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Congresso Brasileiro de Química Durante o período de 27a31deou.. tubro de 1980 realizou-se em Porto ... em Carvão Mineral. Agradecemos a participação pron-ta do Dr. Nei Webster

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.Realizou-se em Porto Alegre o XXI

Congresso Brasileiro de Química

Durante o período de 27 a31 de ou..tubro de 1980 realizou-se em PortoAJegre, a progressista capital do Es-tado do Rio Grande do Sul, o XXI Con-gresso Brasileiro de Química.

A Solenidade de Abertura

Deu-se no dia anterior, d(!mingo 26de outubro, a partir das 20 1/2 horas,a solenidade de abertura do certame,a que compareceu elevado númerode congressistas do Estado e de ou-tros muitos pontos do Brasil.- A cerimônia pública efetuou-se nogrande Salão de Atos da Reitoria daUniversidade Federal do Rio Grandedo Sul. À mesa diretora dos trabalhostomaram lugares: o Sr. Amaral deSouza, governador do Estado; a Sra.HebeHelena Labarthe Martelli, presi-dente do Conselho Federal de Quími-ca, com sede no Rio de Janeiro; o Sr.Walter Mors, presidente da Associa-ção Brasileira de Química, com sedetambém no Rio de Janeiro; o Sr. ArnoGleisner, presidente da Secção Re-gional da ABQ do Rio Grande do ~ul;o Sr. Nissin Castiel, presidente daComissão Organizadora do Congres-so; e os membros da Comissão deHonra, os Srs. (além do Governadordo Estado) Paulo Belotti, diretor-pre-sidente da Petrobrás Química S.A.PETROQUISA;Bernardo Geisel, eJayme da Nobrega Santa Rosa. Osdois último~ foram homenageadospela sua longa carreira de químicossempre em atividade profissional.

Concedida a palavra, o presidenteda Comissão Organizadora do Con-gresso, Nissin Castiel, pronunciou oseguinte discurso:

Senhores componentes da mesa,Senhores congressistas:

A Associação Brasileira de Quími-ca, e em particular a Comissão Orga-nizadora do XXI Congresso Brasilei-ro, chega neste momento à SessãoSolene que tradicionalmente marca aabertura de seus Congressos.

Constiui-se esta solenidade naoportunidade para expressar:- Sentimentos de agradecimento

dos organizadores.- Idéias gerais norteando os traba-

lhos.- Objetivos pretendidos.

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Para a Comissão Organizadora,durante o preparo do Congresso, foi-se evidenciando que mais do quequalquer outro aspecto, a receptivi-dade encontrada na organizaçãodesse Congresso deve-se à impor-tância da Química na vida moderna,incompreensível mesmo, sem esseconhecimento sistématizado.

É a essa importância que atribuí-mos as palavras, gestos, atos de com-preensão, estímulo e apoio que rece-

"bemos, permitindo a efetivação comsuceSSQ deste XXI Congresso pro-

. movido pela Associação Brasileirade Química.

Cumprimos agora uma obrigaçãofácil agradecendoaos co-patrocina-dores:

- FAPERGS- Universidadedo RioGrandedo

Sul- Conselho FederaldeQuímica- Sindicato dos Químicos- ABTB- ABQTIC- APEQAgradecemostambémaos nossos

colaboradores maiores:- BANRISUL- COPESUL- ALQuíMICA- DOW QUíMICA- MADEPAN Grupo Peixoto de

Castro- GRUPOYPIRANGA- TINTAS RENNER- RHODIA

e às inúmeras empresas contrjbuin-teso

Cabe destacar a participação rele-vante que terão nos trabalhos desteCongresso os professores Kurt Hed-den e Karl Griesbann, da Universida-de de Karlsruhe; o professor Emma-nuel Vogál, da Universidade de Colô-nia; o professor Cantow, da Universi-dade de Freibürg; e o professorBüshel, Diretor de Pesquisas daBayer da R.F. da Alemanha.

'A presença destes professores in-sere-se no propósito de estabelecerum Convênio para o Desenvolvimen-to da Química, entre a Universidade-do Rio Grande do Sul e o GovernodaAlemanha.

Aos conferencistas, paineJistas,quí-.micos participantes com trabalhos;colegas assistentes ao Congresso,vindos de diversos Estados e o Rio

REVISTA DE QUIMICA INDUSTRIAl..:

Grande do Sul, aos Estudantes Uni-versitários da área de química que detodas as partes do país afluiram aestes trabalhos, expressamos nos-

. sos agradecimentos-maissinceros.Menção especial fazemos à Comis-

são de Honra do Congresso formada- pelo Governador do Estado do Rio

Grande do Sul, Exmo. Sr. Amaral deSouza que, com generosidade, con-cordou em participar do Congressoe, com lucidez, compreendeu suarelevância.

Ao Dr. Paulo Vieira Belloti, Diretorda Petrobrás, Presidente da Petro-quisa, a quem se deve apoio decididoao Pólo Petroquímico no Nordeste eao COPESUL em nosso Estado, e queestimulou este encontro de químicosdesde o primeiro momento.

Acentuan'tos por fim, com muitocarinho que, ao aceitarem integrar aComissão de Honra do Congresso oscolegas professores Bernardo Geisele o Dr, Jayme Santa Rosa - homena-geamos a nós próprios, de tal modo.se identificam esses químicos, for-mados há mais de 50 anos, com todaa evolução da química no país e coma Associação Brasileira de Química.

Os trabalhos do Congresso, refH-tindo a concepção sUb-jacente, estãodirecionados para:

- Questões de interesse geral, pa-ra as quais os químicos trazem seusconhecimentos.. .

- Questões de interesse parti-cular - imediatamente relativas aocampo específico dos químicos.

Como questões de interesse geralforam escolhidos temas interligados,fundamentais para a vida econômicado país: Energia, Petroquímica, Pro-teção Ambiente e Formação de Co-nhecimentos.

No tema Energia, trata-se obvia-mente de fontes energéticas alterna-tivas ao óleo cru. Acreditamos quequalquer cogitação deve atender ne-cessariamente aos critérios: de viabi-lidade para os re.cursos disponíveisno país, tempo de implantação re-querido em seu aproveitamento econfiabilidade técnica.

Assim somos conduzidos aos pro-gramas de Carvão e Álcool que pre-tendíamos fossem tratados nesseCongresso. As circunstâncias, entre-tanto, impossibilitaram a inclusão dorecursos energético renovável, con-centrando-se, portanto, os trabalhos,em Carvão Mineral.

Agradecemos a participação pron-ta do Dr. Nei Webster de Araújo, Pre-sidente da CAEEB.

A indústria química a partir do tér-mino da 11Guerra Mundial foi emgrandes setores transformando-seem indústria petroquímica.

Agora trata-se de estudar seu de-senvolvimento em condição de pre-ços altos de óleo cru e de possível.escassez de Petróleo.

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Novembro de 1980 - 326

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Por isso deve no Congresso tratar-se entre óutros aspectos da econo-mia energética comparada entre osprodutos da petroquímica e os mate-riais aos quais substitui; da possívelreserva das frações de petróleo paraa petroquímica, uso mais nobre doque o aproveitamento como combus-tível; do atendimento energético daindústria petroquímica a partir deoutras fontes empregando-se deriva-dos petrolíferos exclusivamente cc-

, mo matéria-prima de processo.A questão Proteção Ambiente é um

tema que se vai tornando crucial, enão poderia ser esquecida num Con-gresso de Químicos ao tratar de ener-gia petroquímica.. Uma posição de equilíbrio não po-de afirmar o retorno à natureza, mastambém não pode prescindir dos as-pectos sócio-ambientes. Necessita-mos, sim, de mais ciência e mais tec-nologia, e de maior compreençãodos fenômenos naturais.

A questão Formação de Conheci-mentos talvez seja o tema de maiorimportância do Congresso.

Não são equipamentos e matérias-primas que tomam decisões - sãopessoas.

Com o título Formação de Conhe-cimentos' queremos significar cria-ção de conhecimentos no país e ab-sorção de conhecimentos exógenos,cuja interface é impossível discernir,num processo dinâmico 'que se es-tende desde as teorias científicas atéàs operações de organização e mar-keting.

Aesse propósito algumas observa-ções do colega Kurt Politzer são per-tinentes:

- Existe vinculação entre pesqui-sa e desenvolvimento tecnolá-gico endógenos e transferênciade tecnologia.

- Os desenvolvimentos tecnolá-gicos dependem de estudos demercado, de disponibilidade ecustos de insumos e do nível deimobilizações requeridas.

- Aimplantação de uma atividadenão equivale a uma transferên-cia de tecnologia.

- Desenvolvimentos tecnológicosnão podem ser realizados teori-camente; requerem o corres-pondente trabalho experimen-tal produtor de dados e verifica-dor de idéias.Por isso tudo, parece-nos que:

- ACiênciaéuniversal;masatec-nologia é nacional e num paíscomo o Brasil é regional muitasvezes.Para finalizar, uma idéia que meé muito cara:

- Aobjetividade na química não éconseqüência da objetividadede cada químico, nem decorrede se tratar de ciência naturalexata.

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Acreditamos que: objetividadedas soluções nasce da críticarecíproca. Tradição científicasignifica tradição crítica. Porisso podemos dizer que nasidéias que esperamos surjamno Congresso, estará um pou-co de cada um de seus partici-pantes.

Obrigado.

O governador Amaral de Souza,'"dando continuidade à sessão pro-

nunciou um discurso de exaltação àciência química e às modernas técni-cas que fundamentam as bases detrabalho no Estado, com referênciaparticular às contribuições encami-nhadas pelo XXICongresso e à exe-cução das obras do Pólo Petroquími-co do Estado. Ocupou-se com maisentusiasmo das reservas carbonífe-ras regionais e do seu melhor apro-veitamento.

Proporcionou em síntese uma vi-são do que se está levando a efeito noEstado e do muito que ,se pode reali-zar, tendo em consideração o notávelesforço empreendido por todosquantos estão empenhados nas ope-rações do desenvolvimento econô-mico e social do Estado, mormentedaqueles servidos pelas técnicasmais apropriadas.

Depois de seu discurso, no come-ço lido e depois improvisado ao sa-bor do entusiasmo, discurso quemuitos depois consideraram fluentee brilhante, o Sr. Governador deu porencerrada a sessão.

Cocktail

Passaram todos os congressistasque se encontravam no Salão de Atospara outra dependência, o Salão deFestas da Universidade, onde foi ser-vido um cocktail. Aí as conversas seprolongaram até tarde.

Segunda-feira, 27 de outubro

A temperatura na véspera subiuum pouco, indo a 28°C, e o tempo nofinal do período se mostrava ameaça-dor (de chuva).

Na segunda-feira, o dia amanhe-ceu chovendo, mas antes do meio-dia as chuvas passaram. Isso prejudi-cou de certo modo o Congresso. Nãosomente os trabalhos começaram de-pois de 8:30, como o número de con-gressistas presentes foi menor que oesperado.

Mas logo tudo se normalizou. Fo-ram, então, instalados os trabalhosdas Comissões. E teve início a partetécnico-científica.

REVISTA DE QUíMICA INDUSTRIAl.:

Trabalhos das Comiss6es

Processaram-se estes tipos de tra-balhos nos dias terça-feira, 28.10.80,quarta-feira, 29.10.80; quinta-feira,30.10.80; e sexta-feira, 31.10.80.

Mesa-redonda

Funcionou a mesa-redonda dedi-cada a catálise e catalisadores naquarta-feira, 29.10.80, à tarde.

Sete especialistas químicos com-puzeram a mesa para discussão dosassuntos.

Painéis

O painel é constituído por um gru-po de 4 ou 5 especialistas em deter-minado assunto, sob a presidênciado orientado r dos trabalhos, que fa-lam para uma assistência. Cada espe-cialista expõe o seu assunto em cer-ca de 10 a 15 minutos, com auxílio dequadro-negro e projetores de figu-ras. Os interessados em discutir fa-zem perguntas e o painelista res-ponde.

Houve Painéis de* Energia - Carvão, segunda-feira,

27.10.80, à tarde.Expositor: Kurt Hedden, Univ. deKarlsruhe, R. F. da Alemanha.6 Painelistas e um Mediador.

* Petroquímica, terça-feira, 28.10.80,à tarde.Painelistas: Amílcar Pereira da Sil-va Filho, Petroquisa,Roque Kalfelt,PPH

* Áureo Celeguin, UltraIrundi Sampaio Edelweiss, CEPED.

* Formação de Conhecimentos,quarta-feira, 29.10.80, à tarde.Quatro painelistas expuseram ediscutiram os assuntos previamen-te escolhidos.

Conferências

É a exposição de assuntos, ou pre-leção, lida em público, com certasolenidade. Depois há perguntas erespostas.Foram as seguintes as conferên-cias.

* Energia - Carvão e Álcool, segun-da-feira, 27.10.80, pela manhã.Conferencista: Ney Webster deAraujo.

* Petroquímica, terça-feira, 28.10.80,pela manhã.

Novembrode 1980 - 328

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EQUIPAMENTOS PARA INDÚSTRIADE- TINTAS -

Coletores de pó TORIT para combateà poluição do ar.

Secador de leitofluidizado p a r apigmentos.

Misturadordispersor.

Moinho de bolas.

EquipamentosTORRANCE

Agitadores H o I m e s -Speedy para latas.

.

Moinho de esfe-ras ATTRITORpara tintas.

I-'

Peneira giratória

Secador cone du-Enchedor pneumá-

I

pIo a vácuo paratico de pistão para pigmentos com

Reator para resinas. Ilatas até 5 litros. solvente.

Lavador ocular deemergência.

Tacho a fogo dire-to para vernizes.

Misturador sigma.

Misturadores disperso-res hidráulicos.Misturadores hidráuli-licos para pastas.Moinhos de bolas emf e r r o ou revestidos.

Moinhos de mó para Moinhos de 1 e 3 rolos. circulação forçada ou

empastamento. O t . t a vácuo.u ros eqUlpa-men os.

Moinho Microflow para C h u v e i r o s de S e c a d o r e s de artintas de impressão ou emergência. comprimido.mimeógrafo. Estufas de secagem, de

Misturador de ca-çamba rotativa.

Moinho de disco decarborundum.

TREU S. A. máquinas e equipamentosAv. Brasil, 21 00021510 RIO DE JANEIRO - RJTel.: (021)359.4040 - Telex: (021)21089Telegramas: Termomatic

Rua Conselheiro Brotero, 589-Conj. 9201154 SÃO PAULO - SPTels.: (011) 66.7858 e 67.5437

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Conferencista: Karl Griesbaum,Univ. de Karlsruhe, R. F. da AI~ma-

. nha.* Formação de conhecimentos,

quarta-feira, 29.10.80.Conferencista: Emmanuel Vogel,Univ. de Colônia, R.F. da Alema-nha.

* Proteção ambiente, quinta-feira,30.10.80, pela manhã.Conferencista: Jorge Ossanai, Dep.do Meio Ambiente, Secret. da Saú-de, RS.Aproveitamento de resíduo, quin-ta-feira, 30.10.80, pela manhã.Conferencista: Hugo Springer, Re-cup. de Resíduos, Especialista.O sistema cone sul de gás e a suaimportância para a indústria quí-mica, quinta-feira, 30.10.80, à tardeConferencista: Oswaldo Palma, Se-cret. de Est. da Ind., do Com., Ciên-cias e Tecnologia de SP.Relação, Estrutura molecular e Im-propriedades dos Polímeros, quin-ta-feira, 30.10.80, à tarde.Conferencista: H. J. Cantow, Univ.da Freiburg, R. F. da Alemanha.

Palestra

No sentido próprio, o vocábulo la-tino palaestra -ae era o exercício daluta, ou mesmo a luta, o lugar onde sepraticava ginástica. No sentido figu-rado, em português, palestra era oexercício da retórica, da cultura, ou aescola dessas práticas. Modernamen-te, é uma conversa, uma exposiçãode assunto técnico ou científico demodo simples em que haja a maiordose de comunicação do expositorcom os presentes.

A Química no combate às secas doNordeste;quarta-feira, 29.10.80 pe-la manhã.Palestrante: Jayme da NobregaSanta Rosa, dir. da Rev. Quím. Ind.,do Rio de Janeiro.

Sexta-feira, 31.10.80

8:30 - Trabalho de Comissões

10:30 - Apresentação dos Rela-tórios dos Trabalhos dasComissões.

14:00 - Assembléia geral daABQ17:00 - Reunião do Conselho Di-

retor da ABQ. Vários as-suntos tratados, entreeles a escolha de BeloHorizonte para sede doXXII Congresso Brasilei-ro de Química.

