrama Seu Espírito sobre a Juventude, que transforma nossa indiferença em inquie-tação.

Ousamos crer na família que educa com liberdade, res-ponsabilidade, ternura, que acolhe, que cuida, que respeita as diferenças, que possibilita a todo ser humano tornar-se único, sensível, fantástico, imprescindível.

Ousamos crer?Sim, ousamos!Ousamos crer numa sociedade igualitária onde as pes-

soas despertam para a gratuidade, construam relações

mais justas e solidárias, redescubram os valores que as aproximam do Maravilhoso.

Ousamos crer numa educação libertadora, crítica e de base, que possibilite a socialização do saber, que use o tom da alegria no seu jeito de educar, que aposte na criati-vidade, na paixão, no humor, na arte, na poesia e em tudo que esteja a serviço da vida.

Ousamos crer na política como missão e serviço, numa igreja que saiba viver apaixonadamente sua opção pelos jovens e pelos pobres no testemunho de quem vive e pro-clama, no protagonismo da juventude militante que, indig-nada diante das injustiças, traz consigo força, garra e ação transformadora.

Ousamos crer na possibilidade de construirmos e vi-vermos um grande projeto, que se fundamente na prática libertadora de Jesus Cristo, no humilde jeito de ser e servir de Maria e em nosso coração de aprendiz.

Sim, ousamos crer...!E desejamos que nosso credo se concretize em nosso

corpo, em nossa mente e em nossa vida.

COTIDIANO

João Vinícius Chiesa BackEstudante do Colégio Murialdo Caxias

João Vinícius Chiesa Back

11

Page 11: CONGREGAÇÃO DE SÃO JOSÉ JOSEFINOS DE MURIALDO … · altares para a ordenação sacerdotal há ... Estou há 29 anos em Ana Rech ... aqui e ago-ra e em todos os momentos

Percorrendo os Caminhos de Murialdo... quanta emoção!

Percorrendo os caminhos de Murialdo...

Quanta Emoção!ra dia 18 de abril de 2016. Iniciava aí uma jornada de aprendizado, conheci-mento, espiritualidade e muita emoção. Carlos Alberto Pisoni, Elisabet R. Tone-

zer Cirne, Pe. Joacir Della Giustina e Pe. Evair Michels seguiram para Turim, onde aconteceu o III Seminário Pedagógico Internacional – Fa-miglia del Murialdo –, com o tema “Nos passos de Murialdo.,. educadores para o novo milênio!”,

representando a Província Brasileira dos Josefi -nos de Murialdo.

Como participantes, leigos e religiosos vin-dos de 15 países onde Josefi nos e Murialdinas atuam.

Pelas ruas de Turim, nas quais estão registra-dos os passos e a história de Murialdo, o grupo de cerca de 57 pessoas visitou as igrejas onde

E

ITÁLIA

Foto

: Div

ulga

ção

A&

C

12

Page 12: CONGREGAÇÃO DE SÃO JOSÉ JOSEFINOS DE MURIALDO … · altares para a ordenação sacerdotal há ... Estou há 29 anos em Ana Rech ... aqui e ago-ra e em todos os momentos

ele foi batizado, ordenado, rezou a primeira missa, onde seus pais casaram, a universidade em que estudou, a casa na qual a família residiu, o rio Pó – paisagem que presenciou a bondade e a vocação de Murialdo desde pequeno –, dentre tantos outros lugares.

Leonardo Murialdo nasceu em Turim, no dia 26 de outubro de 1828, e foi batizado na igreja paroquial de San Dalmazzo. Era a paróquia da família Murialdo. Logo na entrada, ainda se encontra a pia batismal. Também ali está o confessionário onde se deu sua pri-meira confi ssão e a confi ssão de seu retorno a Deus, depois da crise que atravessara no último ano vivido em Savona. Mais adiante, o púlpito sagrado, onde sentiu pela primeira vez o chamado à vida religiosa, o temor do inferno e o respeito humano. Dali foi proferido o ser-mão que falava da eternidade e do inferno pelo capu-chinho Vicenzo Olivo. Nessa igreja também há a capela de Nossa Senhora de Loreto, onde Murialdo celebrou a primeira missa.

Entrar na igreja San Dalmazzo é reviver os momen-tos mais belos da vida de Murialdo.

Ao amadurecer a decisão de se tornar sacerdote, Murialdo se matriculou na faculdade teológica da uni-versidade, que também tivemos a oportunidade de vi-sitar.

Em 1857, Murialdo aceitou, a pedido de Dom Bosco, a direção do Oratório São Luís, onde eram desenvolvi-das atividades recreativas, catequese, escola...

Em 1866, Murialdo aceitou a direção do Colégio dos Artigianelli, fundado por Pe. Cocchi, para a acolhida e formação humana, cristã e profi ssional dos meninos pobres e abandonados. Entrar no Artigianelli nos en-cheu de emoção. Ali, também, visitamos a Capela onde nasceu a Congregação. Pe. Giovenalle fez uma expla-nação rica em detalhes sobre os lugares de Murialdo. A cada passo, observávamos o chão gasto pelo tempo e pelas pegadas de Murialdo, cada parede, cada tijolo, cada ambiente... a escada interna desde aquela época, que tantas vezes ele percorreu... Enfi m, tudo o lembra. Também conhecemos o atual diretor, Pe. Danilo Gen-tilli, que tem a honra de ocupar o lugar que um dia foi de Murialdo.

O Rio Pó (em latim: Padus) percorre uma extensão de 652 quilômetros de oeste para leste, ao longo do norte da Itália (Piemonte , Lombardia e Vêneto), até de-saguar no mar Adriático, perto de Veneza.

É o maior rio italiano, passando por cidades impor-tantes, incluindo Turim e ainda nas proximidades de Milão.

Pelas suas margens, Murialdo passou com os me-ninos, que aproveitavam para banhar-se e pescar, nas horas de lazer. Também lembra os Alpes, o Monviso, onde nasce o rio e no qual muitas vezes Murialdo es-teve praticando alpinismo, um esporte, de que gostava muito.

Ouvir o som do Rio Pó nos fez voltar ao tempo de Murialdo e lembrar de tantas coisas que ele fez nessa região.

Andar pelas ruas de Turim é viver desde a infância de Murialdo até o seu caminho para a santidade. Per-correr esses caminhos e conhecer os lugares por onde ele passou é como tornar viva a história que sempre foi contada para nossos alunos. A letras escritas narram a trajetória deste santo extraordinário no ordinário brota-ram das páginas para se tornarem vivas.

Assim, estivemos presentes na Via Garibaldi, onde se encontra a casa da família de Murialdo e onde ele morou. Também na igreja em que sua mãe consagrou ele e seu irmão Ernesto antes de irem para Savona; na Chiesa Della Visitazione, onde Murialdo foi ordenado; no Oratório São San Luigi, onde Murialdo começou seu trabalho com as crianças pobres; na Parrocchia Di San-ta Barbara, onde tantas vezes Murialdo rezou missa – lá se encontram os ossos de Murialdo.

Entretanto, é preciso destacar que no Artiginelli en-contramos a maior riqueza: um museu organizado pelo Pe. Giovenalle. Lá, muitas coisas que pertenceram a Murialdo, que fi zeram parte de sua vida como diretor do Artigianelli, enfi m toda a sua história. E, no Artigianelli, a capela onde nasceu a Congregação de São José – hoje os Josefi nos de Murialdo.

Por fi m, lá comemoramos os 150 anos de Murialdo no Artigianelli e conhecemos o Pe. Danilo Gentili, dire-tor que hoje está no lugar que foi de Murialdo. Brinda-mos a emoção de estar neste lugar abençoado e que também faz parte da nossa história como funcionários que somos há tanto tempo do Colégio Murialdo.

Elisabet R. Tonezer CirneProfessora do Colégio Murialdo-Caxias do Sul

Elisabet Tonezer e Carlos Pisoni

Carlos Alberto PisoniProfessor do Colégio Murialdo-Caxias do Sul

COTIDIANO

13

Page 13: CONGREGAÇÃO DE SÃO JOSÉ JOSEFINOS DE MURIALDO … · altares para a ordenação sacerdotal há ... Estou há 29 anos em Ana Rech ... aqui e ago-ra e em todos os momentos

Conferência Interprovincial 2016

O tema central foi “Uma bem unida família”, com o lema: “Farei entrar o meu Espírito em vós e revivereis” (Ez 37, 14).

Conferência Interprovincial deste ano, de 23 a 29 de abril, aconteceu em dois lugares e em duas etapas. Turim foi o local da primeira etapa.

Nela, o Conselho Geral e alguns provinciais participaram do III Seminário Pedagógico e das celebrações alusivas aos 150 anos da presença dos Josefi nos no Colégio Ar-tigianelli de Turim. De fato, foi no ano de 1866 que São Leonardo Murialdo foi esco-lhido Reitor daquele educandário e de lá até nossos dias os Josefi nos dirigem aque-la instituição. Celebramos, ainda, em Turim, a Festa do Carisma da Província Italiana. A segunda etapa aconteceu em Roma, na Casa Geral, com o Conselho Geral e todos os provinciais e delegados.

