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boletim informativo #72 JULHO/AGOSTO 2009 ACIDI, I.P. ACIDI JUNTO DAS COMUNIDADES CONHECER A BEIRA INTERIOR BOLSA DE FORMADORES INFORMAR E INTEGRAR ABDOOL VAKIL PROMOVER O DIÁLOGO

CONHECER A BEIRA INTERIOR INFORMAR E INTEGRARacidi.gov.pt.s3.amazonaws.com/docs/Publicacoes/BI/BI_72.pdf · humor da actriz infiltrada, Natasha Marjanovic, a lembrar que o Fórum

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boletim informativo #72JUlHO/AgOstO 2009

ACIDI, I.P.

ACIDI JUNtO DAs COMUNIDADEs

CONHECER A BEIRA INTERIOR BOlsA DE FORMADOREs

INFORMAR E INTEGRAR ABDOOl VAKIl

PROMOVER O DIÁLOGO

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BI.JULHO/AGOSTO.09#72 2

# EDItORIAl

Rosário Farmhouse

Alta Comissária para a Imigração e Diálogo Intercultural

Durante os dias 13, 14 e 15 de Julho o ACIDI esteve junto das comunidades na Beira Interior. Sempre com o lema da proximidade: “encurtar distâncias para conhecer e respon-der melhor”, foi possível aprofundar o contacto com os in-terlocutores privilegiados no acolhimento e integração dos imigrantes e das comunidades ciganas em Castelo Branco, Fundão, Covilhã, Guarda e Figueira de Castelo Rodrigo. O contacto directo com os CLAII (Centros Locais de Apoio à Integração dos Imigrantes) e com os Projectos Escolhas permitiu, também, demonstrar o reconhecimento que o ACIDI tem pelo excelente trabalho que desenvolve para a integração e o diálogo intercultural das comunidades imi-grantes e das comunidades ciganas.O contributo que estes cidadãos têm dado para o cresci-mento da região é reconhecido por todos e, por isso, a sua integração tem sido mais fácil do que nos grandes centros urbanos do litoral. A 3ª Geração do Programa Escolhas está quase a chegar ao fim. Para terminar com chave de ouro foi realizado, no iní-cio de Julho, o Fórum Escolhas: és tu que as fazes - no mag-nífico espaço LX Factory, em Lisboa. Neste original Fórum foi lançado aos jovens e aos Projectos o desafio de se envol-verem activamente na organização do evento, na partilha e no debate sobre o impacto do Programa nas suas trajectó-rias de vida. Este Fórum, que teve cerca de 800 participan-tes, animou-se com workshops temáticos, grupos artísticos e a apresentação das experiências Escolhas mais inovado-ras, democraticamente seleccionadas através da votação no site de Internet do Fórum Escolhas. Contou com a presença do Ministro da Presidência, que anunciou a aposta no Pro-

grama Escolhas com um reforço do seu investimento na 4ª Geração 2010/2012. Terminou com uma surpresa e o bom humor da actriz infiltrada, Natasha Marjanovic, a lembrar que o Fórum se integrava no Ano Europeu da Criatividade e da Inovação. Ao longo dos últimos meses, o BI tem vindo a realizar uma série de entrevistas com os líderes das comunidades religio-sas em Portugal. Na entrevista deste número Abdool Vakil, Presidente da Comunidade Islâmica de Lisboa, lembra uma evidência tão frequentemente ignorada: Todas as grandes religiões nasceram no Oriente e foi daí que alcançaram ou-tros lugares do mundo. Como tal, defende, não existem reli-giões mais “europeias” do que outras, pois a espiritualidade não tem fronteiras. É precisamente para melhorar o conhecimento das várias religiões que o ACIDI tem trabalhado, reconhecendo o papel preponderante que têm para a construção da Paz.

Com o lema “encurtar distâncias para conhecer

melhor, o ACIDI marcou presença nos concelhos

de Castelo Branco, Fundão, Covilhã, guarda e

Figueira de Castelo Rodrigo.

Sempre mais próximos

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ProjeCto-PIloto

MedIAçãO InTercULTUrAL eM ServIçOS púBLIcOSNo dia 17 de Junho realizou-se no auditório do CNAI a ses-são de assinatura dos protocolos respeitantes ao “Projecto de Mediação Intercultural no Atendimento em Serviços Públicos”, entre o ACIDI e as entidades parceiras. Esta sessão, realizada ao final da tarde, foi precedida de diversas sessões de apresentação do projecto e de formação, que decorreram ao longo do dia. O “Projecto de Mediação Intercultural no Atendimento em Serviços Públicos” é um projecto-piloto desenvolvido no âmbito do Fundo Europeu para a Integração de Nacionais de Países Terceiros, coordenado pelo ACIDI. As entidades parcei-

ras deste projecto são dez associações de imigrantes e uma organização não governamental com experiência de trabalho no apoio à imigração, dos distritos de Lisboa (7), Setúbal (3) e Faro (1).Com este projecto, o ACIDI pretende integrar a gestão da diversidade cultural em serviços de atendimento da administração pública, afirmando o princípio da interculturalidade enquanto pilar de coesão social e contribuindo para a definição do perfil dos agentes de mediação. O projecto estrutura-se através da colocação de 28 agentes de mediação intercultural em 25 serviços públicos com acolhimento e atendimento a imigrantes. A selecção destes agentes, propostos pelas entidades parceiras depois de ouvidos os serviços públicos indicados para a sua colocação, é da responsabilidade do ACIDI, de acordo com o perfil previa-mente estabelecido para o efeito. Os serviços públicos envolvidos, identificados e contactados pelas entidades parceiras, são maioritariamente da área da saúde (13) e dos serviços municipais (7). Há ainda um serviço público de cada uma das seguintes áreas: polícia de segurança pública, segurança social, habitação, emprego e educação. A Universidade Autónoma de Madrid colabora na formação e acompanhamento do projecto, sendo a avaliação externa da responsabilidade da Universidade Católica Portuguesa.

BreveS

No dia 16 de Junho o ACIDI promoveu o lançamento do Concurso de Ideias de Negócios, junto da população imigrante, no Auditório da Escola Visconde Juromenha, Concelho de Sintra. Este lançamento decorre da constatação de que os desafios da economia no século XXI assentam numa base de estímulo dos diversos actores sociais e nas mais diversas áreas de intervenção, de forma a criar uma eco-nomia mais competitiva e apelativa. Segundo a Alta Comissária para a Imigração e Diálogo Intercultural, Rosário Farmhouse, a ideia é aproveitar a criatividade que os imigrantes têm para gerar não só auto-emprego, mas também, eventualmente, maior oferta de emprego para outros. Pretende-se apoiar os potenciais empreendedores na concretização

das suas ideias de negócios através de acções de formação em sala e sessões de apoio personalizado, onde poderão desen-volver a sua ideia, consolidando-a até à fase da concretização do negócio e através da facilitação de contactos com entida-des que possam contribuir para o sucesso do projecto. O Concurso de Ideias de Negócios tem como objectivos mobilizar, estimular e dinamizar os potenciais empreendedores. As ideias apresentadas poderão vir a ser premiadas, sendo que as que não o forem poderão, também, vir a beneficiar das acções de formação e de apoio personalizado, previsto no projecto.Estão previstas duas fases de análises das ideias de negócio. Numa primeira fase, serão escolhidos por um júri local as três melhores ideias recebidas por cada uma das entidades parceiras neste Projecto. Na segunda fase, um júri nacional irá ana-lisar as melhores ideias seleccionadas pelo júri local.

ConCurso De IDeIAs e negóCIos

eSTIMULAr O eMpreendedOrISMO IMIGrAnTe

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Conselho DA euroPA

Realizou-se no dia 9 de Julho, na Biblioteca Municipal Orlando Ribeiro, a apresentação da campanha do Conselho da Eu-ropa “Diga não à discriminação”, que contou com a presença da Alta Comissária para a Imigração e Diálogo Intercultural, Rosário Farmhouse, da produtora do Programa Nós, Kattia Hernandez, da actriz Cláudia Semedo e de Francisco Empis, em representação do secretariado da campanha. No contexto de uma diversidade cultural cada vez mais evidente, esta iniciativa procura agir face aos problemas de discri-minação que certos grupos da população enfrentam no seu quotidiano em diversos países europeus. Operada em parceria com os jornalistas e os media, a campanha apoia os princípios do Conselho da Europa em matéria de direitos humanos

fundamentais e a sua posição sobre a agenda do diálogo intercultural, exposta no Livro Branco sobre o Diálogo Intercultural, adoptado em Maio de 2008.Os media podem dar um contributo crucial para a sensibilização da opinião pública sobre o diálogo intercultural e a discriminação, assim como ajudar a fomentar o debate público para melhorar a compreensão mútua entre as dife-rentes comunidades. A campanha, que já foi lançada em cidades como Barce-lona, Paris, Madrid, Milão e Roma e irá continuar a decorrer durante todo o ano de 2009 através da Europa, vem assim apoiar os esforços desenvolvidos por este sector para desempenhar um papel construtivo num ambiente cada vez mais multicultural.A campanha concentrar-se-á essencialmente nos vários aspectos da discrimi-nação ligados às atitudes e preconceitos racistas, em particular os dirigidos às pessoas das comunidades judia, muçulmana, cigana e viajantes. Entre outros instrumentos, serão desenvolvidos spots publicitários para televisão e rádio, de difusão gratuita, um pacote de formação destinado aos jornalistas e um cen-tro de recursos on-line. Serão ainda produzidos diversos materiais impressos e audiovisuais sobre a diversidade cultural, a tolerância, o papel dos media e as normas do Conselho da Europa. Mais informações na Internet em: www.coe.int/antidiscrimination

