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DOMINGO, 2 DE OUTUBRO DE 2016 | PUBLICAÇÃO COMEMORATIVA AOS 6O ANOS DA OCB-GO SISTEMA OCB/SESCOOP-GO Conheça mais sobre o modelo de negócio que mais cresce no mundo PROJETO DE MARKETING

Conheça mais sobre o modelo de negócio que mais cresce no … · lhadora, em pleno berço da Revolução Industrial - a Inglaterra. Naquela época, vários processos artesanais

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DOMINGO, 2 De OutubrO De 2016 | PubLICAÇÃO COMeMOrAtIVA AOS 6O ANOS DA OCb-GOSISTEMA OCB/SESCOOP-GO

Conheça mais sobre o modelo de negócio que mais cresce no mundo

PrOJetO De MArKetING

Cristiano Borges

O importante conteúdo que preparamos para este caderno especial “Coope-rar está em nosso DNA” tem um doce sabor para nós, cooperativistas goianos. A partir dessa janela aberta diretamente com você, leitor, temos uma oportunidade ímpar de mostrar mais detalhadamente o que, de fato, significa o cooperativis-mo na prática - sua filosofia e seus resultados no Estado.

Queremos divulgar como nosso setor contribui fortemente com a evolução econômica do Estado e, mais do que isso: queremos falar de como o cooperativismo tem realizado a transformação social de diversas vidas e de comunidades inteiras. Afinal, somos, sim, um modelo de negó-cios que se profissionaliza cada vez mais para enfrentar a competitivida-de de mercado. Mas, acima de tudo, somos focados em gente. Miramos nas prioridades e nos valores coletivos, inclusivos e sustentáveis. Em gru-po, ficamos mais fortalecidos e conseguimos superar mais facilmente as diversidades, como as que passamos agora, na economia e política.

Esse caderno especial é uma das 60 ações que o Sistema OCB/SESCOOP-GO preparou para comemo-rar as seis décadas de existência da OCB-GO, que é o Sindicato e Organização das Cooperativas Brasileiras no Estado de Goiás. Uma das pioneiras na representação do setor no Brasil, a OCB-GO foi vanguarda em diversos projetos nesse tempo de caminhada, fomentou o movimento, apoiou cooperativas, defendeu o modelo de negócios e teve papel decisivo no desenvolvimento do setor, sem perder a capacidade de ino-var e de crescer. Hoje, a OCB-GO possui mais de 240 cooperativas registradas no Estado que, juntas, so-mam cerca de 158 mil cooperados e mais de 10 mil empregos. Esse trabalho editorial que chega às suas mãos reforça nosso compromisso, junto com o sistema cooperativista nacional, de tornar o movimento reconhecido pela sociedade até 2025, pela sua competitividade, integridade e capacidade de promover a felicidade de seus cooperados. Aproveite-o ao máximo e boa leitura!

EDITORIAL

Cooperativismo: modelo de negócio que está modificando o mundo

JOAQUIM GUILHERME BARBOSA DE SOUZA Presidente do Sistema

OCB/SESCOOP-GO

Queremos divulgar como nosso setor contribui fortemente com a evolução econômica do Estado e, mais do que isso: queremos falar de como o cooperativismo tem realizado a transformação social de diversas vidas e de comunidades inteiras.

‘‘ ‘‘SINDICATO E ORGANIZAÇÃO DAS COOPERATIVAS BRASILEIRAS NO ESTADO DE GOIÁS

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM DO COOPERATIVISMO NO ESTADO DE GOIÁS

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO: Presidente: Joaquim Guilherme Barbosa de Souza (Complem) //Vice-Presidente : Luís Alberto Pereira (Sicoob EngecredGO) // Secretário: Dourivan Cruvinel de Souza (Comigo) //Membros Efetivos: Astrogildo Gonçalves Peixoto (Coapil) // Vanderval José Ribeiro (Sicoob do Vale) // Jocimar Fachini (Coperpamplona) // Clidenor Gomes Filho (Sicoob Unicentro Brasileira) // Zeir Ascari (Sicredi Sudoeste GO) // João Batista Pereira Machado (Uniodonto Sul Goiano) CONSELHO FISCAL: Membros Efetivos: Peron Antônio Barbosa (Cooperjov) // Emival Vicente Santana (Coomap) // Carlos Henrique Arruda Duarte (Coacal) // Suplentes: Rubens Dias dos Santos (Coopmego) // Nanci Terezinha Alfonso Cavalcante (CohacasbGO) // Marco Antônio Oliveira Campos (Comiva)

Superintendente: Valéria Mendes da Silva

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO: Presidente: Joaquim Guilherme Barbosa de Souza (Complem) // Membros efetivos: Antonio Chavaglia (Comigo) // João Damasceno Porto (Unimed Goiânia) // Haroldo Max de Sousa (Coapro) // Itamar Fernandes de Melo (Complem) // Membros suplentes: João Gonçalves Vilela (Cagel) // José Lourenço de Castro Filho (Coapil) // Renato Nobile (SESCOOP Nacional) // Antonio Moraes Resende (Centroleite) CONSELHO FISCAL: Membros Efetivos: Lister Borges Cruvinel (Sicoob CentroSul) // José Rodrigues Peixoto (Sicoob CrediSGPA // Walter Cherubin Bueno (Unimed Cerrado) // Membros Suplentes: João Batista da Paixão Junior (Cooperbelgo) // Antonio Carlos Borges (Agrovale) // Nilton Carlos da Silva (Coopersil) Superintendente: Valéria Mendes da Silva

Projeto gráfico e editorial: Assessoria de Comunicação do Sistema OCB/SESCOOP-GO

Coordenação: Fábio SalazarRedação e Edição: Pablo Alcântara e Lídia Borges

SISTEMA OCB/SESCOOP-GOwww.goiascooperativo.coop.br [email protected] / [email protected]. H, com Rua 14, nº 550, Jardim Goiás - Goiânia-GOCEP: 74.810-070 / Fone: (62) 3240-2600

OCB-GO -60 ANOS COOPERAR FAZ PARTE DONOSSO DNA

OCb-GO - 60 ANOSCOOPerAr FAZ PArte DO NOSSO DNA 3

PrOJetO De MArKetINGDOMINGO, 2 De OutubrO De 2016

Origem no berço da Revolução O

cooperativismo surgiu há 172 anos como uma al-ternativa política e econômica ao momento pre-cário do capitalismo vivido pela sociedade traba-lhadora, em pleno berço da Revolução Industrial

- a Inglaterra. Naquela época, vários processos artesanais já tinham sido substituídos pelas máquinas e a classe ope-rária enfrentava um cenário desastroso, de más condições de trabalho, longas jornadas, baixos salários e desemprego em ascensão.