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As Comissões do Congresso

Para dirigir ou comportodas as ati-vidades- foram constituídas Comis-sões a seguir especificadas:

Comissão de Honra

Bel. José Augusto Amaral de SouzaGovernador do Estado do RioGrande do Sul. .Prof. Bernardo GeiselEng. Paulo Vieira BellotiJayme da Nobrega Santa Rosa

Comissão Organizadora

- Nissin Castiel- Presidente- Arno Gleisner- Francisco Franco- Roberto Pires Pacheco- Mário Egas Câmara- F. Roberto Mottola- Peter Seidl- Paulo Saffer- Heitor Silveira- Deborah Dick

Comissão Técnica

- Franklin J. Gross - Presidente- Attico Chassot- Francisco Franco- Frederico Ponte Filho- Adão Mautone- Peter Seidl- Arino Romeo Hoefel- Euclides Fraga

Comissão Social

- Iná Martins Anusz- Joanna Nahuys

Comissões de Estudo

Química AnalíticaPres: Prof. Arino Romeu HoefelVice: Prof. Jorge de Oliveira

MeditschSec: Annelise Engel Gerbase

Tecnologia Inorgânica e OrgânicaPresoProf. Gabriel FrancisVice: Prof. Anildo BristotiSec: Prof. Norberto Holz

Ensino da QuímicaPresoProf. Júlio Carlos RegulyVice: Prof. Luciano do AmaralSec: Prof. Maurivan Güntzel Ramos

Química InorgânicaPreso Prof. Ivo VedanaVice: Prof. Átilo Inácio Chassot

REVISTA DE QUíMICA INDUSTRIAL

Sec: Maria do Carmo RuaroPenalva

Química OrgânicaPres: Prof. Peter SeidlVice: Prof. Peter LõwenbergSec: Prof. Valente Emílio Uberti

Costa

Físico-QuímicaPres: Profa. Veda Pinheiro DickVice: Profa. Denise Schermann

AzambujaSec: Prof. Henrique Northflet

Rádio-QuímicaPres: Prof. Antônio Bernardo João

Batista TodescoVice: Prof. Euclydes FragaSec: Profa. Emilce A. Burger

Poluição eProteção AmbientePres: Prof. Luiz Paulo BignettiVice: Prof. Flávio LewgoySec: Profa. Elisabeth Frimm

Presidência dos Trabalhos doCongresso

Segunda-feira, 27.10.80: Roberto Pi-res PachecoTerça-feira, 28.10.80: Otto VicentePerroniQuarta-feira, 29.10.80: Hebe HelenaLabarthe MartelliQuinta-feira, 30.10.80, Manhã: Jaymeda Nobrega Santa RosaTarde: Bernardo GeiselSexta-feira, 31.10.80: Walter Mors

Número de Congressistas

O número de congressistas inscri-tos pas&ou de novecentos. Registra-ram-se químicos do Rio Grande doSul, de Santa Catarina, Paraná, SãoPaulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro,e de outras unidades da Federação.

Foi apreciável a quantidade de es-tudantes de Química, não só do RioGrande do Sul, como de Santa Cata-ri na, Pernambuco e de outras uni-dades.

Os estudantes

Os estudantes de Química, queparticiparam do Congresso, tanto doRio Grande, como de outros Estados,deram a nota de vitalidade, com o in-teresse manifestado pelas questõesdiscutidas, pela freqüência às reu-niões, pela alegria e pela movimenta-ção.

(continua na pág. 29)

Novembro de 1980- 330

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'Revista de

Química Industrial NOVEMBRO DE 1980

Um congresso de Química movimentado e produtivo

o Congresso de Química realizado em outubrona cidade de Porto Alegre, 021.0 da série efetuadano Brasil, movimentou a classe dos quimistas do Sulimpulsionados por um interesse de gente amadure-cida na profissão. .

Reuniram-se aproximadamente 900 congres-sistas nas amplas instalaçsoes da Reitoria da Uni-versidade Federal do Rio Grande do Sul, paradiscutir questões, apresentar contribuições técnicas emostrar o que se vem realizando no país e em algu-mas nações em pleno progresso cientifico.

Grande esforço se efetuou no sentido deprocurar reunir os conhecimentos mais úteis e maisatuais às inúmeras especialidades da Química pra-ticadas no Brasil. Este trabalho, pelo qual tanto sebateu o Presidente da Comissão Organizadora doCongresso, lembra aquele aforismo muito seguidohoje: "inovação é sempre a base do crescimento".

Em verdade, a procura do conhecimentoconstitui o que de mais seguro se intenta construir.Conhecimento, com efeito, éa idéia, que surge aindainforme; é opensamento, que planeja; é a informa-ção dosfatos realizados; é a base em que se apoiamas ciências; é a capacidade de inventar, paraatender às necessidades da vida; é a consciência do

progresso, com todas as seguranças econômicas esociais para o ser humano,~ é em última análise acultura sob todàs asformas da sua ação no estudo eno desenvolvimento.

O Congresso concedeu assinalada importânciaa questões paraquímicas do interesse da indústriamoderna, como poluição, limpeza ambiente, utiliza-ção industrial de resíduos de fábricas, energia ecombustíveis, aproveitamento dos recursos naturaisde nossa terra. .

Aspecto da maior significação foi o comporta-mento (no sentido de reação perante osfatos cientí-

ficos apresentados) dos estudantes de escolas supe-nores.

Acompanharam com atenção o desenrolar dasdefesas de pontos de vistas. Seguiram com interessea exposição das conferências e palestras. Assistiramaos painéis. Atentos, tomavam notas. No final, na

hora dos debates,faÚam perguntas por escrito. E osseus pedidos de esclarecimentos tinham lógica edenotavam o necessário preparo.

Quando este cronista que está aqui anotandoalgumas lembranças do Congresso acabou de reáli-zar a sua palestra "A Química no combate às Secasdo Nordeste" e desceu da tribuna, o primeiro a en-contrar foi um estudante.

Não somente recebeu osformais parabéns, màsouviu as palavras: "O senhor deu uma lição a todosnós... de estudar a natureza... deu uma lição maisprofunda de lutar... para melhorar a terra..."Olhamos para ele com atenção e vimos um jovemlouro, bem alto, vindo pelo sangue de um torrãomuito amado, a Polônia, também sofredora como osertão do Nordeste.

No dia seguinte ele nos procurou e entregouum cartão-postal multicor que reproduzia umquadro da Natureza, com os dizeres impressos: Umapessoa sorridente é uma pessoa ensolarada. Noverso estava escrito com letra miuda, desenhada:

"Sr. Jayme:Perdão, pelo cartão não ser o mais adequado

(folhas amarelecidas), mas, na minha concepção,este éum dos espetáculos mais lindos da natureza. Omesmo, também, representa a alegria do raio de sol abater nas folhas que, apesar dejá estarem com umaidade outonal, demonstram toda uma efusão desimpliçidade e beleza, sem igual.

E isto que a sua pessoa inspira para nós. Umapessoa, cheia de experiência, que tem o espírito tãojovem e tão cheio de amor para compartilhar, que écapaz de cativar-nos cOmseu sorriso amigável.

Compreendo que nem mil palavras diriam oque o seu coração deveria "ouvir". Mas, aquificamumas poucas, para transmitir-lhe uma curta men-sagem de carinho e amizade.

Do amigo (gaúcho)Alexandre Gorziza31/X/80Pelos seus colegas epor si próprio, deu orecado

numa linguagem culta, de poesia e elevação deesPírito.

jayme Sta. Rosa

Novembrode 1980- 331 REVISTA DE QUíMICA INDUSTRIAL 7

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A planta guaraná. .

A utilização de suas sem~nte~ na indústria

JAYME DA NOBREGA SANTA ROSA. REDATORDA .

REVISTA DE QUfMICA INDUSTRIAL

A planta e sua localização geográficaO aproveitamento industral das sementesA indústria das águas gaseificadasA obtenção do gás dióxido de carbonoBebidas artificiais gaseificadasA bebida gaseificada de nome guaraná

Nesteartigo, ocupamo-nos do.vegetal e de sua localizaçãogeo-gráfica: dos frutos. das sementes.dos bastões e da moderna indús-tria do refrigerante guaraná; dasmatérias-primas de uso geral; eainda do proveito que se pode ti-rar desta classe de bebidas popu-lares a fim de melhorar o padrãoalimentar dos consumidores.

A planta e sua localizaçãogeográfica

Quando no começo do séculoXVI os exploradores europeuschegaram à regiãodas Amazonasencontraram uma planta que osameríndios denominavamuaranáou guaraná.

Alguns vegetais, como a man-dioca, o milho, a batata doce, otab~co, se'Cultivavam.Maso gua-raná não se via plantado. Somen-te se tornou conhecida sua cultu-ra em pequena escala, nos anosde 1850,conforme uns, ou 1866,segundo outrOs informantes.

Para os europeus e descenden-tes considerou-se como primeira.informação escrita a deixada peloPadre João Felipe Betendorf, su-perior das Missõesda Companhiade Jesus, no Maranhão,em 1669.o jesuíta foi claro:

"Têm os andirazes em seusmatos uma frutinha que cha-mam guaraná, a qual secam edepois pisam, fazendo dela Umasbolas, que estimamcomoos bran-cos o seu ouro,e desfeitas com

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uma pedrinha, comque as vão ro-çando e em uma cuia de águabebida, dá tão grandes forças,que indo à caça, umdia até outro,não têm fome, além do que fazurinar, tira febres e dores decabeça e cãibras" (Crônica da

Missão dos Padres da Compa-nhia de Jesus no Estado do Ma-ranhão).

Em 1817 tornara-se o guaranácom. maior precisão conhecidona Europa. Emseguida divulgou-se a informaçãode que o químico

Fig. 1. Folha, fruto e semente do guaraná(Cal. do Museu Nacional).

REVISTADEQUIMICAINDUSTRIAL

"Novembro de 1980 - 332

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Theodor von Martius, irmão dofamoso botânico que enriqueceuas ciêncas naturais do Brasil (KarlFriedrich Philipp von Martius),analisara a pasta do guaraná, issoem 1826, nela encontrando umestimulante, que denominou gua-ranina. Mais tarde concluiu-seque o produto era cafeína, exis-tente na base de 2,5 a 5%.

Botanicamente, o guaraná temsido estudado a partir do começodo século XIX.

Com estas palavras Martius odescreveu:

É uma planta "trepadeira le-nhosa que se apoia às árvores dafloresta e por elas sobe até nove adez metros de altura, não comoliserão verdadeiro, mas pendu-rando-se com suas ramificações,sem gavinhas".

O nome botânico do guaraná éPaullinia cupana. O primeiro es-duto de classificação foi feito porHumboldt e Bonplan em 1821.Estes '0 classificaram na famíliaSapindáceas. O gênero Paulliniarepresentou homenagem ao bo-tânico dinamarquês S. Pau 11i. Re-cebeu a espécie a designação decupana porque o vegetal tinha es-se nome, dado pelos naturais daregião da Venezuela, onde secolheu o material de estudo.

Em língua de indígenas amazô-nicos, guaraná significa plantatrepadeira, vegetal que sobeapoiado em outro. GonçalvesDias, o poet~, em seu "Dicionárioda Língua Tupi", registra que,guaraná tem a significação desipó.

Na linguagem portuguesa doséculo passado escrevia-se tantosipó, como cipó. O sentido é plan-ta flexível e trepadeira. Na línguatupi o nome era yssipó, segundoo Pe. A. Lemos Barbosa ("Pe-queno vOGabulário. tupi-portu-guês e português-tupi", 2 volu-mes, Livraria São José, Rio, 1967e 1970).

Na transliteração de vozes tu-pis em português, usa-se y parater-se um som típico. RecomendaLemos Barbosa: para a pronun-ciação da vogal y concorrem os

NQvembro de 1980 - 333

lábios na posição de i e a línguana posição de u - o inverso do ufrancês.

Uma pequena área na vastidãoamazônica entre os rios Amazo-nas, Madeira, Maués e o paranádo Ramos constitui o habitat. Foiencontrada também a planta nabacia.do rio Orenoco e em outrospontos. A zona de Maués tornou-se, todavia, o centro dos negó,;.cios do produto industrializado eonde a princípio se cultivou commais interesse o vegetal.

Ocorre ele em algumas outraszonas da grande região amazô-nica. Foi conhecido dos europeusque viajaram pela Amazônia. nosprimeiros tempos e dele se ocu-param. Na extensa área encon-tram-se também outras espéciesdo gênero Paullinia.

Como ainda no século passadose deslocou da Amazônia para o

tações da prestigiosa trepadeira,para contar com genuína maté-ria-prima. .

o aproveitamento industrialdassementes

Dos frutos do tamanho de ave-lãs extraem-se as sementes, quese despolpam para em seguida setorrar a fogo lento em fornos dealvenaria, como os de fazer fari-nha de mandioca.

Torradas as sementes, são li-bertadas dos tegumentos, bati-das em sacos de fibra.Escolhidasas melhores, usando-se peneirasde crivo largo para separá-Ias,são pisadas ou trituradas em pi-lões de madeira. Juntando-seágua à massa obtida, preparam-se à mão os bastões, os pães eoutras figuras.

, ~Fig. 2. Forno de torrefação das semen-

tes do guaraná e o rodo para revolvê-Ias(Folheto do Min. da Agric.)

sudeste da Bahia o cacaueiro(Theobroma cacao); e anos de-pois se transferiu daquela regiãopara a Bahia e o litoral de SãoPaulo a seringueira (Hevea bra-siliensis), agora também se estátransferindo o vegetal guaranápara terras baianas.

Grande produtor do refrigeran-te guaraná começa a fazer plan-

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Ainda maleáveis, os objetossão dessecados, em alguns está-gios, numa estufa com tabuleirossuperpostos. Para o aquecimen-to, usa-se lenha de muruxi, de fu-maça branca e de cheiro agradá-vel, ou outra madeira aromática.A cura leva 30 a 60 dias.

Este é o processo tradicionalcom pequenas variações, segui-

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Fig. 3. Pilão de madeira e a -mão de pilão.para"pisar as sementes (Folheto do Min.da Agric.)

do na região pelos indígenas epor outros interessados na indús-tria típica.

Ocomércio de bastões ou pãesde guaraná tem sido ativo,embo-ra em pequenos volumes, tantono país, como para o exterior.Para formar-se uma idéia, bastadizer que, de 1902a 1930,a pro-dução total variou de 28 a 47 to-neladas por ano. Em1940passoudas 100 t. A exportação, entre1925e 1932,oscilou entre 4,94ta23,84t porano. .

.Aindústriade preparar bastões,pães e uma variedade de figurasde animais e míticasé anterior aoDescobrimento e mostra um dosaspectos da cultura autóctone riasua essência. .

Aindústria de águas gaseificadas

Nos anos finais do século XVIIIera generalizado na Europa oconsumo de águas gaseificadascom gás CO2 (dióxido de .car-bono). .

Em virtude de sua ação fisiolé-.gica específica, representadapor certa propriedade estimulan-te e de algum modo dessensibili-zante das mucosas, pensaram osdoutores da época no emprego10

Fig. 4. Fumeiro e estufa para endurecer osbastões de guaraná (folheto do Min. daAgric.).

deste gás em terapêutica. Masnão levaramlonge a idéia.

Em todo o caso permaneceu autilização dele dissolvido emágua, tanto mais que se acredi-tava em suas qualidadesbenéfi-cas à saúde e era chic beber.

.gasosa nas càlçadas dos boule-vards e nos restaurants finos dascidades européias.

Até o Dr. H. Erdmann, um quí-mico naturalmente compenetra-do da sua responsabilidade de Di-

Fig. 5. Figura de macaco mode,lada com apasta de guaraná (Col. do Museu Na-cional). .

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retor do Instituto de Química Mi-neral da Technische Hochschule,de"Berlim, afirmou em seu "Tra-tado de Química Mineral", 5:aedi-ção, 1911: "A ação excitante, em .

seguida anestesiante, do ácidocarbônico sobre as mucosas deumuitas vezes a 'idéia de empregareste gás em terapêutica, e é tam-bém a causa do favor de quegozam numerosas bebidas car-regadas deste gás (águas gaso-sas, limonadas, cervejase vinhosespumantes)".

Asolução de gás carbônico emágua (sodawasser, segundo o H.Erdmann) possui sabor acidula-do, picante e refrescante.

Em1898apareceram no comér-CiOda Alemanha umas garrafasde vidro claro, de maiordiâmetroque as comuns,.e protegidas portiras delgadas de metal branco,mUnidas de sparklets. pequenascápsulas de aço cheiasde CO2lí-quido, chamadas popularmentebalas de gás.

Um mecanismo no bocal dagarrafa, quando premido, obriga-va o gás liquefeito passar para aágua pura contida no bojo dovaso, e nela ser dissolvido,sendono mesmo instante despejadacom forte jato, no copo que esti-

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vesse junto, a água gaseificada.Podia-se tomar uísque ou refres-cos com gás, colocando no fundodo copo aquela bebida ou sucosde frutas açucarados.

Essas garrafas, conhecidas co-mo síphons (veja-se a influênciado francês então!), encontravam-se em bares,confeitarias,casasde chá, sorveteriase em residên-çias de algumas famílias.

Era de ver, nos primeiros decê-. nios do século atual, os elegantesdo Rio de Janeiro pedirem numaconfeitaria de luxo, sempre mliitobem freqüentada pelo elementofeminino, uísque com siphon, e,na armadura da necessária sole-nidade, tomarem aos poucos abebida dos privilegiados.

A obtenção do gás dióxido decarbono

A indústria de águas gaseifica-das passou a exigir quantidadescrescentes do dióxido de carbo-no (também chamado anidridocarbônico, ácido carbônico, gáscarbônico). Usava-se a princípioo gás encontrado em fontes natu-rais. Ele é formado no interior daTerra por atividade vulcânica e seescapa por fissuras na rocha.

