CONHECIMENTOS BANCRIOS BB

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CONHECIMENTOS BANCRIOS

SUMRIO 1 Estrutura do Sistema Financeiro Nacional:............................................................04 Conselho Monetrio Nacional...................................................................................07 Banco Central do Brasil............................................................................................07 Comisso de Valores Mobilirios.............................................................................09 Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional..........................................11 Bancos comerciais...................................................................................................11 Caixas econmicas..................................................................................................12 Cooperativas de crdito............................................................................................13 Bancos comerciais cooperativos..............................................................................14 Bancos de investimento...........................................................................................14 Bancos de desenvolvimento.....................................................................................15 Sociedades de crdito, financiamento e investimento..............................................16 Sociedades de arrendamento mercantil...................................................................16 Sociedades corretoras de ttulos e valores mobilirios.............................................17 Sociedades distribuidoras de ttulos e valores mobilirios........................................18 Bolsas de valores.....................................................................................................19 Bolsas de mercadorias e de futuros.........................................................................20 Sistema Especial de Liquidao e Custdia (SELIC)...............................................27 Central de Liquidao Financeira e de Custdia de Ttulos (CETIP)........................28 Sociedades de crdito imobilirio.............................................................................29 Associaes de poupana e emprstimo.................................................................30 2 Sistema de Seguros Privados e Previdncia Complementar:................................30 Conselho Nacional de Seguros Privados.................................................................30 Superintendncia de Seguros Privados....................................................................31 Conselho de Gesto da Previdncia Complementar................................................32 Secretaria de Previdncia Complementar................................................................33 Instituto de Resseguros do Brasil.............................................................................33 Sociedades seguradoras..........................................................................................34 Sociedades de capitalizao....................................................................................35 Entidades abertas e entidades fechadas de previdncia privada.............................35 Corretoras de seguros..............................................................................................36 Sociedades administradoras de seguro-sade.........................................................36 3 Sociedades de fomento mercantil (factoring)........................................................37 Sociedades administradoras de cartes de crdito..................................................38 4 Produtos e servios financeiros:............................................................................39 Depsitos Vista.....................................................................................................40 Depsitos a prazo (CDB e RDB)..............................................................................41 Letras de cmbio......................................................................................................41 Cobrana e pagamento de ttulos e carns..............................................................43 Transferncias automticas de fundos.....................................................................44 Commercial papers..................................................................................................44 Arrecadao de tributos e tarifas pblicas................................................................45 Home/office banking.................................................................................................45

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CONHECIMENTOS BANCRIOS Remote banking.......................................................................................................46 Banco virtual.............................................................................................................47 Dinheiro de plstico..................................................................................................49 Conceitos de corporate finance................................................................................49 Fundos mtuos de investimento...............................................................................50 Hot money................................................................................................................50 Contas garantidas....................................................................................................51 Crdito rotativo.........................................................................................................51 Descontos de ttulos.................................................................................................52 Financiamento de capital de giro..............................................................................52 Vendor finance/compror finance...............................................................................52 Leasing (tipos, funcionamento, bens).......................................................................52 Financiamento de capital fixo...................................................................................54 Crdito direto ao consumidor....................................................................................54 Crdito rural..............................................................................................................55 Cadernetas de poupana.........................................................................................55 Financiamento importao e exportao: repasses de recursos do BNDES......55 Cartes de crdito....................................................................................................55 Ttulos de capitalizao............................................................................................55 Planos de aposentadoria e penso privados............................................................56 Planos de seguros....................................................................................................56 5 Mercado de capitais:.............................................................................................56 Aes: caractersticas e direitos...............................................................................57 Debntures...............................................................................................................58 Diferenas entre companhias abertas e companhias fechadas................................58 Operaes de underwriting......................................................................................59 Funcionamento do mercado vista de aes..........................................................60 Mercado de balco...................................................................................................61 Operaes com ouro................................................................................................61 6 Mercado de cmbio:..............................................................................................62 Instituies autorizadas a operar..............................................................................63 Operaes bsicas...................................................................................................64 Contratos de cmbio: caractersticas.......................................................................65 Taxas de cmbio......................................................................................................67 Remessas................................................................................................................68 SISCOMEX..............................................................................................................68 7 Operaes com derivativos:..................................................................................69 Caractersticas bsicas do funcionamento do mercado a termo, do mercado de opo, do mercado futuro e das operaes swap................................................................70 8 Garantias do Sistema Financeiro Nacional:...........................................................73 Aval..........................................................................................................................75 Fiana......................................................................................................................76 Penhor mercantil......................................................................................................77 Alienao fiduciria..................................................................................................78 Hipoteca...................................................................................................................79 Fianas bancrias....................................................................................................81 Fundo Garantidor de Crdito (FGC).........................................................................82 9 Crime de lavagem de dinheiro: conceito e etapas.................................................84 Preveno e combate ao crime de lavagem de dinheiro: Lei 9.613/98.....................87

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CONHECIMENTOS BANCRIOS Circular BACEN 2.852/98........................................................................................93 Circular BACEN 3.339/06........................................................................................94 Carta-Circular BACEN 2.826/98..............................................................................96 Carta-Circular BACEN 3.098/03..............................................................................99 PROVAS DE CONCURSOS E TESTE...........................................................................................................................102 GABARITO............................................................................................................................107

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CONHECIMENTOS BANCRIOS 1. Estrutura do Sistema Financeiro Nacional:1

Vejamos, primeiramente, as seguintes questes de concursos.

1. Analise as assertivas apresentadas, classificando-as em V (verdadeira) ou F (falsa) e marque a opo correspondente. ( ) O Sistema Financeiro Nacional (SFN) composto por um conjunto de instituies pblicas e privadas e tem como rgo normativo mximo o Conselho Monetrio Nacional (CMN). ( ) O SFN envolve dois grandes subsistemas: um normativo e outro de intermediao financeira, sendo que este ltimo composto por instituies que estabelecem diretrizes de atuao das instituies financeiras operativas, como a Comisso de Valores Mobilirios, por exemplo. ( ) O CMN reveste-se de amplas atribuies, inclusive da formulao da poltica de moeda e do crdito, com o objetivo de resguardar os interesses econmico-sociais do Pas. ( ) Um sistema financeiro, grosso modo, pode ser entendido como um conjunto de instituies e instrumentos que, em ltima anlise, se ocupa da transferncia de recursos dos agentes econmicos superavitrios para os agentes deficitrios. ( ) Como regra, as instituies financeiras so classificadas como bancrias ou monetrias e no bancrias ou no monetrias. Como exemplos destas ltimas esto as sociedades corretoras, os bancos de investimentos e os bancos mltiplos.a) V V F F V b) V F F V V c) V F V V F d) V V V V V e) F F V V V

2. Julgue as afirmativas abaixo em V (verdadeira) ou F (falsa) e assinale a opo correspondente. ( ) O Banco do Brasil, sociedade annima de capital misto cujo controle acionrio pertence Unio, considerado pelo CMN uma autoridade monetria, pois pode atuar na emisso de moeda. ( ) O Banco do Brasil executa a poltica de comrcio exterior do Governo, financiando bens de exportao e atuando como agente pagador e recebedor no exterior. ( ) O Banco do Brasil o principal instrumento de financiamento do Governo Federal, de mdio e longo prazos, voltado para o reequipamento e o fomento dos setores industrial e social considerados vitais ao desenvolvimento do Pas. ( ) A Caixa Econmica Federal, pelo fato de ser considerada uma instituio financeira com funo claramente social, est proibida de efetuar operaes de arrendamento mercantil, embora administre, com exclusividade, os servios das loterias esportivas e o penhor. ( ) Os bancos comerciais so instituies financeiras constitudas obrigatoriamente sob a forma de sociedades annimas e tm como uma das suas principais caractersticas a criao de moeda escritural, mediante depsitos vista captados no mercado. a) F V F F V b) V V V V V c) F V V V V d) V V F F F e) V V V F V

O Sistema Financeiro Nacional (SFN), denominado por alguns autores mais apropriadamente de Sistema Financeiro Brasileiro (nome este que no logrou consenso), composto por todas as instituies financeiras e correlatas assim consideradas por lei. O sistema vigente foi reestruturado em 1964 pela lei de Reforma Bancria, seguida da Lei de Mercado de Capitais em 1965, com alteraes significativas atravs da criao dos Bancos Mltiplos em 1988 e de vasta legislao adjacente. O SFN compreendido como um conjunto de instituies financeiras e

instrumentos financeiros que visam, em ltima anlise, transferir recursos dos agentes econmicos (pessoas, empresas, governo) superavitrios para os deficitrios (ASSAF NETO, 2001, p. 67).1

RESPOSTAS: 1. C

2. A

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CONHECIMENTOS BANCRIOSUma conceituao bastante simples, porm abrangente, foi dada por Cavalcante (2002, p. 25) quando comenta ser o sistema financeiro um conjunto de instituies e instrumentos financeiros que possibilita a transferncia de recursos dos ofertadores finais aos tomadores finais, e cria condies para que os ttulos e valores mobilirios tenham liquidez no mercado. J Fortuna (2002, p. 15) 2 , explanando sobre o mesmo assunto, diz que:

Uma conceituao bastante abrangente de sistema financeiro poderia ser a de um conjunto de instituies que se dedicam, de alguma forma, ao trabalho de propiciar condies satisfatrias para a manuteno de um fluxo de recursos entre poupadores e investidores. O mercado financeiro onde se processam essas transaes permite que um agente econmico qualquer (um indivduo ou empresa), sem perspectivas de aplicao, em algum empreendimento prprio, da poupana que capaz de gerar, seja colocado em contato com outro, cujas perspectivas de investimento superam as respectivas disponibilidades de poupana.O SFN compreende um vasto sistema que abrange dois outros grandes subsistemas denominados de subsistema normativo e de subsistema de intermediao, neste ltimo, so encontradas instituies tidas como bancrias e no bancrias.

