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Apresentação
A capacitação é fator fundamental para que os conselhos cumpram sua verdadeira missão e tem sido uma solicitação constante dos conselheiros. Por isso, a partir de agora, ela será um dos projetos prioritários do Pró-conselho, Programa de Fortalecimento dos Conselhos Tutelares e Conselhos Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente de Minas Gerais.
Desde o lançamento do Pró-conselho, em abril de 2001, já desenvolvemos várias ações, visando não só à criação de novos conselhos, mas também à sua instrumentalização, sua interação com os demais segmentos da sociedade e também ao aumento de recursos destinados aos Fundos da Infância. Procuramos ainda dar maior visibilidade aos conselhos por meio da realização de seminários estaduais, de campanhas e da publicação da revista Bons Conselhos. Agora chegou a vez de investirmos maciçamente na capacitação dos conselheiros e nosso primeiro passo é a realização deste curso básico.
Para definir o conteúdo deste primeiro módulo de capacitação, procuramos envolver vários conselheiros, membros do Grupo de Ação Estratégica e especialistas na área de defesa dos direitos da criança e do adolescente. Procuramos também pessoas com experiência para organizar o conteúdo aqui apresentado. Pretendemos que todos os municípios tenham a oportunidade de participar da capacitação e, para isso, vamos preparar multiplicadores em todas as regiões do Estado.
Com este curso, esperamos atender de imediato a uma demanda imensa dos conselheiros por capacitação e, a partir de agora, criaremos novas oportunidades e novos cursos, de acordo com as necessidades e interesses dos conselheiros.
Francisco de Assis Azevedo Diretor-Executivo do Instituto Telemig Celular
SUMÁRIO
Conselho Tutelar
· Municipalização do Atendimento ........................................................... 07
· Conselho Tutelar: Participação Comunitária para Proteção Integral ........... 10
· Atribuições do Conselho Tutelar ........................................................... 12
· O Novo Conceito de Rede .................................................................... 22
· O que é SIPIA? .................................................................................. 25
Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente
· Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente ....................... 29
· Fonte de Recursos ............................................................................. 33
· Gestão e Controle do Fundo ................................................................ 35
· Prestação de Contas .......................................................................... 37
· Roteiro de Providências para a Criação e o Funcionamento do Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente .............................. 38
· Orçamento ....................................................................................... 40
· Captação de Recursos ....................................................................... 46
· Roteiro para Captação de Recursos ..................................................... 49
· Fontes de Financiamento ................................................................... 50
· Estatuto dos Direitos do Doador .......................................................... 57
Compromisso e Responsabilidade no Planejamento do Orçamento Público
· Compromisso e Responsabilidade no Planejamento Público ..................... 61
· O Diagnóstico como forma de Conhecer a Realidade do Município ............ 65
· Planejamento ................................................................................... 66
· Avaliação e Monitoramento ................................................................ 71
Anexos
· Plano de Aplicação dos Recursos do Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente ..................................................................................... 77
· Plano de Ação do CMDCA ................................................................... 80
Bibliografia .............................................................................................. 83
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MUNICIPALIZAÇÃO DO ATENDIMENTO
É no município que moram os cidadãos, que se estrutura a cidadania - a participaçãosocial, econômica e política das pessoas. Ninguém reside no Estado ou na União, que, naverdade, são apenas convenções de natureza legal.
É no município que o acesso aos políticos, autoridades públicas, grupos e movimentoscomunitários, entidades sociais particulares e personalidades notórias é mais direto,menos complexo e trabalhoso.
Cinco palavras-chave para a atuação eficaz do conselheiro tutelar.
Cinco palavras-chave para as ações compartilhadas do poder público e da comunidade.
Cinco palavras-chave para a compreensão da organização político-administrativa domunicípio e da participação da população na administração municipal.
AUTONOMIA
“A organização político-administrativa da RepúblicaFederativa do Brasil compreende a União, os estados,o Distrito Federal e os municípios, todos autônomos,nos termos desta Constituição.” CF, art. 18.
A Constituição Brasileira de 1988 fez do município um ente público integrante da Federaçãocom autonomia. A partir daí, os municípios assumiram papel ainda mais decisivo erelevante no contexto nacional, com sua organização marcada pelas seguintescaracterísticas.
Autonomia Política: organizar e constituir o seu próprio governo, estruturando os poderesLegislativo e Executivo, tudo disciplinado na sua Lei Orgânica (ordenamento político,jurídico e administrativo municipal, a Constituição do Município).
Autonomia Administrativa: organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessãoou permissão, os serviços públicos de interesse local (limpeza urbana, transporte público,educação, saúde, assistência social, etc.).
Autonomia Financeira: instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem comoaplicar suas rendas, além dos repasses das verbas referentes a tributos arrecadados pelaUnião e pelos estados.
DESCENTRALIZAÇÃO
É também na Constituição Brasileira de 1988 que se encontra definido o princípio dadescentralização, que é irmão do princípio da autonomia.
Descentralização
Autonomia
Municipalização
Participação
Orçamento
AtendimentoMunicipalizado:
CincoPalavras-Chave
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Descentralizar, numa definição simples, significa mobilizar algo do centro para a periferia;transferir poder da autoridade central para uma autoridade de competência menos geral,mais localizada – da União e do Estado para os municípios.
O princípio da descentralização é norteador de ações políticas e administrativas nasáreas de:
• SAÚDE
• EDUCAÇÃO
• ASSISTÊNCIA SOCIAL
MUNICIPALIZAÇÃO
A determinação constitucional de descentralização política e administrativa, aliada àautonomia municipal, tem como tradução imediata a municipalização.
Municipalização significa fortalecer o poder local (município), com a União e os estadosabrindo mão de parcelas de poder que estavam centralizadas em suas mãos.
Municipalizar não significa “prefeiturizar”, centralizar no poder público municipal asdecisões políticas e a execução dos programas, projetos e ações municipais.
Prefeituras e câmaras de vereadores são atores imprescindíveis no processo demunicipalização (consolidação da autonomia municipal e da administração públicadescentralizada), mas não são “donas da bola”.
O ator principal do processo de municipalização é o povo, são as comunidades com suaparticipação direta na administração do município.
PARTICIPAÇÃO
“Todo o poder emana do povo, que o exerce por meiode representantes eleitos, ou diretamente, nos
termos desta Constituição.”
CF, art. 1º, Parágrafo Único
Democratizar decisões
Transferir poderes
Formular, executar e controlar políticaspúblicas no âmbito local
Melhorar a eficácia das políticas públicas
Descentralizarsignifica
Compartilhar decisões
Democratizar a sociedade
Executar ações de interesse local
Articular e integrar poder público e sociedade civil
Municipalizarsignifica
Participar organizadamente da administração do município
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O outro princípio fundamental definido na Constituição Brasileira de 1988, que orienta avida do cidadão no município, é o da participação.
Participação por meio de representantes eleitos.
Participação direta.
É através da participação direta, sem intermediário, que o cidadão conscientiza-se dasnecessidades e possibilidades da sua comunidade, do seu município. E orienta a definiçãode prioridades, o planejamento de ações, a execução de ações e o emprego dos recursospúblicos e comunitários.
A participação popular direta é garantida (direito) e imprescindível (dever) em todos osníveis da administração municipal:
ORÇAMENTO
O orçamento municipal é onde estão definidos os recursos financeiros necessários àexecução das políticas sociais públicas. Sem orçamento bem-feito, municipalização,participação, descentralização e autonomia são apenas intenções.
O orçamento transforma em recursos financeiros os objetos e prioridades da administraçãopública: do poder público e das comunidades organizadas.
A participação dos cidadãos na vida do município precisa estar refletida no orçamentomunicipal. Num quadro de recursos financeiros escassos, os diferentes grupos sociaiscompetem para que suas demandas e necessidades específicas sejam priorizadas – oorçamento municipal (sua elaboração e sua execução) refletem o resultado dessacompetição.
PARTICIPAÇÃO
Formulação
Coordenação
Execução
Fiscalização
Controle
Das políticassociais
públicas
ààààà
OrçamentoMunicipal
Receita, formada pelos impostos e taxas recolhidos diretamente pela Prefeitura e transferências de recursos do Governo Estadual e Federal, que repassam ao
município parte dos impostos que recebem.
Despesas, que são contas a pagar: funcionalismo público, manutenção e construção de equipamentos urbanos, investimentos em educação, saúde,
assistência social, etc.
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Os prazos do Executivo e do Legislativo para elaboração e aprovação da propostaorçamentária estão estabelecidos na Lei Orgânica Municipal, com as votações das dotaçõesorçamentárias (destinação dos recursos financeiros) acontecendo, geralmente, no finaldo 1º semestre do ano. Portanto, já no início do ano, deve-se iniciar um processodemocrático de definição de prioridades municipais.
Fonte: Manual do Conselho Tutelar – Organizador: Antonio Pimentel – Publicação: ModusFaciendi
CONSELHO TUTELAR
Participação Comunitária para Proteção Integral
“O Conselho Tutelar é um órgão permanente eautônomo, não-jurisdicional, encarregado pelasociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos dacriança e do adolescente, definidos nesta Lei.”
(ECA, art. 131)
O Conselho Tutelar é um órgão inovador na sociedade brasileira, com a missão de zelarpelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente e o potencial de contribuirpara mudanças profundas no atendimento à infância e à adolescência.
O Conselho Tutelar é um órgão colegiado composto por cinco pessoas escolhidas nacomunidade pelo “Processo de Escolha de Conselheiros Tutelares” para mandato de 3(três) anos - Art, 132 – e que atende a casos de violação ou ameaça aos direitos dacriança e do adolescente – Art. 131.
Sua finalidade é atender diretamente a comunidade, aplicando as medidas de proteçãoprevistas no Estatuto da Criança e do Adolescente.
Para utilização plena do potencial transformador do Conselho Tutelar, é imprescindívelque o conselheiro, o candidato a conselheiro e todos os cidadãos conheçam bem suaorganização:
• características básicas;
• atribuições legais;
• competências.
Num primeiro passo, vamos conhecer a estrutura legal do Conselho Tutelar.
É ético: reflete os reais valores de uma comunidadee a sua disposição para colocá-los em prática
É técnico: equilibra receitas e despesas municipaisde acordo com a Lei Orgânica Municipal
É político: exprime a coordenação de forças existentesna sociedade
OrçamentoParticipativo
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ÓRGÃO PERMANENTE
• É um órgão público municipal, que tem sua origem na lei, integrando-se no conjuntodas instituições nacionais e subordinando-se ao ordenamento jurídico brasileiro.
• Criado por Lei Municipal e efetivamente implantado, passa a integrar de formadefinitiva o quadro das instituições municipais.
• Desenvolve uma ação contínua e ininterrupta.
• Sua ação não deve sofrer solução de continuidade, sob qualquer pretexto.
• Uma vez criado e implantado, não desaparece; apenas renovam-se os seusmembros.
ÓRGÃO AUTÔNOMO
• Não depende da autorização de ninguém – nem do prefeito, nem do juiz – para oexercício das atribuições legais que lhe foram conferidas pelo Estatuto da Criançae do Adolescente: artigos 136, 95, 101 (I a VII) e 129 (I a VII).
• Em matéria técnica de sua competência, delibera e age, aplicando as medidaspráticas pertinentes, sem interferência externa.
• Exerce suas funções com independência, inclusive para denunciar e corrigirdistorções existentes na própria administração municipal relativas ao atendimentoàs crianças e adolescentes.
• Suas decisões só podem ser revistas pelo Juiz da Infância e da Juventude, a partirde requerimento daquele que se sentir prejudicado.
ATENÇÃO: ser autônomo e independente não significa ser solto no mundo, desgarradode tudo e de todos. Autonomia não pode significar uma ação arrogante, sem bom sensoe sem limites. Os conselheiros tutelares devem desenvolver habilidades de relacionamentocom as pessoas e comunidades. Devem agir com rigor no cumprimento de suas atribuições,mas também com equilíbrio e capacidade de articular esforços e ações. O ConselhoTutelar também é:
• vinculado administrativamente (sem subordinação) à Prefeitura Municipal, o queressalta a importância de uma relação ética e responsável com toda a administraçãomunicipal e a necessidade de cooperação técnica com as secretarias, departamentoe programas voltados para a criança e o adolescente;
• subordinado às diretrizes da política municipal de atendimento às crianças eadolescentes. Como agente público, o conselheiro tem a obrigação de respeitar eseguir com zelo as diretrizes emanadas da comunidade que o elegeu;
• controlado pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente,pela autoridade judiciária, Ministério Público e entidades civis que trabalham coma população infanto-juvenil e, principalmente, pelos cidadãos, que devem zelarpelo bom funcionamento e a correta execução de suas atribuições legais.
ÓRGÃO NÃO-JURISDICIONAL
• Não integra o Poder Judiciário. Exerce funções de caráter administrativo, vinculando-se ao Poder Municipal.
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• Não pode exercer o papel e as funções do Poder Judiciário na apreciação ejulgamento dos conflitos de interesse.
• Não tem poder para fazer cumprir determinações legais ou punir quem as infrinja.
ATENÇÃO: isso não significa ficar de braços cruzados diante dos fatos. O ConselhoTutelar pode e deve:
• encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que constitua infraçãoadministrativa ou penal contra os direitos da criança e do adolescente (ECA, art.136, IV);
• fiscalizar as entidades de atendimento (ECA, art. 95);
• iniciar os procedimentos de apuração de irregularidades em entidades deatendimento, através de representação (ECA, art. 191);
• iniciar os procedimentos de apuração de infração administrativa às normas deproteção à criança e ao adolescente (ECA, art. 194).
ATRIBUIÇÕES DO CONSELHO TUTELAR
Aplicar Medidas para Garantir o Cumprimento dos Direitos daCriança e do Adolescente
Quais as atribuições do Conselho Tutelar?
Como os conselheiros devem agir para cumpri-las?
Para cumprir com eficácia sua missão social, o Conselho Tutelar, por meio dos conselheirostutelares, deve executar com zelo as atribuições que lhe foram confiadas pelo Estatutoda Criança e do Adolescente (art. 136), o que, na prática, resulta na faculdade deaplicar medidas em relação:
• às crianças e adolescentes;
• aos pais ou responsável;
• às entidades de atendimento;
• ao poder executivo;
• à autoridade judiciária;
Tem independência funcional para deliberar e executarsuas ações, sem interferência externa
Desempenha suas atribuições legais de formacontínua e ininterrupta
Não pode apreciar e julgar conflitos de interesses
É subordinado às diretrizes municipais de atendimentoà criança e ao adolescente
É submetido à fiscalização externa
ConselhoTutelar
CaracterísticasBásicas
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• ao Ministério Público;
• às suas próprias decisões.
A faculdade de aplicar medidas deve ser compreendida e utilizada de acordo com ascaracterísticas e os limites da atuação do Conselho Tutelar:
Outros pontos importantes precisam ser destacados na faculdade de aplicar medidasatribuídas ao Conselho Tutelar:
• as decisões do Conselho Tutelar devem ser sempre coletivas - discutidas,analisadas e referendadas pelo conjunto dos conselheiros;
• a responsabilidade, tanto das decisões assumidas quanto das medidasaplicadas, é do Conselho Tutelar como um todo.
Garantir absoluta prioridadena efetivação de direitos
Zelar pelo cumprimentode direitos
Orientar a construção dapolítica municipal deatendimento
Criançase
adolescentesConselhoTutelar
CONSELHO TUTELAR
Espaço de garantia (promoção e defesa) dos direitos assegurados às crianças e aos adolescentes
· Atenderá queixas, reclamações, reivindicações e solicitações feitas
pelas crianças, adolescentes, famílias, comunidades e cidadãos
· Exercerá as funções de escutar, orientar, aconselhar, encaminhar e
acompanhar os casos.
· Aplicará as medidas de proteção pertinentes a cada caso.
· Fará requisições de serviços necessários à efetivação do
atendimento adequado de cada caso.
· Contribuirá para o planejamento e a formulação de políticas e planos
municipais de atendimento à criança, ao adolescente e às suas famílias.
· Não é uma entidade de atendimento direto (abrigo, internato,
etc.).
· Não assistirá diretamente às crianças, aos adolescentes e às suas
famílias.
· Não prestará diretamente os serviços necessários à efetivação dos direitos da criança e do adolescente.
· Não substituirá as funções dos programas de atendimento à criança e
ao adolescente
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As atribuições específicas do Conselho Tutelar estão relacionadas no Estatuto da Criançae do Adolescente (arts. 95 e 136) e serão detalhadas a seguir.
1ª. Atribuição
ATENDER CRIANÇAS E ADOLESCENTES....
Ouvir queixas e reclamações sobre situações que ameacem ou violem os direitos decrianças e adolescentes.
Acompanhar a situação do atendimento às crianças e adolescentes na sua área de atuaçãoe identificar possíveis ameaças ou violações de direitos.
Um direito é ameaçado quando uma pessoa corre risco iminente de ser privada debens (materiais ou imateriais) ou interesses protegidos por lei.
Um direito é violado quando essa privação (de bens ou interesses) se concretiza.
...E APLICAR MEDIDAS DE PROTEÇÃO
Aplicar, após confirmação de ameaça ou violação de direitos e realização de estudo decaso, as medidas de proteção pertinentes.
Tomar providências para que cessem a ameaça ou violação de direitos.
Importante reafirmar: o Conselho Tutelar aplica, mas não executa as medidas de proteção.
O Conselho Tutelar tem poderes para aplicar sete medidas específicas de proteção (ECA,art. 101, I a VII).
O que fazer? Como agir com zelo?
Trabalhar em equipe.
Atender cada caso com atenção.
Registrar todas as informações relativas a cada caso.
Fazer reuniões de estudo de casos.
Aplicar as medidas pertinentes a cada caso.
Acompanhar sistematicamente o andamento de cada caso.