Para os Josefi nos de Murialdo, a Con-ferência Interprovincial “é constituída pelos superiores das províncias e organismos si-milares, juntamente com o superior geral e seu conselho. É convocada cada ano como órgão subsidiário de caráter consultivo e informativo, mas também com faculdade deliberativa sobre algumas questões” esta-belecidas no XXII Capítulo Geral.

Nestes encontros, os citados confrades retomam as diferentes temáticas do Capítu-lo Geral, aprovadas e constantes no Docu-mento Final, para avaliar como estão sendo praticados nas suas realidades locais, bem como para projetar iniciativas de congrega-ção voltadas ao crescimento na fi delidade carismática.

ITÁLIA

AFo

to: D

ivul

gaçã

o A

&C

14

Page 14: CONGREGAÇÃO DE SÃO JOSÉ JOSEFINOS DE MURIALDO … · altares para a ordenação sacerdotal há ... Estou há 29 anos em Ana Rech ... aqui e ago-ra e em todos os momentos

Este ano o tema central foi aquele da co-munidade — “Uma bem unida família” —, com o lema: “Farei entrar o meu Espírito em vós e revivereis” (Ez 37, 14).

No seu desenvolvimento, a conferência debruçou-se sobre os temas a seguir:

O Desejo de comunidade: A vida religiosa se realiza no conjunto das relações entre reli-giosos e leigos ao redor de um mesmo caris-ma; necessidade de nas comunidades olhar para o futuro e deixar-se interpelar pelas mu-danças. Como diria o Papa Francisco: “olhar o passado com gratidão, viver o presente com paixão e abraçar o futuro com esperança”. Nas comunidades, tecer relações ricas, en-volventes e capazes de sustentar um caminho comunitário repleto de partilha.

A Pastoral na Família de Murialdo: A Con-ferência apreciou a proposta de criação de Movimento Laical Murialdino, abrangendo toda “galáxia” laical ligada ao carisma.

A Economia de Comunhão: Apresenta-se a necessidade de uma economia de congre-gação voltada à plena comunhão; distinção entre atividade institucional e atividade co-mercial de modo claro e preciso.

Na apresentação do Documento Final, o Superior Geral, Pe. Mário Aldegani, sintetizou o que aconteceu no dia do encerramento da Conferência, escrevendo: “Foi um momento de bem unida família o encontro com o Con-selho Geral das Murialdinas e falar juntos sobre os nossos próximos Capítulos Gerais, da família carismática, de como preparar-nos para viver como graça a prevista beatifi cação do Padre João Schiavo, com toda a probabi-lidade em 2017. Juntos celebramos o Jubileu da Misericórdia, passando pela Porta Santa, como porta que traz esperança e compromis-so à fi delidade criativa para o nosso carisma e a uma sempre e mais profunda e concreta comunhão entre a nossas famílias religiosas”.

COTIDIANO

Pe. Antônio Lauri de SouzaProvincial da Província Brasileira dos Josefi nos de Murialdo

Pe. Antônio Lauri de Souza

Foto

: Div

ulga

ção

A&

C

15

Page 15: CONGREGAÇÃO DE SÃO JOSÉ JOSEFINOS DE MURIALDO … · altares para a ordenação sacerdotal há ... Estou há 29 anos em Ana Rech ... aqui e ago-ra e em todos os momentos

PROFESSORES EM CONSTRUÇÃO: um estudo sobre a docência inicial numa Faculdade Confessional do Sul do Brasil

m 2014, tive honra de receber o apoio da comunidade do Centro Técnico So-cial de Caxias do Sul para ingressar no

Programa de Pós-graduação em Gestão Edu-cacional da UNISINOS, Instituição de Ensino Superior dos Jesuítas no Brasil. A ideia inicial era a de realizar um curso que viesse qualifi car a minha atuação dentro da Gestão Educacio-nal, onde atualmente atuo como coordenador do curso Superior de Pedagogia e como Diretor Acadêmico da Faculdade Murialdo.

Como fi z toda minha formação inicial den-tro de um curso de licenciatura, no qual sou historiador, tive toda uma preparação para me

tornar um professor e o mestrado veio muito ao en-contro desse propósito. Ao defi nir a minha linha de pesquisa, escolhi com muita motivação a intitulada “Gestão da Educação Básica e Universitária”, no qual priorizei investigar como se dá o processo for-mativo de um professor universitário no Brasil e, de modo especial, na Faculdade em que atuo. É um tema ainda muito novo estudado pelos pesquisa-dores brasileiros. Tive como orientadora a profes-sora Maria Isabel da Cunha, conhecida internacio-nalmente no campo de formação de professores. Uma exímia acadêmica e investigadora na área da pesquisa científi ca, com quem pude ter todo o su-porte teórico metodológico. Foi nesse sentido que escolhi investigar a Faculdade Murialdo e seus professores.

A pesquisa teve como objetivo principal com-preender o processo de construção de professores iniciantes na docência do ensino superior. Tomei como lócus a Faculdade Murialdo. Em termos jurí-dicos da LDB (Lei das Diretrizes e Bases da Edu-cação Nacional), trata-se de uma Instituição de Ensino Superior isolada, de caráter confessional. Na perspectiva de atender ao intento investigati-vo, desenvolvi uma pesquisa de cunho qualitativo, ouvindo, através de entrevistas semiestruturadas,

sete docentes de áreas distintas, com até três anos de experiência no magistério superior.

Essa escolha possibilitou-me confi gurar a abrangência do estudo. Para a interpre-

tação dos dados, foram utilizados os princípios da Análise de Conteúdo.

Os aportes teóricos principais ti-veram como base os estudos de

Hubermann, Marcelo Garcia, Freire, Anastasiou, Pimen-

E

16

Page 16: CONGREGAÇÃO DE SÃO JOSÉ JOSEFINOS DE MURIALDO … · altares para a ordenação sacerdotal há ... Estou há 29 anos em Ana Rech ... aqui e ago-ra e em todos os momentos

“O exercício da docência exige: rigorosidade metódica, pesqui-sa, respeito aos saberes dos educandos, criticidade, ética e estéti-ca, corporifi car as palavras pelo exemplo, assumir riscos, aceitar o novo, rejeitar qualquer forma de discriminação, refl exão crítica sobre a prática, reconhecimento e assunção da identidade cul-tural, ter consciência do inacabamento, reconhecer-se como um ser condicionado, respeitar a autonomia do ser educando, bom senso, humildade, tolerância, convicção de que mudar é possível, curiosidade e competência profi ssional.” (Paulo Freire)

ta, Cunha, Mayor Ruiz, Gaeta e Masetto, Isaia, Nóvoa, Shön, Tardif, Zabalza e Zeballos. No intuito de alcan-çar os objetivos, algumas questões foram centrais: O que motiva os profi ssionais de diferentes áreas a se envolverem no magistério superior? Como os docentes constroem os saberes necessários a essa profi ssão? Que desafi os enfrentam na prática de ensinar e apren-der? Que valor dão aos conhecimentos do campo da pedagogia universitária? Que expectativas têm sobre o apoio institucional no seu trabalho? Ampliando ainda o estudo, procurei, também, compreender as principais experiências que viveram nos anos iniciais da carreira docente e o que signifi caram para as suas práticas co-tidianas. Interessou saber, ainda, como as estratégias de formação e desenvolvimento institucional podem ser mobilizadas para fortalecer a docência.

Os dados evidenciaram o “choque de realidade” por que passam os docentes iniciantes, confi rmando pesquisas anteriores. Reconhecem que seus saberes são empíricos, inspirados nos seus ex-professores e na sua trajetória como estudantes. Observam, ainda, porém, mudanças geracionais, que exigem deles um esforço para compreenderem seus alunos, suas cultu-ras e condições de estudo. Percebem que necessitam de saberes que os ajudem a ter êxito no seu trabalho e apostam na troca de experiências e em formações colaborativas como alternativas importantes para tal. Entretanto, são raras as menções a necessidades

que extrapolam a visão instrumental e pragmática dos saberes que requisitam. Talvez, dada a sua condição profi ssional de origem, ainda não tenham consciência da complexidade da docência como um espaço de formação que extrapola a dimensão do conhecimento específi co. Os espaços de formação institucional, bem como políticas, nesse sentido, são requeridos pelos professores que iniciam a docência superior. Ainda não está explicitado de forma mais intensa esse compro-misso, fi cando a sugestão do necessário investimento de uma formação permanente e situada na própria IES, além de incentivos a cursos de pós-graduação lato e stricto sensu.

A fragilidade da formação e o incipiente apoio ins-titucional no ambiente acadêmico retardam e afetam a construção da profi ssionalidade, que se situa mais numa responsabilidade individual do que nas políticas que sustentam a educação superior no país.

Meus agradecimentos à Congregação de São José, que acreditou em mim, e aos meus superiores, bem como à Instituição de Ensino Superior Jesuítica que me deu toda a formação teórica e epistemológica para que pudesse atuar na gestão de forma crítica, inovado-ra e científi ca.

