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CSRFT3 Fl. 1.235 1 1.234 CSRFT3 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS Processo nº 16327.720996/201272 Recurso nº Especial do Procurador Acórdão nº 9303005.051 – 3ª Turma Sessão de 15 de maio de 2017 Matéria COFINS. INSTITUIÇÃO FINANCEIRA Recorrente FAZENDA NACIONAL Interessado BANCO BRADESCO FINANCIAMENTOS S.A. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/01/2001 a 31/12/2005 PROCESSUAL CIVIL. LIMITES OBJETIVOS DA COISA JULGADA. EFEITO SUBSTITUTIVO. Matéria que foi objeto de Recurso de 1º Grau, prevalece a decisão de segundo grau em substituição da decisão recorrida. BASE DE CÁLCULO. DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DO §1º DO ART. DA LEI 9.718/98. INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS. RECEITAS OPERACIONAIS. As receitas operacionais decorrentes das atividades do setor financeiro (serviços bancários e intermediação financeira) estão incluídas no conceito de faturamento/receita bruta a que se refere a Lei Complementar nº 70/91, não tendo sido afetado pela alteração no conceito de faturamento promovida pela Lei nº 9.718/98. Não se incluem no conceito de receitas operacionais auferidas pelas instituições financeiras as provenientes da aplicação de recursos próprios e/ou de terceiros. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em conhecer do Recurso Especial, vencidos os conselheiros Júlio César Alves Ramos, Tatiana Midori Migiyama, Érika Costa Camargos Autran e Vanessa Marini Cecconello, que não conheceram. Acordam, ainda, em rejeitar o sobrestamento do processo, vencidas as conselheiras Tatiana Midori Migiyama, Érika Costa Camargos Autran e Vanessa Marini Cecconello. No mérito, por maioria de votos, acordam em darlhe provimento parcial, vencidos os conselheiros Demes Brito (relator), Andrada Márcio Canuto Natal e Rodrigo da Costa Possas, que lhe deram provimento integral. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Charles Mayer de ACÓRDÃO GERADO NO PGD-CARF PROCESSO 16327.720996/2012-72 Fl. 1235 DF CARF MF

CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS · COFINS, prevalece sobre o Acórdão exarado pelo Tribunal Regional Federal da 3º Região, transitado em julgado, que deu provimento

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CSRFT3 MINISTRIODAFAZENDACONSELHOADMINISTRATIVODERECURSOSFISCAISCMARASUPERIORDERECURSOSFISCAIS

Processon 16327.720996/201272

Recurson EspecialdoProcurador

Acrdon 9303005.0513TurmaSessode 15demaiode2017

Matria COFINS.INSTITUIOFINANCEIRA

Recorrente FAZENDANACIONAL

Interessado BANCOBRADESCOFINANCIAMENTOSS.A.

ASSUNTO: CONTRIBUIO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADESOCIALCOFINSPerododeapurao:01/01/2001a31/12/2005PROCESSUAL CIVIL. LIMITES OBJETIVOS DA COISA JULGADA.EFEITOSUBSTITUTIVO.MatriaquefoiobjetodeRecursode1Grau,prevaleceadecisodesegundograuemsubstituiodadecisorecorrida.BASEDECLCULO.DECLARAODEINCONSTITUCIONALIDADEDO 1 DO ART. 3 DA LEI N 9.718/98. INSTITUIESFINANCEIRAS.RECEITASOPERACIONAIS.As receitas operacionais decorrentes das atividades do setor financeiro(serviosbancrioseintermediaofinanceira)estoincludasnoconceitodefaturamento/receitabrutaaqueserefereaLeiComplementarn70/91,notendosidoafetadopelaalteraonoconceitodefaturamentopromovidapelaLein9.718/98.No se incluem no conceito de receitas operacionais auferidas pelasinstituiesfinanceirasasprovenientesdaaplicaoderecursosprpriose/oudeterceiros.

Vistos,relatadosediscutidosospresentesautos.

Acordamosmembrosdocolegiado,porvotodequalidade,emconhecerdoRecurso Especial, vencidos os conselheiros Jlio Csar Alves Ramos, Tatiana MidoriMigiyama,rikaCostaCamargosAutraneVanessaMariniCecconello,quenoconheceram.Acordam, ainda, em rejeitar o sobrestamento do processo, vencidas as conselheiras TatianaMidoriMigiyama,rikaCostaCamargosAutraneVanessaMariniCecconello.Nomrito,pormaioria de votos, acordam em darlhe provimento parcial, vencidos os conselheiros DemesBrito (relator), Andrada Mrcio Canuto Natal e Rodrigo da Costa Possas, que lhe deramprovimentointegral.DesignadopararedigirovotovencedoroconselheiroCharlesMayerde

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16327.720996/2012-72 9303-005.051 CMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS Especial do Procurador Acrdo 3 Turma 15/05/2017 COFINS. INSTITUIO FINANCEIRA FAZENDA NACIONAL BANCO BRADESCO FINANCIAMENTOS S.A. Recurso Especial do Procurador Provido em Parte Crdito Tributrio Mantido em Parte CARF Relator 2.0.4 93030050512017CARF9303ACC Assunto: Contribuio para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Perodo de apurao: 01/01/2001 a 31/12/2005 PROCESSUAL CIVIL. LIMITES OBJETIVOS DA COISA JULGADA. EFEITO SUBSTITUTIVO. Matria que foi objeto de Recurso de 1 Grau, prevalece a deciso de segundo grau em substituio da deciso recorrida. BASE DE CLCULO. DECLARAO DE INCONSTITUCIONALIDADE DO 1 DO ART. 3 DA LEI N 9.718/98. INSTITUIES FINANCEIRAS. RECEITAS OPERACIONAIS. As receitas operacionais decorrentes das atividades do setor financeiro (servios bancrios e intermediao financeira) esto includas no conceito de faturamento/receita bruta a que se refere a Lei Complementar n 70/91, no tendo sido afetado pela alterao no conceito de faturamento promovida pela Lei n 9.718/98. No se incluem no conceito de receitas operacionais auferidas pelas instituies financeiras as provenientes da aplicao de recursos prprios e/ou de terceiros. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em conhecer do Recurso Especial, vencidos os conselheiros Jlio Csar Alves Ramos, Tatiana Midori Migiyama, rika Costa Camargos Autran e Vanessa Marini Cecconello, que no conheceram. Acordam, ainda, em rejeitar o sobrestamento do processo, vencidas as conselheiras Tatiana Midori Migiyama, rika Costa Camargos Autran e Vanessa Marini Cecconello. No mrito, por maioria de votos, acordam em dar-lhe provimento parcial, vencidos os conselheiros Demes Brito (relator), Andrada Mrcio Canuto Natal e Rodrigo da Costa Possas, que lhe deram provimento integral. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Charles Mayer de Castro Souza. Solicitou apresentar declarao de voto a conselheira Tatiana Midori Migiyama. Originalmente, nos termos do art. 60 do Anexo II do RICARF, votaram por negar provimento ao recurso os conselheiros Jlio Csar Alves Ramos, Tatiana Midori Migiyama, rika Costa Camargos Autran e Vanessa Marini Cecconello. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pssas - Presidente em Exerccio (assinado digitalmente) Demes Brito - Relator (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza - Redator Designado Participaram da sesso de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pssas, Jlio Csar Alves Ramos, Tatiana Midori Migiyama, Andrada Mrcio Canuto Natal, Demes Brito, rika Costa Camargos Autran, Charles Mayer de Castro Souza e Vanessa Marini Cecconello. Trata-se de Recurso Especial de divergncia interposto pela Fazenda Nacional com fundamento nos artigos 64, inciso II e 67, e seguintes do Anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais - RICARF, aprovado pela Portaria MF n 256/09, contra o acrdo n3403-003.571, proferido pela 3 Turma Ordinria da 4 Cmara da 3 Seo de julgamento, que decidiu dar provimento ao Recurso, por entender que a deciso judicial de 1 Grau, que trata sobre o alcance das receitas financeiras do PIS e da COFINS, prevalece sobre o Acrdo exarado pelo Tribunal Regional Federal da 3 Regio, transitado em julgado, que deu provimento parcial apelao e remessa oficial, substituindo a sentena de primeiro grau, e decidindo a lide, na extenso do contido no julgamento proferido pelo STF nos termos dos Recursos Extraordinrios 357.950/RS, 390.840/MG e 358.273/RS. Transcrevo, inicialmente, excerto do relatrio da deciso de primeiro grau: "Versa o presente sobre os PER/DCOMP de fls. 4 a 71 (transmitida em 28/10/2011, utilizando o valor de R$ 277.174,87), 8 a 11 (transmitida em 18/10/2011, utilizando o valor de R$ 2.034.454,56), 12 a 15 (transmitida em 05/10/2011, utilizando o valor de R$ 159.000.001,43), 16 a 19 (transmitida em 28/09/2011, utilizando o valor de R$ 45.135.006,47), 20 a 23 (transmitida em 19/09/2011, utilizando o valor de R$ 2.077.504,53), 24 a 27 (transmitida em 31/08/2011, utilizando o valor de R$ 43.124.588,15), e 20 a 23 (pedido de restituio, transmitido em 31/08/2011, no valor de R$ 249.643.150,13), todos demandando a compensao/restituio de crditos decorrentes de ao judicial, n 2006.61000034220, com trnsito em julgado em 12/11/2008 (com homologao da desistncia de execuo em 13/06/2011).No despacho decisrio (fls. 284 a 304), o direito creditrio parcialmente reconhecido (no valor de R$ 209.264,60), homologando-se tambm de forma parcial as compensaes (prosseguindo-se a cobrana dos dbitos indicados em compensaes no homologadas e propondo-se o lanamento de multa isolada de 50% sobre os crditos utilizados nas DCOMP no homologadas), considerando que:(a) a ao judicial n 2006.61.00.0034220 buscou, com fulcro na inconstitucionalidade do 1o do art. 3o da Lei n 9.718/1998, a declarao de inexistncia de relao jurdica pertinente exigncia da COFINS nos moldes de tal dispositivo, com o reconhecimento do direito de compensar os valores indevidamente recolhidos, obteve sentena favorvel de primeira instncia, tendo o TRF, em grau recursal, dado parcial provimento apelao e remessa oficial, reconhecendo a existncia do indbito e autorizando a compensao nos termos da Lei n 8.383/1991, observada a prescrio qinqenal; tendo a autora, por fim, desistido (em 05/09/2008) do REsp de n 1.083.122, interposto em relao deciso do TRF, tendo ocorrido trnsito em julgado em 12/11/2008 (resumo das decises s fls. 285 a 291); (b) com a desistncia do recurso especial interposto pela empresa (homologada em 15/10/2008) antes da manifestao do STJ, e com a renncia execuo do ttulo judicial (em 13/05/2011), foi protocolizado pedido de habilitao de crdito reconhecido por deciso judicial, formalizado no processo administrativo de no 16327.720739/201150 (anexado aos autos);(c) em face da incerteza quanto aos limites e efeitos da coisa julgada material formada nos autos da ao judicial n 2006.61.00.0034220, foi formulada consulta PGFN, que informou no ter havido o afastamento definitivo judicial das receitas financeiras, cabendo a aplicao do disposto no Parecer PGFN/CAT no 2.773/2007, excluindo-se da base de clculo da COFINS somente as receitas no operacionais;(d) a deciso judicial que transitou em julgado, decorrente de deciso do TRF3, no assegura, ao menos nos termos em que formulado o pedido inicial, a certeza e a liquidez sobre o pretendido indbito de COFINS, tanto que a prpria empresa questionou em embargos a obscuridade do aresto quanto matria (obscuridade no resolvida no correspondente acrdo);(e) a excluso da base de clculo da COFINS para as instituies financeiras, de receitas decorrentes de intermediao financeira e/ou da aplicao de recursos prprios e de terceiros, como suplicada pelo interessado na lide, encontra-se pendente de apreciao pelo STF, em carter de repercusso geral, no RE n 609.096/RS;(f) para corroborar a assertiva, basta o fato de ter a mesma empresa, com o propsito de afastar a incidncia da COFINS sobre as discutidas rendas de intermediao e aplicaes financeiras dos perodos de apurao out/2005 e subsequentes, ajuizado Mandado de Segurana de no 2005.61.00.0260148, com RE sobrestado em funo do citado paradigma;(g) em caso anlogo, no qual a unidade da RFB teve a mesma interpretao a respeito dos efeitos da coisa julgada, o posicionamento foi inclusive confirmado em juzo (fls. 296/297); e(h) como a deciso judicial deixou de analisar o alcance da expresso receitas financeiras no caso concreto, a unidade o faz, luz da legislao e de precedentes, concluindo que para as instituies financeiras devem ser excludas da base de clculo da COFINS as receitas no operacionais.O Acrdo recorrido, restou assim ementado: ASSUNTO: CONTRIBUIO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINSPerodo de apurao: 01/01/2001 a 31/12/2005 COFINS. INSTITUIES FINANCEIRAS. INCONSTITUCIONALIDADE DO ALARGAMENTO DA BASE DE CLCULO. DECISO JUDICIAL QUE ENFRENTA O DETALHAMENTO DO ALCANCE. 1. Caso especfico em que o contribuinte instigou o Poder Judicirio, tanto na petio inicial como pelo manejo de embargos de declarao, os quais foram acolhidos, obtendo o reconhecimento de que a base de clculo da contribuio no alcana as receitas financeiras da instituio financeira. 2. No se mostra plausvel pretender retirar as rendas de intermediao financeira do conceito de receita financeira.No conformada com tal deciso, a Fazenda Nacional interpe o presente Recurso, sustentando que: "a relao jurdica de direito material entre as partes est regrada inteiramente pelo v. acrdo do TRF da 3 Regio, o qual estabeleceu como base de clculo da COFINS aquela prevista na Lei Complementar 70/91, de forma que no h fundamento para a pretendida excluso da base de clculo da COFINS, perodos de apurao Fev/2001 a Dez/2005, das receitas financeiras que abrangem, por fora do j demonstrado e consagrado pelo STF no julgamento dos REE 357.950-9/RS, 390.840-5/MG, 358.273-9/RS e 346.084-6/PR, as receitas decorrentes de servios relativos operaes bancrias (intermediao financeira), no se restringindo, portanto, a base de clculo da COFINS s receitas provenientes de servios bancrios (tarifas), uma vez que ambos os servios compe sua receita operacional = soma das receitas oriundas do exerccio de suas atividades empresariais.Tal como j demonstrado na configurao da divergncia do presente recurso, essa idntica questo do BANCO BRADESCO, referente incluso das receitas financeiras no faturamento das instituies e o confronto com o decisum da Ao Ordinria n 2006.61.00.003422-0, foi objeto de julgamento neste CARF pela 2 Turma, 3 Cmara, da 3 Seo, nestes termos: Processo n 16327.000190/201183 Recurso Voluntrio Acrdo n 3302002.768 3 Cmara / 2 Turma Ordinria Sesso de 12 de novembro de 2014 Matria COFINS RESTITUIO/COMPENSAO Recorrente BANCO BRADESCO S/A Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Perodo de apurao: 01/02/2001 a 31/12/2005 PROCESSUAL CIVIL. PEDIDO. FATOS E FUNDAMENTOS. CONDIO. Na ao civil, regra geral, a lide se estabelece em relao aos fatos descritos e juridicamente fundamentados na petio inicial e o pedido est relacionado a esses fatos descritos (art. 282, III e IV, do CPC). PROCESSUAL CIVIL. LIMITES OBJETIVOS DA COISA JULGADA. EFEITO SUBSTITUTIVO. Naquilo que foi objeto de recurso, a deciso a deciso de segundo grau substitui integralmente a deciso recorrida. BASE DE CLCULO. DECLARAO DE INCONSTITUCIONALIDADE DO 1 DO ART. 3 DA LEI N 9.718/98. INSTITUIES FINANCEIRAS.As receitas operacionais decorrentes das atividades do setor financeiro (servios bancrios e intermediao financeira) esto includas no conceito de faturamento/receita bruta, a que se refere a Lei Complementar n 70/91, no tendo sido afetado pela alterao no conceito de faturamento, promovida pela Lei n 9.718/98. AUTO DE INFRAO. MULTA ISOLADA. COMPENSAO NO HOMOLOGADA A aplicao da multa isolada de 50% calculada sobre o valor do crdito objeto de compensao no homologada encontrase expressamente prevista na legislao que rege a matria, sendo defeso ao rgo de julgamento administrativo afast-la. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntrio, nos termos do voto do relator. O conselheiro Gileno Gurjo Barreto acompanhou o relator pelas concluses".Para comprovar o dissenso jurisprudencial, foi apontado, como paradigmas, os Acrdos ns 3302-002.768 e 9303-002.994. Em seguida, submetido ao exame de admissibilidade, fls.1047/1051, o Presidente da Cmara admitiu integralmente o Recurso por atender os requisitos legais. Transcrevo as ementas dos acrdo paradigmas:Acrdo n 3302-002.768 ASSUNTO: CONTRIBUIO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL - COFINS Perodo de apurao: 01/02/2001 a 31/12/2005 PROCESSUAL CIVIL. PEDIDO. FATOS E FUNDAMENTOS. CONDIO. Na ao civil, regra geral, a lide se estabelece em relao aos fatos descritos e juridicamente fundamentados na petio inicial e o pedido est relacionado a esses fatos descritos (art. 282, III e IV, do CPC). PROCESSUAL CIVIL. LIMITES OBJETIVOS DA COISA JULGADA. EFEITO SUBSTITUTIVO. Naquilo que foi objeto de recurso, a deciso de segundo grau substitui integralmente a deciso recorrida. BASE DE CLCULO. DECLARAO DE INCONSTITUCIONALIDADE DO 1 DO ART. 3 DA LEI N 9.718/98. INSTITUIES FINANCEIRAS. As receitas operacionais decorrentes das atividades do setor financeiro (servios bancrios e intermediao financeira) esto includas no conceito de faturamento/receita bruta, a que se refere a Lei Complementar n 70/91, no tendo sido afetado pela alterao no conceito de faturamento, promovida pela Lei n 9.718/98. AUTO DE INFRAO. MULTA ISOLADA. COMPENSAO NO HOMOLOGADA A aplicao da multa isolada de 50% calculada sobre o valor do crdito objeto de compensao no homologada encontra-se expressamente prevista na legislao que rege a matria, sendo defeso ao rgo de julgamento administrativo afast-la. Acrdo n 9303-002.994 ASSUNTO: CONTRIBUIO PARA O PIS/PASEP Data do fato gerador: 31/12/2004 PIS/PASEP. BASE DE CLCULO. LEI 9.718/98. INCONSTITUCIONALIDADE. DECISO STF. REPERCUSSO GERAL. As decises proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, reconhecidas como de Repercusso Geral, sistemtica prevista no artigo 543B do Cdigo de Processo Civil, devero ser reproduzidas no julgamento do recurso apresentado pelo contribuinte. Artigo 62A do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. Declarado inconstitucional o 1 do caput do artigo 3 da Lei 9.718/98, integra a base de clculo da Contribuio para o Financiamento da Seguridade Social COFINS e da Contribuio para o PIS/Pasep o faturamento mensal, representado pela receita bruta advinda das atividades operacionais tpicas da pessoa jurdica. Recurso Especial do Contribuinte Negado.Cientificada, a Contribuinte apresentou contrarrazes, s fls. 1060/1111, requerendo o no conhecimento do Recurso da Fazenda Nacional, e, no mrito que seja negado provimento, mantendo-se a deciso recorrida nos termos do que decidiu a Cmara a quo. o relatrio.