cAMpAnHA “dIGA nãO à dIScrIMInAçãO”

pOrTArIA defIne cOndIçõeS excepcIOnAIS

BreveSMeIos De subsIstênCIA

No dia 16 de Julho de 2009 foi publicada uma portaria conjunta do Ministério da Administração Interna e do Ministério do trabalho e da solidariedade social que estabelece condições excepcionais relativamente aos meios de subsistência de que devem dispor os cidadãos estrangeiros para a entrada e permanência em território nacional, tendo em conta a crise económica que afecta também os imigrantes residentes em Portugal. A Portaria n.º 1563/2007, de 11 de Dezembro, fixou os meios de subsistência de que devem dispor os cidadãos estrangeiros para a entrada e permanência em território nacional. Publicada na sequência da entrada em vigor da Lei n.º 23/2007, de 4 de Julho, a portaria conjunta dos membros do Governo responsáveis pelas áreas da Administração Interna e do Trabalho e da Solidariedade Social delimitou o conceito de meios de subsistência, adoptando como referência a retribuição mínima mensal garantida. No entanto, a crise mundial que atinge também Portugal reflecte-se na situação dos imigrante que aqui residem, sujeitando-os a situações de instabilidade tempo-rária no emprego ou de desemprego. Tendo o governo considerado que não faria sentido que estas razões conjunturais determinassem, de forma quase auto-mática, a cessação da permanência dos trabalhadores afectados e das suas famílias em território nacional, foi publicada a Portaria n.º 760/2009, de 16 de Julho, que estabelece condições excepcionais para imigrantes em situação de desemprego involuntário.

DIGANÃO

À DISCRIMINAÇÃO Campanha do Conselho

da Europa

PRESIDÊNCIA DO CONSELHO DE MINISTROS

Linha SOS Imigrante: 808 257 257 / 218106191www.cicdr.pt

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A BMW Foundation realizou em Portugal, no início de Junho, o “Second European Leaders Forum”, que incluiu uma visita ao Centro Nacional de Apoio ao Imigrante em Lisboa (CNAI). Por ocasião desta visita, realizou-se ainda uma reunião no Auditório, onde o Chefe de Gabinete da Alta Comissária para a Imigração e Diálogo Intercultural e dois mediadores explicaram aos participantes toda a génese e o fun-cionamento do ACIDI e do CNAI, assim como a evolução das realidades da imigra-ção em Portugal ao longo dos anos recentes. Esta temática gerou o maior interesse e um debate prolongado, com inúmeras perguntas por parte dos visitantes. Conforme referiu por altura da visita Barbara Muller, representante da Fundação, um objectivo desta instituição é promover uma “liderança responsável” num contexto internacional, motivo pelo qual se procura reunir pessoas de diferentes

nacionalidades e formações, conforme sucedeu neste Fórum. Os responsáveis por esta iniciativa procuram assim desenvol-ver nos participantes esse conceito de liderança responsável, o que implica que cada líder procure não apenas desenvolver a sua própria carreira, mas também ter em consideração outros valores e contribuir para o bem comum. Foi por esse motivo, acrescentou, que a Fundação procurou trazer os participantes a um lugar como o CNAI, onde foi possível surpreendê-los com o bom trabalho que se faz em Portugal no que respeita ao acolhimento de imigrantes.

fórUM TrAz pArTIcIpAnTeS AO cnAIFunDAção bMW

BreveS

sIntrA

O Concelho de Sintra vai ter uma casa de acolhimento para doentes oriundos dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) que necessitem de cuidados continuados em Portugal. O protocolo “Casa Amiga” foi assinado no dia 25 de Junho entre o ACIDI, o muni-cípio de Sintra e a “Ser Alternativa - Associação de Apoio Social”, no âmbito do Programa de Apoio a Doentes Estrangeiros, com a presença da Alta Comissária para a Imigração e Diálogo Intercultural, Rosário Farmhouse, e de Fernando Seara, Presidente da Câmara de Sintra. A “Casa Amiga” deverá entrar em funcionamento no final de Julho e vai contar com nove camas para acolher doentes provenientes dos PALOP. O presidente da Câmara de Sintra referiu que este protocolo surge numa altura em que houve a consciência de que, num município com um grande número de imigrantes, muitos cidadãos destes países vi-

nham para ser tratados e não tinham mecanismos de apoio complementares nos cuidados continuados. O Programa de Apoio a Doentes Estrangeiros (PADE) é promovido pelo Instituto de Segurança Social e pelo ACIDI, com o objectivo de apoiar cidadãos (e seus acompanhantes) que necessitem de tratamento em Portugal. O PADE desenvolve-se ao abrigo dos acordos de cooperação que prevêem a possibilidade da permanência temporária de cidadãos provenientes de Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Moçambique, Angola e Guiné-Bissau em Portugal para a obtenção de cuidados de saúde, no âmbito do Serviço Nacional de Saúde.

CAsA DE ACOLHIMENTOpARA DOENtEs DOs pAlOp

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unIão euroPeIA

A União Europeia comprometeu-se no dia 8 de Junho a adoptar medidas para melhorar a integração social dos ciganos, face à crescente pressão e discriminação que estes sofrem devido ao aumento da actividade dos grupos xenó-fobos em alguns países membros. A população cigana, que constitui a minoria étnica mais importante da UE, vê-se ameaçada por um aumento do movimento extremista, como consequência da crise económica actual, segundo afirmou o ministro checo dos Direitos Humanos e Minorias, Michael Kocab, cujo país ocupa a presidência rotativa da UE. Kocab, no final do Conselho do Emprego e Assuntos Sociais que se realizou no Luxemburgo, advertiu que o colectivo cigano está submetido a uma pressão enorme e a uma crescente discri-minação. Em concreto, referiu-se à situação da República Checa, onde existem grupos que centram as suas actividades contra a população cigana, algo que também sucede em outros países europeus.Por isso, os 27 mostraram vontade de tomar medidas de alcance social para melhorar a integração dos ciganos, sendo esta a primeira vez que este tema é tratado num Conselho Europeu. Os ministros pediram à Comissão Europeia e aos Estados-membros que ponham em marcha as medidas necessárias para promover a plena integração dos ciga-nos, assim como políticas para defender a igualdade entre homens e mulheres e lutar contra as discriminações, a pobreza e a exclusão social. No texto de conclusões, destaca-se ainda a necessidade de garantir o acesso à educação, ao alojamento, à saúde, aos serviços sociais, à justiça, à cultura e ao desporto.

prOMOver A InTeGrAçãO dOS cIGAnOS

AssoCIAção nACIonAl De MunICíPIos Portugueses

refLexãO SOBre A HABITAçãO dOS cIGAnOS No dia 18 de Junho realizou-se, no auditório da Associação Nacional de Municípios Portugueses, um encontro de de-bate intitulado “População cigana em situação de precarie-dade habitacional - Discussão e avaliação das necessidades dos municípios na implementação do modelo integrado”. A sessão contou com a presença de Rosário Farmhouse, Alta Comissária para a Imigração e Diálogo Intercultural, Ana Vale, gestora do programa EQUAL e Jorge Gouveia Montei-ro, vereador do pelouro da Habitação da Câmara Municipal de Coimbra. Neste encontro Alexandra Castro, do Centro de Estudos Territoriais, apresentou os resultados do ques-tionário de avaliação das necessidades dos municípios na implementação do Modelo Integrado de Actuação com a População Cigana. Entre os intervenientes estiveram João Ferrão, secretário de Estado do Ordenamento do Território e das Cidades, Maria João Freitas, do Instituto de Habitação e da Reabilitação Ur-bana e Carlos Encarnação, presidente da Câmara Munici-pal de Coimbra. A sessão incluiu ainda comunicações sobre as experiências de alguns municípios.