FORMAÇÃOIr. Pedro Paulo da Silva

Ir. Pedro Paulo da SilvaReligioso Josefi no, Mestre em Gestão Educacional,

Coord. do curso de Licenciatura em Pedagogia da FAMUR

17

Page 17: CONGREGAÇÃO DE SÃO JOSÉ JOSEFINOS DE MURIALDO … · altares para a ordenação sacerdotal há ... Estou há 29 anos em Ana Rech ... aqui e ago-ra e em todos os momentos

Papa Francisco fez da misericórdia o tema central de seu pontifi cado, e, provavelmente, com isso, ele capta

(intui) uma exigência fundamental do nosso tempo. A promulgação do jubileu extraordiná-rio atesta que para ele a misericórdia é um caminho de renovação e de esperança para a Igreja e para o mundo inteiro. “Quanto de-sejo — declara o Papa Francisco — que os anos futuros sejam permeados de misericór-dia para ir ao encontro de todas as pessoas, levando-lhes a bondade e a ternura de Deus! A todos, crentes e afastados, possa chegar o bálsamo da misericórdia como sinal do Reino de Deus já presente no meio de nós” (Miseri-córdia vultus - MV, Bula de Promulgação do Jubileu Extraordinário da Misericórdia, 11 de abril de 2015, 5). Há um desafi o para devolver o direito de cidadania cultural e eclesial à mi-

sericórdia, a liberar toda a riqueza de evange-lho e de humanidade que se oculta nesta ex-

periência, difícil, mas libertadora. Também a

educação é interpelada. Por mais que pareça

insólito, o tema da relação entre misericórdia

e educação se reveste de grande importância

e pode revelar-se fecundo. A própria pedago-gia do amor, que se inspira em Murialdo, é desafi ada a imergir-se no sentido da miseri-córdia.

A misericórdia, insiste Papa Francisco, deve ser o coração do anúncio eclesial: “No nosso tempo, em que a Igreja está compro-metida na nova evangelização, o tema da misericórdia exige ser reproposto com novo entusiasmo e uma ação pastoral renovada. É determinante para a Igreja e para a credibili-dade do seu anúncio que viva e testemunhe,

O

18

Page 18: CONGREGAÇÃO DE SÃO JOSÉ JOSEFINOS DE MURIALDO … · altares para a ordenação sacerdotal há ... Estou há 29 anos em Ana Rech ... aqui e ago-ra e em todos os momentos

CAPA

ela mesma, a misericórdia. A sua linguagem e os seus gestos devem transmitir misericórdia para penetrarem no coração das pessoas e desafi á-las a encontrar no-vamente a estrada para regressar ao Pai” (MV 12). O anúncio da misericórdia, como se per-cebe, deve entrelaçar-se com as atitu-des que já a exprimem, com um estilo de misericórdia.

Efetivamente, a misericórdia para o cristão é antes de tudo um estilo de vida, de modo de ser, de posicionar--se no mundo e de relacionar-se com os demais. É um modo de sentir a vida. Hoje, o desafi o, antes que no plano verbal ou das convicções de fé, está no plano do estilo de vida. A fé inspira um estilo. Nesta ótica devemos considerar o testemunho do educador cristão. Trata-se de praticar um estilo de misericórdia. Isto vale para todos os edu-

cadores cristãos. Quando somos chamados a falar da fé e do Deus da misericórdia (ex.: um catequista, um animador de grupo paroquial...), o desafi o é falar da mi-sericórdia com misericórdia. Tratando-se antes de tudo

de um estilo, o desafi o é também para os educadores que não trabalham diretamente na educação da fé, mas que se empenham em objetivos cul-turais e de humanização (pensemos aos docentes das escolas, mas que miram deixar-se inspirar pela fé). É ensinar com misericórdia.

O amor de misericórdia é um desa-fi o contínuo para o educador cristão e murialdino. É ape-lo ao dom verdadeiro, à gratuidade, a não fazer pesar os próprios conhecimentos, a avaliar os resultados da aprendizagem sem julgar as pessoas, não esquecendo nunca que por trás de um insucesso escolar há uma

A misericórdia é um caminho de renovação e de

esperança para a Igreja e para

o mundo

Pe. Salvatore Currò

19

Page 19: CONGREGAÇÃO DE SÃO JOSÉ JOSEFINOS DE MURIALDO … · altares para a ordenação sacerdotal há ... Estou há 29 anos em Ana Rech ... aqui e ago-ra e em todos os momentos

pessoa a reconhecer, a amar assim como ela é. Entrar no horizonte da misericórdia para o educador não signi-fi ca perda do próprio rol ou renúncia educativa. Na apa-rente debilidade ou fraqueza da misericórdia, oculta-se, na realidade, a força e a energia da vida. A misericór-dia é uma prática educativa. Ela exige coragem e uma grande reconciliação consigo mesmo, com as próprias fraquezas e debilidades e com os próprios fracassos. Só quem se reconhece necessitado de misericórdia, só quem fez a experiência de ter sido perdoado, pode ser capaz de misericórdia. A exposição sincera de si mesmo com as próprias fragilidades e com os próprios pecados diante de Deus, sem medo e também na re-alidade sacramental, faz sentir a potência salvadora e transformadora da misericórdia, abre caminho a uma educação no signo da misericórdia, atenta aos mais pobres e marginaliza-dos. O educador cristão e mu-rialdino, no ano jubilar da mise-ricórdia, tem a possibilidade de nutrir-se de misericórdia, de en-trar no evento da reconciliação. Tem a possibilidade de habitar naquele lugar invisível, humano e ao mesmo tempo divino, do qual parte conti-nuamente a vida, a vontade de crescer, de recomeçar e o empenho de ajudar a crescer.

Há também o sentido cultural e antropológico da mi-sericórdia, para o qual é bom que a educação se abra. A misericórdia, na realidade, é uma chave que pode abrir--nos a uma compreensão mais profundo dos homens e das mulheres do nosso tempo e de nós mesmos. Ne-cessitamos sentir-nos amados, de sermos reconheci-dos, acolhidos assim como somos. Estas necessidades facilmente captamos e percebemos no ânimo de tantas crianças e jovens. Às vezes, se ocultam sob a aparência de rigidez ou de comportamentos agressivos. A cultura da competição e o imperativo de ter que conseguir ou ter sucesso a qualquer custo, na realidade, boqueiam, alimentando o embaraço da própria fragilidade e provo-cando um tipo de fuga de si mesmo (compensações...).

Há também uma educação que se restringe só sobre a orientação aos valores, que não raras vezes alimen-ta, sem dar-se conta, o individualismo e a ânsia de ter que vencer sozinho. Os jovens de hoje, mais que fragi-lidade, encontram difi culdade de reconciliar-se com as próprias fraquezas. Mas também os adultos são assim. Na realidade só tal reconciliação permite de construir duradoura e verdadeiramente. E reconciliação consigo mesmo surge de relações nas quais nos sentimos ama-dos, a prescindir dos próprios sucessos ou fracassos, do sentir-se também perdoados e na possibilidade de poder também errar e no encontrar, depois do erro, um olhar de consolação e animação e não de julgamento. Realmente vivemos de relações de grande signifi cado

afetivo, que nos marcam no bem e no mal.

Um pedido ou súplica de miseri-córdia celam-se em nossas relações, educativas ou não, de inúmeras ma-neiras. E é uma resposta de miseri-córdia, quando conseguimos dá-la, que gera verdadeiramente uma novi-dade e uma virada nas relações com

os outros, especialmente onde as relações se compli-cam, se tornam confl itivas, fechadas na espiral da repi-ca, da vingança e na contraposição do mal com o mal. Unicamente um gesto, humilde e corajoso ao mesmo tempo, de amor desinteressado, mas também e antes de tudo nas pequenas experiências quotidianas, nos contextos educativos ou não, nos contesto eclesiais ou laicais, onde não raras vezes, imperceptível e sorratei-ramente, pode se insinuar o ódio e a violência.

O Papa Francisco nos anima afi rmando: “Chegou de novo, para a Igreja, o tempo de assumir o anúncio jubi-loso do perdão. É o tempo de volta ao essencial, para cuidar das fraquezas e difi culdades dos nossos irmãos. O perdão é uma força que ressuscita para nova vida e infunde a coragem para olhar o futuro com esperança” (MV 10). O Jubileu nos abra de verdade à misericórdia.

A pedagogia do amor, que se inspira

em Murialdo, é desafi ada a imergir-se

no sentido da misericórdia

Pe. Salvatore CurròReligioso Josefi no – Província da Itália

CAPAPe. Salvatore Currò

20

Page 20: CONGREGAÇÃO DE SÃO JOSÉ JOSEFINOS DE MURIALDO … · altares para a ordenação sacerdotal há ... Estou há 29 anos em Ana Rech ... aqui e ago-ra e em todos os momentos

Nos passos de Murialdo, Nos passos de Murialdo, educadores para o novo milênio

III Seminário Pedagógico Internacional da Família de MurialdoIII Seminário Pedagógico Internacional da Família de Murialdo

lém dos muitos seminários e/ou encontros pedagógicos Regionais ou Provinciais que tradicionalmente se realizam nas diferentes Nações onde se está como Família de Mu-

rialdo, em âmbito internacional iniciou-se uma cami-nhada em Fazenda Souza (Brasil) em 2005; continuou em Buenos Aires em 2008 e em Turim, em 2016, ano da celebração dos 150 anos do início do reitorado de Murialdo no Colégio Artigianelli. É exatamente por isso que escolheu-se a cidade de Turim e a sede onde nasceu a maravilhosa história da salvação, que impul-

siona a seguir a Jesus Cristo no carisma de Murialdo. Um carisma, dom do Espírito Santo à Igreja a serviço do mundo, que é uma espiritualidade educativa e que, portanto, para ser fi el à vocação de educadores cris-tãos dos jovens mais pobres, exige viver em atitude de formação permanente para oferecer aos jovens uma proposta educativa integral e unitária, centrada em Jesus Cristo e educando seus corações com a “Peda-gogia do Amor”, tal como nos ensinou Murialdo com suas palavras e testemunho de vida.