SUBSISTEMA NORMATIVO Conselho Monetrio Nacional, Banco Central do Brasil, Comisso de Valores Mobilirios, Conselho de Recursos do SFN, Superintendncia de Seguros Privados e Secretaria de Previdncia Complementar. SUBSISTEMA DE INTERMEDIAO instituies bancrias, no bancrias e auxiliares. Fazem parte do Sistema Financeiro Nacional os seguintes grupos de instituies, entidades e empresas: a) Instituies Financeiras Captadoras de Depsitos Vista; b) Demais Instituies Financeiras; c) Outros intermedirios ou Auxiliares Financeiros; d) Entidades ligadas aos Sistemas de Previdncia e de Seguros; e) Administradoras de Recursos de Terceiros; e, f) Empresas ou entidades ligadas Custdia e Liquidao de Ttulos pblicos e privados. Esse conjunto de instituies, entidades e empresas responsvel pela captao e transferncia de recursos financeiras, pela administrao da previdncia privada, dos seguros, de recursos de terceiros e pela distribuio, circulao e liquidao de ttulos e valores mobilirios. Todo esse conjunto regulado e fiscalizado por outros organismos e entidades hierarquicamente superiores, pertencentes s instncias maiores do governo federal. So eles: Banco Central do Brasil, Comisso de Valores Mobilirios, Superintendncia de Seguros Privados e Secretaria de Previdncia Complementar. Cada um desses rgos, por sua vez, regulado e recebe outros poderes reguladores e fiscalizatrios do Conselho Monetrio Nacional, que o rgo responsvel maior pela definio das diretrizes de atuao de todo o sistema financeiro. Numa viso esquemtica, pode ser dito que os quatro organismos acima - BC, CVM, Susep e SPC - regulam, controlam e fiscalizam os seis conjuntos de instituies e entidades listadas no pargrafo anterior (alneas a a f), que por sua vez se transformam em trinta e trs tipos de empresas financeiras, sociedades, associaes e outras formas jurdicas que sero analisadas mais abaixo. exatamente o Sistema Financeiro que permite que um agente econmico qualquer (seja ele indivduo ou empresa) sem perspectivas de aplicao, em algum empreendimento prprio, da poupana que capaz de gerar, seja colocado em contato com outro, cujas perspectivas de investimento superam as respectivas disponibilidades de poupana. Conforme a Lei de Reforma Bancria n 4.564/64, art. 17), quanto a caracterizao legal do2

Agentes

especiais

e demais

FORTUNA, Eduardo. Mercado financeiro produtos e servios. Rio de Janeiro: Qualitymark. 2002

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CONHECIMENTOS BANCRIOSSistema Financeiro Nacional temos:

Consideram-se Instituies Financeiras, para efeitos da legislao em vigor, as pessoas jurdicas pblicas e privadas, que tenham como atividade principal ou acessria a coleta, a intermediao ou a aplicao de recursos financeiros prprios ou de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, e a custdia de valor de propriedade de terceiros. Pargrafo nico - Para os efeitos desta lei e da legislao em vigor, equiparam-se s instituies financeiras as pessoas fsicas que exeram qualquer das atividades referidas neste artigo, de forma permanente ou eventual.

Classificao das instituies financeiras: Intermedirios Financeiros x Instituies Auxiliares 1. Os Intermedirios Financeiros so Instituies Financeiras que emitem seus prprios passivos, ou seja, captam poupana diretamente do pblico, por sua prpria iniciativa e responsabilidade, para aplicao destes recursos junto s empresas, atravs de emprstimos e financiamentos. Como exemplos dessa classe de instituies temos os Bancos Comerciais, as Caixas Econmicas e os Bancos de Investimentos, entre outros. 2. Instituies Auxiliares so Instituies Financeiras que no emitem seus prprios passivos, mas apenas colocam em contato os poupadores e os investidores. Como exemplo desta classe de instituies temos a Bolsa de Valores.

COMPOSIOrgos normativos Entidades supervisoras Banco Central do Brasil - Bacen Operadores Instituies Demais financeiras instituies Outros intermedirios captadoras de financeiras Conselho Monetrio financeiros e depsitos vista Nacional - CMN administradores de Bolsas de recursos de terceiros Comisso de Valores Bolsas de mercadorias e Mobilirios - CVM valores futuros Superintendncia de Conselho Nacional Seguros Privados Entidades abertas de Sociedades Sociedades de Susep de Seguros Privados previdncia seguradoras capitalizao - CNSP complementar IRB-Brasil Resseguros Conselho de Gesto Secretaria de da Previdncia Entidades fechadas de previdncia complementar Previdncia Complementar (fundos de penso) Complementar - SPC CGPC

Caracterizao das Instituies Financeiras quanto capacidade de criar ou no moeda escritural3:A Instituio Financeira que possui a capacidade de criar moeda escritural faz parte do chamado sistema monetrio, que representado pelos bancos comerciais (oficiais e privados) e pelos bancos mltiplos com carteira comercial.3

Moeda escritural um ttulo representativo da moeda, emitido sem que, no entanto, exista um respectivo lastro em papel moeda (como por exemplo, o cheque)

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CONHECIMENTOS BANCRIOSCONSELHO MONETRIO NACIONAL (CMN)Foi a Lei 4.595, de 31 de dezembro de 1964, denominada Lei da Reforma Bancria, que criou o Conselho Monetrio Nacional, ao mesmo tempo em que dispunha sobre a poltica e as instituies monetrias, bancrias e creditcias. Depois de inmeras mudanas quanto a sua formao, o CMN hoje constitudo pelo ministro da Fazenda (presidente), pelo ministro do Planejamento e Oramento e pelo presidente do Banco Central. Os servios de secretaria so exercidos pelo Bacen. O Conselho Monetrio surgiu para ser o rgo deliberativo mximo do sistema Financeiro Nacional, institudo como rgo colegiado integrante do Ministrio da Fazenda. o instrumento de governo que planeja, elabora, implementa e julga a consistncia de toda a poltica monetria, cambial e creditcia do pas. um rgo que domina toda a poltica monetria e ao qual se submetem todas as instituies que o compem. Alm de estabelecer as diretrizes gerais das polticas monetria, cambial e creditcia, compete ao CMN regular as condies de constituio, funcionamento e fiscalizao das instituies financeiras e disciplinar os instrumentos de poltica monetria e cambial. Para o exerccio de fiscalizao e regulao, o Conselho Monetrio delega poderes ao Banco Central, Comisso de Valores Mobilirios, Superintendncia de Seguros Privados e Secretaria de Previdncia Complementar. Esta, embora subordinada hierarquicamente ao Ministrio da Previdncia Social e Assistncia Social, vincula-se ao CMN atravs do Banco Central. o Bacen quem emite as resolues e normativos, para fins de controle das entidades fechadas de previdncia. Quanto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social BNDES, apesar de estar subordinado ao Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior, ele atual em harmonia com a poltica econmico-financeira do Governo Federal e mantm ligaes com o Ministrio da Fazenda na medida em que a destinao dos lucros da instituio e quaisquer alteraes em sua composio societria devem ser apreciados por este ministrio. O vnculo com o CMN se faz por ser o BNDES um dos mais importantes instrumentos de execuo da poltica de investimentos do Governo Federal. Junto ao CMN funciona a Comisso Tcnica da Moeda e do Crdito (Comoc), composta pelo presidente do Bacen, na qualidade de coordenador, pelo presidente da CVM, pelo secretrio executivo do Ministrio do Planejamento, pelo secretrio executivo do Ministrio da Fazenda, pelo secretrio do Tesouro Nacional e por quatro diretores do Bacen indicados pelo seu presidente. Visando melhor desempenho em reas especficas da economia, esto previstas as comisses consultivas (1) de Normas e Organizao do Sistema Financeiro, (2) de Mercado de Valores Mobilirios e de Futuros, (3) de Crdito Rural, (4) de Crdito Industrial, (5) de Crdito Habitacional e para Saneamento e Infra-estrutura Urbana, (6) de Endividamento Pblico e (7) de Poltica Monetria e Cambial.

Atribuies especficas: autorizar as emisses de papel-moeda; aprovar os oramentos monetrios preparados pelo BACEN; disciplinar o crdito em suas modalidades e as formas das operaes creditcias; estabelecer limites para a remunerao das operaes e servios bancrios ou financeiros; determinar as taxas do recolhimento compulsrio das instituies financeiras; estabelecer normas a serem seguidas pelo BACEN nas transaes com ttulos pblicos; regular a constituio, o funcionamento e a fiscalizao de todas as instituies financeiras que operam no pas.

BANCO CENTRAL DO BRASIL (BACEN)O Banco Central a instituio bancria que executa, coordena e fiscaliza a poltica monetria e financeira interna e externa definida pelo Conselho Monetrio Nacional A estrutura atual do sistema financeiro brasileiro tem como centro das principais decises duas instituies constitudas dentro do organograma do Ministrio da Fazenda, que, em conjunto, so denominadas Autoridades Monetrias: o Conselho Monetrio Nacional (rgo colegiado

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CONHECIMENTOS BANCRIOSessencialmente normativo, sem funes executivas) e o Banco Central do Brasil (autarquia federal, rgo executivo central do sistema financeiro, que tem como principal funo viabilizar a execuo das decises do Conselho Monetrio). Assim, com exceo das entidades vinculadas aos sistemas de previdncia e de seguros (ligadas SPC e Susep, cuja vinculao indireta), tudo o mais tem ingerncia direta do Bacen que , abaixo do CMN, o rgo de regulao e fiscalizao mais importante do Sistema Financeiro Nacional. Alm de ser o responsvel pela execuo das normas que regulam o Sistema Financeiro, o Bacen tem entre suas atribuies agir como: (1) banco dos bancos, (2) gestor do SFN, (3) executor da poltica monetria, (4) banco emissor e (5) agente financeiro do governo. Tem sua sede em Braslia e escritrios regionais em So Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Fortaleza, Curitiba, Belo Horizonte e Belm. Enquanto (1) banco dos bancos, ele o recebedor dos depsitos compulsrios das outras instituies bancrias e realiza redescontos para a manuteno do equilbrio do sistema; na qualidade de (2) gestor do sistema financeiro, normatiza, autoriza, fiscaliza e intervm; atuando como (3) executor da poltica monetria, controla os meios de pagamento e o oramento monetrio; sendo (4) banco emissor, emite e controla o fluxo da moeda; e, como (5) agente financeiro do governo, financia o Tesouro Nacional, administra a dvida pblica e atua como depositrio das reservas internacionais. O Banco Central tambm foi criado em 1964, pela Lei da Reforma do Sistema Financeiro (4595/64, de 31.12.64 a mesma lei que criou o Conselho Monetrio Nacional) em substituio Superintendncia da Moeda e do Crdito Sumoc, cuja estrutura j no mais correspondia s necessidades das transformaes econmicas. Duma outra forma, diz-se que, conceitualmente, a atuao do Banco Central pode ser dividida em cinco grandes formas de atuao: 1. Banco do Governo; 2. Banco das instituies financeiras monetrias (aquelas que administram depsitos vista); 3. Fiscal de todas as instituies financeiras e instituies auxiliares; 4. Gestor da poltica cambial; e, 5. Gestor da poltica monetria. Visto sob a forma esquemtica acima apresentada, enquanto (1) Banco do Governo, o Bacen administra a dvida pblica monetria federal interna, adquirindo os ttulos emitidos pelo Tesouro Nacional. tambm sua funo administrar as dvidas pblicas interna e externa, alm de fiscalizar e supervisionar os dbitos de estados e municpios. Exercendo a funo de (2) Banco das instituies financeiras monetrias (bancos comerciais), o Bacen administra suas reservas bancrias (saldos de depsitos que essas instituies mantm obrigatoriamente no Banco Central, do qual uma parte fica compulsoriamente retida). Como (3) Fiscal de todas as instituies financeiras e auxiliares, o Bacen procura garantir o funcionamento correto de todas elas, evitando problemas de liquidez que possam afetar a integridade de todo o sistema. Atuando como (4) Gestor da poltica cambial, ele estabelece as regras de funcionamento e operacionais em relao s moedas estrangeiras. E como (5) Gestor da poltica monetria, o Bacen determina o estoque o fluxo da moeda na economia, buscando proporcionar o seu crescimento sustentado, isto , com a inflao sob controle. Ou, mais explicitamente, entre as principais atribuies legais atribudas Bacen constam as seguintes: Emitir papel-moeda e moeda metlica e executar os servios relativos circulao, nas condies e nos limites fixados pelo Conselho Monetrio. Executar compra e venda de Ttulos federais (por meio das operaes de Open

