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r~ . ·--~..Z-SJ.4MJ\.(,M3 &.,, 224 ! '~ "\ r , . "vf . ' "" I ••. ~ .,. "" ,, !li! JtS! 4~~ Z.."" •• ,, ~ f ' ! I,... Conquistados, Mas N~o Vencidos nn n IM i~r~ 1 rn-1 T l l L.\ o (Ji:;;p ('11'" ,;i d o füi[!(l urrd o vo l umf:?. d i:;i ,Jt::ih n Hmmm i. n q i;;c,tJ n1 ,'.). t I i :s b.~ ri .:.., ·IC- d o s, 1' nd i oss b r as i 1 e :l ro s -f i n a l iTH~n te i.W .-ar ~r.: 1-::u, f or nwc e11c~o a to dos aqLte 1 es estímulo para pesquisas futuras. Tal qual o primeiro volume~ Red Gold r~dr~QS e acontmcimentos da polftica inciigenista brasileira e das .,,,br i::\nc;~c~ndc>, m~ados du sêculo de2citc~ ~, ê:.'?r" .,,\ pomba 1 i na, atê o início do século com a cria~~º de Servi;c de Prcte~io aos Indi os. Par ·aeu escapei~ emª~QU Ecgu~l~c pede ser visto come uma benvinda introdu;~o t:t.1j o con te úd o c ori t í bu í p,:).1·· ~ o cor: h"'"!t: i mt'?nt o do processo de forma~ào de fronteiras e ~a din~mica de su~ expans~o. deve-se creditar a llernming o trabalho de organizar uma vasta quantidade de documentos Sob v~rics aspectos, este livro repres~nta um grande avan~c com rela~ào a B!~ §gl~ por n~o ~st~r t~c sobrecarregado ~cm oa tipos de problemas peles quais Jquele +o í justAmente ~riticado (Bainas, 1. 982) Apes,,,ir· d I s~:;o. Frontiec. como v~remos m~is adiante. 1<./87.. (.)mazc)n ~-::-rJ,ntiew: lndi;;uis. l_ondrer~: M.,~cMill,,\n, 647 pp. ,John. 1 ··--- ' ··---------.------ • • V •• - - • • -•• ••• --- -- •-

Conquistados, Mas N~o Vencidos · processo de forma~ào de fronteiras e ~a din~mica de su~ expans~o. deve-se . creditar . a llernming o . trabalho . de . organizar . uma vasta . quantidade

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Page 1: Conquistados, Mas N~o Vencidos · processo de forma~ào de fronteiras e ~a din~mica de su~ expans~o. deve-se . creditar . a llernming o . trabalho . de . organizar . uma vasta . quantidade

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Conquistados, Mas N~o Vencidos

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estímulo para pesquisas futuras. Tal qual o primeiro volume~ Red Gold

r~dr~QS e acontmcimentos da polftica inciigenista brasileira e das

.,,,br i::\nc;~c~ndc>,

m~ados du sêculo de2citc~ ~, ê:.'?r" .,,\ pomba 1 i na, atê o início do século

com a cria~~º de Servi;c de Prcte~io aos Indi os. Par ·aeu

escapei~ emª~QU Ecgu~l~c pede ser visto come uma benvinda introdu;~o

t:t.1j o con te úd o c ori t r· í bu í p,:).1·· ~ o c or: h"'"!t: i mt'?nt o do

processo de forma~ào de fronteiras e ~a din~mica de su~ expans~o.

deve-se creditar a

llernming o trabalho de organizar uma vasta quantidade de documentos

Sob v~rics aspectos,

este livro repres~nta um grande avan~c com rela~ào a B!~ §gl~ por n~o

~st~r t~c sobrecarregado ~cm oa tipos de problemas peles quais Jquele

+o í justAmente ~riticado (Bainas, 1. 982) • Apes,,,ir· d I s~:;o.

Frontiec. como v~remos m~is adiante.

1<./87.. (.)mazc)n ~-::-rJ,ntiew: lndi;;uis. l_ondrer~: M.,~cMill,,\n, 647 pp.

,John.

1

··--- ' ··---------.------ • • V •• - - • • -•• ••• --- -- •-

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' ' <

teri.;a ss í d o út.J.l· se Hernm í nq .tivi;?s!:;E-1 dito claramente

n Li vuo r:1rn1 urna ,;;\valla~;~'Xo mair::i c:cimplet,:J. do campo pc~squi-::;.;,,.dt:J e wr,,;j.

um tanto superficiais,

c.Jl'€~ de.i::.;=tiJl o led.tcir m.;d~;. c~:d.gen't.t~ c::l..imàndo pc:ir ma íor: pr-o+urrd íd ad e • . .

