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CONSPIRAÇÃO GRAMSCIANA – HEGEMONIA – A DITADURA CHEGANDO NA PONTA DOS PÉS Vamos começar pela diferença entre as teorias de Karl Marx e Antonio Gramsci para chegar ao resultado, que é a hegemonia. Para Marx, hegemonia significa você tomar a superestrutura mediante revolução armada entre classes ou toma-la mediante a progressividade do Imposto de Renda. Já para Gramsci, para tomar a superestrutura deve-se conseguir mediante a HEGEMONIA CULTURAL, ou seja, você deve tomar a cultura de massas. E tomando a cultura de massas você cria um conjunto das condições que forma não a posição econômica da sociedade, mas você forma o conjunto das condições da imaginação desse ser humano na sua sociedade. Você dá a ele uma cosmovisão (uma visão do todo) e, portanto, você, de certa forma, totaliza a consciência da pessoa para que ele se torne um agente revolucionário muitas vezes sem perceber. Segundo Gramsci, os proletariados (comunistas), que são os “herdeiros verdadeiros do grande Marx”, para tomar a superestrutura deve-se antes de mais nada tomar a cultura, porque se você tomar a cultura irá modificar o modo de como as pessoas pensam em até 3 (três) gerações e conseguindo modificar esse modo de pensamento é possível modificar o conjunto das condições reais às quais esses indivíduos irão agir. Querem um exemplo? Você e eu somos “cobaias” da hegemonia cultura, segundo Gramsci. Mas, não por culpa de nós, isso acontece porque moramos no Brasil e aqui praticamente dos 99,99% das editoras que lançam livros de filosofia e sociologia do mercado fazem o que o Gramsci chama de seletividade editorial. Os autores que contribuem direta ou indiretamente para a hegemonia da cultura e para a modificação da consciência social, segundo a lógica revolucionária, tem suas obras publicadas; já aqueles que são contrários à hegemonia são descartados, isso é a