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dAr A pALAvrA AOS JOvenS Nos dias 3 e 4 de Julho, o espaço LX Factory, em Lisboa, recebeu o “Fórum Escolhas: És tu que as fazes”. Estiveram presentes o Ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira, e a Coordenadora Nacional do Programa Escolhas, Rosário Farmhouse. No ano em que termina a 3ª Geração do Programa Escolhas, foi lançado aos jovens e aos Projectos o desafio de se envolverem na organização de um fórum alargado de partilha e debate sobre o impacto do programa nas suas trajectórias de vida. O Fórum Escolhas, que este ano contou com cerca de 800 participantes, teve assim um carácter formativo e informativo e pretendeu promover a participa-ção activa dos “jovens escolhas” na definição, concretização e organização das suas actividades. A iniciativa, integrada no programa oficial do Ano Europeu da Criatividade e Inovação, assentou na dinamização de um conjunto de conferências, workshops temáticos e actividades lúdico-pedagógicas, dinamizados pelos e para os jovens. Os temas dos workshops temáticos, dos grupos artísticos que actuaram, a decoração do espaço, os conteúdos do evento e a apresentação das experiências mais inovadoras foram decididas através da votação no site de Internet do Fórum Escolhas.Realizou-se ainda a apresentação de dois estudos elaborados no âmbito do Programa Escolhas, na área do empowerment e da gestão da diversidade, com actuações/animações realizadas por grupos artísticos que nasceram no âmbito dos projectos Escolhas, e com a distinção das dez práticas mais inovadoras em termos de integração social de crianças e jovens no âmbito dos projectos esco-lhas. Em simultâneo, decorreu o encerramento do plano de formação contínua dos 120 técnicos que localmente desenvolvem os projectos.

Revista escolhas

Uma edição especial

A 12ª edição da Revista Escolhas foi especial-mente dedicada ao “Fórum Escolhas: És tu que as Fazes”, realizado nos dias 3 e 4 de Julho. Pretendeu-se assim espelhar o trabalho de capacitação de crianças e jovens desenvolvido pelos projectos Escolhas. Seguindo o espírito do evento, que apelou à participação, grande parte dos textos foram redigidos pelos “jovens Escolhas”. Procurou-se saber a opinião destes sobre os assuntos que foram tema no Fórum, algumas histórias de vida e saber como vêem a questão da participação nos seus percursos de vida. A Revista inclui ainda uma entrevista com José Reis, atleta de alta competição e campeão de kickboxing, cujo percurso se constituiu num exemplo; Leonel Moura, embaixador do Ano Europeu da Criatividade e Inovação, que defende que todos podemos ser criativos se tivermos espaços para desenvolver as nossas ideias; e Cláudia Semedo, actriz, que través de uma poesia faz um elogio à diversidade.

FóruM esColhAs

> Edição Especial: “Fórum Escolhas: És tu que as fazes”

> “Ser capaz de ir mais além!” // Entrevista com José Reis, atleta de alta competição e campeão de kickboxing

> Conversa com… Leonel Moura // Embaixador do Ano Europeu da Criatividade e da Inovação

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InstItuto da segurança socIal • MInIstérIo da educação • IeFP - iNsTiTuTo Do EmPrEGo E formação ProfissioNal

PoeFds - ProGrama oPEracioNal EmPrEGo, formação E DEsENvolvimENTo social • Posc - ProGrama oPEracioNal Para a sociEDaDE Do coNhEcimENTo

PoPH – ProGrama oPEracioNal Do PoTENcial humaNo (QrEN/fsE)

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BreveS

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ConFerênCIA

A cOMUnIdAde HIndU nA áreA de LISBOANo âmbito do Ciclo de Conferências sobre Dinâmicas e Identidades Religiosas, realizou-se em Lisboa, no dia 17 de Junho, uma conferência orga-nizada pela Licenciatura de Ciência das Religiões da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias (ULHT), com colaboração de Hélia Bracons, professora de Serviço Social da ULHT. A conferência foi dedicada ao tema “Dinâmicas da Comunidade Hindu na Área Metropolitana de Lisboa”, tendo tido a participação de Paulo Mendes Pinto (Ciência das Religiões – ULHT), José Carlos Calazans (Ciência das Religiões – ULHT), Jorge Macaísta Malheiros (Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa, IGOT-UL), Rita d’Ávila Cachado (antropóloga - investigadora do CIES/ISCTE), Inês Lourenço (antropóloga - investigadora ISCTE, bolseira da FCT) e Hélia Bracons (Serviço Social – ULHT). Relações entre cultura e religião, percursos migratórios, mulheres hindus e dinâmicas residenciais e de realo-jamento foram algumas das questões em debate no encontro.

sAúDe

MAnUAL AJUdA MãeS IMIGrAnTeS A cUIdAr dOS BeBéS

A dificuldade em dialogar com mães imigrantes levou uma médica e quatro enfermeiras a escrever o primeiro Manual de Saúde Materna, traduzido em seis línguas, que será distribuído gratuitamente em estabelecimentos de saúde de todo o país. Dirigido às mães imigrantes residentes em Portugal, “Como cuidar do seu bebé” é um manual peda-gógico bilingue, disponível em português, francês, inglês, romeno, russo, chinês e ucraniano.A pediatra Cândida Mendes, uma das autoras deste manual lançado no final de Junho, explicou que no dia-a-dia se deparava no seu serviço de Neonatologia com a barreira lin-guística em relação às mães que vinham de Leste, de África e de outros locais e não sabiam falar português. Perante este obstáculo e a crescente vinda de mães imigrantes para Portugal, estas profissionais de saúde materno-infantil decidiram escrever o manual traduzido em seis línguas para comunicar com as mães de uma maneira mais fácil.Cândida Mendes admitiu que foi um trabalho difícil, mas

está convicta de que irá ajudar muitas mães e profissionais de saúde. No manual, as mulheres vão aprender os cuidados a ter como o bebé, nomeadamente como desinfectar o cordão umbilical, mudar a fralda, dar banho, amamentar, lidar com cólicas e as manobras de desengasgamento. O livro alerta ainda para a necessidade do “teste do pezinho”, realizado habitualmente nos centros de saúde nos primeiros dias do bebé.O manual será distribuído às mães já muito próximo do parto, assim como nas maternidades do país e aos obstetras e pediatras, para que sejam entregues a todas as mães que entram nos serviços se saúde.

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ConFerênCIA InternACIonAl

pOLíTIcAS de IMIGrAçãO nA eUrOpA dO SUL

César Mogo Zaro:

“É fundamental conhecer-mos os diversos modelos de integração de imigran-tes”

O Director do Gabinete da Secretaria de Estado de Imigração e Emigração de Espanha fala das realidades migratórias espa-nholas e das diferenças e semelhanças entre os dois países ibéricos nestas áreas.

Qual tem sido o impacto da crise nas políticas de integração de Espanha? Há em Espanha um problema de desemprego. Ainda hoje, 10 de Julho, o Governo adoptou medidas para facilitar a recolo-cação dos trabalhadores estrangeiros. Sempre que há desem-prego em Espanha, há um risco de marginalidade e de falta de integração, mas a vontade política expressa pelo Governo é manter as políticas de integração como uma das prioridades da actuação pública. As posições do Governo não se alteraram, mas numa situação de desemprego aguda é importante adop-tar medidas que favoreçam a integração dos imigrantes para que estes não caiam numa situação de irregularidade. É nesse sentido que estamos a trabalhar.

Como tem decorrido a experiência de incentivar alguns imi-grantes a regressarem aos seus países de origem? É um programa voluntário, que abrange o regresso aos seus países de cerca de duzentas a trezentas pessoas cada duas semanas. O problema é que a certa altura perdeu-se a noção

da realidade, e parecia que esta medida iria afectar centenas de milhares de pessoas. A vontade do Governo foi apenas reforçar uma opção que existe desde 2003, segundo a qual os imigrantes que quiserem regressar têm esse direito. Acreditamos que essa opção deve permanecer em aberto, mas a certa altura o progra-ma adquiriu contornos mais mediáticos do que reais.

Na área da imigração, quais são as diferenças e pontos comuns entre Espanha e Portugal? Julgo que as diferenças não são enormes, mas são importantes. Espanha tem menos tradição de imigração do que Portugal, país que tem já a segunda e terceira geração de imigrantes. Em Espanha, no ano 2000, tínhamos 800 mil imigrantes residen-tes e agora há quatro milhões, porque em quinze anos houve um grande processo de criação de mais de sete milhões de postos de trabalho. Julgo que a menor tradição de imigração é uma diferença muito importante, apesar ambos serem países de imigração. Talvez por Portugal ter essa maior tradição de imigração, o momento económico actual teve menor impacto nesta área, porque em Espanha houve um grande impacto.

Que avaliação faz desta conferência? Foi um encontro muito positivo, porque foi possível comparar os modelos do Sul da Europa. Apesar de os intuirmos, por vezes não os conhecíamos bem. Por isso, saber o que se passa nos diversos modelos existentes é muito aliciante para o Governo espanhol. Somos parceiros com Portugal na União Europeia e nas políticas migratórias, e temos uma boa sintonia. Somos também parceiros na Comunidade Ibero-Americana, e foi pos-sível debater perspectivas muito interessantes.