Foi nesse contexto que que 28 tecelões da então cida-de de Rochdale (hoje um bairro de Manchester, na Ingla-terra) enxergaram a possibilidade de trilhar um caminho diferente daquela realidade de exploração de mercado, em que apenas um (o patrão) se beneficiava do esforço de tantos (os empregados). Passaram um ano definindo os princípios de um novo sistema socioeconômico e os estatutos de um empreendimento diferente das então empresas mercantis. Economizaram um capital de 28 li-bras e, em 24 de outubro de 1844, deram início à pri-meira cooperativa formalmente constituída do mundo, a Sociedade dos Probos Pioneiros de Rochdale (do inglês Rochdale Society of Equitable Pioneers).

A sociedade cooperativa do ramo consumo tinha o in-tuito de fornecer produtos aos próprios cooperados, com preços praticados abaixo do mercado - como alimentos, roupas e outras necessidades. Trabalhar em conjunto foi a forma que os pioneiros do cooperativismo formularam para se tornarem fortes no negócio: cada um era dono de seus instrumentos e, ao mesmo tempo, participava dos re-sultados (“lucro”) de seu próprio desempenho, numa so-ciedade. Foi assim, oferecendo uma solução econômica e social para uma classe tão explorada, com foco nas pessoas e, não, nos processos, que a cooperativa dos probos cres-ceu rapidamente, assim como a filosofia cooperativista em vários outros países.

No Brasil, diversas iniciativas baseadas no coopera-tivismo eram observadas nas colônias, desde 1841. Mas só em 1889 foi constituída a primeira cooperativa que se tem notícia no País, a Sociedade Cooperativa Econômica dos Funcionários Públicos de Ouro Preto (MG), também do ramo consumo.O cooperativismo goiano tem suas

origens ligadas à ocupação e à expan-são da fronteira agrícola na década de 40, assim como à interiorização do País. Diferente do cenário mundial, em que o movimento começou pela mobilização de trabalhadores, em Goiás, o incenti-vo partiu do governo, a começar pela Constituição do Estado, de 1946, que deu imunidade tributária às cooperati-vas. Mas foi em 1949 que começaram a surgir cooperativas goianas.

As três primeiras foram constituídas

por imigrantes italianos e poloneses. Atreladas ao Estado, elas tiveram vida curta. Em Rio Verde, foi instalada a Co-operativa Italiana de Técnicos Agriculto-res, em março de 1949, para assentar 5 mil famílias em área de 150 mil hecta-res. Durou apenas um ano. No mesmo ano, poloneses fundaram a Cooperativa Agropecuária de Itaberaí e a Cooperati-va Rural de Córrego Rico. Ambas dura-ram oito anos. Em seguida, na década de 50, foram fundadas várias cooperativas de crédito rural.

HISTÓRIA

Cooperativismo surge na Inglaterra, como alternativa à exploração do trabalhador

Expansão da fronteira agrícola impulsionou modelo em Goiás

28 tecelões da então cidade de Rochdale (Inglaterra) enxergaram um caminho alternativo para fugir da realidade de exploração dos trabalhadores, estabelecida após a Revolução Industrial. Eles constituíram a primeira cooperativa do mundo, em 1844

OCb-GO - 60 ANOSCOOPerAr FAZ PArte DO NOSSO DNA4

PrOJetO De MArKetINGDOMINGO, 2 De OutubrO De 2016

Divulgaçã

o

Empresas baseadas em valores e princípiosDesenvolvimento econômico e bem-estar social caminham juntos no cooperativismo

O cooperativismo é um movimento, filosofia de vida e modelo socioe-conômico capaz de unir desenvol-vimento econômico e bem-estar

social. Ele se baseia fundamentalmente em participação democrática, solidariedade, in-dependência e autonomia. É também um sistema que visa atender às necessidades de um grupo de pessoas e, não, do lucro. Busca prosperidade conjunta e, não, individual.

Estas são as diferenças básicas, porém, primordiais, que fazem do cooperativismo a alternativa socioeconômica que leva ao su-cesso com equilíbrio e justiça entre os par-ticipantes. Uma cooperativa é uma organi-zação de pessoas que se baseia em valores de ajuda mútua e igualdade. Seus objetivos econômicos e sociais são comuns a todos.

Os aspectos legais e doutrinários são dis-tintivos de outras sociedades. Mas como toda forma organizada de gestão, uma cooperati-va tem, por trás, uma estrutura sólida e bem dividida. Por isso, cada pessoa interessada em participar de um empreendimento como este deve conhecer as formas adequadas de fun-cionamento, as determinações legais e todas as características que garantam a condução de ações, da maneira mais harmoniosa pos-sível. O melhor caminho é sempre procurar a OCB-GO, ou outra organização estadual, para orientar-se sobre o processo de constituição da cooperativa.

COOPERATIvAS

Princípios do cooperativismo

Adesão voluntária e livre

Gestão democrática pelos membros

Participação econômica dos sócios

Autonomia e independência

Educação, formação e informação

Intercooperação

Interesse pela comunidade

3º4º5º6º7º

O Dia de Cooperar (Dia C) é, hoje, a maior rede cooperativista de voluntariado do Brasil. O projeto foi iniciado em 2009, em Minas Gerais, mas se tornou um programa nacional, em que cooperativas

voluntárias de todo o País se comprometem a realizar, ao longo do ano, ações de responsabilidade social, em benefício de suas comunidades. Cerca de 2,5 milhões de brasileiros foram beneficiados com as ações do Dia C, em 2015. No ano passado, o projeto apoiado pelo Sistema OCB/SESCOOP-GO chegou a 46 municípios goianos e beneficiou 37,5 mil pessoas. Em 2016, a campanha chegou à sua terceira edição no Estado e ainda está em andamento. Uma vez por ano, as cooperativas se reúnem para celebrar os resultados do projeto, com um grande evento para a população, durante o Dia Internacional do Cooperativismo, comemorado sempre no primeiro sábado de julho. O Dia C 2016 foi comemorado no Zoológico de Goiânia e reuniu 15 cooperativas para oferecer atividades de lazer, promoção social e serviços aos visitantes. Cerca de 3 mil pessoas passaram pelo evento.

Dia C: a essência do cooperativismo colocada em prática

Celebração do Dia C 2016 recebeu cerca de 3 mil pessoas no Parque Zoológico de Goiânia, em julho. Durante o evento, 15 cooperativas se uniram ao Sistema OCB/SESCOOP-GO para oferecer atividades e serviços aos visitantes

Cristiano Borges

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PrOJetO De MArKetINGDOMINGO, 2 De OutubrO De 2016

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PrOJetO De MArKetINGDOMINGO, 2 De OutubrO De 2016

Crise? Que crise?São nos momentos de crise que as cooperativas mais crescem. Isso acontece porque o crédito se torna mais escasso nos bancos e também porque nas cooperativas o atendimento é de maior confiança entre as partes. É possível constatar, em números, a vantagem que o modelo cooperativista tem sobre os demais negócios. Na contramão do cenário nacional, em que houve retração de empresas, atividades, empregos e, consequentemente, do PIB, as cooperativas conseguiram se sobressair, porque operam juntando forças de seus integrantes para um mesmo objetivo.