CONSPIRAÇÃO GRAMSCIANA

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Conspiração Gramsciana

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CONSPIRAO GRAMSCIANA HEGEMONIA A DITADURA CHEGANDO NA PONTA DOS PS

Vamos comear pela diferena entre as teorias de Karl Marx e Antonio Gramsci para chegar ao resultado, que a hegemonia. Para Marx, hegemonia significa voc tomar a superestrutura mediante revoluo armada entre classes ou toma-la mediante a progressividade do Imposto de Renda. J para Gramsci, para tomar a superestrutura deve-se conseguir mediante a HEGEMONIA CULTURAL, ou seja, voc deve tomar a cultura de massas. E tomando a cultura de massas voc cria um conjunto das condies que forma no a posio econmica da sociedade, mas voc forma o conjunto das condies da imaginao desse ser humano na sua sociedade. Voc d a ele uma cosmoviso (uma viso do todo) e, portanto, voc, de certa forma, totaliza a conscincia da pessoa para que ele se torne um agente revolucionrio muitas vezes sem perceber.Segundo Gramsci, os proletariados (comunistas), que so os herdeiros verdadeiros do grande Marx, para tomar a superestrutura deve-se antes de mais nada tomar a cultura, porque se voc tomar a cultura ir modificar o modo de como as pessoas pensam em at 3 (trs) geraes e conseguindo modificar esse modo de pensamento possvel modificar o conjunto das condies reais s quais esses indivduos iro agir.Querem um exemplo? Voc e eu somos cobaias da hegemonia cultura, segundo Gramsci. Mas, no por culpa de ns, isso acontece porque moramos no Brasil e aqui praticamente dos 99,99% das editoras que lanam livros de filosofia e sociologia do mercado fazem o que o Gramsci chama de seletividade editorial. Os autores que contribuem direta ou indiretamente para a hegemonia da cultura e para a modificao da conscincia social, segundo a lgica revolucionria, tem suas obras publicadas; j aqueles que so contrrios hegemonia so descartados, isso a seletividade editorial. Resumindo, Gramsci disse que para conquistar uma cultura deve-se selecionar quais livros entram dentro de um mercado e quais no entram.S que existe um problema para isso; quem ir selecionar? necessrio de um grupo mobilizado, e esse grupo mobilizado o que Gramsci chama de intelectuais orgnicos. Essas pessoas conhecem bem sobre a teoria, estabelecem o projeto de tomada do poder e hegemonia, e ao mesmo tempo coordenam as aes temporais e concretas para chegar l para que, de acordo com Gramsci, o negcio no ande muito longe e no ande muito parado, mas que lenta e gradualmente estabelea a hegemonia e chegue-se revoluo. Para Gramsci, a revoluo no eficaz com uso de armas e sim com a mutao da cultura e essa revoluo tem que ser coordenada por aqueles que esto a frente do processo de tomada de poder, que so os intelectuais orgnicos.Os intelectuais orgnicos formam grupos primordiais, que so: Partido poltico (ao poltica): para que ajam politicamente Meios de comunicao (ao social): so aqueles que vo ter a chamada opinio pblica na mo Classe universitria (ao intelectual): para que ela esclarecida possa, cada vez mais, introjetar e formatar a hegemonia cultura num nvel mais alto do que nos meios de comunicao.Ento, na sociedade, como se tivesse uma pirmide dividida em classes. O Marx dividiu-a em dois andares, j o Gramsci fez uma diviso bem maior. O Marx dividiu em dois andares (proletariado e burguesia), j o Gramsci fez uma diviso bem maior. Ele colocou na base o indivduo e tambm o que ele chamou de superestruturas impositivas, que so: famlia, escola, igreja, sindicatos, partidos polticos, estado e economia. Por isso, segundo Gramsci, a revoluo e a hegemonia no podem tomar de uma hora para outra a economia para modificar os meios de produo, como quis Marx. A mudana no tem que vir de cima para baixo, como disse Marx, mas sim de baixo para cima. Voc tem que primeiro destruir a famlia, depois destruir a verdadeira educao, depois destruir a igreja, depois destruir os sindicatos (a no ser o seu prprio), destruir os partidos polticos (a no ser o seu prprio) para que o Estado seja tomado e, consequentemente, voc acaba com a posio e em seguida conquista hegemonicamente a sociedade inteira. Para Gramsci, a famlia deve ser aniquilada porque uma estrutura moral burguesa. A moral crist, que a base da famlia na civilizao ocidental, uma moral burguesa, segundo o mesmo.Toda a estratgia hegemnica, segundo Gramsci, nada mais e nada menos que manipulao. Ou seja, ganha quem tiver maior poder de manipulao. E chega um momento que a hegemonia est to forte que ela domina tambm os meios de produo. E a que voc compra uma outra estrutura paramilitar para fazer frente a estrutura militar oficial da superestrutura que o Estado, por exemplo: FARC (Foras Armadas Revolucionrias da Colmbia), PCC (Primeiro Comando da Capital). Resumindo: com a conquista dos meios de produo, tambm conquistado os meios de garantir a sua eficcia, se a cultura no der certo, teremos as foras no nosso lado (PCC, FARC), ou seja, no vai pelo ttulo, mas vai pela porrada.Para Gramsci, no existe comunismo, s existe socialismo, s que o socialismo no uma diviso econmica uma diviso poltica. Gramsci sabe que s tem uma sada, que o Estado mantenha esse sistema em p. Ele no quer destruir o Estado, ele no quer chegar ao comunismo, ele quer chegar ao socialismo cientfico, s que por uma outra via que baseada na mesma estrutura marxista mas dela diverge porque os meios so diferentes. No a fora pela fora, no o IR pelo IR, mas pela cultura, voc modifica primeiro a conscincia do ser humano e depois disso voc adquire poder sobre ele.Vocs sabiam como o Gramsci chamam a mim e a vocs (as cobaias desse processo)? IDIOTAS TEIS! Eu e vocs, para o Gramsci, somos idiotas teis porque ns somos cobaias dessa estratgia revolucionria hegemnica. Ns estamos integralmente alienados e no estamos percebendo isso.O Gramsci um gnio do mal. A transformao social, para Gramsci, uma transformao na conscincia, ou seja, uma transformao no conjunto das condies da imaginao. O que o conjunto das condies da imaginao? a cultura! Viso de um mundo. Voc no ir pensar diferente do que pensa o mundo porque voc ir ser considerado um herege para a sociedade. A sociedade, nessa condio, sofrer um upside (termo usado em administrao que significa desmoronamento da economia).Todo partido que se assume como um partido gramsciano um partido que tem um projeto de poder hegemnico. um partido que se preparou para entrar no poder e no para sair do poder.