No dia 10 de Julho realizou-se em Lisboa, na Fundação Gulbenkian, uma Conferência Internacional sobre Políticas de Imigração na Europa do Sul. Esta iniciativa foi organi-zada pelo Centro de Investigação em Sociologia Económica e das Organizações, pelo ACIDI e pelo Instituto Universitário de Investigação Ortega y Gasset, tendo contado na abertura com a presença de Rosário Farmhouse, Alta Comissária para a Imigração e Diálogo Intercultural. A conferência enquadrou-se no âmbito das actividades do pro-jecto europeu “Mediterranean and Eastern European Countries as New Immigration Destinations in the European Union” (IDEA), coordenado por Marek Okólski (Centre of Migration Research da Universidade de Varsóvia, Polónia) e com participação de João Peixoto (ISEG-UTL, SOCIUS-UTL) e de Catarina Sabino (SOCIUS-UTL),

A apresentação dos resultados do projecto de investigação sobre políticas de imigração na Europa do Sul, políticas de imigração em Portugal e Espanha em contexto de crise e relevância política da investigação sobre migrações foram algumas das questões em debate. A sessão plenária da manhã intitulou-se “Políticas de Imigração na Europa do Sul: Os Resultados de um Projecto de Investigação”. No início da tarde, realizou-se a mesa redonda “Políticas de Imigração em Tempos de Crise: Que Desafios para Portugal e Espanha?” A segunda mesa redonda,”A Relevância Política dos Resultados da Investigação acerca das Migrações”, foi moderada por Monica Goracci, da OIM Portugal.

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Castelo Branco A visita da Alta Comissária teve início na Escola Superior de Educação (ESE) de Castelo Branco, onde está a ser realizado, em parceria com o ACIDI, um curso de forma-ção intitulado “Aprender com Histórias”. Após esta visita, Rosário Farmhouse foi recebida na sede da Associação de Desenvolvimento Amato Lusitano pelo grupo de Adufeiras da Universidade Sénior da Beira Interior (USALBI). Nesta Associação, encontra-se o Centro Local de Apoio à Integração de Imigrantes (CLAII) de Castelo Branco, onde durante três dias se situou o Gabinete do Alto Comissariado. O vereador Arnaldo Brás apresentou o trabalho deste CLAII, evocando os muitos problemas aqui resolvidos desde a sua entrada em funcionamento em 2004. Por seu lado, Rosário Farmhouse explicou os objectivos de proximidade que originaram esta iniciativa. A visita a Castelo Branco encerrou com uma reu-nião com diversas entidades ligadas ao acolhimento e inte-gração de imigrantes.

ACIDI juNTO DAs COMuNIDADEs

UMA vISITA à BeIrA InTerIOr“Encurtar as distâncias para conhecer e responder melhor” foi o lema da iniciativa ACIDI junto das Comunidades que decorreu nos dias 13, 14 e 15 de Julho na Beira Interior. Durante estes três dias a Alta Comissária para a Imigração e Diálogo Intercultural, Rosário Farmhouse, e o seu Gabinete, estiveram em contacto directo com os interlocutores privilegiados no acolhimento e integração dos imigrantes e das comunidades ciganas.

Fundão A tarde do dia 13 levou o Alto Comissariado à cidade do Fundão. Rosário Farmhouse foi recebida no Salão Nobre da Câmara Municipal do Fundão por Manuel Frexes, presidente da Câmara Municipal. Aqui, o autarca explicou as formas como os imigrantes têm enriquecido a região e o empenho do Fundão em tornar-se uma cidade cada vez mais aberta, disposta a acolher quem ali vive e trabalha e não apenas quem ali nasceu. A Alta Comissária reforçou estas palavras, sublinhando que, em altura de crise, não se pode desperdiçar um capital humano tão importante como o dos imigrantes. Ainda durante esta tarde, Rosário Farmhouse visitou o CLAII do Fundão e o projecto “Escol(h)a Viva”. À noite realizou-se um jantar intercultural na Escola Profissional do Fundão, em que se destacou a gastronomia eslava.

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BreveS

Covilhã e Guarda O dia 14 começou com a visita da Alta Comissária ao pro-jecto Escolhas “Arca de talentos”, localizado próximo da Covilhã, que teve a oportunidade de mostrar o trabalho que tem vindo a realizar. Posteriormente, a visita seguiu para a Guarda, onde Rosário Farmhouse foi conhecer um dos CLAII mais recentes do país. À tarde, após uma reunião com várias entidades do Distrito da Guarda ligadas ao trabalho com imi-grantes, a visita continuou nesta cidade, na sede do projecto Escolhas “Tu decides…”, onde actuou o grupo de cantares “A Mensagem”.Nesta noite realizou-se, no refeitório da Câmara Municipal da Guarda, um jantar intercultural, com a contribuição da gastronomia de diversos países. Por fim, igualmente intercul-tural foi o sarau que se realizou no Paço da Cultura desta cida-de, onde se apresentaram o grupo de cantares “A Mensagem” e o grupo de dança do Projecto Escolhas “Tu decides…”. Subiram ainda ao palco o grupo “New Dance Revolution”, o grupo da Associação dos Países de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) do Instituto Politécnico da Guarda, o grupo de dança cigana, o músico cigano “Galego” e a russa Natália Isaeva que, ao cantar o fado, encantou o público que encheu este espaço.

Figueira de Castelo Rodrigo No dia 15, o último deste périplo, a visita começou em Figueira de Castelo Rodrigo, onde a Alta Comissária foi rece-bida pelo Presidente da Câmara, António Edmundo Freire Ribeiro. Este autarca enfatizou a especial necessidade da presença dos imigrantes em meios mais pequenos como esta localidade. Rosário Farmhouse foi ainda conhecer o CLAII de Figueira de Castelo Rodrigo, de onde regressou a Castelo Branco. Nesta cidade, perante o Presidente da Câmara Municipal, Joaquim Mourão, realizou o balanço geral e o encerramento da iniciativa, sublinhando a grande proximidade que existe entre os imigrantes e a população em geral em meios mais pequenos, tornando-se assim possível acolher e integrar melhor.

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MAnTer OS eSfOrçOS de InTeGrAçãOA OCDE recomen-dou no dia 30 de Junho a manuten-ção de esforços de integração dos tra-balhadores estran-geiros apesar da crise económica, que deverá causar a primeira gran-

de quebra na chegada de imigrantes aos países membros desde os anos 1980. Segundo o relatório desta organização “Perspectivas das Migrações Internacionais”, atrasar ou redu-zir as medidas de integração em período de retrocesso da conjuntura económica pode ter consequências negativas a longo prazo na integração dos imigrantes e na coesão social.

oCDe

IMIGrAnTeS SãO OS MAIS ATInGIdOS peLA crISe O Presidente do Migration Policy Institute, dos EUA, esteve em Lisboa no dia 22 de Junho a convite da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, onde participou na Conferência “The Impact of the Economic Crisis on Migrant Communities: Europe and the USA compared”, que teve como comentador António Vitorino. O Migration Policy Institute (MPI) é um think tank independente, dedicado ao estudo da movimentação das pessoas em todo o mundo. A sua actividade vem ao encontro da crescente necessidade de obtenção de respostas pragmáticas e sensatas aos desafios e oportunidades que as migrações colocam num mundo cada vez mais integrado. Papademetriou comparou o impacto da crise junto dos imi-grantes nos EUA e na Europa, referindo que em ambos os lados do Atlântico estes são despedidos mais rapidamente, permanecem desempregados mais tempo e são frequente-mente marginalizados. Sublinhou ainda que neste momento chegam menos imigrantes aos EUA e que a taxa de entrada de imigrantes irregulares se aproxima do zero. Por outro lado, acrescentou, verifica-se na Europa o regresso de imigrantes aos seus países de origem, especialmente do Reino Unido e da Irlanda para os países do Leste da Europa.

DeMetrIos PAPADeMetrIou

Este especialista referiu ainda não serem previsíveis as con-sequências de um agravamento ou prolongamento da crise, circunstâncias em que os governos poderão ceder à tentação de endurecer as medidas contra os imigrantes. O ex-comissário europeu para a Justiça e Assuntos Internos, António Vitorino, presente na conferência, defendeu que é preciso alterar o discurso hipócrita que em alturas de crise aponta os imigrantes como bode expiatório, esquecendo o seu contributo para o crescimento económico e para a sustentabilidade da Segurança Social. Recordando que nas últimas eleições europeias houve, em alguns países, um crescimento dos partidos extremistas que definem posições racistas e xenófobas contra os imigrantes e estrangeiros, Vitorino disse temer que as dificuldades que se fazem sentir com a crise económica possam ser aproveitadas por essas forças populistas para criar uma reacção das sociedades europeias contra os imigrantes.O livro “A Europa e os seus Imigrantes no Séc. XXI”, coorde-nado por Demetrios Papademetriou e publicado pela FLAD e pelo Migration Policy Institute, está disponível na Internet em: www.flad.pt/documentos/1240859109I5fAW3ba9Cq23HS5.pdf

Perante esse cenário, a OCDE recomenda aos governos dos países membros que mantenham os programas de integra-ção, redobrem os esforços contra a discriminação e velem para que as medidas de redução do desemprego benefi-ciem os novos trabalhadores, incluindo os imigrantes. Angel Gurría, secretário-geral da OCDE, advertiu na apresentação do relatório que a igualdade de oportunidades não é um princípio que se possa aplicar só em períodos de prosperi-dade. Segundo o documento, os trabalhadores migrantes são os mais afectados pela deterioração das condições do mercado de trabalho, já que são dos primeiros a perder os empregos. Não só trabalham em sectores sensíveis às alterações econó-micas como têm contratos mais precários, ocupam maiorita-riamente postos de baixa qualificação e estão confrontados com uma maior discriminação na contratação.