Podet-i~ também ter feito uma discuss~o das fontes documentais, pois o

am v~rios momentos~ destituído dR uma v.is~o

Em suma~ o livt·o segue o estilo de Red Gold. 110 sentido de

ser uma hjstdria 8scrila para o grande pdblicc, mas, m~smo ~ssim, d~~e

s~1- criticado 8m su~ metcdclcgia a pElc fato de perpetuar certas

cunceµ~bes equivocadas.

uma discuss~o sobrm as leis

rombalinas de 1755 e sobre e si6tema de Diretório. Dep~ramo-nos aqui

com nada menos que seis pressupostos problemáticos~

Qqld, e quP colocam o leitor na diffcil pcsi~~o d~ rerguntar se vale a

com b:,,i!:i€-~ num li r., ô.d p t i: [•

em :t 1500 ~ e,'. í '°' l: i a m ( : ~5 ) •

que nunca foram justificadas, s~o criticadas por v~rias

Pthnoh i. st.or i ado,,·c~s pCJr di::i.r-em uma estimativa b a í ::ê'\ dem,3.i ';.

'.2) A de qu o "tc:>do~; o s fndi os .;~mer i caricia a l Cé:lnC,:é.•TD.m as anti Ç)éciS

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m:, ·;,, .--,. 1·; l r!r· r ,;.·ir; Lr 1,?H d lê\lr.i (.)nv::~ ri e: •• ~ rui d o 8u I (.! d-ç:, 1\1<:lr· t t~ vi i::'\ rn í g r· ,,{~ô·o ç; d .a 1~ l:ü i ~1

(:7,.{3) .~nos

ê:1. 1~ 1' ;.\ e; •

especialmente no Brasil, e ignora

C:El), o que determina a hipótese de Hernming sobre a

b:-:ii:;;,, dP1tsidcHJe p op u Lac í on s •. 1. Mosmo ignorando qu~o tondenciosa é t:,). 1

vnmos que j~ em B9~ Qg!~ o~ dados contradizem essa

ll ) os fndios brasileiros tinham sistemas

p o l Lt í c oss p ouc o de!:=H?nvolvidCJs~ 11onde .•. ~ regra tr-ibal erõ:~ ao mesmo tempo

onde as decis~ras de dia a dia 8ram tomadas em reunib~s~dos

velhos da t.rLb o " (: 8-9) ~ uma generaliza~~º simplista que entra ~m

que pArece baseada numa observaç~o limitada do que ocorre hoje em dia

quP nàci dr:~i::~ssem "mcmumerrt cm dur adour-cia!' , um ponte> ele vista

cio <:-1mar d o n

'':f' ·-·

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do

i r,qH'l"dnhvr,I

qw~ as mulhcr8s i~dfgenas exerciam sobre os colonos, repetida várias ,

/.\,n;:L-: cm Frontier cobre quatro perfodos principais que

b) a Independência, do

e> o Ciclo da Dorr~cha~ de meados

do r:;éculci d8zenovr:i ,::io ín f c í o do sé<:ul1:i vinte; o perfodo que

ê1hranq1? CJ Ciclo tia Bo1·-rad·1c\ na Am~zt>nii:1, mê:1s cujo foco é "o rest:.c:i do

Br a s i 1" nessa época. O livro tem e mêrito de concentrar a atenç~o ~m

ar., i nvé,; de

o qu e pode1,-:i.~1. b,n- sido feito, cada fronteir~ por si próp r i a

( como as duas primeiras partes

considaram as mesmas fronteiras no contexto da emergente economia

política do Brasil, enquanto as duas ~ltimas separ~m a Amazónia do

Esta divis~o por área e cronologia conduz, de fato, ;a

por e:-: f:!lllp lo, 01s mov í m..?ntos

1ní?!:'",-;,;i.t.'ini c:(Js de mtaados do século dezenovt':! no Alto Ri o Nr~gro recebem um

dando a

em parte~

por urn pr: o l oriq.ad o ·\:r--atami;.mto ab uss í vo ant:c~s que m.H" q i s~;e o Ci e 1 o da.

f.l.