Conselheiro Demes Brito, Relator O recurso foi apresentado com observncia do prazo previsto, bem como dos demais requisitos de admissibilidade. Sendo assim, dele tomo conhecimento e passo a decidir.A discusso cinge-se da existncia ou no da relao jurdica de uma ao judicial ajuizada pelo sujeito passivo sobre a incluso de receitas auferidas por instituies financeiras no conceito de faturamento para fins de incidncia das contribuies do PIS/PASEP e COFINS.Para melhor compreenso e deslinde da lide, reproduzo corretamente o fluxo processual:A Contribuinte ajuizou a ao judicial sob n 2006.61.00.0034220, buscou, -com fulcro na inconstitucionalidade do 1o do art. 3o da Lei n 9.718/1998, a declarao de inexistncia de relao jurdica pertinente exigncia da COFINS nos moldes de tal dispositivo, com o reconhecimento do direito de compensar os valores indevidamente recolhidos, obteve sentena favorvel de primeira instncia, tendo o TRF, em grau recursal, dado parcial provimento apelao e remessa oficial, reconhecendo a existncia do indbito e autorizando a compensao nos termos da Lei n 8.383/1991, observada a prescrio qinqenal; tendo a autora, por fim, desistido (em 05/09/2008) do REsp de n 1.083.122, interposto em relao deciso do TRF, tendo ocorrido trnsito em julgado em 12/11/2008 (resumo das decises s fls. 285 a 291);- com a desistncia do recurso especial interposto pela empresa (homologada em 15/10/2008) antes da manifestao do STJ, e com a renncia execuo do ttulo judicial (em 13/05/2011), foi protocolizado pedido de habilitao de crdito reconhecido por deciso judicial, formalizado no processo administrativo de no 16327.720739/201150 (anexado aos autos);(c) em face da incerteza quanto aos limites e efeitos da coisa julgada material formada nos autos da ao judicial n 2006.61.00.0034220, foi formulada consulta PGFN, que informou no ter havido o afastamento definitivo judicial das receitas financeiras, cabendo a aplicao do disposto no Parecer PGFN/CAT no 2.773/2007, excluindo-se da base de clculo da COFINS somente as receitas no operacionais;(d) a deciso judicial que transitou em julgado, decorrente de deciso do TRF3, no assegura, ao menos nos termos em que formulado o pedido inicial, a certeza e a liquidez sobre o pretendido indbito de COFINS, tanto que a prpria empresa questionou em embargos a obscuridade do aresto quanto matria (obscuridade no resolvida no correspondente acrdo);Nada obstante, na sesso de julgamento de 13 de fevereiro de 2017, o Patrono da Contribuinte entregou para este relator petio contendo o seguinte: " em demonstrao de sua mais absoluta boa-f, dar cincia a V.Sa. de fato novo que com a mxima vnia torna necessrio o sobrestamento do julgamento do presente feito at definio pelo Poder Judicirio quanto ao contexto ftico que devera ser considerado na apreciao do recurso interposto." Prossegue com os seguintes argumentos:"Ocorre que no ltimo dia 19 foi publicado o acrdo que julgou aquele agravo e instrumento (doc j), ocasio em que se reconheceu a improcedncia dos argumentos invocados pela DEINF/SP e DRJ/FNS nos presentes autos, confirmando o entendimento do v. acrdo n 3403-003.571, ou seja reconhecido que:a)O despacho decisrio: que o fato de a sentena de 1 instncia ter excludo as receitas financeiras da base de clculo seria irrelevante porque o acrdo do TRF no tratou expressamente da questo e teria substitudo integralmente a sentena; eb) a deciso da 4 Turma da DRF/FNS: b.1) inovando na argumentao at ento utilizada que " o que foi expressamente objeto do pedido da ao foi reconhecimento de que a COFINS somente poderia ser exigida sobre o faturamento foi como conceituado pelo art. 2 da LC 70/91; entretanto (...) no foi especificado que nesse conceito de faturamento no esto enquadradas as suas receitas financeiras"; bem como b.2) insistindo no equivocado entendimento do despacho decisrio que "face ao efeito substitutivo, a deciso que formou a coisa julgada material foi o acrdo proferido pelo TRF/3 Regio e no a sentena, visto que essa foi substituda por aquela".J a C. 3 Turma Ordinria da 4 Cmara da 3 Seo do CARF quando do julgamento do recurso voluntrio concluiu que " a deciso judicial proferida no caso concreto de recorrente detalhou que o seu efeito concreto, inerente declarao de inconstitucionalidade e do delineamento do conceito de faturamento dela decorrente, afasta as receitas financeiras, e que no se pode excluir deste conceito as rendas da intermediao financeira ( Acrdo n 3403-003.571)". Como bem se observa, o processo judicial ainda no foi encerrado, no existe fato novo, ou qualquer manifestao final acerca da lide, at porque, a Fazenda Nacional no esgotou todos os recursos inerentes a ampla defesa. Neste sentido, vejamos a deciso do Agravo de Instrumento interposto pela Contribuinte junto a Tribunal Regional Federal da 3 Regio. Reproduzo integralmente: AGRAVO DE INSTRUMENTO N 0014403-27.2015.4.03.0000/SP