TURIM – ITÁLIA

Pe. Joacir Della GiustinaPe. Joacir Della Giustina

FORMAÇÃO

AA

A cidade de Turim, na Itália, de 21 a 25 de abril, foi o maravilhoso palco para a realização do 3º Seminário sobre a Pe-dagogia de Murialdo. Reuniu representantes da Família de Murialdo que estão envolvidos com a Educação. Éramos cerca de 65 pessoas – leigos, leigas, professores, educadores, religiosas e religiosos –; representávamos os 15 países onde a Família de Murialdo diz “presente!”.

“Nos passos de Murialdo, educadores para o novo milênio” foi a temática proposta para esses dias de encontro. O ori-ginal em italiano até parecia ainda mais expressivo: “Sulla scia del Murialdo, educatori per il nuovo millenio”. Era com esse espírito que Pe. Evair e eu lá chegamos representando o Brasil. Dois professores, que assumiram por conta própria o desejo e os custos de viagem, Carlos Pisoni e Elisabeth Tonezer Cirne, também pisaram no solo da “bella Torino”.

21

Page 21: CONGREGAÇÃO DE SÃO JOSÉ JOSEFINOS DE MURIALDO … · altares para a ordenação sacerdotal há ... Estou há 29 anos em Ana Rech ... aqui e ago-ra e em todos os momentos

Turim nos deu uma visão de cidade fantástica. De mo-radores que já aprenderam algumas coisas a mais sobre o signifi cado da existência. Dá uma impressão de que preser-var a história, suas linhas arquitetônicas, suas praças, seus monumentos faz parte de uma convivência de comunhão e harmonia com o smartphone, com o bonde elétrico, com o ônibus ecologicamente correto (que não faz muito ruído e não solta fumaça preta). Nos fi nais de semana, você pode ver jovens sentados no chão das praças, aos grupos... pare-cem estudantes universitários. Conversam, sem celulares, com suas mochilas ao chão. Conversam... comem algum lanche. É possível encontrá-los nas praças, às margens do Rio Pó, nos ônibus... Parece dizerem que o nosso mundo tem saída, sim.

O Seminário teve seu início no dia 21 de maio. Mas as surpresas, de fato, começaram a acontecer já no dia 20. Para os dias 20 e 21, estava reservada a agenda “Nos Ca-minhos de Murialdo”. Guiados pelo sábio e cuidadoso his-toriador Pe. Giovenale Dotta, fi zemos a visita ao Collegio Artigianelli e aos mais diversos locais que fazem referência à família e às ações de São Leonardo Murialdo. Essa atividade está relatada e pode ser conferida em artigo específi co dessa edição de “Agir e Calar”.

A missa de abertura do III Seminário, presidida pelo Pe. Mario Aldegani, Supe-rior Geral da Congregação, aconteceu na Paróquia “Madona della Salute”, onde se encontra a urna fúnebre de São Leonardo Murialdo. À noite, após o jantar, na sede do Seminário, na “Villa Esperanza”, em San Mauro Torinese, houve um mo-mento de animação entre os participantes do evento.

Os dias 22 e 23 foram fortemente marcados por seis palestras que abordaram questões relacionadas ao tema do Seminário.

1. Os Desafi os Educativos do Novo Milênio – Sr. Johnny Dotti

Co-autor da obra “Buono e Giusto – Il Welfare che cos-truiremo insieme”, o assessor salientou que vivemos em tempos de fragilidades, o que pode ser considerado como uma bênção. Há um sistema tecnocrático que nos satura. Crianças e jovens são as maiores vítimas, prisioneiros das novas tecnologias. São eles o nosso desafi o, mas nos são um dom. Destacou ainda o fato de sermos uma sociedade vítima da bipolarização, do binário: mas trinitários é o que somos. O carisma é a janela da existência. Nossas inteli-gências precisam sair das fórmulas analíticas para usar a inteligência que se exercita com o olho do Espírito, que se encanta com os “lírios do campo”, que se faz na paciência

da espera enquanto se emancipa da tecnologia pura. Nos-sas relações de educadores são de responsabilidade sobre a realidade. Trata-se, pois, de dividir com os pobres uma fragilidade – atitude de misericórdia. Por fi m, lembrou: “se vocês não se envolvem com política, também não devem se envolver com educação”.

2. Jesus, o único Mestre – Pe. Alejandro Bazan

Jesus é lembrado como o Mestre e o Educador, mas foi também educando e aprendiz. Teve suas várias escolas: com José e Maria – na família, na Sinagoga e no Templo, entre os doutores, com João Batista, com as abordagens junto às pessoas simples da comunidade: a mulher que faz referência aos “cachorrinhos que debaixo da mesa comem as migalhas...”, a samaritana à beira do poço, Lázaro e Mar-ta e Maria e, por fi m, com o Pai do Céu.

O seu estilo educativo se faz com atitudes e método. Hu-manamente engajado na vida das pessoas, ensinava com autoridade indo ao encontro e se apresentando como o “ca-

minho, a verdade e a vida”. Como mestre ele liberta, cura e instaura o Reino.

3. Para continuar o Caminho – Pe. Tulio Locatelli

A pedagogia no estilo de São Leonar-do Murialdo nasce de uma experiência espiritual que se transforma em ação pe-dagógica. A espiritualidade é o fundamen-to pedagógico. Carecemos dar ênfase a essa formação específi ca junto aos edu-

cadores.

O Papa Francisco lembra que somos uma Igreja em saí-da. O apelo é para o partir da periferia, do lugar da exclusão para iluminar nossa refl exão, para acontecer evangelização. Aqui, mais do que a ética do dever, nasce a ética do dom, que apresenta o Outro, que chama à acolhida, à gratidão, à comunidade, à partilha. Isso exige uma nova leitura sobre a pobreza; existem novas expressões dela: refugiados, es-trangeiros, imigrantes, desempregados... Exigências de um pluralismo cultural e religioso. Precisamos de “obras-sinais”. É o “educar no estilo do Bom Pastor” que nos instiga. Um desafi o que se nos apresenta é este de atuarmos em Co-missões, nos seus diversos níveis, com projetos próprios, com estabilidade e garantindo o intercâmbio internacional.

4. Educar no estilo do Bom Pastor – Pe. Mario Aldegani

Coube ao Pe. Geral apresentar o documento orientador da educação evangelizadora para a Família de Murialdo: “Educar no estilo do Bom Pastor.” Fruto de elaboração a muitas mãos, o documento propõe objetivos a serem alcan-

Nossas inteligências precisam sair das

fórmulas analíticas para usar a que se

exercita com o olho do Espírito, que se encanta com os “lírios do campo”

22

Page 22: CONGREGAÇÃO DE SÃO JOSÉ JOSEFINOS DE MURIALDO … · altares para a ordenação sacerdotal há ... Estou há 29 anos em Ana Rech ... aqui e ago-ra e em todos os momentos

FORMAÇÃO

Pe. Joacir Della GiustinaDiretor do Colégio Murialdo

Caxias e da Faculdade Murialdo

Pe. Joacir Della Giustina

çados na Congregação e na Família de Murialdo:

a) Incentivar o diálogo sobre a educação e a pastoral Josefi na;

b) Ajudar os educadores a deixarem-se animar cada vez mais pelo carisma;

c) Oferecer um instrumento qualifi cado para a formação dos religiosos e leigos.

Lembrou que o carisma é o foco para refl etir o documen-to, O qual trata de nossa missão, que é educativa e pasto-ral. E a expressão de Murialdo “ne perdantur” aponta para a profundidade desse compromisso. A imagem do Bom Pastor parece a imagem perfeita para conectar pastoral e educação: “conhecer e dar a vida”. Lembrou da chave ca-rismática “atenção às crianças, aos adolescentes e jovens pobres” e o dito do Papa Francisco de que “os evangeliza-dores devem ter o cheiro das ovelhas e escutar a sua voz.”

Educadores que somos precisamos por a centralidade das ações na pessoa humana, livrar-nos da indiferença dando especial atenção às diferenças, e lembrar que somos Igreja em êxodo, em saída. Os fundamentos de nosso estilo educativo asseguram posturas tais como: confi ar na capa-cidade dos jovens, educar como comunidade e em comuni-dade, “amigos, irmãos e pais”. Por último, a chave do nosso estilo educativo se resume nessa missão: dar a conhecer o amor de Deus. Dessa espiritualidade é que nasce nosso estilo educativo: a Pedagogia do Amor.

5. A Espiritualidade Murialdina e a Ação Educativa – Pe. Mauro Busin

O assessor buscou responder a essa pergunta: Como a espiritualidade de Murialdo me inspira na ação educativa que me é proposta? Apresentou uma análise baseada em duas frentes que se interpõem: o contexto sociocultural e a relação educativa. Valorizar as ações do passado, no apelo de Murialdo, ecoa forte na busca do sentido e signifi cado para o ontem e o hoje, e ainda projeta um futuro. Boa von-tade, preparação e coragem para arriscar o diferente são dimensões do perfi l do educador para a atuação num pro-jeto educativo-pastoral que parte da capacidade de ouvir e acolher como eles são, tentando com eles e para eles a melhor maneira de crescer em humanidade. Um proje-to assim é capaz de recolher as experiências passadas da Congregação para torná-las um recurso para o presente, em atenção ao futuro.