Com receitas que somaram R$ 7,95 bilhões, o faturamento do cooperativismo goiano cresceu 13,88% em 2015, enquanto o PIB estimado para Goiás neste período recuou 2,6%.

376.795 mil cooperativas

1 bilhão de pessoas já aderiram ao cooperativismo

100 milhões de empregos gerados em todo mundo

13.230.960 milhões de cooperados

243 cooperativas157.929 cooperados10.063 empregados: R$ 7,95 bilhões total de ingressosR$ 12,35 bilhões total de ativos

376.795 milempregos diretos

A crise que enfrentamos deriva de um modelo de negócio que põe o retorno financeiro à frente das necessidades humanas. Um modelo que procura privatizar ganhos e socializar as perdas. No cooperativismo, as perdas, se houver, são diluídas, e os ganhos, repartidos.

Números de Goiás

Números do Brasil

Números do mundo

Ganhos repartidos, perdas diluídas

Conheça os principais números do cooperativismo, sua força como negócio e algumas curiosidades do movimento pelo mundo.

Cooperativa legal precisater registro

Universocooperativista

Sabia que, para se intitular etrabalhar como cooperativa,a empresa precisa seguir algumas regras? Entre elas, é necessário ter registro junto à OCB-GO. Esse procedimento dá mais segurança para o cooperado e à sociedade.

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PrOJetO De MArKetINGDOMINGO, 2 De OutubrO De 2016

Ao invés de concorrem entre si em alguma atividade econômica, nas cooperativas as pessoas se unem em torno de um objetivo comum, de forma democrática, compartilhando os resultados na medida da colaboração de cada um.

Colômbia As cooperativas fornecem mais de 20% dos empregos

no setor de saúde e também no de transporte. São mais de 100 mil empregos diretos e mais de 300 mil

empregos indiretos, ao todo.

CanadáMais de 60% da população é servida por cooperativas

de economia e crédito mútuo.

Estados Unidos Seis em cada dez produtores rurais são associados

às cooperativas, as quais têm fabricação própria de fertilizantes, defensivos agrícolas, entre outras

vantagens.

FrançaCerca de 700 mil empregos estão ligados às

cooperativas.

BrasilAs cooperativas são responsáveis por mais de 70% da

produção de trigo, mais de 40% da de soja, 40% da de leite, 38% de algodão, 21% do café e 16% do milho.

China Estima-se que 10% dos depósitos bancários e 90%

dos empréstimos agrícolas sejam realizados via cooperativa de crédito rural.

SuéciaO cooperativismo é altamente desenvolvido em todos

os setores (produção, crédito, consumo, serviços em geral); suas fábricas produzem uma grande variedade de bens que atende às mais diversas necessidades da

população.

Malásia Todas as escolas públicas são obrigadas

por lei a constituírem cooperativas para administração de recursos.

Japão No Japão, apenas três cooperativas financeiras

reúnem mais de 17 milhões de associados.

ÍndiaÉ o país com o maior número de cooperativas:

500 mil instituições.

Cooperar ao invés de competir

80% do azeite de oliva espanhol

70% do champagne francês

90% do queijo parmesão italiano

Alguns produtos no mercado internacional têm o cooperativismo como modelo primordial. Cooperativas são responsáveis pela produção de:

Fontes: OCB-GO, OCB, Sescoop, Portal Brasil Cooperativo, Curso Básico de Cooperativismo a Distância, WOCCU e OCEs

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SESCOOP/GO - SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM DO COOPERATIVISMO NO ESTADO DE GOIÁS

É a entidade que atua na área de educação e desenvolvimento do cooperativismo em Goiás, desde 1999. É um órgão descentralizado, vinculado à OCB-GO e ao Ministério do Trabalho e Emprego, com o objetivo de promover a formação profissional, promoção social e o monitoramento das cooperativas goianas. Aplica os recursos oriundos das contribuições sociais em capacitação e qualificação técnica e no aperfeiçoamento de trabalhadores e cooperados, profissionais e dirigentes, gerando benefícios à gestão cooperativista.

O sistema cooperativista é composto por um conjunto de entidades coligadas para representar o setor, cujos atores principais são as cooperativas e seus associados. Essas instituições atuam em diversos níveis (local, estadual, nacional e internacional), sempre no intuito de desenvolver e tornar conhecido o cooperativismo. Veja, a seguir, como está configurada a representação do movimento no mundo.

ORGANIZAÇãO DO COOPERATIVISMO NO MuNDO

ACI - ALIANÇA COOPERATIVA INTERNACIONAL

A ACI (em inglês, ICA - Internatinal Co-operative Alliance) é a entidade máxima na linha de organização do cooperativismo, fundada há mais de 120 anos, em Londres, mas, atualmente, com sede em Genebra, na Suíça. A associação é formada pelos órgãos de representação cooperativista de cada um dos seus 95 países-membros. Sua missão é representar, congregar e defender o movimento em todos os territórios onde o cooperativismo está presente, além de divulgar sua doutrina e preservar seus valores e princípios. Possui um braço específico para integrar e representar o cooperativismo nos países situados nas Américas, a ACI Américas, com 22 países-membros e sede em Bogotá (Colômbia).

Acesse o portal www.goiascooperativo.coop.br e conheça o modelo de negócio cooperativista

SISTEMA OCB

O cooperativiso no Brasil é representado nacionalmente pelo Sistema OCB, que é composto por três instituições: a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop) e a Confederação Nacional das Cooperativas (CNCoop). Cada um possui um objetivo específico, mas todos são voltados ao desenvolvimento das cooperativas. A OCB é a mais antiga delas (1969) e é responsável pela representação política e institucional do movimento. O Sescoop foi criado em 1999 e é o braço educacional do cooperativismo, que auxilia o setor a vencer os desafios relacionados à capacitação, profissionalização e promoção social. A mais recente é a CNCOOP (2005), que é voltada à representação sindical das cooperativas e composta das federações e sindicatos.

FECOOP Centro-Oeste e Tocantins

A Federação dos Sindicatos das Cooperativas do Distrito Federal e dos Estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Tocantins é mais um organismo que atua no fortalecimento do cooperativismo, com ênfase na relação sindical e na representação de seus associados. Faz parte de sua missão estruturar reivindicações de interesse coletivo e propor formas de cooperação aos sindicatos filiados que ampliem os serviços sociais prestados às cooperativas dos Estados representados. A Fecoop CO-TO faz parte é uma das entidades que compõem a Confederação Nacional do Cooperativismo (CNCOOP), representante de todas as federações nacionais.