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':_•\

l. 9f:H >, ..

fQtc asse discutida per Hemming na parte

tJ.111. , .. 1r· i 1Jr !;,oi ir, ': ! é:'\ l ndt.:?p E~ndt)n e: i iiA.

ns rlivirn~os da livro corre~pcndam h.tjl~imica pclttic~ e económica

8)·( p i::lí'l ~il ~C) e e ams~ntamsnto das . . t.emcis

f nti i os' as varia~bes do sistema am difere11les regibes de . . ·f r 011 t f.1 i r a e~ os; p ,:,.CI ,, .. c~E~s; d (fi r r2 l. ,'::\e: :l on «une~n t; CJ EH"l t; ,~ €~

milil~r~s e colonos. Os três primeiros. capítulos,

1,;hcJ um t,ilnto gerais, c::onceritr-ando-·

a Cc>st i:-1. At Uant. í e a e as

franteir~s do Sul. O leitor tem a nftida impress~o de que. em cad~ uma

i:h:~·,i'c',c:•.s brEfas~ segue·-se o mesmo padrâl.o, s í mp Lí+Lc ado e "inevitável"~ de

Com raras excess~es, na àrea do

Tacantins-ArayJaia,

0L1·iyadas ~viverem assant~mentos onde viram suas populaçbes diminuir

Memmo ,::1. ;;;si rn ,

al r.:le2i. cJs-mr.1c.1el. o acabaram em rufnas; as que escaparam conseguiram

vo lt.ar a seu~:; antigm.r. modc:>~, ele v í de P-~

desl:"!l'lvol ver poli: ti cas dm 1res:i !sténc ia c1J11tra. as i nvatm1··es. . ' As tribos da Costa Atlàntica sofreram mais brutalm~nte ~ oxpans~o

em dec:onrénc:ia da c:orri.c.ié:.~ do ouro e de Llilii:.1 "guen~a de

U f (. -n ,,; l V,:\" i51

esc:1··,,1.vidàQ lt~g;,1lizacla do i"nclio". S1':.~qundo Hemmi ng ~ com a sua inegável

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-. -· ·-·----- - ·- -----·

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adm í r ac ào pela cí í ac í p Lí rra e pr odut ív í d acle do 1s;i~ntemç:\ jesuítico (ver

o~ mimmionAr1on, (Tll)illillll\C:) n (::) pti1\p (1:-) l 11c::ivi.l.:lz.Hlos11 dr:ii;;

f 1·11.f j O Si!' n ~.r.i t :i. Vf,~r t~m,

par campanhas brutais

Este~

corno outros r ap Lt.ul oa ,

Gu~ikuru tivesse sustado os portugueses, m.-as que, de fato,

"fr c:iqttt?::a" dr-?!:.,te~; f.?stava EHll "n~c) ter-em uma estr·atégi,:1 ou plano

<] l ob a l ". E: pen<:\ que o tom c.\qu:i. sej .a t:à'o c:cindesc:endente.

ln d(:?p !!1nd(+~r1 e: í .~, descreve as ccnsequ~ncias para os

i11dfgenas das mudan~as polfticas advindas da independénçia do Brasil,

f:.'!Ol °Lt:l'"10CE:i do aumon t o de intf;lt'"~?SSH::'l CiE,mt:i'.'·f:iC:iJ pf-.:d.o j~nd:i.Cl, sobretudo p or:

p;,wte de ex p l orad,Jres; eun::>p€'.:lUS. Ao me~;mo tE'rn1pa, havia o dilema moral e

p o l ftj e o cio~_;; europE!UEi em ~;u.,:\,:5 rr~la~cles com a p opu Laç ào indfgena,

entre solw;:ê'.lE:is-, "libc;:~r-ais" e

e, por outro, a continua~lo do

completo extermfniq, conquista e saques de terra, 8m consequénçia das

pr !,.~.,:,séJ(~f,; cresc::entes par.a e:-(pandi r éas frontei r-a.s. Os primeir-os trés

c2p!tulos tratam de atitudes e solu~ôes para mostrar, su.po',:;t.:imente,

qu~o importante~ foram os sentimentos como base µara as solu~ões

propostas.