6. A nossa Pedagogia diante do futuro. A Chave da Mi-sericórdia – Pe. Salvatore Currò

Pe. Salvatore lembrou que para o Papa Francisco “o nome de Deus é misericórdia” e que a misericórdia é ele-

mento central de nossa carisma. Nesse sentido, apresentou três níveis para a prática da misericórdia à ação educativa:

a) O pessoal: Em cada pessoa, no educando e no edu-cador, existe uma espera por misericórdia. Não se trata de um vazio a ser preenchido. Dentro de cada ser existem dons; e o que parece fraqueza pode ser a força. Carrega-mos feridas e quedas, trata-se de não ter vergonha delas para, então, recomeçar. Perdoar-se e reconciliar-se. Preci-samos de relações; para tanto, sozinhos não conseguimos. Os dons que temos nos provocam a essa responsabilidade.

b) Relação educativa: Ênfase sobre o afetivo na educa-ção com centralidade no coração, na alteridade e na miseri-córdia. O coração é a totalidade da pessoa. Educação toca o coração. O coração evoca o afetivo, sem subestimar o conhecimento. Mas o desafi o educacional gira em torno da centralidade do emocional. Esse é um movimento que leva a pessoa na direção do “outro-além-si”. Então a educação é confi ança e cuidado, mas também coragem para sair.

c) Contexto educativo-social-cultural: O clima, os di-lemas culturais e educativos e a corrente de misericórdia que perpassa a vida. O ar que se respira nos ambientes educativos refl ete a qualidade das relações. O clima a gente sente. As pessoas são chamadas a iniciar processos mais do que ocupar espaços. A corresponsabilidade é um deles porque implica gratuidade, renuncia em ver resultados ime-diatos. Existe ainda a responsabilidade de trazer constante-mente novos ares de renovação; ser sinal e construtores da cultura do encontro. E lembrar que atuamos sob o signo da gratuidade e da graça; o espaço da misericórdia.

O encerramento do Seminário trouxe a manifestação do Pe. Mario Aldegani. Salientou os aspectos marcantes do Seminário: a qualidade percebida através da qualifi cação dos participantes, a riqueza das relações interpessoais e a profundidade dos conteúdos apresentados. Nas propostas concretas, destacou-se:

a) Criação de um e-mail list para dar continuidade às refl exões aqui vividas;

b) Criação de agendas para a prática dos intercâmbios que possam envolver professores e alunos.

Em seguida, no dia 24 à tarde, participamos das festivi-dades dos 150º de Murialdo Reitor do Artigianelli. O dia 25, de manhã, foi marcado pela Eucaristia Final, na “Parrochia Madonna della Salute”, com a presença de muitos membros da família de Murialdo.

23

Page 23: CONGREGAÇÃO DE SÃO JOSÉ JOSEFINOS DE MURIALDO … · altares para a ordenação sacerdotal há ... Estou há 29 anos em Ana Rech ... aqui e ago-ra e em todos os momentos

Padre João não só rezava. Ele próprio era uma oração. Sentíamos nele uma oração humana — divina, concreta, vivente. Era um

ofertório — pessoa. Como declamava um poeta na Itá-lia: “que seja nossa prece um grato incenso que se ele-va a Deus eternamente”. O Padre João, com o turíbulo das preces, incensava em cada instante o céu. E Deus, com certeza, descia pela escada das orações para abraçá-lo. Rezando, ele se transfi gurava. Seu coração era como hóstia em ascensão, santifi cando o céu e a terra. Seus olhos, fechando-os para as distrações da terra, abria-os para a contemplação do transcendente, do sobrenatural. Seus lábios, hino de louvor, arrependi-mento, súplicas, ação de graças. Seus ouvidos, em êx-tase para o silêncio com o diálogo da eternidade. Seus gestos, suas mãos em ritmo de elevação e inclinação, como que trazendo o céu para a terra, elevando a terra para o céu.

Meditava longas noites o silêncio do sacrário; pros-trava o pó do seu nada no arrependimento das falhas; e todo seu ser, em mãos postas, diante do Santíssimo.

Mas o ápice de sua intimidade com Deus era a Santa Missa. O Pão da Palavra e o Pão da Eucaristia com-punham seu banquete predileto, como que antecipan-do a sabor do céu. Parecia que sua natureza humana se vestia de um refl exo da natureza divina. Na Euca-ristia, aliviava suas cruzes; purifi cava as faltas; subia os degraus da santidade. Levantando para si próprio e para nós o Corpo e o Sangue de Cristo, consagrava a grandeza da humanidade, unindo-se à Onipotência de Deus. Seu recolhimento na missa era envolvente, místi-co, elevando-nos para a presença do sagrado.

Terno, profundo seu amor ao Sagrado Coração de Jesus. Invocando a mansidão e a humildade desse Co-ração Misericordioso, aprendia Dele e transmitia para nós a ternura, a compaixão, a tolerância e a paciência. Meditando a Cruz do Calvário, o coração do Padre João Schiavo foi um hino de adoração ao amor infi nito, mise-ricordioso, atual e pessoal de Deus para conosco.

E ao Espírito Santo, seu conselheiro íntimo, confi ava as horas alegres e sombrias de cada dia. Ele achava sua oração individual — sozinha e frágil — incompleta.

O

24

Page 24: CONGREGAÇÃO DE SÃO JOSÉ JOSEFINOS DE MURIALDO … · altares para a ordenação sacerdotal há ... Estou há 29 anos em Ana Rech ... aqui e ago-ra e em todos os momentos

MARCAS DO QUE SE FOI

Recorria, por isso, à dedicação dos mais íntimos de Deus, os santos. Preferencialmente Nossa se-nhora e São José. A ela, todos os dias, as rosas incontáveis das Ave-Marias. A consagração Maria-na: “Meus olhos, meus ouvidos, minha boca, meu coração e todo o meu ser para ti”. E o mel de doçu-ra, quando recitava: “Ó clemente, ó piedosa, ó doce sempre virgem Maria!”. A São José depositava sua vida íntima, silenciosa, feito trabalho-doação. A ele, a Congregação fundada para os pequeninos de Deus.

Não rezava somente no sacrário da sua intimida-de. Subiam fervorosas suas preces para fecundar o apostolado sacerdotal. Como conselheiro, amigo, irmão e pai, ungia seus conselhos com as preces, a meditação, a contemplação, o retiro e a ascese. Na confi ssão, suplicava que a mão misericordiosa do Pai perdoasse seus pecados e dos penitentes que vinham numerosos à sua procura. No leito dos doentes, dos agonizantes, seus olhos se enchiam do bálsamo do consolo e da esperança. E por onde passava, como um profeta — missionário, espargia as sementes da fé, da esperança e da caridade.

Não podemos esquecer que seu exemplo místi-co foi luz e impulso para a nossa vocação de semi-naristas. Fomos compreendendo que nossa melhor formadora era a oração. Nossa vocação fl oresceu, porque nosso mestre rezava conosco no interior das igrejas e dos oratórios, mas igualmente no co-ração do templo da natureza. Aí, nossa admiração se inclinava ante a grandeza do Criador.

Ele era o poeta de Deus que declamava os en-cantos que o Divino Artista desenhou para nós. Quem esquecerá os gostosos passeios pelos cam-pos e matas da Serra Gaúcha, quando ele vinha conosco passear? Apesar da nobreza, dignidade, postura e recato de sua pessoa, jogava e brinca-va com os seminaristas menores. E parecia que Deus, por seu intermédio, jogava e brincava conos-co. Sentados à sombra verde dos pinheirais, falava dos encantos da natureza, sem notarmos fossem orações, porque desvestidas das fórmulas comuns, decoradas do dia a dia. Eram pérolas divinas de jaculatórias, descendo cá e lá, como gotas de luz, da espontaneidade do coração.

- João Schiavo nasceu em 8 de julho de 1903, em Vicenza, Itália. Filho de Luiz e Rosa e tinha oito irmãos;

- Em 1917, entrou na Congregação de São José Josefinos de Murialdo);

- Fez noviciado em Volvera e, em 1919, começou a estudar filosofia e teologia. Em 10 de julho de 1927, foi ordenado sacerdote;

- Chegou ao Brasil em 5 de setembro de 1931 e foi a Jaguarão (RS). Em 25 de novembro, transfe-riu-se para Ana Rech (Caxias do Sul) e começou a trabalhar no Colégio Murialdo;

- Em 1935, ele se mudou para Galópolis (Caxias do Sul), onde dirigiu uma escola e uma paróquia;

- Em 1937 ele assumiu a direção do Colégio Mu-rialdo de Ana Rech;

- A partir de 1956, Pe. João Schiavo passou a re-sidir no Seminário Josefino de Fazenda Souza e se dedicar à formação das Irmãs Murialdinas de São José;

- Em 20 de novembro de 1966, foi internado com complicações no fígado causadas por uma hepa-tite;

- Pe. João faleceu às 9h30min de 27 de janeiro de 1967, aos 63 anos.