Em Brohl, Renânia, por exem-plo, uma caverna fornecia cercade 300 kg cada 24 horas; na grutado cão, em Pouzzoles, perto deNápoles, obtinham-se grandesquantidades; em Pergine, Tosca-cana, era al1roveitado o gás car-bônico industrialmente pela casaCesare Pegna & Figli, de Floren-.ça; em Sondra, Turíngia, umafonte dava 1 000 m3 por hora degás pu ro de 99%.

Mais tarde, produzia-se dióxidode carbono a partir da queima decarvão e também de outrosmodos.

Muito eml:)ora Faraday houves-se liquefeito o dióxido de car-bono em 1823, a primeira aplica-ção prática do processo data de1878. Dessa época em diante asituação do fornecimento e dautiiização do produto se tornoubem mais fácil. A entrega fazia-seem cilindros de aço.

Novembro de 1980 - 335

Na Alemanha, em 1889, já seproduziam 1 000 t do gás lique-feito; em 1891,o país dispu nha de23 fábricas e produziu 2 000 t; em1897, todas as fábricas obtiverammais de 11 000 t.

Por volta da entrada do novoséculo, as 40 fábricas dos EUAentregaram ao mercado cerca de15 000 t. França e Itália-figuravamnas estatísticas como apreciáveisfabricantes. Não se julgue, toda-via, que todo o gás dióxido de car-bono se destinasse apenas à in-dústria ae águas gasosas. Eletinha várias outras aplicações.

O nosso propósito, neste pe-queno capítulo, consiste em mos.,trar como a idéia de produzirbebidas artificialmente gaseifica-das pôde concretizar-se e evoluir,graças à habilidade de conseguirnas quantidades desejadas omaior responsável pela realiza-ção, o dióxido de carbono. Estalição de procurar e achar a solu-ção deve orientar os empreendi-mentos da indústria. Convém as-sinalar que o sentido clássico deindústria é arte produtiva, habili-dade, perícia.

Bebidas artificiais gaseificadas

As águas gasosas artificiaispassaram da Europa para os Es-tados Unidos da América. Porvolta de 1807 fundaram-se casasque explotavam este gênero denegócio, em Filadélfia, New York,New Haven e outras cidades.

Anos mais tarde, introduziram-se na composição das bebidas osflavors, a saber, composições deóleos essenciais e produtos quí-micos que têm sabor e aromaagradáveis. Não houve, nem po-deria haver na época, pela defi-ciência de conhecimentos cientí-ficos, relativos à química biológi-ca, fisiologia e nutrição, a preocu-pação de saber se estes produtoseram úteis ao organismo humanoou por ele bem aceitos.

E as fábricas do novo tipo debebidas, c;lenominadas carbonat-ed beverages, começaram a sur-gir por volta de 1825-1830. Jáem1850 o Cen~us of Manufacturesregistrava a existência de 64 fá-

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brLcas engarrafadoras de "águasminerais e 1'01'" (parece que popno caso é abreviatura de popular).O número delas foi crescendo:em 1870, havia 378; em 1900,2763; em 1949, 6 900. Em 1962, oconsumo anual per capíta era de213,4 garrafas de 8 onças(256,5 ml).

Além dos flavors, os inovadoresadicionaram às composições umácído inofensivo em pequena do-se e açúcar.

Assim, para atualmente prepa-rar um refrigerante, são necessá-rios: água pura; açúcar refinado,para incitar o paladar; composi-ção que dê sabor e aroma carac-terísticos; acidulante; corante,para agradar melhor a vista; anti-oxidante (sefor preciso), conser-.vador; e gás dióxido de carbono.

Na composição do flavor, quecaracteriza as marcasde comér-cio e deve ser exclusivo de cadauma, podem entrar: extratos deplantas; sucosde frutos, comodelaranja, limão, uva; óleos essen-ciais, como de casca de laranjadoce, de canela; produtos quí-micos que existam em frutos esejam utilizados para realçararo-mas,comoacetato de etila, buti-rato de amila; ácidos, como o cí-trico, o tartárico, o fosfórico; esti-mulantes,como cafeína,que na-turalmente se encontra emfolhase frutos, como nós de cola, café,mate, guaraná; corante naturalou sintético permitido; gomas ve-getais ou outro emulsionante ouhomogeinizante.

Há firmas especializadas, emvários países, inclusiveno nosso,que preparam industrialmenteascomposições e as reservam paraos clientes certos.

Os ácidos se utilizam para des-pertar o desejo, dar maior saborao conjunto e também como au-xiliar de conservação.Além doscitados, mencione-seainda o fu-márico, que tem sido proposto.Comoantioxidante emprega-seoácido ascórbico;.protege o flavor.O gás carbônico tabém é conser-vador, e impedeou dificulta o de-senvolvimento de fungos e bac-térias.

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I;;>esenvolveu-se intensamenteem nosso país a indústria de refri-gerantes, sendo a do guaranáuma da primeiras a surgir.

Tínhamos informação de que aCia. Antárctica Paulista fora ainiciadora da produção, em nos-so país, da bebida guaraná. As-sim, em 9 de maio de 1980, diri-gimos áquela antiga empresa a

. seguinte carta:"Estou escrevendo um traba-

lho sobre a planta guaraná e a uti-lização de suas sementes na in-dústria. Aproveito para tratar derefrigerantes. É um trabalho dehistória da tecnologia de bebidasgaseificadas, que tiveram iníciona Europa, passaram aos EUA,onde foram adicionadas de fla-vor, e por fim passaram a outrospaíses, ao Brasil.

Por leituras, cujos documentosnão guardei, fiquei ciente de quea bebida gasosa com extrato debastão de guaraná foi produzidaprimeiramente no Brasil pela An-tarctica, por sugestão do Dr. Pe-reira Barreto.

De' memória guardo a informa-ção de que a Antarctica produziapor volta de 1912 uma bebida ga-seificada muito apreciada de no-me Bilz. Seria a mesma gasosacom guaraná?

Exponho estes fatos, na espe-rança de que V.Sas. o confirmemou forneçam a versão exata paraminha orientação.

Mando junto uma cópia de umlivro meu sobre literatura munici-

. pai "Acari'~ que foi editado em1974. Na página 94 há referênciaa Bilz.

Desculpem o trablho que estoudando. O interesse é puramenteda história da indúsfia no país.Muito grato desde já pelo queIhes for possível esclarecer, apre-sento meus efusivos cumpri-mentos" .

Em carta datada de 25 de junhodeste ano, em São Paulo, a dire-toria da Antarctica, muito'amavel-mente, deu a seguinte resposta:

"No tocante à solicitação con-tida em sua prezada carta, de09.05.80", cabe-nos esclarecerque a bebida "Bilz", produzidapor volta de 1912, era uma bebida

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gaseificada, mas na sua composi-ção não entrava o guaraná.

Confessamo-nos satisfeitos pe-la oportunidade de contribuir,embora de forma singela, com olouvável trabalho que V.Sas. es-tão elaborando acerca da históriada produção de refrigerantes.

Externamo-Ihes os nossos vo-tos de absoluto sucesso na tarefaora encetada e os protestos denossa elevada consideração".

A referência à bebida Bilzfeitano livro "Acari - Fundação, His-tória e Desenvolvimento"é esta:

"Naquele tempo apareceu umabebida de nome 8i1z,muitoagra-dável,precursora'do refrigerante,espumando em excesso quandodespejada num copo. É que, nãohavendo gelo, nem geladeira, eratomada apenas fria. Espumavatanto que o vaqueiro JannúcioCarapina se entusiasmou:

- Êta bebidinha que tem maisescuma que uma cuia de leitebem tirado! Mas é boazona deverdade!" (páginas 94-95).

Recentemente, uma lei federaldeterminou adicionar à composi-ção aromática certa percentagemde suco natural de fruta.

Sabe-se que a composição arti-ficial de produtos químicos temsabor e aroma agradáveis, masnão tem valor nutritivo.E sabemos nutrólogos que o uso intensodo refrigerante, deste modo en-trando na economia animal altosteores de determinado ácido, atémesmo inorgânico, provoca umdesequilíbrio no sistema ácido-básico do organismo com prejuí-zos para a saúde. (Falamos demodo geral, sem nenhuma alusãoa qualquer produto).

Sabem também eles que osprodutos químicos ingeridos,queavultam em peso em virtude douso diárioe abundante da bebida,eliminam-se com a provocaçãode problemas indesejáveis defuncionamento no fígado, rins eoutros órgãos.

Asolução não é acabar com osrefrigerantes. Longe disso! Aten-ção maior merecem as bebidasfortemente alcoólicas, como aaguardente! Seria altamente pro-veitoso que os responsáveis pelas

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fábricas de refrigerantes, sobretu.do as de guaraná, planta nossa'aproveitassem o hábito do povo eproduzissem bebidas mais saiu.tares. .

Vale a pena que as própriasfábricas estabeleçam programasde estudos científicos que resul-tem na formulação de bebidaspopulares de ativo valor alimen-tar, benéficas para a saúde, deacordo com os conhecimentosatuais.

Ainfância e a juventude, princi-palmente, e tantas outras classesetárias estão sofrendo de malesatribuídos ao uso de bebidas naaparência inócuas. É necessáriofabricar bebidas não-alcoólicas,nutritivas,equilibradase de saboragradável. Não esquecer que apercentagem de açucar"deve sera mais baixa possível.

Interessada no guaraná, umagrande firmado ramo de cervejase refrigerantes tomou a iniciativade estabelecer um projeto paraplantação da Paullinia cupana.Deacordo com a sua informação,está concluído o plano que cons-ta da plantação de 110000pés deg.uaraná em Camamu, Bahia. Asperspectivas da cultura e da pri-meirasafra são excelentes. Épos-sível que as plantações se inten-sifiquem de forma a igualmenteatender a mercados externos.

Estamos convictos de que asgrandes fábricas de refrigeran-tes, tão bem orientadas tecnica-mente, entrarão no programa deproduzir bebidas sempre melho-res e que sejam auxiliares de nu-trição. O hábito hoje generaliza-do é beber refrigerante às refei-ções.

A bebida gaseificada de nomeguaraná

Oguaraná é uma plantado Bra-sil, como o cajueiro, ambas bemnacionais, sendo muitoligadas àsculturas sociais indígenas.Ogua-raná procede da região amazôni-ca cheia de lendas e mistérios.

Até as amazonas, guerreirasque estabeleceram um matriarca-do lá para as bandas do rio Nha-

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mundá, que lutavam de torso nu,passavam como lendárias, figu-rantes de histórias fantásticas,embora vistas, "claramente vis-tas" por homens respeitáveis, co-mo deveriam ser Frei Carvajal, ocronista da expedição de Orelanaem 1540-42, e o Padre Cristobalde Acuría, reitor do Colégio deCuenca, cerca de cem anos de-pois.

Hoje se acredita em que elas defato existiram.

O guaraná, em bastão ou emforma de extrato chegou até nóscomo mezinha que cura todos osmales. Havia, feita pelo povo, umapropaganda ativa, que impressio-nava. Criou-se entre algumas pes-soas o hábito de tomar o pó (quese obtém ralando o bastão comlíngua de pirarucu), existente ain-da. Hoje se vende um produto emcomprimidos de fabricante comfarmacêutico responsável. É bas-tante procurado em casas de ma-crobiótica.

Algumas contribuições ao me-lhor conhecimento da famosaplanta divulgada pelos indígenasde Maués e do produto das suassementes foram escritas e cons-tituem já um acervo de informa-ções de várias espécies.

Mas está faltando um trabalhobásico a respeito da química e dopossível valor terapêutico ou deimportância para a nutrição hu-mana. Ao elevado teor de cafeína,de 2,5 a 5% na massa das semen-tes, é atribuído o seu poder vigo-rador. Mas càfeína tem suas limi-tações na dieta. Pelo que sabe-mos, não há estudos modernos arespeito de guaraná.

De qualquer modo, trata-se dematéria-prima que merece ser di-fundida e empregada na indústriade refrigerantes. Em Belém e Ma-naus tivemos J:>portunidade deutilizar, há anos, de modo umtanto intenso, a bebida guaraná,localmente preparada, que nãpera ácida, nem gaseificada e pa-rece que não era artificialmentecolorida. O gosto, agradável,sempre convidava a tomar denovo a bebida.

Hoje, a indústria de produtosalimentares processados - e re-

Novembro de 1980 - 337

frigerantes no grupo se enqua-d ram - para atender às necessi-dades vigentes é cada vez umaatividade científica e está intima-mente ligada à química. Assim,antes de tudo, a condição essen-cial é que os produtos não cau-sem nenhum malefício, imediatoou posterior, ao organismo hu-mano. A seguir, é imprescindívelque os produtos sejam realmenteúteis como nutrientes a fim demantfir o corpo bem nutrido esaudável.

Ora, dada a popularidade dosrefrigerantes, a ponto de médicospediatras os recomendarem paracrianças de tenra idade, de jovensos tomarem pela manhã como aprimeira refeição, convém queeles se transformem de fato embebidas gostosas, mas nutritivase saudáveis.

As fábricas é que devem esta-belecer os seus laboratórios depesquisa científica e desenvolvi-mento industrial, aparelhadas deequipamentos apropriados e deum corpo de químicos, médicos enutrólogos.

Verá este corpo investigadorque se torna imprescindível, emverdade, fazer uma revisão nosconceitos e nas fórmulas, abai-xando, por xemplo, drasticamen-te os teores de ácidos e açúcar,eliminando vários compostosquímicos e produtos naturaisagressivos à saúde, e introduzin-do substâncias de alto valor bio-lógico, como extrato protéico,tudo isso sem perder de vista queuma bebida popular, que se tomaexpontaneamente, deve ter bomsabor, cheiro fraco e agradável eexcelente apresentação, tanto nafluidez, como no aspecto.

Afinal, já é chegado o tempo dese modificar fórmulas empíricas!

Boa oportunidade se apresentaagora, no início de culturas daplanta em escala intensiva, paracriar refrigerantes com caracte-rísticas que ponham em relevo oguaraná. Parece haver uma ten-dência de os grandes fabricantes.produziram refrigerantes de gua-raná, produto brasileiro por exce-lência.

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As sociedades industriais deprimeira plana de certo pode-riam, com os recursos científicos,técnicos e econômicos, de quedispõem, e dotadas do espírito dobem público, inaugurar projetosde estudos dedicados a refrige-rantes saudáveis, que alimenteme não produzam inconvenientescolaterais.

BIBLIOGRAFIA SUMÁRIA

- Edgard Roqüete Pinto, Professor doMuseu Nacional, "O guaraná" Im-prensa Nacional, Rio de Janeiro, 1912.

- Frederico Schmidt, Agrônomo, "Oguaraná, sua cultura e indústria",Servode Inf.Agric., Min.da Agricultura,Rio de Janeiro, 1941.

- H.Erdmann, "Traité de Chimie Minéra-le", traduzida da 5.a edição alemã,1911, por A. Corvisy (cap. Anhydridecarbonique C02, pág. 470-489-TomePremier), Lib. Scient. A. Hermann etFils, Paris, 1912.

- Ettore Molinari, "Chimie Générale etIndustrielle", traduzida da 4.a edição ita-

liana de 1917 por JA Montpellier (Cap.Bioxyde de carbone C02 (Anhydridecarbonique), pág. 209-226 - Tome11),Dunod, Editeur, Paris, 1920.

- Kirk-Othmer,"EncyclopediaofChemi-cal Technology", Second Edition(Cap. Carbonated beverages), Vol. IV,Willey-Interscience, N. Jersey.

- Jayme Sta. Rosa, Impressões de via-gem à Amazônia (conferência realiza-da na sede da Associação Química doBrasil, em 27 de março de 1946),resumo na Rev. Quim.lnd.,Ano 16, N.O177, pág. 2-10, 7 fotografias, janeiro de1947.

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o Brasile a crise energéticaA realidade e os fatos

(Continuação da matéria publicada !Ia edição de setembro últi-mo, páginas 277-280)

3. O BRASIL E A CRISEENERGÉTICA

Apesar da dificuldde de dispo-nibilidade e acesso a informaçõesatualizadas sobre o consumo e aorigem da energia primária con-sumida no Brasil, tentaremosmostrar a seguir, dentro do hori-zonte mais amplo e mais atuali-zado possível, a realidade ener-gética brasileira

TABELA8

ORIGEMDA ENERGIAPRIMÁRIACONSUMIDANOBRASIL

No Brasil, em termosglobais, oconsumo anual de todas as for-mas de energia, expresso em to-neladas equivalentes de petróleo,é de aproximadamente 108, dasquais 45% correspondem a deri-vados de petróleo. Por sua vez, opetróleo importado representa318 x 105 toneladas, correspon-dendo esse item a cerca de 40%da totalidade das importações.. A parti r dos dados perc~ntuais

evolutivos de consumo das váriasorigens de energia primária noBrasil,'levando em conta as ener-gias decorrentes de fontes reno-váveis, é possível detalhar a parti-

14

ROOSEVEL T S. FERNANDESQUiM. IND. - CaL DO CARMO, SANTOS

ENG. QUíM. - UFPM. SC. EM ENG. DE PROD. - COPPE/UFRJ

ENG. IND. - H.B.MAYNARDASSIST. DE ESTUDOS OPER. DA CVRD

TABELA9CONSUMO DE ENERGIA PRIMÁRIA EM

UNIDADES EQUIVALENTES.DE PETRÓLEO

FONTEENERGÉTICA QUANTIDADE

(103t)

NÃO RENOVÁVELPETRÓLEOGÁS NATURALXISTOCARVÃO MINERALURÂNIOTOTAL PARCIAL

RENOVÁVELÁLCOOLHIDRÁULICALENHA ..BAGAÇO DE CANACARVÃO VEGETALTOTAL PARCIAL

17.371105

-2.048-

19.524

3678.465

19.2912.8251.003

31.951

TOTAL GERAL 51.475

FONTE: MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA.

cipação de cada fonte energéticano consumo observado nos últi-mos dez anos.