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BreveSPlAno PArA A IntegrAção Dos IMIgrAntes

CoMIssão PArA A IguAlDADe e ContrA A DIsCrIMInAção rACIAl

Um nível de execUção de 81%

TOMAdA de pOSSe dOS nOvOS MeMBrOS

Cumpridos dois anos de implementação, a avaliação feita do cumprimento das 295 metas correspondentes às 122 medidas do Plano para a Integração dos Imigrantes 2007-2009 mostra um elevado nível de execução do Plano, na ordem dos 81% de metas com execução completa ou em execução (ou seja, 238 metas). Estas conclusões constam do relatório do segundo ano de implementação do PII, apresentado pelo Ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira, a 21 de Julho, em reunião do Conselho Consultivo para os Assuntos da Imigração (COCAI).Por outro lado, observa-se que, apesar do período de vigên-cia do Plano só terminar no final de 2009, em todas as áreas previstas no Plano se verificam metas executadas ou em execução.O Plano para a Integração dos Imigrantes foi aprovado pelo Conselho de Ministros em 2007. O documento, que siste-matiza os objectivos do Estado português no acolhimento e integração dos imigrantes, envolve 13 Ministérios e contem-pla medidas que se inserem em 20 áreas, como o trabalho, o emprego, a formação profissional, a habitação, a saúde, a educação, a solidariedade e a segurança social.O Relatório do 2º ano de Execução do PII – Plano para a Integração dos Imigrantes pode ser consultado na Internet em: www.acidi.gov.pt/docs/PII/Relatorio-PII-segundo-ano.pdf

No dia 16 de Julho rea-lizou-se nas instalações do ACIDI, em Lisboa, a primeira reunião da nova Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial (CICDR), constituída para o triénio 2009-2011. Nesta

reunião, teve lugar a cerimónia de tomada de posse dos novos membros, na presença da Alta Comissária para a Imigração e Diálogo Intercultural, que preside à referida Comissão. A CICDR é um órgão independente, especializado na luta contra a discriminação racial, que funciona junto do ACIDI, IP.O encontro foi ainda ocasião para uma sessão de enquadra-mento da Comissão para a Igualdade e contra a Discriminação Racial (CICDR) e para o debate sobre a estratégia da CICDR para o triénio 2009-2011. Tomaram posse os seguintes Conselheiros: Deputada Maria Celeste Lopes da Silva Correia, na qualidade de Representante eleita pela Assembleia da República; Deputada Helena Maria Andrade Cardoso Machado de Oliveira, na qualidade de Representante eleita pela Assembleia da República; Raquel Pereira, na qualidade de Representante do Departamento do Governo responsável pelo Emprego, Solidariedade e Segurança Social; Jesuína Ribeiro, na qualidade de Representante do Departamento do Governo responsá-vel pela Educação; Assunção de Sousa, na qualidade de Representante das Associações de Imigrantes; Josué Dingana Chiau, na qualidade de Representante das Associações de Imigrantes; José Falcão, na qualidade de Representante das Associações Anti-Racistas; João Silva, na qualidade de Representante das Associações Anti-Racistas; Carlos Trindade, na qualidade de Representante da Central Sindical; José Cordeiro, na qualidade de Representante da Central Sindical; Cristina Nagy Morais, na qualidade de represen-tante das Associações Patronais; Sofia Baião Horta, na qua-lidade de Representante das Associações Patronais; Teresa Tito de Morais Mendes, na qualidade de Representante das Associações de Defesa dos Direitos Humanos; e Sónia Pires, na qualidade de Representante das Associações de Defesa dos Direitos Humanos.No próximo mês de Setembro, proceder-se-á à cooptação de mais 3 membros que integrarão a CICDR (três personalida-des a designar pelos restantes membros).

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O projecto de investigação europeu “Promoting Quantitative Comparative Research in the Field of Migration and Integration in Europe” é coordenado pelo International Centre for Migration Policy Development (ICMPD). O projecto aborda os sistemas de recolha de infor-mação estatística sobre migrações, integração e discrimi-nação em vinte e sete países europeus do ponto de vista da sua fiabilidade, acessibilidade e comparabilidade. No seu âmbito, foi recentemente publicada uma base de dados que reúne informação técnica sobre dados estatísticos dispo-níveis e sobre as variáveis analisadas, tanto dados oficiais como dados recolhidos em projectos que realizaram aná-lises extensivas relevantes neste domínio. Paralelamente, foram também publicados relatórios nacionais onde são analisados os sistemas e as práticas nacionais de recolha de dados sobre migrações e integração em cada país abrangido pelo estudo. O relatório de Portugal, desenvolvido por Maria Lucinda Fonseca, Alina Esteves, Dora Possidónio e Jennifer McGarridge, disponibiliza uma análise do sistema de reco-lha de dados sobre migrações e integração em Portugal: Principais fontes, práticas e políticas de recolha de dados, instituições responsáveis pela recolha de dados e sua articu-lação, conceitos e terminologias aplicados, dados produzi-dos e sua acessibilidade, qualidade e fiabilidade. O relatório sobre Portugal encontra-se disponível na Internet em: www.prominstat.eu/drupal/?q=system/files/PROMINSTAT_Country_Report_Portugal.pdf

MIGrAçõeS e InTeGrAçãO nA eUrOpA

ProjeCto De InvestIgAção

A Aliança das Civilizações das Nações Unidas (UNAOC), em colaboração com a Organização Internacional para as Migrações (OIM) e outros parceiros internacionais, lançou um festival de vídeo para os jovens sobre as temáticas das migra-ções e da diversidade, intitulado Plural +. Num mundo cada vez mais caracterizado por intolerância e divisões culturais e religiosas, os jovens são agentes fundamen-tais para a mudança social. A iniciativa Plural + visa envolver os jovens nas questões chave das suas comunidades, tais como a integração dos imigrantes, a identidade, a diversidade, os direi-tos humanos ou a coesão social. Os contributos concretos dos jovens – sejam ou não imigrantes – podem ser dados para iden-tificar as dificuldades encontradas, assim como para promover um clima de respeito e reconhecimento mútuo. Plural + convida os jovens a enviar vídeos breves que transmi-tam os seus pensamentos, experiências, opiniões e sugestões sobre estas temáticas, para a promoção de sociedades mais harmoniosas ou multiculturais. Os contributos deverão ser recebidos até ao dia 30 de Setembro de 2009. Um júri interna-cional de prestígio irá premiar os vencedores numa cerimónia a decorrer no Paley Center for Media, em Nova Iorque, a 18 de Dezembro, dia internacional do migrante. Para mais informações, contactar por e-mail a OIM Lisboa: [email protected]

AlIAnçA DAs CIvIlIzAções

feSTIvAL de vídeO SOBre MIGrAçõeSe dIverSIdAde

BreveS

jogos DA lusoFonIA

“A UnIãO é MAIS fOrTe qUe A vITórIA” “A União é mais forte que a vitória” foi o lema dos II Jogos da Lusofonia, que se realizaram em Lisboa de 11 a 19 de Julho

e envolveram um milhar e meio de atletas de doze países e quatro continentes. Segundo Vicente Moura, respon-sável pelo movimento olímpico português, esta foi uma oportunidade de confraternizar e conviver com os

imigrantes que vivem em Portugal, em torno de nove modalidades, acrescidas de uma competição para-límpica. A Comissão Organizadora destes II Jogos da Lusofonia celebrou no final de Junho, um protocolo com o ACIDI, que se empenhou na divulgação do evento junto das associações de imigrantes de raiz lusófona e dos projectos Escolhas. Por seu lado, esta Comissão comprometeu-se na promoção de actividades desportivas, sociais e culturais para o fomento da igualdade de oportunidades, visando o combate à

exclusão social e a transmissão e promoção dos valores da cooperação para o desenvolvimento nos países africanos.

Os participantes nesta iniciativa foram Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Macau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor Leste, Guiné Equatorial, Índia e Sri Lanka, nas modalidades de atletismo,

basquetebol, futebol, futsal, judo, taekwondo, ténis de mesa, voleibol e voleibol de praia.

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A Associação Integrar desenvolve desde a sua génese, há 15 anos, actividades de intervenção com minorias étnicas, nome-adamente comunidades ciganas. Esta intervenção iniciou-se com uma vertente mais lúdica, recorrendo à unidade móvel A Traquina, na qual se disponibilizava o acesso a materiais lúdico-pedagógicos como forma de acesso a uma pré-escolarização e motivação para o percurso escolar regular. Entretanto, iniciou-se todo um trabalho social de acompanhamento das crian-ças e respectivos agregados familiares que viviam, na sua grande maioria, em acampamentos sem quaisquer condições de salubridade e conforto e sem acesso a bens essenciais como alimentação, vestuário, produtos de higiene, electricidade ou água canalizada. Este trabalho tornou-se mais intensivo a partir do momento em que houve financiamento específico, nomeadamente com o Programa Escolhas, desde a 2ª Geração. Com uma equipa multidisciplinar e recorrendo a um trabalho em rede com as insti-tuições públicas e privadas do Concelho de Coimbra, foi possível acompanhar estes agregados e levá-los a reiniciar percursos de vida diferentes, em que o respeito pela sua cultura de origem prevalece mas se privilegia a integração em meio escolar de crianças e jovens, a inserção em programas de formação profissional e mais recentemente a integração laboral. De início dedicada apenas à comunidade cigana, a actividade desta associação abrange já imigrantes oriundos, entre outras origens, do Leste europeu, África e Brasil.