De lá para cá, muitas são as graças alcança-das por intermédio do religioso. Seu processo de beatificação está avançado, podendo o vaticano declará-lo beato a qualquer mo-mento.

Pe. Harry Jung

Tua oração, Pe. João, retilínea e robusta como os pinheiros da Serra que não cessam de subir ao céu. Tua oração constante e fi el, como a dos patriarcas e pro-fetas. Perseverante como o cerne religioso de nossas famílias tradicionais antigas. Tua oração tão simples, singela, leve como o ar, pura como o amor, confi ante como a velhinha humilde, depositando no coração de Deus, seu beijo, seu carinho.

E tu confessavas, Pe. João, que não sabias rezar. Por isso vinhas cantar com os seminaristas: “Mãezinha do céu, eu não sei rezar. Eu só sei dizer: quero te amar”.

Pe. Harry JungReligiosos Josefi no,

formando do Pe. João Schiavo

25

Page 25: CONGREGAÇÃO DE SÃO JOSÉ JOSEFINOS DE MURIALDO … · altares para a ordenação sacerdotal há ... Estou há 29 anos em Ana Rech ... aqui e ago-ra e em todos os momentos

MARCAS DO QUE SE FOI

rmã Elisa nasceu em Garibaldi, no dia 06 de janeiro de 1919, fi lha de Francisco Rigon e Maria Zattera Rigon. Desde muito pequena, seu desejo era o de consagrar sua vida a Deus e concretizou esse so-

nho em 1937, quando fez sua Profi ssão Religiosa na Con-gregação das Irmãs de São José, em Garibaldi (RS).

Formou-se para o magistério com o antigo Curso Nor-mal. Depois cursou Matemática e Física na PUC, Porto Alegre (RS). Sua maior ocupação foi como professora, de-dicando-se a muitas jovens em Escolas e Internatos, como no Colégio São José de Caxias do Sul, no Colégio Sevignè de Porto Alegre e no Colégio São José de Vacaria.

A vida de Irmã Elisa começou a tomar outro rumo em 1957, quando, a pedido do Bispo Dom Benedito Zorzi e do Padre João Schiavo, foi transferida para Fazenda Souza, com a missão provisória de ajudar na formação do grupo de Irmãs Murialdinas de São José, iniciado apenas há três anos pelo Pe. Schiavo.

Entre as Irmãs Murialdinas, foi educadora das futuras religiosas, professora e diretora da Escola Santa Maria Goretti. No dia 6 de janeiro 1964, terminado o período de cedência de sua Congregação, a pedido do Bispo Dom Benedito Zorzi, Irmã Elisa passou defi nitivamente a inte-grar a Congregação das Irmãs Murialdinas de São José.

Com a morte do Padre João Schiavo, coube a ela assu-mir a administração e coordenação das Irmãs Murialdinas. Foi a primeira Provincial no Brasil, até 1975.

Formou-se em Línguas com especialidade em Portu-guês e Francês, mas sempre esteve em serviços de coor-denação. De julho de 1975 a setembro de 1987, trabalhou na Itália, com a missão de Superiora Geral das Irmãs Mu-rialdinas.

Deixando a função de Superiora Geral, dedicou-se em recolher os escritos do Pe. João Schiavo, difundir sua de-voção e provocar a introdução da causa de Beatifi cação.

Com oitenta anos de idade, como Vice-Postuladora, assumiu a redação de todo o trabalho do processo dioce-sano pela causa de Beatifi cação do Servo de Deus, Pe. João Schiavo, com lucidez e competência em informática.

Com domínio perfeito do Francês e Italiano, traduziu vários livros e monografi as. Escreveu duas obras: “Traços Biográfi cos do Pe. João Schiavo” e “Espiritualidade do Servo de Deus, Pe. João Schiavo” e; em parceria com o Pe. Orides Ballardin; “Pe. João Humilde Intercessor”.

No mês de dezembro de 2015, quando Pe. João Schia-vo foi declarado Venerável, nela foi constatado câncer já com metástase. No dia 6 de janeiro, depois de superar uma cirurgia com anestesia geral, conseguiu celebrar seus 97 anos de vida na comunidade religiosa. A partir disso fi cou sempre mais debilitada, mas não perdeu a lucidez e a con-fi ança em Deus e em Nossa Senhora.

Viveu seu último dia bastante bem, mas, à noite, aco-metida de mal-estar, recebeu a unção dos enfermos e indulgência plenária, por apresentar sinais de um quadro sem retorno. Passou a noite praticamente consciente, embora sem falar, e acompanhou orações e cantos que a preparavam para o seu encontro com o amado Deus mise-ricordioso. Faleceu serenamente às 5h40min do dia 21 de abril por parada cardiorrespiratória e insufi ciência renal. Realizou-se o que ela tanto desejava: morrer em casa com as Irmãs.

Ir. Elisa deixa-nos um legado de fé, amor a Deus e aos irmãos, bondade, bom humor, gratidão para com as pessoas, partilha, participação e solidariedade. A Deus agradecemos profundamente por esta longa e preciosa existência e lhe pedimos que a recompense de tudo e na sua misericórdia a envolva no seu eterno abraço. Ir. Elisa, continue conosco e ajude-nos a sermos o que Deus espe-ra de cada um de nós.

I

Ir. Elisa Anna Rigon

na Casa do PaiReligiosa, poeta, líder, professora, tradutora, admi-

nistradora e conselheira, irmã Elisa faleceu aos 97 anos em decorrência de um câncer

Ir. Enedina SmiderleReligiosa Murialdina de São José

Ir. Enedina Smiderle

Foto

: Div

ulga

ção

A&

C

26

Page 26: CONGREGAÇÃO DE SÃO JOSÉ JOSEFINOS DE MURIALDO … · altares para a ordenação sacerdotal há ... Estou há 29 anos em Ana Rech ... aqui e ago-ra e em todos os momentos

Proteja o coração que é o centro biológico do corpo humano. Com suas pulsações irriga com sangue todo o organismo fazendo que viva. Não sobrecarregue-o com demasiados alimentos gordurosos e bebidas al-coólicas.

Cuide do coração. Ele é o nosso centro psíquico. Dele sai, como advertiu Jesus, todas as coisas boas e ruins. Comporte-se de tal maneira que ele não pre-cise se sobressaltar face aos riscos e perigos. Mante-nha-o apaziguado com uma vida serena e saudável.

Vele por seu coração. Ele representa a nossa dimen-são do profundo. Nele se manifesta a consciência que sempre nos acompanha, aconselha, adverte e também nos acusa. No coração brilha a centelha sagrada que produz em nós entusiasmo. Esse entu-siasmo fi lologicamante signifi ca ter um “Deus interior” que nos aquece e ilumina. O sentimento profundo do coração nos convence de que o absurdo nunca terá a última palavra no livro da vida.

Cultive a sensibilidade, própria do coração. Não per-mita que ela seja dominada pela razão funcional. Mas componha-se com ela. É pela sensibilidade que sen-timos o pulsar do coração do outro. Por ela intuímos que também as montanhas, as fl orestas, os animais, o céu estrelado e o próprio Deus têm um coração pulsante. Por fi m damo-nos conta de que há um só imenso coração que late em todo o universo.

Ame seu coração. Ele é a sede do amor. É o amor que produz a alegria do encontro entre as pessoas que se querem e que permite a fusão de corpos e

mentes numa só e misteriosa realidade. É o amor que produz os milagres da vida pela união amorosa dos sexos e ainda a doação desinteressada, o cuidado dos desvalidos, as relações sociais includentes, as artes, a música e o êxtase místico que faz a pessoa amada fundir-se no Amado.

Tenha um coração compadecido que sabe sair de si e se colocar no lugar do outro para com ele sofrer e carregar a cruz da vida e também juntos celebrarem a alegria.

Abra o coração para a carícia essencial. Ela é suave como uma pena que vem do infi nito e nos dá a per-cepção, pelo toque, de sermos irmãos e irmãs e de pertencermos à mesma família humana habitando a mesma Casa Comum.

Disponha o coração para o cuidado que faz o outro importante para você. Ele cura as feridas passadas e impede as futuras. Quem ama cuida e quem cuida ama.

Amolde o coração para a ternura. Se quiser perpetu-ar o amor cerque-o de enternecimento e de gentileza.

Purifi que dia a dia o coração para que as sombras, o ressentimento e o espírito de vingança que tam-bém se aninham no coração, nunca se sobreponham à bem-querença, à fi nura e ao amor. Então ele pul-sará no ritmo do universo e encontrará repouso no coração do Mistério, aquela Fonte originária de onde tudo procede e que nós chamamos simplesmente de Deus.

Dez direitos Dez direitos do coraçãodo coração

11

22

33

44

55

66

77

88

991010

Leonardo BoffColunista do JB on line e autor do livro Os Direitos do Coração

o resgate da razão cordial, Paulus 2016

PONTO DE VISTALeonardo Boff

27

Page 27: CONGREGAÇÃO DE SÃO JOSÉ JOSEFINOS DE MURIALDO … · altares para a ordenação sacerdotal há ... Estou há 29 anos em Ana Rech ... aqui e ago-ra e em todos os momentos

PONTO DE VISTA

Pe. Harry JungReligioso Josefi no, autor de vários livros de poesia.É auxiliar de formação e vigário, em Londrina (PR)

Pe. Harry Jung

Misericórdia por ele.Fugiu dele a mulher.