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CONHECIMENTOS BANCRIOS Market), tanto para executar a Poltica Monetria quanto para o prprio financiamento do Tesouro Nacional. Receber depsitos compulsrios e voluntrios do sistema bancrio, assim como realizar operaes de redesconto e outros tipos de emprstimos s instituies financeiras. Regular a execuo dos servios de compensao de cheques e outros papis. Ser o depositrio das Reservas Internacionais do pas e controlar o fluxo de capitais estrangeiros. Autorizar o funcionamento, autorizar, fiscalizar e aplicar as penalidades previstas s instituies financeiras. Controlar e fiscalizar o crdito e administrar a dvida interna.

Reafirmando cabe ao Banco Central cumprir e fazer cumprir as normas emanadas do CMN e as disposies que lhe so atribudas por lei. por meio do Banco Central que o Governo intervm diretamente no sistema financeiro e indiretamente na economia do pas.

COMISSO DE VALORES MOBILIRIOS (CVM)A Comisso de Valores Mobilirios foi instituda pela lei 6.385, de 7 de dezembro de 1976, como entidade autrquica vinculada ao Ministrio da Fazenda. Referida lei disciplinava a emisso, distribuio e negociao dos valores mobilirios, bem como a organizao, o funcionamento e as operaes das bolsas de valores. Em seu artigo 2, a lei define quais so os valores mobilirios para efeito de sua disciplina e fiscalizao: as aes, partes beneficirias e debntures, os cupes desses ttulos e os bnus de subscrio, bem como outros ttulos criados ou emitidos pelas sociedades annimas, a critrio do Conselho Monetrio Nacional. A este cabe fixar a orientao geral a ser observada pela CVM cujas atividades devem ser exercidas sob a coordenao com o Banco Central. Subseqentemente Lei da CVM foi sancionada a Lei das S.A. (6.404, de 15 de dezembro de 1976) vindo a produzir uma interligao entre os agentes econmicos e financeiros atravs das aes, debntures e outros papis que giram no mercado. A Lei das S.A. de 1976 sofreu alteraes e foi consolidada pela Lei 10.303, de 20/10/2001 que foi popularmente conhecida como a Nova Lei das S.A. Anteriormente, pequenas modificaes haviam sido introduzidas pela Lei 9.457, de 15/05/97. Dessa forma, a CVM nasceu com poderes, e posteriormente os teve confirmados, para disciplinar, normatizar e fiscalizar a atuao dos diversos integrantes do mercado de valores mobilirio.

Entende-se como mercado de valores mobilirios aquele em que so negociados ttulos emitidos pelas empresas para captar, junto ao pblico, recursos destinados ao financiamento de suas atividades. competncia da CVM, entre outras coisas, disciplinar as seguintes matrias: registro de companhias abertas; registro de distribuies de valores mobilirios; credenciamento de auditores independentes e administradores de carteiras de valores mobilirios; organizao, funcionamento e operaes das bolsas de valores; negociao e intermediao no mercado de valores mobilirios; administrao de carteiras e a custdia de valores mobilirios; suspenso ou cancelamento de registros, credenciamentos ou autorizaes; suspenso de emisso, distribuio ou negociao de determinado valor mobilirio ou decretar recesso de bolsa de valores. Com referncia ao sistema de registros, este gera a veiculao de informaes aos investidores e ao mercado em geral. Esses informes, fornecidos peridica e obrigatoriamente por todas as companhias abertas, podem ser financeiros ou referirem-se a fatos relevantes da vida das empresas. Fatos relevantes so os eventos que podem influir na deciso do investidor,

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CONHECIMENTOS BANCRIOSquanto a negociar ou no com valores emitidos pela companhia. A CVM tem por norma no exercer julgamentos de valor em relao s informaes divulgadas pelas companhias. Todavia, busca zelar pela sua regularidade e confiabilidade e, para tanto, normatiza e persegue a sua padronizao para facilitar o entendimento pblico. Quanto poltica geral de atuao, a CVM busca a consecuo de seus objetivos por meio da induo de comportamento, da auto-regulao e da autodisciplina dos agentes, apenas intervindo diretamente nas atividades de mercado quando tal tipo de procedimento se mostra ineficaz. No que concerne s polticas ou normas voltadas para o desenvolvimento dos negcios com valores mobilirios, a Comisso age suscitando a discusso de problemas, a promoo de estudos de alternativas e a adoo de iniciativas, de tal maneira que quaisquer modificaes sejam realizadas com suficiente fundamentao tcnica e possam ser assimiladas com facilidade. A fiscalizao realizada pela CVM se faz atravs do acompanhamento das informaes veiculadas ao mercado e s pessoas que dele participam. As inspees se destinam apurao de situaes especficas sobre a atuao das empresas nos negcios com valores mobilirios. Apesar de haver predominncia no mercado de valores mobilirios com a negociao de aes, debntures e quotas de fundos de investimento, existe um vasto leque de outros ttulos. Ainda podem ser elencados: Bnus de subscrio Notas promissrias Certificados de depsitos de valores mobilirios ndices representativos de carteiras de aes Direitos e Recibos de subscrio Quotas de fundos imobilirios Certificados de recebveis imobilirios Contratos de parceria para engorda de animais Certificados representativos de contratos mercantis de compra e venda a termo de energia eltrica Depositary receipts (recibos de depsitos), instrumento utilizado na colocao de aes de companhias brasileiras no exterior Opes de compra e venda de valores mobilirios. Essa relao no esgota o limite, pois ainda podem ser negociados quaisquer outros ttulos emitidos pelas sociedades annimas, evidentemente desde que inseridos no conceito de valor mobilirio e devidamente registrados na CVM. Ficam excludos os ttulos da dvida pblica municipal, estadual e federal, bem como as cambiais de responsabilidade de instituies financeiras, com exceo das debntures. Com referncia ao mercado de derivativos, cujos instrumentos financeiros derivam do valor de um outro ativo denominado ativo-objeto, somente sero alvo de negociao os ttulos decorrentes daqueles acima descritos que esto sob a jurisdio da CVM. Isso abrange os contratos a termo, contrato de opes e contrato de futuros de tudo o que seja considerado valor mobilirio. semelhana da existncia do Procon, o rgo de proteo ao consumidor, a CVM criou o Prodin Programa de Orientao e Defesa do Investidor, para oferecer ao investidor meios para conhecer o mercado de valores mobilirios e nele atuar munido das informaes necessrias. Na hiptese de o investidor ser vtima de algum tipo de irregularidade, o Prodin est apto a lhe dar a orientao para obter o reparo dos danos causados.

NomenclaturaOs atos pblicos expedidos pela CVM obedecem seguinte nomenclatura: Ato Declaratrio o documento atravs do qual a CVM credencia ou autoriza o exerccio de atividades prprias do mercado de valores mobilirios. Deliberao diz respeito aos atos de competncia do Colegiado, nos termos do Regimento Interno. Instruo so aqueles atravs dos quais a CVM regulamenta matrias expressamente previstas nas Leis n 6385/76 (Lei da CVM) e 6404/76 (Lei das S.A.). Nota Explicativa fornece explicaes sobre a aplicao de determinada norma, expe os

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CONHECIMENTOS BANCRIOSmotivos que levaram a CVM a edit-la ou apresentar proposio ao Conselho Monetrio Nacional a respeito da matria. Parecer responde s consultas especficas formuladas por agentes do mercado e investidores ou por membros da prpria CVM, a respeito de matria por ela regulada. Parecer de Orientao sedimenta o entendimento da CVM sobre assunto que lhe caiba regular, oferecendo ao mercado orientao sobre o assunto. Portaria diz respeito aos atos envolvendo aspectos da administrao interna da CVM.