2015.03.00.014403-5/SP

RELATOR:Desembargador Federal NELTON DOS SANTOS

AGRAVANTE:BANCO BRADESCO S/A

ADVOGADO:SP026750 LEO KRAKOWIAK e outro(a)

AGRAVADO(A):Uniao Federal (FAZENDA NACIONAL)

ADVOGADO:SP000003 JULIO CSAR CASARI E CLAUDIA AKEMI OWADA

PARTE R:ALVORADA CARTOES CREDITO FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO S/A e outros(as)

:BANCO BOAVISTA INTERATLANTICO S/A

:BANCO FINASA S/A

:BANCO MERCANTIL DE SAO PAULO S/A

:BRADESCO LEASING S/A ARRENDAMENTO MERCANTIL

ORIGEM:JUIZO FEDERAL DA 21 VARA SAO PAULO Sec Jud SP

No. ORIG.:00034228420064036100 21 Vr SAO PAULO/SP

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. SENTENA DECLARATRIA DE INEXISTNCIA DE RELAO JURDICA TRIBUTRIA, COM RECONHECIMENTO DO DIREITO COMPENSAO. CUMPRIMENTO DE SENTENA. REEXAME NECESSRIO PARCIAL. CONDIO DE EFICCIA DA SENTENA. AVOCAO DOS AUTOS PARA A INTEGRALIZAO DO REEXAME NECESSRIO. AGRAVO PREJUDICADO.1. A sentena que declara a inexistncia de relao jurdica tributria e reconhece o direito compensao impe ao Fisco um dever de absteno, consistente em no proceder aos respectivos atos de cobrana. Assim, eventual descumprimento da sentena deve ser discutido e decidido nos prprios autos e no no mbito da execuo fiscal que veio a ser promovida pela Fazenda Pblica. 2. O reexame necessrio condio de eficcia da sentena e sem ele no se opera o trnsito em julgado. Trata-se de dever indeclinvel e indisponvel do Tribunal, decorrente de norma de ordem pblica, absolutamente cogente; e que, justamente por isso, no pode ser evitado pelas partes. 3. Constatado, concretamente, o fato de que o Tribunal no procedeu ao integral reexame necessrio da causa, deixando o acrdo de relatar, fundamentar, dispor ou mesmo fazer qualquer referncia a respeito de um dos pedidos do autor, por sinal contestado pela r, cumpre-lhe avocar os autos para que proceda complementao do julgamento. 4. Deciso cassada. Agravo prejudicado.

AGRAVO DE INSTRUMENTO N 0014403-27.2015.4.03.0000/SP

2015.03.00.014403-5/SP

RELATOR:Desembargador Federal NELTON DOS SANTOS

AGRAVANTE:BANCO BRADESCO S/A

ADVOGADO:SP026750 LEO KRAKOWIAK e outro(a)

AGRAVADO(A):Uniao Federal (FAZENDA NACIONAL)

ADVOGADO:SP000003 JULIO CSAR CASARI E CLAUDIA AKEMI OWADA

PARTE R:ALVORADA CARTOES CREDITO FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO S/A e outros(as)

:BANCO BOAVISTA INTERATLANTICO S/A

:BANCO FINASA S/A

:BANCO MERCANTIL DE SAO PAULO S/A

:BRADESCO LEASING S/A ARRENDAMENTO MERCANTIL

ORIGEM:JUIZO FEDERAL DA 21 VARA SAO PAULO Sec Jud SP

No. ORIG.:00034228420064036100 21 Vr SAO PAULO/SP

O Senhor Desembargador Federal Nelton dos Santos (Relator): Trata-se de agravo de instrumento interposto pelo Banco Bradesco S/A, contra deciso de f. 2.645-2.647 dos autos da demanda de rito ordinrio n. 0003422-84.2006.403.6100, ajuizada em face da Unio, e em trmite perante o Juzo Federal da 21 Vara Cvel de So Paulo, SP.Segundo o MM. Juiz de primeiro grau, "claro est que no existe na fundamentao ou no dispositivo da sentena, antes ou depois dos embargos, discusso alguma acerca da excluso ou no de receitas operacionais das instituies financeiras do conceito de faturamento, como, alis, tampouco na inicial", sendo que "o fato de a inicial enunciar receitas financeiras e imobilirias exemplificativamente como fora do conceito de receita bruta em nada altera esta concluso, pois no houve causa de pedir e pedido especficos no sentido de se excluir tais receitas ainda quando decorrentes de sua atividade fim, no se discutiu na inicial ou nas decises o conceito de receita operacional em face de receita bruta ou faturamento ou a questo da excluso das receitas financeiras operacionais da instituio financeira" (f. 439-438verso).Alega o agravante que a deciso viola a coisa julgada, uma vez que:Resta saber, assim, se o comando sentencial exarado no processo de origem contm ou no uma obrigao exigvel, endereada Unio. Eis o teor do dispositivo da sentena:ISTO POSTO e considerando tudo mais que dos autos consta, JULGO PROCEDENTE A PRESENTE AO, nos termos do artigo 269, I, do Cdigo de Processo Civil, para o fim de declarar a inexistncia de relao jurdica tributria relativamente ao recolhimento da COFINS nos termos da ampliao da base de clculo determinada pela Lei 9.718/98, bem como para declarar compensveis, com quaisquer tributos ou contribuies administrados pela Secretaria da Receita Federal, os valores indevidamente recolhidos a esse ttulo, relativamente aos meses de competncia de janeiro de 2001 a dezembro de 2005, aplicando-se os mesmos ndices de correo monetria dos crditos tributrios da UNIO FEDERAL." (f. 117 deste instrumento).Assim, ao entender da agravada, o acrdo sobrepor-se-ia sentena, ainda que objetivamente mais restrito do que esta; e a coisa julgada ficaria tambm restrita, de modo definitivo, ao quanto efetivamente decidido pelo tribunal. O raciocnio da agravada no est correto por inteiro. que, como regra, o efeito substitutivo propicia que o acrdo sobreponha-se sentena somente naquilo em que com esta for incompatvel, de modo que a extenso da coisa julgada determine-se a partir do cotejo entre os atos decisrios proferidos em primeira e segunda instncias. Importa destacar que o efeito substitutivo foi concebido e pelo legislador tratado no mbito dos recursos, cujo objeto delimitado pelo recorrente e por este pode ser alvo de disposio, seja por meio de desistncia antes do julgamento, seja pelo no manejo das vias recursais subsequentes.Ante o exposto e para os fins supracitados, por meu voto: a) casso a r. deciso agravada; b) avoco os autos n. 2006.61.00.003422-0, que se encontram em primeiro grau de jurisdio; b) determino que, j nesta instncia, seja aquele feito reativado como reexame necessrio e venha-me concluso. A pretenso recursal deduzida pelo agravante fica, destarte, prejudicada. como voto.NELTON DOS SANTOS Desembargador Federal RelatorCom a mxima vnia, o processo judicial ainda no foi encerrado, deste modo, entendo que a turma baixa no poderia ter escolhido qual deciso judicial deveria ser interpretada, considerando como fundamento uma deciso de 1 grau como substitutiva de um provimento de 2 Grau ( Tribunal). Transcrevo os fundamentos utilizados pelo Relator da deciso recorrida: Os pareceres apresentados pelo recorrente, assinados por Humberto Theodoro Jr e Nelson Nery Jr, so contundentes em apontar que, no aspecto processual, o efeito substitutivo da deciso de Segunda Instncia em relao deciso de Primeira Instncia opera-se por inteiro, mas no aspecto material esta substituio se da com a ratificao da deciso recorrida naquilo em que no modificada e sua alterao apenas nos limites em que provido o recurso interposto.Se a deciso judicial utiliza como critrio o termo receita financeira, referindo-se e tratando especificamente de uma instituio financeira, no pode ser outra a abrangncia de tal comando judicial, que no o conceito de receita financeira utilizado na planificao contbil COSIF:Quanto a efeito substitutivo pleno dos recursos, rechao de plano, registre-se o entendimento pacfico e reiterado tanto do STJ, como do STF. Vejamos:PROCESSO CIVIL. RECURSO EXTRAORDINRIO PREJUDICADO. SUBSTITUIO DO ACRDO DO TRF PELO DO STJ. 1. O acrdo do Superior Tribunal de Justia substituiu o acrdo proferido pelo Tribunal Regional Federal, nos termos do art. 512 do CPC. 2. O recurso extraordinrio, interposto do acrdo do TRF, no caso, est prejudicado pela perda superveniente de seu objeto, em decorrncia do provimento do recurso especial da ora agravante. 3. Agravo regimental improvido (RE n 506.500/PR-AgR, Segunda Turma, Relatora a Ministra Ellen Gracie, DJe de 12/6/09). RECURSO - INTERPOSIO SIMULTNEA DO ESPECIAL E DO EXTRAORDINRIO - PREJUZO. Ocorre o prejuzo do extraordinrio quando o recorrente haja logrado xito no julgamento do especial. O Direito orgnico e dinmico, sendo certo que, luz do disposto no artigo 512 do Cdigo de Processo Civil, o julgamento proferido pelo Tribunal substituiria a sentena ou a deciso recorrida objeto do recurso. (...) (RE n 436.109/RS-AgR, Primeira Turma, Relator o Ministro Marco Aurlio, DJ de 26/8/05)". A tese engenhosa, mas no me convence. Sem embargo, da anlise da deciso do TRF da 3 Regio, que deu provimento parcial apelao e remessa oficial, substituindo a sentena de primeiro grau, e decidindo a lide, na extenso do contido no julgamento proferido pelo STF nos Recursos Extraordinrios 357.950/RS, 390.840/MG e 358.273/RS. O voto-condutor do aresto, tem-se que o Tribunal (TRF3) adotou como razes de decidir a conhecida posio do Supremo Tribunal Federal (STF) no sentido de proclamar a inconstitucionalidade do 1 do art. 3 da Lei 9718/98 ao mesmo passo que reconhece a constitucionalidade do caput do referido artigo bem como do seu art. 2 -, determinando que outrossim, que a base de clculo da COFINS seja aquela prevista na LC 70/91. Neste passo, o acrdo do TRF da 3 Regio substituiu a sentena de primeiro grau aplicando integralmente o entendimento do STF nos leading cases - RREE ns. 357.950-9/RS, 390.840-5/MG, 358.273-9/RS e 346.084-6/PR.Com efeito, conforme destacado pela deciso da DRJ, observa-se que a questo relativa base de clculo da Cofins foi objeto de apreciao pelo TRF/3 Regio, conforme se verificou na anlise da ementa e no voto-condutor do relator, que seguiu o entendimento do Plenrio do STF no sentido de declarar a inconstitucionalidade do 1 do art. 3 da Lei n 9.718/98, determinando a apurao da Cofins com a base de clculo prevista na Lei Complementar n 70/91. Confira-se Destaco: O mrito da matria posta em discusso j mereceu apreciao pelo Plenrio do Supremo Tribunal Federal, por ocasio do julgamento dos Recursos Extraordinrios 357.950/RS, 390.840/MG e 358.273/RS. Peo vnia para transcrever a ementa do julgamento do RE 390.840/MG: CONSTITUCIONALIDADE SUPERVENIENTE - ARTIGO 3, 1, DA LEI N 9.718, DE 27 DE NOVEMBRO DE 1998 - EMENDA CONSTITUCIONAL N 20, DE 15 DE DEZEMBRO DE 1998. O sistema jurdico brasileiro no contempla a figura da constitucionalidade superveniente. TRIBUTRIO - INSTITUTOS - EXPRESSES E VOCBULOS - SENTIDO. A norma pedaggica do artigo 110 do Cdigo Tributrio Nacional ressalta a impossibilidade de a lei tributria alterar a definio, o contedo e o alcance de consagrados institutos, conceitos e formas de direito privado utilizados expressa ou implicitamente. Sobrepe-se ao aspecto formal o princpio da realidade, considerados os elementos tributrios. CONTRIBUIO SOCIAL - PIS - RECEITA BRUTA - NOO - INCONSTITUCIONALIDADE DO 1 DO ARTIGO 3 DA LEI N 9.718/98. A jurisprudncia do Supremo, ante a redao do artigo 195 da Carta Federal anterior Emenda Constitucional n 20/98, consolidou-se no sentido de tomar as expresses receita bruta e faturamento como sinnimas, jungindo-as venda de mercadorias, de servios ou de mercadorias e servios. inconstitucional o 1 do artigo 3 da Lei n 9.718/98, no que ampliou o conceito de receita bruta para envolver a totalidade das receitas auferidas por pessoas jurdicas, independentemente da atividade por elas desenvolvida e da classificao contbil adotada. (STF, Tribunal Pleno, Relator Ministro Marco Aurlio, j. 9/11/2005, DJ 15/8/2006, p. 25) Acompanho neste voto os precedentes da Corte Guardi da Constituio da Repblica, que declararam a inconstitucionalidade do art. 3, 1, da Lei 9.718/98". que definia como receita bruta a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurdica, independentemente do tipo de atividade exercida e da classificao contbil-, em homenagem aos princpios da segurana jurdica e da economia processual, permitindo o recolhimento da contribuio social em tela de acordo com a previso da legislao anterior a respeito da base de clculo (Lei Complementar 70/91). Destarte, a deciso proferida pelo TRF3 declarou de modo cristalino os efeitos sobre a base de clculo da COFINS, determinando a incidncia da contribuio sobre a base de clculo definida conforme dispe a LC n 70/91. Vejamos:

"a receita bruta das vendas de mercadorias, de servios de qualquer natureza". J de conhecimento desta turma, que os Ministros do STF vem afastando a tese dos bancos de exclurem as suas receitas operacionais tpicas da base de clculo do PIS e da COFINS, nos termos dos RE's n508.386 e 433.077. Portanto, o conceito constitucional de faturamento equivale ao de receita bruta operacional, obtida por meio de recurso inerentes ao desenvolvimento da atividade da empresa. O STF no abriu as porteiras, excluindo todas as receitas de forma indiscriminada, mas entendeu que se deve proceder a uma anlise minuciosa dos itens tributados pela fiscalizao para efetivamente verificar se podem ou no serem includas na atividade empresarial da empresa - receita operacional.Neste diapaso, consideram-se para os bancos (instituies financeiras) as receitas decorrentes da prestao de servios de cobrana de tarifas e tambm de intermediao financeira. Ora, em nenhum momento o provimento judicial excluiu da base de clculo da Contribuinte a Cofins dos perodos guerreados, das receitas financeiras, e que estas, devem ser tributadas, pois incluem todas as receitas decorrentes dos servios de intermediao financeira. A respeito disso, esta E. Cmara Superior de Recursos Fiscais - CSRF, por meio do Acrdo n 9303-002.994, j se manifestou no sentido de que as receitas oriundas de todas as operaes bancrias (receitas operacionais), em sentido lato, includas as receitas advindas da cobrana de taxas/tarifas (servios bancrios) e das operaes de intermediao financeiras, consubstanciam receita bruta operacional das instituies financeiras. Transcrevo: Recurso n Especial do Contribuinte Acrdo n 9303-002.994 3 Turma Matria PIS INSTITUIES FINANCEIRAS Recorrente BANCO TRINGULO S/A Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIO PARA O PIS/PASEPData do fato gerador: 31/12/2004 PIS/PASEP. BASE DE CLCULO. LEI 9.718/98. INCONSTITUCIONALIDADE. DECISO STF. REPERCUSSO GERAL. As decises proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, reconhecidas como de Repercusso Geral, sistemtica prevista no artigo 543B do Cdigo de Processo Civil, devero ser reproduzidas no julgamento do recurso apresentado pelo contribuinte. Artigo 62A do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. Declarado inconstitucional o 1 do caput do artigo 3 da Lei 9.718/98, integra a base de clculo da Contribuio para o Financiamento da Seguridade Social COFINS e da Contribuio para o PIS/Pasep o faturamento mensal, representado pela receita bruta advinda das atividades operacionais tpicas da pessoa jurdica. Recurso Especial do Contribuinte Negado.

No mesmo sentido, a 3 Cmara/2 Turma Ordinria da 3 Seo de Julgamento, ao analisar caso idntico, do mesmo contribuinte, envolvendo a discusso do alcance dos efeitos do provimento judicial, (Processo n 2006.61.00.003422-0 -mesmo processo), decidiu nos autos do processo n16327.000190/2011-83, acrdo n3302-002.768, julgado em 12 de novembro de 2014, que as receitas de intermediao financeira, o que inclui o spread bancrio, devem ser mantidas na base de clculo da COFINS. Vejamos:Recorrente BANCO BRADESCO S/A Recorrida FAZENDA NACIONALASSUNTO: CONTRIBUIO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL - COFINS Perodo de apurao: 01/02/2001 a 31/12/2005 PROCESSUAL CIVIL. PEDIDO. FATOS E FUNDAMENTOS. CONDIO. Na ao civil, regra geral, a lide se estabelece em relao aos fatos descritos e juridicamente fundamentados na petio inicial e o pedido est relacionado a esses fatos descritos (art. 282, III e IV, do CPC). PROCESSUAL CIVIL. LIMITES OBJETIVOS DA COISA JULGADA. EFEITO SUBSTITUTIVO. Naquilo que foi objeto de recurso, a deciso de segundo grau substitui integralmente a deciso recorrida. BASE DE CLCULO. DECLARAO DE INCONSTITUCIONALIDADE DO 1 DO ART. 3 DA LEI N 9.718/98. INSTITUIES FINANCEIRAS. As receitas operacionais decorrentes das atividades do setor financeiro (servios bancrios e intermediao financeira) esto includas no conceito de faturamento/receita bruta, a que se refere a Lei Complementar n 70/91, no tendo sido afetado pela alterao no conceito de faturamento, promovida pela Lei n 9.718/98. AUTO DE INFRAO. MULTA ISOLADA. COMPENSAO NO HOMOLOGADA A aplicao da multa isolada de 50% calculada sobre o valor do crdito objeto de compensao no homologada encontra-se expressamente prevista na legislao que rege a matria, sendo defeso ao rgo de julgamento administrativo afast-la. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntrio, nos termos do voto do relator. O conselheiro Gileno Gurjo Barreto acompanhou o relator pelas concluses.Portanto, a relao jurdica de direito esta totalmente integrada pelo acrdo do TRF/3, o qual estabeleceu como base de clculo da COFINS aquela prevista na lei complementar 70/91, de modo, que no h fundamento legal para pretendida excluso da base de clculo da COFINS.Por fim, cumpre mencionar que, embora exista discusso no mbito do processo judicial, no h de se falar em concomitncia nos termos da Smula CARF n 01, pois as matrias discutidas nos processos administrativo e judicial so distintas.

Nestes termos, voto em dar provimento integral ao Recurso da Fazenda Nacional. como penso como voto. (assinado digitalmente)Demes Brito

Conselheiro Charles Mayer de Castro Souza, RedatorCom a devida vnia, discordo do il. Relator.Com efeito, entendemos que a razo est com o relator do voto vencido, o Conselheiro Rosaldo Trevisan.O que temos aqui uma ao judicial em que se reconheceu a inconstitucionalidade do alargamento da base de clculo preconizado no 1 do art. 3 da Lei n 9.718, de 1998, afastando, de conseguinte, a incidncia da Cofins sobre as receitas financeiras. Contudo, conforme nele brilhantemente exposto, no h, nas decises judiciais nela prolatadas, qualquer pronunciamento a respeito do que venham a ser, afinal, as tais receitas financeiras para uma instituio financeira mesma natureza da Recorrente.Reconhecida, no bojo da ao judicial transitada em julgado, a inconstitucionalidade do alargamento, a Cofins passou a incidir apenas sobre as receitas decorrentes da prestao de servios e da venda de mercadorias as chamadas "receitas operacionais" , que inequivocamente incluem, no caso das instituies financeiras, as receitas decorrentes da intermediao financeira, ainda que assim contabilizada.A Cofins no incide, porm, sobre aquelas receitas cuja origem a aplicao de recursos prprios e/ou de terceiros, as quais, conforme destacou o relator do voto vencido, a prpria fiscalizao entendeu como receita financeira, no como receita operacional, como tambm l ressaltado.Ante o exposto, dou provimento parcial ao recurso especial, tambm para excluir a glosa de crdito em relao s receitas provenientes da aplicao de recursos prprios e/ou de terceiros. como voto.(assinado digitalmente)Charles Mayer de Castro Souza

Conselheira Tatiana Midori MigiyamaConsiderando a complexidade das discusses trazidas nesse processo, em respeito as partes, solicitei vista dos autos para melhor compreenso dos pontos aqui atinentes o que, antecipadamente, peo vnia ao ilustre relator Conselheiro Demes Brito por divergir de seu entendimento.A priori, v-se que o cerne da lide se resume em questes processuais. No obstante, antes de tratar dessa discusso peculiar, da anlise do recurso especial interposto pela Fazenda Nacional, entendo que devo primeiramente trazer as razes que me direcionam ao no conhecimento do recurso especial.Inicialmente, cabe salientar que o recurso especial da Fazenda Nacional traz no subttulo do item II - DO CABIMENTO DO RECURSO ESPECIAL que houve violao aos arts. 319, 1008 e 1013 do Novo CPC e art. 3 da Lei 9.718/98, alegando, entre outros, que os paradigmas indicados demonstram a divergncia de interpretao dos dispositivos do CPC e do art. 3 da Lei 9.718/98 quando confrontados com os dispositivos do acrdo recorrido.Para melhor elucidar os fatores que ensejaram o meu entendimento pelo no conhecimento do recurso, de se recordar o art. 67 do RICARF Portaria MF 343/2015 com alteraes posteriores, in verbis (Grifos meus):Art. 67. Compete CSRF, por suas turmas, julgar recurso especial interposto contra deciso que der legislao tributria interpretao divergente da que lhe tenha dado outra cmara, turma de cmara, turma especial ou a prpria CSRF. 1 No ser conhecido o recurso que no demonstrar de forma objetiva qual a legislao que est sendo interpretada de forma divergente.Tal dispositivo traz que o acrdo indicado como paradigma deve demonstrar a legislao que est sendo interpretada de forma divergente. O que cabe j trazer, pela leitura do acrdo recorrido, que os dispositivos do CPC utilizados como fundamento do acrdo paradigma no devem ser observados para a admissibilidade do recurso, restando apenas a anlise da interpretao dada ao art. 3 da Lei 9.718/98 tambm invocado no r. acrdo paradigma.Quanto a esse dispositivo, vejo que as interpretaes dadas pelos arestos esto consonantes, e no divergentes o que, para melhor transparecer, trago:Ementa do acrdo recorrido (Grifos meus):COFINS. INSTITUIES FINANCEIRAS. INCONSTITUCIONALIDADE DO ALARGAMENTO DA BASE DE CLCULO. DECISO JUDICIAL QUE ENFRENTA O DETALHAMENTO DO ALCANCE.1-Caso especfico em que o contribuinte instigou o Poder Judicirio, tanto na petio inicial como pelo manejo de embargos de declarao, os quais foram acolhidos, obtendo o reconhecimento de que a base de clculo da contribuio no alcana as receitas financeiras da instituio financeira.2. No se mostra plausvel pretender retirar as rendas de intermediao financeira do conceito de receita financeira. Pela ementa do julgado, v-se que o primordial para o direcionamento do julgado foi efetivamente a deciso transitada em julgado poca. Tanto assim, que o redator designado trouxe em seu voto:[...]A deciso judicial afasta a receita financeira, no havendo margem para excluir de tal conceito as rendas da atividade de intermediao financeira. Por estas razes, entendo que deve ser provido o recurso, para reconhecer que a deciso judicial proferida no caso concreto do recorrente detalhou que o seu efeito concreto, inerente declarao de inconstitucionalidade e do delineamento do conceito de faturamento dela decorrente, afasta as receitas financeiras, e que no se pode excluir deste conceito as rendas de intermediao financeira [...].Ementa do acrdo paradigma - Acrdo n 3302-002.768:[...]BASE DE CLCULO. DECLARAO DE INCONSTITUCIONALIDADE DO 1 DO ART. 3 DA LEI N 9.718/98. INSTITUIES FINANCEIRAS.As receitas operacionais decorrentes das atividades do setor financeiro (servios bancrios e intermediao financeira) esto includas no conceito de faturamento/receita bruta, a que se refere a Lei Complementar n 70/91, no tendo sido afetado pela alterao no conceito de faturamento, promovida pela Lei n 9.718/98. V-se que nesse acrdo indicado como paradigma entendeu-se que o art. 3 da Lei 9.718/98 permite a incidncia de PIS e da COFINS sobre as receitas financeiras de instituies financeiras, contexto no qual s se poderia considerar divergente deciso que entendesse que o teor do artigo 3 da Lei n 9.718/98 no permitiria a incidncia de PIS e da COFINS sobre receitas financeiras de instituies financeiras. Tal entendimento jamais foi sustentado pelo v. acrdo recorrido, tendo o mesmo apenas concludo que no caso concreto aspecto de natureza puramente processual (existncia de deciso judicial que impediria a Fazenda de cobrar referidas contribuies do Recorrido) demandou o cancelamento da exigncia fiscal.Tanto assim que, tal como exps o sujeito passivo em memorial que na sesso de julgamento do dia anterior ao julgamento do recurso voluntrio do sujeito passivo, confirmada em ata da sesso daquele ms, a mesma turma negou provimento ao recurso voluntrio interposto pelo BANCO RURAL S.A. em que se discutia a abrangncia da regra do artigo 3 da Lei n 9.718/98 quanto s receitas de instituies financeiras, consignando a seguinte ementa:(...)ASSUNTO: CONTRIBUIO PARA O FINANCIAMENTO DASEGURIDADE SOCIAL COFINSPerodo de apurao: 01/01/2006 a 31/12/2008COFINS. BASE DE CLCULO. INSTITUIES FINANCEIRAS. AUSNCIA DE INCLUSO NA DISCUSSO SOBRE A CONSTITUCIONALIDADE DO 1 DO ART. 3 DA LEI n 9.718/1998.A base de clculo da COFINS em relao a instituies financeiras, em virtude de sua atividade, obtida pela aplicao do disposto nos arts. 2 e 3, caput da Lei n 9.718/1998, aplicadas as excluses e dedues gerais e especficas previstas nos 5 e 6 do referido art. 3. A discusso sobre a incluso das receitas auferidas por instituies financeiras no conceito de faturamento, para fins de incidncia da COFINS, no se confunde com o debate envolvendo a constitucionalidade do 1 do art. 3 da Lei no 9.718/1998, como j reconheceu o STF. (Acrdo n 3403-003.539)Nesse contexto, v-se a consonncia entre os entendimentos da C. Turma prolatora do v. acrdo recorrido e o entendimento constante do acrdo paradigma.Ora, o Colegiado do acrdo recorrido concluiu que a deciso judicial impedia a exigncia de PIS e COFINS sobre as receitas financeiras, tendo essa mesma Turma no caso acima referido concludo que os provimentos judiciais obtidos (...) silenciaram em relao abrangncia do que seriam receitas de prestao de servios e venda de mercadorias das instituies financeiras, o que, por conseguinte, aplicou seu entendimento sobre a interpretao do artigo 3 da Lei n 9.718/98 para concluir, exatamente como fez o acrdo paradigma, que tal norma permite a exigncia de PIS e COFINS sobre receitas financeiras de instituies financeiras o que fez com que, no acrdo indicado como paradigma, negasse provimento ao recurso voluntrio.Sendo assim, resta claro que, em anlise do mesmo dispositivo art. 3 da Lei 9.718/98, convergiram em seu entendimento, considerando que tal dispositivo permite a exigncia de PIS e Cofins sobre as receitas financeiras auferidas pelas instituies financeiras. No atendendo o pressuposto de divergncia de interpretao da norma indicada objetivamente em recurso especial.No houve a divergncia entre os acrdos recorrido e indicado como paradigma quanto interpretao dada ao art. 3 da Lei 9.718/98, dispositivo apontado no Recurso Especial da Fazenda, quanto discusso acerca da incidncia de PIS e Cofins sobre a receita financeira.Em vista do exposto, em respeito ao art. 67, 1, do RICARF/2015, entendo que no deva conhecer o recurso especial interposto pela Fazenda Nacional.