O que evitar?
A arrogância e o desrespeito com crianças/adolescentes, pais, responsáveis, autoridades e qualquer cidadão.
Extrapolar de suas atribuições legais.
Descaso e desmazelo no atendimento.
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Ameaças e Violações de Direitos: Como Identificá-las.
“As medidas de proteção à criança e ao adolescente são aplicáveissempre que os direitos reconhecidos nesta lei forem ameaçadosou violados:
I. por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;
II. por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável;
III. em razão de sua conduta.”
ECA, Art. 98
1. Ameaça ou violação por ação ou omissão da sociedade e do Estado.
É quando o Estado e a sociedade, por qualquer motivo, não asseguram os direitosfundamentais da criança e do adolescente (ECA, art. 4) ou, oferecendo proteção aosdireitos infanto-juvenis, o façam de forma incompleta ou irregular.
2. Ameaça ou violação por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável.
É quando os pais ou responsável (tutor, guardião, dirigente de entidade) deixam deassistir, criar e educar suas crianças ou adolescentes, seja por agirem nesse sentido oupor deixarem de agir quando deviam:
• por falta - morte ou ausência;
• por omissão - ausência de ação, inércia;
• por abandono - desamparo, desproteção;
• por negligência - desleixo, menosprezo;
• por abuso - exorbitância das atribuições do poder familiar, maus-tratos, violênciasexual.
3. Ameaça ou violação em razão da própria conduta da criança e do adolescente.
É quando crianças e adolescentes se encontram em condições, por iniciativa própria ouenvolvimento com terceiros, de ameaça ou violação dos deveres e direitos de sua cidadaniaou da cidadania alheia.
ÜBase para verificação da real situação
de risco pessoal e social decrianças e adolescentes.
Se presentes quaisquer das hipótesesmencionadas, evidencia-se a situaçãode risco, devendo o Conselho Tutelar
aplicar as medidas pertinentes.
Ü
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SETE MEDIDAS DE PROTEÇÃO
1. Encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo deresponsabilidade.
• Retornar crianças ou adolescentes aos seus pais ou responsável, acompanhadosdo documento escrito, que deverá conter as orientações do Conselho Tutelar parao seu atendimento adequado.
• Notificar pais ou responsável que deixam de cumprir os deveres de assistir, criare educar suas crianças e adolescentes. Convocá-los à sede do Conselho Tutelarpara assinar e receber termo de responsabilidade com o compromisso de doravantezelar pelo cumprimento de seus deveres.
2. Orientação, apoio e acompanhamento temporários.
• Complementar a ação dos pais ou responsável com a ajuda temporária de serviçosde atenção a crianças e adolescentes.
• Aplicar essa medida por solicitação dos pais ou responsável e também a partir deestudo de caso que evidencie suas limitações para conduzir a educação e orientaçãode suas crianças e adolescentes.
3. Matrícula e freqüência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensinofundamental.
• Garantir matrícula e freqüência escolar de criança e adolescente, diante daimpossibilidade ou incapacidade de pais ou responsável para fazê-lo.
• Orientar a família ou entidade de atendimento para acompanhar e zelar pelocaso.
• Orientar o dirigente de estabelecimento de ensino fundamental para a cumprimentode sua obrigação: acompanhar o caso e comunicar ao Conselho Tutelar (ECA, Art.56):
§ maus-tratos envolvendo seus alunos;
§ reiteração de faltas injustificadas;
§ evasão escolar, esgotados os recursos escolares;
§ elevados índices de repetência.
4. Inclusão em programa comunitário ou oficial de auxílio à família, à criança eao adolescente.
• Requisitar os serviços sociais públicos ou comunitários, diante das limitações oufalta de recursos dos pais para cumprirem seus deveres de assistir, criar e educarseus filhos.
• Encaminhar a família, a criança ou o adolescente ao(s) serviço(s) de assistênciasocial que executa(m) o(s) programa(s) que o caso exige.
5. Requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico em regimehospitalar ou ambulatorial.
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• Acionar o serviço público de saúde, para garantia de atendimento à criança e aoadolescente, particularmente diante das situações que exigem tratamentosespecializados e quando as famílias não estão sendo atendidas ou são atendidascom descaso e menosprezo.
• Chamar a atenção dos responsáveis pelos serviços de saúde para o direito deprioridade absoluta das crianças e adolescentes (CF, art. 227 e ECA, art. 4).
6. Inclusão em programas oficial ou comunitário de auxílio, orientação etratamento de alcoólatras e toxicômanos.
• Proceder da mesma maneira que na medida anterior.
7. Abrigo em entidade.
• Encaminhar criança ou adolescente para entidade de atendimento que ofereçaprograma de abrigo (ECA, art. 92), sempre como medida provisória e preparadorade sua reintegração em sua própria família ou, excepcionalmente, em famíliasubstituta.
• Comunicar a medida imediatamente à autoridade judiciária.
• Acompanhar o caso sistematicamente, para garantir e promover a transitoriedadee provisoriedade do abrigo em entidade, requisitando, para tanto, o apoio dosserviços públicos de assistência social.
A autoridade judiciária é quem, com base nos argumentos apresentados pelo Conselho,vai transferir ou não a guarda da criança ou adolescente do pai, da mãe ou do responsávelanterior para o dirigente do programa de abrigo. Se o juiz não se convence da necessidadeda medida de abrigo em entidade, a decisão do Conselho deixa de valer.
2ª Atribuição
ATENDER E ACONSELHAR OS PAIS OU RESPONSÁVEL...
• A família é a primeira instituição a ser convocada para satisfazer as necessidadesbásicas da criança e do adolescente.
• O Conselho Tutelar deve, prioritariamente, buscar fortalecer o poder familiar: paie/ou mãe têm o dever e o direito de assistir, criar e educar os filhos.
• Caso pais ou responsável, por ação, omissão ou insuficiência de recursos, nãocumpram com os seus deveres, o Conselho Tutelar deverá agir para garantir ointeresse das crianças e adolescentes.
... E APLICAR MEDIDAS PREVISTAS NO ECA, ART 129,INCISOS I A VII.
1. Encaminhamento a programa oficial ou comunitário de proteção à família.
• Encaminhar pais e, se necessário, filhos (crianças e adolescentes) a programasque cumprem a determinação constitucional (CF, art. 203, inciso I) de proteção àfamília:
• cuidados com a gestante;
• atividades produtivas (emprego e geração de renda);
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• orientação sexual e planejamento familiar;
• prevenção e cuidados de doenças infantis;
• aprendizado de direitos.
2. Inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação etratamento a alcoólatras e toxicômanos.
• Encaminhar para tratamento pais ou responsável usuários de bebidas alcoólicasou de substâncias entorpecentes que coloquem em risco os direitos de suas criançase adolescentes.
• Aplicar a medida após o consentimento do seu destinatário, para não violar o seudireito à intimidade e garantir a eficácia da medida.
3. Encaminhamento e tratamento psicológico ou psiquiátrico.
• Proceder da mesma maneira que na medida anterior.
4. Encaminhamento a cursos ou programas de orientação.
• Encaminhar pais ou responsável a cursos ou programas que os habilitem a exerceruma profissão e melhorar sua qualificação profissional, em busca de melhorescondições de vida e de assistência às suas crianças e adolescentes
5. Obrigações de matricular o filho ou pupilo e acompanhar sua freqüência eaproveitamento escolar.
• Aconselhar e orientar pais, responsável, guardiões e dirigentes de entidades paraa obrigatoriedade de matricular e acompanhar a vida escolar de suas crianças eadolescentes.
6. Obrigação de encaminhar a criança e adolescente a tratamento especializado.
• Orientar pais ou responsável para seu dever de assistência, que implica a obrigaçãode encaminhar os filhos ou pupilos a tratamento especializado, quando necessário.
• Indicar o serviço especializado de tratamento e ajudar os pais ou responsável ater acesso a ele.
7. Advertência.
• Advertir, sob a forma de admoestação verbal e por escrito, pais ou responsável,sempre que os direitos de seus filhos ou pupilos, por ação ou omissão, foremameaçados ou violados.
3ª Atribuição
PROMOVER A EXECUÇÃO DE SUAS DECISÕES
O Conselho Tutelar não é um órgão de execução. Para cumprir suas decisões e garantir aeficácia das medidas que aplica, utiliza-se das várias entidades governamentais e não-governamentais que prestam serviços de atendimento à criança e ao adolescente, àsfamílias e à comunidade em geral.
Quando o serviço público necessário inexiste ou é prestado de forma irregular, o Conselhodeve comunicar o fato ao responsável pela política pública correspondente ao Conselho
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Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, para que o serviço seja criado ouregularizado.
Para promover a execução de suas decisões, o Conselho pode, de acordo com o ECA, art.136, III, fazer o seguinte.
• Requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação, serviço social,previdência, trabalho e segurança.
O Conselho requisitará a execução ou regularização de serviço público, com fundamentaçãode sua necessidade, por meio de correspondência oficial, recebendo o ciente do órgãoexecutor na segunda via da correspondência, ou em livro de protocolo.
• Representar junto à autoridade judiciária nos casos de descumprimento injustificadode suas deliberações.
Descumprir, sem justa causa, as deliberações do Conselho é crime previsto no art. 236do ECA.
Diante do descumprimento injustificado de suas deliberações por órgão governamentalou não-governamental, o Conselho encaminhará representação à autoridade judiciária,esclarecendo o prejuízo ou o risco que essa omissão traz para crianças, adolescentes esuas famílias.
Se o juiz considerar a representação do Conselho procedente, o caso vai para o MinistérioPúblico, que determina a apuração de responsabilidade criminal do funcionário ou agentepúblico que descumpriu a deliberação.
4ª – Atribuição
ENCAMINHAR AO MINISTÉRIO PÚBLICO NOTÍCIA DE FATO QUECONSTITUA INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA OU PENAL CONTRA OSDIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Comunicar ao Promotor de Justiça da Infância e da Juventude, através de correspondênciaoficial protocolada, fatos que configurem crimes (ECA, art. 228 a 244) ou infraçõesadministrativas (ECA, art. 245 a 258) contra crianças ou adolescentes.
Comunicar também todos os crimes que, mesmo não tipificados no ECA, têm crianças eadolescentes como vítimas, por exemplo:
• quando pais e mães (tendo condições) deixam de cumprir com a assistência aosfilhos (abandono material) ou de cuidar da educação dos filhos (abandonointelectual);
• crianças e adolescentes freqüentando casa de jogo, residindo ou trabalhando emcasa de prostituição, mendigando ou servindo a mendigo para excitar a comiseraçãopública (abandono moral);
• entrega de criança e adolescente a pessoa inidônea;
• descumprimento dos deveres do poder familiar, tutela ou guarda, inclusive emabrigo.
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5ª AtribuiçãoENCAMINHAR À AUTORIDADE JUDICIÁRIA OS CASOS DE SUACOMPETÊNCIA
Encaminhar à Justiça da Infância e da Juventude os casos que envolvam questões litigiosas,contraditórias, contenciosas, de conflito de interesses; por exemplo:
• destituição do poder familiar;
• guarda;
• tutela;
• adoção.
Encaminhar também os casos que envolvam as situações enumeradas nos arts. 148 e149 do ECA.
6ª AtribuiçãoTOMAR PROVIDÊNCIAS PARA QUE SEJAM CUMPRIDAS ASMEDIDAS DE PROTEÇÃO APLICADAS PELA JUSTIÇA AADOLESCENTES INFRATORES (ECA, ART. 101, INCISOS I A VI)
• Acionar pais, responsável, serviços públicos e comunitários para atendimento aadolescente autor de ato infracional, a partir de determinação judicial ecaracterização da medida de proteção aplicada ao caso.
• Encaminhar o adolescente para o cumprimento da medida protetória aplicada,acompanhar e controlar sua execução, mantendo informada a autoridade judiciária.
7ª AtribuiçãoEXPEDIR NOTIFICAÇÕES
Levar ou dar notícia a alguém, por meio de correspondência oficial, de fato ou de atopassado ou futuro que gera conseqüências jurídicas emanadas do ECA, da Constituiçãoou de outras legislações, por exemplo:
• notificar o diretor da escola de que o Conselho determinou a matrícula da criançaFulano de Tal;
• notificar os pais do aluno Fulano de Tal, para que cumpram a medida aplicada,zelando pela freqüência do filho à escola;
• o não acatamento da notificação do Conselho poderá gerar a abertura deprocedimento para a apuração de crime (ECA, art. 236) ou de infraçãoadministrativa (ECA, art. 249).
8ª AtribuiçãoREQUISITAR CERTIDÕES DE NASCIMENTO E DE ÓBITO DECRIANÇA OU DE ADOLESCENTE, QUANDO NECESSÁRIO
Uma coisa é o registro do nascimento ou do óbito no cartório. Outra, distinta, é a certidãodo registro – prova documental do registro efetuado.
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O Conselho Tutelar somente tem competência para requisitar certidões; não podedeterminar registros (competência da autoridade judicial).
Verificando, por exemplo, que a criança ou o adolescente não possui certidão de nascimentoe sabendo o Cartório onde ela foi registrada, o Conselho pode e deve requisitar a certidãoao Cartório.
No caso de inexistência de registro, deve o Conselho comunicar ao Juiz para que esterequisite o assento do nascimento.
A requisição de certidões ou atestados, como as demais requisições de serviços públicos,será feita através de correspondência oficial, em impresso ou formulário próprio, fornecendoao executor do serviço os dados necessários para a expedição do documento desejado.
O Cartório deverá, com absoluta prioridade, cumprir a requisição do Conselho com isençãode multas, custas e emolumentos.
9ª AtribuiçãoASSESSORAR O PODER EXECUTIVO LOCAL NA ELABORAÇÃODA PROPOSTA ORÇAMENTÁRIA PARA PLANOS E PROGRAMASDE ATENDIMENTO DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DOADOLESCENTE
Na lei orçamentária (Municipal, Estadual ou Federal), o Executivo deverá, obrigatoriamente,prever recursos para o desenvolvimento da política de proteção integral à criança e aoadolescente, representada por planos e programas de atendimento.
O Conselho Tutelar, como representante da comunidade na Administração Municipal ecomo órgão encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criançae do adolescente, deverá indicar, ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e doAdolescente, as deficiências (não-oferta ou oferta irregular) dos serviços públicos deatendimento à população infanto-juvenil e às suas famílias, oferecendo subsídios paraseu aperfeiçoamento.
10ª AtribuiçãoREPRESENTAR, EM NOME DA PESSOA E DA FAMÍLIA, CONTRAA VIOLAÇÃO DOS DIREITOS PREVISTOS NO ARTIGO 220, §3º, INCISO II, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL
• Fazer representação perante a autoridade judiciária ou ao Ministério Público, emnome de pessoa(s) que se sentir(em) ofendida(s) em seus direitos oudesrespeitada(s) em seus valores éticos, morais e sociais pelo fato de aprogramação de televisão ou de rádio não respeitar o horário autorizado ou aclassificação indicativa do Ministério da Justiça (adequação dos horários de exibiçãoàs faixas etárias de crianças e adolescentes), para aplicação de pena pela práticade infração administrativa (ECA, art. 254).
11ª AtribuiçãoREPRESENTAR AO MINISTÉRIO PÚBLICO, PARA EFEITO DEAÇÕES DE PERDA OU SUSPENSÃO DO PODER FAMILIAR
• Diante de situações graves de descumprimento por parte dos pais do dever deassistir, criar e educar os filhos menores e esgotadas todas as formas de
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atendimento e orientação, deverá o Conselho encaminhar representação aoPromotor de Justiça da Infância e da Juventude, expondo a situação, mencionandoa norma de proteção violada, apresentando provas e pedindo as providênciascabíveis.
• O Promotor de Justiça proporá a ação de perda ou suspensão do poder familiar(ECA, art. 201 III, combinado com o art. 155) à autoridade judiciária competente,que instalará o procedimento contraditório para a apuração dos fatos (ECA, art.24).
12ª AtribuiçãoFISCALIZAR AS ENTIDADES DE ATENDIMENTO
Fiscalizar entidades de atendimento governamentais e não-governamentais, em conjuntocom o Poder Judiciário e o Ministério Público, conforme dispõe o ECA, art. 95.
No caso de constatação de alguma irregularidade ou violação dos direitos de crianças eadolescentes abrigados, semi-internados ou internados, o Conselho deverá aplicar, semnecessidade de representar ao Juiz ou ao Promotor de Justiça, a medida de advertênciaprevista no art. 97 do ECA.
Se a entidade ou seus dirigentes forem reincidentes, o Conselho comunicará a situaçãoao Ministério Público ou representará à autoridade judiciária competente para aplicaçãodas demais medidas previstas no art. 97 do ECA.
Fonte: Conselho Tutelar – Passo a Passo – Um Guia para a Ação – Publicação: InstitutoTelemig Celular – elaboração: Modus Faciendi.
O NOVO CONCEITO DE REDE
Concepção de rede de atendimento
A doutrina da proteção integral nos remete a vislumbrar uma nova forma de execuçãodas políticas setoriais e de seus respectivos agentes. Nenhum serviço, programa ouequipamento social pode ser pensado como tendo um fim em si mesmo. Preconiza-se,com isso, a incompletude dos serviços, dos programas e das políticas. Trabalho em redeé estratégia, é meio, é a efetiva operacionalização da acalentada integração, parceria,interface e tantos outros nomes que já se deu a esse esforço na busca de uma novaconcepção das políticas sociais para dar conta da proteção integral de crianças eadolescentes.
Como é ainda nossa prática
Historicamente, as políticas sociais são setoriais e desarticuladas. Cada um de seusagentes, por sua vez, constitui-se num mundo à parte. Por exemplo, a política setorial ebásica da educação tem uma função social a desempenhar e cada escola, como agenteexecutor dessa política, é um mundo à parte. Se uma criança vem à escola com marcasfísicas de maus-tratos, esses sinais passam, via de regra, despercebidos, ou não existemmecanismos de atendimento para o caso, pois assim estão organizados os serviços.