CONSELHO DE RECURSOS NACIONAL (CRSFN)

DO

SISTEMA

FINANCEIRO

rgo legalmente integrante da estrutura do Ministrio da Fazenda, ocupa um lugar no sistema nacional de superviso dos mercados financeiro e de capitais. Atua na esfera de reviso de decises de carter punitivo tomadas pelas autoridades de primeiro grau e contra as quais as partes interpem recurso administrativo. Tem, assim, a finalidade de julgar, em segunda e ltima instncia administrativa os recursos interpostos das decises relativas s penalidades administrativas aplicadas pelo Banco Central do Brasil, pela Comisso de Valores Mobilirios e pela Secretaria de Comrcio Exterior. O Banco Central do Brasil, a Comisso de Valores Mobilirios, a Carteira de Comrcio Exterior do Banco do Brasil S/A e os rgos do Ministrio da Fazenda proporcionaro o apoio tcnico e administrativo necessrio ao funcionamento do Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional. O Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional constitudo por oito Conselheiros, possuidores de conhecimentos especializados em assuntos relativos aos mercados financeiro, de cmbio, de capitais, e de crdito rural e industrial, observada a seguinte composio: I - um representante do Ministrio da Fazenda (Minifaz); II - um representante do Banco Central do Brasil (Bacen); III - um representante da Secretaria de Comrcio Exterior (MIDIC); IV - um representante da Comisso de Valores Mobilirios (CVM); V - quatro representantes das entidades de classe dos mercados afins, por estas indicados em lista trplice. As entidades de classe que integram o CRFSN so as seguintes: Abrasca (Associao Brasileira das Companhias Abertas), Anbid (Associao Nacional dos Bancos de Investimento), CNBV (Comisso de Bolsas de Valores), Febraban (Federao Brasileira das Associaes de Bancos), Abel (Associao Brasileira das Empresas de Leasing), Adeval (Associao das Empresas Distribuidoras de Valores), AEB (Associao de Comrcio Exterior do Brasil), sendo que os representantes das quatro primeiras entidades tm assento no Conselho como membrostitulares e os demais, como suplentes. Tanto os Conselheiros Titulares, como os seus respectivos suplentes, so nomeados pelo Ministro da Fazenda, com mandatos de dois anos, podendo ser reconduzidos uma nica vez. Fazem ainda parte do Conselho de Recursos dois Procuradores da Fazenda Nacional, designados pelo Procurador-Geral da Fazenda Nacional, com a atribuio de zelar pela fiel observncia da legislao aplicvel, e um Secretrio-Executivo, nomeado pelo Ministrio da Fazenda, responsvel pela execuo e coordenao dos trabalhos administrativos. Para tanto, o Banco Central do Brasil, a Comisso de Valores Mobilirios e a Secretaria de Comrcio Exterior proporcionam o respectivo apoio tcnico e administrativo. O representante do Ministrio da Fazenda o presidente do Conselho e o vice presidente o representante designado pelo Ministrio da Fazenda dentre os quatro representantes das entidades de classe que integram o Conselho.

BANCOS COMERCIAIS (BC)Os Bancos Comerciais so intermedirios financeiros que recebem recursos de quem tem e os distribuem atravs do crdito seletivo a quem necessita de recursos, naturalmente, criando moeda atravs do efeito multiplicador do crdito. O objetivo proporcionar suprimento oportuno e adequado dos recursos necessrios para financiar, a curto e mdio prazos, o comrcio, a

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CONHECIMENTOS BANCRIOSindstria, as empresas prestadoras de servios e as pessoas fsicas. Em termos operacionais, os bancos comerciais podem descontar ttulos, realizar operaes de abertura de crdito simples ou em conta corrente, realizar operaes especiais de crdito rural, de cmbio e de comrcio exterior, captar depsitos vista e a prazo fixo, obter recursos junto s instituies oficiais para repasse aos clientes, adiantamentos sob cauo de ttulos comerciais, cheques especiais etc. Num sentido amplo, bancos comerciais so instituies financeiras que transferem recursos dos agentes superavitrios, captado atravs dos depsitos vista e de depsitos em aplicaes, para os deficitrios, na forma de emprstimos em curto prazo, tanto para pessoas fsicas quanto para atender s necessidades de capital de giro das empresas. Alm disso, tambm prestam tambm servios auxiliares, tais como cobranas mediante comisso, transferncias de fundos de uma para outra praa, recebimentos de impostos e tarifas pblicas, aluguel de cofres, custdia de valores, servios de cmbio e outros servios. Suas atividades e funcionamento so regulados e fiscalizados pelo Banco Central do Brasil e, atravs deste rgo, as autoridades monetrias controlam a liquidez do sistema bancrio. So instituies constitudas obrigatoriamente sob a forma de sociedades annimas. A caracterstica especial dos bancos comerciais a sua capacidade de criar moeda (moeda escritural), na medida em que os bancos emprestam diversas vezes o volume dos depsitos vista captados no mercado, atravs do efeito multiplicador do credito. Nos ltimos anos da dcada noventa do sculo findo houve grande incentivo governamental para que esses bancos realizassem fuses e incorporaes, nacionais e internacionais, diminuindo consideravelmente o nmero de sedes bancrias e promovendo incremento na quantidade de agncias. Tal tendncia de concentrao acabou sendo estendida tambm s demais instituies do Sistema Financeiro Nacional, com a formao de conglomerados financeiros atuando nos mais diversos segmentos do mercado, com a justificativa de reduzir os custos operacionais e elevar a eficincia administrativa, objetivando melhor produtividade e maior competitividade. Com isso, os bancos vm apresentando rpida evoluo em sua estrutura de funcionamento e adaptando suas operaes e produtos s exigncias de um pblico cada vez mais experiente e globalizado. Esto tambm trabalhando de forma mais especializada, segmentando sua participao no mercado com base no volume dos negcios dos clientes e na forma de atendimento. Atravs dessa segmentao, os bancos so classificados em bancos de varejo, que costumam trabalhar com muitos clientes, sem maiores exigncia com relao a suas rendas e bancos de negcios, voltados preferencialmente s grandes operaes financeiras, trabalhando com um nmero mais reduzido de clientes de alto poder aquisitivo. Com relao ao tipo de atendimento dispensado, os bancos comerciais costumam atuar como private bank, modalidade em que atendem a pessoas fsicas de elevadssima renda e/ou patrimnio, ou como personal bank, em que do atendimento a pessoas fsicas de alta renda e, muitas vezes, a pequenas e mdias empresa ou, ainda, como corporate bank, voltados preferencialmente para as grandes corporaes.

CAIXAS ECONMICAS (CE)As caixas econmicas, juntamente com os bancos comerciais, so as mais antigas instituies do Sistema Financeiro. So constitudas sob a forma de empresa pblica, tendo como principais atividades integrar o Sistema Brasileiro de Poupana e Emprstimo e o Sistema Financeiro da Habitao, alm de funcionar como agente do Tesouro Nacional no cumprimento de programas governamentais de cunho scio-econmico. Nesse sentido, atuam como gestoras do PIS e do FGTS. Tambm exercem atividades tpicas de bancos comerciais, sendo autorizadas a receber depsitos vista em conta corrente. Na prtica, atualmente, as caixas econmicas se transformaram em bancos mltiplos, pois, como os demais bancos, atuam tambm na captao de depsitos vista, caderneta de poupana, previdncia privada, capitalizao e seguros diversos. Da mesma forma que os bancos comerciais, as Caixas Econmicas (federal e estaduais) podem receber depsitos vista do pblico e fazer emprstimos, exercendo, conseqentemente, o poder de criao de moeda escritural. Tambm atuam no crdito direto ao consumidor, financiando bens de consumo durveis,

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CONHECIMENTOS BANCRIOSemprstimos sob garantia de penhor industrial e cauo de ttulos. Detm a exclusividade das operaes de emprstimo sob penhor de bens pessoais e sob consignao. Com a extino do Banco Nacional de Habitao, a Caixa Econmica Federal absorveu seus ativos e passivos, tornando-se o agente do governo federal para a execuo de sua poltica habitacional.

COOPERATIVAS DE CRDITO (CC)Cooperativas de crdito so instituies financeiras, sociedades de pessoas, com forma e natureza jurdica prprias, de natureza civil, sem fins lucrativos e no sujeitas a falncia, constitudas com o objetivo de propiciar crdito e prestar servios aos seus associados. So regulamentadas pelas Leis ns. 5.764, de 16.12.1971, e 4.595, de 31.12.1964, alm dos atos normativos baixados pelo Conselho Monetrio Nacional e pelo Banco Central do Brasil e pelo respectivo estatuto social. Equiparando-se s instituies financeiras, as cooperativas normalmente atuam em setores primrios da economia ou so formadas entre funcionrios de empresas. No setor primrio, permitem uma melhor comercializao dos produtos rurais e criam facilidades para o escoamento das safras agrcolas para os consumidores. No interior das empresas em geral, as cooperativas oferecem possibilidades de crdito aos funcionrios, os quais contribuem mensalmente para a sobrevivncia e o crescimento da mesma. Todas as operaes facultadas s cooperativa so exclusivas aos cooperados. Outra forma de captao permitida pelo Banco Central s cooperativas a de operar contas de depsitos vista e a prazo. Uma parte dos recursos depositados recolhida ao banco que lhe representa na cmara de compensao, como reserva tcnica, mas a maior parte repassada aos associados na forma de mais emprstimos. A conta de depsitos vista uma forma de captao de recursos com custo zero diante das contribuies que tm de ser remuneradas, assim como os depsitos a prazo, neste caso chamados de Recibos de Depsitos de Cooperativas (RDC). As cooperativas de crditos tambm podem oferecer produtos como conta corrente, cheque especial, recebimento de contas de servios pblicos e o processamento da folha de pagamento dos funcionrios da empresa. Para efeito de constituio, a Lei Cooperativista (5764) estabeleceu que as cooperativas de crdito singulares so constitudas pelo nmero mnimo de 20 pessoas fsicas. Entretanto, uma cooperativa s se tornar vivel, economicamente, a partir de pelo menos 200 cooperados. Como exemplo de cooperativa de crdito bem sucedida cita-se a Cooperforte, instituio criada em 21/08/1984, por 33 funcionrios do Banco do Brasil, em Braslia, com o nome de Cooperativa de Economia e Crdito Mtuo do Pessoal do Banco do Brasil no Distrito Federal Ltda. No incio, a cooperativa era restrita a Braslia e aos funcionrios do Banco do Brasil, naquela cidade. Atualmente, a Cooperforte, que passou a ser dos Funcionrios de Instituies Financeiras Pblicas Federais, conta com mais de 54 mil associados, dela podendo participar, alm de funcionrio do BB, tambm do Bacen, do Basa, BNDES, BNB e da CEF. A entidade tem associados em todo o territrio brasileiro. Seus ativos esto na ordem de R$ 165 milhes e os emprstimos aos associados na casa dos R$ 120 milhes. Para efeitos societrios, as cooperativas de crdito se equiparam a uma instituio financeira. Elas devem adotar obrigatoriamente, em sua denominao social, a expresso "Cooperativa", sendo vedada a utilizao da palavra "Banco". Alm disso, devem tambm adequar a sua rea de ao s possibilidades de reunio, controle, operaes e prestao de servios. As organizaes cooperativas, em termos gerais, podem ser classificadas estruturalmente em: singulares, as constitudas pelo nmero mnimo de 20 (vinte) pessoas fsicas; cooperativas centrais ou federaes de cooperativas, as constitudas de, no mnimo, trs singulares de crdito; e confederaes de cooperativas, p. ex., as constitudas, pelo menos, de trs federaes de cooperativas de crdito ou cooperativas centrais de crdito. Por sua vez, as cooperativas singulares dividem-se em: cooperativas de crdito rural cujo quadro social formado por pessoas que desenvolvam, na rea de atuao da cooperativa, de forma efetiva e predominante, atividades

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CONHECIMENTOS BANCRIOSagrcolas, pecurias ou extrativas, ou se dediquem a operaes de captura e transformao do pescado; e cooperativas de crdito mtuo cujo quadro social formado por pessoas que exeram determinada profisso ou atividades, ou estejam vinculadas a determinada entidade. As cooperativas de crdito rural devero dispor de estrutura organizacional especfica para operar em crdito rural, cumprindo-lhe observar, em especial, as disposies do Manual de Crdito Rural (MCR) Na forma da legislao em vigor, dependem de prvia e expressa autorizao do Banco Central do Brasil o funcionamento de cooperativas de crdito e os atos societrios por elas deliberados, referentes a: Eleio de membros do rgo de administrao e do Conselho Fiscal; Reforma do estatuto social; Mudana do objeto social; Fuso, incorporao ou desmembramento; Dissoluo voluntria da sociedade e nomeao do liquidante e fiscais. A aprovao, pelo Banco Central, dos pleitos de cooperativas de crdito no as exime do cumprimento das formalidades legais dos atos societrios, que ser objeto de exame pela Junta Comercial. Da mesma forma, a homologao dos atos societrios no implica qualquer juzo sobre a veracidade dos dados consignados, que so de total responsabilidade da instituio requerente e sujeitos a posterior verificao pelo Banco Central.