OCB-GO - SINDICATO E ORGANIZAÇãO DAS COOPERATIVAS BRASILEIRAS NO ESTADO DE GOIÁS

É a entidade que representa o cooperativismo em Goiás, há 60 anos. A instituição é responsável pelo registro das cooperativas e trabalha para fazer um elo estratégico entre elas, no sentido de fortalecer o setor. Livre de interesses político-partidários ou econômicos próprios. A OCB-GO trabalha na defesa e desenvolvimento do setor, nos âmbitos sindical, político e socioeconômico, assumindo um papel decisivo na organização e no fortalecimento de todos os ramos cooperativistas atuantes no Estado. Além disso, por meio da mobilização de ações e de recursos, a OCB-GO também presta serviços de suporte administrativo, técnico e logístico, de natureza sindical e organizacional, conforme as necessidades de suas cooperativas.

PARA SABER MAIS

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PrOJetO De MArKetINGDOMINGO, 2 De OutubrO De 2016

Acer

vo O

CB-G

O

Atuação coletiva, com foco na inclusão Negócios cooperativistas baseiam-se na união de forças e, por isso, são mais resistentes às crises

DIFERENCIAL

“A intercooperação é uma das chaves do movimento cooperativo, porque permite gerar laços de união, força e resistência para superar os momentos de crise. São características importantes para manter o futuro das cooperativas e Mondragon (complexo cooperativista no País Basco) foi um exemplo claro disso.”

“O Estado democrático prega trabalho e remuneração justos, defesa do meio ambiente, segurança alimentar, educação, saúde, habitação e segurança. São todos temas que o cooperativismo também defende. Portanto, as cooperativas são únicas, oferecendo à comunidade todo tipo de atenção que o governo, não pode oferecer.”

“O cooperativismo defende um mundo mais justo, que seja plural e ofereça oportunidades a todos de participação econômica e inclusão social. É nesse modelo de negócio que acreditamos: um movimento diferenciado, que beneficia mais de 13 milhões de brasileiros e gera 400 mil empregos.”

“O cooperativismo é um modelo de negócio que não visa somente o capital, mas, sim, as pessoas. Além de gerar renda, o cooperativismo promove o desenvolvimento local, pois a riqueza gerada fica na comunidade. O Índice de Desenvolvimento Humano é maior em regiões onde o cooperativismo tem atuação.”

“As cooperativas são, via de regra, mais resilientes que as empresas mercantis, porque agregam pessoas que atuam num mesmo propósito. Quando as dificuldades aparecem, todos se mobilizam no mesmo enfrentamento e se apoiam para superá-las.”

“Para que o cooperativismo produza grandes frutos e atinja seus objetivos, precisa haver lideranças comprometidas com a responsabilidade coletiva e cooperados atuantes e envolvidos integralmente com a cooperativa. Isso gera transparência, confiança mútua, realização de bons negócios, desenvolvimento da cooperativa e bem-estar dos cooperados.”

MIKeL LeZAMISDiretor de Disseminação Cooperativa do Grupo Mondragon (espanha)

rObertO rODrIGueSembaixador especial da FAO para o cooperativismo e coordenador do Centro de Agronegócios da FGV

MÁrCIO LOPeSPresidente do SistemaOCb Nacional

CeLSO rAMOSPresidente do SistemaOCb/MS e da Fecoop CO-tO

JOAQuIM GuILHerMePresidente do Sistema OCb/SeSCOOP-GO

ANtÔNIO CHAVAGLIAPresidente da Comigo - Cooperativa Agroindustrial dos Produtores rurais do Sudoeste Goiano

A tuação coletiva e inclusão social são as grandes características que fazem do cooperativismo um modelo de negócio diferenciado. Diante de um

mercado global competitivo, as cooperativas concorrem na mesma linha de frente em que as demais empresas. Precisam ser profissionais, inovadoras, ter preço compatível e qualidade nos produtos e serviços. Mas é na forma de execução do empreendimento, que prioriza as pessoas e o grupo, que as fazem se destacar das demais e as tornam mais sólidas, na prática.

Em países ou sociedades em que desajustes político-econômicos devastam empregos e em-presas, as cooperativas conseguem se destacar por serem mais resistentes às adversidades. “As cooperativas são, via de regra, mais resilientes que as empresas mercantis, porque agregam pes-soas que atuam num mesmo propósito. Quando

as dificuldades aparecem, todos se mobilizam no mesmo enfrentamento e se apoiam para superá-las”, afirma o presidente do Sistema OCB/SES-COOP-GO, Joaquim Guilherme Barbosa de Souza.

O cooperativista e estudioso Mikel Lezamiz, vai além. Diretor de Disseminação Cooperativa do Grupo Mondragon, um dos principais grupos empresariais espanhóis, referência mundial de trabalho cooperativo, ele viu de perto o estrago que a crise econômica mundial iniciada em 2008 provocou na Espanha, quando 25 mil empresas foram fechadas em um ano. Em contrapartida, apenas uma cooperativa teve de encerrar as ati-vidades nesse período.

Mesmo assim, quase não houve dispensa, já que os trabalhadores da extinta cooperativa fo-ram absorvidos pelas demais, que compunham Mondragon. “A intercooperação é uma das cha-ves do cooperativismo, porque permite gerar la-

ços de união, força e resistência para superar os momentos de crise”, ressaltou o Lezamis, quando esteve na Casa do Cooperativismo Goiano.

Não por acaso, o líder cooperativista Roberto Rodrigues, atual embaixador especial da Orga-nização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) para o cooperativismo mundial e coordenador do Centro de Agronegócios da Fundação Getúlio Vargas, acredita que o coope-rativismo possua um potencial para ser um mo-vimento de liderança econômica e política.

“O Estado democrático prega trabalho e re-muneração justos, defesa do meio ambiente, se-gurança alimentar, educação, saúde, habitação e segurança. São todos temas que o cooperativis-mo também defende. Portanto, as cooperativas são únicas, oferecendo à comunidade todo tipo de atenção que o governo, ou seja lá quem for, não pode oferecer.”

O MODELO, SEGuNDO LIDERANÇAS DO SETOR

OCb-GO - 60 ANOSCOOPerAr FAZ PArte DO NOSSO DNA 11

PrOJetO De MArKetINGDOMINGO, 2 De OutubrO De 2016

Este é um domingo para marcar a história do cooperativismo goiano. O Sindicato e Or-ganização das Cooperativas Brasileiras no Estado de Goiás (OCB-GO) completa hoje,

2 de outubro, 60 anos de fundação, colecionando, em seu álbum de memórias, uma série de realiza-ções que influenciaram diretamente o crescimento e o fortalecimento do setor. A entida-de chega ao seu jubileu de diamante, com disposição para inovar e encam-par projetos ousados, como a cons-trução de um prédio comercial de 11 pavimentos, no Jardim Goiás, onde também será instalada a nova Casa do Cooperativismo Goiano, em 2017.

A obra terá 5,8 mil metros qua-drados de construção, num espaço que vai abrigar salas comerciais, cuja renda vai reforçar, futura-mente, a receita da OCB-GO para reinvestimento em serviços às próprias cooperativas. Na sua traje-tória, a instituição foi pioneira em diversas frentes de trabalho, como na elaboração do primeiro pro-

jeto consolidado para formação profissional coo-perativista do País, ainda na década de 70. Tam-bém deu início ao debate sobre a autogestão do sistema e, mais recentemente, lançou o Censo do Cooperativismo, que serviu de modelo para outras organizações, inclusive a nacional.

