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CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SANTA CATARINA
Autarquia Federal criada pela Lei Nº 5.905/73
Av. Mauro Ramos, 224, Centro Executivo Mauro Ramos
6° ao 9° andar, Centro, Florianópolis/SC. CEP 88020-300
Caixa Postal 163 - Fone/Fax: (48) 3224-9091
[email protected] | www.corensc.gov.br
RESPOSTA TÉCNICA COREN/SC Nº 01/CT/2016
Assunto: Desinfecção Terminal em UBS
Palavras-chave: Desinfecção Terminal, UBS, Auxiliar de Limpeza
I – Solicitação recebida pelo Coren/SC:
Nas UBS os responsáveis pela desinfecção terminal das salas são os técnicos de
enfermagem ou auxiliares de limpeza?
II – Resposta técnica do Coren/SC:
A definição de limpeza compreende a remoção das sujidades que estão
depositadas nas superfícies inanimadas por meios mecânicos, físicos ou químicos, em um
determinado período de tempo. O procedimento inclui a limpeza de paredes, pisos, teto,
painel de gases, equipamentos, todos os mobiliários como camas, colchões, macas, mesas de
cabeceira, mesas de refeição, armários, bancadas, janelas, vidros, portas, peitoris, luminárias,
filtros e grades de ar condicionado (ASSAD et al., 2010 apud COREN-SP, 2013).
No que se refere à distribuição das tarefas da limpeza na área próxima ao paciente
é importante considerar que esta depende da rotina e procedimentos da instituição.
Em alguns serviços de saúde, por exemplo, a equipe de enfermagem é responsável
pela limpeza e desinfecção de determinados equipamentos para a saúde
(respiradores, monitores, incubadoras, dentre outros). Outras instituições conferem
essa atribuição ao profissional de limpeza e desinfecção de superfícies, tornando
assim imprescindível a capacitação específica desse profissional para essas
atividades (ASSAD et al., 2010, p.63 apud COREN-SP, 2013)
Faz-se necessário considerar no contexto da limpeza, tanto concorrente quanto
terminal, a relação com a segurança do paciente. Compreende-se que a segurança do paciente
é parte de um conceito mais amplo, ou seja, da qualidade da atenção à saúde. Esse conceito
deve estar alinhado com a prática de Enfermagem cujo principal objetivo é o cuidado com
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qualidade estando intimamente relacionado com a avaliação clínica realizada pelo Enfermeiro
(GOUVÊA; TRAVASSOS, 2010).
É importante ressaltar que o Decreto nº 94.406/1987, que regulamenta a Lei do
Exercício Profissional de Enfermagem, explicita que:
[...]
Art. 8º Ao Enfermeiro incumbe: [...] II como integrante da equipe de saúde: e)
prevenção e controle sistemático da infecção hospitalar, inclusive como membro
das respectivas comissões;
[...]
Art. 10º O Técnico de Enfermagem: I assistir ao Enfermeiro: d) na prevenção e
controle sistemático da infecção hospitalar;
Art. 11º O Auxiliar de Enfermagem: [...] IV prestar cuidados de higiene e conforto
ao paciente e zelar por sua segurança, inclusive: b) zelar pela limpeza e ordem do
material, equipamento e de dependência de unidades de saúde; (BRASIL, 1987).
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) disponibiliza o Manual de
Limpeza intitulado “Segurança do paciente em serviços de saúde: limpeza e desinfecção de
superfícies” na qual nos informa no Capítulo 4 que: As atribuições da equipe do Serviço de
Limpeza e Desinfecção de Superfícies em Serviços de Saúde podem variar de acordo com a
área e as características do local onde a limpeza será realizada, além do modelo de gestão em
vigor aplicado ao serviço em questão. A clareza das atribuições tem papel fundamental para
seu cumprimento e, para tanto, se faz necessário um manual contendo todas as tarefas a serem
realizadas, especificadas por cargo. O manual deve ser apresentado e estar à disposição de
todos os colaboradores para consulta no local de trabalho, em local de fácil acesso. Sua
revisão deve ser periódica e sempre que houver mudança de rotinas.
Cita ainda as atribuições que não competem ao profissional de limpeza e
desinfecção de superfícies. [...] De acordo com a Norma Regulamentadora n° 32 da ANVISA
devem ser responsabilizados pelo descarte de perfurocortantes, somente os trabalhadores que
os utilizarem, estando, portanto, os profissionais de limpeza e desinfecção, isentos dessa
responsabilidade. O fechamento de coletores está sob a responsabilidade de quem manipula e
descarta os perfurocortantes, não cabendo essa tarefa à equipe de limpeza e desinfecção de
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superfícies. Retirada de materiais ou equipamentos provenientes da assistência ao paciente
nos quartos, enfermarias ou qualquer outra unidade, antes de realizar a limpeza, seja
concorrente ou terminal. Essas tarefas cabem à equipe de enfermagem, já que são materiais
relacionados à assistência ao paciente. Realização de limpeza do leito do paciente, enquanto o
mesmo encontra-se ocupado compete à enfermagem, já que a manipulação indevida na cama
pode causar prejuízos à saúde do paciente (BRASIL, 2005).