Tomando como base as fontesenergéticas referenciadas é pos-sível relacionar o grau de depen-dência de nossas necessidadescom as fontes externas e internasde energia. Fica evidente o graude dependência que temos comas fontes externas, ou seja, davulnerabilidade da nossa econo-mia frente às alterações do con-texto energético mundial.

Como já citado anteriormente,agorà analisa-clo elT! termos dedetalhes, a evolução da produçãode petróleo no Brasil, nos últimosanos, antes de ser um aspecto

REVISTA DE QUíMICA INDUSTRIAL

1976

33,80,2

38,0

0,716,537,4

5,51,9

62,0

100,0

1977 76/77

% QUANTIDADE

(103t)

%%

43.063505

41,71

147,90,5 381,0- - - -

4,0 4.106 4,0 1100,5- - - -47.674 46,2 1144,2

53726.95320.885

4.7142.489

55.578

0,5 46,326,1 . 218,420,2 8,3

4,6 66,92,4 148,2

53,8 73,9

100,0 100,6'103.252

otimista para projeções futuras,pelo contrário, se apresenta co-mo um dos fatores mais signifi-cativos para a manutenção de umposicionamento mais pessimistano processo de inferência dessesnúmeros para os próximos perío-dos. Teremos de conciliar o cres-cimento crescente de nossas ne-cessidades de petróleo, atravésda racionalização do uso e daintrodução de fontes alternativasnacionais, com a realidade pre-mente da disponibilidade reduzi-da de nossas reservas conhe-cidas.

A partir de 1977, decorrênciadas medidas voltadas à racionali-zação do uso dos combustíveis,

Novembro de 1980 - 338

PERCEN-- PARTICI-FONTE TUALDE PAÇÃO (%)

ENERGtlCA1968 1978

Petróleo 38 42Hídrica 17 26Carvão 4 4Lenha e outros 41 27Álcool - 1

Fonte: InstitutoBrasileirodo Petróleo.

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TABELA 10CONSUMO DE ENERGIA PRIMÁRIA EM

UNIDADE EQUIVALENTE DE PETRÓLEO

TABELA 11

EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO NACIONALDE PETRÓLEO (103m3)

inicialmente em termos de gaso-lina e mais recentemente do die-sel e do óleo combustível, surgi-

Novembro de 1980 - 339

ram os primeiros reflexos no con-sumo aparente de derivados dopetróleo.

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Uma estimativa acurada doconsumo de derivados de pet"r'ó-leo para 1979, dado que as esti-mativas oficiais ainda não estãodisponíveis, nos mostra comoevoluiram os consumos dos mes-mos derivados nos dois períodos.

Enquanto para a gasolina auto-motiva se põde sentir a conten-ção do consumo, apesar do au-mento de nossa frota de veículos,para outros derivados, como die- ,

sei e óleo combustível, se notaque o processo de racionalizaçãoainda não está mostrando redu-ções significativas de consumo.

Persiste, portanto, o excedentede gasolina em relação aos de-mais derivados. Deste modo, comlucratividade, como afirma a Pe-trobrás, continuará sendo expor-tado: Na medida em que se gene-raliza a adição de etanol à gaso-lina em todos os Estados, dentrodos percentuais máximos permi-tidos, haverá uma ampliação des-se excedente que, como no casoanterior, também será deslocadopara a geração de divisas no ex-terior.

Não resta a menor dúvida deque com a escalada crescente dopreço do petróleo, certamenteampliada pelo fato da prováveldesagregação da Organizaçãodos Países Exportadores de Pe-tróleo, teremos de equacionar so-luções rápidas e eficazes, coorde-nadas em sua essência, evitandoque não venhamos a ser apanha-dos de surpresa, como já o fomosno passado, por novas crises defornecimento que certamenteocorrerão.

Do modesto US$ 2,82/barril de1972 - custo médio CIF do barrilde petróleo' atingimos ao térmi-no de 1979 o valor de US$ 27,50,sendo temeroso fazer previsõesda evolução desse preço para ospróximos anos. Já é grande orisco da própria estimativa dopreço do barril para o término doano em curso.

Tomando com referência o anode 1977, em termos de produçãoe consumo de petróleo, tudo fazcrer que o Brasil e a Europa,dessa excluídos os países do blo-

15

1976 1977 76/77FONTES

ENERGÉTICASQUANTIDADE % QUANTIDADE % %

(103t) (103t)

FONTES EXTERNASPETRÓLEO 10.541 20,5 36.012 34,9 241,6GÁS NATURAL - - - - -

CARVÁO MINERAL 1.140 2,2 2.702 2,6 137,0

TOTAL PARCIAL 11.681 22,7 22.7 37,5 231,4

FONTES INTERNASPETRÓLEO 6.830 13,3 7.051 6,8 3,2GÁS MINERAL 105 0,2 505 0,5 381,0XISTO - - - - -URÂNIO

'- - - - -

CARVÃO MINERAL 908 1,8 1.404 1,4 54,6ÁLCOOL 367 O? 537 .0,5 46,3HIDRÁULICA 8.465 16,5 26.953 26,1 218,4LENHA 19.291 37,4 20.885 20,2 8,3BAGAÇO DE CANA 2.825 5,5 4.714 4,6 66,9CARVÃO VEGETAL 1.003 1,9 2.489 2,4 148,2

TOTAL PARCIAL 39.794 77,3 64.538 62,5 62,2

TOTAL GERAL 51.475 100,0 103.252 100,0 100,6

FONTE: MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA

REGIÃO 1972 1973 1974 1975 1976 1977PRODUTORA

ESTADOSALAGOAS 87 100 125 158 250 175SERGIPE 1.614 1.562 1.514 1.596 1.615 1.588BAHIA 7.460 7.389 7.013 6.355 5.701 5.135EspíRITO SANTO - 36 222 269 244 156, .TOTAL ' 9.161 9.087 8.874 8.378 7.810 7.104

PLATAFORMABAHIA 550 514 443 489 577 555SERGIPE 1 275 978 1.112 1.221 1.329RIO G. DO NORTE - - - - 70 182ALAGOAS - - - - 24 -

EspíRITO SANTO - - - - - 162RIO DE JANEIRO - - - - - -

TOTAL 571 789 1.421 1.601 1.892 2.228

TOTAL GERAL 9.712 9.876 10.295 9.979 9.702 9.332

FONTE: CONSELHO NACIONAL DO PETRÓLEO

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TABELA 12

EVOLUÇÃO DO CONSUMO APARENTE DEDERIVADOS DOPETRÓLEO

TABELA 14

PREÇO FOB DE REFERÊNCIA DO PETRÓLEO BRUTO(US$/BARRIL)