A política compensatória criou serviços que pensavam a completude, ou seja, para aquelesque não tinham acesso ou para os excluídos, implantavam-se e implantam-se programas
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que faziam e fazem um pouco de tudo de forma amadora, não especializada e nãoprofissional, muitas vezes.
A luta em defesa dos direitos humanos de segmentos populacionais, como é o caso dosegmento “criança e adolescentes”, “mulheres”, “negros”, “populações indígenas” e outros,altera substancialmente essa concepção.
Como fazer
Para dar conta desse novo olhar sobre as questões da infância e juventude, é importanteque tenhamos no município, no bairro, na vila, em torno do Conselho Tutelar, como suaretaguarda, serviços, programas, projetos, equipamentos sociais que dêem conta daproteção integral, interligados em rede.
A quem compete
A criação dessa rede de serviços prioritários e/ou sua implementação, qualificação,extensão e atribuição é tarefa do município, com a devida deliberação dos ConselhosMunicipais dos Direitos. Ela será criada com base em diagnósticos, em leituras darealidade. Esse diagnóstico é visível quando o Conselho Tutelar está em funcionamento.
CONSELHO MUNICIPAL DOS DIREITOS E A REDE DEATENDIMENTO
Os Conselhos de Direitos são identificados como garantia de direitos e instânciadescentralizada do poder. Como tal, representam a perspectiva de novo tipo de sociedadecom um modelo diferenciado de organização social e de gestão de políticas públicas.
No desenvolvimento das ações para proteção integral, o que se constata, normalmente,é uma superposição de iniciativas e, às vezes, até um antagonismo que paradoxalmentecostumam ocorrer, gerando uma dispersão de recursos e de forças.
O ECA, no entanto, preconiza que a “política de atendimento... far-se-á através de umconjunto articulado de ações...” (art. 86) para superar a fragmentação, o setorialismoe o paralelismo. O Conselho de Direitos tem um papel decisivo e intransferível paratraçar uma política de articulação, de convergência e de intercomplementariedade quegere uma sinergia voltada ao atendimento dos direitos da criança e do adolescente.
A gestão pública, em nível municipal, proposta pelo ECA, assenta-se num tripé: políticaintegral (e não mais políticas setoriais fragmentadas); direcionamento específico(crianças e adolescentes); território delimitado (o município).
ServiçoEspecializado a Vítimas
de Maus-tratos
Programa deAbordagem de Rua
Creche
Programa Socio-educativo emMeio Aberto
Abrigo
Repúblicas ProtegidasPrograma deOrientação
Sociofamiliar
Programa deRenda Mínima às
Famílias
Programa deGeração de Rendae Preparação para
o Trabalho
ServiçoEspecializado deAtendimento a
Drogados FamíliaEscola
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O Conselho dos Direitos, como uma instância formuladora das Políticas Sociais básicas,assistenciais, de proteção especial e de garantia de direitos, deve corporificar a articulaçãoe o trabalho em Rede de Atendimento.
O Conselho tem a atribuição de assegurar que todos os atores que participam na prestaçãode serviços ou na defesa de direitos tenham voz e voto na formulação de políticas locaise no seu controle e monitoramento. Essa política, para ser eficaz, deverá, necessariamente,garantir relações, conexões e articulações entre os diversos serviços setoriais.
Cabe ao Conselho propor a mobilização e a participação de todos os atores envolvidosna proteção e no desenvolvimento da criança e do adolescente. Para isso, deve sugerirações combinadas em nível intersetorial e entre organizações do Estado e da sociedadecivil organizada.
Para trabalhar na perspectiva de rede, é necessária uma proposta consciente de proteçãoe de desenvolvimento integral, elaborada pelo Conselho. Uma boa proposta tem, bemdefinidos, objetivos, prioridades, metas e resultados a serem alcançados comenvolvimento de todos – sujeitos, serviços e organizações.
Uma proposta eficaz tem que ter legitimidade no município. O Conselho de Direitos –formado paritariamente por representantes governamentais e não-governamentais, eleitospara decidir sobre a proposta –, apresenta, sem dúvida, todas as condições para promovero consenso e a legitimidade em torno dessa proposta.
O Conselho tem competência e legitimidade para manter um permanente fluxo deinformações e monitoramento das ações, bem como para a articulação das ações dedesenvolvimento e proteção da criança e do adolescente.
O CONSELHO TUTELAR E A REDE DE ATENDIMENTO
O Conselho Tutelar tem o poder de exigir serviços, mas não de executá-los. Na área deatenção dos direitos sociais, o poder se encontra onde a ação se executa, ou seja, encontra-se nos serviços públicos de atendimento.
O termo rede, que é originário da informática, supõe uma conexão sistêmica e integradade circuitos. Transposto para a área das políticas sociais, esse termo aplica-se à articulaçãoe integração necessárias dos programas e dos serviços públicos para a formação de umsistema de atenção. Esse sistema, para o segmento das crianças e dos adolescentes,necessariamente deverá ser composto por serviços, programas voltados à atenção dosdireitos à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, àprofissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiare comunitária, conforme a Constituição Federal e o ECA.
Escolas, creches, postos de saúde, entidades de atendimento, postos de polícia, parquede lazer e esporte e abrigos são alguns dos equipamentos sociais de presença necessáriana comunidade para efetivação dos direitos sociais. Para que esses equipamentos sociaispossam cumprir a função de proteção integral, é importante que estejam articuladosentre si e conectados com o Conselho Tutelar para a constituição de uma rede de serviçosde atenção à criança e ao adolescente.
Dizer que a rede de atendimento está a serviço do Conselho Tutelar é colocá-la numpapel de subordinação, o que, em verdade, não ocorre. Os programas e serviços sãoautônomos, assim como o Conselho Tutelar. O que ocorre é que o Conselho Tutelar estáinvestido de poderes legais para aplicação das medidas de proteção que, na sua efetivação,pressupõem a existência de programas e serviços para o atendimento dos direitos sociaisdas crianças e adolescentes do município.
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O que se espera na constituição de uma rede de apoio às atividades do Conselho Tutelare do Juizado da Infância e Juventude não é o uso da força da lei, mas a construção dalegalidade e da legitimidade. Falar em rede de atendimento significa falar de construçãocoletiva, de conexão, onde cada elemento tem a sua especificidade e é indispensávelpara a harmonia do conjunto. Falar em rede significa falar em interpretação e negociaçãoe, neste sentido, o Conselho Tutelar é o agente mais competente, pois é através dele quese filtram as demandas sociais, e é a partir dele que podem ser construídos ouredirecionados programas e serviços que efetivamente venham a corresponder às reaisnecessidades da comunidade.
É importante ressaltar que o Conselho Tutelar deve estar sempre em perfeita sintonia earticulação com o Conselho de Direitos, a quem cabe trabalhar no sentido da ampliaçãoe fortalecimento da rede de atendimento, embasado nas demandas apresentadas peloConselho Tutelar.
Fonte: Atendimento de Crianças e Adolescentes em Rede – Uma Proposta para ProteçãoIntegral – Publicação: AMENCAR – FAMURS – FEBEM/RS – Fundação Maurício SirotskySobrinho.
O que é SIPIA?
O Sistema de Informação para a Infância e Adolescência (SIPIA) é uma iniciativa doMinistério da Justiça, através da Secretaria Nacional dos Direitos Humanos – Departamentoda Criança e do Adolescente –, e propõe a criação de um sistema de registro e tratamentode informações sobre a garantia dos direitos fundamentais preconizadas pelo Estatuto daCriança e do Adolescente (Lei 8.069/90), colocando-se pois como um instrumento para aação dos Conselhos Tutelares e dos Conselhos de Direitos nos níveis municipal, estaduale federal.
O SIPIA fundamenta-se no Estatuto e tem três objetivos primordiais:
• operacionalizar na base a política de atendimento dos direitos, ou seja, possibilitara mais objetiva e completa leitura possível da queixa ou situação da Criança ouAdolescente, por parte do Conselho Tutelar;
• encaminhar a aplicação da medida mais adequada com vistas ao ressarcimentodo direito violado para sanar a situação em que se encontra a criança ou oadolescente;
• subsidiar as demais instâncias – Conselhos de Direitos e autoridades competentes– na formulação e gestão de políticas de atendimento.
Sistemática SIPIA
1. Tomar conhecimento do fato/situação:
descrição do fato (resumo do fato, data, local);
tipificação do solicitante.
2. Tipificar o fato enquanto:
violação de direito coletivo/difuso.
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3. Executar:
providências/encaminhamentos imediatos.
4. Identificar/cadastrar:
crianças/adolescentes (pais e responsável);
grupo/comunidade atingida.
5. Fazer a leitura do fato, enquanto violação de direito individual:
dados específicos da criança/adolescente (situação de moradia, situação escolar e deocupação/trabalho);
especificação do direito violado;
especificação do agente violador.
6. Decidir a ação mais adequada para garantir o direito violado:
escolher a medida de proteção;
verificar a existência de “entidade de atendimento” no município.
7. Promover a execução de medida(s) de proteção:
determinação do acompanhamento (tipo e freqüência de relato de atendimento);
encaminhamento de criança/adolescente e/ou pais para a entidade escolhida;
notificação da entidade quando do não-recebimento do relatório de acompanhamentoestabelecido;
representar junto à autoridade judicial em caso de descumprimento.
8. Encaminhar para o Ministério Público/Autoridade Judiciária os casos previstosem Lei.
9. Registrar o término do acompanhamento no encerramento do caso.
10. Disponibilizar, periodicamente ou quando solicitados, os relatórios SIPIAsobre:
perfil das crianças/adolescentes;
perfil das violações;
perfil da demanda não atendida;
perfil do atendimento prestado.
Benefícios
• Padronizar as informações em todo o Brasil.
• Facilitar o registro das informações.
• Agilizar a história de uma criança/adolescente.
• Possibilitar o intercâmbio de informações.
Fonte: Folder SIPIA.
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FUNDO MUNICIPAL DOS DIREITOS DA CRIANÇAE DO ADOLESCENTE
É imprescindível destacar a importância e clarear os principais pontos relacionados como funcionamento do Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente,decisivos para a agilização da municipalização do atendimento.
1. Conceito
Fundos são recursos destinados ao atendimento das políticas, programas e ações voltadospara o atendimento dos direitos de crianças e adolescentes, distribuídos mediantedeliberação dos Conselhos de Direitos nos diferentes níveis de governo (União, estados emunicípios).
Do ponto de vista jurídico, Fundos são “os produtos de receitas especificadas, que, porlei, se vinculam à realização de determinados objetivos ou serviços, facultada a adoçãode normas peculiares de aplicação.” (art. 71 da Lei Federal 4.320/64, que dispõe sobreas normas gerais dos orçamentos e balanços da União, dos estados, dos municípios e doDistrito Federal).
2. Características
O Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente é um Fundo Especial, nosmoldes definidos pela Lei Federal 4.320/64.
O que, no entanto, determina o seu caráter especial?
O fato de o Fundo ser uma exceção de uma regra básica do Direito Financeiro: o princípioda unidade de tesouraria. Esse princípio, previsto no artigo 56 da Lei Federal citadaanteriormente, dispõe que todas as receitas devem entrar nos cofres públicos por umaúnica via: a Fazenda Pública. No caso dos Fundos Especiais, a lei permite que determinadasreceitas, em vez de ficarem numa “tesouraria única“ do Governo, sendo por eleadministradas, possam ser destinadas a atender objetivos predeterminados (no caso, oatendimento a crianças e adolescentes), não podendo ser utilizadas para outra destinação.São receitas específicas instituídas em lei, com destinação certa e com gestor tambémdefinido em lei.
3. Natureza Jurídica
Uma vez que é reserva financeira posta à disposição das políticas de atendimento àcriança e ao adolescente, o Fundo Municipal não é órgão e nem pessoa jurídica. Ou seja,não tem personalidade jurídica.
Como decorrência da inexistência de personalidade jurídica, o Fundo Municipal precisaestar vinculado administrativamente a um órgão do Poder Público.
O Estatuto da Criança e do Adolescente, no artigo 88, determina que os Fundos (nacional,estaduais e municipais) serão “vinculados aos respectivos Conselhos”.
Essa vinculação dá ao Conselho Municipal de Direitos a prerrogativa exclusiva dedeliberar sobre a aplicação dos recursos do Fundo Municipal.
Do ponto de vista administrativo (a operacionalização de rotinas) e do ponto de vistacontábil, o Fundo Municipal deverá vincular-se (sem subordinação) a uma das secretariasmunicipais. É preciso que isso seja disciplinado na lei de criação do Fundo.
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Na sua operacionalização, o Fundo deverá contar com
• CNJP do município;
• conta especial em nome do município;
• contabilidade do município;
• orçamento do município;
• prestação de contas do município;
• quadro de funcionários do município.
4. Criação do Fundo Municipal
O Fundo Municipal deverá ser criado por lei municipal. Não pode ser criado por decreto,portaria ou provimentos administrativos.
Uma observação:
recomenda-se criar o Fundo Municipal na mesma lei que cria o Conselho de Direitos emesmo o(s) Conselho(s) Tutelar(es). Pode-se também criá-los separadamente. Uma vezcriado, a regulamentação do Fundo Municipal será feita por decreto do prefeito municipal.Na elaboração da lei criadora do Fundo Municipal e em sua regulamentação, deverão serobservados os preceitos de ordem geral contidos nos artigos 71 a 74 da Lei Federal4.320/64.
Por último, não custa repetir:
o processo de elaboração da(s) lei(s) de criação de Conselhos e Fundo deve envolver aparticipação direta de amplos setores da sociedade civil. Deve ser um trabalho coletivo,que incorpore os pontos de vistas dos mais variados segmentos sociais.
5. Gestão do Fundo Municipal
Os recursos do Fundo Municipal têm destinação certa: as políticas de atendimento àcriança e ao adolescente.
Nenhum recurso do Fundo Municipal poderá ter destinação e aplicação sem a deliberaçãopolítica e técnica do Conselho Municipal de Direitos, que se traduz num Plano deAplicação.
O Conselho de Direitos delibera (prioriza, decide onde e quanto gastar, autoriza o gasto)e a secretaria municipal à qual o Fundo está vinculado libera os recursos. É essa secretariamunicipal que cuida da contabilidade do Fundo, da escrituração de livros, da liberação derecursos, da assinatura de cheques, das prestações de contas.
6. Plano de Aplicação
A gestão do Fundo Municipal é feita em cooperação técnica com a secretaria municipaldefinida legalmente para cuidar de sua operacionalização. Duas fases distintas compõemesse processo de gestão:
• a deliberação de ordem política - o Conselho de Direitos (representantes daPrefeitura e da sociedade civil), sempre atento e sintonizado com as demandas dasociedade, vai discutir e decidir as prioridades municipais no atendimento àscrianças e aos adolescentes (Plano de Ação Municipal). É imprescindível que essa
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deliberação seja feita com a participação obrigatória da população, por meio desuas entidades representativas;
• a formulação técnica das prioridades municipais - colocar no papel e aprovarcada prioridade e lançar o respectivo recurso que será utilizado para consecuçãode cada prioridade. É o momento da formulação do Plano de Aplicação.
O Plano de Aplicação é a programação da distribuição dos recursos do Fundo Municipalpara as áreas consideradas prioritárias pelo Conselho de Direitos, com a participação dasociedade civil, por meio de suas organizações representativas.
A liberação dos recursos existentes no Fundo Municipal só poderá ocorrer mediante umPlano de Aplicação aprovado pelo Conselho de Direitos e refletindo as prioridades dasociedade.
A formulação, a execução e o controle de política de proteção dos direitos da criança eadolescente devem ser feitos no município, com participação obrigatória da população,por meio de suas entidades representativas. Se não for assim, qualquer decisão do prefeitoou de seus auxiliares isoladamente é inconstitucional e pode ser impugnada por qualquercidadão. Da mesma forma, o Conselho de Direitos não pode deliberar sobre matéria quenão seja de sua competência. Se o fizer, sua deliberação será também inconstitucional.
7. Origem e Captação de Recursos
As principais fontes de recursos que irão compor o Fundo Municipal dos Direitos daCriança e do Adolescente são as seguintes.
a. Dotação Orçamentária do Executivo: trata-se de transferência de recursosfeita no âmbito de cada governo. O Executivo Municipal deve incluir noorçamento uma dotação destinada à área da infância e da juventude.
b. Transferência intergovernamental: trata-se da transferência de recursosfeita de um nível de um governo para o outro (União e/ou estados repassampara o município).
c. Doações: pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou estrangeiras, fazemdoações para o Fundo Municipal. Tais doações são sujeitas à dedução doImposto de Renda.
d. Multas e penalidades administrativas: o Estatuto da Criança e doAdolescente prevê multas decorrentes de apuração de infraçõesadministrativas e crimes, além de multas decorrentes de sançõescominatórias em ação civil pública. Tais multas, quando recolhidas ouexecutadas judicialmente, deverão ser revertidas para o Fundo Municipal,por força do art. 214 do ECA.
e. Rentabilidade de aplicações no mercado financeiro: os recursos doFundo Municipal, diante das instabilidades da moeda brasileira, podemser aplicados no mercado financeiro, observando-se a legislação específica,inclusive as instruções normativas do órgão de governo responsável pelamatéria.
Cada Conselho de Direitos, observadas as peculiaridades locais e a legislação vigente,deverá discutir e adotar estratégias próprias para conseguir maiores recursos para comporo Fundo Municipal: ampla divulgação das deduções dos impostos de renda, por exemplo.