Além disso, no seu compromisso de repre-sentar, defender e promover o desenvolvimento de suas cooperativas, a instituição alcançou re-sultados expressivos ao longo de sua existência. Atualmente, possui 243 cooperativas registra-das, que hoje demandam mais de 500 atendi-

mentos por ano da OCB-GO. Elas reúnem, em todo o Estado, cerca de 158 mil cooperados e mais de 10 mil empregados.

História Fundada em 1956 - apenas sete

anos após o registro da primeira cooperativa goiana -, a entidade

ganhou o nome de União das Cooperativas do Estado de Goiás (UCEG) e surgiu como resultado da mobilização de empreendedores, produtores rurais, juristas, professores, bancários e políticos. Naquele ano, o Estado já tinha cerca de 50 socie-dades cooperativistas.

Em seis décadas, a entidade mudou de nome algumas vezes. Em 1970, por alteração estatutá-ria, passou a ser Organização das Cooperativas do Estado de Goiás (OCEG), cuja sigla foi modificada para OCG, em 1973. Em 1993, adquiriu caráter sin-dical e passou a ser denominada Sindicato e Orga-nização das Cooperativas do Estado de Goiás (com a mesma sigla, OCG). Por fim, em 2002, foi alte-rada a razão social para o atual nome da OCB-GO.

As histórias do cooperativismo, da instituição e do desenvolvimento econômico do Estado se misturam ao longo das seis décadas de atuação da OCB-GO. “Mesmo em um período em que o Estado não era visto por outras empresas, pelo País, nós tivemos pessoas que acreditaram nas potencialidades do Estado e começaram a cons-truir suas cooperativas aqui mesmo, em diversas áreas, desde a eletrificação rural até a produção de óleo de soja. O início, em vários ramos de ati-vidades econômica, foi marcado pelo coopera-tivismo”, afirma o presidente do Sistema OCB/SESCOOP-GO, Joaquim Guilherme Barbosa de Souza. O Sistema engloba a OCB-GO, na linha de representação institucional, política e sindical das cooperativas, e o SESCOOP/GO, que é o braço educacional do cooperativismo, atuando na for-mação e capacitação do seu público.

História de conquistas e pioneirismo marca

60 anos da OCB-GOJUBILEU

Expoentes de Goiás passaram pela entidadeO primeiro presidente da instituição representan-te do cooperativismo em Goiás, na época ainda UCEG, foi o economista José de Assis Moraes, que já tinha sido prefeito de Rio Verde, deputado es-tadual e que presidia a Cooperativa Rural de Goi-ânia. Ele foi assistido por ninguém menos do que Jaime Câmara, um dos maiores empreendedores de Goiás, fundador do Grupo Jaime Câmara (GJC), complexo de comunicação que abrange, dentre outros veículos, os jornais O Popular e Daqui, a TV Anhanguera e a rádio CBN Goiânia. Considerado um visionário de sua época, Câmara assumiu o cargo de segundo vice-presidente. Ele presidia a

Cooperativa de Consumo dos Servidores da Se-cretaria de Viação e Obras Públicas, foi secretário de Viação e Obras Públicas, deputado federal e prefeito de Paracatu (MG), Anápolis e Goiânia.

Com 243 cooperativas registradas, entidade foi decisiva no crescimento do movimento no Estado

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PrOJetO De MArKetINGDOMINGO, 2 De OutubrO De 2016

ATENDIMENTO àS COOPERATIVAS

representação e defesa política e econômica

representação e defesa sindical

Constituição, registro e filiação

Fomento e Desenvolvimento

Consultoria Jurídica

Consultoria Contábil

Monitoramento e Autogestão

Desenvolvimento Humano

Apoio Logístico

biblioteca

espaço multimídia para cursos e eventos

Saiba quais os serviços prestados pela OCB-GO

LINHA DO TEMPO02/10/1956

Sob o comando do empreendedor e visionário Jaime Câmara, um grupo de integrantes da alta sociedade goiana funda a União das Cooperativas do Estado de Goiás (UCEG). A entidade é constituída para atuar como um órgão de classe, na defesa e propagação do verdadeiro cooperativismo. Presidente da Cooperativa Rural de Goiânia, José de Assis Moraes é eleito o primeiro presidente da UCEG.

23/10/1970A UCEG muda de nome e estatuto, passando a se chamar Organização das Cooperativas do Estado de Goiás (OCEG), filiada à recém-criada OCB.

26/02/1973Tendo como base o estatuto social da Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo (Ocesp) e a nova Política Nacional de Cooperativismo, o estatuto da OCEG é reformado e a sigla abreviada para OCG.

30/03/1983Graças a um empréstimo do Banco Nacional de Crédito Cooperativo, em condições especiais, a OCG adquire seu primeiro imóvel, na Rua 3, nº 37, Centro. Foi a primeira sede própria da entidade.

25/04/1985É lançado o primeiro Banco de Dados do Cooperativismo Goiano. Desse projeto nasceu o Censo do Cooperativismo Goiano

25/08/1988Inauguração da nova sede própria da OCG na Avenida Jamel Cecílio, no Jardim Goiás.

20/10/1993OCG obtém as características e prerrogativas sindicais. Foi a primeira entidade do sistema cooperativista nacional a transformar-se em sindicato.

10/04/2002A Organização das Cooperativas do Estado de Goiás (OCG) reforma o estatuto e passa a se chamar Sindicato e Organização das Cooperativas Brasileiras no Estado de Goiás (OCB-GO).

20/10/1993OCG obtém as características e prerrogativas sindicais. Foi a primeira entidade do sistema cooperativista nacional a transformar-se em sindicato.

29/04/2011Inaugurado novo prédio do Sistema OCB/SESCOOP-GO na Avenida H, Jardim Goiás

10/12/2014Começa demolição do prédio antigo da OCB-GO na Avenida Jamel Cecílio. Local abrigará um novo prédio, de 11 pavimentos.

05/05/2015Entidade é certificado com o ISO 9001 de qualidade

2 /10/ 2016Para celebrar os 60 anos da entidade, a OCB-GO lanca o projeto: “60 Ações Para Fortalecer o Cooperativismo Goiano”

Fotos: Cristiano Borges

OCb-GO - 60 ANOSCOOPerAr FAZ PArte DO NOSSO DNA 13

PrOJetO De MArKetINGDOMINGO, 2 De OutubrO De 2016

Acervo OCB-GO

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Capilaridade do modelo de negócio é um dos pontos fortes do cooperativismo, presente em mais de 190

municípios goianos.