TABELA 13CONSUMO ESTIMADO DE DERIVADOS DE PETRÓLEO

PARA 1979

GRÁFICO 3

PRODUÇÁOE CONSUMODE P.ETRÓLEOEM1977

1.000 UNIDADE: Milhões de m3

608

619

545503 427

263

55

ORIENTE MÉOIO I AMÉ. 00 NORTE

I

U R ~SS

EUA PAISESCANAOA SOCIALISTASMÉXICO-PRODUÇÃO D CONSUMO

TABELA 15CUSTO CIF NO PETRÓLEOIMPORTADO/EVOLUÇÃO

GRÁFICO 4

COMPARAÇÃO ENTRE PRODUÇÃO E IMPORTAÇÃO DEPETRÓLEO NO BRASIL

- PRODUÇÃONACIONAL.

~~~1970 71

16 REVISTA DE QUíMICA INDUSTRIAL

D IMPORTAÇÃOMllHOES EM m3

50

40

30

20

10

72 75 7700

78 ANO73 74 76

o

Novembro de 1980 - 340

1977 1978 78/77

PRODUTOSQUANTIDADE % QUANTIDADE % %

(1061) (1061)

FINS ENERGÉTICOS 41.415 92,1 56.378 91,3 36,1GASOLINAS AUTO-

MOTIVAS 13.705 30,5 13.738 22,2 0,2ÁLCOOL CARBURANTE 304 0,7 1.430 2,3 370,4GASOLINAS DE AVIAÇÃO 126 0,3 92 0,1 (34,9)QUEROSENE DE AVIAÇÃO 1.:230 2,7 1.747 2,8 42,8ÓLEO DIESEL 9.863 21,9 15.944 25,8 61,7ÓLEOS COMBUSTIVEIS 12.533 27,9 18.498 29,9 47,6QUEROSENE ILUMINANTE 734 1,6 748 1,2 1,9GÁS LIQUEFEITO 2.920 6,5 4.171 6,7 42,8FINS NÃO ENERGETICOS 3.553 7,9 5.387 8,7 51,6ÓLEOS LUBRIF. BÁSICOS 541 1,2 680 1,1 25,7SOLVENTES 248 0,5 258 0,4 4,0NAFTAS 1.780 4,0 3.116 5,1 75,1PARAFINAS 48 0,1 B4 0,1 75,0ASFALTOS 936 2,1 1.249 2,0 33,4

TOTAL 44.968 100,0 61.765 100,0 37,4

FONTE: CONSELHO NACIONAL DO PETRÓLEO

PRODUTO 1978 1979 79/781.000 m3 1.000 m3 %

GASOLINAS AUTOMOTIVAS 6.748,4 6.783,0 0,5ÁLCOOL CARBURANTE 568,5 1.000,3 76.0MISTURA BARBURANTE 7.316,9 7.783,3 6,4QUEROSENE ILUMINANTE 354,2 398,0 12,4QUEROSENE DE AVIAÇÃO 40,7 97,7 140,0ÓLEO DIESEL 7.388,4 8.250,4 11,7ÓLEOS COMBUSTIVEIS 8.779,0 9.688,4 10,4ÓLEOS LUBRIFICANTES BASICOS 323,9 369,8 14,2GÁS LIQUEFEITO 1.943,8 2.194,0 12,9GASOLINA DE AVIAÇÃO 831,1 957,5 15,2

NAFTAS (1) 1.147,9 1.479,3 28,9

OUTROS (2) 693,4 773,6 11,6

TOTAL INCLUSIVE ÁLCOOL 28.819,3 31.992,0 11,0

TOTAL EXCLUSIVE ÁLCOOL 38.250,8 30.991,7 9,7

NAFTAS PIA PETROQuíMICA E GERAÇAO DE GÁS DE RUA(2) PARAFINAS, SOLVENTES ALlFÁTICOS E ASFALTOS

FONTE: CONSELHO NACIONAL DO PETRÓLEO

ARÁBIA KUWAIT ARGÉLIA LíBIA NIGÉRIA

MÊSIANO 34.0 IND 31.0 IND 40.0 IND 40.0 IND 34.0 IND

API API API API API

01/70 1,800 100 1,590 100 2,650 100 2,180 100 2,170 100

04/71 2,180 121 2,085 131 3,600 136 3,447 158 3,212 148

02/72 2,479 138 2,373 149 3,839 145 3,673 168 3,446 159

11/73 5,176 288 4,957 313 9,304 351 9,061 416 8,404 387

01/74 11,651 647 11,545 726 16,216 612 15,768 723 14,691 677

07/75 11,251 625 11,145 701 16,212 612 14,600 670 11,663 537

10/75 12,376 688 12,260 771 16,216 612 16,060 737 13,071 602

01/77 12,995 722 13,526 851 17,891 675 17,719 813 14,421 664

07/77 12,995 722 14,164 891 18,735 707 18,555 851 15,102 696

FONTE: COMITÊ PROFESSIONNEL DU PETROLE - PARIS FEV. DE 1977

CUSTO CIFANO MÉDIO íNDICE %

BARRIL (1)

1972 2,8231 100 -

1973 3,8322 136 35,71974 12,3329 437 221,811975 12,2381 433 (0,8)1976 12,9040 457 5,41977 13,6712 484 5,9

(1) BARRIL-158,984 LITROS

FONTE: CONSELHO NACIONAL DOPETRÓLEO

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Viabilidade técnico-econômicados processos de hidrólise

Estudos preliminares

Continuamos neste número a publicar tra-balhos do Doutor em Química e Prot. Uni-versitário J.C. J!>errone.Nas edições de abril(pg. 112-120), junho (pg. 176-183) e julho(pg. 212-213) toi divulgado o trabalho "Osprocessos hidrolíticos no aproveita'mentodos recursos renováveis".

1) INTRODUÇÃO

Os processos químicos para hi-drólise da celulose podem ser di-vididas em dois grupos:

- Métodos que empregam áci-dos concentrados

- Métodos que empregamácido diluído

Os principais processos da sa-carificação que utilizam ácidosconcentrados são os de BER-GIUS(1),UDIC-RHEINAU(2)e o deRIGA(3).

Nos dois primeiros é utilizadoácido clorídrico enquanto Que no

éle Riga é utilizado" ácido sulfú-ric,o. O processo Bergius teveaplicação industrial na Alemanhaonde foram instaladas duas fábri-cas, uma em Rheinau (1933 eoutra em Regensburg (1937), ten-do a primeira operado comercial-mente até 1960.

Muitos outros processos qtfeusam ácidos concentrados sãocitados na literatura, tais como osde GIORDANI-LEONE(4), HOKKAI-DO e o de NOGUCHI-CHISSO(5);entretanto, não existem referên-cias sobre a sua aplicação indus-trial.

JOÃO CONSANI PERRONEE

S.H. KLlNG

O emprego industrial de proces-sos que utilizam ácido diluído ésuperior ao daqueles. Nos' Esta-dos Unidosda América,em 1914,.foram instaladas duas fábricas,uma em Georgetown (Carolina doSul) e outra em Fullerton (Loui-siana). Após a primeira GrandeGuerra foram também instaladastrês fábricas na Alemanha, umana Suiça e outra na Suécia empre-gando o processo desenvolvidopor SCHOLLER(6)em que era uti-lizada a percolação da madeiracom ácido sulfúrico diluído.

Em 1943, devido à grande pro-cura de etanol, em conseqüênciada guerra, o U.S.Forest ProductsLaboratory iniciou pesquisas nosentido de desenvolver um pro-cesso industrial de sacarificaçãoda madeira para a produção deálcool. Uma fábrica-piloto foimontada, utilizando o processoentão desenvolvido, denominadoMADISON(7),no qual é utilizado

O

oco socialista, são as regiões quesofrerão sensivelmene com oagravamento da crise de forneci-mento de petróleo que aparente-mente começa a ser imposta pelamaioria dos países produtores.

Paíse~ como o Japão, que con-some cerca de 50,5% do total deenergia com fins industriais -contra 31% observado nos EE.UU.29% na Alemanha Ocidental e36% na França - sofrerão im-pactos seríssimos; entretanto, te-rão a seu favor o volume de ex-portações. Não há, portanto, so-luções padronizadas e gerais.

Novembrode 1980- 341

Cada país terá de encontrarsuas próprias opções, equalizarsuas aplicações frente a umcem-texto desfavorável à maioria e, so-bretudo, desvincular-se, dentrodo possível, do uso não nobre dederivados do petróleo.

Asolução do problema energé-tico brasileiro está acima da sim-ples e pura criatividade dos brasi-leiros. Acima das esperanças deque tudo sempre acaba tendosolução.

A solução só virá com trabalhoárduo de todos, sem.exceções. Aconscientização individual da

REVISTA DE QUíMICA INDUSTRIAL

premente necessidade de racio-nalização, o próprio racionamen-to se for o caso, são atitudes quedevem estar perfeitamente deli-neadas no espírito cívico de cadabrasileiro - governo, empresá-rios, povo - se é que efetiva-mente estamos interessados emdeclinar, ou pelo menos manter,o nível de nossas importações depetróleo e, consequentemente,dar fôlego para que as medidasora implantadas, ainda sem odevido tempo de maturação, pos-sam gerar os primeiros resul-tados.

(Cont. na próx. edição)

17

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':1mmenor tempo de percolaçãocom uma conseqüente diminui-ção do consumo energético.

Outras variações do processoScholler são usadas atualmenteem fábricas na URSS. Nestas fá-bricas(cerca de 45) é empregadoum tempo de percolação aindamenor do que o utilizado no pro-cesso Madison, o que deve levar à

. maior diminuição .do consumoenergético.

Os estudos preliminares sobrea viabilidade técnico-econômicado processo hidrolíticodeveriamser realizados com base em da-dos fornecidos pelas fábricas rus-sas atualmente em funcionamen-to. Entretanto, até o momento, ainsaficiência de dados sobre asmesmas levou a realizaçãodoestudo com bases no processoMadison.

A escolha do processo Madi-son para uma avaliação prelimi-nar da viabilidadede utilizaçãdosprocessos hidrolíticos deve-se amaior aplicação industrial dosprocessos que utilizamácido di-h.iído, a sua semelhança com oprocesso atualmente empregadoem larga escala na URSS e àpresença de dados na bibliogra-fia sobre os custos de instala-ções, sobre o consumo energé-tico do processo e rendimentospráticos em álcool a partirda ma-deira. Por outro lado, é o método.queutilizaácido diluídoque apre-senta maior desenvolvimento nomundo ocidental.

2) EST.UDO SOBRE A VIABI-LIDADETÉCNICO-ECONÔMI-CA DO PROCESSO MADISON.

O processo Madison, desenvol-vido pelo U.S. Forest ProductsLaboratory, é um processo Schol-ler modificado. Neste processosão empregados ácido sulfúrico0,.6%,temperatura de hidrólise de185°C e tempo de percolação de3 - 3,5 horas.

O equipamento básico parauma unidade industrial que em-pregue este processo é seme-lhante ao utilizado por indústriasque realizam extração por perco-

18

lação a alta temperatura. Esteequipamento consiste em tan-ques de armazenamento do ácidoe do agente neutralizante, tan-ques de expansão, bombas dealta pressão, esteiras, condensa-dores, neutralizador e o perco-lador.

Este equipamento e aquele ne-cessário à fermentação e destila-ção do álcool possivelmente po-dem ser produzidos pela indús-tria nacional, inclusiveo percola-dor, de aço, ácido resistente, queem muito se assemelha ao utili-zado pela indústriade café solú-vel.

O equipamento' para uma uni-dade industrial de hidrólise comcapacidade de processamento de80 toneladas de matéria-primapor dia é descrito por MELLER8que discrimina a capacidade doscomponents, o materiala ser em-pregado na construção dos mes-mos e seus preços. Analisando-se os dados por ele forneçidos,pode-se observar que o custodo percolador, construido de açoinoxidável316, resistente a altaspressões, corresponde a aproxi-madamente 40%do custo total doequipamento.

Em recente visita à URSS,ob~servamos que, além de modifica-ções realizadas no processo comvistas à diminuição do consumoenergético e do tempo de perco-lação, foram introduzidas modifi-cações que visavam um baratea-mento do equipamento, sendo ospercoladores construídos comaço comum e revestidos interna-mente com material refratário,ácido resistente a altas tempera-turaso

2.1 - Investimentos necessá-rios para a implantaçãode uma indústria de ál-cool de madeira que utili-ze o processo Mad.ison.

Os cálculos sobre o investimen-to necessário para implantaçãode uma indústria de álcool aquiapresentados têm um valor muitolimitado, pois se baseíam em cál-culos realizados em outros paísesem que o custo de equipamento e

REVISTA DE QUíMICA INDUSTRIAL

das instalações pode ser diferen-te dos de nosso país. Por outrolado., modificações introduzidasno processo da URSS devem le-var à diminuição acentuada nocusto de equipamento.

Os cálculo aqui realizados ba-seiam-se nos trabahos de KAT-ZEN e cols.(9),de WHITWORTH(10)e de MELLER(8), para unidadesindustriais com uma capacidadede produção de 100 000 a 300 000litros de álcool por dia.

KATZEN e cols.(9) prevêem in-vestimentos de 70 000 000 de dó-lares para uma unidade com ca-pacidade de produção de ..........94 MO 000 litros de álcool porano. Este investimento é para uni-dades industriais bastante com-pletas, incluindo aproveitamentode subprodutos de hidrólise (me-tanol e furfural) e a concentraçãodo resíduo da fermentação.

WHITWORTH(10), baseando-senos trabalhos de GILBERT, HOBSe LEVINE(11)e de LLOYD e HAR-RIS(12), estima o custo de umafábrica, com capacidade de pro-dução de 38 780 000 litros de ál-cool por ano, em $ 19 851 000.

Referências sobre o investi-mento necessário para a conver-são de resíduos celulósicos emaçúcar são também apresentadasnos trabalhos de FAGAN(13),CONVERSE(14)e MELLER(8).

No trabalho deste último sãoapresentados os investimentospara unidades com capacidadede 80 a 1 000 toneladas de resí-duo por dia. Para a transforma-ção de 500 toneladas de madeira,que possibilitariam a produçãode aproximadamente 100000 li-tros de álcool por dia, são previs-tos investimentos de $ 10 558 300(corrigidos pelo Chemical Engi-neering).

Estimando-se o custo das uni-dades de fermentação e destila-ção em aproximadamente um ter-ço de necessário para hidrólise($ 3 600 000), teríamos um inves-timento total na ordem de ..........$ 14200000 para uma unidadecom capacidade de produção de34 000 000 de litros por ano.

Novembro de 1980 - 342

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TABELA1

* incluindo algumas estimativas apresentadas neste trabalho.

Com base nos dados anterior-mente apresentados, pOde-se fa-zer uma estimativa do investimen-to necessário para unidades comcapacidade de produção de100000 a 300 000 litros de álcoolpor dia, calculando-se o investi-mento por litro de álcool produ-zido anualmente (vide tabela I).

O valor médio para a relaçãoinvestimento/produção anual deálcool obtido na tabela Ié de 0,56.Com base neste fator pode-se es-timar o investimento para umafábrica corri capacidade de pro-dução de 100 000 litros diáriqs,que opere durante 340 dias porano, em $ 19 000 000.

Esta estimativa, apesar de seulimitado valor, pode ser reforçadapor outros dados obtidos no tra-balho de KATZEN(9LNeste traba-lho são apresentados dados so-bre o investimento necessário pa-ra uma fábrica de álcool a partirde amido, e também com capaci-dade de 94 abo 000 litros por ano.

O investimento para a fábricade álcool de celulose com basenos dados fornecidos por esteautor seria 2,8 vezes superior aoda fábrica de álcool de amido.

Segundo informações do De-partamento de Engenharia doINT, o investimento para umafábrica com capacidade de pro-dução de 120000 litros de álcoolde mandioca por dia é da ordemde Cr$ 120 000 000.

Estimando-se em Cr$ ..............100000 000 o investimento parauma fábrica com capacidade de100 000 litros por dia, seria en-contrado, utilizando-se o fator 2,8apresentado no trabalho deNovembro de 1980 - 343

KATZEN(9),Ovalor de Cr$ ...........280 000 000 ($ 1'8666 000) para oinvestimento necessário parauma fábrica de álcool de madeiracom a mesma capacidade.

Este valor é praticamente idên-tico ao estimado inicialmente.

2.2 - Aspectos técnico-econâ-micos de grande impor-tância.

2.2.1) O rendimento doprocesso Madisonna produção de ál-cool

O rendimento teórico em álcoolde uma fábrica que utiliza maté-ria-prima celulósica pode ser fa-cilmente calculado a partir dos re-sultados obtidos na análise dosglicídios redutores fermentescí-veis da matéria-prima.

O rendimento prático, entretan-to, varia bastante com o métodode hidrólise utilizado. Aplicando-se o processo Madison, este ren-dimento é bastante inferior aoteórico, devido à destruição dehexoses durante a hidrólise e

menor rendimento na fermenta-ção.

HARRIS(15),trabalhando comEucaliptus regnus, oblíquae mar-gínata, encontrou rendimentosde 182,30, 196,82e 157,25litrospor tonelada, respectivamente.Os teores de glicídios fermentes-cíveis, produzidos por hidrólisedestes eucaliptos, entretanto, sãobastante diferentes, conformeapresentado em seu trabalho.

Utilizando os dados por elefornecidos, pode-se calcular um.fator prático médio de conversãode glicídios redutores fermentes-cíveis em álcool bastante repre-sentativo, que aplicado sobre osteores potenciais de glicídiosfer-mentescíveis da matéria-primaforneceria o seu rendimento emálcool (videtabela 11).

Segundo KATZEN(9),o rendi-mento prático em glicídios redu-tores pelo processo Madison éiguala 66,9%do teórico combaseem dados obtidos no Forest Pro-ducts Laboratory, de Madison.Aplicando-se o fator prático deconversão de açúcar em álcool(0,586)sobre o rendimentoda hi-drólise encontrou-se o fator0,392bastante próximo do calculadocom base no trabalho de HARRIS.

2.2.2) O Consumo Energético

O consumo energético do pro-cesso hidrolítico, associado aoda destilação do álcool, pode serconsiderado bastante elevado, in-fluindo com grande peso no cus-to de produção do álcool.

Nos trabalhos de KATZEN(9),WHITWORTH(10)e no trabalhosohre economia dos processos

TABELA 11

f = fator prático de conversão de GRF em álcool.

TABELA11- Cálculo do fator prático de conversão de GRFem álcool utilizando dadosfornecidos por HARRIS(15).

REVISTA DE QUíMICA INDUSTRIAL 19

Referência Katzen (9) Whitworth (10) Meller (8)*

Capacidade de produção de ál- 94 600 000 38 780 000 34 000 000cool da indústria litros/ano litros/ano litros/ano

Investimento total em dólares 70 000 000 19851000 14200000.

Relação entre o investimento e a 0,74 0,51 0,42capacidade de produção anual

de álcool

Matéria-Prima Rendimento 1/t kg de GRF/t f

Eucalipto regnus 182,28 498,4 0,367Eucalipto obliqua 196,82 508,6 0,387Eucalipto marginata 157,25 394,2 0,399

Média = 0,384

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de hidrólise na produção de ál-cool, realizado na Austrália (TheProduction of Solar Ethanol fromAustralian Forests) são forneci-dos dados sobre o consumo devapor na produção de álcool.

Convertendo-se os valores ob-tidos por estes autores em kg devapor por litro de álcool produzi-do obtêm-se valores de 13,35,11,40 e 15,25 kg de valor por litro.

A média destes valores (12,13)está próxima da previsão deKATZEN(9).

2.3 - Estimativa preliminar docusto de produção de ál-cool pelo processo hidro-lítico para uma unidadeindustrial com capacida-de de produçãode 100000I de álcool/dia utilizandoeucalipto como matéria-prima.

Na composição do custo deprodução de etanol pelo proces-so hidrolítico, os itens matéria-prima, consumo energético e in-vestimento são preponderantes.O uso da matéria-prima e do com-bustível adequados podem levara sensíveis modificações no cus-to final do produto. A localizaçãoda fábrica, por outro lado, temuma grande importãncia, pois in-