Ventiladas tais consideraes, passo ao cerne da lide qual seja, se a receita financeira auferida pelo sujeito passivo deve ser tributada pela Cofins. OU, mais especificamente, se resta tal matria decidida definitivamente no judicirio.Para tanto, recordo os acontecimentos:O sujeito passivo ajuizou ao ordinria n 2006.61.00.003422-0, trazendo os seguintes pedidos (Grifos meus):a) declarar a inexistncia de relao jurdica que tenha por objeto o direito da R de exigir das Autoras e/ou suas incorporadas, conforme indicado no primeiro pargrafo desta inicial, o recolhimento da COFINS, relativamente aos meses de competncia de janeiro de 2001 a dezembro de 2005, de acordo com a base de clculo instituda pela Lei n 9.718/98, e por consequncia reconhecer como indevidos os pagamentos realizados a este ttulo, conforme comprovantes anexos (doc. 03), naquilo que excederem ao que seria devido sobre seu efetivo faturamento (receita bruta de venda de mercadoria e de prestao de servios, conforme artigo 2 da Lei Complementar n 70/91, qual se reportam os arts. 1 e 2 da Lei n 9.718/98), neste conceito, portanto no se enquadrando quaisquer outras receitas de natureza diversa, tais como as provenientes de locao de imveis, RECEITAS FINANCEIRAS, etc.;b) reconhecer o direito das Autoras de, nos termos dos artigos 165 e 170 do CTN, 66, caput e pargrafo 2 da Lei 8.383/91 e 74 da Lei 9.430/96, sua opo, compensar ou ter restitudos os montantes indevidamente recolhidos conforme reconhecido no item a supra, condenando-se a R, conforme o caso, a aceitar referida compensao para todos os fins de direito com dbitos relativos a tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal ou a restituir os valores em questo, num e noutro caso com os acrscimos legais cabveis; (fl. 448/449 destaques nossos).O sujeito passivo sustentou que a correta base de clculo da Cofins corresponde receita bruta tal como definida pela LC 70/91, SUBSTANCIALMENTE IDNTICA AO DISPOSTO NO DL 2397/87, ART. 22, ALNEA A, considerando-se que referida alnea a trata da receita bruta das vendas de mercadorias e de mercadorias e servios, ao passo que a alnea b trata das RECEITAS OPERACIONAIS DAS INSTITUIES FINANCEIRAS.Eis o que traz o Decreto:Art. 22. O 1 do art. 1 do Decreto-lei n 1.940, de 25 de maio de 1982, cujo caput foi alterado pelo art. 1 da Lei n 7.611, de 8 de julho de 1987, passa a vigorar com a seguinte redao, mantidos os seus 2 e 3 e acrescido dos 4 e 5:" 1 A contribuio social de que trata este artigo ser de 0,5% (meio por cento) e incidir mensalmente sobre:a) a receita bruta das vendas de mercadorias e de mercadorias e servios, de qualquer natureza, das empresas pblicas ou privadas definidas como pessoa jurdica ou a elas equiparadas pela legislao do Imposto de Renda;b) as rendas e RECEITAS OPERACIONAIS DAS INSTITUIES FINANCEIRAS e entidades a elas equiparadas, permitidas as seguintes excluses: encargos com obrigaes por refinanciamentos e repasse de recursos de rgos oficiais e do exterior; despesas de captao de ttulos de renda fixa no mercado aberto, em valor limitado aos das rendas obtidas nessas operaes; juros e correo monetria passiva decorrentes de emprstimos efetuados ao Sistema Financeiro de Habitao; variao monetria passiva dos recursos captados do pblico; despesas com recursos, em moeda estrangeira, de debntures e de arrendamento; e despesas com cesso de crditos com coobrigao, em valor limitado ao das rendas obtidas nessas operaes, somente no caso das instituies cedentes;c) as receitas operacionais e patrimoniais das sociedades seguradoras e entidades a elas equiparadas.[...]A Fazenda Nacional apresentou contestao na Ao Ordinria 2006.61.00.003422-0, sustentando a constitucionalidade da Lei 9.718/98 defendendo que o faturamento corresponderia ao conceito trazido pela alnea b daquele mesmo diploma legal;A sentena de 1 instncia acolheu os fundamentos da inicial promovida pelo sujeito passivo, julgando:(...) PROCEDENTE A PRESENTE AO, nos termos do artigo 269, I, do Cdigo de Processo Civil, para o fim de declarar a inexistncia de relao jurdica tributria relativamente ao recolhimento da COFINS nos termos da ampliao da base de clculo determinada pela Lei 9.718/98, bem como para declarar compensveis, com quaisquer tributos ou contribuies administrados pela Secretaria da Receita Federal, os valores indevidamente recolhidos a este ttulo, relativamente aos meses de competncia de janeiro de 2001 a dezembro de 2005, aplicando-se os mesmos ndices de correo monetria dos crditos tributrios da UNIO FEDERAL. (fl. 484, destaques nossos).O sujeito passivo ops Embargos de Declarao para o fim de que, sanando-se as omisses apontadas: (1) quando ao item a do pedido, seja esclarecido que a ao foi julgada procedente nos termos do pedido formulado; e (2) quanto ao item b do pedido, seja explicitado que a restituio dos valores pagos indevidamente poder se dar no s mediante compensao, mas tambm mediante restituio em espcie, opo das Autoras. (fl. 491);Os Embargos foram integralmente acolhidos nos seguintes termos:Trata-se de embargos de declarao interpostos pela parte autora, alegando a embargante omisses na deciso de fls. 1762/1767. Conheo dos embargos interpostos, pois so tempestivos. No mrito, acolho-os to somente para explicitar que a procedncia da ao implicou o acolhimento dos pedidos formulados. (fl. 492)Pela descrio dos acontecimentos, de se ter como certo que a 1 instncia de julgamento acolheu integralmente o pedido do sujeito passivo rejeitando a alegao da PGFN.Ora, como bem ensina o professor Humberto Theodoro Jr, o pedido formulado na inicial torna-se o objeto da prestao jurisdicional sobre o qual a sentena ir operar, sendo ele, portanto, o mais seguro critrio de interpretao da sentena, visto que est justamente a resposta do judicirio ao pedido do autor, no podendo o provimento ficar aqum dele nem ir alm dele, sob pena de nulidade.Com a rejeio da alegao da Fazenda, houve interposio de apelao trazendo que as receitas financeiras integram a receita operacional da pessoa jurdica.