15 AnOS A TrABALHAr cOM A dIverSIdAdeAssoCIAção IntegrAr

Foram muitos/as os/as inovadores/as sociais, parce-rias, decisores/as políticos/as e cidadãos/ãs, que, de 21 a 24 de Maio, estiveram presen-tes na MANIFesta e, em especial, na “Tenda Inovação

Social”, o espaço da EQUAL no evento. Sob o tema “A Inovação Social como oportunidade nacional”, a iniciativa promoveu um amplo programa de actividades, entre as quais: uma mostra de soluções inovadoras EQUAL; uma conferência sobre Inovação Social com os especialistas internacionais em aprendizagem social e inovação social Etienne Wenger e Andy Westwood; dois seminários (�Inovar para o Desenvolvimento Sustentável do Território� e �Como usar as Plataformas e Novas Ferramentas de Comunicação para a Mudança Social”); várias oficinas temáticas e uma conversa aberta com Jorge Lacão, Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros.Com a satisfação e o apoio dos/as empreendedores/as sociais presentes, Ana Vale, Gestora da EQUAL, “capitalizou” tam-bém a oportunidade para apresentar um “novo paradigma para a intervenção social”, inspirado nesse lema maior que norteou os oito anos da experiência EQUAL: “Nada para nós sem nós”.

eqUAL ceLeBrA InOvAçãO SOcIALMAnIFestA De PenIChe

A Iniciativa Comunitária EQUAL esteve presente na MANIFesta de Peniche, o maior evento nacional do desenvolvimento local e da economia solidária, para mostrar como a Inovação Social, nomeadamente a que foi produzida no seu âmbito, é uma oportunidade nacional chave para encontrar respostas para a crise. Sendo interlocutor e parceiro de projectos inovadores EQUAL, como o “Vamos Utopiar”, o ACIDI acompanhou este evento e o programa de actividades da EQUAL que, enquanto Iniciativa Comunitária, permitiu ao longo de oito anos o desenvolvimento de importantes projectos na área da imigração e do diálogo intercultural.

Gabinete de Gestão EQUAL

Um novo Paradigma para a Acção“Estamos neste momento, em Portugal, em condições de lançar (até como uma resposta para a crise) as bases para um novo paradigma da intervenção social”, afirmou a gestora da EQUAL, durante a sessão de abertura. Ana Vale apresentou este novo paradigma para a acção, assente em processos de inovação social, que reflecte, consolida e dá sentido à experi-ência de milhares de empreendedores/as sociais nos últimos anos, e, em particular, aos oito anos de experiência EQUAL, que mobilizou muitos milhares de pessoas e organizações e proporcionou um significativo desenvolvimento de compe-tências, práticas e soluções de inovação social. �Nós não temos a pretensão de dizer que o modelo EQUAL é o único modelo de promoção de inovação social, mas temos a pretensão de dizer, com idêntica convicção, que o modelo EQUAL é uma forma eficaz de promover inovação social�, referiu a gestora da iniciativa, esclarecendo que inovação social significa sobretudo mudança. “Mudança das práticas, das pessoas e das organizações, para [ ] responder, de forma mais eficaz, aos problemas das comunidades e das pessoas mais desfavorecidas”. E para que essa mudança aconteça, sublinhou, é fundamental não desperdiçar o investimento já realizado, dando sustentabilidade à inovação social gera-da no âmbito da EQUAL e assegurando a continuidade do investimento nesta área. Segundo Ana Vale, este novo para-digma, que emerge de toda a experiência EQUAL, orienta-se precisamente para a mudança e para a construção de uma sociedade mais interessada na valorização das “pessoas” e do seu potencial criativo, expressivo e produtivo.

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BrIncAr nA dIverSIdAde

“Brincar na diversidade” foi uma iniciativa realizada no Portugal dos Pequenitos, em Coimbra, no dia 20 de Maio, organizada pelo ACIDI e pela Fundação Bissaya Barreto, em colaboração com a Escola Superior de Educação de Coimbra e os Projectos do Programa Escolhas Trampolim e Renovar Origens, da área de Coimbra. Entre as diversas actividades ludico-pedagógicas, esteve a apresentação do módulo da Bolsa de Formadores do ACIDI “Aprender com as Histórias: primeiros passos para a inter-culturalidade”. Esta apresentação foi realizada perante os estudantes da Escola Superior de Educação de Coimbra. O módulo, que se dirige aos agentes educativos, pretende abrir um espaço de discussão sobre o papel das histórias na pro-moção da aprendizagem intercultural. Segundo Bárbara Duque, do Entreculturas, a história tra-balhada neste evento intitula-se “Os Ovos Misteriosos”, de Luísa Dutra Soares e Manuela Bacelar, e integra-se no Plano Nacional de Leitura. A propósito da Semana da Diversidade, pretendeu-se organizar uma actividade com crianças de diferentes origens no Portugal dos Pequenitos, um local que evoca a história do património arquitectónico português em ligação com as questões da diversidade e da presença de Portugal no mundo.

PortugAl Dos PequenItos

No âmbito da Semana da Diversidade, o “Portugal dos Pequenitos” acolheu a iniciativa “Brincar na Diversidade”. O programa incluiu diversas actividades lúdico-pedagógicas, um lanche ao ar livre, sessão fotográfica e reportagem televisiva com as crianças e um passeio pelo Parque.

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BOLSA de fOrMAdOreS dO AcIdIA bolsa de formadores consiste numa equipa móvel de formação para o acolhimento e integração de imigrantes. Conforme explicou Isabel Ferreira Martins, esta Bolsa sur-giu no início de 2006 com o objectivo de descentralizar as acções de sensibilização e de informação, conseguindo assim chegar a mais pessoas, em mais locais, com informa-ção mais adequada e mais próxima, e simultaneamente sen-sibilizar para o diálogo intercultural e para a aprendizagem da interculturalidade junto da sociedade de acolhimento. Assim, explica a responsável pela Bolsa, este organismo é “uma outra face da moeda” do ACIDI, que complementa o atendimento mobilizando a sociedade de acolhimento para integrar melhor os imigrantes.

Uma equipa flexível Quando chega ao ACIDI um pedido de acção de formação – o que acontece com grande frequência – este é imediatamente canalizado para a Bolsa de Formadores. Para além da equipa central, existe uma equipa de cerca de trinta formadores, que estão habilitados para concretizar no terreno essa tare-fa. São pessoas que, não sendo do ACIDI, funcionam como embaixadores do Alto Comissariado, realizando formação e promovendo a reflexão sobre as questões mais relevantes na área da interculturalidade. Desde o seu início, uma característica fundamental da Bolsa de Formadores é a sua actuação assentar sempre na utiliza-

InForMAr e sensIbIlIzAr

A Bolsa de Formadores do ACIDI nasceu em 2006 com o objectivo de descentralizar as acções de sensibilização e de informação sobre interculturalidade, chegando a mais pessoas com informação mais adequada e mais próxima.

ção de materiais de apoio, segundo Isabel Ferreira Martins uma forma simples de transmitir ideias complexas. Estes materiais, acrescenta, estão integrados no financiamento das acções da Bolsa de Formadores através do Fundo Social Europeu.

Um programa vasto Desde a sua criação, há mais de três anos, tem existido um feedback muito positivo sobre a Bolsa por parte de todos os envolvidos nesta iniciativa, formadores e formandos, visível tanto através das avaliações realizadas como no facto de os clientes solicitarem mais formações ou as recomen-darem a outras entidades. Entretanto, a oferta da Bolsa de Formadores foi-se diversificando. O mais recente módulo é o “Aprender com as Histórias: primeiros passo para a interculturalidade”, estando outros em preparação sobre as questões da mediação e do diálogo inter-religioso. Estas inovações enquadram-se num programa mais vasto da Bolsa de Formadores. A ideia é disponibilizar uma cada vez maior diversidade de módulos de formação. Quando esses módulos ficam disponíveis para serem usados junto do público em geral, abre-se uma nova frente na sensibilização à educação intercultural e ao diálogo intercultural.