- flui sobremaneira nos custos des-tes dois componentes.

Esta estimativa preliminar é pa-ra uma unidade localizada nocentro de um círculo reflorestadoem que a matéria-prima esteja lo-calizada a uma distância médiade 20 ~m, consumindo comocombustível o resíduo florestal eeucalipto.

2.3.1) Matérias-Primas

Como será visto a seguir, a ma-téria-prima tem um peso bastanteelevado na composição percen-tual dos custos de produção doálcool. O preço do eucalipto, pos-to fábrica a uma distância médiade 20 km, com uma umidade de20% é de Cr$ 280,00/t de euca-lipto seco, segundo dados forne-cidos pela ACESITA SA

20

A escolha da variedade de eu-calipto adequada também é bas-tante importante, pois seus po-tenciais de glicídios redutoresfermentescíveis produzidos porhidrólise variam bastante, tendosido encontrados, neste laborató-rio, valores de 45,03, 48,17 e47,23% para as variedades salig-na, grandís e alba.

Com o intuito de facilitar os cál-culos, a matéria-prima utilizadanas estimativas apresentará a se-guinte composiçao: 50% de glicí-dios redutores fermentescíveis,15% de glicídios redutores nãofermentescíveis e 30% de lignina,valores estes bem' próximos aosmédios encontrados para as va-riedades acima citadas que sãorespectivamente 46,81, 13,79 e-29,51%.

O rendimento em álcool deuma matéria-prima com 50% deglicídios redutores fermentescí-veis, pode ser estimado em 194litros de álcool por tonelada, seutilizarmos o valor médio dos fa-tores calculados a partir dos tra-balhos de HARRIS(15) e KATZEN(9).

Para a produção de 100000litros de álcool por dia seriam ne-cessárias 515 toneladas de euca-lipto seco como matéria-prima.

O consumo de ácido sulfúrico ede calcário, calculado com baseno trabalho de MELLER(8), sãode respectivamente 0,28 e 0,25kg/litro de álcool. Os preços des-tes produtos foram obtidos pormeio da revista "Química e Deri-vados" (agosto-77) e de informa-ções do grupo de engenharia doINT.

Os gastos de matérias-primasna fermentação são bastante bai-xos, podendo ser estimados em$ 2/t álcool segundo WHIT-WORTH(1O).O custo diário destesnutrientes para a fábrica seria deCr$ 213300.

2.3.2) Utilidades

As necessidades de eletricida-de e água para esta fábrica foramcalculadas utilizando dados dostrabalhos de MELLER(8)e WHIT-WORTH(1o).Segundo nossas es-

REVISTA DE QUíMICA INDUSTRIAL

timativas seriam consumidos dia-riamente cerca de 7 500 m3 deágua e 16 500 kWh. O preço deágua (0,80/m3) foi fornecido peloDepartamento de Engenharia doINTe o do kWh na região onde selocalizam as áreas reflorestadasda ACESITA (Cr$ 0,3/kWh) portécnicos desta companhia.

A quantidade de vapor neces-sária foi estimada em 1 333 tone-ladas por dia. de acordo com ovalor médio obtido em 2.2.2.

Os resíduos florestais proveni-entes da extração da madeira,estimados em 33 kg/t de madeirapela ACESITA,não são suficien-tes para esta produção de vapor.Aquantidade de biomassa neces-sária para a produção de vaporpode ser estimada em 417 tone-ladas, utilizando-se o fator deconversão da madei ra em vapor(3,2 kg vapor/kg) fornecido peloDepartamento de Engenharia doINT.A massa de resíduos relativaàs 515 toneladas de matéria-pri-ma (171 t) necessita ser comple-mentada com 247 toneladas debiomassa (185 toneladas de eu-calipto e 61 toneladas de resísuo).Para gerar 1,33 t de vapor seriamconsumidas portanto 185 tonela-das de eucalipto e 232 toneladasde resíduos.

O custo diário do vapor, combase nos preços fornecidos pelaACESITA (Cr$ 280,00/t de euca-lipto e Cr$100,00/t resíduo) podeser estimado em Cr$ 75 000,00(Cr$ 56,26/t de vapor).

2.3.3) Custos relativos à Mão-de-Obra e ao Capital

Os gastos com o trabalho dire-to, calculando-se uma necessi-dade diária de 150 homens-h r aCr$ 17,00 podem ser estimadosem Cr$ 2 250,00. Os gastos comsupervisão e despesas gerais, 30e 100% do trabalho direto, foramestimadas de acordo com os da-dos apresentados no trabalho deSiemon(16).

No cálcu 10dos custos relativosao capital, (manutenção, depre-ciação e seguros e taxas foramtambém utilizados os coeficien-

Novembro de 1980 - 344

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tes técnicos do autor acima ci-tado.

Os juros financeiros (7% a.a.)foram fixados com base em li-nhas de crédito normais em fi-nanciamentos governamentais(7% de juros mais correção mo-netária).

2.4) Aproveitamento da ligninana fabricação de coque me-talúrgico

Aquantidade de ligninaprodu-zida diariamente por uma unida-de de hidrólisede umafábrica deálcool de madeira, comcapacida-de de produção de 100000 I/dia,pode ser estimada em 155 t, ouseja, 30% da matéria-primacelu-lósica consumida.

As operações envolvidasna fa-bricação de coque são as de se-cagem (a ligninaé obtida com 60-65% de umidade), briquetagem ecarbonização.

Na bibliografiaconsultada nãoforam encontrados dados sobreo investimento necessário paraesta transformação. Informaçõessobre os investimentos para bri-quetagem de finos de carvão ve-getal e sobre carbonização demadeira indicam não serem estesmuito elevados.

Segundo dados apresentadosem seminários na Reuniãoaberta"PERSPECTIVAS PARA A SIDE-RURGIA A CARVÃO VEGETAL", oinvestimento para uma unidadecom capacidade de briquetar100 000 t de finos por ano seria deaproximadamente Cr$ 15000,00($ 1 000 000) e o para uma retortavertical com capacidade de pro-dução de 50 t de carvão por dia,de Cr$ 10 000 000.

Estimamdo-se uma produçãode lignina com 10% de umidadeem 60000 t/ano, pode-se preverinvestimentos de cerca de Cr$ ..10 000 000 para a briquetagem ede Cr$ 15 000 000 para a carbo-nização com a obtenção de 75toneladas de coque/dia, a partirda lignina de hidrólise de umaunidade industrial com capacida-de de produção de 100 000 Ide ál-cool/dia.

Novembro de 1980 - 345

Os investimentos para a seca-gem da lignina,com umidade ini-cial de 60-65%não foram estima-dos; entretanto, devem ser bemmenores do que os necessáriospara as unidades de briquetagem

. e carbonização.Os custos dos processos de se-

cagem, briquetagem e carboni-zação, segundo dados da URSS,são de:

SECAGEM = 3,68 rublos/t de lig-nina seca (10% de umidade)BRIQUETAGEM = 2,50 rublos/tde briquetesCARBONIZAÇÃO= 5,66 rublos/tde briquetes carbonizados

Com base nestes dados pode-se estimar o custo diário de trans-formação de uma fábrica comcapacidade de produção de 155 tde lignina seca por dia em 1 488rublos assim distribuídos: 633 ru-blos para a secagem, obtendo-se172 t de lignina com 10% d~ umi-dade, 430 rublos para a brique-tagem desta lignina e 425 rublospara a carbonização com a obten-ção de 75 t de coque, correspon-dente a 48% da lignina seca.

Estimando-se o valor do coqueem Cr$ 2 400,00/t, a produção de75 toneladas/dia e o custo deprodução em Cr$ 29760,00(1 488 rublos) pode-se calcular ovalor da lignina produzida diaria-mente em Cr$ 150 240,00 quepode ser substraído do custo deproducão de álcool.

O custo de produção de álcoolcom o aproveitamento da ligninaseria então reduzido de Cr$4.53/1para Cr$ 3,03/1.

A possibilidade de obtenção decoque a partir de misturas da lig-

o nina com carvão nacional comobtenção de coque de qualidadesadequadas aumentaria em muitoo valor deste subproduto.

Utilizando-se mistura de 50%de lignina e 50% de carvão nacio-nal o rendimento de carboniza-ção é 59,7% maior. A produçãodiária de coque seria então au-mentada para 185 t, a partir damistura de 155toneladas de ligni-na com a mesma quantidade decarvão.

REVISTA DE QUíMICA INDUSTRIAL

Estimando-se o custo deprodu-ção do coque em Cr$.396,80/t, ovalor de venda do mesmo em$ 2 4()O,00/t,valores idênticos aosempregados para o coque de lig-nina pura e o custo do carvãonacional em Cr$ 720,00 tonela-das, a lignina de hidrólise produ-dizda (155 t) atingiria um valor de258 992,00 que reduziriam o cus-to de produção do álcool paa194650,12/100.000 I.

Misturas de carvão nacional emmaiores proporções trariam me-lhores resultados econômicos.Misturando-se lignina e carvãoem proporção de 30 e 70% o ren-dimento é aumentado paa 67,1%,segundo dados obtidós neste la-boratório. A produção diária decoque utilizando-se a mistura aci-ma .seria aumentada. para 347toneladas de carvão.

Com base nestes dados pode-se estimar, realizando-se os cál-culos comoapresentado acima,ovalor da lignina de hidrólise pro-duzida diariamente (155 t) emCr$ 434,470,40, valor quase queigual ao do custo de produçãodos 100000 I de álcool.

De acordo com estas estimati-vas, o custo de produção do ál-cool sem o aproveitamento dosresíduos situa-se acima do preçooficial; entretanto, com o aprovei-tamento da lignina ou de misturasda mesma substância com carvãonacional na fabricação de coque,o processo hidrolítico torna-sebastante interessante ocorrendoinclusive a possibilidade de ob-tenção de álcool a custo bastantebaixo.

Nestas estimativas foi estabele-cido um preço de custo do eu-calipto de Cr$ 280,00/1. A preçosligeiramente mais baixos, Cr$ .....250,00/t o processo torna-se viá-vel, mesmo sem o aproveitamen- .

to dos subprodutos.

BIBLIOGRAFIA

1. BERGIUS,F., Conversion of Wood toCarbohydrates. Ind. Eng. Chem. 29:247-253,1937.

2. LOCKE, E.G., GARNUM,E., ForestPradoJ., 11: 380,1961.

o

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Combustíveis líquidos e gasosos

Aplicação em motores de combustão interna

PROF. NILTON EMíLlO BÜHRERUNIVERSIDADE FEDERAL

DO PARANÁ

PROF. GREGÓRIO BUSSYGUINTITULAR DE MÁQUINAS TÉRMICAS

COORDENADOR DE FONTERMECURITIBA

PROF. NELSON FERREIRA SAMPAIOUNIVERSIDADE FEDERAL

DO PARANÁ

Este artigo é o Documento n.O1do Grupo de Pesquisa sobre"Aplicação de Combustíveis Lí-quidos e Gasosos em Motores deCombustão do Paraná". A deno-minação foi mudada para FON-TERME Fontes Energéticas Ter-mo-Mecânicas.

O documento em causa refere-se à 1.afase dos estudos, a qual seocupava da organização e dotrabalho inicial do Grupo de Pes-quisa.

Publicâmo-Io, embora comatraso, tendo em consideração oseu próprio mérito e como ummodelo para outras entidadesque estejam interessadas em pla-nejar e realizar estudos a respeitode assuntos tão importantes co-mo os tratados no presente es-tudo.

* A respeito de chisto, ver artigo na sec-ção lÍNGUA PORTUGUESA, I?ágina 32.

PROF. ELlSEU LACERDAUNIVERSIDADE FEDERAL

DO PARANÁ

1 - INTRODUÇÃO

Desde que o homem descobriuque a Terra possui uma superfíciecurva fechada, sabe também queela é LIMITADA E FINITA, sendotambém limitados e finitos todosos seus recursos e possibilidadesde crescimento populacional eenergético.

Nos úItimos 100anos, o homemconsumiu mais recursos natu-rais, inclusive energéticos, doque em toda a sua existência an-terior, pois, ONíVORO, na maisampla expressão da palavra, o serhumano não se contenta a consu-mir apenas os vegetais e os ani-mais, desfechando o seu ataquetambém aos minerais, às fontesde energia, voltando-se inclusivecontra si próprio.

O crescente aumento popula-cional, associado ao crescenteconsumo de energia per capita,

bem como o avanço da ciência eda tecnologia, levaram o homemà atual ERA DA ENERGIA, com amobilização de toda a sua capa-cidade e criatividade no sentidode pesquisar tanto as disponibi-lidades como os aproveitamentosde fato de todos os recursos na-tu rais.

Todas as formas de vida retiramos seus recursos da biosfera, masapenas o homem, por meio douso sistemático dos materiais dis-poníveis~ elaborou uma formacontrolada de vida, denominadaCIVILIZAÇÃO, ocupando os maisdiversos recantos do globo ter-restre e permitindo que a prolife-ração da sua espécie ultrapasse,em muito, o número que poderiasubstituir em equilíbrio com oestado NÃO CONTROLADO danatureza.

o

03. KALNINS, A., ODINCOVS, P. Latvijas

PSR Zinatnu Akad Mezsaimnicibes.Problemn Inst. Raust. 13: 5, 1957.

4. LEONI, G. "L'industria dell'alcole",Milano, U. Hoepli, 1953, v. 2, pg. 291.

5. OSHIMA, M., "Wood Chemistry Pro-cess Engineering Aspects". NoyesDevelopment Corporation, Pearl Ri-ver, N.Y., 1965.

6. SCHOLLER, H., La Saccharificationdu bois. In: WINNACKER, K. & KUCH-LER, L., "Traité de Chimie Appliquée.Chimie Organique", Paris, Ed. Eyro-les, 1967, p. 142.

7. HARRIS, EE, BELlNGER, E, Madi-son Wood Sugar Process, Ind. andEng. Chem., 38: 890-5,1946.

22

8. MELLER, F.H., "Conversion of Orga-nic Solid Waste into Yeast - An Eco-nomic Evaluation", Bureau of SolidWaste Management, U.S. Departmentof Health, Education and Welfare,Rockville Maryland, 173 pp, 1969.

9. RAPHAEL KATZEN ASSOCIATES,"Chemicals from Wood Waste", Re-port prepared for the U.S. Dept. Agri-culture, Forest Service, Forest Pro-ducts Laboratory, Madison, Wiscon-sino

10. WHITWORTH, DA, Production ofLiquid Transport Fuel from Cellulosematerial (Wood), The New ZelandEnergy Journal, 173, 1976.

11. GILBERT, N, HOBBS, IA, Levine,J.O., Pilot Plants Hydrolysis of Wood

REVISTA DE QUíMICA INDUSTRIAL

Using Dilute Sulphuric Acid, Ind. andEng. Chem., 44,1712-20,1952.

12. LLOYD, R.A., HARRIS, J.F. Wood Hy-drolysis for Sugar Production, U.S.DA,Forest Service Report. N.o2029,1955.

13. CONVERSE, A.O. et alii, "Acid Hydro-Iysis of Cellulose in Refuse to Sugarand its. Fermentation to Alçool", Wa-shington, Environmental ProtectionAgency, 1973.

14. HARRIS, E.E, HANNAN, M.L. andMARQUARDT, R.R., Production ofFood Yeast from Wood Hydrolyzates,Ind. Eng. Chem., 40: 2068, 1948.

*

Novembro de 1980 - 346

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3 - DADOS SOBRE OSCOMPONENTES

A - COORDENADORIA GE-RAL: - Prof. GREGÓRIOBUSSYGUIN.

Os seus dados estão no item E-ÁREA MECÂNICA.

B - ÁREA FLORESTAL: - ELI-SEU LACERDA.

Engenheiro Florestal (1966). Di-versos cursos de especialização eaperfeiçoamento. Professor Au-xiliar de Ensino (de 1971a 1977)eProfessor Assistente (desde 1977)de Exploração Florestal e Segu-rança no Trabalho Agro-Florestaldo Setor de Ciências Agrárias daUFPr. Membro da Equipe de Tra-balho do Convênio Sudesul-lBDF-Governo do Estado do Paraná-UFPr. (1977). Representante doDepartamento de Engenharia eTecnologia Rurais da UFPr., juntoao Centro de Pesquisas Flores-tais da UFPr. (desde 1973). Peritoflorestal para a Justiça Federal-3.8 Vara. Autor de centenas deprojetos de reflorestamento. Di-versQs trabalhos publicados (di-dáticos e de pesquisa). Participa-ção em empresas privadas. Lín-guas: Português, Espanhol eFrancês.

c - ÁREA AGRíCOLA: - Prof.NELSON FERREIRA SAM-

, PAIO.

Engenheiro\ Agrônomo (1968).Cursos de especialização e aper-feiçoamento. Curso de Pós-Gra-duação em Botânica - Sub-áreade Ecologia. Professor Visitante

. (desde 1975) nas disciplinas deMétodos de Melhoramento Vege-tal, Cultura de Plantas Industriali-záveis, Cultura de Plantas Ali-mentícias. Coordenador do con-vênio UFPr. - Glitz Paraná.Responsável Técnico da FazendaExperimental do Canguiri daUFPr. Membro da Comissão deSementes e Mudas do Estado doParaná. Diversas pesquisas em

'andamento. Participação em em-presas privadas. Línguas: Portu-guês, Espanhol e Francês.

24

D - ÁREA QUíMICA: - Prof.NILTON EMíLlO BÜHRER.

Químico Industrial de Curso sJ-perior (1937). Engenheiro Quími-co (1955). Doutor em Ciências Fí-sicas e Químicas (1952). DocenteLivre de Química Tecnológica e>.Analítica (1947). Catedrático deTecnologia Orgânica (1952).Titu-lar de Química Tecnológica (des-de 1965). Titular de TecnologiaOrgânica (desde 1952). Superin-tendente das Usinas-Piloto daUniversidade Federal do Paraná(desde 1964). Ex-Diretor da Esco-la de Engenharia Química daUFPr. (de 1952 à 1964). Professordo Curso de Pós-Graduação, emnível de Mestrado, de EngenhariaFlorestal, área Tecnologia da Ma-deira, da UFPr. (desde 1974).Viagens de estudos a diversospaíses da Europa e nos EstadosUnidos da América. Diversos tra-balhos publicados (didáticos e depesquisa).Diversas atividades exercidas ementidades privadas e governa-mentais. Participação em con-gressos nacionais e internacio-nais. Desde 1937 se dedica a pes-quisas energéticas. Línguas: Por-tuguês, Inglês, Francês, Espa-nhol, Italiano, Alemão.

E - ÁREAMECÂNICA:- Prof.GREGÓRIOBUSSYGUIN.

Engenheiro Civil (1956). Doutorem MáquinasTérmicas (1974)Do-cente Livre de Máquinas Térmi-CAS (1974). Titular de MáquinasTérmicas (desde 1964). Ex-Pro-fessor de Elementos de Máquinas(1963). Ex-Professor de Termodi-nâmica Aplicada (1-968).Cursosde Especialização e Aperfeiçoa-mento no Brasil, Fr~nça, Inglater-ra, Alemanha e Suiça. Diversasatividades exercidas em entida-des privadas.Professor da UFPr. - Departa-mento de Mecânica, em .regimede Tempo Integral, desde 02 dejunho de 1969. Já respondeu pelaCoordenação Geral de Pesquisada UFPr. Ex-Sub-Chefe do Depar-tamento de Mecânica. Ex-Vice-Coordenador do Curso de Enge-

REVISTA pE QUíMICA INDUSTRIAL

nharia Mecânica, atualmente Co-ordenador do Curso de Engenha-ria Mecânica da UFPr. Diversostrabalhos publicados (didáticose de pesquisa). Desde 1956 sededica a estudos relativos à eco-nomia de combustíveis em moto-res de combustão interna e exter-na. Participação em congressosnacionais e internacionais.Línguas: Português, Inglês. Fran-cês, Espanhol e Russo.

4 - OBJETIVO DO TRABALHO

O Grupo de Pesquisa dividirá ocampo de trabalho ,em Áreas deAtuação coordenadas pela Coor-denadoria Geral.