Posteriormente, o sujeito passivo apresentou contrarrazes trazendo que (Grifos meus):[...]No bastasse isso, cumpre ressaltar que, longe de confirmar seus argumentos, a norma invocada pela Apelante quanto ao suposto tratamento diferenciado conferido s instituies financeiras vem apenas corroborar tudo quanto j foi exposto, no sentido de que o conceito de faturamento um s, que no se altera em funo do objeto da pessoa jurdica.Com efeito, o fato de que o artigo 1 do DL 1940/82, com a redao que lhe foi dada pelo DL 2397/87, expressamente estabelecer para as instituies financeiras uma base de clculo de Finsocial distinta das demais pessoas jurdicas, apenas evidencia que as rendas e receitas operacionais das instituies financeiras consubstanciam conceito distinto de faturamento, que a receita bruta das vendas de mercadorias e de mercadorias e servios.Alis, duas importantes decises do Supremo Tribunal Federal evidenciam claramente que o conceito de faturamento um s, que no se altera conforme o objeto social da pessoa jurdica.Primeiramente, no julgamento do RE 150.755-1-PE, como visto acima, o conceito a que se referiu o Supremo Tribunal Federal para definir o que seja faturamento foi aquele trazido na alnea a do art. 22 do DL 2397/87 (que alterou a alnea a do 1 art. 1 do DL 1940/82), e no aquele contido na alnea b a que se refere a Apelante.E, em segundo lugar, a base de clculo estabelecida naquela alnea b para as instituies financeiras s era possvel porque poca a exao no tinha como fundamento constitucional uma competncia para tributao do faturamento, tal como expressamente reconhecido pelo Supremo a propsito do DL 1940/82, verbis:O que resta concluir que o pedido do sujeito passivo foi efetivamente deferido pela 1 instncia. Eis que aquele tribunal ao rejeitar a alegao da Fazenda, antes da interposio da Apelao, considerou como termo inicial da operao o pedido formulado na inicial, recordando que o que resta contemplado em sua inicial o conceito de faturamento trazido pelo art. 2 da LC 70/91 substancialmente idntico alnea a do 1 do art. 1, do DL 1940/82, na redao do art. 22 do DL 2397/89 (excluso das receitas financeiras da base de clculo da tributao da contribuio).Com efeito, o TRF da 3 Regio, aps apreciao da apelao, deu provimento parcial a apelante apenas para restringir a compensao a parcelas da prpria COFINS e para reduzir o percentual de condenao imposta ao pagamento de honorrios advocatcios para 1%, consignando a seguinte ementa (Grifos meus):EMENTA: TRIBUTRIO. COFINS. LEI 9.718/98. ALTERAO DA BASE DE CLCULO. ART. 3, 1, DA LEI 9.718/98. INCONSTITUCIONALIDADE. COMPENSAO. CRITRIOS.1. A matria posta em discusso j mereceu apreciao pelo Plenrio do Supremo Tribunal Federal, por ocasio do julgamento dos RecursosExtraordinrios 357.950/RS, 390.840/MG e 358.273/RS, nos quais foideclarada a inconstitucionalidade do 1 do art. 3 da Lei 9.718/98.2. A prescrio para restituio de indbitos quinquenal. 3. As parcelas podem ser compensadas, por iniciativa do contribuinte, somente com dbitos da prpria COFINS, nos termos da Lei 8.383/91.4. Esta Turma no aplica espcie a Lei 9.430/96, inclusive com a alterao promovida pela Lei 10.637/2002, sob o fundamento (i) da inaplicabilidade do direito superveniente e (ii) tendo em vista que a opo pelo pedido de compensao na via judicial exclui o direito previsto na Lei 9.430/96 restrito via administrativa.5. Incidir a taxa SELIC, por fora do art. 39, 4, da Lei 9.250/95, que determina sua aplicao compensao tributria e que , conforme jurisprudncia do Superior Tribunal de Justia, ao mesmo tempo, ndice de correo monetria e de juros de mora.6. Apelao e remessa oficial providas em parte.Assim, foram opostos embargos de declarao pelo agravante, sendo acolhidos com a seguinte ementa:PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAO. OMISSO.HIPTESE AFASTADA. OBSCURIDADE. ESCLARECIMENTONECESSRIO.Por meio do acrdo embargado, foi reconhecido um indbito (quanto alterao promovida pela Lei 9.718/98 na base de clculo da COFINS) a partir de 16 de fevereiro de 2001 j que, antes dessa data, houve prescrio que deve ser atualizado pela taxa SELIC (que j ndice de correo monetria e de juros de mora), restando para apreciao da Administrao apenas a anlise da possibilidade de o indbito ser compensado com outros tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal, diversos da COFINS.Em relao s demais questes, as embargantes pretendem atribuir efeitos infringentes aos embargos de declarao, o que inadmissvel, devendo a parte valer-se do recurso cabvel para lograr tal intento (TRF 3 Regio, Embargos de Declarao em REO n 93.03.016225-0, Terceira Turma, Relator Desembargador Federal Baptista Pereira, j. 02/10/1996, v.u., DJ 23/10/1996).3. Embargos de declarao conhecidos e parcialmente acolhidos. V-se, dessa forma, que o TRF3 no reformou a sentena da 1 instncia, que havia reconhecido o indbito tributrio. Apenas deixou claro que se o sujeito passivo manifestar a pretenso de se compensar o referido crdito com outros tributos dever submeter tal pretenso administrao.Aps essa deciso, foi interposto pela Fazenda Nacional recurso extraordinrio que no foi admitido e Recurso Especial pelo contribuinte em relao a atualizao e prescrio. No obstante, o sujeito passivo posteriormente desistiu desse recurso.Com a no admissibilidade do Recurso Extraordinrio e a desistncia do Recurso Especial, houve deciso transitada em julgado, concedendo concretamente e definitivamente o direito de o sujeito passivo proceder a excluso das receitas financeiras da base de clculo da Cofins.Independentemente da deciso transitada em julgado, considerando que quando do julgamento do processo 16327.000190/2011-83 envolvendo o Banco Bradesco (um dos litisconsortes da ao ordinria) por esse Conselho Administrativo de Recursos Fiscais houve entendimento de forma definitiva de que as receitas financeiras no teriam sido excludas da base de clculo acordo 3302-002.768, o Bradesco requereu o cancelamento da cobrana. O que foi negada a interposio do agravo de instrumento 2014.03.00.014403-5.Com a negativa da interposio do agravo, entendeu a Fazenda Nacional que a sentena no mais existe, em funo do efeito substitutivo recursal e que o TRF quis efetivamente dispor que a COFINS deve incidir tambm sobre as receitas de prestao de servios, tal como estabelecido naquela lei complementar. No entanto, tal entendimento no deve prosperar, eis a deciso do TRF relativa ao acrdo paradigma (Grifos meus):DECISO DO TRF RELATIVA AO ACRDO PARADIGMA PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. SENTENA DECLARATRIA DE INEXISTNCIA DE RELAO JURDICA TRIBUTRIA, COM RECONHECIMENTO DO DIREITO COMPENSAO. CUMPRIMENTO DE SENTENA. REEXAME NECESSRIO PARCIAL. CONDIO DE EFICCIA DA SENTENA. AVOCAO DOS AUTOS PARA A INTEGRALIZAO DO REEXAME NECESSRIO. AGRAVO PREJUDICADO.1. A sentena que declara a inexistncia de relao jurdica tributria e reconhece o direito compensao impe ao Fisco um dever de absteno, consistente em no proceder aos respectivos atos de cobrana. Assim, eventual descumprimento da sentena deve ser discutido e decidido nos prprios autos e no no mbito da execuo fiscal que veio a ser promovida pela Fazenda Pblica.2. O reexame necessrio condio de eficcia da sentena e sem ele no se opera o trnsito em julgado. Trata-se de dever indeclinvel e indisponvel do Tribunal, decorrente de norma de ordem pblica, absolutamente cogente; e que, justamente por isso, no pode ser evitado pelas partes.3. Constatado, concretamente, o fato de que o Tribunal no procedeu ao integral reexame necessrio da causa, deixando o acrdo de relatar, fundamentar, dispor ou mesmo fazer qualquer referncia a respeito de um dos pedidos do autor, por sinal contestado pela r, cumpre-lhe avocar os autos para que proceda complementao do julgamento.4. Deciso cassada. Agravo prejudicado. (TRF3 Agravo de Instrumento n 2015.03.00.014403-5 - 3 Turma Rel. Des. Nelton dos Santos DJU 19.01.2017)

Ora, por evidente, independentemente do estranhamento da deciso do TRF3, eis que a deciso j havia sido transitada em julgado. Tanto assim que o prprio Desembargador Federal trouxe em seu voto (Grifos meus):[...]Com efeito, a fase de conhecimento do processo principal estava formalmente encerrada e os respectivos autos, j retornados ao juzo de origem, aguardavam em arquivo o pagamento de precatrio referente verba honorria. Em tal contexto, o Banco Bradesco S/A, um dos demandantes e ora agravante, peticionou ao juiz a quo, alegando ter havido, da parte da Unio, "flagrante descumprimento coisa julgada" (f. 278-verso deste instrumento) e pedindo o "imediato cancelamento das cartas de cobrana n. 353 e 354 e expedidas nos autos dos processos n. 16327.000190/2011-83 e 16327.720064/2012-20, bem como da cobrana contida no Termo de Cincia n. 530/2015, determinando-se R e seus agentes que examinem as compensaes realizadas considerando-se o real crdito assegurado ao Requerente pela deciso transitada em julgado nestes autos, ou seja, com a excluso de todas as suas receitas financeiras da base de clculo da COFIN (sic), de modo a restaurar a autoridade do julgado" (f. 296-verso deste instrumento).[...]

Tem-se que aquele Tribunal no quis dispor que a receita financeira seria passvel de tributao pela Cofins mas apenas estabeleceu a necessidade de complementao do voto e relatrio.E no que tange possibilidade do novo julgamento com proferimento de nova deciso, no h que se cogitar que a deciso daquele Tribunal possa ser alterada para abarcar a receita financeira na base de clculo do PIS e da Cofins por se tratar de receita operacional, eis que resta claro at mesmo para o ilustre desembargador que essa questo foi amplamente debatida e resolvida. Eis o que traz em seu voto:[...]Convm destacar, at mesmo em razo do voto oralmente proferido pelo e. Desembargador Federal Nery Jnior em sesso, que considero fora de dvida que a questo foi debatida entre as partes.Na petio inicial, as autoras sustentaram o seguinte:[...]b) faturamento conceito de Direito Comercial que de acordo com a legislao, doutrina e jurisprudncia do STF corresponde receita bruta tal como definida pela LC 70/91, substancialmente idntica ao disposto no DL 2397/87, art. 22, alnea 'a', no podendo ser alterado pela legislao tributria por fora do disposto no artigo 110 do CTN, no se compreendendo, portanto, neste conceito quaisquer outras receitas, tais como as provenientes de locao de imveis, receitas financeiras, etc.; eNa contestao, a Unio sustentou a improcedncia do pedido inicial e, quanto s receitas financeiras, afirmou:[...]No caso das instituies financeiras e das seguradoras, apenas a ttulo de exemplo, so as receitas financeiras que compem a maior parte da receita operacional.Est demonstrado, ento, que a incluso das receitas financeiras no conceito de faturamento ou receita bruta no indita no direito brasileiro. O DL n. 2.397/87, em seu art. 22, j o havia feito.No demais frisar que essa incluso teve o beneplcito do STF, no julgamento do RE n. 150.755, j transcrito e tantas vezes aqui citado. O Pretrio Excelso reconheceu que a receita bruta nos termos do DL n. 2.397/87 se traduz em faturamento e se insere dentro do pressuposto constitucional de incidncia previsto no art. 195, I, da CF.Assim, o aludido precedente, a tributao das receitas financeiras com base no faturamento encontra respaldo no dispositivo constitucional em comento.[...]A existncia de pedido e de resposta evidencia o debate. O litgio foi posto ao exame [...]Sendo assim, com o voto do Desembargado Federal Nelton dos Santos, resta claro que no h que se falar que ocorreu o efeito substitutivo do acrdo do TRF 3, como quer entender a autoridade fazendria. No demais trazer ainda parte do voto do Desembargador que pronunciou sobre essa questo (Grifos meus):[...]Assim, ao entender da agravada, o acrdo sobrepor-se-ia sentena, ainda que objetivamente mais restrito do que esta; e a coisa julgada ficaria tambm restrita, de modo definitivo, ao quanto efetivamente decidido pelo tribunal.O raciocnio da agravada no est correto por inteiro. que, como regra, o efeito substitutivo propicia que o acrdo sobreponha-se sentena somente naquilo em que com esta for incompatvel, de modo que a extenso da coisa julgada determine-se a partir do cotejo entre os atos decisrios proferidos em primeira e segunda instncias [...]Dessa forma, por questo de ordem, deve-se esclarecer que quando da apreciao do Agravo de Instrumento, o que props o Desembargador somente a complementao do relatrio e voto, mas NO com a pretenso de se alterar a deciso, eis que para tal concluso a turma j havia debatido amplamente a questo para proferir aquela deciso. Tendo sido trava a discusso na ao ordinria, pela lio do Prof. Nelson Nery Junior, resta definitivamente decidida entre as partes sob a proteo da autoridade da coisa julgada material.Proveitoso trazer que, nessa linha, concordam os ilustres Humberto Theodoro Jr. E Nelson Nery Jr em seus pareceres acostados nos autos desse processo (Grifos meus):1) Tendo em vista o reconhecimento pela DEINF/SP de que a sentena proferida nos autos da ao ordinria n 2006.61.00.003422-0 excluiu as receitas financeiras da base de clculo da COFINS, est correta a interpretao dada pela Procuradoria da Fazenda Nacional ao magistrio de V.Exa. a propsito do efeito substitutivo do acrdo em relao sentena, em especial quanto s suas conseqncias especificamente nos autos da referida ao ordinria ?Prof. Humberto Theodoro Jr.:A Procuradoria da Fazenda Nacional conferiu interpretao equivocada s consequncias do efeito substitutivo do acrdo sobre a sentena porque o provimento parcial de recurso ou da remessa necessria substitui totalmente a deciso recorrida por outra de igual contedo, em relao aos captulos mantidos. Assim, por fora do efeito substitutivo do acrdo, ele ser atingido pela coisa julgada. Mas a interpretao de seus limites sempre ter de levar em conta os pedidos formulados na inicial, bem como a soluo que lhes deu a sentena que no foi modificada, de forma explcita ou implcita pelo tribunal, em segundo grau de jurisdio. Prof. Nelson Nery Jr.:NO. Como se verifica da cpia dos autos, ao proferir a sentena, o MM. Juzo a quo acolheu todos os pedidos formulados pelos Consulentes na ao ordinria, o que, inclusive foi confirmado por deciso proferida em embargos de declarao nesse mesmo sentido.Nesse passo, muito embora tenha havido a devoluo integral da matria ao E. TRF-3. pela interposio do recurso de apelao e pela remessa necessria, o acrdo exarado por aquele Egrgio Tribunal Federal reformou apenas parcialmente a sentena de primeiro grau, de modo que a substitutividade se d somente na parte em que o acrdo altera efetivamente a sentena de mrito.Assim, como j expusemos nessa consulta, remanesce ntegra a parte da deciso que no foi modificada pelo acrdo. Ao citar nosso posicionamento doutrinrio em seu parecer, a Procuradoria da Fazenda Nacional interpreta o entendimento para embasar o equivocado argumento de que, interposto o recurso, a sentena perde sua total eficcia porque teria sido, integralmente, substituda pelo acrdo do TRF-3., e no faz a ressalva quanto efetiva modificao da sentena pelo acrdo.Ora, evidentemente que o efeito substitutivo no caso sob exame, opera-se to somente parcialmente, uma vez que foi modificada apenas parte da deciso do juzo a quo.Portanto, a deciso final do processo composta por parte da sentena(Naquilo que no foi modificado pelo TRF-3.) + acrdo do TRF-3. que altera parte da deciso recorrida.Portanto, pelo acrdo de fls. 153/163, devidamente integrado pelo acrdo de fls. 189/197, destaca-se que foi totalmente confirmada a sentena de primeira instncia na parte em que reconheceu o crdito tributrio dos Consulentes decorrente do pagamento indevido de valores a ttulo de COFINS e o direito sua compensao.Assim, quanto ao efeito substitutivo do acrdo em relao sentena, no est correta a interpretao dada pela Procuradoria da Fazenda Nacional ao nosso magistrio. Sendo assim, no h que se falar em efeito substitutivo e muito menos que a inteno do TRF foi a de se tributar a receita financeira pela Cofins, eis que aquela turma proferiu deciso mantendo a sentena de primeiro grau - que consignou que no conceito de faturamento da LC 70/91 no se incluem as receitas financeiras APS debater amplamente sobre as colocaes feitas pela autoridade fazendria em sua contestao (Receita Financeira x Receita Operacional x Cofins), em respeito ao pedido formulado na inicial promovida pelo sujeito passivo. Ademais, cabe recordar a jurisprudncia do STJ que consignou atravs da apreciao do Agravo Regimento no REsp 27.267/RJ o entendimento de que o magistrado no est obrigado a rebater, um a um, os argumentos trazidos pela parte, desde que os fundamentos utilizados tenham sido suficientes para embasar a deciso. de se recordar tambm que o STJ ao apreciar o REsp 259.963/SP j decidiu que o julgamento proferido pelo tribunal substitui a deciso recorrida apenas naquilo que tiver sido objeto do recurso e efetivamente deliberado pelo colegiado, obtendo-se pronunciamento favorvel ou desfavorvel.E, ainda que haja o efeito substitutivo v-se que, em vista do exposto, ser confirmatrio, e no modificativo, vez que a questo foi posta e decidida naquela ao, contrariamente pretenso da autoridade fazendria.Em vista de todo o exposto, pela descrio e evoluo dos fundamentos descritos, de se entender que se deve negar provimento ao Recurso Especial da Fazenda.No obstante, v-se que, ainda assim, o sujeito passivo, sendo totalmente tico em sua forma de agir, traz como pedido o sobrestamento do presente julgamento at definio do Poder Judicirio.Sendo assim, considerando que o cerne da lide se resume em questes processuais que, por sua vez, devero observar os princpios da administrao pblica, dentre as quais, o princpio da eficincia, da finalidade e do interesse pblico. E, considerando que tais princpios evocam a necessidade de o administrador/julgador fluir a lide para a soluo mais eficaz, buscando as melhores e efetivas sadas alm de respeitar a deciso emanada ou a ser emanada pelo judicirio. No se cogitando em se insurgir contra sua deciso judicial ou, ainda ignorar deciso extraordinria.