PRESENÇA COOPERATIVISTA

NO ESTADO DE GOIÁS

Fonte: Censo do Cooperativismo Goiano 2016

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PrOJetO De MArKetINGDOMINGO, 2 De OutubrO De 2016

SAIBA MAIS SOBRE COOPERATIVISMO

EMPRESA COOPERATIVA

Sociedade simples, regida por legislação específica;

Número de associados limitado à capacidade de prestação de serviços;

Controle democrático: cada pessoa corresponde a um voto;

Objetiva a prestação de serviços;

Quorum de uma assembleia é baseado no número de associados;

Não é permitida a transferência de quotas-parte a terceiros;

retorno dos resultados é proporcional ao valor das operações

Sociedade de capital - ações;

Número limitado de sócios;

Cada ação – um voto;

Objetiva o lucro;

Quorum de uma assembleia é baseado no capital;

É permitida a transferência e a venda de ações a terceiros;

Dividendo é proporcional ao valor de total das ações.

entenda as diferenças entre os empreendimentos cooperativos e as empresas mercantis

Negócios realizados em diversas atividadesDos 13 ramos do cooperativismo existentes no País, 11 deles estão presentes em Goiás

ABRANGêNCIA

No Brasil existem cooperativas em 13 setores da economia. Todas elas são representadas pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) nacio-

nalmente e pelas organizações estaduais, como a OCB-GO, nas unidades da federação. Para melhor cumprir esta função de entidade representativa do cooperativismo brasileiro, a OCB estabeleceu os ramos do cooperativismo baseados nas dife-rentes áreas em que o movimento atua. As atuais denominações dos ramos foram aprovadas pelo Conselho Diretor da OCB, em 1993. A divisão também facilita a organização vertical das coope-rativas em confederações, federações e centrais.

Dos 13 ramos do cooperativismo existentes no País, 11 deles estão presentes em Goiás. De acordo com números do Censo do Cooperativismo Goia-no, levantamen- to realizado a n u a l m e n t e pelo Sistema OCB/SESCOOP-GO, a maioria das cooperativas goianas é do ramo agropecuário - o equivalente a 34,16% do total. Em segundo lu-gar, está o ramo transpor-te, com 53 cooperativas (21,81%). Juntos, eles representam 55,97% das sociedades cooperativas com registro na OCB-GO.

Na sequência, estão os ramos crédito, com 38 cooperativas (15,64%); saúde, com 30 (12,35%); trabalho, com 15 (6,17%); educacional, com dez cooperativas (4,12%); habitacional e produção, com cinco cada (2,06%); consumo, com duas (0,82%); e infraestrutura e mineral, com uma coo-perativa registrada em cada ramo (0,41%). Em Goi-ás, não existem cooperativas nos ramos especial ou turismo e lazer registradas na OCB-GO.

EMPRESA MERCANTIL

Fonte: OCB Nacional

X

A força que vem da cooperação

O ramo do agronegócio é composto pe-las cooperativas de produtores rurais, agropastoris e de pesca. O leque de atividades econômicas abrangidas por

esse ramo é enorme e sua participação no Produ-to Interno Bruto (PIB) em quase todos os países é significativa. No Brasil, é um dos ramos com maior número de cooperativas e cooperados. Es-sas cooperativas geralmente cuidam de toda a cadeia produtiva, desde o preparo da terra, cria-ção dos animais, a industrialização, comerciali-zação dos produtos e algumas até investem em pesquisa e desenvolvimento de tecnologia.

Em Goiás não é diferente. No ramo agrope-

De acordo com José Lourenço de Castro Filho, presidente da Cooperativa Agropecuária Mista de Piracanjuba (Coapil), se hoje Goiás se destaca como uma força no agronegócio, as cooperativas têm responsabilidade direta. Segundo ele, as co-operativas são responsáveis também por manter pequenos produtores ainda no negócio rural.

“Na nossa cooperativa, qualquer um que chegue aqui, independe se é grande ou pequeno produtor, tem assistência veterinária, zootecnista ou agrônomo que o orienta. Ele tem ainda pales-tras sobre mercado, sobre planejamento finan-ceiro, por exemplo. Coisa que dificilmente teria se estivesse sozinho”, aponta.

José Lourenço explica que aos poucos, quando há o fortalecimento da cooperativa do ramo agropecuário, os produtores co-meçam a sentir orgulho do próprio negócio. “Eles sentem que fazem parte mesmo de algo grande, chegam à cooperativa de cabeça er-guida”, comenta.

COOPERATIvAS AGROPECUáRIAS

Empreendimentos que estão no campo contribuem diretamente para a grandeza do agronegócio goiano

Onde o pequeno se fortalece

cuário, o capital social e o patrimônio líquido das cooperativas goianas vêm mantendo cons-tante crescimento nos últimos anos. O capital social aumentou de 793,6 milhões de reais, em

2013, para 947,3 milhões de reais, em 2015, um crescimento de 19,37%. O patrimônio líquido, quando comparado a 2013, subiu para mais de 1,57 bilhão de reais em 2015, um aumento de 5,56% em relação a 2013. Os números são do Censo do Cooperativismo Goiano.

Outro dado que chama a atenção, na com-posição do patrimônio líquido das cooperativas agropecuárias, houve um crescimento constante do capital social durante os últimos três anos. O Fundo de Desenvolvimento apresentou o maior salto, de 3 milhões de reais, em 2013, para 29,8 milhões de reais, em 2015, cerca de 1.000% de aumento.

O cooperativismo agropecuário gera cada vez mais rendas ao Estado. O total de impostos e taxas geradas e recolhidas pelas cooperativas agropecuárias goianas teve um significativo au-mento de 9% de 2014 para 2015, saltando de quase 107 milhões de reais (2014) para quase 117 milhões de reais (2015).

NúMEROS

Cooperativas em Goiás

Total de cooperados

Patrimônio líquido em 2015

34.303

R$1,57 bi

83 Font

e: C

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do

Coop

erat

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o Go

iano

2016

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Cada vez maior

O percentual da população brasileira a fazer parte de uma cooperativa de crédito aumentou 27%, desde 2012, segundo dados do Banco Central do

Brasil. E a tendência é esse número crescer ain-da mais. Com melhores condições que as insti-tuições bancárias tradicionais, as cooperativas do ramo crédito promovem a poupança e o financiamento, entre outros serviços aos seus cooperados.

Em Goiás, a tendência de crescimento é a mesma. Segundo números do Censo do Coo-perativismo Goiano, em 2015, o ramo crédito possuía a maior quantidade de cooperados, 102.717 (65,04%), o que representa um cres-cimento de 8,09% em relação ao ano anterior.

No Brasil, o ramo crédito já estava bem es-truturado desde o início do século 20, mas foi desarticulado e desmantelado pelo Banco Cen-tral nos anos de 1960 e 1970. Mas, na década de 1980, começou a reagir e nos anos 90 con-seguiu avanços que formaram a base de cresci-mento que se vê hoje.