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8. Controle e Fiscalização do Fundo Municipal
O Estatuto da Criança e do Adolescente prevê que os Fundos Municipais (assim como oNacional e os Estaduais) sejam fiscalizados e controlados pelos respectivos Conselhosde Direitos e pelo Ministério Público. A Lei Federal 4.320/64 dispõe que o controle deveser feito também pelo Tribunal de Contas ou seu órgão equivalente e, ainda, que a leique criar o Fundo poderá determinar outras normas de controle e fiscalização.
9. Destinação dos Recursos do Fundo Municipal
Os recursos do Fundo Municipal devem, obrigatoriamente, ser destinados ao atendimentodas políticas, programas e ações voltados para promoção e defesa dos direitos das criançase dos adolescentes.
Sempre de acordo com as reais demandas e as priorizações municipais, os recursospodem ser utilizados, por exemplo, para:
• estudos e diagnósticos municipais sobre a situação das crianças e adolescentes;
• programas de atendimento a crianças e adolescentes usuários de drogas, vítimasde maus-tratos, autores de atos infracionais;
• programas de incentivo à guarda e adoção;
• formação de pessoal (técnicos, conselheiros, profissionais ligados ao atendimentoàs crianças e adolescentes) para o melhor funcionamento das políticas e programasmunicipais;
• divulgação dos direitos das crianças e adolescentes;
• apoio aos serviços de localização de desaparecidos (crianças, adolescentes, pais eresponsáveis).
O importante é destinar recursos de acordo com as reais prioridades municipais e paraações consistentes e eficazes. Destinar e acompanhar a aplicação dos recursos.
10. Conselhos de Direitos e Fundo Municipal
É importante destacar as principais atribuições do Conselho Municipal dos Direitos daCriança e do Adolescente em relação ao Fundo Municipal:
a. elaborar o Plano de Ação e o Plano de Aplicação dos recursos do Fundo;
b. estabelecer os parâmetros técnicos e as diretrizes para a aplicação dosrecursos;
c. acompanhar e avaliar a execução, o desempenho e os resultados financeirosdo Fundo;
d. avaliar e aprovar os balancetes mensais e o balancete anual do Fundo;
e. solicitar, a qualquer tempo e a seu critério, as informações necessárias aoacompanhamento, ao controle e à avaliação das atividades a cargo doFundo;
f. mobilizar os diversos segmentos da sociedade no planejamento, execuçãoe controle das ações e do Fundo;
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g. fiscalizar os programas desenvolvidos com os recursos do Fundo.
Além desse papel junto ao Fundo, cabe ao Conselho cuidar para que o “Orçamento Criança”,que engloba todos os recursos governamentais destinados à proteção integral, sejasignificativo e suficiente.
As funções do Conselho e do Poder Executivo exigem uma mudança de comportamento,tanto da sociedade e de seus organismos representativos quanto de governantes, no quediz respeito ao exercício da participação democrática.
O Fundo reveste-se de uma importância decisiva para o cumprimento do Estatuto.
Por essa razão, além da conscientização, mobilização e outras iniciativas, são indispensáveisos recursos para transformar esse ideal em prática diária e permanente.
O Fundo é, também, um impulso a mais para a municipalização do atendimento. Narealidade, é o município que melhor visualiza os problemas e resume o universo dasnecessidades sociais.
Fonte: Conselhos e Fundos Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente Passo aPasso – Um guia para a ação – Publicação: Instituto Telemig Celular.
FONTE DE RECURSOS
Destacamos as fontes de recursos que podem constituir o Fundo.
DOTAÇÕES ORÇAMENTÁRIAS DO EXECUTIVO MUNICIPAL
A locação de recursos orçamentários suficientes para o desenvolvimento de programas emetas é feita através do plano de ação elaborado pelo Conselho Municipal dos Direitos daCriança e do Adolescente.
O Conselho de Direitos encaminha ao Poder Executivo o plano de aplicação com cronogramade liberações, para ser incluído na proposta orçamentária.
Quando o Fundo for criado com exercício financeiro em andamento, a inclusão dos valoresdar-se-á por Crédito Adicional Especial.
Tendo presente a prioridade absoluta preconizada na Constituição Federal (art. 227) e adeterminação da destinação privilegiada de recursos públicos para programas voltadosao atendimento de crianças e adolescentes (art. 4º, ECA), a maior parte da composiçãodos recursos do Fundo deve ser do poder público (município, estado, União).
DOAÇÕES DE PESSOAS FÍSICAS OU JURÍDICAS INCENTIVADASOU NÃO
Pessoa Jurídica - as empresas públicas e privadas podem destinar para o Fundo dosDireitos da Criança e do Adolescente até 1% do Imposto de Renda devido (lucro real eestimado). Pela atual legislação, essa dedução não está sujeita a outros limites (Decreto794/93; lei 9.532/97 e Medida Provisória nº 1.636/97).
Pessoa Física - a pessoa física pode destinar para o Fundo dos Direitos da Criança e doAdolescente até 6% do imposto devido. As contribuições ao Fundo, juntamente com as
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contribuições em favor de projetos culturais e investimentos em atividades audiovisuais,no seu conjunto, não poderão exceder a 6% do imposto devido (Decreto nº 794/93, lei9.532/97, art. 22).
DOAÇÕES DE BENS
Tanto as pessoas físicas como as jurídicas podem fazer doação de bens aos Fundosgeridos pelos Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente e deduzi-las do impostodevido até os respectivos limites indicados anteriormente, segundo a Instrução Normativada SRF nº 86/94.
No caso de doações efetuadas em bens, o doador deverá:
a) comprovar a propriedade dos bens mediante documentação hábil;
b) considerar como valor dos bens doados
no caso de pessoa física, o valor de aquisição do bem, atualizado monetariamente até15/12/95, com base no valor da UFIR vigente em 1º/01/96 (R$ 0,8287), desde que essevalor não exceda o valor de mercado ou, no caso de imóveis, o valor que servir de basepara o cálculo do imposto de transmissão;
no caso de pessoa jurídica, o valor contábil dos bens, desde que não exceda ao valor demercado ou, no caso de imóveis, ao que serviu de base de cálculo do imposto detransmissão.
O doador poderá optar pelo valor de mercado dos bens, que será determinado medianteprévia avaliação, por meio de laudo idôneo fornecido por perito ou empresa especializada,de reconhecida capacidade técnica, para aferição de seu valor. Nesse caso, a autoridadefiscal poderá requerer nova avaliação de bens, na forma da legislação do imposto derenda em vigor.
MULTAS E PENALIDADES
As multas decorrentes de condenação em ações cíveis e da aplicação de penalidadesprevistas nos artigos 228 a 258 da lei 8.069/ 90 reverterão para o Fundo Municipal (ECA,arts. 154 e 214). Exemplo: conhecimento de casos de maus-tratos a crianças eadolescentes por parte de médicos, professores, etc., que deixam de ser comunicados aoConselho Tutelar. Multa de três a vinte salários de referência (ECA, art. 245).
TRANSFERÊNCIA DO GOVERNO FEDERAL, ESTADUAL OU ÓRGÃOSINTERNACIONAIS
RECEITAS DE APLICAÇÕES NO MERCADO FINANCEIRO
Enquanto os recursos permanecerem no Fundo, podem ser aplicados no mercado financeiro,evitando, assim, sua desvalorização.
Em alguns casos, os recursos oriundos de convênios com a União, porém, não podem seraplicados no mercado financeiro.
Outras fontes: percentual sobre taxas, multas - contribuições de organismosgovernamentais e ONGs Internacionais-, auxílios, doações e legados diversos -contribuições resultantes de campanhas de arrecadação de fundos -, saldo positivo apuradono balanço e que será transferido para o exercício seguinte a crédito do Fundo.
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Compete à lei municipal dizer claramente em que se constitui a receita. A condição,portanto, é que haja previsão legal. Deve-se ter o cuidado para que, na formulação dalei, não haja impedimentos para o ingresso de recursos para o Fundo.
INFORMAÇÕES À RECEITA FEDERAL
Os Conselhos deverão manter controle das doações recebidas, bem como emitir,anualmente, relação que contenha nome e CPF ou CNPJ dos doadores, a especificação(se em dinheiro ou bens) e os valores individualizados de todas as doações recebidas.Essa relação deverá ser entregue à unidade da Secretaria da Receita Federal até o últimodia útil do mês de junho do ano subseqüente (I.N. nº 86 de 26/10/84).
A falta de emissão de comprovante em favor do doador, bem como da entrega anual darelação das doações recebidas à SRF, sujeitará o infrator às multas previstas na legislação.
Fonte: Orçamento e Fundo – Maurício Vian, José Carlos Garcia de Melo, Carlos Boeira –Publicação: Ministério da Justiça / Secretaria de Estado dos Direitos Humanos /Departamento da Criança e do Adolescente – 2002.
GESTÃO E CONTROLE DO FUNDO
O Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, por tratar-se de uma “Unidadeda Administração Direta”, é contabilmente administrado pelo Poder Executivo.
Os recursos do Fundo Municipal têm destinação certa: as políticas de atendimento àcriança e ao adolescente.
Nenhum recurso do Fundo Municipal poderá ter destinação e aplicação sem a deliberaçãopolítica e técnica do Conselho Municipal de Direitos, que se traduz num Plano deAplicação.
O Conselho de Direitos delibera (prioriza, decide onde e quanto gastar, e autoriza ogasto) e a secretaria municipal à qual o Fundo está vinculado libera os recursos. É essasecretaria municipal que cuida da contabilidade do Fundo, da escrituração de livros, daliberação de recursos, da assinatura de cheques, das prestações de contas.
O essencial para o bom funcionamento do Fundo é que o Conselho de Direitos possa, apartir de uma profunda análise da situação de crianças e adolescentes e de sua área deabrangência, estabelecer as prioridades, forma de obtenção de recursos, etc. A partirdaí, o Conselho de Direitos deve fixar os critérios de utilização desses recursos.
Os projetos que serão financiados pelo Conselho de Direitos não podem, de forma alguma,competir com os projetos das políticas básicas para a infância – adolescência, comosaúde, educação, lazer, etc., mas, sim, o Conselho dos Direitos, opinando na formulaçãodo orçamento público, deve procurar garantir o volume de recursos suficientes paraaquelas secretarias ou ministérios, argumentando com o princípio constitucional daprioridade absoluta (art. 227. CF), o qual deve ser observado sobretudo em matériasorçamentárias.
Em respeito à diretriz da municipalização, o FIA, em cada nível, deve financiar programasdiferenciadamente, como bem mostra a lição de Edson Seda:
“O Fundo do Estado se voltará para programas estaduais e para apoio aos municípios,suprindo eventuais deficiências que eles apresentem na condução de sua política deatendimento.”
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“Ao Fundo Municipal cabe a dotação de recursos para realizar a municipalização doatendimento previsto no art. 88 do Estatuto.”
Por fim, é importante mencionar que o FIA pode se constituir em um instrumentoextremamente eficaz de garantia dos direitos da criança e do adolescente, já que promovemelhor distribuição de recursos, permite maior agilidade e, conseqüentemente, eficiênciana resolução dos problemas relativos à infância/adolescência, possibilitando maior controledos recursos públicos pela sociedade civil.
Num gesto de clareza administrativa, o administrador deve prestar contas da aplicaçãodos recursos do Fundo ao respectivo Conselho.
Todo e qualquer recurso recebido, transferido ou pago pelo Fundo deve ser registrado edevidamente contabilizado pelo município.
Dentro do critério “Transferências”, insere-se a figura do “Ordenador de Despesa”. Estedeve ser do quadro de funcionários, com vínculo empregatício definido e subordinado aoPoder Executivo. O Ordenador de Despesa deve ser nomeado pelo Executivo, através dePortaria, onde serão disciplinados os limites, atribuições e prazos, caso necessário.
De posse do Plano de Aplicação do Fundo (a ser conduzido e elaborado pelo Conselho deDireitos juntamente com o Administrador do Fundo, ouvido o Conselho Tutelar), oadministrador fará o orçamento, procedendo ao gravame da despesa e a previsão dareceita.
O Fundo também pode receber recursos não contemplados no orçamento. Entretanto,tais recursos só poderão estar disponíveis após o encaminhamento de lei, oriunda doExecutivo, à Câmara de Vereadores e aprovada por esta. Esses recursos integrarão oFundo através dos chamados Créditos Adicionais.
Como em qualquer outro setor da administração pública, o controle interno dos FundosEspeciais deve atender plenamente ao seu objetivo, qual seja, sinteticamente:
a. promover a eficiência e a economia nas operações;
b. salvaguardar os recursos contra desperdícios ou perdas indevidas;
c. reduzir passivos e custos a um mínimo, cumprindo efetivamente ospropósitos da comunidade;
d. assegurar a precisão e confiabilidade das informações internas ;
e. atingir o cumprimento das metas e objetivos programados.
Assim, é impositiva a transparência e confiabilidade no controle das ações vinculadas aoFundo, a exemplo do que ocorre com qualquer outra ação de governo.
Os modelos de controle deverão atender as peculiaridades próprias de cada comunidade,devidamente compatibilizada com a sua dimensão e com a complexidade de suas ações.
O dever de controle administrativo é do administrador.
A prestação de contas da aplicação dos recursos do Fundo deve ser feita previamente aorespectivo Conselho.
No que se refere ao Controle Externo (Câmara de Vereadores e Tribunal de Contas), aprestação de contas do FIA deve integrar a prestação de contas do administrador municipal.
Fonte: Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente - Publicação: CBIA.
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PRESTAÇÃO DE CONTAS
CONTROLE DOS RECURSOS DO FUNDO
• Controle Contábil (resultados econômicos financeiros).
• Controle da Execução Orçamentária (contabilidade, inspeção financeira).
• Controle Externo (Poder Legislativo/Tribunal de Contas).
• Controle Interno (atividades de cada esfera do Poder Executivo, Jurídico e Legislativo– CF. artigo 74; e Lei 4.320, artigo 76).
• Controle Legal – ação fiscalizadora da legalidade dos atos.
• Controle Político – é privativo do Poder Legislativo (avalia a conveniência políticadas ações do governo).
• Controle Programático – cumprimento dos programas de trabalho (objetivos emetas).
• Prestação de Contas – ato administrativo pelo qual se justifica formalmente, sejaanualmente ou ao final de gestão, o bom e regular emprego dos recursos públicosem conformidade das leis, regulamentos e demais normas.
Prestação de contas
“Prestará contas qualquer pessoa física ou entidade pública que utilize, arrecade, guarde,gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos.” (CF. art.70)
Os Fundos estão sujeitos à prestação de contas de gestão aos órgãos de:
• controle interno (entidades aos quais estão vinculados);
• controle externo (Poder Legislativo e Tribunal de Contas).
Obs.: “A Lei que institui os Fundos poderá determinar normas peculiares de controle,prestação de contas, tomada de contas, sem, de qualquer modo, elidir acompetência específica do Tribunal de Contas.”
Nos estados e municípios, a prestação de contas deve obedecer às determinações dorespectivo Tribunal de Contas Estadual.
Demonstrações contábeisPeriodicamente, a contabilidade do Fundo elaborará as demonstrações contábeis queevidenciarão:
• os custos das atividades executadas;
• os resultados obtidos através dessas atividades;
• o desempenho financeiro do Fundo;
• o patrimônio vinculado ao Fundo;
• outras informações necessárias ao gestor.
Formas de controle
Auditoria (auditoria interna preventiva e de controle na Administração Municipal).
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Corregedoria – (atividade relativa à disciplina dos servidores municipais) responsávelpor instalar sindicância ou inquérito para averiguar possíveis irregularidades.
Departamento de Inspeção Financeira – (controle interno) analisa documentaçãopara liquidação da despesa.
Departamento de Contabilidade (faz o registro de todas as transações realizadas pelaAdministração).
Câmara Municipal de Vereadores (tem obrigação legal de fiscalizar todos o atosadministrativos, financeiros e contábeis da Administração Municipal).
Tribunal de Contas do Estado (analisa a prestação de contas do prefeito e emiteparecer, indicando eventuais irregularidades).
PRESTAÇÃO DE CONTAS DAS DOAÇÕES
O Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente pode receber doações de:
• pessoas jurídicas (até 1%);
• pessoas físicas (até 6%).
Doações que são dedutíveis em Imposto de Renda devido.
O Conselho deve manter o controle dessas doações recebidas, bem como, emitir,anualmente, relação que contenha nome e CPF ou CNPJ dos doadores, a especificação(se dinheiro ou bens) e os valores individualizados de todas as doações recebidas mês amês, a qual deverá ser entregue à Unidade da Secretaria da Receita Federal até o últimodia útil do mês de junho do ano subseqüente.
ROTEIRO DE PROVIDÊNCIAS PARA A CRIAÇÃO EO FUNCIONAMENTO DO FUNDO MUNICIPAL DOS
DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
A criação do Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente deve ser parte doesforço de criação e consolidação de uma política municipal de atenção à infância e àjuventude, o que inclui também a criação e implantação do Conselho Municipal dosDireitos da Criança e do Adolescente e do(s) Conselhos(s) Tutelar(es). Recomenda-se,inclusive, que Conselhos e Fundo sejam criados e disciplinados numa mesma lei.
Uma orientação importante: o Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescentepode e deve ser acionado pelos municípios para apoiá-los e orientá-los na criação dosConselhos e do Fundo.
Todo esse processo tem um pré-requisito fundamental: a participação popular. Épreciso mobilizar a comunidade para o trabalho de construção coletiva. O projetode criação dos Conselhos e do Fundo deve ser resultado da discussão (reuniões,seminários, encontros) entre os mais variados setores sociais compromissadoscom o futuro das crianças e dos adolescentes.
A seguir, algumas providências fundamentais para a criação e funcionamento do FundoMunicipal dos Direitos da Criança e do Adolescente.