Fugiu do prato o sabor.Fugiu do quarto o descanso.

Fugiu do sofá o conforto.Fugiu do vinho o amor.

Fugiu do beijo o sorriso.

Só não fugiu aindaO choro de seu fi lhinho.

Misericórdia por ela.Fugiu dela o marido.

Fugiu da despensa o pão.Fugiu das sombras a luz.Fugiu do leito o carinho.Fugiu da fl or o perfume.

Fugiu dos sonhos a valsa.

Só não fugiu ainda O choro de sua fi lhinha.

Misericórdia por ele.Misericórdia por ela.

Liga-os em teu amor.Que se unam, Senhor, contigo!

São três amores voltando.São três amores voltando.São três abraços beijando,Com ele, com ela, contigo.

Misericórdia por ele.Fugiu dele a mulher.

MisericórdiaMisericórdia

28

Page 28: CONGREGAÇÃO DE SÃO JOSÉ JOSEFINOS DE MURIALDO … · altares para a ordenação sacerdotal há ... Estou há 29 anos em Ana Rech ... aqui e ago-ra e em todos os momentos

PONTO DE VISTA

1. Planejamento

Muitos são os motivos para a falta de planejamento. Lembre-se: quem arruma uma boa desculpa abre mão de um ótimo resultado. “Se você falha em planejar, está planejando em falhar” (Benjamin Franklin).

2. Comprometimento

Uma pesquisa nos Estados Unidos revelou que apenas 8% das pessoas conseguem cumprir a meta desejada. Quando escrevemos, o desejo sai da mente e vai para o papel. O sonho começa a ganhar asas e o engajamento com o propósito aumenta consideravelmente.

3. Disciplina

Não adianta fazer algo apenas quando se está com von-tade. Disciplina é fazer o que precisa ser feito, praticar o planejamento, mesmo quando não se está motivado. “A disciplina é a mãe do êxito (Esquilo).

4. Follow up

Toda meta precisa ser monitorada. O acompanhamento periódico faz com que possamos aparar arestas e ajus-tar o rumo. “É pensando criticamente a prática de hoje que se pode melhorar a próxima prática”. (Paulo Freire)

5. Novos Hábitos

Dedique um tempo para construir novos hábitos. Eles se constroem com novas atitudes, que são refl exos de nós. A vida é um espelho, portanto passe a prestar mais atenção nas palavras negativas de seu dia a dia, como dizer “quase consegui”, é o mesmo que “não consegui”. Tentar — quando alguém diz “vou tentar”, implicitamen-te diz que é bem provável que não conseguirá.

maioria das pessoas esquece que, para que um desejo se realize, é fundamental ado-tar algumas práticas que ligarão o sonho à realidade. Somente imaginar e ainda criar uma meta não basta. É preciso, então, desenvolver algumas das práticas a seguir:A

Erick Penna Palestrante, consultor e escritor

Erick Penna

29

Page 29: CONGREGAÇÃO DE SÃO JOSÉ JOSEFINOS DE MURIALDO … · altares para a ordenação sacerdotal há ... Estou há 29 anos em Ana Rech ... aqui e ago-ra e em todos os momentos

Religiosos participam de curso em preparação aos Votos Perpétuos

Pe. Marcial e Pe. Valdir celebram Jubileu Sacerdotal

“Biomas brasileiros e defesa da vida” é o tema Campanha da Fraternidade 2017

Partilhamos a alegria da Igreja pelos padres Marcial Pivatto e Valdir Susin estarem celebrando BODAS DE OURO Sacerdotal. Para agradecer ao Senhor que os conduziu nestes 50 anos, os dois religiosos participaram, durante o mês de junho, de um retiro com o Papa Francisco, em Roma. Na ocasião, também puderam visitar as cidades de Viterbo, onde foram ordenados sacerdotes, e Turim, onde Murialdo fundou a Congregação.

No Brasil, a celebração festiva aconteceu no dia 10 de julho, na Paróquia Nossa Senhora de Caravaggio – Ana Rech, Caxias do Sul.

• Pe. Marcial Pivatto, natural de Coronel Pilar (RS), atualmente exerce seu sacerdócio na Paróquia e no Colégio Murialdo de Ana

Rech (Caxias do Sul – RS), principalmente visitando e abençoando as casas e os doentes da comunidade. Exerceu por longo período a função de Ecônomo Provincial.

• Pe. Valdir Susin, natural de Ana Rech (Caxias do Sul – RS), foi missionário no Equador, tendo exercido tam-bém seu sacerdócio em Guine Bissau (África), México e Chile. Por muitos anos foi animador vocacional e coorde-nador da AMA.

Somos gratos a Deus pela vida e missão dos Padres Marcial e Valdir e continuamos rezando para que o Senhor conceda sempre mais operários para sua vinha.

Os religiosos da Província Brasileira Alecson Marcon, Pedro Paulo da Silva Junior e Vitor Ribeiro participaram de um curso intensivo em preparação aos Votos Perpétuos, em Roma (Sede Geral da Congregação), durante o mês de julho. Os religiosos africanos Iber Sompi Malu, Ciro Cá e Yacob Yebolah, que estudam Teologia em Londrina (PR), também participaram do curso. O evento reuniu 15 reli-giosos da Congregação dos Josefi nos de Murialdo – da Romênia, Itália, México, Brasil, Nigéria, Guiné Bissau e Gana. Eles irão professar seus Votos Perpétuos em 2016 ou no início de 2017. Aproveitando a feliz coincidência, os religiosos também participaram da Jornada Mundial da Juventude em Cracóvia (Polônia), de 25 de julho a 1º de agosto.

A CF 2017 tem como tema “Fraternidade: Biomas brasileiros e defe-sa da vida” e lema “Cultivar e guardar a criação”. No edital do concurso, foi pedido que a letra do hino traduzisse em profunda linguagem poética seu conteúdo; que possuísse caráter vibrante e convocativo; melodias e ritmos fl uentes em qualquer assembleia. O emprego da função da linguagem mais adequada ao momento litúrgico também foi levado em consideração.

NOTÍCIAS

Foto

: Div

ulga

ção

A&

C

Foto

: Vol

ga

30

Page 30: CONGREGAÇÃO DE SÃO JOSÉ JOSEFINOS DE MURIALDO … · altares para a ordenação sacerdotal há ... Estou há 29 anos em Ana Rech ... aqui e ago-ra e em todos os momentos

Josefi nos de Murialdo são homenageados com a Comenda Ouro Verde

Instituto Leonardo Murialdo recebe “Medalha Cidade de Porto Alegre”

Conheça o novo símbolo da Juventudes de Murialdo Nacional

A Congregação de São José (Josefi nos de Murialdo) recebeu, no dia 15 de maio, da Câmera de Vereadores de Londrina (PR), a Comenda Ouro Verde. A ho-menagem se deu pelo reconhecimento dos 100 anos de presença dos religiosos em terras brasileiras. Em Londrina, os religiosos atuam na EPESMEL desde 1976 com o trabalho voltado às crianças, dos adolescentes e jovens em situação, de vulnerabilidade, sobretudo, na aprendizagem profi ssional.

A Comenda Ouro Verde foi entregue ao provincial Pe. Antonio Lauri de Souza pela vereadora Lenir Assis (foto), proponente da homenagem. Fazendo uso da palavra, o religioso agradeceu o reconhecimento e fez uma retrospectiva histórica da presença dos Josefi nos em Londrina, bem como falou sobre os 100 anos da Congregação no Brasil.

Participaram da solenidade direção, educadores, educandos, Leigos Amigos de Murialdo, Mães Apostólicas, amigos e amigas da EPESMEL, além de autorida-des civis e religiosas que compuseram a mesa de honra.

O Instituto Leonardo Murialdo recebeu, na segunda-feira, 28 de março, a “Medalha Cidade de Porto Alegre”, em reconhecimento ao trabalho social e educacional prestado ao município. O evento integrou a “Semana de Porto Alegre”, em comemoração ao aniversário de 244 anos da cidade. A entrega da medalha e do certifi cado ao Pe. Antonio Lauri de Souza, Provincial dos Josefi nos de Murialdo no Brasil, foi feita pelo Prefeito José Fortunatti, pelo vice-prefeito Sebastião Melo e pelo secretário de Juventude Diego Bu-ralde. Também estiveram presentes os padres Evair Michels, Etevaldo da Silva (Colégio Murialdo), o diretor da Ação Social Ir. Alecson Marcon e o professor Joel Lovatto (Colégio e Ação Social). Os homenageados são escolhidos por meio de indicação dos secretários municipais. O Instituto Leonardo Murialdo foi indicado por Diego Baierle Buralde, por contribuir de forma efetiva ao desenvolvimento humano, econômico e especialmente no campo social. Em Porto Alegre, o Murialdo tem suas atividades na Paróquia Santuário São José, Colégio, Centro de Forma-ção Profi ssional, Incubadora, Biblioteca Ilê-Ará e o Instituto de Educa-ção Infantil Murialdo (Mitra).