Mas informações na Internet em: www.entreculturas.pt

Módulos de formação

A Bolsa de Formadores assegura, a pedido de escolas, associações, ONG’s, instituições de solidariedade social, autarquias, hospitais, tribunais, organismos públicos e privados, entre outros, a realização de acções de sensibi-lização, informação e oficinas. São estes os módulos de formação disponíveis:

• Acolher e Celebrar: Serviços de Apoio e Pequenas Ideias • Aprender com histórias: primeiros passos para a inter-culturalidade• Lei da Nacionalidade• Lei da Imigração• Mitos e Factos sobre Imigração em Portugal• Diálogo Intercultural• Diálogo Inter-religioso• Saúde, (I)migração e Diversidade• Mediação Sócio-cultural• Educação Intercultural para Jovens• Educação Intercultural• Educação Intercultural na Escola• Mediação Sócio-Cultural

sessões realizadas 2006: 187 2007: 301 2008: 425

Nº de participantes 2006: 6.029 2007: 8.299 2008: 11.583

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“TOdAS AS reLIGIõeS nAScerAM nO OrIenTe”

É possível traçar um perfil destas pessoas? Não posso dizer com grande exactidão, mas é algo de que temos um “feeling”. Cerca de metade é de origem indiana, como eu, de famílias provenientes das ex-colónias que já vie-ram para Portugal como portugueses. A outra metade é cons-tituída sobretudo por africanos, essencialmente da Guiné-Bissau, mas muitos já são portugueses. Dentro dos africanos há uma minoria de magrebinos de Marrocos, Argélia, Tunísia e alguns da Mauritânia. Há ainda um pouco mais de mil

árabes, nomeadamente iraquianos, liba-neses, egípcios, e também temos algumas centenas de cidadãos turcos, paquistane-ses e do Bangladesh.

O que significa, actualmente, ser portu-guês e muçulmano? A religião Islâmica é universal, e portan-to há europeus e também portugueses muçulmanos. Julgo que não há fronteiras de nacionalidade na religião. A religião Islâmica não é necessariamente árabe, indonésia ou paquistanesa. Há, a propó-sito, um livro muito conhecido, do Tariq Ramadan, cujo título é “To Be a European Muslim”. Aí o autor defende a tese de que também há europeus muçulmanos, nas-cidos e educados na Europa. Mas afinal todas as religiões nasceram no Oriente e foram depois levadas para outros lugares do mundo.

O que faz com que em Portugal não tenham existido problemas na integra-ção das comunidades muçulmanas?

Costumo dizer que o português, em vez de xenófobo, é xenó-filo. Se houver um estrangeiro a pedir uma informação, nós saímos do nosso caminho para explicar onde é. E se calhar, se um compatriota nos pedir o mesmo, não temos a mesma atenção. Eu faço parte, com o Tariq Ramadan, de uma orga-nização chamada European Muslim Network, baseada em Bruxelas. Quando ele cá esteve, disse que era uma pena Portugal, em vez de exportar o seu modelo, que é exemplar, estar a importar alguns medos. Isso foi dito a propósito das afirmações recentes do Senhor Cardeal Patriarca de Lisboa sobre os muçulmanos. Respeito muito o Senhor Cardeal, mas escrevi-lhe uma carta a dizer que não concordava com o que disse a propósito dos casamentos entre os cristãos e muçulmanos. Claro que todos os casamentos mistos podem ter problemas quando as culturas são muito diferentes. Mas, quando falamos do casamento entre cristãos e muçulmanos

Desde quando existem, com continuidade, muçulmanos em Portugal? Costumo dizer, com algum espanto para alguns, que sou o segundo muçulmano em Portugal no século XX. Quando cheguei cá como estudante, em 1956, não havia muçulma-nos. Dois anos depois, quando voltei de férias a Moçambique, encontrei um outro jovem estudante, Suleiman Valy Mamede, que também estava cá na mesma altura que eu, mas noutra escola. De 1956 até 1961 houve mais alguns. Em 1961 casei-me com uma lisboeta, e a minha mãe veio viver connosco para Lisboa. Era a primeira família muçulmana a instalar-se em Portugal. Quando íamos passear para a Baixa, com a minha mãe e a minha avó, as pessoas ficavam espantadas, porque nunca tinham visto alguém com um sari. Como não havia mesquitas, as orações que fazíamos por oca-sião da festa do final do Ramadão e da festa relacionada com o rito de Abraão realizavam-se em nossa casa, onde eram convidados os embaixadores dos poucos países Islâmicos acreditados em Lisboa na altura. Em 1968, já tínhamos aqui uns dez estudan-tes muçulmanos e Suleiman Valy Mamede teve a iniciativa de constituir a Comunidade Islâmica de Lisboa. “Recrutámos” também alguns empresários muçulmanos que esta-vam em Portugal em trânsito e fomos quinze pessoas ao notário para fazer a escritura de constituição da Comunidade. Daí em diante, a grande aspiração da Comunidade era ter uma mesquita. Claro que ao princípio, com tão pouca gente, não se justificava. Mas, a partir de 1975, começaram a chegar mui-tos muçulmanos a Portugal, altura em que a Comunidade, juntamente com o apoio de alguns embaixadores de países Islâmicos, se animou com o projecto. A Câmara Municipal de Lisboa cedeu o terreno, que é uma concessão por 99 anos, num local fantástico, no Bairro Azul. A Mesquita acabou por ser inaugurada em 1984 e ainda estamos a fazer melhora-mentos e acabamentos, à medida que os donativos surgem. Actualmente, existem ao todo 35 locais de culto espalhados por todo o país, embora a maior parte na área da Grande Lisboa.

Quantos muçulmanos existem actualmente em Portugal? Nunca foi possível fazer um censo, só temos uma estimativa. O número que temos adoptado é 50 mil, mais de noventa por cento na Grande Lisboa.

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Para Abdool Vakil ser europeu, português e muçulmano nada tem de contraditório. O Co-fundador e Presidente da Comunidade Islâmica de Lisboa sublinha que as grandes religiões monoteístas não têm fronteiras: Todas nasceram no Oriente e foi a partir daí que alcançaram outros lugares do mundo.

Abdool Vakil:

Ninguém é obriga-do a seguir a religião do outro. Mas pelo menos deve conhecê-la, saber quais são as pontes que existem, e é muito importante conhecer as diferen-ças e aceitá-las.

# ENtREVIstA

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portugueses, pertencentes à mesma cultura, não vejo onde está o problema. Não devemos ir procurar problemas onde não os há. Quantos casais há em que são os dois cristãos europeus e têm uma imensidão de problemas... Numa sessão pública do European Muslim Network, em Bruxelas, debateu-se a islamofobia e pediu-se a várias pes-soas para falarem de cada um dos seus países. Quando disse o que se passava em Portugal, houve uma pessoa que se levantou e perguntou se eu vivia no paraíso! Também o Dalai Lama, quando esteve em Portugal, disse que tinha sido a primeira vez que foi convidado para uma reunião sobre o diálogo inter-religioso numa mesquita. Claro que há países da Europa onde a realidade é muito diferente, porque a maior parte das pessoas de religião islâmica são imigrantes que ainda não estão inseridos na população em geral. Mas de facto, parece-me que em Portugal a comunidade islâmica está mais bem integrada do que em outros países da Europa.

O que deve ser feito para manter essa situação de harmo-nia? É fundamental que nos conheçamos bem uns aos outros. De facto, a sociedade portuguesa é multicultural, multiétnica e multireligiosa e, graças a Deus, temos sabido conviver bem com isso. É importante que promovamos esse entendimen-to e nos conheçamos melhor, aceitando as diferenças uns dos outros. Uma vez, estive no Dubai na altura do Natal e vi árabes a desejarem “Merry Christmas” aos cristãos. Foi bom ver, num país árabe e islâmico, as pessoas a desejarem ao Outro, que tem uma religião diferente, um Natal Feliz. A mim, dá-me prazer, por ocasião das festas e dos dias que são especiais para os meus irmãos de outras religiões, enviar uma mensagem de felicitações. O grande problema, actualmente, para todos nós, é estarmos a perder muitos valores. Toda esta crise que está a acontecer é também uma crise de valores, e é muito importante que todos tenhamos consciência disso. Os inte-resses são os mesmos, temos é de promover os valores que são importantes para todos, independentemente da religião que profes-sem, incluindo aqueles que não professam qualquer religião.

Existe em Portugal curiosidade pelo Islão? Ninguém é obrigado a seguir a religião do outro. Mas pelo menos deve saber quais são as pontes que existem, e é muito importante conhecer as diferenças e aceitá-las. E não basta que isso seja feito entre os líderes ou as elites, é preciso levar essa prática para o seio da sociedade civil. Quando foi o fatídico 11 de Setembro, todos queriam saber o que é o Islão, e nunca o Alcorão foi tão vendido, embora muitas vezes em traduções que deixam muito a desejar. Uma vez fui a Coimbra falar e houve uma senhora que perguntou porque é que o Islão tem cinco orações diárias. Aí o Senhor Bispo de Coimbra interveio e lembrou que os cristãos também têm cinco orações diárias! Ou seja, as duas religiões têm muito em comum que devia ser mais divulgado. Também causa algum espanto quando digo que a Virgem Maria, mãe de Cristo, é venerada pelos muçulmanos e faz parte do nosso credo, assim como Jesus Cristo, que é para nós um profeta a

quem o Islão reconhece os milagres. Sempre que citamos os seus nomes, bem como o de qualquer outro Profeta, acres-centamos “Que a Paz e as Bênçãos de Deus estejam com ele”.

Têm existido conversões? Existem conversões, mas não são muitas. São pessoas que vêm à mesquita, por algum motivo, e têm curiosidade em conhecer a religião. Alguns acabam por se converter. Actualmente há na mesquita, aos Sábados, reuniões com os recém-convertidos “ou novos muçulmanos”, como também são denominados. Há também aqueles que se convertem através do casamento.