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1 - Projeto de Criação
Uma vez elaborado com ampla participação comunitária, o Projeto de Criação seráencaminhado pelo Executivo Municipal ao Poder Legislativo, para aprovação. Após aaprovação, a lei deve ser sancionada pelo prefeito. Normalmente, criam-se o Conselhode Direitos, Conselhos(s) Tutelar(es) e o Fundo de Direitos na mesma lei. Nada impede,no entanto, que leis específicas criem separadamente cada Conselho e o Fundo.
2 - Regulamentação
Sancionada, a Lei de Criação do Conselho de Direitos, designa-se, através de portaria, oadministrador ou a junta de administração (pequeno grupo de responsáveis pela gestãodo Fundo).
3 - Indicação do Administrador ou junta de Administração
O prefeito, com a aprovação do Conselho de Direitos, designa, através de portaria, oadministrador ou a junta de administração (pequeno grupo de responsáveis pela gestãodo Fundo).
4 - Abertura de Conta Especial
O administrador ou a junta de administração abre, em banco oficial, a conta do Fundo,para movimentação dos seus recursos financeiros.
5 - Elaboração do Plano de Ação
O Conselho de Direitos, com ampla participação comunitária, elabora o Plano de Ação doMunicípio para o atendimento às crianças e adolescentes. O prefeito inclui seus pontosfundamentais no Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias. A Câmara examina e aprovaa Lei. O prefeito sanciona a Lei.
6 - Montagem do Plano de Aplicação
O Conselho de Direitos elabora o Plano de Aplicação de Recursos do Fundo, tendo comobase o Plano de Ação e a Lei de Diretrizes Orçamentárias. O administrador, ou seja, ajunta administrativa do Fundo participa dessa elaboração.
7 - Aprovação e Orçamento
O prefeito integra o Plano de Aplicação na proposta orçamentária e envia à Câmara, queexamina e aprova. O prefeito sanciona.
8 - Recebimento dos Recursos
O administrador, ou seja, a junta de administração registra as receitas do Fundo.
9 - Ordenação das Despesas
O administrador e o ordenador de despesas, segundo Plano de Aplicação, efetuam asdespesas previstas.
10 - Prestação de Contas
O administrador ou a junta de administração, através de balancetes, presta contas aoConselho de Direitos e à Secretária à qual está vinculado o Fundo, e o Poder Executivopresta contas ao Poder Legislativo e ao Tribunal de Contas.
Fontes: Conselhos e Fundos Municipais dos Direitos da Criança e do AdolescentePasso a Passo – Um guia para a Ação – Publicação: Instituto Telemig Celular.
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ORÇAMENTO
A garantia de prioridade compreende:
“(...) d) Destinação privilegiada de recursos públicos nas
áreas relacionadas com a proteção à infância e à juventude.”
(Parágrafo único do art. 4º do ECA)
ORÇAMENTO E CIDADANIA
O orçamento público está sendo visto como um dos instrumentos mais importantes parao exercício da nossa cidadania. No Brasil, avançamos muito nos últimos anos na democraciapolítica e na democracia social, mas estamos ainda muito lentos na concretização dademocracia econômica e na democratização das finanças públicas.
Para possibilitar o exercício da nossa cidadania, temos que oxigenar as finanças públicas,decodificar os mecanismos orçamentários, tornando-os mais transparentes e inteligíveis.Como o Estatuto da Criança e do Adolescente não é assunto apenas para juristas, oorçamento municipal não pode ser assunto exclusivo dos contadores. Afinal, estamosfalando da destinação dos recursos de quem? Nossos, dos contribuintes, dos municípios,dos cidadãos. Por isso não pode continuar sendo elaborado de forma complexa e tecnicista.É urgente a necessidade de simplificar as formas de elaboração do orçamento e defiscalização da sua execução.
Observa-se um certo distanciamento da sociedade civil organizada em relação aosprocessos decisórios orçamentários. Daí a urgência da mudança de comportamento quetem de vir dos dois lados. O Estado, tornando mais transparente e democrático o orçamentopúblico, e a sociedade, capacitando-se para participar e entender o processo,desmistificando o orçamento, que é um instrumento político, uma lei, um documentopúblico.
Muitos Conselhos Municipais ainda não se deram conta de que os princípios, os direitos eas estruturas previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente podem ser louváveisintenções sem o suporte do orçamento. Não percebem que traçar orientações e políticas,sem sua expressão orçamentária, pode tornar-se um exercício inócuo, uma ação semeficácia, um exercício de ficção.
Se o Conselho Municipal quer que os recursos tenham uma aplicação honesta, transparentee eficaz em políticas públicas claramente definidas, o processo orçamentário é uminstrumento. Daí a necessidade de capacitar-se, de entender o processo.
DEFINIÇÃO
O orçamento municipal é um instrumento que expressa, para um exercício financeiro, aspolíticas, os programas e os meios de seu financiamento. É um plano de trabalho degoverno, discriminando os objetivos e as metas a serem alcançadas, de acordo com asnecessidades locais. Esse plano, expresso em termos monetários, obedece a algunsprincípios fundamentais para a sua elaboração e execução (CF, art. 165 a 168, Lei nº4.320/64, Decreto-Lei nº 200/67, LC nº 101/2000, EC 14/96, EC 25/2000, EC 29/2000e EC 30/2000).
O orçamento é a previsão de todas as receitas e autorização das despesas, apresentadasde forma padronizada e com várias classificações. Define as fontes de receitas e detalhaas ações, as quais serão identificadas em termos de função, sub-função, programas,projetos, atividades e operações especiais (art. 4º da Portaria Ministerial 42/99), expressosem valores, isto é, em números. Deve contemplar as metas e prioridades estabelecidas
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na Lei de Diretrizes Orçamentárias com os recursos necessários ao seu cumprimento.Geralmente, a lei orçamentária autoriza o prefeito a abrir créditos suplementares e arealizar a contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação da receita, nostermos da lei (CF, art. 165, § 8º).
No passado, era apenas uma peça de previsão das receitas e autorização das despesaspúblicas. Um mero documento formal. Hoje, as leis orçamentárias não são merasdisposições com números, metas, códigos, mas, sim, a tradução das orientações e opçõespolíticas. Temos que ler as diretrizes, quadros, valores, buscando entender o seu significadopolítico. Com a Lei Complementar 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal), as leisorçamentárias (PPA; LDO e LOA) passaram a ser fundamentais ao sistema de planejamentoda Administração Pública. É através delas que se consegue planejar as ações de governo,acompanhar e controlar a execução e corrigir os desvios ou distorções detectadas.
Atualmente, a Lei Orçamentária é de caráter autorizativo, dando permissão ao Governopara fazer certas despesas, se houver recursos disponíveis. Mas, havendo recursos, oprevisto deve ser realizado, tanto que é considerada “infração político-administrativa”,sujeita à cassação de mandato, “descumprir o Orçamento aprovado para o exercíciofinanceiro” (Decreto-Lei nº 201/67, art. 4º).
Se quisermos saber se esse ou aquele município prioriza ou não a criança e o adolescente,o termômetro é seu orçamento. Ele é o documento que espelha o município, suasprioridades, seus aspectos econômico, político e social.
PLANO PLURIANUAL E DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS
A Constituição de 1988 (art. 165) alterou a sistemática orçamentária, introduzindo doisnovos instrumentos do planejamento, a serem elaborados pelos governos municipais:Plano Plurianual (PPA) e lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).
O Plano Plurianual, com vigência de quatro anos, contém basicamente as diretrizes,objetivos e metas da administração pública municipal para as despesas de capital eoutras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada. Cadaprefeito eleito deve elaborá-lo no seu primeiro ano de governo e, depois de aprovadopela Câmara Municipal, terá vigência nos três anos seguintes da sua gestão e no primeiroano da gestão que se seguir. Desse plano é que saem as metas para cada ano de gestão.Deve-se notar, entretanto, que o plano não é, por si mesmo, executável. Ele prevê osinvestimentos necessários ao desenvolvimento do município num determinado período apartir de um diagnóstico global. A execução desses investimentos fica na dependênciade sua inclusão na Lei de Diretrizes Orçamentárias e no orçamento anual.
Os investimentos e os programas permanentes do Plano de Ação do Conselho devemintegrar o PPA. Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiropoderá ser iniciado sem sua prévia inclusão no PPA ou em lei especial que o inclua.
As Diretrizes Orçamentárias têm vigência anual, definindo as metas e prioridadesgovernamentais, incluindo as despesas de capital para o exercício subseqüente, a partirdo que foi estabelecido no PPA. Define também as regras sobre mudanças nas leis deimpostos, finanças, pessoal, limitação de empenho, reserva de contingência, despesasirrelevantes, além de estabelecer orientações de como elaborar o orçamento anual.Integrará também o projeto da LDO o Anexo de Metas Fiscais e o Anexo de Riscos Fiscais(LC 101/2000). As diretrizes e metas do Plano do Conselho devem integrar a LDO. Cadalei orçamentária (PPA, LDO e LOA) tem prazo para ser elaborada. Portanto, é precisoestar de olho nos prazos, os quais são fixados nas leis orgânicas municipais. Quando aLei Orgânica ou Constituição Estadual for omissa em relação a essa matéria, devem serobservados os prazos estabelecidos pela CF para a União.
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Para a União, os prazos foram fixados pelos Atos das Disposições ConstitucionaisTransitórias da Constituição Federal (art. 35).
PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS
São princípios, previstos em lei, que visam a garantir as características de utilidade,eficácia, confiabilidade e transparência orçamentária.
a. Anualidade: período anual.
b. Unidade: unidade de política, de objetivos, de conta (existe somente umalei orçamentária).
c. Universalidade: despesas e receitas de todos os Poderes, de seus órgãos eFundos.
d. Legalidade: respeito à legislação (constitucional e infraconstitucional).
e. Inteligibilidade: fácil compreensão e fácil controle.
f. Sinceridade: não superestimar os recursos ou subavaliar os gastos.
g. Publicidade: publicação (a lei vige após sua publicação).
h. Transparência: participação popular nas fases de elaboração e discussãodas leis orçamentárias.
i. Não afetação da receita: proibição da vinculação da receita de impostos aórgãos, fundos (inciso IV, art. 167 da CF. Exceções: EC 14/96; EC 25/2000e EC 29/2000).
j. Exclusividade: a lei orçamentária não conterá dispositivo estranho à previsãoda receita e à fixação da despesa (art. 168, § 8º da CF).
PROPOSTA ORÇAMENTÁRIA
O orçamento compreende quatro fases: elaboração, aprovação, execução e controle.
A elaboração da proposta orçamentária é a fase em que se estima a receita, formulam-se as políticas, os programas e estabelecem-se as prioridades. De acordo com a LeiComplementar nº 101/2000, art. 48, parágrafo único, é assegurada a participação popular,através de audiências públicas, durante o processo de elaboração (Poder Executivo) e dediscussão (Poder Legislativo) das leis orçamentárias.
O prefeito deverá aprovar os totais para as diversas repartições, ou unidades orçamentárias,tendo em vista as prioridades e os programas. Sendo a criança e o adolescente “prioridadeabsoluta”, evidentemente que o Plano do Conselho deverá merecer uma atenção monetáriaespecial.
A proposta orçamentária que o Poder Executivo encaminhará ao Poder Legislativo compor-se-á das seguintes partes.
• Mensagem: conterá uma exposição da situação econômico-financeira do município,demonstração da dívida, saldos de créditos especiais, restos a pagar e justificativada receita.
• Projeto de Lei: é a proposta da Lei Orçamentária com suas necessárias formalidades.
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• Tabelas Explicativas: devem conter a receita arrecadada nos três últimos exercícios,a receita prevista para o atual exercício e o da proposta, a despesa realizada noúltimo exercício, a despesa fixada para o atual e a despesa prevista para o daproposta. Essas tabelas têm a finalidade de oferecer melhores condições parauma análise mais objetiva da proposta.
• Programas: descrição das metas visadas, estimativa de custo, serviços a prestar,com justificativa econômica, financeira e social.
EXAME E APROVAÇÃO
A Constituição de 1988 (art. 166) prevê uma maior participação dos legislativos no quediz respeito à aprovação da Lei de Orçamento, dando a eles poderes mais amplos, podendofazer emendas, suprimindo e/ou alterando, sob certas condições.
Destaca-se que as emendas ao projeto de lei do orçamento anual, ou aos projetos que omodifiquem, somente podem ser aprovadas caso:
• sejam compatíveis com o plano plurianual e com a Lei de Diretrizes Orçamentárias;
• indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulaçõesde despesas, excluídas as que incidem sobre: a) dotações para pessoal e seusencargos; b) serviço da dívida.
O Conselho deverá acompanhar a votação do projeto de lei para que seu Plano de Aplicaçãonão sofra cortes e, se a dotação enviada pelo Poder Executivo for considerada baixa,deverá apresentar alguma emenda através do relator ou de algum vereador, fazendo asgestões necessárias para que a mesma seja aceita pelos demais vereadores. É o papelpolítico do Conselho.
Após a aprovação pela Câmara de Vereadores, a Lei Orçamentária é promulgada peloprefeito e publicada até o dia 31 de dezembro do exercício anterior.
EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA
Execução Orçamentária de Despesa compreende o conjunto de atividades desenvolvidaspelo poder executivo visando à adequada utilização das dotações consignadas noOrçamento, nos limites fixados para o exercício financeiro. É a fase em que se arrecadaa receita e se cumprem os planos de trabalho. O prefeito, imediatamente após apromulgação da lei de orçamento e com base nos limites nela fixados, aprovará umquadro de quotas mensais da despesa que cada unidade orçamentária fica autorizada autilizar (lei 4.320, art. 47).
A fixação das quotas atenderá ao objetivo de assegurar às unidades orçamentárias, emtempo útil, a soma de recursos necessários e suficientes à melhor execução do seuprograma anual de trabalho. É de fundamental importância que o Conselho procure teresse quadro de quotas referente à sua dotação, que sempre deve estar consignada noFundo, para evitar o atraso na liberação de seus recursos. É o cronograma de desembolso.A distribuição das cotas orçamentárias é o coração do funcionamento da AdministraçãoMunicipal.
A Lei Complementar 101/2000 (art. 8º) estabeleceu que o Poder Executivo deverá, 30dias após a publicação da lei orçamentária, estabelecer a programação financeira e ocronograma de execução mensal de desembolso, nos termos em que dispuser a LDO. Osrecursos vinculados a finalidade específica (fundos) deverão ser usados somente para ofim do objeto da vinculação, ainda que em outro exercício que não aquele em que ocorreuo ingresso (parágrafo único do art. 8º). Portanto, o saldo financeiro desses recursos
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vinculados poderá ser utilizado em outros exercícios futuros, bastando, para tanto, queseja fixado na dotação orçamentária do orçamento respectivo. Portanto, o saldo positivodo Fundo apurado será transferido para o exercício seguinte a crédito do mesmo Fundo(Lei 4.320. art. 73).
A lei 8.666/93 define os procedimentos legais para aquisição de mercadorias ou contrataçãode serviços, como também as normas para a licitação e se aplica à União, aos estados,aos municípios e ao Distrito Federal. Em alguns casos, a lei dispensa ou determina queela é inexigível, em razão, principalmente, da impossibilidade de competição. A licitaçãoé uma fase que antecede o empenhamento da despesa e que tem por objetivo verificar,entre vários fornecedores, aquele que oferece condições mais vantajosas para aadministração. Existem várias modalidades de licitação: concorrência, tomada de preços,convite, concurso e leilão. E o empenho é o ato da autoridade competente que cria, parao Estado, a obrigação de pagamento (lei 4.320, art. 58).
É oportuno que o Conselho também solicite ao administrador do Fundo um relatóriomensal ou trimestral da execução financeira. Dessa forma, poderá avaliarpermanentemente a realização ou não do Plano de Aplicação.
Segundo a Constituição (art. 165, parágrafo 3º), a cada dois meses o prefeito é obrigadoa publicar relatório resumido de execução orçamentária e colocar à disposição doscontribuintes anualmente (art. 31, parágrafo 3º), durante sessenta dias (abril e maio),toda a documentação do ano anterior referente a receitas e despesas. A LC 101/2000avançou, estabelecendo que o Poder Executivo coloque as contas à disposição, durantetodo o exercício, para que os cidadãos e instituições da sociedade possam consultá-las.
Independente disso, qualquer cidadão poderá requerer ao prefeito essas informações,pois são de interesse geral e não fornecê-las é considerado crime de responsabilidade(CF, art. 5, XXXIII). A Lei Federal nº 10.028/2000 enquadra como infração administrativae pune com multa de 30% do vencimento anual, conforme disposto no art. 5º, a falta dedivulgação e o não-envio, ao Poder Legislativo e ao Tribunal de Contas, do relatório dagestão fiscal.
CRÉDITOS ADICIONAIS
Constituem créditos adicionais as autorizações de despesas não computadas ouinsuficientemente dotadas na Lei do Orçamento. É de fundamental importância que oConselho conheça seus mecanismos para poder fazer uso desse meio, a fim de obter ouaumentar os recursos do Fundo.
Classificam-se em:
Créditos Suplementares
Quando as dotações orçamentárias são insuficientes, a lei autoriza a abertura de créditossuplementares.
São autorizados por lei e abertos por decreto. Em alguns casos, o Executivo tem poderespara abrir créditos suplementares através de decreto, sem ouvir o Poder Legislativo, umavez que a competente autorização já lhe é conferida na própria lei do Orçamento. Talautorização na Lei Orçamentária é dada até determinada importância, o que usualmentese faz em termos percentuais.
Esses créditos dependem da existência de recursos e sempre são precedidos de exposiçãojustificativa. É vedado o uso de créditos adicionais de caráter geral com recursos vinculados,a não ser para atender o objeto da vinculação (LC 101/2000, art. 8º ).