Torna-se necessrio, em respeito aos princpios da administrao pblica, inclusive a que aduz a moralidade, o sobrestamento do julgamento at deciso relativa ao agravo de instrumento 2015.03.00.014403-5 e de eventual nova complementao do julgamento a ser adicionada nos autos da ao ordinria 2006.61.00.003422-0.Ademais, cabe trazer que ainda que o atual Regimento Interno desse Conselho Administrativo de Recursos Fiscais no traga a possibilidade de sobrestamento de julgamento de se aplicar as normas do Cdigo de Processo Civil nesse caso.No demais lembrar que no processo administrativo h que se considerar as disposies daquele Cdigo subsidiariamente, conforme versa o art. 15 do NCPC:Art. 15. Na ausncia de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as disposies deste Cdigo lhes sero aplicadas supletiva e subsidiariamente. O que, por conseguinte, no seria demasiadamente extrapolar as regras que versam sobre o processo administrativo fiscal se esse Colegiado se direcionar para sobrestamento do julgamento com a aplicao do art. 313, inciso V, a, do CPC, que dispe sobre tal possibilidade - de ofcio ou a requerimento de qualquer das partes. Art. 313. Suspende-se o processo:I - pela morte ou pela perda da capacidade processual de qualquer das partes, de seu representante legal ou de seu procurador;II - pela conveno das partes;III - pela arguio de impedimento ou de suspeio;IV- pela admisso de incidente de resoluo de demandas repetitivas;V - quando a sentena de mrito:a) depender do julgamento de outra causa ou da declarao de existncia ou de inexistncia de relao jurdica que constitua o objeto principal de outro processo pendente;b) tiver de ser proferida somente aps a verificao de determinado fato ou a produo de certa prova, requisitada a outro juzo;[...]Em vista de todo o exposto, ainda que entenda que a matria trazida nos autos desse processo j tenha sido decidida definitivamente pelo Judicirio, em respeito a boa-f demonstrada pelo sujeito passivo, voto pelo sobrestamento do julgamento at a deciso relativa ao agravo de instrumento 2015.03.00.014403-5 e de eventual nova complementao do julgamento a ser adicionada nos autos da ao ordinria 2006.61.00.003422-0. de se atentar, somente para fins de compreenso do resultado do julgamento desse processo que, quando da apreciao do Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional, aps negativa de alguns conselheiros quanto ao sobrestamento, foi apreciada o cerne da lide que, por sua vez, manifestei-me, fortes nos meus argumentos, pelo no provimento ao recurso especial.(assinado digitalmente)Tatiana Midori Migiyama

Processon16327.720996/201272Acrdon.9303005.051

CSRFT3Fl.1.236

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CastroSouza.SolicitouapresentardeclaraodevotoaconselheiraTatianaMidoriMigiyama.Originalmente,nostermosdoart.60doAnexoIIdoRICARF,votarampornegarprovimentoao recursoosconselheiros JlioCsarAlvesRamos,TatianaMidoriMigiyama,rikaCostaCamargosAutraneVanessaMariniCecconello.

(assinadodigitalmente)

RodrigodaCostaPssasPresidenteemExerccio

(assinadodigitalmente)

DemesBritoRelator

(assinadodigitalmente)

CharlesMayerdeCastroSouzaRedatorDesignado

Participaram da sesso de julgamento os conselheiros: Rodrigo da CostaPssas, JlioCsarAlvesRamos,TatianaMidoriMigiyama,AndradaMrcioCanutoNatal,DemesBrito,rikaCostaCamargosAutran,CharlesMayerdeCastroSouzaeVanessaMariniCecconello.

Relatrio

Tratase de Recurso Especial de divergncia interposto pela FazendaNacionalcomfundamentonosartigos64,incisoIIe67,eseguintesdoAnexoIIdoRegimentoInterno doConselhoAdministrativo deRecursos Fiscais RICARF, aprovado pela PortariaMF n 256/09, contra o acrdo n3403003.571, proferido pela 3 Turma Ordinria da 4Cmarada3Seodejulgamento,quedecidiudarprovimentoaoRecurso,porentenderqueadeciso judicial de 1 Grau, que trata sobre o alcance das receitas financeiras do PIS e daCOFINS, prevalece sobre oAcrdo exarado pelo Tribunal Regional Federal da 3 Regio,transitadoemjulgado,quedeuprovimentoparcialapelaoeremessaoficial,substituindoa sentena de primeiro grau, e decidindo a lide, na extenso do contido no julgamentoproferido pelo STF nos termos dos Recursos Extraordinrios 357.950/RS, 390.840/MG e358.273/RS.

Transcrevo,inicialmente,excertodorelatriodadecisodeprimeirograu:

"Versa o presente sobre os PER/DCOMP de fls. 4 a 71 (transmitida em28/10/2011, utilizando o valor de R$ 277.174,87), 8 a 11 (transmitida em18/10/2011,utilizandoovalordeR$2.034.454,56),12a15(transmitidaem05/10/2011,utilizandoovalordeR$159.000.001,43),16a19(transmitidaem28/09/2011,utilizandoovalordeR$45.135.006,47),20a23(transmitidaem19/09/2011,utilizandoovalordeR$2.077.504,53),24a27(transmitidaem31/08/2011,utilizandoovalordeR$43.124.588,15),e20a23(pedidoderestituio, transmitido em 31/08/2011, no valor de R$ 249.643.150,13),todos demandando a compensao/restituio de crditos decorrentes deao judicial, n 2006.61000034220, com trnsito em julgado em12/11/2008(comhomologaodadesistnciadeexecuoem13/06/2011).

Fl. 1236DF CARF MF

Processon16327.720996/201272Acrdon.9303005.051

CSRFT3Fl.1.237

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Nodespachodecisrio (fls.284a304),odireitocreditrioparcialmentereconhecido(novalordeR$209.264,60),homologandosetambmdeformaparcialascompensaes(prosseguindoseacobranadosdbitosindicadosem compensaes no homologadas e propondose o lanamento demultaisoladade50%sobreoscrditosutilizadosnasDCOMPnohomologadas),considerandoque:

(a) a ao judicial n 2006.61.00.0034220 buscou, com fulcro nainconstitucionalidadedo1odoart.3odaLein9.718/1998,adeclaraode inexistncia de relao jurdica pertinente exigncia daCOFINS nosmoldesdetaldispositivo,comoreconhecimentododireitodecompensarosvalores indevidamente recolhidos, obteve sentena favorvel de primeirainstncia, tendo o TRF, em grau recursal, dado parcial provimento apelao e remessa oficial, reconhecendo a existncia do indbito eautorizandoacompensaonos termosdaLein8.383/1991,observadaaprescrioqinqenal tendoaautora,porfim,desistido(em05/09/2008)do REsp de n 1.083.122, interposto em relao deciso do TRF, tendoocorridotrnsitoemjulgadoem12/11/2008(resumodasdecisessfls.285a291)

(b) com a desistncia do recurso especial interposto pela empresa(homologada em 15/10/2008) antes da manifestao do STJ, e com arenncia execuo do ttulo judicial (em 13/05/2011), foi protocolizadopedido de habilitao de crdito reconhecido por deciso judicial,formalizado no processo administrativo de no 16327.720739/201150(anexadoaosautos)

(c) em face da incerteza quanto aos limites e efeitos da coisa julgadamaterial formada nos autos da ao judicial n 2006.61.00.0034220, foiformulada consulta PGFN, que informou no ter havido o afastamentodefinitivojudicialdasreceitasfinanceiras,cabendoaaplicaododispostonoParecerPGFN/CATno2.773/2007, excluindosedabasede clculodaCOFINSsomenteasreceitasnooperacionais

(d)adecisojudicialquetransitouemjulgado,decorrentededecisodoTRF3, no assegura, ao menos nos termos em que formulado o pedidoinicial,acertezaealiquidezsobreopretendidoindbitodeCOFINS,tantoque a prpria empresa questionou em embargos a obscuridade do arestoquanto matria (obscuridade no resolvida no correspondenteacrdo)

(e) a excluso da base de clculo da COFINS para as instituiesfinanceiras, de receitas decorrentes de intermediao financeira e/ou daaplicao de recursos prprios e de terceiros, como suplicada pelointeressado na lide, encontrase pendente de apreciao pelo STF, emcarterderepercussogeral,noREn609.096/RS

(f)paracorroboraraassertiva,bastaofatodeteramesmaempresa,comopropsitodeafastaraincidnciadaCOFINSsobreasdiscutidasrendasde

Fl. 1237DF CARF MF

Processon16327.720996/201272Acrdon.9303005.051

CSRFT3Fl.1.238

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intermediaoeaplicaesfinanceirasdosperodosdeapuraoout/2005esubsequentes, ajuizadoMandado de Segurana de no 2005.61.00.0260148,comREsobrestadoemfunodocitadoparadigma

(g)emcasoanlogo,noqualaunidadedaRFBteveamesmainterpretaoa respeito dos efeitos da coisa julgada, o posicionamento foi inclusiveconfirmadoemjuzo(fls.296/297) e

(h) como a deciso judicial deixou de analisar o alcance da expressoreceitas financeiras no caso concreto, a unidade o faz, luz dalegislaoedeprecedentes,concluindoqueparaasinstituiesfinanceirasdevem ser excludas da base de clculo da COFINS as receitas nooperacionais.