Há preceitos difíceis de cumprir numa sociedade maiorita-riamente cristã? Nós temos orações cinco vezes ao dia. Eu, por exemplo, faço as orações no meu gabinete, e nessas alturas retiro-me durante cinco minutos. Claro que há quem possa ter dificul-dades nesse ponto, e talvez não possa retirar-se para fazer as orações. Mas Deus é muito compreensivo. Quem não puder fazer as orações às horas estabelecidas, faz mais tarde, quan-do puder, porque Deus é Misericordioso.

Como são as relações entre a Comunidade muçulmana e o Estado português? O Estado português é actualmente um Estado laico. A Lei da Liberdade Religiosa instituiu a Comissão da Liberdade Religiosa, para acautelar e cuidar dos problemas das mino-rias não católicas. A Concordata entre o Estado e a Santa Sé concedeu à Igreja Católica poderes para celebrar casamentos que são simultaneamente religiosos e civis. Actualmente, as

religiões minoritárias já o podem também fazer. Nós ainda não inaugurámos esse pro-cedimento, mas isso virá a acontecer muito em breve. Actualmente, temos liberdade e temos aspectos equalitários, mas é claro que temos de aceitar que os muçulmanos são uma minoria em Portugal, sendo natu-ral que exista alguma diferenciação.

Para além das actividades estritamente religiosas, que outros projectos desenvol-ve a Comunidade? Temos uma comissão que reúne ao longo

de todo o ano dinheiros para auxiliar as famílias necessita-das. Por altura do Ramadão, na hora de quebrar o jejum, e no final das orações que se seguem, há um jantar na Mesquita Central de Lisboa, onde servimos cerca de 800 refeições por dia. Algumas das pessoas presentes não são muçulmanas, mas não fazemos discriminação e ainda bem que lá vão. Realizamos ainda sessões com os novos muçulmanos para explicar o que é o Islão e há lições de árabe na Mesquita, em que, curiosamente, a maioria dos frequentadores nem são muçulmanos. Estamos ainda neste momento a reflectir sobre a criação de mais iniciativas na área social. Temos procurado realizar parcerias com a Câmara Municipal de Lisboa para fazer chegar auxílio na área da habitação a famílias carencia-das de origem guineense, muçulmanas e não muçulmanas, porque há pessoas e entidades disponíveis para financiar ou co-financiar esse tipo de iniciativas.

As pessoas também ficam muito espanta-das quando digo que a Virgem Maria, mãe de Cristo, é venera-da pelos muçulmanos e faz parte do nosso credo, assim como Jesus Cristo.

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BI.JULHO/AGOSTO.09#72 20

# CUltURA

LIsBONNE, TERRE DE RENCONTREs

A u t o r : e d o u a r d P o n se d i ç ã o : e d i t i o n s A u t r e m e n t ( 2 0 0 8 )

Ruas, ruelas, caminhos, passagens, escadinhas pelas colinas, praças e mira-douros. Olha-se para a cidade como para um enorme transatlântico que hesita entre ficar amarrado à Europa ou partir para o mar. Para além dos clichés turísti-cos, Lisboa vai buscar às suas raízes e às suas dúvidas alento para a reflexão e para a criação. O jornalista Edouard

Pons reuniu neste livro duas dezenas de Lisboetas - promotores de grandes projectos, activistas, escritores - que reflectem sobre o espírito moderno da cidade: renovação urbana, criação musical, mestiçagem, um novo papel das mulheres na sociedade. Lisboa procura no passado e no presente a energia para uma modernida-de feita dos mais diversos contributos.

ENFERMés DEHORs: ENquêTEs suR LE CONFINEMENT DEs éTRANGERs

A u t o r : c a r o l i n a K o b e l i n s k y e o u t r o s e d i ç ã o : e d i t i o n s d u c r o q u a n t ( 2 0 0 9 )

Centros e locais de detenção, centros de acolhimento para quem solicita asilo, zonas de espera, prisões... Na Europa, o isolamento dos estrangeiros em locais de detenção ou de residência provisórios tem-se tornado comum. O que acontece nestes locais que são simultaneamente espaços de isolamento e espaços transitórios de circulação? Os autores desta

obra – antropólogos, sociólogos, historiadores, politólogos – realizaram uma série de estudos que trazem novos dados para esta realidade de difícil acesso. São inquéritos que se interrogam sobre as condicionantes políticas, mas também sobre o tratamento institucional e as modalidades concretas existentes nos países europeus.

“GENTE COMO Nós” A o s d o m i n g o s n a T S F, d e p o i s d a s 1 3 h 0 0

Após um intervalo em Julho e Agosto, o “Gente Como Nós” vai continuar a abrir janelas para o mundo e a experimentar sabores vindos do Brasil, do Leste Europeu e da Ásia… Vamos ter reporta-gens em lojas e restaurantes típicos. Negócios conduzidos pelos próprios imigrantes, que servem para unir culturas e mostrar o que cada comunidade tem de melhor. Estes espaços, para além de servirem os hábitos de consumo, a cultura e as tradições das comunidades imigrantes, alimentam também o encanto e a curiosidade dos próprios portugueses…

“Nós”DOMINgOs: Rtp2 às 9H50sEgUNDA A sExtA: Rtp1 às 6H05

No NÓS, o primeiro domingo de Agosto traz o concurso do Festival “Pural +” para vídeos de jovens que abordem a temática da diversi-dade Cultural. A 9 de Agosto, haverá um especial de Gastronomia: Morangos flambé, moqueca e salmão grelhado serão os pratos para aprender a fazer em casa. Poderá visitar o “Mel das Arábias”, o “Kaffeehaus”, o “Galera Gira” e as “Delícias do Brasil”, entre outros. O NÓS estará de férias de 16 a 23 de Agosto e regressa a 30 com um especial dedicado aos trabalhadores imigrantes que voltam ao trabalho com o tema “profissões”: Uma psicóloga de Cazaquistão, um marroquino tradutor, uma dentista brasileira, uma comunicóloga venezuelana, um fotografo ucraniano e uma estilista cabo-verdiana são algumas das pessoas que poderá conhecer..EMPLOI ET

IMMIGRATION: VERs uNE CONVERGENCE DEs PRATIquEs EN EuROPE?

A u t o r e s : l e s t r a d e B r i g i t t e e o u t r o se d i ç ã o : l’ H a r m a t t a n ( 2 0 0 9 )

O tema da imigração, omni-presente nos media, suscita medos e esperanças nos países europeus de destino. Medos de agravamento do desemprego e do crescimento da insegurança; esperança em termos de cresci-mento económico. Estes medos e esperanças alimentam polémi-cas agudas e com demasiada frequência os medos parecem

dominar o debate. Os autores desta obra debruçam-se sobre as questões levantadas pela imigração laboral nos grandes países europeus, que enfrentam todos problemas semelhantes. Será que estes problemas análogos devem suscitar uma resposta europeia comum? Eis a questão à qual esta obra procura responder.

ENsEIGNER L’HIsTOIRE DE L’IMMIGRATION à L’éCOLE

A u t o r e s : B e n o i t Fa l a i z e e o u t r o se d i ç ã o : I n R P ( 2 0 0 9 )

Entre os manuais escolares e as práticas reais nas salas de aula, esta obra procura traçar um estado da situação em relação ao estatuto do ensino da história das migrações em França, desde a escola primária ao final do ensino secundário. Como se organizam e evoluem os programas oficiais e a escrita dos manuais escolares? Como se definem os objectivos dos professores em relação aos alunos e à instituição em que trabalham? Que iniciativas são postas em prática para evocar a dimensão humana e social de um tema que faz parte da história nacional? Que passado plural pode narrar a história longa, complexa e densa que levou à construção da França contemporânea?

ACIDI, I.p.Alto Comissariado para a Imigração

e Diálogo Intercultural

O ACIDI, I.p. prossegue atribuições da presidência do Conselho de Ministros, regulado pelo D.l.

nº. 167/2007, de 3 Maio

lisboaRua Álvaro Coutinho, nº 14-16 1150-025 lisboa

tel.: 218 106 100 Fax: 218 106 117lINHA sOs IMIgRANtE: 808 257 257 / 21 810 61 91

[email protected]

www.acidi.gov.pt

BOLETIM INFORMATIVO

DirecçãoRosário Farmhouse

Alta Comissária para a Imigração e Diálogo Intercultural

Coordenação da ediçãoElisa luis

RedacçãoJogo de letras – Edição e Consultoria Unipessoal, lda.

([email protected])

DesignBuilding Factory, s.A. ([email protected])

Colaboraram nesta edição Bárbara Duque

Camila Cardoso FerreiraIsabel Ferreira Martins

Marta gonçalves pereiraCatarina Reis Oliveira

Kattia HernandezMaria João Miranda

susana AntunesJuliana Iorio

Fotografia de capaJoost de Raeymaeker

Pré-impressão e Impressãotextype – Artes gráficas, lda

Tiragem7.000 Exemplares

Depósito legal23.456/99