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Créditos Especiais
São aqueles que se destinam a atender despesas para as quais não haja dotaçãoorçamentária especifica, criando-se, dessa forma, novo programa para atender objetivosnão previstos no Orçamento.
Os créditos especiais, por se referirem a despesas novas, serão sempre autorizados porlei e abertos por decretos. Também dependem da existência de recursos e sua solicitaçãodeve ser precedida de exposição justificada.
Créditos Extraordinários
São aqueles que se destinam a atender despesas urgentes, como uma calamidade pública.Não comportam autorização legislativa prévia. Independem da existência de recursos.
Os recursos dos créditos suplementares e especiais podem ser do superávit financeiro,da anulação de dotações ou de operações de crédito.
Quando os créditos especiais e extraordinários forem promulgados nos últimos quatromeses do exercício, e desde que abertos, poderão ser reabertos no exercício seguinte,nos limites de seu saldo.
Reserva de contingência é a dotação global, cujos recursos serão utilizados para a aberturade créditos adicionais, conforme estiver disciplinado na Lei de Diretrizes Orçamentárias.
A suplementação é um instrumento legal para reforçar as dotações orçamentárias.Entretanto, uma margem expressiva de suplementação pode contribuir para desvirtuarcompletamente o orçamento, fazendo acontecer o que, antes, não havia sido previsto.
CONTROLE E FISCALIZAÇÃO
A fiscalização orçamentária será exercida, segundo a legislação, mediante o controleinterno do Poder Executivo Municipal e controle externo da Câmara Municipal e do Tribunalde Contas. Além do controle desses organismos, o Conselho e as entidades representativasda sociedade civil devem exercer o controle social da execução orçamentária.
De dois em dois meses, o prefeito é obrigado a publicar relatório resumido da execuçãoorçamentária e, anualmente, toda a documentação do ano anterior referente a receitas edespesas.
O Chefe do Executivo também deverá, até o final dos meses de maio, setembro e fevereiro,demonstrar e avaliar o cumprimento das metas fiscais de cada quadrimestre, através deaudiência pública (LC 101/2000, art. 99, § 49). É obrigatório o registro próprio dosrecursos vinculados (fundos), de modo que a disponibilidade de caixa, a receita e adespesa fiquem identificadas de forma individualizada (LC 101/2000, inciso I, art. 50).
Mas o controle social não visa apenas a analisar documentos, mas a verificar de fatocomo os recursos são aplicados e quais são os reais beneficiados. Visa não apenas àlegalidade dos atos, mas à sua legitimidade e economicidade, à eficácia da aplicação dosrecursos, ou seja, verificar se as prioridades estabelecidas foram cumpridas, se osresultados dos recursos aplicados compensaram os custos, se foram utilizados os melhoresmeios e métodos, tendo em vista atingir os objetivos e metas. Trata-se do controle socialde gestão.
O controle social de gestão é a democracia participativa no campo das finanças públicasgarantida na Constituição. “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de
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representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.” (art. 19, parágrafoúnico)
Fonte: Orçamento e Fundo – Maurício Vian, José Carlos Garcia de Melo, Carlos Boeira –Publicação: Ministério da Justiça / Secretaria de Estado dos Direitos Humanos /Departamento da Criança e do Adolescente – 2002.
CAPTAÇÃO DE RECURSOS
Captar recursos é, antes de mais nada, vender uma idéia. Assim sendo, o importante aser considerado é como vender essa idéia. Embora nosso desejo seja encontrar umafórmula mágica para tanto, o que existe, e sempre vai existir, é uma mistura equilibradade preparação, habilidade, bom senso e, por que não, sorte.
Atualmente, a grande fonte de recursos para projetos é a iniciativa privada. Fundosinternacionais estão cada vez mais escassos e os governamentais, além de escassos,bastante burocratizados. De qualquer maneira, até mesmo os organismos internacionaise governamentais exigem, cada vez mais, uma melhor preparação para a captação derecursos. O ideal seria que a instituição/conselhos tivesse como objetivo a obtenção derecursos institucionais, e não apenas para projetos, pois, assim, conseguiria sua auto-sustentação.
Quando vamos vender uma idéia – um projeto –, a primeira coisa que vendemos somosnós mesmos, depois a nossa instituição e, por fim, a idéia. Então, antes de partir embusca de recursos, precisamos nos preparar, preparar a nossa instituição e a idéia a serapresentada.
Improvisar é ótimo em situações de emergências, mas no dia-a-dia reflete apenas anossa incapacidade gerencial. Desenvolvemos, no País, uma cultura voltada para apagarincêndios sem levar em consideração o prejuízo que isso representa. Quem apaga incêndioé bombeiro. E quem vive apagando incêndio não controla a sua instituição ou o seuprojeto, ao contrário, é controlado por eles.
Necessitamos gerar uma nova cultura: ser gerentes. E gerentes planejam. Assim sendo,nossa primeira palavra-chave é PLANEJAMENTO. Planejar é responder basicamente atrês perguntas:
• Onde estou?
• Aonde eu quero chegar?
• Como chegar lá?
É bom lembrar que, enquanto gerenciar é uma atividade solitária, PLANEJAR é umaatividade coletiva. Portanto, é importante planejar junto com as pessoas que serãoenvolvidas na ação. Bom senso é fundamental na hora de definir quem serão essaspessoas.
A segunda palavra-chave é CREDIBILIDADE. Credibilidade significa: (a) profissionaisqualificados exercendo funções para as quais estão capacitados; (b) experiênciasinstitucionais bem-sucedidas; e (c) reconhecimento público. A credibilidade é fundamentalna busca por recursos. Logo, enquanto mais a tivermos, menos difícil será consegui-los.
A terceira palavra-chave é EFICIÊNCIA. Entende-se por eficiência não apenas atingir osobjetivos, nas atingi-los no prazo e com o orçamento determinado. Assim, a eficiência
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pode ser medida pela relação custo-benefício, isto é, a relação entre o meu objetivo/meta e o custo/ prazo utilizado para atingi-lo.
INSTITUIÇÃO
Uma instituição dever ter claro qual a sua missão, qual sua situação atual, aonde quer epode chegar, além de saber o como e o quando pretende chegar lá. Todos esses itensprecisam ser considerados e avaliados realisticamente. Como uma instituição não é maisnem menos que as pessoas que lá trabalham, é fundamental que as respostas a essasquestões estejam claras para todos os seus membros.
A credibilidade está muito ligada às experiências de sucesso e ao conhecimento públicoda instituição. Não é suficiente realizar um bom trabalho, é fundamental que os outrossaibam que nós realizamos este bom trabalho. Por isso é muito importante que asinstituições tenham a assessoria de profissionais de imprensa e marketing, para que adivulgação de seu trabalho seja feita de uma forma profissional.
Uma instituição será tanto mais eficiente quanto mais equilibrada e funcional for suaestrutura organizacional e quanto mais capacitados estiverem seus membros, para oexercício de suas funções. É bastante comum que as instituições iniciem seus trabalhoscom técnicos altamente qualificados.
Ocorre freqüentemente que, com o crescimento do sucesso da instituição, ela mesmatenha que crescer e, assim, responder a outras demandas internas. Nesse contexto,alguns dos técnicos acabam por deixar sua função (de técnico) e passam a exercer umagerência. Quase sempre, esse profissional, altamente qualificado para sua função deorigem, não foi capacitado para ser gerente. Conclusão, além de gerenciar de maneiradeficiente, permanece interferindo no trabalho de seus técnicos. Para evitar que issoocorra é, então, fundamental a profissionalização e a capacitação adequada dos gerentese uma definição clara das funções técnicas e gerenciais dentro das instituições, para quepermaneçam bem-sucedidas.
PESSOAL
Um profissional deve ter claro qual a sua função e a de seus colegas dentro da instituição.Ele deve conhecer as normas e procedimentos da instituição e respeitá-los. É igualmenteimportante que conheça suas limitações e procure se capacitar sempre.
Quando tratamos de um projeto, outros aspectos devem ser considerados. É bastantecomum acharmos que o autor da idéia é a melhor pessoa para vendê-la, mas poucasvezes isso se mostra verdadeiro. O fato de um profissional ter excelência em sua áreanão quer dizer que ele seja, necessariamente, bom em outras. Sem profissionalismo, édifícil crescer. Uma instituição precisa, além de profissionais de sua atividade fim, outrosmembros, também profissionais, nas áreas de apoio, tais como: administração, financeira,empresa, marketing e captação de recursos, dentre outras.
VENDER UMA IDÉIA
Vender uma idéia é muito mais do que conseguir recursos, é conquistar um parceiro. Éno objetivo de conquistar um parceiro que devemos concentrar nossos esforços. Negociarnão é levar vantagem, mas desenvolver uma proposta onde todos ganhem. Queremosum parceiro para muitas idéias e não para apenas uma.
O problema mais comum com o qual nos deparamos no que se refere à venda de umprojeto é causado por nossa formação cultural. Temos por hábito vender miséria. Ninguémestá interessado em comprar miséria ou ser parceiro dela. Qualquer eventual parceiroestará interessado em fazer parte de algo que dará certo. Por isso, o que se vende é o
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sucesso. Não é o caso de pedirmos um “dinheirinho”, ao invés disso, estamos propondoum investimento em uma idéia. Quem mendiga consegue, quando consegue, um trocado.
A idéia de se colocar um projeto embaixo do braço e sair batendo de porta em porta estásendo substituída por uma atitude mais profissional. É preciso dar à idéia o mesmotratamento que as empresas dão aos seus produtos. Dessa forma, as pesquisas de mercadotornam-se fundamentais para a captação de recursos. Necessitamos determinar, então:
• o que vender,
• para quem vender; e
• quando vender.
É preciso vender a idéia certa, para a pessoa certa, na hora certa e tudo isso feito pelapessoa certa.
• O que vender?
Nossa preocupação deve ser em apresentar uma idéia – chamamos de projeto –consistente. É preciso que ela tenha início, meio e fim, além de procedimentos deacompanhamento e formas de verificação, bem como indicadores de resultado.
• Para quem vender?
Faz-se necessário pesquisar qual será o mercado. A quem interessaria o projeto, a qualtipo de empresa, seus interesses e motivações, em que tipos de projeto já investiu. Mas,acima de tudo, deve-se visualizar, com clareza, que retorno o investidor terá.
• Quando vender?
Precisamos saber qual a situação da empresa; se está pensando em expandir, se temdívidas na praça, se está contratando ou demitindo, enfim, determinar se este é o momentoadequado para apresentar- lhe o projeto.
O CAPTADOR DE RECURSOS
Nem todos nós nascemos para vender, mas, com a devida preparação, quase todos nóspodemos fazê-lo. Esta preparação inclui:
1. lembrar que, antes de vender o projeto, nós vamos vender nossa imagem,a imagem da instituição que representamos e , por fim, o projeto;
2. conhecer profundamente o projeto que estamos apresentando;
3. uma atitude adequada é tão fundamental quanto a roupa e a linguagemadequada. Para isso, devemos ter em mente que não vamos pedir um“dinheirinho”, mas propor um investimento;
4. devemos praticar, ensaiando com alguém que não conhece o projeto, atéestarmos seguros e confiantes. Devemos ser breves, deixando tempo paraperguntas e ouvir as opiniões do possível investidor, sem nunca descartá-las.
Em síntese, planejamento é a alma do sucesso, vender é conquistar parceiros e o que sevende é o sucesso.
Fonte: Documento Básico do Curso de Captação de Recursos Ricardo de Souza Falcão -consultor de Planejamento e Captação de Recursos.
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ROTEIRO PARA CAPTAÇÃO DE RECURSOS
Planejamento, preparação e execução.
• Criação do Comitê de Captação de Recursos ou Comitê de Desenvolvimento.
• Estruturação da campanha:
o pessoal disponível;
o recursos necessários;
o orçamento dos projetos;
o gastos com a captação;
o material de campanha.
• Definir as fontes de financiamento que deseja captar.
• Marcar entrevista com algumas fontes selecionadas.
• Pesquisar e listar doadores potenciais.
• Definir claramente os papéis e responsabilidades dos envolvidos.
• Treinar os profissionais da captação.
• Desenvolver processos de agradecimentos e reconhecimentos aos doadores.
• Manter os doadores informados sobre o andamento dos projetos.
• Prestar contas das doações recebidas.
• Procurar manter a fidelização dos doadores.
• Criar indicadores de sucesso para avaliar sua captação.
Instrumentos:
• mala direta;
• telemarketing;
• campanhas.
Fonte: Documento Básico do Curso de Captação de Recursos Ricardo de Souza Falcão –Consultor de Planejamento e Captação de Recursos.
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FONTES DE FINANCIAMENTO
A apresentação dos Quadros Comparativos tem por finalidade facilitar a análise dasdiversas fontes de financiamento, levantando suas vantagens, desvantagens, desafios,dicas e sugestões, tornando, assim, mais simples a definição de sua instituição quantoàs fontes (parceiros) que poderá buscar. O quadro vazio poderá ajudá-lo na priorizaçãodessas fontes.
É importante não esquecer a recomendação de Célia Cruz e Rodrigo Alvarez no Curso deCaptação de Recursos promovido pela ASHOKA: “Uma organização nunca deve dependerem mais de 30% do seu orçamento de um único financiador, exceto no caso de aporte dopoder público. A dependência de um número reduzido de financiadores poderia ameaçara viabilidade de sua organização, caso o doador resolva, de repente, parar a doação”.
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57
ESTATUTO DOS DIREITOS DO DOADOR
A filantropia baseia-se numa ação voluntária para o bem comum. A tradição de dar ecompartilhar é primordial para a qualidade de vida. Para assegurar que a filantropiamereça o respeito e a confiança do público em geral e que os doadores tenham plenaconfiança nas organizações sem fins lucrativos e nas causas que eles são chamados aapoiar, declaramos que todos os doadores têm os seguintes direitos.
I. Ser informado sobre a missão da organização, sobre como a organizaçãopretende usar os recursos doados e sobre sua capacidade de usar as doaçõesefetivamente para o objetivo pretendido.
II. Ser informado sobre a identidade daqueles que pertencem ao conselhodiretor da organização e esperar que esse conselho exerça julgamentoprudente nas suas atividades administrativas.
III. Receber agradecimento e reconhecimento adequados.
IV. Ter acesso à mais recente demonstração financeira da organização.
V. Ter assegurado que as doações serão usadas para os propósitos para osquais foram feitas.
VI. Ter assegurado que a informação sobre a doação será tratada com respeitoe confidencialidade.
VII. Esperar que todos os relacionamentos com indivíduos que representamas organizações de interesse para o doador serão de natureza profissional.
VIII. Ser informado se aqueles que pedem doações são voluntários, empregadosda organização ou solicitantes contratados.
IX. Possuir a oportunidade de ter seu nome retirado das relações de endereçosque uma organização possa pretender compartilhar com outra.
X. Sentir-se livre para questionar quando estiver fazendo uma doação e receberrespostas prontas, francas e verdadeiras.
61
COMPROMISSO E RESPONSABILIDADE NOPLANEJAMENTO PÚBLICO
Um dos principais instrumentos para a implementação da política pública é a garantia derecurso no orçamento e disponibilidade financeira.
O governo, seja federal, estadual ou municipal, faz o seu planejamento seguindo a LeiFederal 4.320/64, que institui normas gerais de direito financeiro para elaboração econtrole dos orçamentos e balanços da união, dos estados, dos municípios e do DistritoFederal.
Cada esfera do poder público deve fazer o seu planejamento, dispondo de maneira técnicao orçamento. No orçamento, cabem todas as receitas e despesas que o governo iráreceber durante um determinado período.
PLANO PLURIANUAL E DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS
A Constituição de 1988 (art. 165) alterou a sistemática orçamentária, introduzindo doisnovos instrumentos do planejamento, a serem elaborados pelos governos municipais:Plano Plurianual (PPA) e Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).
O Plano Plurianual, com vigência de quatro anos, contém basicamente as diretrizes,objetivos e metas da administração pública municipal para as despesas de capital eoutras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada. Cadaprefeito eleito deve elaborá-lo no seu primeiro ano de governo e, depois de aprovadopela Câmara Municipal, terá vigência nos três anos seguintes da sua gestão e no primeiroano da gestão que se seguir. Desse plano é que saem as metas para cada ano de gestão.Deve-se notar, entretanto, que o plano não é, por si mesmo, executável. Ele prevê osinvestimentos necessários ao desenvolvimento do município num determinado período,a partir de um diagnóstico global. A execução desses investimentos fica na dependênciade sua inclusão na Lei de Diretrizes Orçamentárias e no orçamento anual.
Os investimentos e os programas permanentes do Plano de Ação do Conselho devemintegrar o PPA. Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiropoderá ser iniciado sem sua prévia inclusão no PPA ou em lei especial que o inclua.
As Diretrizes Orçamentárias têm vigência anual, definindo as metas e prioridadesgovernamentais, incluindo as despesas de capital para o exercício subseqüente, a partirdo que foi estabelecido no PPA. Define também as regras sobre mudanças nas leis deimpostos, finanças, pessoal, limitação de empenho, reserva de contingência, despesasirrelevantes, além de estabelecer orientações de como elaborar o orçamento anual.Integrará também o projeto da LDO o Anexo de Metas Fiscais e o Anexo de Riscos Fiscais(LC 101/2000). As diretrizes e metas do Plano do Conselho devem integrar a LDO. Cadalei orçamentária (PPA, LDO e LOA) tem prazo para ser elaborada. Portanto, é precisoestar de olho nos prazos, os quais são fixados nas leis orgânicas municipais. Quando aLei Orgânica ou Constituição Estadual for omissa em relação a essa matéria, devem serobservados os prazos estabelecidos pela CF para a União.
Para a União, os prazos foram fixados pelos Atos das Disposições ConstitucionaisTransitórias da Constituição Federal (art. 35).