O presidente do Sicoob Agrorural (GO), La-jose Alves Godinho, uma das lideranças nacio-nais do cooperativismo, é testemunha partici-

No Brasil, mesmo com a crise, as cooperati-vas de crédito crescem a um ritmo acelerado. Na média, 20% ao ano – acima dos 16% que foram registrados pelos grandes bancos ou dos 11% de avanço dos bancos médios.

São nos momentos de crise que as coopera-

tivas mais crescem. Isso acontece porque o cré-dito se torna mais escasso nos bancos e também porque nas cooperativas o atendimento é de maior confiança entre as partes.

É possível constatar, em números, a vanta-gem que o modelo cooperativista tem sobre os

demais negócios. Na contramão do cenário na-cional, em que houve retração de empresas, ati-vidades, empregos e, consequentemente, do PIB, as cooperativas conseguiram se sobressair, por-que operam juntando forças de seus integrantes para um mesmo objetivo.

COOPERATIvAS DE CRéDITO

Ano após ano, mais brasileiros confiam sua renda e fazem financiamentos pelo cooperativismo financeiro

Números confirmam resiliência do setor

pativa de todo o ressurgimento do ramo crédito. “Em 1992 eu representava todas as Centrais do País e tínhamos muitos desafios. A primeira luta foi criar uma Frente Parlamentar Cooperativista de Crédito”, recorda. “Começamos com 45 par-lamentares e fomos para 183, entre senadores e deputados federais. Isso deu um uma impulsão muito grande”, completa.

Lajose afirma que a participação do coope-rativismo de crédito no sistema financeiro em 1992 era de apenas 0,2%. “Nós não podíamos ter bancos cooperativos, o Banco Central não permitia, fizemos três reuniões com o então presidente Fernando Henrique Cardoso para que isso acontecesse, em 1996”, conta.

O cooperativista acredita que hoje o sistema cooperativo de crédito está com bases sólidas, pronto para crescer ainda mais. “Hoje temos o Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito (FGCoop), isso nos fortaleceu muito. Hoje temos um rumo, uma direção”, opina.

E o futuro do cooperativismo de crédito? Para Lajose será preciso investir em qualidade de aten-dimento e tecnologia. Ele também defende que as cooperativas de crédito devem realizar fusões e incorporações para ficarem mais fortes.

“Enquanto o juro estiver alto é fácil ganhar dinheiro. Mas quando a Taxa de Juros Selic cair para 5%, será preciso ter qualidade de serviços para crescer mais. Além disso, tem que ter esca-la, somar com outras cooperativas e fazer inves-timentos em tecnologia”, argumenta.

Ainda sobre o futuro, Lajose crê que o de-senvolvimento das cooperativas de crédito vai depender dos próprios cooperados. “Uma coo-perativa de crédito é do tamanho da cabeça dos seus dirigentes”, diz.

Depois de 30 anos de experiência no coope-rativismo, Lajose acredita que os desafios para o modelo sempre vão existir. “O cooperativismo é uma caminhada sem fim, você está sempre pro-movendo crescimento, desenvolvimento, é um desafio constante, uma obra inacabada, e sem-pre será”, encerra.

NúMEROS

Cooperativas em Goiás

Total de cooperados102.717

R$1,7 bi

38 Font

e: C

enso

do

Coop

erat

ivism

o Go

iano

2016

Patrimônio líquido em 2015

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PrOJetO De MArKetINGDOMINGO, 2 De OutubrO De 2016

Modelo é referência mundial

Uma iniciativa que surgiu em São Paulo no final dos anos 60, quando foi criada a pri-meira cooperativa de trabalho médico do País, semeou uma ideia que ao longo das

últimas décadas se espalhou por todo território nacio-nal. As cooperativas médicas existiam há três décadas, mas pela sua especificidade, número e importância, o Sistema OCB resolveu criar um ramo específico, em 1996. O ramo saúde reúne profissionais como mé-dicos, dentistas, psicólogos e outros profissionais. É interessante ressaltar que esse ramo surgiu no Brasil e está se expandindo para outros países. Também se

COOPERATIvAS DE SAúDE

Sociedades médicassurgiram no Brasil no final dos anos 60 e hoje fazem parte da vida de diversos brasileiros NúMEROS

NúMEROS

Cooperativas em Goiás

Cooperativas em Goiás

Total de cooperados

Total de cooperados

7.793

4.401

R$211 milhões

30

53

Font

e: C

enso

do

Coop

erat

ivism

o Go

iano

2016

Font

e: C

enso

do

Coop

erat

ivism

o Go

iano

2016

Em Goiânia, possivelmente a pizza, sanduíche ou a medicação que você solicita por telefone será entregue por uma cooperativa. Ou ain-da, o taxi que chama para uma viagem será

conduzido por um cooperativista. Estes são exem-plos de cooperativas do ramo transporte. Elas atuam na prestação de serviços de transporte de cargas e passageiros, em várias modalidades: táxi, moto táxi, coletivo de passageiros, com vans, ônibus, transporte escolar e também de cargas.

O ramo transporte foi criado pela OCB em 2002. Até essa data essas cooperativas pertenciam ao ramo trabalho, mas pela necessidade urgente de re-solver problemas específicos dessa categoria profis-sional, suas principais lideranças se reuniram na OCB e reivindicaram a criação de um ramo próprio.

Um exemplo do ramo transporte é a Cooperativa dos Condutores de Motocicletas do Estado de Goiás (Coopmego). Ela existe há 15 anos e hoje conta com

Atuam em várias modalidades: táxi, mototáxi, coletivo de passageiros, transporte escolar e de cargas

COOPERATIvAS DE TRANSPORTE

Elas estão por todos os lados

expandiu para outras áreas, como a de crédito e de se-guros. Ultimamente os usuários de serviços de saúde também estão se reunindo em cooperativas.

A Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas de Goiás (Coopanest-GO), criada em 1974, é uma das mais antigas do ramo em todo o País. Serviu e ainda serve de modelo para a criação de cooperativas de outras especialidades médicas, de acordo com Wag-ner Ricardo Soares de Sá.

“O cooperativismo para nossa especialidade é natural. Sempre atuamos em grupo e por isso fomos pioneiros nesse movimento, servindo de modelo para centenas de cooperativas por todo o Brasil”, opina.

A Coopanest-GO conta hoje com 470 coopera-dos e hoje atua tanto na assistência global quanto no Sistema único de Saúde (SUS). “Acredito que somos parceiros da população na prestação do nosso serviço”, define.

365 cooperados que encontraram na união de seu trabalho uma maneira de crescer e de se manter no mercado. À noite, a cooperativa atua principalmente na entrega de alimentação, sanduíches, pizzas. Du-rante o dia, faz o transporte de mercadorias para au-topeças e drogarias, entre outros.