BANCOS COMERCIAIS COOPERATIVOS (BCO)So bancos, constitudos a partir das cooperativas de crdito, com operao restrita Unidade da Federao de sua sede e que podem fazer tudo o que qualquer outro banco comercial faz: talo de cheques; carto de crdito; compensao de documentos; administrar a carteira de crdito, antes sob o controle da cooperativa; levantar recursos no exterior, atividade vetada s atuais cooperativas de crdito.

BANCOS DE INVESTIMENTO (BI)Bancos de investimento so instituies financeiras constitudas sob a forma de sociedade annima, cujo objetivo principal a prtica de operaes de investimento, participao ou financiamento a prazos mdios (superiores a um ano) e de longo prazo, para suprimento de capital fixo ou de movimento de empresas do setor privado, mediante a aplicao de recursos prprios e coleta, intermediao e aplicao de recursos de terceiros. Em sua denominao deve, obrigatoriamente, constar a expresso "Banco de Investimento". No podem captar recursos na forma de depsito vista em contas correntes. A captao de recursos feita principalmente atravs da emisso de CDB e RDB, de captao e repasse de recursos e de venda de cotas de fundos de investimentos. Os recursos captados so investidos em emprstimos e financiamentos especficos para aquisio de bens de capital pelas empresas ou para subscrio de aes e debntures. Alm de terem seio criados para canalizar recursos de mdio e longo prazos para suprimento de capital fixo ou de giro das empresas,os BI no podem destinar seus recursos a empreendimentos mobilirios e tm limites para investimentos no setor estatal. Desta forma, orientam a aplicao de seus recursos repassados no fortalecimento do capital social das empresas, via subscrio ou aquisio de ttulos; na ampliao da capacidade produtiva da economia, via expanso ou realocao de empreendimentos; no incentivo melhoria da produtividade, atravs da reorganizao, da racionalizao e da modernizao das empresas, estimulando fuses, cises, incorporaes (corporate finance), na promoo do desenvolvimento tecnolgico, via treinamento ou assistncia tcnica. Em sntese, as operaes ativas que podem ser praticadas pelos bancos de investimento so:

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CONHECIMENTOS BANCRIOS emprstimo a prazo mnimo de um ano para financiamentos de capital fixo ou capital de giro; aquisio de aes, obrigaes ou quaisquer outros ttulos e valores mobilirios para investimento ou revenda no mercado de capitais (operaes de underwriting); repasses de emprstimos obtidos no Pas ou no exterior; prestao de garantia de emprstimos no Pas ou provenientes do exterior. Os bancos de investimento tambm se capacitam, pela sua estrutura tcnica, a oferecer uma srie de servios, como assessoria na realizao de negcios, orientao financeira, administrao de projetos e outros. Atuam tambm na rea de leasing financeiro, administram fundos de investimento de renda fixa e de aes, clubes de investimento, e realizam operaes de lanamento de ttulos no mercado brasileiro e no exterior. Falando sobre o assunto, Assaf Neto (2001, p.78) comenta que:

Os bancos de investimento so os grandes municiadores de crdito de mdio de longo prazos no mercado, suprindo os agentes carentes de recursos para investimento em capital de giro e capital fixo. Como agente financiador dessas empresas, essas instituies efetuam, principalmente, operaes de maior escala, como repasses de recursos oficiais de crdito, repasses de recursos captados no exterior, operaes de subscrio pblica de valores mobilirios (aes e debntures), lease-back, e financiamentos de bens de produo a profissionais autnomos.Um tipo de operao mais recentemente realizada pelos bancos de investimento a denominada securitizao de recebveis que consiste, em essncia, na transformao de valores a receber e crditos das empresas em ttulos negociveis no mercado. Os bancos de investimento dedicam-se tambm prestao de vrios outros servios, tais como: avais, fianas, custdias, administrao de carteiras de ttulos e valores mobilirios etc.

BANCOS DE DESENVOLVIMENTO (BD)Bancos de desenvolvimento so instituies financeiras encarregadas pelos governos federal e estaduais de atender a demanda de financiamento a empresas privadas e ao setor pblico para impulsionar o desenvolvimento e fortalecer o empresariado nacional. So agentes de governo com objetivo de prover financiamentos a mdio e longo prazos aos setores primrios, secundrio e tercirio. O Banco de Desenvolvimento Econmico e Social (BNDES) o principal agente de financiamento do governo federal. As principais instituies de fomento regional so do Banco do Nordeste (BNB) e o Banco da Amaznia (BASA), tm funes semelhantes ao BNDES, mas suas reas de atuao ficam restritas s regies Nordeste e Amaznia legal. Assim, da mesma forma que o BNDES, os organismos estatuais esto voltados para o desenvolvimento econmico, s que em nvel regional. Para tanto, estabelecem sistema de integrao com o BNDES, do qual so agentes financeiros, e estabelecem parcerias com outros rgos regionais e setoriais de desenvolvimento. Os bancos e as companhias estaduais de desenvolvimento so instituies criadas por governos estaduais, cuja atividade bsica o apoio financeiro s iniciativas econmicas de interesse dos seus estados. Diante desse objetivo, os bancos de desenvolvimento apiam formalmente o setor privado da economia, por meio principalmente de operaes de emprstimos e financiamentos, arrendamento mercantil, garantias, entre outras. Normalmente, operam com repasse de rgos financeiros do Governo Federal. Podem funcionar como agentes financeiros de rgos nacionais e estrangeiros e sua ateno volta-se para a formao da infra-estrutura agrcola e industrial da regio a que servem. As companhias de participao podem tambm constituir-se com recursos do setor privado ou de combinao desses recursos com capitais do setor pblico. Esses bancos so regidos pelas normas legais vigentes a todas as demais instituies do Sistema Financeiro Nacional, e sua constituio e funcionamento dependem de autorizao do

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CONHECIMENTOS BANCRIOSBanco Central. Reiterando, os Bancos Estaduais de Desenvolvimento que so instituies financeiras constitudas sob a forma de sociedade annima e controladas pelos governos estaduais. Devem adotar obrigatria e privativamente, em sua denominao, a expresso "Banco de Desenvolvimento", seguida do nome do estado em que tenha sede.

SOCIEDADES DE INVESTIMENTO

CRDITO,

FINANCIAMENTO

E

As Sociedades de Crdito, Financiamento e Investimento so instituies privadas, constitudas sob a forma de sociedade annima, popularmente conhecidas como financeiras, cuja funo primordial o financiamento de bens de consumo durveis atravs do crdito direto ao consumidor e financiamento das vendas (credirio). Podem tambm as financeiras realizar repasses de recursos governamentais, financiar profissionais autnomos legalmente habilitados e conceder crdito pessoal. No podem manter contas correntes e os seus instrumentos de captao restringem-se s letras de cmbio, que so ttulos de crdito sacados pelos financiados e aceitos pelas financeiras para colocao junto ao pblico. As letras de cmbio so emitidas pelo muturio, e recebem, atravs de aceite, a coobrigao da Sociedade de Crdito, Financiamento e Investimento. Os recursos assim captados so transferidos aos muturios (consumidor ou empresa comercial). Na esfera das financeiras, giram as chamadas promotoras de vendas, constitudas, em geral, sob a forma de sociedades civis que servem de elo entre o consumidor final, o lojista e a financeira, por meio de contratos especficos, em que figuram com poderes especiais, inclusive para sacar letras de cmbio na qualidade de procuradores dos financiados e tambm prestando garantia del credere dos contratos intermediados. As sociedades financeiras podem ser classificadas como: independentes, quando atuam sem nenhuma vinculao com outras instituies financeiras; ligadas a conglomerados financeiros; ligadas a grandes estabelecimentos comerciais; ligadas a grandes grupos industriais, como montadoras de veculos, por exemplo. As empresas conhecidas por promotoras de vendas no so instituies financeiras. Visam unicamente cadastrar clientes para as operaes de financiamento, mediante, geralmente, postos avanados de atendimento, recebendo uma comisso por esses servios.