A - Objetivosda CooRDENA-DORIA GERAL:

1 - Interligação entre as Áreas. deAtuação.

2 - Centralização e divulgaçãode informações entre asÁreas de Atuação.

3 - Serviços de Secretaria e Ar-quivo.

4 - Serviços de publicações dasÁreas de Atuação.

5 - Relações públicas e conta-tos externos.6 - Manejo dos recursos finan-

ceiros.

B - Objetivos da ÁREA FLO-RESTAL

1 - Levantamento das possibi-lidades de produção flores-tal visando as fontes decombustíveis para Máqui-nas Térmicas.

2 - Levantamento dos custosde produção florestal.

3 - Seleção das espécies emfunção da sua disponibili-dade e potenciàlidade porregião.

4 - Instalação de uma área dePesquisas e para fins decoleta dos materiais e da-dos.

C - Objetivo da ÁREA AGRí-COLA:

1 - Levantamentodas possibi-lidades de produção agrí-

Novembro de 1980 - 348

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cela visando. as fo.ntes deco.mbu~tíveis para Máqui-nas Térmicas.

2 - Levantamento. do.s custesde produção. agr"íco.la.

3 - Determinação.de po.tenciaisde pro.dutividade máximaem fo.ntesde maio.rinteres-se.

4 - Levantamento.de situação.de cultivo.e pesquisa dasprincipais fo.ntes de maté-ria-prima de natureza agrí-.cela para pro.dução.de co.m-bustíveis.

D - Objetivos da ÁREA Quí-MICA:

1 - Levantamento das caracte-rísticas do.s co.mbustíveis.

2 - Estudes so.bre o.s proces:'So.s de transfo.rmação. damatéria-prima fio.resta I eagríco.la em co.mbustíveispara Máquinas Térmicas, vi-sando. a sua o.timização..

E - Objetivos da ÁREAMECÂ-NICA:

1 - Levantamento. do.s parâme-tro.s principais relativo.s apo.tências, mo.mentes to.r-cederes, rendimento.s, co.n-sumo.s específicos de mete-res, etc., trabalhando. co.mco.mbustíveis líquido.s e ga-So.So.s,e suas misturas, em

.Máquinas Térmicas.2 - Levantamento. do.s efeito.s

do."màl funcio.namento." do.carburado.r, bambas, inje-teres, do. distribuido.r, fil-tres, velas e das válvulas no..to.cante ao.aumento. das fo.l-gas.

3 - Ensaias co.m mo.to.resduaislíquido.+líquido., líquido.+"gás; gás+gás; sólido.+líqui-do.; sólido.+gás).

4 - Estudas de gerado.res degás (carvão., lenha, brique-tes diverso.s, etc.) para apli-cação. em Máquinas Tér-micas.

Está previsto. que estes traba-Iho.s serão. desenvo.lvido.s emduas etapas:

Novembrode 1980- 349

1.8 Etapa: Matares de Aspiração.Natural. .

2.8 Etapa: Meteres Super-AIi-mentado.s.

5 - RECURSOSEXISTENTES

A - COORDENADORIAGERAL:1 - Gabinete de trabalho. das

professo.res envo.lvido.snapesquisa.

2 - Máquinas de escrever.3 - Mesas, pranchetas, tecní-

grafo.,etc.4 - Materialde escritório.diver-

so.: furado.r, grampeado.r,etc.

B - ÁREAFLORESTAL:1 - Do.is Professares Assiten-

tes, em regime de trabalho.de 40 ho.ras/semana: Pro.f.EUSEU LACERDAe Pro.f.WILLY JOÃO SCHMITDIN-GER.

2 - Ferramentas e equipamen-tas de explo.ração. flo.restal.

3 - Uma datilógrafa.4 - Um labo.ratório. para en-

saias física-mecânicas demadeiras.

5 - Estações Experimentais daUniversidade Federal do.Pa-raná:- São. Jo.ão.do.Triunfo.- Rio.Negro.- Canguiri

C - ÁREAAGRíCOLA:1 - Quatro. Pro.fesso.res Visitan-

tes em regime de trabalho.de 40 ho.ras/semana:Pro.f.: NELSON FERREIRASAMPAIO; Pro.f. IVO LUIZDOS SANTOS,Pro.f.EDEL-CLAITONDAROSe Prot.JO-

SÉ LUIZZANBON.2 - Labo.ratório.de Análise deSeles.3 - Labo.ratório. de Análise de. Pro.duto.s Vegetais.4 - Fazenda Experimental do.

Canguiri, da UniversidadeFederal do. Paraná.

D - ÁREAQUíMICA:1 - Um Pro.fesso.r Titular, em

regime de trabalho. de 40heras/semana:Pref. NILTON EMíuo BÜH-RER.

REVISTA DE QUíMICA INDUSTRIAL

2 - Um Químico. do. quadro. daUFPr., em regime de traba-lho. de 40 heras/semana;Químico. CLÁUDIO ANTO-NIO GAZDA.

3 - Uma Auxiliar de Datilo.gra-fia, em regime de trabalho.de 40 ho.ras/semana: Dna.MARIAGOUVEIA DE RA-MOS.

4 - Um tecno.lo.gista em regimede trabalho. de 40 heras/se-mana: Sr. JOÃO GOUVÊADE RAMOS.

5 - Uma servente em rgimedetrabalho. de 40 ho.ras/se-mana: Sra. MARLENEKLEIN.

6 - Labo.ratório.s e equipamen-to.s das Usinas Pilo.to. daUFPr.

E -.: ÁREA MECÂNICA:1 - Labo.ratório. de Máquinas

Térmicas, do. Seto.r de Tec-no.lo.giada Universidade Fe-deral do. Paraná, co.m 750m2 de área e co.mo.seguinteequipamento.:

- Matares a co.mbustão.: Fo.rd,Chevrolet, Simca, Dauphine,Branco., etc. .

- Mo.to.res Diesel: MercedesBenz, Rax.

- Dinamômetro.sFraude.- Equipamento.eletrônico.para

medição.de diagramas "p-v"e"p-t".

- Medido.resde vazão.de líqui-das e de gases.

- Medido.rde CO (0-10%)nasgases de escapamento..

- Manômetro.s, vacuômetro.s,termômetro.s,cro.nômetros,etc.

- Bancadas de testes de bam-bas injetaras,distribuido.r,etc.

- Mo.no.-viapara 2 to.neladas,to.mo. , salada elétrica, etc.

- Ferramentas manuais em"mm" e "po.legadas"

- Veículo. Willys.- Mo.to.rCFR para determinação.

do. índice de Octana.- Etc.

2 - Livres e publicações diver-sas, co.letadas desde 1956.

3 - UmPro.fesso.rTitular, em re-gime de "trabalho.de 40 ho.-

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ras/semana: Eng.oGREGÓ-RIO BUSSYGUIN.

4 - Um Auxiliar de Mecânico,em regime de trabalho de40 horas por semana: Sr.RAUL PEREIRA DE OLIVEI-RA.

6 - ORIENTAÇÃO ADOTADA

O Grupo de Pesquisa adotou asegUinte orientação:

1.a Fase: Coleta de dados einformações, realização de al-guns ensaios, preparação deequipamento, estudos de tópicosespecíficos, verificação de evolu-ção da CRISE ENERGtlCA e suastendências. A realização destafase foi efetivada com recursospróprios da Universidade Federaldo Paraná e dos seus laboratóriose pesquisadores envolvidos. Estafase é mais curta, e este Grupo dePesquisa considera a mesma ter-minada em 31/12/1978.

2.a Fase: Atualização de dadose imformações em função daevolução sofrida pela CRISEENERGÉTICA, estudos e ensaiosespecíficos, publicação de traba-lhos, pesquisa e desenvolvimentode fontes, métodos e equipamen-tos.

A real ização desta fase estáprevista com recursos da Univer-sidade Federal do Paraná, dosseus laboratórios e de órgãos fi-nanciadores ligados ao desenvol-vimento energético nacional.

7 - TRABALHOINICIAL~.

Os componentes deste Grupode P.esquisa não puderam dedi-ca-rse exclusivamente a este tra-balho, face aos afazeres dentroda Universidade Federal do Pa-raná.

Assim, de 1973 a "1978,obser-vando a evolução da Crise doPetróleo, este Grupo de Pesquisadedicou-se a ensaios, estudos ecoleta de informação, podendo;atualmente, programar o seu tra-balho dentro de uma linha de atu-ação compatível com a conjuntu-ra nacional.

Neste período, 1973-1978, fo-ramrealizados os seguintes tra-balhos:

26

A - COORDENADORIA GERAL:

1 - Interligação entre as ÁreasdeAtuaç~o.

2 - Centralização e divulgaçãode informaçõ entreasÁreasde Atuação.

3 - Presidênciadas reuniões.4 - Serviçosde Secretariae Ar-

quivo.5 - Publicação de alguns tra-

balhos.6 - RelaçõesPúblicas e conta-

tos externos.

B - ÁREAFLORESTAL:

1 - Levantamento de dados so-bre produção e rendimentona obtenção de lenha e fa-bricação de carvão vegetalna área do Cerrado- MinasGerais. .

2 - Idem, idem, para a espécieMínosa scabrella (Bracatin-ga) na área de sua ocor-rência natural no Paraná, eelaboração de projeto espe-cífico de reflorestamento.

3 - Levantamento de dados einformações bibliográficasde diversas espécies.

C - ÁREAAGRíCOLA

1 - Levantamento das condi-ções de introdução do culti"vo do Sorgo sacarino emSão Paulo.

2 - Levantamento das condi-ções de produção da Canade Açúcar em Piraberaba-Santa Catarina.

3 - Levantamento das condi-ções de produção da Canade Açúcar em Maringá -Paraná.

4 - Instalação de um ensaio deadubação em Cana de Açú-car em Maringá - Paraná.

5 - Levantamento das condi-ções de produção de Man-dioca e Cana de Açúcar nolitoral do Paraná.

6 - Levantamento de dados einformação ín loco sobrecondições de produção deMandioca em Nioaque -Mato Grosso do Sul.

7 - Elaboração de um ante-pro-jeto de produção de Cana

REVISTA DE QUíMICA INDUSTRIAL

de Açúcar para uma desti-laria de 120000 litros/diaaprovado pela ComissãoNacional do Álcool.

8 - Coletânea de dados sobrealternativas de matérias-pri-mas de origem agrícola pa-ra produção de álcool.

9 - Ensaio de comportamentoagronômico de duas vari~dades de sorgo (BR-300eBR-601) na Fazenda Experi-mental da Universidade Fe'"deral do Paraná - Piraqua-ra - Paraná.

D - ÁREA QUíMICA:

1 - Publicações:a) Gaseificação do Carvão

Nacional.b) Etanolquimica.c) Chistoquímica.d) Diversos artigos na im-

prensa sobre carvão, pe-.tróleo e chisto pirobe-tuminoso.

2 - Ensaios sobre gasolinas dechisto.

3 - Ensaios sobre miscibilida-de de gasolinas com etanolhidratado e anidro.

4 - Levantamento de dados einformações sobre transfor-mação de matérias-primasem combustíveis para Má-quinas Térmicas.

5 - Conferências.6 - Entrevistas a jornais e tele-

visão.7 - Aulas sobre economia de.

combustível aos alunos dadisciplina Tecn.ologia Orgâ-nica, do Curso de Engenha-ria Química da UFPr.

E - ÁREA MECÂNICA:

1 - Trabalhos publicados:a) Carburador: Alguns As-

pectos de sua Regula-gem, tese de Livre-Do-cência.

b) Uma Contribuição aoEstudo da Combustão,trabalho apresentadO eaprovado no XVIII Con-gresso Brasileiro de Quí-mica.

2 - Ensáios de combustíveisgasolinas, etanol e suasmisturas) em motor a car-

Novembrode1980- 350

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buração instalado no dina-mômetro.

3 - Ensaios de determinaçãodo índice de Octana'em ga-solinas de chisto pirobetu-minoso.

4 - Levantamento de dados einformações sobre utiliza-ção de combustíveisem Má-quinas Térmicas.

. 5 - Conferências.6 - Entrevistas a jornais e tele-

visão.7 - Aulas sobre economia de

combustível aos alunos dadisciplina MáquinasTérmi-cas 11,do Curso de Enge-nharia Mecânicada UFPr.

8 - CONCLUSÕESE ORIENTA-çÃO A SEGUIR

Em face dos trabalhos já reali-zados, este Grupo de Pesquisaestá embasado no sentido decontinuar as pesquisas na 2.0FASE, a qual é mais longa, masespecífica, e com maior trabalhoexperimental em todas as Áreasde Atuação, e conseqüentementeestá previsto maior número depublicações.

Os resultados a serem obtidosdeverão proporcionar dados con-cretos à política energética na-cional e' regional.

A magnitude do"trabalhodesta2.8 FASEe a evolução da CRISEENERGÉTlCAmundialbemcomoos seus reflexos no Brasil,condi-cionam a necessidade de acelera-ção dos ~rabalhos,o que implicana obtenção de maiores recur-sos: humanos, materiais, admi-nistrativos, financeiros, etc.; bemcomo em melhores condições detrabalho e desemp-enho.

Para tanto está previsto que Ç>trabalho futuro (2.8 FASE)seráprogramado em partes bem defi-nidas e limitadas, para as quaisserão solicitados' os recursosadequados, a serem proporcio-nados pela Unive'rsidadeFederaldo Paraná e por órgãos financia-doras envolvidos no desenvolvi-mento energético nacional.

Assim,este Grupo de Pesquisafará os seus Programas Especí-ficos, visando a obtenção dosrecursos necessários.

Todos os documentos, inclusi-ve os Programas Específicos,se-rão encaminhados ao MagníficoReitor da Universidade Federaldo Paraná pelo Coordenador doGrupo de Pesquisa, através doDiretor do Setor de Tecnologia,com cópias aos seguintes:

a) Diretor do Setor de Teco-logia.

b) Diretordo Setor de CiênciasAgrárias.

c) COPERT-Comi!;)são Per-manente dos Regimes de

.Trabalho.d) Conselho de Ensino e Pes-

quisa da UFPr.e) Pró-Reitorde Ensino.e Pes-

quisa.f) Departamento de Mecânica.g) Departamento de Tecnolo-

gia Química. .

h) Departamento de Engenha-ria e Tecnologia Rurais.

i) Departamento de Fitotecniae Fitossanitarismo.

Outrossim, este Grupo de Pes~quisa, fundamentado nos traba-lhos e estudos já realizados e vi-sando melhor adequação e sim-plificação para futuro, e conside-rando que ele está previsto paradesenvolver as suas atividadespor um período muito longo, de-cidiu alterar o título da pesquisa"APLICAÇÃO DE COMBUSTíVEISLíQUIDOS E GASOSOS EM MO-TORES DE COMBUSTÃO INTER-NA", para: FONTES ENERGÉTI~CAS TERMOMECÂNICAS, com asigla FONTERME.

A seguir, este Grupo de Pesqui-sa, providenciará o Programa Es-pecífico da 1.8 Parte da 2.8 FASE,detalhando os campos de traba-lho de cada Área de Atuação.

Curitiba,3 de dezembro de 1978.*

Fábrica de polietileno construída em barcaçaA instalar-se na Argentina

Umafábrica de 120000 tonela-das por ano, de polietileno debaixa densidade será construídasobre uma barcaça, em um esta-leiro japonês, e rebocada cercade 20000 quilômetros até o seudestino final,a IpakoS.A.,Argen-tina, conforme anunciaram emNovaYorka empresa argentina ea UnionCarbide Corporation,de-tentora do processo.

Aconstrução sobre barcaça sóserá possível graças à descober-Novembrode 1980 - 351

ta, pela Union Carbide Corpora-tion, do processo Unipol, peloqual se produz polietileno de bai-xa densidade com apenas SO%docapital, 2S% da energia e muitomenos espaço do que o requeri-do pelos processos convencio-nais de alta pressão.

Afábrica "oceânica", de 89 me-tros de comprimento e 22,Sde lar-gura, será construídapela Ishika-wajima-Harima Heavy Industries,de Tóquio, um dos maiores cons-

REVISTADE QUíMICA INDUSTRIAL

COMUNICADO DA

UNION CARBIDE CORPoNEW YORK

trutores de naviosdoJapão e pio-neira na construção de fábricassobre barcaças. A nova unidadedeverá estar no local e inaugura-da no final de 1981.

Segundo o chaírman da UnionCarbide Corporation, WillianSneath, "a montagem dessa pri-meira unidade de pOlietileno debaixa densidade sobre uma bar-caça significa que outras pOdemser construídas em escala mun-

O27

Page 30: Congresso Brasileiro de Química Durante o período de 27a31deou.. tubro de 1980 realizou-se em Porto ... em Carvão Mineral. Agradecemos a participação pron-ta do Dr. Nei Webster

o transporte em automóveis no ano 2 000

Sensíveis alterações na compo-sição e nas misturas de combustí-veis; mudanças no estilo de vidaindividual; melhoramentos no pa-drão dos automóveis em virtudede um aprimoramento da quali-dade de montagem e do uso deminiprocessadores para monito-rar a performance do motor, vo-lante, freios, etc. - são algumasconclusões da análise feita portécnicos da Shell sobre o panora-ma automobilístico dos próximosvinte anos.

. O estudo prevê ainda que, naausência de alternativas reais aosmotores a gasolina e diesel, ediante da perspectiva de substan-ciais aumentos no índice de efi-

A questão d,os combustíveis

ciência, "parecem remotas as.probabilidades de uma reduçãosignificativa da procura de petró-leo devido à introdução de subs-titutos. No entanto, certos com-bustíveis alternativos - especial-mente o álcool e o gás liquefeitode petróleo (GLP) - têm aumen-tado de i.mportância em certas re-giões".

MENOS GASOLINA

Os últimos aumentos de preçosea descoberta de que, até ondese pode prever, os fornecimentosde óleo cru deverão continuar so-frendo limitações, provavelmente

CORPO TÉCNICO DA

SHELL QUíMICA SA

alteraram.as conclusões de certasestimativas feitas antes da resolu-ção iraniana, segundo as quais onúmero de carros nas estradas daEuropa Ocidental aumentaria emmais de 50 por cento até o ano2000 (passando dos 98 milhõesatuais para 137-150 milhões).Mas, assim mesmo o aumentodeverá ser substancial.

Devido ao aumento dos índicesde eficiência dos motores, o mer-cado eu ropeu de combustíveisdeverá crescer mais lentamenteque o número de automóveis.Antes da revolução iraniana, cal-culava-se que o mercado de com-bustíveis cresceria à taxa anual

O

0dial, ensaiadas e pré-comissiona-das no estaleiro em que são.cons.truídas e então entregues paraquaisql1er.partes do mundo aces-síveis por água".

"A construção da fábrica emestaleiro oferece vantagens emrelação a09 processos conven-cionais de construção no local,particularmente nas áreas caren-tes de infraestrutura", segundo oPresidente da Divisão de Poliole-finas da Union Carbide Corpora-tion, John W. Luchsinger. As téc-nicas.de fabricação e os equipa-mentos disponíveis no estaleiro,juntamente comuma força de tra-balho altamente especializada,permitem que este tipo de cons-trução seja supervisionado e con-trolado mais de perto.

O fator tempo é outro aspectoimportante no caso, já que sãonecessários apenas 24 meses pa-ra a entreg~ de uma fábrica "oce-ânica" em qualquer parte do

28

mundo, o que significa reduçãode um ano de prazo para constru-ção de uma fábrica convencionalcom a mesma capacidade no lo-cal.

A chave deste novo tipo de fá-brica é o processo de baixa pres-são, que representa um avançona tecnologia para produção depolietileno de baixa densidade,desenvolvido e oferecido para li-cenciamento desde o final de1977. Este novo processo eliminaa elevadíssima pressão e tempe-ratura solicitadas pelo processoconvencional, além das vanta-gens em termos de capital, eenergia e espaço.

Nos dois anos e meio desde oseu lançamento comercial, a tec-nologia Unipol para pOlietilenode baixa densidade ganhou acei-tação e reconhecimentos mun-diais. A Union Carbide já licen-ciou fábricas de polietileno comcapacidade acumulada de 1 mi-

REVISTA DE QUíMICA INDUSTRIAL

Ihão de toneladas por ano, as quaisestão sendo projetadas e cons-truídas em seis diferentes países- Koréa do Sul, EUA, Canadá,África do Sul, Suécia e Austrália.