Rubens Dias dos Santos é presidente da Co-opmego e conta que mesmo em tempos de cri-se, a cooperativa consegue manter-se firme no mercado porque tem a capacidade de atender às necessidades e o perfil de cada cliente. Esse crescimento é confirmado pelos dados do Censo do Cooperativismo Goiano, realizado pelo Siste-ma OCB/SESCOOP-GO. De acordo com números dos ingressos totais (receitas operacionais + financeiras), o ramo transporte em Goiás apresentou um crescimen-to de 21,58% em 2015, em comparação com 2013, com valores superiores a 124 milhões de reais. Já o patrimônio líquido avançou, neste período, passando de 5,7 milhões de reais para 33,1 milhões, um cresci-mento de 480,70%. Ou seja, mesmo com a turbulência do cenário econômico e político nacional nos últimos anos, há um crescimento sustentável das cooperativas goianas do ramo transporte.

A resposta do mercado para a atuação da Co-opmego tem sido boa, segundo Rubens, presidente da cooperativa. Um vínculo de confiança foi estabe-lecido com clientes e também o público trabalhado. “Além de todos os cooperados trabalharem devida-mente uniformizados, o que também é positivo para nossa imagem é justamente o fato de sermos uma cooperativa”, aponta.

Patrimônio líquido em 2015

R$33,1 milhõesPatrimônio líquido em 2015

OCb-GO - 60 ANOSCOOPerAr FAZ PArte DO NOSSO DNA20

PrOJetO De MArKetINGDOMINGO, 2 De OutubrO De 2016

União é alternativa ao desemprego

EEm 2014 um grupo de quatro radiolo-gistas cogitou abrir uma empresa para atender a demanda de um hospital de Goiânia. Mas eles decidiram que havia

um modelo de negócio mais interessante do que a empresa, uma cooperativa. Sendo assim, em 2014, eles fundaram a Cooperativa de Tra-balho dos Profissionais das Técnicas Radiológi-cas do Estado de Goiás (Cootreg).

“Sabíamos que havia uma cooperativa nos mesmos moldes em Curitiba e que vinha dan-do certo”, conta Douglas Augusto Ribeiro, vice-presidente da Cootreg. O próximo desafio era

juntar um grupo maior do que quatro profis-sionais e aí sim montar a cooperativa.

Depois de prestar o serviço para aquele pri-meiro cliente, a Cootreg conseguiu novos contra-tos e hoje funciona a todo vapor. “Ainda estamos no início, temos muitos desafios, mas muito po-tencial para crescer”, comenta Douglas.

A Cootreg é um exemplo de cooperativa do ramo trabalho, elas são aquelas que se dedi-cam à organização e administração dos inte-resses de uma atividade profissional. Prestam serviços não identificados com outros ramos já reconhecidos.

O ramo trabalho é um dos que mais tem potencial para crescer em número de coopera-tivas e cooperados. Ele abrange todas as cate-gorias profissionais, menos as de professores, de saúde e de Turismo e Lazer, organizadas em

ramos específicos. A tendência de crescimento é justificada também pelo aumento do desem-prego, nesse cenário, os trabalhadores não têm alternativa senão partir para o trabalho clan-destino ou então se organizar em empreendi-mentos cooperativos.

A Cootreg é uma cooperativa aberta, ou seja, que aceita a associação de novos cooperados. “Ter um número grande de profissionais é positivo porque podemos atender a uma demanda maior”, explica Douglas, vice-presidente.

Além disso, na cooperativa de trabalho to-dos são sócios, donos do negócio, o que ga-rante uma dedicação extra, segundo Douglas. “Muitos demoram a entender isso, ainda pen-sam que são funcionários, mas depois que in-corporam o pensamento cooperativista fica bem melhor”, comenta.

COOPERATIvAS DE TRABALHO

Maioria das categoriasprofissionais pode optar poresse modelo de negócio

Além de Agropecuário, Transporte, Saúde, Trabalho e Crédito, Goiás possui cooperativas em mais quatro ramos. * ConsumoSão cooperativas dedicadas à compra de artigos de consumo para seus cooperados. A primeira cooperativa do mundo era desse ramo e surgiu em Rochdale, na Inglaterra, no ano de 1844. Também no Brasil esse é o ramo mais antigo, cujo primeiro registro é de 1889, em Minas Gerais, com o nome de Sociedade Cooperativa Econômica dos Funcionários Públicos de Ouro Preto. Durante muitas décadas, esse ramo ficou muito limitado a funcionários de empresas, operando a prazo, com desconto na folha de pagamento. No período altamente inflacionário, essas cooperativas perderam mercado para as grandes redes de supermercados, mas atualmente estão se rearticulando como cooperativas abertas a qualquer consumidor. À medida que passam a oferecer produtos mais confiáveis ao consumidor, principalmente alimentos sem agrotóxicos, diretamente de produtores também organizados em cooperativas, esse ramo tem perspectivas de crescimento.

EducacionalCooperativas de profissionais em educação, de alunos, de pais de alunos, de empreendedores educacionais e de atividades afins. Este ramo é composto por cooperativas de professores, que se organizam como profissionais autônomos para prestarem serviços educacionais; por cooperativas de alunos de escola agrícola que, além de contribuírem para o sustento da própria escola, às vezes produzem excedentes para o mercado, mas tem como objetivo principal a formação cooperativista dos seus membros; por cooperativas de pais de alunos, que têm por objetivo propiciar melhor educação aos filhos, administrando uma escola e contratando professores, e por cooperativas de atividades afins.

HabitacionalCooperativas com o objetivo de atender a demanda de seu quadro social em relação à moradia, atuando na construção, manutenção e administração de conjuntos habitacionais. As cooperativas deste ramo viabilizam a compra ou construção da casa própria por um custo menor e dentro das possibilidades dos cooperados. Este ramo esteve muito tempo vinculado ao Banco Nacional da Habitação (BNH) e ao INOCOOP - Instituto Nacional de Orientação às Cooperativas. Mas, com a extinção do BNH e a enorme demanda por habitação, esse ramo se rearticulou e partiu para o autofinanciamento, com excelentes resultados.

ProduçãoEste é um ramo formado pelas cooperativas dedicadas à produção de bens e mercadorias. Nesse ramo, os cooperados organizam a produção dos bens e participam de todo o processo administrativo, técnico e operacional da cooperativa. Para os empregados, cuja empresa entra em falência, a cooperativa de produção geralmente é a única alternativa para manter os postos de trabalho. Em outros países, esse ramo está bem desenvolvido, como na Espanha (Mondragon). No Brasil, com a crise econômica e financeira, em grande parte resultante da globalização devastadora, muitas empresas não conseguem sobreviver. Cada vez mais os empregados estão descobrindo as vantagens de constituir o próprio negócio, deixando se ser assalariados para tornar-se donos do seu próprio empreendimento, a cooperativa.

Outros ramos do cooperativismo

OCb-GO - 60 ANOSCOOPerAr FAZ PArte DO NOSSO DNA22

PrOJetO De MArKetINGDOMINGO, 2 De OutubrO De 2016

* Goiás possui também cooperativas dos ramos mineral e infra-estrutura, no entanto, estão inativas no momento.