SOCIEDADES DE ARRENDAMENTO MERCANTILArrendamento mercantil, tambm conhecido como leasing, uma operao de financiamento com durao aproximada da vida til do bem, em que o cliente tem a posse e o uso do bem, pagando por isso um preo geralmente mensal. Em linhas gerais, a operao de leasing se assemelha a uma locao, tendo o cliente, ao final do contato, as opes de renov-la, de adquirir o equipamento pelo valor residual fixado em contrato ou de devolv-lo empresa. Tais empresas devem constituir-se sob a modalidade de sociedade annima, adotando obrigatria e privativamente em sua razo social a expresso "Arrendamento Mercantil". Seu objetivo principal praticar operaes de arrendamento mercantil de bens mveis, de produo nacional ou estrangeira, e bens imveis adquiridos de terceiros para uso da arrendatria em sua atividade econmica. Essas instituies tambm praticam operaes de cesses de crditos, que consistem na negociao das contraprestaes dos contratos de arrendamento realizados com outras instituies financeiras. Esse tipo de empresa surgiu da percepo de que o lucro de uma atividade produtiva pode advir da simples utilizao do equipamentos e no de sua propriedade. As operaes de leasing foram regulamentadas pelo Conselho Monetrio Nacional atravs da Lei n 6.099, de 09/74, e a integrao das sociedades arrendadoras ao Sistema Financeiro Nacional pela da Resoluo n 351, de 1975. As sociedades de arrendamento mercantil costumam captar recursos de longo prazo

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CONHECIMENTOS BANCRIOSprincipalmente por meio da emisso de debntures, ttulos que tm como cobertura o patrimnio da empresa que os emitiu ou de emprstimos no pas ou no exterior. As debntures no tm prazo fixo de resgate, e suas caractersticas podem ser bem diferenciadas, sendo corrigidas por diferentes ndices, inclusive com clusula cambial. Os principais tipos de leasing so: Leasing operacional: assemelha-se a um aluguel, e efetuado geralmente pelas prprias empresas fabricantes de bens; Leasing financeiro realizado por algumas instituies financeiras, como bancos mltiplos e sociedades de arrendamento mercantil. A arrendadora adquire o bem selecionado de um fornecedor e o entrega para uso da arrendatria. Ao final do prazo pactuado, a arrendatria poder ou no exercer seu direito de compra do bem por um valor residual garantido estabelecido previamente; Lease-back: ocorre quando uma empresa vende determinado bem de sua propriedade e o aluga imediatamente, sem perder sua posse. Em verdade, o bem no removido fisicamente, passando a empresa de proprietria do ativo para arrendatria do mesmo. Essa modalidade demandada principalmente por empresas que necessitam de reforo de capital de giro. Em seu livro Mercado Financeiro, o prof. Alexandre Assaf Neto (2001. p.114) informa que:

[...] a operao de arrendamento mercantil pode ser compreendida como uma forma especial de financiamento. Basicamente, essa modalidade praticada mediante a celebrao de um contrato de arrendamento (aluguel) efetuado entre um cliente (arrendatrio) e uma sociedade de arrendamento mercantil (arrendadora), visando utilizao, por parte do primeiro, de certo bem durante um prazo determinado, cujo pagamento efetuado em forma de aluguel (arrendamento). A empresa de leasing, na verdade, intervm entre a empresa produtora do bem ativo e a empresa que necessita do bem. O ativo demandado pela empresa arrendatria adquirido pela sociedade de arrendamento mercantil e transferido ao cliente por determinado perodo. Ao final desse prazo, arrendatria assegurado o direito de prorrogar o contrato, devolver o bem empresa arrendadora ou adquirir o bem definitivamente pelo preo estabelecido no contrato de arrendamento firmado.

SOCIEDADES CORRETORAS MOBILIRIOS (CCVM)

DE

TTULOS

E

VALORES

Esse tipo de sociedade opera com ttulos e valores mobilirios, por conta de terceiros. As corretoras podem efetuar lanamentos de aes, administrar carteiras e fundos de investimentos, intermediar operaes de cmbio, dentre outras atividades. Falando sobre as corretoras, Fortuna (2002, p.34), diz que elas so instituies tpicas

do mercado acionrio, operando com compra, venda e distribuio de ttulos e valores mobilirios (inclusive ouro) por conta de terceiros.As corretoras atuam na intermediao com as bolsas de valores e de mercadorias. Sua constituio depende de autorizao do Banco Central e da CVM, ou seja, as sociedades corretoras so credenciadas pelo Banco Central do Brasil e pela CVM e so fiscalizadas pelas bolsas de valores. Em sua razo social deve ser consignada a expresso "Corretora de Ttulos de Valores Mobilirios". Em suas atividades, elas exercem o papel especfico de: operar nos recintos das bolsas de valores e de mercadorias; efetuar lanamentos pblicos de aes; administrar carteiras e custodiam valores mobilirios; instituir, organizar e administrar fundos de investimento; operar no mercado aberto; e

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CONHECIMENTOS BANCRIOS intermediar operaes de cmbio. Outros autores, Cavalcante, entre eles, comentam que corretoras so instituies financeiras (ainda que muitos as classifiquem como instituies do Sistema de Distribuio) organizadas na forma jurdica de sociedade annima ou sociedade por quotas de responsabilidade limitada, cuja principal funo a de promover a aproximao entre compradores e vendedores de ttulos e valores mobilirios, dando a estes capacidade e oportunidade negocial atravs de operaes realizadas em recinto prprio, denominado prego das Bolsas de Valores. Como principais atividades elas: operam com exclusividade na Bolsa de Valores da qual membro, com ttulos e valores mobilirios de negociao autorizada. Compram, vendem e distribuem ttulos e valores mobilirios, por conta de terceiros; efetuam lanamentos pblicos de aes (underwriting); Administram carteiras de valores e custodiam ttulos e valores mobilirios; instituem, organizam e administram fundos e clubes de investimentos; prestam servios como transferncia de ttulos, desdobramento de cautelas, recebimento de juros, dividendos ou encarregam-se da subscrio de ttulos e valores mobilirios etc. Intermediam a compra e venda de moeda estrangeira nas atividade de importao e exportao, bem como no mercado flutuante de moeda estrangeira. Operam no mercado aberto (open market) Por sua vez, Assaf (2001, p. 82) diz praticamente a mesma coisa que os demais autores quando nos ensina que:

[...] as sociedades corretoras so instituies que efetuam, com exclusividade, a intermediao financeira nos preges das bolsas de valores, das quais so associadas mediante a aquisio de um ttulo patrimonial. Entre outros direitos que lhes competem, as sociedades corretoras podem: a) promover ou participar de lanamentos pblicos de aes; b) administrar e custodiar carteiras de ttulos e valores mobilirios; c) organizar e administrar fundos e clubes de investimentos; d) efetuar operaes de intermediao de ttulos e valores mobilirios, por conta prpria e de terceiros; e) efetuar operaes de compra e venda de metais preciosos, por conta prpria e de terceiros; f) operar em bolsas de mercadorias e futuros, por conta prpria e de terceiros; g) operar, como intermediadora, na compra e venda de moedas estrangeiras, por conta e ordem de terceiros (operaes de cmbio); h) prestar servios de assessoria tcnica em operaes inerentes ao mercado financeiro.Em outubro de 2002, o CMN estendeu a cobertura do FGC s corretoras que aplicam dinheiro em outras instituies financeiras. Com isso, os clientes das corretoras esto protegidos pelo sistema. O FGC garante, at o valor de R$ 20 mil, os depsitos vista, em poupana e outros investimentos, como CDB. Antes, o Fundo Garantidor de Crdito no dava garantia para pessoas que aplicavam em um banco por meio de corretoras. Em sntese, corretoras so instituies constitudas na forma de sociedade annima ou limitada que atuam na compra, venda e distribuio de ttulos e valores mobilirios. So tpicas do mercado acionrio, operando com exclusividade em negociaes, vista e a termo, por conta de terceiros, no recinto da Bolsa de Valores, e em carter no exclusivo, no Mercado Aberto e no balco.

SOCIEDADES DISTRIBUIDORAS DE TTULOS E VALORES MOBILIRIOS (DTVM)As sociedades distribuidoras so empresas constitudas como sociedades annimas ou

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CONHECIMENTOS BANCRIOSsociedades por quotas de responsabilidade limitada, cuja autorizao para funcionamento dada pelo Banco Central do Brasil. O campo de atuao das distribuidoras mais restrito do que o das corretoras, pois no tm acesso s bolsas de valores ou de mercadorias. So instituies especializadas na distribuio de ttulos e valores mobilirios, ou seja subscrio de emisso de ttulos e aes, intermediao e operaes no mercado aberto. Deve constar em sua razo social a expresso "Distribuidora de Ttulos e Valores Mobilirios". Suas atividades bsicas so: aplicaes por conta prpria ou de terceiros (intermediao) em ttulos e valores mobilirios de renda fixa e varivel; operaes no mercado aberto; participao em lanamentos pblicos de aes.

BOLSAS DE VALORESA conceituao mais tradicional diz que as Bolsas de Valores so associaes civis sem fins lucrativos, com autonomia administrativa, financeira e patrimonial, constitudas por um conjunto de Sociedades Corretoras, com funo de organizar e manter em funcionamento um mercado contnuo para negociao de ttulos e valores mobilirios. Nesse mesmo sentido aduz Cavalcante (2002, p.34) apresentando a seguinte argumentao:

As bolsas de valores, de acordo com o disposto na Resoluo 2.690 de 18.01.2000 do Conselho Monetrio Nacional, constituem-se como associaes civis, sem fins lucrativos ou sociedades annimas, e tm por objetivo social, entre outros, manter local adequado ao encontro de seus membros e realizao, entre eles, de transaes de compra e venda de ttulos e valores mobilirios, em mercado livre e aberto especialmente organizado e fiscalizado por seus membros, pela autoridade monetria e, em especial, pela CVM.Semelhantemente, Assaf (2001, p. 81) tece comentrios acerca do tema:

As bolsas de valores so associaes civis sem finalidades lucrativas, cujos patrimnios so constitudos por ttulos patrimoniais adquiridos por seus membros, as sociedades corretoras. As bolsas mantm um local onde so negociados os ttulos e valores mobilirios de pessoas jurdicas pblicas e privadas. Para tanto, devem apresentar todas as condies necessrias para o perfeito funcionamento dessas transaes, tais como organizao, controle e fiscalizao.Constata-se, pois, que do ponto de vista legal as Bolsas de Valores podem se constituir como associaes civis sem fins lucrativos ou sociedades annimas, cujo patrimnio representado por ttulos que pertencem s sociedades corretoras membros. Possuem autonomia financeira, patrimonial e administrativa, mas esto sujeitas superviso da Comisso de Valores Mobilirios e obedecem s diretrizes e polticas emanadas do Conselho Monetrio Nacional. Com referncia aos papis negociados, os principais ttulos so aqueles que representam o capital das empresas, ou seja, as aes. A legislao tambm autoriza a negociao de outros ttulos como: debntures (simples ou conversveis), commercial papers, opes de compra e venda sobre aes de companhias abertas, quotas de fundos, bnus de subscrio, ttulos pblicos, certificados de depsitos de aes lanados por empresas sediadas nos pases que integram o Acordo do Mercosul etc. Alm dessas funes, as bolsas de valores tem a finalidade de propiciar liquidez s aplicaes, fornecendo, concomitantemente, um preo de referncia para os ativos ali negociados, por intermdio de um mercado contnuo, representado por seus preges dirios. Devem tambm as bolsas de valores dotar seu local de funcionamento de todas as condies para que os negcios se efetuem num mercado livre e aberto, obedecendo a suas prprias regras e propiciando a continuidade dos preos e a liquidez dos negcios realizados.