Esta capacidade é adicionalaos já anunciados planos da Car-bide de instalar cerca de 440 000toneladas por ano de polietilenobaseado no processo Unipol em1983. *Nota da Redação: A propósito de fábricasconstruídas em barcaça ou em platafor-mas flutuantes, ver também os artigos pu-blicados nesta revista, há pouco:

1. Fábrica de celulose no Rio Jari. A pri-meira montada em plataforma, Rev. Qulm.Indo, Ano 46, pág. 198 e 200, ago. de 1977.

2. Fábrica flutuante de celulose. Na Fozdo Rio Jari, Amapá, RevoQu/moInd., Ano47, n.o556, pago218, ago. de 1978. (1 Foto)

3. Proeza de química industrial na flo-resta amazônica. Em operação a fábricaflutuante de celulose do Amapá, Aiko Shi-bata, RevoQuimolndo, Ano 48, n.o572, pág.393-395, dez. de 1979. (5 Fotos).

Novembro de 1980 - 352

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Ide 1,2-1,9 por cento e o mercadode veiculos à taxa de 1,5-2 porcento. Com base nestes números.o crescimento anual do mercadoda gasolina, nos próximos vinteanos (0,8-1,3 por cento), será con-sideravelmente mais baixo que odo óleo diesel (2,6-3,8 por cento)ou do gás liquefeito de petróleo(GLP) para veículos (6,5-7,1 porcento).

Portanto, a parte que hoje tem agasolina no mercado de combus-tível para veículos de transporterodoviário provavelmente cairáde 84 por cento (1978) para 73-76por cento (ano 2 000). Nesse mes-mo período, o diesel aumentará

sua participação de 15 para 20-23por cento e o GLP de 1 para 4 porcento.

ÁLCOOL

A análise feitapor especialistasda Shell na Inglaterra fez especialmenção ao álcool como combus-tível salientando que "mais oumenos de um ano para cá, au-mentou fantasticamente o inte-rese mundial pelos combustíveisa álcool. A principal razão é o de-sejo de diversos governos de me-lhorar seus balanços de paga-mentos e diminuir'a dependência

de petróleo. Segundo alguns, es-se desejo pode tornar-se realida-de graças ao metanol derivado defontes domésticas de gás naturalou carvão, ou ao etanol obtido deculturas".

A publicação da Shell prosse-gue acentuanao que, apesar detodas as dificuldades econômi-cas aparentes, "o álcool já se tor- .

nou um elemento vital do quadrode oferta de combustível no Bra-sil. Outras naçôes com problemasde balanço de pagamentos e re-cursos adequados à produção deálcool devem imitar este país nadécada de 80". *

Realizou-se.em Porto Alegre o XXICongres~o Brasileiro deQuímica

(Conclusão da página 6).

Estavam sempre solicitando escla-recimentos e atentos aos problemasque a Química procura resolver.

Alegres, confiantes, esperançosos,mostraram~ue, na realidade, têm afibra de set os futuros cultores, ealguns os expoentes, da Ciência Quí-mica.

.0 jornal Matéria-prima

Foi magnífica idéia a edição de umjornal para informar os congressis-tas. Ele dava notícias, resumos deconferências, e tudo o ma'is. Diaria-mente, quando estavam nas depen-dências da sede do Congresso (Rei-toria da UFRS), os congressistas en-contravam o número, corresponden-te ao dia, de Matéria-prima.

O periódico, com o formato de38x29cm, em papel de boa qualida-de, com paginação de bom gosto,apresentando ilustrações, desenhose caricaturas, e bem impresso (nas'oficinas do tabloide Zero Hora), an-dava de mão em mão e era motivo decomentários favoráveis.

Era um jornal de verdade. Vale apena dar aqui neste lugar as caracte-rísticas técnicas:

Projeto, Execucão, Editoria e Co-mercialização: Arlete Andreazza e 11-

. se Reichert.

Reportagem: Euclides Lisboa eIvan Carneiro Gomes.

Fotografia: Luis dos SantosArte: João ÁvilaProjeto Gráfico: Maria Clara Frantz

e Nicilau BalaszowSaíram 5 edições de Matéria-prima

Organização, propagandae dinheiro

OXXICongressoBrasileirodeQuí-mica foi magnífico,um dos melhoresjá realizados no Brasil. Bons traba-lhos. Discussão de problemas do in-teresse do Estado e do Brasil. Com-parecimento de quimistas atuantesem várias áreas da ciência, do ensineisuperior, da técnica e daeconomia.

A que se deve, então, o êxito destareunião tão profícua?

Pode-se responder em poucas pa-lavras: à boa organização orientadapor químicos esforçados; a uma pro-paganda elevada do ponto de vistacultural; e aos recursos financeirosarrecadados.

Impress6es gerais

Todos os participantes elogiaram aorganização do Congresso. Obser-

vou-se extraordinário esforço dos di-rigentes rio sentido de colocar omaior número de sessões técnicas,painéis, conferências, mesas-redon-das, nos menores limites de tempo.

A empresa encarregada da propa-ganda e da execução das tarefas ma-teriais do Congresso cumpriu a tem-po e a hora seus deveres. Os funcio~nários da empresa, atenciosos, intel i-gentes e bem-educados, merecemelogios pelo seu trabalho, dirigidospelo descobridor de vocações que éOjeda.

Em qualquer dia da semana doCongresso sempre se encontravamem funcionamento os serviços espe-cíficos.

Merecem, pelo elevado desempe-nho, os melhores elogios o Presiden-te da Comissão Organizadora doCongresso, Nissin Castiel, o vetera-no Mário Egas Câmara, o Presidenteda Regional daABQ, Arno Gleisner, aDiretora Executiva da Regional, IreneFlores da Cunha, o Presidente da Co-missão Técnica Franklin Jorge Gross,a componente da Comissão SocialJoaninha Nahuys, bem como cadaum dos componentes de cada comis-são.

"*

Novembro de 1980-353 29REVISTA DE QUíMICA INDUSTRIAL

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A INDÚSTRIA QUíMICA NO MUNDO

EUAModernização de fábricas

da B.F. Goodrich

A firma está empreendendo ex-tensa modernização das fábricas de

. dicloreto de etileno (EDC)e cloretode vinila, monômero (VCM) em Cal-vet City, Kansas. O projeto de PVC(po.li elo reto de vinila).estará prontoem 1982.

Kalama construirá novafábrica de plasticizantes

Kalama Chemical montará nova fá~brica de plasticizantes de ésteres doácido benzóico. Três artigos serãoproduzidos: dibenzoato de glicol di-propilênico, dibenzoato de glicol die-tilênico; e mistura dos dois.

Kalama é o maior produtor ameri-cano de ácido benzóico, comcapaci~dade superior a 58 000 t/ano.

Expansão daprodução de sorbitol

A firma Lonza Inc. completou a ter-ceira fase da expansão de sorbitol nocomplexo de Mapleton, em IlIinois.A expansão conduziu ao nível de pro-dução de 45 400 t/ano.

MÉXICO,

A empresa Petróleos Mexicailose a produção de butadieno

Petro-TexChemical, subsidiária daTenneco, dos EUA, licenciou seu pro-cesso Oxo-D para a produção de bu-

tadieno a partir de butileno à empre-sa de petróleo mexicana. A técnicaserá empregada na nova fábrica de65 000 t/ano de butadieno no com-plexo de Morelos.

ESPANHA

Fábrica de Insulina

Os Laboratórios Leo deverão porem trabalho a primeira fábrica espa-nhola de insulina n0 próximo mês defevereiro de 1981.

Usando tecnica própria, Leo pro-duzirá cerca de 3000 milhões de uni-dades/ano de insulina, sendo desti-nados 3/4 da produção para os mer-cados estrangeiros.

PORTUGAL

Inovação na indústria química

Na Conferência Anual da ECMRArealizada em 27-29 de outubro de1980 no Estoril, Portugal, o tema foi"Inovação - ainda uma Base para oDesenvolvimento". .

Discutiu-se em inúmeros trabalhosescritos a Inovação e sua importân-cia nos processos, produtos, méto-dos de mercantilização e consumo;houve palestras sobre petroquímicosem Portugal

ISRAEL

Explotação das reservasde chisto

Israel Chemicals, no país a maiorempresa do ramo, é uma das 5 com-

panhias que constituem um consór-cio para examinar os caminhos deexplotar o óleo das reservas nacio-nais de chisto e importar carvão.

Max Reis, de Israel Chemicals, dis-se que vão concentrar as atenções naextração do óleo de chisto e na com-bustão direta, bem como nos proces-sos de gaseificação. .

As outras companhias são a Delek,Paz e Sonol (produtores de petróleo)e Oil Refineries (processadores).

SUÉCIA

O maior navio-tanque deprodutos químicos .

Considerado o maior navio-tanquepara transporte de produtos quími-cos, o "Johnson Chemstar", de38 000 toneladas, acaba de ser entre-gue à Johnson Une, pelo estaleiroKockums, localizado na cidade deMalmo.

O navio possui 38 tanques, dosquais 28 são de aço inoxidável; tem175 metros de comprimento; sua vi-ga central é de 32 metros, e seucalado mede 10,77m. Dois motoresdiesel de velocidade média Pielstick16,3PC2-5Vgarantem umavelocida-de de 16 nós, e todo o serviço de car-9a é feito por controle remoto.

O "Johnson Chemstar" é um dosnavios mais modernos para o trans-porte de produtos químicos e seu tra-çado obedece aos regulamentos in-ternacionais de segurança e prote-ção ao meio ambiente.

Desde 1913 a Johnson Une já rece-beu um total de 17 navios construí-dos nos estaleiros Kockums.

"*

INDÚSTRIAS QUíMICAS NO BRASIL

Indústrias Luchsinger Madõrin

A empresa Indústrias LuchsingerMadõrin SA - Adubos Trevo -obteve no último exercício operacio-nal, um crescimento nominal de 111%em seufaturamento líquido,que atin-

30

giu a Cr$ 6,9 bilhões, contra Cr$ 3,2bilhões no exercício anterior.

Deduzida a taxa de inflação do pe-ríodo, o incremento real foi de 35%.Já em termos físicos, as vendas au-mentaram na ordem de 32%. Tanto oresultado monetário, como o relativo

REVISTA DE QUíMICA INDUSTRIAL

ao volume de comercialização, foramos maiores já verificados nos últimosanos.

O lucro líquido, antes do Impostode Renda, foi de Cr$ 515,8 milhões,contra Cr$ 58,0 milhões obtidos no

ONovembro de 1980 - 354

Page 33: Congresso Brasileiro de Química Durante o período de 27a31deou.. tubro de 1980 realizou-se em Porto ... em Carvão Mineral. Agradecemos a participação pron-ta do Dr. Nei Webster

exercício anterior, representando umaumento de 8,9 vezes. Porém a mar-gem de lucratividade final, antes doImposto de Renda, foi de 7,4% e,após a dedução para pagamento dotributo e da participação estatutáriados administradores e empregados,foi de 3,7%.

Estes dados constam do relatórioda diretoria da empresa, referente aoexercício compreendido entre feve-reiro/79 e janeiro/BO.

a relatório da diretoria da socieda-de que no mês de julho completou 50

, anos de atividades,demonstra que ovolume de recursos movimentadosao longo do exercício, para que osresultados fossem atingidos, repre-sentou uma considerável injeção derecursos em outros setores da eco-nomia vinculados à sua área deatuação.

Com um capital social de Cr$ 527,0milhões, a empresa Indústrias Luch-singer Madõrin S.A. integra o GrupoTrevo, formado também pela "hold-ing" Luchsinger Madõrin ComercialS.A. e por duas outras empresas:

Emagal-Empreendimentos AgrícolasGaúchos Ltda. e Navegação AliançaLtda. O Grupo possui cinco fábricasde fertilizantes em Porto Alegre, RioGrande, Estrela, Paranaguá (PR) eCubatão (SP)e duasde calcárioagrí-cola em Bagé e Pântano Grande, quesão responsáveis pelo suprimento deuma rede de 20 unidades distribuido-ras, localizadas nos principais cen-tros agrícolas dos Estados do RioGrande do Sul, Paraná, São Paulo,Mato Grosso do Sul, Minas Gerais,Goiás e Mato Grosso.

No ano passado a Adubos Trevoobteve o "Decreto de Lavra" para ajazida de fosfato de Anitápolis (SC)cuja exploração demandará investi-mentos da ordem de US$ 120,0 mi-lhões e representará a geração de650 novos empregos diretos. A prio-ridade na exploração da jazida defosfato de Anitápolis(única disponí-vel na Região Sul) visa substituir im-portações deste insumo, com subs-tancial economia de divisas, contri-buindo também para o desenvolvi-mento de Santa Catarina.

Em seu relatório anual, a diretoriada Adubos Trevo destaca que asperspectivas para o setor de fertili-zantes são excelentes, porquanto apolítica desenvolvida pelo GovernoFederal. de combate à inflação e deequilíbrio da balança comercial estáassentada na agricultura. A priori-dade oficial para a agricultura. inclu-sive, está contida no 111PND. Portan-to, o atual modelo econômico bene-ficia as empresas ou setores ligadosdireta ou indiretamente à agricultura.

Sublinha ainda que sua principalunidade industrial- a de Rio Grande- já atingiu sua maturidade, supe-rando as capacidades nominais deprodução previstas no projeto. Final-mente, outra informação do docu-mento refere-se à decisão de demo-cratizar os lucros da empresa - cujocapital é integralmente nacional -'dando aos empregados uma partici-pação direta nos mesmos "objetivan-do unia valorização cada vez maiorno quadro funcional".

*

TRANSPORTESCarros Chrvsler movidos a álcool

No dia 26 de março Último, foi apre-sentado em Brasília, junto ao Paláciodo Planalto, um conjunto de cami-nhões, tratores e carros de viagemequipados com motores movidos a ál-cool.

A comissão que teve a iniciativa dademonstração foi representada por di-

Novembro de 1980 - 355

retores da Chrysler Motors do BrasilLtda. Os Srs. Presidente e Vice-Presi-

dente da RepÚblica e outras autorida-des receberam os componentes da co-missão, entre os quais se achavam dire-tores da empresa, e ouviram informa-ções das providências tomadas a rGS-peito do comportamento dos carros aálcool. *

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LÍNGUA PORTUGUESAPODEROSO MEIO DE COMUNICAÇÃO

A propósito de chisto

Empregamos nesta revista a formaortográfica chisto, e não xisto, paradesignar determinados tipos de ro-chas. Estamos convencidos de que omodo correto de grafar o vocábulo échisto.

A nossa convicção fundamenta-senos fatos da linguagem, apresentadosno artigo "Chisto ou Xisto? O caso derocha", Jayme Sta. Rosa (Rev. Quim.Ind.), ~n041, N.O487, página 294, no-vembi~ de 1972).

V()cábulo de formação erudita (dogregô ~khistos, em alfabeto latino), no.JatirÍÚihistos,o nome em causa grafava-seschisto, com os derivados schistosoeschistosidade, em português, antes daReforma Ortográfica em 1943.

"Schisto era o vocábulo de nossa lín-

gua, grafado como continuador do ter-mo latino schistos.A princípio pronun-ciava-se iskisto, como escholase pronun-ciava escola e schema se pronunciavaiskema (ch com o som de k)".-

"Com o tempo o som. abrandou-sepassando schi a valer chi; então, falava-se em chisto, continuando-se a escreverschisto, por motivo etimológico".

Ninguém põe em dúvida que seescrevia schisto. As "Instruções para aorganização do Vocabulário Ortográ-fico da Língua Portuguesa", aprovadaspela Acade~ia Brasileira de Letras em12 de agosto de 1943, estabeleceram(título "Consoantes dobradas", item V;sc) o seguinte: "Elimina-se o s do grupoinicial sc: cena, ciência, ciografia..."

Logo, para simplificar, deve-se eli-minar o s inicial de schisto, resultandochisto. Nada mais claro!

Então, depois da Reforma Ortográ-ica em 1943, passou-se no Brasil aescrever chisto.

Consulte-se a respeito o livro didá-tico "Elementos de Mineralogia e Geo-logia", de Ruy de Lima e Silva, prof. daEscola Nacional de Engenharia, e WaI-demiro Potsch, prof. do Colégio Pedro11, 5.a edição.

N ele se emprega chisto, páginas 348 e353 (9 vezes).

No livro "Fundamentos geográficosda mineração brasileira", do químico S.Fróes Abreu, 125 páginas, editado pe-lo Conselho Nacional de Geografia em1945, figura o vocábulo chisto pelomenos nas páginas 18,19,24 (5 vezes).Os trabalhos escritos que foram publi-cados pelo Conselho Nacional de Geo-grafia eram previamente revistos pelolinguistaJo~é Sá Nunes.

Entendemos que a questão está es-cIarecida.

A. Paes de Bulhões.

Coal-Chem 2000, emSheffield, Inglaterra

Esta conferência, organizadapela ,Institution of Chemical Engi-neers, realizou-se em Sheffield.

As contribuições compreen-diam:

The technical and economicalaspects of methanol and gasolineproduction from coal, Dr. T. Dau-phine, Badger; ,

Production of ammonia by Te-xaco gasification process, H.G.Hargreaves and R. Kirk, Humph-reys and Glasgow;

Making olefins ànd aromaticsfrom coal extracts, G.O. Davies,UK National Coal Board;

How to apply coal gasification,P. Rudolph, Lurgi Kohle und Mi-neralõltecknik;

Occupational safety and healthconsiderations for coal conver-sion processes.

32

CONFERÊNCIAS

Ainda, foram apresentados nu-merosos trabalhos sobre gaseifi-cação e processos de liquefação.

Os interessados deverão diri-gir-se a

Coal-Chem 2000Sheffield and District Centre.Institution of Chemical Engi-

neersDpt. of Chemical Engineeringand Fuel Technology

University of Sheffield, MappinStreet

Sheffield SI 3JD - UKReino Unido

***

Tecnologia doDesenvolvimento de

Processos

Esta é a terceira conferência arespeito do desenvolvimento de

REVISTA DE QUíMICA INDUSTRIAL

processos realizada pela Institu-tion of Chemical Engineers. Foiefetuada em Londres.

Contribuições:Solid waste as an energy sou r-

ce, Roger Kindon, Process PlantAssociation.

Process stimulation techno-logy, Dr. J.M. Stacey, ChemshareProcess Systems.

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Engineers165-171 RailwayTerraceRugby CV213HD- Reino Unido

"*Novembro de 1980 - 356

Page 35: Congresso Brasileiro de Química Durante o período de 27a31deou.. tubro de 1980 realizou-se em Porto ... em Carvão Mineral. Agradecemos a participação pron-ta do Dr. Nei Webster
Page 36: Congresso Brasileiro de Química Durante o período de 27a31deou.. tubro de 1980 realizou-se em Porto ... em Carvão Mineral. Agradecemos a participação pron-ta do Dr. Nei Webster