62
PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS
São princípios, previstos em lei, que visam a garantir as características de utilidade,eficácia, confiabilidade e transparência orçamentária.
a. Anualidade: período anual.
b. Unidade: unidade de política, de objetivos, de conta (existe somente umalei orçamentária).
c. Universalidade: despesas e receitas de todos os Poderes, de seus órgãos eFundos.
d. Legalidade: respeito à legislação (constitucional e infraconstitucional).
e. Inteligibilidade: fácil compreensão e fácil controle.
f. Sinceridade: não superestimar os recursos ou subavaliar os gastos.
g. Publicidade: publicação (a lei vige após sua publicação).
h. Transparência: participação popular nas fases de elaboração e discussãodas leis orçamentárias.
i. Não afetação da receita: proibição da vinculação da receita de impostos aórgãos, fundos (inciso IV, art. 167 da CF. Exceções: EC 14/96; EC 25/2000e EC 29/2000).
j. Exclusividade: a lei orçamentária não conterá dispositivo estranho à previsãoda receita e à fixação da despesa (art. 168, § 8º da CF).
Com essas considerações, lembramos que todos os programas executados pelos órgãosgovernamentais devem constar do orçamento. Verifica-se a importância da sua discussãopor parte dos envolvidos com a promoção e defesa dos direitos da criança e do adolescente.Três são os momentos ou etapas mais importantes na discussão do orçamento público,momentos estes em que é de fundamental importância a discussão de políticas públicas.No caso da política de atenção aos direitos da criança e do adolescente, pode-se dizerque aumenta uma etapa, dada a necessidade de elaboração, por parte do conselho dedireitos, do plano de aplicação dos recursos do fundo dos direitos. Vejamos cada umdeles:
63
2- LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS - LDO
Época de elaboração Primeiro semestre de cada ano.
O que deve conter Objetivos e metas, especificando as prioridades.
Responsável
O setor de Planejamento e outros técnicos do governo.
A Lei de Diretrizes Orçamentárias deve ser aprovada pelo Congresso Nacional, em se tratando da União, pela Assembléia Legislativa, se for do Estado e pela Câmara de Vereadores, se se tratar do município.
Participantes Deve envolver os órgãos de governo e a sociedade.
1- PLANO PLURIANUAL DE AÇÃO GOVERNAMENTAL - PPA OU PPAG
Época de elaboração
Primeiro ano do mandato do prefeito, do governador ou do Presidente da República. Vigorará por quatro anos, nos três últimos anos do mandato do governante que o elaborou e no primeiro ano do mandato seguinte.
O que deve conter
O Plano Plurianual, como o próprio nome já diz, é um planejamento a médio prazo e traz as linhas gerais e áreas de atuação do governo. Na verdade o PPA ou PPAG demonstra claramente as intenções do governo, o seu perfil, etc.
Responsável pela elaboração
O responsável deve ser o órgão que elabora o planejamento no município, no estado ou na União, juntamente com os demais órgãos técnicos e de execução. Normalmente, fica a cargo das Secretarias ou do Ministério do Planejamento.
O Plano Plurianual deve ser aprovado pelo Congresso Nacional, em se tratando da União, pela Assembléia Legislativa, se for do Estado, e pela Câmara de Vereadores, se se tratar do município.
64
3- ORÇAMENTO ANUAL - LOA
Época de elaboração
Segundo semestre da cada ano.
O que deve conter A aplicação dos recursos pelas áreas de atuação do governo para o período de um ano.
Responsável
O setor de planejamento e demais órgãos do governo.
O orçamento anual deve ser aprovado pelo Congresso Nacional, em se tratando da União, pela Assembléia Legislativa, se for do Estado e pela Câmara de Vereadores, se se tratar do município.
Participantes
Deve ter a maior participação possível da sociedade. Esta, por sua vez, deve se organizar por setores para facilitar a discussão dos assuntos e os recursos. Alguns municípios e estados têm propostas de participação dos diversos setores da sociedade no processo de elaboração do orçamento, quando, em alguns casos, são chamados de Orçamento Participativo.
O Orçamento Participativo, normalmente é dividido em duas áreas específicas, para facilitar a participação da população em geral. Uma que discute e delibera sobre a realização de obras e a outra que discute e delibera sobre políticas públicas.
Cada município ou estado discute previamente o processo, deixando claros os critérios de participação.
Um dos participantes da elaboração do orçamento público, destacado pela Lei Federal 8.069/90, em seu artigo 136, inciso IX, é o Conselho Tutelar. Não é uma faculdade, mas, sim, uma atribuição. O conselho tutelar é o órgão que está conhecendo os direitos ameaçados ou violados e as necessidades de crianças, adolescentes e seus familiares. A análise sistemática do trabalho do conselho tutelar é que permitirá saber onde há lacunas no atendimento e quais programas necessitam ser criados ou ampliados na política de atendimento.
4- PLANO DE APLICAÇÃO DOS RECURSOS DO FUNDO DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Época da elaboração
O Plano de Aplicação de recursos do fundo deve ser elaborado antes de consolidado o orçamento do município, do Estado ou da União. Isso porque deve ser enviado ao chefe do executivo para que este inclua no orçamento, que, como já foi dito, é global.
O que deve conter Distribuição dos recursos por área prioritária, atendendo às diretrizes da política definida no Plano de Ação.
Responsável Conselho de Direitos da Criança e do Adolescente e técnicos do governo.
Participantes O Conselho de Direitos deve possibilitar a participação ampla na elaboração do Plano de Aplicação.
65
Antes da elaboração da LDO, o Conselho de Direitos deve já ter preparado o plano deação para a política de direitos da criança e do adolescente para encaminhar ao prefeito,ao governador ou ao Presidente da República, para ser considerado quando da elaboraçãodas diretrizes do orçamento. Cada município, Estado e a União estabelecem, em leispróprias, a época mais precisa para cada um dos procedimentos acima. Cabe aos Conselhosconhecerem a legislação local sobre o planejamento público.
Fontes: Operando o Sistema de Garantias dos Direitos da Criança e do Adolescente -Publicação do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente em parceriacom a Frente de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, AMEPPE - Textos:Gláucia Barros Sander - James Pinheiro.
Orçamento e Fundo – Maurício Vian, José Carlos Garcia de Melo, Carlos Boeira – Publicação:Ministério da Justiça/Secretaria de Estado dos Direitos Humanos/Departamento da Criançae do Adolescente – 2002.
O DIAGNÓSTICO COMO FORMA DE CONHECER AREALIDADE DO MUNICÍPIO
Constitui-se um levantamento completo da situação da criança e do adolescente,identificando seus principais problemas e o tipo de assistência a eles dispensada nomunicípio. Deve ser feito obedecendo a etapas diferentes, níveis diversificados e recorrendoa fontes variadas.
Por que é importante o diagnóstico?
• Porque permite planejar uma ação de acordo com as necessidades e prioridades.
• Porque evita ações improvisadas e inconseqüentes.
• Porque evita ações paralelas que geram desperdício de recursos.
Que etapas são necessárias?
• Levantamento das informações.
• Ordenação e análise dos dados coletados.
• Elaboração e divulgação do Relatório Final.
Se estamos preocupados em desenhar uma política de atendimento que contemple osdireitos da criança e do adolescente no município, é importante ter uma visão bemampla da situação, abrangendo o conhecimento das necessidades específicas dessapopulação e da forma como está sendo atendida no momento. Além disso, é importanteenxergar esse quadro dentro do panorama mais amplo da realidade econômica e socialdo município.
É, sem dúvida, o diagnóstico, o instrumento mais indicado para conhecer a realidade eas necessidades de uma comunidade.
Ao fazer um diagnóstico da situação da criança e do adolescente no município, é possívelperceber o que precisa ser feito, o que já está sendo feito, o que é mais urgente fazer,onde aplicar melhor os recursos.
66
O diagnóstico é como uma “radiografia” da realidade e constitui um pré-requisito necessáriopara que as ações alcancem bons resultados. Essa radiografia deve ser feita com oenvolvimento e a participação da população e da sociedade civil organizada.
A descrição da situação deverá conter, de forma resumida e clara, um histórico domunicípio, o espaço geográfico, o sistema demográfico, o sistema econômico, bem comoos demais sistemas disponíveis que tratam da saúde, habitação, educação, cultura elazer, do saneamento, transporte, trabalho, emprego e renda.
A coleta das informações deve ser feita em fontes variadas, envolvendo não somenteserviços e departamentos do município, representações regionais das Secretarias Estaduaise serviços federais, mas, também, em entidades não-governamentais, bibliotecas,institutos de pesquisa, como o IBGE e o IPEA, e universidades da região. O depoimentode usuários e da população retrata outra face dos problemas e do atendimento oferecido,bem como da história do município e de sua população, que é imprescindível na elaboraçãode um Plano.
Através desse diagnóstico ou análise, o objetivo é obter uma visão dos principais problemasa serem enfrentados, tanto em termos de cobertura (atendimento ou não atendimento)quanto no que diz respeito à eficácia das ações a serem desenvolvidas em favor dapopulação infanto-juvenil.
Para elaborar essa radiografia, é preciso definir inicialmente quais são as informaçõesfundamentais de que precisamos, quem vai coletá-las, onde vão ser procuradas, queprocedimentos serão utilizados para obtê-las e como vão ser reunidas, organizadas edivulgadas.
O registro pode assumir várias formas, desde a confecção de cartazes, registrando osdados, até a elaboração de um relatório mais completo.
Os resultados do diagnóstico devem ser abertos à participação de todas as forças vivasda sociedade local. Nessa etapa, discussões em pequenos grupos, mesas redondas, debatese seminários são bastante indicados.
A análise da situação da população infanto-juvenil local é a base para tomada de decisões,para a elaboração do Plano de Trabalho do CMDCA, quanto às ações que serãodesenvolvidas; entretanto, é importante que seja acompanhada de muita reflexão e doregistro da situação física e econômica do município como um todo.
Fonte: Guia de Ações Complementares à Escola para Criança e Adolescente –Publicação: CENPEC/UNICEF.
PLANEJAMENTO
O que é planejar?
Planejar é um processo contínuo, de mobilização, articulação, negociação, que permitedefinir objetivos, metas e meios para atingi-los, em um dado tempo e espaço.
Planejamento é o principal processo sob responsabilidade de um gestor. Ele pressupõecontinuidade, dinamicidade e permite a organização de serviços, o ordenamento de açõese, em conseqüência, a revisão e avaliação contínua do que está sendo feito, para, a partirdaí, proceder às mudanças de percurso decorrentes de avanços ou dificuldades.
Como se dá o processo de planejamento?
O processo de planejamento começa sempre pelo nível estratégico, isto é, começa semprea partir do levantamento das demandas atuais e previsíveis.
67
Só depois dessa definição estratégica é que se chega ao nível operacional de definiçãodas ações que permitam uma melhor implementação dos serviços, programas e projetos,de acordo com os novos paradigmas.
Todo processo de planejamento deve contemplar basicamente quatro etapas ordenadasao longo do tempo:
• a elaboração do Plano;
• a execução das ações;
• o acompanhamento; e
• a avaliação.
A avaliação inicia um novo processo de planejamento, e assim por diante.
O que deve conter o plano decorrente do planejamento?
O plano ou a programação decorrente do planejamento deve conter objetivos, metas,estratégias e atividades que devem ser desenvolvidas para solucionar os problemaslevantados no diagnóstico, levando em conta as diretrizes estabelecidas.
Deve, além disso, explicitar os recursos orçamentários e financeiros em termos, porexemplo, do percentual do orçamento municipal e aqueles oriundos das esferas federal eestadual e de outras fontes, assim como estabelecer os prazos para a execução dasações.
O que é um Plano de Ação do CMDCA?
Um Plano de Ação do CMDCA é importante instrumento para o exercício da função gestorados conselhos em todas as esferas de governo. Um Plano é um documento que dávisibilidade às responsabilidades do Conselho, devendo, por isso mesmo, ser claro epreciso.
Ao formular e executar um Plano de Ação do CMDCA, o conselho vai deixar de improvisarna área; vai deixar de atuar somente de forma emergencial e pontual.
O Plano de Ação do CMDCA é um instrumento estratégico de gestão pública e democrática,visando a consolidar a política pública de atendimento à criança e ao adolescente, e nãoum fim em si mesmo.
O Plano de Ação do CMDCA sinaliza o estabelecimento de novas relações entre o Governoe a sociedade civil, fundamentadas nas demandas sociais por meio de mecanismos esistemas de participação das organizações sociais, comunitárias e populares, tanto naformulação de programas e propostas de ação como na sua execução.
Como deve ser elaborado um Plano de Ação?
Deve ser elaborado segundo as diretrizes da Política de Atendimento da Criança e doAdolescente - ECA. Em cada esfera de governo - federal, estadual e municipal - deveexistir um Plano de Ação.
O processo de elaboração deve ocorrer a partir dos indicadores da realidade social e devetambém ser dinâmico e capaz de permitir a revisão periódica de objetivos, prioridades eestratégias, seja em função de avanços registrados, seja em decorrência de obstáculosque, eventualmente, vão sendo defrontados.
68
A elaboração do Plano de Ação representa a possibilidade de conduzir um vasto leque denegociações e interlocuções intra e intergovernamentais, em face das diferentes definições,prioridades e propostas dos setores sociais envolvidos na sua formulação.
Quem deve participar da elaboração do Plano de Ação?
A participação de diversos atores na elaboração do Plano é fundamental. Um Plano deAção, para ser um instrumento efetivo de transformação social, deve ser pensado eelaborado coletivamente, ou seja quanto mais democrático e participativo for o processode construção do Plano, mais coesão e apoio somará na sua execução.
Obs.: é preciso evitar que o Plano seja feito em gabinete, a portas fechadas, ou querepresente a idéia de um consultor, ou de uma pessoa, ou que sirva, apenas, para cumpriruma exigência formal do processo de habilitação, para receber recursos.
Quais os componentes básicos de um Plano de Ação do CMDCA?
O documento resultante do processo de planejamento, ou seja, o Plano, deve conter, nomínimo, os seguintes componentes:
• apresentação;
• caracterização (diagnóstico) do município ou da área abrangida pelo Plano;
• objetivos do Plano;
• prioridades e estratégias;
• recursos humanos, materiais e financeiros;
• avaliação.
Esses componentes, conforme já referido, constituem o básico. Um Plano pode contermais elementos, como, por exemplo, os prazos de execução e os responsáveis diretospor cada uma das ações, sejam eles gestores ou parceiros.
O que deve conter a apresentação no documento do Plano?
Na apresentação, devem estar explicitadas a importância do Plano para o município, esuas inter-relações e coerência.
Deve, além disso, informar sobre o conteúdo do Plano (de que trata? quais são os seusenfoques?) e fazer referência ao processo de construção do Plano: a metodologia deformulação e os parceiros (atores e segmentos) que participaram da elaboração.
Na apresentação do documento, é importante fazer referência às diretrizes que norteiamo Plano, bem como aos princípios orientadores contidos nos documentos e na legislação,disponíveis em âmbito nacional, estadual e municipal, como a Constituição, o Estatutoda Criança e do Adolescente, a Lei Orgânica da Assistência Social, dentre outros.
O que deve estar contido na caracterização (diagnóstico) do município?
O planejamento tem como ponto de partida uma análise da situação do município, tambémconhecida como diagnóstico. Uma análise clara, precisa e abrangente que, certamente,vai facilitar a definição de objetivos, metas, estratégias, bem como a identificação dasnecessidades de recursos humanos, materiais e financeiros.
Essa análise deve referir-se ao conjunto, ao todo, da realidade social em que se inseremas ações que estão sendo planejadas. Por exemplo, se a tarefa é elaborar o Plano de Açãodo município, a análise deve:
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• enfocar a realidade da situação da criança e do adolescente, seus determinantese condicionantes;
• conter uma descrição dos aspectos demográficos, em termos de evoluçãopopulacional nos últimos dez anos e sua distribuição nas áreas urbana e rural, porfaixa etária e por sexo;
• considerar os aspectos econômicos e sociais como escolaridade, atividadeeconômica na área, fontes de recursos financeiros e arrecadação, saneamento,habitação, dentre outros.
Em se tratando de um Plano Municipal, o diagnóstico do município deve conter informaçõesglobais e objetivas sobre a realidade do município, onde será feita a intervenção, ouseja, onde recairá a atuação do plano.
O que detalhar sobre a questão das crianças e dos adolescentes?
As informações relacionadas à problemática das crianças e adolescentes devem especificar,dentre outros:
• o contingente populacional infanto-juvenil;
• a faixa etária e o sexo;
• demandas de atendimento familiar e educacional;
• índice de abandono, de agressões físicas, de gravidez precoce, de dependênciaquímica, de prostituição infantil;
• crianças e adolescentes na rua;
• crianças e adolescentes portadores de necessidades especiais;
• trabalho infanto-juvenil;
• sistema de atendimento;
• outros.
O que fazer quando faltar informações?
A não disponibilidade de bases de dados globais e permanentemente atualizadas nãodeve constituir impedimento para a realização do planejamento.
O Plano, inclusive, pode propor a implantação e implementação de sistema de informação,capaz de orientar e facilitar a tomada de decisões. Propõe-se também a montagem deum diagnóstico construído ao longo de um processo, no qual, a partir de uma matrizbásica, os dados são sistematicamente complementados e atualizados.
Esse processo cria o hábito da documentação, do registro, da interpretação e análise dedados, de forma a levantar indicadores de demandas, necessidades, problemas, além derelacionar e analisar o conjunto de serviços, programas e atendimentos executados.
Como os objetivos compõem o Plano de Ação?
Os objetivos, definidos em função da situação descrita no diagnóstico, ou seja, nacaracterização do município, devem explicitar as intenções e constituem marcos dereferência do Plano de Ação do CMDCA, a partir dos quais são definidas as prioridades aserem trabalhadas.