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CONHECIMENTOS BANCRIOSA essncia da existncia das bolsas de valores proporcionar liquidez aos ttulos negociados, atuando por meio de preges contnuos. Tm responsabilidade pela fixao de um preo justo, formado por consenso de mercado mediante mecanismos de oferta e procura. Obrigam-se as bolsas, ainda, a efetuar, dentro do menor prazo e da maior amplitude possvel, a divulgao de todas as operaes realizadas. As bolsas de valores atuam com diversos tipos de mercado. No mercado a vista, so realizadas operaes com liquidao financeira imediata ou, no mximo, num prazo bastante curto. Nos mercados a termo, opes e futuros, cada um com caractersticas prprias de funcionamento, as operaes tm sua liquidao processada num prazo maior. O denominado mercado de balco resume as operaes realizadas com diferentes tipos de papis, no necessitando estar registrados em bolsa. Exemplos: ttulos patrimoniais de associaes diversas, aes de empresas no registradas em bolsas de valores, e outras espcies de ttulos. O mercado de balco no possui um lugar fsico determinado para realizar suas atividades, sendo os negcios geralmente realizados mediante contatos telefnicos. Por outro lado, as caixas de liquidao (clearings) atuam nos preges e tm por funo bsica registrar, liquidar e compensar as vrias operaes processadas no mbito das bolsas de valores. Essas empresas esto habilitadas tambm para receber depsitos e garantias exigidas em certas operaes financeiras realizadas. As clearings podem estabelecer-se juridicamente como empresas controladas pelas bolsas de valores ou, se autorizado pelas sociedades corretoras membros das bolsas, de forma independente. A Bolsa de Valores de So Paulo Bovespa o maior centro de negociaes com aes da Amrica Latina. Fundada em 23 de agosto de 1890, a Bovespa nasceu numa poca em que a bolsa de valores era uma instituio pouca conhecida do grande pblico. Nesse perodo, incorporou toda a evoluo econmica e poltica brasileira, atravs da longa histria do ndice Bovespa (criado em 1968), um dos mais tradicionais do pas. A Bovespa responsvel por inmeras iniciativas visando a qualidade dos servios prestados aos investidores e companhias abertas que a equipara s bolsas dos grandes centros financeiros mundiais. Entre as iniciativas mais recentes, pode-se destacar: Mega Bolsa, Home Broker, After-Market, Novo Mercado etc. Em 2001, com a finalidade de fortalecer o mercado acionrio brasileiro e se preparar para a globalizao dos negcios, a Bovespa concluiu um acordo histrico para integrao de todas as bolsas brasileiras em torno de um nico mercado de valores o da Bovespa. O Home Broker um sistema atravs do qual os investidores podem operar eletronicamente enviando ordens de compra e venda de aes atravs da Internet. Para utilizar o sistema o investidor precisa ser cliente de uma corretora membro da Bovespa que possua o sistema Home Broker. Os negcios tambm podem ser realizados atravs do Mega Bolsa. Implantado em 1977, o Mega Bolsa o sistema de negociao eletrnico utilizado pela Bolsa de Valores de So Paulo. Pelo sistema eletrnico de negociao, a oferta de compra ou de venda feita por terminais de computador. O encontro das ofertas e o fechamento dos negcios so realizados automaticamente pelos computadores da Bovespa. Para ampliar o acesso dos investidores ao mercado acionrio a Bovespa criou o AfterMarket. Atravs desta modalidade a Bovespa ampliou o horrio do prego eletrnico que passou a funcionar aps s 18 horas e at s 22 horas com a finalidade de atender ao Home Broker.

BOLSAS DE MERCADORIAS E DE FUTUROSA Bolsa de Mercadorias & de Futuros - BM&F uma associao civil, sem fins lucrativos, oriunda da fuso, em 1991, da Bolsa Mercantil & de Futuros (antiga BM&F) com a Bolsa de Mercadorias de So Paulo (BMSP). Tem sede e foro em So Paulo e escritrios em Santos, Rio de Janeiro, Campo Grande e Nova Iorque. No comeo do sculo passado, empresrios paulistas, ligados exportao, ao comrcio e agricultura, criaram, em 26 de outubro de 1917, a Bolsa de Mercadorias de So Paulo (BMSP). Foi a primeira no Brasil a introduzir operaes a termo, e alcanou, ao longo dos anos, fecunda tradio na negociao de contratos agropecurios, particularmente caf, boi gordo e algodo. Em julho de 1985, surgiu a Bolsa Mercantil & de Futuros, a BM&F. Seus preges comearam a funcionar em 31 de janeiro de 1986. Em pouco tempo, conquistou posio invejvel entre suas congneres, ao oferecer negociao produtos financeiros em diversas modalidades

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CONHECIMENTOS BANCRIOSoperacionais. Em 9 de maio de 1991, BMSP e BM&F fecharam acordo para unir suas atividades operacionais, aliando a tradio de uma ao dinamismo da outra. Surgiu ento a Bolsa de Mercadorias & de Futuros, sendo mantida a sigla BM&F. Em 30 de junho de 1997, ocorreu novo acordo operacional, agora com a Bolsa Brasileira de Futuros (BBF), fundada em 1983 e sediada no Rio de Janeiro, com o objetivo de fortalecer o mercado nacional de commodities e consolidar a BM&F como o principal centro de negociao de derivativos do Mercosul. Em 31 de janeiro de 2000, ao completar 14 anos de existncia e inaugurar novas e modernas instalaes, a BM&F ingressou na Aliana Globex, formada pelas bolsas de Chicago (Chicago Mercantile Exchange), Paris (Euronext), Cingapura (Singapore Exchange-Derivatives Trading), Madri (Meff - Mercado Oficial de Futuros y Opciones Financieros) e Montreal (Montreal Exchange). O objetivo da aliana foi servir de plataforma para acordos bilaterais ou multilaterais, visando acesso aos vrios mercados e reduo de margens por meio de sistemas mtuos de compensao, troca de informaes e outros servios. No dia 22 de setembro do mesmo ano, a BM&F introduziu seu sistema eletrnico de negociao, o Global Trading System (GTS) Em 22 de abril de 2002, deu incio s atividades da Clearing de Cmbio BM&F. No dia 25 do mesmo ms, adquiriu da Companhia Brasileira de Liquidao e Custdia (CBLC) os direitos de gesto e operacionalizao das atividades da cmara de compensao e liquidao de operaes com ttulos pblicos, ttulos de renda fixa e ativos emitidos por instituies financeiras. Adquiriu tambm os ttulos patrimoniais da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro (BVRJ), passando a deter os direitos de administrao e operacionalizao do sistema de negociao de ttulos pblicos e outros ativos, conhecido como Sisbex. Com isso, a BM&F amplia a abrangncia de sua atuao e se transforma na principal clearing da Amrica Latina, proporcionando um conjunto integrado de servios de compensao de ativos e derivativos, ao mesmo tempo em que oferece economias de escala, custos competitivos e segurana operacional.

ObjetivosO objetivo maior da BM&F efetuar o registro, a compensao e a liquidao, fsica e financeira, das operaes realizadas em prego ou em sistema eletrnico, bem como desenvolver, organizar e operacionalizar mercados livres e transparentes, para negociao de ttulos e/ou contratos que possuam como referncia ativos financeiros, ndices, indicadores, taxas, mercadorias e moedas, nas modalidades a vista e de liquidao futura. Para concretizar seus objetivos, a BM&F mantm local e sistemas de negociao, registro, compensao e liquidao adequados realizao de operaes de compra e de venda, dotando-os de todas as facilidades e aprimoramentos tecnolgicos necessrios, a fim de divulgar as transaes com rapidez e abrangncia. Alm disso, a instituio possui mecanismos para acompanhar e regular seus mercados e normas que asseguram aos participantes de seus mercados o adimplemento das obrigaes assumidas, em face das operaes efetuadas em seus preges e/ou registradas em quaisquer de seus sistemas de negociao, registro, compensao e liquidao. Destaca-se nesse particular o reconhecimento, pelo rgo regulador do mercado norteamericano a Commodity Futures Trading Commission (CFTC) , em julho de 2002, da adequao desses sistemas e mecanismos, o que significa que so equiparveis, perante a CFTC, aos adotados pelo mercado dos Estados Unidos. No mbito de seu poder de auto-regulao, a Bolsa estabelece normas visando a preservao de princpios eqitativos de negociao e comrcio e de elevados padres ticos para as pessoas que nela atuam, direta ou indiretamente. A BM&F tambm atua na regulamentao e fiscalizao das negociaes e das atividades de seus associados, resolve questes tcnicas e operacionais, aplica penalidades aos infratores das normas; concede crdito operacional a seus associados, defende seus interesses, bem como de seus associados, junto s autoridades constitudas; e dissemina a cultura dos mercados de derivativos no Pas, por meio de eventos educacionais, treinamentos e publicaes.