A NR 32 aborda a capacitação contínua como item obrigatório para todas as
categorias profissionais, tendo como objetivo principal a segurança e proteção do trabalhador
com relação aos riscos inerentes a sua função, por meio de treinamentos que os conscientizem
e os preparem para agir de forma segura frente aos riscos ocupacionais. Entretanto, é
necessário distinguir a capacitação voltada para riscos exigida pela NR 32 da capacitação
técnica necessária para qualquer atividade desenvolvida pelo trabalhador do segmento de
limpeza e desinfecção de superfícies em serviços de saúde (BRASIL, 2005).
O PARECER Coren-BA Nº 028/2013 ressalta que a Enfermagem é parte
integrante do processo descrito e em muitas instituições ela é a responsável pelo setor de
Higienização, estando à frente na tomada de decisões. Diante do exposto é de
responsabilidade da Enfermagem a higienização e desinfecção de todo material e
equipamentos que estejam relacionados à assistência ao paciente, visando garantir a segurança
de toda à equipe. É de suma importância a realização de protocolos institucionais em busca da
padronização das ações de higiene, validados pelo serviço de infecção hospitalar e pela
gerência de Enfermagem.
Ante ao exposto, o Conselho Regional de Enfermagem de Santa Catarina, com
base na lei do exercício profissional, no Decreto nº 94.406/1987, que regulamenta a Lei do
Exercício Profissional de Enfermagem e no Código de Ética da Enfermagem, conclui que as
desinfecções, tanto terminais como concorrentes, quando não envolverem materiais e
equipamentos relacionados diretamente ao cuidado de enfermagem devem ser realizadas
pelos profissionais da limpeza, desde que o paciente não esteja no recinto. Cabe ao
enfermeiro, responsável pela assistência, analisar a situação e designar o profissional para
realizar a desinfecção. Sugere-se fortemente a elaboração de protocolos e normas
operacionais para a organização do serviço de enfermagem.
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É a resposta técnica.
Florianópolis, 22 de janeiro de 2016.
Enf. MSc. Ioná Vieira Bez Birolo
Coordenadora das Câmaras Técnicas
Coren/SC 58.205
Revisado pela Direção em 25 de janeiro de 2016.
III - Bases de consulta:
ASSAD, C.; REINEHR, E; SILIPRANDI, E. M. O.; COSTA, G. Cap. 7 Limpeza e
desinfecção de superfícies. In: BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária –
ANVISA. Segurança do paciente em serviços de saúde: limpeza e desinfecção de superfícies.
Brasília: Anvisa, 2010. Disponível em:
<http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/4ec6a200474592fa9b32df3fbc4c6735/Manual+
Limpeza+e+Desinfeccao+WEB.pdf?MOD=AJPERES>. Acesso em: 15 Dez. 2015.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA. Segurança do paciente em
serviços de saúde: limpeza e desinfecção de superfícies. Brasília: Anvisa, 2010. Disponível
em:
<http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/4ec6a200474592fa9b32df3fbc4c6735/Manual+
Limpeza+e+Desinfeccao+WEB.pdf?MOD=AJPERES>. Acesso em: 15 Dez. 2015.
_______. LEI Nº 7.498, de 25 de junho de 1986. Dispõe sobre a regulamentação do exercício
da Enfermagem e dá outras providências. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7498.htm>. Acesso em: 15 Dez. 2015.
COREN (BA). PARECER N⁰ 028/2013. Salvador: COREN-BA, 2013. Disponível em:
<http://ba.corens.portalcofen.gov.br/parecer-coren-ba-0282013_8129.html>. Acesso em: 15
Dez. 2015.
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COREN (SP). PARECER CT 046/2013. São Paulo: COREN-SP, 2013. Disponível em:
<http://portal.coren-sp.gov.br/sites/default/files/parecer_coren_sp_2013_46.pdf > Acesso em:
15 Dez. 2015
GOUVÊA, C.S.D.; TRAVASSOS, C. Indicadores de segurança do paciente para hospitais de
pacientes agudos: revisão sistemática. Cad. Saúde Pública. V.26, n.6p.1061-1078, 2010.
Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/csp/v26n6/02.pdf. Acesso em: 15 Dez. 2015.