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O Plano deve especificar os objetivos geral e específicos. O objetivo geral define, deforma ampla e abrangente, o que se quer alcançar com a execução do Plano. Os objetivosespecíficos detalham o objetivo geral e determinam os produtos e resultados que serãoatingidos pelas ações a serem executadas.
Como as prioridades devem estar inseridas no Plano de Ação do CMDCA?
As prioridades são estabelecidas em função do diagnóstico e dos objetivos. No campo doatendimento à criança e ao adolescente, existe uma grande quantidade de necessidadese, dentro desse universo, é preciso fazer escolhas. As prioridades representam aquiloque os conselheiros consideram como mais urgente e passível de resolução, levando emconta, especialmente, recursos técnicos e financeiros disponíveis. Explicitam, da mesmaforma, os indicativos mais precisos para o estabelecimento das estratégias gerais a seremadotadas.
As prioridades devem ser listadas por ordem de:
• necessidade - que prioridades vão atender as necessidades mais urgentes?
• viabilidade - é uma prioridade possível de ser executada?
• potencial estratégico - é uma prioridade capaz de causar impacto na situação?
O que representam as metas para o Plano de Ação?
Definir metas é quantificar e aprazar os objetivos e as prioridades.
A previsão de metas do Plano de Ação do CMDCA deve considerar o número de criançase adolescentes que já são atendidos e a necessidade de ampliação desse atendimento,levando em conta os recursos disponíveis e aqueles que poderão ser buscados.
Ao lado do crescimento quantitativo, devem ser previstas metas relativas à capacitaçãode pessoal, tendo em vista a qualificação dos serviços, que devem ser sistemáticos eprofissionalizados.
Qual a importância dos custos para a definição de metas do Plano?
A definição de metas do Plano de Ação do CMDCA deve estar baseada em previsõesrealistas, compatibilizando os custos com os objetivos e os resultados previstos peloPlano.
A previsão de custos deve ser feita de forma transparente, para permitir o controle porparte da sociedade civil e, principalmente, dos usuários.
Como as estratégias compõem o Plano de Ação do CMDCA?
Estratégia é o caminho escolhido para atingir determinada meta. É o “como fazer”. Apóso estabelecimento dos objetivos a serem alcançados e das prioridades, é necessáriodefinir as estratégias que permitirão a consecução desses objetivos e prioridades.
As estratégias devem estar de acordo com os recursos financeiros, os equipamentosexistentes, o tempo disponível, além de considerar as metas, as metodologias e as técnicasa serem utilizadas.
É importante que a definição de estratégias seja feita no momento do planejamento, vezque na dependência do que vier a ser adotado serão delineadas as formas de gerenciamentodos recursos necessários: materiais, financeiros e humanos.
Como exemplo de estratégias para o desenvolvimento da rede de atendimento de formaarticulada, pode-se ter:
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• buscar conhecer a rede de atendimento do município;
• estimular o trabalho de forma articulada;
• criação de indicadores de qualidade das ações.
Como se dá a operacionalização do Plano de Ação do CMDCA?
O momento da operacionalização do Plano ocorre quando as propostas saem do papel,com o desenvolvimento das ações previstas.
O Plano de Ação do CMDCA deve ser encaminhado ao Executivo, antes da elaboração daLDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), para ser considerado quando da elaboração dasDiretrizes do Orçamento (Cabe aos conselhos conhecer a legislação local sobre oPlanejamento Público).
As prioridades estabelecidas pelo Conselho deverão ser transformadas em PolíticasPúblicas, visando a atender aos direitos da criança e do adolescente, conforme o diagnósticodo município.
Cabe ao Conselho encaminhar, acompanhar e fiscalizar a elaboração e execução doOrçamento Público.
Fonte: Adaptação do Texto Planejamento, Monitoramento e Avaliação – Publicação:Ministério da Previdência e Assistência Social.
AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO
O que é avaliação?
Avaliar é assinalar o valor de uma coisa - processo pelo qual estimamos o mérito ou ovalor de algo. Avaliar é uma forma de estimar, apreciar, calcular. Avaliação é um processomediante o qual se procura determinar, da maneira mais sistemática e objetiva possível,a pertinência, a eficácia, a eficiência e o impacto de planos, programas, projetos eatividades, confrontando-os com objetivos e metas previamente definidos.
Um dos objetivos da avaliação de programas sociais é aprimorar sua capacidade deoferecer adequada atenção aos cidadãos; assim, a avaliação é parte essencial daformulação e implementação dos programas sociais, contribuindo para seuaperfeiçoamento.
Por que é importante avaliar?
A avaliação é fundamental para dar transparência às ações públicas, democratizar oEstado e a Sociedade Civil. A avaliação permite conhecer as políticas e compreender oEstado em ação. A avaliação é fundamental para melhorar as políticas públicas e é uminstrumento importante para a tomada de decisão a respeito das políticas sociais.
Onde deve ocorrer a avaliação?
Avaliação é processo, por isso mesmo deve ser contínua, ocorrendo em todos os níveis,desde o local onde o trabalho é executado até onde são feitas análises globais, deabrangência regional, estadual ou nacional.
A avaliação deve ser tarefa coletiva e agregar representações dos destinatários e dasociedade organizada. Seus resultados devem ser colocados à disposição da populaçãorepresentada, principalmente, nos Conselhos.
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Como deve ocorrer a avaliação?
A avaliação, para ser contínua e permanente, deve ocorrer antes, durante e ao final dotrabalho, podendo-se considerar três tipos:
• a avaliação da realidade, ou seja, o diagnóstico da situação da criança e doadolescente;
• a avaliação do processo, ou seja, do desenvolvimento do trabalho, mais conhecidacomo monitoramento; e
• a avaliação de resultados, de impacto, ou seja, de que forma o trabalho conseguiumudar, transformar, uma realidade, um problema; como conseguiu controlar ouerradicar um problema.
O que é um projeto de avaliação?
O projeto de avaliação é o plano de avaliação, e deve indicar o conjunto de decisões,passos e atividades a realizar.
No projeto de avaliação deve constar:
• formulação do cenário;
• justificativa;
• referencial teórico;
• objetivos;
• tipo de avaliação;
• aspectos que serão objeto de avaliação; e
• formulação de perguntas a serem respondidas pela avaliação.
Por que é importante a avaliação, ou seja, o monitoramento?
O monitoramento (avaliação de processo) é importante porque, além da necessidade demedir quantitativamente os ganhos e o alcance social das ações, deve-se acompanhar asdecisões, os procedimentos dos agentes sociais, a participação dos beneficiários e aadesão da população aos programas.
As atividades de monitoramento, de acompanhamento, de supervisão permitem a correçãodos rumos de um plano, e são consideradas como atividades de aprimoramento dosserviços, programas, projetos. É um trabalho sistemático voltado à análise da coberturae do desenvolvimento das atividades, verificando-se até que ponto a população-alvoestá sendo atendida naquilo que é o objeto da ação.
Que questões devem ser verificadas no monitoramento?
O monitoramento deve focalizar os aspectos de estrutura, de organização, de gestão darede, de acessibilidade aos serviços e de continuidade da prestação de serviços, comopor exemplo:
• a estrutura organizacional da rede de atendimento;
• o perfil dos destinatários (principais problemas e fatores de risco; índices;tendências, etc.);
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• as ações e programas de assistência social desenvolvidos (estruturação da redede atendimento, capacidade instalada, qualidade e adequação dos equipamentose dos serviços, etc.);
• a capacitação técnica da equipe de apoio ao conselho e do pessoal da rede deatendimento (organizações públicas e privadas).
Algumas áreas ou setores apresentam poucos dados disponíveis e/ou dados disponíveiscom periodicidade muito irregular, havendo, portanto, necessidade de fortalecer e aprimorarsistemas de informações gerenciais. Dispor de informação relevante, atualizada e emtempo oportuno é fundamental para poder agir, corrigindo erros, acelerando processos,reorientando recursos.
Quais os resultados do monitoramento e da avaliação?
Além da geração de informações que possibilitam ao conselho atuar no sentido de melhorara qualidade das ações, o monitoramento e a avaliação podem apresentar os seguintesresultados:
• aperfeiçoamento dos mecanismos de identificação dos destinatários doatendimento;
• aperfeiçoamento do processo de definição das prioridades das ações, em funçãodas demandas existentes e dos recursos disponíveis;
• identificação das necessidades de capacitação e aperfeiçoamento dos recursoshumanos;
• melhoria no processo de articulação institucional, envolvendo os Conselhos,estabelecendo parcerias e integrando as ações com outras áreas, tais como saúde,educação, trabalho, esporte e lazer e outras.
Como fazer o monitoramento e a avaliação na fase de formulação e de execuçãodo Plano de Ação?
A fase de formulação do Plano, ou seja, a avaliação inicial, permite um balanço do quefacilita e dificulta a execução do Plano.
Na fase de execução das propostas, o monitoramento e a avaliação têm como funçãoretroalimentar, isto é, fornecer informações sobre o andamento das atividades aos gestores,gerentes e executores do Plano.
São as informações sobre os avanços e produtos intermediários que indicam onde fazeras correções e os ajustes necessários ao andamento das etapas posteriores.
E quanto à avaliação de resultados? Qual a sua finalidade?
A avaliação de resultados deve ter por finalidade:
• determinar a eficácia, a eficiência e a efetividade social (impacto) das políticaspúblicas;
• verificar os resultados frente aos objetivos e às metas;
• conhecer os resultados parciais e finais;
• revelar os aspectos positivos e negativos da atividade;
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• possibilitar a introdução de novos métodos e técnicas ou aperfeiçoar os que estãosendo utilizados;
• adequar o atendimento às necessidades e interesses da população infanto-juvenil;
• verificar a qualidade dos serviços prestados, o desempenho da rede de atendimentoe a adesão da população ao trabalho desenvolvido;
• analisar os gastos e determinar os custos, permitindo uma melhor utilização dosrecursos.
Fonte: Adaptação do Texto Planejamento, Monitoramento e Avaliação – Publicação:Ministério da Previdência e Assistência Social.
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PLANO DE APLICAÇÃO DOS RECURSOS DOFUNDO DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO
ADOLESCENTE
ÉPOCA DA ELABORAÇÃO
Antes da consolidação do Orçamento do Município, isso porque deve ser enviado aoChefe do Executivo para que o inclua no Orçamento.
O QUE DEVE CONTER
Distribuição dos recursos por área prioritária, atendendo as diretrizes da política definidano Plano de Ação do CMDCA.
RESPONSÁVEIS
Conselho de Direitos da Criança e do Adolescente e técnicos do governo.
PARTICIPANTES
O Conselho deve possibilitar a participação ampla na elaboração do Plano de Aplicação.
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MODELO
PLANO DE APLICAÇÃO DETALHAMENTO DAS FONTES DE RECURSOS E PROGRAMAS DE TRABALHO DO FUNDO
MUNICIPAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE.
EXERCÍCIO 200...
ESPECIFICAÇÃO DAS FONTES DE RECURSOS
VALORES
(R$)
ESPECIFICAÇÃO DOS PROGRAMAS
DE TRABALHO
VALORES
(R$)
TRANSFERÊNCIA DO MUNICÍPIO 600.000,00 PROGRAMA DE APOIO
SOCIOFAMILIAR 800.000,00
TRANSFERÊNCIA DE CONVÊNIOS MUNICIPAIS 550.000,00
APOIO SOCIOEDUCATICO EM
MEIO ABERTO 600.000,00
CONVÊNIO COM A UNIÃO 800.000,00
PROGRAMA DE COLOCAÇÃO FAMILIAR
300.000,00
CONVÊNIO COM O ESTADO 250.000,00 CAPACITAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS 250.000,00
CONVÊNIO COM INSTITUIÇÕES PRIVADAS 200.000,00
DIVULGAÇÃO DOS DIREITOS DA
CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
150.000,00
RENDIMENTOS DE APLICAÇÃO FINANCEIRA
15.000,00 APOIO AO CMDCA 15.000,00
DOAÇÕES NA FORMA DE
INCENTIVO FISCAL 50.000,00 PROGRAMA DE
ABRIGO 300.000,00
OUTRAS FONTES 30.000,00 CAMPANHA
ESCLARECIMENTO INCENTIVO FISCAL
80.000,00
TOTAL GERAL 2.495.000,00 TOTAL GERAL 2.495.000,00
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Modelo
RECIBO DE DOAÇÃO AO FUNDO
Recibo nº
Prefeitura Municipal de ____________________________________
Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente
_________________________________________________
CNPJ nº ____________________________
Recibo de doação ao FMDCA
Recebemos de ___________________________________________, inscrito (a)
no CNPJ/CPF sob o nº_______________________________, com domicílio fiscal
na cidade de _____________________________, a importância de R$________
(________________________________________________), como doação para o
Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, criado pela Lei Municipal
nº ___________, de ____ de ____________ de _______.
Declaramos, outrossim, que a referida doação foi efetuada nos termos do art. 260
da Lei Federal nº 8.069, de 13/07/90, com redação dada pela Lei nº 8.242, de
12/10/90, podendo, portanto, ser deduzida do Imposto de Renda.
___________________________, ______ de ______________ de ______
_________________________________________
Presidente do CMDCA
_________________________________________
Secretário de __________
(deve ser o nome e o cargo do ordenador de despesas ao qual o fundo está vinculado)
80
PLANO DE AÇÃO DO CMDCA
Introdução
Um pequeno texto com dados sobre a situação da infância e da adolescência no município.Trata-se de um resumo do diagnóstico que vai fundamentar o plano de ação. Uma descriçãoobjetiva dos problemas que devem ser enfrentados com políticas públicas que visem aatender à demanda.
Diretrizes
Em linhas gerais, descreve-se neste campo as respostas que deverão ser efetivadas paraa superação de cada problema identificado.
Ações
Em seguida, são descritas as estratégias que serão desenvolvidas pelo Conselho paraconcretizar cada diretriz.
Prazo de Execução/Responsáveis
Os Conselhos, de uma forma geral, têm condicionado os Planos de Ação ao período demandato dos representantes da sociedade civil, ou seja, o prazo máximo para realizaçãodo plano como um todo coincidirá com o tempo de trabalho daquele grupo no Conselho.Dentro deste tempo, para cada ação, deverá ser estipulado um prazo viável de execuçãoe a comissão responsável por desenvolvê-la e oferecer informações ao plenário.
Indicadores de Avaliação
Entendendo a avaliação como um processo permanente e coletivo, é necessário estabelecerindicações de que a ação está produzindo resultados coerentes com a diretriz. Comoexemplo, adotamos a seguinte situação: no município de Gato Preto existem 1.000 criançasde 0 a 6 anos de idade. Destas, apenas 300 (30%) freqüentam creches e pré-escolas. Háuma demanda de educação infantil no município de criação de mais 700 vagas, a curtoprazo.
Fonte: Operando Sistemas de Garantia – Publicação: CMDCA.
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Diretriz Ações Prazo de Execução
Responsáveis Indicadores de Avaliação
- Articulação com o Conselho Municipal de Educação para análise conjunta da situação.
De março até o final de
abril.
- Negociação com a Secretaria Municipal de Educação para o aumento da oferta de atendimento em creches e pré-escolas.
De abril até final de junho.
- Negociação com outras secretarias e órgãos co-responsáveis pelo atendimento (Assistência Social, Saúde, Abastecimento, Cultura, etc.).
De abril até final de julho.
- Negociação com a Prefeitura para a previsão orçamentária necessária à efetivação do atendimento.
De julho até setembro.
- Acompanhamento da votação do orçamento junto à Câmara de Vereadores.
De setembro a dezembro.
Promoção do atendimento ao direito à educação para 700 crianças de 0 a 6 anos de idade.
- Acompanhamento da execução da política através da análise de relatórios enviados pela Secretaria de Educação e de contatos com o Conselho de Educação.
De janeiro até
dezembro (do ano
seguinte).
Comissão de Políticas Públicas
do Conselho Municipal.
- Previsão do aumento da oferta de vagas em creches e pré-escolas no planejamento da Secretaria Municipal de Educação.
- Previsão de investimentos de recursos na ampliação da rede de atendimento no orçamento anual do município.
- Aprovação do orçamento pela Câmara de Vereadores.
- Construção de novos prédios destinados ao atendimento em creche e pré-escola, contratação de professores e compra de equipamentos necessários, de acordo com as normas estabelecidas pelo Conselho Municipal de educação.
- Oferta de 700 novas vagas em creches e pré-escolas.
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BIBLIOGRAFIA
Adaptação do Texto Planejamento, Monitoramento e Avaliação. Publicação: Ministério daPrevidência e Assistência Social.
Conselho Tutelar – Passo a Passo – Um Guia para a Ação. Publicação: Instituto TelemigCelular – elaboração: Modus Faciendi.
Conselhos e Fundos Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente. Passo a Passo– Um Guia para a Ação. Publicação: Instituto Telemig Celular. Elaboração: Modus Faciendi.
Documento Básico do Curso de Captação de Recursos – Ricardo de Souza Falcão. FolderSIPIA.
Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente. Publicação: CBIA.
Guia de Ações Complementares à Escola para Criança e Adolescente. Publicação: CENPHEC/UNICEF.
Manual do Conselho Tutelar – Organizador: Antonio Pimentel. Publicação: Modus Faciendi.
Material do Curso de Sustentabilidade: Captação de Diferentes Recursos - Célia Cruz eRodrigo Alvarez.
Operando o Sistema de Garantias dos Direitos da Criança e do Adolescente. Publicação:CEDCA em parceria com a Frente de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente,AMEPPE. Textos: Gláucia Barros – James Pinheiro.
Orçamento e Fundo – Maurício Vian, José Carlos Garcia de Melo, Carlos Boeira. Publicação:Ministério da Justiça/Secretaria de Estado dos Direitos Humanos/ Departamento da Criançae do Adolescente – 2002.