OAcrdorecorrido,restouassimementado:

ASSUNTO: CONTRIBUIO PARA O FINANCIAMENTO DASEGURIDADESOCIALCOFINS

Perododeapurao:01/01/2001a31/12/2005

COFINS. INSTITUIES FINANCEIRAS.INCONSTITUCIONALIDADE DO ALARGAMENTO DA BASE DECLCULO. DECISO JUDICIAL QUE ENFRENTA ODETALHAMENTODOALCANCE.

1.CasoespecficoemqueocontribuinteinstigouoPoderJudicirio,tantona petio inicial como pelomanejo de embargos de declarao, os quaisforam acolhidos, obtendo o reconhecimento de que a base de clculo dacontribuionoalcanaasreceitasfinanceirasdainstituiofinanceira.2.No se mostra plausvel pretender retirar as rendas de intermediaofinanceiradoconceitodereceitafinanceira.

No conformada com tal deciso, a Fazenda Nacional interpe o presenteRecurso,sustentandoque:

"a relao jurdica de direito material entre as partes est regradainteiramentepelov.acrdodoTRFda3Regio,oqualestabeleceucomobasedeclculodaCOFINSaquelaprevistanaLeiComplementar70/91,deformaquenohfundamentoparaapretendidaexclusodabasedeclculoda COFINS, perodos de apurao Fev/2001 a Dez/2005, das receitasfinanceirasqueabrangem,porforadojdemonstradoeconsagradopeloSTFnojulgamentodosREE357.9509/RS,390.8405/MG,358.2739/RSe346.0846/PR, as receitas decorrentes de servios relativos operaesbancrias(intermediaofinanceira),noserestringindo,portanto,abasede clculo da COFINS s receitas provenientes de servios bancrios(tarifas),umavezqueambososservioscompesuareceitaoperacional=somadasreceitasoriundasdoexercciodesuasatividadesempresariais.

Fl. 1238DF CARF MF

Processon16327.720996/201272Acrdon.9303005.051

CSRFT3Fl.1.239

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Tal como j demonstrado na configurao da divergncia do presenterecurso, essa idntica questo do BANCO BRADESCO, referente incluso das receitas financeiras no faturamento das instituies e oconfronto com o decisumdaAoOrdinrian 2006.61.00.0034220, foiobjetodejulgamentonesteCARFpela2Turma,3Cmara,da3Seo,nestestermos:

Processon16327.000190/201183

RecursoVoluntrio

Acrdon3302002.7683Cmara/2TurmaOrdinriaSessode12denovembrode2014

MatriaCOFINSRESTITUIO/COMPENSAO

RecorrenteBANCOBRADESCOS/A

RecorridaFAZENDANACIONAL

ASSUNTO: CONTRIBUIO PARA O FINANCIAMENTO DASEGURIDADESOCIALCOFINS

Perododeapurao:01/02/2001a31/12/2005

PROCESSUAL CIVIL. PEDIDO. FATOS E FUNDAMENTOS.CONDIO.

Naaocivil,regrageral,alideseestabeleceemrelaoaosfatosdescritosejuridicamentefundamentadosnapetioinicialeopedidoestrelacionadoaessesfatosdescritos(art.282,IIIeIV,doCPC).

PROCESSUAL CIVIL. LIMITES OBJETIVOS DA COISA JULGADA.EFEITOSUBSTITUTIVO.

Naquilo que foi objeto de recurso, a deciso a deciso de segundo grausubstituiintegralmenteadecisorecorrida.

BASEDECLCULO.DECLARAODEINCONSTITUCIONALIDADEDO1DOART.3DALEIN9.718/98.INSTITUIESFINANCEIRAS.

As receitas operacionais decorrentes das atividades do setor financeiro(servios bancrios e intermediao financeira) esto includas no conceitode faturamento/receitabruta, aque se refereaLeiComplementarn70/91,notendosidoafetadopelaalteraonoconceitodefaturamento,promovidapelaLein9.718/98.

AUTO DE INFRAO. MULTA ISOLADA. COMPENSAO NOHOMOLOGADA

A aplicao da multa isolada de 50% calculada sobre o valor do crditoobjeto de compensao no homologada encontrase expressamente prevista

Fl. 1239DF CARF MF

Processon16327.720996/201272Acrdon.9303005.051

CSRFT3Fl.1.240

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na legislao que rege a matria, sendo defeso ao rgo de julgamentoadministrativoafastla.

Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros doColegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recursovoluntrio, nos termos do voto do relator. O conselheiro Gileno GurjoBarretoacompanhouorelatorpelasconcluses".

Paracomprovarodissenso jurisprudencial, foiapontado,comoparadigmas,os Acrdos ns 3302002.768 e 9303002.994. Em seguida, submetido ao exame deadmissibilidade, fls.1047/1051,oPresidentedaCmaraadmitiu integralmenteoRecursoporatenderosrequisitoslegais.

Transcrevoasementasdosacrdoparadigmas:

Acrdon3302002.768

ASSUNTO: CONTRIBUIO PARA O FINANCIAMENTO DASEGURIDADESOCIALCOFINS

Perododeapurao:01/02/2001a31/12/2005

PROCESSUALCIVIL.PEDIDO.FATOSEFUNDAMENTOS.CONDIO.

Naaocivil,regrageral,alideseestabeleceemrelaoaosfatosdescritosejuridicamentefundamentadosnapetioinicialeopedidoestrelacionadoaessesfatosdescritos(art.282,IIIeIV,doCPC).

PROCESSUAL CIVIL. LIMITES OBJETIVOS DA COISA JULGADA.EFEITOSUBSTITUTIVO.

Naquilo que foi objeto de recurso, a deciso de segundo grau substituiintegralmenteadecisorecorrida.BASEDECLCULO.DECLARAODEINCONSTITUCIONALIDADE DO 1 DO ART. 3 DA LEI N 9.718/98.INSTITUIESFINANCEIRAS.

As receitas operacionais decorrentes das atividades do setor financeiro(servios bancrios e intermediao financeira) esto includas no conceitode faturamento/receitabruta, aque se refereaLeiComplementarn70/91,notendosidoafetadopelaalteraonoconceitodefaturamento,promovidapelaLein9.718/98.

AUTO DE INFRAO. MULTA ISOLADA. COMPENSAO NOHOMOLOGADA A aplicao da multa isolada de 50% calculada sobre ovalor do crdito objeto de compensao no homologada encontraseexpressamente prevista na legislao que rege a matria, sendo defeso aorgodejulgamentoadministrativoafastla.

Acrdon9303002.994

ASSUNTO:CONTRIBUIOPARAOPIS/PASEP

Fl. 1240DF CARF MF

Processon16327.720996/201272Acrdon.9303005.051

CSRFT3Fl.1.241

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Datadofatogerador:31/12/2004

PIS/PASEP. BASE DE CLCULO. LEI 9.718/98.INCONSTITUCIONALIDADE.DECISOSTF.REPERCUSSOGERAL.Asdecises proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, reconhecidas como deRepercusso Geral, sistemtica prevista no artigo 543B do Cdigo deProcesso Civil, devero ser reproduzidas no julgamento do recursoapresentadopelocontribuinte.Artigo62AdoRegimentoInternodoConselhoAdministrativodeRecursosFiscais.

Declarado inconstitucional o 1 do caput do artigo 3 da Lei 9.718/98,integra a base de clculo da Contribuio para o Financiamento daSeguridade Social COFINS e da Contribuio para o PIS/Pasep ofaturamentomensal, representadopela receitabrutaadvindadasatividadesoperacionaistpicasdapessoajurdica.

RecursoEspecialdoContribuinteNegado.

Cientificada, a Contribuinte apresentou contrarrazes, s fls. 1060/1111,requerendoonoconhecimentodoRecursodaFazendaNacional,e,nomritoquesejanegadoprovimento,mantendoseadecisorecorridanostermosdoquedecidiuaCmaraaquo.

orelatrio.

VotoVencido

ConselheiroDemesBrito,Relator

Orecursofoiapresentadocomobservnciadoprazoprevisto,bemcomodosdemaisrequisitosdeadmissibilidade.Sendoassim,deletomoconhecimentoepassoadecidir.

Adiscusso cingeseda existncia ou no da relao jurdicade uma aojudicial ajuizada pelo sujeito passivo sobre a incluso de receitas auferidas por instituiesfinanceirasnoconceitodefaturamentoparafinsdeincidnciadascontribuiesdoPIS/PASEPeCOFINS.

Paramelhorcompreensoedeslindedalide,reproduzocorretamenteofluxoprocessual:

AContribuinteajuizouaaojudicialsobn2006.61.00.0034220,buscou,com fulcro na inconstitucionalidade do 1o do art. 3o da Lei n9.718/1998, a declarao de inexistncia de relao jurdica pertinente exignciadaCOFINSnosmoldesde taldispositivo,comoreconhecimentodo direito de compensar os valores indevidamente recolhidos, obtevesentena favorvel de primeira instncia, tendo o TRF, em grau recursal,dado parcial provimento apelao e remessa oficial, reconhecendo aexistncia do indbito e autorizando a compensao nos termos da Lei n8.383/1991,observadaaprescrioqinqenal tendoaautora,por fim,

Fl. 1241DF CARF MF

Processon16327.720996/201272Acrdon.9303005.051

CSRFT3Fl.1.242

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desistido(em05/09/2008)doREspden1.083.122,interpostoemrelaodeciso do TRF, tendo ocorrido trnsito em julgado em 12/11/2008(resumodasdecisessfls.285a291)

com a desistncia do recurso especial interposto pela empresa(homologada em 15/10/2008) antes da manifestao do STJ, e com arenncia execuo do ttulo judicial (em 13/05/2011), foi protocolizadopedido de habilitao de crdito reconhecido por deciso judicial,formalizado no processo administrativo de no 16327.720739/201150(anexadoaosautos)

(c) em face da incerteza quanto aos limites e efeitos da coisa julgadamaterial formada nos autos da ao judicial n 2006.61.00.0034220, foiformulada consulta PGFN, que informou no ter havido o afastamentodefinitivojudicialdasreceitasfinanceiras,cabendoaaplicaododispostonoParecerPGFN/CATno2.773/2007, excluindosedabasede clculodaCOFINSsomenteasreceitasnooperacionais

(d)adecisojudicialquetransitouemjulgado,decorrentededecisodoTRF3, no assegura, ao menos nos termos em que formulado o pedidoinicial,acertezaealiquidezsobreopretendidoindbitodeCOFINS,tantoque a prpria empresa questionou em embargos a obscuridade do arestoquanto matria (obscuridade no resolvida no correspondenteacrdo)

Nadaobstante,nasessodejulgamentode13defevereirode2017,oPatronodaContribuinteentregouparaesterelatorpetiocontendooseguinte:"emdemonstraodesuamaisabsolutaboaf,darcinciaaV.Sa.defatonovoquecomamximavniatornanecessrio o sobrestamento do julgamento do presente feito at definio pelo PoderJudicirioquantoaocontextofticoquedeveraserconsideradonaapreciaodorecursointerposto."

Prosseguecomosseguintesargumentos:"Ocorre que no ltimo dia 19 foi publicado o acrdo que julgou aqueleagravoeinstrumento(docj),ocasioemquesereconheceuaimprocednciadosargumentos invocadospelaDEINF/SPeDRJ/FNSnospresentesautos,confirmando o entendimento do v. acrdo n 3403003.571, ou sejareconhecidoque:a)Odespachodecisrio:queofatodeasentenade1instnciaterexcludoasreceitasfinanceirasdabasedeclculoseriairrelevanteporqueoacrdodo TRF no tratou expressamente da questo e teria substitudointegralmenteasentenaeb)adecisoda4TurmadaDRF/FNS:b.1)inovandonaargumentaoatentoutilizadaque"oque foiexpressamenteobjetodopedidodaao foireconhecimento de que a COFINS somente poderia ser exigida sobre ofaturamento foicomoconceituadopeloart.2daLC70/91entr