A arte foi inspirada no brasão da Congregação de São José - Josefi nos de Mu-rialdo, integrando alguns elementos que representam as juventudes e toda sua di-versidade, nos aspectos como: a luta por seus direitos, representada pela mão fechada e erguida e a bandeira hasteada; o alto-falante, representando os desejos e anseios dos jovens por terem voz, vez e lugar; as mãos unidas que mostram a ajuda, a lealdade e a fraternidade; a diversão e alegria dos jovens, representado pelos elementos violão, bola de futebol e skate; os projetos, sonhos, aprendizados e conhecimentos refl etidos pelo livro e pelo balão de sonho; a cruz denotando a Igreja e a espiritualidade; e o mapa do Brasil, no plano de fundo, simbolizando o início e o local onde se encontra toda essa diversidade juvenil.

A criação da arte é da Jovem Pâmela Rodrigues, Integrante da Juventude de Murialdo e da Pastoral da Juventude na Cidade de Londrina (PR)

Parabéns a todos que participaram pela dedicação e criatividade.

Foto

: Div

ulga

ção

A&

C

NOTÍCIASFo

to: D

ivul

gaçã

o A

&C

31

Page 31: CONGREGAÇÃO DE SÃO JOSÉ JOSEFINOS DE MURIALDO … · altares para a ordenação sacerdotal há ... Estou há 29 anos em Ana Rech ... aqui e ago-ra e em todos os momentos

“Cuidar da Casa Comum é nossa missão”

Madre Teresa de Calcutá será canonizada

Outubro é o Mês das Missões, um período de intensifi cação das inicia-tivas de animação e cooperação missionária em todo o mundo. O objetivo é sensibilizar, despertar vocações missionárias e realizar a Coleta no Dia Mundial das Missões, penúltimo domingo de outubro (este ano, dias 22 e 23), conforme instituído pelo papa Pio XI, em 1926.

“Cuidar da Casa Comum é nossa missão”. Esse é o tema escolhido para a Campanha Missionária em 2016. O lema é extraído da narrativa da Cria-ção no livro do Gênesis: “Deus viu que tudo era muito bom” (Gn 1, 31). O projeto do Criador é maravilho, mas encontra-se ameaçado! A preocupação pela ecologia parte de dois gritos: o grito dos pobres, que mais sofrem, e o grito da Terra, que geme pela exploração. A temática retoma a Campanha da Fraternidade Ecumênica deste ano e amplia a missão de cuidar da vida em todo o planeta.Em sua Encíclica Laudato si’, o Papa Francisco adverte que “a existência humana se baseia sobre três relações intimamente liga-das: as relações com Deus, com o próximo e com a terra” (LS 66). E lança uma pergunta: “Que tipo de mundo queremos deixar a quem nos suceder, às crianças que estão crescendo?” (LS 160).

A cerimônia será realizada no dia 04 de setembro de 2016, em Roma, durante o Jubileu da Misericórdia, iniciado no dia 8 de dezembro. Madre Teresa, que morreu em 1997, aos 97 anos, e era conhecida como “santa das sarjetas”, foi beatifi cada pelo Papa João Paulo, em 2003.

De acordo com o Vaticano, o Papa Francisco abriu caminho para a canonização após aprovar um decreto re-conhecendo um milagre atribuído à religiosa – a cura inexplicável de um homem que tinha múltiplos tumores no cérebro.

Parentes rezaram e pediram ajuda à Madre Teresa, e o homem se recuperou, deixando médicos sem explica-ções.

MADRE TERESA DE CALCUTÁ (1910-1997), que nasceu em uma família albanesa na Mace-dônia, fundou sua própria congregação em 1950, as Missionárias da Caridade, e se dedicou duran-te mais de 40 anos aos pobres e aos doentes, es-pecialmente na cidade indiana de Calcutá. Ela foi agraciada com o Prêmio Nobel da Paz em 1979.

Seu enterro, em Calcutá, no dia 5 de setem-bro de 1997, foi um acontecimento nacional na Ín-dia e milhões de pobres acompanharam seu cor-po pelas ruas da cidade. O funeral contou com a presença de chefes de Estado e governantes de todo o mundo.

NOTÍCIAS

32

Page 32: CONGREGAÇÃO DE SÃO JOSÉ JOSEFINOS DE MURIALDO … · altares para a ordenação sacerdotal há ... Estou há 29 anos em Ana Rech ... aqui e ago-ra e em todos os momentos

Dica de Filme

Dica de Livro

DEUS NÃO ESTÁ MORTO

Gênero: Drama

Lançamento: 2014

Quando o jovem Josh Wheaton (Shane Harper) en-tra na universidade, conhece um arrogante professor de fi -losofi a (Kevin Sorbo) que não acredita em Deus. O profes-sor desafi a o jovem a defen-der sua crença de que Deus está vivo em vários debates

durante as aulas. O aluno reafi rma sua fé e é desafi ado pelo professor a comprovar a

existência de Deus.

Começa uma batalha entre dois homens, que estão dispostos a tudo para justifi car o seu ponto de vista.

ERA UMA VEZ DENTRO DE NÓS!(Maria Elisa Moreira e Douglas do Amaral – Editora Paulinas)

A obra aborda a criatividade e a inovação nos contextos profi ssionais, partindo de uma dimensão fundamental: o indivíduo em busca de si mesmo. Para isso, a autora utiliza-se de narrativas infantis, as quais, segundo ela, favorecem o autoconhecimento e o resgate do potencial criativo da pessoa. Ao longo de três partes — pensar, sentir e agir —, Maria Elisa Moreira apre-senta alguns aspectos teóricos que sustentam o tema da criatividade, bem como ferramentas práticas que ativam a imaginação. Um conteúdo bastante útil e diferenciado para líderes e empreendedores, mostrando que é possível potencializar a inovação e a versatilidade da equipe de trabalho, lidando com

as mais variadas situações do contexto or-ganizacional.

DICAS

33

Page 33: CONGREGAÇÃO DE SÃO JOSÉ JOSEFINOS DE MURIALDO … · altares para a ordenação sacerdotal há ... Estou há 29 anos em Ana Rech ... aqui e ago-ra e em todos os momentos

CURIOSIDADES

34

Page 34: CONGREGAÇÃO DE SÃO JOSÉ JOSEFINOS DE MURIALDO … · altares para a ordenação sacerdotal há ... Estou há 29 anos em Ana Rech ... aqui e ago-ra e em todos os momentos

O menino, a avó e o lápismenino olhava a avó escrevendo uma carta. À certa altura, pergun-tou:

— Você está escrevendo uma história que aconteceu conosco? E, por acaso, é uma his-tória sobre mim?

A avó parou a carta, sorriu e comentou com o neto:— Estou escrevendo sobre você, é verdade. Entretanto, mais importante do que as pala-vras, é o lápis que estou usando. Gostaria que você fosse como ele quando crescesse!

O menino olhou para o lápis, intrigado, e não viu nada de especial.— Mas ele é igual a todos os lápis que vi em minha vida!— Tudo depende do modo como você olha as coisas. Há cinco qualidades nele que, se você conseguir mantê-las, será sempre uma pessoa em paz com o mundo.

Primeira qualidade: você pode fazer gran-des coisas, mas não deve esquecer nunca que existe uma Mão que guia seus passos. Esta mão nós chamamos de Deus e Ele deve sempre conduzi-lo em direção à Sua vontade.

Segunda qualidade: de vez em quando épreciso parar o que estou escrevendo, e usar o apontador. Isso faz com que o lápis sofra um pouco, mas, no fi nal, ele está mais afi a-do. Portanto, saiba suportar algumas dores, porque elas lhe farão ser uma pessoa melhor.

Terceira qualidade: o lápis sempre permite que usemos uma borracha para apagar aqui-lo que está errado. Entenda que corrigir uma coisa que fi zemos não é necessariamente algo ruim, mas algo importante para nos man-ter no caminho da justiça.

Quarta qualidade: o que realmente importa no lápis não é a madeira ou sua forma exte-rior, mas o grafi te que está dentro. Portanto, sempre cuide daquilo que acontece dentro de você.

Finalmente, a quinta qualidade do lápis: ele sempre deixa uma marca. Da mesma ma-neira, saiba que tudo que você fi zer na vida irá deixar traços e procure ser consciente de cada ação.

Somos também como o lápis. Fomos criados com um propósito pelo nosso Criador.E, então, será que compreendemos tudo isso a cada dia?

O

(Autor desconhecido)

REFLEXÃO

35

Page 35: CONGREGAÇÃO DE SÃO JOSÉ JOSEFINOS DE MURIALDO … · altares para a ordenação sacerdotal há ... Estou há 29 anos em Ana Rech ... aqui e ago-ra e em todos os momentos

JOSEFINOS DE MURIALDOPadres e Irmãos a serviço das crianças, dos adolescentes e dos jovens

em obras sociais, colégios, paróquias e missões.

SERVIÇO DE ANIMAÇÃO VOCACIONALRua Dante Marcucci, 5335 - Cx. P. 584 - Fazenda Souza - Caxias do Sul (RS)

CEP: 95001.970 - Fone (54) 3267.1146 - www.josefi nosdemurialdo.com.br

Page 36: CONGREGAÇÃO DE SÃO JOSÉ JOSEFINOS DE MURIALDO … · altares para a ordenação sacerdotal há ... Estou há 29 anos em Ana Rech ... aqui e ago-ra e em todos os momentos