Administrao21

CONHECIMENTOS BANCRIOSA administrao central da BM&F est divida em trs instncias: a Assemblia Geral, o Conselho de Administrao e o Diretor Geral. A Assemblia Geral, da qual pode participar todos os associados, o rgo deliberativo mximo. Rene-se duas vezes ao ano: em dezembro, para eleger os membros do Conselho de Administrao, examinar e votar a proposta oramentria e o programa de trabalho da instituio para o prximo perodo; e no primeiro trimestre, para examinar, discutir e votar as demonstraes financeiras da Bolsa relativas ao ano anterior. O Conselho de Administrao composto de 17 Conselheiros e quatro Suplentes, a saber: cinco Conselheiros e um Suplente eleitos pelos Membros das Cmaras de Compensao; cinco Conselheiros e um Suplente eleitos pelas Corretoras de Mercadorias; trs Conselheiros e um Suplente eleitos pelos Scios Efetivos trs Conselheiros e um Suplente indicados pelo Scio Honorrio; (veja a estrutura societria em 12.1.6), e o Diretor Geral. Os Conselheiros tm mandato de trs anos, com uma parte deles sendo renovada anualmente. Os Suplentes tm mandato de apenas um ano. J o Diretor Geral membro nato do Conselho. O Presidente e o Vice-Presidente so eleitos anualmente dentre os membros do Conselho de Administrao (CA), ao qual cabe traar a poltica geral da BM&F e zelar por sua boa execuo, aprovar regulamentos e normas, definir as condies para admisso e excluso de scios, autorizar a negociao de contratos, aprovar a estrutura organizacional da Bolsa e fixar contribuies, taxas e emolumentos. O Conselho de Administrao pode criar Comits Deliberativos, relativos a mercados e sistemas da Bolsa, como o Comit Deliberativo para Assuntos de Cmbio, cujo propsito tratar de eventuais alteraes que visem o aprimoramento do Regulamento da Clearing de Cmbio BM&F, bem como dos servios por ela prestados. Para questes no-operacionais, o Conselho de Administrao dispe do Conselho Consultivo, formado por ex-presidentes da BM&F e por pessoas de destaque no cenrio poltico-econmico nacional. Outros rgos constitudos pelo Conselho de Administrao so as Cmaras Consultivas, que se renem periodicamente para estudar e sugerir novos mtodos e modalidades operacionais, bem como medidas para o aperfeioamento dos vrios mercados e contratos. So vrias as Cmaras Consultivas existentes: Anlise de Risco; Assuntos de Cmbio; Assuntos Operacionais; Ativos Financeiros; ndices de Aes e ADRs; Energia; Boi Gordo e Bezerro; Acar e lcool; Algodo; Milho e Soja; e Caf. Essas cmaras tambm propem ao Conselho de Administrao a criao das Comisses de gio e Desgio dos preos das mercadorias e de Padronizao, Classificao e Arbitramento da qualidade das respectivas mercadorias, compostas de classificadores e rbitros. O Conselho de Administrao indica o Diretor Geral e fiscaliza sua gesto. Ao Diretor Geral, dentre outras atribuies, compete executar a poltica e as determinaes do Conselho de Administrao, praticar todos os atos necessrios ao funcionamento da Bolsa, estabelecer os procedimentos a serem observados e os limites operacionais, propor a admisso de novos contratos negociao e administrar e investir os recursos financeiros da instituio. Tem sob sua direo o corpo executivo da Bolsa, que responde pelas Clearings de Derivativos, de Cmbio e de Ativos e pelas reas de Sistemas e Tecnologia, Operaes e Desenvolvimento de Mercado, Tcnica e de Planejamento, Imprensa e Mdia, Relaes Institucionais e Administrao, Mercados Agrcolas e Jurdica e de Auditoria, rea qual est ligada a BM&F (USA) Inc., com sede em Nova Iorque, que presta servios aos investidores estrangeiros. O Diretor Geral membro nato de todos os comits, cmaras e comisses. Em seu assessoramento para assuntos relacionados a risco nos mercados BM&F, conta com o Comit de Risco, composto de executivos da instituio, que, no mnimo semanalmente, analisa o cenrio macroeconmico e seus efeitos sobre os mercados, avalia parmetros de liquidez, fixa diretrizes de mensurao de risco de mercado, examina a poltica de gerenciamento de margens de garantia e acompanha o grau de alavancagem do sistema.

Servios aos associados22

CONHECIMENTOS BANCRIOSA BM&F presta os seguintes servios aos seus associados: Prego de Viva Voz: sistema em que as operaes so executadas por Operadores de Prego, que so os representantes das Corretoras, e por Operadores Especiais, em postos de negociao predeterminados para cada ativo ou mercadoria. Sistema de Registro de Operaes do Mercado de Balco: trata-se de um sistema de registro, controle escritural e informao dos valores de liquidao de operaes de swap e opes flexveis, que so fechadas previamente entre as instituies por telefone e levadas a registro na Bolsa pelas Corretoras credenciadas. Global Trading System (GTS): plataforma por meio da qual os membros da Bolsa podem operar eletronicamente todos os mercados por ela oferecidos negociao, alguns dos quais com exclusividade. Sisbex-Negociao: sistema eletrnico de negociao de ttulos pblicos e cmbio que conecta ampla rede de instituies financeiras detentoras de ttulos de Scio DO. (DO = Direito de Operao: so ttulos patrimoniais especiais que do direito ao detentor de operar em Cmbio ou Ttulos Pblicos atravs do sistema Sisbex-Negociao). As negociaes ocorrem em diferentes ambientes do sistema, cujas telas podem ser programadas pelos prprios operadores. As ofertas de compra e de venda so lanadas e visualizadas por todos os participantes. A um simples comando, o sistema executa, instantaneamente, o fechamento automtico de negcios contra as ofertas disponveis na tela. Os operadores tm disposio uma variada gama de funes que lhes permitem operar nos mercados de ttulos pblicos e de cmbio. O sistema processado por um computador central, a partir do qual os aplicativos so distribudos para as estaes de trabalho nas mesas de operaes, por meio de links diretos com as instituies. Sisbex-Registro: um tipo de servio oferecido aos participantes autorizados a negociar ttulos pblicos, detentores ou no de ttulos de Scio DO. As operaes realizadas no mercado de balco so registradas por meio desse sistema, para liquidao pela Clearing de Ativos. O Sisbex-Registro permite a integrao da liquidao de operaes executadas em mltiplos sistemas de negociao em um nico ambiente de processamento de instrues de liquidao, j integrado rea de retaguarda das principais instituies financeiras. Sistema de Custdia: o sistema de custdia da Bolsa fornece servios de custdia para ativos em geral, com destaque para ouro. No caso da Custdia Fungvel de Ouro, o metal registrado em contas individualizadas, com as transferncias de propriedade efetuadas por meio de lanamentos contbeis. J a guarda do ouro negociado no mercado disponvel da Bolsa est a cargo de bancos custodiantes, devidamente credenciados. O metal fica registrado em nome da BM&F junto a essas instituies. A BM&F, por sua vez, controla a posio escritural de cada cliente. Com isso, o ouro em custdia utilizado automaticamente na garantia das posies do cliente. Classificao de Caf e Algodo: so servios iniciados pela BMSP, cuja classificao de algodo feita desde 1922 e a de caf, desde 1978. No caso do algodo, a BM&F o rgo oficial de classificao do Estado de So Paulo. Seu curso profissionalizante de classificador de algodo reconhecido pelo Ministrio da Agricultura. Teleouro: sistema de registro de operaes e liquidao centralizada para os negcios de compra e venda de ouro realizados no mercado de balco. O Teleouro funciona de modo interativo com os sistemas de liquidao e custdia da BM&F. Para segurana desses servios, a BM&F dispe de um site de contingncia, equipado conforme normas internacionais, que funciona integrado infra-estrutura de tecnologia de forma ininterrupta e em tempo real, replicando todas as suas funes e dispositivos, a fim de viabilizar uma estratgia de recuperao automtica e simultnea para eventos de falha. Alm desses servios, vale observar, ainda, que a BM&F prev, em seus Estatutos Sociais, instaurao do Juzo Arbitral para a soluo de controvrsias oriundas de contratos celebrados em seu mbito. Em funo disso, mantm quadro de rbitros de reconhecida competncia e especialidade nos mercados de sua atuao. No caso de instaurao do Juzo Arbitral, cada parte designa um rbitro e o respectivo suplente. Os indicados escolhem um terceiro rbitro, que ser o presidente do Juzo Arbitral, e seu suplente. So vrios os benefcios da soluo de pendncias por esse meio. Dentre eles, a informalidade, a rapidez e o baixo custo, em comparao com a Justia comum. Alm disso, a

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CONHECIMENTOS BANCRIOSsentena proferida em arbitramento tem os mesmos efeitos da proferida pelo juiz togado.

EstruturaSendo uma associao civil, sua estrutura montada em termos de scios. Seus ttulos de scios esto divididos nas seguintes categorias: Membro de Compensao: o ttulo de Membro de Compensao pode ser adquirido por bancos mltiplos, comerciais e de investimento, corretoras e distribuidoras de ttulos e valores mobilirios, devidamente autorizados a funcionar pelo Banco Central. Os detentores desse ttulo so os responsveis, perante a BM&F, pela compensao e pela liquidao de todos os negcios realizados em prego de viva voz ou eletrnico. As Corretoras de Mercadorias que no so Membros de Compensao, os Operadores Especiais, os Operadores Especiais de Mercadorias Agrcolas, as Corretoras de Mercadorias Agrcolas e as Corretoras Especiais so obrigados a contratar pelo menos dois Membros de Compensao, perante os quais assumem deveres e obrigaes, para o registro de suas operaes. Corretora de Mercadorias: garante pessoa jurdica que o detm o direito de realizar operaes em seu nome - carteira prpria - e em nome de terceiros, seus clientes, em todos os mercados da BM&F. Operador Especial: pessoa fsica (ou firma individual) que opera diretamente, em seu nome, mas que no est autorizada a realizar operaes em nome de terceiros. Pode, contudo, prestar servios de execuo de ordens s Corretoras. Scio DL (com direito de liquidao): pessoa jurdica autorizada a efetuar a compensao e a liquidao de operaes com ttulos pblicos, ttulos de renda fixa e ativos emitidos por instituio financeira. Scio DO (com direito de operao): pessoa jurdica autorizada a intermediar e registrar operaes com ttulos pblicos, cmbio, ttulos de renda fixa e ativos emitidos por instituio financeira. Corretora de Mercadorias Agrcolas: embora com direitos semelhantes aos de uma Corretora de Mercadorias, os detentores desse ttulo podem operar diretamente apenas as commodities agropecurias. Corretora Especial: ttulo que proporciona a seu detentor o direito de registrar swaps e opes flexveis nos sistemas correspondentes da BM&F. Operador Especial de Mercadorias Agrcolas: igualmente o Operador Especial, este tipo de operador est autorizado a realizar negcios em seu prprio nome, mas somente nos mercados de commodities agropecurias. Corretor de Algodo: opera com exclusividade no mercado fsico de algodo. Esse mercado no faz parte dos preges da BM&F, mas sua regulamentao de sua competncia. Scio Efetivo: um tipo de ttulo que assegura pessoa fsica ou jurdica que o detm reduo nos custos de transao. Scio Honorrio: esta modalidade pertencente Bovespa, na qualidade de instituidora da BM&F. Os ttulos de Corretora de Mercadorias, Membro de Compensao, Scio Honorrios e Scio Efetivo conferem a seus detentores o direito de votar e de ser votados na Assemblia Geral que elege o Conselho de Administrao da Bolsa.

MercadosEm termos gerais, so os seguintes os mercados abrangidos pela BM&F. Futuro: neste tipo de operao as partes assumem compromisso de compra e/ou venda para liquidao (fsica e/ou financeira) em data futura, contando com o ajuste dirio do valor dos contratos, que o mecanismo que possibilita a liquidao financeira diria de lucros e prejuzos das posies. Termo: semelhante ao mercado futuro, em que as partes assumem compromisso de compra e/ou venda para liq