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. - --- -~--,...--•__....---.------ ·-

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. '

Numa época em que pr~valeciam'ás doutrinas evolucionistas de

(JI) t r: [{!, que enMltaci~ num~~implicidacira e inoc~ncia. (~s

d o i 11 :1: e i D do l!i, êc: u l cJ ç.l'f..'!;.'! 1:;in ove i atn d e~;de a p r ot 8i;: ~a .

r10tcrnalista até o linha dura do trabalhe for~ado e da assimilaç~o.

como Guida Marli~re

lr·•1,.JJtnc.·lck1 p or: 1 .. kunmi.nq como um Hcmi:lpn bu um Vill.c,s~ Doa~. do sr':>c:ulo

DL.l Jom?. [lor1.i.·f.:~c:ic.1,

ou sobre educa~~c, i n t~~n:asêl.rnentos,

essas propostas foram basicamente

quH n~o é mencior1ad,.:~ por Hemming,

foi a de Francisco Josê ZMny~ para dividir cm fndios entre os colonos

0 submet~-lcs ao trabalho). Até mesmo os esfar~os de Marli~re p~ra

inv,-:i.s~o

p o I a fnmteira. No final, a "úni e a esperan~a", de acordo com Hemmi ng,

est~va na volta ac regime missionJrio, ccdificddo no Regimento das

Mi si:-.,;ôes ciE' 1.845, mas qu~ tambdm previa o trabalho for~ado das fndios~

~ SL1a r8mc~~o da terra natal e o arrendamento das t8rra6 indfgenas.

Os quatro capftulos seguintes retorn~m á expans~o contfnua das

nc Tcc~ntins-Araguaia, ond8 criadores de gado~

f az end e í n:is f,: e o ~ ona~. f.:'H'l c orrt r· .;,\r am ;a -f e:HTímha res i st t~nc: ia dos povos Gé

no oeste do Mato Grosso, onde os Bororo adotaram diversas

poucas com éxitc, p ar a en-frentc1r as cr-escentes press~es

cacia ve~ mais complexa, onclr:: as

ir, t:.~:,?1,··nas polftic:o-econOmicc clominante

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.. ,,

provocaram~ cabanagem dos anos 20 e 30· do &dculo passado. O capi."tulo

d~dicado á Cabanagem decepcion~ pela abcrdag~m surerfici~l que d dada

1 ~itua~io do fndic. H~mming di~cut@ mucint~mente a alian~a dos

l11.1.1,dun.1cu c.:r:;m o s por b...l~Jt..U~i,;1:~1::1 e ..1 oprf.~s~,;1~o ddtli C,':).bc'.\1·1(J!i:l !5obr~ os Muri::.~,

m~s n~o dj aten~~o á drástica depopula~io dus Mura nos anos que se

nem ao papel que nela tivf,ffi.'\111 os M;..wes~

fortes aliados dos portugueses. De medo ffiemolhante~ 'o capitulo sobre

atitudes e sentimentos dos

j11Jias, que deveiri,:\m ent1,·ê'\1'· na pr í me í r a p',artt~ da Sf)~:à'o~ ~;,,.lva.m-·se um;J.S

µ0ucas obs0rva~~es subr8 o &istem~ cada vez mais predatório da

em meados cio século dezenove~

.)li111t':)nt,:1.d1J pele:\ idealc:iqit"l d+'.? 1..un.!:\ "ra~:a superior·" +-Juropéia, rnas

cc.u l.r ar i ad a pGla et1:-1r-11a esc~,~::;r;:;ez de mà'o de obr a,

Os qu~tro capítulos que perfazem a Parte Três tratam cio Ciclo da'

l?mbcir-ê.~, c:omc:i foi m1-ZJ11c:ion,'::\dCJ ac í me , nem t.ocío o ma.terial seja

Depois de um apanhadb geral do

com r-el atos ~;ol:'Jn~ r· i q1.H?zas f ant..ist i c ass e~ s cbre i gu.al mente

Hemming df,•dic~'l um c ap r t u Lo a "Enclios e a

onde come~a afirmando que, no S(~U Ílll:CÍQ, o comércio da

e conclui dizPndo

qu cc: os '' setcmta anos do apogeu da b1::in··ac;:h,l nà'o foram t;.i-o e a.tas tróficos

p,.,r,:1 D. pop1.tla~:.::cc:i nativa e orno 1:;e pode1··ia im,1gin~1.1-·11 (:313).

obstante, ao longo do capftulo, encontramos em quase todos os e::emplos

9inai5 de explora;~o, endividamento servil, fug~r:; di,,i +r orrt e í r a da

viol~ncia contra tribos n~c contatadas e escravid~o~ além

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. !.l ,1,1~; not, ót" t 11.i. ~ ,;11:r-clc: i d,ad 1:\t!l~ d o ~Tun., l/i\·· .. Pur ,.1 ~a i'.!) d t~1 Put t.1mia yt:>···Ci~ q1.11?.t ã. Como ,

que os indicra' o~ o meio-ambiente da AmazOnia

Indius; e o mi:::iio-·arnbientr.;i do !::iL.d. ou do cun+r-c do Dr· •. ~sil em dr,icor-réncia

~11··Eijut20 zro me i o+amb i errt e fos;se "rnerios di.lradrJLir-o" no caso d a b or r ac na ,

com os gr~ves problemas deccrr0ntes d~ falta de

CWr·ight, 1981) , há dístorcô'es

Como ch,arnar de ":iirTf.1spansáveis" ,os

1'11,:.;ir:,';l.mt""r1toi:,; clf1 ve.~nrJncin Ct-irt1.;tu (~3:32), cu afirmar que os messias da

qu artdo , de +a t o , houve

i·.cida ~, r:;Ei9unda me~tacl<? do m;éJc:::ul CJ cl~1z <:move, Sf?ndci que a memória eles ses

l fcli~t-e~·, ~2~;t.!i\ ·firme t?. for·te ate hrJj<·:l (Wright e Hill, 19136). Além d í s.uo ,

11:180

Cone l ui a P~rte Tr·t~s um c ap f. tul CJ ded i c acío ,::\O Hi o Ek anco-·Nor-te de,

além

cl~s notas sumirias nos capftulcs roferentes ao final do séc:ul o

Tc.1davia, i::\ ~. obsarva~bes dm Hemming est~o limitadas,

principalmente':!~ ao c:onjuntc de notas scbre os contatos que os

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cio hist6ri~s jà bem conhecidas (per exqmplo, a das agres~~es contra os

a etnografia

h í c t.ór Lc a d,::\s pr.:ipula!;~€~m di~ n:;igi ~o .t,w·,::\ r?r.;cassiã\, ma~ agora vem-se •

2mpliando com pesquisas importante~. o c ap l tul o de

1-k:mrni ng < que poder í <1~ ter si do mt?l horado: p or: c orrt at o s com pesqui sadon~s

di.n~,.1nic:a cic1 -fl'"ont.0d1··a Rí o Br arico- .. Gu:lima; pc::w· el·templo, corno €1S fazendas

movimentos milenaristas, e orno o '' Ha'i G:~ 1 l.lj ah" entre os povos

A Parta Quatro,

I' 11d I '=l(·"'t lê'\"~ ~bordo ncvarn~nte a hiut6ria das relai~es de fr·onteira na

Cos te.\ f~ t 1 :~n ti c a , no Tocantins-Araguaia, no Mato Gro~so e no Sul,

~crescent~ndo as explora;bes do X(ngõ no.final do século dezenove.

Cê\cJa uma des;s21s fr-c.mtt"lir,:1.r:;; ilu~":ítl'"i::'\ o pr oc esaao e a d Ln amí c a de expans~o

e as rela~õos cem as pcpula~~es indi"genas. Em grande part8, o terreno

j' • , U.I

,') c.1::p.li'cil..-, dr;! "c í v í Lí •. ~.:a1•"" c1 i"ndio; as táticas e as suluc~es variar~m

(\:" 011dE:.1 d. 11 p ac; i f :i. c:aj;:l:Xo" nl(t.1 f urre i on ou -fn~quentemt~nte, ,3s f r on t e i r-as

-:i i mp l e1~me?.n t..t~ ·ficai-- am at.:ic"1··t,;,11,; ã vi o l ~nc ia. A medida em que o nómera de

usadas tribcs amigas no processo de desbravamento . .

N.,1 Coa:.tc:.~ l~tlfüntic:.:..,~

~ invas~o militar e extermínio, atê

,, "p ,"lc i. f i e ê·I~ ào" o qua, em óltima

instância, acelerou a abertura das fronteiras. DGpois de muitos anos

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de luta, os Botocudos, j~ muito reduzidos, fugiram para o raf~gio daa

Na fronteira do Toc an t; i ns-Ar-aguai a , numerosas tentativas

empreendidas p01'" missionf,r·iom. "zelo.1,;;ofs" parecem ter tido pouco

r·asultado permanente, d!?VÍ do , em gran~e parte, h incompreens~o e

i1,capacidade dos mission•rios, 4s doen~as e ã resistência de povo~

assunto do farftulo vinte, s~o um caso

obscuro, p ol ss nuric a e e:-:plir::,ô\do por· qu~.11<,m decidi1-·am "c ap í t u Lar " em

JOB5 e ",,\bl"a~ar a c í v í Lí z eç ao v ,

ao reorganizarem ou Borcro,

ernbcJl'"é:\ ·f,i <~Lle cl aro qu€?

ab1-- í r arn C:é:\m'i n h o p ar: a

os Salesianos,

a

co l on í z acé o na án~G.-:i.. Ao sul dos Bororo, ~s limites do Brasil com o

P ,;.,r· ,.;,gua i f or: am d i l ac l,!r'i,'\dc11:, p E,~l é:'\ gur?r ir·.;~ cif?. 113lt4, mi:·'ndu que "-'<~ir· i r.:;s povos

rla regi~u sofrer~m uma s~ria de&crganiza~ao em decorrência do

-.::;.1nflilo, 8mbora continuassem sobrevivendo~ graças a uma ligeira

~lcmming nraste capftulo aofre pela falta de critica ~s fontes~

~fJrma quo c5 Guat6 eram polig~miccs com at~ doze esposas,

assim,

e cjue

~abiDm conlar atê o infinito C:433). ap6s a Guerra de

uma nova invrastida para abrir as fronteiras próximas aos

Sà'cJ Pê\Ltl<::> e Sc.,1Yl:a Catarina. c r í ou a.H c ond í cõ e s qu e

A produ~~o de café, a

Kaingang e Kaiwà~ ~pesar de tudo,

Hemnri r1q C: OTlC: 1 LI i e livro cem considsraçbes sobre a~ linhas

d1.:1 f i n a I do

al~ a cria~&o do SPI, em 1910. ficou

amai~ gamem te? d i vi d í do en+re ~~s e:< i gênc:i as de uma. mental i dctde domi n ad a

i i

·--------· ·---------------------------·

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sociedade indígena permaneceria. 11all1eia ao c on tr e t o soei al 11

< Van1hagem> , jt.ts,tificando o "d ír e í t.o à c on qu í s t.a v , e aqueles que

defendiam cs direitos dos fndios, entre os quais os poetas

indigenistas. A polêmica foi amadurecendo~ medida em que os processos

de coloniza;ào se intensificaram e as fronteiras continuaram a ser

• N~o fü; ô ;,~ . f í ~:JUI'" e~ cfo! Roriclon dt-rnta.r.:,:;\-se

nesse debate, mas também a crLaç:à<::i,no Ria e em C.,tmpínê\s,dos primeiros

çwupos "Fwó-fndio" d a i;c:1c::i€,?d,.-~de c í v í L, .

c:om ap o í o .'internacional de

alguns antropólogos ques haviam t<,,is;temunhado· .;1t.rocid.J.des ria +rorrt e í r a ,

Iherinq, p.?.ra "em ter-mi n,:1.r II os; incl i <::>~; e protec;Jer cm c.o l orio a , ao apoio

a mar- ê mud DL.1

em -favor d a í n at iLuc i cma l Lz aç ào d,'i:\ protei;~o ao fndio com a cr I ac ao do

no entant<J, teve uma forte objeç~o por parte dos

miss~i onâr í ors , Aqui~ a história de Hemming termina, mas continua em

DMrcy Ribeiro~ Shelton Davis e nos trabalhos de documenta~~º que est~o

c:omo C>

i:1-~D J •

n~o fica nada claro por que a livro tem como sub-

n.:\d;.\ prudr:.>nt.(·::' í nc íu r-n o .. Po í si , a despr:dto rfa,s i u c orrt áveí s histórias de

cxtAtom muilae outras sabre estratêgi~s de resistência à

p r ov av e I mon t(;-!, outras tantas que n~o foram contadas

ser-vi r<11n

Tampouco faz

ser1tido esse subtftulo ~ luz do testemunho da própri~ sobreviv~ncia

--~onti11Ll.ã1.da cios :i'.'ndios enqL1anl:c1 povo!::; distintos. "Conquistados! m,:1s n~o

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Page 13: Conquistados, Mas N~o Vencidos · processo de forma~ào de fronteiras e ~a din~mica de su~ expans~o. deve-se . creditar . a llernming o . trabalho . de . organizar . uma vasta . quantidade

veric i dosa'! , foi o que me d í s ae , há. v àr í oa ~mos atràs, um lfder indfgena

. . n~alidade dl:.) hoje d:IJ c:li.f~)n~n'b~ dci.'H1LH=llf~ -~~G:~ h •. 'i\ com ani:is atràs~ mas a . '

ela.s e que, .:a des.;pei.tc1 da corrnt;~r1tt~ per:segLlir;~o, eles est~o longe de

Tradu~~c de Jc~o B~tirata de Miranda Torres .

Revis~o de Alcida Rita Ramos

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